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Definição

A psicologia da educação pode definir-se como uma disciplina de ligação entre a


psicologia e a educação, que cria uma nova área de estudo e intervenção, cujo objectivo é
proporcionar uma base científica à educação e ensino e, ainda aos processos psicológicos
e relacionais que lhe são inerentes. A psicologia educacional é frequentemente referida
como psicopedagogia, conceito derivado provavelmente da sua vertente mais comum de
psicologia do acto pedagógico ou educacional. Assim, tem como principal finalidade
aplicar conhecimentos, princípios e métodos da psicologia para analisar e entender os
fenómenos educativos.
Em definição actual, a psicologia educacional tem como objecto de estudo os
processos de mudança de comportamento (aprendizagem, desenvolvimento e
socialização) que se produzem nas pessoas como resultado da sua participação em
contextos educativos (família, escola, instituições da comunidade) e que se relacionam
directamente com esses processos de mudança, sejam eles interpessoais aos aprendizes
ou respeitantes aos contextos em que se inserem. Entre os diversos factores, variáveis e
dimensões intrapessoais encontram-se o nível de desenvolvimento, a maturidade
intelectual, emocional, social, relacional e psicomotora, as experiências e conhecimentos
prévios, as características atitudinais (capacidades intelectuais e de aprendizagem) e de
personalidade (estilos de aprendizagem, a nível de ansiedade, auto- conceito etc.).

Evolução
A Psicologia Educacional constituída a partir de 1903 com a publicação por E. L.
Thorndike de Educational Psychology e a edição da revista Journal of Educational
Psychology, expandiu-se como portadora de sedutoras promessas de solução para os
problemas pedagógicos, apoiada nas teorias da aprendizagem e na medida das diferenças
individuais que estavam sendo geradas nas primeiras décadas do século. No período de
consolidação do modo de produção capitalista, entre 1930 e 1960, assumiu nitidamente
uma feição psicométrica, experimental e tecnicista. Sobretudo a partir de 1950, a sua
aplicação nas escolas apresentou-se com objectivos nitidamente adaptacionistas.
Multiplicaram-se as associações profissionais, as pesquisas e as publicações. Tal
efervescência não respondeu às expectativas de solução de problemas e a partir dos anos
60 teve início um período de crítica aos resultados fragmentados obtidos pela pesquisa
em Psicologia Educacional e às dificuldades de aplicá-los em situações reais de sala de
aula (Conant, 1963; Keppel, 1962; Bruner, 1971; Goldberg, 1977). Começa-se então a
reconhecer um desequilíbrio nas relações entre Psicologia e Educação, um influxo
assimétrico da primeira sobre a segunda, uma utilização abusiva de técnicas e medidas
não apropriadas à complexidade do fenómeno educacional, que geravam interpretações
questionáveis a respeito do fracasso escolar e da incapacidade de aprender de uma
maioria de alunos, coincidentemente provenientes dos extractos mais desprivilegiados da
população ( Patto, 1990; Maluf, 1992).
A psicologia educacional é um domínio de conhecimento que tem evoluído
bastante e que sempre se preocupou por trazer para a prática educativa o que a psicologia
tem de mais útil e por construir uma metodologia de acção e ligação que integra as teorias
da educação e da psicologia. Na sua prática põe em interacção campos como o ensino, a
educação especial, a avaliação e a formação. A nível da intervenção do psicólogo em
contexto escolar há que entender os processos evolutivos da concepção de escola e das
mudanças teóricas dentro da própria psicologia.

