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LEGISLAÇÃO APLICADA I
ÍNDICE
1 - INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3
2 – O SER HUMANO E O TRABALHO ------------------------------------------------------------------------------ 3
2.1 - O Ser Humano e a Revolução industrial ----------------------------------------------------------------------------------------- 3
3 - O TRABALHO--------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3
4 – ESTUDO DO DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------- 4
4.1 Conceito Básico-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4
4.2 - Estrutura e Hierarquia das Leis --------------------------------------------------------------------------------------------------- 7
4.3 Poder Judiciário, Executivo e Legislativo------------------------------------------------------------------------------------------ 8
4.4 - Eficácia Territorial das Leis -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 8
4.5 - Estrutura das Leis -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 9
4.6 - Ato Jurídico e Capacidade ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 9
9 - REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS----------------------------------------------------------------------------41
O Direito surgiu, na medida em que o homem surge, porém, sua organização em sociedade exigiu um
sistema de organização regras de direitos e deveres, denominadas de forma simples como “lei”. Assim, a lei
é ordem, isto é, um conjunto de regras obrigatórias que garantem a convivência social graças ao
estabelecimento de limites à ação de cada um de seus membros. O direito corresponde à exigência essencial
e indeclinável de uma convivência ordenada, pois nenhuma sociedade poderia subsistir sem um mínimo de
ordem, de direção e solidariedade. Nessas condições, todo homem que vive em sociedade está sujeito a
normas de conduta, através das quais o estado mantém a ordem, a segurança e a preservação dos bens
sociais. O direito assegura e protege os atos considerados mais simples pelo homem comum, como o de
andar na rua livremente, direito de ir e vir que é um direito previsto na Constituição. Todavia, o maior bem
protegido pelo Direito e pelas leis em geral é o Direito à vida. Neste sentido, as leis são regras de conduta
impostas a todas as pessoas que vivem em sociedade e tem como objetivo organizar a sociedade, ou
seja, manter a ordem e a paz social.
Considera-se que o grande diferencial entre os seres humanos e os demais espécimes animais é a capacidade
de transmitir, de geração em geração, os conhecimentos acumulados e as experiências vividas. Esta
capacidade faz o ser humano tratar de forma diferente a sua relação com as atividades do cotidiano, quando
comparado com outros espécimes. A raça humana, em um passado não tão distante, começou sendo
extrativista, aproveitando o que a natureza lhe punha a disposição, assim como os demais espécimes de
animais. Mas, em virtude de sua capacidade de transmitir, e acumular, conhecimento e experiências, passou,
ao longo do tempo, a criar novas formas de viver, começando pela vida em grupos, pela fixação de
moradias, chegando, enfim, a criação do estado. Sob este aspecto, da evolução contínua da humanidade,
podemos considerar para efeitos de estudos do conteúdo de segurança do trabalho as fases. Pode se disser
que houve uma migração da atividade rural para as atividades fabril e de defesa, com o conseqüente
crescimento dos aglomerados urbanos e a criação de novas necessidades, gerando um ciclo de mudanças que
determinou a continua qualificação da mão de obra e a especialização da atividade, surgindo a produção em
série.
A indústria de transformação de produção em série, que fez surgir uma quantidade enorme de novos produtos e
processos, tornando a qualificação ainda mais específica para as várias tarefas do ser humano, criando a
qualificação específica para uma tarefa.
3 - O TRABALHO
Definindo o Trabalho como o uso da força física e/ou da capacidade intelectual para produzir uma
transformação, pode se dizer que esta evolução crescente fez com que o ser humano se tornasse cada vez
mais dependente do trabalho para produzir as transformações requeridas. Isto ficou ainda mais evidente com
a revolução industrial. Com o advento da produção em série o ser humano atuante nas transformações,
cognominado trabalhador, conhecedor dos processos de transformação, ou habilitado e capacitado para
realizá-los, passou a ser um patrimônio fundamental na indústria e cuidar do mesmo passou a ser importante.
Em 1833, quando a atividade industrial tomou impulso, a Inglaterra, através do documento “Ato das
Fábricas”, regulamentou melhorias nas condições de trabalho, tratando de itens como a duração da jornada
de trabalho, a idade mínima para a realização de trabalhos e as condições mínimas de um local de trabalho,
com o objetivo de evitar doenças ocupacionais.
Quando o estado, na forma de poder constituído, passou a se preocupar com as condições de realização da
atividade de transformação é que a segurança do trabalho ganhou corpo. Assim, após muito confronto de
idéias surge, em 1919, a Organização Internacional do Trabalho, OIT e, com a criação da Organização das
Nações Unidas, ONU, em 1945, surge a Organização Mundial da Saúde, OMS. Estas organizações, em
conjunto, estabeleceram alguns princípios, entre eles um princípio no campo da saúde ocupacional que
preconiza:
A saúde ocupacional tem como finalidade incentivar e manter o mais elevado nível de bem estar
físico, mental e social dos trabalhadores em todas as profissões; prevenir todo o prejuízo causado à
saúde destes pelas condições de seu trabalho protegê-los em seu serviço contra os riscos resultantes
da presença de agentes nocivos a sua saúde; colocar e manter o trabalhador em um emprego que
convenha às suas aptidões fisiológicas e psicológicas e, em resumo, adaptar o trabalho ao homem e
cada homem ao seu trabalho.
Este princípio se constitui em um direito fundamental do ser humano, foi assinado por um grande número de
nações e é à base da segurança do trabalho em termos mundiais.
4 – ESTUDO DO DIREITO
4.1 Conceito Básico
A palavra "direito" vem do latim directus, a, um, "que segue regras pré-determinadas ou um dado preceito",
do particípio passado do verbo dirigere. O termo evoluiu em português da forma "directo" (1277) a
"dereyto" (1292) até chegar à grafia atual (documentada no século XIII). Para outros autores, a palavra faz
referência à deusa romana da justiça, Justitia, que segurava em suas mãos uma balança com fiel. Dizia-se
que havia justiça quando o fiel estava absolutamente perpendicular em relação ao solo: de rectum.As línguas
românicas ocidentais compartilham a mesma origem para a palavra "direito": diritto, em italiano, derecho,
em espanhol, droit, em francês, dret, em catalão, drech, em occitano. Os vocábulos right, em inglês, e
Recht, em alemão, têm origem germânica (riht), do indo-europeu reg-to- "movido em linha reta". O termo
indo-europeu é a origem do latim rectus, a, um (ver acima) e do grego ρεκτός. Em latim clássico,
empregava-se o termo IVS (grafado também ius ou jus), que originalmente significava "fórmula religiosa" e
que por derivação de sentido veio a ser usado pelos antigos romanos na acepção equivalente aos modernos
"direito objetivo" (ius est norma agendi) e "direito subjetivo" (ius est facultas agendi).
