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FINANÇAS EMPRESARIAIS II
A. OBJECTIVOS
- Dotar os alunos do quadro de referência necessário à tomada de decisão racional em matérias do domínio financeiro.
- Familiarizar os alunos com conceitos subjacentes à determinação do grau de eficiência patente nos diversos mercados financeiros.
- Ilustrar o papel que o financiamento e o investimento podem ter na valorização da empresa.
- Analisar a decisão de distribuição de dividendos e transmitir aos alunos os argumentos apresentados pelas principais escolas de
pensamento atualmente existentes sobre a matéria.
- Dotar os alunos dos conceitos subjacentes à determinação do custo do capital e familiariza-los com a respetiva forma de
implementação.
- Dotar os alunos dos principais conceitos inerentes à teoria da avaliação de empresas e familiariza-los com a respetiva forma de
implementação.
- Familiarizar os alunos com os conceitos de base subjacentes à utilização de opções reais na avaliação de projetos.
A. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
1. Introdução
(Uma Introdução às Finanças Empresariais II. A função Objetivo da Empresa nas Finanças
Empresariais. Introdução aos temas de Avaliação em Finanças).
3. Política de Dividendos
3.1 – Fatores Determinantes da Decisão de Distribuição de Dividendos
3.2 – Enquadramento de Análise da Política de Dividendos
4. Estrutura de Financiamento
4.1 – Diferenças entre Decisões de Financiamento e de Investimento
4.2 – Alternativas de Financiamento
4.3 – Teorias da Estrutura de Financiamento
4.4 – Modelos e Aplicações
5. Avaliação de Empresas
5.1 – Princípios Gerais de Avaliação de Empresas
5.2 – Relação entre Decisões de Gestão e Valor das Empresas
5.3 – Opções Reais
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Brealey, A., S. Myers and Allen, Franklin. Princípios de Finanças Empresariais., 8ª ed. McGraw Hill.
(2007).
Couto, Gualter; Porfírio, José e Lopes, Manuel, 2004, “Avaliação de Projectos – Da Análise
Tradicional às Opções Reais, Publisher Team, Lisboa.
Damodaran, Aswath, 2001, “Corporate Finance. Theory and Practice”, 2nd Ed., John Wiley and Sons,
New York.
Ross, Westerfield and Jaffe. “Corporate Finance”. McGraw Hill. (2006)
1. Introdução
A empresa como um sistema aberto viabiliza suas ações e decisões, levando em conta,
seus os impactos e os reflexos dos mesmos no todo em que está inserida. A visão da
firma dentro de uma teoria estática de formação de preços e equilíbrio de mercado
encontrou divergências e reformulações a partir de estudos econômicos de Coase,
Willianson, North, Penrose e outros, onde a firma é vista a partir de suas interações
com o meio, seus conflitos de interesses, nexos contratuais e sua capacidade de
combinar de fatores para a melhora de seus resultados.
Os estudos iniciais sobre a firma, não perdem a sua relevância, mas são
complementados com os aspectos relevantes para a compreensão do funcionamento
da firma dentro de um ambiente interativo. Essa nova visão difundida supera as ideias
iniciais da firma como uma função de produção em equilíbrio parcial e abre
precedentes para compreender as dinâmicas da organização frente a um cenário de
transformações constantes, exigindo que a empresa se readapte constantemente a fim
de alcançar seus objetivos e atender aos interesses dos agentes.
Nesse sentido, uma firma existe também, por que a sociedade viabiliza e lhe confere o
direito de atuar. As expectativas da sociedade e demais partes interessadas não estão
mais limitados somente à geração do lucro e/ou o fornecimento de bens e serviços.
Para superar os pressupostos irreais da economia tradicional a visão econômica
neoclássica inseriu os valores compartilhados no ambiente na análise das
organizações, reelaborando conceções novas para o modelo estático da firma (falhas
de mercado, custos de transação, etc.)
A Teoria do Shareholders tem sua origem em 200 anos de estudos nas áreas de
economia e finanças, defendendo a visão de que as decisões sejam tomadas no melhor
De acordo com Freeman (1984), stakeholders é qualquer agente ou grupo que afeta ou
é afetado pela realização dos objetivos da empresa. Argenti (1998), reconhece, que a
teoria do stakeholders busca explicar a influência desses grupos no processo
organizacional, embora o mesmo autor não concorde que o interesse de todos os
agentes devam ser atendidos, por considerar que o número de agentes envolvidos
com uma organização pode ser infinito. Campbell (1997), defensor da teoria do
Friedman e Miles (2002) defendem que a única função de uma empresa é gerar lucro
para seus shareholders, ou seja, seus proprietários ou acionistas. Para Friedman
(1962), questões de ordem social não deveriam ser preocupações dos executivos e que
a dinâmica de livre mercado resolveria tais questões. A teoria dos shareholders
identifica uma relação negativa entre responsabilidade social e desempenho
econômico e financeiro, enquanto que a teoria dos stakeholders reconhece um efeito
positivo nessa relação. A divergência entre ambas não encontra estudos pacificados
entre autores contrários ou favoráveis às mesmas.
