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Páscoa:
a vida venceu a morte
para sempre!
EB. PAULUS
1º edição — 2008
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O Pia Sociedade Filhas de São Paulo — São Paulo, 2008
Apresentação
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PNE - QV] - CVV nº 44
A liturgia no Tempo Pascal
Considerações e sugestões gerais
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vossa criação. Ela nos lembra do êxodo da primeira aliança
e traz à nossa memória o dia em que Jesus, mergulhando
nas águas do Jordão, manifestou-se Filho querido e servidor
do Reino! Por esta água, o vosso Espírito venha sobre nós
e nos faça renascer para uma vida nova, agora e sempre.
Amém,
(A assembleia é aspergida, enquanto canta: “Eu vi, eu vi, foi
água a manar... ”, do Hinário Litúrgico 3, da CNBB, p. 83.)
Segue aqui, também, uma sugestão de um rito de água subs-
tituindo o ato penitencial, no início da celebração, para os
domingos pascais:
D: Ó Deus, bendito sejais pela água que fecunda a terra e
dá vida a toda vossa criação. Ela não apenas refaz nossas
forças, mas é sinal de que nos renovais interiormente em
vossa aliança. Por esta água, venha sobre nós o vosso
Espírito, para fazer de nós criaturas novas, agora e sempre.
Amém.
(A assembleia é aspergida, enquanto canta: “Eu vi, eu vi, foi
água a manar... ”, do Hinário Litúrgico 3, da CNBB, p. 83).
10.Rito alternativo para abrir a celebração nos domingos de
Páscoa:
(Quebrando o silêncio, toques de atabaques convocam para
a festa... Uma jovem entra dançando, trazendo na mão a
bandeira da paz — branca ou com as cores de todas as nossas
bandeiras... A assembléia entra no ritmo, cantando: “Deus
chama a gente pra um momento novo” ou “E bonita demais...
a bandeira da paz ”.)
11.Para os vários momentos da celebração, escolher cantos que
expressem mais fielmente o mistério da Páscoa, dentro de
nossa realidade. O Hinário Litúrgico 2, da CNBB, oferece
ótimas sugestões de músicas para este tempo, assim como
o Ofício Divino das Comunidades (ODC), o qual contém
inúmeros hinos, refrões e cantos, além dos salmos, com me-
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lodias populares, antigas e novas, muito ao gosto de nossas
comunidades.
12.Quanto às músicas para a celebração, a Paulus tem publicado
o CD Liturgia XVI — Páscoa — Áno À, com os cantos do Hi-
nário Litúrgico da CNBB (2º fascículo) referentes ao Tempo
Pascal. Gravado pelo coral Palestrina da Arquidiocese de
Curitiba, sob a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso, este
CD é bem indicado para as comunidades prepararem os cantos
da celebração.
13.Há inclusive ótimas melodias para as partes fixas da Liturgia, a
serem cantadas pela presidência e pela assembléia, que foram
publicadas pela Paulus no CD: Cantar a Liturgia: presidência
e assembléia. Produzida pela CNBB Regional Sul II, trata-
se de uma gravação do coral Palestrina da Arquidiocese de
Curitiba, sob a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso.
14.Incentivar as comunidades a prepararem a Semana de Oração
pela Unidade dos Cristãos, reunindo-se, se possível, com
pessoas de outras Igrejas cristãs presentes na localidade. O
Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (Conic) oferece um
subsídio com celebrações ecumênicas para essa semana.
15.Motivar as comunidades a fazerem a Vigília de Pentecostes,
que, em muitos lugares, já é realizada e dura a noite inteira.
É importante que essa Vigília não fique apenas centrada no
Espirito Santo, perdendo sua ligação com a Páscoa. O ODC,
p. 588, oferece um roteiro que ajuda grupos e comunidades a
retomarem, na Vigília de Pentecostes, a Vigília Pascal, dando-
lhe um sentido de louvor ao Pai, pela ressurreição de Jesus
que nos oferece o Espirito Santo.
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Quinta-Feira da Semana Santa
Celebração da Ceia do Senhor (início do Tríduo Pascal)
20 de março de 2008
1. Situando-nos brevemente
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A própria Palavra que ouvimos nos traz o registro deste
testamento, com certeza o mais importante da história da humani-
dade. Retomemos o que a Palavra nos diz, para depois refletirmos
melhor sobre ela e dela tirarmos as consequências para o nosso
agir de discípulos e discípulas de Jesus.
2. Recordando a Palavra
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Em outras palavras, Paulo alerta que o objetivo da ceia não é
simplesmente comer e beber, mas, comendo e bebendo da ceia,
vivenciar o exemplo de doação de Jesus até a morte.
O Evangelho de João destaca outro gesto realizado por
Jesus, naquela ceia derradeira, e que se tornou também marcante.
Diz o Evangelho: “Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de
passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam
no mundo, amou-os até o fim. Estavam tomando a ceia...”. E, num
dado momento, sabendo de tudo o que estava para acontecer com
ele, levantou-se da mesa, amarrou uma toalha na cintura, colocou
água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos. Pedro
reagiu negativamente. Mas Jesus o alertou: “Se eu não lavar você,
você não terá parte comigo”. Pedro então concordou, dispondo-se
inclusive a deixar lavar-lhe também as mãos e a cabeça. E Jesus
respondeu: “Não é preciso, Pedro. Você já está limpo, mas infe-
lizmente nem todos”. Então Jesus explica o gesto que acabara de
realizar: “Vocês me chamam de Mestre e Senhor, e dizem bem,
pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, lavei os pés de
vocês, também vocês devem lavar os pés uns dos outros. Dei-lhes
o exemplo, para que façam a mesma coisa que eu fiz”.
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não-partilha, a discriminação: uns querendo dominar, controlar e
até mesmo explorar os outros; uns querendo ser mais do que os
outros; uns querendo passar os outros para trás, tirar vantagens
às custas dos outros (sobretudo dos mais fracos).
Tendo esse contexto como pano de fundo, somos transpor-
tados para a última ceia do Senhor. No tempo de Jesus, quando
o patrão chegava em casa do trabalho, quem devia lavar-lhe os
pés eram os escravos não-judeus ou as mulheres judias (filhas e
esposa). Jesus, durante a ceia pascal, comporta-se totalmente ao
contrário. Ele se faz escravo e lava os pés dos seus discípulos.
Gesto espantoso para quem tem dificuldade de aceitar a igualdade!
Por isso Pedro reage, porque ainda tem cabeça de “patrão”. Por
isso Jesus lhe diz: “Você não entende o que estou fazendo; mais
tarde compreenderá... Se eu não lavar você, você não terá parte
comigo”. Em outras palavras: seja humilde! Deixe lavar seus pés.
Se você tiver a humildade de se deixar lavar por mim, então você
terá parte comigo, Isto é, estará no mesmo nível de humildade que
eu e, portanto, limpo da arrogância de ser “o tal”, “o Pedro”.
Jesus, o verbo eterno de Deus que tudo criou e cria (cf. Jo
1,1-2), se faz servo, escravo. E vai, assim, até a cruz, expressão
máxima de um amor-serviço sem limites. Nisto ele é Mestre
e Senhor. Ao lavar os pés dos discípulos, Jesus aponta para a
dimensão do que significa de fato ser cristão: é ser servo dos
outros. O discípulo e a discípula do Mestre não se colocam acima
dos demais, mas a serviço deles. Como Jesus fez. Viver assim é
ter parte com Jesus e realizar com ele o projeto de Deus de uma
sociedade nova, justa € fraterna.
Eis o nosso Mestre, de cujo exemplo devemos aprender
para conviver bem com as pessoas e conosco mesmos. Eis o nosso
Senhor, com quem devemos nos identificar ao amor desinteres-
sado, colocado a serviço de todos, inclusive dos que poderão nos
trair e nos levar à morte. Eis o nosso Mestre e Senhor, que nos
deixa um testamento: “Façam a mesma coisa que eu fiz”.
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Celebrar a Eucaristia — Ceia memorial de seu Corpo entre-
gue e seu Sangue derramado em favor da vida de todos — significa
comungar, comprometer-se, aliar-se com este amor-serviço vivi-
do pelo Mestre e, pela ação do seu Espírito, ter então o prazer de
se tornar, em Cristo, um só corpo bem unido, sem ambigiiidades,
sem divisões, sem discriminações, mas reconciliados e em paz
uns com os outros.
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5. Sugestões para a celebração
* Qualquer atividade importante, para ter qualidade, exige
concentração. Muito mais no caso da ação litúrgica. Por isso,
a Instrução Geral sobre o Missal Romano traz a seguinte re-
comendação: “Convém que já antes da própria celebração se
conserve o silêncio na igreja, na sacristia, na secretaria e mesmo
nos lugares mais próximos, para que todos se disponham devota
e devidamente para realizarem os sagrados mistérios” (n. 45).
Assim sendo, sugerimos que, antes de se iniciar a celebração, o
presidente da assembléia com os demais ministros e ministras,
na sacristia ou à entrada da igreja, mergulhem (por um instante)
em profundo momento de silêncio e concentração orante. Po-
dem fazê-lo dando-se as mãos, em círculo, inclusive dirigindo
uma oração ao Espírito Santo, pedindo luz para o bom exercício
do ministério a serviço do povo. Isso é muito bom. Ajuda a fazer
a diferença na qualidade orante e espiritual dos diversos minis-
térios. O mesmo vale para a assembléia, que pode criar o clima
de concentração mediante o canto de algum refrão meditativo.
* Seria bom que, na medida do possível, todos os ministros e
ministras da comunhão eucarística da comunidade pudessem
fazer parte da procissão de entrada, no início da celebração.
Dessa procissão podem participar também as pessoas cujos
pés serão lavados no rito do lava-pés.
* Uma sugestão para quem preside: proclame as orações e atue
na celebração conscientemente, isto é, com a certeza de estar
fazendo as vezes do próprio Jesus. Proclame as orações, de
fato, dirigindo-se ao Pai. Atue na celebração como quem está,
realmente, a serviço de um povo. Isso favorece, e muito, a parti-
cipação ativa e orante da assembléia. O povo merece e agradece.
* Após o canto festivo e solene do Glória (durante o qual se
sugere tocar sinos e carrilhões), inaugurando o Tríduo Pascal,
seria louvável suspender (nas comunidades onde houver)
o toque dos instrumentos de percussão (como bateria, por
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exemplo). Tocar os demais instrumentos musicais (teclado,
órgão, violões ou guitarras) de maneira bem moderada, sem
muito barulho, para permitir certo silêncio e compenetração
diante dos mistérios dolorosos que passamos a celebrar.
Nunca é demais lembrar a leitores e leitoras que proclamem
as leituras com segurança, com calma, sem pressa, pausada-
mente, com boa dicção, usando bem o microfone (se houver)
e, sobretudo, com espiritualidade, isto é, vivenciando de fato
aquilo que lê. Para tanto, é preciso se preparar antes, já durante
a semana, lendo, relendo, meditando, rezando a Palavra que vai
ser proclamada. A assembléia litúrgica merece e agradece.
Quanto às músicas para a celebração, a Paulus tem publicado o
CD: Tríduo Pascal — T. Quinta-feira Santa e Sexta-feira Santa,
com os cantos do Hinário Litúrgico da CNBB (2º fascículo)
referentes à Quinta-feira Santa. Gravado pelo coral Palestrina
da Arquidiocese de Curitiba, sob a regência da Ir. Custódia
Cardoso, este CD é bem indicado para as comunidades pre-
pararem os cantos da celebração.
Na medida do possível, privilegiar a distribuição da comunhão
sob duas espécies, para, no sinal sacramental, viver melhor
o mistério que se celebra nesta noite. Aplicar, na medida do
possível, o que está na Instrução Geral sobre o Missal Romano:
que o pão eucarístico “pareça realmente um alimento” e seja
preparado de tal forma que possa ser repartido entre todos, ou,
pelo menos, que partes da hóstia repartida no rito da fração do
pão sejam distribuídas a alguns dos fiéis (cf. nn. 320-321; cf.
CNBB. Guia litúrgico-pastoral. 2.ed. rev. e ampl. Brasília,
CNBB, 2007. pp. 29-30).
Previsões para missa vespertina da ceia do Senhor
Preparar:
a) Em lugar conveniente do presbitério
— pão ázimo grande para a celebração, se possível;
— vaso(s) ou âmbula(as) com partículas a consagrar
para a comunhão do dia seguinte;
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um xale;
carvão;
incenso;
talha de barro ou turíbulo;
tochas e velas.
b) No lugar onde se faz o lava-pés
assentos para as pessoas designadas;
jarro com água e bacia;
toalhas para enxugar os pés;
toalha (ou gremial de linho) para o celebrante cingir
a cintura;
material necessário para quem preside lavar as mãos
após o lava-pés.
c) Na capela onde se vai guardar o Santíssimo Sacramento
sacrário ou cofre para a reposição;
luzes (velas, lamparinas);
flores e outros ornamentos adequados.
Pessoal e serviços:
pessoas designadas para o rito do lava-pés;
ministros que auxiliam o sacerdote, ou o represen-
tante, no lava-pés;
tocadores de sino (durante o canto do Glória tocam-se
os sinos, que permanecerão depois silenciosos até a
Vigília Pascal);
pessoas para arrumar o lugar onde se vai guardar o
Santíssimo Sacramento;
pessoa (acólito) para carregar a cruz processional;
pessoas (acólitos) para levar os castiçais com as velas
acesas na procissão do Santíssimo, rumo ao lugar da
guarda do Santíssimo;
pessoa para levar a talha de barro ou o turíbulo;
pessoas para levarem as tochas (ladeando o Santis-
simo na procissão);
pessoas para desnudarem o altar, logo em seguida à
procissão com o Santíssimo;
grupos ou equipes para a adoração ao Santíssimo
Sacramento.
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Sexta-Feira da Paixão do Senhor
21 de março de 2008
1. Situando-nos brevemente
2. Recordando a Palavra
e0
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servo cantado no poema? Provavelmente, quando foi escrito, se
referia ao povo esmagado pelo sofrimento causado por nossos
pecados, isto é, porque não ouvimos a voz de Deus e, com Isso,
deixamos de nos comprometer com a vida da população; assim,
o povo de fato acabou atormentado pela angústia e esmagado até
a morte. No entanto, “por esta vida de sofrimento, ele alcançará
luz e uma ciência perfeita” (Is 53,11), diz o poema, e inúmeras
pessoas serão justificadas e perdoadas dos pecados cometidos.
