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Alternativa agroflorestal na Amazônia em transformação

REABILITAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NAS REGIÕES


AMAZÔNICAS DO BRASIL E DO PERU: REVISÃO DE INICIATIVAS
PRODUTIVAS E LIÇÕES APRENDIDAS
César Sabogal1, Everaldo Almeida2, Abel Meza3, Silvio Brienza Júnior4

RESUMO

Os principais agentes na alteração dos ecossistemas florestais amazônicos brasileiro e peruano


são a exploração florestal predatória, pecuária extensiva, agricultura de corte e queima,
agricultura mecanizada de grãos (na última década, no Brasil), e a produção de cultivos
ilegais (nas últimas três décadas, no Peru). No entanto, sabe-se que inúmeras experiências
favorecendo a recuperação de áreas degradadas são conduzidas por produtores familiares em
diversas localidades da Amazônia desses dois países. Porém, muito pouco têm sido feito para
documentar, analisar e disseminar seus resultados. O Centro Internacional de Pesquisa
Florestal (CIFOR) em colaboração com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(EMBRAPA) e o Instituto Nacional de Investigación Agraria (INIA) conduziram um estudo
para identificar iniciativas de reabilitação em áreas degradadas (RAD) na Amazônia brasileira
e peruana e analisar os principais fatores que afetam a adoção dessas iniciativas. Um
levantamento executado em instituições de ensino, pesquisa, e promoção do desenvolvimento
rural, públicas e privadas identificou 349 experiências no Brasil e 40 no Peru, das quais foram
respectivamente selecionadas 30 e 10 experiências para avaliação de campo e entrevistas.
Representantes de instituições responsáveis pela implementação das experiências também
foram entrevistados sobre o processo de intervenção técnica. O estudo constatou que: (a) as
necessidades edafoclimáticas, manejo agronômico ou silvicultural, e as perspectivas de
mercado atual e/ou potencial das espécies e sistemas produtivos a serem promovidos devem
ser melhor estudadas; (b) a participação das famílias rurais (ou seus representantes) é
essencial desde a formulação da proposta inicial; (c) uma assistência técnica participativa,
oportuna e de qualidade, que re-valorize e traga inovações para os sistemas agrícolas
tradicionais, fortalecerá as capacidades das famílias rurais; (d) o fortalecimento de
organizações de base é necessário para o gerenciamento de projetos de RAD; (e) o
beneficiamento e a comercialização dos produtos oriundos das áreas recuperadas são
imprescindíveis para agregar valor à produção; (f) a organização de redes de produtores pode
viabilizar volumes que atendam as demandas do mercado e, assim fortalecer as organizações
sociais para o comércio.
Palavras-chave: Adoção de tecnologias, Desenvolvimento rural, Espécies florestais, Manejo
de floresta secundária, Reflorestamento, Sistema agroflorestal.

ABSTRACT

The main drivers of alteration in forest ecosystems of the Brazilian and Peruvian Amazon are
destructive extraction of forest products, extensive cattle ranching, slash-and-burn agriculture,

1
Pesquisador associado, Centro Internacional de Pesquisa Florestal (CIFOR), Belém-Pará, Brasil.
2
Consultor independente. Macapá-Amapá, Brasil.
3
Pesquisador, Centro Agroflorestal Mundial (ICRAF), Pucallpa, Peru.
4
Pesquisador, Embrapa Amazônia Oriental. Belém-Pará, Brasil.

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mechanized agriculture of grains (in the last decade, in Brazil), and the production of illegal
crops (over the last three decades, in Peru). While it is known that smallholders in diverse
Amazonian contexts in the two countries conduct numerous experiences contributing to the
recovery of degraded lands, insufficient work is devoted to document, analyze and
disseminate their results. The Center for International Forestry Research (CIFOR), in
collaboration with the Brazilian Enterprise for Agricultural Research (EMBRAPA) and the
Peruvian Institute for Agricultural Research (INIA), carried out a study to identify local
initiatives aiming to the rehabilitation of degraded areas (RDA) in the Amazon, and analyze
the main factors affecting their adoption. Through an inventory based on secondary sources
(research and educational institutions as well as public and private rural development
organizations), a total of 349 initiatives were identified in Brazil, and 40 in Peru, of which 30
and 10 initiatives were respectively selected for field visits and interviews. A number of key
informants from institutions responsible for implementation of the initiatives/projects in each
country were consulted on the process of technical intervention. Results of the study include:
(a) need to further understand biophysical requirements, agronomic or silvicultural
management, and the current and/or potential market prospects for the species and productive
systems to be promoted; (b) effective participation of rural families (or their representatives)
is essential from the onset of the initiative; (c) revalorization of traditional agricultural
systems and proper innovations through training and participatory, timely and qualified
technical assistance will strengthen capacities of smallholders involved in RDA initiatives; (d)
strengthening local organizations is critical to manage resources available for RDA projects;
(e) processing and marketing of products from recovered areas is needed to add value to
production; (f) producer networks will help families in meeting market demands and
strengthen their organization for trade.
Keywords: Agroforestry system, Forest species, Management of secondary forest, Rural
development, Reforestation, Technology adoption.

1. INTRODUÇÃO

A extensão de paisagens com terras florestais degradadas aumentou


dramaticamente nas últimas décadas. Segundo a Organização Internacional de
Madeiras Tropicais--OIMT (2002), nas regiões tropicais existem pelo menos 500
milhões de hectares degradados. A reabilitação é um componente importante dos
programas florestais em muitos países e é provável que sua importância aumente na
medida em que as áreas de florestas vão se reduzindo e degradando cada vez mais.
Entretanto, a maioria dos esforços de reabilitação não tem sido sustentável e nem foi
desenhada para responder a objetivos ou satisfazer necessidades locais de
subsistência. A avaliação e monitoramento das iniciativas e seus impactos na
produção, nos meios de vida das pessoas e no ambiente tampouco têm sido
suficientes nem adequados.

