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O erotismo – A Representação Feminina em Quadrinhos e Mangás:

Daniele Savietto Filippini

Teoria do Cinema - A participação do cinema na evolução do


imaginário erótico ocidental e na axiologia do sexo

Professor: Ernesto Giovanni Boccara

Resumo:

Este documento apresenta uma discussão superficial sobre as questões


relacionadas ao erotismo, suas classificações e significações, relatando a importância e
presença do erotismo na sociedade humana. De maneira breve e resumida conta a
história das histórias em quadrinhos dando uma ênfase maior para a participação e a
presença feminina nestas histórias, para partir então para uma análise das obras
conhecidas como mangás (quadrinhos japoneses) e a representação erótica das
personagens femininas nas histórias.

Palavras chave: Erotismo. História em quadrinhos. Feminino

Introdução:

O presente trabalho tem como objetivo fazer uma breve reflexão sobre
o erotismo e sua presença em quadrinhos, principalmente os conhecidos como mangás (
história em quadrinhos em japonês), levantando também uma breve análise sobre a
representação feminina neste quadrinhos. Este estudo está dividido em 4 fases, sendo a
primeira um breve panorama sobre o erotismo em si, num segundo momento a presença
feminina nas histórias em quadrinhos, partindo para uma rápida explicação dos mangás
e suas classificações, para então adentrar no objeto de estudo propriamente dito, o
erotismo presente nos mangás.

O erotismo

Existem muitos estudos que tentam estabelecer (ou não) uma distinção
entre erotismo e pornografia, alguns autores defendem a similaridade, ou utilizam as
duas palavras como sinônimos, alguns diferem o erotismo da pornografia por um caráter
de conteúdo, sendo a pornografia o ato explícito e o foco nas genitálias, enquanto o
erotismo apenas sua insinuação. Ou ainda a diferença pode ser considerada através dos
meios de produção, sendo assim pornográfico tudo o que é produzido em larga escala,
diferindo do erotismo, sendo este produzindo em caráter individual, “em termos gerais
podemos dizer que a pornografia encontra-se dentro do campo semântico do erotismo.
O erotismo é um universo vasto de intensidade sensorial onipresente e que pode
expressar em certos contextos”. (SOUZA, 2009, pg. 52)

O erotismo é tomado de maneira sublime, utilizando metáforas,


enquanto que a pornografia, o faz de forma mais crua e reveladora com imagens diretas
dos órgãos genitais ou das práticas sexuais, mas apesar destas distinções, para alguns o
erótico também pode ser considerado pornográfico.
Independente das classificações, o erotismo sempre esteve presente na
história da humanidade, sofrendo repressões e adorações no decorrer dos séculos. Tendo
como seu maior foco de repressão no ocidente, o período que corresponde a Idade
Média, onde o ocidente se via dominado pelo cristianismo, sendo seu grande
representante a Igreja Católica Apostólica Romana, reprimindo e “endemonizando”
qualquer ato ou referência a sexualidade, principalmente a feminina.

A semântica da palavra erotismo está na referencia ao deus grego


Eros, conhecido como deus do amor, e falar sobre sexo e erotismo é se adentrar em
meio a uma série de mistérios e mitos.

Segundo Regina Navarro e Flávio Braga, em seu livro “O livro de


Ouro do sexo” percebe-se que as culturas elaboraram seu próprio “código mitológico
em relação a sexualidade”, uma cultura usada para exemplificar na obra é a dos maoris
que fazem uma associam da vagina com a morte, associação entre a atividade sexual e a
morte, que veremos mais a frente nos estudos de Bataille. Ainda de acordo com os
autores, a origem da terminologia sobre sexo é de origem grega, principalmente suas
nomenclaturas, levando em consideração que os estudos referentes a mitologia grega
abrangem todos os assuntos, não deixando o tema sexual de fora.

“O erotismo não tem por objeto o enfoque do ato sexual em si, mas a infinita
gama de matrizes sensuais que presidem a intimidade entre os sexos. É o despertar da excitação sexual e
o seu conseguinte prolongamento, privilegiando o estado de desejo sobre o ato sexual consumado, de
modo a envolver variadas etapas e matrizes da sexualidade que poderão ou não culminar no ato sexual.
Desse modo se entende que o erotismo seja um valor em si, independente da realização última do impulso
sexual.”(FRANCONI, 1997, pg. 17)
Esse valor e principalmente esse desejo sexual que não
necessariamente será consumado nos remete a grande diferença entre a sexualidade
humana da sexualidade animal. O fator erótico é um dos pilares para estabelecermos
essa diferença, enquanto aos animais são seres sexuais, nós humanos somos seres
exclusivamente eróticos. Bataille nos diz, a respeito da sexualidade que “É comum aos
animais sexuados e aos homens, mas aparentemente, apenas os homens fizeram de sua
atividade sexual uma atividade erótica.” Afirmando a nossa grande diferença a enorme
presença do erotismo, ainda fazendo referência também a obra de Bataille, o autor
Franconni diz

“erotismo do homem difere da sexualidade animal justamente no ponto em


que ele Poe a vida interior em questão. O erotismo é na consciência do homem aquilo que Poe nele o ser
em questão . Seja como for, se o erotismo é a atividade sexual do homem, o é na medida em que ela
difere da dos animais.” ( 1997, pg.17 )

O homem tenta se separar dos animais ainda pela questão da morte,


fato esse diretamente ligado ao erotismo, como vemos nos estudos de Bataille, “No
movimento das interdições o homem se separava dos animais. Ele tentava escapar do
jogo excessivo da morte e da reprodução (da violência) no poder do qual o animal vive
sem reserva.” (Bataille, 2004), nessa tentativa frustrada de escapar da morte e da
reprodução o erotismo se faz necessário. Mas apesar dessa tentativa de se afastar da
figura animal, a animalidade se faz presente, como afirma Bataille “A animalidade é tão
bem mantida no erotismo que o termo animalidade, ou bestialidade, está a ele sempre
ligado.” Sendo assim podemos dizer que o erotismo, sendo uma atividade
exclusivamente humana, começando quando acaba nossa animalidade, não deixa de ter
a própria animalidade como seu fundamento.