Segundo alguns estudiosos, o termo ius relacionar-se-ia com iussum, particípio passado do verbo iubere, que
quer dizer "mandar", "ordenar", da raiz sânscrita ju, "ligar". Mais tarde, ainda no período romano, o termo
directum (ver acima) passou a ser mais empregado para referir o direito. Como já se viu directum vem do
verbo dirigere que, por sua vez, tem origem em regere, "reger", "governar", donde o termo latino rex, regula e outros,
latim clássico ius, por sua vez, gerou em português os termos "justo", "justiça", "jurídico", "juiz" e muitos outros.
Entre as leis existe uma hierarquia, ou seja, há leis que estão numa ordem de poder, acima das outras, a
hierarquia tem como objetivo organizar as leis, a fim de evitar conflitos entre elas.
Constituição: É a lei maior do país, à qual todas as outras estão subordinadas. Uma lei que contrarie seus
princípios é considerada inconstitucional. A Constituição rígida situa-se no topo da pirâmide normativa,
recebe nomes como Lei Fundamental, Lei Suprema, Lei das Leis, Lei
Leis complementares à constituição: Visam complementar a constituição e não alterá-la. São leis de
caráter nacional, aplicam-se a todos os tipos de governo, por isso as leis Estaduais e Municipais a ela se
subordinam.
Leis ordinárias: São aquelas que, o Poder Legislativo elabora no exercício normal de sua atividade.
Medida Provisória: É elaborada pelo Chefe do Poder Executivo, serão editadas em caso de relevância e
urgência, possuem força de lei, entretanto, devem ser submetidas ao Congresso Nacional. Se não forem
convertidas em lei no prazo de 60 dias contados da sua publicação, estas perdem a sua eficácia.
Decreto: É um ato do Poder Executivo que serve para regular uma lei já sancionada pelo Poder Legislativo.
Há ainda as Resoluções, Atos, instruções normativas, instruções administrativas, e portarias, que existem
para permitir a execução das leis. São sempre o detalhamento de como executar, cobrar, dispensar serviços,
verificar aplicação legal ou execução de obrigações paralelas das várias áreas Ministeriais, Departamentais
ou setoriais, como de órgãos autárquicos a exemplo do Banco Central, Banco do Brasil e outros agentes do
Estado
Diferenças
Lei: “Regra de direito ditada pela autoridade estatal e tornada obrigatória para se manter a ordem e o
progresso numa comunidade”. – Normas elaboradas e votadas pelo poder Legislativo. – Obrigação imposta
pela consciência e pela sociedade.
O Conjunto de pessoas que administram o País é chamado de Governo Federal, aqueles que administram o
Estado, denominamos Governo Estadual, e os Municípios por sua vez tem o Governo Municipal.
As leis podem ser classificadas de muitas maneiras, assim, temos primeiramente a classificação com base no
nível de governo em que se originam:
Leis Federais - União
Leis Estaduais - Estados membros da Federação
Leis Municipais – Dos Municípios
O Poder Executivo tem a função principal de administrar, ou seja, O Presidente administra a Nação, o País,
o Governador administra o Estado e o Prefeito administra o Município. São representados:
O Poder Legislativo tem a função principal de elaborar leis, e também participa da fiscalização dos outros
poderes, ou seja, ele zela pelo cumprimento das leis. São representados:
Na esfera Federal: Pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal.
Na esfera Estadual: Pelos Deputados Estaduais. Na esfera Municipal: Pelos vereadores municipais.
A legislação possui eficácia territorial, ou seja, a lei é válida no limite territorial do Governo que a criou,
seja ele Governo Federal, Estadual ou Municipal. As leis Federais são aplicadas a todas as pessoas que
vivem no País em que a lei é feita. Assim, uma lei Federal Brasileira, tem aplicação em todo o País. As leis
Estaduais tem sua eficácia restrita ao estado membro, ou seja, é aplicável nos limites territorial do estado
membro que a criou. Desta forma, uma Lei Estadual, elaborada pelo Governo Estadual só tem aplicação nos
limites territoriais deste Estado. A lei municipal, por sua vez, tem sua eficácia restrita ao município, ou seja,
é aplicável nos limites territorial do município que a criou. Da mesma forma, uma lei criada pelo Governo
do um Município só tem validade para este município.
I - a unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela abreviatura "Art.", seguida de numeração
ordinal até o nono e cardinal a partir deste;
II - os artigos desdobrar-se-ão em parágrafos ou em incisos; os parágrafos em incisos, os incisos em alíneas
e as alíneas em itens;
III - os parágrafos serão representados pelo sinal gráfico "§", seguido de numeração ordinal até o nono e
cardinal a partir deste, utilizando-se, quando existente apenas um, a expressão "parágrafo único" por
extenso;
IV - os incisos serão representados por algarismos romanos, as alíneas por letras minúsculas e os itens por
algarismos arábicos.
Toda a (norma jurídica) lei tem uma identificação que podemos chamar de nome, seja: Lei, Medida
Provisória, Portaria etc. E as normas jurídicas são divididas em partes, que tem como objetivo facilitar a
localização de determinados trechos, assim, as normas são divididas da seguinte forma:
Todos os atos praticados na vida civil são válidos para as pessoas maiores de 18 anos, que não sejam
consideradas incapazes por qualquer motivo. Assim, para praticar os atos da vida civil, é necessário que a
pessoa seja capaz, mas a capacidade legal tem algumas exigências, assim, para ser capaz é necessário que a
pessoa seja maior de 18 anos e não possua nenhuma das condições geradoras da incapacidade, conforme
abaixo.
Incapacidade: Pessoa incapaz é aquela que não possui capacidade de exercício. Há dois tipos de incapazes.
Relativamente incapazes: Pode comparecer pessoalmente para praticar os atos da vida civil, se assistida ou
acompanhada pela pessoa que a represente legalmente (pais, tutor ou curador) Se praticar o ato sem estar
assistida, este será apenas anulável.
I- os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento
reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos;
A capacidade dos índios é regulada por legislação especial.
Absolutamente incapazes: Não pode comparecer pessoalmente para praticar os atos da vida civil, se o
fizer, o ato será nulo.
I - Os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática
desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória não puderem exprimir sua vontade.
A história demonstra que a luta dos trabalhadores tem basicamente três objetivos: salário digno, jornada
compatível com a função e a segurança no ambiente laboral com melhores condições de trabalho.
Enfocaremos, de um modo geral, a evolução da compreensão da necessidade de se proteger o trabalhador
contra os riscos de doenças ou acidentes gerados ou agravados pela realização de sua função profissional.