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Diante deste panorama, o Centro Internacional de Pesquisa Florestal (CIFOR)


iniciou em 2002 o estudo “Revisão de Iniciativas de Reabilitação: Lições do
Passado”, com o apoio financeiro do Governo do Japão. O propósito do referido
estudo era aumentar as possibilidades de sucesso de futuros esforços de
reabilitação mediante a identificação de enfoques e estratégias que mais tenham
contribuído à sustentabilidade ao longo prazo, com impactos negativos mínimos para
os diferentes grupos de interesse. Buscou-se obter lições estratégicas de iniciativas
passadas e em andamento, bem como os fatores que as justificaram, suas
estratégias de trabalho, as limitações enfrentadas e os impactos atingidos. Além
disso, pretendia-se identificar e disseminar os enfoques e incentivos mais
promissores de reabilitação em diferentes cenários ecológicos e socioeconômicos.
Para abranger um amplo leque de cenários e experiências, o estudo concentrou-se
em seis países: dois da América Latina (Brasil e Peru) e quatro da Ásia (China,
Filipinas, Indonésia e Vietnã). O trabalho focalizou iniciativas dirigidas ao
estabelecimento de árvores em terras anteriormente cobertas por florestas. Na
avaliação foram incluídos projetos integrados com componentes de reabilitação
florestal. Entretanto, não foram considerados de interesse (pelo menos para as
avaliações de campo) os experimentos estritamente técnicos sobre ensaios com
espécies ou de plantações. Neste documento são apresentados a metodologia, os
principais resultados e lições aprendidas, assim como recomendações para políticas
públicas dos estudos realizados nas regiões amazônicas do Brasil e do Peru 5.

1.1 Conceitos

Área florestal degradada

Para a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a


degradação do solo é o processo de diminuição de sua capacidade atual e potencial
para produzir, qualitativa e quantitativamente, bens (colheitas agrícolas ou florestais)
e serviços (segurança alimentar) (FAO 1984). No caso da degradação da floresta,
trata-se de uma redução da capacidade da mesma para produzir bens e serviços

5
Ambos os estudos já foram publicados (Almeida et al. 2006; Meza et al. 2006) e uma versão em formato PDF
pode ser acessada no site do CIFOR (www.cifor.cgiar.org)

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(FAO 2003). Segundo a OIMT (2002) uma área ou terra florestal degradada é aquela
severamente deteriorada pela extração excessiva de produtos madeireiros e/ou não
madeireiros, manejo inadequado, freqüentes incêndios, pastoreio ou outras
perturbações e usos que degeneraram o solo e a vegetação, a tal ponto que a
vegetação florestal após o abandono da área se vê inibida ou atrasada.

Nos dois países estudados há diversas definições e interpretações para o que é área
degradada e as atividades de reabilitação ou recuperação. No Brasil, uma definição
usada considera área degradada como aquela em que, após distúrbio, houve
eliminação dos seus meios de regeneração natural, não sendo, portanto, capaz de
se regenerar sem a interferência antrópica (Kageyama et al. 1994). O termo
degradação pode ser aplicado para duas macro situações: degradação da
capacidade produtiva (perda da produtividade econômica agrícola, pecuária ou
florestal) e degradação ambiental ou ecológica, que envolve danos ou perdas de
populações de espécies de animais silvestres e/ou vegetais, ou danos que ocorrem
quando a perturbação no ecossistema promove a perda de funções ecológicas
críticas (Brienza Júnior et al. 1995; Vieira et al. 1993). O termo área alterada, que
significa área antropizada por atividades agropecuárias e madeireiras, é muitas
vezes usado para evitar referir-se à degradação da terra6.

No Peru, terra ou área degradada é aquela que perdeu ou diminuiu sua capacidade
produtiva de gerar bens e serviços em forma sustentável (desde o ponto de vista
econômico e ecológico), devido à perturbação da sucessão natural em forma
contínua (INIA 2003). Na legislação, as áreas passíveis de recuperação florestal são
definidas como terras sem cobertura vegetal ou com escassa cobertura arbórea ou
de valor comercial baixo, que requerem atividades de reflorestamento para
incorporá-las à produção e prestação de serviços florestais7.

6
Nessas áreas, encontram-se áreas alteradas produtivas, que constituem sistemas agrícolas ou florestais
produtivos, ou áreas alteradas sem utilização econômica, ou seja, áreas abandonadas após uso temporário
(Brienza Júnior et al. 1995; Vieira et al. 1993).
7
Regulamento da Lei Florestal e da Fauna Silvestre, Decreto Supremo 014-2001-AG.

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Reabilitação florestal

A reabilitação florestal pode ser entendida como a reconstrução de um ambiente que


sofreu algum grau de alteração. O objetivo pode ser recuperar a capacidade
produtiva da área para um sistema agrícola ou florestal pré-existente, ou para
reativar a dinâmica natural da comunidade local (flora e fauna) similar àquela
existente previamente. No Brasil, o termo mais usado é recuperação8, podendo se
diferenciar entre recuperação da capacidade produtiva (retorno da capacidade
produtiva de áreas abandonadas via utilização de cultivos agrícolas específicos,
sistemas agroflorestais, pecuária ou outros sistemas agrícolas ou florestais) e
recuperação ambiental (recuperação ou restauração de um ecossistema alterado
e/ou degradado às condições originais). A recuperação é prevista na legislação para
áreas de preservação permanente (APP) e áreas de Reserva Legal (ARL) em
propriedades rurais; terras públicas ou privadas usadas para projetos de construção,
transporte, hidroelétricas e áreas de mineração em terras públicas.

No Peru, a legislação faz referência a atividades direcionadas a recuperar, manejar e


reabilitar florestas e terras degradadas para sua incorporação à produção. Estas
atividades são previstas em geral para as terras florestais em áreas protegidas e
terras privadas (de agricultores, pecuaristas, etc.).

1.2 Características regionais

Brasil e Peru detêm as maiores superfícies de florestas na bacia amazônica e estão


entre os oito países megadiversos do mundo. Apesar do enorme potencial que
apresentam os recursos florestais para as pessoas, as economias e o ambiente em
termos local, regional e nacional, os processos de destruição e degradação têm
avançado consideravelmente. No Brasil, o desmatamento monitorado oficialmente a
partir de 1988 revela cerca de 31 milhões de ha desmatados (INPE 2005, 2006).
Entretanto, estima-se que o desmatamento acumulado na Amazônia chega a mais
de 70 milhões de ha (o equivalente a 16% da área da floresta amazônica) e estima-

8
Termos como “recomposição”, “restauração”, “reabilitação", “revegetação”, “florestamento” e
“reflorestamento” vêm sendo usados para designar as atividades de “recuperação” de uma área degradada
(Rodriguez & Gandolfi 2000).

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se que mais de 25% da área total desmatada na região ― em torno de 17,5 milhões
de ha ― encontram-se abandonados ou subutilizados, ou muitas vezes em estado
de degradação9. No caso do Peru, tem-se perdido na região amazônica em torno de
9,6 milhões de ha (12,6% da cobertura florestal original), e dessa área ao redor de
5,5 milhões de ha estão degradados ou em estado de abandono (ENDF 2002;
INRENA 2002).

