Sie sind auf Seite 1von 13

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL

CÍVEL CRISTO REI DA COMARCA DE VÁRZEA GRANDE – MT.

Processo nº. 8022286-17.2018.811.0002


Requerente: Camila Andreia Pedroso
Requerido: Sociedade Hospitalar Nossa Senhora da Guia – Ltda.

SOCIEDADE HOSPITALAR NOSSA SENHORA DA GUIA – LTDA., devidamente


qualificada nos autos em epígrafe, já devidamente representada por suas procuradoras in fine
assinadas, com endereço profissional constante no rodapé desta, vêm respeitosamente, à presença
de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 42 e seguintes da Lei 0.099/95, interpor o presente

RECURSO INOMINADO

o que faz alicerçada no art. 41 e seguiste da Lei dos Juizados Especiais (Lei nº. 9.099/95), em virtude
dos argumentos fáticos e de direito, expostas nas RAZÕES ora acostadas.

Outrossim, ex vi legis, solicita que Vossa Excelência declare os efeitos com que
recebe o recurso evidenciado, determinando, de logo, que a Recorrida se manifeste acerca do
presente e, depois de cumpridas as formalidades legais, seja ordenada a remessa destes autos, com
as Razões do recurso, à Egrégia Turma Recursal do Estado de Mato Grosso.

Termos em que, pede e espera deferimento.

Cuiabá/MT, 23 de abril de 2019

Bruna Battistella Luciana Luiza Freitas de Almeida


OAB/MT 16.839 OAB/MT 21.195

Talitha Laila Ribeiro de Lima


OAB/MT 14.887
RAZÕES DO RECURSO INOMINADO

Processo nº. 8022286-17.2018.811.0002


Origem: Juizado Especial do Cristo Rei da Comarca de Várzea Grande-MT
Recorrente: Sociedade Hospitalar Nossa Senhora da Guia – Ltda.
Recorrida: Camila Andreia Pedroso

EGRÉGIA TURMA RECURSAL


INCLÍTOS JULGADORES!

Em que pese a reconhecida cultura do eminente Juízo de origem e a proficiência com


que o mesmo se desincumbe do mister judicante, há de ser reformada, não merecendo o beneplácito
da sobrevivência, pois não analisou, escorreitamente a prova documental constante dos autos, o que
gerou desacerto sentencia, ao condenar a Recorrente ao pagamento de R$ 3.000,00 (três mil reais),
à titulo de indenização por danos morais, devendo ser reformada, como flui da fundamentação
seguinte:

1. SÍNTESE DA DEMANDA

Informa a Recorrida que é segurada do plano de saúde junto a UNIMED


CUIABÁ.

Afirma que em 14 de maio de 2018, esteve em atendimento médico nas


dependências da Recorrente.

Aduz que após o mencionado atendimento médico prestado, foi cobrada pelos
referidos serviços e medicamentos, com a justificativa de que o plano de saúde não cobriu os serviços
médicos e medicamentos.

Sustenta que realizou o pagamento dos mencionados serviços e demais


medicamentos, no total de R$ 540,00 (quinhentos e quarenta reais).
Não entendendo bem a cobrança realizada pela Recorrente, assim que teve melhora
em sua saúde, procurou pessoalmente seu plano de saúde para saber os motivos que não foram
cobertos os serviços prestados pelo hospital requerido, conforme protocolo de atendimento anexo.

Salienta que foi informada pelo seu plano de saúde que, todos os serviços e
medicamentos ministrados pelo hospital em 14 de maio de 2018, foram devidamente autorizados.

Narra que depois de muitas discussões, a Recorrente comunicou que iria averiguar
o caso e ressarcir o valor descontado em até 10 dias.

Ainda volta a narrar que após o prazo estipulado, o hospital entregou um cheque
nominal do valor correspondente aos serviços e medicamentos por ela pagos indevidamente.

Por fim, Requereu a condenação da Recorrente e a devolução em dobro de todo


montante pago indevidamente e aos danos morais

Quando da realização da audiência de conciliação, a mesma restou prejudicada,


tendo a parte Recorrida pugnado pelo julgamento antecipado da lide (impugnação a contestação).