Podemos perceber, então que o erotismo não precisa necessariamente


do ato sexual em si, mas de algum jeito ele remete ao mesmo. Entretanto para entender
o erotismo em uma sociedade não basta relacioná-lo apenas a referência sexual, é
preciso que haja uma análise de todo um contexto social e histórico como diz
Franconni:

“Convém lembrar que há uma semiótica do erotismo, cuja linguagem é


constituída de variadíssimos e ambíguos sinais. Sua decodificação requer um estudo atento de forma e
intenção, pois o que parece óbvio para um grupo social e/ou individuo pode não ser para outro. É
portanto fundamental que, ao referir-nos aos sinais, adequando-los a cultura, a historia e ao lugar onde
estão configurados: o signo erótico deve ser entendido dentro de uma relação espaço temporal. Esses
sinais são significativos especialmente a partir do momento em que a sexualidade é manifestada através
de certos estímulos que geram certas reações esperadas.” (FRANCONI, 1997, Pg 28)
O erotismo coloca ainda em jogo questões filosóficas que não
poderiam ser deixadas de lado, ou tratas em segundo plano, ele levanta o principio da
descontinuidade dos seres, que buscam através do ato sexual uma continuidade perdida,
como se vê em Bataille (2004)

“A reprodução coloca em jogo dois seres descontínuos. Os seres que se


reproduzem são distintos entre si uns dos outros, e os seres reproduzidos são distintos entre si como são
distintos daqueles dos quais eles se originaram.”(pg. 21)

“Somos seres descontínuos, indivíduos que morrem isoladamente em uma


aventura ininteligível, mas temos a nostalgia da continuidade perdida.”(pg 25)

Sendo assim, nós seres descontínuos por excelência, que estamos


numa eterna busca por essa continuidade que não nos é dada e só pode ser alcançada
através da morte. Neste momento entramos num grande paradoxo, que é o erotismo e a
morte.

“Com a vida do homem, estamos naturalmente na experiência interior. Os


elementos exteriores que discernimos se reduzem, enfim, a sua interioridade. O que, de meu ponto de
vista, imprimi o caráter das passagens da descontinuidade para a continuidade no erotismo diz respeito ao
conhecimento da morte, que desde o inicio, liga no espírito do homem, a ruptura da descontinuidade- e o
deslocamento que se segue em direção a uma continuidade possível – a morte”. (Bataille, 2004, PG. 163)

Num primeiro momento, aparentemente tão distintos, mas que se


confundem quando entramos na questão da descontinuidade que nos domina. Dois seres
descontínuos, que através do ato sexual procuram dar vazão a esta descontinuidade,
geram assim outro ser descontinuo, fruto da busca pela continuidade.

“A reprodução coloca em jogo dois seres descontínuos. Os seres que se


reproduzem são distintos entre si uns dos outros, e os seres reproduzidos são distintos entre si como são
distintos daqueles dos quais eles se originaram.”( Bataille, 2004, PG. 21 )

O erotismo carrega consigo ainda outra questão, a questão da


interdição. Em nossa sociedade caracterizada pela forte influencia judaico-cristã, o tabu
da sexualidade sempre foi um ponto forte, conseqüentemente o erotismo está
diretamente ligado a estas interdições, porem para se entender as interdições ligadas ao
erotismo é preciso entender todo um contexto que está sendo estudado, mas saber que
essas interdições sexuais, mesmo que de formas distintas, sempre existiram. Bataille
também afirma a relação das interdições “Todo mundo sabe que existe uma interdição
sexual informe e inapreensível: a humanidade inteira a obedece; mas trata-se de uma
obediência muito diversa de acordo com tempo e os lugares”. Ainda hoje essa
interdição é predominante, fazendo com que o erotismo carregue consigo também uma
transgressão. Porem todas essas interdições podem ser transgredidas.
Essa interdição não é objeto apenas da sexualidade, porém na relação
erótica, o jogo entre interdição e transgressão fica mais claro. E por ela se tornar uma
transgressão, ela mais uma vez vem diferir da atividade sexual animal. Essa interdição
esta também diretamente ligada ao prazer, “A essência do erotismo é dada na associação
inextricável do prazer sexual com a interdição. Humanamente nunca a interdição
aparece sem a revelação do prazer, nem o prazer sem o sentimento de interdição”
(Bataille, 2004, PG.168)

Desde o inicio do trabalho, foi possível perceber a forte ligação da


sexualidade com o erotismo, isso porque as duas coisas estão estritamente interligadas,
o próprio Bataille afirma que a sexualidade é para o erotismo o que o pensamento é para
o cérebro. Nesta ligação então entre a sexualidade e o erotismo um novo ponto há de ser
abordado, a questão do objeto de desejo. Este objeto de desejo acaba por ser a primeira
fase por onde o erotismo se expressa é esse objeto de desejo. Todas os nossos sentidos
estão ligados ao fator erótico, e a percepção desse objeto de desejo, sendo assim
podemos dizer que :

“O olfato, a audição, a visão e mesmo o paladar percebem sinais objetivos,


distintos das atividades que eles determinarão. São sinais anunciadores da crise. Nos limites humanos,
esses sinais enunciadores tem um valor erótico intenso. Uma bela jovem desnuda, é as vezes, a imagem
do erotismo. O objeto do desejo é diferente do erotismo, não é o erotismo inteiro, mas o erotismo passa
por ele.”( Bataille, 2004, PG )

A partir do conhecimento desse objeto de desejo, ou objeto erótico,


chegamos a função da mulher. A mulher é um dos principais objetos de desejo. Bataille
as chama de “objetos privilegiados de desejos”. O autor afirma que o ponto chave não
está no fato das mulheres serem mais desejáveis que os homens ( ele afirma que não
são), mas ao que elas se propõem mais ao desejo, esse desejo agressivo dos homens,
tendo o poder de provocar esse desejo, ele afirma “Se os homens tem a iniciativa, as
mulheres tem o poder de provocar o desejo dos homens” (Bataille, 2004, pg. 203)

Em suma, a mulher como objeto de desejo não pode se desvencilhar


do erotismo, ao contrario, ela passar a ser preponderante na construção do erotismo.
Sendo assim passaremos então para uma analise da presença desse objeto de desejo nos
quadrinhos.
A presença feminina em histórias em quadrinhos:

As histórias em quadrinhos surgem com objetivo de atingir os mais


variados públicos, em todas as classe sociais. Ela vem para ser entendida por crianças e
adultos, facilitado pela linguagem utilizada, as imagens que dizem por si só.

Os quadrinhos nascem, e tem como foco de seu conteúdo relações


cotidianas, representações sociais, os personagens, as historias e os cenários são parte da
vida cotidiana. Os valores e práticas sociais vão sendo representadas nesse meio de
comunicação de massa. Segundo Barcellos ;

“No entanto, nesse campo fértil para a criação, certos conceitos sociais e valores morais acabam sendo
perpetuados numa relação paternalista entre produtor e consumidor. Assim, de um lado temos o
consumidor que prefere transitar por estruturas conhecidas a ter de se deparar com ‘novidades’ que
coloquem em xeque antigos posicionamentos com os quais está habituado; e, de outro, o produtor da
indústria cultural capaz de estabelecer regras/normas de homogeneização das histórias em quadrinhos
para ter uma maior aceitação do produto em diferentes mercados.”( Barcellos, s/d)

Podemos perceber que essa relação da representação cotidiana e da cultura paternalista


vinha de encontro as idéias dos espectadores, que não queriam ter seus valores
contestados através dos quadrinhos.

