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Agosto/Setembro2020
ISSN: 1645-443X - Depósito Legal: 86929/95 Ano L- nº 403
Praça D. Afonso V, nº 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL
TRIGO E JOIO
triunfa? ?Porquê o joio entre nós? A Esperan-
ça definhava.
Mateus escreve o que tinha entendido de
Jesus = Pessoas boas e más são e serão uma
LAICADO DOMINICANO

realidade dentro e fora dos cristãos. E pro-


põe o caminho = aprendam a conviver jun-
tos. E tanto, tanto é possível! Elogiar o que
é bom; colaborar, em vez de competir ou
Quem recebe "o nosso querido jornal" denegrir; mãos e corações unidos em todos
recebe apenas TRIGO, pois os "ceifeiros" - os os campos de fraternidade solidária.
autores dos artigos -trataram da separação. Nesta união humana, Deus continua
Todos esperamos, desejamos que seja par- PRESENTE. No silêncio, aparentemente
tilhado PÃO do bom ="Que bom é o PÃO escondido, como o grão, como o fermento.
que Tu nos dás". Fica-nos a nós, discípulos e colaborado-
Nós, cristãos, sabemos que Jesus Cristo é res, primeiro, paciência com Deus. Ele que
PÃO em CORPO oferecido e em PALA- trabalha com a nossa paciência. Segundo,
VRA acreditada. assumirmos a MISSÃO = semear, semear.
Em Comunidade, celebramos estes dois Todos e cada um somos TRIGO e JOIO.
modos de UM SÓ PÃO na EUCARISTIA. Depende das horas e dos acontecimentos.
Para o PÃO da PALAVRA, é bom ler, Tenhamos cuidado com a tentação e fácil
reler e saborear todo o capítulo 13 do Evan- acusação : maus, errados, menos humanos
gelho segundo São Mateus. São várias pará- são os outros.
bolas, e sempre a PALAVRA DE DEUS. Exploremos um profundo sentimento de
É a semente, é o TRIGO E O JOIO, o TOLERÂNCIA. O que desejamos para nós,
grão de mostarda, o fermento, o tesouro e a fazê-lo e proclamá-lo para os outros. Não se-
pérola. "Felizes os que buscam a PALAVRA jamos homens e mulheres de arrasto, mas
e dela vivem". sim de iniciativa.
O pequeno grão de mostarda - que eu
desconheço - levou-me a imaginação ao que
Mateus nunca terá pensado =o PEQUENI-
NO de Belém, que é EMANUEL, DEUS
CONNOSCO. ?Que há de maior? ?E Quem
é o nosso abrigo, refúgio e descanso?
E o JOIO? perguntavam os discípulos.
Mateus animava uma Comunidade cristã.
Passados mais de 40 anos dos acontecimen-
tos pascais, a Comunidade interrogava-se ?
porquê a Árvore não cresce, o Reino não
Frei João Leite O.P.
Laicado Dominicano Agosto/Setembro2020