As primeiras comunidades cristãs, quando leram este poema,
perceberam que tudo o que estava ali escrito se realizou plenamen-
te na Paixão de Jesus. Como, aliás, escreve o apóstolo Paulo aos
Filipenses: “Ele [Jesus], subsistindo na condição de Deus, não pre-
tendeu reter para si ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo,
assumindo a condição de escravo, tornando-se solidário com os
homens. E, apresentando-se como simples homem, humilhou-se
a si mesmo, feito obediente até a morte, até a morte da cruz. Pelo
que também Deus o exaltou e lhe deu um nome que está sobre
todo nome. Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho de
quantos há no céu, na terra, nos abismos. E toda língua proclame,
para glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor” (FI 2,6-11).
Dessa maneira, como diz a carta aos Hebreus, que ouvimos
na segunda leitura, aprendendo a ser obediente, Jesus tornou-se
o verdadeiro ponto de ligação entre Deus e a humanidade, causa
de salvação para todos os que lhe obedecem, um sumo sacerdote
capaz de se compadecer de nossas fraquezas.
O Evangelho de João, que acabamos de proclamar, escrito
à luz da ressurreição de Jesus e depois de uma longa caminhada
já percorrida pelas comunidades, nos apresenta, a seu modo, o
sofrimento por que passou Jesus para chegar à glória e à salvação
de todos que nele crêem e apostam.
Em um jardim, Jesus é preso e algemado. Depois, diante das
supremas autoridades religiosas e do governador, sob aplausos e
incentivo do povo, é submetido a interrogatório e injustamente
condenado a morrer pregado numa cruz. Mesmo inocente, é en-
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tregue à sanha dos violentos, e flagelado, coroado de espinhos,
desprezado, humilhado, esbofeteado, pregado numa cruz. Só por-
que se diz Filho de Deus. Porque se aceita como Rei e o confirma
diante do governador, torna-se motivo de sádico escárnio. Eis o
que Jesus tem de assumir e suportar, diante do poder opressor
dos sumos sacerdotes, da política covarde do governador e do
ódio inclemente da multidão. Pregado na cruz, com sua mãe e o
discípulo amado a seus pés, ele os entrega um ao outro como mãe
e filho. De repente, um grito: “Tenho sede”. Chegando a suprema
hora, pronuncia as últimas palavras: “Tudo está consumado” e,
“inclinando a cabeça, entregou o espirito”. Do lado de seu corpo já
sem vida, atravessado por uma lança, saem sangue e água. Enfim,
alguns discípulos de Jesus tratam de dar sepultamento digno ao
Mestre, num jardim, com direito a muito perfume.
2 Ibid,, p. 87.
3 Tbid.
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E aí, na sua Paixão e morte, que se mostra em que sentido
Jesus é Rei. Aí está a amostra consumada de que “sua realeza não
se baseia no jogo de poder das realezas deste mundo, que fazem
uso da força e da violência. A realeza de Jesus consiste em dar
testemunho da verdade (fidelidade de Deus a seu projeto). Ele é
Rei porque cumpre até o fim a vontade do Pai, que é a de amar
de tal modo o mundo a ponto de enviar seu Filho único (3,16).
Na Paixão, Jesus é o verdadeiro Rei”.º Rei coroado de espinhos e
vestido com um manto vermelho. Rei cujo trono é a cruz. Rei de
vestes repartidas. Rei porque é rei na arte de amar sem medida, a
ponto de dar a vida para salvar o povo de todo tipo de opressão.
Rei que resgata definitivamente o que significa de fato ser rei.
Rei que, por isso tudo, foi dignificado pelos seus discípulos com
sepultura apropriada e perfumosa.
Rei imolado por nós e, por esse motivo, apelidado mais
tarde pelos cristãos de Cordeiro de Deus, verdadeiro Cordeiro
pascal que tira o pecado do mundo.
Pelos sacramentos de iniciação cristã, nós optamos por ser
discípulos e discípulas desse Rei. Mas temos que estar atentos,
vigiar e orar sem cessar para não cairmos em tentação. Que
tentação? Na tentação de querer aderir aos sistemas injustos que
oprimem, flagelam e matam nosso Rei Jesus; hoje, sobretudo,
simbolizado nos pobres marginalizados, nos nascituros indefesos,
nos idosos mal assistidos, nos indígenas explorados, nas vítimas
do tráfico de drogas, nos reféns da violência urbana e rural, em
tantos corpos jovens explorados pelo comércio e turismo sexual,
e na criação devastada pela ganância inescrupulosa dos sumos
sacerdotes da idolatria do dinheiro e pela covardia de governan-
tes com seus jogos sujos de poder, riqueza e prestígio. Estes são
alguns exemplos apenas. Jesus hoje continua sendo flagelado,
crucificado e morto de inúmeras formas.
* Ibid.
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Diante de Jesus temos duas opções: ou o reconhecemos e
nos comprometemos com ele, ou acabamos aderindo ao sistema
injusto que o rejeita e o condena, perdendo a chance de termos a
vida. Como discípulos e discípulas dele, permaneçamos firmes
na primeira opção. Que Deus nos ajude a sermos de fato assim,
pois o mundo está precisando de pessoas cada vez mais compro-
metidas com a causa pela qual Jesus lutou até o fim!
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universal e Sacerdote único, possamos viver o que ele viveu. Por
isso, após a comunhão, reza-se a seguinte oração: “O Deus, que
nos renovastes pela santa morte e ressurreição do vosso Cristo,
conservai em nós a obra de vossa misericórdia, para que, pela
participação deste mistério, vos consagremos toda a nossa vida”.
Ao que todos respondem afirmativamente: “Amém!”.
Que assim seja, meus irmãos e irmãs!
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dois castiçais;
tapete, almofadas ou genuflexórios desguarnecidos
(para a prostração);
Missal;
lecionários;
toalhas;
corporais.
Pessoal e serviços
alguém encarregado de preparar a cruz para a ado-
ração da cruz;
pessoas responsáveis por arrumar o lugar para a
celebração da Paixão do Senhor;
leitores(as): uma leitura do Antigo Testamento (profe-
ta Isaías) e as leituras do Novo Testamento (Epístola
aos Hebreus e Evangelho da Paixão do Senhor);
personagens para atuar na proclamação do Evangelho
da Paixão segundo João;
salmista ou cantor(a);
voluntários (acólitos) para carregar os castiçais;
alguém para levar a cruz para a procissão;
alguém que apresente a cruz para a assembléia; se
houver diácono, ficará a cargo dele;
pessoas para arrumar o altar (serviço de mesa);
ministros que trarão o pão consagrado para a distri-
buição aos fiéis; se houver sacerdote, ficará a cargo
dele, juntamente com os ministros da comunhão
eucarística.
- Eaconselhável avisar que o dia seguinte — Sábado santo — não
é “sábado de aleluia”, mas “sábado da sepultura” à espera
da ressurreição. Fazer desse dia uma silenciosa expectativa,
com reuniões com quem vai ser batizado logo mais à noite
na Vigília Pascal, bem como com as equipes de liturgia para
os últimos preparativos para a Vigília.
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Domingo da Pascoa na Ressurreição do Senhor
|. Vigília pascal (A mãe de todas as vigilias)
22/23 de março de 2008
O grande mistério
que anunciamos nesta noite
1. Situando-nos brevemente
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oração, vivência da caridade e busca de conversão nos prepa-
rou, durante quarenta dias, para esta noite. Neste ano, fizemos
nossa preparação, refletindo, à luz da Palavra de Deus, sobre
a importância da defesa daquilo que é a menina-dos-olhos de
Deus: a vida.
Iniciamos esta Vigília com a bênção do fogo. Com esse fogo
acendemos o Círio pascal, no qual vemos o Cristo ressuscitado. O
Círio aceso é trazido em procissão para dentro do templo, como
sinal da verdadeira Luz que vem iluminar nossa noite. Diante
desta luz, anunciamos a vitória do nosso Rei Jesus e, depois,
durante as leituras, ouvimos o próprio Deus nos falando.
Vamos relembrar o que ele nos disse, para depois refletir-
mos um pouco e, em seguida, assumirmos e reassumirmos nossos
compromissos para com Deus, que nos faz participar desta festa
tão importante e tão linda.
2. Recordando a Palavra
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Estando lá, elas tiveram uma tremenda surpresa: presencia-
ram um anjo com roupas muito brancas, que parecia um relâm-
pago, retirando a pedra que fechava a sepultura. A terra chegou a
tremer. Alguns guardas que estavam por ali desmaiaram de pavor.
E, então, o anjo disse às mulheres: “Não tenham medo!... Jesus,
que morreu crucificado, não está mais nesta sepultura. Podem ver
e conferir. Ele ressuscitou, como havia dito. Agora, vão depressa
e levem esta notícia aos discípulos: Ele ressuscitou dos mortos.
Ele já vai à frente, e vocês vão vê-lo e encontrá-lo lá na Galiléia”.
Elas saíram imediatamente, correndo, com medo e, ao mesmo
tempo, com muita alegria, para levar a notícia. No caminho, outra
surpresa: as duas “dão de cara” com o próprio Jesus, que lhes
diz: “Alegrem-se!”. Elas se aproximam, prostram-se diante dele,
abraçando-lhe os pés. E Jesus lhes diz: “Não tenham medo. Vão
avisar aos meus irmãos que se dirijam à Galiléia. Lá eles vão me
ver”. É o que ouvimos do Evangelho segundo Mateus.
O apóstolo Paulo, alguns anos depois, escrevendo aos
cristãos de Roma, nos apresenta uma profunda reflexão sobre a
ressurreição de Jesus, fazendo uma ligação com o batismo. Mer-
gulhar na água (batizar-se) era (e é!) um modo ritual de a pessoa
“entrar de cabeça” (mergulhar) em Jesus Cristo com tudo o que
ele significa de total doação, solidariedade, entrega da própria
vida e vitória sobre a morte. É, ao mesmo tempo, permitir que
este Cristo “entre de cabeça” (mergulhe) e tome conta da pessoa
que acreditou nele.
Batizados (mergulhados) em Cristo, foi na sua morte
que nos batizamos, segundo Paulo. Não dá para esquecer Isso.
Assim sendo, fomos então sepultados (enterrados) com Cristo,
para que, como ele ressuscitou dos mortos, “também levemos
uma vida nova”. Ao sermos mergulhados nas águas batismatis,
“de certo modo nos identificamos a Jesus Cristo” (na sua morte
e ressurreição). Ao mergulharmos o nosso “velho homem” em
Jesus Cristo (morto e ressuscitado), o que acontece, na verdade,
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é a destruição do “corpo do pecado” em nós. Consequentemente,
com ele “também viveremos”, pois “sabemos que Cristo ressus-
citado dos mortos não morre mais; a morte não tem poder sobre
ele”. Resultado, conclui Paulo: “Vocês também se considerem
mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo”. Foi
o que ouvimos na segunda leitura.
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PNE - QV) - CVV nº 44
ao atravessar o Mar Vermelho. Passagem da morte para a vida,
através das águas. Não faz lembrar o batismo?
A partir do anúncio pascal desta noite, começamos a enten-
der a visão do profeta Isaías, contemplando o Senhor qual esposo
apaixonado e compassivo que chamou junto a si a humanidade,
“mulher abandonada e de alma aflita, esposa repudiada na mo-
cidade” (cf. Is 54,6).
A partir do anúncio pascal desta noite, começamos a enten-
der o convite que o Senhor faz através do mesmo Isaías: “Vinde
a mim, ouvi e tereis vida; farei convosco um pacto eterno” (Is
55,3). O pacto aconteceu, pelo mistério que anunciamos nesta
noite.
À partir do anúncio pascal desta noite, começamos a enten-
der o conselho dado por Deus através do profeta Baruc: “Volta-te,
Jacó, e abraça a sabedoria de Deus; marcha para o esplendor, à
luz desta sabedoria” (Br 4,2). A sabedoria de Deus se revelou no
mistério que anunciamos nesta noite.
A partir do anúncio pascal desta noite, começamos a
entender a promessa feita por Deus através do profeta Eze-
quiel: “Derramarei sobre vós uma água pura e dar-vos-ei um
coração novo” (Ez 36,25-26). A “água pura” foi derramada
com abundância sobre nós, pelo mistério que anunciamos
nesta noite.
A partir do anúncio pascal desta noite, entendemos que o
Cristo, totalmente “mergulhado” na realidade humana pela sua
morte e ressurreição, fez de nós, pelo nosso “mergulho” nele,
também participantes da sua defimtiva vitória sobre a morte,
pois ele, “imolado, já não morre; e, morto, vive eternamente”
(Prefácio da Páscoa, IN).
A partir do anúncio pascal desta noite, entendemos o pro-
fundo sentido do nosso batismo, pelo qual participamos plena-
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PNE - QV) - CVV nº 44
mente da Páscoa de Cristo. Fomos consagrados para a vida do
Deus misericordioso que, nesta noite, amorosamente sussurra no
silêncio do nosso coração: “Você é meu, você é minha, e disso
não abro mão, nunca mais!”.
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5. Sugestões para a celebração
* Como esta é a celebração mais rica e mais importante de todas
as outras do ano litúrgico da Igreja, e pelos muitos elementos
que a compõem, ela exige boa preparação. Tudo deve ser es-
tudado, organizado e ensaiado com zelo, pois esta é a mãe de
todas as Vigílias. Nada deve ser improvisado. Com a riqueza
de gestos e símbolos desta noite, não é necessário “inventar”
outros; basta realizar e usar bem os que já existem.
* Para a celebração da luz:
Prever um local pouco afastado, onde possa ser feita uma
fogueira. Essa distância possibilita uma pequena procissão
até a igreja.
Pedir à comunidade que traga um pedaço de lenha para
formar a fogueira e velas suficientes para todos os que
participam da celebração.
Antes de acender a fogueira, eventualmente, a comunidade
pode ser convidada a falar das luzes, esperanças e sonhos
que gostaria que se acendessem na comunidade, nas
famílias e na caminhada do povo brasileiro daqui para a
frente.
Enquanto o fogo é aceso, pode-se cantar: “O luz do Senhor,
que vem sobre a terra! Inunda meu ser, permanece em
nós!” ou “Indo e vindo, trevas e luz, tudo é graça, Deus
nos conduz”.
Não esquecer a sonorização no local e um utensílio
para acender, com as brasas da fogueira, o turíbulo ou
incensório.
Durante a procissão, cantar refrões ou cantos conhecidos
por todos, visto que estarão no escuro, caminhando com
velas nas mãos.
