Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
1. Introdução
dizer que estamos diante de um momento do ciclo vital que, paradoxalmente, encerra
grandes riscos e grandes possibilidades para o projecto de vida em construção, próprio dos
momentos de crise. (Rena, 2001)
Este estudo pretende averiguar as preocupações dos sujeitos em relação a várias
dimensões características da adolescência tais como: adolescente em si, a escola, a família
e a sociedade. A partir dos resultados obtidos, poder-se-á identificar quais os pontos
fulcrais na vida no jovem, agindo no sentido de prevenir e melhorar o bem-estar físico e
psicológico do adolescente. Para tal, recorremos a diversos estudos efectuados nesta área
de forma a sustentar os nossos objectivos.
1.1 Adolescente em Si
Um jovem é como o fogo, com rumo e orientação pode mudar a forma do mundo.
Sem direcção, o fogo da juventude é desperdiçado, na melhor das hipóteses; na pior, pode
tornar-se uma força destrutiva e perigosa. Levar uma vida significativa quer dizer domar
o fogo da juventude; mas primeiro devemos entender o propósito da juventude em si.
Rebelião não é o crime; o crime acontece quando a rebelião não tem uma expressão
sadia. Aquilo que a maioria dos jovens busca é uma causa significativa. Transbordam
uma mistura de adrenalina e confiança. – "Quero mudar o funcionamento do mundo!" –
pensam os adolescentes com frequência. Os adultos, sobrecarregados com as pressões da
vida quotidiana, convencem-se de que o mundo é da maneira que é, mas os jovens não
podem tolerar este tipo de resignação. Este é o constante conflito entre os dois grupos: os
jovens abominam o status quo, ao passo que a vida dos adultos gira em torno dele.
Muitos adultos simplesmente classificam os anos da adolescência como um período
rebelde que uma pessoa simplesmente deve ultrapassar. Os jovens, enquanto isso, pensam
que os adultos esqueceram como apreciar o significado e a emoção da vida. Os jovens
são rebeldes, e os adultos vêem a rebelião como algo que está a um passo do crime.
Porém a rebelião não é o crime; o crime ocorre quando a rebelião não tem um escape
saudável. A rebelião, na verdade, pode ser a coisa mais saudável para o ser humano –
uma energia pura que inspira a pessoa a não desistir facilmente, recusar-se a tolerar
injustiça, não seguir uma ideia apenas porque alguém está a pensar naquilo. O pior que
podemos fazer com a energia psicológica de uma pessoa é refreá-la; na verdade, devemos
fazer todo o possível para aproveitar esta energia, dirigi-la e canalizá-la.
Com o advento da puberdade e da adolescência, novas situações e interesses
oferecem-se aos jovens. Tais interesses estão relacionados ao grupo social do
adolescente. São, por esse motivo, sempre considerados como forças de interesses
sociais. Na escola, o adolescente sente novas responsabilidades e recebe novos direitos.
Desenvolve relações diferentes com os colegas, os professores e, em função delas, com o
lar e a comunidade. O estudante sente-se como nova força da comunidade e procura
desempenhar-se à altura dessas obrigações adquiridas.
Existem alguns estudos nesta área que pretendem verificar até que ponto é
importante a escola no desenvolvimento do jovem. James Coleman praticou a sua
investigação em escolas públicas. O sociólogo James Coleman, no seu estudo inquiriu um
número bastante extenso de alunos do 9.º ao 12.º anos de escolaridade, os quais faziam
parte de uma grande variedade de escolas. Incluídas nas amostras, encontravam-se as
escolas com um corte transversal do país, incluindo os distritos rurais, urbanos e
suburbanos, das classes sociais e económicas com maior importância. O inquérito
ofereceu um “fotografia compacta” daquilo que eram as escolas, pela apreciação dos
alunos. Coleman não fez uma avaliação do currículo formal mas sim do currículo
informal, isto é, a agenda escondida (como muitas das vezes é designado), das escola do
terceiro ciclo do ensino básico e secundário. Colocando a questão de uma outra maneira,
“Como é que os próprios alunos percepcionam a sua experiência diária?”
Coleman descobriu que a fonte dominante dos valores, em todas as escolas estudadas, era
o subgrupo de elite (chamado grupo liderante). Este grupo era bem notório e de fácil
identificação. No estudo foram identificados os principais objectivos para os rapazes e
para as raparigas. Para os rapazes era serem reconhecidos como atletas, e para as
raparigas era serem nacionalmente famosas. Isto surge como uma forma de epitáfio
adolescente em que os rapazes desejam a celebridade desportiva e as raparigas líder de
actividades.
Podemos ainda referir, que nesta fase do desenvolvimento da pessoa, os pais e filhos
partilham um agrupado de inquietações relativas à (re)construção de uma identidade
pessoal. A atmosfera familiar altera-se e as transformações nas relações do adolescente
relacionam-se com o desenvolvimento sócio-cognitivo do próprio adolescente. Para além
de todas estas preocupações, os pais vivem uma fase de bastante confronto
intergeracional, que exigem um certo apoio quer dos próprios pais, quer dos filhos.
Em 1984, os psicólogos Catherin Cooper e Harold Grotvant, conceberam uma tarefa com
o objectivo de levar todos os membros da família a expressar os seus próprios pontos de
vista, tentando coordená-los no sentido de chegarem a um consenso. Esta consistia em
analisar uma amostra constituída por jovens de 17 anos, (filho/a mais velho/a de cada
casal) e seus respectivos pais. A cada grupo de três elementos (pais e filho/a) foi pedido
que planeassem duas semanas de férias fictícias, para as quais tinham um fundo
monetário ilimitado, enquanto Cooper e Grotevant gravavam as conversas, para
Vários estudos são feitos a nível da adolescência e tudo (ou quase tudo) que a envolve.
Quando cientistas do domínio a nível social se confrontam com determinadas questões,
numa suposta tentativa de encontras respostas, a sua advertência é conduzida para as
diferenças entre homens e mulheres e também as diferenças entre sociedades e culturas.