A evolução da saúde ocupacional acompanha o desenvolvimento e a compreensão do conceito
genérico de saúde e de saúde pública. Foram os romanos os primeiros a estabelecer a relação entre o
trabalho e as doenças. Plínio mencionou algumas doenças mais comuns entre os escravos e a
utilização, pelos refinadores de mínio, de membranas de pele e de bexiga como máscaras; Marcial
registrou doenças específicas dos que trabalhavam com enxofre; Juvenal percebeu as veias varicosas
dos augures e as doenças dos ferreiros; Lucrécio referiu-se à dura sorte dos mineradores de ouro e
Galeno de Pérgamo relatou experiência realizada a respeito dos riscos dos mineiros, quando visitou
as minas de sulfato de cobre na ilha de Chipre (OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de Proteção Jurídica à
Saúde do Trabalhador. 2a. edição, São Paulo: Ltr, 1988, pg.52)
Escritos como o tratado sobre mineração (em 1556, de Georg Agrícola); a monografia de Hohenheim
publicada em 1567, sobre tratamento e prevenção para as doenças das juntas, pulmão e olhos (alemão mais
conhecido como Paracelso).O livro do italiano Ramazzini intitulado “As Doenças dos Trabalhadores”, de
1700; indicam o começo do pensamento para as futuras normas jurídicas de proteção à vida e à saúde dos
trabalhadores. Com a Revolução Industrial e a supervalorização da máquina, os trabalhadores ficaram ainda
mais abandonados as suas próprias sortes, de modo que eles mesmos deveriam zelar e se responsabilizar
pela defesa do ambiente de trabalho. O abandono em que viviam gerou reações da opinião pública que
acabaram por obter intervenção estatal, como, por exemplo, a primeira lei no campo da proteção do
trabalhador, que foi publicada na Inglaterra e limitava a carga horária para os menores de 12 anos, proibia o
trabalho noturno aos menores de 18 anos, estabelecia a idade mínima de 09 anos para o trabalho e um
médico deveria atestar se o desenvolvimento físico da criança correspondia à sua idade cronológica.
Outro marco importante na evolução da idéia de Justiça Social no Trabalho foi a Encíclica do Papa João
XIII (“De Rerum Novarum”) e a de João XXIII (“Mater et Magistra”). A preocupação estava no fato de que
a situação social se dividia em duas classes de cidadãos excessivamente diversas: uma poderosíssima e a
outra feita de uma multidão pobre, que a tudo vinha tendo que se submeter, estando, com isto, pronta para
uma desordem.A preocupação com o social, através da questão do trabalho, está bem demonstrada pelos
dizeres:
De início ensina que o trabalho, pelo fato de proceder imediatamente da pessoa humana, de modo
algum pode ser tratado como simples mercadoria. Visto ser ele a única fonte da qual a maioria dos
homens tira os meios de subsistência, sua remuneração não pode ser fixada segundo as leis do
mercado; pelo contrário, deve ser estabelecida conforme as normas da justiça e da equidade. Se assim
não se fizer, a justiça será gravemente lesada nos contratos de trabalho, mesmo se estes forem
livremente ajustados por ambas as partes.(Mater et Magistra – nº18.).
As primeiras legislações sobre infortunística começaram a surgir, e eclodiram, pode-se dizer com a criação
da Organização Internacional do Trabalho.
5.1 - A criação da O.I.T.
Após o término da primeira Grande Guerra Mundial, em 1919, na Conferência da Paz (primeiramente
reunida em Paris e depois em Versalles) criou-se a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que
incorporou em sua Constituição as idéias da Associação Internacional para a Proteção Legal dos
Trabalhadores (que era de 1901, fundada na Basiléia). Os fundamentos para a criação desta importante
organização internacional foram na ordem de quatro fatores: de preocupação humanitária, de preocupação
com a justiça social, de preocupação com o caráter político e de preocupação com o caráter econômico.
A situação dos trabalhadores era demasiadamente degradante, pois havia ainda pouca garantia por suas
vidas, saúdes, progressos profissionais e sociais. Ocorria, de forma comum, casos de crianças laborando por
mais de 16 horas por dia em troca de uma refeição, e ainda em situação de extremo perigo, pobreza e
exploração. Situações como estas exigiam uma resposta humanitária imediata, tornando-se a principal
Quanto à motivação da criação da OIT, com fundamento na economia, essa tinha como base o fato de que
qualquer adoção de medida de cunho social afetaria os custos da produção, de modo que tais medidas
deveriam ser tomadas por todas as nações, para que houvesse um equilíbrio universal. Em 1926, criou-se um
mecanismo de fiscalização de aplicação das normas, através de uma “Comisión de Expertos” (composta de
juristas) e que atua até hoje. Em 1940 a sede da OIT mudou-se da Suíça para o Canadá (Montreal), fugindo
das ameaças da Guerra, o que não impediu que as reuniões deixassem de ocorrer. Ao contrário, uma
importante aprovação foi a Declaração da Filadélfia, ocorrida em 1941 e que foi anexada em 1944 nas
finalidades e objetivos declarados na Constituição da OIT.
A OIT não parou de crescer, adquirindo, definitivamente, um caráter universal. Criou, em sua sede de
Genebra, o Instituto Internacional de Estudos Laborais, o Centro Internacional de Aperfeiçoamento
Profissional e Técnico, e recebeu, em 1969, o título de Premio Nobel da Paz, através do Senhor David
Morse.
A CLT foi um dos eixos da mudança que o Brasil vinha sofrendo desde a revolução de 1930. Sinalizou uma
virada fundamental na história do país: deixava de ser uma economia agrícola para se tornar cada vez mais
industrial. Decretada em 1º de maio de 1943, a CLT entrou em vigor em novembro daquele ano. Em pleno
Estado Novo, momento do primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945) em que o Congresso foi
dissolvido, não houve votação que aprovasse o projeto.
A Consolidação das Leis Trabalhistas era uma necessidade do governo Vargas, populista e dependente da
aclamação popular. Nesse período foi criado o Ministério do Trabalho, e a maioria das leis trabalhistas
nasceram após 1930, quando triunfou a revolução que levou Vargas ao poder. O sindicalismo crescia sob as
asas do governo e foram feitas muitas leis para regulamentar o trabalho. Mas esse movimento era mais um
reflexo da mobilização popular que um esforço legislativo, e isso fazia com que às vezes as leis se
chocassem. Por isso foi designada uma comissão, em 1942, para criar uma lei definitiva. Seus dez membros
prepararam um anteprojeto para a CLT, que em janeiro de 43 foi levado aos sindicatos e aos empresários
para que propusessem eventuais mudanças. Com o projeto concluído, a CLT decretada. Começou uma
discussão jurídica a respeito de sua natureza: seria mesmo uma consolidação ou um código, por também
criar leis novas. Mas a CLT foi recebida como um avanço nas relações sociais do país, e um passo na sua
evolução econômica. Até o fim do século 20, a CLT sofreu mudanças só em tópicos específicos, como a
remuneração das férias. O que houve de significativo foi a equiparação gradual do trabalhador rural ao
urbano. A Constituição Federal, em seu Capítulo II (Dos Direitos Sociais), artigo 6º e artigo 7º, incisos
XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, dispõem, especificamente, sobre segurança e saúde dos trabalhadores. A
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT - dedica o seu Capítulo V à Segurança e Medicina do Trabalho,
de acordo com a redação dada pela Lei 6.514, de 22 de dezembro de 1977.
