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“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
avançadas de produção”
Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.
1. Introdução
Nos dias atuais as empresas buscam cada vez mais a consolidação no mercado de, buscando
sempre inovar em seus produtos e adotar métodos de gestão eficientes. Diante das tendências
mercadológicas e a atual instabilidade econômica vivenciada no Brasil, faz-se necessário que
as organizações obtenham métodos de gestão de estoque capazes de reduzir suas perdas.
Gestão de estoques, e o método Lote econômico de compra são sistemas eficientes, quando
utilizadas corretamente dentro dos estoques empresariais, uma vez que as mesmas auxiliam na
gestão de materiais, percebendo assim a importância dos estoques na empresa. De acordo com
Gonçalves (2013) o principal objetivo da gestão de estoques é assegurar que a demanda diária
de materiais que a organização necessitara para seu funcionamento, seja suprida a fim de
evitar a falta de material, ou eventuais paralizações.
Lojas do setor farmacêutico têm buscado uma gestão de estoque de qualidade visando a
minimização de custos dos mesmos, principalmente porque seus produtos têm prazo de
validade e tal informação deve ser considerada para evitar perdas de recursos estocados e,
consequente perda financeira.
Apesar das farmácias já trabalharem com sistemas informatizados que auxiliam no cadastro e
movimentação dos medicamentos, as perdas ainda são identificadas. Por isso vê-se a
necessidade de uma gestão aplicada e controle efetivo na busca da redução das perdas.
Considerando-se a relevância do tema abordado por este trabalho, o presente artigo tem como
problema de pesquisa: Como reduzir as perdas dos itens de maior representatividade dentro de
uma farmácia?
2. Referencial Teórico
Para que o presente artigo atinja seus propósitos, é necessário que se faça uma
contextualização acerca das teorias e artigos existentes cujo proposito será o de dar
consistência técnica-cientifica a este trabalho. Neste sentido, é requerido uma abordagem aos
seguintes temas: Gestão de Estoques; Curva ABC; Lote econômico de compra; Estoque x
Perdas; que, entende-se por ser o caminho para a análise do problema tratado neste artigo.
XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
avançadas de produção”
Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.
Para Gonçalves (2013) a gestão de estoque é a parte da organização que tem por finalidade, a
responsabilidade do gerenciamento dos materiais, por meio de métodos de previsão de
consumo, buscando adequar os níveis de estoque, sem comprometer o produto ou serviço
prestado, com o menor custo possível, atendendo sempre as exigências dos clientes.
Demonstrando que a gestão vai muito além do que simplesmente controlar, abrange desde o
recebimento do material passando pelos demais processos, até a entrega do produto final ao
cliente.
No que tange a sua relevância à gestão, Dias (2010) afirma que o método de Pareto ou
classificação ABC é importante para o administrador, com ele é possível definir os itens que
mais necessitam de atenção, e que merecem um tratamento diferenciado quanto a sua
administração, sendo a mesma utilizada pela administração de estoques para definir uma série
de itens, como política de vendas, estabelecimento das prioridades, programação da produção,
e uma série de problemas.
Classe A: é constituída de poucos itens (de 15 a 20% do total de itens) que são
responsáveis pela maior parte (aproximadamente 80%) do valor monetário dos
estoques. São os itens mais importantes e que merecem uma atenção individualizada,
pela sua enorme quantidade ou valor monetário. O número de itens de classe A é
pequeno, mas o seu peso no investimento em estoques é enorme;
Classe B: é constituída de uma quantidade média de itens (35 a 40% do total de itens)
que representam aproximadamente 15% do valor dos estoques. São os itens
intermediários, que tem relativa importância ao valor global dos estoques;
Classe C: é constituída de uma enorme quantidade de itens (40 a 50% do total de itens)
que representam um valor desprezível (5 a 10%) dos estoques. São os itens mais
numerosos e menos importantes, pois respondem com pouca importância ao valor
global dos estoques.
O gráfico da curva ABC na imagem 1 demonstra a classe dos itens de acordo com o seu nível
de importância.
XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
avançadas de produção”
Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.
Baseando-se na figura 1 e suas composições, Arnold (1999, p. 284) cita alguns passos que
devem ser seguidos para análise da curva ABC:
Dias (2010) define a função compra como a parte fundamental da administração ou gestão de
materiais com a finalidade de garantir que as necessidades da organização sejam supridas com
materiais ou serviços, além de planeja-los e quantifica-los em valores monetários buscando o
menor custo de obtenção, na intenção de satisfazer a organização no momento certo com a
quantidade adequada, além de verificar o recebimento do material comprado e providenciar o
armazenamento do mesmo.
reposições de estoques, porem essa é uma atividade que requer por parte do gerente de
produção, decisões precisas. São elas, quanto pedir, quando pedir e como controlar o sistema:
Quanto pedir: Está relacionada à quantidade de materiais que deve ser requerida pela
organização a fim de evitar desperdícios em estoque como falta de espaço nos
estoques e etc...
