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EB. PAULUS
1º edição — 2006
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O Pia Sociedade Filhas de São Paulo — São Paulo, 2005
Apresentação
7
PNE - QV) - CVV nº 27
es, aos discí-
Ressuscitado: a Maria Madalena e às outras mulher
pulos de Emaús, aos onze apóstolos, também a Tomé. Depois da
diferente. A
Oitava, contemplamos a ressurreição de uma forma
manifesta a
Palavra ajuda-nos a entender o que significa e como se
presença do Ressuscitado hoje, entre nós. Por isso contemplamos
a imagem do Bom Pastor, do Caminho que leva ao Pai, da fonte
do Espírito, do Pão da vida, da Videira verdadeira.
Quanto à proclamação da Palavra no Tempo Pascal, somos
guiados, essencialmente, pelo evangelho de João e, na segunda lei-
tura, pelas cartas daquele que “Jesus amava”. O que ele “ouviu, viu
e tocou”, sua própria experiência com o Ressuscitado, é o que João
testemunha. A primeira leitura é extraída dos Atos dos Apóstolos,
mostrando como a vida das primeiras comunidades era testemunho
vivo da ressurreição — a Boa-Nova da ressurreição era a mensa-
gem central da pregação apostólica. Descreve uma comunidade
que tudo partilha, que tem “um só coração e uma só alma”, uma
comunidade que luta para viver segundo o que Cristo nos pediu,
enfim, uma Igreja animada e guiada pelo Espírito Santo.
Durante o Tempo Pascal, não celebramos somente a ressur-
reição de Cristo, mas também a nossa ressurreição no batismo.
Por isso o Tempo Pascal é, também, um tempo batismal, pois
pelo batismo somos introduzidos no mistério pascal da morte e
ressurreição do Senhor.
O Tempo Pascal é, igualmente, o tempo do sacramento
da confirmação, pois na crisma é derramado sobre nós o mes-
mo Espírito que desceu sobre a comunidade reunida junto com
Maria, no cenáculo.
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oferecendo o sacrifício de ação de graças, comendo e bebendo o
corpo e o sangue de Cristo, fazemos memória do mistério pascal:
“ Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa
ressurreição! Vinde, Senhor Jesus!”. O Tempo Pascal é ideal para
a catequese sobre os sacramentos da iniciação cristã. É também
o tempo propício para que crianças e adultos façam a primeira
comunhão. Seria tão bom se nossos enfermos e idosos pudessem
receber mais frequentemente a comunhão em suas casas.
Lembramos uma citação de são Leão Magno:
|! Do Sermão 252. In: Ryan, Vincent. Páscoa e festas do Senhor. São Paulo,
Paulus, 1995. p. 24.
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5. É importante que se faça, em todas as celebrações do
Tempo Pascal, a aspersão com a água benta, pois este
é um tempo batismal. Esta aspersão pode ser feita em
lugar do ato penitencial ou durante a profissão de fé. Não
se tenha medo de repetir o gesto todos os domingos. A
repetição é boa para criar a consciência da unidade do
Tempo Pascal, como um “grande domingo” que dura
cingienta dias.
6. Ao contrário da sobriedade quaresmal, o Tempo Pascal
é de exultação e de alegria. Ressuscitados com Cristo,
cantamos sua glória, sua vitória sobre a morte. O “Ale-
luia” volta a ressoar em nossos lábios, invadindo todo
o nosso ser com ardor sempre crescente, pois “as coisas
antigas já se passaram, somos nascidos de novo!”. Como
sugestão para o repertório litúrgico, temos o Hinário
Litúrgico da CNBB, 2º fascículo, que oferece ótimas
sugestões de cantos para esse tempo (ver CD: Liturgia
X — Ano B).
7. Incentivar as comunidades a fazerem a “Semana de
Oração pela Unidade dos Cristãos”, reunindo-se, se
possível, com pessoas de outras Igrejas cristãs presentes
na localidade.
8. Motivar as comunidades para fazerem a vigília de Pente-
costes, que, em muitos lugares, já é realizada, até mesmo
durante a noite inteira. Cada comunidade deve adaptar-
se conforme suas condições. Esta é uma celebração que
deve conquistar o seu lugar e a sua identidade em nossas
comunidades. O roteiro aqui apresentado é apenas uma
sugestão. Ele pode ser enriquecido, adaptado à realidade
de cada comunidade.
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Oração do 15º Congresso
Eucarístico Nacional
Na eucaristia,
Nos associamos à oferta que ele vos faz, ó Pai,
Pela vida do mundo.
Com ele, vos oferecemos as alegrias e as esperanças,
As tristezas e as angústias das mulheres
e dos homens de hoje.
Amém!
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Vigília pascal
|5 de abril de 2006
1. Situando-nos brevemente
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transparece a unidade-continuidade entre o Antigo e o Novo
Testamento, bem como a unidade entre a Palavra, que anuncia a
salvação, e os sacramentos, sobretudo o batismo e a eucaristia,
que atualizam e celebram a salvação. Em clima de expectativa, a
comunidade cristã recorda e revive o acontecimento salvífico da
morte-ressurreição de Cristo. Assim, a vigília pascal torna-se, ao
mesmo tempo, comemoração, porque a salvação já aconteceu, e
expectativa, porque ainda deve ser plenificada.' É celebrada na
alegria, porque mesmo o mal, o pecado e a morte, ainda presentes
e atuantes em nossa vida, são marcados pela esperança da vitória
que, em Cristo, já aconteceu.
2. Recordando a Palavra
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como as outras. São, ao todo, nove leituras que proclamam as
maravilhas que Deus realizou para nossa salvação, bem como
os valores que os filhos de Deus devem viver.
A Palavra de Deus proclama como a Lei e os profetas
prefiguram e anunciam a Páscoa de Jesus. A meditação dessa
Palavra desperta em nós a confiança em Deus. Celebramos a
noite em que se cumpriram, em Cristo ressuscitado, as promes-
sas de Deus.
1 A primeira leitura (Gn 1,1-2,2 ou 1,1.26-3la) tem a
finalidade de unir a primeira e a “nova criação”, como
é entendida a obra redentora de Cristo, que faz de nós
“novas criaturas”. Na redenção, realiza-se o projeto que,
desde o início, Deus traçou. O relato da criação, reali-
zada em vista de Cristo (cf Cl 1,15s), transmite-nos o
ensinamento de que o universo traz a marca da bondade
de Deus, que é seu autor e de quem nós fomos criados
à Imagem e semelhança.
2) À segunda leitura (Gn 22,1-18) marca a continuidade
da Páscoa com o acontecimento da aliança e promes-
sa. Em ambos os sacrifícios — de Abraão (Isaac) e de
Jesus —, destacam-se a confiança e o abandono em Deus,
em cujas mãos é colocada a vida. Tanto Abraão como
Isaac prefiguram Jesus: Abraão, porque, em sua fé, estava
disposto a sacrificar seu filho — Jesus entregou-se a si
mesmo para salvar a todos; Isaac, como Jesus, é o filho
único, cuja vida foi oferecida e recuperada pelo Pai.
3) A libertação acontecida na travessia do Mar Vermelho
(Ex 14,15-15,1), contada na terceira leitura, é prenún-
cio do batismo, passagem do pecado e da morte para a
vida de filhos de Deus. As mesmas maravilhas operadas
para a salvação e fundação de um único povo são agora
operadas para a salvação de todos os povos pela água do
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batismo, fundando o novo Povo de Deus. É por graça
de Deus que temos vida e liberdade.
4) Ao Povo de Deus no exílio, o profeta Isaías (Is 54,5-14)
anuncia uma nova aliança, alicerçada no perdão, fruto
da eterna misericórdia de Deus, que acolhe e reúne seus
filhos dispersos por toda a terra (quarta leitura). No
batismo, a Igreja, esposa de Cristo, abre seus braços
para acolher os novos filhos renascidos pela água e pelo
Espírito.
5) Ao seu povo, exilado e disperso, Deus oferece uma nova
aliança (quinta leitura). Mas exige livre adesão, expressa
no retorno arrependido (Is 55,1-11). Em Jesus, este mes-
mo chamado à salvação é estendido a todos os povos.
6) A sexta leitura (Br 3,9-15.31; 4,4) é um elogio à sabe-
doria. Ao identificar tal sabedoria com a lei mosaica,
convida a viver segundo o ensinamento da Lei para en-
contrar a paz. No Novo Testamento, Jesus é apresentado
como o revelador da sabedoria.
7) No êxodo, o socorro foi oferecido por Deus a um povo
oprimido. Agora, Ezequiel (Ez 36,16-28) anuncia-o a um
povo rebelde (sétima leitura). A esse povo é oferecida a
salvação, não mais como mudança de classe social (de
escravo a ser humano livre), mas como mudança de co-
ração e de mentalidade. Essa renovação anunciada pelo
profeta Ezequiel é obra de Deus em Cristo por meio do
batismo. Renovar o coração e o espírito é viver e agir
em conformidade com Deus.