Influências
As influências da Psicologia da Educação chegaram de áreas tão distintas como a
filosofia, psicologia e educação (Walberg, 1992). Apesar de muitas supostas definições
desta área cientifica, a definição não é de todo consensual: para alguns é a psicologia da
aprendizagem e do ensino na escola, para outros é o estudo da intervenção na formação –
desenvolvimento e educação – do ser humano ao longo da vida (Bairrão Ruivo, 1991).
O primeiro manual intitulado Educacional Psuchology em 1929 é composto por 3
volumes: A natureza original do homem, A psicologia da aprendizagem e As diferenças
individuais e as suas causas. Wolberg e outros consideram que nestes escritos está o
primeiro olhar verdadeiramente científico sobre a Psicologia Educacional. William
James, alertou para a pouca utilidade que os estudos laboratoriais e com animais tinham
para o ensino de crianças.
Stanley Hall, que foi frequentador assíduo do laboratório de Wundt em Leipzig,
usou a observação como técnica para documentar as atitudes, crenças e conhecimentos
das crianças, tendo realizado quase duas centenas de relatórios de comportamento
infantil.
Cattel, fundador da revista Psychological Review que promovia estudos sobre as
diferenças individuais apoiadas em instrumentos de medida. John Dewey, grande
defensor do funcionalismo que se dedicou ao estudo da aplicação de medidas ajustadas às
competências individuais de cada criança. J. R. Angell, foi outro adepto do funcionalismo
que foi preponderante na definição deste contexto e investigou como é que as formas
adaptativas na resolução de problemas serviam de mediador para o desenvolvimento.
Thorndike, considerado o fundador da Psicologia Educacional enquanto
disciplina autónoma, considerava uma perda de tempo a visita às escolas, preferindo os
experimentos laboratoriais . Destruiu alguns mitos educacionais e lançou conceitos base
como curva de aprendizagem, feedback, reforço, aprendizagem, aprendizagem
massificada VS. individualizada e natureza do esquecimento.

