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06.05
1. A patrística
Este período recebe o nome de patrística pois representa o pensamento dos padres da
Igreja, que, nos primeiros séculos do cristianismo, foram os construtores da teologia
católica, guias e mestres da doutrina cristã.
Santo Agostinho era filho de um pai pagão, que somente foi batizado perto de morrer,
e de uma mãe muito religiosa, que exercia muita influência nele. Ao sair de sua casa e
ir para Cartago, com o objetivo de aprofundar seus estudos, desviou-se moralmente,
tendo caído em profunda devassidão. Tal situação fez com que ele aderisse ao
maniqueísmo, doutrina que atribuía realidade substancial tanto ao bem como ao mal,
julgando achar nesse dualismo a solução do problema do mal, e, por consequência,
uma justificação de sua vida pervertida.
Após a sua conversão dedicou-se ao estudo da sagrada escritura e a redação das suas
obras.
Seguindo os passos de Platão, conhecer a justiça não é para qualquer um, não são
todos que tem essa capacidade e realizar o justo, alguns tem condições e outro nunca
vão entender. Sem saber o que significa a justiça nunca conseguirão realizar
efetivamente o que essa virtude afirma.
Ou seja, aquele que nãos abe o que é justo nunca conseguirá ser uma pessoa justa por
si mesmo – como não são todos que a conhecem, somente poderá governar aquele
que tem o pleno conhecimento da justiça, a ele caberá direcionar a vida de quem é
incapaz de se determinar.
A condição de incapacidade do outro faz com que o virtuoso tenha de governar, trata-
se de um autoritarismo que visa o bem do outro; é um governar a vida do outro para
realizar o bem para outro. O governante virtuoso não busca a sua auto realização.
Ex: é a obrigação do pai governar a vida de um filho pequeno, pois a criança ainda não
tem capacidade de definir o que é certo e o errado e o pai por saber isso deve
governar o filho. O pai virtuoso ordena a vida do filho em beneficio do próprio filho,
devendo o filho obedecer. Desta forma, quanto melhor for o governo do pai, melhor
será seu filho. O pai será dogmático por conta da ausência de capacidade do filho, por
isso ele sempre dirá o que o filho deverá fazer, sem dar explicações. E o garoto será
mais ou menos virtuoso se obedecer o seu pai.
A Cidade de Deus deve guia a Cidade dos Homens, dessa forma a Igreja deve guiar a
politica da Cidade dos Homens (Estado), pois apenas, e tão somente, dessa forma o
Estado terá condições de ser plenamente justo. Muito embora o cristianismo
proponha uma cisão entre poder religioso e politico, São Agostinho não propõe a
extinção do Estado, pois considera não ser possível tirar ele do mundo e nem da
racionalidade, tendo em vista que o Estado tem a sua importância, mas esta doutrina
pretende, tão somente, encontrar parâmetros para que a politica seja justa e honesta.
4. Como Santo Agostinho vai conceber a relação entre Direito, Justiça e Política?
Com isso não se quer dizer senão que o poder político deve estar subordinado ao
poder divino, ou seja, deve estar de acordo com o poder divino e interpretado pelos
seu legítimos representantes.
Tendo a politica humana esse compromisso com o divino, o Estado passa a ser o meio
para a realização da lei eterna. A politica humana deve refletir o anseio de perseguir a
junção eterna das almas com Deus, daí o compromisso teocrático do estado na teoria
agostiniana.
Cabe destacar, aqui, que por mais que o governante seja contundente e determine o
destino dos governados, isso somente se concretizará se os governados o obedecerem.
E mesmo diante da sanção, ante o descumprimento, ainda haveria os governados
optar pela sanção. Os governados tem a possibilidade de decidir se vão cumprir as
ordens do governante, por mais honesta e necessárias que elas sejam.
Essa capacidade indelével é o que Santo Agostinho chama de livre arbítrio – é a opção
que cada um dos indivíduos da Cidade dos Homens tem de obedecer ao que a Cidade
de Deus determina. essa ideia é tão significativa que anto agostinho dedicou uma obra
a seu estudo. Nessa obra Santo Agostinho elabora algumas tese a respeito da
liberdade humana e aborda a origem do mal moral.
Muito embora o libre arbítrio se pareça com a liberdade, Santo Agostinho as trata de
forma diferentes. Ele considera que o livre arbítrio é definido como a possibilidade de
escolher entre o bem e o mal, enquanto que a liberdade é o bom uso do livre arbítrio.
Isso significa que nem sempre o homem é livre quando põe em uso o livre arbítrio;
depende sempre de como ele usa o livre arbítrio.
Duas condições são (..) exigidas para fazer o bem: um dom de Deus, que é a
graça, e o livre arbítrio. Sem o livre arbítrio, não haveria problemas; sem
graça, o livre arbítrio não iria querer o bem ou, se quisesse, não poderia
realiza-lo. A graça portanto, não tem efeito de suprimir a vontade, mas sim
torna-la boa, pois se havia transformando em má. Esse poder de usar bem o
livre arbítrio é precisamente a liberdade. A possibilidade de fazer o mal é
inseparável do livre arbítrio, mas o poder de não faze-lo é a marca da
liberdade – e encontrar-se confirmado na graça a ponto de não poder mais
fazer o mal é o grau supremo a liberdade. Assim, o homem que está mais
completamente dominado pela graça de cristo é também o mais livre:
liberatas vera est christo servire.