Neste meio sócio-cultural de representação é que aparecem as


representações femininas, sendo estas feita por roteiristas homens que representam a
idéia que tem das mulheres, ou de como essas mulheres devem ser, gerando assim uma
obra caracterizada e estereotipada pelos conceitos destes roteiristas homens, ainda de
acordo com Barcellos vemos que ;

“A relação de cumplicidade entre essas duas pontas da cultura de massa fica


mais evidente quando o assunto é a representação do feminino nos quadrinhos. Tal gênero, quando
aparece em cena, alia idealizações ou caricaturas daquilo que roteiristas e desenhistas, na maioria
homens, imaginam das mulheres aos conceitos tradicionais do que é ser feminino.” (Barcellos s/d)
Ou ainda;
“Objetivando atingir o principal público das histórias em quadrinhos para
adultos: os homens. Assim, se, por um lado, ascender ao papel de protagonistas e ganhar maior
visibilidade num veículo de comunicação de massa como as histórias em quadrinhos é uma vitória das
mulheres, por outro, a “nova” mulher, que reivindica igualdade de direitos com os homens, não consegue
se identificar com sua representação de papel. Tudo, porque as personagens femininas que passam a
habitar os quadrinhos, independentes e liberadas, não são uma criação das mulheres, mas uma projeção
masculina sobre os modelos reivindicados por mulheres no mundo todo. Deste modo, tal projeção
masculina não consegue escapar de uma outra representação: aquela que eles consideram como
feminino.”( Barcellos, s/d)
Sendo assim as mulheres representadas não gera uma identificação
com o público feminino, já que elas não se reconhecem nesses representações
estereotipadas.
“A falta de identificação do público feminino com as mulheres de papel
esbarra, sob todos os ângulos, no conceito de representação feminina difundido pelos artistas homens.
Este conceito cultural, imposto às mulheres ao longo dos séculos pela sociedade patriarcal e muito pouco
flexível em sua essência.” (Barcellos, s/d)
Porem o movimento feminista começa a reivindicar esses direitos,
brigando contra preconceitos, e lutando por seu lugar na história, e a partir desses
questionamentos, os roteiristas passam então a criar “personagens femininas marcantes”

Podemos perceber que os movimentos feministas impulsionaram o


surgimento das novas mulheres nos quadrinhos “passam de coadjuvantes oferecidas e
indefesas a personagens principais, imbuídas de propósitos mais nobres e dispostas a
conquistarem seu espaço como heroínas de igual importância aos personagens
masculinos nas tradicionais HQ de super-heróis onde, até então, reinavam os
personagens masculinos destituídos de desejo sexual.”( Kamel, Rocque, s/d, pg.4 )
Mas, mesmo ganhando uma visibilidade maior, e uma presença mais
forte nos quadrinhos, a forma de representação feminina continua presa aos ideais
machistas da sociedade em que se é construído, mesmo com atitudes firmes, deixando
de lado a mocinha indefesa que precisa constantemente ser salva, as mulheres ainda
carregam o físico irreal desejado pelos homens, transformando-as em um objeto sexual
nestes quadrinhos.

Essas personagens são encontradas principalmente em histórias de


aventuras e heróis, se dividindo entre vilãs ou heroínas, ou ainda mantendo seu caráter
inicial de personagem secundaria como namorada do protagonista.
1
Personagem Elektra, surgiu nos
quadrinhos do Demolidor, e depois obteve sua própria revista em quadrinhos:
percebemos que mesmo sendo protagonista de sua série continua com uma visão
sensual e erótica que se espera do papel feminino.

2
Vampira, personagem dos quadrinhos
X-men – Colam que acentua suas bem desenhadas curvas.

Essas representações femininas acabam por ser representações


eróticas, mesmo não sendo uma revista de caráter erótico, mas esse erotismo acontece

1
Personagem Elektra fonte: http://www.universohq.com/quadrinhos/index.cfm

2
Personagem Vampira Fonte: http://www.universohq.com/quadrinhos/index.cfm
principalmente através dos corpos esculturais e os uniformes sensuais das personagens,
gerando assim um novo mundo de fantasias sexuais e novos fetiches.

As mulheres que aparecem nestes quadrinhos (quadrinhos de heróis)


acabam se tornando objeto de fetiches, para entender isso melhor, vamos conceituar
fetiche:

“A palavra fetiche aparece pela primeira vez como conceito erótico, citado
por Alfred Binet, em seu ensaio Le fetichime dans l’amour.

O fetiche seria então a qualidade que determinado objeto ou parte do corpo


humano adquire, alem de sua função original, provocando prazer durante o intercurso sexual, em sua
preliminares ou ainda fora dele. A gama de fetiches conhecidos é enorme, os óbvios são os sapatos de
salto alto, muito fino, lingeries pretas, calcinhas de renda, trajes de couro, espartilhos e peles, para citar
alguns.”(Navarro, Braga, 2005, pg. 61)

Dentro desse universo imenso dos fetiches, segundo Navarro e Braga


(2005, pg 70), os principais são os uniformes: “Entre as roupas a que mais se associa ao
fetichismo são os uniformes”. Neste meio começam a aparecer as heroínas, que sempre
uniformizadas com seus corpos esculturais, seios avantajados, combatem o crime. É
importante ressaltar que em relação aos quadrinhos de heróis os uniformes são sempre
essenciais pois servem também para caracterizar os personagens, sempre que eles
combatem o crime, utilizam os mesmos uniformes.

3
Capa da revista em quadrinhos da
Super Moça – Nota-se muito erotismo e sensualidade.

3
Capa Revista Super Girl fonte: http://www.universohq.com/quadrinhos/index.cfm
Assim percebemos como as mulheres são representadas nesse
universo de quadrinhos, sempre cheias de muita sensualidade, “Heroínas ou vilãs
enchem hoje as revistas de sexualidade mais ou menos franca. Curvilíneas, com roupas
colantes (quando usam), elas capricham na liberalidade e no humor”

“mística feminina acabou sendo substituída por outros modelos do feminino,


nos quadrinhos, e, embora as mulheres dos quadrinhos norte-americanos tenham ganhando relativa
autonomia, continuam, seus corpos atléticos e sua beleza inigualável as tornam representações de fetiches
masculinos e um tormento para as mulheres reais, uma vez que sua forma estética é muito diferente
daquela da maioria das mulheres comuns, que trabalham, cuidam dos filhos e vivem em uma realidade
onde ser uma super-heroína é suportar os obstáculos impostos às mulheres em todas as esferas sociais.”
(Nogueira, 2010, pg.13 )
Ou ainda:
“Como, em toda a história da arte, encontra-se a mulher como tema
inspirador dos artistas, freqüentemente em poses sensuais ou mesmo no
mais puro nu artístico, nada mais natural que as HQ reproduzissem tal
tradição visual no tratamento da figura feminina (Calazans, 2003).