O Psicólogo
A atenção do psicólogo educacional não se limita mais à criança/aluno
considerada individualmente, vista como portadora de problemas de aprendizagem. Ao
invés de tentar para a "adaptação" não-crítica, o psicólogo preocupa-se em obter uma
compreensão mais ampla da realidade escolar, passando a operar também como agente
social e cultural, que participa na análise das problemáticas e das diferentes vias
acessíveis para a sua solução. O psicólogo reconhece que as tarefas de avaliação e
diagnóstico deverão ocorrer, necessariamente, no contexto maior no qual flui e se
constrói a vida psicológica dos indivíduos que são objecto de sua atenção.
Surgem novas formas de actuação, em que o psicólogo ajuda a escola e os
docentes no sentido de melhor atingirem os seus objectivos educacionais, na medida em
que ele é capaz de lhes oferecer um conhecimento psicológico útil, que leva em conta a
heterogeneidade das significações culturais.
Psicologia Positiva
E se lhe dissessem que a felicidade depende do modo como encara a sua vida? A maioria
das pessoas desprezaria esta informação considerando-a como irrelevante e supérflua,
contudo a influência das emoções sobre a saúde intriga os médicos desde a antiguidade.
A maior parte das pesquisas e estudos investiga os efeitos destrutivos dos sentimentos
negativos, como a tristeza, a angústia e a raiva. Contudo, há cerca de vinte anos,
psicólogos e psiquiatras inauguraram uma nova corrente, a "Psicologia Positiva", que
visa determinar o peso das emoções “boas” no equilíbrio físico e mental. Um dos
principais impulsionadores deste movimento foi o psicólogo Martin Seligman, que por
quase trinta anos lidou com pacientes deprimidos e resolveu inverter o curso dos seus
estudos. Em vez de se dedicar a compreender as fraquezas humanas, procurou
compreender quais são as verdadeiras raízes da felicidade, "Sabia-se muito a respeito da
depressão, mas quase nada sobre a essência comum das pessoas felizes". Este autor
propõe que a conquista da felicidade seja um exercício diário, feito com generosidade,
originalidade, humor e optimismo. Este movimento é definido pela edição especial de
2001 da revista “American Psychologist” como uma "tentativa de levar os psicólogos
contemporâneos a adoptarem uma visão mais aberta e apreciativa dos potenciais, das
motivações e das capacidades humanas" (Sheldon & King, 2001, p. 216). Tendo em vista
esta perspectiva, a ciência psicológica busca transformar velhas questões em novas
possibilidades de compreensão de fenómenos psicológicos como felicidade, esperança,
alegria, satisfação e outros temas humanos, tão importantes para a pesquisa quanto
depressão, ansiedade, angústia e agressividade. Trata-se, portanto, de uma psicologia que
almeja antes de tudo romper com o viés "negativo" e reducionista de algumas tradições
epistemológicas que têm adoptado o cepticismo diante de expressões salutogénicas de
indivíduos, grupos ou comunidades.
Assim sendo, colocam-se algumas questões pertinentes relativamente à
importância que a felicidade pode exercer nas nossas vidas, será que a felicidade pode
per si prolongar a longevidade humana? O estudo mais notável feito até hoje sobre
felicidade e longevidade analisou o quotidiano de 180 freiras. Todas tinham a mesma
dieta, leve e controlada, e estavam livres de drogas, álcool e tabaco. Como não podia
deixar de ser, elas também não eram susceptíveis a doenças sexualmente transmissíveis.
Mesmo assim, foi constatada uma diferença sensível de longevidade entre as mais e as
menos alegres. Entre as primeiras, 90% ultrapassaram os 80 anos. Do outro grupo, apenas
34% chegaram a essa idade. Existem ainda algumas concepções formadas,
principalmente no senso comum, de que a felicidade é facilmente alcançada através dos
bens monetários, contudo uma pesquisa baseada na lista elaborada pela revista Forbes
das 400 pessoas mais ricas dos Estados Unidos constatou que, em média, elas não são
mais felizes do que as de classe média, logo a riqueza tem uma correlação
surpreendentemente baixa com o nível de felicidade. Os ricos são, em geral, só um pouco
mais felizes que os pobres. Ainda assim, é verdade que países muito pobres, como o
Bangladesh, por exemplo, têm em média, menos pessoas felizes do que países como os
Estados Unidos. Contudo, uma pesquisa realizada recentemente abordou um universo de
mais de 1000 pessoas em quarenta países. Cruzou-se o nível de satisfação pessoal com o
poder de compra correspondente a cada lugar e os resultados demonstraram algumas
surpresas. A nação de pessoas mais felizes e satisfeitas é a Suíça, sendo que os Estados
Unidos posicionam-se em sexto lugar e o Brasil aparece num surpreendente décimo
lugar, à frente da Itália, um país rico, onde as pessoas têm um poder de compra quase
quatro vezes maior. Isso significa que os brasileiros têm particularidades que contrariam
a crença de que felicidade está necessariamente associada a mais dinheiro.
A psicologia convencional nasceu para tentar entender o que torna alguém
neurótico, deprimido ou ansioso. Contrariamente à anterior, a psicologia positiva advoga
que homens e mulheres satisfeitos têm uma vida social mais rica e produtiva. Os mais
felizes passam o mínimo de tempo sozinhos e mantêm óptimos relacionamentos,
cultivam mais as amizades e permanecem casados por mais tempo. A psicologia positiva
pode, assim ser uma alternativa viável e com um futuro promissor, tendo em conta que a
depressão é actualmente dez vezes mais frequente do que era em 1960. Tal facto deriva
provavelmente de um excesso de confiança em atalhos que “prometem” uma felicidade
imediata e momentânea, como drogas, consumismo e sexo casual. Assim sendo, não será
tudo isto fruto de um narcisismo da sociedade actual?
Esta presença narcísica e o excesso de preocupação consigo mesmo, pode
conduzir à depressão, contudo os profissionais da auto-ajuda apregoam constantemente a
necessidade de "entrar em contacto com seus sentimentos”. Não será este desígnio levado
demasiado “a peito”? Talvez a humanidade fosse mais feliz se se preocupasse mais com
o próximo e deixasse de parte o seu narcisismo característico.
A felicidade não deve ser vista como uma meta obrigatória, embora seja natural
querer ser feliz, muita da felicidade que encontramos na vida é um efeito colateral
daquilo que fazemos, assim esta é uma consequência de uma mudança de atitude, que se
encontra ao alcance de qualquer ser humano que deseje ser feliz e que se proponha a
acreditar no “poder” que uma atitude positiva pode exercer na sua vida.