Os principais agentes de alteração da paisagem na região amazônica brasileira são


as atividades de pecuária, exploração predatória de madeira e produtos não
madeireiros, agricultura de corte e queima e, mais recentemente, a agricultura
mecanizada de grãos (p.ex. Barreto et al. 2005; Krug 2000; Moran et al. 1994). No
Peru, se reconhece que a agricultura migratória é responsável por pouco mais de
75% da área total desflorestada, enquanto que para a produção de cultivos ilegais
(folha da coca e, em menor medida, amapola) são atribuídos 22% (DEVIDA 2005).
Estima-se que a extração florestal sem controle tem contribuído com 3% do
desflorestamento total na região (ENDF 2002).

Durante as últimas duas décadas, esforços múltiplos têm sido feitos para recuperar
importantes extensões de terras florestais degradadas na região amazônica em
ambos países. No Brasil, tem sido documentadas centenas de experiências
florestais e agroflorestais em andamento na Amazônia, estabelecidas por
agricultores familiares e médios produtores, empresários, instituições
governamentais e não-governamentais (p.ex. Almeida et al. 2006;
MMA/IPAM/EMBRAPA 2000; MMA/IBAMA/PROMANEJO 2005; Sabogal et al.
2006). No Peru, há igualmente diversas iniciativas de recuperação de áreas
degradadas (RAD), porém ainda muito pouco documentadas ou difundidas (p.ex.
Meza et al. 2006; Nalvarte et al. 2004). Projetos de desenvolvimento têm proposto
várias alternativas de uso da terra (p.ex. aplicação de adubos e corretivos orgânicos,
sistemas agroflorestais--SAFs e sistemas florestais, incluindo o manejo de florestas
secundárias), porém limitadas às zonas de atuação específicas ou em escala piloto.

9
Estimativa a partir do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – www.ibge.gov.br.

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2. ABORDAGEM METODOLÓGICA

O estudo foi desenvolvido entre 2003 e início de 2005. No Brasil, o trabalho foi
realizado com base na parceria entre o CIFOR e a EMBRAPA Amazônia Oriental
(Belém, Estado do Pará). No Peru o CIFOR contou com as colaborações do INIA
(Instituto Nacional de Investigación Agraria) e do ICRAF (Centro Agroflorestal
Mundial). O objetivo principal da pesquisa foi conhecer as iniciativas (experiências,
projetos) de reabilitação de áreas degradadas (RAD) nas regiões amazônicas de
ambos os países, identificando os principais fatores que incidiram no seu
desenvolvimento e, a partir daí, retirar lições que possam ser utilizadas no
planejamento, execução e avaliação de futuras iniciativas para recuperar áreas
degradadas, orientando políticas públicas.

No Brasil, a pesquisa direcionou esforços para iniciativas que abrangessem o setor


familiar (ou seja, áreas rurais com agricultores familiares), excluindo empresas. A
coleta de dados teve como principal foco a região mais desflorestada da Amazônia
brasileira, conhecida como arco do desmatamento 10 . No Peru, foram incluídas
iniciativas desenvolvidas por diferentes atores sociais como organizações de
produtores, projetos governamentais e de ONGs, empresas privadas, instituições de
pesquisa e ensino. O estudo considerou toda a Amazônia peruana, com especial
ênfase na zona de “selva alta” (comprendida entre 400 e 2600 msnm) 11, devido ao
fato de que a colonização iniciou nessa região e os processos de deterioração dos
recursos naturais são maiores em magnitude e intensidade. Por tal razão, nesse
espaço geográfico tem-se desenvolvido a maioria das iniciativas para reverter a
degradação de terras. A metodologia foi desenvolvida em três fases (Figura 1).

10
Essa região compreende uma área que inicia no Nordeste do Estado do Pará, atravessa o Sudoeste do
Maranhão e o Norte do Mato Grosso, e segue até o Noroeste de Rondônia. A largura dessa faixa de terra varia de
200 km e 600 km, dependendo da intensidade das atividades antrópicas (INPE 2005).
11
A outra zona, chamada de “selva baja”, cobre as terras abaixo de 400 msnm.

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Figura 1. Fluxograma metodológico do estudo no caso do Brasil.

2.1 Compilação de dados secundários

Foram consultadas organizações de produtores rurais, instituições governamentais e


não-governamentais (ONGs) e instituições de pesquisa e ensino, assim como
revisões de literatura e buscas em websites sobre iniciativas relevantes. As
informações obtidas foram catalogadas e armazenadas em uma base de dados
(inventário de experiências de RAD). No Brasil, foram catalogadas um total de 349
iniciativas implantadas por instituições de pesquisa governamentais e não-
governamentais, empresários, iniciativas individuais ou coletivas de agricultores
familiares em sete estados amazônicos. No Peru foram inventariadas um total de 40
iniciativas, incluindo tanto projetos ou programas de desenvolvimento rural como
iniciativas conduzidas pela empresa privada e por instituições de pesquisa.

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2.2 Compilação de dados primários

Primeiramente foram elaborados formatos para as entrevistas com agricultores e


com coordenadores/técnicos de instituições ou organizações executoras ou de apoio
às iniciativas de RAD. No Brasil, com base em vários critérios tais como área da
experiência, acessibilidade, período de implantação, presença de componente
arbóreo, entre outros foram selecionadas para avaliação 30 iniciativas catalogadas,
distribuídas em cinco estados (Acre, Tocantins, Mato Grosso, Pará e Rondônia). O
esforço amostral foi concentrado em projetos executados por associações,
sindicatos e outros grupos organizados de agricultores familiares. No Peru, foram
selecionadas para avaliação dez iniciativas localizadas principalmente nos
departamentos de Ucayali, Huánuco, San Martín, Amazonas, Cajamarca y Pasco.
Os critérios, além dos mencionados para o estudo no Brasil, incluíram a participação
direta de pequenos agricultores/colonos ou comunidades rurais na iniciativa, a
existência em campo da tecnologia promovida; e documentação (relatórios,
publicações, etc.) disponível sobre a iniciativa.

2.3 Análise de dados e disseminação dos resultados

A partir das informações primárias obtidas foram construídas duas bases de dados
para análise. O estudo em ambos os países não incluiu informações econômicas
sobre as experiências por causa do tempo limitado para visitas de campo e pela
quase inexistência dessas informações entre os agricultores. Durante o ano de 2004
foram realizadas cinco oficinas (no Brasil, em Belém e Brasília; e no Peru, em
Pucallpa, Tarapoto e Lima) com representantes de instituições públicas, ONGs,
instituições de pesquisa e ensino, políticos e financiadores. Durante as oficinas
apresentaram-se os resultados do estudo dos respectivos paises, trocaram-se
experiências entre representantes das várias instituições e organizações presentes,
e discutiram-se limitações e oportunidades no processo de adoção de RAD que
permitam a multiplicação de experiências promissoras na região amazônica.

