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CURSO DE
AVALIAÇÃO DE IMPACTO
AMBIENTAL
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
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CURSO DE
AVALIAÇÃO DE IMPACTO
AMBIENTAL
MÓDULO III
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MÓDULO III
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- Meio Físico: o estudo da climatologia, da qualidade do ar, do ruído, da
geologia, da geomorfologia, dos recursos hídricos (hidrologia, hidrologia superficial,
oceanografia física, qualidade das águas, uso da água), e do solo;
- Meio Biológico: para o estudo do ecossistema terrestre, do ecossistema
aquático e do ecossistema de transição;
- Meio Antrópico: o estudo da dinâmica populacional, uso e ocupação do
solo, nível de vida, estrutura produtiva e de serviço e organização social.
Portanto, a metodologia de AIA utiliza para um parecer ambiental métodos e
técnicas estruturadas para coletar, analisar, comparar e organizar informações e
dados sobre os impactos nesses três campos citados.
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Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, caso
a atividade a ser implantada não tenha sido ainda cadastrada.
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DNER e DER, em construções de rodovias;
DNPM, no caso de atividades de lavra e/ou beneficiamento mineral.
Por exigência do IBAMA e/ou órgão estadual competente, no caso de
desmate;
Em resposta a denúncias no caso de projetos implantados ou em
implantação sem o licenciamento ambiental;
Cumprindo penalidade disciplinar ou compensatória imposta pelo órgão
ambiental pelo não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou
correção da degradação ambiental.
Desde o primeiro momento, o empreendedor deverá fornecer ao órgão
ambiental todas as informações sobre o empreendimento e sobre a natureza das
atividades a serem implantadas. Deve ser realizado o preenchimento da Ficha de
Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras
de Recursos Ambientais.
Após o exame da documentação exigida, o órgão ambiental consulta a
legislação e os dados disponíveis sobre o local do empreendimento e analisa a
necessidade de elaboração de estudo de impacto ambiental ou documento
semelhante. Se for necessário, o órgão ambiental realiza uma vistoria para a análise
da situação ambiental no local proposto para o empreendimento, com relação a:
- Necessidade de apresentação de EIA-RIMA e/ou outros documentos
técnicos semelhantes (PCA, RCA, PRAD, etc.);
- Outras exigências, tais como: apresentação de projetos, relatórios e
pareceres específicos (p.e. projeto de engenharia ambiental para padarias,
marmorarias, lavanderias, serrarias e marcenarias, cortiços, usinagem de metais,
parecer da CNEN para atividades que envolvam substâncias radioativas, etc.);
- Inviabilidade do empreendimento, quando sua implantação fere a
legislação ambiental federal, estadual e/ou municipal (p.e. localização proposta em
unidades de conservação, reservas indígenas, nascentes, bordas de chapada, áreas
de proteção de mananciais, etc.). Nesse caso licenciamento é negado, e se o
empreendedor insistir no projeto, o mesmo deverá ser adequado, com alterações,
devendo ser dada com um novo pedido de licenciamento.
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FASES DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
1) Empreendedor realiza Questões legais,
consulta ao órgão ambiental socioeconômicas e políticas
relacionadas com a implantação do
projeto;
2) Órgão ambiental emite No termo de referência
instrução normativa deverão constar todos os itens a
serem seguidos para a elaboração do
EIA-RIMA pela empresa consultora a
ser contratada;
3) Empreendedor Por meio de convite direto,
licita/contrata a elaboração do EIA- tomada de preços, carta-convite,
RIMA licitação;
4) Empresas de consultoria Deverão possuir habilitação
ambiental apresentam suas propostas legal, apresentando suas propostas
técnicas em concorrência no prazo determinado e cumprindo
todas as exigências definidas no
respectivo edital de concorrência;
5) Empreendedor negocia Julgamento das propostas
a(s) proposta(s) e contrata a empresa técnicas e orçamentos prévios ao
vencedora estabelecimento/negociação das
cláusulas contratuais;
6) Consultora elabora o EIA- Cumprindo todas as
RIMA exigências para a realização dos
relatórios, destacando as
necessidades de formar uma equipe
multidisciplinar habilitada e
administrativa;
Obter dados e informações
técnico-científicas e de dar tratamento
a este material;
Obedecer a um cronograma
de trabalho;
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Possuir recursos materiais e
financeiros para a apresentação do
produto final;
Garantir a gestão da
qualidade;
7) Empreendedor deve Acompanhamento sistemático
fiscalizar os segmentos da realização de todas as atividades a serem
dos estudos realizadas na elaboração dos
estudos.
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referida audiência; empreendedor prévias e/ou seminários em
apresenta o empreendimento, e a universidades, auditórios públicos,
consultora apresenta detalhadamente anteriormente à audiência
o EIA-RIMA para o público presente propriamente dita;
Expositores adequadamente
treinados para defender seus pontos
de vista e o conteúdo técnico de
forma objetiva e coloquial no dia da
audiência;
12) Órgão ambiental elabora Levando-se em consideração
a Ata da Audiência, finaliza a análise todas as questões analisadas e
do EIA-RIMA e emite o parecer comentadas na audiência pública, das
técnico interferências técnicas do
empreendedor, consultora e
comunidade;
13) Órgão ambiental faz Deverá ocorrer um
exigências e concede ou nega a detalhamento de informações e/ou
Licença Ambiental informações adicionais e justificativas
técnicas, com possíveis exigências, e
finalmente será emitida ou não a
licença.
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RESOLUÇÃO Nº 237, de 19 de dezembro e 1997
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II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental
competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental
que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para
localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos
recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas
que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.
III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos
aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação
de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da
licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle
ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo,
plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.
IV – Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que
afete diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o
território de dois ou mais Estados.
Art. 2º- A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e
operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de
prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras
licenças legalmente exigíveis.
§ 1º- Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os empreendimentos e as
atividades relacionadas no Anexo 1, parte integrante desta Resolução.
§ 2º – Caberá ao órgão ambiental competente definir os critérios de
exigibilidade, o detalhamento e a complementação do Anexo 1, levando em
consideração as especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras
características do empreendimento ou atividade.
Art. 3º- A licença ambiental para empreendimentos e atividades
consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do
meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de
impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual se dará publicidade, garantindo
a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo com a
regulamentação.
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Parágrafo único. O órgão ambiental competente, verificando que a atividade
ou empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação do
meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo
de licenciamento.
Art. 4º - Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis - IBAMA, órgão executor do SISNAMA, o licenciamento
ambiental, a que se refere o artigo 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, de
empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de âmbito
nacional ou regional, a saber:
I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;
no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras
indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União.
II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados;
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do
País ou de um ou mais Estados;
IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar,
armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia
nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão
Nacional de Energia Nuclear - CNEN;
V- bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a
legislação específica.
§ 1º - O IBAMA fará o licenciamento de que trata este artigo após considerar
o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos Estados e Municípios em
que se localizar a atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o
parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento.
§ 2º - O IBAMA, ressalvada sua competência supletiva, poderá delegar aos
Estados o licenciamento de atividade com significativo impacto ambiental de âmbito
regional, uniformizando, quando possível, as exigências.
Art. 5º - Compete ao órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal o
licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades:
I - localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades
de conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal;
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II - localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de
vegetação natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº
4.771, de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim forem consideradas por
normas federais, estaduais ou municipais;
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de
um ou mais Municípios;
IV – delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por
instrumento legal ou convênio.
Parágrafo único. O órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal fará o
licenciamento de que trata este artigo após considerar o exame técnico procedido
pelos órgãos ambientais dos Municípios em que se localizar a atividade ou
empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos
competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
envolvidos no procedimento de licenciamento.
Art. 6º - Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos
competentes da União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o
licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental
local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou
convênio.
Art. 7º - Os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único
nível de competência, conforme estabelecido nos artigos anteriores.
Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle,
expedirá as seguintes licenças:
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a
viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a
serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou
atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e
projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais
condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das
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licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes
determinados para a operação.
Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou
sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do
empreendimento ou atividade.
Art. 9º - O CONAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais
específicas, observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade ou
empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as
etapas de planejamento, implantação e operação.
Art. 10 - O procedimento de licenciamento ambiental obedecerá às seguintes
etapas:
I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do
empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao
início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida;
II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado
dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida
publicidade;
III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos
documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias
técnicas, quando necessárias;
IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão
ambiental competente, integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da
análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando
couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos
e complementações não tenham sido satisfatórios;
V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação
pertinente;
VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão
ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo
haver reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e complementações não
tenham sido satisfatórios;
VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer
jurídico;
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VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida
publicidade.
§ 1º - No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar,
obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo
de empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação aplicável
ao uso e ocupação do solo e, quando for o caso, a autorização para supressão de
vegetação e a outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos competentes.
§ 2º - No caso de empreendimentos e atividades sujeitos ao estudo de
impacto ambiental - EIA, se verificada a necessidade de nova complementação em
decorrência de esclarecimentos já prestados, conforme incisos IV e VI, o órgão
ambiental competente, mediante decisão motivada e com a participação do
empreendedor, poderá formular novo pedido de complementação.
Art. 11 - Os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser
realizados por profissionais legalmente habilitados, a expensas do empreendedor.
Parágrafo único - O empreendedor e os profissionais que subscrevem os
estudos previstos no caput deste artigo serão responsáveis pelas informações
apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais.
Art. 12 - O órgão ambiental competente definirá se necessário,
procedimentos específicos para as licenças ambientais, observadas a natureza,
características e peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a
compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de planejamento,
implantação e operação.
§ 1º - Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as
atividades e empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental, que
deverão ser aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente.
§ 2º - Poderá ser admitido um único processo de licenciamento ambiental
para pequenos empreendimentos e atividades similares e vizinhos ou para aqueles
integrantes de planos de desenvolvimento aprovados, previamente, pelo órgão
governamental competente, desde que definida a responsabilidade legal pelo
conjunto de empreendimentos ou atividades.
§ 3º - Deverão ser estabelecidos critérios para agilizar e simplificar os
procedimentos de licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos que
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implementem planos e programas voluntários de gestão ambiental, visando a
melhoria contínua e o aprimoramento do desempenho ambiental.
Art. 13 - O custo de análise para a obtenção da licença ambiental deverá ser
estabelecido por dispositivo legal, visando o ressarcimento, pelo empreendedor, das
despesas realizadas pelo órgão ambiental competente.
Parágrafo único. Facultar-se-á ao empreendedor acesso à planilha de custos
realizados pelo órgão ambiental para a análise da licença.
Art. 14 - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de
análise diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das
peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a formulação de
exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis)
meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou
indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência
pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses.
§ 1º - A contagem do prazo previsto no caput deste artigo será suspensa
durante a elaboração dos estudos ambientais complementares ou preparação de
esclarecimentos pelo empreendedor.
§ 2º - Os prazos estipulados no caput poderão ser alterados, desde que
justificados e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental
competente.
Art. 15 - O empreendedor deverá atender à solicitação de esclarecimentos e
complementações, formuladas pelo órgão ambiental competente, dentro do prazo
máximo de 4 (quatro) meses, a contar do recebimento da respectiva notificação
Parágrafo Único - O prazo estipulado no caput poderá ser prorrogado, desde
que justificado e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental
competente.
Art. 16 - O não cumprimento dos prazos estipulados nos artigos 14 e 15,
respectivamente, sujeitará o licenciamento à ação do órgão que detenha
competência para atuar supletivamente e o empreendedor ao arquivamento de seu
pedido de licença.
Art. 17 - O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a
apresentação de novo requerimento de licença, que deverá obedecer aos
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procedimentos estabelecidos no artigo 10, mediante novo pagamento de custo de
análise.
Art. 18 - O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade
de cada tipo de licença, especificando-os no respectivo documento, levando em
consideração os seguintes aspectos:
I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o
estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos
relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco)
anos.
II - O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo,
o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não
podendo ser superior a 6 (seis) anos.
III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os
planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10
(dez) anos.
§ 1º - A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os
prazos de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos
estabelecidos nos incisos I e II
§ 2º - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de validade
específicos para a Licença de Operação (LO) de empreendimentos ou atividades
que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou
modificação em prazos inferiores.
§ 3º - Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou
empreendimento, o órgão ambiental competente poderá, mediante decisão
motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação do
desempenho ambiental da atividade ou empreendimento no período de vigência
anterior, respeitados os limites estabelecidos no inciso III.
§ 4º - A renovação da Licença de Operação(LO) de uma atividade ou
empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e
vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença,
ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão
ambiental competente.
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Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá
modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou
cancelar uma licença expedida, quando ocorrer:
I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais.
II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a
expedição da licença.
III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.
Art. 20 - Os entes federados, para exercerem suas competências
licenciatórias, deverão ter implementados os Conselhos de Meio Ambiente, com
caráter deliberativo e participação social e, ainda, possuir em seus quadros ou a sua
disposição profissionais legalmente habilitados.
Art. 21 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação,
aplicando seus efeitos aos processos de licenciamento em tramitação nos órgãos
ambientais competentes, revogadas as disposições em contrário, em especial os
artigos 3o e 7º da Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986.
FIGURA 12
FONTE: IBAMA licenciamento. Disponível em: <www.ibama.gov.br>. Acesso em: 06 de nov. de 2012.
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14 TERMO DE REFERÊNCIA – RESOLUÇÃO CONAMA 001/86
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locacionais e tecnológicas, dos recursos tecnológicos e financeiros disponíveis para
controlar seus efeitos, do contexto socioeconômico, dos objetivos da política de uso
e ocupação do solo, da legislação em vigor. Uma das maiores dificuldades na
realização de um estudo é dimensionar o objeto a ser estudado de forma a obter os
parâmetros que devem orientar sua condução (ou seja, a escolha de métodos e
estratégias adequados; a seleção das informações; a identificação de alternativas
viáveis à proposta apresentada pelo empreendedor);
2) Descrição geral do empreendimento: com a identificação do
empreendedor; os objetivos do empreendimento; identificação do local preferencial
para a instalação e justificativas do empreendimento;
3) Descrição técnica do empreendimento: com o detalhamento das
tecnologias de implementação do empreendimento – na implantação e operação;
alternativas tecnológicas para o empreendimento; área proposta para a implantação;
alternativas locacionais; insumos; descartáveis; infraestrutura necessária para a
implantação e operação;
4) Planos governamentais: deverá ser apresentada uma relação geral dos
planos e programas governamentais que se desenvolvem ou estão propostos para a
região, identificando a ação proposta pelo empreendedor com os mesmos;
5) Legislação referente aos recursos naturais, ambientais, ao uso e
ocupação do solo: com a apresentação da legislação atualizada aplicada ao projeto;
6) Áreas de estudo: AII (Área de Influência Indireta) e AID (Área de
Influência Direta). Considerando-se áreas de estudo os sistemas naturais, sociais e
econômicos sujeitos aos impactos diretos e indiretos da implantação e operação do
empreendimento. A delimitação dessas áreas é função das características físicas,
biológicas e socioeconômicas dos sistemas a serem estudados, das características
do empreendimento, de suas ações e da forma de dispersão de seus descartáveis,
incluindo os locais sujeitos de serem impactados acidentalmente. A delimitação da
AID e da AII do projeto, plano ou programa proposto, e de suas alternativas, constitui
um dos aspectos mais discutidos na realização dos estudos ambientais, tanto no
ponto de vista conceitual como operacional;
7) Diagnóstico ambiental dos meios físico, biótico e antrópico: caracterização
detalhada e atualizada da situação ambiental dos sistemas físicos, biológicos e
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socioeconômicos das áreas de influência, previamente delimitadas, antes da
implantação do projeto;
8) Identificação e avaliação dos impactos ambientais decorrentes da
implantação e operação do projeto: os impactos deverão ser identificados e
avaliados de acordo com as metodologias da literatura nacional e/ou internacionais
adotadas pela equipe responsável pelos estudos incluindo prognósticos realizados
nas áreas de influências e estudos quanto à viabilidade do empreendimento.
Deverão ser mencionadas, também, as alterações ambientais decorrentes das
diferentes alternativas locacionais previstas e os estudos dos custos ambientais e
benefícios socioeconômicos decorrentes da implantação e operação do projeto;
9) Programa e planos ambientais: deverão constar os programas e os planos
de gerenciamento/monitoramento das ações voltadas para a proteção ambiental e
de minimização de impactos negativos provocados pelas diferentes fases do
empreendimento (incluindo programas para situações emergenciais e de acidentes e
programas e planos estratégicos para incrementar os impactos positivos
identificados);
10) Referências bibliográficas: com toda a bibliografia utilizada durante a
confecção dos estudos;
11) Deverá conter um relatório simplificado (RIMA) com informações
técnicas descritas no EIA, em linguagem acessível ao público, ilustrado por mapas
em escalas adequadas, quadros e demais técnicas de comunicação visual, de modo
a ficar compreensível ao público leigo.
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contato.
2. Caracterização do 2.1. Caracterização e análise do projeto, plano ou
empreendimento programa, sob o ponto de vista tecnológico e locacional.
3. Métodos e 3.1. Detalhamento do método e técnicas
técnicas utilizados escolhidos para a condução do estudo ambiental
para a realização dos (EIA/RIMA, PCA, RCA, PRAD, etc.), bem como dos
estudos ambientais passos metodológicos que levem ao diagnóstico;
prognóstico; à identificação de recursos tecnológicos e
financeiros para mitigar os impactos negativos e
potencializar os impactos positivos; às medidas de
controle e monitoramento dos impactos.
3.2. Definição das alternativas tecnológicas e
locacionais.
4. Delimitação da 4.1. Delimitação da área de influência direta do
área de influência do empreendimento, baseando-se na abrangência dos
empreendimento recursos naturais diretamente afetados pelo
empreendimento e considerando a bacia hidrográfica
onde se localiza. Deverão ser apresentados os critérios
ecológicos, sociais e econômicos que determinaram a sua
delimitação.
4.2. Delimitação da área de influência indireta do
empreendimento, ou seja, da área que sofrerá impactos
indiretos decorrentes e associados, sob a forma de
interferências nas suas inter-relações ecológicas, sociais e
econômicas, anteriores ao empreendimento. Deverão ser
apresentados os critérios ecológicos, sociais e
econômicos utilizados para sua delimitação.
Delimitação da área de influência deverá ser feita
para cada fator natural: solos, águas superficiais, águas
subterrâneas, atmosfera, vegetação/flora; e para os
componentes: culturais, econômicos e sociopolíticos da
intervenção proposta.
5. Espacialização da 5.1. Elaboração de base cartográfica referenciada
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análise e da geograficamente, para os registros dos resultados dos
apresentação dos estudos, em escala compatível com as características e
resultados complexidades da área de influência dos efeitos
ambientais.
6. Diagnóstico 6.1. Descrição e análise do meio natural e
ambiental da área de socioeconômico da área de influência direta e indireta e
influência de suas interações, antes da implementação do
empreendimento.
(Dentre os produtos dessa análise, devem
constar: uma classificação do grau de sensibilidade e
vulnerabilidade do meio natural na área de influência;
caracterização da qualidade ambiental futura, na hipótese
de não realização do empreendimento).
7. Prognóstico dos 7.1. Identificação e análise dos efeitos ambientais
impactos ambientais potenciais (positivos e negativos) do projeto, plano ou
do projeto, plano ou programa proposto, e das possibilidades tecnológicas e
programa proposto e econômicas de prevenção, controle, mitigação e
de suas alternativas reparação dos seus efeitos negativos.
7.2. Identificação e análise dos efeitos ambientais
potenciais (positivos e negativos) de cada alternativa ao
projeto, plano ou programa e das possibilidades
tecnológicas e econômicas de prevenção, controle,
mitigação e reparação de seus efeitos negativos.
7.3. Comparação entre o projeto, plano ou
programa proposto e cada uma de suas alternativas;
escolha da alternativa favorável, com base nos seus
efeitos potenciais e nas suas possibilidades de prevenção,
controle, mitigação e reparação dos impactos negativos.
8. Controle ambiental 8.1. Avaliação do impacto ambiental da alternativa
do empreendimento: do projeto, plano ou programa escolhido, por meio da
alternativas integração dos resultados da análise dos meios: físico e
econômicas e biológico com os do meio socioeconômico.
tecnológicas para a 8.2. Análise e seleção de medidas eficientes,
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mitigação dos danos eficazes e efetivas de mitigação ou de anulação dos
potenciais sobre o impactos negativos e de potencialização dos impactos
ambiente positivos, além de medidas compensatórias ou
reparatórias. (deverão ser considerados os danos
potenciais sobre os fatores naturais e sobre os ambientes
econômicos, culturais e sociopolíticos).
8.3. Elaboração de Programa de
Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos
(positivos e negativos), com indicação dos fatores e
parâmetros a serem considerados.
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15.1 INTRODUÇÃO
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Dessa forma, o IBAMA será o órgão licenciador e nesse procedimento
deverá dar oitiva ao órgão Estadual de meio ambiente (§ 1º, art. 4º da Resolução do
CONAMA nº 237/97). A referida Resolução preconiza, no seu art. 7º, que o
licenciamento ambiental se dará em apenas um nível de competência, podendo o
órgão licenciador solicitar ao empreendedor alterações, modificações que se fizerem
necessárias para a perfeita consistência técnica do Estudo de Impacto Ambiental.
O EIA integra a etapa de avaliação da viabilidade ambiental do
empreendimento e a concessão, ou não, da Licença Prévia ao empreendimento,
habilitando-o na continuação dos estudos que compreendem o Projeto Básico e o
Projeto Executivo, os quais são necessários à obtenção da Licença de Instalação.
Ao EIA/RIMA, deverá ser dada publicidade, conforme exige a Constituição
Brasileira, em seu artigo 225. Assim sendo, durante o período de análise do EIA, o
IBAMA poderá promover a realização de audiências públicas, de acordo com o que
estabelece a Resolução CONAMA nº 009/87.
A Constituição Federal, no seu artigo 225, inciso IV, trata que, para as
atividades ou obras potencialmente causadoras de significativa degradação do meio
ambiente, é exigível o estudo prévio de impacto ambiental, ao qual se dará
publicidade.
A Resolução CONAMA nº 001/86 situa as usinas de geração de energia
elétrica com potência acima de 10 MW no campo das obras e empreendimentos
sujeitos à avaliação de impacto ambiental, determinando a necessidade de
apresentação do EIA/RIMA para aprovação de tais obras potencialmente poluidoras,
indicando o conteúdo mínimo dos estudos. A Resolução CONAMA 006/87
correlaciona a requisição e obtenção de Licença Prévia à apresentação e aprovação
do EIA/RIMA, sendo que a Licença de Instalação deverá ser obtida antes da
construção do empreendimento, enquanto que a Licença de Operação deverá ser
obtida antes do fechamento da barragem. A Resolução CONAMA nº. 237/87 define
AN02FREV001/REV 4.0
82
as competências para proceder ao licenciamento e indica as fases a serem
contempladas.
Além desse ordenamento principal que trata da obrigatoriedade de
elaboração do Estudo de Impacto Ambiental, o mesmo deverá se pautar pelos
seguintes condicionantes legais:
1) Decreto – Lei nº 25, de 1937, que organiza a proteção do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional;
2) Decreto Federal nº 79.367, de 1977, que dispõem sobre normas e
padrões de potabilidade da água;
3) Decreto Federal nº 1.141, de 1994, que dispõe sobre ações de proteção
ambiental de saúde e apoio de comunidades indígenas;
4) Decreto nº 750, de 1993, que dispõe sobre o corte, a exploração e a
supressão de vegetação primária ou nos estágios médio e avançado de Mata
Atlântica e dá outras providências;
5) Decreto nº 4340, de 2002, que regulamenta artigos da Lei no 9.985, de 18
de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza - SNUC, e dá outras providências;
6) Legislação estadual de meio ambiente dos Estados de São Paulo e
Paraná;
7) Lei Federal nº 9.427, de 1996, que dispõe sobre solicitação a ANEEL de
autorização para realização de estudos ligados ao setor elétrico;
8) Lei Federal nº 3.824, de 1960, que torna obrigatória a destoca, limpeza
das bacias hidráulicas dos açudes, represas ou lagos artificiais;
9) Lei Federal nº 3.924, de 1961, que dispõe sobre os monumentos
arqueológicos e pré-históricos;
10) Lei Federal nº 4.771, de 1965, que institui o novo Código Florestal e as
alterações advindas da Lei Federal nº 7.803, de 1989, e da Medida Provisória nº
2166-67, de 24/08/2001;
11) Lei Federal nº 5.197, de 1967, que dispõe sobre a proteção à fauna;
12) Lei Federal nº 7.247, de 1985, que disciplina a ação civil pública de
responsabilidade por danos causados ao meio ambiente;
13) Lei Federal nº 7.990, de 1989, que institui para Estados, Distrito Federal
e Municípios a compensação financeira derivada de empreendimentos hidrelétricos;
AN02FREV001/REV 4.0
83
14) Lei Federal nº 9.433, de 08/01/1997, que institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos e Leis Estaduais de Recursos Hídricos;
15) Lei Federal nº 9.605, de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente;
16) Lei Federal nº 9.985, de 2000, que dispõe sobre a criação e categorias
das Unidades de Conservação;
17) Portaria IBAMA nº 37 N, de 1992, que apresenta e torna oficial a lista de
espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção;
18) Portaria IBAMA nº 1.522, que publica a lista oficial de espécies da fauna
brasileira ameaçada de extinção;
19) Resolução CONAMA nº 020/86, que dispõe sobre classes de águas e
parâmetros de qualidade das águas, bem como suas alterações;
20) Resolução CONAMA nº 009/87, que dispõe sobre a realização de
audiência pública durante o período de análise do EIA/RIMA;
21) Resolução CONAMA nº 006/87, que dispõe sobre regras gerais para o
licenciamento ambiental de obras de grande porte do setor elétrico;
22) Resolução CONAMA nº 004/94, que dispõe sobre os diferentes estágios
de regeneração da Mata Atlântica, definição de vegetação primária e secundária e
da outras providências;
23) Resolução CONAMA nº 012/94, que dispõe sobre o Glossário de
Termos Técnicos, elaborado pela Câmara Técnica Temporária para Assuntos de
Mata Atlântica;
24) Resolução nº 002/96 do CONAMA, que dispõe sobre a destinação de
0,5% do valor dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento
destinado a implantação de uma Unidade de Conservação ou melhoria em unidade
já existente; podendo destinar desse montante 15% em sistemas de fiscalização,
controle e monitoramento da qualidade ambiental no entorno do local de
implantação da Unidade de Conservação;
25) Resolução CONAMA nº 009/96, que dispõe sobre a definição de
"corredores entre remanescentes", citado no artigo 7º do Decreto nº 750/93, assim
como estabelece parâmetros e procedimentos para a sua identificação e proteção;
AN02FREV001/REV 4.0
84
26) Resolução CONAMA nº 300/02, que dispõe sobre os casos passíveis de
autorização de corte previstos no art. 2º da Resolução nº 278, de 24 de maio de
2001;
27) Resolução CONAMA nº 303/02, que dispõe sobre parâmetros,
definições e limites de Áreas de Preservação Permanente;
28) Resolução CONAMA nº 309/02, que dispõe sobre Planos de
Conservação e de Uso a serem realizados no âmbito dos Estados da Federação
compreendidos no bioma da Mata Atlântica, com base em estudos técnicos e
científicos;
29) Planos e programas governamentais propostos e em implantação na
área de influência do empreendimento, considerando-se sua compatibilidade;
30) Dispositivos legais em vigor em níveis Federal, Estadual e Municipal,
referentes à utilização, proteção e conservação dos recursos ambientais, ao uso e a
ocupação do solo e às penalidades por atividades lesivas ao meio ambiente.
AN02FREV001/REV 4.0
85
C. Descrever e analisar os fatores ambientais e suas interações,
caracterizando a situação ambiental atual da área de influência, antes da
implantação do empreendimento, englobando:
- Variáveis susceptíveis a sofrer, direta ou indiretamente efeitos significativos
das ações referentes às fases de planejamento, implantação e operação do
empreendimento, destacando a importância da área diretamente afetada no
ecossistema da bacia;
- A inserção do empreendimento deverá ainda abordar suas inter-relações e
influências (positivas ou negativas) em relação às políticas e obras governamentais
de desenvolvimento, bem como das políticas de conservação e manejo da
biodiversidade.
D. Deverá ser apresentada, no momento da análise do estudo ambiental, a
declaração de disponibilidade de água para a utilização do recurso hídrico e, no
momento do envio do Projeto Básico Ambiental, deverá ser encaminhada à outorga
definitiva.
AN02FREV001/REV 4.0
86
ambiental, deverão ser apresentados mapas em escala de maior detalhe, de acordo
com as definições contidas neste termo de referência.
E. A empresa deverá requerer os Pareceres da Fundação Palmares, IPHAN,
FUNASA, FUNAI, quando for o caso.
F. Todas as referências bibliográficas utilizadas deverão ser mencionadas no
texto e relacionadas em capítulo próprio, contendo as informações referentes ao
autor, título, origem, ano e demais dados que permitam o acesso à publicação.
G. As informações ambientais básicas deverão ser obtidas nos órgãos
oficiais, universidades e demais entidades detentoras de tais informações,
complementadas com trabalhos de campo para validação ou refinamento destes
dados ou informações. Para o meio socioeconômico, o EIA deverá basear-se em
dados primários e secundários atualizados, tais como: o último Censo Demográfico
do IBGE, o Zoneamento Econômico e Ecológico, indicadores de qualidade
socioambiental, tais como Índice de Desenvolvimento Humano (IDH – PNUD/ONU,
1998), dentre outros disponíveis.
H. Deverão ser utilizados dados de sensoriamento remoto, com o uso de
imagens de satélite, com a plotagem em escala apropriada.
I. Deverão ser utilizadas tecnologias de geoprocessamento para avaliação
integrada dos temas ambientais, produzindo mapas de sensibilidade ambiental, que
deverão dar suporte à avaliação de alternativas de localização do empreendimento,
gerando cartas e imagem.
J. Apresentar mapa esquemático identificando e localizando todas as áreas
legalmente protegidas por lei federal, estadual e municipal nas áreas de influência
direta e indireta.
K. A abordagem metodológica do meio socioeconômico deverá considerar o
histórico das relações entre o homem e a natureza na região de influência
analisando, de forma dinâmica, as interações entre os diversos grupos socioculturais
ao longo do tempo, de forma a possibilitar o estabelecimento de tendências e
cenários.
L. O prognóstico ambiental (meios físico, biótico e socioeconômico) deverá
ser elaborado considerando as alternativas de execução, de não execução e de
desativação do empreendimento. Esse prognóstico deverá considerar, também, a
proposição e a existência de outros empreendimentos na bacia hidrográfica (tanto
AN02FREV001/REV 4.0
87
implantados em operação, como os inventariados), bem como dos demais usos do
solo e água. E suas relações sinérgicas, principalmente os aproveitamentos
hidrelétricos situados a montante e a jusante do empreendimento proposto e nos
seus tributários.
M. A proposição de programas ambientais deverá ser capaz de minimizar as
consequências negativas do empreendimento e potencializar os reflexos positivos.
Deverão ser propostos Planos Programas de Controle e Monitoramento.
N. Os Programas deverão ser apresentados com Cronograma de Execução
e metodologia a ser aplicada. Os laboratórios deverão estar licenciados e
cadastrados, conforme legislação vigente.
O. O estudo deverá apresentar uma proposta de zoneamento ambiental da
área de entorno do reservatório, com objetivo de ordenar e disciplinar os usos
naquela faixa, para posterior desenvolvimento de instrumento normatizador,
conforme Resolução nº 302/02 do CONAMA.
P. O IBAMA encaminhará o Termo de Referência para subsidiar na
elaboração do Plano Ambiental de Conservação e Uso do reservatório e
zoneamento ambiental da Área de Preservação Permanente e do seu Entorno.
Q. A Supressão de vegetação deverá ser realizada em duas fases distintas:
a primeira, para o canteiro de obras e a outra, para o reservatório.
R. Apresentar os efeitos de sinergia decorrentes dos diversos barramentos
de montante e jusante ao longo da bacia hidrográfica (tanto os implantados como os
inventariados) em que se propõe o empreendimento. Para o qual deverão ser
estudados os impactos decorrentes e referentes aos recursos hídricos e aporte de
sedimentos, migração, deslocamento e ausência de ambientes específicos de
reprodução para ictiofauna, entre outros.
S. Para as hidrelétricas que formarem trechos de vazão reduzida, apresentar
análise dessa interferência na dinâmica ecológica do rio (hidrologia, biota aquática) e
nas relações socioeconômicas da região. Esse item deverá contar com um cadastro
atual dos usos da água e uma análise da interferência do empreendimento proposto
em cada uso da água identificado.
T. Na época do desvio do rio deverá ser realizado o salvamento da
ictiofauna, com acompanhamento de especialista no assunto, bem como do IBAMA.
A empresa deverá apresentar Relatório Técnico mostrando os procedimentos
AN02FREV001/REV 4.0
88
adotados e relatando todo o processo de salvamento, inclusive se houve
mortandade de peixes, local onde foram relocados os espécimes, bem como
identificar as espécies encontradas. Caso existam mamíferos aquáticos ou outros
grupos julgados relevantes é fundamental à sua relocação, devendo ser
apresentado o Plano de Manejo e Monitoramento para a referida espécie.
U. O resgate de fauna deverá ter acompanhamento constante de técnico do
IBAMA. A empresa proponente deverá viabilizar a infraestrutura para efetivar a
atividade.
V. Para realização dos levantamentos da fauna, torna-se imprescindível
obter a Licença de Captura e Coleta da fauna, conforme a Portaria nº 332/90 e a
Licença de Coleta, Transporte do material botânico, em atendimento as diretrizes
estabelecidas na Conversão sobre Diversidade Biológica e na Política.
Nacional de Meio Ambiente.
AN02FREV001/REV 4.0
89
biótico, a área de inundação do reservatório na sua cota máxima acrescida da área
de preservação permanente em projeção horizontal, bem como outras áreas
contínuas de relevante importância ecológica, além das áreas situadas a jusante da
barragem em uma extensão a ser definida pelo estudo.
Para os estudos socioeconômicos, será considerada como AID a extensão
territorial dos municípios com parcela de área inundada, que apresentam trechos de
vazão reduzida ou aqueles localizados a jusante da barragem, numa faixa a ser
definida pelo estudo.
B. Área de Influência Indireta – AII - é aquela real ou potencialmente
ameaçada pelos impactos indiretos da implantação e operação do empreendimento,
abrangendo os ecossistemas e o sistema socioeconômico que podem ser
impactados por alterações ocorridas na área de influência direta. Para o meio físico
e biótico, será considerada parte da bacia hidrográfica em que o empreendimento se
insere, a ser definida pelo estudo. Para o meio socioeconômico, a área de influência
indireta será compreendida pelo conjunto do território dos municípios que tenham
terras alagadas e pelos polos municipais de atração à região.
C. Área de Abrangência Regional – AAR – é a área objeto da
caracterização regional dos estudos, utilizada para efeito de distinção de impactos
cumulativos, com objetivo de situar no contexto da bacia hidrográfica os eventuais
impactos cumulativos decorrentes dos diversos aproveitamentos hidrelétricos
inventariados e/ou propostos. Será considerada a bacia hidrográfica do rio Ribeira
do Iguape até a cidade de Registro, excluído seu contribuinte, rio Juquiá. Deverão
ser apresentadas descrições e análises dos fatores ambientais e das suas
interações, caracterizando a situação ambiental da área de influência, antes da
implantação do empreendimento, englobando as variáveis susceptíveis de sofrer,
direta ou indiretamente, efeitos significativos das ações referentes às fases de
planejamento, implantação, operação e desativação do empreendimento. Também
deverão ser apresentadas, informações cartográficas em escalas compatíveis com o
nível de detalhamento dos fatores ambientais estudados, em cada uma das áreas.
AN02FREV001/REV 4.0
90
Deverão ser apresentados estudos de alternativas locacionais do
empreendimento, confrontando-as de forma a mostrar a melhor hipótese do ponto
de vista ambiental, considerando ainda a possibilidade de não executá-lo. No caso
de implantação do empreendimento, deverão ser avaliadas possíveis variantes em
relação aos pontos mais críticos estudados, tais como zonas de instabilidade quanto
a fatores abióticos, de extrema importância biológica, de importância para
conservação ou proteção da biodiversidade, áreas de pressão antrópica, indústrias,
projetos agrícolas, entre outras.
Apresentar alternativas de localização de eixos de barragem e estudo de
variação e viabilidade ambiental do empreendimento em diferentes cotas de
operação.
15.4.4.1.1 Apresentação
- Objetivos;
AN02FREV001/REV 4.0
91
- Dados técnicos do empreendimento (arranjo, tipo, comprimento e altura da
barragem, potência, layout da obra, desvio do rio, tamanho da área a ser inundada,
cota e fase do enchimento do reservatório, sistema extravasor, sistema adutor, casa
de força, energia, etc.), com previsão das etapas de execução;
- Empreendimentos associados e decorrentes;
- Localização do empreendimento;
- Descrição da linha de transmissão associada incluindo planta
planialtimétrica e planta perfil.
AN02FREV001/REV 4.0
92
vazão (m³/s) afluente, vazão de engolimento, de vertimento e remanescente,
geração e tempo de operação (h).
- Apresentar dados sobre as flutuações no nível do futuro reservatório,
indicando cotas, periodicidade, etc.
AN02FREV001/REV 4.0
93
O Diagnóstico Ambiental deverá retratar a atual qualidade ambiental da área
de abrangência dos estudos, indicando as características dos diversos fatores que
compõem o sistema ambiental atual, de forma a permitir o pleno entendimento da
dinâmica e das interações existentes entre o meio físico, biótico e socioeconômico,
bem como a fragilidade ambiental com a inserção do empreendimento, de acordo
com a sequência apresentada a seguir.
FIGURA 13
AN02FREV001/REV 4.0
94
Deverá ser realizada ainda, caracterização do tipo de relevo, identificando e delimitando os diversos
padrões de formas erosivas e deposicionais, sua constituição e dinâmica superficial, visando à
identificação de setores com diferentes graus de suscetibilidade a processos erosivos e deposicionais,
tanto natural como de origem antrópica.
Clima
Caracterizar o clima da área de influência, destacando e avaliando as
mudanças ocorridas no comportamento dessa variável, bem como as mudanças
microclimáticas que poderão ocorrer após a implantação do empreendimento. O
estudo deverá ser baseado em séries de dados históricos, obtidos em estações
climatológicas presentes na bacia, além de indicar a metodologia e parâmetros
utilizados.
Recursos Hídricos
Caracterizar os recursos hídricos da bacia, segundo os subitens a seguir:
- Caracterizar a rede hidrográfica da bacia, a partir de dados referenciais do
regime hidrológico dos principais cursos d’água (vazões média, mínima e máxima).
Esse estudo deverá indicar os cursos d’água perenes e intermitentes, as regiões de
cabeceiras e nascentes, as estações hidrometeorológicas existentes (localização,
tipo e período de operação) e as estruturas hidráulicas implantadas, bem como os
grandes usuários desse recurso. Essas informações deverão ser apresentadas
também por meio de mapas e planilhas.
- Avaliar a qualidade das águas quanto aos aspectos físicos, químicos e
bacteriológicos dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, destacando as
principais fontes poluidoras. Esse estudo deverá contar com a indicação e
justificativa dos pontos de coleta e dos parâmetros selecionados, além de análise da
influência desses níveis de qualidade nas demais atividades da bacia. Também para
a AAR.
- Identificar os principais usos de água e destacar as demandas futuras por
esse recurso.
AN02FREV001/REV 4.0
95
Espeleologia
Realizar levantamento detalhado das cavernas (horizontais e verticais)
localizadas na microbacia hidrográfica do rio do Rocha e o restante da área de
influência direta do reservatório, contendo:
- Mapa topográfico das grutas com indicação dos pontos fotografados,
espeleotemas encontrados e zoneamento bioespeleológico.
- Coordenadas em UTM e cotas altimétricas.
- Classificação genética e dossiê fotográfico.
- Identificação do nível em que se encontram cada caverna, ou seja, de
carstificação ou não.
- Identificação das cavernas que se encontram em desenvolvimento e das
cavernas classificadas como paleocavernas, com suas cotas altimétricas.
- Estudo paleontológico e arqueológico.
- Delimitação do raio de influência de todas as cavidades levantadas. A
representação cartográfica deve ser elaborada com a utilização de SIG, modelagem
3D da área de influência direta, apresentando a indicação das cavernas com
fotografias dos respectivos pórticos.
Apresentar caracterização hidrológica e hidrogeológica das cavernas que
estão dentro da cota de inundação.
Apresentar os impactos relacionados com a alteração do regime
espeleológico (geologia, hidrologia, hidrogeologia e biota) das cavernas levantadas,
com a elevação do nível de base.
Apresentar estudo de avaliação da ocorrência de inversão do fluxo das
microbacias hidrográficas relacionadas na área do reservatório, que poderiam
influenciar outros sistemas cársticos.
Avaliar a interferência do empreendimento na fauna cavernícola, a partir de
levantamento qualitativo e estudo das relações tróficas, caracterizando as inter-
relações com o meio.
AN02FREV001/REV 4.0
96
Deverão ser caracterizados os ecossistemas terrestres e aquáticos da bacia
hidrográfica. Todas as fontes de informação devem ser identificadas, assim como as
principais publicações relativas à ecologia da região. Para o diagnóstico da fauna e
flora, deverá ser indicada claramente a origem dos dados, a saber: dados primários,
secundários ou fontes informais, incluindo a descrição da metodologia utilizada, com
justificativas.
Ecossistemas Terrestres
A caracterização e análise dos ecossistemas terrestres deverão abordar:
- o mapeamento dos biótopos e ecótonos da área de influência, indicando as
fitofisionomias e a florística;
- identificação das espécies faunísticas (em especial as endêmicas, raras, e
ameaçadas de extinção, migratórias, bem como as de valor econômico e valor
ecológico significativo), de seus habitats e biologia reprodutiva, destacando as
espécies mais relevantes que utilizam áreas da bacia hidrográfica;
- avaliação do grau de conservação dos corredores ecológicos na bacia
hidrográfica (AAR) e as conexões existentes com outros fragmentos, com vistas a
identificar as áreas a serem utilizadas para o suporte da fauna.
- classificação das áreas de sensibilidade ambiental localizadas na bacia
(AAR e AII), apresentação de relação contendo as unidades de conservação e áreas
protegidas por legislação específica no âmbito federal, estadual e municipal,
ressaltando os ecossistemas existentes e as espécies protegidas, além da distância
ao empreendimento proposto. Essas informações deverão ser georreferenciadas e
apresentadas em escala compatível, em mapa temático específico.
- Avaliação da interferência do empreendimento nas espécies da fauna e
flora, a partir de dados qualitativos, caracterizando as inter-relações com o meio.
Ecossistemas Aquáticos
Deverão ser caracterizados todos os ecossistemas nas áreas atingidas pelas
intervenções do empreendimento, a distribuição, interferência e relevância na biota
regional, por meio de levantamentos de dados primários e secundários,
AN02FREV001/REV 4.0
97
contemplando a sazonalidade regional e caracterizando os estudos com dados
recentes, abordando:
- a interferência do empreendimento na biota aquática da bacia (AAR),
considerando a distribuição e diversidade das espécies de interesse comercial, das
espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, bem como a perda de fontes de
alimentação, dos locais de desova, de áreas de reprodução e criadouros naturais;
- a importância da ictiofauna, principalmente as espécies reofílicas,
identificando as rotas migratórias das espécies de maior relevância e prognosticando
a sua perda, avaliando a possibilidade de formas de mitigação a partir da instalação
de mecanismos de transposição e/ou preservação das rotas alternativas;
- os principais tributários e as áreas úmidas, visando verificar ambientes de
reprodução da biota aquática, em especial, das espécies migratórias;
- a interferência do empreendimento nos mamíferos aquáticos da bacia.
Adicionalmente, deve-se caracterizar e georreferenciar as estações de
coleta, justificando a escolha dos pontos e a metodologia de análise para cada
parâmetro, o índice de similaridade entre os pontos de coleta e o tratamento
estatístico aplicado.
AN02FREV001/REV 4.0
98
- Identificação e localização de Comunidades de Quilombos ao longo da
Bacia Hidrográfica do Ribeira abordando: denominação; município; área; número de
famílias; titulação (tipo e natureza) instância fundiária;
- Levantamento detalhado sobre o Patrimônio Cultural Material: sítios com
reminiscências históricas, História da Ocupação Econômica e Social na Região e
sobre a Formação das Comunidades de Quilombo.
- Levantamento detalhado e integrado sobre sistemas produtivos, formas
solidárias de produção (troca e venda de dias, mutirão) produção agrícola,
estratégias alternativas ao trabalho agrícola (assalariamento, jornada, empreitada),
extrativismo, sazonal idade do emprego, migrações regionais. Condições atuais da
organização social e perspectivas de reprodução social: descrição dos Quilombos e
das Comunidades enquanto tais.
- Levantamento sobre os padrões culturais, rituais, festivos, hábitos
alimentares, manifestações culturais relacionadas com o meio ambiente natural e
sociorreligioso.
- Perspectivas sobre o destino das Comunidades de Quilombo com a
construção das Barragens.
- Sugestões Alternativas dos Quilombolas e das Entidades Representativas.
- As lutas locais.
Geologia e Geomorfologia
Identificar e avaliar possíveis áreas de risco geotécnico e de fuga d’água, a
partir do detalhamento geológico/geotécnico da área de influência direta do
empreendimento e em especial, para o eixo da barragem e obras civis.
AN02FREV001/REV 4.0
99
Avaliar a interferência da implantação do empreendimento com os recursos
minerais de interesse econômico cadastrados na área de influência direta.
Identificar e avaliar os principais condicionantes/mecanismos de deflagração
de escorregamentos, a partir da caracterização da dinâmica superficial e
identificação de setores com diferentes graus de suscetibilidade a processos
erosivos e deposicionais, mapeando as encostas quanto as suas declividades,
indicando o tipo de solo/afloramento de rocha associado. Deverá ser avaliada a
estabilidade das encostas em decorrência do regime de operação do reservatório.
Avaliar a interferência do empreendimento com as unidades de paisagem,
as cavidades e monumentos naturais cadastrados, identificando as áreas
susceptíveis a dolinamento, caracterizando-a como área de risco.
Solos
Analisar a suscetibilidade natural dos solos à erosão, bem como aptidão
agrícola, silvicultural e uso atual dos mesmos, considerando a caracterização e
descrição das classes dos solos, sua gênese e distribuição espacial na área de
influência do empreendimento.
Recursos Hídricos
Caracterizar e avaliar o regime hidrológico dos cursos d’água da área de
influência direta, a partir da análise das séries históricas de descargas líquidas. Essa
avaliação deverá contemplar a estimativa de vazões de referência (Qmáx, Qmín,
Qméd, Q7,10, Q90% e outras), variação dos níveis d’água e estudos sobre
transporte de sedimentos nas calhas fluviais, identificando suas fontes e os locais de
deposição. Essa avaliação deverá resultar na análise do balanço hídrico, tendo em
vista os usos atuais e futuros desse recurso, bem como as exigências quantitativas e
qualitativas desses usos.
Avaliar o comportamento hidrológico do curso d’água considerando a
intervenção do empreendimento nesse regime, bem como sua influência nos demais
usos desse recurso. Nesse item deverá ser apresentada a regra de operação do
empreendimento e suas alterações nos níveis d’água na barragem e a jusante
dessas, observando as variações diárias e sazonais.
Cálculo da vida útil do reservatório avaliando a sua viabilidade ambiental.
AN02FREV001/REV 4.0
100
Determinação da curva cota x volume e área inundada.
Avaliar a potencialidade dos aquíferos existentes na área de influência do
empreendimento, estudando, entre outros:
- localização, natureza, litologia e estruturas geológicas condicionantes;
- alimentação (inclusive recarga artificial), fluxo e descarga (natural e
artificial);
- profundidade dos níveis das águas subterrâneas, dando enfoque ao lençol
freático;
- relações com águas superficiais e com outros aquíferos;
Indicar as possíveis interferências do enchimento do reservatório sobre o
nível do lençol freático, a partir de cadastramento de poços existentes e da rede de
perfurações e sondagens e do modelamento do regime de fluxo de águas.
Avaliar a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, a partir de um
refinamento dos dados obtidos no âmbito da bacia hidrográfica. Esse estudo deverá
contar com análises de parâmetros físicos, químicos, bacteriológicos e
hidrobiológicos, com a identificação das principais fontes de poluição – indicar as
condições sanitárias e a presença de metais pesados. As estações, parâmetros e
metodologias utilizados deverão ser apresentados e justificados, considerando a
sazonalidade da região estudada.
Deverá ser avaliada, também, a qualidade de água futura do reservatório e a
jusante desses, considerando as fases de implantação e operação. Essa atividade
deverá ser realizada a partir do uso de modelos matemáticos específicos. Essa
previsão da qualidade de água deverá abordar também a possível dinâmica de
eutrofização do reservatório relacionada à biomassa inundada e a carga potencial de
nutrientes.
Apresentar cadastro atualizado de usuários de água da AID, com
representação em mapas.
AN02FREV001/REV 4.0
101
Deverão ser caracterizados todos os ecossistemas nas áreas atingidas pelas
intervenções do empreendimento, a distribuição, interferência e relevância na biota
regional, por meio de levantamentos de dados primários e secundários,
contemplando a sazonalidade regional e caracterizando os estudos com dados
recentes. A metodologia referente ao esforço amostral deverá ser detalhada e os
resultados deverão demonstrar compatibilidade com dados preexistentes.
Todas as fontes de informação devem ser identificadas, assim como as
principais publicações relativas à ecologia da região. Para o diagnóstico da fauna e
flora, deverá ser indicada claramente a origem dos dados, a saber: dados primários,
secundários ou fontes informais, incluindo a metodologia utilizada.
Adicionalmente, deve-se caracterizar e georreferenciar as estações de
coleta, justificando a escolha dos pontos e a metodologia de análise para cada
parâmetro, o índice de similaridade entre os pontos de coleta e o tratamento
estatístico aplicado.
Para os ecossistemas terrestres e aquáticos, identificar espécies vetores e
hospedeiras de doenças, avaliando o seu potencial de proliferação com a
implantação do empreendimento e propondo medidas de controle.
Ecossistemas Terrestres
A caracterização e análise dos ecossistemas terrestres deverão abordar:
- O mapeamento dos biótopos da área de influência, indicando as
fitofisionomias e a florística;
- Identificação das espécies da fauna e flora que poderão ser objeto de
resgate, para fins de elaboração de projetos específicos para conservação e
preservação.
- Identificação das áreas potenciais para fins de relocação da fauna que será
resgatada, quando do desmatamento, avaliando sua capacidade de adaptação à
nova área.
Flora:
- Realizar a caracterização e a elaboração de mapa das fitofisionomias da
área da influência direta, contemplando o grau de conservação, os diferentes
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102
estratos vegetais (incluindo epífitas), os corredores e as conexões existentes com
outros fragmentos.
- Identificar as espécies raras endêmicas e ameaçadas de extinção
atingidas, além daquelas de valor ecológico significativo, econômico, medicinal,
faunístico e ornamental.
- Elaborar estudos qualitativos e quantitativos da flora na área de influência
direta, incluindo a composição florística e estudos fitossociológicos. Deverão ser
contemplados todos os estágios sucessionais que se encontram as formações
vegetais.
- Realizar o inventário florestal, destacando áreas de preservação
permanente, reservas florestais legais e áreas protegidas por legislação específica,
o volume madeira e galhadas a ser suprimido, bem como as áreas totais de cada
fitofisionomia a ser suprimida e seu georreferenciamento.
- Avaliar os efeitos ambientais causados pelo empreendimento em áreas
protegidas por lei.
- Quantificar a vegetação a ser suprimida no reservatório, a partir da
utilização dos parâmetros: qualidade de água, áreas de reprodução da ictiofauna,
beleza cênica, erodibilidade e declividade. Para a destinação da vegetação
suprimida, apresentar procedimentos para o seu aproveitamento separando os
diferentes estratos vegetacionais, discriminando o uso econômico e ecológico do
material lenhoso.
- Identificar a existência de extrativismo vegetal na área de estudo.
- Avaliar o potencial de regeneração dos fragmentos na conservação das
espécies nativas existentes.
- Identificar as áreas com potencial para o estabelecimento de unidades de
conservação e sítios ímpares de reprodução, considerando-se que tais áreas
deverão ter a capacidade de manter espécies raras, endêmicas ou em extinção. As
áreas prioritárias à aplicação da compensação ambiental deverão levar em conta os
aspectos de similaridade entre o ecossistema impactado e as áreas recomendadas
à compensação;
- Avaliar os efeitos da elevação do lençol freático na vegetação
remanescente na nova APP a ser formada, bem como na vegetação existente entre
a cota máxima e mínima de operação.
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Fauna:
Avaliar a interferência do empreendimento na fauna local, a partir de dados
qualitativos e quantitativos, caracterizando as inter-relações com o meio, contendo:
- identificação/mapeamento de habitats, territorialidade, biologia reprodutiva
e alimentação de espécies bioindicadoras, que utilizam as áreas que serão
atingidas;
- inventário faunístico para os grupos de vertebrados (incluir quirópteros) e
para alguns grupos de invertebrados (bioindicadores), informando o tipo de registro
– pegada, visualização, entrevista (...), com indicação do esforço de amostragem e
curva do coletor para cada grupo;
- listagem das espécies, destacando as raras, endêmicas, migratórias,
vulneráveis, ameaçadas de extinção, de interesse científico, de valor econômico e
alimentício, as não descritas previamente para a área estudada, ou as não descritas
pela ciência, além de informar o tipo de registro;
- levantamento de espécies vetores e hospedeiras de doenças.
Selecionar, para amostragem, os locais mais preservados da região,
identificando as fitofisionomias. O levantamento da fauna para inventário deverá
contemplar a sazonalidade e ser realizado em pelo menos quatro áreas distintas de
cada fitofisionomia, sendo duas delas, ao longo das margens do futuro reservatório.
Ecossistemas Aquáticos
Apresentar e justificar os parâmetros selecionados que serão posteriormente
utilizados para monitorar as comunidades por bioindicadores adequados de
alterações ambientais.
Avaliar a interferência específica do empreendimento na ictiofauna,
considerando as composições, distribuição e diversidade das espécies de interesse
comercial, as reofílicas, as endêmicas e em extinção. Abordando a perda das fontes
de alimentação, locais de desova, de reprodução e de criadouros naturais, bem
como a alteração na produção pesqueira e o esforço de pesca. Destacar as
espécies introduzidas e de uso antrópico.
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104
Avaliar a interferência do empreendimento nas comunidades aquáticas
considerando preliminarmente o levantamento do fito e zooplanctôn, bentos, nécton
e macrófitas. Deverão ser abordadas as riquezas, diversidade e similaridades,
contemplando ainda densidades populacionais das espécies identificadas e a sua
diversidade, identificação e localização de lagoas marginais, naturais ou artificiais,
relacionando-as aos sítios de alimentação e de reprodução ou pontos de introdução
de espécies exóticas. Os pontos amostrais deverão coincidir com aqueles previstos
para monitorar a qualidade de água.
Avaliar a possível proliferação de espécies vetores ou hospedeiras de
doenças, bem como das principais plantas aquáticas e subaquáticas, na região.
Localizar as áreas que se destacam por manter maiores adensamentos de plantas
aquáticas, identificando as espécies existentes.
Avaliar a permanência de espécies migratórias da ictiofauna, por meio de
estudos de biologia reprodutiva nos tributários, bem como de medidas de proteção
(mecanismos de transposição).
Avaliar a interferência do empreendimento nos mamíferos aquáticos da
bacia. Estudar os deslocamentos efetuados pelas referidas espécies e o possível
isolamento ocasionado pelo barramento. Avaliar a utilização de mecanismos de
transposição para estas espécies.
Dinâmica Populacional
Avaliar os aspectos socioeconômicos da região, utilizando indicadores
básicos para análise do comportamento demográfico, demonstrados por meio de
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105
sua evolução, distribuição-espacial e crescimento da população residente nas áreas
de influência.
Infraestrutura
Descrever a situação das áreas de influência, visando à atualização de
dados por meio da avaliação do quadro atual da infraestrutura de saúde, educação,
segurança, transporte, comunicação, lazer, sistema viário principal, rede de energia
elétrica, rede de abastecimento de água e de saneamento básico, entre outros.
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106
Estrutura Produtiva e de Serviços
Avaliar a economia regional, abordando as atividades urbanas e não as
urbanas presentes nas áreas de influência, caracterizando os aspectos gerais do
processo de ocupação, com ênfase no período recente, os grandes vetores ou eixos
de crescimento econômico, a caracterização da economia regional, a identificação
dos tipos de mão de obra necessários, os empregos diretos e indiretos a serem
gerados pelo empreendimento.
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107
Após o diagnóstico de cada meio, deverá ser elaborada uma síntese que
caracterize a área de influência do empreendimento de forma global. Essa deverá
conter a interação dos itens de maneira a caracterizar as principais inter-relações
dos meios físico, biótico e socioeconômico.
Deverá ser realizada uma análise das condições ambientais atuais e suas
tendências evolutivas, explicitando as relações de dependências e/ou de sinergia
entre os fatores ambientais anteriormente descritos, de forma a se compreender a
estrutura e a dinâmica ambiental da bacia hidrográfica, contemplando projetos
implantados ou futuros. Essa análise terá como objetivo fornecer dados para avaliar
e identificar todos os impactos decorrentes do empreendimento, bem como a
qualidade ambiental futura da região.
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108
15.4.7.1 Prognóstico das condições ambientais na ausência do empreendimento
Este tópico é uma síntese realizada a partir das tarefas constituintes do item
precedente – diagnóstico – devendo representar um quadro sintético das tendências
ambientais futuras da região. Dessa forma, com base no inventário dos fatores
físicos, bióticos e socioeconômicos, deverá ser feita, basicamente, uma projeção do
nível de apropriação futura dos recursos naturais do meio físico, do estado de
conservação da biota e do perfil da população humana na área. Alicerçado nas
possibilidades de desenvolvimento econômico, considerando-se a hipótese de não
implantação do empreendimento.
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O prognóstico ambiental constitui-se em uma etapa onde, a partir do
diagnóstico e dos elementos constituintes do empreendimento, delineiam-se
quadros prospectivos de uma qualidade ambiental futura e se estabelece o impacto
ambiental.
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110
15.4.8.1 Impactos existentes
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111
forma a inserção regional do empreendimento, o que será possibilitado por meio dos
procedimentos de comunicação social.
Deverão ser propostos programas integrados para monitoração ambiental da
área de influência, com o objetivo de acompanhar a evolução da qualidade
ambiental e permitir a adoção de medidas complementares de controle. Essa etapa
marca a consolidação dos Estudos de Impacto Ambiental.
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112
15.4.12 Bibliografia
15.4.13 Glossário
15.4.14 Autenticação
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113
Uma das primeiras atividades multidisciplinares importantes do EIA-RIMA,
após as descrições do empreendimento e dos planos governamentais para a região,
é a delimitação das áreas de influência do projeto, para que se possa dar início ao
levantamento da legislação ambiental aplicada a todo o diagnóstico atualizado. Isto
significa conhecer os componentes ambientais e suas interações, caracterizando a
situação ambiental dessa área antes da implantação do projeto. O mais importante
disso é que esses resultados servirão de base à execução das demais atividades.
Outra questão importante a ser comentada é a disponibilidade e organização
dos dados necessários. Informações cartográficas atualizadas, em escalas
adequadas, e informações de qualidade, completas e atualizadas, referentes ao
meio físico, biológico e socioeconômico. São muitas vezes difíceis de serem obtidas
(principalmente quando estes dados referem-se a regiões pouco estudadas e/ou
bibliotecas e centros de informações dos órgãos/Instituições governamentais locais
que não apresentam uma infraestrutura conveniente). Pode ocorrer também a
dispersão deste material em instituições diferentes e, em geral, trabalhadas e
armazenadas de acordo com os objetivos específicos dessas instituições,
dificultando a adaptação desses dados nos respectivos projetos a serem realizados.
AN02FREV001/REV 4.0
114
Devido à variedade de métodos de AIA existentes, sendo que muitos deles
não são compatíveis com as condições socioeconômicas e políticas do Brasil faz-se
necessário que sejam escolhidos sob as próprias condições, muitas vezes, até
adequando-os por meio de alterações e/ou revisões, para que sejam
verdadeiramente úteis na tomada de decisão de um projeto. Fica, portanto, a critério
de cada equipe técnica a seleção dos métodos mais apropriados, ou parte deles, de
acordo com as atividades escolhidas.
Assim sendo, a definição da metodologia de avaliação de impactos
ambientais consiste em definir os procedimentos lógicos, técnicos e operacionais
capazes de permitir que o processo, antes referido, seja completado.
Há, basicamente, as diferentes linhas metodológicas desenvolvidas para a
avaliação de impactos ambientais: Metodologias espontâneas (Ad hoc), Listagens
(Check-list), Matrizes de interações, Redes de interações (Networks), Metodologias
quantitativas, Modelos de simulação, Mapas de superposição (Overlays), Projeção
de cenários, entre outras.
Está, cada vez mais, se tornando consolidada a necessidade de análises e
avaliações abrangentes dos impactos gerados por projetos, planos, programas e
políticas. Dessa forma, as metodologias para AIA desenvolvidas nos últimos tempos
foram e são, em todos os países, resultados desse tipo de necessidade.
Serão identificadas, a seguir, metodologias cujos princípios possam ser
utilizados ou adaptados às condições específicas de cada estudo ambiental e de
cada realidade local e nacional.
AN02FREV001/REV 4.0
115
exame mais detalhado das interferências e variáveis ambientais envolvidas,
normalmente considerando-as de forma bastante subjetiva, qualitativa e pouco
quantitativa.
C) Matrizes de Interações
As matrizes de interações são técnicas bidimensionais que relacionam
ações com fatores ambientais. Apesar de incorporar parâmetros de avaliação, são
métodos basicamente de identificação. As matrizes iniciaram-se a partir das
tentativas de suprir as deficiências das listagens (check-list). A mais disseminada
nacional e internacionalmente, foi a Matriz de Leopold, elaborada em 1971 para o
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116
Serviço Geológico do Interior dos EUA. Essa matriz foi projetada para avaliação de
impactos associados a quase todos os tipos de implantação de empreendimentos.
A Matriz de Leopold basicamente consiste em, primeiramente, destacar
todas as possíveis interações entre as ações e os fatores, para em seguida
estabelecer, em uma escala de 1 a 10, a dimensão e a importância de cada impacto,
identificando se é positivo ou negativo. Sendo a valoração da magnitude
relativamente objetiva ou empírica, porque se refere ao grau de mudança provocada
pela ação sobre o fato ambiental, a pontuação da importância é subjetiva ou
normativa uma vez que envolve imputação de peso relativo ao fator afetado na
esfera do projeto.
Torna-se um dos pontos mais críticos das matrizes e dos demais métodos
quantitativos, o estabelecimento destes pesos a matriz de Leopold pode ser criticada
neste sentido, porque em sua concepção primeira não explicita claramente as bases
dos cálculos das escalas de pontuação de importância e da magnitude. Podem ser
apontados, também, outros aspectos criticáveis, como a não identificação,
analogamente às check-lists, das inter-relações entre os impactos, o que pode levar
a dupla contagem ou à subestimativa dos mesmos, bem como o pouco destaque
atribuído aos fatores sociais e culturais.
Um ponto muito discutido no uso deste tipo de técnica é a importância ou
não de se calcular um índice global de impacto ambiental resultante da soma
ponderada (magnitude x importância) dos impactos específicos. Diante das
diferentes naturezas dos impactos, alguns pesquisadores defendem a não
contabilização de índice global, recomendando a elaboração de matrizes para
diversas alternativas e a comparação entre as mesmas em nível de cada efeito
significativo específico.
De qualquer forma, é importante salientar que o índice global só poderá ser
calculado se houver compatibilização entre as escalas utilizadas para os vários
impactos, já que apenas escalas de intervalo ou razão estão sujeitas a manipulação
matemática. Dessa forma, efeitos medidos em escalas nominais ou ordinais deverão
ser convertidos naquele tipo de escala. Como a matriz de Leopold não especifica,
em princípio, as bases de cálculo das escalas, a contabilização do índice, apesar de
útil para indicar o grau completo de impacto de um determinado empreendimento,
AN02FREV001/REV 4.0
117
não é aconselhável, a não ser que sejam incorporadas as considerações acima
mencionadas.
As matrizes atuais, baseadas na matriz de Leopold, correspondem a uma
listagem bidimensional para identificação de impactos, permitindo, ainda, a
imputação de valores de proporção e importância para cada tipo de impacto. Os
impactos positivos e negativos de cada meio (físico, biótipo e antrópico) são
localizados no eixo vertical da matriz, de acordo com a fase em que se encontrar o
empreendimento (implantação e/ou operação), e com as áreas de influência (direta
e/ou indireta). Sendo que alguns impactos podem ser localizados, tanto nas fases de
implantação e/ou operação, como nas áreas direta e/ou indireta do empreendimento,
com valores diferentes para alguns de seus atributos respectivamente. Cada
impacto é, então, localizado na matriz por meio (biótico, antrópico e físico), e cada
um contém subsistemas distintos no eixo vertical, sobre o qual os impactos são
avaliados nominal e ordinalmente, de acordo com seus atributos.
Os atributos de impacto, com suas escalas: nominal (atribuindo
qualificações, por exemplo, alto, médio e baixo) e ordinal (atribuindo uma ordenação
hierarquizada – por exemplo, primeiro, segundo e terceiro graus), possibilitam uma
melhora da análise qualitativa, como se destaca a seguir:
- Tipo de ação – primária, secundária e enésima; definidas respectivamente
como uma simples relação de causa e efeito – como reação secundária em relação
à ação, quando faz parte de uma cadeia de reações, ou como uma relação enésima
em relação à ação.
- Ignição – imediata, médio prazo e longo prazo; definidas como imediata
quando o efeito surge simultaneamente com a ocorrência da ação; e, quando o
efeito se manifesta com certa defasagem de tempo em relação à ação, essa
variação é considerada como de médio ou longo prazo.
- Sinergia e criticidade – alta, média e baixa; definidas como o nível de
interatividade entre os fatores, de modo a aumentar o poder de modificação do
impacto.
- Extensão – maior, igual ou menor do que a bacia hidrográfica; definidas
respectivamente quando o impacto sobre o subsistema abrange uma área maior,
igual ou menor do que a bacia hidrográfica em questão.
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118
- Periodicidade – permanente, variável e temporária; definidas
respectivamente quando os efeitos não cessam de se manifestar enquanto durar a
ação, ou quando não se tem conhecimento preciso de quanto tempo vai durar um
determinado efeito e, ainda, quando o efeito tem duração limitada.
- Intensidade – alta, média e baixa; definidas pela quantificação da ação
impactante.
Os estudos nominais e ordinais dos atributos são utilizados para
determinação da dimensão e importância dos impactos, sendo a dimensão definida
como a medida de gravidade de alteração do valor de um parâmetro ambiental.
Dessa maneira, a dimensão é a soma dos valores determinados para os atributos
extensão, periodicidade e intensidade. Já a importância do impacto é a medida de
significância de um impacto. Logo, a importância é o resultado da soma dos valores
de dimensão e dos atributos de ação, ignição e criticidade.
Os componentes de cada fase do empreendimento e por área de influência
apresentam também uma dimensão e importância médias de impactos positivos e
negativos que são calculados. Portanto, a magnitude por meio (físico, biótico e
antrópico, ou socioeconômico) é a média das dimensões totais, e a importância dos
impactos em cada meio é representada pela média das importâncias totais de cada
subsistema ambiental.
O método permite uma fácil compreensão dos resultados; aborda fatores
biofísicos e sociais; acomoda dados qualitativos e quantitativos, além de fornecer
boa orientação para o prosseguimento dos estudos e introduzir multidisciplinaridade.
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secundários e demais ordens, principalmente quando computadorizadas, e a
possibilidade de introdução de parâmetros probabilísticos, mostrando tendências.
Visam, também, a orientar as medidas a serem propostas para o
gerenciamento dos impactos identificados, isto é, recomendar medidas mitigadoras
que possam ser aplicadas já no momento de efetivação das ações causadas pelo
empreendimento e propor programas de manejo, monitoramento e controle
ambientais.
E) Metodologias Quantitativas
Os métodos quantitativos pretendem relacionar valores às considerações
qualitativas que possam ser estabelecidas quando da avaliação de impactos de um
projeto. Um dos métodos quantitativos mais importantes foi o apresentado pelo
Batelle Columbus Laboratories, em 1972, para o US Bureau of Reclamation.
O método utiliza, basicamente, indicadores de qualidade ambiental
representados por gráficos que relacionam o estado de determinados segmentos
ambientais a um estado de qualidade variando de 0 a 1. Os indicadores são
denominados como parâmetros, oferecendo 71 gráficos de qualidade ambiental a
eles relacionados. Utiliza ainda um peso relativo para cada fator, comparando-os
sob um julgamento subjetivo. Por fim estipula, para cada parâmetro considerado. A
diferença, entre o referido produto e o peso relativo do parâmetro considerado na
fase anterior ao empreendimento e o produto verificado em cada fase do
empreendimento (implantação e operação), determina os impactos que poderão ser
gerados pelo projeto. A determinação do grau de impacto líquido para cada
parâmetro ambiental é dada pela expressão:
Onde:
UIA = unidade de impacto ambiental;
UIP = unidade de importância;
QA = índice de qualidade ambiental.
A contabilização final é feita pelo cálculo de um índice global de impacto,
dado pela diferença entre a unidade de impacto ambiental total com a realização do
projeto e a unidade de impacto ambiental sem a realização do projeto, ou seja:
a) UIA com projeto – UIA sem projeto = UIA por projeto
b) UIA = UIP x QA
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120
O método Batelle apresenta a vantagem de prover os analistas com boas
informações para caracterizar uma dada situação ambiental, com termos de
previsão dos impactos que possam ser gerados. A subjetividade do método pode ser
diminuída pelo uso de técnicas Delphi, utilizando equipes multidisciplinares.
F) Modelos de Simulação
São modelos relacionados à inteligência artificial ou modelos matemáticos,
destinados a representar tanto quanto possível o comportamento de parâmetros
ambientais ou as relações e interações entre as causas e os efeitos de
determinadas ações. São bastante úteis em projetos de usos múltiplos e podem ser
utilizados mesmo após o início de operação de um projeto. São, assim, capazes de
processar variáveis qualitativas e quantitativas e incorporar medidas de magnitude e
importância de impactos ambientais. Podem se adaptar a diferentes processos de
decisão e facilitar o envolvimento de vários participantes no referido processo.
Requer pessoal técnico e experiente, bem como exigem programas e emprego de
equipamentos apropriados e dispendiosos.
Entretanto, observam-se, por vezes, dificuldades quanto à comunicação e
consequente entendimento do público, gerando imperfeições para futuras decisões.
Observa-se a existência de limite de variáveis a serem estudadas, sendo
necessário, portanto qualidade de dados para alimentação dos modelos.
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metodologia é útil para a localização de conflitos de uso e outras questões de
dimensão espacial, como a comparação entre alternativas a serem analisadas em
um Estudo de Impacto Ambiental de um determinado empreendimento.
H) Projeção de Cenários
O método de Projeção de Cenários está baseado na análise de situações
ambientais prováveis em termos de evolução de um ambiente (cada situação
corresponde a um cenário) e/ou de situações hipotéticas, referentes a situações
diferenciadas geradas por proposição de alternativas de projetos e programas.
Tem por objetivo orientar as autoridades governamentais no cumprimento de
suas metas de longo prazo, por meio de indicadores de tendências prováveis. As
variáveis a serem analisadas terão maior ou menor grau de influência na
determinação dos estudos futuros dos sistemas ambientais. Os cenários surgem a
partir da ação contínua do(s) planejador(es) e do ambiente a ser estudado, incluídos
aí fatores naturais e de externalidades.
Os cenários podem ser classificados em três categorias:
1. Cenários evolutivos e antecipatórios – Os cenários evolutivos
descrevem as trajetórias do sistema em estudo, desde o presente até um horizonte
dado, procurando ver as consequências de decisões tomadas hoje e no futuro
próximo. Já os cenários antecipatórios descrevem um estado futuro do sistema,
omitindo considerações de como chegar lá.
2. Cenários tendenciais e cenários alternativos – A distinção entre
tendências e alternativas está no escopo da análise. Nos cenários tendenciais,
políticas e situações não diferem radicalmente das tradicionais; para alternativos, no
entanto, procura-se investigar possibilidades estruturalmente distintas daquelas.
3. Cenários exploratórios e cenários normativos – Os cenários
exploratórios procuram, para uma dada situação, analisar as consequências de
várias políticas escolhidas a priori ou de maneira interativa; ao contrário, os
normativos estabelecem as consequências desejadas e procuram determinar, para
cada situação, que políticas permitem atingir a meta desejada.
Na construção de cenários, os referidos autores apontam como primeira
etapa a construção de uma base, ou seja, a imagem do estado atual do sistema a
partir da qual o estudo prospectivo pode se desenvolver. Quando esse método é
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adaptado para os Estudos de Impacto Ambiental, o que ocorre é a elaboração de
alguns tipos básicos de estudo: os cenários das alterações ambientais com e sem a
implantação e/ou operação do empreendimento em questão e as alternativas
construtivas do referido projeto.
Uma dificuldade que o uso de cenários apresenta é a necessidade de filtrar
apenas as hipóteses plausíveis, o que exige o estabelecimento arbitrário de grande
quantidade de coeficiente de impacto entre os eventos e as variáveis e políticas
consideradas, normalmente condicionadas à probabilidade ou níveis de coerência .
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