Psicologia Educacional versus Psicologia Positiva

Desde muito cedo que os Jardins-Escola e Escolas ocupam o lugar de segunda


casa para muitas crianças e jovens. Como tal, é uma temática da maior importância para
qualquer técnico com a função de educar, seja ele professor, educador, psicólogo ou até
técnico auxiliar. Para um psicólogo na área da educação, é importante identificar onde
existem erros e lacunas, de modo a poder trabalhar no sentido de os corrigir e preencher.
Para muitas crianças a escola é vista como um “bicho papão” quando devia ser
vista como um lugar maravilhoso, onde pudessem aprender, conviver, brincar e crescer
saudavelmente. As técnicas usadas pelos professores e educadores são muitas vezes
erróneas e os métodos incorrectos. Não é difícil constatar tal facto, até porque os dados
estatísticos e a literatura demonstram o estado das escolas e infantários em Portugal, o
que não significa que não existam locais de sucesso (como irá ser reportado adiante). O
psicólogo deve então procurar encontrar o que pode ser feito no sentido de aperfeiçoar a
educação no nosso país. Construir o futuro consegue-se constatar o que já é sucesso no
presente e, a partir daí elaborar uma visão alargada, comprometida e crente do que “há-de
ser”. Consegue-se também, sonhando novas realidades em que se deve arriscar, acreditar
e edificar, confiando de forma esperançada que o que vem é melhor do que o que está.
No entanto, há que ter presente a plasticidade do termo Educação, e consequentemente
ter em conta não só as escolas, creches, infantários, comunidades, mas também o actuar
ao nível da educação familiar, sexual, etc.