8) Na oitava leitura (Rm 6,3-11), Paulo apresenta o ba-
tismo como o momento em que a Páscoa de Jesus se
faz nossa e exige de nós uma conduta pascal. Pode um
cristão permanecer numa vida de pecado? Não! Morto
para o pecado pelo batismo, o cristão deve esforçar-se
3. Atualizando a Palavra
Uma jovem tinha uma doença terminal, seu diagnósti-
co lhe dava apenas três meses de vida. Enquanto ela estava
pondo as coisas em ordem, chamou o pastor à sua casa para
conversar sobre os preparativos para o seu funeral.
Ela falou das músicas que queria que fossem tocadas,
dos textos bíblicos a serem lidos e da roupa com que gosta-
ria de ser sepultada. Tudo dito, o pastor estava indo embora
quando ela se lembrou rapidamente:
— Tem mais uma coisa, pastor!
— Que é, minha filha?
— Isso é muito importante. Quero ser sepultada com
um garfo na minha mão direita!
O pastor a olhou assustado, sem saber bem o que dizer.
20
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* porque tenho a sua paz;
* porque ele me liberta dos meus medos e, confiante, posso
pôr-me em suas mãos;
Lucernário
4 CariTAS. Un amor asi de grande. Cuaresma y Pascua 1991. p. 171. Disponível em:
<http:/Nvww.mercaba.org/DIESDOMINV'SS/VIGILIA/B/marco vigilia B.htm>.
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demos, são símbolo da vida nova que dele recebemos. Destaque
para a luz que surge nas trevas: que o fogo seja de porte razoável,
de modo que aconteça o simbolismo da luz que dissipa as trevas.
É um rito inicial, deve trazer alegria a toda a celebração.
Palavra
Batismo
Eucaristia
* Cf. São CiriLO DE JERUSALÉM. Catequese 20. In: BERGAMINI, A. Op. cit. p. 368.
$ Cf. SÃo CiprIANO. In: BERGAMINI, A. Op. cit. p. 354.
2e
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reça sua centralidade e ápice. Tudo, nesta celebração, encaminha
para a eucaristia. Por isso deve-se ter o cuidado de destacar o caráter
progressivo da celebração. Não se tenha pressa em finalizá-la.
PREPARANDO A CELEBRAÇÃO
Como é uma celebração mais complexa do que as outras,
exige maior preparação. Tudo deve ser estudado, preparado e
ensaiado. Nada deve ser improvisado. Com a riqueza de gestos
e símbolos desta noite, não é necessário “inventar” outros, basta
realizá-los e usá-los bem.
Celebração da luz
Prever um local um pouco afastado, onde possa ser feita
uma fogueira (isso possibilita uma pequena procissão
até a igreja).
Enquanto o fogo é aceso, pode-se cantar: “Ó luz do Se-
nhor, que vem sobre a terra! Inunda meu ser, permanece
em nós!” ou “Indo e vindo, trevas e luz, tudo é graça,
Deus nos conduz”.
Antes da celebração, prever velas para a assembléia, de
preferência em número suficiente para todos.
Não esquecer a sonorização no local e algo para pegar as
brasas da fogueira e pôr no turíbulo ou incensatório.
Durante a procissão, cantar refrões ou cantos conhecidos
por todos, visto que estarão no escuro, caminhando, com
velas nas mãos.
Celebração da Palavra
Prever um local próximo ao ambão onde possa ser co-
locado o Círio.
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* O Exultet deve ser bem cantado. Se o presidente não
puder cantar, outra pessoa preparada poderá fazê-lo.” E
cantado do ambão.
* Preparar bem o grupo de canto, os leitores e os salmistas.
e O canto de aclamação ao Evangelho, o “Aleluia”, deve
ter um destaque especial.
ns
Celebração do batismo
* Que nessa noite seja realizado ao menos um batismo,
de preferência de um adulto.
e Valorizar o gesto de mergulhar o Círio 3 (três) vezes na
água, conforme indicado no Missal romano, p. 287.
* Pode-se abençoar água para que os fiéis a levem para
sUas Casas.
Celebração da eucaristia
e Arrumar o altar no momento da preparação das ofertas.
e Usar pão ázimo.
e Distribuir a comunhão sob as duas espécies.
Ornamentação
e (Ornamentar os locais que marcam as quatro partes da
celebração da vigília: o Círio, o ambão, o batistério (pia
batismal), o altar.
7 O Hinário linírgico 2, da CNBB, tem uma versão do Exultet com respostas para
a assembléia poder participar mais intensamente.
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|º
Domingo da Páscoa na ressurreição do Senhor
16 de abril de 2006
1. Situando-nos brevemente
Ainda sentimos, em nosso coração, o ressoar festivo do
aleluia pascal que, ontem à noite, quebrou o silêncio que vivemos
após a morte do Senhor.
Maria Madalena encontrou o túmulo vazio. O Mestre não
estava mais lá. Não, ele ressuscitou, “ele está no meio de nós”.
Esta é a grande alegria que celebramos neste domingo, a desco-
berta do túmulo vazio e, mais do que isto, o encontro com Jesus
ressuscitado, a certeza de sua presença viva no meio de nós,
domingo da Páscoa da ressurreição do Senhor.
Estamos a quase um mês do Congresso Eucarístico Na-
cional, que se realizará em Florianópolis, de 18 a 21 de maio,
e que vem afirmar esta convicção: “Ele está no meio de nós”,
clamando, com vigor, a todos nós, batizados, “Vinde e vede!”
(Jo 1,39). É o Senhor!
Como cristãos, Igreja em Jesus Cristo, lembramos, também
nesta semana, no próximo dia 19, que, há um ano, o mundo viu
sair a fumaça branca da chaminé da Capela Sistina, no Vatica-
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no, indicando a esperada notícia: havia sido escolhido o novo
papa, Bento XVI, nascido em 16 de abril de 1927, justamente
num sábado de Aleluia. Relembremos hoje, nesta Páscoa da
ressurreição do Senhor, o que o papa Bento disse na cerimônia
de sua posse: “A Igreja está viva, porque Cristo está vivo, pois
ele verdadeiramente ressuscitou”.
É esta certeza que, com muita fé, celebramos hoje, inaugu-
rando, assim, os cinquenta dias do Tempo Pascal, que culminarão
com a festa de Pentecostes, quando o Espírito do Ressuscitado
será derramado sobre nós.
2. Recordando a Palavra
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(custou a entender o que havia acontecido. Seu primeiro pensa-
mento foi de que alguém havia retirado dali o corpo de Jesus, por
isso foi em busca de auxílio. São, então, os dois discípulos que
constatam as faixas e os panos no chão. Esses foram os sinais
para que todos compreendessem a Escritura que anunciava que
Jesus iria ressuscitar dos mortos.
Os dois discípulos corriam juntos, mas um correu mais do
que o outro, chegou primeiro e acreditou. Este era, exatamente,
o “discípulo amado”, representando todo aquele que coloca o
amor à frente, como prioridade, e pelo amor reconhece primei-
ro a quem ama. Crê pelo amor, antes da razão, antes de ver, e,
crendo, vê pelos olhos da fé que antecipam a verdade, dispensam
as comprovações.
Esta passagem do Evangelho é o elo entre a escuridão que
os discípulos vivenciaram após a morte de Jesus e a grande ale-
gria do encontro com o Senhor ressuscitado. Eles ultrapassaram
a escuridão, o grande vazio, o grande tempo da desesperança,
pior que a dor de acompanhar a Paixão do Mestre. Sair deste
tempo é, pois, o momento supremo, o grande dia de suas vidas,
o grande dia da vida de todos os que professam a fé em Cristo,
“o grande dia que o Senhor fez para nós!”. Por isso, no salmo
de ação de graças, que o salmista entoa por todos os cristãos,
elevamos nosso louvor a Deus, que ressuscitou Jesus.
Essa alegria precisa continuar a ser anunciada ao mundo,
a exemplo do que vimos Pedro fazendo no relato da segunda
leitura. Os discípulos foram testemunhas da ressurreição, esti-
veram com Jesus após sua morte, comeram e beberam com ele.
Como tal graça lhes foi concedida, cabe a eles testemunhá-la ao
mundo. O próprio Senhor mandou-lhes pregar ao povo que Deus
o ressuscitara, que ele vencera a morte.
Como seus discípulos, também nós, a quem foi anunciada
esta grande alegria, somos convidados a transmiti-la, continuando
a missão dos apóstolos.
2]
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3. Atualizando a Palavra
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Quantas vezes não deixamos de encontrar a solução para
um problema por achar que isso cabe aos outros? Por deixar-
mos de buscar outras alternativas? Achamos o túmulo vazio
e permanecemos na perda; é preciso ultrapassá-lo, transpor a
ausência. Não podemos nos deixar deter pelo obstáculo, culpar
os outros sem tentarmos nós mesmos; não podemos desistir da
caminhada.
No momento em que Maria Madalena não encontrou o
corpo do Senhor, sua preocupação e seu desejo ardente foram
de achá-lo, mas não esperava encontrá-lo vivo.
Nossa compreensão custa a olhar as situações com os olhos
de Deus; estamos sempre pedindo graças, mas, na maioria das
vezes, não sabemos pedir. Ficamos presos aos nossos pequenos
desejos e não deixamos que a ressurreição também aconteça
no dia-a-dia de nossas vidas. Nossas perdas sempre nos fazem
ressuscitar para situações novas, mas gostamos de apegar-nos às
coisas velhas, aos túmulos vazios.