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3. RESULTADOS

3.1 Brasil

3.1.1 Inventário de iniciativas

O setor empresarial rural é o que possui maior número de iniciativas


implementadas, principalmente no Estado de Mato Grosso. Neste setor, as áreas de
pastagens são as mais utilizadas para o plantio de espécies florestais (52%).
Também é bastante significativo o uso de espécies florestais em plantios mistos e
puros, em áreas onde anteriormente havia florestas primária (18%) e secundária
(46%), e agricultura de corte e queima (57%). O plantio é realizado preferentemente
com espécies que podem oferecer valores futuros através da venda da madeira
bruta ou beneficiada. O paricá (Schizolobium amazonicum) e o mogno (Swietenia
macrophylla) são algumas das principais espécies plantadas.

No setor familiar rural as áreas usadas para instalação das iniciativas foram
florestas primária explorada (14%) e secundária (20%), além de pastagem (19%),
mata ciliar em recuperação (3%) e, principalmente, áreas de agricultura de corte e
queima (89%). Neste setor, os sistemas agroflorestais (SAFs) apareceram em mais
de 80% das iniciativas observadas. Em alguns casos, os SAFs eram associados a
outras formas de uso da terra como apicultura, piscicultura, manejo de pasto,
enriquecimento de capoeira, entre outros, constituindo um sistema integrado. As
espécies florestais, no momento, são utilizadas apenas para complemento de
sistemas produtivos ou para uso de subprodutos no futuro (óleo, leite, entre outros),
dando-se maior ênfase às espécies para produção de frutos ou subprodutos, como o
palmito retirado do açaí (Euterpe oleracea) e da pupunha (Bactris gasipaes).

Algumas iniciativas encontram-se em um estágio avançado no processo de adoção


de práticas de reabilitação. Os produtores formaram grupos organizados que já
conseguem financiamentos, comercializam produtos, capacitam sócios, e ampliam
oportunidades de empregos. Considerando os fatores que limitam a adoção de
tecnologias de RAD, a implementação é a fase que apresenta uma maior desistência

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das famílias de agricultores que iniciaram trabalhos com essas tecnologias. Um fator
importante que leva a isso é a resistência por parte dos produtores familiares em
aceitar uma nova concepção de trabalho. A carência de conhecimentos de
tecnologias de RAD, principalmente sobre o manejo de espécies florestais e
frutíferas é um problema para os produtores rurais de forma geral. Conseguir
mercado consumidor para produtos provenientes de áreas plantadas é o principal
desafio a ser vencido.

3.1.2 Avaliação das iniciativas selecionadas

Embora as iniciativas estudadas fossem consideradas como promissoras, alguns


fatores limitantes foram encontrados nessas experiências. Na presente avaliação,
observou-se que fatores como a falta de clareza nas propostas, atraso na entrega de
sementes e plantio de mudas, insegurança na venda da produção, falta de infra-
estrutura, entre outros, são inerentes a cada uma das fases do processo. Verificou-
se também que pelo menos cinco aspectos devem ser levados em consideração
para que todo o processo funcione. O fortalecimento da organização comunitária,
cursos e treinamentos, assistência técnica, recursos financeiros e pessoal
capacitado para gerenciar esses recursos são ítens fundamentais que devem ser
considerados para que uma experiência possa alcançar todo o processo produtivo
de forma exitosa. O fluxograma da Figura 2 apresenta as fases de adoção de uma
tecnologia em toda a cadeia evolutiva, com seus respectivos limitantes.

3.1.3 Lições aprendidas

Os aprendizados obtidos com as diversas iniciativas de RAD avaliadas permitiram


derivar um conjunto de lições que abrangem aspectos técnicos, sócio-econômicos e
ambientais e que devem ser consideradas para o êxito de experiências vigentes ou a
serem implementadas na Amazônia brasileira. Tais lições são apresentadas a
seguir.

Organização social: Produtores organizados e motivados têm maiores


possibilidades de sucesso na condução das experiências. É importante trabalhar
com grupos de produtores que já possuem um nível de organização. Além disso, é

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necessário promover ações de convivência e cooperação. Os produtores devem ser


incentivados a participar não somente como meros expectadores, mas como
responsáveis por todo o processo de adoção de práticas de RAD. A motivação
ocorre mais facilmente quando os primeiros resultados são visíveis em um curto
espaço de tempo. Por exemplo, um projeto que toma como estágio inicial a criação
de uma horta comunitária ou o trabalho com apicultura tem muito mais chance de
aderir às experiências de RAD, uma vez que essas atividades oferecem retorno
rápido.

Figura 2. Fatores limitantes em cada uma das fases do processo de adoção das tecnologias implantadas
para a recuperação de áreas alteradas.

Capacitação: É necessário capacitar as famílias de produtores com o intuito de


diversificar seus sistemas tradicionais de uso do solo por meio do acréscimo de
outras opções produtivas, tais como enriquecimento e manejo de capoeira,
reflorestamento com espécies nativas de uso múltiplo, criação de abelhas,
piscicultura e sistema integrado. Os SAFs, apesar de serem os mais promovidos, em
alguns casos, não atingem a fase produtiva em função de vários fatores. Um deles é

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o tempo necessário para que haja retorno econômico. Por isso, no período sem
produção dos cultivos consorciados, o agricultor deve manter uma horta, piscicultura,
criação de abelhas, lavoura branca ou pecuária leiteira. Esse conjunto de atividades,
além de “cobrir” o período de investimento no SAF, dando tempo para que os
cultivos mais tardios iniciem suas safras, aumenta a possibilidade de aceitação e
adoção das tecnologias promovidas.

Assistência técnica: A informação a ser transmitida ao agricultor deve ser de


qualidade e freqüente, e o corpo técnico deve estar atualizado para satisfazer as
diferentes fases da cadeia produtiva das experiências. É notório que os técnicos têm
mudado muito a sua maneira de atuar nos últimos anos. Essa mudança está
ocorrendo principalmente com os técnicos que trabalham em organizações não-
governamentais ou em organizações rurais via projetos. Técnicos que abandonaram
o verticalismo e passaram a atuar como facilitadores das inovações conseguem uma
participação maior dos produtores como agentes do processo. Para que esse modo
de trabalho se estenda aos órgãos de extensão rural de entidades governamentais,
é preciso: (a) melhorar a infra-estrutura de trabalho; (b) diminuir o número de
produtores atendidos por técnicos; (c) incentivar maior compromisso e participação
junto aos comunitários; (d) remunerar de acordo com a experiência do profissional e
reduzir as atividades burocráticas para os técnicos de campo, visando aumentar o
período de sua permanência nos lotes dos produtores; (e) oferecer cursos e
treinamentos obrigatórios a esses profissionais para melhorar a qualidade da
assistência; (f) dotar e manter bases de assistência técnica com infra-estrutura
suficiente para cumprimento de suas atividades.