Autores que defendem a teoria dos shareholders, como Jensen (2001), Brealey e
Myers (2008), dentre outros, reconhecem a importância de atender nas devidas
proporções, os interesses dos stakeholders, pois suas percepções e interesses podem,
quase sempre, influenciar o desempenho e até mesmo, os resultados financeiros e
econômicos das empresas. Autores que defendem uma visão de função mais ampla
para empresas, que contempla não somente os interesses dos shareholders, mas
também dos stakeholders, argumentam que essa visão permite compreender o
processo de geração de riqueza e direcionar as ações dos administradores frente aos
negócios.
As empresas como agentes econômicos e sociais têm profundo impacto nos mercados
e na economia. Representam forças orientadoras de pensamento socioeconômico
cultural vigente, criam demandas sociais e mercadológicas, inserem valores culturais e
modelos de comportamento, demonstrando sua expressiva influência no ambiente.
Entretanto, submete-se a outras forças antagônicas que compartilham do mesmo
F (Max valor da empresa) = peso X desemp econ + peso X desemp social + peso X
desemp ambiental
Onde cada uma das variáveis não mantem uma relação hierarquizada, mas
interdependente entre si, revelando que o objetivo de maximização de valor da
empresa, pode ser alcançado através da maximização de diversas funções-objetivo,
cabendo aos gestores determinarem o peso das variáveis influenciáveis, considerando
a cultura e valores organizacionais e o reflexo da atuação dos agentes no desempenho
corporativo.
No Brasil e no mundo, entre 2000 a 2013, inúmeras empresas (Boi Gordo, Gazeta
Mercantil, Vasp, Transbrasil, Banco Santos, Kolumbus, Kodak, Malev, Petroplus,
Plunas, Hostess Brands, dentre outras), decretaram falência devido a má gestão,
fraudes e/ou mudanças conjunturais. Tal cenário sinaliza uma visão limitada do
processo de gestão onde fatores importantes foram ignorados, pois, boa parte dessas
empresas enfrentaram dificuldades junto aos credores (governo, funcionários e
fornecedores) e entidades de classe (sindicatos) antes de declinarem. Nos estudos de
Fleck (2004), a autora identifica questões relacionadas a conflitos organizacionais, a
rivalidade e a má gestão, como desencadeadores do insucesso e consequentemente,
extinção da entidade. É o fracasso da cooperação, a desorganização, a desintegração e
a destruição da organização (BARNARD, 1938).
Se soubéssemos com antecedência por quanto um título ou uma ação seria vendida
em algum momento no futuro, investir seria uma tarefa fácil, infelizmente, é difícil se
não impossível fazer esse tipo de previsão com algum grau de certeza.
Definição de risco
No contexto dos negócios e das finanças, risco é a possibilidade de perda financeira,
dos ativos (reais ou financeiros), onde os que apresentam maior chance de perda são
considerados mais arriscados do que os que trazem uma chance menor.
O risco pode ser usado de forma intercambiável com o termo incerteza em referência
à variabilidade dos retornos associados a um determinado ativo.
Onde:
Rt = retorno esperado no tempo t;
Pt = valor do ativo no final do tempo t;
P(t-1) = valor do ativo no início do tempo (t-1);
Tchanhy, dono de uma Geladaria, deseja aferir o retorno de duas de suas máquinas, a
de Gelado e a de Sumo. A máquina de Gelado foi comprada há um ano por $ 20.000 e
tem valor atual de mercado de $ 21.500. Durante o ano, gerou $ 800 em receitas após
impostos. A máquina de Sumo foi comprada há quatro anos; seu valor no ano recém-
encerrado caiu de $ 12.000 para $ 11.800. Durante o ano, gerou $ 1.700 em receitas
após impostos.
Dados:
Preço inicial da máquina de gelado $ 20.000
Preço inicial da máquina de sumo $ 12.000
Preço actual da máquina de gelado $ 21.500
Preço actual da máquina de sumo $ 11.800
Receita líquida da máquina de gelado $ 800
Receita líquida da máquina de sumo $ 1.700
Retorno:
Rtg = $ 800 + $ 21.500 - $ 20.000 = $ 2.300
Rts = $ 1.700 + $ 11.800 - $ 12.000 = $ 1.500
Taxa de Retorno
Rtg = ($ 2.300/$ 20.000)*100 = 11,50%
Rts = ($ 1.500/$ 12.000)*100 = 12,50%
Em outras palavras, eles observaram que a maioria das ações cai quando os juros
sobem, mas algumas caem muito mais.
O risco não sistemático (relativo à empresa) é irrelevante porque pode ser facilmente
eliminado pela diversificação.
O risco sistemático (ou sistémico) pode ser induzido através do efeito de propagação.
Por exemplo, quando um banco vai à falência, deixando de honrar os seus
compromissos, pode contagiar outras instituições financeiras e levar assim ao colapso
de todo o sistema financeiro e, consequentemente, do funcionamento de toda a
economia.
O retorno exigido de todos os ativos compõe-se de duas partes: a taxa de retorno livre
de risco e o prêmio pelo risco.
O prêmio pelo risco é uma função tanto das condições de mercado quanto do ativo em
si.
O indicador estatístico mais comum de risco de um ativo é o desvio padrão, σr, que
mede a dispersão em torno do valor esperado.
Teoria da Carteira
Em outras palavras, eles observaram que a maioria das acções cai quando os juros
sobem, mas algumas caem muito mais.