No entanto, apensar da ausência de provas acerca da supostas discussões e


consequente demora para a devolução da quantia, bem como suposto dano sofrido pela
Recorrida, ainda assim a Recorrente foi condenada ao pagamento de indenização por danos
morais, pelo que a sentença objurgada não merece prosperar, devendo ser cassada,

2. DOS TERMOS DA SENTENÇA GUERREADA

Ao proferir a r. Sentença, o MM. Juiz de 1º Grau decidiu que:

“(...)

Da preliminar. De ilegitimidade passiva ad causam. Alega a parte Requerida ser ilegítima


para configurar no polo passivo, haja vista que o reembolso tem que ser requerido perante
o plano de saúde UNIMED Cuiabá.

Pois muito bem, ressalto que a Requerente somente sob do recebimento por duas vez
referente ao procedimento contido da autorização, tendo em vista que diligenciou até o
plano de saúde e assim sob que a Requerida recebeu de forma indevida.

Dessa forma concordou em restituir o montante recebido para a Requerente, através da


emissão do cheque, logo incabível a ilegitimidade passiva.

Não havendo mais preliminares, passo ao julgamento antecipado da lide.


Examinando o conjunto fático probatório apresentado, observo que de fato foi
autorizado o procedimento o qual foi realizado na Requerente, conforme consta da
guia de procedimento, anexo.

Apesar disso consta dos autos que mesmo autorizado a Requerente teve que
efetivar pelo pagamento no valor de R$ 540,00 (quinhentos e quarenta reais), haja
vista que foi informada que o plano de saúde não lhe havia autorizado.

No entanto consta dos autos que a Requerente ao diligenciar até o seu plano de saúde
UNIMED Cuiabá, senha anexa, descobriu que na verdade houve a autorização, e com isso
a Requerida recebeu os valores pagos de forma indevida, fato este em que a Requerida
reconheceu o erro indevidamente pago e restituiu o referido valor para a Requerente,
mediante a emissão do cheque, anexo com a exordial, mov. 1.

Destarte, constando dos autos que a parte Requerida efetivou a devolução dos valores
pagos a Requerente, com a emissão do cheque o qual foi acostado com a inicial,
reconhecendo que recebeu de forma indevida, entendo ao caso presente ser cabível a
Requerente a indenização por danos morais, haja vista ter passado por
constrangimentos ao efetivar o pagamento do procedimento, mesmo sendo
possuidora do plano de saúde.

Portanto, neste caso comprovado está que a Requerente pagou pelo procedimento
o qual foi autorizado pelo plano de saúde, logo cabível a indenização pelos danos
morais sofridos por ter sido enganada pela Requerida, que recebeu por duas vezes
tanto do plano de saúde como pela própria Requerente, recebendo de forma
indevida.

Assim neste contexto, destaca-se o dever de indenizar os danos morais, provados no caso
concreto.

Dessa forma, se de um lado o Código Civil impõe àquele que, por ato ilícito, causar dano
a outrem, a obrigação de repará-lo (artigo 927), assevera, também, que o valor da
indenização se mede pela extensão do dano (artigo 944).

De tal modo, no que concerne a fixação do valor que corresponda a justa indenização pelo
dano de natureza moral, aprecio na causa, as circunstâncias que a doutrina e
jurisprudência determinam observar para arbitramento, quais sejam, a condição
educacional, econômica e profissional da lesada, a intensidade de seu sofrimento, o grau
de culpa ou dolo do ofensor, a sua situação econômica e os benefícios advindos do ato
lesivo, bem como a extensão do dano.

No caso, esses elementos me autorizam a fixar a indenização dos danos morais em R$


3.000,00 (três mil reais), quantia essa que atende aos critérios da razoabilidade e
proporcionalidade e, ainda, não caracteriza o enriquecimento indevido da parte autora,
refletindo no patrimônio do ofensor de modo a evitar a reiteração da prática ilícita.

(...)

3. PRELIMINARMENTE
3.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA DA RECORRENTE SOCIEDADE HOSPITALAR NOSSA
SENHORA DA GUIA LTDA

Julgadores, a Recorrente apenas e tão somente atende os conveniados da UNIMED


CUIABÁ, não havendo qualquer participação quanto a pagamentos, recebimentos, contratação, lista
de conveniados, seus dependentes e agregados, pelo que, não cometeu qualquer ilícito, sendo
ilegítima para figurar no polo passivo da presente demanda e, responder aos supostos danos
causados a Recorrida.