Abrindo-nos ao plano de Deus, ressuscitamos também nós
a cada dia, e sentimos, verdadeiramente, a presença de Jesus
ressuscitado em nossas vidas.
Alimentando-nos no pão da sua Palavra e da eucaristia,
servindo a mesa do irmão, sentiremo-lo ressuscitado, vivo, no
meio de nós.
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PNE - QV) - CVV nº 27
Como ele fez, oferecemos o pão e bendizemos ao Pai.
Como Maria Madalena e os discípulos, na oração eucarística,
anunciamos sua morte e ressurreição: “Anunciamos, Senhor, a vossa
morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”.
Na comunhão, também como Jesus fez, partilhamos o pão,
ele próprio, alimento para nossa vida e caminho de salvação.
E, assim como enviou seus discípulos, somos todos, a cada
celebração, enviados a anunciar sua paz, na certeza de que ele
está conosco na missão.
Por isso ecoe hoje e sempre, ao Senhor, nossa oração deste dia:
PREPARANDO A CELEBRAÇÃO
Sugestões
À equipe de pastoral litúrgica deve, com o mesmo cuidado
habitual, preparar a liturgia do domingo de Páscoa, lembrando
que muitas pessoas não participaram da vigília pascal.
É importante:
1. Salientar com flores o Círio Pascal em lugar de destaque,
no presbitério.
2. Fazer aspersão do povo, substituindo, assim, o ato pe-
nitencial.
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3. Cantar a segiência após a segunda leitura.
. Escolher uma melodia vibrante para o “Aleluia” da
Aclamação e cantar a antífona do Evangelho.
. Deixar a água abençoada na vigília pascal junto à fonte
batismal.
. Fazer a comunhão sob as duas espécies.
. Fazer a exclamação, com os dois “Aleluias”, no envio
dos fiéis.
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2º Domingo da Páscoa na ressurreição do Senhor
23 de abril de 2006
“Vimos o Senhor!”
(Jo 20,25)
1. Situando-nos brevemente
2. Recordando a Palavra
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partilha, fé e missão: “Entre eles ninguém passava necessidade”
(At 4,34).
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esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”
(Jo 20,21).
Depois de sugerir a situação de insegurança e de fragilidade
em que a comunidade estava (o “anoitecer”, as “portas fechadas”,
o “medo”), o autor desse texto apresenta Jesus “no centro” da
comunidade. Ao aparecer “no meio deles”, Jesus assume-se como
ponto de referência, fator de unidade. A comunidade está reunida
em volta dele, pois ele é o centro onde todos vão beber essa vida
que lhes permite vencer o “medo” e a hostilidade do mundo.
Jesus passa para os discípulos a missão que recebeu do
Pai, dando-lhes o dom do Espírito Santo e a graça de oferecer
o perdão.
Jesus “soprou” sobre os discípulos reunidos em sua volta.
O verbo aqui utilizado é o mesmo do texto grego de 6n 2,7 — o
qual diz que Deus soprou sobre o homem de argila, infundindo-
lhe a vida de Deus. Com um “sopro”, o homem tornou-se um
ser vivente; com um “sopro”, Jesus transmite aos discípulos a
vida nova que fará deles homens novos. Agora, os discípulos
possuem o Espírito, a vida de Deus, para poderem — como o
Mestre — dar-se generosamente aos outros. É este Espírito que
constitui e anima a comunidade cristã.
Cheios do Espírito Santo, os discípulos anunciaram: “Vi-
mos o Senhor!(Jo 20,25). Maria Madalena havia anunciado aos
discípulos que vira Jesus, mas eles continuavam com medo, com
as portas fechadas. Jesus apareceu-lhes não só para que dessem
testemunho de sua ressurreição, mas também para dar-lhes o
Espírito Santo e enviar-lhes em missão.
Tomé não acreditou no que os outros lhe contaram, não
só porque não viu Jesus, mas, antes, porque não estava no meio
deles, como comunidade. Teve dificuldades de crer, porque estava
só; precisou de provas. Formar comunidade remete os discípulos à
união num só espírito, no Espírito de Jesus, por isso eles têm a graça
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de vê-lo. A fé precede nosso olhar, é o que Jesus confirma depois:
“Bem-aventurados os que creram sem terem visto” (Jo 20,29).
Os discípulos ainda não o tinham visto, mas permaneceram
unidos, como seguidores do Mestre, fiéis a ele, embora com o
medo que faz parte da fragilidade humana.
Tomé precisou ver para crer, por isso, arrependido, professa
sua fé em Jesus Cristo: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,28).
É na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu
testemunho) que encontramos as provas de que Jesus está vivo.
Tomé acaba por fazer a experiência de Cristo vivo no interior da
comunidade. Por quê? Porque, no “dia do Senhor”, volta a estar
com a sua comunidade. É uma alusão clara ao domingo, ao dia
em que a comunidade é convocada para celebrar a eucaristia:
é no encontro com o amor fraterno, com o perdão dos irmãos,
com a Palavra proclamada, com o pão de Jesus partilhado, que
se descobre Jesus ressuscitado.
O testemunho de Tomé e dos outros apóstolos leva ao mun-
do o anúncio da ressurreição de Jesus, em missão, como Igreja,
como comunidade unida em um só coração, vivendo o amor, a
partilha e a fidelidade à Palavra de Deus.
3. Atualizando a Palavra
Pensemos no nosso hoje: se ouvíssemos de outros: “Vimos
o Senhor!”, sem o testemunho narrado no Evangelho, será que
nossa atitude seria muito diferente da de Tomé?
Nossa fé precisa ser, realmente, incondicional para que
reconheçamos o Senhor. Mesmo sem podermos tocar em suas
mãos e em seu peito aberto, é possível vê-lo num simples pedaço
de pão, porque ele disse que ali estaria, se reunidos celebrássemos
sua memória. Se estivermos, porém, ausentes da comunidade,
do Espírito de amor e partilha que ele nos propõe, poderemos
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ser o Tomé de hoje, incapazes de crer. Fora da comunidade, da
fé e da vivência segundo o Espírito de Deus, dizer que ele está
vivo no meio de nós pode fazer-nos parecer meros visionários
aos olhos de quem não crê.
Hoje também, é preciso acreditar antes de ver, pois é a fé que
abre nossos olhos à presença de Jesus, a seus sinais e a sua graça.
Este é nosso desejo, todos “queremos ver Jesus”, tal qual
expresso no Projeto Nacional de Evangelização: “Ver Jesus é o
anseio mais profundo do coração humano, mesmo sem o saber.
Em Jesus, Deus manifesta-se aos que o procuram e lhes oferece
a vida em plenitude” (PQVI, p. 5).
Os apóstolos anunciaram “Vimos o Senhor!”, esta
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PNE - QV) - CVY nº 27
da comunidade ideal, que pretende servir de modelo à Igreja e
às Igrejas de todas as épocas.
Temos que pensar como viver esta união e esta partilha, no
nosso mundo atual, pois só o espírito comunitário abre nossos
olhos à presença de Jesus. Por isso é importante nosso engaja-
mento no Projeto Nacional de Evangelização, tomando como
nossas, em nossas comunidades, as metas propostas:
* a promoção da pessoa e sua dignidade;
* a renovação da comunidade;
* a participação na construção da sociedade justa e soli-
dária (PQVJ, p. 12).
O texto do Subsídio Teológico 2 do 15º Congresso Euca-
rístico Nacional reafirma essa necessidade à semelhança dos
primeiros cristãos:
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PNE - QV) - CVV nº 27
Assim como os discípulos ouviram o Senhor ressuscitado,
na liturgia da Palavra, quando são proclamadas as leituras, é Jesus
que nos fala novamente.
Após o escutarmos e refletirmos a Palavra na homilia, como
Tomé, fazemos nossa profissão de fé e rezamos o Credo.
Através do ministro que preside a assembléia, na liturgia
eucarística, quando temos Jesus presente no pão e no vinho, é
ele mesmo que nos diz, como outrora aos discípulos: “A paz do
Senhor esteja sempre convosco”.
Depois que comungamos o próprio Jesus que se dá a nós em
alimento, com a bênção de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, somos
enviados em missão, tal qual os discípulos, que de Jesus receberam
a missão confiada a ele pelo Pai. A cada celebração, esta missão nos
é confiada novamente, e a cada celebração damos graças a Deus,
“porque ele é bom; porque eterna é a sua misericórdia”.
Não é em experiências pessoais, íntimas, fechadas, egoís-
tas que encontramos Jesus ressuscitado, mas sim no diálogo
comunitário, na Palavra partilhada, no pão repartido, no amor
que une os irmãos em comunidade de vida.
PREPARANDO A CELEBRAÇÃO
Sugestões
l. Salientar com flores a presença do Círio Pascal no
presbitério, em lugar de destaque. Se não for trazido na
procissão de entrada, acendê-lo solenemente, cantando
um refrão que lembre a luz de Cristo.
2. Oato penitencial pode ser substituído pelo rito da asper-
são com água batismal consagrada na vigília pascal.
3. Salientar o momento da profissão de fé, iniciando e ter-
minando ou intercalando com a expressão “meu Senhor
e meu Deus”.