De acordo com a afirmação, “Educação designa uma experiência, um desafio,


uma aposta: uma experiência intersubjectiva, um desafio moral e político, uma aposta na
concorrência entre as ciências humanas” (D. Hameline, in Dicionário de Psicologia), e
tendo em conta que a educação é uma aposta, porque não apostar na psicologia positiva
aliada à psicologia convencional? Existem dados que evidenciam que a psicologia
positiva provoca diferenças nas crianças e jovens, uma vez que, além de procurar resolver
as adversidades presentes, engloba também a transmissão de valores e comportamentos
alusivos ao optimismo, esperança, bem-estar e felicidade. Neste sentido, existem uma
série de estratégias que, ao serem adoptadas, levam ao fortalecimento de factores tão
importantes como a auto-estima, o auto-conceito, a auto-eficácia, a motivação, entre
outros, tão necessários ao bem-estar e qualidade de vida, do que se adivinha ser o futuro.
Sem nunca esquecer que educar é um desafio, existe uma diversidade de pequenas
coisas que podem ir sendo implementadas, seja em casa, em ambiente familiar, seja nos
vários estabelecimentos educativos. É certo que mudar é difícil, mas esperar que os
outros mudem é ineficaz. Produzir mudanças é criar realidades, além disso, quando é
imposta uma mudança, implica que a forma como se é, ou o que se faz não é correcto,
logo, há que ser ou agir de forma diferente, o que acarreta sempre sentimentos de
angústia, apreensão e insegurança. Mas há que ter presente que, se não houvessem
mudanças, não haveria evolução nem na sociedade, nem em nós como seres.
É muito importante a existência de segurança emocional, e para tal é fundamental
o autoconhecimento e a reflexão sobre “como somos e para onde queremos ir”, assim
como determinar o que é perturbante para cada um de nós. É importante a construção de
alicerces para que haja suficiente bem-estar para haver educação, e suficiente educação
para que se sinta bem-estar. Para isso, deve existir um trabalho de equipa entre os
intervenientes interessados, apostando na cooperação, no estímulo à motivação,
reconhecimento e valorização e um certo esforço dedicado à mudança pessoal, no sentido
de um verdadeiro envolvimento afectivo e de profissionalismo, complementado com
apoio a nível do desenvolvimento pessoal. Tomando como exemplo o de um professor,
este deve ensinar com paixão e dar a volta às dificuldades, de modo positivo com
sentimentos de auto-eficácia, confiança pessoal e boa identidade pessoal e esperar o
melhor dos seus alunos.
Há um facto que não pode ser esquecido: a educação na excelência e pela
excelência é aquela que é moldada às necessidades de cada criança, estimulando-a a dar o
seu melhor e esperando muito dela, numa pedagogia atraente e aprazível, e num espaço
educativo em que se promove o desenvolvimento. Sendo assim, cabe aos educadores
saber procurar entender as necessidades de cada indivíduo, de modo a elaborar as
estratégias que melhor se adequam ao sujeito e à situação. Contudo, existe uma arma
universalmente comum contra os problemas: o humor. “Rir das dificuldades menores
reduz-lhes a dimensão. Retempera-as a uma luz de digna normalidade e possível
aceitação, intensifica-lhes a capacidade de provocar transformações, de ver alternativas.
O rir e o brincar desdramatizam, “desconstroem” a realidade, relaxam.” (in Optimismo
na Educação). Cada pessoa nasce com um desejo natural de aprender, basta relembrar a
tão conhecida idade dos “porquês”, o que é preciso é acreditar no potencial criativo
individual e na motivação natural de cada um, seja por um jovem saudavelmente
entusiasmado pela escola ou por um outro com necessidades de aprendizagem e feridas
emocionais. O entusiasmo, tal como o humor, é vivido como perigoso. Pode ser
barulhento, desorganizador, irreverente, mas permite também que cada um ponha mais de
si em tudo o que faz. Sentir-se valorizado, reconhecido, respeitado, alvo de atenção
positiva, é energético e purificador. Num processo de aprendizagem, educação e
profissionalização, pode fazer a diferença entre o sentir-se bem ou mal com a escola e a
vida, o andar feliz ou desanimado, o ter vontade de se dedicar a aprender ou desmotivar-
se, o gostar de si ou ter baixa auto-estima, muita ou pouca confiança nas suas capacidades
e possibilidades, deste modo, incutir valorização é a melhor forma de a tornar natural,
normal e aceite.
Algumas das características que compõem o optimismo, em toda a sua
complexidade, são a capacidade de estar à espera do melhor, acreditar no futuro, esperar
o máximo dos outros, ter confiança em si para atingir as metas, viver com esperança,
interpretar de forma positiva cada realidade. É uma leitura do passado em que se revê e
relembra o melhor, do presente em que se descobrem as coisas boas e do futuro em que
se acredita no maravilhoso que aí vem. Diz-se que os seres humanos tendem a ter na vida
aquilo em que acreditam e que, quem pensa em desgraças e insucessos tem mais
hipóteses de os ter, logo, treinar o pensamento positivo é uma estratégia de força,
aplicável a qualquer situação, para uma vida melhor. Deste modo, tem-se que a
pedagogia do optimismo e da esperança é dar sempre primazia à oportunidade do melhor
dos nossos pensamentos. Uma escola de bem-estar constrói cada dia no estudante a
consciência do que é capaz, do que consegue, do que sabe. Para isso tem que o levar a
fazer coisas, para que se descubra e conheça pela acção directa, e tem que comunicar-lhe
claramente onde estão os seus sucessos.
É importante haver conversas positivas sobre o dia-a-dia dos jovens, já que são
bastante construtivas e saudáveis para todos. Sem os rótulos denegridores, a mente está
mais aberta a aceitar e ver o que há de bom. Voltando ao exemplo da escola, retemos que
esta é uma povoação de afectos; a aprendizagem desenrola-se numa teia de relações; os
afectos dependem das interligações que estabelecemos. A qualidade dessa aprendizagem
é consequente da nossa capacidade de conceptualizar, experenciar e concretizar a
vivência desses afectos e dessas conexões, portanto as emoções devem ser ventiladas de
forma a proporcionar interacções sociais e intelectuais construtivas em que exista
confianca mútua.
Assim, pode-se olhar para a educação como uma espécie de medicina preventiva,
que fortalece o sistema imunológico mental e emocional. É “inocular” contra o vírus do
caos e da pobreza cultural e nunca está completo. Educar e ensinar um novo vocabulário
para a vida, e se assim é, que seja prioritariamente de palavras positivas e enriquecedoras.
Existem dados que comprovam que a existência de estratégias educativas positivas,
apoiadas em afecto, ajuda, envolvimento, compreensão e empatia, é menor a quantidade
de comportamentos desviantes e condutas pertubadoras. As regras sao inequívocas e
existem no meio de uma relação cuidadosa e cuidada, e as consequências conhecidas são
pré-acordadas e aplicáveis.
Existem reflexões que podem ser desenvolvidas na área da indisciplina, no sentido
de ajudar a treinar a tolerância e sobretudo, a construir sobre o positivo. Antigamente,
eram usadas estratégias de castigos e punições, hoje, os conflitos são encarados e
resolvidos através de novas abordagens, nomeadamente de colegas ou irmãos dos
conflituosos. Esta “técnica” trouxe factores importantes para as soluções tais como a
confiança, a cooperação, a responsabilidade e a sinceridade.

