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1º CADERN

EAPOIO AO ACOLHI
MEN
O
D TO

AS E FLUXOS SOB
S , RO TIN
TA Ç Õ E DADE
O R I E N BILI
LN ERA
C O / VU
D O RIS
A Ó TIC A
Prefeitura do Município de São Paulo

Marta Suplicy
Prefeita do Município de São Paulo

Gonzalo Vecina Neto


Secretário Municipal da Saúde

Fábio Mesquita
Coordenador de Desenvolvimento da Gestão Descentralizada

Márcia Marinho Tubone


Gerente do Projeto Prioritário Acolhimento

Organização

Angela Aparecida Capozzolo


Eunice E. Kishinami Oliveira Pedro
Gilka Eva Rodrigues dos Santos
Márcia Marinho Tubone
Nelson Figueira Júnior

3
Para a melhoria da qualidade da assistência à saúde no
município devemos criar novos instrumentos e tecnologias
que apóiem o processo de organização dos serviços volta-
dos para necessidade da população e não exclusivamente
para a oferta.
Pensar a necessidade é lembrar os princípios do SUS,
é pensar a Integralidade de modo a conhecer a realidade,
identificando prioridades e tendo como base o perfil epi-
demiológico do território e a otimização dos recursos exis-
tentes nos e entre os serviços. É a busca da Universalidade
se traduzindo na organização dos serviços de modo que se
garanta o acesso não só para aqueles que procuram, mas
também para aqueles que mais precisam.
Para isso é preciso utilizar como ferramentas de trabalho
a Equidade e o Acolhimento. O Acolhimento não como
um ato individual mas coletivo, uma estratégia que visa a
ampliação do acesso com abordagem de risco e vulnera-
bilidade, um diálogo construído dentro do serviço com os
profissionais de saúde e com a comunidade fortalecendo
o Conselho Gestor,
Este “1º Caderno de apoio ao Acolhimento : Orientações,
Rotinas e Fluxos sob a ótica de risco e vulnerabilidade”
foi elaborado para apoiar os profissionais de saúde no
atendimento a demanda espontânea nos serviços. É apenas
o primeiro e esperamos que a partir dele, num processo
intenso de discussão, possamos aprimorar o seu conteúdo
contribuindo cada vez mais para a atuação cotidiana dos
profissionais de saúde.

Gonzalo Vecina Neto


Secretário Municipal da Saúde de São Paulo

5
Coordenação:

Márcia Marinho Tubone


- ORIENTAÇÕES, ROTINAS E FLUXOS SOB A
1º CADERNO DE APOIO AO ACOLHIMENTO

Equipe:

Angela Aparecida Capozzolo


ÓTICA DO RISCO / VULNERABILIDADE

Gilka Eva Rodríguez dos Santos


Nelson Figueira Júnior

6
Apresentação
No processo de implementação do Sistema Contém sugestões de fluxogramas assistenciais, ro-
Único de Saúde deparamo-nos com os desafios de tinas e orientações para as queixas e problemas mais
construção de um modelo de atenção que consiga freqüentes que surgem no atendimento à demanda
responder às necessidades de saúde da população, espontânea nas unidades de saúde, de acordo com
garantindo o acesso universal aos serviços e a oferta os ciclos de vida e temas transversais.
de uma atenção integral de boa qualidade e resoluti- O caderno busca destacar as dimensões biológicas,
vidade. subjetivas e sociais no processo saúde-doença, que
Nesse sentido, torna-se de fundamental importância devem ser consideradas na identificação de risco e
a reformulação das práticas de saúde e dos processos vulnerabilidade para a priorização da atenção bem
de trabalho que historicamente constituíram-se em como ações e orientações de prevenção e diagnóstico
um modelo hegemônico dissonantes aos princípios precoce que devem ser oportunizadas pelos pro-
de Universalidade, Integralidade e Equidade do fissionais de saúde no momento do Acolhimento.
SUS. Na Atenção Básica, constata-se processos de Trata-se de um material que deve ser utilizado com
trabalho centrados na oferta de consultas médicas, criatividade, em conjunto com os diversos materiais
com a subutilização da capacidade de assistência dos já publicados pelo Ministério da Saúde, Secretaria
demais profissionais que resultam em dificuldades Estadual e Municipal de Saúde, que orientam e
de parte significativa da população em ser atendida normatizam a atenção aos diferentes ciclos de vida
nas suas intercorrências e problemas de saúde. As e a vigilância à saúde.
regras para a oferta de atenção, encontram-se, em O Acolhimento é fazer e para fazer tem que
geral, distanciadas da necessidade do usuário, que saber. Os profissionais de saúde são os principais
tem o acesso ao atendimento determinado pela protagonistas das ações do acolhimento porque
ordem de chegada, sem uma priorização por risco/ são eles quem recebem o usuário, tem domínio
vulnerabilidade. sobre a produção do cuidado e tomam as decisões.
O Acolhimento surge como uma estratégia para Qualificar a escuta e a capacidade resolutiva destes
promover mudanças na organização do processo de profissionais na atenção ao usuário é um processo
trabalho visando ampliar o acesso à assistência integral. constante e permanente de apropriação e troca de
Propõe uma recepção técnica com escuta qualificada saberes. É imprescindível a existência de espaços
por profissionais da equipe de saúde, para atender nos serviços de saúde para a discussão coletiva de
a demanda espontânea que chega aos serviços, com casos, do processo de trabalho e na adequação das
o objetivo de identificar risco/vulnerabilidade no normas, protocolos e orientações à realidade local,
adoecer e, dessa forma, orientar, priorizar e decidir para o desenvolvimento de seus próprios fluxogramas
sobre os encaminhamentos necessários para a reso- e normas de atendimento.
lução do problema do usuário. Visa potencializar Pretende-se que o material apresentado na edição
o conhecimento técnico e agregar resolutividade deste primeiro caderno sirva de referencial para que
na intervenção dos diversos profissionais de saúde, as equipes de saúde, de acordo com os recursos e
promovendo o vínculo e a responsabilização clínica a realidade local, possam romper com um modelo
e sanitária com os usuários. baseado na oferta e formulem propostas que transfor-
A elaboração deste caderno foi um grande de- mem o cotidiano na construção de um modelo que
safio. A articulação dos diferentes saberes das áreas tenha como eixo o usuário e suas necessidades.
temáticas de SMS, através do Acolhimento, projeto
prioritário da Secretaria Municipal de Saúde de São
Paulo, proporcionou mais um instrumento para
contribuir na melhoria da qualidade da atenção à
saúde. Fundamenta-se na necessidade de fornecer Equipe do Projeto Prioritário Acolhimento
subsídios e apoiar as decisões e ações dos profissionais Secretaria Municipal de Saúde
que realizam o Acolhimento na rede de serviços. São Paulo – 2004

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FLUXOGRAMA DE ACOLHIMENTO

Usuário procura a Unidade

Expediente / balcão verifica


demanda do usuário

O usuário tem consulta ou Não tem consulta agendada e Procura atendimento


grupo agendado quer /necessita atendimento específico: sala de vacina,
curativo, inalação, farmácia,
coleta de exames

Separa o prontuário e Acolhimento


encaminha usuário para Recepção técnica com escuta
o atendimento qualificada Encaminha usuário para
o setor desejado

Profissional de Saúde em atendimento individual:


Escuta a demanda do usuário;
Analisa sua necessidade de atenção;
Identifica risco/ vulnerabilidade (biológico, subjetivo e
social);
Prioriza as ações/atividades

• Orienta e resolve situações previstas


no Caderno de Apoio ao Acolhimento e Retaguarda imediata para casos agudos
demais protocolos;
• Oportuniza ações de prevenção e • Consultas: médica, enfermagem,
diagnóstico precoce; odontológica, social, psicológica e
• Informa sobre atividades outras.
desenvolvidas na unidade; • Procedimentos: aferição de pressão,
• Constrói vinculo; curativos, inalação, imunização,
• Agiliza encaminhamentos medicação, sutura.

Área de abrangência

Sim Não

Consultas de rotina:
médico; enfermagem; Orientação
Matrícula
dentista e outros. Encaminhamento
Agendamento
Grupos educativos seguro com
Visitas domiciliares responsabilização
Vigilância

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ÁREA TEMÁTICA - SAÚDE DA CRIANÇA

Elaboração:
Ana Cecília Silveira Lins Sucupira
Ana Maria Bara Bresolin
Eunice E. Kishinami Oliveira Pedro
Patrícia Pereira de Salve
Sandra Maria Callioli Zuccolotto

Colaboração:
Henriqueta Aparecida Norcia
Nilza Maria Piassi Bertelli
Márcia Freitas
Maria Elisabete J.Raposo Righi
Tânia Jogbi
Naira Regina dos Reis Fazenda
Maria Laura Deorsola

11
SITUAÇÕES DE RISCO grau de vulnerabilidade. Assim, propõe-se até os 2
anos de idade a denominação de criança de baixo
O ciclo da criança compreende um período risco, em vez do termo “criança normal” e crian-
da vida do ser humano onde incidem diferentes ça de alto risco, para aquela que apresenta maior
riscos de adoecer e morrer, conforme o momento vulnerabilidade diante das situações e dos fatores
do processo de crescimento e desenvolvimento e a de risco, como, por exemplo, as que nascem com
inserção social da criança. menos de 2.500 g.

De um modo geral, a vulnerabilidade da criança


aos agravos de saúde é maior nos dois primeiros anos
RISCOS AO NASCIMENTO
de vida, especialmente no primeiro ano, em função 1. Critérios obrigatórios
da imaturidade de alguns sistemas e órgãos (sistema (presença de qualquer um
imunológico, neurológico, motor e outros), que vão dos seguintes critérios):
passar por intenso processo de crescimento.
• Peso ao nascer menor que 2.500g
Além disso, quanto menor a idade da criança, maior
• Morte de irmão menor de 5 anos
a dependência do adulto para os cuidados básicos
com a saúde, a alimentação, a higiene, a estimulação • Internação após a alta materna
e a proteção contra acidentes, entre outros.
Obs: Os recém-nascidos que apresentam defici-
Planejar o atendimento sob o enfoque de risco sig- ências estabelecidas desde o nascimento, doenças
nifica um olhar diferenciado para a criança que está genéticas, neurológicas, malformações múltiplas
exposta a determinadas condições, sejam biológicas, também são consideradas crianças com proble-
ambientais ou sociais – as chamadas situações de risco mas e que necessitam de cuidados diferenciados.
– que a predispõem a uma maior probabilidade de
apresentar problemas de saúde ou mesmo de morrer. 2. Critérios associados (presença
de dois ou mais dos seguintes crité-
Isso significa a necessidade de reconhecer as rios):
situações de risco e de priorizar o atendimento a • Mãe adolescente abaixo de 16 anos
essas crianças, nos serviços de saúde.
• Mãe analfabeta
Priorização da atenção à criança de • Mãe sem suporte familiar
risco
• Mãe proveniente de área social de risco*
A equidade pressupõe atendimento diferenciado • Chefe da família sem fonte de renda
de acordo com as necessidades de cada criança. Dessa
• História de migração da família há menos
forma, devem ser priorizados grupos de crianças que
de 2 anos
apresentem condições ou que estejam em situações
consideradas de maior risco. • Mãe com história de problemas psiquiátri-
Considera-se aqui que todas as crianças vivenciam cos (depressão, psicose)
situações de risco que variam de acordo com o seu • Mãe portadora de deficiência que impossi

12
bilite o cuidado da criança Em todo atendimento à criança, seja programático
ou eventual, é fundamental observar e avaliar:
• Mãe dependente de álcool e/ou drogas

• Criança manifestamente indesejada 1- O aspecto geral da criança e seu estado nu-


tricional;
* Área social de risco- definição de micro-área
2- A presença de sinais que sejam indícios de
homogênea, segundo critério de risco, no processo
violência contra a criança, como hemato-
de territorialização na subprefeirura.
mas, equimoses ou queimaduras e outros.
Na medida em que a criança cresce diminui a Reportar ao fluxo de casos com suspeita de
vulnerabilidade biológica e, na idade escolar, dos violência;
3 aos 10 anos, espera-se uma “calmaria biológica”. 3- As relações que estabelece com o respon-
Entretanto, em determinadas condições de vida, sável/ cuidador (vínculo familiar) e com o
essa tendência evolutiva de redução na incidência profissional;
de agravos se modifica. Isso implica na necessidade 4- As condições da alimentação (disponibili-
de uma mudança de olhar na UBS para as situações dade de alimentos/aceitação);
de risco adquirido, que podem estar presentes em 5- A situação da imunização: atualizar esque-
qualquer idade. ma de vacinação;
6- A freqüência à creche /escola . Socialização
RISCOS ADQUIRIDOS e atividades de lazer;
7- O seguimento em serviços de saúde.
Presença de um dos seguintes
critérios, em qualquer idade: COMPROMISSOS DA UBS : “O
• Desnutrição – abaixo do percentil 3 do que não pode deixar de ser feito”
NCHS* para peso e altura
• Identificação e priorização do atendimento ao
• Maus tratos RN de alto risco;
• Após a segunda internação • Incentivo ao aleitamento materno;
• Verificação dos resultados do teste de triagem
• Desemprego familiar e/ou perda absoluta
neonatal;
de fonte de renda
• Aplicação e orientação sobre as vacinas do es-
• Criança manifestamente indesejada quema básico;
• Criança com 3 ou mais atendimentos e • Atendimento seqüencial do processo de cres-
observação em pronto-socorro em um cimento, segundo cronograma proposto no
período de 3 meses
Caderno Temático da Criança;
• Orientações para uma alimentação saudável;
* National Center of Health Statistics, curva
• Acompanhamento do desenvolvimento da
padrão adotada pela OMS
criança, com ênfase na observação das relações
PROMOÇÃO/ PREVENÇÃO DE familiares e estímulo a um ambiente que propi-
SAÚDE cie interações afetivas.
• Atendimento aos agravos à saúde.

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FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO PARA
PUERICULTURA
(MENOR DE 2 ANOS DE IDADE)

Identificar risco:*
ao nascimento ou
adquirido

Bebê de baixo Bebê de alto


risco risco

Identificar
Identificar queixas
queixas

Não Sim Não Sim

Seguir fluxo da
queixa específica
Orientar vacinação
Aleitamento Consulta de Consulta
materno Enfermagem1 médica
Verificar ganho de
peso
Cuidados gerais

Agendar consulta de Agendar consulta de


rotina de criança rotina de criança de
baixo risco* alto risco*

*
Ver critérios de risco
1
Ver protocolo de Enfermagem: Atenção à Saúde da Criança

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FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS AGUDOS
CRIANÇA MENOR DE 2 MESES DE IDADE

Queixa de coriza e/ou tosse e/ou


obstrução nasal e/ou ronqueira e/ou
canseira no peito

Apresenta
qualquer sinal
geral de perigo? Sinal geral de perigo
• Não consegue beber líquidos ou mamar no
peito ?
• Vomita tudo que ingere ?
• Teve convulsões nas últimas 72 h ?
• Está sonolenta ou com dificuldade para
despertar ?

Não Sim

Apresenta FR 
ou tiragem subcostal
Febre ou hipotermia
(T menor ou igual
a 35,5 °C

Não Sim

Consulta de
Enfermagem Consulta
médica

15
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS AGUDOS
CRIANÇA MAIOR DE 2 MESES DE IDADE

Queixa de coriza e/ou tosse e/


ou obstrução nasal e/ou dor de
garganta e/ou ronqueira e/ou
canseira no peito

Sinais gerais de perigo


Apresenta • Não consegue beber líquidos ou
qualquer sinal mamar no peito ?
geral de perigo? • Vomita tudo que ingere ?
• Teve convulsões nas últimas 72 h?
• Está sonolenta ou com dificuldade para
despertar ?
Não Sim

Apresenta FR  ou
tiragem subcostal ?

Não Sim

Tem febre? Consulta


médica

Não Sim

Febre menos ou
Tem dor ou Febre mais
igual a 5 dias
secreção no de 5 dias
ouvido ? ou tosse
há mais de 15
dias ? Tem dor ou
secreção no ouvido ?
Não Sim ou tosse mais de 15
Consulta médica
dias ?

Não Sim
1
Atendimento de Aux. Enf. ou enfermeira (o)
enfermagem1 Consulta de - Orientações Gerais
2
Enfermagem2 Protocolo de Enfermagem atenção à
Saúde da Criança

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FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE PROBLEMAS CHIADO NO PEITO

Respiração curta e/ou falta


de ar e/ou chiado no peito

Criança menor de 2 meses ou


1º episódio em qualquer idade

Sinal geral de perigo Não Sim


• Não consegue beber líquidos
ou mamar no peito ?
• Vomita tudo que ingere ?
• Teve convulsões nas últimas
72 horas ?
Apresenta sinal de
• Está sonolenta ou com
perigo ?
dificuldade para despertar ?

Não Sim

Consulta médica

Tem febre?

Não Sim

FR 
ou com FR normal e
tiragem sem tiragem
subcostal Consulta médica

Consulta de
Consulta de Enfermagem
Enfermagem

Não melhorou: FR
ou mantém tiragem
Inalação com beta2
conforme receita
anterior
Melhorado: FR
normal e sem Domicílio
tiragem

17
ASPECTOS IMPORTANTES NO
ATENDIMENTO À CRIANÇA ORIENTAÇÕES
COM QUEIXAS RESPIRATÓRIAS
AGUDAS • Tranqüilizar a mãe / família; orientar banho
morno; aumentar a oferta de líquidos e utilizar
1. Identificar a idade (menor ou maior de 2 vestimentas leves.
meses) e seguir o fluxo indicado. • O uso de antitérmicos pode ser recomendado
quando a temperatura for maior de 37,8º C
2. Identificar se a criança apresenta algum sinal Paracetamol: 1 gota / Kg de peso / dose até 4
geral de perigo e seguir o fluxo indicado. x /dia (intervalo mínimo de 4 horas entre as
doses)
3. Se não houver sinal geral de perigo, Dipirona: meia gota / Kg de peso / dose até 4 x
perguntar: / dia, intervalo de 6 horas
(dose máxima por dia: 60 gotas até 6 anos, 120
Há quantos dias tem as queixas? gotas de 6 a 12 anos e 160 gotas para maiores
Tem febre ? Há quantos dias? Medida ou não ? de 12 anos)
Quando não tem febre, a criança brinca e aceita • Procurar a Unidade caso apareça qualquer
a alimentação ? sinal de alerta.
Tem dor de ouvido ?
Tem cansaço ou dificuldade para respirar?
Tem chiado no peito ? 6. DOR DE OUVIDO
Deve ser atendida pelo médico

4. Como avaliar o estado geral / atividade da 7. VÔMITOS


criança: Se sim, quantas vezes?

• Está ativa, brincando – sem gravidade • Mais de 3 vezes em 2 horas – atendimento


• Fica quietinha, caída, apenas durante a febre com enfermeira ou médico
– pode não ter gravidade • Após a alimentação ou acesso de tosse – sem
• Fica prostrada, gemente, sem querer brincar gravidade
mesmo sem febre – sinais de gravidade • Vômito em jato – deve ser atendida pelo
médico
5. PRESENÇA DE FEBRE (definida como T
maior ou igual a 37,5 º C) 8. CHIADO NO PEITO

• Se sim, há quantos dias: < 5 dias, criança em • Se for o primeiro episódio de chiado no peito
bom estado geral, com tendência à melhora - – deve ser atendida pelo médico
possivelmente sem gravidade • Se houver episódios repetidos de chiado no
• Se febre há 5 dias ou mais, criança deve ser peito (sibilância), deve ser avaliada em consulta
vista pelo médico de enfermagem

17a
9. DIFICULDADE PARA RESPIRAR e verificar a presença de tiragem sub-costal
– CANSAÇO NO PEITO • Se FR e / ou tiragem subcostal deve ser
atendida pela enfermeira ou médico
• Contar a freqüência respiratória em 1 minuto

Faixa etária “Respiração rápida” ou freqüência


respiratória aumentada

menores de 2 meses 60 ou mais respirações por minuto


de 2 a 11 meses 50 ou mais respirações por minuto
de 1 a menos de 5 anos 40 ou mais respirações por minuto
de 5 anos ou mais 30 ou mais respirações por minuto

10. TOSSE 12. SINAIS GERAIS DE PERIGO

• < 15 dias – Consulta de Enfermagem • Piora do Estado Geral (letargia ou prostração)


• > 15 dias – Consulta médica • Aparecimento ou piora da febre
• Não consegue ingerir líquidos ou alimentos
11. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA • Presença de dificuldade para respirar
QUEIXAS RESPIRATÓRIAS AGUDAS

• Decúbito elevado
• Dieta fracionada * Para as crianças com Sinais de Perigo, o
• Aumentar a oferta de água, suco de frutas profissional (médico ou enfermeiro) deverá
ou chás para fluidificar a secreção e facilitar sua providenciar as condições para que a criança seja
remoção atendida imediatamente no hospital .
• Lavagem nasal com soro fisiológico
• Nebulização / Inalação Estabelecer contato telefônico com o profissional
da referência e enviar a Ficha de Referência
NÃO DAR XAROPE OU ANTIBIÓTICO explicitando o motivo do encaminhamento.
ORIENTAR SINAIS DE PERIGO E O
RETORNO, CASO NÃO MELHORE APÓS
3 DIAS

17b
FLUXOGRAMA DE
ATENDIMENTO DA DIARRÉIA

Verificar se tem diarréia N°de evacuações,


Duração dos
episódios
Aspecto das fezes
Não Sim

Atendimento de A criança está com diarréia


enfermagem há mais de 14 dias?

Não Sim

Tem sangue
nas fezes ?
Menor de 2 Maior ou igual
meses de idade a 2 meses
Não Sim

Consulta médica
Verificar estado
de hidratação Consulta de Consulta médica
Enfermagem

Sem
desidratação
Desidratação
grave
Desidratação

Atendimento de
enfermagem1
Consulta médica

Plano A Consulta de
Enfermagem

Plano B

18
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO
DE HIDRATAÇÃO

PANO A:TRATAR A DIARRÉIA EM CASA

1.Dar líquidos adicionais à vontade:


SEM DESIDRATAÇÃO
• Amamentar com maior freqüência
Criança ativa, • Dar soro de reidratação oral
Aceitando líquidos • Dar água, chás, caldos, água de arroz,
Turgor de pele normal • Quantidade de líquidos adicionais:
Até 1 ano: 50 a 100 ml após cada evacuação diarréica
1 ano ou mais: 100 a 200 ml após cada evacuação diarréica

2.Continuar a alimentar com a dieta habitual

3.Retornar se apresentar sinais de perigo.

SINAIS DE PERIGO

• Piorar o Estado Geral


• Não conseguir beber líquidos
• Ficar sem urinar por mais de 6-8 horas
• Se a diarréia persistir por mais de 5 dias
• Aparecer sangue nas fezes

PLANO B:TRO NA UNIDADE

1. Quantidade de soro oral nas primeiras 4 horas


DESIDRATAÇÃO DOIS OU
MAIS DESSES SINAIS Peso Soro
<6 200-400
Criança irritada, inquieta
Olhos fundos 6 - < 10 400-700
Bebe avidamente com sede 10 - < 12 700-900
Turgor de pele semipastoso
(Sinal da prega: a pele volta 12-19 900-1400
lentamente ao estado
anterior) Demonstrar para a mãe como dar o soro
Oferecer o soro em pequenos goles com colher
Se vômitos, aguardar 10 min e continuar mais lentamente

2. Continuar a amamentar no peito


3. Reavaliar o estado de hidratação após 4 horas
4. Selecionar o plano adequado para continuar o tratamento

DESIDRATAÇÃO GRAVE – DOIS OU MAIS DESSES SINAIS


Criança letárgica ou inconsciente
Olhos fundos
Não aceita líquidos ou aceita muito mal CONSULTA
Turgor de pelo pastoso – Sinal da prega: a pele volta muito MÉDICA IMEDIATA
lentamente ao estado anterior

19
ASPECTOS IMPORTANTES NA 4. Indicações para encaminhamento para hospital
AVALIAÇÃO DA CRIANÇA COM DIARRÉIA
ENCAMINHAR PARA O
1. Criança abaixo de dois meses deve sempre ser HOSPITAL QUANDO:
avaliada pelo médico.
• A criança não ganhar ou perder peso, após
2. Quando não houver tempo suficiente para as primeiras 2 horas de TRO
acompanhar a TRO na unidade, pode-se • Houver alterações do estado de consciência
iniciar a TRO e terminar a hidratação em casa, (comatosa, letárgica)
exceto nos seguintes casos: • Vômitos persistentes (no mínimo 4 vezes
em 1 hora)
Fatores de risco individual • Íleo paralítico (distensão abdominal)
- Criança menor de 2 meses
- Crianças menores de 1 ano com baixo peso ao 5. Não se recomenda o uso de antiemético,
nascer porque a criança fica sonolenta, o que dificulta a
- Crianças com desnutrição moderada ou grave aceitação do soro oral.