Ademais é notório que no ato atendimento, o cliente/segurado entrega a denominada


carteirinha do convenio ao atendente e via sistema, solicita autorização para os procedimentos a
serem realizados na unidade hospitalar.

Assim, a responsabilidade pela autorização é do convenio, ou seja, os funcionários


das unidades de saúde, apenas e tão somente incluem no sistema da própria operadora a solicitação
de exames, procedimentos, etc.

O artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor dispõe que:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de


culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor
dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes,
entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
(GRIFAMOS).

Como se pode verificar no dispositivo supra citado, o fornecedor de serviços NÃO


será responsável quando a culpa for exclusiva de terceiro, situação em que se configura a ora
contestante.

A responsabilidade da Recorrente se limita a atender os conveniados da UNIMED


CUIABÁ, com todo zelo e presteza, fato que ocorreu no presente caso.
ADEMAIS, CONFORME SE DEPREENDE DA PRÓPRIA INICIAL, A RECORRIDA,
FOI DEVIDAMENTE ATENDIDA QUANDO REALIZOU O PAGAMENTO DE FORMA PARTICULAR,
OU SEJA, A DEMORA NA AUTORIZAÇÃO PARA O ATENDIMENTO FOI EXCLUSIVAMENTE DA
UNIMED CUIABÁ, NÃO TENDO A RECORRENTE QUALQUER RESPONSABILIDADE SOBRE A
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO.

O CDC expressamente exclui de tal responsabilidade, quando a culpa é exclusiva de


terceiro, sendo que a requerida não se encaixa em nenhuma das previsões elencadas pela legislação
pertinente.

E, no caso vertente, o terceiro é perfeitamente identificável, qual seja, UNIMED


CUIABÁ, a mais famosa operadora de planos de saúde do Estado de Mato Grosso.

Logo, sendo possível a identificação do terceiro, pontuasse que a presente demanda


não deveria ter sido manejada contra esta requerida.

É pacifico na doutrina que a ora Recorrente, não integra a relação jurídica material,
dessa forma não é responsável pelos danos sofridos pela autora, carecendo, portanto de legitimidade
para integrar a lide.

Assim, também tem sido o entendimento desta Egrégia Turma Recursal, vejamos:

EMENTA RECURSO INOMINADO. COBRANÇA DE HONORÁRIOS MÉDICOS.