* Para o momento da celebração da Palavra:
Prever um local próximo ao ambão onde possa ser colocado
o Círio.
33
PNE - QV) - CVV nº 44
— O Exsultet deve ser bem cantado. Normalmente é o diácono
que o canta. Se não houver diácono, então o presidente ou,
na impossibilidade deste, outra pessoa preparada poderá
cantar.!
— Na Vigília da Páscoa temos mais leituras. Elas ajudam a
comunidade a fazer memória dos grandes feitos de Deus
na história. Para que a comunidade possa de fato usufruir
da riqueza dessa história, é preciso que as leituras sejam
bem preparadas, de modo que encantem quem as ouve.
Preparar bem o grupo de canto, os leitores e os salmistas.
— À aleluia desta noite tem que ser vibrante, alegre. Um(a)
jovem pode entrar no meio da assembléia vestido(a) de
branco e dizer com admiração e em voz alta, como dando
uma notícia muito importante: “Irmãos, irmãs! Tenho uma
grande notícia para vocês: Jesus ressuscitou! Ele está vivo!
Jesus ressuscitou, Jesus ressuscitou! Por isso podemos
cantar, ALELUTA!
— Aproclamação do Evangelho é o ponto culminante de toda
a Liturgia da Palavra. Por isso, proclamar o Evangelho
como quem conta uma maravilhosa notícia.
— À homilia deve ser breve e direta. Que ela ajude os fiéis
a sentirem-se interpelados por essa Palavra de esperança
que foi proclamada.
* Paraa celebração do batismo:
— A equipe de liturgia preveja, com antecedência, que nesta
Vigília, festa batismal por excelência, seja realizado ao
menos um batismo, de preferência de um adulto.
— Durante a ladainha, sete pessoas segurando potes de água
entram em procissão e ficam ao redor da pia batismal ou de
outro recipiente grande enfeitado para o batismo. Durante a
34
PNE - QV) - CVY nº 44
oração, a cada tipo de água recordado na bênção, derrama-
se a água de um pote na pia. Seria bom que a oração de
bênção contivesse uma aclamação da assembléia. Isto pode
ser encontrado no ritual de bênção da água, no Ritual do
Batismo.
Valorizar o gesto de mergulhar o Círio três vezes na água,
conforme indicado no Missal Romano.
É recomendável abençoar a água para que os fiéis a levem
para suas casas.
Para a celebração da Eucaristia:
Algumas mulheres podem colocar uma toalha de festa sobre
o altar, enquanto se entoa o canto das oferendas. Só depois
são trazidos os dons: uma jarra com vinho abundante, as
partículas ou, onde for possível, o pão ázimo. Se houver só
celebração da Palavra, alimentos podem ser trazidos para
serem partilhados no final, como ágape. Que o Prefácio e
toda a Oração Eucarística sejam vibrantes. Durante o canto
do Santo, pode haver uma dança com flores ao redor do
altar.
Valorizar a mesa eucarística. Se a comunidade não for
muito numerosa, distribuir a comunhão a partir da mesa e
sob as duas espécies. Sendo apenas celebração da Palavra,
distribui-se somente o pão consagrado (hóstias).
Ornamentação:
Ornamentar com bom gosto e nobre simplicidade sobretudo
os locais que marcam as quatro partes da celebração da
Vigília: o local do Círio, o ambão, o batistério (pia batismal)
e o altar.
* Quanto às músicas para toda a celebração, a Paulus tem publi-
cado o CD Tríduo Pascal — II. Vigília Pascal, com os cantos
do Hinário Litúrgico da CNBB (2º fascículo) referentes à
Vigília Pascal. Gravado pelo coral Palestrina da Arquidiocese
de Curitiba, sob a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso,
35
PNE - QV] - CVY nº 44
este CD é bem indicado para as comunidades prepararem os
cantos da celebração.
Previsões para a celebração da Vigília Pascal:
Preparar:
a) para a bênção do fogo
uma fogueira (num lugar fora da igreja, onde o povo
se reúna);
o Círio pascal;
cinco grãos de incenso; um estilete;
utensílio adequado para acender a vela com o “fogo
novo”;
lanterna para iluminar os textos a serem lidos;
velas para os que participam da vigília;
incenso;
talha de barro ou turíbulo;
utensílio para acomodar na talha de barro ou no tu-
ríbulo as brasas do fogo novo;
tochas (acompanharão o Círio pascal).
b) para a proclamação da Páscoa (Exulte) e para a Liturgia
da Palavra
candelabro para o Círio pascal, posto junto à mesa
da Palavra;
uma estante (ou duas) para o(a) cantor(a) proclamar
o Exulte e para os leitores da Liturgia da Palavra;
lecionários;
foguetes e sino.
c) para a liturgia batismal
potes, jarros ou recipientes adequados, com água;
aspersório ou ramos apropriados para aspergir o povo
com água benta;
momento em que se administram os sacramentos da
iniciação cristã: óleo dos catecúmenos, santo crisma,
vela batismal, Ritual do Batismo.
36
PNE - QV) - CVY nº 44
Pessoal e serviços:
montadores da fogueira;
acendedor(a) do fogo novo;
carregador(a) do Círio pascal;
carregadores das tochas (acompanharão o Círio pascal);
carregadores(as) das talhas de barro ou dos turíbulos;
apagadores e acendedores das luzes da igreja;
cantor(a) da proclamação da Páscoa (Exulte);
leitores para as nove leituras propostas: sete do Antigo
Testamento e duas do Novo Testamento (Epístola e
Evangelho). Por razões pastorais, pode-se diminuir o
número de leituras do Antigo Testamento, exceto a terceira
(Ex 14,15-15,1), que não pode ser omitida;
salmista(s) ou cantor(es) para os Salmos Responsoriais das
leituras;
arrumadeiras do altar (enfeites e adornos apropriados, no
momento em que se entoa o Glória);
tocador(es) dos sinos;
sineiros e fogueteiros: ao entoar o “Glória a Deus nas
alturas”, tocam-se os sinos e, se for o caso, soltam-se
foguetes;
carregadores(as) dos jarros ou potes, com água;
ministras ou ministros para aspergirem a assembléia com
água benta;
apresentadores(as) dos catecúmenos;
organizadores(as) da procissão até a pia batismal ou ao
batistério;
servidoras(es) da mesa do pão.
37
PNE - QV] - CVV nº 44
Il. No dia da Páscoa (Domingo do túmulo vazio)
23 de março de 2008
1. Situando-nos brevemente
38
PNE - QV) - CVV nº 44
do batismo. Como ponto alto da Vigília, celebramos nossa Ceia
pascal com o Senhor ressuscitado.)
Hoje celebramos, com imenso prazer e alegria, a maior de
todas as festas. Deus está conosco. E ele nos fala na hora em que
são proclamadas as leituras. Vamos tentar recordar brevemente
o que ele nos diz.
2. Recordando a Palavra
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PNE - QV) - CVV nº 44
corpo de Jesus não estava mais no túmulo. Roubado não fora,
pois os panos que o vestiam encontravam-se ali estendidos de um
jeito que dava a impressão de o corpo ter “evaporado”. O outro
discípulo, o melhor amigo de Jesus, acabou entrando também.
Diz o Evangelho que “ele viu e acreditou. De fato, eles ainda não
tinham compreendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia
ressuscitar dos mortos” (Jo 20,8-9).
À tarde do mesmo dia, outros dois discípulos estavam indo
para o povoado de Emaús. Não sabiam de nada. Apenas tinham
ouvido um boato sobre a ressurreição de Jesus. Na estrada, um
estranho começou a caminhar com eles. Começaram a conversar
sobre Jesus, sobre sua ressurreição etc. Só depois, já no povoa-
do, na hora do jantar, quando ele partiu o pão, foi que os dois
perceberam que era o próprio quem estava ali com eles. Então
Jesus desapareceu.
Em outra ocasião, tempos depois, o próprio apóstolo Pedro,
num grande discurso para o povo, testemunhando o que Jesus
fizera (“só fez o bem”) e o que acontecera com ele, anunciou:
“Eles o mataram, pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou
no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se... a nós, que come-
mos € bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos”
(cf. At 10,39-41).
Ainda em outro momento, o apóstolo Paulo, escrevendo aos
cristãos da comunidade de Colossos, lembrou que a ressurreição
de Cristo é também a nossa ressurreição. Em outras palavras,
a vitória de Cristo é a nossa vitória. Assim sendo, o apóstolo
escreveu: de agora em diante, “esforcem-se para alcançar as
coisas do alto, onde está Cristo” (cf. C1 3,1-2). E à comunidade
de Corinto recomendou: “Agora joguem fora o fermento velho,
para que vocês sejam uma massa nova. Pois o nosso cordeiro
pascal, Cristo, já está imolado” (cf. 1Cor 5,7).
40
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3. Refletindo sobre a Palavra e atualizando-a
41
PNE - QV) - CVY nº 44
ao próximo, a solidariedade, a misericórdia, o perdão, a paz, todo
o empenho em favor da vida para todos.
42
PNE - QV) - CVV nº 44
5. Sugestões para a celebração
* Preparar o ambiente, destacando o Círio pascal e a pia batis-
mal, usando muitas flores e a cor branca ou amarela nas vestes
e toalhas.
* Procissão de entrada com as pessoas batizadas na Vigília
Pascal ou com crianças vestidas de branco, trazendo flores.
* Após o canto de entrada, fazer um pequeno lucernário, sole-
nizando o acendimento do Círio pascal: uma pessoa acende
o Círio e diz: “Bendito sejas, Deus da Vida, pela ressurreição
de Jesus Cristo e por essa luz radiante!”; a seguir, incensa o
Círio e-a comunidade reunida, enquanto se canta um hino
pascal, como: “Ó vem cantar comigo, irmãos, nesta festa da
ressurreição”, ou outro canto pascal.
* Na acolhida, pode-se retomar o costume das Igrejas orientais
de saudarem-se com as seguintes palavras: “O Senhor ressus-
citou, verdadeiramente ressuscitou!”.
* Substituir o ato penitencial pelo rito de aspersão com a água
(se possível, perfumada) que foi abençoada na Vigília Pascal.
Ajudar a comunidade a aprofundar sua consagração batis-
mal.
* Eventualmente, encenar o canto da sequência, expressando o
diálogo entre a comunidade e Maria Madalena.
* Dar destaque à proclamação do Evangelho, que pode ser can-
tado ou encenado. Onde for possível, usar aromas ou Incenso,
retomando o gesto afetuoso das mulheres.
* Cantar o Prefácio e, nas celebrações da Palavra, cantar a lou-
vação pascal com a melodia da louvação do Natal, usando o
seguinte texto:
É bom cantar um bendito / Um canto novo, um louvor!
Hoje, ele é nosso Senhor / Por sua ressurreição!
Da morte é vencedor / Da vida é campeão!
Hoje, ele é nosso Senhor / Por sua ressurreição!
43
PNE - QV) - CVV nº 44
Cordeiro sacrificado / E nossa Páscoa, irmãos!
Hoje, ele é nosso Senhor / Por sua ressurreição!
Dos tristes, consolador / Dos pobres, libertação!
Hoje, ele é nosso Senhor / Por sua ressurreição!
As mãos se dão céus e terra / E uma só louvação!
Santo, santo, santo...
De acordo com as orientações em vigor, a comunhão pode ser
sob duas espécies para toda a comunidade.
Bênção final solene, própria para o Tempo Pascal, conforme
o Missal Romano.
Quanto às músicas para a celebração, a Paulus tem publicado o
CD Liturgia XVI — Páscoa — Ano À com os cantos do Hinário
Litúrgico da CNBB (2ºfascículo), referentes ao Tempo Pascal.
Gravado pelo coral Palestrina da Arquidiocese de Curitiba,
sob a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso, este CD é bem
indicado para as comunidades prepararem os cantos da cele-
bração.
Há ótimas melodias para as partes fixas da liturgia, a serem
cantadas pela presidência e pela assembléia, que foram pu-
blicadas pela Paulus no CD: Cantar a liturgia: presidência e
assembléia. Produzida pela CNBB Regional Sul II, trata-se de
uma gravação do coral Palestrina da Arquidiocese de Curitiba,
sob a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso.
2º Domingo da Pascoa
(Domingo de são Tome)
30 de março de 2008
1. Situando-nos brevemente
2. Recordando a Palavra
45
PNE - QV) - CVV nº 44
À tarde desse mesmo dia, os discípulos de Jesus faziam
uma reunião, provavelmente para pensar juntos sobre tudo o
que tinha acontecido e estava acontecendo. Tratava-se de uma
reunião meio clandestina, a portas fechadas, pois sentiam medo
de ser presos também e de talvez passarem pelo “vexame” que
o Mestre havia passado.
De repente, quem eles viram?! Sem a porta se abrir, o
próprio Jesus apareceu ali no meio deles e saudou a todos, di-
zendo: “A paz esteja com vocês”. Então, provou ser ele mesmo
mostrando-lhes as mãos e o lado com a marca das chagas. Os
discípulos ficaram cheios de alegria, pois viam o próprio Jesus,
que os saudou uma segunda vez: “A paz esteja com vocês”, e
ainda acrescentou: “Como o Pai me enviou, também eu envio
vocês”. Depois Jesus soprou sobre todos e falou: “Recebam o
Espirito Santo. A quem vocês perdoarem os pecados eles serão
perdoados; a quem os retiverem, ficarão retidos”.
Tomé não estava nessa reunião. Quando lhe contaram que
viram o Senhor, ele simplesmente não acreditou. “Só vendo
mesmo, é que eu acredito. Só acredito se puser o meu dedo nas
marcas dos pregos, nas suas mãos, e se eu apalpar com minha
mão o seu lado aberto pela lança”, respondeu ele.
Oito dias depois, primeiro dia da semana, realizavam outra
reunião, também a portas fechadas. Tomé, dessa vez, estava lá.
Do mesmo modo que antes, Jesus entrou de surpresa, fazendo
a mesma saudação: “A paz esteja com vocês”. E disse: “Tomé!
Ponha o dedo aqui nas minhas mãos. Veja... Veja aqui o meu lado,
pode apalpar. Deixe de ser incrédulo, acredite!”. E Tomé?... Não
lhe restou senão exclamar comovido: “Meu Senhor e meu Deus!”.
E Jesus arrematou: “Você acreditou, porque me viu. Feliz será
quem acreditar sem ter visto!”.