A epistemologia construtivista defende que os únicos instrumentos acessíveis a


uma aprendizagem são os sentidos. É através do ver, ouvir, tocar, cheirar, saborear que o
sujeito interage com o ambiente e assim constrói uma imagem do mundo. Muitas vezes
este conceito torna-se difícil de entregar para os educadores, mas a verdade é que deve
ser cedida liberdade às crianças e jovens para conhecer, e o que sucede a maioria das
vezes é que lhes é imposto o que conhecer e como conhecer.
Deste modo, entende-se que a psicologia educacional e a psicologia positiva têm
ambas muito a ganhar se caminharem lado a lado, e que pequenas coisas como palavras
de confiança, gestos de afecto, e actividades de partilha de uma série de coisas ajudam no
sentido do construtivismo. Acções como jantar em familia sem televisão, ou a construção
do pote da felicidade (em que se coloca um pensamento positivo num frasco) beneficiam
os comportamentos positivos; sendo que o mesmo se aplica na escola. Assim, fica um
caso como exemplo de como podem existir diferenças com o positivismo:

“Mãe, afinal sou bom a matemática”, dizia o menino ao chegar da escola nova para onde
havia sido transferido a meio do ano. O tamanho da dor da criança por causa da escola
antiga era maior que ela própria, ainda pequenita nas suas andanças de primeiro ciclo. No
dia seguinte, lá vinha a música alegre: “Mãe, afinal sou bom a desenhar”. E dia após dia
aquela primeira semana de aulas na escola nova reconstruiu um estudante que outra
escola e outra professora tinham desfeito. “Quero morrer” era a frase preferida antes da
mudança. “Quando crescer vou ser destruidor de escolas!” era a sentença de futuro dita e
redita à mesa do jantar. “Sabes que sou muito criativo? Foi a professora nova que me
disse hoje. E que se calhar vou andar na universidade porque sou muito esperto. Eu acho
que gostava de estudar para astronauta”. E assim o discurso se mudava, tão rápido quanto
um relâmpago que intenso chega e parte.”

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