O risco não sistemático (relativo à empresa) é irrelevante porque pode ser facilmente
eliminado pela diversificação.
O risco sistemático (ou sistémico) pode ser induzido através do efeito de propagação.
Por exemplo, quando um banco vai à falência, deixando de honrar os seus
compromissos, pode contagiar outras instituições financeiras e levar assim ao colapso
de todo o sistema financeiro e, consequentemente, do funcionamento de toda a
economia.
O retorno exigido de todos os ativos compõe-se de duas partes: a taxa de retorno livre
de risco e o prêmio pelo risco.
O prêmio pelo risco é uma função tanto das condições de mercado quanto do ativo em
si.
A taxa de retorno livre de risco (RF) é geralmente estimada a partir do retorno dos
Títulos do Tesouro.
A teoria do portfolio mostra que o risco de uma carteira não é dado simplesmente pela
média do risco dos ativos individuais, pois é preciso considerar a correlação existente
entre os ativos. Sendo assim, pode-se dizer que a “palavra-chave” que permeia a teoria
de Markowitz é o conceito de diversificação, com o intuito de reduzir o risco da
carteira.
Markowitz (1952) revolucionou os meios acadêmicos de sua época no que diz respeito
à análise de carteiras de investimento. Em contraposição ao pensamento dominante à
época, de que a melhor situação para a alocação de recursos era a concentração dos
investimentos nos ativos que ofereciam os maiores retornos esperados, Markowitz
demonstra que seria possível obter combinacções mais eficientes de alocação de
recursos, com melhor relação retorno esperado versus risco incorrido.
A segunda característica fundamental de uma carteira é o seu risco, medido pela sua
variância:
Esta fórmula pode ser também representada de forma mais interessante em termos
práticos, em especial quando o propósito do estudo é a construção de carteiras. Esta
forma é a partir das variâncias dos ativos individuais e das covariâncias entre todos os
ativos, calculadas dois a dois. Sua conhecida derivação pode ser encontrada em Elton e
Gruber (1995), e seu resultado final é:
Considerando que não haverá desvio padrão negativo, nem Xi negativo, pois não se
está considerando a possibilidade de vendas a descoberto, é fácil observar que o
segundo termo da equação fica negativo quando a correlação é negativa, diminuindo o
valor total do risco da carteira.
Elton e Gruber (1995) demonstram o formato que toma a fronteira eficiente, quando
combinam-se dois ativos com correlação perfeitamente positiva (ρ12=1),
perfeitamente negativa (ρ12=-1), e correlação dentro deste intervalo (-1<ρ12<1).
Observe-se a Gráfico 1 a seguir:
Assim, neste conceito, o cálculo do risco envolve, para além dos riscos individuais
ponderados pela participação de cada activo na carteira, considerações referentes à
correlação entre os activos (covariância).
De acordo com Securato (2008), a quantificação do risco, neste caso, se dá por meio
de medidas de dispersão da estatística, como a variância e o desvio-padrão.
A variância do retorno é calculada como a diferença entre cada retorno e a média dos
retornos, elevada ao quadrado e multiplicada pela probabilidade de o evento ocorrer.
Para melhor elucidação, abaixo é apresentada a fórmula da variância:
Para propor uma maneira de mensurar o risco de uma carteira foi que surgiu a teoria
de Markowitz, a qual traz a equação do risco (desvio-padrão) de uma carteira de dois
ativos (A e B) como sendo a seguinte:
Veja agora que se a carteira fosse composta por 3 ativos, a equação ficaria assim:
Elton e Gruber (1995) derivam o modelo de Sharpe a partir da equação básica para o
retorno do ativo i e demais suposições:
Esta equação básica divide o retorno de um ativo em duas partes. Uma parte indexada
ao mercado, e outra parte independente do mercado. O termo aᵢ representa a parcela
do retorno do ativo que é independente do mercado. Sharpe (1963), para simplificar
seu modelo, supõe:
1 - Que eᵢ, o erro padrão da estimativa da reta de regressão, tem valor esperado igual a
zero;
2 - Que eᵢ e Rm não são correlacionados;
3 - Que eᵢ é independente de eᴊ para quaisquer ativos i e j.
Conceito de Investimento
A gestão de ativos deve ser feita tendo por base um conjunto de conceitos essenciais à
boa compreensão desta atividade, que consiste na gestão de investimentos, com o
objetivo de rentabilizar a riqueza do investidor.
Risco e Retorno
O risco e o retorno são duas variáveis que devem ser medidas na análise de cada
investimento e permitem avaliar, de um modo quantitativo, se o mesmo vai ao
encontro das expetativas do investidor.
A Gestão de Carteiras
A gestão de carteiras surge como a atividade de gerir investimentos financeiros, onde
a tarefa central passa pela respetiva construção, tendo por base os seguintes pontos a
considerar (Lofthouse, 2001): os objetivos de investimento, as classes de ativos onde
Teoria de Portfólio
A Teoria de Portfólio surgiu como um conjunto de modelos de gestão de carteiras e é
defendida sobre a ideia de que “não se devem colocar todos os ovos no mesmo cesto”,
isto é, investir todo o dinheiro num único ativo leva a perdas devastadoras em caso de
desvalorização avultada ou total. A solução passa por diversificar, ou seja, investir em
vários ativos, pois a probabilidade de desvalorização avultada ou total de um conjunto
de ativos é muito menor. Esta é, essencialmente, uma teoria que procura explicar o
investimento numa base racional.