UM APOSTOLADO NA COMPANHIA DE DOMINGOS


No sentido mais verdadeiro, ser cristão significa Leitura: Fé com Obras
ser enviado em missão por Cristo e na Sua compa-
nhia. A nossa fé está viva na medida em que as obras Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e preci-
a tornam visível (Tg 2,17-18). As nossas obras missio- sarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes dis-
nárias ou o nosso apostolado é tão só um relaciona- ser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a
mento amoroso entre nós e os outros seres humanos fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao cor-
que reflecte como nos relacionamos amorosamente po, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se
com Deus. O amor retira-nos de nós mesmos para ela não tiver obras, está completamente morta. Mais
ainda: poderá alguém alegar sensatamente: “Tu tens
construir “relações que geram vida”, como disse o
a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé
Papa Francisco numa Mensagem para o Dia Mundial
sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a
das Missões1.
minha fé.”3
O meu apostolado como sindicalista católico é
guiado por uma visão profética da sociedade como
um lugar fraterno que as relações de trabalho explo- Cântico: Saudades da Casa de Deus
radoras e precárias contradizem. O papel dos sindica-
tos é defender os direitos dos trabalhadores pelo bem Como são amáveis as tuas moradas,
comum: um salário justo; descanso e lazer; segurança ó Senhor do universo!
e proteção; a salvaguarda da personalidade, integrida- A minha alma suspira e tem saudades
de e saúde; segurança social para desemprego, doen- dos átrios do Senhor;
ça, acidentes de trabalho, parentalidade, e velhice; e, o meu coração e a minha carne
claro, o direito de formarem sindicatos e de se reu- cantam de alegria ao Deus vivo!
nirem. Os sindicatos promovem a solidariedade e Até os pássaros encontram abrigo
uma opção preferencial pelo elo mais fraco de uma e as andorinhas um ninho, para os seus filhos,
economia que distribui desigualmente a riqueza pro- junto dos teus altares, Senhor do universo,
duzida socialmente. As vidas concretas dos trabalha- meu rei e meu Deus.
dores concretos que cumprem os seus deveres, cuja Felizes os que habitam na tua casa
dignidade é desrespeitada, cujo trabalho é subvalori- e te louvam sem cessar.4
zado, é um campo imenso que aguarda a semente do
Evangelho. Ao longo dos anos, tenho feito exacta-
Oração: Senhor, Deus da Justiça
mente isso como um professor universitário consci-
ente, colaborando com a Liga Operária Católica -
Senhor, Deus da justiça: concede a todos os cris-
Movimento dos Trabalhadores Cristãos em Portugal tãos e especialmente a nós, como pregadores da gra-
e servindo como representante e dirigente do Sindi- ça, a coragem de apoiar aqueles que são esquecidos
cato dos Professores da Região Centro e da Federa- na nossa sociedade e aqueles que trabalham ardua-
ção Nacional de Professores (FENPROF) e, mais re- mente para viver, mas não recebem o suficiente para
centemente, da Confederação Geral dos Trabalhado- viver. Isto pedimos por Cristo, nosso irmão e Se-
res Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-IN).2 nhor. Amen.5

Sérgio Dias Branco,O.P.

.1Papa Francisco, “Mensagem para o para o Dia Mundial das Missões de 2019: ‘Batizados e Enviados: a Igreja de Cristo em Missão
no Mundo’”, 20 Out. 2019, para. 4, http://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/missions/documents/papa-
francesco_20190609_giornata-missionaria2019.html.
. 2Versão atualizada do meu contributo para a Novenna - Mês Missionário Extraordinário (2019) do Conselho Europeu
das Fraternidades Dominicanas (European Council of Lay Dominican Fraternities - ECLDF), originalmente em inglês.
. 3Leitura acrescentada pelo ECLDF: Tg 2,15-18.
. 4Cântico acrescentado pelo ECLDF: Sl 84(83),2-5.
. 5Oração escrita e acrescentada pelo ECLDF.
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Laicado Dominicano Agosto/Setembro2020

MÊS DOMINICANO PARA A PAZ


mia do Covid19, no período compreendido entre 29
de Novembro (1.º Domingo do Advento, que já nos
remete para a celebração do nascimento de Jesus Cris-
to, príncipe da paz) e 1 de Janeiro, dia mundial da
paz.
A guerra com a Rússia e com os separatistas ainda
grassa na região oriental de Donbass desde abril de
2014. No entanto, as pessoas de todo o país sentem
os impactos da guerra. O Centro de S. Martinho de
Porres, em Fastiv, da família dominicana, está na li-
nha da frente no apoio às vítimas do conflito, nomea-
damente a nível espiritual e financeiro, no cuidado de
Como tem acontecido em anos anteriores, a famí- crianças socialmente desfavorecidas: órfãos, crianças
lia dominicana dedica o mês de Dezembro à causa da da rua, crianças doentes e crianças de famílias desfa-
paz. Trata-se de uma iniciativa que já tem algum eco vorecidas.
no terreno, no sentido em que as Eucaristias, as ora- Desde o início das hostilidades no leste da Ucrâ-
ções mais criativas, a produção de obras de arte, a re- nia, já foram adoptadas mais de 220 crianças da zona
colha de fundos para os diversos países, a presença de de combate tendo-lhes sido dado apoio psicológico e
dominicanos faz a diferença. espiritual e a oportunidade de se recuperarem num
Em 2020, os dominicanos dedicarão a sua oração ambiente seguro.
em favor da Ucrânia, no meio da escalada da pande- José Alberto Oliveira, O.P.
(texto traduzido e adaptado da carta do Mestre da Ordem)

