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A Abordagem Psicológica da
Problemática dos Desastres:
Um Desafio Cognitivo e
Profissional para a Psicologia
The Psychology approach on the issue of disasters:
A challenge for the vocational and cognitive Psychology
Marcos Antônio
Mattedi
Universidade Regional
de Blumenau
Artigo
Resumo: O texto aborda o tema das contribuições da Psicologia para a construção de comunidades
mais seguras1 e sustenta que a adequação das intervenções da Psicologia na produção da segurança
constitui o resultado da forma como se configura a insegurança e de como as comunidades são
dimensionadas. O desenvolvimento desse argumento baseia-se em dois procedimentos analíticos:
o primeiro refere-se à apresentação das formas de caracterização da insegurança, considerando
três tradições de pesquisa: os estudos de hazards, desastres e riscos, e o segundo diz respeito à
apresentação das transformações que marcam o desenvolvimento da sociedade moderna nas
últimas décadas. Com base nesses dois procedimentos, apresentaremos as contribuições da
Psicologia para a construção de comunidades mais seguras, através da possibilidade de estabelecer
uma Psicologia dos desastres no Brasil.
Palavras-chave: Psicologia. Comunidades. Segurança. Desastres.
Abstract:This article approaches the contributions of Psychology for the constructions of safer
communities and it sustains that appropriate psychological interventions in the production of
security are the result of the way Psychology represents insecurity and the way communities are
structure. The development of this argument is based on two analytical procedures: the first consists
on the presentation of the way insecurity is pictured, considering three research traditions: the
hazards’ studies, the disasters’ studies and the risks’ studies. The second refers to the presentation
of the transformations that mark modern society development in the two last decades, in order
to establish a psychology of disasters field of study in Brazil.
Keywords: Psychology. Communities. Security. Disasters.
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vista como uma unidade uniforme e passiva, vezes, produzindo contatos interdisciplinares
e converte-se numa entidade incerta que que geram novas perspectivas de abordagem.
pode, ao mesmo tempo, reforçar e também Essas tradições irão enfatizar mais certos
enfraquecer a insegurança. aspectos em detrimento de outros, como,
por exemplo, mais os fatores sociais em
A consideração da contingência da segurança detrimento dos naturais, ou, ao contrário,
pressupõe a aplicação de uma noção que mais os fatores naturais que os sociais. Hoje
contemple tanto o caráter híbrido dos essa área de estudo constitui um campo
eventos como a variação difusa dos impactos. de investigação consolidado e conta não
Assim, na primeira parte do texto, ocupar- somente com teorias e metodologias próprias,
nos-emos de duas tarefas predominantes: a mas também com revistas, encontros,
apresentação das diferenças e semelhanças centros de pesquisa e formação. Do ponto
entre os conceitos de desastres, hazards de vista analítico, essas tradições podem ser
e riscos e a caracterização da noção de distinguidas em três conjuntos principais,
comunidade. Em seguida, trataremos mais que são, ao mesmo tempo, opostos e
detalhadamente da compreensão da forma complementares: hazards, desastres e riscos.
como é produzido o conhecimento científico. Portanto, no que se refere à questão dos
O objetivo dessas duas operações é relacionar desastres, a compreensão da insegurança
uma definição mais flexível da insegurança pressupõe a explicitação de dois aspectos
com uma visão mais ampla da atividade analíticos relacionados à sua ocorrência: o
científica que possa basear a avaliação da primeiro diz respeito à classificação dos tipos
contribuição da Psicologia para a construção de desastres, e o segundo compreende o que
de comunidades mais seguras. se pode entender como vida cotidiana ou
rotina existencial.
Compreendendo a
Quando consideramos a questão da
insegurança insegurança, podemos enfatizar a dimensão
natural, mais precisamente, o agente
A insegurança constitui sempre uma sensação
desencadeador do evento. Nessa perspectiva,
muito difusa e resulta da ameaça de
a insegurança pode ser descrita com base
disrupção da rotina cotidiana de indivíduos
nos processos geofísicos que cercam o
ou comunidades; mais precisamente, a
mundo humano; o fator determinante da
insegurança é o produto do perfil do risco
caracterização dos desastres, portanto,
na sociedade moderna (Giddens, 1991). No
compreende a dimensão física. A insegurança
que se refere aos desastres e emergências,
é determinada, classificada e ordenada
a bibliografia especializada é ampla e
de acordo com os diversos agentes
diversificada. Os primeiros estudos nessa
desencadeadores: meteorologia (furacões,
área começaram a ser realizados no início do
inundações, avalanches, nevascas), geológicos
século passado, a respeito dos eventos que
(terremotos, vulcões e deslizamentos) e
provocaram destruição massiva nos Estados
hidrológicos (inundações, secas e incêndios).