Fatores de risco situacional 6. Não se deve utilizar antidiarréicos e


- Dificuldade de acesso ao hospital antibióticos para diarréia.
- Mãe ou responsável pela criança com
dificuldade de compreensão 7. Orientações para os casos de diarréia
- Criança proveniente de microárea social de risco - Incentivar o aleitamento materno
Nesses casos, encaminhar para hidratação no - Orientar alimentos de fácil digestão, pastosos ou
hospital. líquidos
- Orientar higiene pessoal e dos alimentos
3. Orientações para retornar à unidade de saúde, - Orientar utilizar água filtrada
se ocorrerem sinais de perigo - Orientar o destino adequado dos dejetos
- Orientar o uso da TRO no início dos sintomas
SINAIS DE PERIGO diarréicos

Esclarecer sobre a evolução da diarréia que pode


• Piorar o Estado Geral demorar até 14 dias.
• Não conseguir beber líquidos
• Ficar sem urinar por mais de 6-8 horas
• Se a diarréia persistir por mais de 5 dias
• Aparecer sangue nas fezes

20
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE CONJUNTIVITE

Queixa de
secreção ocular

Secreção clara Secreção purulenta

Consulta de Consulta
Enfermagem médica

Orientações Gerais

• Limpeza freqüente das secreções com água limpa e fria.


• Fazer compressas com água limpa e fria, várias vezes ao dia
• Lavar bem as mãos antes e após qualquer manipulação dos olhos
• Não utilizar água boricada ou outros produtos nos olhos
• Usar toalha separada

21
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
FALTA DE APETITE

Apresenta falta de
apetite há menos
de 1 semana

Não Sim

Bom estado geral


Consulta de
Enfermagem
Sim Não

Apresenta
outras queixas associadas?
Orientações gerais

Consulta médica Febre e/ou


Perda de peso e/ou
Queda no estado geral
Agendamento de
consulta médica Sim Não

Seguir fluxo
das queixas Consulta médica
específicas

Orientações Gerais:

• Verificar quem assume os cuidados e a alimentação da criança


• Tentar identificar eventos que possam diminuir a aceitação alimentar
• Verificar se a dieta é adequada para a idade
• Verificar se a criança substitui a refeição de sal por leite
• Verificar se a criança ingere guloseimas, salgadinhos, refrigerantes nos intervalos das refeições
• Verificar se a criança freqüenta a creche. Pedir relatório da aceitação alimentar.

22
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
DOR ABDOMINAL

DOR ABDOMINAL

É o primeiro
episódio ?

Não Sim

Interfere nas atividades Início há menos de 7


(falta à escola, deixa de dias e febre,
brincar, fica pálida) ou Vômitos,
queda no Estado geral

Não Sim
Não Sim

Atendimento de
enfermagem
Consulta médica
Consulta de
Enfermagem

Agendar consulta
médica

Orientações para a dor abdominal:

• Observar evolução da dor: nº de episódios, desencadeantes, tendência evolutiva e dinâmica


emocional / relações na família e na escola
• Tranqüilizar e apoiar a família
• Orientar massagem local
• Verificar hábito alimentar e hábito intestinal
• Evitar uso de medicamentos

23
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE CEFALÉIA

CEFALÉIA

É o primeiro
episódio ?

Não Sim

Interfere Início há menos de 3


nas atividades (falta à dias e febre,
escola, deixa de brincar, fica ou Vômitos,
pálida) Queda no Estado geral

Não Sim Não Sim

Atendimento de Consulta de Consulta médica


enfermagem Enfermagem

Agendar consulta
médica

Orientações para a cefaléia:

• Observar evolução da dor: nº de episódios, desencadeantes, tendência evolutiva e dinâmica emocional /


relações na família e na escola.
• Tranqüilizar e apoiar a família
• Colocar a criança de repouso, em local tranqüilo, sem muita luminosidade.
• Utilizar analgésicos só se a dor for intensa.

24
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE DOR EM MEMBROS

DOR EM
MEMBROS

É o primeiro
episódio ?

Não Sim

Início há menos de 7
Interfere dias e febre,
nas atividades (falta à ou dificuldade para
escola, deixa de brincar, andar, Queda no
fica pálida) Estado geral

Não Sim Não Sim

Atendimento de Consulta de Consulta médica


enfermagem Enfermagem

Agendar consulta
médica

Orientações gerais para dor em membros:

• Observar evolução da dor: nº de episódios, desencadeantes, tendência evolutiva e dinâmica


emocional / relações na família e na escola
• Tranqüilizar e apoiar a família
• Orientar massagem local
• Evitar uso de medicamentos

25
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
QUEIXA DE FALTA DE GANHO DE PESO

FALTA DE GANHO
DE PESO

Verificar duração
da queixa

Mais de um mês Menos de um mês

Estado Queixas associadas


geral bom
Sem outras
queixas Não Sim

Orientações gerais
Orientação alimentar
Consulta de
Seguir fluxo específico
Enfermagem

Bom Estado
Queda no
geral
Estado geral

Agendar consulta de
enfermagem (rotina) Consulta médica

Orientações Gerais:

• Verificar quem assume os cuidados e a alimentação da criança


• Tentar identificar eventos que possam diminuir a aceitação alimentar
• Verificar se a dieta é adequada para a idade
• Verificar se a criança substitui a refeição de sal por leite
• Verificar se a criança ingere guloseimas, salgadinhos, refrigerantes em excesso
• Verificar se a criança freqüenta a creche. Pedir relatório da aceitação alimentar.

26
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE VÔMITOS

VÔMITOS

Vomita tudo o
que ingere ?

Não Sim

Tem tosse ou
Consulta médica
diarréia ou chiado
no peito ou febre ?

Não Sim

Consulta de Seguir fluxo


Enfermagem das queixas
específicas

27
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
REGURGITAÇÕES
Eliminação de alimentos sem náuseas ou esforço abdominal
(Crianças menores de 12 meses)

REGURGITAÇÕES

Verificar ganho de peso

Bom ganho de peso Sem ganho de peso

Consulta de
Orientações Gerais
Enfermagem
Orientações alimentares
Orientações posturais

Identificar outras
queixas

Agendar consulta
rotina

Não Sim

Orientações
Consulta médica

Agendar consulta
de enfermagem

28
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
FEBRE REFERIDA MENOR DE 3 ANOS

FEBRE

Verificar
idade

Apresenta sinal geral


de perigo
Menor de 2 meses Maior de 2 meses • Não consegue mamar
nem ingerir líquidos?
• Vomita tudo que ingere?
• Apresentou convulsões
Apresenta nas últimas 72 h?
qualquer sinal geral • Está sonolenta e com
de perigo? Ou dificuldade para despertar?
Consulta médica T de 39º C ou mais

Se todas as respostas Se uma das respostas


forem negativas for positiva

Tem outra Consulta médica


queixa ?

Não Sim

Seguir rotina de fluxo


Consulta médica
da queixa referida

29
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
FEBRE REFERIDA MAIOR DE 3 ANOS

FEBRE
Apresenta sinal geral de perigo
- Não consegue mamar nem ingerir
líquidos ?
- Vomita tudo que ingere ?
Apresenta qualquer
- Apresentou convulsões nas últimas 72 h ?
sinal geral de perigo
- Está sonolenta e com dificuldade para
despertar ?

Se todas as respostas
Se qualquer resposta
forem negativas
for positiva

Tem outra
queixa ?

Consulta médica
Não Sim

Bom estado geral e Estado Geral comprometido Seguir rotina de fluxo da


febre menos de 5 dias ou febre mais de 5 dias queixa referida

Consulta de
Enfermagem Consulta médica

Identificado foco
infeccioso?

Não Sim

Cuidados de Enfermagem
Retorno em 24 horas Consulta médica

30
Orientações gerais para febre

A temperatura corporal normal situa-se na faixa de 36 a 37 ºC

Febre:
- É definida como temperatura do corpo acima da média normal, associada ou não a tremores, calafrios,
rubor de pele, aumento da freqüência respiratória e cardíaca. Adotamos, aqui, a T axilar maior ou igual a
37,5ºC.

Hipotermia:
- É definida como temperatura corporal abaixo de 35,5º C, pele fria, palidez, calafrios, perfusão capilar
diminuída, taquicardia, leito ungueal cianótico.

Calafrios:
- Sensação de frio, contrações musculares quando a temperatura corporal cai abaixo do normal ou na
fase de calafrios da febre.

Orientações

• Tranqüilizar a mãe / família


• Banho morno.
• Aumentar a oferta de líquidos.
• Utilizar vestimentas leves.
• O uso de antitérmicos pode ser recomendado quando a temperatura for maior de 37,8º C
Paracetamol: 1 gota / Kg de peso / dose até 4 x /dia
(intervalo mínimo de 4 horas entre as doses)
Dipirona: meia gota / Kg de peso / dose até 4 x / dia, intervalo de 6 horas
(dose máxima por dia: 60 gotas até 6 anos, 120 gotas de 6 a 12 anos e 160 gotas para maiores de 12 anos)
• Procurar a Unidade caso apareça qualquer sinal de alerta.

31
GRISI, S. & ESCOBAR, AM. – Prática
Pediátrica. Rio de Janeiro, Atheneu, 2001.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MINISTÉRIO DA SAÙDE- Fundamentos


técnico-científicos e orientações práticas
para o acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento. Brasília, 2002.

MINISTÉRIO DA SAÙDE- Agenda de


Compromissos para a Saúde Integral da Criança.
Brasília, 2004.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE &


ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA de saúde
– Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na
Infância (AIDPI), 1999.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE


SÃO PAULO. Caderno Temático da Criança, São
Paulo, 2003.

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE


SÃO PAULO. Atenção à Saúde da Criança.
Protocolo de Enfermagem (edição revisada). São
Paulo, 2003.

SUCUPIRA, ACSL et al- Pediatria em


Consultório. São Paulo, Sarvier, 2000.

32
ÁREA TEMÁTICA - SAÚDE DO ADOLESCENTE

Ana Paula Marques


Paula Silveira
Regina Guise
Silvana Cappellini

35
A atenção à saúde do adolescente e do jovem
tem sido um importante desafio para a organiza-
ção dos serviços de saúde e para a sociedade. Nas
últimas décadas , a necessidade do estabelecimento
de políticas para a adolescência tem –se destacado ,
considerando o grande continente populacional que
estes grupos representam e também a importância do
desenvolvimento integral de suas potencialidades
O Plano de Ação da Conferência Mundial de
População e Desenvolvimento , realizada no Cairo,
em1994,introduziu o conceito de direitos sexuais e
reprodutivos e destacou os adolescentes como indi-
víduos a serem priorizados pelas Políticas Públicas
de Saúde. A IV Conferência Internacional sobre a
DE ADOLESCENTES NAS UNIDADES

Mulher , realizada em Beijing, em 1995 reiterou


ATENDIMENTO NO ACOLHIMENTO

esta definição e trouxe recomendações importantes


em relação à Violência Sexual.
Alguns importantes marcos internacionais e na-
cionais podem ser ressaltados como a Comemoração
do Ano Internacional da Juventude em 1985, A
Formação do Comitê de Adolescência pela Socie-
dade Brasileira de Pediatria em 1978, a criação da
Associação Brasileira de Adolescência (ASBRA) em
MUNICIPAIS DE SAÚDE

1989,o Projeto Acolher da Associação Brasileira de


Enfermagem, em 1999 e 2000 e o Projeto AdoleSer
com Saúde , em 2001, da Federação Brasileira das
Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia.
Entendo esta importância é que a Secretaria
Municipal de Saúde, através da Área temática de
Saúde do Adolescente e do Jovem da Coordenadoria
de Desenvolvimento da Gestão Descentralizada,
vem ressaltar se compromisso e atenção com esta
faixa etária, traduzindo-se tal preocupação em
ações continuadas e integradas.Ações estas que
tem como principal porta de acesso a Unidade
Básica de Saúde.
Este fluxo reflete tal postura e com responsabilidade
vem alertando os profissionais sobre os principais
riscos e agravos a saúde do adolescente e do jovem,
reafirmando importantes parcerias institucionais e
tendo cuidado com a abordagem de questões mais

36
polêmicas. Também mostra uma continuidade inte- e de prevenção de doenças. Estas ações podem se dar
grada entre os diversos programas já desenvolvidos nas unidades de saúde ou em articulações com outros
pela Secretaria Municipal de Saúde. setores, principalmente a escola, local privilegiado de
Este fluxo para acolhimento do adolescente e inserção dessa população. Estas intervenções devem
do jovem na Unidade Básica de Saúde, tem dentre combinar aspectos inovadores e estimuladores com a
seus objetivos o de implementar os princípios do criação de espaços de inclusão – tais como grupos de
SUS como o de Humanização do Atendimento, atendimento -, favorecendo processos de identificação
universalidade do acesso com equidade. e sensibilização para suas demandas.
Vale ainda ressaltar que a demanda trazida pelo Ressalta-se ainda, a questão do início da atividade
Adolescente é quase sempre reticente e, muitas ve- sexual nesta fase da vida. O profissional de saúde tem
zes, camuflada na forma de “uma dor aqui ou ali um papel importante como facilitador de espaços
sem maior importância” até que o adolescente sinta de educação sexual e prevenção das DST/AIDS,
- se seguro para expressar o real motivo que o leva além da orientação sobre a gravidez e o aborto.
a pedir ajuda.Nesse sentido é importante Criar um Também é papel da equipe de saúde a orientação
ambiente preservado e que assegure o sigilo l, visto sobre métodos contraceptivos e a disponibilização
que os relatos de experiência de alguns profissionais destes métodos, alertando sempre os adolescentes de
referem – se aos “sumiços” desses pacientes após ambos os sexos da necessidade da dupla proteção e
um primeiro contato . Esse sigilo deve ser mantido do uso responsável destes recursos (por exemplo, o
mesmo perante seus familiares, desde que não se uso criterioso da pílula do dia seguinte).
incorra em riscos à vida dos adolescentes. Pais ou Cabe,ainda, apontar que a Sociedade de Pediatria
responsáveis só poderão ser informados sobre o con- de São Paulo recomenda como campo de atuação
teúdo das consultas com o expresso consentimento do pediatra a faixa compreendida entre 0 e 20 anos
dos adolescentes. A ausência de pais ou responsá- incompletos - referendada pela Sociedade Brasileira
veis não deve impedir o atendimento médico aos de Pediatria e pela Federação Brasileira das Sociedades
adolescentes – embora o envolvimento da família de Ginecologia e Obstetrícia.
deva ser estimulado pelos profissionais de saúde -, Outro aspecto a ser ressaltado nesta introdução,
seja nas consultas iniciais ou nas de retorno, sendo diz respeito à importância das ações e estratégias mul-
que em todas as situações em que se caracterizar a tiprofissionais. As ações articuladas e desenvolvidas
necessidade da quebra do sigilo , os adolescentes pela equipe resultam em intervenções mais eficazes.
devem ser informados, tanto das condutas quanto Finalmente, as vulnerabilidades para as quais os
de suas justificativas. profissionais de saúde devem estar atentos quando aten-
Este primeiro contato, então, deverá exigir do pro- dem adolescentes e que podem estar presentes entre as
fissional uma escuta sensível para reconhecer o que queixas subliminares, numa abordagem inicial, são:
está por trás do verbalizado nos primeiros minutos.
Em se conquistando a confiança inicial (ela passará • dificuldades nas relações familiares (separações,
por algumas fases e vários encontros posteriores bem falta de diálogo, conflitos entre pais e filhos, alco-
sucedidos para que se estabeleça de fato), cabe pensar olismo de um ou ambos os pais, incesto/abuso,
quem é este sujeito que pede cuidado. transtorno mental, etc.);
Lembrando ainda que o adolescente, embora chegue • relação com a escola (evasão escolar, repetên-
pouco aos serviços de saúde porque adoece pouco, cia, dificuldade de criação de vínculos, atos de
requer atenção através de ações de promoção à saúde violência, agressividade, etc.);

37
• uso de álcool e drogas lícitas e/ou ilícitas;
• início da vida sexual (verificar os cuidados
com o próprio corpo e com o do outro, uso de
proteção/preservativo);
• DST/AIDS;
• gravidez (especialmente antes dos 16 anos,
probabilidade de abuso sexual);
• aborto e suas conseqüências (físicas e psicoló-
gicas);
• exclusão social (atingindo especialmente as
populações periféricas e levando a inserção no
tráfico de drogas, com risco, entre outros, de
morte precoce por homicídio);
• tentativas/risco de suicídio;
• acidentes de trânsito e outras situações de
violência (como agentes e vítimas);
• violência doméstica e sexual (ver texto e fluxo
em violência, neste manual).

Apresentamos a seguir as queixas mais freqüentes


– procura por atendimento (queixa imprecisa),
atraso menstrual, corrimento vaginal, desconforto
respiratório, dor ao urinar, dor de cabeça, dor em
membros, dor no baixo ventre, relato de crise con-
vulsiva, vômitos - e as respectivas sugestões de fluxos.
Foram excluídas as queixas relacionadas à violência
doméstica e sexual, abordadas pelo PP Resgate Cidadão
com maior detalhamento, neste manual.
Esperamos que este fluxo possa de fato
se transformar como elemento importante de um
trabalho mais resolutivo acolhedor.

38
FLUXOGRAMA DE ATRASO MENSTRUAL

ATRASO MENSTRUAL*

Recepção Técnica

Atraso
menstrual há mais de 15 dias

Consulta de
Enfermagem

Verificar Vida
Sexual Ativa

Não Sim

Menarca há menos
Pregnosticon
de dois anos
Orientações em saúde
sexual e reprodutiva

Identificar
negativo positivo
vulnerabilidades

Solicitar exames de
rotina do pré-natal
Agendar consulta de
acompanhamento

Agendar Consulta
de pré-natal

* Verificar detalhamento do fluxo no Protocolo de Enfermagem da Saúde da Mulher – SMS - 2004

39
FLUXOGRAMA DE CORRIMENTO
VAGINAL

CORRIMENTO VAGINAL

ESTADO GERAL
COMPROMETIDO*
FEBRE DOR NO BAIXO VENTRE

Não Sim

Prurido Vaginal

Consulta Médica

Não Sim

Orientações gerais de Consulta de Enfermagem e


higiene do períneo e de orientação em sexualidade
saúde sexual e reprodutiva (DST/AIDS, gravidez)

Seguir fluxograma de
tratamento sindrômico

40
FLUXOGRAMA DE VÔMITO

VÔMITOS

RECEPÇÃO TÉCNICA

INÍCIO AGUDO < 3 DIAS

NÃO SIM

ESTADO GERAL CONSULTA MÉDICA


COMPROMETIDO
SINAIS DE DESIDRATAÇÃO
E/OU FEBRE

NÃO SIM

AGENDAR
CONSULTA DE
CONSULTA MÉDICA
ENFERMAGEM

41
FLUXOGRAMA DE DOR DE CABEÇA

RECEPÇÃO TÉCNICA

PRIMEIRO EPISÓDIO

NÃO SIM

COMPROMETIMENTO DO CONSULTA MÉDICA


ESTADO GERAL
FEBRE
VÔMITO

NÃO SIM

INTERFERE NAS
ATIVIDADES CONSULTA MÉDICA
3 OU MAIS
EPISÓDIOS EM 3
MESES

NÃO SIM

ORIENTAÇÃO AGENDAR
TERAPIA CONSULTA MÉDICA
CORPORAL
ATIVIDADE FÍSICA

42
ÁREA TEMÁTICA - SAÚDE DO ADULTO

Elaboração

Marco Antônio Mora


Renato Moraes Alves Fabbre

45
HIPERTENSÃO ARTERIAL – PRESSÃO ALTA (PA)

A hipertensão arterial é uma doença comum


entre os adultos, sendo um dos mais importantes
fatores de risco para o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares e cerebrovasculares, como infarto
agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, acidente
vascular encefálico, entre outras. Estudos mostram
que entre 22,3% a 43,9% da população tem hi-
pertensão arterial. Porém é com freqüência pouco
diagnosticada e inadequadamente controlada.
Recomenda-se que todo adulto seja submetido a
pelo menos uma medida anual de pressão arterial,
visto que muitos pacientes, ainda sem o diagnóstico
realizado, são assintomáticos. Uma vez diagnosti-
cada a hipertensão arterial, o paciente deverá ser
acompanhado por equipe multiprofissional, e a pe-
riodicidade do seguimento deve ser feita de forma
individualizada.

46
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE PRESSÃO ALTA (PA)
VERIFICAR PA

Sinais de
Alerta Com diagnóstico de HA em uso de
•dor de cabeça medicação ou que abandonaram a Sem Diagnóstico de HA
•tontura medicação
•vômitos
•dor no peito
•falta de ar
•alteração visual PA Diastolica PA Diastólica PA Diastólica maior
entre 90mmhg- PA< 140X90mmhg
•formigamento menor 90mmhg 110mmhg
110mmhg

Atendimento de Presença de sinais Presença de sinais de Atendimento de


enfermagem de alerta alerta enfermagem

Sim Não Orientações gerais


Em uso de Abandono de Não Sim
medicação medicação

Orientações
PA Diastólica
Gerais Consulta
•dieta Orientações Orientações Consulta de Consulta médica
•exercício físico gerais gerais enfermagem médica
•evitar álcool e Não Sim
fumo

Agendar Consulta de Consulta


Agendar consulta enfermagem
consulta médica
médica
médica

Agendar consulta
médica

47
O diabetes mellitus acomete 7,6% da população
brasileira entre 30 e 69 anos, chegando atingir 20%
da população acima de 70 anos. Estima-se que na
cidade de São Paulo 9,7% da população seja portadora
de diabetes mellitus. Aproximadamente 50% da po-
pulação acometida desconhece sua presença, e quase
¼ da população diabética não faz tratamento. É um
importante problema de saúde pública não só pela
sua freqüência, mas também por suas complicações
crônicas que comprometem a qualidade de vida, bem
DIABETES MELLITUS

como diminui a sobrevida. É a 6ª principal causa


básica de morte no Brasil, principal causa de cegueira
adquirida e de amputação de membros inferiores, e
responsável por 30% dos pacientes que internam na
UTI por dor precordial e 26% dos pacientes com
insuficiência renal em programa de diálise.
O rastreamento do diabetes mellitus deve ser
seletivo, devendo-se inicialmente realizar a glicemia
capilar em todos indivíduos com idade 40 anos a
cada 3 a 5 anos, ou com idade inferior a 40 anos,
pelo menos uma vez ao ano, na presença de 3 ou mais
dos seguintes fatores de risco: obesidade, hipertensão
arterial, sedentarismo, doença cardíaca, diabetes na
gravidez, abortos repetidos, mãe de recém-nascido
com mais de 4 kg, e história familiar de diabetes
mellitus. Nos casos sem diagnóstico prévio, na pre-
sença de glicemia capilar de jejum 110mg/dl, bem
como < 110mg/dl, mas com 3 ou mais fatores de
risco, deve-se encaminhar o paciente para consulta
médica. As demais orientações seguem o fluxograma
de atendimento de diabetes mellitus.

48
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE DIABETES

Sinais de
Alerta:
Hiperglicemia Sinais e sintomas de Hiper ou Hipoglicemia
•Muita sede
•Muita fome Não
•Urinar muitas vezes Sim
•Distúrbio visual Diagnóstico anterior de diabetes
•Dor de estômago
Com ou sem diagnóstico
Hipoglicemia anterior de diabetes Não Sim
•Tremores
•Fraqueza
•Sudorese fria
Agendar
•Palpitações
consulta médica
•Tontura
•Visão dupla mais fatores de risco
Glicemia capilar
•Palidez

Jejum Sem jejum


Fatores de
Risco: 60-110 111-180 >180 <60 140-200 >200
<60 60-140
•Obesidade
•Hipertensão
arterial Consulta Diagnóstico Consulta de Consulta Consulta Diagnóstico Consulta de
Consulta
•Sedentarismo médica anterior de enfermagem médica médica anterior de enfermagem
médica
•Doença cardíaca diabetes diabetes
•Diabetes na
Agendar Agendar
gravidez Sim
Sim Não consulta médica Não
•Mãe de recém- consulta médica
nascido >4Kg
•História familiar Agendar consulta médica Domicílio Agendar consulta médica Domicílio
de diabetes

49
A dor de cabeça é um dos sintomas mais comuns
da espécie humana. Praticamente todas as pessoas,
em algum momento da vida já sofreram ou
sofrerão de dor de cabeça. Apesar de freqüente,
ela é mal diagnosticada e tratada. Na maioria
DOR DE CABEÇA – (CEFALÉIA)

das vezes é de intensidade leve, de curta duração,


porém em alguns casos pode ser incapacitante,
prejudicando as atividades da vida diária e a
qualidade de vida. Qualquer uma das estruturas da
cabeça pode sofrer processos dolorosos, incluindo
músculos, vasos, nervos, ossos, dentes, olhos e
seios da face. Dentre estes, os mais comuns são
os músculos e vasos. Existem registrados mais de
150 tipos diferentes de dor de cabeça, cada um
com seu quadro clínico peculiar e seu tratamento
diferenciado. Elas podem ser classificadas como:
1) primárias, ou seja, onde não há um distúrbio
anatômico (cefaléias funcionais), que são as mais
comuns, como a enxaqueca, cefaléia tensional,
entre outras; 2) secundárias, que abrangem
uma grande variedade de dores causadas pelos
mais diversos motivos: traumatismos cranianos,
tumores, doenças inflamatórias, infecções, dor
de dente, entre outras. A avaliação inicial deve ser
feita priorizando os sinais de alerta como a medida
da pressão arterial e temperatura, bem como a
investigação do comprometimento das atividades
diárias, para a condução correta do caso.