FREI MATEUS CARDOSO PERES


Portugal e no estrangeiro, e assumiu vários cargos
institucionais, de que destacamos: prior provincial,
em 3 mandatos; prior conventual; mestre de estudan-
tes; socio do Mestre Geral para a Vida Intelectual
(por isso mesmo vivendo na Cúria, em Roma, e visi-
tando muitos países, nos vários continentes). Mante-
ve uma relação intensa com a Família Dominicana
em Portugal e, é justo destacar, uma presença muito
fraterna e significativa no Mosteiro das Monjas no
Lumiar, em Lisboa. Pregou em inúmeros retiros e
conferências, e chegou a ser presidente da CNIR
(Confederação Nacional dos Institutos Religiosos
Faleceu no passado dia 20 de Julho, no Hospital masculinos – antes da união na CIRP).
de Santa Maria, em Lisboa, o nosso querido A nível teológico, especializou-se em Teologia Mo-
fr.Mateus Peres, com a idade de 87 anos. ral, tendo-se doutorado no Canadá. Leccionou em
Desde há algum tempo que a sua saúde se vinha muitos lugares e, em particular, na Universidade Ca-
deteriorando bastante, pelo que a notícia da sua par- tólica Portuguesa. A sua perspectiva foi sempre a de
tida para Deus, embora muito triste e sempre difícil uma séria e honesta busca da verdade, não deixando
de assumir, não foi completamente inesperada. nunca de dar prioridade ao concreto da pessoa hu-
O fr.Mateus era oriundo de uma família com 9 mana em situação, sem, claro, abandonar a lei moral
irmãos e profundamente cristã. Formou-se em Direi- objectiva e apresentada pela Igreja.
to e entrou depois da Ordem dos Pregadores. A nível
dos dominicanos, viveu em várias comunidades, em Fr.José Nunes,op
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Laicado Dominicano Agosto/Setembro2020

NOTÍCIAS DAS FRATERNIDADES

FRATERNIDADE DE FÁTIMA Este acontecimento foi comunicado à Presidente


Provincial, tendo esta confirmado a eleição de Cremil-
A assembleia de Maria Rebola Rodrigues no cargo de presidente.
da fraternidade O novo Conselho saúda fraternalmente as Fraterni-
elegeu em 27 dades Leigas da Província Portuguesa da Ordem dos
de junho de Pregadores e seus Conselhos e manifesta a sua comu-
2020 o conse- nhão e estima fraterna.
lho para o trié- Entretanto, no passado domingo dia 6 de Setem-
nio 2020/2023 bro, a fraternidade iniciou o ano pastoral 2020/2023
assim constituí- com a presença de 3 novas simpatizantes. O novo con-
do e organiza- selho fez o seu compromisso na eucaristia dominical
do: das 18 horas presidida pelo pároco, antecedida da me-
Presidente: Francisco José Paula dos Santos Piçarra ditação e oração do rosário realizada orientada pela
(confirmado pela presidente provincial); fraternidade também na igreja paroquial. A próxima
Vice-Presidente: Maria Teresa Morgado; reunião será em 12 de outubro.
Formador: Francisco José Paula dos Santos Piçarra (em Entregamo-nos à misericórdia de Deus e à vossa
acumulação); com o compromisso de total dedicação no governo
Secretária: Maria Teresa Morgado (em acumulação) desta fraternidade.
Tesoureira: Maria Filomena Serras Gonçalves Piçarra Pelo conselho,
Cremilde Maria Rebola Rodrigues, op.
O conselho tomou posse em 12 de setembro de
2020 na presença da fraternidade, dando-se início às FRATERNIDADE DO PORTO
reuniões e atividades programadas para o ano pastoral
2020/2021 com particular incidência na celebração No passado dia 18 de Julho a Fraternidade do Por-
dos 800 anos da morte de S. Domingos. to reuniu-se, ao fim de um interregno de 4 meses pro-
O novo Conselho saúda fraternalmente as fraterni- vocado pela pandemia da COVID-19.
dades leigas e a família dominicana em Portugal, mani- Foi celebrada eucaristia presidida pelo promotor,
festando sua comunhão com o Mestre da Ordem dos frei João Leite, e o local escolhido foi o salão do Con-
Pregadores. vento de Cristo-Rei, para que se pudessem cumprir as
Pelo conselho
distâncias de segurança. Em seguida partilhou-se um
Francisco Piçarra, op.
belíssimo lanche no jardim do Convento, e mataram-
.
se as saudades em espaço aberto, para que todos se
FRATERNIDADE DE ESTREMOZ
sentissem confiantes, apesar dos tempos difíceis que
vivemos.
Em 14 de junho
A Fraternidade do Porto planeia retomar as suas
de 2020 a assem-
actividades neste mês de Setembro, reunindo como
bleia da Fraterni-
habitualmente nos terceiros sábados. No entanto, o
dade Leiga de S.
Conselho da Fraternidade está ciente de que a situa-
Domingos de Es-
ção da pandemia, sempre em constante evolução, po-
tremoz elegeu o
derá obrigar a que estes planos tenham de ser suspen-
novo Conselho
sos.
para o triénio Cristina Busto,O.P.
2020/2023 assim
organizado:

Presidente: Cremilde Maria Rebola Rodrigues;


Vice-Presidente: Nilde Fernandes Silva Gomes;
Secretária: Maria Joaquina Babau Mira Ferro;
Tesoureira: Antónia Maria Ferrão Vidal
Formadora: Cremilde Maria Rebola Rodrigues (em
acumulação).
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Laicado Dominicano Agosto/Setembro2020

FRATERNIDADE DE dre Tarcísio; a ladainha foi rezada pelo presidente da


MACEDO DE CAVALEIROS fraternidade, a pedido do celebrante.
No dia 7 repetiu-se de novo o programa, tendo a
Como já é tradição, no dia 8 de Agosto a fraterni- eucaristia sido presidida pelo senhor padre Tarcísio,
dade dominicana de Macedo de Cavaleiros manda auxiliado pelo diácono permanente Norberto. Esta
celebrar missa em honra e louvor de S. Domingos. missa teve como intenção os irmãos leigos já falecidos.
Este ano, ao darmos conhecimento aos senhores pa- No dia 8 celebrou-se missa em Honra de S. Do-
dres, estes propuseram fazer-se um tríduo, apresentan- mingos de Gusmão, presidida pelo senhor padre Edu-
do a fraternidade uma ladaínha e uma oração. A su- ardo Novo, que na homilia fez referências elogiosas a
gestão encheu-nos de alegria! Assim, no dia 5, logo de S. Domingos, à sua ligação a Nª. Senhora do Rosário,
manhã, um quadro com a imagem de S. Domingos a Jesus Cristo, à sua pregação e dedicação à Igreja e ao
foi levado da igreja de S. Pedro, onde se encontra, Cristianismo. Referiu também ser um privilégio para
para a igreja de Santa Maria Mãe da Igreja, por esta esta Unidade Pastoral ter um grupo de leigos que
ser maior e para assim se poderem respeitar os espaços mantém com grande prestígio a Fraternidade Domini-
regulamentares da DGS. O quadro foi colocado num cana, única em toda a Diocese de Bragança Miranda.
cavalete do lado direito do altar, junto da imagem de Durante os três dias do tríduo compareceram nas
Nª. Senhora, ornamentado com flores. cerimónias os leigos da fraternidade disponíveis e
Às 18 horas teve início a reza do terço pelos leigos muitos populares. No dia 8, embora respeitando com
da fraternidade, seguindo-se a eucaristia presidida pe- rigor as marcações nos bancos, a igreja, que é grande,
lo senhor padre João Carlos, responsável pela Unida- estava cheia. Os cânticos estiveram a cargo do côro
de Pastoral da Divina Misericórdia de Macedo de Ca- dos escuteiros de Macedo de Cavaleiros. No final o
valeiros, e concelebrada pelo senhor padre Tarcísio, hino de S. Domingos foi cantado pelos elementos da
Salesiano natural desta terra, onde se encontrava de Fraternidade, com a colaboração do côro.
férias, pois há anos que é professor no convento sale- Nesta altura de pandemia, como presidente desta
siano de Roma. Logo a seguir à homilia o celebrante Fraternidade, fiquei muito contente com esta iniciati-
rezou a ladainha a S. Domingos e no final, antes da va, com os leigos, com o público em geral mas princi-
bênção, rezou a oração. palmente com os senhores Padres, a quem enviei uma
No dia seguinte repetiu-se o programa, tendo presi- nota de agradecimento.
dido à eucaristia o senhor padre Basileu, do convento
de Balsamão e novamente concelebrou o senhor pa- Saudações dominicanas,
Armindo Augusto Geraldes, O.P.
Presidente da Fraternidade