Tendo em consideração que ρ𝑖𝑗 é a correlação entre os títulos i e j e que pode variar
entre -1 – correlação perfeita negativa entre os títulos – e +1 – correlação perfeita
positiva – o risco de um portfólio dependerá do risco de cada título que o constitui, do
peso de cada título no portfólio e da correlação da taxa de rentabilidade esperada dos
Neste caso a fórmula para calcular o risco de uma carteira de investimentos seria:
Diversificação
A gestão de carteiras de investimento é feita com o intuito de aumentar a
rendibilidade do dinheiro investido, tendo como pilar fundamental a diversificação,
repartindo o investimento por vários tipos de ativos de forma a reduzir o risco
específico, ou seja, limitar os efeitos sobre a rentabilidade do portfólio daqueles
fatores que prejudicam o retorno de uma determinada empresa ou setor (Pinho &
Soares, 2008).
A escolha dos ativos onde investir e a repartição do dinheiro pelos vários ativos pode
ser formulada de modo a obter um nível de risco adequado a cada investidor,
reconhecendo-se diversas formas de obter as percentagens adequadas para alocar a
cada ativo.
No gráfico abaixo podemos identificar uma região onde constam todos os ativos
disponíveis, tendo em conta as medidas de risco e retorno. A linha superior azul,
denominada de fronteira eficiente, representa o conjunto de portfólios de risco
mínimo para os diversos níveis de retorno possíveis, classificando-se como portfólios
eficientes aqueles que se situarem nesta fronteira (Mota, Barroso, & Pimentel, 2009).
O modo como ultrapassa tal debilidade é por via da noção de risco, que é uma forma
de operacionalização da incerteza quanto ao futuro. Com efeito, a incerteza está
associada à existência de probabilidades de ocorrência futuras que são desconhecidas,
enquanto o risco tem subjacente estimativas de tais probabilidades. Por exemplo,
está-se em presença da noção de incerteza quando se tem consciência de que
determinado fluxo futuro não é certo mas se desconhece a probabilidade da respetiva
ocorrência. Se formulada uma estimativa dessa probabilidade, está a lidar-se com a
noção de risco.
É positiva a resposta à pergunta sobre se fará sentido um agente dito racional fazer
aplicações em acções quando pode correr menor risco aplicando as suas poupanças
em Certificados de Aforro. Repare-se que o agente que decide comprar acções tem
uma expectativa de remuneração mais elevada. Com efeito, existe uma relação direta
Pode, por isso, decompor-se a taxa de rentabilidade exigida pelo agente ( k ) em duas
componentes principais. A primeira ( Rf ), reflete a remuneração de uma aplicação sem
risco – uma remuneração certa –, por exemplo em Certificados de Aforro. A segunda,
que designaremos como «prémio de risco», será a compensação exigida pelo
investidor para o remunerar pelo risco incorrido. Tem-se, então
Existe nos Mercados Financeiros uma relação incontornável entre Risco e Retorno.
Por outras palavras, um investidor que deseja manter um elevado grau de segurança
em relação à preservação do seu capital não poderá ambicionar um nível de retorno
Assumir algum risco é o preço a pagar para poder alcançar rendibilidades superiores.
Risco elevado não é, porém, forçosamente igual a ganhos ou perdas elevadas. Risco
elevado aumenta o ganho ou a perda potencial. O risco deve ser gerido mas não pode
ser eliminado, uma vez que não existe retorno sem risco.
Ficamos então com a noção de que uma das coisas mais importantes que um
investidor deve saber é que não existe retorno sem risco, ou seja, quanto maior
(menor) o risco de um determinado investimento, maior (menor) o retorno esperado.
A relação risco versus retorno pode ser considerada "o teste da noite bem dormida".
Dizemos isso porque a mais importante decisão de investimentos que você faz é
escolher o nível de risco que você está disposto a correr estando confortável com as
flutuações de curto prazo deste investimento.
O início da reta vermelha representa ativos que costumam ser chamados de "Livres de
Risco". Este tipo de ativo para uma taxa conhecida como taxa livre de risco é
geralmente representado por títulos do governo, pois estes apresentam baixo risco de
inadimplência. No Brasil costuma-se considerar a caderneta de poupança, a Selic ou o
CDI como a taxa livre de risco.
É importante que você saiba que nível de risco é o mais adequado a você. Uma regra
geral é: caso você esteja tendo ataques de ansiedade toda vez que seus investimentos
se movem para cima ou para baixo, então provavelmente você deve considerar reduzir
o risco a que está exposto.
Essa variação é denominada Coeficiente Beta (), que é uma medida de risco
sistemático, já que indica a variação do retorno de um ativo ou carteira causada pela
variação do retorno do mercado como um todo.
Assim, quanto maior for , (maior risco sistemático), maior o retorno exigido pelos
investidores.
Exemplo: considere o 0,80 para o ativo “A”, 1,60 para o ativo “B” e -1,10 para o ativo
“C”.
Essa escala significa que o ativo B é mais arriscado, por que tem um maior que os
demais.
do mercado do Ativo
Ocorrendo queda nos retornos do mercado, o retorno dos ativos diminuirá (exceto
para o ativo “C”). Basta fazer a conta com a metodologia acima.