“Nessa linha de raciocínio, justifica-se assim o aparecimento da nudez


feminina nas HQ bem como que por conseqüência, o tratamento estereotipado da mulher como apenas
um corpo desenhado para atender as necessidades de entretenimento e satisfação das mentes masculinas.
Era comum encontrar nos enredos das HQ de ficção científica, mocinhas de beleza física estonteantes,
mas absolutamente incapazes de se defenderem ou sequer julgar a diferença entre o mocinho e o vilão,
geralmente sendo ludibriadas por esses últimos – dada sua total falta de senso de julgamento de valor.”
(Kamel, Rocque, s/d, pg.4)
Porem é válido lembrar que apesar dessa sensualidade presente nestas
revistas gerando um erotismo por parte principalmente das representações femininas,
elas não são de cunho erótico, existem outras revistas em quadrinhos que são
exclusivamente direcionadas para esse segmento, um segmento que não nasceu junto
com os quadrinhos, mas que foi ganhando espaço com o decorrer do tempo. Lê – se em:

“A história em quadrinhos existe há cerca de cem anos; e, em suas primeiras


duas décadas de existência, pouca ou nenhuma importância deu às figuras femininas ou ao erotismo. Isso
porque os papéis relevantes eram ocupados por crianças, animais e, em alguns casos, homens.”
(Lucchetti, 2010)

Importante perceber a forte ligação do inicio da presença do erotismo


com o inicio da presença feminina, já que o feminino já carrega com sigo um enorme
caráter erótico, como foi dito por Bataille, a mulher é o objeto de “desejo por
excelência.”

A primeira personagem feminina de quadrinhos a ter sua exibição


proibida pelo seu caráter sensual foi Betty Boop, em 1937, pois julgavam suas roupas
muito pequenas, revelando assim muita sensualidade na personagem
4
Betty Boop

Foi na década de 1910 que surgiram, nos Estados Unidos, “diversas


histórias em quadrinhos protagonizadas por garotas frívolas e maliciosas, como Polly
(1912) e Nora, a filha de Pafúncio e Marocas, e por sedutoras candidatas ao estrelato,
como Dixie Dugan” (Lucchetti, 2010)

Na década de 1950 aumentam as produções de quadrinhos, e novas


personagens femininas aparecem, principalmente nas histórias de aventuras :

4
Fonte: http://blogdofavre.ig.com.br/tag/quadrinhos/
5
Fonte: http://www.barnaclepress.com/
“surgiu um novo tipo de personagem feminina nos quadrinhos norte-
americanos: a mulher decidida a viver uma vida repleta de aventuras, em todos os sentidos. Foi o período
em que apareceram Dale Arden, a princesa Narda, Ellen Dolan, Honey Dorian e outras “noivas eternas”
de heróis: heroínas como Sheena, Rulah, Tigrana, Camilla, Amazona dos Cabelos de Fogo, Mysta e
Futura, que viviam nos locais mais inóspitos da Terra ou do espaço; super-heroínas como a Mulher-
Maravilha (Wonder Woman, no original); combatentes do crime como Miss Masque, Loura Fantasma e
Phantom Lady.” (Lucchetti, 2010)

6 7
Miss Masque Sheena

8
Lady Fantasma

Segundo Lucchetti, foi também nesse período que surgiram imagens


carregadas de erotismo, tendo como exemplo:

“ bad woman Grace Powers, sentada em um sofá, tentando seduzir com seus olhares
lânguidos o agente Phil Corrigan (Agente Secreto X-9, 1934), ou Aleta, a rainha das Ilhas das Névoas,
dançando descalça e com um sorriso de satisfação no rosto, sob o olhar de cobiça de um grupo de ferozes
tuaregues (Príncipe Valente, 1945); ou ainda Dale Arden, vestida sempre com trajes sedutores,
“desfilando” pelo exótico planeta Mongo”( 2010)

Lucchetti, 2010)

6
Fonte: http://flameape.org/tag/public-domain/
7
Fonte: http://hqquadrinhos.blogspot.com/
8
http://www.cineclubecauim.org/jornal/NUMERO%205/sobdominio.html
9
Dale Arden

Uma personagem que veio para mudar a história do erotismo nos


quadrinhos foi Barbarella, lançada em 1956, inspirada em Brigitte foi criada por Jean-
Claude Forest, “Barbarella é uma jovem que viaja pelo espaço em busca de novas
experiências; possui longos cabelos dourados, um rosto provocante e uma grande
disposição para fazer sexo, não se importando em ter relações com um homem ou co,
um robô. Não sente vergonha de ficar nua. Segundo seu criador, não tem moral, só
princípios.

Foi então a partir de Barbarella, que na França varias histórias em


quadrinhos protagonizadas por mulheres, com conteúdos eróticos, passaram a ser
produzidas, podendo citar como exemplo:

“ Scarlett Dream (1965), de Claude Moliterni e Robert Gigi; Les Aventures


de Jodelle (1966) e Pravda la Survireuse (1968), desenhadas por Guy Peellaert, num estilo fortemente
influenciado pela arte pop; Lolly-Strip (1966), de Daniel Dubos e Georges Pichard; Blanche Épiphanie
(1967), de Jacques Lob e Georges Pichard; Saga de Xam (1967)”( Lucchetti, 2010)

9
Fonte: http://flameape.org/tag/public-domain/
10

Apesar dessas figuras eróticas que começaram a povoar os


quadrinhos, foi a partir da década de 1980 e os quadrinhos eróticos ganharam força, de
acordo com Luchetti ( 2010), em seu artigo :

“Os anos 1980 foram bastante prolíficos para os quadrinhos eróticos,


sobretudo na Europa: o italiano Guido Crepax, criador de três musas da história em quadrinhos –
Valentina (1965), Bianca (1968) e Anita (1971) – e adaptador de três clássicos do erotismo literário
(História de O, Emmanuelle e Justine), quadrinizava Drácula (de Bram Stoker) e O médico e o monstro
(de Robert Louis Stevenson), enfatizando as cenas eróticas; Milo Manara, um ex-aluno do escultor
espanhol Barrocal, era autor de Clic (1983), que abordava a incompreensão entre os sexos e,
principalmente, o enigma insondável (pelo menos para os homens) do prazer feminino; histórias curtas
todas escritas pelo talentoso Carlos Trillo.”

E finalmente, como já foi mencionado as histórias em quadrinhos de


heróis, tendo como suas editoras mais famosas, as norte americanas Marvel e DC
Comics, editoras essas que fidelizaram e proliferam a fixaçassao pelos quadrinhos, e
que geram posteriormente filmes de grande sucesso de bilheteria de protaganistas de
suas histórias como Super Homem, Homem Haranha, X-man, só para citar alguns.
Essas histórias não são eróticas porem seus personagens carregam uma alta dose de
erotismo, como lê-se

“nessas histórias, existe certo erotismo, por causa da presença de um grande


número de mulheres exuberantes (a assassina Elektra; as combatentes do crime Batgirl e Canário Negro;
a espiã Viúva Negra, a ladra Selina Kyle, mais conhecida como Mulher-Gato; a mágica Zatanna; a
modelo Mary Jane Watson, esposa de Peter Parker, o Homem-Aranha; a repórter Lois Lane; as super-
heroínas Mulher-Maravilha, Poderosa, SuperGirl, Glory, Mulher-Aranha, Mulher-Hulk, Mulher Invisível
e Warbird; e, dentre muitas outras, Bêlit e Sonja, duas personagens das aventuras de Conan, o Bárbaro),
que, em sua maioria, usam sensuais trajes colantes.”( Luchetti, 2010)

10
http://omelete.com.br/
Dentro do universo DC Comics, uma personagem feminina que
merece destaque, é a Mulher Maravilha , foi criada por William Marstson em 1941. Na
história ela é a princesa da tribo das Amazonas, que vivem numa ilha grega isolada dos
homens, porem por compaixão decide se juntar ao mundo dos homens para ajudá-los.
Essa heroína veio para dividir espaço com Batam e Super Homem, conquistando assim
uma presença nesse universo masculino. Mas o que é importante ressaltar é que, apesar
de defender ideais de genrosidade e confiança, sendo totalmente auto suficiente em suas
lutas, ela não escapa de um certo esteriótipo masculino, já que também é dotada de uma
beleza estoneante e suas roupas se configuram de um sexy maiô e botas para combater o
crime.