Ó S. Domingos,
Zeloso pregador do evangelho,
que sempre foste sensível diante das misérias alheias,
estende até nós as promessas que fizestes
aos que choravam e passavam por dificuldades,
de ajudar-nos lá dos céus com as tuas preces

Ó Deus,
que fizeste resplandecer a Vossa Igreja
com a obra da pregação de vosso servo S. Domingos,
concedei a todos os homens os bens necessários
para viverem dignamente,
mas sobretudo abundância de bens espirituais.
Amén
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Laicado Dominicano Agosto/Setembro2020

A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO


(Act 1, 14. 2,1- 2) “de repente, ressoou, vindo do céu...” (v. 2).
Refletimos sobre o Espírito Santo, a 3ª Pessoa da Diante do que ouvimos podemos colocar uma
Santíssima Trindade que nos habita desde o Batismo, questão: acreditarei mesmo nesta verdade? Acredito
para melhor O conhecermos e à Sua acão em nós e, que, na minha vida, o Espírito Santo pode realizar
desta forma, deixarmo-nos conduzir por Ele. tudo isto? Se acredito, que me falta ainda?!
Toda a Sagrada Escritura, desde o Génesis até ao
Apocalipse nos comunica os efeitos do Espírito Santo Fixemo-nos nestas condições transcritas no texto:
e Quem Ele é, em nós, se O escutarmos. 1º- Todos unidos pelo mesmo sentimento
No ínicio da Criação, Ele pairava sobre as águas 2º- Entregavam-se assiduamente à oração
(Gn 1, 2); Ele é o Senhor da vida, o sopro de vida, 3º- Com Maria mãe de Jesus
vivificando tudo o que toca, como a vida do homem, 4º- Encontravam-se todos reunidos no mesmo lu-
da natureza e os ossos ressequidos (cf. Gn 2, 7; Ez 47, gar
7-10. 12; Ez 37, 10); envolve-nos e cobre-nos, a fim de 5º- De repente, vindo do céu... um som encheu
não recearmos nada como à Virgem de Nazaré (Lc 1, toda a casa
35); reza em nós (Rm 8, 26-27);ensinando-nos a ado-
rar em espírito e verdade, como o Pai procura (Jo 4, 1º- Todos unidos pelo mesmo sentimento - todos,
23); é o Consolador, defende-nos como advogado, sem excepção, quer dizer, todos os nossos sentimentos
como Jesus nos disse (Mc 13, 11; Jo 14, 16); é Ele devem estar orientados na mesma direção (…).
quem nos lembra todas as coisas que agradam a Deus
e que Jesus nos ensinou (Jo 14, 26); com Ele vivemos 2º- Entregavam-se assiduamente à oração. A ora-
de forma agradável a Deus, do espírito, uma vez que ção dá-nos acesso ao contacto com Deus. Sem ela, não
somos seres espirituais (Rm 8, 14-16); com Ele tudo escutamos o Senhor, não recebemos bem o que Ele
na nossa vida, os sofrimentos e alegrias têm o verda- nos quer dar. A oração é, para a nossa vida espiritual,
deiro sentido de Deus (1 Cor 2, 13); é pela ação do o que o ar e o alimento são para a nossa vida humana.
Espírito Santo que pronunciamos o Nome de Jesus e Assim como precisamos de respirar continuamente e
afirmamos que Ele é o Senhor, e com Ele em nós te- de assiduamente comermos, senão morremos, de igual
mos todos os dons (1 Cor 12, 3. 7-11); Ele purifica e modo, a nossa alma precisa de se entregar assiduamen-
renova-nos (Jo 19, 34); é por meio d´Ele que daremos te ao contacto com Deus(…).
testemunho de Jesus (Jo 15, 26-27); pois Ele nos guiar-
nos-á para a verdade (Jo 16, 13). 3º- Com Maria Mãe de Jesus. A Virgem Mãe é
Como verificamos, a ação do Espírito Santo em uma ótima companhia para a oração e para acolher o
nós é vital, é príncipio e fundamento da nossa fé, da Espírito Santo. Ela, como primeira discípula de Jesus,
nossa vida. Ele é a solução para todas as nossas cir- ensina-nos a rezar, prepara-nos para receber as graças e
cunstâncias terrenas. dons de Deus. Convidê-mo-l´A para os momentos
Nestes textos deparamo-nos com as condições favo- diários de escuta e contemplação do Mestre. Jesus en-
ráveis a esta Ação Divina em nós, como com os após- tregou os seus amigos à Virgem Mãe, a fim de que
tolos. Observemos, então: com Ela presente, recebessem a Força do alto prometi-
Estavam “todos unidos pelo mesmo sentimento, da, o Espírito Santo (...)
entregavam-se assiduamente à oração, (...) com Ma-
ria, Mãe de Jesus” (At 1, 14). E “quando chegou o 4º- Encontravam-se todos reunidos no mesmo lu-
dia de Pentecostes, encontravam-se todos reunidos gar. Eis a grande novidade e surpresa de Deus para
no mesmo lugar” (At 2, 1). nós neste versículo. O Espírito Santo vem quando
Sem dúvida que estas atitudes destas atraem o Espí- cada um está no lugar que lhe compete. É fundamen-
rito Santo, que quer vir e “encher toda a casa onde tal estar no meu lugar na vida concreta.
eles se encontravam” - encher o nosso coração e a
nossa vida. Ele vem, sim, mas vem, como diz o texto, (continua na página seguinte)