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. Ressaltar o sentido de comunidade, rezando o pai-nosso
de mãos dadas.
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3º Domingo da Páscoa na ressurreição do Senhor
30 de abril de 2006
1. Situando-nos brevemente
No dia em que celebramos o terceiro domingo da Páscoa,
voltamo-nos ao Senhor da vida. Temos o mesmo desejo dos dis-
cípulos: “Queremos ver Jesus — Caminho, Verdade e Vida!”. Con-
firmados na fé pelos sinais sensíveis e instruídos pelas palavras da
Escritura, podemos perceber a sua presença viva na comunidade.
Jesus ressuscitou verdadeiramente? Como podemos fazer
uma experiência de encontro com Jesus ressuscitado? Como
podemos mostrar ao mundo que Jesus está vivo e continua a
oferecer aos seres humanos a salvação” É, fundamentalmente,
a essas questões que a liturgia do terceiro domingo da Páscoa
procura responder.
Estamos chegando ao final do Ano da Eucaristia, que se
concluirá no 15º Congresso Eucarístico Nacional. Celebrar a eu-
caristia é sinal de reconhecimento da importância de Deus na vida
da pessoa. É adesão ao Senhor. No Evangelho, Jesus quer levar as
pessoas a crerem nele. As Diretrizes da ação evangelizadora da
Igreja no Brasil apresentam os seguintes dados do Censo 2000:
os que se declaram “sem religião” passam de 4,7% da população
41
PNE - QV) - CVV nº 27
(1991) para 7,4% (2000), ou de 7 milhões para 12,5 milhões. No
Evangelho, Jesus quer levar as pessoas a crerem nele.
Incluímos em nossa celebração o Dia Mundial do Trabalha-
do, a ser comemorado no dia 1º de maio. Trabalhar é participar
da obra da criação. É administrar o mundo para a dignidade e o
bem comum de todos. No Dia Mundial do Trabalho, lembremos
as injustiças, as explorações, o subemprego, o desemprego a que
são submetidas milhares de pessoas.
2. Recordando a Palavra
42
PNE - QV) - CVV nº 27
para compreender os acontecimentos relacionados com o Messias.
Principalmente para aclarar qual Messias deveria vir.
À pregação do apóstolo Pedro, na primeira leitura, parte
de uma experiência feita em nome de Jesus: a cura do aleijado.
“Ouro e prata não tenho, mas o que tenho eu te dou: em nome
de Jesus Cristo: levanta-te e anda!” (At 3,6) Jesus está vivo e
continua agindo. Pedro apresenta-se como uma testemunha desse
fato. Não teme dizer a verdade e convida os ouvintes a crerem
no Cristo ressuscitado: “Disto nós somos testemunhas!”.
À primeira carta de são João afirma que conhecer a Deus
é guardar seus mandamentos. Conhecer, na linguagem joanina,
não é apenas uma assimilação racional de um conteúdo, mas,
principalmente, envolvimento e adesão a quem se conhece.
3. Atualizando a Palavra
“Eu acho que a minha fé está diminuindo. Eu não sei se
ainda creio.” É uma confissão relativamente freqiiente feita por
pessoas de diferentes idades, de formação religiosa variada, com
inserção maior ou menor na comunidade. Quando alguém diz
isso, percebe-se uma mistura de sentimentos de medo, decepção,
susto e incerteza. Por que isso está acontecendo? Ou: Quais os
sinais que confirmam tal mudança? Para tais interrogações, apa-
recem as mais diversas respostas. Poderíamos resumi-las em dois
grupos, de acordo com o Evangelho de hoje: dúvidas de sentir e
dúvidas de compreender no que se acredita.
Os sentidos e os sentimentos têm uma influência muito
grande na vida humana. Temos a possibilidade de ampliar e
aperfeiçoar o que é belo à visão, gostoso ao paladar, harmonioso
aos ouvidos, prazeroso ao tato, agradável ao olfato. Forma-se
uma equação de que é verdadeiro o que é conforme os sentidos
e falso o que não os satisfaz. De modo análogo, verdadeira é a
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PNE - QV) - CVV nº 27
fé que satisfaz os sentidos e questionável é a fé quando não os
satisfaz. Quando sinto Deus e seu amor, creio. Quando, na ce-
lebração eucarística, na recepção dos sacramentos, nas orações
pessoais, nos exercícios de piedade, sinto que Deus me escuta,
me atende, me oferece um retorno, é sinal de que creio. Se Isso
não ocorre, começam as interrogações.
Não existe a menor dúvida de que sentir a presença e a
ação de Deus traz uma alegria e uma satisfação muito grande.
Muitíssimas páginas da Sagrada Escritura são um grito de alegria,
um testemunho alegre desta experiência. O último versículo do
salmo responsorial diz: “Eu tranquilo vou deitar-me e na paz logo
adormeço, pois só vós, ó Senhor Deus, dais segurança à minha
vida!” (Sl 4,9). O Criador, conhecendo a sua criatura, também
usa esse meio para fazer as pessoas crerem e aderirem ao seu
projeto, porém não é o suficiente.
Temos, também, as “dúvidas de compreender”. Quando
falamos de acesso a informações sobre os mais diferentes assun-
tos, inclusive religiosos, vivemos numa época privilegiada. Para
permanecermos no nosso tema, o acesso a explicações sobre a
razão da nossa fé não nos falta. Como também não faltam infor-
mações sobre outras tantas crenças diferentes da fé católica. Tal
pluralidade religiosa e as múltiplas interpretações dos mesmos
fatos levantam uma série de interrogações. À interpretação da
Igreja católica é a mais adequada”? As novas nuanças interpreta-
tivas aprofundam ou levam à negação do que aprendi”
As dúvidas provocadas pela pluralidade são oportunidades
para que Cristo possa abrir “a inteligência dos discípulos para
entenderem as Escrituras” (Lc 24,45). Quando alguém duvida
do que crê, mostra que já foi iniciado. A partir dessa iniciação,
pode dispor-se para ser conduzido a uma compreensão mais
aprofundada. Os discípulos tinham ouvido, diversas vezes, sobre
o que deveria acontecer com o Messias. Será que as explicações
dadas não tinham sido suficientes ainda? Ou melhor, faltava
44
PNE - QV] - CVV nº 27
uma oportunidade para desestabilizar ou para colocar em crise
o que tinham ouvido? O contexto criado permitiu que o Mestre
retomasse os ensinamentos para serem assimilados e colocasse
uma base, que poderíamos denominar de “racional”, para a fé
dos seus discípulos.
Confessar: “eu não sei se ainda creio”, apresenta-se como
uma oportunidade muito favorável. A partir dessa dúvida de fé,
o Cristo ressuscitado pode renovar a fé dos seguidores.
“A fé é uma posse antecipada do que se espera, um meio
de demonstrar as realidades que não se vêem” (Hb 11,1). A fé é
uma certeza. Uma certeza marcada por uma faixa de incerteza, de
risco, de indefinível, não-demonstrável para a nossa inteligência e
os sentidos. Crer é usar a razão para entregar-se, confiar. É aceitar
Deus através da sua Palavra. É experiência pascal e encontro em
profundidade com o Ressuscitado.
Crer é viver toda a nossa vida com espírito pascal, isto é,
como ressurreição perene e nascimento constante para a vida
nova em Deus (1Pd 1,3). Crer é atrever-se, como os apóstolos
e os primeiros fiéis, convertermo-nos radicalmente, mudando o
rumo de nossa vida e dando a razão de nossa esperança, apesar da
dúvida do egoísmo, da injustiça e do desamor, da vulgaridade e da
morte. Porque a conversão, como o crer, é tarefa de todo tempo,
inclusive o pascal.? Confirmados e reanimados na fé, Jesus nos
diz: “Vós sereis testemunhas de tudo isso” (Lc 24,48).
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PNE - QV) - CVY nº 27
exulte pela sua renovação espiritual, para que, tendo recuperado
agora com alegria a condição de filhos de Deus, espere com plena
confiança o dia da ressurreição”. A comunidade exulta de alegria
e por isso eleva ao Deus da vida a sua ação de graças.
À renovação espiritual que acontece faz a Igreja festejar,
pois sois a causa de tão grande júbilo, diz-nos a oração sobre
as oferendas. À alegria e a festa são a tonalidade predominante
da liturgia deste domingo.
Uma comunidade fortalecida na fé, formada por pessoas
que vivem no agora a certeza da ressurreição, a alegria da vida
eterna, contagia o mundo com seu testemunho.
Os cristãos, libertados dos fantasmas que preocupam e geram
dúvidas, dizem ao mundo que sobre eles brilha a face do Senhor.
PREPARANDO A CELEBRAÇÃO
Sugestões
1. Estamos no Tempo Pascal. E ainda Páscoa! Por isso
continuar destacando no espaço celebrativo o Círio
Pascal, a pia batismal, o ambão e o altar.
2. Criar um ambiente favorável, desde a acolhida, para
possibilitar a escuta dos textos bíblicos e da homilia.
3. Na profissão de fé, convidar os catequizandos da inicia-
ção cristã para aproximarem-se do Círio Pascal.