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Essas representações das mulheres, e este breve panorama dos


quadrinhos aconteceu no Ocidente, porem o Oriente também tem sua história das
histórias em quadrinhos, os mangás, e nestas histórias, apesar de todas as diferenças
sócio-culturais da mudança de continente, iremos perceber que a representação feminina
acabou por acontecer da mesma maneira, e os estereótipos femininos, imaginados por
uma sociedade machista também foram dominantes.

Um breve panorama da história dos Mangás:

Mangás nada mais é do que histórias em quadrinhos em japonês,


porem no Ocidente, o termo mangá virou um adjetivo para os quadrinhos produzidos no
Japão.
O termo mangá surgiu a primeira vez no Japão através do artista
Katsushita Hokusai, que nomeou sua série de obras de “Hokusai Manga” (totalizaram

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http://dccomicsarquivos.blogspot.com/2008/09/mulher-maravilha-01.html
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http://dccomicsarquivos.blogspot.com/2008/09/mulher-maravilha-01.html
15 volumes), seus temas, apesar de variados, se baseavam, assim como no Ocidente, na
vida cotidiana.
Podemos ver que seu histórico começa no século XI,

“nos séculos XI e XII, um tipo de desenho que era pintado sobre um


grande rolo, que era desenrolado à medida que o narrador contava a história referente ao desenho, se
tornou muito popular: os e-makimono. Este, sim, pode ser considerado a origem do mangá e de sua
estrutura seqüencial de narrativa.”(Furuyama, 2008, pg 9)

Já a primeira história em quadrinhos japonesa surgiu em 1901, através


do artista Rakuten Kitazawa “A estrutura seriada com personagens regulares e com
falas no desenho justifica tal afirmação. Faltavam apenas os balões para ser
totalmente igual à estrutura moderna” (Alfons Moliné , “O Grande Livro dos
Mangás”, p19)
A industria do Mangá foi crescendo, porem no período da Segunda
Guerra Mundial houve um declínio devido ao “racionamento do uso do papel e
também pela censura” (Furuyama, 2008, pg 22 )
“Antes da Segunda Guerra Mundial, os quadrinhos japoneses já haviam se
firmado no gosto popular, pois a partir dos anos 20 os desenheis tas japoneses estabeleceram sua
independência das produções ocidentais e cada vez menos se publicavam historietas do estilo norte
americano, ainda hoje tão comuns no mercado brasileiro”

Na década de 1920, os quadrinhos apareciam em tiras ( de quatro ou oito


desenhos) nos diários ou nas edições coloridas dominicais. Nessa época eram destinados quase
exclusivamente ao mercado adulto.”( Luyten, 2001, PG.26)

Com o fim da guerra, a industria dos quadrinhos volta a se erguer,


tendo uma rápida expansão, principalmente porque “a população precisava de alguma
forma de entretenimento para, principalmente desviar o pensamento da derrota na
guerra, o mangá servia perfeitamente esse propósito, pois, além de divertido, foi se
tornando razoavelmente barato e de fácil produção em massa.”( Furuyama, 2008, pg 22)
“Houve uma explosão de novos temas, e a canalização para a agressividade
foi dirigida para historias que focalizavam certos esporte, como o boxe e a luta livre, mais afeitos a
descarga de hostilidade.”(Luyten, 2001, pg. 28)

Os mangás são classificados no Ocidente como quadrinhos japoneses


principalmente pelas suas características muito específicas, seus traços são marcantes e
seus personagens conhecidos pelos olhos grandes e arredondados e pernas longas. Este
estilo gráfico começou com Tezuka, em 1946, e posteriormente foi copiado por muitos
artistas.
Como já foi dito “A palavra mangá para os japoneses nada mais é do
que qualquer história em quadrinhos, não importando o estilo, o tema (embora exista
uma divisão deste) ou a procedência. Já para os ocidentais o termo “mangá”
acabou de certa forma se transformando em adjetivo relacionado a um estilo de
desenho característico de alguns mangás japoneses.”( Furuyama, 2008, pg 30)
No mundo, a popularização do mangá se deu na década de 1980, pois
foi quando começaram as importações para o resto do mundo, principalmente Estados
Unidos.
Já no Brasil a história da entrada do mangá é um pouco diferente,
principalmente pela grande quantidade de imigrantes japoneses que vieram para o país,
“tenha se mostrado no Brasil junto com os primeiros imigrantes trazidos pelo
navio Kasato Maru. Sempre alguns japoneses traziam consigo algum exemplar de
mangá que ele tivesse lido e acabava por difundir essa mídia quando chegava em
terra.”( Furuyama, 2008, pg 28)
Em 1984 foi fundada no Brasil a ABRADE MI, Associação Brasileira
de Mangá e Ilustrações, aumentando a presença ainda mais dos mangás no Brasil
Além das diferenças de estilo gráfico, os mangás se difereciam muitos
dos outros quadrinhos pelo seu público alvo, sempre muito específico.
Diferente do resto do mundo, a presença dos mangás no cotidiano das
pessoas é muito grande, havendo mangás para praticamente todos os públicos alvos,
crianças, jovens, homens, mulheres, homosexuais etc.
“Todos lêem quadrinhos no Japao: crianças, adolescentes, executivos,
operários, donas de casa e idosos. O poder de atração que os mangás exercem me muito grande. Por meio
da leitura, os leitores imediatamente se identificam com os personagens que retratam situações vividas no
dia a dia ou revela anseios e sonhos escapistas.” (Luyten, 2001, pg 13)

Esse público tao diversificado acabou por gerar também uma


quantidade muito grande de estilos e gêneros, podemos ver as classificações desse
gêneros Furuyama ( 2008, pg. 31)

“São exemplos desses gêneros: shonen manga (para jovens meninos);


shojo manga (para jovens meninas); seijin manga (para adultos); nichijó manga (sobre o cotidiano);
josei manga (para mulheres). Hentai de conteúdo pornográfico é um outro gênero pouco abordado
embora tenha ligação com a realidade e tenha sido responsável por uma boa parte da divulgação dos
quadrinhos japoneses pelo mundo.”

