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A ÁFRICA E O COMPROMISSO
PARA O DESENVOLVIMENTO
COM A AGENDA 2063

BY

ERIKA FERNANDES, GABRIELA COVOLO,


LUANA GUAN, RAFAELA TUNELI
E SUZANA CHEN
GET STARTED RIGHT AWAY

O presente relatório refere-se a uma análise conjuntural do continente Africano e o compromisso para o
desenvolvimento com as aspirações da Agenda 2063. Tais aspirações da agenda lançada pela União
Africana em 2015 são divida em sete aspirações, no entanto, neste relatório estaremos analisando cinco
delas, tendo o principal objetivo de estimular o crescimento econômico, promover a igualdade de gêneros
e garantir o máximo dos direitos humanos ao povo africano, alavancar uma áfrica unida com infra-
estrutura reconhecida em nível global e África como um ator e parceiro comercial e político forte, unido e
influente na arena mundial.

UNDERSTANDING THE ASPIRATIONS

1ª ASPIRAÇÃO: UMA ÁFRICA PRÓSPERA, BASEADA NO CRESCIMENTO


INCLUSIVO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.

Agenda 2063 da Organização da União Africana tem como primeira aspiração um mix de pilares
importantes para sustentação de um desenvolvimento orgânico, de forma sintetizada: sustentabilidade
ambiental e resiliência climática, crescimento econômico inclusivo, alto padrão de vida e
desenvolvimento social, incluindo renda, empregos, saúde e educação. Através deste disclaimer é
esperado que até 2063, através de um arcabouço próprio, a África tenha acesso a recursos e meios viáveis
para de alcançar o seu próprio desenvolvimento.

A África detém de uma enorme vantagem competitiva, seus recursos naturais, o território possui grande
parte dos recursos naturais do mundo, tanto renováveis como não renováveis. Segundo a ONU, 30% das
reservas minerais mundiais, 8%do gás natural mundial, 12% das reservas mundiais de petróleo e 40% do
ouro mundial, estão na África (Além de outros). Ou seja, ainda que o capital natural represente grande
riqueza no continente, estes são administrados de forma errônea e ineficaz, o que se traduz a benefícios
sociais e econômicos reduzidos alongo prazo. Além da má gestão, somasse ao fato que, ainda segundo a
ONU, há um déficit de US $195 de capital natural por meio de fluxos ilícitos, tais como, mineração ilegal,
extração ilegal de madeira, comércio ilegal de vida selvagem, pesca não regulamentada, degradação
ambiental, entre outros. Em busca de um da sustentabilidade ambiental, faz-se necessária uma melhor
gestão dos recursos naturais, bem como uma melhor gestão pública e melhores formulações de políticas
públicas visando cobrir esses gaps que possibilitam o segmento ilícito.
Falando também sobre o meio ambiente e políticas voltadas a população, segundo a OCDE, na África do
Sul, através de pesquisas, 67% da população esta satisfeita com a qualidade da água, ainda que represente

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uma média abaixo da OCDE, de 81%. Uma das inúmeras razões que podem estar por trás desse índice é
a má qualidade da infra-estrutura e do fornecimento desses insumos básicos a população, que afetam de
forma desproporcional as populações mais marginalizadas, como as pobres e rurais. A má infra-estrutura
resulta em um aumento dos preços. Segundo a OCDE, a Ted cor, empresa de gestão de resíduos para
comunidades carentes, vem fornecendo aos trabalhadores informais e pequenas empresas, formação sobre
a gestão de resíduos. A empresa atua através de contratos com municípios para o tratamento de resíduos,
demonstrando uma alternativa que reduz os custos voltados a gestão de resíduos, bem como amplia o
leque de serviços de coleta de resíduos em áreas anteriormente mal servidas.

Ainda enfatizando o que se faz necessário para prosperar, através de um pacote de saúde, educação e
empregos de qualidade, a comunidade tende a atingir potencial mais alto e prosperar, ainda que seja uma
tarefa árdua. Pobreza e desigualdade ainda que com um crescimento econômico robusto, persistem em
todo o continente africano. Na agenda de crescimento do Banco de Desenvolvimento Africano,
especialmente na agenda High 5, estão incluídos projetos e programas que tangem educação, emprego,
desenvolvimento de habilidades, saúde, água, saneamento, nutrição empreendedorismo jovem em África.
Segundo o banco, fator de capital humano é tão rico quanto o setor de recursos naturais.