O Evangelho diz que Jesus realizou ainda muitos outros
sinais que não foram registrados. Bastam estes para que acredi-
46
PNE - QV) - CVV nº 44
temos que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo,
tenhamos a vida em seu nome.
A partir desta fé e na força desta fé, os primeiros cristãos,
como ouvimos na primeira leitura, “eram perseverantes em
ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na
fração do pão e nas orações... Viviam unidos e colocavam tudo
em comum”. Chegaram a “vender suas propriedades e seus bens
e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de
cada um... Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo”.
Dia a dia, por obra de Deus, crescia o número das pessoas que
acreditavam no Senhor ressuscitado e aderiam à comunidade
para viver o que ele ensinou.
Com certeza, na alegria desta fé, cantavam o que também
nós cantamos hoje, com o Salmo 117: “Dai graças ao Senhor,
porque ele é bom, e eterna sua misericórdia!”.
Sim, bendito seja Deus, porque, “pela ressurreição de Je-
sus, nos fez nascer de novo para uma esperança viva, para uma
herança incorruptível, que não se mancha nem murcha, e que
nos é reservada nos céus”, como Pedro depois escreveu em sua
primeira carta. É graças a esta fé que podemos sentir desde já o
gosto alegre da vitória com Jesus sobre todas as aflições.
47
PNE - QV] - CVV nº 44
Nós não vemos Jesus. Mas isso não significa ausência
dele. Ele vive e se faz presente em nosso meio, agora de outra
maneira, até mais intensa, isto é, de modo invisível. Ele passou
a constituir “o essencial” de nossas vidas. Como diz o poeta:
“O essencial é invisível aos olhos”. Felizes de nós, garante o
Senhor, que acreditamos nesta intensa presença invisível de
Jesus. Não é necessário ver nem tocar, pois ele já nos “tocou”
em profundidade, ao fazer de nós sua morada, pelo batismo. E
disso ele não abre mão.
Na realidade em que vivemos, às vezes nos parecemos
com os apóstolos e primeiros discípulos de Jesus. Passamos
também por situações de medo. Trancamo-nos em nossas casas.
Colocamos chaves e cadeados em todas as portas e portões, até
mesmo na porta de nosso coração. Na rua e nas estradas da vida,
nos armamos de extremo cuidado, quase doentio, com medo de
assalto, sequestro, agressões, desemprego, acidente, doença,
incompreensões etc.
Hoje, aqui entre nós, vejam o que acontece: o Senhor
ressuscitado vem também até nós e nos saúda dizendo: “A paz
esteja com vocês”. Em outros termos, com certeza ele quer di-
zer: “Gente, chega de tristeza! Coragem! Não estou morto, não!
Estou vivo! A morte não tem mais vez. À vocês foi dada a vida
em plenitude!”.
E mais, além de nos saudar desejando a paz, o Senhor sopra
sobre nós, transmitindo-nos o Espírito Santo. Quer dizer, o poder
da Vida, que esmagou as forças da maldade e da morte, fez de
nós sua morada. Significa que, pela presença invisível do Senhor
Jesus, por seu Espírito, nós somos agora o “espaço” da salvação
de Deus, do qual podem brotar equilíbrio e vida plena para to-
dos. Tornamo-nos missionários da reconciliação pelo exercício
do perdão. Isso, com certeza, é saúde e vida. “Como o Pai me
enviou, também eu envio vocês”, disse Jesus. Daí a importância
de vivermos em comunidade, a exemplo das primitivas comuni-
48
PNE - QV] - CVV nº 44
dades cristãs, perseverantes na escuta da Palavra, na comunhão
fraterna (caridade, solidariedade, ajuda mútua, partilha de bens,
serviço à vida), na fração do pão (Eucaristia como memória de
Jesus) e nas orações diárias como alimento da fé.
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PNE - QV] - CVV nº 44
nossa celebração, vamos aproveitar para louvar e agradecer ao
Senhor Deus por tudo o que ele fez por nós!... E maravilhoso a
nossos olhos!
Com certeza, o ponto alto de nossa reunião é o momento
em que participamos da mesa do Senhor, comungando o seu
Corpo ressuscitado, para então sairmos renovados ao encontro
de nossa missão de cristãos, que é missão de reconciliação, de
paz e de vida para todos.
Que assim seja! Amém! Aleluia!
50
PNE - QV] - CVV nº 44
O ato penitencial pode ser substituído pelo rito da aspersão
com água batismal, abençoada na Vigília Pascal, fazendo
memória do batismo.
A assembléia pode escolher realizar este rito no momento
da profissão de fé, como já foi indicado nas considerações e
sugestões gerais.
No final da proclamação do Evangelho, a assembléia pode
aclamar três vezes, repetindo a profissão de fé de Tomé: “Meu
Senhor e meu Deus”.
O abraço da paz pode ser feito após a proclamação do Evange-
lho, se for encenado, ou, como de costume, após o pai-nosso,
enquanto a bandeira da paz circula no meio da assembléia.
Nas celebrações da Palavra, pode-se cantar a “Louvação
Pascal”, indicada no Hinário Litúrgico 2 da CNBB, p. 101.
No final da celebração, retomar, para toda a comunidade, o
gesto de envio e as palavras de Jesus no Evangelho.
Quanto às músicas para a celebração, a Paulus tem publi-
cado o CD Liturgia XVI — Páscoa — Áno Á, com os cantos
do Hinário Litúrgico da CNBB (2º fascículo), referentes ao
Tempo Pascal. Gravado pelo coral Palestrina da Arquidiocese
de Curitiba, sob a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso,
este CD é bem indicado para as comunidades prepararem os
cantos da celebração.
Há melodias para as partes fixas da Liturgia, a serem cantadas
pela presidência e assembléia, que foram publicadas pela
Paulus no CD Cantar a Liturgia: presidência e assembleia.
Produzido pela CNBB Regional Sul II, trata-se de uma gra-
vação do coral Palestrina da Arquidiocese de Curitiba, sob a
regência da Ir. Custódia Maria Cardoso.
Fazer uma prece especial pela Assembléia dos Bispos do Brasil
em Itaici, que se iniciará no dia 1º de abril, terça-feira.
91
PNE - QV] - CVV nº 44
3º Domingo da Pascoa
(Domingo dos discipulos de Emaús)
6 de abril de 2008
Leituras: Átos 2,14.22-33; Salmo 15(16),1-24.5.7-8.9-10.1l;
I Pedro 1,17-21; Lucas 24,13-35
1. Situando-nos brevemente
52
PNE - QV) - CVV nº 44
atentos, porque ele, por seu Espírito, ainda nos comunica preci-
samente no instante em que meditamos sobre sua Palavra.
Vamos primeiro recordar brevemente o que ele nos diz, para
depois mergulharmos mais fundo no sentido de sua mensagem.
2. Recordando a Palavra
53
PNE - QV) - CVV nº 44
abençoou-o, partiu-o e o distribuiu, viram e reconheceram (só
então!) que era o próprio Jesus que estava com eles!... E Jesus
desapareceu diante deles.
“Bem que a gente sentia alguma coisa ardendo em nós, na
vinda para cá, quando ele falava e nos explicava as Escrituras”,
comentaram os dois entre si. Na mesma hora, levantaram-se e
voltaram a Jerusalém, onde ficaram sabendo pelos apóstolos que,
de fato, “o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão”. Eles então
contaram aos apóstolos “o que tinha acontecido no caminho, e
como haviam reconhecido Jesus ao partir o pão”.
Cinqjiienta dias depois, como ouvimos na primeira leitura,
Pedro (ladeado pelos demais apóstolos), num grande e corajoso
discurso ao povo, falou de Jesus, do bem que ele fez, do que
acontecera com ele e, sobretudo, que ele agora está vivo. Se-
gundo as Escrituras, não era possível que a morte o dominasse.
“Deus o ressuscitou... e disto nós todos somos testemunhas”,
bradou ele.
Intensa foi a alegria e o encorajamento que os apóstolos
e discípulos de Jesus vivenciaram, quando entenderam que a
morte dele não significou uma derrota. Muito pelo contrário!...
Mais tarde, como ouvimos na segunda leitura, o apóstolo Pedro
escreveu: “Fostes resgatados pelo precioso sangue de Cristo,
cordeiro sem mancha... Deus o ressuscitou dos mortos e lhe deu
a glória, e, assim, a vossa fé e esperança estão em Deus”.
54
PNE - QV) - CVV nº 44
eles. Não conseguiram ver nem entender o verdadeiro sentido da
morte do Mestre. Não compreenderam que, como proclamamos
na missa, “imolado, ele já não morre; e, morto, vive eternamente”,
caminhando com a humanidade (cf. Prefácio da Páscoa IN).
A história dos discípulos de Emaús, na verdade, reflete a
situação da comunidade cristã, desorientada e abalada pelo impacto
de brutais perseguições e mortes: cristãos vítimas de ciladas, os
espertos levando vantagem, os malvados dominando sobre os puros
de coração... Como quando foi escrito o Evangelho proclamado
hoje. Discípulos do Mestre, perplexos e desiludidos, como os
discípulos de Emaús, acabaram abandonando o espaço da vitória
(a comunidade, Jerusalém) e voltando para casa. Sentiam-se sem
força para o testemunho, pois, cegos pelos problemas que os aço1-
tavam, não conseguiam ver nem entender que, precisamente no
meio das experiências de dor, Jesus caminha com a comunidade.
E daí? Como e onde experimentar a presença do Cristo vivo
e vencedor, e, assim, não nos deixarmos abater pela opressão do
inimigo?
Deus vem nos dizer hoje que é pela escuta da Palavra que
Jesus vai tocando e acordando a comunidade desorientada: “Não
ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos
explicava as Escrituras?” (Lc 24,32). A Palavra nos ilumina para
o sentido da morte e ressurreição de Jesus.
Sobretudo por seu gesto de partilha, Jesus deixa-se reco-
nhecer como o Vivente, o Ressuscitado que aceita hospedar-se
em nossa casa e caminhar conosco: ao partir o pão, “os olhos dos
discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus” (Lc 24,31).
“Daí em diante é supérflua a presença física de Jesus. Ele
desaparece porque a comunidade possui os dois sacramentos da
presença dele: sua Palavra e seu gesto de partilha. Basta viver
isso para sentir o Cristo vivo e presente em nosso meio.”*
5
PNE - QV) - CVV nº 44
À partir desta descoberta, os dois discípulos voltaram ime-
diatamente a Jerusalém, isto é, ao espaço da vitória (e não mais
da derrota!), o espaço da comunidade que experimenta a presença
viva de Jesus em meio às experiências de morte e se unem aos
irmãos para testemunhar que Jesus, “morrendo, destruiu a morte,
e, ressurgindo, deu-nos a vida” (Prefácio da Páscoa 1).
26
PNE - QV] - CVV nº 44
que, alimentados pela Palavra e pela Eucaristia, sintamos sempre
o Senhor caminhando conosco e, assim, não nos falte coragem
para evangelizar também em meio às contrariedades do mundo
em que vivemos.
Que assim seja! Amém! Aleluia!
97
PNE - QV) - CVV nº 44
alimento” e seja preparado de tal forma que possa ser repartido
entre todos ou, pelo menos, que partes da hóstia repartida no
rito da fração do pão sejam distribuídas a alguns dos fiéis. Se
for viável, privilegiar a distribuição da comunhão sob duas
espécies, para, no sinal sacramental, viver melhor o mistério
que se celebra (cf. nn. 320-321; cf. CNBB. Guia liturgico-pas-
toral. 2. ed. rev. e ampl. Brasília, CNBB, 2007. pp. 29-30).
Cantar as aclamações e o Amém final da Oração Eucarística,
além do Prefácio e do “Santo”. Para valorizar e solenizar o
Amém final da assembléia à Oração Eucarística (o Amém final
é a “assinatura” da assembléia a tudo o que foi proclamado na
Oração Eucarística), pede-se para a assembléia não rezar junto
a doxologia final (“Por Cristo, com Cristo e em Cristo...”),
própria de quem preside.
Quanto às músicas para a celebração, a Paulus tem publicado o
CD Liturgia XVI — Páscoa — Ano À, com os cantos do Hinário
Litúrgico da CNBB (2ºfascículo) referentes ao Tempo Pascal.
Gravado pelo coral Palestrina da Arquidiocese de Curitiba,
sob a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso, este CD é bem
indicado para as comunidades prepararem os cantos da cele-
bração.
Há ótimas melodias para as partes fixas da liturgia, a serem
cantadas pela presidência e assembléia, que foram publicadas
pela Paulus no CD Cantar a liturgia: presidência e assem-
bléia. Produzido pela CNBB Regional Sul II, trata-se de numa
gravação do coral Palestrina da Arquidiocese de Curitiba, sob
a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso.
Nas comunidades onde não for celebrada a Eucaristia, fazer
um momento de louvação, com a bênção e a partilha do pão
entre todas as pessoas presentes.
58
PNE - QV] - CVV nº 44
4º Domingo da Pascoa
(Domingo do Bom Pastor)
13 de abril de 2008
Leituras: Atos 2,14a.36-41; Salmo 22(23),1-3a.3b-4.5.6;
1 Pedro 2,20b-25;João 10,1-10
1. Situando-nos brevemente
2. Recordando a Palavra
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os demais apóstolos), embalado pelo fogo do Espírito Santo, num
discurso inflamado de fé, gritou para a multidão comprimida na
praça: “Todo o povo de Israel fique sabendo com certeza o se-
guinte: esse Jesus que vocês crucificaram, Deus fez dele Senhor e
Cristo”. O povo, aflito com o que acabara de ouvir, perguntou: “E
agora, que devemos fazer?”. E Pedro: “Convertam-se, e cada um
de vocês seja batizado em nome dele para o perdão dos pecados.
E vão receber o dom do Espírito Santo. Isso foi prometido por
Deus a vocês e a todo mundo”. Pedro ainda alertou: “Salvem-se
dessa gente corrompida!”. Resultado: cerca de três mil pessoas
receberam o batismo e juntaram-se aos apóstolos. E o que ouvi-
mos na primeira leitura.