As expressões dos personagens também são muito características nos


mangás, se tornando clássicas nas histórias, olhos desenhados com X, ou uma gota
aparece para simbolizar quando o personagem fica constrangido, ou quando um homem
fica excitado seu nariz sangra.
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“Os códigos próprios de linguagem do mangá e do anime incluem: o tamanho


e formato dos olhos; a proporção entre cabeça, corpo, braços e pernas; os artifícios de imagem usados
para dar expressão emotiva aos personagens têm códigos próprios que são facilmente reconhecíveis:
rubor nas faces (interesse romântico), gota d'água ao lado do rosto (constrangimento), olhos esbugalhados
e dentes pontiagudos (ataque de raiva), nervos estilizados na testa (raiva) etc.”(Peret, s/d, pg. 1)

Outra peculiaridade dos mangás se da pela sua forma, não são


pequenos gibis como no resto do mundo, se assemelhando mais a grossa revistas:
“Outra característica sui generis dos mangas é a própria forma. Seguindo uma
evolução ao da historia, o aspecto da sua apresentação atual nada tem em comum com os gibis que
costumamos ler, mas parecendo grossas listas telefônicas do que revistas. A própria palavra manga tem o
significado não so de historia em quadrinhos, mas de revista de historia em quadrinhos. As revistas atuais
de manga possuem normalmente as mesmas características físicas de formato: 18 por 25 centimetros, de
150 a 600 páginas” ( Luyten, 2001, pg. 43)

Sua distribuição é feita em estações de trens, quiosques onde se


encontram refrigerante, chocolates etc, e ainda em máquinas.

Outras características muito específicas dos mangás:

“formato de leitura da direita para a esquerda, o uso intenso de preto-e-


branco ou duas cores, a edição dividida em grandes volumes semanais ou mensais. As narrativas de
mangá diferem bastante das HQ norte-americanas, em especial pelo fato de que seus personagens
crescem, envelhecem e morrem, mesmo os que fazem mais sucesso. Cada história é única e, mesmo que
ganhe uma continuação em outra revista, os mesmos protagonistas raramente participam da nova história
por muito tempo.” (Peret, s/d, pg. 1)

As máquinas com as revistas são as principais ferramentas de


distribuição dos mangás de cunho erótico, “Normalmente as revistas expostas nas
máquinas são de cunho erótico, havendo assim um fator da impessoalidade, se não
constrangimento, entre leitor e vendedor.” (Luyten, 2001, pg. 44)

Como já foi dito os mangás são classificados pelo seu gênero bem
definido com público alvo bem específico, veremos então um pouco da divisão e das
características destas divisões
As revistas femininas: segundo Luyten, são conhecidas como Shojo
mangá, são de grande influencia possuindo muitos títulos diferentes. Seu sucesso
acontece pela forte identificação das leitoras com as historias e personagens, os temas

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http://conmangaancha2.blogspot.com/
abordados variam entre sonhos e romantismo. Um fato interessante é que essas histórias
são escritas por mulheres, o que facilita ainda mais sua identificação pelas leitoras.

As revistas masculinas: também segundo Luyten, é um segmento


muito forte nos quadrinhos japoneses, as histórias são melodramáticas, cheias de
violência “dentro da temática do samurais invencível, do esportista e do aventureiro,
tendo como constante as condutas japonesas típicas de autodisciplina, perseverança,
profissionalismo e competição.”

Esse erotismo presente nas revistas masculinas Além da presença forte


da violência, outra característica forte das histórias para homens é a forte presença do
erotismo ,

“as historias das revistas para rapazes transpiram sexo pelas paginas, embora
não sejam classificadas como eróticas, ou pornográficas, havendo um mercado especifico para essa
categoria destinado aos adultos. Os temas alusivos ao sexo incluem sedução de jovens escolares em
uniformes de marinheiro ( em uso desde o século passado mantidos até hoje), estupro de donas de casa,
sexo sob coerção, muitas vezes sob protestos das garotas que gritam yamete ( “Pare! Não faça isso!”) ou
yada ( “Não quero!”), mas que acabam cedendo.”( Luyten, 2001, pg. 58)

é muito realístico, com cenas de nudez e insinuações sexual :

“Para as cenas de beijo (que há alguns anos nem se quer existiam nos
mangás), nudez e insinuações do ato sexual, seja hétero ou homossexual, os artistas utilizam ao máximo
recursos cinematográficos, focalizando detalhadamente cada momento, num sem-número de quadrinhos e
páginas, como cenas de um filme em câmera lenta.”(Luyten, 2001, pg. 58)

As revistas destinadas aos adultos, mesmo as que não henati


propriamente dito, também são carregadas de erotismo.

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: www.animesubers.com/2009/08/hentai.html

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: www.animesubers.com/2009/08/hentai.html
Heróis e Heroínas:

Assim como no ocidente, os quadrinhos japoneses são povoados por


heróis e heroínas, porem enquanto os heróis ocidentais são caracterizados por uma moral
impecável, campeões e com um físico desejáveis, os heróis de mangás são caracetrizados
principalmente pela “sinceridade emocional”.

“Não há lugar para super heróis no Japao, tal como soa caracterizados no
Ocidente: invencíveis, superpoderosos e justiceiros. Os heróis japonese não se enquadradam muito nessa
categoria. Sua ações se voltam mais para outra dimensão – a interior- expressa por meio de uma virtude
que é muito prezada e levada em consideração pelo povo nipônico: a sinceriadde emocional.”( Luyten,
2001, pg 70)

A representação feminina:

Assim como nos quadrinhos ocidentais, a figura da mulher é retrata


principalmente como um objeto sexual nas revistas destinadas ao público masculino,
uma pesquisa foi feita no Japão pela pesquisadora Fusako Iino Fe, onde foi feita uma
análise de varias revistas, sendo este resultado obtido:

“uma analise de nove revistas para rapazes e moças durante os meses de


agosto e setembro de 1985, selecionando 100 heróis e 99 heroínas. Foi detectado que, nas revistas para
rapazes, a mulher tem uma única imagem estereotipada no aspecto físico, isto é 89 por cento das heroínas
tem cabelos longos, enquanto nas revistas feminas é representada uma variedade maior de estilos de
cabelos: longo (55 por cento), e curto (31 por cento) e semilongo (10 por cento). Quanto as roupas, embora
nas revistas femininas apresentem estilos variados, 40 por cento das personagens nos mangas masculinos
vestem o que se poderia charamar de roupas sexy, como maios, shorts, calças, uniformes estilo astronauta,
justos e metalicos, alem de roupas intimas. E não foi encontrada nenhuma heroína que usasse
óculos.”(Luyten, 2001, pg. 78)

