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NUTRIÇÃO NA ADOLESCÊNCIA
Adolescência – Período da vida que começa com o aparecimento de características sexuais secundárias e
finaliza com o término do crescimento somático
Estirão de Crescimento – é o período da adolescência quando a taxa de crescimento é mais rápida e varia
entre 18 a 24 meses
Idade Ginecológica (pós-menarca) – É o número de anos entre o início da menstruação e a idade
cronológica atual
Imagem corporal – Autoconceito mental relacionado à taxa de crescimento e alterações nas proporções
corporais
Menarca – Início da menstruação na mulher
Pico de Velocidade de Ganho de Altura – É a taxa mais rápida de crescimento durante o estirão de
crescimento
Puberdade – Período durante o qual as características sexuais secundárias começam a se desenvolv er e a
capacidade de reprodução sexual é atingida
Tarefas de Adolescência – As realizações esperadas na adolescência que levam à maturidade nos
desenvolvimentos emocional e intelectual
Taxas de Maturidade Sexual (TMS) – Usada para avaliar o estágio de desenvolvimento sexual de uma
pessoa; normalmente expressa como estágios de maturação sexual ou estágios de Tanner.
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS
MATURAÇÃO SEXUAL
A maturação sexual abrange o desenvolvimento das
gônadas, órgãos de reprodução e caracteres sexuais secundários.
Existe uma ampla variação normal da idade de início e da
velocidade de progressão da maturação sexual dentro de uma
população. Na maioria das vezes os estágios de maturação sexual
ocorrem numa seqüência constante.
No sexo masculino os sinais de maturação sexual
costumam ocorrer na seguinte seqüência: aumento dos testículos
e da bolsa escrotal (média aos nove e dez anos de idade),
crescimento de pelos pubianos (em torno de 11, 13 anos de
idade), pelos axilares, pelos sobre o lábio superior, na face e em
outras partes do corpo, mudanças da laringe e da voz e
crescimento do pênis. A mudança na voz ocorre em média entre
11 a 15 anos de idade.
Feminino
Desenvolvimento das glândulas mamárias
Aparecimento de pêlos na zona púbica e nas axilas
Crescimento rápido e curto
Aumento da bacia (ficando com as ancas mais largas).
Menstruação (menarca)
Planejamento Alimentar 2009
Profª Vivian Pupo de Oliveira Machado
Planejamento Alimentar 2009
Profª Vivian Pupo de Oliveira Machado
ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS
Adolescência inicial
Está preocupado com o corpo e a imagem corporal
Confia e respeita os adultos
É ansioso quanto às suas relações com os colegas
É ambivalente sobre autonomia
As implicações nutricionais significam que os adolescentes neste estágio são desejosos de fazer
ou experimentar qualquer coisa que os fará parecer melhor ou melhorar sua imagem corporal. Entretanto,
os adolescentes nesse estágio querem resultados imediatos, de forma que o aconselhamento nutricional
deve ser adaptado aos objetivos a curto prazo e tratar de preocupações nutricionais relev antes para a
aparência ou desempenho do adolescente (por exemplo: dança, esportes) ou ambos.
Adolescência intermediária
É muito influenciado por seu grupo de colegas
Desconfia dos adultos
Vê a independência como algo muito importante
Experimenta um desenvolvimento cognitivo significante
Durante este estágio, o adolescente escutará mais os colegas que os pais ou outros adultos. Os
adolescentes estão se tornando mais responsáveis pelos alimentos que consomem. O impulso em direção à
independência com frequência resulta em rejeição temporária dos padrões dietéticos da família. É nessa
época que os adolescentes muitas vezes experimentam o vegetarianismo. O aconselhamento nutricional
deve incluir a tomada de decisões criteriosas ao se alimentar fora de casa.
Adolescência tardia
Estabeleceu uma imagem corporal
Está orientado em direção ao futuro e está fazendo planos
Está cada vez mais independente
É mais consistente em seus valores e crenças
Está desenvolvendo intimidade e relações permanentes
Na adolescência tardia, os adolescentes estão pensando sobre o futuro e estão interessados na
melhora de sua saúde geral. O aconselhamento nutricional durante esse estágio pode se destinar aos
objetivos a longo prazo. Os adolescentes nesse estágio ainda querem tomar suas p róprias decisões, mas
estão abertos a informações fornecidas pelos profissionais de saúde. Os conselheiros nutricionais devem
não apenas apresentar atuais como também explicar o fundamento lógico que as apóia.
Planejamento Alimentar 2009
Profª Vivian Pupo de Oliveira Machado
Imagem corporal
Desenvolver uma imagem corporal – a imagem do próprio físico que pode ser a de um corpo
adulto – é uma tarefa intelectual e emocional que é mesclada a considerações nutricionais. Os
adolescentes sentem-se desconfortáveis com as alterações rápidas de seus corpos, e ao mesmo tempo,
querem ser como seus colegas mais perfeitos e ídolos culturais. Seu senso de valor pode ser derivado dos
sentimentos sobre seus próprios atributos físicos, uma característica pessoal que os torna vulneráveis a
distorções graves, caso se desenvolva um distúrbio de alimentação.
O rápido ganho de peso que acompanha o desenvolvimento das características sexuais
secundárias faz com que muitas jovens restrinjam desnecessariamente a quantidade de alimentos que
consomem. Os meninos são tentados a usar suplementos nutricionais, esperando atingir a aparência
muscular de adultos. A importância dos adolescentes se encaixarem, tendo imagens corporais que
acreditam os ajudará a se adaptarem não podem ser negligenciada no aconselhamento nutricional.
