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ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Expeça-se

REQUERIMENTO Número /XI (2.ª) Publique-se

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PERGUNTA Número /XI (2.ª)
O Secretário da Mesa

Assunto: Construção da linha do metro para a Trofa

Destinatário: Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações

Ex.mo Sr. Presidente da Assembleia da República

A propósito da recente inauguração da Linha Laranja da rede do Metro do Porto, que vai servir parte do
Concelho de Gondomar, os mais altos responsáveis da empresa Metro do Porto, SA afirmaram que o
metro “só chegaria à Trofa depois de 2014”. Segundo o que veio relatado na imprensa, terá sido esta
espantosa e quase inacreditável declaração produzida pelo Presidente do Conselho de Administração da
Metro do Porto, Dr. Ricardo Fonseca, o qual terá também afirmado que, mesmo nessa hipótese, (do metro
vir a chegar à Trofa só depois de 2014…), “o lançamento dessa empreitada estará dependente de
estudos”!

Na altura, Ricardo Fonseca reconheceu que esta linha fazia parte da primeira fase da rede do Metro, mas
esqueceu-se de referir que, para que a linha fosse construída, foi retirado o comboio que sempre serviu as
populações entre a Maia e a Trofa. Esqueceu-se também de referir que, hoje, essas populações não têm
nem “pau nem bola”, isto é, nem comboio nem metro. Esqueceu-se, finalmente, de reconhecer que as
populações foram enganadas e estão à espera do metro há mais de dez anos, (por ser uma linha da
primeira fase), e que, depois de 2014, terão passado mais de 14 anos de falsas promessas e
compromissos para com as populações entre a Maia e a Trofa.

Disse, enfim, o Presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, SA que a linha para a Trofa
poderá ser desenvolvida um dia, certamente numa data posterior a 2014, rematando que “até lá não será
construída, numa fase posterior, os estudos dirão! ...

Conclui-se que, a confirmarem-se estas declarações públicas prestadas aos órgãos de Comunicação
Social, o Presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, SA faz depender a construção da
linha do metro para a Trofa, mesmo depois de 2014, do resultado de estudos!

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ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Estas declarações verdadeiramente surreais fazem recordar que, em Dezembro de 2009, foi lançado, por
este mesmo Conselho de Administração, o concurso para a extensão da linha verde do metro entre o
ISMAI e a Trofa, concurso este que se desenrolou ao longo de 2010 e que estava em fase de adjudicação
quando, em Dezembro de 2010, foi anulado.

Como é mais que evidente, um Conselho de Administração de uma empresa que lança um concurso
público internacional para a adjudicação da empreitada construção da linha da Trofa só o fez (só o pode
ter feito) depois de ter realizado todos os estudos necessários ao respectivo lançamento.

Não passa pela cabeça de ninguém que o Conselho de Administração da Metro tenha lançado a obra sem
que todos os estudos tivessem sido realizados e concluídos. A invocação, feita agora, da necessidade de
“estudos” para relançar a empreitada depois de 2014 (e só no caso dos estudos assim o determinarem), a
confirmar-se, não radica seguramente em critérios de verdade ou, então, pretende começar a tratar do
enterro definitivo do projecto de construção da extensão da linha verde para a Trofa.

A par destas declarações surgiram umas outras proferidas pela Presidenta da Câmara Municipal da Trofa,
não menos surreais e contraditórias. Sublinhou então esta Autarca que a “Metro do Porto está disponível
para participar na empreitada de regeneração urbana, gastando milhões de euros no Parque Nossa
Senhora das Dores”, sendo “esta uma prova de boa fé que a Metro do Porto está a dar”. Ora, estando a
construção da linha do metro para a Trofa, (segundo Ricardo Fonseca), adiada para depois de 2014 e,
mesmo nestas condições, pelos vistos dependente (a sua construção) de estudos que não se sabe o que
ditarão, não se percebe como é que a Metro do Porto vai participar no financiamento de obras de
regeneração urbana num Parque da Trofa, sendo que é também bem conhecida a decisão inequívoca
subjacente ao Memorando de Entendimento, subscrito em Maio de 2007, de que, doravante, a Metro do
Porto não faria, a nenhum título, qualquer obra de regeneração urbana fora dos canais de circulação das
composições.

Perante declarações tão polémicas, importa uma clarificação total desta questão, no sentido de confirmar
ou não o conteúdo do que foi pela Comunicação Social atribuído ao Presidente do Conselho de
Administração da Metro do Porto e ao que terá sido divulgado pela Presidente da Câmara da Trofa como
sendo responsabilidades assumidas pela Metro do Porto, aparentemente fora das respectivas atribuições.
Assim, e ao abrigo das disposições regimentais e constitucionais aplicáveis, solicita-se ao Governo, por
intermédio do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, resposta urgente para as
seguintes questões:

1. Confirma-se que é intenção da Metro do Porto avançar com a construção da linha da Trofa “só
depois de 2014”?

2. E confirma-se que a decisão de avançar com essa construção, mesmo depois de 2014, vai
depender do que “ditarão” estudos a realizar?

3. Mas que “estudos” são estes que vão ser ainda realizados? Quando vão ser realizados e por
quem? Que objectivos vão procurar determinar? Quando vão ser iniciados e concluídos?

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ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

4. Como é que tais “estudos” podem condicionar uma obra prometida há dez anos, que fazia parte
da primeira fase da rede do Metro, e que, neste momento, faz com que as populações entre a
Maia e a Trofa não tenham nem metro nem comboio?

5. Como se pode explicar, à luz de critérios de competência, que todos os estudos necessários para
a realização desta obra, não tenham sido já realizados? E como se explica que o CA do Metro,
também à luz de critérios de competência, tenha lançado um concurso internacional para uma
empreitada sem todos os estudos necessários ao seu correcto lançamento?

6. Ou será que tais “pretensos” estudos são apenas um pretexto falacioso para tentar agora
justificar, “cientificamente”, a decisão de enterrar de vez a linha da Trofa?

7. Como se pode compaginar com as afirmações atribuídas ao Presidente do Conselho de


Administração do Metro e com a necessidade de “realizar estudos”, a afirmação atribuída à
Presidente da Câmara da Trofa de que a Metro do Porto iria participar na “empreitada da
regeneração urbana, gastando milhões de euros no Parque Nossa Sra. Das Dores”? A Metro vai
pagar obras de regeneração urbana?

Palácio de São Bento, 27 de Janeiro de 2011

O Deputado:

(Honório Novo)

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