Fica claro que o erotismo que envolve o papel da mulher fica presente
nas revistas, mostrando mais uma vez a visão estereotipada da mulher como um objeto
de desejo, servindo para permear a imaginação masculina com fantasias eróticas. As
heroínas encontradas nestas revistas são então representações eróticas.
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Personagem Tsunade do mangá Naruto Personagem Matsumoto mangá Bleach

A históris do erotismo no mangá não é uma coisa recente, muito pelo


contrário, as primeiras gravuras datam do período Edo ( 1660 – 1867), pelos artistas
conhecidos como ukiyo-ê (gravuras em madeiras) “adentraram-se na superficialmente
num tipo de ilustração erótica chamada Shunga (pinturas da primavera). Como os
quadrinhos eróticos de hoje, os shunga retratavam homens, mulheres, bem como outras
combinações, em varias posições da arte de amar. O que caracteriza os shunga é o humos
e a descontração, mas quando o Japão se confronta com os conceitos de moralidade
cristão, no século XX, sua circulação foi proibida si podendo ser exibidos fora do
país.”(Luyten, 2001, pg. 100)

Podemos perceber que a forte repressão ao sexo, conseqüentemente ao


erotismo atinge o Oriente através da religião cristã, assim como aconteceu no Ocidente.

A representação sexual nos quadrinhos japoneses vinha como uma


representação do cotidiano, era um fato comum.

O erotismo nos mangás:

“Assim como seu cotidiano, atividade sexual também representa para os


japonês uma formalidade, uma codificação do comportamento. O sexo pode ser considerado como algo
mais mecânico. No ocidente a sexualidade se estende por todo o comportamento e explica as mais
profundas tendências. Para o japonês, sexo reduze-se a pênis e vagina.”(Luyten, 2001, pg. 228)

É importante perceber que para entender profundamente as


representações sexuais na cultura japonesa seria necessário um estudo profundo dessa
cultura, já que como foi visto com Bataille , que para se entender os símbolos que
dominam a arte do erotismo é preciso se entender o contexto sócio-temporal em que ele
está inserido. Sendo assim lê-se que:

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http://iareawesomeness.wordpress.com/2008/08/03/naruto-manga-412-spoiler-
tsunade-week-tsunade-survey/
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http://www.animegalleries.net/img/119296
“Na expressão sexual japonesa aparecem muitas formas de dominação e
sadismo. Isso vem da dupla posição da mulher. Ela pode ser ao mesmo tempo mãe carinhosa e fêmea
sedutora. Esse comportamento origina-se na mitologia japonesa, na qual a mulher ocupa uma posição
preponderante. Não nos esqueçamos de que o sol é, para os japonês, uma deus – Amaterasu – que se
desvinculou dos afazeres celeste para gerar um ser humano, o primeiro imperador nipônico. Numa cultura
que não conhece o pecado original – representado pela tentadora Eva com sua maça- existe a mitologia
Amaterasu que somente pode ser anulada pela reação violenta.”( Luyten, 2001, pg. 230)

Podemos perceber então a importância da caracterização do ambiente


em que se estuda o erotismo, no caso da sociedade japonesa, uma sociedade que difere
muito da ocidental em seus princípios e mitos, lembrando ainda que a sexualidade é uma
assunto que envolve uma mitologia muito grande em todas as sociedades. Possivelmente
essa diferença cultural explique a excessiva quantidade de sexo e violência nos mangás.

Essa estreita ligação entre o sexo e a violência que caracterizada nos


quadrinhos japoneses é uma aplicação da teoria de Bataille, que como já foi visto neste
trabalho, trata da estrita ligação entre o erotismo e a morte. Essa violência presente nos
mangás pode ser associada a esse desejo de morte de que Bataille fala, da
descontinuidade do ser humano que busca sua continuidade através da morte e do ato
sexual, mais uma vez: violência e sexo, tão marcantes nas historias japonesas.

Essa grande presença do erotismo nos quadrinhos japoneses sempre


foi visto como um problemas para o ocidente, sendo que muitas cenas de animes
(mangas adaptados para televisão em desenhos infantis) foram cortadas para serem
exibidas ao publico, a censurassiva de sensualidade, principalmente as relacionadas ao
homesexualismo como nos desenhos Sakura Card Captor e Sailor Moon, exibidos no
Brasil pelos canais cartoon network, globo, entre outros.

Vemos no artigo Percepções da Sexualidade: Anime e Mangá, de


Peret, que o estilo conhecido como Josei, tendo como público alvo as para mulheres de
18 a 25 anos, abrangem muito mais cenas de nudez e sexo, do que as histórias
românticas características dos mangas destinados a esse público. Ainda o seinen, para
homens entre 20 e 40 anos, abrangendo temas relacionados a política e negócios, focam
muito nas cenas sexuais .

Entretanto um aspecto a ser levado em consideração é a real intenção


desse erotismo nos quadrinhos japoneses, já que como a cultura enxerga a sexualidade e
aspectos relacionados a ela como a nudez de maneira diferente do que nós, incluídos em
outra cultura.
“Por exemplo, o que nós conhecemos como hentai, ou “pornografia”, é um
gênero amplo que inclui diferentes sub-estilos que podem ou não ter sexo explícito. Mesmo em cenas de
sexo mostradas em detalhes, é comum a ausência de pêlos pubianos, o que pode causar alguma confusão
quanto à idade das personagens envolvidas. Mesmo em desenhos sem caraterísticas fantásticas, não é raro
mostrar meninas com orelhas e cauda de gato, um fetiche japonês bastante comum. Outro fetiche (que
também acompanha produções não pornográficas) é a presença de uniformes escolares, do tipo
“marinheiro”, com saias curtas e pernas à mostra com meias três-quartos. Por isso, é possível haver
“percepções cruzadas” entre o que é erótico/pornográfico para os japoneses e o que é para nós” (Peret,
s/d, pg. 4)

Um dado colocado pelo autor a respeito da ausência dos pelos


pubianos, acontece pois existe uma lei que proíbe a exibição de pelos pubianos, não só
nos quadrinhos, mas em audiovisual e artes também. Um dado que entra em contradição
já que a presença da nudez é tão comum.

O que é importante ressaltar é que esse vasto erotismo não está apenas
presente nas revistas direcionadas para esse segmento, é um forte dado das revistas
japonesas. Principalmente as masculinas, e até as direcionadas para um publico juvenil.

Esse erotismo aparece principalmente nas revistas de heróis, através


da representação feminina (como acontece também nas revistas norte-americanas), para
que fique claro irei usar como objeto de representação, pois falar de forma genérica
como esta sendo feito até presente momento fica difícil a visualização e a comprovação
dessa teoria (a teoria de que as representações femininas são erotizadas nos quadrinhos
japoneses, mesmo os que não possuem esse direcionamento), sendo assim escolhi o
mangá conhecido como Naruto, pois este mangá atingiu fama internacional, sendo um
dos mais lidos tanto no Japão, como no resto do mundo, inclusive no Brasil.

Esse sucesso aconteceu principalmente porque este manga foi


adaptado para a televisão, ganhando sua versão anime, exibido no Brasil pela Rede
Globo, posteriormente por canais a cabo.