Expectativas: Deve-se evitar a geração de expectativas entre produtores sobre os


benefícios dos projetos a serem implantados. Os produtores devem estar cientes do
risco de não obter o sucesso almejado, pois como em qualquer atividade de
recuperação de áreas, esse risco é real. Dificuldades para enfrentar desafios após
uma experiência mal-sucedida podem ser superadas com mais facilidade quando os
indivíduos estão associados e participam de cooperativas.

Seleção de produtores: A escolha de produtores deve considerar aqueles com real


interesse e capacidade para assumir riscos. A seleção de produtores com interesse

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em determinadas tecnologias proporciona maior chance de sucesso de adoção


dessas tecnologias. Os coordenadores dos projetos ou programas devem incorporar
estratégias para localizar esses produtores potenciais. Os produtores selecionados
serão o “carro-chefe” das iniciativas implantadas e servirão de imagem para aqueles
que pretendem futuramente implantar uma nova iniciativa de RAD.

Comprometimento: É preciso que haja compromisso entre beneficiários e


instituições quanto à necessidade de planejamento da liberação de recursos nas
várias fases de uma experiência. O compromisso é uma das formas de evitar o
paternalismo e deve estar presente em todas as fases da cadeia produtiva. Cada
etapa das iniciativas necessita de incentivos para seguir em frente, pelo menos até
que o grupo organizado tenha capital de giro.

Destino da produção: Esta deve ser prioritariamente destinada para a família. É


necessário garantir a melhoria da vida familiar por meio do consumo dos produtos
provenientes dos lotes. Dessa forma, busca-se, em princípio, diversificar a produção
em vez de aumentá-la, pois assim a família terá inicialmente “de tudo um pouco”
para o seu próprio consumo.

Mão-de-obra: O estabelecimento de iniciativas produtivas de recuperação de áreas


degradadas deve considerar a quantidade de mão-de-obra familiar disponível na
propriedade. Em vista que a carência de mão-de-obra é um problema crônico na
adoção de tecnologias, uma solução seria redirecionar a mão-de-obra, ou seja,
diminuir a tarefa em outras atividades do lote para investir nas experiências novas. O
redirecionamento da mão-de-obra será natural quando o produtor verificar que uma
área de recuperação está obtendo sucesso sob vários aspectos. A adoção de novas
tecnologias diminuiria a abertura de áreas de agricultura de corte e queima, bem
como as áreas de pasto e outras atividades que fazem parte do cotidiano da
agricultura familiar na Amazônia.

Seleção de espécies: Utilizar nos consórcios agroflorestais uma ou duas espécies


de valor econômico e com possibilidade de aceitação nos mercados próximos. É
necessário que pelo menos uma das espécies florestais e/ou frutíferas mantenha o
sistema, ou seja, que faça parte do cotidiano do produtor e que tenha aceitação

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garantida no mercado. No caso específico das espécies florestais, deve-se


direcionar os esforços para aquelas que oferecem produtos madeireiros e não-
madeireiros como amapá (leite), andiroba (óleo), castanheira (frutos) e copaíba
(óleo).

Monitoramento: As experiências promissoras de RAD precisam ser monitoradas


durante suas diferentes fases. É fundamental monitorar passo-a-passo as iniciativas,
por meio de coleta de dados biofísicos, dasométricos, econômicos, sociais, entre
outros. Tais dados podem ser utilizados para a elaboração de relatórios mais
concisos aos doadores/financiadores dos recursos. Eles também podem subsidiar
futuros pedidos de financiamentos. Além disso, os doadores disponibilizariam seus
recursos com mais segurança para as experiências em plena atividade e com
resultados comprovados.

Beneficiamento e comercialização da produção: Esses dois componentes devem


ser planejados com o objetivo de gerar maior valor agregado à produção. É
recomendável estimular a formação de redes de produtores para atender demandas
de mercado e, conseqüentemente, fortalecer suas organizações para o comércio. Há
também a necessidade de criação de uma rede amazônica para a comercialização
dos produtos de projetos que já estão na fase de beneficiamento e comercialização.
É preciso planejar a comercialização de forma mais empresarial. Para inserir um
produto em um mercado consumidor mais exigente, é necessário melhorar todo o
processo de beneficiamento e comercialização.

3.1.4 Recomendações

A partir dos debates realizados nos encontros promovidos pelo estudo podem ser
destacadas as seguintes recomendações para políticas públicas com o objetivo de
promover efetivamente iniciativas de RAD para a Amazônia brasileira:

Os vários programas ambientais que vêm surgindo na Amazônia devem estar


atrelados a uma política ambiental de prevenção e reversão da degradação
ambiental, com linhas de desenvolvimento que integrem os aspectos econômicos,
sociais e ambientais.

363
Alternativa agroflorestal na Amazônia em transformação

A abordagem mais efetiva para propostas de RAD é a consolidação das áreas


abertas e abandonadas. A estratégia deve ser o uso sustentável, visando a
produção e comercialização em escala industrial, sem deixar de lado a produção
diversificada no contexto familiar da realidade amazônica. A recuperação de uma
área alterada por atividades como pecuária ou agricultura de corte e queima é muito
importante, mas é apenas parte de um processo que possui componentes
importantes, como: organização familiar e comunitária, estrutura para
beneficiamento e escoamento, mercado consumidor, demanda de produtos do lote,
assistência técnica de qualidade, treinamento/capacitação, entre outros.

As iniciativas de RAD são importantes processos para orientar as políticas públicas


destinadas aos agricultores. Para potencializar e dar escala às iniciativas
promissoras, é preciso promover o intercâmbio e disseminação de iniciativas que
já existem na região; em particular, divulgando-as nos assentamentos da reforma
agrária e estimulando os financiadores de projetos de desenvolvimento a criarem
linhas de fomento específicas, com o objetivo de mostrar que é possível produzir
sem agredir o meio ambiente.

Entre as propostas para apoio a esforços futuros de RAD, destacam-se, entre


outras:

 Políticas de apoio à produção familiar agroextrativista e agroflorestal, incluindo


a priorização dos produtos provenientes das iniciativas de RAD;
 Priorização do zoneamento ecológico e econômico;
 Promoção de tecnologias de recuperação mais acessíveis para os produtores;
 Maior cumprimento da legislação vigente para recuperação de área já
degradada;
 Maior capacitação para técnicos e beneficiários;
 Melhora do acesso a redes de sementes;
 Maior intercâmbio de experiências;
 Maior apoio à utilização de pesquisas em RAD;
 Fortalecimento de instituições que dediquem esforços conjuntos para encontrar
alternativas/soluções e estratégias de RAD na região;
 Melhora da coordenação/articulação entre órgãos dos governos federal,
estadual e municipal, que atuam com atividades de RAD.