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Laicado Dominicano Agosto/Setembro2020

(continuação da página anterior) taremos outras vozes que não a d´Ele. Quando, po-
Isto refere-se a uma atitude interior de estar dispo- rém, estamos disponíveis, Ele vem e enche toda a
nível para escutar a voz do Espírito Santo que nos casa, dando cor, beleza e sentido à nossa vida - um
habita. Ele fala de várias maneiras e formas, como já sopro fresco - à nossa realidade, à nossa família, à
conhecemos, pela brisa suave (1 Rs 19, 12), pelos comunidade onde estamos inseridos, ao mundo.
trovões (Ex 19, 16) ou “por um som comparável ao Vem, de repente, apesar disso, munidos destas con-
de forte rajada de vento” (v.2). Ele fala, acima de tu- dições, sempre O reconheceremos e seguiremos (…).
do, na consciência de cada um de nós. Sabendo-me, Saboreemos esta presença do Espírito Santo em
assim, dependente de Deus para tudo, a minha atitu- nós, deixando-nos conduzir por Ele, a fim de que,
de deve ser esta da atenção de coração - como fazia a sejamos felizes por termos acesso “à árvore da Vida e
Mãe de Jesus - à Voz Espírito Santo (…). a entrar na cidade” eterna, que nos está preparada
desde o príncipio, experimentando o que diz o Apo-
5º- De repente. É assim mesmo, nem antes nem calipse: “o Espírito e a esposa dizem: Vem!” (Ap 22,
depois. O Espírito Santo inspira-nos no momento 14. 17).
presente e de repente. Se estivermos distraídos, escu- Ir. Mª. do Céu Coelho
Aliança de Santa Maria