4. Valorizar o abraço da paz como expressão do desejo
de Jesus: “A paz esteja convosco”. E uma saudação
pascal.
5. Destaque a imagem de são José Operário, lembrando o
Dia Mundial do Trabalho.
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PNE - QV) - CVV nº 27
FESTA DE SÃO José OPERÁRIO, 1º DE MAIO
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4º Domingo da Páscoa na ressurreição do Senhor
7 de maio de 2006
49
PNE - QV] - CVV nº 27
coa, concluídos dia 4 de junho com a festa de Pentecostes. Na
conclusão da exortação apostólica Evangelii nuntiandi, o papa
Paulo VI afirma:
1. Situando-nos brevemente
O quarto domingo da Páscoa é denominado o domingo do
Bom Pastor. Refletimos sobre aquele que oferece livremente a
sua vida para a redenção da humanidade.
Todos nós temos as nossas figuras de referência, os nossos
heróis, os nossos mestres, os nossos modelos. É a uma figura
desse tipo que, utilizando a imagem do Evangelho desse domingo
da Páscoa, poderíamos chamar o nosso “pastor”.
Que é que nos conduz e condiciona as nossas opções: as
diretrizes do chefe do departamento? A conta bancária? A voz
da opinião pública? À perspectiva do presidente do partido? O
comodismo e a instalação? O êxito e o triunfo profissional a
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PNE - QV] - CVV nº 27
qualquer custo? A atriz da telenovela? O programa de maior
audiência da televisão? Jesus Cristo?
O povo reunido pela escuta da voz do Pastor precisa man-
ter-se unido e ser conduzido por dedicados guias. Por isso, nesse
“domingo do Bom Pastor” realizamos a Jornada Mundial de
Oração pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas. A nossa oração
dirige-se aos que já assumiram a sua missão e pelo surgimento
de muitas vocações.
O 15º Congresso Eucarístico Nacional está se aproximando.
À Igreja no Brasil volta sua atenção para este acontecimento que
se realizará na cidade de Florianópolis. Diz a carta apostólica
Mane nobiscum Domine, n. 21: “Se a eucaristia é fonte de unidade
eclesial, ela é também sua máxima manifestação”.
Conforme a devoção popular, estamos no mês de Maria, que,
como vimos, não suplanta o Tempo Pascal, antes o enriquece.
2. Recordando a Palavra
51
PNE - QV] - CVV nº 27
taque para as imagens da porta, do pastor e das ovelhas. Jesus
explica, principalmente, o significado da porta.
No texto evangélico de hoje (vv. 11-18), ano “B”, a inter-
pretação concentra-se, principalmente, sobre as características
do pastor. Inicialmente, Jesus apresenta-se como Bom Pastor,
verdadeiro, autêntico, modelo e único. Diferencia-se do pastor
mercenário por três motivos. Primeiro, porque não abandona
nem foge quando as ovelhas são ameaçadas, porque as conhece
e elas o reconhecem. Segundo, é Bom Pastor porque entrega
voluntariamente a sua vida. E, por fim, porque agrega as ovelhas
dispersas.
O texto que a primeira leitura nos apresenta é a resposta de
Pedro à questão que lhe foi apresentada pelos membros do sinédrio
depois da cura do paralítico: “Com que poder ou em nome de
quem fizestes isto?” (At 4,7). O discurso do apóstolo diante dos
chefes do povo relembra que quem foi rejeitado agora tornou-se a
pedra angular. O Bom Pastor rejeitado está operando maravilhas
através da cura de um doente, a salvação somente é possível por
ele. “Cheio do Espírito Santo”, Pedro — aqui no papel de modelo
do discípulo que testemunha Jesus e o seu projeto diante do mundo
— transforma-se de réu em acusador. Os discípulos receberam
a missão de apresentar, ao mundo e aos seres humanos, Jesus
Cristo, o único salvador. É o Espírito que os anima nessa missão
e que lhes dá a coragem para enfrentar a oposição dessas forças
de opressão que recusam a proposta libertadora de Jesus.
São João afirma a alegria de sermos chamados filhos de
Deus. Sermos conhecidos e conhecermos a Deus.
3. Atualizando a Palavra
52
PNE - QV]- CVV nº 27
urbana. A parábola oferece alguma resposta às interrogações e à
mentalidade contemporânea? É conveniente comparar a pessoa
com uma ovelha? A ovelha vive no rebanho, é frágil. Sua fragilida-
de e a dificuldade de defender-se aparecem, principalmente, quan-
do é atacada. Nessa circunstância, ela fica muda, não berra, não
chama a atenção de que está sendo violentada, perseguida e morta.
O pensamento filosófico, cultural e psicológico dos últimos
séculos acentua a capacidade e a dignidade de cada indivíduo.
Se, por um lado, temos a impressão que isto possibilita uma vida
independente e autônoma, por outro, “nunca como hoje houve
uma consciência tão generalizada do liame da interdependência
entre os seres humanos e os povos, que se manifesta em qualquer
nível.”? As pessoas acham-se capazes de se guiar pelas próprias
opções, no entanto os fatos mostram que as pessoas sentem-se
também desamparadas, abandonadas, rebanho, massa, anônimas,
como ovelhas sem pastor.
A parábola oferece algumas dificuldades, mas retrata bem
nosso contexto social e eclesial. Somos parte de um Estado. Ele é
administrado por pessoas a quem foi dada autoridade para tal. Os
fatos mostram que entre as autoridades constituídas existem muitos
e bons administradores, ou bons pastores na linguagem bíblica;
existem, porém, muitos que estão no cargo unicamente preocupados
com o seu salário — são, em linguagem bíblica, os mercenários.
No contexto eclesial, somos membros vivos da Igreja conduzi-
dos pelo papa, pelos bispos, párocos e líderes. Muitos fiéis sentem-se
felizes por estarem sendo bem conduzidos e outros, preocupados e
decepcionados, ou até escandalizados, com seus pastores.
53
PNE - QV) - CVV nº 27
faltar cuidado, vigilância ou mesmo haver fuga do compromis-
so. Por mais nobre que seja a motivação humana, sempre pode
aparecer ainda algum interesse pessoal de aprovação, sucesso,
reconhecimento. De Jesus, o Bom Pastor, não podemos dizer o
mesmo. O apóstolo Pedro relembra aos chefes do povo e anciãos
que Jesus Cristo foi por eles crucificado e rejeitado. Esse pastor,
além de cuidar dos seus, entrega a sua vida. Essa é a maior prova
do pastoreio de Jesus.
54
PNE - QV) - CVV nº 27
das Leituras, do quarto domingo da Páscoa, apresenta a reflexão de
são Gregório Magno, questionando a todos nós: “Vede se sois ove-
lhas, vede se o conheceis, vede se conheceis a luz da verdade. Se o
conheceis, quero dizer, não só pela fé, mas também pelo amor, se
o conheceis não só pelo que credes, mas também pelas obras”.º
Se conheço o Bom Pastor, também sou capaz de dar a minha vida.
Este domingo é muito propício para rezarmos pelos que
nos conduzem e orientam. Eles estão à frente da comunidade
com a missão de conduzi-la, a exemplo e ao modo do Bom
Pastor. Precisam, constantemente, ser fortalecidos para que
sejam capazes de doar a sua vida. Somente faz isso quem tem
profundas convicções, conhece o Bom Pastor e ama a missão
que recebeu.
As grandes dioceses e paróquias impossibilitam que os
pastores conheçam os seus. Tal impossibilidade de conhecer a
todos não pode servir de desculpa e ser motivo de acomodação.
Pelo contrário, é um estímulo para uma doação ainda maior, um
esforço redobrado de fazer o melhor. Diz Jesus que o conhecimen-
to é mútuo, por isso é também tarefa da comunidade conhecer,
aproximar-se do seu pastor.
Do
PNE - QV) - CVV nº 27
recorremos ao Pai, pedindo na oração depois da comunhão:
“Velai com solicitude, ó Bom Pastor, sobre o vosso rebanho, e
concedei que vivam nos prados eternos as ovelhas que remistes
pelo sangue do vosso Filho”.
Em cada celebração eucarística, Cristo, Bom Pastor, dá-se
a si mesmo como alimento, comida e bebida, tanto pela Palavra
quanto pela eucaristia.
PREPARANDO A CELEBRAÇÃO
Sugestões
1). No mural da entrada da Igreja, colocar um ícone, uma
imagem do Bom Pastor, um cajado. Ou levar na procis-
são de entrada, junto com o Círio Pascal.
O Bom Pastor conhece as suas ovelhas pelo nome. Co-
nhecemos a pessoa que está próxima de nós na celebra-
ção? O abraço da paz, não dado a muitas pessoas, mas
somente às mais próximas, pode ser valorizado como
momento de “conhecimento” do nome e da história
do(a) irmão(à) que está ao nosso lado.
. Rezar a oração pelas vocações como conclusão das
preces.
. Lembrar e rezar pelo papa, pelo bispo diocesano, pelo
pároco e por todas as lideranças da comunidade. Fazer
memória das pessoas que conduziram a comunidade
nos últimos anos.
. Motivar para o 15º Congresso Eucarístico Nacional, que
está próximo.
. Usar a bênção final própria para o Tempo Pascal, con-
forme Missal romano, p. 523.