PLANO DE SAÚDE QUE DEMONSTROU TER REALIZADO O REPASSE AO
PROFISSIONAL. COBRANÇA FEITA DIRETAMENTE PELO MÉDICO AO
PACIENTE. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO HOSPITAL E DA OPERADORA DO
PLANO DE SAÚDE. SENTENÇA MANTIDA. Restando comprovado nos autos que
a cobrança reputada indevida foi realizada diretamente pelo médico ao paciente,
configura-se a ilegitimidade passiva da operadora de plano de saúde e do hospital
a ela conveniado, mormente porque demonstraram que cumpriram sua parte na
avença, repassando ao médico os valores que lhe eram devidos. Recurso não
provido. VOTO Egrégia Turma: A sentença elaborada pelo juiz leigo e
homologada pelo juiz togado analisou com percuciência as alegações das partes
e as provas constantes nos autos aplicando o direito com justeza. Assim, a
sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos. Para melhor
compreensão, transcrevo excertos do decisum: Cuida-se de ação de indenização
por danos morais, proposta por Alan Fábio Tavares da Silva em face de Unimed
Cuiabá e Hospital Jardim Cuiabá, diante de suposta falha quanto à prestação dos
serviços.[...]Sustenta o autor que, em 16/05/2015, após sofrer um acidente de
moto, fora levado ao Pronto Socorro de Várzea Grande. Aduz que, posteriormente,
dirigiu-se ao Hospital Requerido, para fazer alguns exames complementares.Com
efeito, em decorrência da gravidade de seus ferimentos, o requerente necessitou
ser hospitalizado, em regime de internação, pelo período de onze dias. Apesar de
possuir plano de saúde da primeira requerida, o autor, em 17/05/2015, fora
compelido a realizar o pagamento de R$ 300,00 (trezentos reais), ao Dr. Carlos
Rodrigo B. Siqueira, em decorrência de consulta realizada. Pois bem. Consigno
cuidar-se de relação de consumo. As condições maiores para a produção
probatória, neste caso, estão com os reclamados; portanto, patente a
hipossuficiência da parte reclamante e, por este motivo, aplica-se a inversão do
ônus da prova elencada no art. 6º, inciso VIII, do CDC, com o fito de proporcionar
equilíbrio na relação processual. Incumbe aos reclamados provar a veracidade de
seus alegados, na qualidade de fornecedores de serviços, seja em razão da
inversão do ônus da prova, seja porque as suas assertivas são fato extintivo de
direito, nos termos do art. 373, inciso II, do CPC. Quando da realização da
audiência de Instrução e Julgamento, restaram evidenciados os fatos aventados
pelo autor, mormente após a oitiva das partes e suas testemunhas. Contudo, por
meio dos documentos carreados aos autos pelo segundo requerido (evento 26),
nota-se que houve repasse, pelo hospital, dos valores referentes à consulta
adimplida pelo requerente. A responsabilidade dos reclamados como
fornecedores de serviços é objetiva, nos termos do art. 14, do CDC, que assim
dispõe: ?O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos?. Tal responsabilidade é afastada apenas
quando comprovado que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste, ou que a
culpa é exclusiva do consumidor, ou de terceiro (§ 3º, inc. I e II, do art. 14, do
CDC). In casu, tem-se que a consulta do autor fora paga em duplicidade ao
profissional de saúde. Em razão da existência de comissão técnica mantida entre
o Hospital Jardim Cuiabá e a empresa UNIMED, estabeleceu-se que o pagamento
dos honorários por serviços prestados pelos cirurgiões Bucomaxilofaciais seria
efetuado conforme tabela CBHPM (evento 26).Desta forma, houve
liberação/repasse dos valores relativos à consulta do requerente por ambas as
partes requeridas. No entanto, o profissional de saúde, Dr. Carlos Rodrigo B.
Siqueira, efetuou nova cobrança de seus honorários diretamente ao requerente.O
profissional responsável pela cobrança ora discutida (Dr. Carlos Rodrigo B.
Siqueira), não possui qualquer vínculo com os requeridos, mormente por se tratar
de médico dentista (CRO 3672).O artigo 485, inciso VI, do Código de Processo
Civil, dispõe que: Art. 485 ? O juiz não resolverá o mérito quando:(...)VI ? verificar
ausência de legitimidade ou de interesse processual. Diante do exposto,
reconheço a ILEGITIMIDADE PASSIVA dos reclamados, julgando EXTINTO o
feito sem resolução de mérito, nos moldes do artigo 485, VI, do Código de
Processo Civil. Ante o exposto, nego provimento ao recurso. Arcará o recorrente
com as custas processuais e honorários advocatícios que fixo em 10% sobre o
valor da causa, ficando suspensa a exigibilidade enquanto perdurar a
impossibilidade de custeio das despesas do processo, tendo como limite temporal
a ocorrência da prescrição. É como voto. NELSON DORIGATTI Juiz de Direito –
Relator (Procedimento do Juizado Especial Cível 548015520158110001/2016, ,
Turma Recursal Única, Julgado em 02/08/2016, Publicado no DJE 02/08/2016)
Portanto, resta evidente que a parte legítima para figurar no polo passivo da presente
demanda é única e tão somente a UNIMED CUIABÁ.

Ante o exposto, requer se digne esta Egrégia Turma Recursal, nos termos do artigo
330, II, c/c o artigo 485, VI, ambos do Código de Processo Civil, e art. 14, §3° II do Código de Defesa
do Consumidor, julgando, por conseguinte, extinto o presente feito, sem julgamento do mérito para
esta, por não concorrer à legitimidade de parte passiva como uma das condições da ação.

3.2. DA FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL

A Recorrida é carecedora da presente Ação por falta de interesse processual,


considerando que não houve qualquer dano a mesma por parte da Recorrente, conforme manuseio
da própria exordial, vez que não estão demonstrados tais resquícios.

Sabe-se que existe o interesse processual quando a parte tem necessidade de ir a


juízo para alcançar a tutela jurisdicional pretendida, mas ainda, sobretudo, que essa tutela jurisdicional
possa trazer-lhe alguma utilidade do ponto de vista prático, contudo respeitando o binômio interesse
- adequação.

Não tem interesse de mover toda a máquina judiciária quando ao menos houve lesão
a seu direito. Não tem interesse de mover toda a máquina judiciária quando ao menos houve lesão a
seu direito, uma vez que a Recorrida NÃO demonstrou qualquer dano sofrido em razão do
suposto para-brisa quebrado.