O próprio Pedro, mais tarde, dirigindo-se por carta a cristãos
escravos de iníquos “senhores” que os faziam sofrer horrores, na
Ásia Menor, encoraja-os à paciência, lembrando-lhes que o Cristo
(o verdadeiro Senhor!) também sofreu e sofreu por nós, deixando-
nos um exemplo, a fim de que sigamos seus passos. Tal exemplo o
apóstolo resume, a partir do quarto cântico do Servo sofredor, em
Isaías 53: “Ele não cometeu pecado algum, mentira nenhuma foi
encontrada em sua boca. Quando injuriado, não retribuia às injúrias;
atormentado, não ameaçava; antes, colocava a sua causa nas mãos
daquele que julga com justiça. Sob a cruz, carregou nossos pecados
em seu próprio corpo, a fim de que... vivamos para a justiça. Por suas
feridas fomos curados”. Ele descreve o que significa ter encontrado
o Cristo Jesus: “Se vocês suportam com paciência aquilo que sofrem
por ter feito o bem, isto os torna agradáveis diante de Deus. De fato,
para isto vocês foram chamados”. Numa palavra, tal encontro com
Jesus, o Bom Pastor, representa verdadeira mudança na vida das
pessoas: “Vocês antes andavam como ovelhas desgarradas, mas,
agora sim, voltaram ao verdadeiro Pastor e Guia da vida de vocês”.
É o que ouvimos na segunda leitura.
O Evangelho apresenta-nos Jesus como o verdadeiro Pastor
e Guia, a Porta que garante segurança e liberdade para as ove-
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lhas. Ele vive muito próximo delas: chama-as pelo nome e elas
o seguem, porque conhecem sua voz. Ele é a única e verdadeira
liderança, diriamos nós hoje. A única e melhor alternativa contra
os falsos pastores, estranhos, frios, ladrões, assaltantes, matadores
e destruidores: “Eu vim para que [as ovelhas] tenham vida e a
tenham em abundância”, diz Jesus.
1 Tbid., p. 104.
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pessoas o Pai dá de presente o Espírito Santo que é força, luz,
capacidade de superar os entraves, para colaborar positivamente
na construção do Reino. Esse Reino foi inaugurado por Jesus e
prometido à humanidade”.
“Salvem-se dessa gente corrompida”, gritou mais uma vez
Pedro. Em outras palavras, a pessoa que assumiu Jesus como o
Senhor de sua vida “deixe-se salvar” (por Deus, naturalmente)
dos esquemas dos “senhores” corrompidos pelo poder abusivo,
gerando opressão e morte (como fizeram com Jesus!); não se
conforme com tal sistema, pois esse não é o projeto de Deus;
crie uma sociedade nova aceitando Jesus como Senhor e Líder
maior; faça-o sem fugir deste mundo, sabendo que tem o Espírito
Santo como força e luz na ação.
Só Jesus é o Senhor! Por isso, sobretudo se o cristão passa
por sofrimentos e dificuldades sob o poder dos “senhores” injus-
tos e inescrupulosos, só a certeza de ter um Líder maior, que se
põe ao lado até na morte, dá paciência para suportar o sofrimento,
bem como coragem para desmascarar as falsas lideranças com
seus jogos de interesse e poder causadores de morte. A exemplo
do verdadeiro Pastor e Guia, o verdadeiro cristão terá força para
construir uma nova sociedade e discernimento para nunca agir
com as mesmas armas que os injustos e inescrupulosos usam (as
armas da mentira, da violência e da morte).
Jesus é o único líder que dá vida em plenitude. Lider que o
povo conhece, porque se põe ao lado deste povo, familiariza-se
com ele, entra pela porta, dá a vida por ele. As lideranças políticas
e religiosas do tempo de Jesus (e de outros tempos) tinham (e têm)
outra prática, a prática dos maus pastores: manipulam o povo,
explorando-o e fazendo-lhe violência, em vez de conduzi-lo à
vida em plenitude. Jesus não age assim. Ele respeita a identidade
2 Ibid.
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da pessoa, diferentemente do ladrão que pula o muro (invade o
recinto sagrado da pessoa) e faz violência.
Jesus é a única liderança verdadeira. Ele é a Porta, afirma
o Evangelho. O modelo de liderança: Bom Pastor. Isso significa,
na prática: “Não se tem acesso ao povo sem passar por Jesus e
sem estar em harmonia com o modo pelo qual ele exerce sua li-
derança sobre o povo: dando vida e liberdade. Quem não assume
esse princípio é explorador do povo. Em segundo lugar, a porta
se refere ao próprio povo. Ele não encontrará vida e liberdade,
não terá acesso a Deus, a não ser por meio de Jesus”.º
Que também em nossa Igreja e nas comunidades eclesiais,
nossas lideranças (papa, bispos, padres, religiosos e religiosas,
agentes de pastoral em geral, coordenadores[as] de grupos e
equipes, enfim todos[as|] que possuem responsabilidades e de-
têm alguma autoridade) tenhamos o jeito de Jesus de ser Pastor
e Guia, Senhor e Cristo (Lider). Como pedimos no início da
missa, “que o rebanho possa atingir, apesar de sua fraqueza, a
fortaleza do Pastor”.
3 Ibid,, p. 107.
63
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cumplicidade pacífica na construção de uma sociedade melhor,
mais justa e fraterna.
Que assim seja! Amém! Aleluia!
64
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* Na Oração Eucarística, cantar o prefácio, as aclamações, o
Santo e o Amém final. Para valorizar e solenizar o Amém
final da assembléia à Oração Eucarística (o Amém final é a
“assinatura” da assembléia a tudo o que foi proclamado na
Oração Eucarística), pede-se que a assembléia não reze junto
a doxologia final (“Por Cristo, com Cristo e em Cristo...”),
própria de quem preside.
* Quanto às músicas para a celebração, a Paulus tem publicado o
CD Liturgia XVI — Páscoa — Ano À, com os cantos do Hinário
Litúrgico da CNBB (2ºfascículo) referentes ao Tempo Pascal.
Gravado pelo coral Palestrina da Arquidiocese de Curitiba,
sob a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso, este CD é bem
indicado para as comunidades prepararem os cantos da cele-
bração.
* Há ótimas melodias para as partes fixas da liturgia, a serem
cantadas pela presidência e assembléia, que foram publicadas
pela Paulus no CD Cantar a Liturgia: presidência e assem-
bleéia. Produzido pela CNBB Regional Sul II, trata-se de numa
gravação do coral Palestrina da Arquidiocese de Curitiba, sob
a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso.
* Nas comunidades onde não for celebrada a Eucaristia, fazer
um momento de louvação após as preces, conforme sugere o
Hinário Litúrgico 2, da CNBB, p. 101, com a seguinte intro-
dução:
D: Irmãos e irmãs, demos graças ao Pai, por Jesus Cristo,
nosso Bom Pastor, que nos conhece e nos dá vida plena
pela sua ressurreição. (E canta:) E bom cantar um bendito,
um canto novo, um louvor!
T: É bom cantar um bendito / Um canto novo, um louvor!
Ão nosso Pai verdadeiro / Que o filho seu nos mandou.
Da morte é triunfante / Da vida Ele é Senhor. (bis)
Cordeiro sacrificado / Senhor da Paz, nosso irmão /
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Dos tristes, consolador / Dos pobres, libertação. (bis)
Pastor se faz das ovelhas / Por seu amor doação /
As mãos se dão céu e terra / E uma só louvação! (bis)
Santo, Santo, Santo...
* Nestas comunidades, onde for possível, partilhar o pão ou
outros alimentos, como lembrança do gesto de entrega da vida
feita por Jesus.
* Fazero abraço da paz como expressão de comunhão fraterna,
desejando a cada pessoa força e alegria para testemunhar o
amor, mesmo na perseguição e no sofrimento.
* Bênção final própria para o Tempo Pascal, conforme o Missal
Romano.
5º Domingo da Pascoa
(Domingo das muitas moradas)
20 de abril de 2008
Leituras: Atos 6,1-7; Salmo 32(33),1-2.4-5. 18-19;
1 Pedro 2,4-9; João 14,1-12
1. Situando-nos brevemente
2. Recordando a Palavra
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mais importante, deixaram, por escrito, nos Evangelhos. Uma
das falas de Jesus, que se deu durante a última ceia, foi essa que
ouvimos no Evangelho de hoje. Em tom enigmático de despedida,
o Mestre diz aos apóstolos: “Não se perturbe o coração de vocês...
Tenham fé, acreditem no que estou dizendo. Na casa de meu Pai
há muitas moradas... Eu mesmo vou para lá preparar esse espaço
para vocês. Depois, quando eu voltar, os levarei comigo, a fim de
participarem desse espaço. Quanto ao caminho para onde vou,
vocês já o conhecem”.
Tomé, então, interveio: “Senhor, nós não sabemos aonde
vais. Como podemos conhecer o caminho?”. Ao que Jesus res-
pondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Para chegar ao
Pai, só por mim”. Também Filipe entra na conversa: “Senhor,
mostra-nos o Pai, isso nos basta!”. E Jesus: “Filipe! Há tanto
tempo que estou com vocês, e você ainda me vem com esta
pergunta! É muito simples: quem me viu, viu o Pai... Pois eu
estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditem! Quem acreditar
val fazer o que eu faço, e até coisas maiores. Quanto a mim, eu
vou para o Pai”.
Todos os que passaram a acreditar em Jesus, depois que
ele morreu, ressuscitou e enviou o Espírito Santo, foram se or-
ganizando em comunidade para celebrar e viver o Caminho, a
Verdade e a Vida. Era muita gente se reunindo para viver o ideal
cristão de ter tudo em comum. Mas logo surgiu um problema: os
apóstolos não davam conta de tudo e, com isso, muitas senhoras
viúvas, de origem grega, passaram a não receber a atenção que
mereciam. Atentos ao Espírito, eles acolheram as queixas do povo
e resolveram partilhar as responsabilidades. Convocaram uma
assembléia e pediram para escolher “sete homens de boa fama,
repletos do Espírito de sabedoria”, a fim de se encarregarem
do serviço aos pobres. Assim os apóstolos poderiam se dedicar
“inteiramente à oração e ao serviço da Palavra”. Foram então
escolhidos sete homens. Os apóstolos “oraram e impuseram as
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mãos sobre eles” e os constituíram servidores (diáconos) da mesa
dos pobres. E o que ouvimos na primeira leitura.
A partir da Páscoa de Cristo e da experiência de vida cristã
em comunidade, foi se firmando também a consciência de sermos,
no Senhor, “pedras vivas formando um edifício espiritual, um
sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis
a Deus, por Jesus Cristo [...]: “Vocês são a raça escolhida, o
sacerdócio real, a nação santa, o povo que ele conquistou, para
proclamar as maravilhas daquele que os chamou das trevas para a
sua luz maravilhosa” (cf. IPd 2,4-9). E o que ouvimos do apóstolo
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é simplesmente Amor, como expressa o apóstolo João em uma
de suas cartas (cf. 1Jo 4,7-21).
Qual é o caminho que leva à vivência deste espaço? É o
próprio Jesus que passa pela morte e ressurreição, expressão
máxima de toda uma vida entregue ao serviço dos pobres. Por
meio da morte-ressurreição, ele chega ao Pai e, através dele,
o Pai mora na comunidade. Jesus é o Caminho. Quer dizer: é
seguindo este Jesus que a comunidade vive e saboreia o projeto
do Pai. “No tempo de Jesus as lideranças religiosas afirmavam,
baseadas no Antigo Testamento, que o caminho de acesso a Deus
era o cumprimento da Lei. A Lei era o Caminho. Jesus afirma o
contrário: ele, o Humano, é o Caminho para chegarmos a Deus.
E todo aquele que se torna humano pode ter certeza de estar no
Caminho que é Jesus.”! Você quer saber qual a aparência de
Deus? É simples: olhe para o meu rosto, diz Jesus!
Jesus apresenta-se também como a Verdade, a saber: “a
revelação autêntica do projeto de Deus, a manifestação visível e
encarnada do amor do Pai. Viver Jesus-Verdade é estar em sin-
tonia profunda com os anseios divinos. E fazer a Verdade, isto
é, dar segiiência à fidelidade que Jesus manifestou em relação
ao projeto de Deus, ao Reino de Deus [...]. Para as lideranças
religiosas do tempo, a Verdade estava na Lei e no seu cumpri-
mento. Jesus garante que a Verdade-fidelidade é ele próprio, pois
ser fiel a Deus é a mesma coisa que ser fiel à liberdade e à vida
dos que são oprimidos”.
Jesus é a Vida. A função da comunidade é apontar para a
vida em plenitude que está em Jesus. Mas não só isso. Também
vivê-la profundamente mediante o mandamento do amor, sintese
do projeto de Deus. “As lideranças religiosas do tempo de Jesus
afirmavam que a Lei era a Vida. Bastava cumprir a Lei para pos-
4 Ibid, p. IL.
s Ibid.
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suir a Vida, Jesus garante que ele próprio é a Vida em plenitude
para todos. E os que se engajam para que a vida chegue a todos
podem ter certeza de que estão no caminho da Vida.”!
Eis o rosto do Pai que aparece no rosto de Jesus: profun-
damente humano, solidário com os oprimidos e pisados pelos
“senhores” comandantes dos sistemas de exploração do sangue
dos pobres. Tão humano que garantiu uma honraria para os que
apostam no projeto de nova sociedade vivido e ensinado por Je-
sus: “Vocês são a raça escolhida, o sacerdócio real, a nação santa,
o povo que ele conquistou, para proclamar as maravilhas daquele
que os chamou das trevas para a sua luz maravilhosa” (1Pd 2,9).
Tão humano que os seguidores de Jesus, Caminho, Verdade e
Vida, ao formar comunidades, assumiram como programa de vida
estar unidos a Jesus na construção da nova humanidade, nascida
de sua morte e ressurreição. E disso que Deus gosta! Tão humano
que, na força do Espírito, souberam partilhar as responsabilidades
nos serviços comunitários.
No mundo complexo em que vivemos, nosso coração não
deve se perturbar diante das dificuldades e tensões. Sabemos qual
é o Caminho, onde está a Verdade e onde se situa a Vida, e não
podemos nos deixar engolir pelo desânimo. Jesus garantiu um
espaço para quem aposta nele e realiza as obras que ele fez.
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Sangue. “Comam, bebam! Isto é o meu corpo entregue, o meu
sangue derramado. Façam isso em minha memória.” Comendo
e bebendo desta ceia pascal, experimentamos que, no Espírito,
somos um só corpo bem unido, dando continuidade à missão de
Jesus na construção de uma sociedade do jeito que Deus quer,
de justiça, paz e vida para todos. Que esta Eucaristia nos anime
e nos ajude a ser comunidade unida, com Jesus, Caminho, Ver-
dade e Vida.
Que assim seja! Amém! Aleluia!