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PNE - QV) - CVV nº 27
5º Domingo da Páscoa na ressurreição do Senhor
|4 de maio de 2006
1. Situando-nos brevemente
57
PNE - QV) - CVV nº 27
2. Recordando a Palavra
58
PNE - QV) - CVV nº 27
Um detalhe interessante, que não é um detalhe para são João,
é o uso do verbo “permanecer”, que é a palavra-chave deste texto
(do v. 4 ao v. 8, aparece sete vezes). Expressa a confirmação ou
renovação de uma atitude antes assumida. Supõe que o discípulo
já tenha, anteriormente, aderido a Jesus e que essa adesão adquira,
agora, estatuto de solidez, de estabilidade, de constância, de con-
tinuidade. É um convite a que o discípulo mantenha a sua adesão
a Jesus, a sua identificação com ele, a sua comunhão com ele.
Na segunda leitura, são João sublinha que recebemos do
Senhor este grande mandamento: “Que nos amemos uns aos
outros”. Ele afirma que permanecer em Deus significa guardar
seus mandamentos, todos eles contidos no grande mandamento do
amor. São João afirma, ainda, que, pelo Espírito Santo, sabemos
que Deus permanece em nós. O mesmo Espírito que, segundo
informa o livro dos Atos dos Apóstolos, ajudava (e ajuda) a Igreja
de Cristo a crescer.
Como resposta à Palavra de infinito amor de nosso Deus,
cantamos, pelo Sl 21, um hino de ação de graças e de adoração.
Quanto à primeira leitura de hoje, é bom recordarmos o
seu contexto, o capítulo 9 dos Atos dos Apóstolos. Os vv. 1 a 9
descrevem a conversão de Paulo, a “caminho de Damasco”. Nos
vv. 10 a 19, vemos seu encontro com a comunidade de Damasco
e seu trabalho pastoral junto a essa comunidade (19-25).
O texto proclamado hoje, vv. 26-30, mostra a forma como
Paulo, depois de deixar Damasco, foi recebido pelos cristãos de
Jerusalém. Aí estão descritos a desconfiança da comunidade cristã
de Jerusalém em relação a Paulo; seu esforço em integrar-se a
ela; o papel de Barnabé nesta integração; o entusiasmo com que
Paulo dá testemunho de Jesus e a coragem com que ele enfrenta
as dificuldades e oposições.
Em nossas comunidades, muitas vezes também encontra-
mos tais atitudes: medo, desconfiança, preconceito, fechamento.
59
PNE - QV] - CVY nº 27
Diante da firmeza com que Paulo pregava o nome do Senhor, a
própria comunidade foi dando-se conta de que, de fato, ainda não
estava convertida. Foi preciso que alguém de fora a provocasse
e desse testemunho, para que ela percebesse isto.
O v. 31, versículo final, é um breve sumário da vida da
Igreja: é o Espírito Santo que conduz a Igreja na sua marcha
pela história. É este mesmo Espírito que aguardamos na festa
de Pentecostes que se aproxima.
3. Atualizando a Palavra
60
PNE - QV) - CVY nº 27
interior. Pode-se mesmo dizer que este será um período propício
para a poda, no sentido de que ele estimula nossa renovação es-
piritual, nosso compromisso com Cristo e com sua Igreja. Todos
somos chamados a participar do Congresso, quer lá presentes,
quer unidos através da oração. Pela realização do Congresso
Eucarístico, a Igreja no Brasil deseja manifestar, publicamente,
a fé que professamos na presença real de Cristo no mistério da
eucaristia. Queremos dizer a todos que querem ver Jesus: “Vinde
e vede!”, “Ele está no meio de nós”.
61
PNE - QV) - CVV nº 27
de nossas vidas. A epístola adverte-nos: “Não amemos só com
palavras e de boca, mas com ações e de verdade!”. Mas cuidado!
Não façamos confusão entre amar com ações e ativismo. Ações,
aqui, adquire o significado de construir o Reino de Deus, que se
realiza pelo fazer e também pelo contemplar, duas dimensões
complementares.
Como ramos produtores de bons frutos, possamos ajudar
que a Igreja de Cristo realize, hoje, o que realizava nos primei-
ros tempos: “Consolidava-se e progredia no temor do Senhor e
crescia em número com a ajuda do Espírito Santo”.
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PNE - QV] - CVVY nº 27
o sacerdote, em nome da assembléia, completa esse pedido e
solicita que o Pai conceda “que sejamos fiéis por toda a vida”.
Na oração após a comunhão, completamos nossos pedidos, re-
querendo que Deus permaneça entre nós e que, por sua bondade,
possamos passar da “antiga à nova vida”, à vida de plenitude
que Cristo garantiu-nos ao destruir a morte por seu sacrifício
na cruz.
Neste domingo, portanto, nossas orações seguem uma linha
de súplica, de petição. Pedimos a liberdade, a herança, ser fiéis,
passar para a nova vida com o intuito de sermos um ramo que
permanece unido à videira e, assim, frutifica.
Possamos, nesta celebração do mistério pascal, renovar
nossa adesão a Cristo e a seus mandamentos e expressar, por
nossas preces, “sim, eu quero ser ramo que permanece unido e
purificado pelo Pai, dar muitos frutos”.
PREPARANDO A CELEBRAÇÃO
Sugestões
1. Preparar uma acolhida afetuosa, que expresse o amor
das mães e às mães.
2. Fazer um arranjo que lembre o Evangelho de hoje: o
tronco € os ramos.
3. No mural, colocar em destaque o cartaz do 15º Con-
gresso Eucarístico Nacional.
4. Valorizar, nos serviços litúrgicos, a participação de mães
jovens, mães grávidas, mães idosas.
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PNE - QV) - CVV nº 27
7. Incluir, na prece dos fiéis, uma prece por aquelas que
não são mães fisicamente, mas que assumiram a respon-
sabilidade de vidas geradas por outras mulheres.
8. Para marcar o clima festivo, cantar as respostas da prece
eucarística.
9. Depois do silêncio após a comunhão, cantar o Magnificat
— o hino de Maria, mãe de Deus e nossa.
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PNE - QVJ - CVV nº 27
6º Domingo da Páscoa na ressurreição do Senhor
21 de maio de 2006
1. Situando-nos brevemente
65
PNE - QV] - CVV nº 27
nós”, motivou-nos a refletir sobre a presença do Senhor junto a
nós e a renovarmos nosso encontro místico, afetivo e existencial
com Deus. Para lembrarmos sempre de sua presença no meio de
nós, Jesus deixou-nos o memorial de sua Páscoa, que celebramos
na eucaristia. O Congresso, por seus diversos eventos, instigou-
nos a avaliar nossa missão evangelizadora num mundo árido e
fragmentado, o Evangelho de hoje nos instiga a avaliar como
estamos vivendo o amor cristão.
2. Recordando a Palavra
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PNE - QV) - CVY nº 27
completas definições de Deus: “Deus é amor”. A vinda de Jesus
ao encontro dos seres humanos e a sua morte na cruz revelam a
grandeza do amor de Deus pelos seres humanos. Ser “filho de
Deus” e “conhecer a Deus” é deixar-se envolver por este dina-
mismo de amor e amar os irmãos.
O apóstolo orienta: “Amemo-nos uns aos outros”. E jus-
tifica: “Porque o amor vem de Deus”. Este Deus misericordioso
enviou-nos seu Filho para que, por sua morte, retornássemos à
vida. Nosso amor não vem de nós mesmos, pois Deus amou-nos
primeiro.
Diz Pedro, na narrativa dos Atos dos Apóstolos, que “Deus
não faz distinção de pessoas”. A Palavra acentua, especialmente,
o fato de a mensagem da salvação destinar-se a todas as nações,
sem distinção de pessoas, de raças ou de povos. Como relembra o
subsídio teológico do 15º Congresso Eucarístico Nacional, somos
iguais em Cristo, porque participamos da mesma fé, ouvimos
a mesma Palavra, vivemos no mesmo Espírito. Por isso, pelo
S1 97, alegres, cantamos: “O Senhor fez conhecer a salvação e
às nações sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa
de Israel”.
3. Atualizando a Palavra
Como lembramos no início, em nosso cotidiano usamos
muitas e frequentes expressões com as palavras “amor/amar”,
quase sempre relacionadas a algo prazeroso, embora, às vezes,
destituído de sentido.
Bastante diferente é a concepção de amor/amar proposta
por Cristo: “Como meu Pai me amou, assim também vos amei.
Permanecei no meu amor”. Tal concepção é retomada por são
João em sua primeira carta: “ Amemo- nos uns aos outros, porque
o amor vem de Deus”.
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PNE - QV) - CVV nº 27
O Subsídio Teológico 2 do 15º Congresso Eucarístico
ressalta que Cristo,
depois de dar aos apóstolos seu corpo como alimento e seu sangue
como bebida, permaneceu com eles, ao redor da mesa, e deixou-
lhes as últimas recomendações: que se amassem, que permane-
cessem unidos, que vivessem sempre em comunhão fraterna.
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PNE - QV] - CVV nº 27
já disse que a cruz é um dos símbolos do amor cristão, porque
traça, na vertical, a ligação com o Pai e, na horizontal, a ligação
com os irmãos.