SÃO DOMINGOS: HOMEM DE DIÁLOGO


′′ Na mesma noite em que foram hospedados na Por isso organizou a sua Ordem de tal modo que fez
cidade mencionada (de Tolosa), o subprior manteve dos capítulos gerais, dando neles voz a pequenos e
com calor e firmeza uma longa disputa com o hos- grandes, o maior órgão de governo; e da democra-
pedeiro da casa, que era herege ". Neste tempo em cia, no melhor sentido dessa palavra (hoje tão des-
que se exige diálogo e entendimento, neste momen- gastada), o estilo próprio dos seus filhos e filhas. E
to em que muitas vezes se abusa da palavra, é mani- estava tão persuadido do valor deste discernimento
pulada, usada e pervertida, Domingos destaca-se comum em fidelidade ao Espírito que aceitou sem
como homem de diálogo autêntico. Um diálogo em maior problema que algumas das suas propostas
que o outro, sua ideia, sua palavra e seu pensamen- fossem negadas pelos capitulares, sendo ele o Fun-
to têm um valor em si mesmo. Um diálogo em que dador e mestre todo um exemplo de humildade e
se procura a verdade e não só ter razão. Essa é a cha- coerência! Saber discutir não é tão comum quanto
ve que distingue uma boa discussão, que faz desfru- acreditamos. O diálogo é uma arte que escasseia. É
tar de uma boa conversa, independentemente dos preciso uma mente aberta para não chegar com pre-
resultados. Não se trata só de transformar o outro, conceitos, uma língua sábia para não danificar com
de convencê-lo, de humilhá-lo até que reconheça ′′ palavras e um coração grande para acolher o que o
você tinha razão ", mas de descobrir na companhia outro também tem de verdade, bondade e beleza.
do outro reflexo dessa verdade que ambos procura-
Monjas dominicanas, Caleruega
mos. Esse foi o motivo que moveu Domingos a ini-
(retirado do jornal In-Formativo,orgão digital de ligação
ciar um diálogo com quem era considerado herege e dos leigos dominicanos da Província Brasileira,
não apenas convertê-lo à fé católica e apostólica. Agosto 2020)
Afastou preconceitos e condenações e dispôs-se a
ouvir, convencido de que um pouco de verdade se
hospeda em cada pessoa, por muito distante que
nos seja. Convencido daquilo que depois diria um
dos seus filhos mais ilustres: Toda Verdade, diga
quem a disser, vem do Espírito Santo. Convencido
de que esta Verdade não é possuída, mas sim desco-
berta e descoberta melhor na companhia do outro.
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Laicado Dominicano Agosto/Setembro2020

LIVRA-NOS DESTE VÍRUS E DE TODOS OS OUTROS


Livra-nos, Senhor, deste vírus, mas também de todos os outros que se escon-
dem dentro dele.
Livra-nos do vírus do pânico disseminado, que em vez de construir sabedoria
nos atira desamparados para o labirinto da angústia.
Livra-nos do vírus do desânimo que nos retira a fortaleza de alma com que
melhor se enfrentam as horas difíceis.
Livra-nos do vírus do pessimismo, pois não nos deixa ver que, se não puder-
mos abrir a porta, temos ainda possibilidade de abrir janelas.
Livra-nos do vírus do isolamento interior que desagrega, pois o mundo conti-
nua a ser uma comunidade viva.
Livra-nos do vírus do individualismo que faz crescer as muralhas, mas explo-
de em nosso redor todas as pontes.
Livra-nos do vírus da comunicação vazia em doses massivas, pois essa se so-
brepõe à verdade das palavras que nos chegam do silêncio.
Livra-nos do vírus da impotência, pois uma das coisas mais urgentes a apren-
der é o poder da nossa vulnerabilidade.
Livra-nos, Senhor, do vírus das noites sem fim, pois não deixas de
recordar que Tu Mesmo nos colocaste como sentinelas da Aurora.

Cardeal D. José Tolentino Mendonça

F I C H A T É C N I C A
Jornal bimensal Administração: Maria do Céu Silva (919506161)
Publicação Periódica nº 119112 / ISSN: 1645-443X Rua Comendador Oliveira e Carmo, 26 2º Dtº
ISSN: 1645-443X 2800– 476 Cova da Piedade
Propriedade: Fraternidades Leigas de São Domingos Endereço: Praça D. Afonso V, nº 86,
Contribuinte: 502 294 833 4150-024 PORTO
Depósito legal: 86929/95 E-mail: laicado@gmail.com
Direcção e Redacção
Cristina Busto Os artigos publicados expressam apenas
a o p i n i ã o d o s s e u s a u t o r e s .
José Alberto Oliveira

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