364
Alternativa agroflorestal na Amazônia em transformação

3.2 Peru

3.2.1 Inventário de iniciativas

Das 40 iniciativas de RAD identificadas na primeira fase do estudo, 14 referiam-se a


pesquisa, 24 estavam voltadas para o desenvolvimento rural e apenas duas eram
conduzidas pelo setor privado (esta categoria de iniciativas tem aumentando
recentemente). A maior parte das iniciativas de desenvolvimento rural e, em especial
as avaliadas no estudo, foram desenvolvidas na selva alta (400 - 2600 msnm),
enquanto que as iniciativas de pesquisa estavam localizadas na selva baja (< 400
msnm).

As iniciativas de pesquisa foram promovidas por instituições públicas e privadas


da cooperação internacional, principalmente na selva baja, tendo como principais
objetivos selecionar e avaliar espécies florestais com potencial para melhorar a
fertilidade do solo e/ou com aptidão para se estabelecerem em áreas não produtivas;
e avaliar associações agroflorestais que proporcionem melhores retornos
econômicos para as famílias rurais e contribuam à proteção do meio ambiente. Nas
áreas de pastagens degradadas, buscou-se avaliar o desempenho de leguminosas
que melhoram os solos, associadas a pastagens de gramíneas melhoradas, assim
como o desenvolvimento de sistemas que incluíam um componente arbóreo
adicional ao sistema pastagem-animal. Os principais resultados obtidos por essas
iniciativas foram o incremento do conhecimento sobre o processo degradativo de
terras na região e os requerimentos edafo-climáticos das principais espécies
florestais, identificando-se espécies com capacidade para se estabelecer em áreas
degradadas. Também, pode ser considerado como aprendizado o conhecimento
sobre planejamento e aplicação de modelos apropriados de SAFs.

As iniciativas de desenvolvimento rural são as mais promovidas na Amazônia


peruana. Das 24 experiências registradas, 16 eram iniciativas de massificação de
tecnologia (projetos ou programas de grande porte) e oito de caráter demonstrativo
(projetos locais pequenos). Em geral, essas iniciativas se desenvolveram em zonas
acidentadas ou onduladas e terraços dos vales da selva alta, enquanto que na selva
baja ocorreram em áreas de topografia plana e colinas baixas. As instituições

365
Alternativa agroflorestal na Amazônia em transformação

executoras eram de caráter público e privado (principalmente ONGs). As instituições


públicas canalizaram financiamento proveniente do tesouro público e de organismos
internacionais, enquanto que as instituições privadas dependiam exclusivamente de
organismos internacionais para seu financiamento. O objetivo principal dessas
iniciativas foi a recuperação das condições edáficas e da vegetação original,
enquanto que as tecnologias promovidas foram principalmente os SAFs baseados
em culturas de importância econômica, assim como o reflorestamento com espécies
nativas e/ou exóticas.

3.2.2 Avaliação de iniciativas de RAD de desenvolvimento rural

As famílias rurais participantes nessas iniciativas eram originárias da região andina e


de outras localidades da região amazônica, tendo menos da metade das
propriedades tituladas entre 1 a 10 ha de extensão. As culturas perenes são as
principais fontes de receita. A floresta secundária (capoeira) – predominante nas
propriedades visitadas – é sub-aproveitada, devido principalmente ao limitado
conhecimento da maioria de produtores sobre as espécies de valor e/ou as
limitações para o beneficiamento e a comercialização de produtos.

Na zona de selva alta as iniciativas tiveram lugar em zonas montanhosas ou terraços


altos dos vales. E, na selva baja os projetos foram instalados em solos de terra
firme, ácidos e de baixa fertilidade, de topografia plana ou ondulada e colinas baixas.
A paisagem de degradação recorrente se caracterizava pela predominância de
vegetação invasora de gramínea e/ou samambaias como conseqüência de
atividades agropecuárias de baixa tecnologia e insumos com queimas freqüentes
e/ou produção de cultivos ilícitos. Portanto, as condições dos solos para o
desenvolvimento de qualquer atividade não foram adequadas devido à fertilidade
natural muito baixa, a alta acidez e os níveis tóxicos de alumínio. Nas encostas,
essas limitações se magnificam pelos riscos erosivos causados por chuvas sazonais
fortes e pela superficialidade dos solos.

O objetivo principal das iniciativas tem sido a recuperação das condições dos solos e
da vegetação. O principal resultado esperado pelos produtores ao participarem de
iniciativas de reabilitação tem sido o melhoramento da receita, enquanto que os

366
Alternativa agroflorestal na Amazônia em transformação

projetos esperavam a recuperação da cobertura florestal. Porém, o principal


resultado alcançado segundo ambas as fontes de opinião, foi o incremento dos
conhecimentos para o melhor manejo da propriedade e seus recursos. As
tecnologias promovidas foram basicamente três: reflorestamento com espécies
nativas, exóticas ou uma mistura de ambas; SAFs e, em menor escala, o manejo de
florestas secundárias. Muitos agricultores incorporaram em seus trabalhos diários
algumas associações agroflorestais com culturas de importância econômica.
Também existem novas espécies florestais adaptadas às condições de sua zona e
de menor período de rotação, permitindo aproveitamento mais rápido, o que
desperta enorme interesse, como são os casos de Guazuma crinita (bolaina),
Calycophyllum spruceanum (capirona), Colubrina glandulosa (shaina) e Simarouba
amara (marupá).

Há coincidência no sentido que o aumento do conhecimento para o manejo e a


conservação dos recursos naturais (referido a novas espécies, requerimentos para
seu estabelecimento e seu manejo) é o principal resultado das intervenções
técnicas. Porém, houve um desenvolvimento fraco da maior parte das espécies
utilizadas nas parcelas, o qual tem impedido aumentar de maneira significativa a
área com cobertura florestal. Foram identificados vários fatores limitantes,
principalmente de tipo técnico (como o desconhecimento dos requerimentos edafo-
climáticos das espécies) e sócio-econômico (baixa receita da família rural, demanda
de mão-de-obra, frágil rede social), entre outros. Os fatores facilitadores têm sido
poucos, principalmente os materiais, insumos e pagamentos monetários para o
estabelecimento e manejo das espécies florestais, outorgados pelas equipes
técnicas das iniciativas. No caso dos SAFs, a tecnologia se viu favorecida pela sua
similaridade com a atividade agrícola tradicional e, em alguns casos, pela presença
de culturas industriais.