Unidos. A intensificação das ocorrências nesse
Com base nesses pressupostos, desenvolveu-
período despertou a atenção de diversas
se uma classificação que compreende: a)
escolas disciplinares, como, por exemplo,
mecanismos físicos (magnitude, duração,
a Sociologia, a Geografia, a Psicologia, a
extensão espacial); b) distribuição temporal
Ciência Política, a administração, etc. Cada
(freqüência, sazonalidade, parâmetros
uma dessas tradições disciplinares vai traduzir
diversos); c) distribuição espacial (localização
a especificidade dos eventos segundo as
geográfica); d) dinâmica de eclosão (rapidez
teorias e metodologias que lhes são próprias,
de início, rapidez de término). Cada um desses
levando, na maior parte dos casos, à criação
de estudos ou conceitos teóricos dentro de aspectos tem sido exaustivamente pesquisado,
uma própria tradição, mas também, muitas pois acredita-se que, reconhecendo as
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diferentes magnitudes, freqüências e durações vitimização por meio de quatro tipos principais
dos eventos, pode-se entender melhor o de comportamento: 1) absorção passiva dos
comportamento humano frente aos desastres impactos: reflete a inexistência de consciência
e, dessa forma, estabelecer procedimentos de do risco, o que dificulta a preparação e
predição, proteção e resposta. Argumenta-se, aumenta a vulnerabilidade; 2) ajustamento
por exemplo, que, quando o intervalo de temporário: absorção dos impactos por meio
ocorrência de um evento for relativamente da solidariedade comunitária e aceitação
certo (alta freqüência), verificam-se estudos dos riscos pela população; 3) redução dos
constantes de busca de respostas, enquanto impactos: desenvolvimento de estratégias de
eventos caracterizados por um longo período atenuação individual antes, durante e depois
de retorno (baixa probabilidade) apresentam dos impactos, o que exprime a capacidade
mediações esporádicas. Acredita-se, assim, da comunidade de estimar os custos de
que esse processo gere padrões de evento- proteção e as perdas; 4) modificação radical
resposta específicos: comunidades que do comportamento: ocupação do espaço e
convivem com eventos de alta freqüência redefinição do modo de vida, que indicam a
apresentam uma tendência de respostas disposição política privativa de longo prazo.
mais sistemáticas e, com isso, menor
vulnerabilidade social, ou seja, acabam A preocupação sistemática com a relação
desenvolvendo um aprendizado social que entre os fatores pré, trans e pós-impacto
inclui dispositivos psicológicos de convívio deslocou o foco de abordagem para a relação
com os fenômenos. Portanto, a segurança que se estabelece entre a organização social e
de uma comunidade constitui o resultado o comportamento individual. Nesse sentido,
da experiência e aprendizado acumulados argumenta-se que a insegurança é resultado
no convívio com o evento. da relação de continuidade entre as condições
sociais pré-impacto e a situação pós-impacto.