O Ministério do Trabalho, por intermédio da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, aprovou as Normas
Regulamentadoras - NR - previstas no Capítulo V da CLT. Esta mesma Portaria estabeleceu que as
alterações posteriores das NR seriam determinadas pela Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, órgão
do atual Ministério do Trabalho e Emprego. A segurança do trabalho rural tem regulamentação específica
através da Lei nº 5.889, de 5 de junho de 1973, cujas Normas Regulamentadoras Rurais - NRR - foram
aprovadas pela Portaria nº 3.067, de 12 de abril de 1988. Há pouco tempo essa portaria foi revogada e a
O Decreto n.º 21690, de 01/08/1932 criou as Inspetorias Regionais nos Estados da federação, posteriormente
transformadas em Delegacias Regionais do Trabalho, pelo Decreto n.º 2168, de 06/05/1940. As Delegacias
do Trabalho Marítimo foram criadas pelo Decreto n.º3259, de 20/10/1933, cabendo a elas a fiscalização do
trabalho nos portos, pesca e navegação. As DTM foram extintas no governo de Fernando Collor de Mello.
O Decreto-lei n.º 1985, de 19/01/1940 estabelecia a competência do Ministério da Agricultura para fiscalizar
e estabelecer normas de trabalho nas minas.
As Leis de proteção do trabalho foram agrupadas na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, pelo Decreto-
lei n.º5452, de 01/05/1943.
Em 19/07/1947 a Organização Internacional do Trabalho - OIT adota a Convenção n.º 81, que estabelece
que cada Membro da OIT, para o qual a referida Convenção está em vigor, deve ter um sistema de inspeção
do trabalho nos estabelecimentos industriais e Comerciais.
O Brasil ratificou a Convenção n.º 81 da OIT, pelo Decreto Legislativo n.º 24, de 29/05/1956, promulgado
pelo Decreto n.º 41721, de 25/06/1957.
Embora a carreira de Inspetor do Trabalho tenha sido criada pela Lei n.º 6479, de 09/04/1944, apenas após a
promulgação da Convenção n.º 81 e expedição do Decreto n.º 55.841, de 15/03/1965, surge o Regulamento
da Inspeção do Trabalho, que estrutura as carreiras dos Agentes da Inspeção do Trabalho nas diversas
especialidades - Fiscal do Trabalho, Médico do Trabalho, Engenheiro e Assistente Social, e estabelece
normas de inspeção.Em 05/04/1971 o Brasil denunciou a Convenção n.º 81, devido principalmente ao artigo
6.º, que estabelece que o estatuto do funcionalismo deve garantir a estabilidade do pessoal da inspeção e os
tornem independentes de qualquer mudança de governo ou de qualquer influência externa indevida, além do
parágrafo 2, do artigo 11.º, que prevê a indenização de todas as despesas acessórias dos inspetores do
trabalho, necessárias ao exercício de suas funções.
A Portaria n.º 3237, de 17 de julho de 1972, que fazia parte do "Plano de Valorização do Trabalhador" do
Governo Federal, tornou obrigatória a existência de serviços de medicina do trabalho e engenharia de
segurança do trabalho em todas as empresas com um ou mais trabalhadores.
Atualmente o Brasil adota uma série de Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). As
Convenções da OIT que foram ratificadas e promulgadas pelo Brasil deram origem a alterações nas Normas
Regulamentadoras pertinentes a cada assunto abrangido pela referida Convenção. As Normas
Regulamentadoras tem sido alterada nos últimos anos, tanto para fazer frente à evolução dos métodos
produtivos e relações do trabalho quanto para adequar-se às Convenções da OIT promulgadas pela Brasil.
Ainda em relação à evolução histórica da Legislação do Trabalho no Brasil podemos citar a Lei n.º 5161, de
21/10/1966, que autoriza a criação da Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do
Trabalho - FUNDACENTRO, cuja denominação foi alterada pela Lei n.º 7133, de 26/10/1983, para
Fundação Centro Nacional Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho.
A Lei n.º 6514, de 22/12/1977, alterou o Capítulo V, do Título II, da CLT, relativo à Segurança e Medicina
do Trabalho - artigos 154 a 201. A Portaria n.º3214, de 08/06/1978, aprova as Normas Regulamentadoras de
Segurança e Medicina do Trabalho - NR. Essas Normas tem sido alterada ao longo do tempo, por diversas
Portarias.
Art. 1º O Capítulo V do Titulo II da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei nº
5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com a seguinte redação:
Seção I
Disposições Gerais
Art. 154. A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capitulo, não
desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas
em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos
estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho.
Art. 155. Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina
do trabalho:
I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos deste
Capítulo, especialmente os referidos no art. 200;
II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades
relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a
Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho;
III - conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões
proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e medicina do trabalho.
Art. 156. Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua
jurisdição:
I - promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho;
II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Capítulo,
determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias;
III - impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo,
nos termos do art. 201.
Art. 157. Cabe às empresas:
I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;
II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no
sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente;
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.
Art. 158. Cabe aos empregados:
I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que
trata o item II do artigo anterior;
Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo.
Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo
anterior;
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.
Seção II
Art. 160. Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e
aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e
medicina do trabalho.
§ 1º Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas instalações,
inclusive equipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar, prontamente, à Delegacia Regional do
Trabalho.
§ 2º É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do Trabalho,
dos projetos de construção e respectivas instalações.
Art. 161. O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço competente que
demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço,
máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando na decisão, tomada com a brevidade que a
ocorrência exigir, as providências que deverão ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho.
§ 1º As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas
determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho.
§ 2º A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da Delegacia
Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical.
§ 3º Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer, no prazo
de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do
trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao recurso.
§ 4º Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após determinada
a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do estabelecimento ou de um dos seus
setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou o prosseguimento de obra, se, em conseqüência,
resultarem danos a terceiros.
§ 5º O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo técnico do
serviço competente, poderá levantar a interdição.
§ 6º Durante a paralização dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os
empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício.
Dos Órgãos de Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas
Art. 162. As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho,
estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho.
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo estabelecerão:
a) classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas
atividades;
Seção VI
Das Edificações
Art. 170. As edificações deverão obedecer aos requisitos técnicos que garantam perfeita
segurança aos que nelas trabalhem.
Art. 171. Os locais de trabalho deverão ter, no mínimo, 3 (três) metros de pé-direito, assim
considerada a altura livre do piso ao teto.
Parágrafo único - Poderá ser reduzido esse mínimo desde que atendidas as condições de
iluminação e conforto térmico compatíveis com a natureza do trabalho, sujeitando-se tal redução ao
controle do órgão competente em matéria de segurança e medicina do trabalho.
Art. 172. 0s pisos dos locais de trabalho não deverão apresentar saliências nem depressões que
prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais.
Art. 173. As aberturas nos pisos e paredes serão protegidas de forma que impeçam a queda de
pessoas ou de objetos.