Vivemos como quem permanece no amor de Deus ou esque-
cemos que ele nos ama continuamente e que a isso devemos res-
ponder pela oração que nos liga a ele e pelas ações que nos ligam
aos Irmãos? O mesmo Subsídio 2 ainda afirma: “Só pode receber
dignamente a comunhão quem a vive primeiro com Deus, com
seus Irmãos e com sua comunidade. Em verdade, não é correto di-
zer que se “recebe” a comunhão, ela deve ser vivida e celebrada”.
Cristo sentia-se infinitamente amado pelo Pai, mesmo nos
momentos mais duros, pois esse amor dava sentido também
ao sofrimento. Precisamos deixar pulsar em nosso coração o
legítimo amor que vem do Pai e que a tudo dá sentido, só assim
nos sentiremos como Jesus, infinita e permanentemente amados
do Pai, e poderemos ser, no mundo, sacramento desse amor. Só
assim produziremos e distribuiremos bons frutos, missão para a
qual fomos chamados e designados.
Não somos “filhos de Deus” porque um dia fomos batiza-
dos; mas sim porque um dia optamos por Deus, porque continu-
amos, dia-a-dia, a acolher essa vida que ele nos oferece, porque
vivemos em comunhão com ele e porque damos testemunho
desse Deus que é amor através dos nossos gestos.
Hoje, o 15º Congresso Eucarístico Nacional chega à sua
culminância, como também o Ano da Eucaristia. Cristo, no
Evangelho, chama-nos amigos e convida a permanecermos em
seu amor. Nós temos certeza de que ele permanece junto a nós e,
como dizem os subsídios do Congresso, “a mais real das presen-
ças do Senhor em meio a nós é sua presença na eucaristia, onde
ele quis dar-se e entregar-se na forma de sacramento”.
Queremos, pois, pela manifestação pública da fé que professa-
mos na presença real de Cristo no mistério eucarístico, que ressoem,
69
PNE - QV) - CVV nº 27
por toda parte, as palavras inspiradoras deste grande acontecimen-
to da Igreja nacional: “Vinde e vede!” — “Ele está no meio de nós!”.
70
PNE - QV) - CVY nº 27
solene Tempo Pascal, transbordamos de alegria e, com renovado
entusiasmo, fazemos ecoar nosso canto: “Santo, Santo, Santo,
Senhor Deus do Universo! Hosana nas alturas!”
PREPARANDO A CELEBRAÇÃO
Sugestões
1. Destacar o cartaz do 15º Congresso Eucarístico Nacional.
2. No ato penitencial, fazer a aspersão com água benta.
3. Preparar as oferendas de modo solene, aprontando o
altar neste momento, fazendo a procissão das oferendas
do pão e do vinho, como também de ofertas para os
pobres.
4. Cantar com vibração o “Amém” conclusivo da doxolo-
gia final da prece.
5. Rezar a oração do 15º Congresso Eucarístico Nacional.
6. Levar a comunhão aos doentes, no dia de hoje, en-
quanto é concluída a celebração. Após a comunhão,
os ministros saem com o sacramento. Todos se levan-
tam enquanto eles partem para as casas dos doentes.
Pode-se citar o nome dos doentes a quem será levada
a comunhão. À ação é sinal de uma Igreja unida, que
acolhe e que vai ao encontro de todos. É a grande co-
munhão que formamos em torno da eucaristia neste dia
de encerramento do Congresso Eucarístico e do Ano
da Eucaristia.
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7. No próximo domingo, celebramos o 40º Dia Mundial
da Comunicação, com o lema: “Rede de comunicação,
comunhão e cooperação”. A comunicação não se reduz à
informação, ela deve promover uma frutuosa comunhão
e cooperação entre as pessoas.
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Ascensão do Senhor
28 de maio de 2006
1. Situando-nos brevemente
Chegamos, hoje, a um momento importante dentro do Tem-
po Pascal. Trata-se de uma festa que tem o seu sentido dentro do
espírito que caracteriza estes cinquenta dias de Páscoa.
É a festa da Ascensão do Senhor! Passados quarenta dias
da ressurreição, conforme Lucas, Jesus é levado ao céu. Como
rezamos no credo: “Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus
Pai, todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mor-
tos”. Esta não constitui uma festa da despedida, mas sim o Início
de um novo modo de Jesus estar presente entre nós. Festejamos
presença nova do Senhor no meio de nós.
Entre nós são comuns as expressões “subir na vida”, “os
negócios do fulano estavam lá em cima, despencaram”, até a
bolsa de valores “sobe e desce”...
Que significa a festa da Ascensão? Qualo seu sentido para nós,
hoje? Qual o compromisso que assumimos ao celebrar tal festa? Veja-
mos o que nos ensina a Palavra de Deus e as orações de nossa liturgia.
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2. Recordando a Palavra
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os demônios em meu nome”?, serão arautos da paz e do entendi-
mento dos homens (“falarão novas línguas”), levarão a esperança
e a vida nova a todos os que sofrem e que são prisioneiros da
doença e do sofrimento (“quando impuserem as mãos sobre os
doentes, eles ficarão curados”): e, em todos os momentos, Jesus
estará com eles, ajudando-os a vencer as contrariedades e as
oposições.
À entronização de Jesus “à direita de Deus” mostra que sua
proposta de Jesus é verdadeira. Na concepção dos povos antigos,
aquele que se sentava “à direita” era um personagem distinto,
que o rei queria honrar de forma especial... Jesus, porque cum-
priu com total fidelidade o projeto de Deus, é honrado pelo Pai
e convidado a sentar-se à sua direita.
Por fim, temos a ação missionária dos discípulos: “eles
partiram” (quer dizer, deixaram para trás muitas coisas por causa
da missão) “a pregar” (quer dizer, a anunciar com palavras e
com gestos concretos essa vida nova que Deus ofereceu aos
seres humanos através de Jesus) “por toda parte” (propondo
a todos os seres humanos, sem exceção, a proposta salvadora
de Deus).
A segunda leitura! apresenta a primeira parte da Carta aos
Efésios — uma ação de graças, na qual Paulo agradece a Deus
pela fé daquela comunidade e pela caridade que eles manifestam
para com todos os irmãos na fé.
Afirmação significativa a de que a comunidade cristã é um
“corpo” — o “corpo de Cristo” — formado por muitos membros.
Paulo retoma a noção de “corpo de Cristo” para refletir sobre a
relação que existe entre a comunidade e Cristo.
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3. Atualizando a Palavra
Hoje, nosso Senhor Jesus Cristo subiu ao céu; suba também com
ele o nosso coração. Ouçamos as palavras do Apóstolo: “Se res-
suscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto,
onde está Cristo, sentado á direita de Deus; aspirai às coisas ce-
lestes e não às coisas terrestres” (C13,1-2). Assim como ele subiu
sem se afastar de nós, também nós subimos com ele, embora não
se tenha realizado ainda em nosso corpo o que nos está prometido.
2 In: Liturgia das Horas. Ofício das Leituras. v. II, pp. 828-829.
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Cristo já foi elevado ao mais alto dos céus; contudo continua
sofrendo na terra através das tribulações que nós experimentamos
como seus membros. Dou testemunho dessa verdade quando se fez
ouvir lá do céu: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9,4).
E ainda: “Eu estava com fome e me deste de comer” (Mt 25,35).
Cristo está no céu, mas também está conosco. Nós, mesmo
permanecendo na terra, estamos também com ele. Por sua di-
vindade, por seu poder e por seu amor ele está conosco. Embora
não possamos realizar isso pela divindade, como ele, ao menos
podemos realizar pelo amor que temos para com ele.
Existe a unidade entre Cristo, nossa cabeça, e nós, seu corpo.
Ninguém senão ele poderia realizar esta unidade que nos identi-
fica com ele mesmo, pois tornou-se Filho do Homem por nossa
causa, e nós, por meio dele, nos tornamos filhos de Deus.
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Atentos às orações litúrgicas da festa de hoje, veremos aí
presentes, em forma de oração, o que significa a festa da Ascensão
do Senhor: “já é nossa vitória”; “comunhão de dons entre o céu e
a terra” (sobre as oferendas); “subiu para tornar-nos participantes
da sua divindade” (prefácio II); “no céu está a nossa humanidade”
(após a comunhão); e “subiu para dar-nos a certeza de que nos
conduzirá à glória da imortalidade” (prefácio 1).
Para nós, ministros e assembléia, esta festa significa afir-
mar que somos membros de seu corpo, chamados na esperança
a participar de sua glória (coleta).
Celebremos, portanto, com os corações voltados para o alto
(após a comunhão), transbordando de alegria pascal (prefácio 1).
PREPARANDO A CELEBRAÇÃO
Sugestões
1. Se possível, cantar o Evangelho e o prefácio próprio da
festa de hoje.
2. Cantar a profissão de fé.
3. Se for rezada a prece eucarística I, lembrar que há um
texto próprio — “em comunhão”.
4. O pai-nosso é a oração de todos os cristãos. Fazer uma
motivação especial para cantá-lo ou rezá-lo, de mãos
dadas, em comunhão com todas as Igrejas cristãs.