Hodiernamente, a responsabilidade civil visa à restauração de um equilíbrio moral e


patrimonial desfeito e à redistribuição da riqueza de conformidade com os ditames da justiça,
tutelando a pertinência de um bem, com todas as suas utilidades, presentes e futuras, a um sujeito
determinado.

A fonte geradora da responsabilidade civil é o interesse em restabelecer o equilíbrio


violado pelo dano, portando, se não houve dano violado, não há interesse processual.

Desta sorte, não há o que se falar em danos morais, não havendo então interesse
processual assegurado a requerente, não cabe a este exigir reparação de dano que nem sequer
existiu, devendo então a presente Ação ser extinta sem o julgamento de mérito nos termos do disposto
nos artigos 485 VI c/c 330, III do Código de Processo Civil.

4. DAS RAZÕES DA REFORMA


Colenda Turma Recursal, analisando as fundamentações e conclusões da r.
sentença, vislumbra-se que não foram analisados todos os elementos jurídicos que compõem a lide,
principalmente os argumentos, circunstâncias e documentos aduzidos e demonstrados na
contestação.

Denota-se pelos documentos acostado a peça de defesa (evento 14), pela simples
análise dos documentos - DOC.01 - resta comprovado que a solicitação dos serviços médicos foi
realizada em 14/05/2018 às 14:09 horas, quando da chegada da autora no hospital.

Que apesar da solicitação de autorização para a realização dos serviços médicos, ter
sido efetuada como URGÊNCIA, a UNIMED CUIABÁ não autorizou de imediato, informando
que a citada autorização seria encaminhada para AUDITORIA e posterior liberação.

Diante do fato, a Recorrida foi informada pelos atendentes do Hospital


Recorrente acerca da demora para liberação, bem como para que aguardasse a autorização da
UNIMED CUIABÁ.

Porém, a Recorrida optou por NÃO aguardar a autorização da UNIMED CUIABÁ,


realizando o pagamento de forma particular para que pudesse utilizar dos serviços médicos.

Tal afirmativa se torna verdadeira ao passo que a Recorrida formaliza declaração de


próprio punho (doc. Anexo a exordial “Conta Hospitalar e Comprovante de Pagamento”) esclarecendo
que a UNIMED ainda não havia autorizado o procedimento médico e por isso decidiu realizar o
pagamento de forma particular, vejamos:

Diante do Ocorrido a Recorrida fora orientada, pela Recorrente a buscar


esclarecimentos junto a UNIMED acerca da não liberação do procedimento, tendo assim o feito em
dia e horário não comprovado.
Restou ainda provado, através do documento nº 02 (anexo a Contestação), que a
autorização para a realização dos serviços médicos em favor da Recorrida foi liberada/concedida pela
UNIMED CUIABÁ somente após quase 10:00 HORAS da emissão do pedido de autorização,
conforme abaixo se comprova.

Destarte, diante das provas colacionadas e, ao contrário do relatório sentencial, a


Recorrida pagou pelo procedimento ANTES DO MESMO TER SIDO AUTORIZADO PELO SEU
PLANO DE SAÚDE (NOS TERMO DA DECLARAÇÃO ACIMA COLACIONADA) E, NÃO AO
CONTRÁRIO, vez que a solicitação se deu as 14:09 e a liberação se deu após quase 10:00 HORAS
da emissão do pedido de autorização.

Ora Doutos Julgadores, resta contraditória a afirmação de que o Hospital


Recorrente recebeu por procedimento que já havia sido autorizado, vez que a própria Recorrida
declara de próprio punho que só pagou pelo procedimento porque a UNIMED
ainda não havia autorizado a realização do mesmo, o qual se deu as 15:37
horas, conforme documento anexo a petição inicial, vejamos:
Diante da ordem cronológica e correta dos fatos (1º a solicitação de liberação do
procedimento às 14:23 horas; 2º Pagamento do procedimento às 15:37 Horas; 3º Liberação do
procedimento pelo plano às 00:00 horas) não há o que se falar em cobrança indevida por parte
do hospital Recorrente e, muito menos, que a Recorrida foi enganada por este (fato não
comprovado), não sendo cabível a indenização por danos morais, haja vista que a mesma não
passou por constrangimento, já que NÃO pagou por procedimento previamente autorizado
pelo seu plano de saúde, fato este exaustivamente relatado em linhas alhures e corroborado
pelos documentos anexos a peça de defesa.