Observa-se pelo quadro de betas () que, ocorrendo baixa no retorno do mercado, o
ativo C aumenta (risco de C varia no sentido inverso ao do mercado), sendo preferível
aos demais, por isso, no caso de baixa do mercado.
O aumento no retorno do ativo (8%, 16% e –11%) significa que o retorno dos ativos
“a”, “b” e “c” seriam aumentados em 8%, 16%, e diminuído em 11%, respetivamente.
KJ = RJ + x (km – RJ)
KJ - RJ = x (km – RJ)
= KJ - RJ, sendo:
Km - RJ
A diferença entre (Km - RJ) é o acréscimo de retorno exigido pelos investidores para
assumir o risco do mercado, ou seja, é o prêmio pelo risco do mercado.
Exemplo:
Após muitas análises, seu José aplicou seus recursos em um fundo que rende 7% aa.,
sem risco, mas está pensando em aplicar em outra ação.
Qual o retorno exigido dessa outra ação (ativo) para que seu José retire seu dinheiro
da opção que rende 7% aa livre de risco, e aplique nessa outra ação (ativo), cujo é
0,80, sabendo-se que o retorno do mercado é de 10% aa?
Pelo cálculo seu José mudaria de opção, mas exigiria 9,4% de retorno para compensar
o risco de 0,80 da nova ação. Ou seja, o acréscimo de 2,4% é o prêmio que seu José
exigiria por correr o risco de mercado.
O de uma carteira é a média ponderada dos dos diversos títulos que a compõem:
_
= (W1 x 1) + (w2 x 2) +......+(Wn x n)
_
p= (WJ x J)
Exemplo:
Seu José tomou gosto por investimentos e, analisando as carteiras de investimentos de
dois bancos, afirmou que a carteira do banco Y é menos arriscada que a carteira do
banco X. Considerando que as carteiras analisadas apresentam as seguintes
características, seu José está certo?
Que carteira oferece mais risco? A carteira de maior risco será a que apresentar a
maior média ponderada dos de seus títulos.
Onde:
T1 = É a taxa real do ativo sem risco
T2 = É o prémio de risco de mercado
T3 = É a taxa média de inflação
Exemplo: Suponhamos que numa determinada economia temos uma inflação de 30%,
onde a taxa dos bilhetes de tesouro corrigida da inflação é de 17%, e o prémio de risco
de 5%. Calcule a taxa de atualização.
Sabendo que o Cherlo pretende trocar um investimento em títulos públicos que lhe
rendiam uma taxa de retorno de 22%, estando a inflação situada em 11% e com um
prémio de risco de 2%. Calcule o custo de oportunidade desta troca de investimento.
Dados:
(1 + BT´s) BT´s 22%
T1 = -1
(1 + T3) T3 11%
T2 2%
T1 9,91%
TA 24,44%
Os títulos costumam estar em equilíbrio, o que significa que têm preço justo e
que seus retornos esperados são iguais aos retornos requeridos.
Como os títulos têm preço justo, os investidores não precisam perder tempo
buscando títulos de preço incorreto (subavaliados ou superavaliados).
3. Política de Dividendos
3.1. Fatores Determinantes da Decisão de Distribuição de Dividendos
Empréstimos
Autofinanciamento Aumentos de Capital
Externos
TESOURARIA
Distribuição de
Dividendos
Apesar dos dividendos serem apurados em função dos resultados líquidos produzidos,
o montante que a empresa pode pagar aos sócios é determinado a partir da
tesouraria. Logo o montante dos dividendos que a empresa paga depende do fluxo de
caixa das atividades operacionais, da atitude dos gestores em relação a liquidez, da
É a tesouraria quem determina em que medida o dividendo pode ser realizado, apesar
do mesmo ser calculado sobre o montante do resultado obtido.
Variados estudiosos das finanças empresariais propõem que o dividendo pago deve ser
o montante de capital que sobra do orçamento financeiro, após a consideração de
todas as oportunidades de investimento rendíveis. Analisando desta forma, estariam a
entender a política de dividendos como sendo um residual da política de
investimentos. O valor do dividendo pago por ação é variável e dependente do valor
que fica disponível em tesouraria em cada ano.
Acredita-se que uma política de dividendo variável pode dilatar a incerteza e provocar
diminuições do preço da ação. A partir desta política, os acionistas têm a confirmação
Para além destas duas políticas de dividendos acima apresentadas existe uma outra,
terceira política, que está ligada a incerteza quanto ao montante a ser pago
anualmente aos sócios ou acionistas, que é a política de dividendo variável.
O preço com que uma acção é negociada no mercado é chamado de Cotação ou Valor
de Mercado. Em um mercado pulverizado, em que todos têm acesso a informações
relevantes, o preço de mercado tende a acompanhar o seu valor teórico.
Assim, um dos problemas com que se depara o analista do mercado de acções consiste
em obter seu valor teórico e tentar encontrar acções cujas cotações estejam abaixo
dos seus valores teóricos.
Ex.: A acção de uma empresa tem dividendos esperados de $2,00 por ano, começando
daqui a um ano. Sabendo-se que o valor de risco do investimento é compatível com
uma taxa de juros de 10%a.a., qual o valor teórico da acção?
