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Módulo 02.

Filosofia do Direito II – Pensadores Medievais

10.05

Unidade 3 - A Ideia de Justiça em Santo Tomás de Aquino.

É o maior expoente da escolástica (Séc. IX-XVI) e sua obra, até hoje, é referência
quanto a sistematização, logica e transparência.

É o principal representante a escolástica, sendo o último período do pensamento


católico. Seu nome representa aquela filosofia que era ensinada nas escolas da época e
os mestres, portanto, eram conhecidos como escolásticos.

OBS: se a patrística era a filosofia ensinada pelos padres, a escolástica era a filosofia
ensonada nas escolas.

Assim como ocorreu na patrística, a escolástica é dividida em três períodos, a partir do


seu principal expoente:

a) Fase pré-tomista, perdura do século IX até a metade do


século XIII. Nesse momento ainda temos uma forte influência
agostiniana na formação da ética e da noção de justiça;

b) O segundo momento é marcado pela figura soberana de


Santo Tomás de Aquino, e ocorre durante a segunda metade do
século XIII;

c) Fase pós-tomista dos séculos XIV e XV, dos quais as figuras de


Duns Scotus e Willian de Ockhan se destacam especialmente na
Inglaterra.

Tomás de Aquino, diferente de Santo Agostinho, é conhecido por cristianizar a logica


de Aristóteles, juntando a racionalidade aristotélica com a perspectiva cristã.

Destaca-se que no período da idade média os livros de Aristóteles não podiam ser
encontrados na Europa. Entretanto, era no foi no Egito que se encontravam algumas
de suas obras que, com a reabertura das rotas comerciais, alguns livros do filósofo
voltaram ao continente europeu, e foram traduzidos para o latim. A tradução das
obras impactaram o estudiosos, tendo em vista o rigor da lógica aristotélica, achando
que tinham encontrado a verdade absoluta sobre a racionalidade, no entanto
Aristóteles não era cristão e não concebia a ideia de um deus único, assim iniciou-se
uma verdadeira briga entre aqueles que defendiam a bíblia e os textos de Aristóteles.

É nesse contexto que surge a obra de Santo Tomás de Aquino, que junta a
racionalidade aristotélica com a perspectiva cristã, tratando de cristianizar Aristóteles,
de apresentar um caminho de compatibilidade entre ambas racionalidades.
Ao tratar da noção de justiça, Santo Tomás de Aquino acompanha o pensamento
aristotélico e a define a partir da máxima “dar a cada um o que é seu”. Justiça significa
dar às pessoas o que elas merecem em função da finalidade daquilo que é dado.
Assim, devemos pressupor que a justiça é teleológica e honorífica, ou seja, devemos
discutir qual o fim dos objetos em questão e descobrir quem merece o quê.

O “dar a cada um o que é seu” é discriminatório, mas ele discrimina pelo mérito, pela
excelência, e mais ainda, de acordo com a finalidade objeto que é discutido. Contudo,
pode ser desconhecida a finalidade do objeto, sendo assim, a sai distribuição ficará
comprometida.

Quando um sujeito que não sabe a finalidade do objeto fica responsável pela sua
distribuição é o uso do livre arbítrio, ou seja, o erro, o mal é fruto de uma ignorância e
não uma condição natural, como propunha Santo Agostinho.

Se a pessoa soubesse do fim a que se destina o objeto, sua razão iria se destinar a tal,
pois a razão sempre busca o fim de todas a s coisas, isto é, o bem. O poder de pecar é a
capacidade de deixar de agir segundos os fins que deveríamos estar tentando buscar.

Segundo Eduardo Bittar:

O mal só encontra lugar como bem aparente, ou seja, elege-se um


mal como fim somente julgando-se equivocadamente que se trata de
um bem (mal = aparência de bem). O mal, portanto, na teoria tomista,
não é o fim de uma ação, poiso mal representa somente a simples
privação do bem. Em verdade, Santo Tomas de Aquino nega uma ontologia
do mal, fazendo deste um estado de ignorância do verdadeiro bem,
este sim fim de toda ação.

Se tudo tende a um fim, e a função da razão é conhecer esse, teríamos que admitir um
fim a que tudo atenderia, ou seja, todas as coisas tenderiam ao um mesmo fim, pois
todas as coisas apresentam a mesma essência, e esse fim a que todas as coisas tendem
Santo Tomás de Aquino chama de Deus. Como não temos como conhecer o fim de
todas as coisas, não temos como conhecer plenamente Deus, portanto, alguns vão
acreditar em Deus e outros não em função, dessa ignorância.

Santo Tomás volta a discussão entre sábios e ignorantes, e os sábios devem perdoar os
ignorantes, pois ele são ignorantes e não conhecem a finalidade das coisas, muito
menos saber a finalidade a que tudo se destina. Novamente a idade média encontra
razões para buscar diferenciar as pessoas, como uma forma de se realizar a justiça do
mundo, aquele que melhor conhecer o fim de algo merece governar. O elitismo
politico é naturalmente estabelecido.