Segundo a OCDE, a África do Sul obteve grande redução da pobreza absoluta, através de subsídios
sociais para os aposentados, portadores de deficiência e crianças. Houve também ampliação do acesso à
educação, moradia, água, eletricidade e outros serviços. Mas ainda se encontram abaixo da média em
renda e riqueza, empregos, moradia, condições de saúde e educação. Na África do Sul, a renda per capita
por família é inferior à média da OCDE de US$ 33.604 por ano. Ainda que educação e qualificações
sejam requisitos importantes para encontrar um emprego, 73% dos adultos entre 25 a 64 anos concluíram
o ensino médio. Valor abaixo da média da OCDE de 79%. Esses dados em relação a educação se refletem,
no âmbito do trabalho, em que estatísticas apontam que apenas 44% da população, entre 15 a 64 anos,
têm emprego remunerado, abaixo da média de emprego da OCDE de 68%. A Desigualdade é ainda
maior se comparado por gênero, em que 49% dos homens têm trabalho remunerado, em comparação a
38% das mulheres. O gráfico abaixo do banco de desenvolvimento africano, também ilustra a
desigualdade:

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Gráfico 1. Participação força de trabalho por gênero - % (2017)

Fonte: African Development Bank Group

Em Cabo verde, pensando em capital humano e infra-estrutura, o Banco de Desenvolvimento investiu


$ 17,87 milhões na modernização e expansão do Porto Inglês e Porto Palmeira, ainda em andamento
(2018-2021). O projeto busca desenvolver o transporte marítimo que é crucial para Cabo Verde, os
resultados esperados do projeto vão impulsionar a indústria do turismo, que representa 47% das
mercadorias exportação de serviços. Espera-se também que haja um aumento do tráfego; redução de
tempo de trânsito no porto; melhores condições de vida da comunidade.

Segundo o banco, nesse processo, pelo menos 150 jovens se formaram, em vários negócios, incluindo
comunicação em línguas estrangeiras para, ressaltando que 50% desses jovens eram mulheres. Foram
criados 726 empregos diretos e houve um acréscimo de 7% ao crescimento do PIB - 4.419.050 toneladas
de mercadorias em trânsito através dos portos com transito de 1.527.098 turistas por ano. No gráfico
abaixo é possível identificar a participação na economia por setor em todo o continente.

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Gráfico 2. Participação setorial do PIB (2016)

Fonte:United Nation Economic Comission for Africa

Para além do desenvolvimento econômico doméstico e sustentabilidade, é interessante pensar nesses


objetivos como sendo os primeiros passos para uma ascensão da África na comunidade internacional,
uma vez que o desenvolvimento econômico domestica atrai mais investimento externo, e, somado ao
engajamento em cooperação com sustentabilidade atrai maior cooperação internacional. Como
consideração final, atualmente a África, no comércio internacional já negocia com grandes parceiros,
conforme tabela abaixo.
Tabela 1. Comércio da África e BRICS - 2016

Fonte:United Nation Economic Comission for Africa

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2°ASPIRAÇÃO: UM CONTINENTE INTEGRADO; POLITICAMENTE UNIDO COM
BASE NOS IDEAIS DO PAN- AFRICANISMO E NA VISÃO DO RENASCIMENTO
DA ÁFRICA.

A África aspira ser um continente mais independente e, unido politicamente e economicamente e, desde
1963 baseia-se no pan-africanismo, uma ideologia que consagra a união de todos os povos dos países
africanos na luta contra o racismo e a desigualdade e busca defender os direitos dos povos africanos
sendo motivada pelo desenvolvimento na auto-suficiência e uma governança democrática centralizada
pelas pessoas. A agenda também se baseia na visão do renascimento da África, um conceito que consagra
que os povos do continente devem superar os desafios com o objetivo de promover uma renovação
cultural, científica e econômica.

A integração é uma das ferramentas chaves para o progresso do continente, ou seja, agindo em
cooperação e solidariedade entre si. Um dos objetivos da aspiração é que a livre circulação de pessoas,
capitais, bens e serviços resultem em um aumento relevante no comércio e investimento nos países. Em
2016 a União Africana lançou o projeto de um passaporte para que as pessoas dos países membros, tais
como, África do Sul e Nigéria, possam circular livremente por esses países, essa medida tem como
objetivo estimular a integração e o crescimento econômico do continente.

Um segundo exemplo de uma estratégia de integração continental é governo da Etiópia que estabeleceu
zonas econômicas especiais para atrair os investimentos estrangeiros e criou relação entre os produtores
locais e o mercado mundial o que resultou em uma série de investimentos públicos em infra-estruturas de
alguns setores, tais como, energia, transportes, comunicações e agricultura e setores, a África do Sul seria
mais um exemplo, porque promove o comércio e busca atrair investimento direto estrangeiro e incentiva
as empresas líderes do país a realizar investimentos em outros países do continente.

Outro objetivo da aspiração é criar até 2063 infra-estruturas necessárias que possam apoiar a integração e
crescimento, transformação tecnológica, comércio e o desenvolvimento dos países do continente, nos
últimos anos os países vêm adotando medidas e estabelecendo metas dentro de seus territórios e em
conjunto com outros países para progredir com seus objetivos Em janeiro de 2017 alguns países do
continente africano adotaram uma estratégia espacial para facilitar o crescimento e o desenvolvimento no
continente utilizando ciência e tecnologia espacial, a África do Sul desenvolveu um satélite de
observação meteorológica que ajuda no combate aos incêndios florestais, na Nigéria, os satélites
fornecem ajuda na luta contra o grupo extremista islâmico Boko Haram, disponibilizando dados

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necessários sobre a região. Outro objetivo da Nigéria é enviar um astronauta para o espaço até 2030.
Dessa forma, cada vez mais países estão lançando satélites para o espaço com os objetivos de garantir o
acesso rápido à internet, promover o desenvolvimento do continente e emitir alertas para desastres
naturais.

Portanto a aspiração: continente integrado politicamente unido com base nos ideais do pan- africanismo e
na visão do Renascimento da África busca impulsionar os países a cooperarem, e se desenvolverem entre
si e a procurar meios e recursos para estimular o desenvolvimento tanto individual quanto coletivo.

3ª ASPIRAÇÃO: UMA ÁFRICA DE BOA GOVERNANÇA, DEMOCRACIA,


RESPEITO PELOS DIREITOS HUMANOS, JUSTIÇA E O ESTADO DE DIREITO.

Desde os meados da década de 50 do século passado, o Continente Africano vem transitando por um
longo e exaustivo processo de democratização, deixando o colonialismo, as ditaduras africanas,
corrupções e violações dos direitos humanos para trás e dando espaço aos regimes democráticos.

Conscientes do seu dever de libertar totalmente a África cujos povos continuam


a lutar pela sua verdadeira independência e pela sua dignidade, e
comprometendo-se a eliminar o colonialismo, o neocolonialismo, apartheid, o
sionismo, as bases militares estrangeiras de agressão e quaisquer formas de
discriminação, nomeadamente as que se baseiam na raça, etnia, cor, sexo,
língua, religião ou opinião política (CARTA DE BANJUL 19881)

Com o avanço da Democracia no território, fez com que alguns países da África começar a atuar com
maior vivacidade e visibilidade no sistema internacional, principalmente em frente às grandes
organizações, e um desses países, dando ênfase ao protagonismo da África do Sul, como um grande
exemplo de transformação no continente, a luta pela democracia, colocando o fim da Apartheid, o fim do
regime de segregação racial após três séculos de colonialismo de supremacia branca, que no ano de 2020,
comemoram-se os 26 anos desde que realizou a primeira eleição democrática e não-racista na qual elegeu
o Nelson Mandela como primeiro presidente daquela nação.

“[...] um continente onde os valores democráticos, as práticas, os princípios universais dos direitos
humanos, a igualdade de gênero, a justiça e o estado de direito estejam consolidados; e tenha criado instituições
capazes e liderança transformadora a todos os níveis.” 1

1
Aspirações que até 2063, a África almeja em seu continente com a Agenda 2063.

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Um continente cujas instituições estarão a dispor do seu povo, que por sua vez assumirão e participarão
constantemente no desenvolvimento social, econômico e político e na própria gestão de cada país, em
demanda de uma democracia que seja competente o suficiente e profissional na prestação de serviços
eficazes baseadas em regras, uma democracia de responsabilidade.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, adotada pela Organização das Nações Unidas
serviu de base para uma reflexão de que os artigos proposto nesta declaração não se condizia com o
contexto que o continente africano estava exposto, deste modo, os direitos humanos para a África estão
segurados e reconhecidos na Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos2. Em um evento que
aconteceu na África do Sul no ano de 2020, a Human Right Watch3 (HRW) apresentou um relatório
mundial sobre os direitos humanos de 90 países, sendo 25 desses países pertenciam à África subsaariana.

Apesar dos grandes esforços de vários países, como a própria África do Sul, Zimbábue e Moçambique,
receberam críticas da HRW em seu relatório anual. O sistema regional africana de proteção aos direitos
humanos, não conseguem mostrar resultados que coloquem o fim ou redução dessas violações por parte
dos Estados. A própria Etiópia recebeu críticas da HRW, apesar do seu primeiro-ministro Abiy Ahmed
Ali ter ganhado o prêmio Nobel da Paz no ano de 2019, o país está longe ser pacifico, e com as reformas
promovidas pelo então primeiro-ministro em garantir que os direitos humanos ao povo etiopês fossem
consolidados, houve uma eclosão de conflitos nos últimos meses no país devido a essas reformas.

Essuatíni, a ex-suazilândia ainda é um dos três países africanos que é governado por reis, apesar de não
ser um Estado soberano democrático, o pai recebeu um feedback positivo no relatório da HRW, devido
ao grande passo dado no que se diz a respeito à igualdade de gênero, dando a inconstitucionalidade da lei
que os homens tinham poder total sobre as suas esposas e a propriedade familiar. A angola, que possui a

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Aprovada pela Conferência Ministerial da Organização da Unidade Africana (OUA) em Banjul, Gâmbia, em
janeiro de 1981, adotada pela XVIII Assembléia dos Chefes de Estado e Governo da Organização da Unidade
Africana (OUA) em Nairóbi, Quênia, em 27 de julho de 1981, e somente entraram em vigor no dia 21 de outubro de
1986 – em homenagem a tal data, 21 de outubro é declarado como o “Dia Africano dos Direitos Humanos).
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Fundada em 1978, A Human Rights Watch (HRW) é uma organização não governamental sem fins lucrativos que
promove e defende os direitos humanos em mais de 90 países do mundo, em contextos de paz ou em conflitos
armados. É reconhecida por pesquisas aprofundadas sobre graves violações de direitos humanos, elaboração de
relatórios imparciais sobre essas pesquisas e o uso efetivo dos meios de comunicação para informar e sensibilizar
diversos públicos sobre suas causas. O trabalho da HRW é guiado pelo direito internacional dos direitos humanos,
pelo direito internacional humanitário e pelo respeito à dignidade de cada indivíduo em quaisquer circunstâncias. A
partir de casos concretos de violações, a HRW se reúne com governos, organizações internacionais como as Nações
Unidas e grupos regionais para propor e cobrar políticas públicas e reformas legais, necessárias para proteger
direitos e garantir a reparação às vítimas de violações.

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maior comunidade brasileira no continente também ganhou destaques positivos no relatório, por ter
descriminalizado as relações homossexuais, que na qual ainda é crime em 30 países africano.

Assim sendo a terceira aspiração da agenda 2063, que busca impulsionar uma boa governança no
território, seja entre Estados e/ou Estados-povos da UA; promover a democracia e consolidação desse
regime político no continente e centralizado nas pessoas, em que todas as eleições sejam livres e justas;
respeito pelos direitos humanos e a eliminação de todas as formas de desigualdade de gênero e acabar
com os casamentos infantis, mutilação genital feminina e outras práticas culturais que discriminam a
mulher perante a sua própria essência e da sociedade em que esteja inserida; justiça e o estado de direito,
de modo que consiga liderar, auxiliar e orientar de forma eficaz as transformações e integração da agenda
2063.

4ª ASPIRAÇÃO: UMA ÁFRICA COM UMA FORTE IDENTIDADE CULTURAL,


HERANÇA, VALOR E ÉTICA COMUNS.

A África almeja ser mais autônomo e apresentar uma identidade cultural desde 1963, com o Pan –
africanismo, nome este que é dado a uma ideologia que acredita que a união dos povos de todos os países
do continente africano na luta contra o preconceito racial e os problemas sociais é uma alternativa para
tentar resolvê-los. Em outras palavras, podemos dizer que o pan-africanismo é um movimento de caráter
social, filosófico e político, que visa promover a defesa dos direitos do povo africano, constituindo um
único Estado soberano para africanos que vivem ou não na África.

Tendo em mente este conceito, aspiramos que até 2063 as idéias pan-africanismo sejam totalmente
integradas em quaisquer programas escolares e o patrimônio cultural pan-africanismo (herança, folclore,
línguas, cinema, música, teatro, literatura, festivais, religiões e espiritualidade) será aperfeiçoado. Vale
destacar que as artes criativas e as indústrias africanas também serão celebradas em todo o continente,
bem como e na diáspora e contribuirão de forma significa para a consciencialização, bem-estar e
prosperidade e para a cultura e o patrimônio mundial. Sendo assim, as línguas africanas serão as bases
para a administração e integração.

A religião na África também é bem diversificada, sendo a maioria dos africanos adeptos do cristianismo e
islamismo, mas muitos também praticam as religiões tradicionais africanas. Em 2002, os cristões eram de
45% da população africana, e os muçulmanos 40,6%. Desta forma, outra aspiração da agenda 2063, é que
também haverá respeito pela diversidade religiosa, uma vez que, a África é um continente que tem um

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povo com crenças religiosas e espirituais que jogam um papel profundo na construção da identidade e de
interação social africana, mas mesmo assim, o continente continuará a opor-se veementemente a todas as
formas de politização de religião e de extremismo religioso.

Fonte: THE ARDA – Association of Religion Data Archives.

Agora, com relação à diversidade cultural da África, este reflete a sua antiga história e é tão diversificada
como foi o seu ambiente natural ao longo do tempo, ou seja, a sua diversidade tem como responsável a
diversidade dos escravos, pertencentes a diversas etnias que falavam idiomas diferentes e que trouxeram
tradições distintas. É válido mencionar também que a África é o lar de inumeráveis tribos ou grupos
étnicos, alguns dos quais representam populações muito grandes, se consistindo em milhões de pessoas,
outras são grupos menores, de poucos milhares. Mas, todas as tribos e grupos, possuem culturas
diferentes uma da outra e que apresentam e representam o mosaico da diversidade cultural africana.

Junto a isso, outra aspiração para 2063 é de que nossa diversidade cultural, herança, línguas e religiões,
incluindo, os patrimônios tangíveis e intangíveis dos estados insulares da África serão uma causa de força,
ou seja, a cultura, o patrimônio e artefatos roubados de África serão plenamente repatriados e
salvaguardados; outro ponto é que a cultura, o patrimônio, a identidade e destino comuns serão o centro
de todas as estratégias para facilitar uma abordagem pan-africana e o Renascimento Africano.

7ª ASPIRAÇÃO: ASPIRAMOS QUE ATÉ 2063, A ÁFRICA SE TORNARÁ UM ATOR


FORTE E INFLUENTE E PARCEIRO A NÍVEL MUNDIAL DAS SEGUINTES
FORMAS:
África será um actor forte, unido, resistente, pacífico e influente e parceiro a nível
global, com um papel importante nas questões mundias. Afirmamos a importância da
unidade e solidariedade africanas perante a contínua interferência externa, incluindo
as tentativas de dividir o continente e as pressões e sanções indevidas impostas sobre
alguns países (UNIÃO AFRICANA – AGENDA 2063, 2015)

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A África é composta por muitos recursos naturais e hoje é um dos continentes que mais chamam a
atenção de outros países e empresários. Em 2013 foi observado um aumento de 4,8% do PIB Africano.
Diante dos interesses de diferentes atores internacionais, os jovens empreendedores africanos, desde 2019,
vêm observando que os investimentos privados são a chave para o crescimento econômico da África. Foi
realizado em agosto de 2019 um Fórum de empreendedorismo que reuniu milhares de empreendedores e
potencias investidores.

Como aspiração da agenda 2063, a construção de uma África como um ator forte, unido, resistente,
pacifica e influente parceiro a nível global e com um papel importante nas questões mundiais a realização
de fóruns com a participação de jovens empreendedores tem se tornado comum e importante para a
participação da África no sistema internacional, possibilitando o desenvolvimento da África como
parceiro mundial e tornando muitos países dependentes da África para seu desenvolvimento econômico.

África apresenta uma tendência ascendente e procura estabelecer relações e parcerias


mutuamente benéficas com outras regiões e continentes. Portanto, olha para natureza
das parcerias com vista a racionalizá-las e melhorar os benefícios para sua
transformação e esforços em prol da integração. Faremos isso através do
fortalecimento das nossas perspectivas comuns sobre as parcerias e falando com uma
única voz sobre as prioridades e as visões relativas aos assuntos a nível mundial
(UNIÃO AFRICANA – AGENDA 2063, 2015)

Gráfico 3. Principais destinos de importação e exportação da África 2017

Fonte: UNCTAD

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Gráfico 4. Principais destinos de importação e exportação da África 2019

Fonte: UNCTAD

Nos gráficos acima, observa-se a modificação de comportamento da África e seus parceiros comerciais,
onde grande parte dos parceiros comerciais da África passou a ser grandes potencias do mundo.
Demonstrando uma grande participação da África no comercio internacional. Os principais parceiros
comerciais de importação entre 2017 a 2019 foram a China e União Européia e nota-se que a África
permaneceu durante três anos com os mesmos parceiros comerciais demonstrando uma tendência
ascendente de procura estabelecer relações e parcerias mutuamente benéficas com outras regiões e
continentes através do fortalecimento das perspectivas comuns sobre parceiros comerciais.

Em setembro de 2020, eleito como Presidente do ECOWAS o Presidente da Gana Nana Akufo-Addo e
no seu discurso de posse o Presidente trouxe alguns pontos para o futuro desenvolvimento do ECOWAS
até 2050, tais como a criação de uma única moeda para os países do ECOWAS, controle e segurança
contra casos de terrorismo, pirataria, insurgência e bandidos armados. Isso demonstra uma futura
mudança na estrutura do ECOWAS e na cooperação que a África vem buscando desde a consolidação,
isso poderá ser benéfico para sua transformação e esforços em prol da integração, através do
fortalecimento das perspectivas africanas comuns sobre as parcerias e as visões africanas relativas aos
assuntos a nível mundial.

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África assumirá o seu legitimo lugar nos sistemas políticos, de segurança, econômicos
e sociais de governança a nível mundial, em prol da concretização do Renascimento e
estabelecimento de uma África como um continente de liderança. Comprometemo-nos a
prosseguir com o combate contra todas as formas de exploração, racismo e
discriminação, xenofobia e intolerância relacionada a nível mundial; contribuir para o
avanço da cooperação internacional que promove e defende os interesses de África que
sejam mutuamente benéficos e alinhados com nossa visão Pan-africanista; continuar a
falar com uma única voz e agir colectivamente com vista a promover os nossos
interesses e posições comuns na arena internacional (UNIÃO AFRICANA –
AGENDA 2063, 2015)

Em 2019, completou um ano desde eleição do Presidente Emmerson Mnangagwa em Zimbábue e com
esta eleição o Governo de Zimbábue acabou alcançando um superávit orçamentário junto com uma queda
do déficit orçamentário mensal de US$242 milhões. A melhoria no balanço comercial do país chamou a
atenção do FMI e da própria ONU, ambas às organizações elogiaram o processo de reformas na qual o
país passou diante. As reformas são compostas por três projetos de Lei que substituíram no futuro a Lei
de Acesso à Informação e Proteção e Proteção da Privacidade (AIPPA) e o país tinham também como
objetivo relançar sua moeda até o início do ano de 2020, demonstrando as diferentes formas pelo os quais
a África vem assumindo o seu legitimo lugar nos sistemas políticos, de segurança, econômicos e sociais
de governança a nível mundial

Em junho de 2019, Zimbábue e União Européia (UE) relançaram conversações políticas para tentar
normalizar as relações entre as duas partes, esta parceria, tem foco na cooperação para desenvolvimento
nas áreas de saúde, agricultura e economia, observa-se no gráfico 1 e 2 acima, em 2017 a 2019,a UE se
tornou o principal destino de importação africanas. Além disso, Zimbábue, UE e ONU lançaram
iniciativas “spotlight” para acabar com a violência contra a mulher e meninas. Isso demonstra o
cumprimento da Agenda 2093 lançada em 2015, tendo como uma das aspirações a África assumindo o
seu legitimo lugar nos sistemas políticos, de segurança, económicos e sociais de governança a nível
mundial concretizando o Renascimento e estabelecimento de uma África como um continente de
liderança nestas questões e o comprometimento com o combate contra todas as formas de exploração,
racismo, discriminação, xenofobia e intolerância relacionadas a nível mundial, além de contribuir para o
avanço da cooperação internacional que promove e defende os interesses de África que sejam
mutuamente benéficos e alinhados com a visão Pan-africanista.

Calcula-se que até 2025 metade da população na África terá menos de 25 anos, o que irá gerar uma
explosão demográfica e tecnológica que deverá ser atendida apenas por taxas constantes e altas de
crescimento econômico, melhor governança e mais responsabilidade e responsividade. Em 2019 foi

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afirmado que haveria o surgimento de uma nova liderança africana, que não só está enraizada nos valores
locais, mas também está ligada às tendências globais mais amplas.

Desde 2019, os países vêm prestando cada vez mais atenção à África pelo fato do mesmo ser o principal
ponto de recursos humanos e naturais, uma nova batalha sobre a África está em andamento, com a China
no banco de trás, a Rússia buscando alcançá-lo, os EUA um pouco atrás e a UE buscando fazer do
continente uma parte vital de sua estratégia e estabilidade global. Com isso podemos identificar uma forte
participação da África nos sistemas políticos, de segurança, económicos e sociais de governança a nível
mundial. O Prêmio Nobel da Paz conquistado pelo primeiro-ministro da Etiópia Abiy Ahmed em 2019 é
uma confirmação de que a África pode se apropriar de seus problemas, que pode ser ousada e decisiva.

METHODOLOGICAL NOTE

Num primeiro momento, realizamos uma leitura da própria agenda 2063, posteriormente selecionamos
cinco das setes aspirações da agenda para ser nosso campo de estudos, sendo elas: (1) Uma África
Próspera, Baseada no Crescimento Inclusivo e Desenvolvimento Sustentável; (2) Um continente
integrado, politicamente unido com base nos ideais do Pan-africanismo e a visão do Renascimento
Africano; (3) Uma África de boa governança, democracia, respeito pelos direitos humanos, justiça e o
estado de direito; (4) Uma África com uma forte identidade cultural, herança, valor e ética comuns e por
fim, (5) África como um ator forte e influente e parceiro a nível mundial.

Em um segundo momento, fizemos um levantamento dos dados (notícias, eventos e etc.) a serem
monitorados de acordo com a aspiração que cada membro elegeu ser de seu interesse a partir da leitura da
agenda 2063. O monitoramento desses dados é feito a partir dos anos de 2015 até o presente momento da
composição desse relatório.

E por fim, na elaboração dessa análise de conjuntura, optamos pelo formato de relatório (report)
baseando-se no molde de relatório da PNUD4. Ao desenvolver este relatório, notamos a necessidade de
um segundo recorte relacionado ao tema de pesquisa, precisamente no que se diz a respeito aos dados
monitorados. Invés de monitorar o continente africano como um todo, a partir dos dados levantados

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O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento executa diversos projetos em diferentes áreas.
Atualmente em 170 países e territórios, tem a constante missão de alinhar seu trabalho às necessidades do país,
colaborando no desenvolvimento de políticas, habilidades de liderança, capacidades institucionais, resiliência e,
especialmente, erradicação da pobreza e redução de desigualdades e exclusão social.

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inicialmente, notou que tanto nas notícias e/ou eventos relacionado à agenda 2063, certos atores políticos
ganham destaque como África do Sul, Etiópia e Zimbábue; e o aparecimento da Comunidade Econômica
dos Estados da África Ocidental (ECOWAS5), deste modo, o segundo recorte é definido. Na elaboração
desse relatório, foi dada ênfase a esses atores/palcos e os impactos e/ou compromisso deles com a agenda
2063.

BIBLIOGRAPHY REFERENES

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https://www.afdb.org/sites/default/files/2019/07/05/high_5_improve_quality_of_life.pdf. Ultimo Acesso
em 22 de Setembro de 2020.

A União Africana lança passaporte de livre circulação entre 54 países-membros do bloco. Brasil de
fato. 2016. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2016/07/19/uniao-africana-lanca-passaporte-
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BOH, Elvis. African entrepreneurs encouraged to unlock their continent’s potential. 2019.
Disponível em: https://www.euronews.com/2019/08/07/african-entrepreneurs-encouraged-to-unlock-
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Economic Community of West African States, é uma organização de integração regional que engloba
quinze países da África Ocidental e cujos principais objetivos são a integração econômica, o comércio
regional e a cooperação política

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