Quando pedir: Está relacionado ao momento da realização do pedido de
reabastecimento de estoque, buscando pedir no memento certo, evitando assim algum
tipo de acumulo de estoques ou perdas relacionadas;
Como controlar o sistema: está relacionada aos procedimentos e as rotinas que devem
ser implantadas e desempenhadas pela organização para um melhor gerenciamento de
estoques.
Estoques bem administrados trazem consigo diversos benefícios, sendo que os estoques
geram custos para ser mantidos, uma má administração desses recursos poderia maximizar
esses custos de forma altíssima, para Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 362) existem seis
tipos de custo de estoque:
Custo de colocação de pedido: toda vez que um pedido é colocado para reabastecer o
estoque, é necessário, transações que representam custo para a empresa.
Custos de desconto de preços: Muitos fornecedores oferecem descontos sobre o preço
normal de compra para grandes quantidades.
Custo de falta de estoque: Se errarmos a quantidades de pedido e ficarmos sem
estoque, haverá custos incorridos por nós, pela falha no fornecimento os nossos
consumidores. Se os consumidores forem externos, poderão trocar de fornecedor.
Custo de capital de giro: quando colocarmos um pedido de reabastecimento, para os
nossos fornecedores, eles vão demandar pagamento de seus produtos. Quando
fornecemos para nossos próprios clientes, vamos, por nossa vez demandar
recebimentos. Por, todavia, haverá provavelmente um intervalo de tempo entre pagar
os fornecedores e receber de nossos clientes.
Custo de armazenagem: São os custos associados à armazenagem física dos bens,
locação, iluminação e climatização do armazém, juntamente com seguro.
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Ainda para Correa (2001, apud CAVALCANTE, 2013) os custos totais de armazenagem
(CTA) são calculados multiplicando o estoque médio (EM) (dado pela quantidade pedida (Q)
dividida por dois) praticado pela empresa pelo custo unitário de armazenagem (CA) que é um
percentual sobre o preço de compra do produto, conforme a expressão 1.
(1)
Custos de pedido (Cp): o custo de pedido está diretamente associado ao processo de aquisição
das quantidades requeridas para realizar a reposição do estoque. No momento em que a
empresa despacha uma ordem de compra para seu fornecedor, são incorridos diversos custos
resultantes do processamento de pedido e de sua preparação.
Custo total (CT): o custo total da política de estoque é dado pela soma do custo de
armazenagem e do custo de pedir, conforme a expressão abaixo.
(2)
A fórmula para o cálculo do lote econômico de compra apresentada por Bowersox (2006,
apud CAVALCANTE, 2013) considera a demanda anual, os custos que envolvem o
pedido/aquisição do produto, os custos de armazenagem e o custo por unidade do item.
(3)
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3. Metodologia
Através do referencial teórico abordado neste estudo, foi permitido o direcionamento de
técnicas para a coleta de dados no setor farmacêutico das redes de lojas São Patrício, onde foi
possível desenvolver um estudo de caso com o estudo qualitativo, no local de estudo, fez se
um levantamento de dados e um levantamento das demais informações das quais se
necessitaria para o desenvolvimento do trabalho, pois o mesmo consiste em uma elaboração
de tabelas da com o uso da curva ABC, em prol de mensurar as perdas.
Após o levantamento dos dados da empresa, foi possível a elaboração de um gráfico da curva
ABC, definindo as mercadorias que mais geram custos com suas perdas, após a definição,
propôs-se a criação de um LEC daqueles identificados como sendo itens A
A empresa deste estudo é uma das filiais da rede de lojas São Patrício, que atua no setor
farmacêutico da cidade de São Luís – MA. A empresa São Patrício atua há mais de 30 anos no
ramo comercial, possuindo os setores de: farmacêutico, perfumaria, papelaria e cosméticos.
Atualmente, contam com mais de 5 (cinco) lojas na cidade, oferecendo diversos produtos e
serviços.
Os remédios que foram usados nos cálculos da curva ABC e do lote econômico de compra,
foram os itens listados como itens A de importância, que juntos somavam R$ 4.361,09 reais
de prejuízo à empresa mês após mês, como se observa no gráfico 1.
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Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.
Fonte: Os autores
O custo de pedido (Cp) foi obtido dividindo-se o valor do salário da gerente que faz o pedido
que é de R$ 2.200,00 por 160 horas trabalhadas em um mês, chegando ao valor de R$13,75.