3.2.3 Lições aprendidas

Lições aprendidas enfatizam a necessidade de recursos financeiros para


manutenção dos lotes (através de empréstimos com juros preferenciais, fundos
concursáveis; financiamento para iniciativas comunitárias, prêmios - p.ex. produtores
inovadores em ações de reabilitação, dentre outros); a existência de um novo grupo

367
Alternativa agroflorestal na Amazônia em transformação

de espécies florestais com menor turno de aproveitamento; a vinculação das


iniciativas ao mercado consumidor, assim como a geração de valor agregado; a
consideração do conhecimento e da ativa participação local, evitando o super-
dimensionamento das expectativas das intervenções técnicas, entre outras.

Conhecimento das exigências das espécies: As exigências edafo-climáticas das


espécies florestais a serem usadas em iniciativas de RAD devem ser melhor
conhecidas. Deve-se contar com material de propagação de qualidade e
procedência conhecidas para aumentar as opções de sucesso no desenvolvimento
das espécies. Isso confirma a necessidade de ter uma ativa participação da
população em todo o processo de concepção e desenvolvimento da iniciativa. Nesse
sentido, o zoneamento edafo-climático para espécies madeireiras de valor
econômico é essencial.

Sistemas produtivos: As associações agroflorestais, especialmente com culturas


industriais, têm uma maior aceitação pelos produtores. Ao incorporar espécies
arbóreas às atividades agrícolas se assegura sua sobrevivência, pois elas se
beneficiam do manejo que o produtor oferece aos cultivos que lhe geram ingressos a
curto e médio prazo (em especial se tais cultivos são cacau ou café, que se
desenvolvem melhor em associação com espécies que oferecem sombra). A
produção orgânica ou ecológica de café e cacau, para a qual apontam cada vez
mais organizações de produtores e instituições, constitui uma oportunidade para
promover os SAFs desde o ponto de vista econômico e ambiental. Porém, essa
opção ainda não é aproveitada em toda sua magnitude, pois a maior parte de
produtores – e também os técnicos – não consideram a incorporação de espécies
arbóreas como uma possibilidade de diversificar produtos e, portanto, receitas e/ou
segurança alimentar, mas como um requisito a cumprir. É necessário sensibilizar os
produtores com relação aos benefícios mencionados.

Seleção de espécies: As espécies florestais com períodos curtos de


aproveitamento são melhor aceitas pelos produtores. Avanços tecnológicos e uma
maior disseminação estão possibilitando agregar maior valor aos produtos de
espécies não tradicionais, muitas delas de madeira branca originárias de capoeiras

368
Alternativa agroflorestal na Amazônia em transformação

ou florestas secundárias. As iniciativas de RAD que utilizam o reflorestamento ou


SAFs com essas espécies devem incluir objetivos de geração de valor agregado.

Assistência técnica: O sistema de transferência de tecnologia deve considerar o


conhecimento dos produtores e fomentar o intercâmbio permanente de informações.
A diferença da maior parte das iniciativas mais antigas é que estas foram concebidas
verticalmente no interior das instituições executoras, sem levar em conta o
conhecimento e práticas locais, enquanto que as iniciativas mais recentes estão
incorporando os conceitos de participação e compromisso dos produtores.

Práticas preventivas: Deve-se dar maior importância às práticas preventivas de


conservação ambiental para minimizar os efeitos de alterações já realizadas antes.
Como os incêndios constituem a principal ameaça para as atividades de RAD, é
necessário promover ações efetivas de prevenção através de práticas adequadas
como estabelecimento de faixas corta-fogo, evitar a queima da vegetação derrubada
e de pastagens, assim como promover a conscientização e organização da
população para regulamentar as atividades que coloquem em risco às atividades
produtivas e a saúde.

Monitoramento: Deve-se considerar, na concepção e implantação da proposta, a


inclusão de um sistema de monitoramento e avaliação envolvendo os produtores,
para o acompanhamento conjunto das atividades e obtenção dos produtos
planejados, bem como a avaliação dos impactos produzidos pelas ações. Isso
permitirá melhorar a tomada de decisões e a correção oportuna dos aspectos
necessários, incrementando desta forma as possibilidades de sucesso das
intervenções.

Seleção de tecnologias: Devem ser consideradas as necessidades sócio-


econômicas das populações rurais no momento de seleção das opções tecnológicas
e das metodologias a serem promovidas. Antes de se propor uma intervenção
técnica é preciso contar com informação sócio-econômica básica das famílias rurais
(como: mão-de-obra, atividades geradoras de ingressos, acesso à assistência
técnica e financiamento, etc.). Além disso, qualquer nova opção de reabilitação a
promover deve ir acompanhada de uma análise econômica, não somente para

369
Alternativa agroflorestal na Amazônia em transformação

selecionar as que resultem economicamente mais atrativas, mas também para


determinar os custos que geram e comparar os diversos requerimentos com as
capacidades dos produtores.

Financiamento: O financiamento (créditos e/ou incentivos) para manter a


propriedade e adquirir insumos (sementes, adubos, etc.) é um fator chave que deve
ser levado em consideração. Uma vez equacionados os custos que demandam
incorporar uma nova tecnologia, é importante estabelecer os recursos (monetários,
insumos, serviços) necessários para executar a iniciativa e os mecanismos para o
pagamento de tais recursos. Deve-se evitar a entrega indiscriminada de subsídios
financeiros, pois gera-se dependência e os mesmos nem sempre são bem utilizados.
Porém, mecanismos tais como créditos (taxas de juros que antepõem o fim social
antes que o econômico), prêmios ou fundos concursáveis, podem servir como
incentivos ou estímulos e ajudam a trazer realidade às iniciativas locais. Isso
pressupõe a existência de um adequado mecanismo de acompanhamento e
avaliação que assegure que tais fundos tenham maior eficiência e efetividade na sua
aplicação.

Beneficiamento e comercialização da produção: As iniciativas devem prever a


geração de valor agregado para as espécies promovidas e sua articulação no
mercado. O manejo pós-colheita, a geração de valor agregado e/ou a
industrialização e a vinculação com o mercado, são aspectos que têm sido pouco
promovidos nas iniciativas. As experiências melhor sucedidas se deram com o uso
de cultivos de maior difusão e consumo (como café e cacau). No caso das espécies
florestais madeireiras promovidas, o objetivo foi muitas vezes recuperar a cobertura
arbórea, ou seja, para fins de conservação. As experiências que podem ser
destacadas foram com beneficiamento de espécies originárias de florestas
secundárias.