50
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE DOR DE CABEÇA
DOR DE CABEÇA
CEFALÉIA

Medir PA e
Temperatur a

Orientações
Gerais:
•Permanecer em BEG
local sem ruído PA normal Atividades diárias
e com pouca Atividades diárias
Sem febre comprometidas
luminosidade comprometidas e PA Distólica
•PA normal
•Verificar Sem náuseas Sem febre
alimentação e ou febre
Sem vômito Diagnostico prévio de
hidratação
enxaqueca
•Acuidade visual
•Uso habitual de
analgésico Atendimento de
enfermagem
Consulta de Consulta médica
enfermagem

Orientações gerais

Agendar consulta

Agendar
consulta médica

51
DOR DE ESTÔMAGO – (DOR NO ABDOME)

O abdome é a região do corpo limitada


superiormente pelo tórax (região dos pulmões e
coração) e inferiormente pela pelve. O estômago
é uma das estruturas contidas no abdome e é uma
causa freqüente de dor entre os adultos. Porém
outros órgãos também estão dentro do abdome, e
podem ser causa de dor. São eles: intestino, fígado,
pâncreas, vesícula biliar, baço, rins, músculos e
ligamentos. Além disso, órgãos que não estão no
abdome podem simular dor de estômago, como
por exemplo angina e infarto agudo do miocárdio,
ou pneumonia. A dor sentida no abdome é variável
dependendo do órgão acometido, devendo-se
observar se há presença de sinais de alerta que
possam justificar atendimento imediato.

52
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE DOR DE ESTÔMAGO
DOR DE ESTÔMAGO

Sinais de Alerta
• história de
sangramento
digestivo
• vômitos ou febre •Sem dor no momento •Com dor no momento ou início há •Inicio há menos de 3 dias
• sudorese fria •BEG mais de 3 dias • queda do estado geral
• palidez •Sem febre •Sinais de alerta presentes
• dor no peito com
irradiação para o
braço esquerdo e
para as costas

Consulta
Atendimento de Consulta de médica
enfermagem enfermagem

Sinais de alerta Sinais de alerta


ausentes presentes
Agendar consulta
médica

Agendar
consulta Consulta
médica médica

53
Lombalgia é toda condição de dor localizada na
região inferior das costas. Quando esta se irradia
para um ou ambos membros inferiores é chamada
de lombociatalgia, e quando tem início na raiz da
coxa, ultrapassando o (s) joelho (s), denomina-
se ciatalgia ou ciática. É uma queixa freqüente
entre os adultos, podendo ser incapacitante em
algumas situações. Várias causas podem levar
LOMBALGIA

à lombalgia, desde causas mais simples, como


postura errada, até mais graves como infiltração
de algumas formas de câncer na coluna. Causas
infecciosas, como, por exemplo, infecção renal, e
que comprimem a raiz nervosa, como hérnia de
disco e artrose, também merecem destaque. Para o
tratamento correto da lombalgia deve-se conhecer
a causa básica, merecendo uma avaliação rápida
nas condições de início recente acompanhadas de
sinais de alerta, como febre, sintomas urinários,
limitação para marcha, formigamento, diminuição
de temperatura ou alteração da cor em membro
inferior afetado.

54
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE LOMBAGIA

DOR LOMBAR

Sinais de Alerta
• Perda de peso
• Dor noturna
considerável
• Formigamento, •Dor crônica •Sintomatologia constante e Dor de forte intensidade com:
alteração de cor Dor de forte intensidade com:
•Sem limitação de progressiva •Limitação para marcha e/ou
ou temperatura de •Febre
movimentos •Perda de peso formigamento para membro
membro inferior •Dor para urinar
•Sem sinais de alerta •Dor noturna considerável inferior
• Febre •Retenção de urina
•Alteração de cor ou baixa •Náuseas e vômitos
• Dor para urinar temperatura de membro
ou retenção de inferior
urina
• Náuseas e vômito

Agendar consulta Atendimento de Consulta Consulta


médica enfermagem médica médica

Agendar consulta Agendar consulta


médica breve médica breve

55
A tosse é um reflexo do aparelho respiratório,
habitualmente conseqüência de um processo
irritativo. Existem basicamente dois tipos de
tosse, a seca, onde não há presença de muco, e
a produtiva, onde a secreção se movimenta e é
eliminada. Muitos fatores podem causar a tosse:
infecção, alergias, asma, fumaça de cigarro, corpo
estranho na garganta, refluxo ácido do estômago,
TOSSE

alguns medicamentos, câncer de pulmão, entre


outros. Portanto a tosse pode ser sinal de alerta de
muitas doenças. Sendo assim, pode-se dizer que a
tosse em si não é problemática, mas é importante
conhecer e tratar a sua causa básica. No nosso
meio deve-se estar alerta especialmente quanto
a possibilidade da tuberculose pulmonar, causa
freqüente e transmissível.

56
FLUXOGRAMA DE TOSSE

Tosse ká mais de 3 semanas

Não Sim

Medir temperatura Tosse com secreção

Não Sim
Com febre Sem febre

Atendimento de
Atendimento enfermagem •Coleta de exame
Consulta
médica de de escarro
enfermagem •Orientação como
colher 2º exame em
casa ao acordar *

Orientações
Orientações Gerais
Gerais

Agendar consulta de
enfermagem na semana
Agendar consulta
Domicilio
médica

Agendar consulta
médica

* Manual de Tuberculose do Ministério da Saúde

57
1. IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial.
Sociedade Brasileira de Hipertensão Arterial;
Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade
Brasileira de Nefrologia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

2. Consenso Brasileiro de Diabetes.


Recomendações de Normas e Condutas para o
Diagnóstico e Tratamento do Diabetes Mellitus.
Sociedade Brasileira de Diabetes, 2000.

3. Dor de Cabeça. Edgard Raffaelli Jr & Orlando


J. Martins; 4ª Edição, Editora Lemos, São Paulo,
2001.

4. Clínica Médica . Charles D. Forbes & Willian


F. Jackson; 1ª Edição brasileira, Editora Manoele,
São Paulo, 1997.

5. I Consenso Brasileiro sobre lombalgias


e lombociatalgias. Sociedade Brasileira de
Reumatologia, 2001.

6. Goldberg T.H. & Chavin S.C. Preventive


medicine screening in older adults. J. Am. Geriatr.
Soc., 1999; 47 (1): 122-123.

7.Tratado de Geriatria e Gerontologia. Sociedade


Brasileira de Geriatria e Gerontologia; 1ª Edição,
Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, 2002.

8. Manual de Hipertensão Arterial e Diabetes


Mellitus, Ministério da Saúde, 2002.

58
ÁREA TEMÁTICA - SAÚDE DA MULHER

Elaboração :
Jael Barbosa de Albuquerque
Carlos Eduardo Vega
Elisabete Aparecida Pinto
Júlio Mayer de Castro Filho
Luis Carlos Pazero
Rute Barreto Ramos
Rute Loreto S.Oliveira
Patrícia Pereira de Salve

Colaboração:
Naira Regina dos Reis Fazenda
Patrícia Luna

61
O grande desafio que o Serviço Público enfrenta

RISCOS / VULNERABILIDADES - SAÚDE DA MULHER


é atender a toda mulher que procura a Rede Básica
de Saúde no contexto da integralidade. Isso significa
responder de forma individualizada às necessidades
da usuária, considerando as relações de gênero, fa-
miliar e social em que vive, compreendendo suas
especificidades promovendo assim a saúde e qua-
lidade de vida.

A equipe do Acolhimento tem um papel fun-


damental nesse processo já que é responsável pela
primeira abordagem desta mulher. Nesse contato
inicial com o serviço de saúde, se estabelece um
vínculo importante pela escuta que, se adequada,
possibilita o levantamento ampliado e real de suas
queixas, nem sempre claramente verbalizadas; isto
é, o profissional de saúde deve tentar apreender,
desde o primeiro contato com a usuária, a possível
interferência das questões psico-afetivos ou do meio
em que vive sobre os sinais e sintomas representados
no corpo. Dessa forma poderá se ter claro, também,
quais os fatores de risco , vulnerabilidades e possíveis
agravos à saúde a que está exposta ( biológicos, étni-
co–raciais, sociais e de gênero), de forma a agilizar o
fluxo e ampliar a resolutividade do seu atendimento.
É fundamental , para isso, integrar a ações desde o
acolhimento , com todos os profissionais e serviços
pertinentes.

È necessário ainda, ampliar as ações de Saúde


Reprodutiva e Sexual, além do atendimento ime-
diato das demandas de anticoncepção. As unidades
básicas de saúde são a porta de entrada das ações de
planejamento familiar, promovendo o atendimento
individual e em grupo, realizado por equipe multi-
disciplinar, objetivando informar as características
dos métodos, suas vantagens e desvantagens e dessa
forma criar um espaço de escolha livre e informada;
incorporando, ainda, as questões relacionadas às In-
fecções Sexualmente Transmissíveis/ AIDs com ênfase

62
na utilização da dupla proteção (evitar a gestação das queixas e promovendo também a reinserção
não programada e DST/AIDS). social da mulher idosa.

No Acolhimento é possível, portanto, detectar Assim, a saúde da mulher envolve desde o acolhi-
situações de violência doméstica e/ou sexual, sendo mento, o cuidado com todos os aspectos que dizem
a Unidade de Saúde o espaço de apoio às mulheres respeito à sua vida; aumenta-se a participação das
que vivenciam essa situação. usuárias na atenção à saúde, possibilitando ainda
que julgue as situações que a ela se apresentam.
Considerando-se a feminização do envelheci-
mento populacional legitima-se a atenção básica Área Temática de Saúde da Mulher tem então, de-
como campo de abordagem da mulher no pro- senvolvido ações nos vários ciclos de vida das mulheres
cesso de envelhecimento, especialmente durante e recomenda que, em todo atendimento à mulher ,
o climatério/menopausa. È de responsabilidade da deverá ser oportunizado: a coleta do Papanicolaou e
unidade de saúde desenvolver um trabalho multi- prevenção do câncer de mama, a inclusão da discussão
disciplinar , incorporando ao atendimento médico da saúde sexual e reprodutiva, o levantamento de
individual ações em grupo que colaborem para o situações de exclusão e de violência sexual e doméstica
entendimento dessa fase de vida, para a resolução tendo em mente as seguintes vulnerabilidades:

63
Considerando como objetivo humanizar o aten- morbidade materna e do recém-nascido, é necessário
dimento prestado às mulheres no ciclo gravídico- na prática a identificação dos fatores de risco na
puerperal e visando a redução da mortalidade e da gestantes:

64
FLUXOGRAMA PARA ATENDIMENTO
DE ATRASO MENSTRUAL

ATRASO MENSTRUAL

Atraso
menstrual com exposição à
risco de gestação*

Realizar teste
Pregnosticon

negativo positivo

Repetir teste após 7 dias Solicitar exames de


com primeira urina rotina do pré-natal
Abordar o significado da
gravidez
negativo

Se persistir amenorréia,
Agendar Consulta
solicitar beta HCG
de Enfermagem

negativo

* Se adolescente
Desejo de
observa o Fluxo da
contracepção Desejo de
Atenção à Saúde do
engravidar
Adolescente
não
sim

Grupo de Orientar
Planejamento prevenção de Agendar consulta
Familiar DST/AIDS médica

65
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE SANGRAMENTO VAGINAL

SANGRAMENTO
VAGINAL

Apresenta qualquer sinal


de alerta ?

• Gestante
• Atraso menstrual com duração
maior que sete dias
• Dor no baixo ventre
• Febre (temp. > 37,8º C)
• Tontura
• Desmaios
• Intensidade do sangramento
(coágulos, troca maior de 5
absorventes por dia)

Não Sim

Agendar
Consulta médica Consulta médica
(dentro de 7 dias)

66
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE DOR AO URINAR

DOR AO URINAR

Apresenta qualquer sinal


de alerta ?

SINAIS DE ALERTA
• Gestante ou
• Febre (T maior de
37,8ºC),
• Náuseas / vômitos,
• Ardor intenso toda vez
que urina,
• Dor lombar intensa
• Situações de violência*

Não Sim

Consulta de Enfermagem Consulta médica

*Em situação de violência referir-se ao fluxo de atendimento de casos de violência–rede ambulatorial

67
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE CORRIMENTO VAGINAL

CORRIMENTO VAGINAL

Apresenta qualquer sinal


de alerta ?

SINAIS DE ALERTA
• Ardor intenso toda vez que
urina ou
• Dor no baixo ventre,
• Febre
• Situações de violência*

Não Sim

Consulta médica
Tem prurido Vaginal?

Não Sim
* Em situações de violência referir-se
ao fluxo de atendimento de casos de
violência – rede ambulatorial.
** Ver Protocolo de Enfermagem
– Atenção à Saúde da Mulher

Orientações gerais de
higiene do períneo Consulta de Enfermagem
Investigar

Seguir Fluxograma Seguir Fluxograma de


Realização do Exame de Tratamento sindrômico
Papanicolaou Corrimento vaginal**

68
FLUXOGRAMA DE DOR / CAROÇO
NA MAMA

DOR / CAROÇO NA
MAMA

Apresenta qualquer sinal


de alerta ?

SINAIS DE ALERTA
• Tem caroço na mama ou
• Vermelhidão e/ou calor na
mama,
• Mudança no aspecto da pele da
mama,
• Sai líquido do mamilo
• Climatério ou pós-menopausa
• Situações de violência*

Não Sim

Consulta médica
Consulta de Enfermagem
imediata

*Em situação de violência referir-se ao fluxo de atendimento de casos de violência–rede ambulatorial.

69
FLUXOGRAMA PARA REALIZAÇÃO
DO EXAME DE PAPANICOLAU

EXAME DE
PAPANICOLAU

Busca ativa em todos os setores


da UBS, na comunidade, grupos
e visitas domiciliares.

Avaliar os exames de citologia


oncótica anteriores

Realizou o Nunca fez o Tem um Tem 2


exame, mas exame resultado ou mais
não tem o normal há mais resultados
resultado de um ano consecutivos
sendo as
citologias
normais

Realizar o exame Orientar retorno anual e


o mais breve Papanicolau a cada
possível 3 anos

Orientar sobre prevenção


de DST/AIDS
Diagnóstico Prevenção de câncer
de mama, contracepção

70
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
DE DOR NO BAIXO VENTRE

DOR NO BAIXO
VENTRE

Apresenta qualquer
sinal de alerta ?

SINAIS DE ALERTA
• 1º episódio OU
atraso menstrual,
• febre (Tmaior de 37,8ºC),
• desmaio,
• dor ao urinar,
• náuseas,vômitos,
• corrimento vaginal
• Situações de violência*

Não Sim

Agendar Consulta médica


consulta médica

*Em situação de violência referir-se ao fluxo de atendimento de casos de violência–rede ambulatorial

71
ÁREA TEMÁTICA - SAÚDE DO IDOSO

Helaine Vescio
Marília Anselmo Viana da Silva Berzins
Rosana Diaz Burguez
Sérgio Márcio Pacheco Paschoal

75
ACOLHIMENTO E basta apenas viver mais. Hoje, o grande desafio da
ENVELHECIMENTO gerontologia é investir em esforços que possam dar
mais qualidade de vida aos idosos.
Tudo aquilo que fizermos com cuidado significa
uma força contra a entropia, contra o desgaste, O envelhecimento populacional é um fenômeno
pois prolongamos a vida e melhoramos as que diz respeito a todos, não ficando circunscrito
relações com a realidade. apenas aos cidadãos maiores de 60 anos. Os
Leonardo Boff profissionais de saúde têm uma grande importância
uma vez que são os implementadores e executores
das políticas públicas de saúde para atendimento
Este documento pretende oferecer aos profissionais
deste segmento etário.
da rede de saúde da Secretaria Municipal de Saúde
um instrumento básico e inicial que favoreça a
Ao pensar em saúde e em acolhimento não podemos
reflexão do processo de envelhecimento. A intenção
excluir o conceito de cuidado. Segundo Leonardo
não é esgotar o assunto. Não está contemplado no
Boff, o cuidado significa uma relação amorosa
documento o fluxo de encaminhamento para a
para com a realidade, importa um investimento
Recepção Técnica. Faremos isso posteriormente,
de zelo, desvelo, solicitude, atenção e proteção
contemplando principalmente, as cinco patologias
para com aquilo que tem valor e interesse para
mais prevalentes nos idosos: Hipertensão Arterial,
nós. De tudo o que amamos, também cuidamos
Diabetes Mellitus, Doenças Cardiovasculares,
e vice-versa. Pelo fato de sentirmo-nos envolvidos
Osteoarticulares e Depressão. O presente
e comprometidos com o que cuidamos, cuidado
texto inicialmente considera o processo do
comporta também preocupação e inquietação. O
envelhecimento populacional como uma grande
cuidado e a cura devem andar de mãos dadas, pois
conquista da humanidade; em seguida, apresenta
representam dois momentos simultâneos de um
o conceito do cuidado segundo Leonardo Boff
mesmo processo.
, apresenta alguns dos principais mitos do
envelhecimento presentes na sociedade e por fim Quem é o idoso?
apresenta o capítulo do Estatuto do Idoso que
define os direitos na área da saúde. Segundo a ONU, nos países em desenvolvimento,
idoso é a pessoa com idade igual ou superior a 60
anos. A Política Nacional do Idoso e o Estatuto do
O envelhecimento populacional – aumento Idoso assim também definem cronologicamente
da proporção de idosos na população - é uma a pessoa idosa. Nos países desenvolvidos o recorte
realidade na nossa sociedade. Viver mais e etário é 65 anos. A população idosa do município
conseqüentemente prolongar a vida foi uma das de São Paulo, segundo os dados coletados no Censo
maiores conquistas que a humanidade alcançou IBGE 2000 era de 972.199 pessoas, representando
no século passado. Grandes esforços da ciência 9,32% da população total. Na distribuição por
foram empreendidos para que a espécie humana sexo, 40,5% são homens e 59,5% são mulheres
pudesse superar as baixas expectativas de vida distribuídos nas 31 subprefeituras da cidade. Na
predominantes nos séculos anteriores. Mas, não subprefeitura de Pinheiros, 19% da população é

76
idosa enquanto na Cidade Tiradentes, apenas 3% Isso é falso e encobre o estereótipo da fragilidade
da população tem mais de 60 anos. da velhice e que pretende segregar a uma condição
de inferioridade. É muito comum vermos
A – MITOS DO profissionais tratando os idosos como se fossem
ENVELHECIMENTO
crianças, chamando-os por nomes diminutivos
(vózinha, queridinha, bonitinha, lindinha, etc)
Vamos a seguir, indicar questões a seres
e dirigem-se a eles falando com infantilidade e
desmistificadas – “Mitos do Envelhecimento”
muitas vezes além das palavras, agem tentando
– os quais julgamos ser necessário abordar com o
erguê-los como se fossem deficientes físicos e
propósito para uma melhor assistência ao idoso:
necessitassem de ajuda, mesmo que não precisem.
1. Velhice NÃO é doença Não devemos tratar os idosos como tratamos as
crianças. Devemos tratá-los como sujeitos que
Infelizmente um grande número de pessoas têm suas particularidades e que continuam a
chega no envelhecimento em más condições de necessitar da atenção individual que esta fase da
saúde e com perdas funcionais consideráveis. vida necessita.
Mas esta constatação não nos permite afirmar
que velhice seja sinônimo de doença. A
3. Os idosos NÃO são todos
qualidade de vida de uma pessoa na velhice
iguais.
depende tanto das condições socioeconômicas
e culturais que ela encontrou ao longo de sua O envelhecimento de um individuo é e sempre será
vida quanto na adoção de hábitos saudáveis. diferente do envelhecimento do outro. Cada sujeito
Envelhecemos conforme vivemos. tem a sua própria velhice e, conseqüentemente, as
Envelhecer é um processo do sujeito que velhices são incontáveis. As mudanças biológicas
vive o seu próprio tempo de forma particular ocorrem em todos os seres humanos, porém, as
e peculiar. O grande desafio das políticas mudanças não se processam de forma igual. Cada
públicas de saúde dos idosos é manter ao um de nós possui o seu ritmo próprio de mudança.
máximo a capacidade funcional através da Nem todos os idosos são surdos, cegos, ranzinzas,
adoção de programas de promoção e proteção implicantes, sábios, amáveis, ou quaisquer outros
da saúde e prevenção das doenças, evitando a adjetivos e designações que pretendemos dar.
fase de dependência. É cada vez mais freqüente Assim como as crianças, adolescentes, jovens
encontrarmos idosos com idade avançada sem e adultos têm suas particularidades, os idosos
incapacidades. As pesquisas indicam que 82% também as têm. Não podemos compreender o
dos idosos estão bem de saúde, mantendo sua indivíduo pela generalização, pois sabemos que
independência e autonomia. cada um de nós envelhece a seu próprio tempo e
de modo particular e singular.
2. Idoso NÃO volta a ser
criança 4. A velhice é a melhor idade?
Há um entendimento popular que “velho é uma Há uma forte tendência nos trabalhos com idosos
criança grande” ou que “velho volta a ser criança.” denominar esta fase da vida como sendo “a melhor

77
idade”. Há muitos idosos que podem chegar nesta 6. Velhice NÃO é sinônimo da
fase da vida e avaliarem que de fato ela é a melhor perda da autonomia.
idade de suas vidas. Isso é um critério de análise
individual. Não podemos concordar que isso seja A grande maioria dos idosos é absolutamente
uma generalização para todos os idosos. Devemos capaz de decidir sobre seus interesses e desejos.
ter o cuidado de não esconder atrás da designação Manter a autonomia enquanto se envelhece é a
“melhor idade” um eufemismo que encubra as chave de vida para todas as pessoas e das políticas
desigualdades presentes na sociedade e que afaste públicas que contemplam o segmento idoso.
dos idosos a reflexão do lugar que o velho tem na A presença ou não de uma ou mais doenças
vida social. Ao mesmo tempo, dizer que é no crônicas não deve significar que o idoso perdeu
envelhecimento que se alcança a melhor idade é a capacidade de gerir sua própria vida. Incentivar
desconsiderar o princípio de uma sociedade para e promover a preservação e o respeito pela
todas as idades, é desconsiderar que os jovens, as autonomia deve ser prática freqüente nas ações de
crianças e adultos, talvez também considerem que atendimento a população idosa ao mesmo tempo
estejam na melhor idade. Portanto, melhor idade que se deve investir para manter a independência
é aquela em que a pessoa está feliz consigo mesma, por um maior tempo possível.
independente da sua idade cronológica.
7. “Isso” NÃO é normal da
5. Os idosos NÃO são um peso
idade.
para a sociedade

Pensar que os idosos são um peso para a sociedade Muitos idosos, famílias e até mesmo alguns
é um equívoco muito grande. Faz parte do profissionais manifestam na vida diária a crença
senso comum retratar os idosos como um fardo que as doenças que acometem os idosos são
econômico para o sistema social, principalmente “normais da idade” e, portanto não há nada
responsabilizando-os pela crise da Previdência e do que possa ser feito e resta tratar os idosos com
sistema de saúde. Neste discurso torna-se presente certa displicência e descrença na capacidade
um falso discurso de que o envelhecimento é um de recuperar a saúde. Essas crenças exercem
problema social. Camarano, pesquisadora do uma influência muito intensa e negativa
IPEA, aponta que no Brasil houve um aumento do nos sujeitos, podendo ocorrer por parte das
número de famílias que estão sendo sustentadas pessoas a desconsideração pelas queixas que são
por idosos. E vai mais além: a qualidade de vida encaminhadas aos serviços de saúde. Pensar
dessas famílias em comparação com aquelas que que incontinência urinária, perda de memória,
não são sustentadas por idosos é bem melhor. alteração da sexualidade, tristeza, apatia, perdas
Devido à miséria e à crise de trabalho, é cada vez sensoriais, hipertensão arterial, osteoporose,
mais freqüente encontrarmos duas ou três gerações tremores, perda de equilíbrio são normais nos
vivendo com idosos e muitas vezes, a aposentadoria idosos, e não escutar a queixa e investigar as
ou pensão são a única fonte de renda estável dessas manifestações das queixas dos idosos pelo fato de
famílias. achar que isso é normal da idade, pode ser um
equívoco com sérias conseqüências.

78
8. O idoso NÃO é excluído de idoso é de grande ajuda não só para retardar
ter uma boa qualidade de vida como para evitar o aparecimento de determinadas
doenças ou até mesmo diminuir a gravidade das
O envelhecimento é uma experiência mesmas. Existem técnicas para a avaliação do
heterogênea. Cada indivíduo pauta sua vida estado nutricional ou mesmo do risco nutricional
de acordo com padrões, normas, expectativas, e que podem ser aplicadas a nível ambulatorial,
desejos, valores, experiências e princípios contribuindo para melhorar o estado nutricional
diferentes dos outros. A qualidade de vida do paciente idoso, evitando que entre num quadro
em idosos e sua avaliação sofrem os efeitos de de desnutrição com sérias conseqüências para a sua
numerosos fatores, entre eles os preconceitos dos saúde.
profissionais e dos próprios idosos em relação
à velhice. O dono da vida, no caso, o idoso,
10. Outros mitos
deve ter participação ativa na avaliação do que
é melhor e mais significativo para ele, pois o Há ainda muitos mitos que se manifestam
padrão de qualidade de cada vida é um fenômeno freqüentemente nas condutas de profissionais que
altamente pessoal. Sabemos que o consenso trabalham com idosos e que desejamos citá-los:
sobre qualidade de vida envolve as dimensões
física, social, psicológica e espiritual. Esta é uma • Idoso não pode realizar atividade física
questão não apenas ética, mas metodológica. • Ele ou ela é muito velho para ser
Outros imperativos éticos devem ser atendidos submetido a isto (procedimentos,
pelo profissional que cuida de idosos, entre eles o hospitalização, cirurgias)
do direito à autonomia e à dignidade. • UTI não é local de velho.