Desde os anos 70, a insegurança passou a ser Não se pode tratar separadamente a situação
vista como o produto da interação de forças de emergência da situação pré-impacto:
físicas e humanas, pois o caráter ameaçador desastres constituem, primariamente, um
de um evento só pode ser avaliado, ou melhor, fenômeno social, e, portanto, deveriam ser
só pode ser precisamente dimensionado identificados em termos sociais. Trata-se,
levando-se em conta um sistema social portanto, de caracterizar as especificidades
determinado. Nesse sentido, os desastres da unidade social impactada e os padrões de
passaram a ser considerados como o ponto da resposta compreendidos. Assim, por exemplo,
interação entre fatores físicos que interagem no tempo-1, pré-impacto, destacam-se
com a realidade cultural, política e econômica ações de preparação e reação; no tempo-2,
da sociedade. Esse deslocamento do foco pós-impacto, as medidas de recuperação e
revigorou o enquadramento metodológico da mitigação. Assim, o comportamento frente aos
abordagem para os fatores que determinam o desastres vai depender dos tipos de integração
ajustamento humano. Nessa linha de pesquisa, e conflito observados na comunidade e da
existe um número verdadeiramente extenso experiência acumulada na confrontação da
de modelos técnicos desenvolvidos para crise. Nesse sentido, um desastre pode ser
caracterizar o comportamento dos indivíduos caracterizado nos seguintes termos: quanto
antes, durante e depois da ocorrência de um aos eventos, eles podem ser diferenciados
evento. Esses modelos variam em função da por sua energia (física), sua periodicidade
ênfase contida nos fatores cognitivos (variações (temporal) e sua declaração formal como
psicológicas e características atitudinais) desastre (social); os impactos podem ser
ou nos fatores situacionais (sistema social). distinguidos em termos de seus danos ao
Esquemas analíticos behaviorista, utilitarista, ambiente natural ou humano (físico), duração
marxista, etc, são utilizados para caracterizar a (temporal) e grau de disrupção da rotina de
percepção da vulnerabilidade e o processo de funcionamento (social); a unidade social varia
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resultado de como cada comunidade percebe de comunidades mais seguras consiste, por
e administra as ameaças de desestabilização um lado, na realização de pesquisas sobre
da rede, ou das estratégias de adaptação o comportamento individual nos períodos
psicológica. Portanto, quanto mais uma pré, trans e pós-impactos, e, por outro, na
comunidade suspeita da estabilidade de sua capacidade de preparação e recuperação de
própria rede, menor o impacto gerado pela comunidades impactadas.
desarticulação da rede. Assim, as comunidades
se diferenciam não pela capacidade de
Vivendo na insegurança, agindo
absorção dos impactos, mas pelo grau de
desconfiança que conseguem alimentar a nos desastres
respeito dos dispositivos que mantêm unidos
o mundo social e o mundo natural. Falar O que podemos notar, considerando a questão
assim de percepção, preparação e prevenção dos desastres à luz das transformações que
Portanto, a compreende tornar os membros constituintes marcaram a sociedade ocidental nas últimas
diferença entre décadas, é que a sensação de insegurança não
os atores que da rede conscientes da instabilidade das
associações que eles mesmos produzem e constitui um fato isolado e não está associada
conseguem
absorver os reproduzem. Portanto, a diferença entre os somente à questão dos desastres. Na verdade,
impactos de atores que conseguem absorver os impactos uma das características mais marcantes
dissolução da da atualidade compreende justamente a
rede e os atores
de dissolução da rede e os atores para os quais
a dissolução da rede se revela traumática está instabilidade e a proliferação da incerteza.
para os quais a
dissolução da associado ao grau de suspeita que eles nutrem Afinal, como explicar a relação ambivalente
rede se revela a respeito da estabilidade da rede. Quanto entre o aumento progressivo de recursos
traumática está
mais um ator se mostra aderente à rede investidos em medidas de monitoramento
associado ao dos desastres e, ao mesmo tempo, uma
grau de suspeita sociotécnica, mais vulnerável ele se encontra
que eles nutrem no caso de desestabilização da rede. intensificação da destruição provocada pelos
a respeito da impactos? Como explicar o fato de que,
estabilidade da
Tomando como referência a noção de mesmo durante o Decênio Internacional para
rede. a Redução de Desastres Naturais – Bulding
comunidade desenvolvida anteriormente,
um desastre pode ser definido pelo grau de a Culture of Prevention, declarado pelas
desestabilização da rede sociotécnica de Nações Unidas para o período de 1990-
associação simbólica e material dos elementos 2000 (trata-se de uma declaração da ONU
do mundo social e do mundo natural. Nesse sem referência específica) com o objetivo
sentido, a segurança constitui o produto da de fortalecer as habilidades científicas e
percepção do grau de consistência da rede, tecnológicas de confrontação, a humanidade
ou seja, quanto menos densa a rede, mais tenha testemunhado os desastres mais
problemático se torna o processamento do dramáticos e custosos de sua história? Essa