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Eucarística para as Diversas Circunstâncias III, que tem como
tema “Jesus, caminho para o Pai”, sem dúvida é a oração
mais adequada para este domingo. Não se trata de explicar
a Oração Eucarística durante a celebração, mas permitir que
toda a assembléia a realize como ação ritual com o corpo, a
mente e o coração. Como se trata de uma oração proclamada
por quem preside, é importante que seu tom de voz, os gestos
corporais e a atitude Interior expressem o sentido de ação de
graças e oferenda dirigidas ao Pai, que permeia toda a Oração
Eucarística. Cantar o prefácio, o “Santo”, as aclamações e o
Amém final.
Para valorizar e solenizar o Amém final da assembléia à Ora-
ção Eucarística (o Amém final é a “assinatura” da assembléia
a tudo o que foi proclamado na oração), a Igreja pede (por
amor à beleza da Liturgia!) que a assembléia não reze junto
a doxologia final (“Por Cristo, com Cristo e em Cristo...”),
própria de quem preside.
Quanto às músicas para a celebração, a Paulus tem publicado o
CD Liturgia XVI — Páscoa — Ano Á, com os cantos do Hinário
Litúrgico da CNBB (2ºfascículo) referentes ao Tempo Pascal.
Gravado pelo coral Palestrina da Arquidiocese de Curitiba,
sob a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso, este CD é bem
indicado para as comunidades prepararem os cantos da cele-
bração.
Há ótimas melodias para as partes fixas da liturgia, a serem
cantadas pela presidência e assembléia, que foram publicadas
pela Paulus no CD Cantar a liturgia: presidência e assem-
bléia. Produzido pela CNBB Regional Sul II, trata-se de numa
gravação do coral Palestrina da Arquidiocese de Curitiba, sob
a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso.
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6º Domingo da Pascoa
(Domingo da promessa do Espirito)
27 de abril de 2008
Leituras: Átos 8,5-8.14-17; Salmo 65(66),1-34.4-5.6-7a.16.20;
1 Pedro 3,15-18; João 14,15-21
1. Situando-nos brevemente
2. Recordando a Palavra
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vocês sejam difamados por isso, não desistam, sabendo que o
próprio Cristo sofreu a morte, mas recebeu nova vida pelo Es-
pírito.”
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transformando-se numa espécie de espelho da dimensão divina
do amor.
Seguir Jesus significa muitas vezes sofrer as consequências
que ele sofreu: perseguição, desprezo, escárnio, ódio, injustiça,
violência, cruz e morte. Foi o que sofreram as comunidades
cristãs primitivas. E o que sofrem as comunidades de hoje, re-
sultando nelas a tentação do desânimo e, pior ainda, a tentação
de abandonar o espírito do verdadeiro Senhor para entrar no jogo
aparentemente “mais lucrativo” dos “senhores” que oprimem e
matam.
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lo até a morte, só porque anunciava Jesus (agora ressuscitado)
como o verdadeiro Senhor.
É este mesmo Espírito que conduz o diácono Filipe, que,
escapando desta fúria, vai para a Samaria anunciar que Jesus
está vivo e é a vida de todos. É este mesmo Espírito que, pela
oração e imposição das mãos dos apóstolos, toma conta do povo
que adere ao anúncio de Filipe, tornando-os outros missionários
da Vida.
E este mesmo Espírito que leva Pedro a animar as comu-
nidades sofredoras da Ásia Menor: “Desfrutem Jesus Cristo no
coração de vocês como o verdadeiro Senhor e, então, vão mostrar
por sua conduta quem tem a melhor parte: não são os “senhores”
que exploram e oprimem o povo, mas o povo que vive o amor
e a Justiça a partir do Espírito do Senhor Jesus Cristo e de seu
santo modo de operar”.
E este mesmo Espírito que hoje continua orientando as
comunidades para a vivência do amor e da justiça, suscitando
inúmeros serviços comunitários e, por elas, também denun-
ciando, profeticamente, como inimiga do Senhor — e, portanto,
já derrotada — a sociedade injusta que crucifica e mata o povo,
sobretudo o povo pobre.
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fazer do pão e do vinho o Corpo entregue e o Sangue derramado
do Senhor Jesus por nós. Neste clima, o próprio Espírito vai fazer
de nós (que vamos comungar desta Ceia pascal) o Corpo de Cristo
bem unido que sai em missão de Vida para todos.
Por isso, após a comunhão, o sacerdote pede que, renovados
para a vida eterna pela ressurreição de Cristo, este sacramento
pascal nos ajude a dar muitos frutos e este “alimento salutar”
infunda em nosso coração sua força. De fato, precisamos da
força do Espírito libertador contido neste alimento para levarmos
adiante a missão de Jesus. E o que pedimos desde já, por Cristo
nosso Senhor,
Assim seja! Amém! Aleluia!
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gesto, de maneira que a assembléia possa participar, apresen-
tando seus pedidos. A resposta às preces pode ser cantada.
Valorizar o abraço da paz como expressão de comunhão e
amor fraterno entre as pessoas presentes.
Como na próxima quinta-feira, dia 19 de março, é o dia de
são José Operário e, por isso, também o Dia do Trabalhador,
no final da missa invocar uma bênção especial para os desem-
pregados presentes.
Quanto às músicas para a celebração, a Paulus tem publicado o
CD Liturgia XVI — Páscoa — Ano À, com os cantos do Hinário
Litúrgico da CNBB (2ºfascículo) referentes ao Tempo Pascal.
Gravado pelo coral Palestrina da Arquidiocese de Curitiba,
sob a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso, este CD é bem
indicado para as comunidades prepararem os cantos da cele-
bração.
Há ótimas melodias para as partes fixas da liturgia, a serem
cantadas pela presidência e assembléia, que foram publicadas
pela Paulus no CD Cantar a liturgia: presidência e assem-
bléia. Produzido pela CNBB Regional Sul II, trata-se de numa
gravação do coral Palestrina da Arquidiocese de Curitiba, sob
a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso.
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42º Dia Mundial das Comunicações Sociais
4 de maio de 2008
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Ao lermos estes artigos, não resta dúvida da finalidade e
do compromisso que todos os meios de comunicação têm como
finalidade social, educativa e de serviço à comunidade.
A mensagem do Dia Mundial das Comunicações traz o
sentido de protagonismo atribuído aos meios de comunicação
e sua missão. A mudança tecnológica, econômica, cultural por
que passam os meios de comunicação mostra que esta é uma
característica da sociedade pós-moderna, quando a tecnologia e
o mercado estão no centro, e não mais Deus nem e os ideais da
sociedade moderna, conforme estudo de diferentes autores.
A provocação do Dia Mundial das Comunicações é atua-
líssima e faz retomar todo o magistério da Igreja em sua história
comunicacional. É pertinente a preocupação da Igreja, como ins-
tituição religiosa de referência e parte da sociedade civil. Ela vê
os meios de comunicação como dons de Deus e continuidade da
obra da Criação; portanto, dons concedidos ao ser humano como
sinais do progresso para neles trabalhar de forma construtiva, em
colaboração, a serviço da busca da verdade.
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Domingo da Ascensão do Senhor
(Domingo da subida do Senhor aos céus)
4 de maio de 2008
Leituras: Átos 1,1-11; Salmo 46(47),2-3.6-7.8-9;
Efésios 1,17-23; Mateus 28,16-20
1. Situando-nos brevemente
2. Recordando a Palavra
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aconteceu com ele, a começar por sua paixão, morte e ressurrei-
ção. Inclusive registraram por escrito, cada um a seu modo, as
coisas que julgaram mais importantes para nossa fé. Registraram
as experiências de fé no Ressuscitado, vividas pelas primeiras
comunidades e seus principais protagonistas. Daí surgiram os
quatro Evangelhos, os Atos dos Apóstolos e os demais escritos
do Novo Testamento.
Hoje, por exemplo, através do Evangelho de Mateus,
vemos Jesus ressuscitado aparecendo aos discípulos sobre uma
montanha, na Galiléia. Quando viram o Mestre, prostraram-se
diante dele. Mesmo assim, alguns ainda duvidavam, observa o
evangelista. Jesus então se aproximou e falou: “Foi-me dada
toda a autoridade no céu e sobre a terra. Portanto, vão e façam
discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai
e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o
que eu lhes ordenei! E mais: eu estarei com vocês todos os dias,
até o fim do mundo”.
Lucas inicia o livro dos Atos dos Apóstolos dizendo que,
“depois da sua paixão”, Jesus “se mostrou vivo” aos apóstolos
“com diversas provas”. E que, “durante quarenta dias, apareceu-
lhes falando do Reino de Deus”. Escreve que, “durante uma
refeição”, Jesus ordenou que não se afastassem de Jerusalém,
enquanto não fosse cumprido o que o Pai prometera, isto é, que
seriam “batizados com o Espírito Santo, dentro de poucos dias”.
Curiosa foi uma pergunta que eles dirigiram a Jesus. Ainda ima-
ginando o tal Reino de Deus em esquemas meramente políticos,
indagaram: “Senhor, é agora que vais restaurar o Reino de Isra-
el?”. E Jesus disse: “Calma! Deus vai dar um jeito. O poder do
Espírito Santo, que vai descer sobre vocês, mostrará direitinho
como vão ser as coisas daqui para a frente... E vocês vão sair daqui
pelo mundo afora, “até os confins da terra”, testemunhando a meu
respeito”. Diz a Palavra que, em seguida, “Jesus foi levado ao
céu, à vista deles. Uma nuvem o encobriu... E os apóstolos con-
84
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tinuavam olhando para o céu”. Aí, de repente, apareceram duas
pessoas vestidas de branco, que lhes disseram: “Por que estão aí
parados, olhando para o céu”? Esse Jesus que foi levado para o
céu virá do mesmo modo que vocês viram partir para o céu”.
Paulo, escrevendo aos cristãos da comunidade de Éfeso, ao
pedir a Deus que nos faça entender em profundidade a “herança”
que nos está reservada, afirma: “Ele [Deus] manifestou sua força
em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à
sua direita nos céus, bem acima de toda a autoridade, poder, po-
tência, soberania ou qualquer título que se possa mencionar não
somente neste mundo, mas amda no mundo futuro. Sim, ele pôs
tudo sob os seus pés e fez dele, que está acima de tudo, a Cabeça
da Igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que possui da
plenitude universal”. E o que ouvimos na segunda leitura. Como
diz a Carta aos Hebreus: Cristo, entrando no céu, tornou-se o
verdadeiro Sumo Sacerdote no novo Santuário.
85
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das demais. Agora para ele, todas estas limitações relacionadas
com a vida deste mundo cessaram; ele está na glória do Pai, por
isso está perto de cada um de nós, sempre, em qualquer lugar, em
qualquer situação.”! A dimensão de sua glória agora é tão ampla
e profunda que, ao mesmo tempo, vitorioso e glorioso junto do
Pai, ele constitui-se também em “membro” vivo (o mais próximo,
o mais íntimo e indispensável) da comunidade cristã. Como diz
a Palavra que ouvimos hoje, Deus “fez dele, que está acima de
tudo, a Cabeça da Igreja”.
Nós, “membros” desta Igreja, cuja Cabeça é Cristo, re-
cebemos deste Cristo glorioso uma missão. E qual é a missão?
Vejam: o Evangelho de Mateus diz que foi num monte, na Gali-
léia, que Jesus manifestou-se aos discípulos. Monte representa
o programa libertador de Jesus e de sua comunidade. Galiléia
também tem um sentido: é o lugar onde Jesus iniciou sua missão
no meio de um povo pisado e marginalizado, para o qual levou
a Boa-Nova da libertação e da vinda do Reino de justiça e de
paz. Agora é para lá que os discípulos se dirigem. A partir daí,
no meio do povo explorado e sofrido, a comunidade terá que
lutar para fazer acontecer a justiça do Reino. Essa é a missão
de Cristo hoje, através de seus membros que somos nós, co-
munidade cristã. Não podemos ficar parados, só “olhando para
o céu” (cf. At 1,11). Acreditando que o Senhor está conosco
“todos os dias, até o fim do mundo”, a missão da comunidade é
lançar-se ao testemunho, trabalhando para que todos se tornem
discípulos do Mestre da justiça, mergulhando fundo (eis o sen-
tido do batismo!) no projeto libertador da Santíssima Trindade
(Pai e Filho e Espírito Santo) e se comprometendo com tudo o
que Jesus mandou fazer, para que a justiça do Reino realmente
alcance a todos.
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4. Ligando a Palavra com a ação eucarística
Assumir esta missão não é fácil, pois nossas limitações es-
tão aí. “Ainda assim alguns duvidaram”, diz o Evangelho. Somos
eventualmente assaltados pelo medo do risco e do compromisso
com a prática da justiça. Daí a necessidade de permanente con-
versão ao projeto de Deus.
Por isso estamos aqui hoje para reafirmar mais uma vez
nossa fé batismal no mistério profundo, animador e empenhado
da Ascensão do Senhor Jesus. Ao recitarmos o “Creio”, firma-
mos nossa convicção de que a glorificação do Senhor é e será
também nossa glória.
Ao mesmo tempo, hoje e durante toda esta semana, que é a
semana de oração pela unidade dos cristãos, suplicamos ao Deus
de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória,
que nos dê um espírito de sabedoria e de luz, para percebermos
e vivermos, de fato, toda a riqueza da presença viva do Cristo
glorioso em nossa história.
Não podemos deixar de também aplaudir a Deus, louvá-lo e
agradecê-lo pelas maravilhas que operou em nosso favor, através
do Cristo glorioso e do Espírito que vive em nós. Como reza o
salmista, no salmo 46(47): “Povos todos do universo, batei palpas,
gritai a Deus aclamações de alegria! Porque sublime é o Senhor,
o Deus Altíssimo, o soberano que domina toda a terra”.
Hoje, mais uma vez, celebrando a Eucaristia ao redor da
mesa, também testemunhamos e proclamamos a vitória da Páscoa
do Senhor e nossa Páscoa. Por isso cantamos: “Anunciamos,
Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição! Vinde,
Senhor Jesus!”.
Na hora da comunhão, estaremos mais uma vez comun-
gando com o Cristo que, sentado à direita do Pai, é também a
Cabeça viva da Igreja. Que esta Eucaristia nos faça sentir que, ao
87
PNE - QV) - CVV nº 44
comungar com a Cabeça viva da Igreja, estamos também comun-
gando com todos os membros desta Igreja. Que esta Eucaristia,
renovando nossa comunhão em Cristo, fortaleça a nossa união e
nos dê coragem para a missão.