NECESSIDADES NUTRICIONAIS
Energia
Existe uma variabilidade marcante para as necessidades estimadas de energia entre os sexos
masculino e feminino em razão das variações na taxa de crescimento e de atividade física. As necessidades
de energia dos adolescentes são projetadas para manter a saúde, promover o crescimento e a maturação e
suportar um nível desejável de atividade física. É importante garantir energia adequada para o crescimento.
Os adolescentes que limitam sua ingestão de energia ou têm questões sobre segurança alimentar que
limitam sua ingestão de energia podem limitar o seu crescimento adulto final.
Para determinar a ingestão adequada de energia (em kcal), a avaliação da atividade física é
necessária. As necessidades de energia permitem quatro níveis de atividade ( sedentário, pouco ativo, ativo
e muito ativo). Esta atividade física reflete a energia gasta nas atividades além das atividades da vida diária.
Veja as tabelas abaixo.
Proteínas
Durante a adolescência, as necessidades de proteína, como as de energia, se correlacionam mais
estreitamente ao padrão de crescimento do que com a idade cronológica. Os DRI de 2002 para proteína são
baseadas na quantidade de proteína necessária para o crescimento e o balanço positivo de nitrogênio. As
DRI fornecem as necessidades médias estimadas (EAR) e as recomendações nutricionais (RDA). As DRI
recomendam utilizar a EAR quando se avalia a ingestão de nutrientes de grupos de adolescentes. A EAR
fornece a ingestão adequada para 50% da população. A RDA é recomendada para ser usada quando se
avalia a ingestão de um indivíduo.
Vitaminas e Minerais
Os micronutrientes desempenham um papel importante no crescimento e saúde dos
adolescentes. O consumo inadequado de frutas e hortaliças tem sido ligado a certos tipos de câncer e
outras doenças. As recomendações nacionais indicam um consumo maior de frutas e hortaliças por suas
contribuições de vitaminas, minerais e fitonutrientes.
Ingestões inadequadas causam um tremendo impacto sobre a quantidade de vitami nas e minerais
necessários para o crescimento. Os adolescentes incorporam duas vezes mais cálcio, ferro, zinco e
magnésio em seus corpos durante os anos de seu estirão de crescimento do que em outros períodos.
Cálcio
Em função dos desenvolvimentos muscular, esquelético e endócrino acelerados, as necessidades
de cálcio são maiores durante a puberdade e adolescência que na infância ou fase adulta. No pico do
estirão de crescimento, a deposição diária de cálcio pode ser duas vezes a deposição média durante o resto
do período da adolescência. Na realidade, 45% da massa esquelética é adicionado durante a adolescência.
A DRI para Cálcio é 1.300mg para todos os adolescentes, mas nem todos os adolescentes
conseguem atingir essa recomendação devido ao alto consumo de refrigerantes, devido ao fato da
substituição do leite pelo mesmo. Estima-se que 9% da ingestão calórica total dos adolescentes do sexo
masculino e 8% da ingestão calórica total do sexo feminino pode ser atribuída pelo consumo de
refrigerante.
O risco de desenvolver osteoporose depende parcialmente de quanta massa óssea é construída
no início da vida. As meninas constroem 92% de sua massa óssea em torno dos 18 anos de idade, mas uma
ingestão inadequada de cálcio pode limitar seu crescimento ósseo final. Pesquisas apontam que quanto
maior o consumo de refrigerante, maior o risco de desenvolver osteoporose.
Ferro
Todos os adolescentes têm altas necessidades de ferro. A construção da massa muscular nos
meninos é acompanhada de maior volume sanguíneo; as meninas perdem ferro mensalmente com o início
da menstruação. Durante períodos rápido crescimento, os adolescentes com freqüência possuem baixas
concentrações séricas de hematócritos ou hemoglobina. A maioria desses adolescentes possui reservas
adequadas de ferro mas, em vista do rápido crescimento e aumento significante na massa corporal magra,
seu ferro circulante pode ser baixo. Esta condição é chama da de uma anemia fisiológica do crescimento.
Durante a adolescência, a anemia secundária à deficiência de ferro pode prejudicar a resposta imunológica
e diminuir a resistência à infecção. A anemia por deficiência de ferro também pode afetar o aprendizado,
conforme evidenciado por estudos que mostram que crianças e adolescentes com anemia têm problemas
com memória de curto prazo.
Zinco
Sabe-se que o zinco é essencial para o crescimento e maturação sexual. Apesar dos níveis
plasmáticos de zinco declinarem durante o desenvolvimento puberal, a retenção de zinco aumenta
significativamente durante o estirão de crescimento. Esta utilização aumentada pode levar ao uso mais
eficiente de fontes dietéticas. Entretanto, a ingestão limitada de alimentos que contêm zinco pode afetar o
crescimento físico, assim como o desenvolvimento de características sexuais secundárias.
Planejamento Alimentar 2009
Profª Vivian Pupo de Oliveira Machado
Ácido fólico
As recomendações para ácido fólico foram aumentadas em 1998 (DRI) para 400µg/dia. Este
aumento foi projetado para reduzir o risco de defeito do tubo neural em mulheres capazes de
engravidarem. Antes da fortificação do alimento com ácido fóli co, a ingestão média de folato era
aproximadamente 250µg/dia. Por força da Lei de Fortificação Alimentar ( Food Fortification Act de
01/01/1998), espera-se que a ingestão de ácido fólico aumente.
Como os outros nutrientes, as necessidades de vitaminas são primariamente determinadas por
um grau de maturidade física do indivíduo, ao invés de idade cronológica, devido a demandas variáveis de
crescimento. Os adolescentes que fazem dietas, apresentam um distúrbio alimentar ou doença crônica, ou
fazem consistentemente escolhas alimentares precárias, são as exceções a essa regra.