Organização social: É necessário fortalecer organizações locais e estimular sua


participação ativa nas iniciativas. Os próprios produtores e suas comunidades devem
identificar o problema das áreas degradadas e improdutivas e a necessidade de sua
reabilitação. A participação voluntária e ativa na iniciativa assegura maior
compromisso e aumenta a possibilidade de sucesso. É preciso fortalecer

370
Alternativa agroflorestal na Amazônia em transformação

organizações para que os produtores elaborem suas propostas e continuem as


experiências depois de finalizada a intervenção técnica.

Mão-de-obra: As iniciativas devem evitar que os produtores tenham um super


dimensionamento quanto à sua capacidade de intervenção técnica. Deve-se buscar
em todo momento a seriedade no cumprimento dos compromissos que se
estabeleçam desde o início. A falta de clareza nos acordos por parte das instituições
executoras ou de apoio tem gerado um clima de desconfiança entre os técnicos e as
comunidades. Para melhorar essa situação é necessário rever algumas atitudes dos
projetos, ou seja, não criar expectativas ou oferecer benefícios que não possam ser
cumpridos.

3.2.4 Recomendações

Entre as recomendações que derivam do estudo no Peru destacam-se as seguintes:

 Sistematizar as informações e o conhecimento florestal e agroflorestal


existente, relevante para os esforços de RAD, assim como sua máxima
disseminação.

 Desenvolver sistemas de extensão rural que possibilitem uma interação mais


estreita entre técnicos e famílias rurais, com a finalidade de resgatar o
conhecimento local e retro-alimentar o processo de geração e disseminação de
informações.

 Evitar gerar, entre os produtores, expectativas muito além de sua capacidade


de intervenção técnica. Deve-se buscar em todo momento a seriedade e o
cumprimento dos compromissos que se estabeleçam desde o início.

 Contar com estratégias de avaliação e monitoramento independentes que


permitam o controle do avanço das atividades e tomar decisões oportunas e
adequadas.

 Evitar a criação de novas organizações para cumprir com as metas e/ou


exigências de entidades financeiras; pelo contrário, devem-se aproveitar
melhor as forças sociais existentes na população rural.

 Realizar avaliações sócio-econômicas a fim de determinar a factibilidade das


tecnologias propostas e, portanto, se cabe sua massificação/multiplicação
numa maior escala.

371
Alternativa agroflorestal na Amazônia em transformação

 Gerar valor agregado para os produtos obtidos e vincular com os mercados


deve ser uma meta das iniciativas. Isso implica que os doadores entendam a
necessidade de financiar projetos por períodos maiores do que os atuais (cinco
a dez anos para tecnologias agroflorestais ou florestais), fato que também
guarda relação com um maior rigor nos processos de avaliação das propostas.

 Considerar o financiamento de atividades de reabilitação pelas instituições que


desenvolvem iniciativas com produtores; devendo-se oferecer taxas de juros
acessíveis e promover estímulos ou prêmios que funcionem como alavancas
para que as comunidades possam desenvolver suas próprias iniciativas.

4. CONCLUSÕES

Brasil e Peru possuem diferentes características intrínsecas às condições de


natureza cultural, social, econômica e ambiental. Apesar disso, ao se comparar o
estudo dos dois países observa-se que metade das lições aprendidas é semelhante.
Nota-se que a partir de agricultores organizados é facilitado o trabalho de
disseminação de tecnologias para recuperação de áreas degradadas. A seleção de
espécies, outro importante componente de sucesso de iniciativas, deve sair do
discurso e tornar-se uma realidade. A assistência técnica é igualmente importante
para os agricultores dos dois países, assim como o dimensionamento da mão-de-
obra. Vale a pena destacar que tanto no Brasil como no Peru, é preciso que seja
considerado, desde a fase de planejamento do sistema produtivo a ser empregado,
não só o mercado a ser atingido como também a agregação de valor aos produtos
obtidos com o objetivo de aumentar a geração de renda.

Em termos de pesquisa é preciso avaliar cientificamente as experiências


catalogadas de modo a obterem informações mais detalhadas sobre aspectos
agronômicos e florestais. A partir disso, será possível oferecer mais precisamente
para os agentes de crédito indicadores de sustentabilidade em termos econômicos,
ambientais e sociais. Outro aspecto importante a ser considerado é o caráter
demonstrativo que pode ser otimizado a partir do mapeamento das experiências.
Uma rede ativa com as iniciativas catalogadas permitiria que agricultores atuassem

372
Alternativa agroflorestal na Amazônia em transformação

12
como verdadeiros agentes multiplicadores de suas experiências . Várias
experiências investigadas no presente estudo só chegaram ao status atual porque
vários de seus lideres fizeram intercâmbios, fato que proporcionou um maior
conhecimento dos futuros problemas a serem enfrentados e as estratégias para
superá-los. Daí a importância de esforços em promover a troca de experiências e
aumentar a visibilidade de experiências bem sucedidas.

Como implicações para as políticas públicas, o estudo em ambos os países coloca


sobre a mesa a questão do modelo agrícola vigente que prevalece na Amazônia, e
que tem contribuído à degradação dos ecossistemas e comprometido principalmente
as bases de sustento das famílias rurais. Os vários projetos ambientais que se
encontram vigentes na Amazônia devem estar atrelados a uma política ambiental de
prevenção e reversão da degradação ambiental, com linhas de desenvolvimento que
integrem os aspectos econômicos, sociais e ambientais. Há necessidade de
reorientar o modelo de desenvolvimento agrícola ainda vigente na região, definindo e
efetivamente aplicando políticas de apoio para modelos que conciliem produção
sustentável com eqüidade social e conservação do meio ambiente.

Na mesma linha, é necessária também uma mudança de atitude sobre o uso dos
recursos e atividades produtivas nos lotes dos agricultores, trabalhando-se
inicialmente na educação e conscientização das famílias rurais para que as áreas de
floresta sejam consideradas produtivas e estejam ao mesmo tempo em equilíbrio
com o meio ambiente. Os governos, por sua vez, por meio de suas várias fontes de
financiamento e crédito, devem incentivar a produção com qualidade ambiental. As
ONGs, associações, cooperativas e sindicatos também são peças fundamentais
para mudar o atual quadro. O objetivo é concentrar esforços para uma produção
sustentável que contribua para a melhoria de vida e bem-estar das populações
rurais.

12
Um passo nessa direção já foi dado com a elaboração de um CD de divulgação das experiências do Brasil: CD
Rom Multimídia – Iniciativas Produtivas Agroflorestais e Silviculturais em Áreas Alteradas na Amazônia
Brasileira. Editores: Almeida, E., C. Sabogal & S. Brienza Júnior.

373
Alternativa agroflorestal na Amazônia em transformação

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