Assim seja! Amém! Aleluia!
88
PNE - QV) - CVV nº 44
T: Eu vou cantar um bendito!/ Um canto novo, um louvor!
Ão Deus Pai, que nesta hora / Às chaves da glória ao Filho
entregou.
Jesus subiu para o Céu, / Ao lado de Deus, na glória
sentou.
Os anjos se admirando / Aplaudem, exclamando: “O
Homem chegou!”
Mostrando ao Pai suas chagas: / O preço da graça por
nós pagou.
E os céus se juntam com a gente /E o povo contente canta
com amor!
Santo, Santo, Santo...
O pai-nosso é a oração de todos os cristãos. Rezá-la ou can-
tá-la, de mãos dadas, em comunhão com todas as Igrejas
cristãs.
Incentivar as comunidades a fazer a Semana de Oração pela
Unidade dos Cristãos. É importante estender nosso horizonte
ecumênico, fazendo comunhão também com outras religiões
e com todo o universo que clama pela paz mundial. Já existe,
em algumas comunidades, a prática de orar em comunhão
com uma religião cada dia da novena.
Muitas comunidades celebram a festa de Pentecostes, come-
cando com uma bonita vigília, que retoma a vigília da Páscoa
e dá a Pentecostes a densidade e a plenitude da festa pascal.
Mais adiante, neste livrinho, sugerimos um roteiro de cele-
bração para a Vigília de Pentecostes, conforme apresenta o
ODC, p. 588.
Dar destaque especial ao envio em missão, no final, com a
bênção solene, conforme o Missal Romano.
Quanto às músicas para a celebração, a Paulus tem publicado o
CD Liturgia XVI — Páscoa — Ano A, com os cantos do Hinário
Litúrgico da CNBB (2ºfascículo) referentes ao Tempo Pascal.
Gravado pelo coral Palestrina da Arquidiocese de Curitiba,
89
PNE - QV] - CVV nº 44
sob a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso, este CD é bem
indicado para as comunidades prepararem os cantos da cele-
bração.
Há ótimas melodias para as partes fixas da liturgia, a serem
cantadas pela presidência e assembléia, que foram publicadas
pela Paulus no CD Cantar a liturgia: presidência e assem-
bleéia. Produzido pela CNBB Regional Sul II, trata-se de numa
gravação do coral Palestrina da Arquidiocese de Curitiba, sob
a regência da Ir. Custódia Maria Cardoso.
Domingo de Pentecostes
|. Na vigília
(Dia da espera pela renovação de toda a terra)
IO de maio de 2008
Leituras: Gênesis 11,1-9 (ou: Exodo 19,3-84.16-20b;
ou: Ezequiel 37,1-14; ou: Joel 3,1-5);
Salmo 103(104),1-29.24.35€0.27-28.29bc-30;
Romanos 8,22-27; João 7,37-39
1. Situando-nos brevemente
91
PNE - QV) - CVV nº 44
comentavam sobre tudo o que tinham visto e ouvido a respeito
de Jesus naqueles recentes cinquenta dias. De repente, veio a
espetacular “explosão do Espírito Santo” e eles começaram a
anunciar a Salvação de Jesus Cristo para todos os povos, línguas
e nações... e todos entendiam perfeitamente o que diziam.
Esse dia passou a ser para eles, como também para nós
cristãos, um dia especial de festa. Estamos na sua Vigília. Neste
clima de Vigília, o Deus vivo nos fala, quando são feitas as leitu-
ras. Vamos primeiro lembrar o que o Senhor nos diz, para então
mergulharmos no sentido do mistério que estamos celebrando.
2. Recordando a Palavra
92
PNE - QV) - CVV nº 44
ção plena, certa e definitiva da vitória do Senhor ressuscitado na
Jerusalém celeste.
A partir do dom do Espírito na Páscoa, “descoberto” pelos
discípulos cinquenta dias depois (na festa judaica de Pentecos-
tes), os cristãos perceberam que ele veio reparar a confusão das
línguas gerada pela construção da Babel (cf. Gn 11,1-9). Em
outras palavras, ele veio restabelecer a unidade na diversidade
de povos e nações.
A partir do dom do Espírito na Páscoa, “descoberto” pelos
discípulos cinquenta dias depois (na festa judaica da promulgação
da lei mosaica, da “Constituição” ou “Carta Magna” do povo
judaico [cf. Ex 19,3-8a.16-20b]), teve início a promulgação da
Salvação de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, ao mundo inteiro.
Nesse dia, começou a ser constituído o novo povo de Deus. Não
só Israel, mas todos os povos passaram a ser alcançados, cada
um em sua própria língua. Nasceu a Igreja. Todos, na força do
Espírito, puderam, daí em diante, se tornar membros do único
corpo de Cristo.
A partir do dom do Espírito na Páscoa, “descoberto” pelos
discípulos cinquenta dias depois (na festa judaica de Pentecostes),
os cristãos passaram a ver nos milhares de ossos ressequidos
voltando à vida, contemplados pelo profeta Ezequiel, a figura da
renovação operada pelo Espírito na Páscoa de Jesus e na nossa
Páscoa (cf. Ez 37,1-14). Estávamos mortos e voltamos à vida.
A partir do dom do Espírito na Páscoa, “descoberto” pelos
discípulos cinquenta dias depois (na festa judaica de Pentecostes),
os cristãos compreenderam o que o Senhor havia expressamente
prometido pelo profeta Joel: “Derramarei o meu espírito sobre
todo ser humano [...] também sobre meus servos e servas, naque-
les dias, derramarei o meu espírito [...]. Então, todo aquele que
invocar o nome do Senhor será salvo [...] haverá salvação [...]
entre os sobreviventes que o Senhor chamar” (cf. J1 3,1-5).
93
PNE - QV] - CVV nº 44
3. Refletindo sobre a Palavra e atualizando-a
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4. Ligando a Palavra com a ação eucarística
Revivendo hoje esta presença amorosa do Espírito con-
solador derramado em nós na Páscoa de Jesus, resta-nos agora
firmar nossa fé no testemunho entusiasmado dos apóstolos. Ao
recitarmos o “Creio”, fortalecemos e aprofundamos nossa fé em
toda a obra de Jesus.
Ao mesmo tempo, renovamos o pedido que fazemos ao
recitar o salmo 103(104): “Envia o vosso Espírito, Senhor, e da
terra toda a face renovar”. O Espírito já foi derramado sobre nós.
O que pedimos é a graça de termos, dentro de nós, a disposição e
a abertura para deixar o Espírito realmente “explodir”, com seus
dons, em nós, em nossas comunidades, para o bem da humanidade
e de toda a criação.
Ao mesmo tempo, a Deus agradecemos e louvamos, a
Deus dirigimos nossa ação de graças, por ter-se manifestado tão
misericordioso para conosco, a ponto de fazer de nós, por seu
Espírito, sua morada.
E pelo Espírito que entramos em profunda comunhão com
Deus, com nossos irmãos e com toda a criação, na Eucaristia
que celebramos em memória da Páscoa de Jesus e de nossa
Páscoa. Experimentamos esta comunhão ao participarmos, na
santa missa, em torno da mesa sagrada, da verdadeira Ceia
pascal.
Que a comunhão na Eucaristia nos ajude a viver sempre
inflamados por aquele Espírito que foi derramado sobre os
apóstolos e, assim, possamos sair daqui renovados para a mis-
são cristã de ajudar a construir uma sociedade em que reinem a
reconciliação e a paz.
Que assim seja! Amém! Aleluia!
95
PNE - QV) - CVV nº 44
5. Indicações de um roteiro para a celebração
O Missal Romano, além da Missa da Vigília, apresenta, em
seu Apêndice, uma alternativa de “Missa na Vigília de Pen-
tecostes” com indicação das leituras a serem proclamadas.
Oferecemos a seguir outra sugestão de um roteiro para a ce-
lebração:
1º Momento
1. Chegada
— À Vigília da Páscoa, ligada historicamente à iniciação
cristã, tem por natureza uma dimensão de intimidade.
Começa fora e conduz para dentro do templo. A Vigília
de Pentecostes, relacionada ao nascimento da Igreja e
à sua missão, faz o movimento inverso, de dentro para
fora. É convite aos que testemunharam a ressurreição
para que saiam e dêem testemunho desta vida que vence
a morte. A fim de expressar esse sentido, a celebração
pode começar dentro da igreja ou salão e terminar ao
ar livre.
— Enquanto as pessoas vão chegando, o grupo de cantores
e cantoras entoa músicas de chegada, por exemplo, “Ele
vem chegando...” (ODC, p. 443).
— O Círio aceso pode marcar o início da celebração,
acompanhado de um refrão meditativo, invocando o
Espírito: “Vem, a nós santo Espirito!”.
2. Abertura
— Entra a bandeira do Divino: uma porta-bandeira, com
veste adequada, percorre o meio da Igreja, passando
pelo altar e depois pela assembléia, dando às pessoas a
possibilidade de beijar a bandeira.
— Cantos: de folia do Divino, ou a bandeira do Divino,
ou “Deus chama a gente para um momento novo...”, ou
Abertura do ODC, p. 588.
96
PNE - QV) - CVV nº 44
3. Acolhida e recordação da vida
— Por ser o dia em que celebramos o nascimento da
Igreja e sua vocação à unidade, é importante dedicar
um momento para acolher as pessoas da comunidade
e os visitantes, apresentar alguém que esteja vindo
pela primeira vez, lembrar os ausentes.
— Como recordação da vida, a comunidade pode lem-
brar o sentido da festa e os fatos que são sinais de
um novo Pentecostes acontecendo hoje, ou mesmo
situações que são sinais contrários ao Espírito de
Jesus.
4. Hino: “A nós desceil... 29
ou “Nós estamos aqui
reunidos...”.
5. Oração
Ó Deus, ternura de paz e Mãe do universo, nós vos
bendizemos pela alegria deste Tempo Pascal. Neste dia
em que Jesus ressuscitado nos dá o Espírito de amor;
recebei o louvor que sobe a vós, de todas as nações na
diversidade de suas línguas e expressões. Por Cristo,
nosso Senhor. Amém.
2º Momento
6. Salmo 67(68)
“Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8,31).
Celebrando a manifestação do Senhor, nas lutas das anti-
gas tribos de Israel e nas procissões ao templo, adoremos
a ele, presente e atuante em nossa caminhada, e peçamos
que realize no meio de nós um novo Pentecostes.
Refrão: “O Espírito do Senhor, / O universo todo encheu, /
Tudo abarca em seu saber. / Tudo enlaça em seu amor:
Aleluia!” (8 vezes). (Estrofes do salmo 68/67], parte
A, ODC, p. 85. Ão final do salmo, repetir um verso ou
uma palavra que tenha calado mais fundo.)
Oração sálmica: “Ó Deus, garantia de nossas vitórias,
bendito sejais porque sempre caminhais à frente de vos-
97
PNE - QV) - CVV nº 44
so povo e porque sois o Deus de nossa libertação. Fazei
que vivam em paz todas as pessoas que vos procuram
e gozem da consolação de vosso Espírito todos os que
lutam e sofrem. Por Cristo, nosso Senhor. Amém”.
7. Leitura do livro do Éxodo 19,3-8a.16-20b
8. Salmo responsorial 18(19)
Agradeçamos ao Senhor que nos revelou seus manda-
mentos e preceitos, especialmente na pessoa de Jesus,
Caminho, Verdade e Vida!
Refrão: “4 Palavra de Deus é a verdade, sua lei é
liberdade!” (estrofe do salmo 19[18], parte B, ODC,
p. 36.)
9. Leitura do livro do profeta Ezequiel 37,1-14
10. Salmo responsorial 103(104)
Como uma meditação sobre a história da criação,
cantemos ao Criador este hino de louvor e peçamos
força para restabelecer no mundo a justiça e a ordem
do universo.
Refrão: “Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da
terra!” (estrofe do salmo 104[103], ODC, p. 137.)
11. Leitura da Carta aos Romanos 8,22-27
12. Sequência de Pentecostes
(A assembleia acende a sua vela no Círio pascal, en-
quanto canta a Segiiência. Mantém-se a vela acesa
durante a proclamação do Evangelho.)
Refrão: “A nós descei, divina luz! (bis) / Em nossas
almas acendei / O amor, o amor de Jesus!” (bis). (Es-
trofes do ODC., p. 345.)
13. Evangelho de Jesus Cristo segundo João 7,37-39
14. Bênção da água
D: Ó Deus, bendito sejais, pela água que recorda
para nós o mistério de todos os êxodos de
ontem e de hoje. Pelo batismo nos fizestes
mergulhar nas águas do vosso amor, e assim
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PNE - QV) - CVV nº 44
passamos da morte para a vida, da tristeza para
a alegria, da escravidão para a liberdade. Pelo
sinal desta água, derramai sobre nós o vosso
Espírito Santo, para sermos fiéis ao mistério
da reconciliação a nós confiado, em nome de
Jesus, nosso Senhor.
T: Amém.
15. Compromisso com a unidade.
D: Vocês crêem em Deus, Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, adorado com nomes diferentes
pelos diversos povos e religiões?
Cremos.
Crêem em Jesus Cristo nosso Salvador, que
assumiu nossa condição humana, tornando-se
irmão e companheiro de todas as raças e cultu-
ras? Ele que morreu para reunir todos os filhos
e filhas de Deus, dispersos pelo mundo, ele que
ressuscitou € vive conosco?
Cremos.
Créem no Espirito Santo, Mãe de ternura, sopro
de Vida, Energia de Unidade e Paz, presente e
atuante em todo o universo?
Cremos.
Crêem na fraternidade universal de todos os se-
res vivos e na comunhão com todos os que, pela
força de seu batismo e pelo impulso do Espírito
Santo, anunciam e vivem em fraternidade?
Cremos.
Confiados na graça de Deus, vocês prometem,
pessoal e comunitariamente, acolher todas as
pessoas como irmãs e irmãos e fazer de nossa
comunidade um espaço de comunhão e um
sinal da unidade que Deus quer para a humani-
dade?
99
PNE - QV) - CVV nº 44
T: Prometemos.
D: Vocês se comprometem a orar permanentemente
pela unidade dos cristãos e pelo diálogo e co-
munhão entre todas as religiões e culturas, em
vista da construção da paz na terra e da defesa
de toda a criação?
T: Prometemos.
D: Vocês se comprometem a jamais favorecer a
divisão dos cristãos e atuar contra quaisquer
formas de exclusão no mundo e nas Igrejas?