Art. 174. As paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas, pisos, corredores, coberturas e
passagens dos locais de trabalho deverão obedecer às condições de segurança e de higiene do trabalho
estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e manter-se em perfeito estado de conservação e limpeza.
Seção VII
Da Iluminação
Art. 175. Em todos os locais de trabalho deverá haver iluminação adequada, natural ou
artificial, apropriada à natureza da atividade.
§ 1º A iluminação deverá ser uniformemente distribuída, geral e difusa, a fim de evitar
ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
§ 2º O Ministério do Trabalho estabelecerá os níveis mínimos de iluminamento a serem
observados.
Do Conforto Térmico
Art. 176. Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o serviço
realizado.
Parágrafo único - A ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não preencha as
condições de conforto térmico.
Art. 177. Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude de instalações
geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o uso de vestimenta adequada para o trabalho em tais
condições ou de capelas, anteparos, paredes duplas, isolamento térmico e recursos similares, de forma que
os empregados fiquem protegidos contra as radiações térmicas.
Art. 178. As condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser mantidas dentro
dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho.
Seção IX
Seção XI
Seção XII
Art. 190. O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e
adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes
agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes.
Parágrafo único. As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do organismo
do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômodos.
Art. 191. A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:
I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de
tolerância;
II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a
intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a insalubridade,
notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo.
Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40%
(quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se
classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação
aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o
contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.
§ 1º O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30%
(trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações
nos lucros da empresa.
§ 2º O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido.
Art. 194. O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará
com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas
expedidas pelo Ministério do Trabalho.
Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as
normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou
Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.
§ 1º É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas
requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o
objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas.
§ 2º Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato
em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não
houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.
§ 3º O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do
Trabalho, nem a realização ex officio da perícia.
Art. 196. Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade ou
periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados
pelo Ministro do Trabalho, respeitadas as normas do artigo 11.
Da Prevenção da Fadiga
Art. 198. É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode remover
individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher.
Parágrafo único - Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de material feita
por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros aparelhos
mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos, fixar limites diversos, que evitem sejam
exigidos do empregado serviços superiores às suas forças.
Art. 199. Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta ao
trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a execução da tarefa exija que
trabalhe sentado.
Parágrafo único - Quando o trabalho deva ser executado de pé, os empregados terão à sua
disposição assentos para serem utilizados nas pausas que o serviço permitir.
Seção XV
Das Penalidades
Art. 201. As infrações ao disposto neste Capítulo relativas à medicina do trabalho serão
punidas com multa de 3 (três) a 30 (trinta) vezes o valor de referência previsto no artigo 2º, parágrafo
único, da Lei nº 6.205, de 29 de abril de 1975, e as concernentes à segurança do trabalho com multa de 5
(cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o mesmo valor.
Parágrafo único. “Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, emprego de artifício
ou simulação com o objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada em seu valor máximo.”
Art. 2º A retroação dos efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de
insalubridade ou periculosidade, de que trata o artigo 196 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a
nova redação dada por esta Lei, terá como limite a data da vigência desta Lei, enquanto não decorridos 2
(dois) anos da sua vigência.
Art. 3º As disposições contidas nesta Lei aplicam-se, no que couberem, aos trabalhadores
avulsos, as entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas
categorias profissionais.
§ 1º Ao Delegado de Trabalho Marítimo ou ao Delegado Regional do Trabalho, conforme o
caso caberá promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho em
relação ao trabalhador avulso, adotando as medidas necessárias inclusive as previstas na Seção II, do
Capítulo V, do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação que lhe for conferida pela
presente Lei.
§ 2º Os exames de que tratam os §§ 1º e 3º do art. 168 da Consolidação das Leis do Trabalho,
com a redação desta Lei, ficarão a cargo do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
- INAMPS, ou dos serviços médicos das entidades sindicais correspondentes.
Art. 4º O Ministro do Trabalho relacionará o artigos do Capítulo V do Título II da
Consolidação das Leis do Trabalho, cuja aplicação será fiscalizada exclusivamente por engenheiros de
segurança e médicos do trabalho.
Art. 5º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogados os artigos 202 a
223 da Consolidação das Leis do Trabalho; a Lei nº 2.573, de 15 de agosto de 1955; o Decreto-lei nº 389,
de 26 de dezembro de 1968 e demais disposições em contrário.
O Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, hoje
denominado Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, regulamenta os artigos contidos na CLT
por meio da Portaria nº 3.214/78, criando vinte e oito Normas Regulamentadoras - NRs. Com a publicação
da Portaria nº 3214/78 se estabelece a concepção de saúde ocupacional
NR Zero
Muitos chamam de NR Zero à portaria 393, de 09 de abril de 1996. Esta portaria define que a metodologia
de regulamentação na área de segurança e saúde no trabalho, atribuição da Secretaria de Segurança e Saúde
no Trabalho tem como princípio básico a adoção do sistema tripartite paritário - Governo, Trabalhadores e
Empregadores. E, em 06.11.02 foi publicada no DOU a Portaria nº 30, de 22.10.02, da Secretaria de
Inspeção do Trabalho, do MTE, divulgando para consulta pública proposta de texto de criação da Norma
Regulamentadora
Os problemas referentes à segurança, à saúde, ao meio ambiente e à qualidade de vida no trabalho vêm
ganhando importância no Governo, nas entidades empresariais, nas centrais sindicais e na sociedade como
um todo. Propostas para construir um Brasil moderno e competitivo, com menor número de acidentes e
doenças de trabalho, com progresso social na agricultura, na indústria, no comércio e nos serviços, devem
ser apoiadas. Para isso deve haver a conjunção de esforços de todos os setores da sociedade e a
conscientização na aplicação de programas de saúde e segurança no trabalho. Trabalhador saudável e
qualificado representa produtividade no mercado globalizado. Completando essa extensa legislação,
devemos lembrar que a ocorrência dos acidentes (lesões imediatas ou doenças do trabalho) pode dar origem
a ações civis e penais, concorrendo com as ações trabalhistas e previdenciárias.
Determina que todo estabelecimento novo deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão regional
do Ministério do Trabalho e Emprego, que emitirá o CAI - Certificado de Aprovação de Instalações, por
meio de modelo pré-estabelecido.
As empresas são obrigadas a fornecer aos seus empregados equipamentos de proteção individual, destinados
a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. Todo equipamento deve ter o CA - Certificado de
Aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego e a empresa que importa EPIs também deverá ser
registrada junto ao Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho, existindo para esse fim todo um
processo administrativo.
Trata dos exames médicos obrigatórios para as empresas. São eles exames admisisional, exame periódico,
de retorno ao trabalho, de mudança de função, demissional e exames complementares, dependendo do grau
de risco da empresa, ou empresas que trabalhem com agentes químicos, ruídos, radiações ionizastes,
benzeno, etc., à critério do médico do trabalho e dependendo dos quadros na própria NR7, bem como, na
NR15, existirão exames específicos para cada risco que o trabalho possa gerar.