Ainda, inexiste prova acerca das supostas discussões e consequente demora para a
devolução da quantia paga pela Recorrida, diga-se de passagem, é ônus de quem alega, não tendo
assim a mesma colacionado qualquer documento ou ao menos, pugnado pela realização de audiência
de Instrução para comprovar tais alegação.

Ademais, não há evidencias de que a SUPOSTA demora na restituição do valor


pago, QUE FORA DE APENAS 07 (SETE) DIAS (14/05/2018 data do procedimento e dia
21/05/2018 data da restituição), tenha causado maiores transtornos à parte Recorrida, cujos
quais não ultrapassam a linha do mero dissabor.

Na hipótese vertente, ainda que os fatos relatados pela Recorrida tenham lhe
causado dissabores, não têm estes a extensão suficiente para caracterizar o dano moral.

Nestes termos, NÃO é devida indenização por danos morais quando não se verifica,
no caso concreto, a ocorrência de abalo na reputação da parte Recorrida perante terceiros, vexame,
humilhação, dor ou sofrimento, mas apenas mero dissabor.

Por se tratar, o caso em comento, de fato constitutivo de seu direito, cabe ao autor
comprovar estes elementos, por determinação do Código de Processo Civil, mais precisamente no
art. 373, I, que estabelece:

“Art. 373. O ônus da prova incumbe:


I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
(...)”

Assim, não se verifica a presença do requisito que autoriza o deferimento do pleito


indenizatório, havendo necessidade de demonstração de lesão ao patrimônio moral, que dê ensejo à
responsabilização civil da Recorrente, o que NÃO restou provado no decorrer de toda a instrução
processual.
Nesse aspecto, ainda que recaia ao caso, a aplicação do CDC, não se mostra
razoável a responsabilização objetiva da Recorrente restando necessária a real comprovação do
dano, o que não ocorreu.

Ausente o prejuízo concreto, não há que se falar em indenização, inexistindo ato


ilícito, de plano, deverá ser afastado a imputação ao ressarcimento a de indenização por dano moral
arbitrado em desfavor da Recorrente.

5. DO PEDIDO ALTERNATIVO – DA MINORAÇÃO DO VALOR DA CONDENAÇÃO:

Ad argumentandum tantum, na remota hipótese dessa Colenda Turma Recursal


Única entender que é cabível a condenação da empresa Recorrente ao pagamento de indenização
por danos morais, requer-se, desde já que, pelo menos, seja dado PROVIMENTO ao presente
Recurso, no sentido de minorar o valor fixado à título de indenização por danos morais, para se evitar
o enriquecimento sem causa da Recorrida, já que nos autos sequer a prova do dano alegado.

Diante disso, requer-se, alternativamente, a MINORAÇÃO do valor de R$ 3.000,00


(três mil reais) fixado na sentença de 1º grau, a título de indenização por danos morais, para quantia
que não corresponda ao enriquecimento sem causa da Recorrida, pois, o valor outrora fixado é
visivelmente excessivo, ao se considerar as nuances deste caso concreto, conforme explicitado

6. DOS REQUERIMENTOS FINAIS

EX POSITIS, pelos motivos fáticos e de direito aqui demonstrados, requer-se a essa


Colenda Turma Recursal Única que reexamine a matéria e dê PROVIMENTO ao presente
Recurso Inominado, pugnando inicialmente pelo acolhimento das preliminares sustidas, no mérito
seja afastada, excluída a condenação imposta a Recorrente ao pagamento do valor de R$ 3.000,00
(três mil reais) a título de indenização por danos morais, como forma de aplicação da mais lídima
JUSTIÇA.

Requer-se ainda, alternativamente, seja, pelo menos dado PROVIMENTO ao


presente Recurso, no sentido de MINORAR o valor fixado pelo MM. Juiz de 1º Grau, à título de
indenização por danos morais, para quantia eu não importe em enriquecimento sem causa da
Recorrida, por tudo fora exposto nessa via recursal.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Cuiabá/MT, 23 de abril de 2019.

Bruna Battistella Talitha Laila Ribeiro Lima


OAB/MT 16.839 OAB/MT 14.887

Luciana Luiza Freitas de Almeida


OAB/MT 21.195

Das könnte Ihnen auch gefallen