T: Prometemos.
D: Vocês prometem trabalhar pela unidade no
serviço da justiça, no campo e na cidade, na
solidariedade a todas as pessoas desempregadas,
oprimidas e excluídas deste mundo?
T: Prometemos.
D: Deus, fonte de amor, confirme em nós o que ele
mesmo inspirou e nos dê a graça de realizar este
compromisso em nome de Jesus Cristo, nosso
Senhor.
T: Amém.
(Neste momento, a assembleia é aspergida com a água
que foi abençoada. O gesto é acompanhado de um canto
apropriado. Exemplo: “Eu vi, eu vi, vi foi água a ma-
nar... ”.)
3º Momento
16. Procissão
(A assembléia sai em procissão, com suas velas acesas,
para local onde foi preparada uma fogueira, cantan-
do de novo a Segiiência e outros hinos de Pentecostes.
Chegando ao local, alguém acende a fogueira com o
fogo do Círio, dizendo: “A luz de Cristo ressuscitado
resplandeça no meio de nossas Igrejas, para que seja-
mos sinal de unidade e de paz ”.)
100
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17. Bênção do fogo
D: Bendito sejais, Senhor, pelo fogo. Com seu calor ele
aquece nossa vida e com sua luz alegra nossa noite.
Este fogo é o sinal do Espirito Santo, que vosso
Filho ressuscitado nos dá. Que ele ilumine nossos
caminhos e coloque em nós o vigor da sua força,
agora e sempre.
T: Amém.
18. Louvor do universo
(Com o fogo da fogueira, sejam acesas quatro tochas
na direção dos quatro pontos cardeais. Duas pessoas,
retomando a bandeira do Divino e percorrendo o circulo
ao redor da fogueira, entoam o Bendito, seguindo a di-
reção das tochas. Cada estrofe será cantada na direção
de uma tocha diferente a cada ponto cardeal: “É bom
cantar um bendito, /um canto novo, um louvor, /e bom
cantar um louvor!)
T: E bom cantar um bendito, / um canto novo, um lou-
vor; / é bom cantar um louvor!
Ao Pai que hoje por sobre seus filhos / O Espirito
seu derramou!
Uma esperança começa / De seu Filho cumpriu-se a
promessa!
Pois o Espírito Santo, o Divino / À Igreja primeira
animou!
Mudando o medo em forte paixão / Com a força da
sua unção.
Pois o Espírito, povos diversos / numa única fé con-
gregou!
Da confissão que se deu em Babel / o inverso hoje
aconteceu!
Ao celebrar-se de gosto esta festa / Que o mundo
inteiro alegrou!
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E se juntam a terra e os céus / Canta e exulta o povo
de Deus!
Santo, Santo, Santo...
(Todos dançam ao redor da fogueira.)
4º Momento
19. Ação de graças sobre os alimentos
(Se houver Eucaristia, segue a Oração Eucarística em
uma mesa diante do fogo de Pentecostes. E interessante
que outros alimentos venham com o pão e o vinho, con-
forme o costume local — pipoca, milho verde, pinhão... —,
para serem repartidos no final. Se não houver Eucaris-
tia, esses alimentos podem ser abençoados e repartidos,
em um dgape fraterno.)
20. Oração final
D: Ô Deus, fizeste-nos experimentar, hoje, o calor de
vosso amor maternal, derramando sobre nós o vosso
Espírito Santo. Que na força deste amor caminhemos
na comunhão visível com todas as Igrejas cristãs,
assumindo a causa do diálogo e da comunhão entre
todas as religiões e culturas, a serviço da paz no
mundo e da preservação da terra. Por Cristo, nosso
Senhor.
T: Amém.
5º Momento
21. Bênção
D: O Deus que derramou em nossos corações o seu amor
nos encha de alegria e consolação.
T: Amém.
D: Que o seu Espírito nos dê força e perseverança no
serviço do Reino, agora e sempre.
T: Amém!
102
PNE - QV) - CVV nº 44
|. Domingo de Pentecostes
(Domingo do dom do Espirito)
| | de maio de 2008
Leituras: Atos 2,1-11; Salmo 103(104), lab. 24ac.29bc-30.31.34;
1 Corintios 12,3b-7.12-13; João 20,19-23
1. Situando-nos brevemente
2. Recordando a Palavra
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PNE - QV) - CVV nº 44
primeiro dia da semana, cedinho, três dias depois que Jesus
morreu, a sepultura dele fora encontrada vazia. Ele havia ressus-
citado. Nesse mesmo dia, à tarde, os discípulos de Jesus faziam
uma reunião, provavelmente para pensar juntos sobre tudo o
que tinha acontecido e estava acontecendo. Tratava-se de uma
reunião meio clandestina, a portas fechadas, pois sentiam medo
de ser presos também e de talvez passarem pelo “vexame” que
o Mestre havia passado.
De repente, quem eles viram?! Sem a porta se abrir, o
próprio Jesus apareceu ali no meio deles e saudou a todos, di-
zendo: “A paz esteja com vocês”. Então, provou ser ele mesmo
mostrando-lhes as mãos e o lado com as marcas das chagas. Os
discípulos ficaram cheios de alegria, pois viam o próprio Jesus,
que os saudou uma segunda vez: “A paz esteja com vocês”, e
ainda acrescentou: “Como o Pai me enviou, também eu envio
vocês”. Depois Jesus soprou sobre todos e falou: “Recebam o
Espírito Santo. A quem vocês perdoarem os pecados eles serão
perdoados; a quem os retiverem, ficarão retidos”.
No domingo passado, nós celebramos o mistério da As-
censão de Jesus aos céus. Depois de quarenta dias aparecendo,
conversando, comendo com os seus discípulos, de repente ele
desaparece. Desaparece de vez. Mas antes Jesus lhes pede para
não irem embora da cidade (Jerusalém), pois Deus tinha ainda
uma surpresa para eles: seriam “batizados com o Espírito Santo,
dentro de poucos dias”. Batizados com o Espírito Santo?
Dias depois, exatamente no dia da festa judaica de Pente-
costes, como vimos na primeira leitura, os discípulos estavam
reunidos numa sala. Podemos até imaginar do que tratavam nessa
reunião: além de celebrarem a festa, fazendo orações etc., com a
Bíblia na mão, refletiam, com certeza, sobre o que significavam
aquele sumiço de Jesus e o tal Espírito Santo que lhes fora pro-
metido e que eles aguardavam.
104
PNE - QV) - CVV nº 44
De repente, depois de muita oração, conversa e reflexão,
surpreendentemente, como costumamos dizer, “a ficha caiu”.
Suas mentes abriram-se, começaram a entender, finalmente,
com impressionante nitidez e profundidade, o que queria dizer a
morte e ressurreição de Jesus, bem como seu aparente sumiço e
o Espírito Santo prometido. Compreenderam que, na verdade, o
Senhor glorioso não se havia afastado nem se distanciado deles.
Muito pelo contrário. Jesus se fazia intensamente presente, porém
agora de outro jeito, de forma invisível, pelo seu Espírito. Viram
que a dimensão da glória de Jesus era tão ampla e profunda que,
ao mesmo tempo vitorioso e glorioso junto do Pai, ele constituía-
se também em membro vivo (o mais próximo, o mais íntimo e
indispensável) da própria comunidade cristã. Como afirma o
apóstolo Paulo: Deus “fez dele, que está acima de tudo, a Cabeça
da Igreja” (Ef 1,22).
Como vimos na primeira leitura, o autor dos Atos dos Após-
tolos, para descrever e realçar aquele momento de esplêndida
“iluminação” dos discípulos — verdadeira “explosão” do Espírito
Santo que, na verdade, já estava neles —, chega a usar uma lin-
guagem fantástica e impressionante. Fala de um barulho vindo
do céu, “como se fosse uma forte ventania”; de “línguas como
de fogo, que se repartiam e pousavam sobre cada um deles”. Diz
que começaram “a falar em outras línguas”. Refere-se ao povo
curioso e meio confuso, gente de todo tipo e lugar, que se juntava
para ver e ouvir aqueles homens embriagados de entusiasmo (cf.
At 2,15), anunciando de tal maneira “as maravilhas de Deus”,
que todo mundo os entendia na sua própria língua. Realmente, a
descoberta que fizeram foi estrondosa, fantástica, espetacular!
Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, menciona a Igreja
como corpo de Cristo animado pelo mesmo Espírito. Primeiro,
diz que “ninguém pode afirmar que Jesus é o Senhor, a não ser
no Espírito Santo”. Em seguida, assevera que, neste corpo, do
qual todos somos membros, e Cristo é a Cabeça, há diversidade
105
PNE - QV) - CVV nº 44
de dons, ministérios, atividades, mas “num mesmo Espírito”.
Por quê? Porque, de fato, todos “fomos batizados (mergulhados)
num único Espirito, para formarmos um único corpo, e todos nós
bebemos de um único Espírito”. É o que ouvimos na segunda
leitura.
106
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O Espírito do Senhor, exaltado no dia de hoje, “é o laço
do amor divino que nos une, que transforma o mundo em nova
criação, sem mancha nem pecado, na qual todos entendem a
voz de Deus. É essa a mensagem da Liturgia de hoje. O mundo
é renovado conforme a obra de Cristo, que nós, no seu Espírito,
levamos adiante. Nesse sentido, é a festa da Igreja que nasceu do
lado aberto do Salvador e manifestou sua missão no dia de Pen-
tecostes. A Igreja que nasce, não de organizações e instituições,
mas da força graciosa (“carisma”) que Deus infunde no coração e
nos lábios. A festa de hoje nos ajuda a entender o que é renovação
carismática: não uma avalanche de fenômenos estranhos, mas
o espírito do perdão e da unidade que ganha força decisiva na
Igreja. O Espírito Santo é a “alma” da Igreja, o calor de nossa fé
e de nossa comunhão eclesial [...]. A Igreja, por sua unidade no
Espírito, no vínculo da paz (Ef 4,3), torna-se sacramento (sinal
operante) do perdão, da unidade, da paz no mundo, na medida em
que ela o coloca em contato com o senhorio do Cristo pascal”,
na evangelização e na vivência do amor.
| Konings, Johan. Liturgia dominical, mistério de Cristo e formação dos fiéis (anos
A-B-C).2.ed. Petrópolis, Vozes, 2003. p. 122.
107
PNE - QV] - CVV nº 44
Deus fez tudo por nós, deu tudo por nós. Mais, impossível.
Assim é Deus! Uma Mãe: tão bom que ele é! Por isso, queremos
também louvá-lo e agradecê-lo por sua impressionante história de
amor por nós, como contemplamos em todo este Tempo Pascal.
Sim, a Deus seja o nosso louvor, a nossa ação de graças, a nossa
Eucaristia, neste dia do Senhor e dia das Mães.
Além de nos alimentar com sua Palavra, o Pai também
nos dá em alimento o seu próprio Filho na sagrada comunhão.
Comungando o Corpo do Senhor, comungamos nele, ao mesmo
tempo, todos os membros deste corpo, que se fez Igreja por obra
do Espírito Santo.
Deus fez tudo por nós, deu tudo por nós. Mais, impossível.
Agora, é nossa vez. Para tanto, alimentados pela Palavra e pelo
Pão do céu, possamos ter força e coragem para levar adiante a
obra de Jesus, para que todos tenham vida e vida eterna.
Assim seja! Amém! Aleluia!
109
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* Nofinal da Oração Eucarística, quem preside canta a doxologia
final (“Por Cristo, com Cristo e em Cristo...”), valorizando
inclusive o “Amém” da assembléia. Sendo este “Amém” a
“assinatura” da assembléia a tudo o que foi proclamado na
Oração Eucarística, é sumamente recomendável que ele seja
solenemente cantado. Para valorizar este “Amém”, reserva-
se a proclamação da doxologia final só para quem preside, a
quem, de fato, compete esta parte. Se a assembléia rezar junto
a doxologia, o “Amém” (que é sumamente importante em
termos celebrativos) perde sua força como fecho e conclusão
definitiva de toda a Oração Eucarística.
* No final da celebração, fazer uma carinhosa homenagem às
mães presentes, neste dia de Pentecostes, em que Deus nos
mostra também seu rosto e seu carinho de Mãe no Espírito
que nos foi dado.
Sumário
Apresentação................ce
essere cereeerraenceererananananaerenanananacerenanananaseeaaa ara 5
A liturgia no Tempo Pascal....................
e eeererererererereeneaaaaananera 6
Quinta-Feira da Semana Santa — Celebração da Ceia do Senhor (início do
Tríduo Pascal) — 20 de março de 2008
(Ex 12,1-8.11-14; S1 115[116B],12-13.15-16bc.17-18; 1Cor 11,23-26;
Jo BIAS) err rerrereereereerererrerteraerar
terre rante aerar tesao rara era e rea ra rara ea reraeratis 12
Sexta-Feira da Paixão do Senhor — 21 de março de 2008
(Is 52,13-53,12; SI 30(31),2.6.12-13.15-16.17.25; Hb 4,14-16-5,7-9;
Jo 18,1-19,42) ..........nnn nn ererrrerrrererrraraaaarererenenana
rear nraaeaanrasaaana 20
Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor — I. Vigília pascal (A mãe
de todas as vigílias) — 22/23 de março de 2008
(Gn 1,1-2,2 [ou 1,1.26-3 1a]; SI 103[104],1-2a.5-6.10.12.13-14.24.35c
[ou 32[33],4-5.6-7.12-13.20-22]; Gn 22,1-18 [ou 22,1-2.9a.10-13.15-18];
S1 15[16],5.8.9-10.11; Ex 4,15-15,1; Ct: Ex 15,1-2.3-4.5-6.17-18;
Is 54,5-14; S1 29[30],2.4.5-6.11.12a.13b; Is 55,1-11; SI [Is 12,2-3.4bcd.5-6];
Br 3,9-15.32-4,4; Sl 18b[19],8.9.10.11; Ez 36,16-17a.18-28;
S1 41[42],3.5bcd + 42,3.4; Rm 6,3-11;
S1117[118],1-2.16ab-17.22-23; Mt 28,1-10)...............0.0n.....e eee 27
H. No dia da Páscoa (Domingo do túmulo vazio) — 23 de março de 2008
(At 10,34a.37-43; S1 117[118],1-2.16ab-17.22-23; C13,1-4 [ou,
à escolha, 1Cor 5,6b-8]; Jo 20,1-9; [ou, à tarde: Lc 24,13-35))............. 38
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