9. A dieta do idoso NÃO deve


ser restrita B - ESTATUTO DO IDOSO (E. I ).

A nutrição é um dos aspectos de grande O Estatuto do Idoso é uma grande conquista


importância na manutenção e recuperação da dos idosos e tem como objetivo principal a
saúde em todas as fases da vida. Exerce um papel regulamentação dos direitos dos cidadãos com
fundamental na prevenção e controle de doenças mais de 60 anos. Para que ele possa valer e ser
crônicas não transmissíveis, cuja prevalência cumprido, o poder público, a sociedade e os
tem aumentado entre os idosos. Uma avaliação idosos, principais protagonistas do Estatuto,
geriátrica abrangente deve abordar aspectos zelem pela observância dos direitos conquistados
clínicos, estado funcional e variáveis psicológicas no instrumento legal.
e sociais. Dentre os aspectos clínicos, um dos mais
importantes é o estado nutricional. No processo Apresentamos a seguir alguns pontos importantes
de envelhecimento normal ocorrem alterações que julgamos ser do conhecimento e interesse dos
fisiológicas e biológicas que afetam a alimentação e profissionais da saúde. São eles:
nutrição do idoso. Cabe lembrar, no entanto, que
uma intervenção nutricional junto ao paciente • Até a aprovação pelo Congresso Nacional,

79
o Estatuto do Idoso percorreu um longo • Garante prioridade do idoso na compra
caminho de 20 anos de discussões. Iniciou de unidades em programas habitacionais
em 1983 e se consolidou até meados da públicos.
década de 90. • O Art. 3º, no parágrafo único garante ao
• 1997: aprovado o Projeto de Lei 3.561/97 idoso prioridade no:
de autoria do Deputado Paulo Paim. I -atendimento preferencial imediato e
• O Estatuto do Idoso foi aprovado por individualizado junto aos órgãos públicos e
unanimidade pelo plenário da Câmara dos privados prestadores de serviços à população;
Deputados na noite de 21 de Agosto de
2003. II – preferência na formulação e na execução
• No dia 1º de Outubro de 2003 - Dia de políticas sociais públicas específicas;
Internacional do Idoso - foi sancionado
III – destinação privilegiada de recursos
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao
• Passou a vigorar em 1º de janeiro de
idoso;
2004.
• O estatuto é Lei Federal nº 10.741/2003 IV – viabilização de formas alternativas de
de 1º de outubro de 2003. participação, ocupação e convívio do idoso com as
• É dever da família, da sociedade e do demais gerações;
poder público assegurar ao idoso, com
V – priorização do atendimento do idoso
absoluta prioridade, o efetivo direito à
por sua própria família, em detrimento do
vida, à saúde, a alimentação, ao transporte,
atendimento asilar, exceto dos que não a possuam
à moradia, à cultura, ao esporte, ao lazer,
ou careçam de condições de manutenção da
ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à
própria sobrevivência;
dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária; VI – capacitação e reciclagem dos recursos
• Para garantir o cumprimento do que humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na
estabelece, o EI transforma em crime, com prestação de serviços aos idosos;
penas que vão até 12 anos de prisão para
VII – estabelecimento de mecanismos que
maus-tratos a pessoas idosas.
favoreçam a divulgação de informações de caráter
• Proíbe a discriminação do idoso nos
educativo sobre os aspectos biopsicossociais de
planos de saúde pela cobrança de valores
envelhecimento;
diferenciados por idade;
• Garante aos idosos descontos em atividades VIII – garantia de acesso à rede de serviços de
culturais e de lazer; saúde e de assistência social locais.
• Assegura aos idosos com mais de 65 anos
que vivem em famílias carentes o beneficio
de um salário mínimo;

80
Transcrevemos o capítulo do Estatuto do Idoso próteses, órteses e outros recursos relativos ao
que diz respeito a SAÚDE: tratamento, habilitação ou reabilitação.

§ 3o É vedada a discriminação do idoso


CAPÍTULO IV nos planos de saúde pela cobrança de valores
diferenciados em razão da idade.
Do Direito à Saúde
§ 4o Os idosos portadores de deficiência ou
Art. 15. É assegurada a atenção integral à
com limitação incapacitante terão atendimento
saúde do idoso, por intermédio do Sistema
especializado, nos termos da lei.
Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso
universal e igualitário, em conjunto articulado e Art. 16. Ao idoso internado ou em observação
contínuo das ações e serviços, para a prevenção, é assegurado o direito a acompanhante, devendo
promoção, proteção e recuperação da saúde, o órgão de saúde proporcionar as condições
incluindo a atenção especial às doenças que afetam adequadas para a sua permanência em tempo
preferencialmente os idosos. integral, segundo o critério médico.

§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde


idoso serão efetivadas por meio de: responsável pelo tratamento conceder autorização
para o acompanhamento do idoso ou, no caso de
I – cadastramento da população idosa em base
impossibilidade, justificá-la por escrito.
territorial;
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas
II – atendimento geriátrico e gerontológico em
faculdades mentais é assegurado o direito de optar
ambulatórios;
pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais
III – unidades geriátricas de referência, com favorável.
pessoal especializado nas áreas de geriatria e
Parágrafo único. Não estando o idoso em
gerontologia social;
condições de proceder à opção, esta será feita:
IV – atendimento domiciliar, incluindo a
I – pelo curador, quando o idoso for
internação, para a população que dele necessitar
interditado;
e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive
para idosos abrigados e acolhidos por instituições II – pelos familiares, quando o idoso não tiver
públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e curador ou este não puder ser contactado em
eventualmente conveniadas com o Poder Público, tempo hábil;
nos meios urbano e rural;
III – pelo médico, quando ocorrer iminente
V – reabilitação orientada pela geriatria e risco de vida e não houver tempo hábil para
gerontologia, para redução das seqüelas decorrentes consulta a curador ou familiar;
do agravo da saúde.
IV – pelo próprio médico, quando não houver
§ 2 Incumbe ao Poder Público fornecer
o
curador ou familiar conhecido, caso em que deverá
aos idosos, gratuitamente, medicamentos, comunicar o fato ao Ministério Público.
especialmente os de uso continuado, assim como

80a
Art. 18. As instituições de saúde devem atender cada indivíduo tenha o seu próprio conceito.
aos critérios mínimos para o atendimento às Assim, qualidade de vida é um conceito que está
necessidades do idoso, promovendo o treinamento submetido a múltiplos pontos de vista e que tem
e a capacitação dos profissionais, assim como variado de época para época, de país para país, de
orientação a cuidadores familiares e grupos de cultura para cultura, de classe social para classe
auto-ajuda. social e até mesmo de individuo para individuo.
Mais que isso, varia para um mesmo indivíduo,
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de
conforme o decorrer do tempo e como função
maus-tratos contra idoso serão obrigatoriamente
de estados emocionais e de ocorrência de eventos
comunicados pelos profissionais de saúde a
cotidianos, sócio-históricos e ecológicos.
quaisquer dos seguintes órgãos:
Embora não haja definição consensual de
I – autoridade policial; qualidade de vida, há concordância considerável
entre os pesquisadores acerca de algumas
II – Ministério Público; características do construto. Três características
III – Conselho Municipal do Idoso; principais são compartilhadas por diversas correntes
de opinião: subjetividade, multidimensionalidade e
IV – Conselho Estadual do Idoso; bipolaridade.
Não é subjetividade total, pois há condições
V – Conselho Nacional do Idoso.
externas às pessoas, presentes no meio e nas
condições de vida e trabalho que influenciam e
Uma reflexão sobre qualidade de vida e
avaliação que fazem de sua qualidade de vida.
envelhecimento
Quanto à multidimensionalidade é consenso
entre os pesquisadores de que a qualidade de
A natureza abstrata da expressão “Qualidade
vida inclui pelo menos três dimensões: a física,
de Vida” explica porque uma boa qualidade
a psicológica e a social. A dimensão espiritual
tem significados diferentes pessoas, em lugares e
também pode ser acrescentada.
ocasiões diferentes. É por isso que há inúmeras
conceituações de qualidade de vida; talvez

80b
ÁREA TEMÁTICA - SAÚDE OCULAR

Ligia Santos Abreu Caligaris


Erica Viggiani Bicudo
Denize Calvo Costa
Roseana Nazaré Queiroz da Costa

83
INTRODUÇÃO

Conjuntivite é a inflamação da camada superficial


do olho chamada conjuntiva podendo ser infecciosa
ou não. A infecciosa é causada por vírus ou bactérias.
A não infecciosa pode ser de causa química, alérgica
ou primaveril e não são transmissíveis.
A importância da conjuntivite infecciosa está na
sua rápida propagação, geralmente transformando-
se em epidemia. Os agentes etiológicos virais mais
CONJUNTIVITES

comuns são os adenovirus e os enterovirus.


A transmissão ocorre de pessoa a pessoa princi-
palmente por objetos contaminados (equipamentos
oftálmicos, toalhas, travesseiros, lenços, lápis, copos,
etc), quando não são observados cuidados de higie-
ne pessoal. Dissemina-se rapidamente em ambiente
fechado como escola, creche, escritório.
A infecção confere imunidade tipo-específica.
Não existem vacinas contra essa infecção.
Os principais sintomas são: hiperemia ocular
(olhos avermelhados), lacrimejamento, sensação de
areia nos olhos, inchaço palpebral, secreção ocular
que é mais exacerbada no caso de ser bacteriana. São
autolimitadas e com duração de aproximadamente
15 dias até a evolução para a cura. É importante
dizer que não há alteração da acuidade visual.
Medidas preventivas: Sugere-se o afastamento de
pessoas com conjuntivite viral aguda dos ambien-
tes coletivos por pelo menos 3 dias. Recomenda-se
cuidados de higiene pessoal, como lavar com fre-
qüência as mãos e o rosto com água e sabão; evitar
coçar os olhos.

84
O tratamento é simples e consiste em limpeza
frequente com água limpa e fria e evitar coçar os
olhos. Deve-se usar toalhas e travesseiros individuais
assim como lenços de papel. É necessário também
TRATAMENTO

evitar o uso de objetos (lápis, copos) de pessoas com


conjuntivite e evitar freqüentar piscinas. Deve-se
trocar fronhas e toalhas com freqüência.
No caso das conjuntivites alérgica e primaveril, os
cuidados são os mesmos que nas alergias em geral,
ou seja, evitar poeira, contato com pólen, e com
outros alergenos.
O encaminhamento deve ser feito para o pe-
diatra, clínico ou generalista quando a secreção é
amarelada.
Na conjuntivite a acuidade visual não se altera.

85
MEDIDA DA
ACUIDADE VISUAL

Detecta problemas em todas as faixas etárias. É


um importante instrumento de saúde pública.

Material utilizado:
• escala optométrica de Snellen
TESTE DE ACUIDADE VISUAL COM A

• lápis preto ou ponteiro


• cartão oclusor
• cadeira (opcional)
• fita métrica ou barbante
• fita adesiva
TABELA DE SNELLEN

• impresso para anotação dos resultados


• giz
• local bem iluminado (a luz deve vir por trás ou dos
lados da pessoa que vai ser submetida ao teste)
• não impermeabilizar com contact a tabela
• local calmo

A tabela deve ser colocada em uma parede a uma


distância de 5m ou 6 m (observar a instrução na
tabela) da pessoa a ser testada.
As linhas que correspondem a 0.8 a 1,0 devem ficar
na altura dos olhos da pessoa a ser examinada.
O examinador deve explicar como será realizado
o teste.
As crianças pequenas devem ser preparadas antes
da realização do teste e podem ser preparadas em
atividade comuns.
O examinador deve ter certeza que a pessoa a ser
examinada entendeu o que será pedido a ele.
As pessoas que usam óculos, devem ser testadas
com eles.
Os optotipos devem ser apontados com lápis
preto.
Ensinar a ocluir o olho, sem apertá-lo.
Fazer sempre primeiro a medida da acuidade
Visual (AV) do olho direito (OD) e depois a do
olho esquerdo (OE).

86
A acuidade visual a ser registrada será aquela em
que a pessoa consiga enxergar até 2/3 da linha de
optotipo. Exemplo: Numa linha de 6 optotipos, a
pessoa deverá enxergar 4.
Se a pessoa não conseguir identificar o maior
optotipo, aproxima-la da tabela e anotar a distância
que ela enxergar o maior optotipo. Anotar 4metros,
por exemplo.
Se a um metro de distância, ela ainda não en-
xergar o optotipo, veja se ela consegue contar os
dedos do observador e a que distância. Anotar CD
a 3 metros.
Se a pessoa não detectar movimento de mão,
anotar se ela tem percepção luminosa ou não, e
anotar:
PL (percepção luminosa)
NPL (não percebe luz)

Critérios de encaminhamento para refração após


teste de acuidade visual com a tabela de Snellen:

a- crianças < 5 anos

• Ter visão igual ou inferior a 0,4,em ambos os


olhos, com ou sem sinais ou sintomas
• Ter diferença de visão entre os dois olhos de duas
linhas ou mais

b- crianças maiores de 5 anos de idade

• Ter visão igual ou inferior a 0,7,em um ou ambos


os olhos, com ou sem sinais ou sintomas
• Ter diferença de visão entre os dois olhos de duas
linhas ou mais

OBS: Se a pessoa examinada tiver qualquer sinal


(olho vermelho, estrabismo, crostas nos cílios, etc...)
ou sintoma (dor de cabeça ao esforço visual, etc...)
ela deve ser encaminhada ao oftalmologista.

87
As pessoas com 50 anos ou mais que estiverem
dentro dos critérios de encaminhamento descritos
abaixo, poderão procurar o Instituto da Catarata
(INCAT) ou o Hospital das Clínicas (HC), para

PARA CIRURGIA DE CATARATA NO INCAT E HC


passarem por uma consulta de triagem e, caso seja
FLUXO DE ENCAMINHAMENTO DE TRIAGEM
confirmado o diagnóstico, serem submetidas a
cirurgia.

1- Para agendar a consulta de triagem, a pessoa


deverá comparecer ao:

Ao INCAT (Instituto da catarata): Rua Botucatu,


989 – Estação Santa Cruz do metrô, com a carteira
de identidade,
Ou Hospital das Clínicas: Rua Dr Enéas de
Carvalho Aguiar, 155 6 º andar – bloco 8 de 2ª a
6ª feira das 7 às 9 horas.

2 - Critérios de encaminhamento:

A. Ter 50 anos ou mais


B. Ter visão 0,3 no pior olho – Teste de Acuidade
Visual com a Tabela de Snellen com a melhor
correção e com estenopeico. Este teste será realizado
por pessoa treinada nas unidades de saúde.
C. Ter Ficha de Encaminhamento preenchida.

Os pacientes deverão procurar o INCAT ou HC


com o impresso FICHA DE ENCAMINHAMENTO
PARA CIRURGIA DE CATARATA preenchida.
Após a triagem, os pacientes com diminuição
da acuidade visual que não seja por catarata, serão
encaminhados para o ambulatório adequado, mas,
terão que agendar consulta por conta própria.

2- Na consulta de triagem, se for confirmado o diag-


nóstico de catarata, será marcado o caso novo

88
3- No dia do caso novo, será marcada uma consulta 4- Após a consulta de avaliação pré-anestésica,
para avaliação pré--anestésica (APA). Neste dia os estando o paciente apto, ele marcará a cirurgia
pacientes deverão trazer os seguintes exames:
5- Se a cirurgia ocorrer sem intercorrência, o pa-
• Hemograma completo com contagem de pla- ciente deverá retornar mais 3 vezes ao INCAT
quetas ou HC, de onde sairá com a receita dos óculos
• Glicemia de jejum prescrita.
• Eletrocardiograma
• Creatinina 6- Caso haja alguma intercorrência, o paciente
• Sódio/Potássio fará quantos retornos forem necessários, até
receber alta.

FICHA DE ENCAMINHAMENTO PARA TRIAGEM DE CATARATA

Sub-Prefeitura: _________________________

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

NOME:_________________________________________________________________

IDADE:___________ SEXO:___________ TELEFONE:: _______________________

END: R._________________________________________________Nº__________

BAIRRO___________________________________________CEP_________________

ENCAMINHADO PELA UBS/ USF/ DS ______________________________________

EXAMINADOR:_____________________________Data:______/______/____
DADOS
Queixa: Baixa de Acuidade Visual Olho Direito ( ) Olho Esquerdo ( )
Ambos os Olhos ( )
Acuidade Visual: Longe OD: ___________
sem correção / com correção / com estenopeico OE: ___________
Antecedentes Pessoais: Glaucoma ( ) Diabetes ( ) Hipertensão Arterial Sistêmica ( )
Outros ( ):____________________ ______________

Para uso do INCAT / HC DATA: ______/______/______

EXAME: Catarata: incipiente ( ) nuclear ( ) scp ( ) total ( ) outro:_____________

CONDUTA: Encaminhado para ________________________________


INCAT – Rua Botucatu, 989 – Estação Santa Cruz do metrô
HC – Rua Dr Enéas de Carvalho Aguiar, 155, 6º andar bloco 8 de 2ª a 6ª feira das 7 às 9 horas

89
ÁREA TEMÁTICA - SAÚDE DO TRABALHADOR

Jefferson Benedito Pires de Freitas


Marise Emy Kassawara
Sonia Maria Alvim Ribeiro
César Augusto Frederico Niglio

93
As ações de Saúde do Trabalhador contemplam
desde atividades de assistência nos mais diferentes
níveis (médico, enfermagem, fisioterapia, terapia
ocupacional, fonoaudiologia, assistência social, grupos
terapêuticos de saúde mental, LER/DORT), além
de ações de vigilância epidemiológica e vigilância
nos ambientes de trabalho. A execução destas ações
é atribuição do SUS, prescritas na Constituição Fe-
ACOLHIMENTO DAS AÇÕES DE SAÚDE

deral de 1988 e regulamentada pela Lei Orgânica de


Saúde (LOS) através do artigo 6º. No município de
São Paulo, além dos cinco Centros de Referência em
Saúde do Trabalhador que tem todas as atribuições
descritas acima como princípios, existem também
inúmeras Unidades Básicas de Saúde, Pronto-
Atendimentos, Pronto-Socorros e Hospitais, além
do Programa de Saúde da Família que no dia a dia
das suas atividades, tem como clientela trabalhado-
res formais e informais, aposentados, além de um
crescente número de desempregados, muitos deles
acometidos por problemas de saúde relacionados
com suas antigas funções desenvolvidas.
DO TRABALHADOR

Muitas doenças profissionais e do trabalho apresen-


tam um tempo de latência de muitos anos, podendo
muitas delas a depender da sua manifestação como p.
ex., doenças osteomusculares, doenças respiratórias,
doenças mentais e mesmo doenças neoplasicas não
terem o nexo feito com o trabalho desenvolvido
pelo paciente.
Diversas patologias atendidas nestes serviços
podem ter relação direta com a atividade profis-
sional desenvolvida pelo paciente e muitas vezes
além do tratamento clínico, outras ações devem
ser desenvolvidas, como p. ex., notificação do caso
através da Comunicação de Acidentes do Trabalho
(CAT), instrumento utilizado para notificação tanto
de acidentes quanto de doenças profissionais e do
trabalho; afastamento do trabalho, encaminhamento
para Perícia Médica do INSS, comunicação para as
equipes de UVIS e CRSTs para ações de vigilância
no ambiente de trabalho.

94
Poderíamos então iniciar este protocolo de aco- ou não, ao trabalho. As queixas incluem dor, formiga-
lhimento relacionado à saúde do trabalhador com mento, dormência, choque, peso e fadiga precoce. As
as seguintes questões: entidades ortopédicas apresentam-se como: tendinite,
tenossinovite, sinovite, peritendinite, em particular
1. Como em uma Unidade Básica de Saúde de ombros, cotovelos, punhos e mãos; epicondilite,
poderemos ao abordar um usuário tentarmos tenossinovite estenosante (DeQuervain), dedo em
saber se a queixa que o traz à Unidade pode estar gatilho, cisto, síndrome do túnel do carpo, síndrome
relacionado com sua atividade profissional atual do túnel ulnar (nível de cotovelo), síndrome do pro-
ou antiga? nador redondo, síndrome do desfiladeiro torácico,
síndrome cervical ou radiculopatia cervical, neurite
Em primeiro lugar perguntando se sua queixa digital, entre outras. Podemos ter ainda quadros em
relaciona-se com o trabalho. Inúmeras atividades que as repercussões são mais extensas ou generalizadas
profissionais muitas vezes executadas sem nenhuma como p.ex, síndrome miofascial, mialgia, síndrome
preocupação com medidas de proteção coletiva e da tensão do pescoço, distrofia simpático-reflexa /
mesmo individual podem acarretar riscos a saúde dos síndrome complexa de dor regional.
trabalhadores. Outras estão relacionadas diretamente Os principais fatores de risco para as LER/DORT
com a organização do trabalho em que o individuo são determinados pela organização do trabalho que
está inserido, levando além de comprometimento impõe trabalhos repetitivos sem pausas, tarefas mo-
orgânico como as Doenças Osteomusculares Rela- nótonas, produtividade entre outros.
cionadas ao Trabalho (DORT) antes denominadas As principais categorias profissionais envolvidas
Lesões por Esforços Repetitivos (LER) levar a com- incluem bancários, caixas, digitadores, trabalhadores
prometimento da saúde mental. Em ambas situa- das mais diferentes linhas de montagem, embala-
ções isto se traduz por uma organização do trabalho dores, diaristas, etc.
que incentiva o individualismo, a competitividade
e a busca de produtividade as custas de um menor Um outro grupo de doenças também bastante
número de postos de trabalho e do fantasma do freqüentes são as doenças respiratórias ocupacionais
desemprego. e entre elas ocupa lugar de destaque em nosso meio
a Asma Ocupacional.
2. Que doenças comumente atendidas nas Asma ocupacional (AO) é a obstrução reversível
Unidades de saúde poderiam ter relação com o das vias aéreas causada pela exposição, no ambiente
trabalho? de trabalho, a poeiras, gases, vapores ou fumos. Ela
é hoje a doença ocupacional pulmonar de maior
Hoje as Doenças Osteomusculares Relacionadas prevalência em países desenvolvidos. É uma doença
ao Trabalho (DORT) anteriormente denominadas de que torna o trabalhador permanentemente inapto
Lesões por Esforços Repetitivos (LER) são a principal para qualquer atividade que envolva exposição, em
causa de atendimento nos Centros de Referência em qualquer concentração ao agente que a desencadeou,
Saúde do Trabalhador. São um termo abrangente pois a continuidade da exposição envolve risco de
que se refere aos distúrbios ou doenças do sistema vida. Ela exige a readaptação profissional ou reco-
músculo-esquelético, principalmente de pescoço e locação do trabalhador.
membros superiores, relacionados, comprovadamente Como exemplo poderíamos citar trabalhadores

95
de diversos ramos de atividades e ocupações como za-se radiológicamente por apresentar opacidades
p. ex. indústria química, plástica, farmacêutica, fun- regulares, do tipo micronodular que inicialmente
dições, cerâmica, pedreira, serralheria, marcenaria, acomete os terços superiores de ambos os hemitora-
indústria alimentícia, indútria têxtil, confecções, ces e posteriormente através da coalescência destes
calçados, laboratórios, trabalhadores de limpeza, nódulos, torna-se difuso, podendo inclusive levar
soldadores, pintores e diversos outros. a formação de grandes opacidades.
Outro grupo importante de doenças respiratórias A asbestose é a fibrose do parênquima pulmonar
ocupacionais são as Pneumoconioses que constituem de caráter progressivo e irreversível, em decorrência
um grupo de doenças pulmonares decorrentes da da inalação de fibras de asbesto. Seu diagnóstico assim
inalação de poeiras que ocorrem no ambiente de tra- como a silicose se fundamenta na história clínica e
balho levando a uma reação tecidual que leva a fibrose ocupacional e na radiologia de tórax, conforme a
pulmonar. O desenvolvimento da pneumoconiose técnica preconizada pela Classificação Internacional
se dá através da inalação de aerodispersóides (poeira) de Radiografias em Pneumoconiose da OIT/1980.
fibrogênicos respiráveis, ou seja, frações de partículas O desenvolvimento da doença geralmente tem um
menores que 10 um. As principais pneumoconioses período de latência de 15 a 25 anos, embora, de-
em nosso meio são a silicose, a asbestose e a pneu- pendendo da intensidade da exposição, esse período
moconiose por poeira mista. Saliente-se ainda que possa ser menor. O início dos sintomas se desen-
a inalação de fibras de asbesto/amianto pode levar volve de maneira insidiosa, com manifestações de
ainda a doenças pleurais (placas pleurais, derrame dispnéia e tosse. No exame físico podem-se encon-
pleural, atelectasia redonda), neoplasias malignas trar estertores crepitantes de base, baqueteamento
pulmonares e mesotelioma maligno de pleura. digital com cianose de extremidades e constatar-se
A silicose é a pneumoconiose causada pela ina- evolução para cor pulmonale nos estágios finais. O
lação de poeira que contém concentrações elevadas afastamento do trabalhador nos estágios iniciais do
de quartzo ou sílica cristalina (SiO2). É a pneumo- quadro, pode fazer com que a progressão da doen-
coniose mais prevalente no país e tem como uma ça seja menos significativa. As principais categorias
das principais complicações a tuberculose (silico- profissionais com risco de desenvolverem asbestose
tuberculose). Pode-se apresentar como crônica são os trabalhadores da indústria do cimento amian-
(exposições superiores a 10, 15 anos), acelerada to (caixas d’ água, telhas), indústria de auto-peças
(exposição de 5 a 10 anos) e aguda (exposições de (lonas, pastilhas, freios), isolantes térmicos (juntas
até 6 meses). É uma doença progressiva e irreversí- e gaxetas), têxtil (EPIs, isolantes térmicos) e uma
vel, independente do afastamento do trabalhador infinidade de outras atividades em que se utiliza as
da exposição. As principais categorias profissionais fibras de asbesto como mistura em outros produtos
acometidas são aquelas oriundas da mineração, me- para dar uma melhor resistência ao calor.
talurgia, fundições, cerâmicas, indústria de vidro, Pneumoconioses por poeira mista são causadas
marmorarias (beneficiamento do granito e ardósia), pela inalação de poeiras minerais com porcentagem
jateadores de areia, fabricação de materiais abrasivos. de sílica livre cristalina abaixo de 7,5% ou com alte-
A história clínico ocupacional e a radiografia de tórax rações anatomopatológicas características, tais como
conforme os critérios da Organização Internacional lesões em cabeça de medusa e fibrose intersticial.
do Trabalho (OIT) são os principais instrumentos Como exemplos: antracosilicose em mineiros de
de diagnóstico desta pneumoconiose. Caracteri- carvão expostos a altos teores de SiO2, silicoside-