NR8 – Edificações
Esta norma define os parâmetros para as edificações, observando-se a proteção contra a chuva, insolação
excessiva ou falta de insolação. Deve-se observar as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e
municipal.
Esta norma objetiva a preservação da saúde e integridade do trabalhador, através da antecipação, avaliação e
controle dos riscos ambientais existentes, ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em vista a
proteção ao MEIO AMBIENTE e RECURSOS NATURAIS. Levam-se em conta os Agentes FÍSICOS,
QUÍMICOS e BIOLÓGICOS. Além desses agentes, destacamos também, os Riscos Ergonômicos e os
Riscos Mecânicos. É importante manter esses dados no PPRA, a fim de as empresas não sofrerem ações de
natureza civil por danos causados ao trabalhador, mantendo-se atualizados os Laudos Técnicos e o Perfil
Profissiográfico Previdenciário.
Trata das condições mínimas para garantir a segurança daqueles que trabalham em instalações elétricas, em
suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, incluindo
terceiros e usuários.
NR14 – Fornos
Define os parâmetros para a instalação de fornos; cuidados com gases, chamas, líquidos. Deve-se observar
as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.
Considerada atividade insalubre, a exemplo da NR16-Atividades Perigosas, quando ocorre além dos limites
de tolerância, isto é intensidade, natureza e tempo de exposição ao agente, que não causará dano a saúde do
trabalhador, durante a sua vida laboral. As atividades insalubres estão contidas nos anexos da Norma e são
considerados os agentes: Ruído contínuo ou permanente; Ruído de Impacto; Tolerância para Exposição ao
Calor; Radiações Ionizantes; Agentes Químicos e Poeiras Minerais. Tanto a NR15 quanto a NR16
dependem de perícia, a cargo do médico ou do engenheiro do trabalho, devidamente credenciado junto ao
Ministério do Trabalho e Emprego.
Também considerada quando ocorre além dos limites de tolerância. São as atividades perigosas aquelas
ligadas a Explosivos, Inflamáveis e Energia Elétrica.
NR17 – Ergonomia
Esta norma estabelece os parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas, máquinas, ambiente, comunicações dos elementos do sistema, informações,
processamento, tomada de decisões, organização e conseqüências do trabalho. Observe-se que as LER -
Lesões por Esforços Repetitivos, hoje denominados DORT - Doença Osteomuscular Relacionada ao
Trabalho constituem o principal grupo de problemas à saúde, reconhecidos pela sua relação laboral.
O termo DORT é muito mais abrangente que o termo LER, constante hoje das relações de doenças
profissionais da Previdência.
NR19 – Explosivos
Define o tipo de proteção aos trabalhadores que trabalham sem abrigo, contra intempéries (insolação,
condições sanitárias, água, etc.).
Destina-se aos trabalhos em minerações subterrâneas ou a céu aberto, garimpos, beneficiamento de minerais
e pesquisa mineral. Nesses trabalhos é necessário ter um médico especialista em condições hiperbáricas.
Esta atividade possui várias outras legislações complementares.
Todas as empresas devem possuir proteção contra incêndio; saídas para retirada de pessoal em serviço e/ ou
público; pessoal treinado e equipamentos. As empresas devem observar as normas do Corpo de Bombeiros
sobre o assunto.
Todo estabelecimento deve atender as denominações desta norma, que o próprio nome contempla. E, cabe a
CIPA e/ou ao SESMT, se houver, a observância desta norma. Deve-se observar, também, nas Convenções
Coletivas de Trabalho de sua categoria se existe algum item sobre o assunto.
Trata da eliminação dos resíduos gasosos, sólidos, líquidos de alta toxidade, periculosidade, risco biológico,
radioativo. Remete às disposições contidas na NR15 e legislações federal, estadual e municipal.
Determina as cores na segurança do trabalho como forma de prevenção evitando a distração, confusão e
fadiga do trabalhador, bem como cuidados especiais quanto a produtos e locais perigosos.
Todo técnico de segurança deve ser portador de certificado de conclusão do 2º grau de Técnico de
Segurança e Saúde no Trabalho, com currículo do Ministério do Trabalho e Emprego, devidamente
registrado através das DRT’s regionais.
Tem por objetivo Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os
primeiro socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos
trabalhadores portuários. As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em
operações tanto a bordo como em terra,assim como aos demais trabalhadores que exerçam atividades nos
portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retro portuário, situadas dentro ou fora da área
do porto organizado. A sua existência jurídica está assegurada em nível de legislação ordinária, através da
Medida Provisória n° 1.575-6, de 27/11/97, do artigo 200 da CLT, o Decreto n° 99.534, de 19/09/90 que
promulga a Convenção n° 152 da OIT.
Estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos
trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência
à saúde em geral.
Esta NR tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o
reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir
permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores e que interagem direta ou indiretamente nestes
espaços. Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que
possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover
contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.
Estabelece a obrigatoriedade para que as empresas rurais, em função do número de empregados que
possuam,organizem e mantenham em funcionamento serviços especializados em Segurança e Medicina do
Trabalho, visando à prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais no meio rural. A sua
existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.
Estabelece a obrigatoriedade para que os empregadores rurais forneçam, gratuitamente, a seus empregados
Equipamentos de Proteção Individual adequados ao risco e em perfeito estado de conservação, a fim de
protegê-los dos infortúnios laborais. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº.
5.889, de 8 de junho de 1973.
Art. 162. As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a
manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho.
Em 27 de julho de 1972, o Ministro do Trabalho Júlio Barata regularizou o artigo 164 da CLT, e publicou a
Portaria 3.236, referente à formação técnica em Segurança e Medicina do Trabalho e a Portaria 3.237,
regulamentando o artigo 164 da CLT que trata da composição da CIPA, obrigando a existência de Serviço
Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) nas empresas com mais de 100
funcionários, tornando o Brasil, o primeiro país a ter um serviço obrigatório de segurança e medicina do
trabalho. Um dos principais motivos da regularização desse artigo foi a imagem negativa que o quadro de
acidentes de trabalho no Brasil causava perante o cenário mundial.
O índice era alarmante, mais de 1,8 milhões de acidentes ocorriam por ano. Nesta época houve grande
pressão, inclusive do Banco Mundial, de retirar qualquer empréstimo do Brasil se esse quadro
permanecesse. Atualmente, o SESMT ocupa um papel preponderante nas organizações. Não é possível tratar
de assuntos como globalização, competitividade, abertura de mercado, sendo o índice de acidentes de
trabalho um importante indicador de qualidade. O SESMT pretende promover a saúde e proteger a
integridade do trabalhador no local de trabalho e devem ser implementados obrigatoriamente em todas as
empresas privadas e públicas, órgãos públicos da administração direta e indireta, poderes Legislativo e
Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT em função do
grau de risco da atividade principal e o número de trabalhadores do estabelecimento.