5. Como é o último domingo do mês de maio, próximo
da festa da Visitação de Nossa Senhora, dia 31, pode-se
destacar a imagem de Maria, sem tirar a centralidade do
altar e do ambão.
6. Nos ritos finais, invocar a bênção solene, cf. Missal
romano, p. 523, e dar um destaque especial ao envio:
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“Ide em paz”. Pode-se cantar ou pedir que a assembléia
realize um gesto que manifeste sua alegria de ser “en-
viada”: por exemplo, uma salva de palmas, um “viva”,
dar-se as mãos na saída.
. Convidar para a novena de Pentecostes, conforme a
programação da comunidade, e, especialmente, para a
vigília de Pentecostes.
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Celebração na vigília de Pentecostes
3 de junho de 2006
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Fazer um momento de silêncio e, depois, de recordação da
vida. Lembrar a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos,
que se encerra hoje.
Cantar: “A nós descei divina luz” (enquanto se acendem
as velas no Círio Pascal).
Concluir com a oração:
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Santo, que manifesta ao mundo o mistério da vossa santidade
e unidade, levando as pessoas à perfeição do vosso amor. Por
Cristo, nosso Senhor. Amém.
Oração:
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Oração:
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Domingo de Pentecostes
4 de junho de 2006
1. Situando-nos brevemente
Com a festa de hoje, estamos chegando ao fim do Tempo
Pascal, tempo celebrado com alegria e exultação, um só dia de
festa que durou cinquenta dias, “um grande domingo”, tempo
marcado pelo canto e pelo sentimento do “Aleluia!”.
O importante é celebrarmos a festa de hoje intimamente
ligada à Páscoa e a todo o Tempo Pascal. O Pentecostes cristão
não é a festa do Espírito Santo em si. À vinda do Espírito Santo,
em Pentecostes, é um acontecimento de salvação. Representa o
cume do mistério pascal da morte e ressurreição de Cristo. É a
festa que dá coroamento à Páscoa de Cristo.
Na missa da vigília, rezamos na oração do dia: “Quisestes
que o mistério pascal se completasse durante cinquenta dias, até
a vinda do Espírito Santo”.
Concluímos, hoje, a Semana de Oração pela Unidade dos
Cristãos. E o dom do Espírito que nos faz viver unidos. Somente
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unidos pelo mesmo Espírito poderemos ver Jesus, Caminho,
Verdade e Vida.
2. Recordando a Palavra
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povos uma comunidade de amor e de partilha. A possibilidade
de ouvir na própria língua “as maravilhas de Deus” significa
que, sem deixarem a sua cultura, as suas diferenças, todos os
povos escutarão a proposta de Jesus e terão a possibilidade de
integrar a comunidade da salvação, onde se fala a mesma língua
e onde todos podem experimentar esse amor e essa comunhão
que tornam povos tão diferentes irmãos.
À comunidade cristã de Corinto era viva e fervorosa,
mas não era uma comunidade exemplar no que diz respeito à
vivência do amor e da fraternidade: os partidos, as divisões, as
contendas e rivalidades perturbavam a comunhão e constituíam
um contra testemunho. Na Primeira Carta aos Coríntios, Paulo
corrige, admoesta, dá conselhos, mostra a incoerência desses
comportamentos, incompatíveis com o Evangelho. O verdadeiro
“carisma” é o que leva a confessar que “Jesus é o Senhor”. Os
demais ministérios, atividades e dons são consequência.
Paulo compara a comunidade cristã a um “corpo” com
muitos membros. Apesar da diversidade de membros e de fun-
ções, o “corpo” é um só. Em todos os membros circula a mesma
vida, pois todos foram batizados num só Espírito e “beberam”
um único Espírito.
O Evangelho de hoje já foi proclamado no segundo do-
mingo da Páscoa, com a diferença que lá ele continua narrando a
experiência de Tomé. A narração leva-nos ao cenáculo, no próprio
dia da ressurreição. Apresenta-nos a comunidade que ainda não
se encontrou com Cristo ressuscitado nem tomou consciência do
que significa a ressurreição. É uma comunidade fechada, insegura,
com medo... Necessita fazer a experiência do Espírito; só depois
estará preparada para assumir a sua missão no mundo.
João dá detalhes: o “anoitecer”, as “portas fechadas”, o
“medo” (v. 19a) fórmam o quadro que reproduz a situação de
uma comunidade desamparada no meio de um ambiente hostil e,
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portanto, desorientada e insegura. É uma comunidade que perdeu
as suas referências e a sua identidade e que não sabe, agora, em
que se agarrar.
Entretanto, Jesus aparece “no meio deles” (v. 19b). João
indica, dessa forma, que os discípulos, fazendo a experiência do
encontro com Jesus ressuscitado, redescobriram o seu centro, O
seu ponto de referência.
Jesus deseja-lhes “a paz”. A “paz” é um dom messiâni-
L
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Cânticos” à obra do Espírito Santo. É um hino antigo, do século
n
3. Atualizando a Palavra
A Palavra que ouvimos neste domingo de Pentecostes
não é apenas para recordar um fato acontecido há mais de 2.000
anos, mas é, sobretudo, uma palavra dirigida a nós, hoje, Igreja
de Jesus Cristo.
A festa de Pentecostes, cume da festa pascal, aviva e ajuda
nossa Igreja e nosso mundo, que quer “ver Jesus”. Um lugar
privilegiado, não único, mas especial, para “vermos Jesus”, é
a comunidade reunida em torno da Palavra, da eucaristia e da
caridade. A partir da Palavra que ouvimos hoje, surgem muitas
perguntas: a Igreja de que fazemos parte é uma comunidade de
irmãos que se amam, apesar das diferenças? Está reunida por
causa de Jesus e à volta de Jesus? Tem consciência de que o Es-
pírito está presente e que a anima? Testemunha, de forma efetiva
e coerente, a proposta libertadora que Jesus deixou”
Temos consciência de que é o Espírito que nos renova,
orienta e anima? Damos suficiente espaço à ação do Espírito em
nossa Igreja? Temos consciência de que somos membros de um
único “corpo” — o corpo de Cristo — e que é o mesmo Espírito
que nos alimenta, embora desempenhemos funções diversas (não
mais dignas ou mais importantes, mas diversas)?
Os “dons” que recebemos não podem gerar conflitos e
divisões, mas devem servir para o bem comum e para reforçar
a vivência comunitária. As nossas comunidades são espaços de
partilha fraterna?
E preciso ter consciência da presença do Espírito: é ele que
alimenta, que dá vida, que anima, que distribui os dons conforme
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as necessidades; é ele que conduz as comunidades na sua mar-
cha pela história. Ele foi distribuído a todos os fiéis e reside na
totalidade da comunidade.
Como vimos no Evangelho, a comunidade cristã só existe
de forma consistente se está centrada em Jesus. Jesus é a sua
identidade e a sua razão de ser. É nele que superamos os nossos
medos, as nossas incertezas, as nossas limitações.
Que sinais nossas comunidades apresentam àqueles que
querem “ver Jesus”?
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Graças ao Espírito Santo, podemos afirmar que toda cele-
bração litúrgica é nova, única e frutífera.
Na celebração litúrgica, todo fiel que participa da assem-
bléia se torna o que recebe e o que é anunciado, celebrado. De
fato, o mistério, proclamado e professado para a vida do cristão,
transforma-se em ação de graças (eucaristia).
PREPARANDO A CELEBRAÇÃO
Sugestões
1. Tudo no espaço celebrativo da festa de hoje deve lem-
brar a Páscoa, os cinqiienta dias em que celebramos a
ressurreição do Senhor. Por isso, preparar bem o local
onde ficará o Círio Pascal, enfeitar a pia batismal, usar
a cor vermelha no ambão, fazer uma ornamentação que
destaque o altar (sem poluir). No livro A arte floral a
serviço da liturgia, de Jeanne Emard, São Paulo, Pauli-
nas, 1999, pp. 49-51, há uma sugestão de arranjo próprio
para a festa de hoje.
2. Preparar um candelabro para colocar as sete velas ou
tochas.
3. Solenizar a procissão de entrada: cruz processional, 1n-
censo, Círio Pascal, sete velas ou tochas, Evangeliário
(ou Lecionário), bandeira do Divino. Todos os ministros
que vão exercer algum ministério litúrgico usem as
vestes festivas. O sacerdote que preside use a estola e a
casula vermelhas.
4. Durante o canto da “sequência” — “A nós descei divina
luz” —, a assembléia acende suas velas no Círio e nas
sete velas ou tochas, permanecendo com elas acesas até
o final do Evangelho.
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5. Fazer a profissão de fé junto à pia batismal e depois
fazer a aspersão sobre toda a assembléia.
6. Invocar sobre a assembléia a bênção final, própria da
festa de hoje, conforme Missal romano, p. 524.
7. Lembrar que a Igreja no Brasil tem um compromisso
pascal, nascido da missão evangelizadora de Jesus
Cristo, pelo qual todas as comunidades são chamadas
a participar, com a força do Espírito Santo: Queremos
ver Jesus — Caminho, Verdade e Vida.
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Sumário
Apresentação.................c. cr rrerereeeeanaera raca cen eae caca rean care resrerae rate terents 5