96
rose em fundidores de ferro, pneumoconiose pelo agentes tópicos (permanganato de potássio), agentes
caulim e a talcose. físicos (frio, calor, umidade, eletricidade, radiações
Uma outra doença importante é aquela ocasio- ionizantes e não ionizantes, fricção, pressão, trau-
nada pela exposição ao ruído que atinge um grande mas). As dermatites ou eczema de contato alérgica
número de trabalhadores nos mais diversos ramos de são produzidas geralmente por substâncias químicas
atividades e ocupações existentes (metalurgia, têxtil, em baixas concentrações. A alergia por contato com
mineração, química, plástica, transporte, constru- agentes químicos pode ocorrer desde 5 dias após
ção civil, etc). A perda da audição provocada pelo a exposição ao agente, ou até após vários anos de
ruído ou perda auditiva induzida por ruído (PAIR) contato com a substência. Elas só podem ser curadas
relacionada ao trabalho é uma diminuição gradual quando identificada a substância alergênica através
da acuidade auditiva decorrente da exposição con- da feitura dos testes epicutâneos e evitado novos
tinuada a níveis elevados de pressão sonora. Ela tem contatos desta substância com o tegumento. Entre
como características principais a irreversibilidade os principais agentes causadores das dermatites
e a progressão gradual com o tempo de exposição alérgica poderíamos citar o cimento, a borracha e
ao ruído. Inicialmente temos o acometimento dos seus componentes, níquel, madeira ( caju, cedro,
limiares auditivos em uma ou mais freqüências da cerejeira, ipê-preto, imbúia, jacarandá, maçaranduba,
faixa de 3.000 a 6.000 Hz. As freqüências mais peroba, pinho), resinas epóxi.
altas e mais baixas poderão levar mais tempo para
ser afetadas. O que vem a ser Acidente do Trabalho, Doença
Dermatose ocupacional é toda alteração da pele, Profissional e Doença do Trabalho?
de mucosas e anexos direta ou indiretamente causada,
condicionada, mantida ou agravada por tudo aquilo Acidente do Trabalho é o que ocorre pelo exercício
que seja utilizado na atividade profissional ou exista do trabalho a serviço da empresa, com o segurado
no ambiente de trabalho. Inúmeras substâncias estão empregado, trabalhador avulso, médico residente,
relacionadas com o desenvolvimento das dermatoses bem como com o segurado especial no exercício
ocupacionais, sejam irritativas ou alérgicas, sendo de suas atividades, provocando lesão corporal ou
os agentes químicos, o grupo mais importante dos perturbação funcional que cause a morte, a perda ou
agentes produtores de dermatoses. As dermatites de redução, temporária ou permanente, da capacidade
contato por irritação são causadas por substâncias para o trabalho.
químicas sobre a pele promovento a remoção do O conceito de acidente de trabalho está associado
seu manto lipídico, fazendo com que a pele perca aos benefícios pecuniários que podem ser obtidos
sua proteção mais eficiente (camada córnea) ficando por trabalhadores registrados em empresas formal-
susceptível ao aparecimento de sangramentos, dor mente constituídas, isto é, aquelas que contribuem
e incapacidade para utilização do membro afetado. para custeio do Programa de Seguro de Acidentes
Os principais agentes responsáveis são: ácidos, de Trabalho vigentes no país.
álcalis (cimento, endurecedores de resinas) fluídos
de corte, sabões redutores, solventes, plantas (casca Assim, tem direito aos Benefícios da Previdência
de cítricos, tulipa, aspargos), substâncias animais Social associados às conseqüências dos Acidentes do
(contato com pâncreas, conteúdo intestinal, fezes, Trabalho, todos os trabalhadores que tem
urina), cloro, bromo, iodo, mercúrio, resina epóxi, vínculo empregatício comprovado por uma

97
Carteira Profissional assinada. Da • Dilaceração na nádega esquerda após mordida de
mesma forma, não tem direito aos benefícios cachorro na rua, quando após sair do portão de
referentes ao Seguro de Acidente do Trabalho traba- sua casa foi agredido pelo cachorro do vizinho.
lhadores sem qualquer vínculo empregatício, como • Contusão da perna direita quando subia no
por exemplo vendedores ambulantes, marreteiros, ônibus.
e trabalhadores autônomos. • Fratura do pé esquerdo em conseqüência de queda
no interior do ônibus após freada brusca.
Conceituações e exemplos de Acidentes de Tra- • Fratura de fêmur pós atropelamento por mo-
balho típico, de Acidentes de trajeto, de doenças tocicleta quando atravessava a rua ao chegar ao
profissionais e de doenças do trabalho. local de trabalho.

Acidente de Trabalho Típico Doenças Profissionais

É aquele que ocorre no local de trabalho, que São doenças causadas por agentes químicos (por
determina lesão associada às atividades de trabalho exemplo gases, vapores ou poeiras), físicos (por
desenvolvidas. exemplo ruído calor, e radiações), ou biológicos
(por exemplo virus da hepatite ou leptospira ictero
São exemplos de Acidentes de Trabalho Típicos hemorrágica)
os seguintes:
• Marceneiro que sofre amputação traumática de São exemplos de casos de doenças profissionais:
um dedo da mão Direita quando serrava uma • Intoxicação pelo chumbo que atingiu montador
tábua. de bateria automotiva que trabalhava nesta ati-
• Funileiro que sofreu contusão do pé direito por vidade há mais de seis meses.
ter queda de ferramenta pesada sobre o pé. • Perda auditiva Induzida pelo ruído em traba-
• Servente de pedreiro que sofreu fraturas múltiplas lhador metalúrgico que trabalhava na caldeiraria
após queda de andaime durante mais de 10 anos.
• Fratura do maxilar direito após ser agredido • Pneumoconiose – doença pulmonar causada
no local de trabalho por colega seu por disputa pela inalação de poeira – que afetou mineiro
relacionada ao trabalho. diagnosticada quinze anos após o trabalho em
• Motorista de ônibus intermunicipal que sofre minas de carvão.
fratura de crânio, em conseqüência de acidente • Anemia aplástica causada pela exposição ocupa-
de trânsito, ocorrido durante o transporte de cional a benzeno em trabalhador de indústria de
passageiros de Santos para São Paulo. plásticos que usava o benzeno em operação de
colagem de plásticos.
Acidentes de Trajeto • Hepatite em funcionário de laboratório de he-
matologia, ou leptospirose em trabalhador da
São os que ocorrem após a saída de casa para o SABESP que desentope esgôtos.
trabalho, ou no retorno do trabalho para casa.

São exemplos de Acidentes de Trajeto os se-


guintes:

98
Doenças do Trabalho Outro benefício importante são as atividades
destinadas à Reabilitação Profissional dos Traba-
São as doenças causadas pela forma de organi- lhadores que apresentam seqüelas físicas graves,
zação do trabalho ou pelas condições em que ele tais como amputação de braço, cegueira, amputa-
é realizado. Esta condição exige a perícia médica ção de membro inferior ou outros tipos de lesões
ocupacional para estabelecimento do nexo. que o incapacitam permanentemente para exercer
as atividades de trabalho que exercia anteriormente
São exemplos de casos de doenças do trabalho: a ocorrência que o acidentou.
• As LER/DORT – (Lesões por esforços repetitivos
– Doenças ósteo-musculares relacionadas ao tra- Quais orientações do ponto de vista de direitos
balho) que afetam os trabalhadores que utilizam devemos fornecer ao usuário suspeito de ser por-
terminal de computador, ou os que trabalham tador de uma doença profissional ou relacionada
em linhas de montagem industrial. ao trabalho

Benefícios do Acidentado Em primeiro lugar se o trabalhador é portador


do Trabalho. de uma doença profissional, doença relacionada ao
trabalho ou vitima de um acidente do trabalho típico
Os principais benefícios dos acidentados do tra- ou de trajeto devemos saber se ele é um trabalhador
balho são valores em dinheiro que lhe são pagos pela formal ou não.
Previdência Social. São eles de quatro tipos: Trabalhador formal é aquele que trabalha com
Carteira Profissional assinada e portanto com direito
• Auxílio Doença – Trata-se do auxílio em dinheiro dado aos benefícios da Previdência Social. Portanto, se
pelo INSS ao acidentado do trabalho, após o 15º dia ele é um trabalhador formal deve ser orientado a
de afastamento do trabalho ocorrido em conseqüência solicitar à empresa o fornecimento da Comunicação
do acidente que o vitimou, até que o trabalhador tenha de Acidente do Trabalho (CAT) em 6 vias para dar
condições de retornar a atividade produtiva. entrada junto ao INSS. Esta CAT deve além de ter
• Aposentadoria por invalidez – Trata-se de be- o preenchimento da parte administrativa, também
nefício pecuniário, vitalício e mensal, pago ao deve ter o preechimento do Laudo do Exame Médico
trabalhador que não tenha mais condições de (LEM) que deve ser feito pelo médico assistente. A
retornar ao trabalho por ter a lesão determinado depender do período de afastamento (> 15 dias)
uma incapacidade permanente para qualquer tipo deve também ser encaminhado com relatório médico
de atividade de trabalho. para Perícia Médica do INSS, visto que períodos
• Auxilio Acidente – Benefício pecuniário devido superiores a 15 dias são pagos pelo INSS e também
ao trabalhador, cuja incapacidade para o trabalho geram estabilidade por 12 meses após alta.
foi permanente, todavia parcial, o que lhe con-
fere no entanto condições físicas para retornar a E se o trabalhador tinha carteira assinada mas
atividade que exercia anteriormente ao acidente está desempregado?
embora a faça com maior dificuldade. Em primeiro lugar devemos saber se sua doença
• Pensão – É o benefício em dinheiro que cabe ou acidente está ou não relacionado ao trabalho.
aos dependentes – esposa e/ou filhos em caso Doenças profissionais, do trabalho e acidentes do
de morte do acidentado. trabalho geralmente não tem carência e podemos

99
solicitar a abertura da CAT. Entretanto, se não há
relação com o trabalho, o INSS exige que o segurado
seja contribuinte e a depender do número de meses
que esteja sem contribuir (12 a 24 meses a depender
do tempo total de contribuição), ou seja, se o usuário
sofre um acidente domiciliar e está desempregado
há mais de 12 meses e seu último emprego contri-
buiu apenas por 5 anos, não tem direito ao INSS,
a não ser que volte a contribuir como autônomo
por 4 meses, quando volta a adquirir a qualidade
de segurado.
O mesmo se aplica para trabalhadores autôno-
mos que não fazem nenhuma contribuição para a
Previdência Social. Estes trabalhadores não fazem
jus aos benefícios da Previdência Social e mesmo
que venham a adoecer só terão direito se contri-
buírem pelo menos por 4 meses com a Previdência
Social. Portanto, é importante orientar trabalhado-
res autônomos, como p. ex. ambulantes, pedreiros,
serventes a passarem a contribuir com pelo menos
com a alíquota sobre 1 salário com a Previdência
Social para terem direitos a benefícios como auxilio
doença e mesmo aposentadoria.

100
FLUXOGRAMA DE ASMA
OCUPACIONAL E ASMA BRONQUICA
AGRAVADA POR CONDIÇÕES DE
TRABALHO ( ABACT)

Suspeita de asma
(dispnéia, chiado e
tosse)

Diagnóstico de
Asma Brônquica
Confirmado

Existe a suspeita de Asma


Ocupacional ou ABACT
( melhora nos finais
de semana, férias, piora
com reexposição )
Não Sim

Tratamento conforme
consenso brasileiro de Afastamento da exposição
Asma ( anexo) e encaminhamento para
pneumologista ocupacional
dos CRST’s da área de
abrangência

Principais ramos de atividade/ocupação


de risco para Asma Ocupacional / ABACT
- trabalhadores de indústria
- plástica
- química
- metalúrgica
- borrachas
- farmacêutica
- têxtil
- confecções
- alimentícia
- tratadores de animais
- soldadores
- pintores
- auxiliar de enfermagem
- auxiliar de limpeza

101
FLUXOGRAMA DE DERMATOSE
OCUPACIONAL

Paciente com quadro


de dermatose

História ocupacional compatível


com dermatose ocupacional por
dermatite de contato alérgica
ou irritativa

Não Sim

Tratamento ou Solicitação de
encaminhamento CAT a empresa
para dermatologista

Se suspeita de dermatite
de contato alérgica
solicitar PATCH - TEST

Principais ramos de atividade/ ocupação


para dermatose ocupacional :
- indústria da borracha Encaminhar paciente
- construção civil com CAT e PATCH - TEST
- galvânica ( se realizado) para
- cilindristas CRST da área de abrangência
- pedreiros
- exposição a solventes
- cromeadores
- niqueladores
- pintores

102
FLUXOGRAMA DE LER / DORT

Queixas de dor e/ou


formigamento em
MMSS; Cervicalgias

Histórico Clínico Ocupacional compativel


com o trabalho ( executa movimentos
repetitivos e/ou uso de força manual)

Grau I > grau I ou


grau I com
Encaminhar uma
afastamento
cópia para CRST ou
Solicitação de CAT a empresa > 15 dias
UVIS
para notificação
Solicitação de CAT
Necessita afastamento a empresa

Afastamento do trabalho
Não Sim

< 15 dias > 15 dias


< 15 dias
Alta :
1- orientação e
Encaminhamento CRST
avaliação de
Alta : com relatório
mudança de
1- retorno a função para perícia do
função
com orientação de INSS
2- tratamento
pausas ou readaptação
medicamentoso
2- tratamento
S.N. Tratamento
medicamentoso e/ou
3- retorno se medicamentoso
fisioterapia
recidiva e/ou alternativo
3- retorno se recidiva
( psicoterapia, terapia
ocupacional,
medicina tradicional
chinesa )
Principais ocupações de
risco para LER/DORT:
- telemarketing
- caixas de supermercados
- montadores Definições
- embaladores Grau I
- rebitadores Grau II
- secretárias Grau III
- escriturários Grau IV
- digitadores Página 2

103
CONDUTA PARA LESÕES POR
ESFORÇOS REPETITIVOS (LER)

Queixas Exames Membros superiores

FASE 0

Sensação de desconforto ou sensação de


peso que aparece nos picos da produção Normal
piora aos finais de jornada e melhora com
repouso

FASE 1
Dor à palpação
Sensação constante de desconforto ou sensação
Dor à movimentação ativa
de peso nos membros superiores relacionados com
os movimentos repetitivos com mais de um mês de
duração

FASE 2
Dor a palpação, à movimentação
Dor constante nos membros superiores com pequenos passiva e ativa
períodos de remissão que agrava com a realização de Aumento de volume
esforços repetitivos Ausência de sinais sugestivos de
Inchaço compressão de nervos
Não melhora do quadro clínico com tratamento
medicamentoso/fisioterápico. Interferência nas
atividades do trabalho e fora do trabalho

FASE 3 Presença de sinais sugestivos de


compressão de nervos
Acorda a noite com dor, deixa objetos cairem das mãos Edema importante
Dificuldade para realizar tarefa fora do trabalho, higiene
pessoal, lida doméstica

FASE 4 Limitação dos movimentos


Força muscular diminuida
Atrofia e/ou deformidades
Dificuldade para realizar movimentos finos
Exacerbação da dor e edema
Impossibilidade de realizar tarefas domésticas e
de trabalho
Dificuldade de dormir devido à dor

FONTE: AMBULATÓRIO DE DOENÇAS OCUPACIONAIS DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG

104
FLUXOGRAMA DE PERDA
AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO

Paciente portador de
deficiência auditiva

Paciente tem exposição atual


ou anterior a ruído no
ambiente de trabalho

Não Sim

Encaminhar para Solicitação de


otorrinolaringologista audiometria

Encaminhar com
audiometria
Principais ramos de atividade/ocupação
para CRST da área de
de risco para perda auditiva induzida
abrangência
pelo ruído :
- metalurgica
- plástica
- marmoraria,
- mineração urbana (pedreiras)
- têxtil
- transportes

105
FLUXOGRAMA DE ACIDENTE
DE TRABALHO

Vítima de acidente de
trabalho SIVAT*
típico / trajeto

Encaminhar cópia
Solicitar CAT
para
para a empresa
CRST’s ou UVIS

Necessita
afastamento?

Não < de 15 dias > de 15 dias

Encaminhar com Encaminhar para


Alta relatório para tratamento
perícia do INSS especializado

ACIDENTE DE TRABALHO
é o que ocorre pelo exercício de trabalho a serviço da
empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso,
médico residente, bem como com o segurado especial no
exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou
pertubação funcional que cause a morte, a perda ou redução
temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho

ACIDENTE DE TRABALHO TÍPICO


é aquele que ocorre no local de trabalho ( ou a serviço
em atividades externas ), que determina lesão associada
às atividades de trabalho desenvolvidas

ACIDENTE DE TRAJETO
são os que ocorrem após a saída de casa para o trabalho, ou
no retorno do trabalho para casa
CAT - COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO

* Nos casos de Acidente de Trabalho também preencher a ficha de Sistema de Vigilância


de Acidente de Trabalho (SIVAT).
Portaria Municipal (nº 1470/02 de 30/04/02)

106
FLUXOGRAMA DE PNEUMOCONIOSE

Paciente com queixas respiratórias e


história de exposição a poeira como
sílica e/ou asbesto

Solicitação de raio X de tórax confor-


me padrão OIT ( organização inter-
nacional do trabalho )

Encaminhar com raio X de tórax para


pneumologista ocupacional do CRST
da área de abrangência

Sílica: trabalhadores de mineração, pe-


dreira, cerâmica, fundição, marmoraria,
polidores, jateadores de areia

amianto, auto peças ( freios, pastilhas )


juntas, gaxetas, isolantes térmicos

107
BIBLIOGRAFIA

1. A Secção III – Capítulo 30 apresenta as es-


tatísticas sobre Acidentes de Trabalho no site http:
//www.mpas.gov.br/12_01_03.htm
2. A Secção IV – Capitulo 32 – apresenta os dados
disponíveis sobre Contribuintes Empregados pelo
RGPS http://www.mpas.gov.br/12_01_04.htm
3. Algranti, E., Grecco, L. Doenças Pulmonares
Ocupacionais. Serviço Social da Indústria, Sociedade
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 1997.


4. Ali S.A. - Dermatoses Ocupacionais – Mi-
nistério do Trabalho – FUNDACENTRO: FUN-
DUNESP, 1994
5. Anuário Estatístico da Previdência Social – 2000.
http://www.mpas.gov.br/12_01_20_01.htm
6. Doenças Relacionadas ao Trabalho – Ma-
nual de Procedimentos para os Serviços de Saúde/
Ministério da Saúde do Brasil, Representação no
Brasil da OPAS/OMS; organizado por Elizabeth
Costa Dias; colaboradores Idelberto Muniz Almei-
da et al. – Brasília: Ministério da Saúde do Brasil,
2001.
7. Encyclopaedia of Occupational Health and
Safety. 4º ed., Geneve, International Labour Office,
1998. 4V.
8. Manuais de Legislação Atlas. Segurança e
Medicina do Trabalho. 44º ed., São Paulo, Atlas
S.A., 1999. 644 p.
9. Manual de instruções para preenchimento
da Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT.
elaborado por equipe do Ministério da Previdência
e Assistência Social – MPAS, Instituto Nacional
do Seguro Social - INSS e Ministério do Trabalho
e Emprego – MTE, http://www.mpas.gov.br/12_
04.htm
10. MENDES, R.(org.) Patologia do Trabalho
– Atualizada e Ampliada. 2ºed., São Paulo: Editora
Atheneu, 2003. Volumes 1 e 2 - 1923 p.

108
Elaboração:
Edna Cézar Balbino
Fernanda Lúcia de Campos
Luís Cláudio Sartori

Colaboração:
Adrianne Stein
Ana Regina Fernandes B. Cozzolino
Andréia dos Santos Ribeiro
Dalila Ap. Nogueira
Deise Alves de Amorim
ÁREA TEMÁTICA - SAÚDE BUCAL

Edna Alves Silva


Eleodora F. Felice
Flavio Luis Osório
Julie Silvia Martins
Márcia Aoki Marazzi
Márcia C. Alejandro Arbex
Maria Luisa de Gouveia Ramalho
Maria Stela Miadaira
Maria Teresa Sauranyi de Andrade
Maricene C.M. Ferreira
Mario Maccarone Filho
Mario Nakanishi
Regina A Marques-
Regina Helena Pinheiro Sanches
Ricardo Juniti Akitiv
Rosimara MB Andrade
Rubens Nunes Junior
Sergio Luis S. Morais
Silvio Carlos Coelho de Abreu

111
O “acolhimento” é considerado como um processo,
especificamente de relações humanas; um processo,
pois deve ser realizado por todos os trabalhadores de
saúde e em todos os setores do atendimento. Não se
limita ao ato de receber, mas em uma seqüência de
atos e modos que compõe o processo de trabalho em
saúde. Na análise do “acolhimento” é necessário ir
além dos fenômenos lingüísticos, ou seja, do discurso
verbal, pois nem sempre o que ocorre como um ato
de linguagem, faz-se presente em intencionalidade,
ACOLHIMENTO EM SAÚDE BUCAL

indo além da mensagem emitida.


Acolher não significa a resolução completa dos
problemas referidos pelo usuário, mas a atenção
dispensada na relação, envolvendo a escuta, a
valorização de suas queixas, e também o que se co-
munica sem o recurso das palavras, e através disso
reconhecer as necessidades individuais ou coletivas,
transformando-as em objeto das ações de saúde.
Refere-se também que no “acolhimento” se explica
de certa forma como se efetiva a implantação do
SUS, e como os indivíduos se posicionam frente ao
lema “Saúde como direito de todos e de cidadania”.
Sendo assim o “acolhimento” pode se apresentar de
formas diversificadas segundo as práticas de cada
modelo assistencial, e segundo os diferentes espaços
intercessores do processo de trabalho em saúde, bem
como o seu conjunto.
O usuário do serviço de saúde busca obter no
“acolhimento”, uma relação de compromisso por
parte do trabalhador de saúde, e a priorização
problema/necessidade que o leva ao Sistema de
Saúde, esperando a atenção, a escuta e o respeito,
por parte dos trabalhadores.
O acolhimento do cidadão no contexto da saúde
bucal, mais que resposta a uma determinada situa-
ção de urgência caracterizada por dor espontânea,
pulsátil intensa, inchaço na face, abscesso / fístula,
hemorragia, trauma/ queda/ fratura, deverá ser
porta de entrada que permita adesão desse usuário

112
a programações integrais construídas sobre o eixo reconhecidos, não haverá qualquer processo diag-
da promoção e recuperação da saúde. nóstico ou, então, será um processo inadequado. Os
Quando se refere à promoção e recuperação da usuários podem não se queixar de problemas por não
saúde, o cenário privilegiado é a atenção básica, que estarem cientes deles, ou podem se queixar de uma
por um lado inclui cuidados relacionados à grupos coisa que mascara outra. O papel do profissional de
prioritários em nível social e epidemiológico e, por saúde é a determinação precisa das necessidades de
outro, os serviços de especialistas socialmente mais saúde de um paciente ou de uma população”.
necessários.(PINTO 2000). Nesse protocolo de acolhimento, a técnica de
No entendimento da área temática, o conceito rastreamento proposta para identificação de agravos
de atenção básica em saúde bucal deve ser encarado em saúde bucal, combina critérios e procedimentos
de forma ampla, com foco na prevenção, participa- considerados relevantes para cárie dentária, condições
ção comunitária, enfoque multi-setorial e na oferta do periodonto e tecidos moles bucais. Os critérios
equânime dos serviços que não se limitam apenas foram estabelecidos desde o início da década de
às práticas curativas indispensáveis. noventa com a participação de equipes de saúde
Para o planejamento da atenção básica em bucal, assessoradas por especialistas em cariologia,
saúde bucal dos usuários, incluindo acolhimento periodontia e semiologia. A técnica compreende a
e organização equânime da demanda, optou-se observação da cavidade bucal, feita com iluminação
pela realização de rastreamentos, empregados para natural com auxílio de espátula de madeira.
identificar as condições de saúde bucal e subsidiar Os critérios de rastreamento das condições rela-
o planejamento das ações coletivas e das ações de cionadas com a doença cárie,doença periodontal e
assistência individual. condição dos tecidos moles bucais são:
A Organização Mundial da Saúde (1994), definiu
como reconhecimento sistemático (rastreamento),
os métodos preditivos de busca ativa para detectar
riscos médicos/sanitários não manifestos ou enfer-
midades assintomáticas, para a implementação de
oportuna intervenção.
Rastreamento, triagem ou scrreening, para PE-
REIRA (2001), “é a procura por indivíduos suspeitos
de estarem enfermos ou em risco de adoecer, no
seio da população aparentemente sadia. Trata-se de
uma estratégia que facilita a tarefa de proporcionar
maior cobertura populacional de serviços de saúde,
de modo a proteger maior número de pessoas, com
menor esforço”.
Para STARFIELD (2002), “o reconhecimento
de um problema (ou de necessidade) é o passo que
precede o processo de planejamento e diagnóstico.
Se os problemas ou necessidades de saúde não forem

113
Critérios de rastreamento para cárie dentária com
enfoque no grau de ataque/severidade das lesões.

ESCORES CONDIÇÃO
A Ausência de lesão de cárie, ausência de manchas brancas ativas,
sem presença de placa bacteriana dental envelhecida
B Ausência de sinais de cárie “em atividade”, apresentando
sinais de doença pregressa, ou seja, cavidades adequadamente
restauradas e/ou perdas dentárias adequadamente substituídas
C Ausência de lesão de cárie ativa, com presença de cárie crônica
e/ou perdas dentárias não substituídas
D Presença de sinais de doença cárie – mancha branca ativa e
presença de placa dental bacteriana envelhecida.
E Presença de sinais de cárie ativa, caracterizada pela observação de
lesão aguda.
F Presença de dor referida e/ou abscesso

Fonte: PSF Santa Marcelina, São Paulo, 1999.


