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RECURSO INOMINADO
o que faz alicerçada no art. 41 e seguiste da Lei dos Juizados Especiais (Lei nº. 9.099/95), em virtude
dos argumentos fáticos e de direito, expostas nas RAZÕES ora acostadas.
Outrossim, ex vi legis, solicita que Vossa Excelência declare os efeitos com que
recebe o recurso evidenciado, determinando, de logo, que a Recorrida se manifeste acerca do
presente e, depois de cumpridas as formalidades legais, seja ordenada a remessa destes autos, com
as Razões do recurso, à Egrégia Turma Recursal do Estado de Mato Grosso.
1. SÍNTESE DA DEMANDA
Aduz que após o mencionado atendimento médico prestado, foi cobrada pelos
referidos serviços e medicamentos, com a justificativa de que o plano de saúde não cobriu os serviços
médicos e medicamentos.
Salienta que foi informada pelo seu plano de saúde que, todos os serviços e
medicamentos ministrados pelo hospital em 14 de maio de 2018, foram devidamente autorizados.
Narra que depois de muitas discussões, a Recorrente comunicou que iria averiguar
o caso e ressarcir o valor descontado em até 10 dias.
Ainda volta a narrar que após o prazo estipulado, o hospital entregou um cheque
nominal do valor correspondente aos serviços e medicamentos por ela pagos indevidamente.
“(...)
Pois muito bem, ressalto que a Requerente somente sob do recebimento por duas vez
referente ao procedimento contido da autorização, tendo em vista que diligenciou até o
plano de saúde e assim sob que a Requerida recebeu de forma indevida.
Apesar disso consta dos autos que mesmo autorizado a Requerente teve que
efetivar pelo pagamento no valor de R$ 540,00 (quinhentos e quarenta reais), haja
vista que foi informada que o plano de saúde não lhe havia autorizado.
No entanto consta dos autos que a Requerente ao diligenciar até o seu plano de saúde
UNIMED Cuiabá, senha anexa, descobriu que na verdade houve a autorização, e com isso
a Requerida recebeu os valores pagos de forma indevida, fato este em que a Requerida
reconheceu o erro indevidamente pago e restituiu o referido valor para a Requerente,
mediante a emissão do cheque, anexo com a exordial, mov. 1.
Destarte, constando dos autos que a parte Requerida efetivou a devolução dos valores
pagos a Requerente, com a emissão do cheque o qual foi acostado com a inicial,
reconhecendo que recebeu de forma indevida, entendo ao caso presente ser cabível a
Requerente a indenização por danos morais, haja vista ter passado por
constrangimentos ao efetivar o pagamento do procedimento, mesmo sendo
possuidora do plano de saúde.
Portanto, neste caso comprovado está que a Requerente pagou pelo procedimento
o qual foi autorizado pelo plano de saúde, logo cabível a indenização pelos danos
morais sofridos por ter sido enganada pela Requerida, que recebeu por duas vezes
tanto do plano de saúde como pela própria Requerente, recebendo de forma
indevida.
Assim neste contexto, destaca-se o dever de indenizar os danos morais, provados no caso
concreto.
Dessa forma, se de um lado o Código Civil impõe àquele que, por ato ilícito, causar dano
a outrem, a obrigação de repará-lo (artigo 927), assevera, também, que o valor da
indenização se mede pela extensão do dano (artigo 944).
De tal modo, no que concerne a fixação do valor que corresponda a justa indenização pelo
dano de natureza moral, aprecio na causa, as circunstâncias que a doutrina e
jurisprudência determinam observar para arbitramento, quais sejam, a condição
educacional, econômica e profissional da lesada, a intensidade de seu sofrimento, o grau
de culpa ou dolo do ofensor, a sua situação econômica e os benefícios advindos do ato
lesivo, bem como a extensão do dano.
(...)
3. PRELIMINARMENTE
3.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA DA RECORRENTE SOCIEDADE HOSPITALAR NOSSA
SENHORA DA GUIA LTDA
É pacifico na doutrina que a ora Recorrente, não integra a relação jurídica material,
dessa forma não é responsável pelos danos sofridos pela autora, carecendo, portanto de legitimidade
para integrar a lide.
Assim, também tem sido o entendimento desta Egrégia Turma Recursal, vejamos:
Ante o exposto, requer se digne esta Egrégia Turma Recursal, nos termos do artigo
330, II, c/c o artigo 485, VI, ambos do Código de Processo Civil, e art. 14, §3° II do Código de Defesa
do Consumidor, julgando, por conseguinte, extinto o presente feito, sem julgamento do mérito para
esta, por não concorrer à legitimidade de parte passiva como uma das condições da ação.
Não tem interesse de mover toda a máquina judiciária quando ao menos houve lesão
a seu direito. Não tem interesse de mover toda a máquina judiciária quando ao menos houve lesão a
seu direito, uma vez que a Recorrida NÃO demonstrou qualquer dano sofrido em razão do
suposto para-brisa quebrado.
Desta sorte, não há o que se falar em danos morais, não havendo então interesse
processual assegurado a requerente, não cabe a este exigir reparação de dano que nem sequer
existiu, devendo então a presente Ação ser extinta sem o julgamento de mérito nos termos do disposto
nos artigos 485 VI c/c 330, III do Código de Processo Civil.
Denota-se pelos documentos acostado a peça de defesa (evento 14), pela simples
análise dos documentos - DOC.01 - resta comprovado que a solicitação dos serviços médicos foi
realizada em 14/05/2018 às 14:09 horas, quando da chegada da autora no hospital.
Que apesar da solicitação de autorização para a realização dos serviços médicos, ter
sido efetuada como URGÊNCIA, a UNIMED CUIABÁ não autorizou de imediato, informando
que a citada autorização seria encaminhada para AUDITORIA e posterior liberação.
Ainda, inexiste prova acerca das supostas discussões e consequente demora para a
devolução da quantia paga pela Recorrida, diga-se de passagem, é ônus de quem alega, não tendo
assim a mesma colacionado qualquer documento ou ao menos, pugnado pela realização de audiência
de Instrução para comprovar tais alegação.
Na hipótese vertente, ainda que os fatos relatados pela Recorrida tenham lhe
causado dissabores, não têm estes a extensão suficiente para caracterizar o dano moral.
Nestes termos, NÃO é devida indenização por danos morais quando não se verifica,
no caso concreto, a ocorrência de abalo na reputação da parte Recorrida perante terceiros, vexame,
humilhação, dor ou sofrimento, mas apenas mero dissabor.
Por se tratar, o caso em comento, de fato constitutivo de seu direito, cabe ao autor
comprovar estes elementos, por determinação do Código de Processo Civil, mais precisamente no
art. 373, I, que estabelece: