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PESQUISA 1
A CIÊNCIA E SUAS CARACTERÍSTICAS
E A IMPORTÂNCIA DA
PESQUISA CIENTÍFICA
APRESEN TAÇÃO
A construção do pensamento científico remonta há pelo menos 40.000
anos com o surgimento do Homo sapiens, espécie que dá origem ao homem
moderno, capaz de se comunicar com língua falada e também usufruir
os recursos naturais, através de adaptações ao meio e também através da
construção de utensílios primitivos que permitiam a sua sobrevivência. Talvez
há quem discorde dessa afirmação, mas é preciso deixar clara esta conexão
entre a evolução da consciência do homem e o pensamento científico. E é
desta forma que se percebe a evolução da humanidade, principalmente em
relação à utilização do meio ambiente no qual está inserida. Obviamente
que isso envolve a adoção e o domínio de práticas e métodos, visando à
sobrevivência, exploração e perpetuação da espécie, cuja experiência foi
amadurecendo com o passar dos séculos.
Vale destacar que a ciência não surgiu de repente ou foi inventada num
dado momento da história. Como condição permanente da raça humana, a
ciência evoluiu ao longo do tempo. Conforme as pessoas descobriam novas
Ainda segundo a mesma autora, esse triunfo foi duplo, pois envolvia a
rejeição e o descrédito das duas filosofias aceitas até então: a escolástica e
a magia natural. A convicção de que o universo estava sujeito a leis naturais
acabou com a crença na eficácia de fórmulas de inspiração divina. O impacto
mais decisivo foi dado pela filosofia cartesiana, ao estabelecer que não existem
forças ocultas, nem simpatias ou antipatias; que os fenômenos naturais podem
ser explicados em termos de tamanhos, formas e velocidades de partículas. Os
fenômenos ocultos ou não são reais ou têm explicação mecânica. A matéria é
inerte e desprovida de sensação e consciência. A mente humana e seu poder
de raciocínio não são propriedades materiais. A mente humana, considerada
um presente de Deus, é imaterial e imortal. A separação do mundo do espírito
do mundo da matéria foi um passo fundamental para o desenvolvimento da
ciência, pois deixava intacto o poder e a autoridade da religião no primeiro,
e permitia utilizar a experimentação para investigar o segundo.
O fato é que hoje não mais vivemos sem ciência. Muitas descobertas
derivaram e ainda estão sujeitas às leis pensadas na época. Ou seja, foi a
forma como concebemos estar aqui hoje e perpetuando a espécie humana.
E a curiosidade através de métodos científicos nos fez pensar através de
caminhos que permitissem isso. Basta olharmos para a Teoria da Evolução de
Darwin, que explica a sucessão das espécies de plantas e animais na Terra,
baseada na seleção natural.
2 O CONCEITO DA CIÊNCIA
Definido o período de revolução científica e suas principais contribuições
para a humanidade, vamos entrar agora no que vem a ser ciência. Por conceito
e epistemologia da palavra, ciência deriva do latim “scientia”, que significa
“saber ” ou, ainda, “conhecimento”. Assim, podemos entender que é um
conceito que abarca diversos tipos de saberes, e que todo o conhecimento
gerado deriva de práticas e métodos de estudo, baseados em princípios certos.
Muitas vezes está relacionada a teorias científicas, que são a comprovação de
hipóteses, ou seja, ideias sobre o comportamento de “algo” em determinada
área do conhecimento.
Mas ciência vai muito mais além. E, por isso, a ausência de preconceitos
e juízos de valor é tão importante para se alcançar o resultado esperado.
Normalmente a ciência falha, por tentativa e erro, e em muitos casos, aquilo
que é considerado correto hoje, pode não ser amanhã. E justamente é esse
o ponto que faz com que a ciência evolua. Pois se existem evidências que
comprovam determinado fenômeno hoje, mas não mais amanhã, toda a
teoria e resultados observados devem ser revistos e, se possível, deve-se
propor novas ideias. Dessa forma, a ciência não é dogmática, ou seja, não
tem “verdades absolutas”, como a maioria das religiões assim descreve.