Em seguida dividiu-se por 4, pois se leva 15 minutos para efetuar um pedido, ou seja ¼ de
hora, chegando ao valor de R$ 3,43.
Demanda Anual (D) obtida através do controle de estoque com a entrada e saída dos materiais
em um ano, como se observa na tabela 1.
Taxa Selic
Medicamento Valor Unitário 12 meses Custo Financeiro
(1%a.m)
Leponex R$ 272,59 1,00% 12 R$ 32,71
Revia R$ 339,00 1,00% 12 R$ 40,68
Clavulin R$ 112,43 1,00% 12 R$ 13,49
Olcadil R$ 56,00 1,00% 12 R$ 6,72
Liryca R$ 132,00 1,00% 12 R$ 15,84
Zetron R$ 112,94 1,00% 12 R$ 13,55
Depaxan R$ 97,10 1,00% 12 R$ 11,65
Sigma R$ 92,44 1,00% 12 R$ 11,09
Kollagenase R$ 52,34 1,00% 12 R$ 6,28
Cefalcor R$ 76,43 1,00% 12 R$ 9,17
Fonte: Os autores
Depois que todos os valores para a obtenção do cálculo já foram levantados de acordo com a
tabela 2, efetuou- se o cálculo do lote econômico de compra para cada item classificado como
classe A. Sendo assim, a tabela 3 demonstra os resultados após a aplicação obtidos.
O estudo de caso abordado foi realizado com o intuito de reduzir as perdas ocorridas no
estoque farmacêutico, levando em consideração somente os remédios controlados e os
antibióticos da farmácia.
No início de cada mês o sistema gera um relatório com os antibióticos e com os remédios
controlados que estão vencendo e que precisam ser removidos do estoque, baseado nessas
perdas viu-se a necessidade de ter um maior controle sobre esses remédios buscado a
diminuição dessas perdas.
O presente estudo fez um levantamento desses dados, após o levantamento foi aplicado o
método da curva ABC, muito utilizada em estoques para saber os itens mais importantes. No
estudo a curva ABC foi utilizada para identificar os remédios que mais causaram prejuízos
nos meses de julho e agosto, para depois ser traçado um lote econômico de compra para esses
remédios.
Como proposta deste estudo fez se a classificação ABC nos remédios que venceram nos
estoques, depois foi selecionada, os itens de classe A mostrados no (APÊNDICE A), onde
somente os itens da classe A representaram 60% do prejuízo total causado a organização,
depois se propôs a formulação do lote econômico de compra para esses itens.
Depois da realização da curva ABC foi verificado demanda, prazos de entrega, preços
unitários, custos de armazenagem e de pedido elaborando assim o lote econômico de compra
para cada item listado como classe A na curva ABC (APÊNDICE A)
De acordo com a demanda diária de cada remédio, a sugestão é que, os remédios com
demanda diária de duas caixas, que são Olcadil, Cefalcor, Sigma, Depaxan e Clavulin seja
adquirido a cada 4 dias e o Olcadil, a cada 6 dias. Para os com demanda de uma caixa por dia
que são Kollagenase, Liryca, Zetron, Leponex e Revia recomenda-se que sejam comprados a
cada 5 dias respectivamente.
5. Conclusão
XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
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Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.
Uma empresa que decide investir em níveis elevados de estoques deve ter em mente o perigo
que está correndo, o gestor de materiais deve através de métodos conhecidos como a curva
ABC e o lote econômico de compra minimizar as perdas e o capital investido nesses estoques.
Através de uma análise ABC, os administradores podem verificar os itens em estocados com
mais precisão, o otimizando e reduzindo os custos, através do cálculo do LEC podemos
calcular a quantidade ideal de materiais a ser comprada pela organização, essas duas
ferramentas alinhadas permitem a organização manter um ótimo nível de estoque, e redução
dos custos gerado pelo estoque.
6. Referências
ARNOLD, T. J. R. Administração de Materiais: uma introdução. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
CHING, H. Y. Gestão de Estoques: na cadeia de logística integrada. 2. Ed. Atlas, São Paulo: Atlas, 2001.
CAVALCANTE, W. R. Determinação do Lote econômico de compras dos produtos classe A de uma papelaria.
Belém, Universidade da Amazônia.
DIAS, M. A. Administração de Materiais: princípios, conceitos e gestão. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.
OLIVEIRA, C. M. Curva ABC na Gestão de Estoques. São Paulo. III Encontro científico e simpósio Unisalesiano.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
SILVA, A. C. da. Metodologia da pesquisa aplicada à contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
VIANA, J. J. Administração de materiais: um enfoque prático. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
avançadas de produção”
APÊNDICE A – Classificação dos remédios na curvaJoinville,
ABC SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.