A soma dos termos de uma PG infinita, onde a razão está entre 0 e 1 vale:
Desta forma,
Ex.: Estima-se que os dividendos anuais proporcionados por uma acção cresçam a uma
taxa real constante de 2% a.a. Admitindo-se que o valor esperado do próximo
dividendo seja $5,00 daqui a um ano, obtenha o valor teórico da acção, sabendo-se
que o risco do investimento é compatível com uma taxa real de 10% a.a.
4. Estrutura de Financiamento
Uma empresa tem duas formas de financiar a sua actividade: recorrendo a capitais
próprios ou a capitais alheios. Tipicamente, os capitais próprios são aqueles que não
têm qualquer contrapartida fixa de remuneração, ou seja: trata-se de capital que pode
ou não ser remunerado de acordo com a rendibilidade gerada pela empresa. Os
capitais alheios, por seu lado, são aqueles que têm à partida uma remuneração mínima
fixada (que pode ser uma taxa fixa ou variável, de acordo com uma taxa de referência
de mercado) e que em regra possuem um esquema de reembolso previamente
definido.
Capitais próprios
Autofinanciamento: Meios financeiros obtidos e retidos na empresa que deverão
permitir o reembolso de dívidas de médio e longo prazo, assegurar a manutenção da
actividade produtiva da empresa (amortizações, provisões e reservas de investimento)
e garantir o seu crescimento (resultados líquidos retidos para pagamento de dívidas).
Percentagem de custos fixos na estrutura de custos: É normal que uma empresa com
muitos custos fixos tenha uma taxa de juro superior a uma empresa com custos
predominantemente variáveis, pois a primeira terá sempre que pagar em primeiro
lugar os seus custos regulares (renda, pessoal, etc.) e só depois pagará os encargos
financeiros.
Risco do negócio: Também é intuitivo que uma empresa que atue em sectores de
maior risco (como a Internet ou a biotecnologia) tenha custos de financiamento
superiores a uma empresa que atue nos sectores mais tradicionais e menos arriscados
da economia (como o retalho alimentar ou a eletricidade).
Percentagens de capital alheio: A empresa terá de ter em conta qual a taxa de juro
que consegue para diferentes percentagens de capital alheio. Se normalmente não é
difícil conseguir empréstimos bancários se estes representarem 20% ou 30% dos
Três decisões fundamentais que são tomadas pela administração financeira das
empresas são: a decisão de financiamento, a decisão de investimento e a decisão de
distribuição de dividendos. Na realidade, a decisão de distribuição de dividendos
também pode ser considerada como um tipo especial de financiamento, visto que a
acumulação e a não distribuição de dividendos capitaliza a empresa financiando ativos.
Como os investimentos se convertem na análise da aplicação dos fundos geridos pela
empresa, selecionando as melhores utilizações que podem ser dadas aos escassos
recursos por ela administrados, entre alternativas disponíveis, bem como estaremos
analisando as diversas formas que as empresas podem captar recursos através de
financiamentos ou investimentos.
A decisão de investimento
Trata-se de uma situação bastante comum as empresas terem que tomar decisões relativas
aos investimentos. Quando a empresa pretende por exemplo adquirir um equipamento ou
quando se pretende aumentar a capacidade de produção estamos a falar de investimento.
Estamos a falar em tomar decisões de transformar recursos financeiros em bens com
capacidade de produzir outros bens outros durante um certo período. A decisão de
investimento normalmente envolve valores elevados e corresponde a um certo horizonte
temporal que se inicia com as despesas de investimento e termina no final da vida económica
dos ativos adquiridos.
A decisão do financiamento
Qualquer empresa que pretenda fazer um investimento deve ter em conta a origem
dos fundos para que se faça tal investimento. Neste sentido surge um outro conceito
em finanças que é o “conceito de financiamento que consiste nos mecanismos usados
pela empresa para originar os fundos dentro da mesma para que se possam fazer os
investimentos”. Existem duas formas ou origens de financiamento para empresa, que
são os capitais próprios, quando os fundos originam dos próprios detentores do
capital da empresa e empréstimos, quando os fundos são originados a partir de
terceiros.
A seleção das fontes de fundos a serem utilizadas pela empresa para financiar os seus
investimentos em Ativos Fixos e Circulantes deve ser realizada levando-se em conta a
adequação dos custos destas fontes à capacidade de geração de lucros da empresa.
Qualquer desequilíbrio que emergir no âmbito operacional da empresa terá reflexos
sobre a sua lucratividade e poderá determinar desfasagens entre o custo contratado
com os emprestadores de fundos e a sua possibilidade de remunerá-los. Se o custo
financeiro for superior ao TRIT da empresa, ela se tornaria inviável e proporcionará aos
seus acionistas um retorno inferior àquele que foi dado aos emprestadores de fundos.
Neste caso, além de não transmitir aos acionistas, pelo menos, a taxa de retorno
proporcionada pela empresa (TRIT), os acionistas que correm o risco do
empreendimento terão retornos inferiores àqueles que, por possuírem títulos de
renda fixa emitidos pela empresa, correm um risco sensivelmente menor. Entretanto,
risco é a variabilidade de retornos. Assim, esta perda de lucratividade será recebida
com naturalidade pelo acionista, que esperará compensá-la quando e se a empresa
passar a gerar uma taxa de retorno operacional superior ao custo financeiro que
assumiu diante de seus emprestadores de fundos.