Naruto conta a história de um orfão chamado Uzumaki Naruto, que


vive na Vila da Folha, e estuda em uma escola de ninjas. Quando era bebe seu pai
aprisionou um monstro (a raposa de nove caudas) em seu corpo, fazendo com que as
pessoas sempre o excluíssem. A história segue neste treino para que Naruto se torne um
ninja respeitado em sua vila.

Assim como em outros (praticamente todos), o erotismo desse mangá


encontra-se principalmente nas personagens femininas, mulheres ninjas com roupas
sensuais e seios farto.Existem também nas cenas em que aparece o personagem Jyraia.
Ele é um ninja mais velho que se torna mestre de Naruto, porem ele está sempre tentando
ver as mulheres nos banheiros ou tomando banho.

Logo na primeira edição o mangá apresenta cenas eróticas envoltas de


um sensualismo representado nas figuras femininas:

Como podemos ver na página 09 da primeira edição do mangá, o


personagem Naruto se transforma em uma mulher desnuda, esse poder que ele chama de
“sexy no jutso” é utilizado para inutilizar o adversário. Mesmo o quadrinho em que sai
sangue do nariz do personagem, indica que o mesmo está excitado, pois é desta maneira
que as excitações masculinas são representadas nos mangás.

Continuando com a exemplificação através do próprio mangá Naruto


Esta página é correspondente ao capítulo 90 da série, enquanto Naruto
espiava o banheiro feminino, situação muito comum durante os quadrinhos.

Podemos perceber através das imagens em que os personagens espiam


as mulheres uma característica da interdição ligada ao prazer, como foi visto
anteriormente e que foi falada por Bataille ( 2004) “A essência do erotismo é dada na
associação inextricável do prazer sexual com a interdição. Humanamente nunca a
interdição aparece sem a revelação do prazer, nem o prazer sem o sentimento de
interdição”. O mangá utiliza também (consciente ou inconscientemente) a relação
interdição e prazer de forma erótica, desperta também um certo voyerismo já que assim
como o personagem, o leitor está “espiando”aquela cena.
Já no capítulo 01, é se transformando em mulher nua que Naruto
convence Jyraia a ajudá-lo.

No Capítulo 154 aparece uma das personagens femininas principais


deste quadrinho, conhecida como Tsunade. Ela conquista o posto de “Hokage”, a
principal função na Vila da Folha, representando assim a mulher mais poderosa do
quadrinho. Porém como podemos perceber pelos traços, mesmo Tsunade tendo todas as
características de uma ninja (sendo uma das mais poderosas) e conquistando a posição de
maior respeito, ela não escapa do erotismo com que as mulheres são representadas, seus
seios grandes, sempre amostra, fazem com que a personagem carregue muita
sensualidade sempre que aparece, com inclusive inúmeros closes em seus seios.

A mulher no mangá se torna um objeto de desejo, que como já foi


apresentado, é a primeira fase do erotismo, lembrando que, segundo Bataille a mulher é
o principal objeto de desejo ( “objetos privilegiados de desejo”). Percebe muito esse
objeto de desejo quando vemos um quadrinho só para dar close nos seios da
personagem.

Para continuar com essa ilustração que comprova a teoria da grande


presença do erotismo nos mangá, usarei agora o Mangá Love Hina. Voltado ao público
adolescente masculino, ele também usa os artifícios do erotismo para fidelizar seu
público. O mangá conta a história de um garoto que está estudando para o vestibular no
Japão e para isso se muda para uma república feminina, a qual pertence a sua avó. Lá
EME convivem só com garotas passando por varias situações. Neste mangá a presença
do erotismo é muito mais forte, em todas as edições encontra-se situações eróticas onde
o personagem “por acidente” vê as mulheres nuas etc. faz também uma referencia a
interdição ligada ao prazer e ao voyerismo.
Percebemos que mais uma vez é através dos personagens femininos
que esse erotismo se faz presente. São cenas de mulheres nuas, em banhos ou
simplesmente ou close em alguma parte do corpo de forma erótica.
Poderia rechear este trabalho com imagens e referencias de Naruto, e
Love Hina ( ou qualquer outro mangá) com um direcionamento erótico, mas acredito
que as que foram apresentadas serviram para que a teoria fosse ilustrada. Um estudo
sobre o por que da quantidade de erotismo presente ser excessiva precisaria de muito
mais tempo e aprofundamento, mas acredito que uma dos motivos seria a grande
necessidade humana do erotismo, a curiosidade e a atração pelo voyerismo.

Os roteiristas dos mangás conhecendo a popularidade dessas imagens,


aproveitam desses artifícios para fidelizar seu publico que sempre espera por mais.

Conclusão:

Ao percorrer um breve histórico da história em quadrinhos fica claro


que, assim como em praticamente todos os meios da sociedade, a presença feminina foi
subjugada. As mulheres apareceram primeiro de maneira secundária para então passarem
a ser as agentes do erotismo.

Mesmo o histórico do erotismo nos quadrinhos é acompanhado do


surgimento de personagens sexys, que dominavam suas histórias seduzindo os leitores.
Essa criação dos personagens femininos foi feita por homens, gerando assim a
representação que o sexo masculino imaginava das mulheres.

Mesmo quando as personagens femininas começaram a dominar os


quadrinhos elas não perderam seu caráter sensual e erótico caracterizado principalmente
pelas roupas que utilizavam. Principalmente as super heroínas foram sempre
representadas de maneira erótica.

Nos quadrinhos orientais a história não foi muito diferente, mesmo


existindo uma gama muito diversificada de gêneros, voltado para todos os públicos,
inclusive o feminino, a esteriotipaçao continuou a acontecer, percebe-se que ela reduz
muito quando esses quadrinhos são feitos por roteiristas mulheres, porem os que são
voltados para público masculino, e feito por homens, essa caracterização da idealização
da mulher perfeita continua presente, principalmente em seus atributos físicos, sempre
com traços exuberantes.
Os mangás não fogem a regra, apresentam personagem femininas
estereotipas e carregadas de um enorme erotismo, mesmo os que não são feitos com
esses propósitos.

O mangá apresentado como exemplo, Naruto, comprova o que foi dito,


mesmo sendo voltado para um público infanto-juvenil, ele carrega sim uma carga
erótica, através das personagens femininas e principalmente closes em seus seios, como
também na busca de personagens (Jyraia entre outros) em meios de como ver mulheres
peladas em banheiros, atestando também a importância do prazer ligado a interdição, a
transgressão e o erotismo, como já foi abordado neste estudo.

O erotismo é uma característica exclusiva da sexualidade humana,


tornando-se assim extremamente necessária, as pessoas precisam e buscam por esse
erotismo. Os quadrinhos como forma de arte e também de expressão não ficariam de fora
dessas representações, assim como cenas e formas eróticas encontram-se em
praticamente todas as produções os quadrinhos, sejam ocidentais ou orientais (mangás)
vem como mais uma forma dessa representação tão inata do ser humano.

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