desastre. Isso significa que, quanto mais ambivalência revela as múltiplas dimensões
estável uma rede, menos ameaçada se torna do processo de construção do risco, como,
uma comunidade, ou seja, quanto mais uma por exemplo, a importância desempenhada
comunidade se conhece, mais ela consegue pela deterioração ambiental e o aumento
gerir as ameaças. Nesse sentido, a tarefa da da pobreza observado nesse período. Tal
Psicologia para a construção de comunidades fato demonstra que o agravamento dos
mais seguras constitui não somente explicar problemas dos desastres nas últimas décadas
e intervir nos efeitos que a desestabilização está intimamente relacionado aos processos
provoca no comportamento individual ou de desenvolvimento socioeconômico. Assim,
na condição mental dos indivíduos, mas, podemos considerar todo o conjunto de
informações produzidas e sistematizadas
sobretudo, revelar os mecanismos por meio
nos estudos sobre desastres, hazards e riscos
dos quais os indivíduos estão deridos as como uma espécie de introspecção que a
redes sociotécnicas. Mais precisamente, a sociedade efetua sobre o sentido do seu
contribuição da Psicologia para a construção desenvolvimento com o propósito de criar
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mecanismos que permitam conviver com dos indivíduos e suas disposições mentais
os riscos, ou, mais precisamente, permitam em situações de vulnerabilidade e desastres,
desenvolver dispositivos para confrontar os talvez o maior desafio consista na integração
desastres. As contribuições da Psicologia para desse tipo de preocupação nos processo de
a construção de comunidades mais seguras formação e atuação profissional. Nesse sentido,
dependem muito do modelo por meio do a principal contribuição da Psicologia para a
qual se desenvolve a questão da segurança construção de comunidades mais seguras
das comunidades. é tornar as comunidades mais conscientes
da insegurança da rede sociotécnica; afinal,
A produção do conhecimento quanto maior a desconfiança de uma
comunidade em sua rede de sustentação,
A primeira e mais importante contribuição da maior desenvolvimento de dispositivos de
Psicologia para a construção de comunidades segurança. Isso pressupõe uma “psicologia
mais seguras consiste, evidentemente, na reflexiva”, um tipo de investigação que parta do
produção de conhecimento autocrítico, mais exame das contribuições da própria Psicologia
precisamente, o estabelecimento dentro para a produção da insegurança. Assim,
dessa disciplina de uma subcomunidade de ao mesmo tempo em que o conhecimento
especialistas que sejam capazes não somente produzido pela Psicologia se converte
de compartilhar as mesmas técnicas, os numa ferramenta para adequar as ações de
mesmos saberes incorporados e que sejam preparação e recuperação, os desastres se
capazes de comparar experimentos, de avaliar transformam num “laboratório privilegiado”,
e capitalizar os resultados, mas, sobretudo, que permite à Psicologia avaliar os próprios
de reconhecer o caráter ambivalente do limites dos instrumentos, técnicas e teorias
conhecimento científico. Esse processo que são aplicados. A progressiva aplicação
envolve a compreensão dos mecanismos da Psicologia aos desastres contribuiu,
de tradução disciplinar dos desastres e das por exemplo, para desmistificar a imagem
situações de emergência: 1) como cada freqüentemente veiculada pelos meios de
desastre é único, a operação tem início com comunicação de massa de que as situações de
a redução da diversidade e complexidade emergência se caracterizam pela desintegração
do mundo pela transposição do fenômeno física, e são acompanhadas da desintegração
ao laboratório, o que permite produzir mental e moral das comunidades. A pesquisa
equivalência entre os casos; 2) segue pela em psicologia dos desastres tem mostrado que
constituição de um grupo de pesquisa que, comportamento das vítimas e dos indivíduos
com o apoio de competências e instrumentos, atingidos por desastres não pode ser reduzido
explica o desastre simplificado em termos de a ações anômicas, como, por exemplo,
comportamento individual e condição mental pânico, comportamento irracional e antisocial
frente à crise; 3) finaliza com o retorno ou crimes. As vítimas não são seres incapazes
ao mundo dos conhecimentos e técnicas que dependem passivamente da ajuda
produzidas no laboratório, fornecendo externa e que se encontram sem condições de
alianças com o mundo. Portanto, falar das administrar as condições de subsistência. Na
contribuições da Psicologia para a construção maior parte dos casos, as pessoas demonstram
de comunidades mais seguras envolve, muita habilidade para enfrentar os problemas
inicialmente, um acompanhamento dessa gerados pela redefinição da rede sociotécnica
operação. e para encontrar alternativas de atuação na
situação. A desarticulação de uma rede é
Como os estudos de desastres constituem acompanhada ou substituída pelo surgimento
uma área de pesquisa consolidada de uma rede emergente que redefine as
internacionalmente e já existe o formas de significação e manipulação da
desenvolvimento de uma “psicologia dos subsistência. A pesquisa em Psicologia mostra
desastres”, que investiga o comportamento que a desestabilização da rede sociotécnica
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