Obrigações
São títulos de crédito negociáveis e indivisíveis, emitidos por uma empresa (ou por
qualquer outra entidade legalmente autorizada), que representam frações iguais de
um empréstimo a médio e longo prazo, e que conferem ao seu titular (Obrigacionista)
o direito de pagar juros e reembolso do seu valor nominal
Modalidades de obrigações
A inovação financeira tem marcado significativamente o mercado das obrigações,
multiplicando-se a cada momento o tipo de obrigações existentes. Sem pretender
fazer uma descrição exaustiva de todos os modelos de obrigações, mas os modelos
obrigacionista mais frequentes são os seguintes:
h) Junk Bonds (High Yield Bonds) – são obrigações emitidas por empresas
classificadas, em termos rating, num nível inferior aos quatro melhores níveis.
Trata-se de títulos emitidos com vista ao financiamento de operações de
elevado risco pelo que são emitidos com elevadas taxas de juro.
No caso concreto das obrigações, a sua taxa de cupão é suficiente para avaliar a sua
rendibilidade, uma vez que, o investimento em obrigações, como sabe, pode ser feito
por um valor diferente do seu valor nominal, seja em mercado primário, quando o
preço de emissão é diferente do valor nominal, seja em mercado secundário, quando a
cotação é diferente daquele valor.
Ex. A empresa Bricox emitiu um empréstimo obrigacionista cujo juro anual, líquido de
imposto, é de 80 u.m. Qual a taxa de juro aparente se a sua cotação for de 1.000 u.m?
TJA=80/1.000 = 8%
As Acções
Conceito e Principais Tipo de Ações
As ações são os títulos representativos do capital social de uma sociedade anónima.
Ou seja, o capital social de uma empresa é dividido por partes iguais, todas elas com o
mesmo valor nominal. Podem ser emitidos diferentes tipos de ações, sendo que as de
maior importância são as ações ordinárias, seguido das ações preferenciais, que
podem assumir diversas formas.
Ações preferenciais
As ações preferenciais são um instrumento de capital próprio que
geralmente paga um dividendo fixo e conferem aos titulares privilégios
que lhes dão prioridade no que se refere à liquidação dos ativos de uma
empresa falida.
O dividendo é declarado como uma quantia em dinheiro ou como uma
percentagem de seu valor nominal.
Portanto, ao contrário do que ocorre com as ações ordinárias, o valor
nominal de uma ação preferencial pode ter um real significado.
Se uma empresa deixar de pagar o dividendo de uma ação preferencial,
diz-se que o dividendo está em atraso.
Em geral, todos os dividendos atrasados precisam ser pagos antes que quaisquer
lucros possam ser distribuídos aos acionistas ordinários.
As ações preferenciais que possuem essa característica são conhecidas como ações
preferenciais cumulativas.
As ações preferenciais também são tidas como títulos híbridos porque possuem as
características tanto das ações ordinárias quanto das obrigações.
As ações preferenciais são como obrigações porque são títulos de renda fixa. Os
dividendos nunca mudam.
Como as ações preferenciais são perpétuas, muitas têm cláusula de resgate que
conferem à empesa emitente a opção de resgatá-las, se necessário.
Além disso, algumas ações preferenciais possuem mandatory sinking funds que
permitem à empresa resgatar a emissão com a passagem do tempo.
Valor contabilístico é o valor resultante da divisão da situação liquida (ou seja Ativo –
Passivo) pelo número da ação existentes.
Empréstimo Bancário
O empréstimo bancário (ou crédito bancário) consiste na disponibilização de dinheiro
por parte do banco (instituição bancária) para um cliente (beneficiário do crédito). O
cliente tem o compromisso de devolver integramente o valor, aumentado de juros pré-
fixados, dentro do prazo combinado. Sem o empréstimo bancário, muitas pessoas não
teriam dinheiro suficiente para adquirir certos bens ou serviços rapidamente, tendo
que poupar por muitos meses ou até anos. Cada vez mais indivíduos
utilizam empréstimos bancários para comprar imóveis, carros, injetar fundos nas suas
empresas, etc.
Locação Financeira
Locação financeira é o contrato pelo qual uma das partes se obriga, mediante
retribuição, a ceder à outra o gozo temporário de uma coisa, móvel ou imóvel,
adquirida ou construída por indicação desta, e que o locatário poderá comprar,
decorrido o período acordado, por um preço nele determinado ou determinável
mediante simples aplicação dos critérios nele fixados.
2 - Para além dos direitos e deveres gerais previstos no regime da locação que não se
mostrem incompatíveis com o presente diploma, assistem ao locador financeiro, em
especial e para além do estabelecido no número anterior, os seguintes direitos:
a) Defender a integridade do bem, nos termos gerais de direito;
2 - Para além dos direitos e deveres gerais previstos no regime da locação que não se
mostrem incompatíveis com o presente diploma, assistem ao locatário financeiro, em
especial, os seguintes direitos:
a) Usar e fruir o bem locado;
b) Defender a integridade do bem e o seu gozo, nos termos do seu direito;
c) Usar das acções possessórias, mesmo contra o locador;
d) Onerar, total ou parcialmente, o seu direito, mediante autorização expressa do
locador;
5. Avaliação de Empresas
Avaliar significa encontrar o valor de algo, para o caso em particular das empresas,
aquilo que o analista pensa que a empresa vale. Como tal, o decurso da avaliação tem
sempre algo de subjetivo.