2.1 CIÊNCIA E FÉ
Em aparente contradição, aos olhos de muitos cientistas, fé, religião
e ciência se conectam de modo interdisciplinar e buscam a compreensão
sistêmica e holística do universo. Porém, ainda existem muitas barreiras
a serem ultrapassadas. Se, por um lado, a ciência explica boa parte dos
fenômenos naturais, e através de leis universais da física se comprova parte
da origem do universo, por outro lado, muitos aspectos relacionados à sua
origem e expansão continuam sem explicação, e para isso, acreditar em um
Deus parece ser a única explicação.
“Como você professa sua fé?”, pergunta o médico Paulo de Tarso Lima
a seus pacientes na primeira consulta. Conversar sobre isso virou rotina no
setor de oncologia em um dos mais conceituados hospitais do Brasil, o Albert
Einstein, em São Paulo, onde Lima é coordenador do Serviço de Medicina
Integrativa. Se o doente vai à missa, ele anota na receita: aumentar a frequência
aos cultos. Se deseja a visita de um padre, rabino ou pastor, o hospital manda
chamar. Se quiser meditar, professores de ioga são convocados. No hospital,
a fé é uma arma no tratamento de doenças graves.
Uma vez por semana, por um mês, na mesma hora, ela deitava na
própria cama por 30 minutos, ao mesmo tempo em que o grupo espírita fazia
a concentração. Ela em São Paulo, eles no Rio de Janeiro. No fim, Juliana
voltou ao médico com novos exames. Ele viu os resultados e não conseguia
explicar por que os componentes alterados do rim tinham voltado a níveis
quase normais. Juliana foi operada mesmo assim, mas o procedimento foi bem
menos agressivo do que o previsto, graças, segundo ela, à cirurgia espiritual.
O episódio mudou a forma como a designer lida com a fé. “Antes, me forçava
a acreditar em algo. Depois disso, passei a acreditar de verdade”.
Uma das maiores pesquisas feitas até hoje, divulgada em 2009, revisou
42 estudos sobre o papel da espiritualidade na saúde, que envolveram mais
de 126 mil pessoas. O resultado mostrou que quem frequenta cultos religiosos
pelo menos uma vez por semana tem 29% mais chances de aumentar seus
anos de vida em relação àqueles que não frequentam. Não é intervenção
divina. Não é feitiçaria. É comportamento. Os entrevistados que são religiosos
apresentaram um comprometimento maior com a própria saúde. Iam mais
ao dentista, tomavam direitinho remédios prescritos, bebiam e fumavam
menos. A pesquisa confirmou ainda os dados de um estudo populacional
feito em 2001 pelo Centro Nacional de Adição e Abuso de Drogas dos EUA:
adultos que não consideram religião importante em suas vidas consomem
muito mais álcool e drogas do que os que acham os credos relevantes. É a
versão real dos Simpsons e seus exageros estereotipados. Homer faz pouco
de qualquer fé, é obeso e alcoólatra. Já seu vizinho, o carola Ned Flanders, é
regrado, tem saúde perfeita e corpo sarado.
Vale até ficar louco de cogumelo. Foi o que Roland Griffiths, professor
da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, propôs. Sua equipe deu a 36
voluntários cápsulas com altas doses de psilocibina, substância presente em
cogumelos alucinógenos. O grupo deitou em sofás com olhos vendados
ao som de música clássica. Depois de uma sessão de seis horas, passado o
efeito, a maioria relatou ter experimentado uma forte conexão com os outros,
um sentimento de união, amor e paz. Até aí, parecia papo de doidão. Mas
o professor voltou a falar com os voluntários um ano depois. Eles disseram
que se sentiam diferentes. A experiência os tornou pessoas melhores, o que
foi confirmado pelas famílias deles. “Se a psilocibina pode causar sensações
místicas idênticas àquelas que ocorrem naturalmente, isso prova que esse
tipo de experiência é biologicamente normal”, disse Griffiths no fórum de
palestras TED. Mais que isso: talvez, drogas alucinógenas tenham benefícios.