Critérios de rastreamento para doença periodontal com
enfoque no grau de ataque/severidade das lesões.
ESCORES CONDIÇÃO
0 Estruturas periodontais sadias
1 Presença de gengivite
2 Presença de cálculo supragengival
6 Presença de bolsa, sem mobilidade e migração dentária
8 Mobilidade e perda da função dentária
X Ausência de dente
B Seqüelas de doença periodontal anterior (retração gengival)

Fonte: PSF Santa Marcelina, São Paulo, 1999.

Critérios de rastreamento para lesões bucais com enfoque nas situações


que sugerem risco para o câncer. PSF Santa Marcelina, São Paulo, 1999.

ESCORES CONDIÇÃO
0 Tecidos moles aparentemente sadios
1 Alterações em tecidos moles, sem sugestão de malignidade
2 Alterações em tecidos moles, com sugestão de malignidade

Fonte: PSF Santa Marcelina, São Paulo,1999.


114
Acolhimento, rastreamento e organização da
demanda considerando o agravo cárie dentária:
Serão encaminhados para grupos com enfoque na
promoção e recuperação da saúde e para a clínica os
usuários classificados com escore F, E, D, C, B, A,
nesse ordenamento: do maior para o menor risco.

Acolhimento, rastreamento e organização da


demanda considerando o agravo doença perio-
dontal:
Serão encaminhados para grupos com enfoque na
promoção e recuperação da saúde e para a clínica os
usuários classificados com escore 8, 6, 2, 1, 0, nesse
ordenamento: do maior para o menor risco.
FLUXOS

Acolhimento, rastreamento e organização da


demanda considerando o agravo lesões em tecidos
moles:
Serão encaminhados para grupos com enfoque
na promoção e recuperação da saúde e para a clínica
os usuários classificados cm escore 2, 1, 0, nesse
ordenamento: do maior para o menor risco.

Importante:

Todos os escores, e para todas as condições,


serão checados em clínica independentemente da
condição de risco que originou o acolhimento e
encaminhamento. Por exemplo: um usuário pode
ter sido encaminhado para a clínica a partir de em
escore “E” para o agravo cárie dentária. Na clínica
serão sempre checados os escores que classificam as
condições do periodonto e dos tecidos moles.

115
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
QUEIXAS ODONTOLÓGICAS

QUEIXAS ODONTOLÓGICAS

IDENTIFICAR SE EXISTE URGÊNCIA

SIM NÃO

• dor espontânea, pulsátil e intensa • problemas com os dentes em geral


• inchaço na face • dor provocada por quente, frio e doce
• abscesso/ fístula • dente de leite não cai
• hemorragia • dente permanente nascendo fora do lugar
• trauma/ queda/ fratura

• preenchimento da ficha de Orientar que a queixa não se


anamnese de urgência caracteriza como urgência e que
• assinatura do paciente ou pode ser agendado para grupo
responsável de triagem para a solução do
problema

Aferição da PA
dos adultos
Observar aspectos da face que,
excluindo escoriações típicas de quedas,
sugiram sinais de violência física. Se
confirmado, observar fluxo especifico
para situações de violência.
CONSULTA Observar alterações dos tecidos
ODONTOLÓGICA moles que sugiram infecção por HIV e
NO DIA encaminhar para o fluxo especifico.

AGENDAMENTO PARA GRUPO DE TRIAGEM DE RISCO

116
ORIENTAÇÕES GERAIS

PRESENÇA DE ABSCESSO / INCHAÇO


NA FACE E/OU FÍSTULA INTRA/
EXTRA ORAL (PRESENÇA DE BOLSA
NO PÉ DO DENTE)
Orientar bochechos com água morna
Não fazer compressa quente
Evitar aquecimento local
Evitar exposição ao sol
Encaminhar para o dentista realizar
drenagem (procedimento)

CORTE DE LÁBIO / LÍNGUA /


MUCOSA ORAL

Limpar o local com soro


fisiológico 0,9 %
Compressão do local com gaze
Aplicar compressa de gelo
Preencher ficha de anamnese / urgência
Para adultos, verificação da PA
Encaminhar para avaliação / sutura.

DESLOCAMENTO DE DENTES
POR TRAUMA
(deslocamento lateral, para
dentro do alvéolo ou para fora do
alvéolo)
1) Deslocamento lateral: Com uma gaze fazer
realinhamento imediatamente para evitar a
formação de coágulo.

2) Deslocamento para fora do alvéolo: Fazer


realinhamento imediatamente.

3) Deslocamento para dentro do alvéolo: Não deve


ser feito nenhum procedimento no sentido de
posicionar o elemento.
Aplicar compressa de gelo se tiver edema

Encaminhar imediatamente para o Cirurgião


Dentista realizar procedimento de avaliação e/ou
contenção.

117
ORIENTAÇÕES GERAIS

FRATURA DE DENTES
POR TRAUMA

Colocar o fragmento do dente em


soro fisiológico.
Se houve trauma de mucosa, fazer
imediatamente compressa com gelo.
Encaminhar para o Cirurgião
Dentista realizar procedimento

PERDA DO DENTE DECÍDUO


( DENTE DE LEITE ) POR TRAUMA
AVULSÃO

NUNCA REIMPLANTAR DENTE DECÍDUO


Limpar a região afetada com soro fisiológico 0,9%.
Orientar a morder um rolete de gaze.
Aplicar compressa com gelo se tiver edema
(inchaço)
Encaminhar para o Cirurgião Dentista.

PERDA DO DENTE
PERMANENTE
POR TRAUMA
(AVULSÃO)

Se o dente foi recuperado, lavar com soro fisiológico 0,9%


sem fazer nenhuma fricção.
Reimplantar imediatamente no alvéolo observando face
correta.
Na impossibilidade de reimplante, o dente deve ser
mantido debaixo da língua do paciente / responsável, em
soro fisiológico a 0,9% ou no leite até o momento do
reimplante.
Aplicar compressa com gelo se tiver edema (inchaço )
Encaminhar para o Cirurgião Dentista realizar contenção
( procedimento ).
Se o dente não foi recuperado, oriente que a recuperação
imediata é muito importante pois o elemento pode
ser reimplantado. E também oriente como deve ser
conservado até o momento do reimplante.

118
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO A
HEMORRAGIA

HEMORRAGIA

NA UBS
Fazer compressão com gaze/
compressa com gelo

Necessidade de pronto atendimento

Hemorragia pós-cirúrgica Hemorragia traumática

Ausência do dentista Cirurgião dentista

Pequeno
sangramento

Grande sangramento Enfermeiro


médico

Ausência do Cirurgião
Ausência do
dentista dentista
dentista

Compressão
Cirurgião compressa com gelo
dentista Sutura
Médico

Se necessário
Enfermeiro
médico MEDICAÇÃO INJETÁVEL
Vitamina K
Buco maxilo facial

Compressão com gaze

119
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Buischi, Y. P. Promoção de Saúde Bucal na


Clínica Odontológica. São Paulo. Artes
Médicas, 2000.
2. Kramer, P. F.; Feldens, C. A.; Romano, A.
R. Promoção de Saúde Bucal em Odon-
topediatria. São Paulo. Artes Médicas,
2000.
3. Projeto Qualis- Santa Marcelina- Modelo
de Atenção, 1998.
4. Sartori, L. C. Saúde bucal da família. São
Paulo, mimeo, 2001.
5. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
A Organização das Ações de Saúde Bucal
na Atenção Básica. São Paulo. fev. 2001.
6. Secretaria Municipal da Saúde. Prefeitura
do Município de São Paulo. COGest. A
Reorganização da Saúde Bucal na Atenção
Básica no Município de São Paulo. São
Paulo. mar. 2003.

120
ÁREA TEMÁTICA - PROJETO RESGATE CIDADÃO

Elaboração:

Equipe Técnica do Projeto


Cleide de Paula – COGest – Assessoria Técnica
Jonas Melman – COGest – Assessoria Técnica
Maria Lucia Aparecida Scalco – COGest
– Assessoria Técnica
Maiangela Aoki – COGest – Gerente do Projeto
Resgate Cidadão

123
A violência gera nas pessoas sofrimento físico,
psíquico, social e/ou econômico. Entendemos a
violência como uma questão de saúde pública,
uma violação dos direitos da pessoa e um evento
social e historicamente construído.
Ela pode ser intencional, como a violência do-
méstica, sexual, institucional, suicídio, na relação
de trabalho (assédio moral ou sexual) e homicídio,
ou não intencional como o acidente de trabalho e
CASOS SUSPEITOS DE VIOLÊNCIA

de trânsito.
Na rede ambulatorial observa-se que a violência,
principalmente a doméstica e sexual, aparece de forma
silenciosa e “invisível”, ela pode ser identificada através
– SINAIS E SINTOMAS

do relato espontâneo, sinais e/ou sintomas.


As pessoas em situação de violência nem sempre
associam o seu sofrimento como conseqüência da
violência. Outras sentem vergonha ou medo de ex-
por o problema. É importante criar condições que
facilitem este relato e seu acolhimento.
Quando se identifica uma suspeita de violência,
pode-se perguntar diretamente ou indiretamente,
dependendo da disponibilidade da pessoa em querer
discutir o problema.
É importante efetuar a notificação dos casos sus-
peitos ou confirmados de violência (vide fluxo de
atendimento), normatizada pela Portaria no 2639/03
– SMS-G. Uma notificação em saúde não constitui
uma denúncia policial, tem a finalidade de produzir
informações epidemiológicas que irão subsidiar es-
tratégias de intervenção assistencial, de promoção,
de prevenção e de vigilância. No caso de crianças e
adolescentes o Estatuto da Criança e do Adolescente/
ECA (art. 13 e 245) determina a notificação ao
Conselho Tutelar. Neste caso, o Conselho Tutelar
tem a obrigação de manter a confidencialidade. É
recomendável conversar com a família sobre este
procedimento, e esclarecer que ela tem a finalidade
de desencadear uma ação de proteção à criança e ao
adolescente e de apoio à família.

124
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DE
CASOS SUSPEITOS DE VIOLÊNCIA
REDE AMBULATORIAL

Acolhimento
Criança e Adolescente:
• Promotoria de
Justiça Regional
Suspeita não /MP
confirmada, ver Recebe, Escuta, Analisa • Conselho Tutelar
outros fluxos e Avalia • UVIS
assistenciais • Arquivo no
prontuário

Suspeita confirmada ou ainda


em investigação
Adulto:
Violência Sexual • UVIS
• Arquivo no
1. Primeiras 72 horas: prontuário
Profilaxia de DST,
HIV/AIDS, Hepatite Atendimento no
e Anticoncepção de dia pela equipe
Emergência de referência/ Notificação
profissional Idoso:
2. Gravidez Orienta e decide a • Grande Conselho do
decorrente do conduta do caso Idoso
estupro – aborto • Ministério Público,
legal quando couber
• UVIS
• Arquivo no
prontuário

Serviço de Na própria Unidade de Saúde Rede de


Emergência Unidade Referência – US/Eq. Ref Apoio

- Agendamento - retorno - Atendimento - Assistência Social


- Atendimento Interdisciplinar Interdisciplinar - Educação
• Ambulatorial • Ambulatorial - Jurídica
• Acompanhamento • Acompanhamento - Delegacia de Polícia/
Domiciliar (ACS/ Domiciliar (ACS/ Delegacia da Mulher
profissional de saúde) profissional de saúde) - Conselho Tutelar/Vara
- Rede de Vigilância da Infância e - Juventude/
- Rede de Apoio - Rede de Vigilância Ministério Público
ONGs etc.
- Rede de Apoio

125
Física: ocorre quando uma pessoa, que está em
relação de poder com outra, causa ou tenta causar
dano não acidental, por meio do uso da força física
ou de algum tipo de arma que pode provocar ou
não lesões externas, internas ou ambas. O castigo
repetido, não severo, também se considera violência
física. A tentativa de suicídio caracteriza-se com ato
violento praticado pela própria pessoa.
Sexual: É toda a ação na qual uma pessoa em
relação de poder e por meio de força física, coerção
TIPOS DE AGRESSÃO

ou intimidação psicológica, obriga uma outra ao ato


sexual contra sua vontade, ou que a exponha em
interações sexuais que propiciem sua vitimização,
da qual o agressor tenta obter gratificação.
Psicológica: É toda ação ou omissão que causa
ou visa causar dano à auto-estima, à identidade ou
ao desenvolvimento da pessoa (insultos constantes,
humilhação, desvalorização, chantagem, isolamento
de amigos e familiares, manipulação afetiva, ameaças,
privação arbitrária de liberdade etc).
Negligência/abandono:
Abandono – ausência ou deserção, por parte do
responsável, dos cuidados necessários às pessoas que
estão sob sua custódia física ou cuidado.
Negligência – ato de omissão do responsável por
criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiên-
cia em prover as necessidades básicas e condições
adequadas de vida.
Auto-negligência – conduta de pessoa que
ameaça sua própria saúde ou segurança, com a
recusa ou o fracasso de prover a si mesmo cuidados
adequados

126
As crianças, os adolescentes, as mulheres, os idosos
e as pessoas com deficiência ou com transtorno mental
constituem os grupos mais vulneráveis à violência,
principalmente a doméstica e sexual.
A seguir sinais e sintomas (1) que podem estar
relacionados à violência destes grupos:

Crianças e adolescentes

Observar se as lesões existentes são incompatíveis


com a história relatada ( atribui-se a um fato acidental
ou a uma atitude da própria pessoa agredida que não
condiz com a gravidade do caso), ou com o estágio
de desenvolvimento da criança (atribui-se a pessoa o
SINAIS E SINTOMAS

ato praticado porém ele não é compatível com a idade


e o desenvolvimento motor da criança). Obervar,
também, relatos discordantes entre os responsáveis
ou entre o responsável e a pessoa supostamente
agredida. Avaliar a repetição dos “acidentes”.

Suspeitar a ocorrência de violência sempre que


encontrar um ou mais dos seguintes achados durante
o exame físico:

Transtornos na pele e mucosa

• Contusões e abrasões, principalmente na face,


lábios, nádegas, braços e dorso
• Lesões que reproduzam a forma do ob jeto
agressor (fivelas, cintos, dedos, mordedura)
• Equimoses e hematomas principalmente no
tronco, dorso e nádegas, podendo indicar datas
diferentes de agressão
• Alopécia resultante de arrancamento repetido
dos cabelos
• Queimaduras com marcas do objeto (cigarro,
por exemplo)
• Lesões endobucais ocasionadas por laceração
do freio da língua por tentativa de introdução
forçada de alimentos

127
Transtornos músculo-esqueléticos • Baixo nível de desempenho escolar
• Fugas, mentiras, furto
• Fraturas múltiplas • Tentativa de suicídio
• Fraturas de costelas em menores de dois anos • Fadiga
• Fraturas de crânio ou traumatismo craniano por • Baixo auto-estima
choque direto ou sacudidas vigorosas (síndrome • Aversão a qualquer atividade de conotação
do bebê sacudido), concomitantes com edema ce- sexual
rebral, hematoma subdural e hemorragia retiniana,
podendo manifestar-se por convulsões, vômitos, Outros
cianose, apnéia e alterações de deficit motor
• Hematoma subperiosteal de diferentes estágios • Retardo pondero-estatural por aporte calórico
(síndrome da criança espancada) inadequado
• Intoxicações por medicamentos especialmente
Transtornos genito-urinários anti-histamínicos ou sedativos
• Sindrome de Münchausen por procuração (do-
Lesões na área genital e períneo: observar pre- enças simuladas ou provocadas falsamente pelos
sença de dor, sangramento, infecções, corrimento, pais ou responsáveis)
hematomas, cicatrizes, irritações, erosões, assaduras,
fissuras anais, hemorróidas, pregas anais rotas ou Negligência
afrouxamento do esfincter anal, diminuição do tecido
ou ausência himenal, enurese, encoprese, infecções • Aspectos de má higiene
urinárias de repetições sem etiologia definida
• Roupas não adequadas ao clima local
• Desnutrição
Transtornos psicológicos
• Tratamentos médicos inadequados
• Distúrbios de crescimento e desenvolvimento
• Aversão ao contato físico, apatia ou avidez
sem causa orgânica
afetiva
• Lares sem medida de higiene e de segurança
• Retardo psicomotor sem etiologia definida, com
• Falta de supervisão da criança, provocando lesões
melhora quando a criança se separa da família
e acidentes de repetição
(hospitalização)
• Transtorno do sono ou da alimentação
Freqüência irregular à escola
• Episódio de medo e pânico
• Isolamento e depressão
No caso de crianças e adolescentes quando ocorrer
• Conduta agressiva e irritabilidade
a suspeita de maus tratos evitar (1):
• Interesse precoce em brincadeiras sexuais ou
conduta sedutora
1. Perguntar diretamente se um dos pais foi res-
• Choro fácil sem motivo aparente
ponsável pelo ocorrido;
• Comportamento regressivo, autodestrutivo ou
2. Insistir em confrontar dados contraditórios ou
submisso
aferir registros;
• Desenho ou brincadeiras que sugerem violência

128
3. Confrontar os pais com descrições trazidas pela Manifestações sociais: isolamento por medo que
criança ou pelo adolescente, especialmente outros descubram o acontecido, medo de que se repita,
nos casos de abuso, pois trai a confiança do(a) mudanças freqüentes de emprego ou moradia
usuário(a);
4. Demonstrar sentimentos em relação à situação No caso de mulheres quando há suspeita de
– como desaprovação, raiva, indignação; violência (3):
5. Assumir postura de policial ou detetive.
1. Perguntar indiretamente:
Mulheres • Está tudo bem em sua casa, com seu compa-
nheiro?
Mulheres em situação de violência são usuárias • Você está com problemas no relacionamento
assíduas dos serviços de saúde. Em geral, são tidas familiar?
como “poliqueixosas”, por suas queixas vagas e crônicas, • Você se sente humilhada ou agredida?
com resultados normais em investigações e exames • Você acha que os problemas em casa estão afe-
realizados. Atenção aos seguintes sinais e sintomas: tando sua saúde?
• Você e sua família brigam muito?
• Lesões físicas agudas (inflamações, contusões, 2. Perguntar diretamente:
hematomas em várias partes do corpo) • Já vi problemas como o seu em pessoas que
• Fraturas dos ossos da face, costelas, mãos, braços são fisicamente agredidas. Isto aconteceu com
e pernas você?
• Lesões das mucosas oral, anal e vaginal (inflama- • Alguém lhe bate?
ção, irritação, arranhões e edema, perfuração ou Você já foi forçada a Ter relações com alguém?
ruptura)
• Dor no baixo ventre ou infecções Idoso
• Infecção urinária de repetição (sem causa secun-
dária encontrada) Os idosos tornam-se mais vulneráveis a violência
• Transtornos digestivos – falta de apetite, náuseas, intradomiciliar na medida em que necessitam de
vômitos, cólicas, dores de estômago maiores cuidados físicos ou apresentam dependência
• Perda de peso física ou mental. Quanto maior a dependência, maior
• Dores de cabeça o grau de vulnerabilidade. O convívio familiar tenso
• Dores musculares generalizadas e cuidadores despreparados agravam esta situação.
• Sintomas psicossomáticos: insônia, pesadelos, Observar os sinais e sintomas a seguir:
falta de concentração e irritabilidade
• Alterações psicológicas: estado de choque, crise de Abuso físico
pânico, ansiedade, medo e confusão, fobias, insônia,
pesadelos, auto-reprovação, sentimentos de inferiorida- • Contusões, queimaduras ou ferimentos inexplicá-
de, fracasso, insegurança ou culpa, baixa auto-estima, veis, de vários formatos, de diferentes estágios e de
comportamento autodestrutivo – como uso de álcool formatos bem definidos, como marcas de corda,
e drogas, depressão, tentativas de suicídio. ataduras ou contenção nos punhos e tornozelos

129
• Alopecia traumática ou edema do couro cabeludo • Vestuário inapropriado ao clima/ambiente
• Escaras, assaduras ou escoriações
Abuso psicológico • Impactação fecal

• Comportamentos bizarros: chupar dedo, emba- Abuso Financeiro


lar-se
• Transtornos neuróticos Necessidades e direitos não atendidos (compra
• Transtornos de conduta de medicamentos, alimentação especial, contrata-
ção de ajudantes, livre utilização dos proventos)
Abuso Sexual em conseqüência do uso de recursos financeiros
(aposentadoria, pensão, herança) pela família
• Lesão, prurido, sangramento, dor anal ou geni-
tal Pessoa com deficiência
• Doenças sexualmente transmissíveis
• Corrimento, manchas ou sangramento nas roupas Os sinais e sintomas sugestivos de violência des-
íntimas critos nos diversos ciclos de vida acontecem também
na pessoa com deficiência. O que pode ocorrer é
Negligência o risco de ignorá-los e serem considerados como
resultados da deficiência. Um outro fator que pode
• Desidratação ou desnutrição ser um agravante é a dificuldade de comunicação
• Higiene precária da pessoa devido a sua deficiência.