8 - Atribuições do SESMT
Para execução do registro, deve ser apresentada ao Ministério do Trabalho a seguinte documentação
comprobatória, conforme disposto na NR 04.
Médico do Trabalho
Executa exames periódicos de todos os empregados ou em especial daqueles expostos a maior risco
de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais, fazendo o exame clínico e/ou interpretando os
resultados de exames complementares, para controlar as condições de saúde dos mesmos a assegurar
a continuidade operacional e a produtividade;
Executa exames médicos especiais em trabalhadores do sexo feminino, menores, idosos ou portadores
de subnormalidades, fazendo anamnese, exame clínico e/ou interpretando os resultados de exames
complementares, para detectar prováveis danos à saúde em decorrência do trabalho que executam e
instruir a administração da empresa para possíveis mudanças de atividades;
Faz tratamento de urgência em casos de acidentes de trabalho ou alterações agudas da saúde,
orientando e/ou executando a terapêutica adequada, para prevenir conseqüências mais graves ao
trabalhador;
Desempenha tarefas similares às que realiza o auxiliar de enfermagem, em geral, porém atuam em
dependências de fábricas, indústrias ou outros estabelecimentos que justifiquem sua presença.
PORTARIA 3275/1989
II - informar os trabalhadores sobre os riscos da sua atividade, bem como as medidas de eliminação e neutralização;
III - analisar os métodos e os processos de trabalho e identificar os fatores de risco de acidentes do trabalho, doenças
profissionais e do trabalho e a presença de agentes ambientais agressivos ao trabalhador, propondo sua eliminação ou seu
controle;
IV - executar os procedimentos de segurança e higiene do trabalho e avaliar os resultantes alcançados, adequando-os estratégias
utilizadas de maneira a integrar o processo prevencionista em uma planificação, beneficiando o trabalhador;
V - executar programas de prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho nos ambientes de trabalho,
com a participação dos trabalhadores, acompanhando e avaliando seus resultados, bem como sugerindo constante atualização
dos mesmos estabelecendo procedimentos a serem seguidos;
VI - promover debates, encontros, campanhas, seminários, palestras, reuniões, treinamentos e utilizar outros recursos de ordem
didática e pedagógica com o objetivo de divulgar as normas de segurança e higiene do trabalho, assuntos técnicos, visando
evitar acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho;
VII - executar as normas de segurança referentes a projetos de construção, aplicação, reforma, arranjos físicos e de fluxos, com
vistas à observância das medidas de segurança e higiene do trabalho, inclusive por terceiros;
VIII- encaminhar aos setores e áreas competentes normas, regulamentos, documentação, dados estatísticos, resultados de
análises e avaliações, materiais de apoio técnico, educacional e outros de divulgação para conhecimento e autodesenvolvimento
do trabalhador;
IX - indicar, solicitar e inspecionar equipamentos de proteção contra incêndio, recursos audiovisuais e didáticos e outros
materiais considerados indispensáveis, de acordo com a legislação vigente, dentro das qualidades e especificações técnicas
recomendadas, avaliando seu desempenho;
X - cooperar com as atividades do meio ambiente, orientando quanto ao tratamento e destinação dos resíduos industriais,
incentivando e conscientizando o trabalhador da sua importância para a vida;
XI - orientar as atividades desenvolvidas por empresas contratadas, quanto aos procedimentos de segurança e higiene do
trabalho previstos na legislação ou constantes em contratos de prestação de serviço;
XII - executar as atividades ligadas à segurança e higiene do trabalho utilizando métodos e técnicas científicas, observando
dispositivos legais e institucionais que objetivem a eliminação, controle ou redução permanente dos riscos de acidentes do
trabalho e a melhoria das condições do ambiente, para preservar a integridade física e mental dos trabalhadores;
XIII - levantar e estudar os dados estatísticos de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho, calcular a freqüência
e a gravidade destes para ajustes das ações prevencionistas, normas regulamentos e outros dispositivos de ordem técnica, que
permitam a proteção coletiva e individual;
XIV - articular-se e colaborar com os setores responsáveis pelo recursos humanos, fornecendo-lhes resultados de levantamento
técnicos de riscos das áreas e atividades para subsidiar a adoação de medidas de prevenção a nível de pessoal;
XV - informar os trabalhadores e o empregador sobre as atividades insalubre, perigosas e penosas existentes na empresa, seus
riscos específicos, bem como as medidas e alternativas de eliminação ou neutralização dos mesmos;
XVI - avaliar as condições ambientais de trabalho e emitir parecer técnico que subsidie o planejamento e a organização do
trabalho de forma segura para o trabalhador;
XVII - articula-se e colaborar com os órgãos e entidades ligados à prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e
do trabalho.
Art. 2º - As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirimidos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho.
Art. 3º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
27.2. O registro do Técnico de Segurança do Trabalho será efetuado pela Secretaria de Segurança e Saúde
no Trabalho – SSST ou pelas Delegacias Regionais do Trabalho – DRT e concedido:
27.3. O requerimento para o registro poderá ser encaminhado diretamente pelo interessado à Secretaria de
Segurança e Saúde no Trabalho ou às Delegacias Regionais do Trabalho ou encaminhadas através dos
Sindicatos de Técnicos de Segurança do Trabalho ou Associações de Técnicos de Segurança do Trabalho.
27.3.1. O requerimento deverá incluir o nome completo e endereço do requerente e ser acompanhado da
seguinte documentação:
a) cópia autenticada do documento comprobatório de formação profissional, constantes na alínea “a”, “b”,
“c” ou “d” do item 27.2 desta NR (frente e verso se forem o caso);
Ministério do Trabalho
Brasília – DF
Legislação Acidentaria:
Dados do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS verifica-se através do Anuário Estatístico do INSS que
o número total de acidentes de trabalho nos últimos anos tem apresentado uma tendência crescente, a saber:
em 1999. Foram registrados 370 mil acidentes, em 2004 foram 465 mil, em 2005 foram 499 mil, em 2006
foram 512 mil e em 2007 foram registrados 653 mil. O crescente aumento do número de acidentes fora
justificado como decorrente do aumento do número de empregos gerados na última década
Conforme artigo 19 da Lei nº. 8.213/91, o acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa e que produza na obreira morte, lesão corporal ou perturbação funcional que provoque redução
ou perda (temporária ou permanente) da capacidade para o trabalho. Para caracterizá-lo é indispensável à
existência de trabalho, a ocorrência de acidente, a ocorrência de lesão incapacitante ou morte, e o nexo causal
entre eles. Como relata ODONEL URBANO GONÇALVES (Manual de Direito Previdenciário - Acidentes do
Trabalho. SP: Atlas,1993, 2a. ed, p. 116.),
O acidente pode decorrer de um acontecimento brusco e repentino (acidente típico), quando a data do acidente
coincide com a do evento lesivo. Pode decorrer de doença do trabalho ou profissional, que foram equiparadas
legalmente ao acidente típico. Nesses casos, a data do acidente é uma criação jurídica, já que as doenças
ocupacionais são de lenta e progressiva evolução, pois são decorrentes de um ambiente de trabalho agressivo ou de
uma atividade laborativa agressiva. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
da empresa, ou ainda pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho permanente
ou temporário.