Nas palavras de Santo Tomás de Aquino, os homens de inteligência superior são


naturalmente governantes e senhores dos demais. A diferença entre as pessoa é tão
marcante que ele chega mesmo a admitir a escravidão (o escravo é alguma coisa que
pertence a sua dono, porque ele é seu instrumento).
OBS: a palavra escravo está mais para a ideia de servo, e não para a ideia escravocrata
brasileira.

Não podemos perder de vista a influência agostiniana, há senhores escravos para que
o senhor direcione bem a vida de seu escravo.

Mas a se justiça é dar a cada um o que é seu, precisamos de uma norma que defina
esse processo de distribuição, e precisamos entender a tipologia normativa de Santo
Tomás de Aquino, ou seja, localizar o “dar a cada um o que é seu” em função de um
tipo normativo.

Santo Tomás de Aquino vai trazer a diferenciação em quatro tipos de leis:

a) Lei eterna (lex aeterna) – é aquela lei promulgada por Deus e que tido ordena, em
tudo está e tudo rege. Há uma ordem em todo o universo e esta ordem é a lei eterna,
o homem não a consegue compreender.

Segundo Santo Tomás de Aquino:

A lei nada mais é do que um ditame da razão prática que emana do


governante que rege a comunidade perfeita (..) admitindo-se que toda
comunidade universal é regida pela Razão divina. Portanto, a ideia mesma
do governo das coisas em Deus, o senhor do universo, tem natureza de uma
lei. E, com a concepção das coisas da razão divina não está sujeita ao tempo,
mas é eterna (..) conclui-se que essa espécie de lei deve ser chamada de
eterna

b) Lei divina – é aquela que foi dada ao homem por meio das revelação e se encontra
nas escrituras. Não é produto da razão humana, mas foi dada ao homem por meio da
graça divina, para que ele tenha conhecimento do que deve fazer para satisfazer tanto
os seus fins naturais, quanto sobrenaturais. São as normas escritas na bíblia.

Lei eterna não é a mesma coisa que lei divina, neste sentido Miguel Reale:

O elemento mais alto da filosofia jurídico-moral tomista é a lex aeterna,


expressão mesma da razão divina, inseparável dela, que governa todo o
universo, com um fim ao qual tudo tende. A ideia de lex aeterna não
deve ser confundida com a lei divina, ou revelada, a qual é uma
expressão da primeira, a mais alta forma de sua participação aos
homens, porque foi dada por Deus, como no exemplo da sagradas
escrituras.

c) Lei natural – nas palavra de Santo Tomás, significa exatamente a participação da


criatura racional na lei eterna. Consiste na parte da lei eterna que remete ao ser
humana, tratando-se de uma ordem que se retira da própria natureza (o homem deve
buscar realizar o bem e não o mal), quanto mais racional, maior a compreensão da lei
natural.

Há uma diferença entre a lei natural e a lei divina. Segundo Wayne Morrison:
A diferença entre lei natural e lei divina é a seguinte: a lei natural
representa o conhecimento racional humano do bem: opera através do
intelecto, que dirige a vontade de modo que controle seus apetites e
paixões, levando-o a consumar seu fim natural mediante a aquisição das
virtudes cardeis da justiça, temperança, coragem e prudência. A lei
divina, por outro lado, provém diretamente de Deus através da
revelação, um dom da graça divina por meio do qual o ser humano é levado
a seus fins sobrenaturais; tendo obtidas virtudes superiores, ou teológicas,
da fé, da esperança e do amor, essa virtudes são infundidas no homem pela
graça de Deus.

d) Lei humana – são expressões das leis postas pelo Estado, pelo governo – é o que se
chama de direito positivo.

Ocorre que Santo Tomás de Aquino entende que as leis humanas devem refletir o que
a lei natural determina, deve retratar o que a lei natural preceitua, o legislador deve
positivar o que é dado por natureza.

Aquele preceito que for positivado em contrariedade a lei natural, transforma-se em


um aparato injusto, ou ilegítimo. Entretanto, ao pensar dessa forma, a doutrina
tomista acaba por sujeitar o Estado à Igreja, que passa a ter função de contribuir para
que a lei natural se realize no mundo, tem a função precípua de impor leis justas, pois,
casos as leis sejam injustas, Santo Tomas de Aquino chega a admitir que se trata de
uma desobediência civil.

Segundo Eduardo Bittar:

O simples fato de uma lei positiva não estar de acordo com a lei natural não
justifica a desobediência ao que foi criado pelo homem; a
desobediência só se justifica, para Tomás de Aquino, quando houver
entrechoque entre a lei divina e a lei humana. Em poucas palavras, a
desobediência à lei humana só se justifica se representar uma afronta
da lei divina, a lei eterna conhecida pelo homem.

Dessa forma, conclui-se que a justiça para Santo Tomás de Aquino é a vontade
constante e duradoura de dar a cada um o que é devido. O devido a alguém passa a
ser aquilo que é ordenado para cada um de acordo coma as tendência naturais, tendo
como objetivo a realização dos seu fins. O devido não é conferido pelo direito positivo,
mas sim pelas tendências naturais da natureza humana.

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