130
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- Violência Intrafamiliar – Orientações para a


Prática em serviço – Caderno de Atenção Básica
– nº 8 – SPS/MS – 2002
2- Guia de Atuação Frente a Maus – Tratos na
Infância e na Adolescência – Orientações para
pediatras e demais profissionais que trabalham
com crianças e adolescentes – SBP, CLAVES,
ENSP, FIOCRUZ, MJ – 2a edição – 2001
3- O que devem saber os profissionais de
saúde para promover os direitos e a saúde das
mulheres em situação de violência doméstica –
Departamento de Medicina Preventiva/FMUSP,
Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde - 2003

131
SAÚDE A PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Elaboração :
Lucila Faleiros Neves
Sandra Maria Vieira V. Tristão de Almeida
Siomara Rolla Chen
Heloisa B. Ventura Di Nubila
Maria Gorete Bavoso
Lorena Martinez Barrales

Colaboração:
Márcia Kretzer
Fernanda Rocco
Eliana Cristina Moreira
Gilcinéia Eleutério
Débora D. Gonçalves Nascimento
Andréa Wander Bonamigo

135
INTRODUÇÃO aos profissionais, que atuam em todos os equipa-
mentos de saúde para acolhimento e conduta frente
A Política Municipal de Atenção à Pessoa com às pessoas com deficiência e suas famílias.
Deficiência considera deficiência como:
• Diferença humana, que por suas singularidades, NOMENCLATURA
requer atenção a especificidades quanto à forma
de comunicação e de mobilidade, de ritmos e Os termos utilizados trazem valores e conceitos
estilos de aprendizagem, bem como das manei- vigentes na sociedade numa determinada época, e
ras diversas de construir o conhecimento e os são substituídos na medida em que estes mudam.
relacionamentos sociais; O termo “pessoa portadora de deficiência”, por
• Fenômeno relacional social e historicamente cons- exemplo, tem sido evitado, por entender-se que
truído, apresentando uma perspectiva diferente a deficiência é condição da pessoa, que não pode
da concepção tradicional de deficiência, centrada deixar de portá-la.
no aspecto de falha na fisiologia humana. Atualmente, utiliza-se o termo “Pessoas com
“As deficiências podem ser parte ou expressão Deficiência”, que enfatiza a condição humana
de uma condição de saúde, mas não indicam ne- do sujeito, que pode requerer, em determinados
cessariamente a presença de uma doença ou que o momentos, ações e cuidados específicos.
indivíduo deva ser considerado doente” (Classificação
CARACTERIZAÇÃO DA POPU-
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e LAÇÃO COM DEFICIÊNCIA
Saúde – CIF –OMS/OPAS - EDUSP, 2003).
Podem ser congênitas ou adquiridas, temporárias Todo o planejamento das ações de saúde em re-
ou permanentes e de diferentes tipos: física, sensorial lação às pessoas com deficiência deve estar apoiado
(auditiva e visual), mental ou múltiplas. Podem ser, em informações locais, não somente em relação ao
portanto, adquiridas, por qualquer um de nós, du- número, mas principalmente quem são estas pessoas,
rante nossas vidas, requerendo ações de prevenção, como adquiriram suas deficiências, como viviam
além do tratamento, reabilitação e fornecimento de e como vivem agora, quais suas necessidades, que
órteses e próteses necessárias para a equiparação de expectativas têm, quais recursos são necessários para
oportunidades e inclusão social. melhorar sua qualidade de vida.
A questão da deficiência não é responsabilidade Para isso é importante realizar a Identificação e
apenas dos profissionais de reabilitação. A Organização Caracterização da população com deficiência no
Mundial de Saúde refere que a manutenção exclusiva território, que possibilitará não só o planejamento e
das ações de reabilitação em serviços especializados direcionamento de ações, mas também a aproximação
(mesmo que descentralizados) ou em instituições, com a comunidade. Para tanto, sugerimos:
além de insuficientes para atender as necessidades 1. Identificar e avaliar situações/locais de risco para
da população, não envolve a comunidade onde as o desenvolvimento de algum tipo de deficiência
pessoas com deficiência vivem, o que é fundamental (condições de trabalho, violência, acidentes de
para que esta reconheça que estas pessoas tem os trânsito, doenças crônicas - hipertensão, diabetes,
mesmos direitos que os outros seres humanos. etc).
O texto que segue abaixo visa oferecer subsídios

136
2. Identificar a presença de pessoas com defici- imbuídos de valores pré-estabelecidos, que ela pre-
ência na comunidade e descrever / caracterizar os cisa ser encaminhada para um “lugar especializado,
diferentes tipos de deficiência presentes (física, onde saibam lidar com sua deficiência”. Deixa-se de
mental, auditiva, visual, múltipla). olhar para a pessoa e foca-se na deficiência. Esque-
3. Conhecer as condições de vida das pessoas ce-se que suas necessidades básicas são comuns, tais
com deficiência (estrutura familiar, atividades como vacinação, consultas, pré-natal, planejamento
da vida diária, moradia, benefícios sociais, bens familiar, puericultura e saúde bucal.
de consumo, transporte, escolaridade, idade,
estado de saúde geral, ocupação, equipamentos É dever dos profissionais da atenção básica criar
ou adaptações – cadeira de rodas, bengala, lentes, condições para o acesso de pessoas com deficiência
entre outras). dentro das estruturas comuns de saúde, para que tenham
4. Identificar a autonomia da pessoa com defici- oportunidades igualitárias e eqüitativas de participação
ência na realização de atividades gerais (se neces- em todos os atendimentos e atividades.
sita de auxílio, acompanhante, se é totalmente
dependente, em que condições). Quando a pessoa com deficiência chega na uni-
5. Identificar as formas de participação das dade de saúde ou é visitada pela equipe de saúde,
pessoas com deficiência na comunidade (possui devem ser levantadas suas necessidades. Caso a de-
inserção em grupos, interage socialmente em manda refira-se à reabilitação, deve-se investigar se
casa, na comunidade, em outros contextos). a pessoa é ou já foi acompanhada por algum serviço
6. Avaliar a presença de movimentos organizados de reabilitação, por quanto tempo, se recebeu alta
de pessoas com deficiência e lideranças comuni- ou interrompeu o tratamento e quais as suas ne-
tárias, por meio da história de organização social, cessidades específicas atuais. Se for preciso, realizar
suas reivindicações, propostas, atividades que contato com a equipe que atendeu a pessoa/família
desempenham para troca de informações.
7. Registrar, analisar os dados da realidade local, Deve-se ter em mente que encaminhamentos
planejar e executar ações de maneira integrada para centros especializados podem ser importantes
pelas equipes de saúde, sob a ótica da interdis- em determinados momentos, dependendo do grau
ciplinaridade e intersetorialidade. de comprometimento e das necessidades da pessoa.
Porém, nem sempre são os mais indicados, uma
vez que muitas ações podem ser realizadas com
ACOLHENDO A PESSOA COM qualidade em unidades próximas ou no domicílio.
DEFICIÊNCIA NOS SERVIÇOS DE Se a unidade tiver profissionais com experiência e
SAÚDE formação em reabilitação, estas ações poderão ser
executadas com maior resolubilidade.
A pessoa com deficiência, como qualquer ser hu- Cabe ressaltar que geralmente a expectativa da
mano, tem suas características individuais, potencia- família, da pessoa e dos profissionais de saúde quanto
lidades e necessidades. O que acontece, muitas vezes, à reabilitação é a cura, recuperação total no quadro
é que ao se deparar com uma pessoa com deficiência motor, cognitivo ou sensorial, o que muitas vezes
nos serviços de saúde, os profissionais pressupõem, não é possível.

137
A reabilitação é um processo de desenvolvimen- tos da família, adquiridos pela convivência diária,
to de capacidades, habilidades, recursos pessoais e pelas orientações recebidas de outros profissionais,
comunitários que facilitam a independência e permitindo sua participação e comunicação nas
participação social. Deve ter duração limitada relações de saúde, exercendo seu papel de prota-
e objetivos definidos. Nosso papel é oferecer in- gonista social.
formação, valorizar os ganhos reais que permitam
maior independência nas atividades do dia-a-dia e
contribuir para o enfrentamento da nova condição A CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA:
e inclusão social. SINAIS DE ALERTA E CUIDADOS
A precocidade das ações de reabilitação, como
por exemplo a intervenção imediata após sofrimento Crianças com deficiência, como todas as outras,
de trauma ou lesão, possibilita melhores respostas têm as mesmas necessidades essenciais para se desen-
em termos de aquisição de habilidades e prevenção volverem e também aprendem explorando o mundo,
de danos secundários, sejam estes de ordem física, brincando, imitando, repetindo e se relacionando.
econômica ou psicossocial. As crianças com e sem deficiência se beneficiam com
a convivência, pois têm oportunidade de aprender a
ENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA respeitar o ritmo diferente do amigo, de desenvolver
sentimentos de cooperação e de cuidado, que são
Lidar com a questão da deficiência, geralmente fundamentais para a construção de uma sociedade
implica em uma série de mudanças, sentimentos, que realmente valorize a diversidade humana, e que
adaptações, que podem gerar maior ou menor so- abra espaço para todos os indivíduos.
frimento para as pessoas envolvidas. Quanto mais cedo uma família tem informações
É importante, portanto, que as famílias sejam sobre as dificuldades e necessidades das crianças,
apoiadas e fortalecidas neste processo, bem como maior a possibilidade de descobrir alternativas e obter
orientadas para o manejo das situações advindas da respostas mais favoráveis para sua participação.
condição de deficiência de algum de seus membros. O mais importante é ser paciente com as difi-
A aproximação de pares pode ser uma estratégia culdades, não tentar comparar as aquisições de uma
facilitadora para o enfrentamento e superação de criança com a outra, compreendendo que cada uma
muitas questões. tem um jeito e ritmo próprio.
O profissional de saúde tem o dever de acolher, dar
A família deve sempre incentivar a criança para
suporte às famílias no momento do diagnóstico e estimular
que tenha maior independência nas atividades como
o vínculo, cuidado e potencial da criança e família, por
vestir, tomar banho, comer, brincar , mesmo que
mais grave que seja a condição da pessoa.
elas demorem mais que o esperado para realizar
ou o façam de maneira muito diferente da usual.
A inclusão deve começar na própria família e a Isto certamente ajudará muito na sua auto-estima
equipe deve observar e estimular a participação das e socialização.
pessoas com deficiência nas diferentes atividades. Da mesma forma, é essencial que ela dê oportu-
Da mesma forma, deve valorizar os conhecimen- nidades para que a criança participe e conviva em

138
todos os momentos da família, na vizinhança, na com o ambiente e alcance de objetos, que devem ser
escola e comunidade. colocados próximos e às vezes até na própria mão.
Ajudá-las para que consigam novos movimentos e
A criança com deficiência tem direito à educação posições evitará muitas deformidades e lhes dará
(Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-Lei mais confiança para arriscar novas experiências.
nº 9394/96) Na deficiência auditiva os sinais mais comuns
são: criança não acorda, nem se mexe em respostas
Um acompanhamento cuidadoso do desenvol- a fala ou barulho, não tem reações a barulhos do
vimento infantil possibilita a detecção de sinais de ambiente como porta batendo, voz da mãe, brin-
alerta, alterações e intervenção precoce. quedos como chocalho, instrumentos musicais;
Com relação à linguagem, observar a comunicação não atender quando se fala com ela ou só fazê-lo
entre a criança e a família: como é a conversa com o quando está olhando para a pessoa. A criança fala
bebê/criança durante a alimentação e brincadeiras, pouco ou não fala.
se o bebê emite sons, se estes apresentam entonações É importante o encaminhamento para diag-
diferentes. Perto de 2 anos a criança compreende nóstico, indicação de aparelho auditivo e terapia
perguntas simples, já emite algumas frases e apresenta fonoaudiológica. Para auxiliar na comunicação, é
tentativas de manter diálogo com o interlocutor, importante o contato visual: falar de frente, de forma
mesmo que seu vocabulário não seja extenso . mais pausada, articulada e com expressão, mas sem
É importante que a família converse com a crian- exageros. O uso de gestos também pode auxiliar
ça, valorize sua vocalização, dando sentido ao que muito a comunicação. Não deixe de conversar e
produz. Não corrigir e demonstrar grande ansiedade cantar com ela.
em relação à sua fala; brincar de cantar, produzir Na deficiência visual, as crianças demonstram
sons e entonações diferentes durante brincadeiras; grande dificuldade em fixar os olhos nos objetos ou
falar sempre corretamente. Oferecer à criança ob- pessoas, podem parecer desinteressadas pelos brinque-
jetos e brinquedos que incentivem a exploração do dos e ambiente ou trazem muito perto dos olhos os
ambiente, a curiosidade, a independência para que objetos que desejam ver. Têm dificuldade em iniciar
ela possa assumir atitudes e se expressar. sua mobilidade: rolar, engatinhar ou andar. Podem,
Na deficiência física os sinais de alerta mais co- ainda, apresentar comportamentos estereotipados
muns são encontrados em crianças que se apresentam como apertar ou esfregar os olhos, franzir a testa
muito molinhas (flácidas) ou com movimentos muito ou fixar o olhar em pontos luminosos.
rígidos ou muito incoordenados, deformidades ou Para que elas possam fixar o olhar e explorar
malformações com dificuldade de buscar e segurar um brinquedo ou a face do cuidador, é necessário
objetos, ou se movimentar para rolar, arrastar, sentar, aproximá-los bem perto do seu rosto, na posição que
ficar em pé, andar, às vezes com alterações também ela mostrar melhor resposta. Objetos grandes e de
para sugar ou comer. cores fortes, de alto contraste (preto e branco, por
Para estas crianças, aprender depende muito das ex.) são mais fáceis de serem percebidos. Quando a
oportunidades de serem bem posicionadas com almo- criança é cega, necessita fazer o uso das mãos para
fadas, rolinhos, cadeiras adaptadas, para facilitar sua conhecer melhor as coisas e é muito importante
movimentação, bem como ter o contato facilitado que sempre lhe contem o que está acontecendo no

139
ambiente ou lhe antecipem o que vai acontecer. Os • Os profissionais devem perguntar suas dúvidas
móveis e objetos dentro de casa devem permanecer diretamente à pessoa com deficiência, sempre
o máximo possível nos mesmos lugares para que a que possível.
criança possa se deslocar ou procurá-los com maior • Estimular a participação nas atividades familiares.
sucesso. Investigar sua rotina: se permanece no quarto, na
Na deficiência mental os sinais de alerta mais cama, quando poderia estar numa cadeira na sala,
comumente observados são: pouco interesse em por onde todos os membros da família circulam
explorar ou explorações muito repetitivas; atraso e onde são tomadas decisões; se sai com a família
nas aquisições motoras e de linguagem; dificuldade e freqüenta atividades na comunidade.
em memorizar e em realizar uma tarefa até o fim; • Toda pessoa com deficiência tem direito a órte-
dificuldade na retenção do aprendido e no uso em ses, próteses ou outras tecnologias, dependendo
diferentes situações. Comportamentos estereotipados de suas necessidades.
e repetitivos, às vezes de auto-estimulação como ba- • Deficiências motoras, visuais, auditivas ou
lançar a cabeça, bater os objetos, chupar ou morder na comunicação não implicam em deficiência
mão e dedos podem aparecer, e estão freqüentemente mental.
relacionados com distúrbios de saúde mental. • As pessoas com deficiência podem manter
É importante oferecer objetos diferentes, ajudar relacionamentos sexuais e constituir famílias.
a explorar suas características e para que servem,
nomear todos os objetos, demonstrar como funcio- DEFICIÊNCIA AUDITIVA E DE
nam, ajudar a se interessar pelo ambiente, dividir as LINGUAGEM
tarefas em etapas simples e, sobretudo, ser bastante
tolerante com os erros, a lentidão, a demora e a Nos últimos anos tem se observado cada vez mais
repetição no processo de aprendizado. a importância da comunicação para a vida indepen-
dente. As alterações de fala e escrita, como trocas
ou omissões de letras, as gagueiras, as alterações de
A PESSOA COM DEFICIÊNCIA: voz, os atrasos de desenvolvimento de linguagem, as
ORIENTAÇÕES E CUIDADOS afasias podem, dependendo do comprometimento,
trazer maior ou menor prejuízo à comunicação.
Considerar sempre as potencialidades dos Quando a pessoa chega à unidade de saúde é
indivíduos, buscando, sempre que necessário, importante observar o meio de comunicação efetivo
alternativas de comunicação para promover acesso que usa. No caso de uma grande alteração de fala
às informações, a convivência e a participação no (como por exemplo uma pessoa com gagueira, com
processo de tratamento. muitas repetições e bloqueios, com paralisia cerebral
e dificuldade de comunicação ou uma pessoa surda)
• Contribuir para que a pessoa descubra seu os profissionais de saúde devem estar disponíveis
potencial e o que é capaz de fazer. Muitas vezes para a comunicação. Se necessário, oferecer recursos
ela desconhece suas capacidades, porque nunca diferentes para que a pessoa possa se expressar. Por
foi estimulada a realizar as atividades, mesmo exemplo, podemos citar o uso da escrita, mímicas,
que de forma incompleta. perguntas direcionadas, que possam ter sim e não

140
como resposta, repetição das últimas palavras/idéias, corpo sejam acompanhados;
o uso de equipamentos de comunicação alternativa. • Quando a pessoa for deitar-se na maca ou
É importante que o profissional tenha paciência e sentar-se para o exame basta que coloquemos
demonstre isso à pessoa. Não tente adivinhar o que sua mão no encosto da cadeira ou da maca para
ela quer dizer e não a deixe sem respostas. Dirija-se que realize as mudanças posturais necessárias;
a ela, procure olhar no rosto. Se não entender o que • Caso a pessoa utiliza uma bengala como guia
foi falado, solicitar que a pessoa repita, escreva ou para locomoção independente não devemos afas-
utilize gestos. tá-la da pessoa. É um objeto de uso pessoal, que
Preste mais atenção no conteúdo da fala do serve de referência na realização das atividades
que em sua forma e, principalmente não discrimi- cotidianas;
ne alguém por sua maneira de falar. Lembre-se o • Lembre-se que os cães-guia têm responsabili-
mais importante são os sentimentos e as idéias que dade de guiar o dono que não enxerga, por isso
a pessoa quer transmitir. o cachorro nunca deve ser distraído do seu dever
Na condição de deficiência auditiva, é importante de guia;
o posicionamento de frente para a pessoa para faci-
litação da leitura labial. Se necessário, mudar ritmo DEFICIÊNCIA MENTAL
e volume de fala, utilizar a escrita, sinais ou pedir
auxílio de um intérprete que pode ser uma pessoa Deficiência mental e Doença Mental são con-
da família, amigo ou da comunidade. dições distintas, e freqüentemente as pessoas têm
dificuldade em diferenciá-las. Vale esclarecer que
DEFICIÊNCIA VISUAL a doença mental pode ocorrer com pessoas com
os graus mais variados de inteligência. A doença
Ao se dirigir a uma pessoa com deficiência visual, mental não é uma condição inerente às pessoas com
identifique-se e faça-o perceber que está falando com deficiência mental.
ele; comunique também seu afastamento;
Perguntar diretamente à pessoa o que sente, qual - Procure descobrir as potencialidades da pes-
a queixa que a trouxe a unidade de saúde. Para tanto, soa, de sua família e comunidade; não subestime sua
não precisamos falar alto, nem vagarosamente, em capacidade.
linguagem mais simples. A deficiência visual não é - Deixe que faça ou tente fazer tudo que puder.
sinal de déficit auditivo ou deficiência mental; Ajude apenas quando for realmente necessário.
É fundamental que os procedimentos sejam
antecipados com explicação verbal, apresentação
dos instrumentos, procedimentos, equipamentos DEFICIÊNCIA FÍSICA
e materiais que serão utilizados, se possível com a
permissão para serem tocados e conhecidos; A maior dificuldade das pessoas com deficiên-
• Solicitar autorização para o toque evitando cia física geralmente está associada à dificuldade de
sustos e constrangimentos; locomoção e acesso aos diferentes serviços. Muitos
• Quando for guia-lo, espere que a pessoa segure encontram-se acamados ou limitados em sua mobili-
no seu braço para que os movimentos de seu dade, impedidos de usufruir dos serviços comuns.

141
Esta dificuldade está relacionada tanto a aces- • Devido ao padrão flexor, pode haver dificul-
sibilidade externa (barreiras arquitetônicas e de dade em realizar higiene na axila, no cotovelo
transportes), quanto à acessibilidade interna dos e em especial na palma da mão. Lesões de pele
serviços, muitas vezes pela presença de escadas e podem tornar-se comuns. Uma orientação sim-
falta de equipamentos (balança adaptada, por exem- ples é colocar rolinhos de tecido nas regiões que
plo, para que mulheres com deficiência possam ser permanecem em flexão, de forma que o tecido
pesadas durante a gestação). absorva o suor.
Deixe que a pessoa fale a melhor forma de ser • Solicitar a utilização do hemicorpo afetado
ajudada para locomoção ou transferência da cadeira como auxiliar nas atividades cotidianas. A mão
na hora de um procedimento. parética, por exemplo, pode ser utilizada como
apoio na realização de atividades bimanuais.
Seguem abaixo, considerações sobre Acidente • Alterações de sensibilidade, de cognição, de fala
Vascular Encefálico e Paralisia Cerebral, por serem e linguagem podem também estar presentes. É
ocorrências comuns no cotidiano das equipes de importante que a família e profissionais tenham
saúde. conhecimento da condição real da pessoa, para
que as condutas sejam adequadas. Por ex.: o fato
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁ- da pessoa estar mais emotiva diante da condição,
LICO (mais conhecido como AVC) ou ter dificuldades para se expressar e/ou entender,
não justifica que seja tratada de maneira infanti-
• Orientar a pessoa a cuidar de sua postura no lizada. É importante utilizar qualquer forma de
decorrer do dia. Atitudes viciosas podem levar comunicação como a mímica, a fala, a escrita,
a desenvolvimento de deformidades. Ex.: Per- os gestos e o desenho quando interagir com a
manecer com tronco constantemente inclinado pessoa que sofreu um AVC.
para um lado, pode levar a escoliose. • Pessoas com grande limitação na movimenta-
• Evitar deixar o membro superior afetado sem ção e/ou restritas ao leito devem ser orientadas a
suporte de peso, orientando mantê-lo elevado e realizarem mudanças posturais freqüentes. Deve
apoiado sobre a mesa ou travesseiros. ser estimulado o uso de roupas sem acessórios que
• Favorecer atenção para o lado do hemicorpo provoquem pontos de pressão, o uso de colchão
afetado, orientando que familiares se posicionem “casca de ovo”, a troca de fralda, a arrumação
ou coloquem objetos preferencialmente deste da cama de forma que não fiquem “rugas” nos
lado. lençóis, a higiene adequada e manutenção em
• Deve-se respeitar o limite de dor durante a posição adequada utilizando rolos, travesseiros
manipulação. ou outros assessórios.
• A “bolinha” não deve ser usada por todos os • A posição escolhida para a alimentação tam-
pacientes, especialmente no início da recupera- bém deve ser investigada. Muitas vezes a pessoa
ção, pois já existe uma tendência para flexão de é alimentada deitada, sem elevação. Isto pode
punho e dedos e poderemos intensificar o padrão levar a aspiração do alimento e conseqüentes
flexor. quadros repetitivos de pneumonia aspirativa.

142
O fonoaudiólogo, o fisioterapeuta e o terapeuta manifestar que gosta/não gosta de algo ou para
ocupacional poderão auxiliar na orientação do demonstrar alegria.
posicionamento e alimentação. • A pessoa com PC e as famílias, a partir de
suas experiências e conhecimento, podem ajudar
PARALISIA CEREBRAL os profissionais sobre como proceder em determi-
nadas situações.
O termo “Paralisia Cerebral”, embora impróprio,
foi consagrado pelo uso. Muitos médicos utilizam o TECNOLOGIA ASSISTIVA / AJU-
termo “Encefalopatia Infantil Crônica Não Evolutiva” DAS TÉCNICAS
(EICNE), embora este termo possa incluir outras
condições não motoras. Paralisia Cerebral refere-se Refere-se ao conjunto de objetos, equipamentos,
a lesões nos primeiros anos de vida, que interferem sistemas de produtos, adquirido comercialmente ou
no desenvolvimento infantil, caracterizada por al- desenvolvido artesanalmente, utilizado para aumentar,
terações do movimento e da postura. Podem estar manter, ou melhorar as habilidades de pessoas com
associadas outras manifestações, como: epilepsia, limitações funcionais. Devem ser funcionais, sem
alterações oculares (estrabismos, erros de refração..) provocar dor, lesões ou desconforto.
alterações auditivas, alterações no desenvolvimen- Entre os recursos da tecnologia assistiva, podemos
to mental, retardo de crescimento e alterações da destacar as Órteses, aparelhos que acrescidos a qual-
sensibilidade. quer segmento do corpo melhoram o posicionamento
Infelizmente, ainda é comum a idéia de que a e/ou a função (Ex.: Bengalas, muletas, “goteiras”)
pessoa com Paralisia Cerebral também é deficiente e as Próteses, equipamentos que substituem algum
mental. Outra idéia comum é da progressão do qua- segmento do corpo visando principalmente o ga-
dro, o que não é real. Podem surgir encurtamentos e nho de função (Ex.: Aparelhos auditivos; próteses
deformidades, decorrentes da limitação na mobilidade, de membros).
posturas e movimentação em padrões repetitivos, o A prescrição, confecção e treinamento são realiza-
que não significa que houve um aumento na área das em serviços de referência. Devem ser reavaliados
da lesão cerebral. periodicamente, visto que podem ocorrer mudanças
• O posicionamento pode significar melhoria na estrutura corporal do indivíduo (por exemplo
na qualidade de vida da pessoa; deve proporcionar crescimento ou mudança significativa de peso) e
conforto, segurança e funcionalidade, de forma que desgaste natural no material. Na atenção básica,
a pessoa possa manter contato e ter acesso ao mundo podem ser identificadas alterações como lesões de
a sua volta. Devemos estar atentos para perceber pele, flacidez, perda de força muscular, que indicam
os pontos de pressão que machuquem ou causem a necessidade de encaminhamento.
desconforto.
• A espasticidade (tônus muscular aumentado) DIREITOS REIVINDICADOS PELAS
ou a movimentação involuntária podem aumentar PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
frente a situação de estresse ou ainda, pode ser uma
• Adequação das unidades de saúde para o acesso
forma de expressão. A pessoa pode utilizá-la para

143
físico e maior utilização da comunicação visual.
• Adequação de mobiliário e equipamentos nas
unidades de saúde (ex: mesa de exame ginecológico
e balança eletrônica com plataforma e rampas
para pesagem com cadeiras de rodas);
• Profissionais capacitados em LIBRAS (Língua
de Sinais Brasileira) para acesso dos surdos a di-
versos serviços como: psicologia, educação em
saúde, planejamento familiar e orientação sexual,
prevenção de DST/AIDS;
• Acesso ao planejamento familiar e exame de
Papanicolaou.

“Qualquer tipo de discriminação ou de maus-tratos


contra pessoas com deficiências é crime previsto na
Lei 7.853, de 24.10.85, com pena de um a quatro
anos de reclusão e multa. No caso da constatação
da violência, as denúncias podem ser dirigidas para
o Conselho Tutelar ou Ministério Público”.