O ACIDENTE DO TRABALHO:
Consideram-se acidente do trabalho, as seguintes entidades:
- Doença profissional: assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício de trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da relação de que trata o Anexo II do Decreto n. 611/92;
- Doença do trabalho: assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em
que o trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente, desde que constante da relação do Anexo II
citado.
Não serão consideradas como doença do trabalho
- a doença degenerativa;
- a inerente a grupo etário;
- a que não produz incapacidade laborativa;
- a doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que resultou de exposição ou contato determinado pela natureza do trabalho.
Exceção
Além disso, outras normas previdenciárias e trabalhistas também possuem especificidade que exigem o
acurado estudo e detalhamento para o seu cumprimento, como no caso da NR-17, que trata das condições
ergonômicas no ambiente ocupacional, e quase sempre ignorada, já que ambientes de trabalho do tipo
"escritórios" e "lojas" parecem estar livres de acidentes e doenças, bem como do atendimento a normas
específicas, gerando, com o descumprimento graves passivos judiciais e/ou cíveis para as organizações. Vale
lembrar-se do caso dos treinamentos obrigatórios de segurança cupacional em que, não raro, a empresa não
possui documentação que comprove treinamento, bem como, que ocorreu as suas expensas...
Mais recentemente pela Medida Provisória nº 83, de 12 de dezembro de 2002, o Poder Público, adotou
novas normas quanto à aposentadoria especial no que tange as condições ambientais de trabalho,
determinando que até novembro, devam as empresas que possuam empregados, prestadores de serviço e até
cooperados, desde que estes exerçam suas atividades expostos a agentes nocivos à saúde ou integridade
física, emitir a "Dirben 8030", e a partir de então o "PPP", Perfil Profissiográfico Previdenciário, visando
assegurar a percepção dos benefícios previdenciários. Ou seja, existe um controle indireto sobre as
condições de trabalho, e que podem ser levadas a juízo para apreciação quando da ocorrência de doenças
e/ou acidentes.
Art. 932 do Código Civil
“São também responsáveis pela reparação civil”:
“III - O empregador ou comitente por seus empregados, serviçal e prepostos, no exercício do trabalho que
lhes competir, ou em razão dele;”
Na prática, isso significa que, se a empresa é acionada civilmente por ato ilícito nos casos de acidentes ou
doenças provocadas pelas condições de trabalho, e ficar provado que os profissionais de Recursos Humanos,
gestão e/ou administração de pessoal não adotaram providências que lhes competia em razão de seus cargos
ou função, a empresa poderá ingressar com uma ação regressiva contra estes profissionais e cobrar deles,
judicialmente, o valor a que a justiça impôs. A razão disso, é que tais profissionais devem orientar a
empresa, e executar todas as medidas voltadas para a proteção laboral, que está intimamente ligada ao seu
trabalho. Faz-se assim, necessário que os profissionais de gestão de RH e pessoal entendam os riscos
inerentes a procedimentos de omissão quanto ao cumprimento do capítulo V, título II da CLT e outras
normas prevencionistas, que não poderão ser explicados em juízo com a simples desculpa de excesso de
serviço ou de não saber como fazer, já que existem meios e instrumentos que lhes permitem tirar as
dúvidas.
A responsabilidade civil,tem como base o direito romano clássico que se fundamenta nos princípios da culpa
ou do risco social.Com a evolução da responsabilidade civil, a culpa permanece mas não como único
propósito e fundamento, a seu lado está o risco, onde a responsabilidade deixa de ser o motivo de sanção a
uma regra de comportamento, passando a ter uma distinção específica do fato material causador do dano, ou
seja, havendo fato gerador haverá obrigação de indenizar.
Todavia a responsabilidade civil abrange tanto a responsabilidade objetiva fundamentada no risco social,
cujas indenizações são de responsabilidade previdenciária, quanto à responsabilidade subjetiva, configurada
quando ficar demonstrado culpa ou dolo. Se for caracterizada culpa ou dolo por parte do empregador, este
responderá de forma autônoma, pelos danos resultantes de acidentes trabalhistas, conforme estabelece o art.
159 do C. Civil Brasileiro e o art. 7°, XVIII da CF, compartilhando ambos a um só objetivo: o ressarcimento
de danos
“XXVIII – Seguro contra acidente de trabalho, a cargo do Empregador, sem excluir a indenização a que
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa”.
O dolo segundo este artigo, deriva da intenção criminosa de lesar o empregado; e a culpa consiste na
omissão das medidas de segurança do trabalho, com a consciência do risco a que se expõe o trabalhador na
empresa.É responsável pela reparação civil o patrão, amo ou comitente por seus empregados, serviçal e
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou por ocasião dele, abrangendo as pessoas jurídicas
que explorem atividade industrial, conforme art. 1.521, inc. III e 1.522 do C. Civil.
Deveras o art. 159 do C. Civil, indica a qualidade do sujeito passivo do dano, pois réu será a pessoa que por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar ou causar prejuízo a outrem. Em regra a
responsabilidade é individual e direta. Se o dano for provocado por uma só pessoa, apenas ela deverá
responder pela indenização oriunda do ato lesivo que praticou. Existe ainda a responsabilidade por atos de
terceiros, também conhecida como responsabilidade indireta, que ocorre quando o indivíduo responde não
por fator próprio, mas pelo fato de outrem ou pelo fato das coisas ou de animais sob sua responsabilidade e
guarda (art. 1518, inc. III art. 1521 e art. 1522 do C. Civil). Insta salientar que, quando o empregado sofre
acidente de trabalho típico, ou doença profissional, devido ao não cumprimento das normas de segurança
pelo empregador, surge automaticamente à obrigação de reparação do dano (indenização civil), a cargo do
responsável direto ou indireto. Se este acidente de trabalho resultar em morte do empregado, a indenização
civil será extensiva as seus dependentes e/ou herdeiros,independentemente da indenização previdenciária
obrigatória (caso de culpa subjetiva) conforme determina o art. 1526 do C. Civil, in verbis:“O direito de
exigir reparação, e a obrigação de prestá-la transmitese com a herança, exceto nos casos que este código
excluir”.
Em resumo, a razão de alguém ser obrigado a ressarcir prejuízos morais e materiais por acidente trabalhista
não é simplesmente a culpa e sim a responsabilidade por ato ou fato gerador da lesão resultante da atividade
laborativa. Os artigos 157 e 158 da CLT deixam patentes as determinações impostas às empresas (nestes
artigos empresas são sinônimos de empregadores) no sentido de executar as normas de segurança e medicina
do trabalho, devendo conhecer as disposições legais pertinentes e as sanções tipo: multas e a interdição total
ou parcial do estabelecimento.
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