Devido a existência de tais fatores subjetivos, o valor de uma empresa (tal como um
bem) acaba por ser aquele que o comprador estiver disposto a dar para a aquisição do
mesmo.
No que toca ao futuro, é relevante ter informação sobre projeções financeiras, planos
estratégicos, estratégias de implementação dos mesmos, perspetivas de
desenvolvimento de novos negócios ou produtos e toda a informação que ajude a
prever eventuais valorizações da empresa.
Todavia, o processo de avaliação não deve cingir-se unicamente à análise interna: deve
ser feita igualmente uma avaliação setorial (analisando a posição da empresa perante
a concorrência) e uma avaliação macroeconómica (avaliando o ambiente económico,
político, sociocultural, tecnológico e cientifico em que a empresa está incluída). Destas
avaliações sai então uma projeção da situação económico-financeira da empresa e,
após aplicar o modelo de avaliação, encontra-se um valor para essa avaliação.
Avaliar significa apurar ou estimar o valor de determinada coisa, assim avaliar é sem
dúvida um processo bastante subjetivo, pois depende de um conjunto vário de
condicionantes alguns deles deveras subjetivos como por exemplo: as características
do avaliador, a finalidade da avaliação (compra, venda, fusão, liquidação), do contexto
económico, social e político em que a avaliação é realizada, bem como dos diversos
modelos de avaliação existentes.
Valor e preço
O preço é a expressão numérica do valor de troca, expressão vulgarmente utilizada em
economia para refletir a quantidade de unidade monetária necessária para que se
verifique a troca, no seu esgotando no entanto a noção de valor neste contexto, como
é exemplificado pelo Professor J. Carvalho das Neves no seu livro "Avaliação de
Empresas e Negócios" na pag. 4 " um computador com um processador 386 não tem
valor de troca; portanto, o seu preço ou valor de troca é nulo. No entanto, tem valor
de uso, na medida em que, estando em funcionamento, é utilizado para processar
textos e folhas de cálculo, pelo que acrescenta valor". Desta forma, considera-se valor,
ao valor de uso do bem, à sua utilidade. O bem pode já não ter valor de
troca/mercado, mas ter ainda valor de uso pois permite ainda gerar valor com a sua
utilização para além do seu tempo de vida esperado e até após ser já considerado
obsoleto. Ao preço, atribui-se a designação de valor (monetário) de troca, valor pelo
qual o vendedor está disposto a vender o bem e o comprador está disposto a comprá-
lo.
Estão envolvidos fatores internos à empresa como a qualidade dos seus recursos
humanos, produtos e imagem da empresa, assim como fatores externos à mesma
como são exemplos a concorrência, regulamentação do sector e tendências da
economia em geral.
Valor fundamental
O valor fundamental é uma perspetiva utilizada no mercado de capitais com o
pressuposto de que o valor intrínseco de uma acção pode ser determinado através da
avaliação rigorosa de algumas variáveis fundamentais como o lucro, os dividendos, a
estrutura financeira, as perspetivas de mercado ou a qualidade da gestão entre outras.
Não pressupõe a existência de um investidor/comprador específico.
Valor residual
As análises do valor fundamental e do valor intrínseco consistem em dois períodos de
vida da empresa:
O período de previsão anual;
O período residual
Valor justo
A noção de valor justo é ambígua e de utilizações diversas, pelo que se opta pela
designação utilizada pelos International Valuation Standards Council (IVSC), que diz
que "o preço, expresso em dinheiro ou equivalente, a que uma propriedade troca de
proprietário entre um hipotético e interessado comprador e um hipotético e
interessado vendedor, num mercado aberto e sem restrições, sem que nenhum esteja
forçado a comprar ou a vender, e em que ambos têm conhecimento razoável dos
factos relevantes". Se entendermos propriedade como a empresa, chegamos assim ao
valor justo desta.
Valor de liquidação
Este valor tenderá a ser menor quanto maior for a urgência na venda e menor for o
poder de decisão do vendedor.
Este valor representa o excedente entre o preço da transação e o valor dos ativos e
passivos da empresa, avaliados individualmente e ao justo valor (valor do capital
próprio).
Caso resulte da avaliação dos ativos e passivos da empresa, efetuada como atrás se
descreve, um valor negativo, o valor do Goodwill é negativo e não deve ser designado
de Badwill.
Por norma, os analistas financeiros tendem a encontrar este valor pela diferença entre
o valor intrínseco e o valor substancial, avaliado ao justo valor.
Justo valor, pelas novas normas contabilísticas, é a quantia pela qual um ativo pode ser
trocado ou um passivo liquidado, entre as partes conhecedoras e dispostas a isso,
numa transação em que não exista relacionamento entre elas.
A atribuição deste valor é extremamente difícil, pelo que muitas vezes ultrapassa
significativamente o valor contabilístico dos seus ativos.
Pelo que segundo esta norma, uma actividade empresarial define-se como um
conjunto integrado de atividades conduzidas e de ativos geridos com a finalidade de
proporcionar:
Um retorno aos investidores, ou;
Custos mais baixos ou outros benefícios económicos direta e
proporcionalmente aos participantes.