144
I - TRANSPORTES:

• SECRETARIA MUNICIPAL
DE TRANSPORTES

1. SPTRANS
Rua Cachoeira, 1140 – Pari
Tel.: 6096-3299

2. ATENDE
O Serviço de Atendimento especial ATENDE faz
parte do Sistema Interligado. Ele funciona como um
serviço gratuito de transporte porta –a- porta para
proporcionar a locomoção às pessoas com mobili-
dade reduzida, que não podem utilizar o transporte
comum ou os coletivos adaptados.
Tel.: 0800-155 234
E-mail: atende@sptrans.com.br

• SECRETARIA DE TRANSPORTES ME-


TROPOLITANOS (STM - ESTADUAL)

1. METRÔ:
Estação Tatuapé do Metrô
Tel.: 1520
INFORMAÇÕES ÚTEIS

Central de Informações: 3286-0111


Ouvidoria: 3371-7275 e 3371-7274
E-mail: ouvidoria@metrosp.com.br

2. EMTU:
Av. Engenheiro Armando Pereira, nº 2654, Jabaquara
Tel. Informações: 5021-3838

3. CPTM:
Av. Auro Soares de Moura Andrade, nº 664 – Estação
Barra Funda do Metrô
Tel. Informações: 0800-55-01-21

• TRANSPORTE
INTERESTADUAL - FEDERAL

145
III – CONSELHOS:
1. PASSE LIVRE
Para pessoas com deficiência física, auditiva ou 1.CONSELHO MUNICIPAL DA PESSOA DE-
visual, comprovadamente carentes. FICIENTE ( CMPD )
Informações: tel. 0800-61 0300 Rua Líbero Badaró, 119 – Centro – CEP: 01009-
E-mail: passelivre@transportes.gov.br ou site 000 – São Paulo / SP
www.transporte.gov.br Tel: 3113-9671 / 3113-9673
E-mail: cmpd@prefeitura.sp.gov.br
O Governo Federal institui o Passe Livre para pessoas
com deficiência física, mental, auditiva ou visual 2.CONSELHO ESTADUAL PARA ASSUNTO
comprovadamente carentes. Estas pessoas, com DA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA
renda familiar mensal per capita de até um salário (CEAPPD)
mínimo poderão, com o Passe Livre, viajar de um Rua Antônio de Godói, 122 – 5º Andar – Santa
Estado para outro de ônibus, trem ou barco, sem Efigênea – São Paulo / SP
precisar pagar a passagem. Tel: 3337-7862 / Fax: 3331-2276
A concessão deverá ser solicitada, via carta, ao Mi- E-mail:ceappd@ig.com.Br
nistério dos Transportes – Caixa Postal 9800 – CEP
70001-970 – Brasília / DF – que enviará Kit do passe 3. CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE
Livre a ser preenchido pelo requerente, anexando (CMS)
Laudo Médico expedido pela Equipe Multiprofis- Rua Gal. Jardim, 36 – 2º Andar - V. Buarque
sional do SUS, além de cópias de Documentos de Tel:3218-4195 / 3218-4193
Identificação Pessoal. E-mail:cmssp@.prefeiturasp.gov.Br
O Ministério dos Transportes após recebimento
e validação dos documentos emite e envia ao re- 4. CONSELHO ESTADUAL DE SAÚDE
querente a Carteira de Concessão do Passe Livre, Av. Dr Enéas de Carvalho Aguiar, 188 – 6º Andar
via Correio. – Sala 603 – São Paulo / SP
E-mail: ces@saude.sp.gov.br

II – JUDICIÀRIO: IV - ACESSIBILIDADE

1.MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE 1. CPA – COMISSÃO PERMANENTE DE


SÃO PAULO ACESSIBILIDAD – SEHAB / PMSP
R. Riachuelo, 115 –1ºAndar – Centro – Tel. 3119- Rua São Bento, 405, 19º Andar – Centro – São
9053 Paulo – CEP: 01008-906
E-mail: caocivel@mp.sp.gov.br/ Tel: 3242-9620
site: www.mp.sp.gov.br E-mail: cpa@prefeitura,sp.gov.br
Grupo de Atuação Especial de Proteção às Pessoas
Portadoras de Deficiência Pró - PPD - Tel: 233-
4611

146
V – SERVIÇOS:
2. SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO
INSTITUIÇÕES QUE ATENDEM PESSOAS PAULO
COM DEFICIÊNCIA VISUAL Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 112 – Santa Cecília
Tel.: 3224-0122 ou 222-3062 - SETOR DE VISÃO
1. FUNDAÇÃO DORINA NOWIL PARA SUBNORMAL
CEGOS
R. Diogo de Faria, 558, CEP: 04037-001 – São 3. HOSPITAL UNIFESP DA ESCOLA PAULISTA
Paulo / SP DE MEDICINA
Tel: 5087-0999 / 5087-0977 Rua Botucatu, 820- Vila Mariana
E-mail: info@fundacaodorina.org.br Tel.: 5085- 2016

2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ASSISTÊNCIA 4. HOSPITAS DAS CLÍNICAS DA USP- AMB.


AO DEFICIENTE VISUAL “LARAMARA” DE OTORRINOLARINGOLOGIA
Rua Conselheiro Brotero, 338- Barra Funda Av. Dr. Enéas de Carvalho, 255 – Pinheiros
Tel.: 3826-3744 / 3660- 6455 Tel.: 3069-6385
E-mail: laramara@laramara.org.br
ALGUMAS REFERÊNCIAS DE MOVIMEN-
3. SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO TOS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
PAULO
Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 112 – Santa Cecília 1. CENTRO DE VIDA INDEPENDENTE
Tel.: 3224-0122 ou 222-3062 - SETOR DE VISÃO ARACI NALLIN (CVI)
SUBNORMAL Av. Prof. Luciano Gualberto – Trav. J, nº 374, sala
10 – Cidade Universitária
4. HOSPITAL UNIFESP DA ESCOLA PAULISTA Tel: 5082-3586
DE MEDICINA E-mail: cvi-anallin@uol.com.br
Rua Botucatu, 820- Vila Mariana Serviços: Troca de Pares; palestras sobre Vida inde-
Tel.: 5085- 2016 pendente; acesso a acervo bibliográfico informati-
zado e mantém uma base de dados cadastrais para
INSTITUIÇÕES QUE ATENDEM PESSOAS consultas e encaminhamentos a instituições públicas
COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA e privadas)

1. DERDIC – DIVISÃO DE EDUCAÇÃO 2. FRATERNIDADE DE DOENTES E DEFI-


E REABILITAÇÃO DOS DISTÚRBIOS DA CIENTES (FCD)
COMUNICAÇÃO – PUC/SP Tel.: 6675-0816/ 6101-0568/ 6685-4335
Rua Dra. Neide Apparecida Sollito, 435- Vila Serviços: Troca de pares, despertar nas pessoas a
Clementino descoberta de seus potenciais, capacidades, dons;
Tel.: 5549-9488/ 5570-7502 promover a integração das pessoas em suas famílias
E-mail: bsderdic@pucsp.br. e comunidade

147
VI – ESPORTE VIII - CULTURA

1. COMITÊ PARAOLÌMPICO 1. BIBLIOTECA BRAILLE DO CENTRO CUL-


R. Joaquim Távora, 49 – Icaraí / RJ TURAL SÃO PAULO
Tel: (21) 711- 3777 Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso
Site: www.brasilparaolimpico.com.br Tel.: 3277-3611 Ramal 246
Participação nas Paraolímpicas e outras competições:
inscrições em Associações que façam parte deste SITES COM INFORMAÇÕES SOBRE DEFI-
Comitê – São Paulo: ABDC (11) 6966-8536. CIÊNCIA :
Modalidades: Futebol, Atletismo, Basquete, Ciclis-
mo, Esgrima, Halterofilismo, Judô, Natação, Tênis www.entreamigos.com.br (rede de informações)
de Mesa e Tênis de quadra. www.saci.org.br (rede de informações)
www.cedipod.org.br (Centro de Documentação e
2. CENTRO SOCIAL DESPORTIVO DE DE- Informação do Portador de Deficiência)
FICIENTES VISUAIS www.revistareabilitação.com.br (revista e atualidades)
Rua Abílio Soares, 1300 – Ibirapuera www.sentidos.com.br (revista e informações)
Tel.: 5055- 3996 www.deficienteeficiente.com.br (Rede de Infor-
E-mail: csdvdesportivo@aol.com mações)
www.geocities.com/defis_2000 (Rede de Sites sobre
VII – TRABALHO Deficiência)
www.click.com.br (Tecnologia Assistiva)
1. PADEF – PROGRAMA DE APOIO À PESSOA www.disabilityworld.org (Tecnologia Assistiva)
PORTADORA DE DEFICIÊNCIA www.dpi.org (Disabled People International)
Casa do Trabalhador “Mario Covas” www.rehab-international.org (Rehabilitation In-
R. Helvetia, 55 – Campos Elíseos ternational)
Tel: 3361-7011 / 3361-9499 / 3361- 8666 www.defnet.org.br (Centro deInformática e Infor-
E-mail: padef.sert@uol.com.br mações sobre Paralisias Cerebrais)
www.who.int/icidh/ (International Classification of
2. INCUBADORA TECNOLÓGICA DE COO- Functioning, Disability and Health –ICIDH-2)
PERATIVAS POPULARES E PROGRAMA DE www.inclusao.com.br (Inclusão)
COOPERAÇÃO UNIVERSIDADE – ATIVIDA- www.mj.gov.br (Ministério da Justiça – CORDE
DES ESPECIAIS DA USP –Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa
Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 403 – Trav. 4 Portadora de Deficiência)
– Bloco 28
Cidade Universitária
Tel.: 3091-5828

148
FLUXOGRAMA DE ACOLHIMENTO
DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA E SUA
FAMÍLIA NAS UBS

PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA AB

ESCUTA DA DEMANDA

vacinação, pré-natal, Atendimento em


Isenção Tarifária
papanicolaou, consulta de REABILITAÇÃO
saúde, ações educat.

SERVIÇO DISPONÍVEL NA UNIDADE DE ATENÇÃO BÁSICA?

SIM NÃO

Identificação das condições de vida e saúde e Identificação na unidade das


atendimento na unidade condições de vida e saúde;
encaminhamento para os serviços
solicitados, com acompanhamento

Sinal Geral de perigo: deficiência


instalada recentemente, não
Serviço especializado de reabilitação
acompanhamento em outros serviços,
–caráter intensivo,com duração limitada e
usuário dependente sem cuidadores,
objetivos definidos ou para outros serviços
cárcere ou abandono domiciliar,
acamado/ restrito ao lar, riscos
biológicos e sociais agravantes.

149
ÁREA TEMÁTICA - ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

Elaboração

Dirce Cruz Marques


Sandra Aparecida Jeremias
Fabiola Sulpino Vieira
Sueli Ilkiu

CIM – Centro de Informações sobre


Medicamentos
Vilberto Crispiniano de Oliveira

CFT – Comissão Farmacoterapêutica


Chizuru Minami Yokaichiya

153
1 - Com a publicação da Portaria nº 2.693/03,
que normatiza a Prescrição e Dispensação, todas as
ATENDIMENTO/ ORIENTAÇÃO DE RECEITAS receitas, independentemente da procedência (serviço
de origem), para atendimento devem:

• Estar escritas em letra legível.


INSTRUÇÕES COM RELAÇÃO AO

• Conter o nome completo do paciente.


• Conter a denominação comum brasileira (de-
nominação genérica/ princípio ativo) dos medi-
camentos prescritos.
• Conter o nome do prescritor (médico/ dentista/
enfermeiro), assinatura e registro no conselho
profissional.
• Estar datada.
• Ser apresentada em duas vias.

2 – Os medicamentos disponíveis/ padronizados


nas unidades constam da Remume-SP (Relação Mu-
nicipal de Medicamentos Essenciais), que deve estar
disponível para consulta. A 2ª edição da Remume-
São Paulo – 2004 saiu em 28/04/03.

3 – Após a verificação das condições acima para


atendimento, seguir o fluxograma, sendo que:

• Receita da própria unidade/interna com irregu-


laridade que impeçam o atendimento – procurar
o prescritor para as devidas correções e, após isto,
encaminhar para a farmácia.

• Receita externa de outra unidade pública ou


receita externa ao serviço público (convênios/
consultórios e clínicas particulares) – Fluxograma
para Acolhimento.

154
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO -
RECEITAS EXTERNAS À
UNIDADE DE SAÚDE

Paciente chega a UBS


com receita externa a
unidade

Acolhimento recebe
o usuário

Verificar se o medic.
esta na REMUME

Não Sim

Informar por escrito


o endereço eletrônico
da REMUME
Atende a portaria
www.prefeitura.sp.gov.br/
da prescrição
assitencia_farmaceutica
e dispensação -
para conhecimento do
Portaria
prescritor.
2.693/03
Para o usuário informar
que a Central 156 pode
informar os medicamentos
padronizados
Não Sim

Preencher o formulário de Encaminhar a farmácia da


encaminhamento de receita unidade.
e encaminhar o paciente para
o serviço de origem para as
devidas adequações.

155
FORMULÁRIO DE
ENCAMINHAMENTO DE RECEITA

UNIDADE

COMUNICADO AO PRESCRITOR
Senhor prescritor: De acordo com a Portaria SMS.G Nº
2.693/03 esta receita está irregular. Pedimos a gentileza
de fazer a (s) correção (ões) assinalada (s):

DADOS SOBRE DADOS SOBRE OS


A PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOS
DATA NOME DO
MEDICAMENTO
ASSINATURA APRESENTAÇÃO
RASURADA FORMA
FARMACÊUTICA
ILEGÍVEL CONCENTRAÇÃO
Nº CRM QUANTIDADE
NOME DO MÉDICO DADOS SOBRE O
TRATAMENTO
MEDICAMENTO QUANTIDADE DE
CONTROLADO TRATAMENTO
RECEITA EM 1 VIA MODO DE USAR
APENAS
DADOS SOBRE O DURAÇÃO DO
PACIENTE TRATAMENTO
FALTA O NOME DOSAGEM OU
CONCENTRAÇÃO
Data, nome e Data, nome e
assinatura do assinatura do gerente
dispensador da unidade

156
ÁREA TEMÁTICA DST/AIDS

Maria Cristina Abbate


Deborah Bitencourt
Haydée Marina do Valle Prereira
Orival Silva Silveira
Silvana Hengles

158a
No início da epidemia, na década de 1980, a
Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida,
atingia apenas homens que faziam sexo com homens

PROTOCOLO HIV/ AIDS PARA UNIDADES BÁSICAS


(HSH), indivíduos que receberam transfusão de he-
moderivados e a usuários de drogas endovenosas.
Na década de 1990, a doença se expandiu
atingindo as mulheres, constituindo a transmissão

DE SAÚDE / ÁREA TEMÁTICA DST/AIDS heterossexual a principal via de contaminação para


o HIV.
Segundo dados da Coordenação Nacional de
DST/ Aids, a epidemia mudou e hoje tem como
características: interiorização, feminização e pau-
perização.
Interiorização : a Aids no Brasil passou de restrita
a metrópoles a regional e nacional, atingindo 63%
dos 5.507 munícipios do país.
Feminização: a categoria heterossexual é a que
tem apresentado a maior tendência de crescimento,
sendo que a razão de sexo em indivíduos com mais
de 13 anos passou de 25 homens para 1 mulher, em
1985, para 2:1, em 2000, fato este que tem contri-
buído para aumento da transmissão vertical.
Pauperização: A epidemia de AIDS no Brasil
iniciou-se nos estratros sociais de maior instrução,
com progressiva disseminação para os estratos sociais
de menor escolaridade, fato este constatado por meio
da notificação compulsória.
Diante de todas estas evidências e contrário ao
estigma do início da epidemia de que a aquisição
do HIV estava associado a grupos de risco, nós
consideramos negligência a omissão em qualquer
unidade de saúde do oferecimento da sorologia
para HIV.
Alertamos para conduta a ser adotada pelos médicos
pediatras das unidades de saúde que são procurados
em consulta por menores de idade desacompanhados
de seus responsáveis, conforme parecer do CRM
(Conselho Regional de Medicina): se o menor reunir
a capacidade que se faz para entender e conduzir-se
na forma prescrita pelo médico para solução de seu
estado clínico é dispensável que seja acompanhado
por seus pais ou responsáveis legais.
Lembrando que o profissional de saúde tem o
dever de guardar segredo profissional referente ao
paciente .

159
FLUXOGRAMA HIV

UBS

Acolhimento

É processo de escuta ativa individualizado e centrado no cliente.


Pressupõe a capacidade de estabelecer uma relação de confiança entre o profissional e paciente, visando
o resgate dos recursos internos do cliente para que ele mesmo tenha possibilidade de reconhecer-se como
sujeito de sua própria saúde e transformação.Portanto, além do acolher, o profissional deverá permitir
que o paciente fique a vontade e que entenda a sua vulnerabilidade, podendo assim criar estratégias que
promovam a sua saúde.

Oferecer aconselhamento dialogado pré–teste

O aconselhamento pode ser realizado tanto em grupo como individualmente.


Aconselhamento pré –teste- é oferecido ao paciente antes de realizar o teste. Durante este aconselha-
mento , o profissional de saúde prepara o paciente para a realização do teste, analisando em conjunto:
O que é um teste de infecção pelo HIV?
Quais os motivos que levam o paciente a pensar em realizar o teste.
Os possíveis resultados deste teste, as implicações de ficar conhecendo o seu estado sorológico e o modo
de como poderá lidar com a nova informação.
A necessidade de adotar comportamentos que protejam a sua saúde e previnam a propagação desta infecção.

160
FLUXOGRAMA (CONT.)

Coleta do teste de HIV

Este exame será solicitado pelo médico e/ou enfermeira da unidade.


Este teste apresenta as seguintes características:

Anonimato: o paciente poderá realizar o teste em anônimo ou , caso queira , identificar-se.

Confidencialidade:Todos profissionais que trabalham na Unidade, além do sigilo profissional a que


estão naturalmente vinculados, recebem formação específica no sentido de reforçar este princípio.

Privacidade: Tanto os aconselhamentos como a entrega dos resultados são realizados em espaço próprio,
onde é garantida a privacidade dos pacientes.

Voluntário: Todo processo de atendimento, o paciente tem total liberdade para recusar os aconselhamentos,
a coleta da sangue, fornecer qualquer tipo de informação.

Gratuito: A realização do exame e os aconselhamentos não implicam em nenhuma despesa.

Aconselhamento pós –teste

Deve ser oferecido por ocasião da entrega dos resultados do teste.


O principal objetivo deste aconselhamento é ajudar o paciente a compreeender os resultados do teste
realizado e a iniciarem o processo de adaptação a sua situação sorológica face ao HIV, quer o resultado
seja positivo ou não.

Aconselhamento pós-teste diante do resultado negativo:

• Informar que um resultado negativo significa que a pessoa não está infectada ou foi infectada tão re-
centemente que não produziu anticorpos necessários para a detecção pelo teste utilizado;

161
FLUXOGRAMA HIV

• Avaliar a possibilidade do paciente estar em janela imunológica e, se necessário, realizar um novo teste
em 3 meses;
• Lembrar que o resultado negativo não significa imunidade;
• Reforçar as práticas seguras : camisinha , uso de seringa descartável para usuário de drogas.

Aconselhamento pós-teste indeterminado:

• Explicar que um resultado indeterminado pode significar : um falso positivo devido a razões biológicas
ou um verdadeiro positivo de uma infecção recente cujos anticorpos não estão plenamente desenvol-
vidos.
• Orientar a realização de nova coleta para refazer o teste, dentro de 3 meses após a última exposição.

Aconselhamento pós-teste positivo:

O resultado será dado preferencialmente pelo médico e/ou enfermeira que solicitou o exame.
Caso o paciente seja positivo será oferecido ao paciente encaminhamento para unidade especilizada
em DST/AIDS.

162
FLUXOGRAMA DE
SOROLOGIA PARA HIV

Oferecimento da sorologia para HIV para usuário com vida sexual


ativa , usuário de drogas ou que receberam sangue antes de 1986.

Não aceito Aceito

Orientação a Aconselhamento
respeito DST/ pré-teste + Coleta
AIDS

Prevenção

Entrega resultado com


aconselhamento pós-teste

Se Se
positivo negativo

Orientar
Prevenção
Encaminhar
para Unidade
Especializada

163
O Município de São Paulo adotou a Abordagem
ABORDAGEM SINDRÔMICA EM DOENÇAS
Sindrômica para Doenças Sexualmente Transmissíveis
(DST) em 2.001, em consonância com o Programa
Nacional de DST/AIDS, baseada em trabalhos e
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

experiências que obtiveram resultados melhores


que aqueles que utilizaram abordagem clínica ou
etiológica, como a intervenção realizada por Gros-
skurt e colaboradores na Tanzânia, que acumula
nos resultados, não só a redução das DST, como
também a estimativa da redução da transmissão do
HIV em 42%(1).
A Abordagem Sindrômica apresenta maior
sensibilidade e resolutividade, independente de
recursos laboratoriais disponíveis, baseando-se na
queixa e exame físico, tendo sido validado no ter-
ritório nacional por Moherdaui et al através de um
estudo multicêntrico em 1998 (2).
Por ser um protocolo de âmbito nacional, pode
ser realizado por Enfermeira em local que não tenha
médico, desde a admissão do paciente até a prescri-
ção (Lei do Exercício Profissional nº 7.498/86 de
25/06/86, regulamentada pelo Decreto nº 94.406,
de 08/06/87 (3).
Destaque deve ser dado ao aconselhamento e
tratamento dos parceiros contido no quatro fluxo-
gramas, procedimentos muitas vezes negligenciado
pelo profissional que atende ao portador de DST,
que quando incorporado na rotina eleva não apenas
o nível da assistência, como também da prevenção
às DST.

164
FLUXOGRAMA DE
CORRIMENTO URETRAL

PACIENTE COM QUEIXA DE CORRIMENTO URETRAL

ANAMNESE E EXAME FÍSICO

TRATAR CLAMÍDEA E GONORRÉIA

ACONSELHAR, OFERECER ANTI-HIV E VDRL,


ENFATIZAR A ADESÃO AO TRATAMENTO. OFERECER
MEDICAMENTOS PARA PARCERIA SEXUAL, CONVOCAR
PARCEIROS E AGENDAR RETORNO E NOTIFICAR *

* SINAN

165
FLUXOGRAMA DE
ÚLCERAS GENITAIS

PACIENTE COM QUEIXA DE ÚLCERA GENITAL

ANAMNESE E EXAME FÍSICO

HISTÓRIA OU EVIDÊNCIAS DE LESÕES


VESICULOSAS

SIM NÃO LESÕES COM MAIS DE 4


SEMANAS

Tratar Tratar NÃO SIM


Herpes sífilis e
genital cancro
mole

Aconselhar, oferecer anti-


Tratar sífilis e cancro
HIV e VDRL, enfatizar
mole. Fazer biópsia.
adesão ao tratamento,
Iniciar tratamento
notificar, convocar
para
parceiros e agendar
Do-novanose.
retorno.

166
Parker R., Galvão J., Pimenta M.C., Jr Veriano
T.Aprimorando o debate: respostas sociais frente á AIDS:
anais do seminário conquistas e desafios na assistência
ao HIV/Aids. Rio de Janeiro: ABIA, 2002.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Manual de Controle das Doenças Sexualmente


Transmissíveis.Brasília, Ministério da Saúde, 1999,
3ª edição .

Portal DST/AIDS:
www.prefeitura.sp.gov.br/dstaids

Grosskurth, H et al. Impact of improved treatment


of Sexually Transmitted Diseases on HIV Infection
in Rural Tanzania: Randomised Controlled Trial.
Lancet. 346(8974:530-534,1995.

Moherdaui, F et al. Validation of national algo-


rithms for the diagnosis of STD in Brazil: Results
from a multicentre study. Sexually Transmitted In-
fections (former Genitourinaty Medicinte, 1998;
74 (supl 1): S38-S43.

Brasil, Ministério da Saúde, Manual de Controle


das Doenças Sexualmente Transmissíveis. 3ª ed,
Brasília, 1999.

167
CR Centro de Referência, SAE –Serviço de Aten-
dimento Especializado, AE- Ambulatório de Espe-
cialidades.
CR DST/AIDS Nossa Senhora do Ó.Av Itaberaba
, n °1377 –Freguesia do Ó.
CR DST/AIDS Penha R. Praça Nossa Senhora da
Penha n° 55-Penha.
UNIDADES ESPECIALIZADAS EM DST/AIDS

CR DST/AIDS Santo AmaroAv.General Roberto


Alves de Carvalho Filho, n° 569 –Santo Amaro.
SAE DST/AIDS Campos Elíseos Rua Albuquerque
Lins , n°40- Santa Cecília.
SAE DST/AIDS Butantã Av.Corifeu de Azevedo
Marques, n° 3596- Butantã.
SAE DST/AIDS José F.de AraújoR.Vicente da Costa
, n° 289- Ipiranga .
SAE DST/AIDS Hebert de Souza Av. Arquiteto
Vila Nova Artigas, n°515, cj Teotônio Vilela -Sa-
popemba.
SAE DST/AIDS Cidade Líder II R. Médio Iguaçu,n°
86- Itaquera.
SAE DST/AIDS Fídelis Ribeiro R. Peixoto, n° 100-
São Miguel Paulista.
SAE DST/AIDS Santana R. Dr Luiz Lustosa da
Silva, n °339 –Mandaqui.
SAE DST/AIDS Cidade Dutra R.Cristina de Vas-
concelos Cecatto, n °109 - Cidade Dutra.
SAE DST/AIDS Jardim Mitsutani R.Frei Xisto
Teuber n° 50 -Campo Limpo.
AE Dr Alexandre Kalil YazbecK Av.Ceci, n° 2235-
Planalto Paulista .
AE Vila Prudente Praça Centenário de Vila Pru-
dente, n°108 – Vila Prudente.

168

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