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1.

FONTES DE SOFT LAW QUE CONHECE ENQUANTO QUADRO NORMATIVO DOS


CONTRATOS INTERNACIONAIS
A maior parte das regras que se aplicam aos contratos internacionais são essencialmente soft
law, ou seja, um conjunto de regras que são adotadas por organizações não estaduais, transnacionais,
que procuram estudar, analisar e desenvolver as melhores regras aplicáveis ao comercio internacional.
Assim, não trata de regulamentação e legislação que não é considerada lei no sentido objetivo que
estudamos, tal como nos aparece no Código Civil ou no Código Penal, por exemplo (ou seja, códigos que
são devidamente aprovados por lei).
Assim, diz-se que soft law não criam, à priori, obrigações no campo do direito positivo uma vez
que são criadas por comerciantes para regular matéria no campo do direito internacional e são dotadas
de linguagem vaga e aberta o que pode não permitir a clara identificação de obrigações específicas e de
caráter vinculativo. São então normas flexíveis e que permitem interpretações e aplicações adaptadas às
necessidades das partes envolvidas num contrato internacional.
Em oposição à soft law existe a hard law, em que as normas derivadas deste direito são
obrigatórias e cujo conteúdo deixa pouca margem para negociação ou repactuação de cláusulas.
Existe assim diversas fontes de soft law:
 Convenção de Viena: A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados é um tratado
do direito internacional que estabelece as regras comuns para a assinatura de tratados entre Estados-
nações. Foi elaborada em 1969 pela Comissão de Direito Internacional (CDI), uma instituição das Nações
Unidas, e só foi efetivamente aprovada em Abril de 1980. Esta convenção procurou criar um regime
jurídico atualizado e unificado para regular a compra e venda internacional de mercadorias e os direitos e
obrigações que esse contrato faz nascer entre o vendedor e o comprador.
Esta convenção respeita a contratos de compra e venda de mercadorias que tenham pontos de
conexão com estados diferentes. Esta convenção não regula as vendas de mercadorias compradas para
uso pessoal e familiar a menos que o vendedor, no momento da compra, não soubesse o fim a que daria
à coisa; não se aplica a compra e venda de leilões e não se aplica a empreitadas nem a contratos de
prestações de serviços. A convenção aplica-se apenas quando as partes quiserem e com as necessárias
reservas que as partes quiserem.
 Princípios UNIDROIT: Os Princípios do UNIDROIT sobre contratos internacionais do
comércio tiveram como função originária reduzir a imprevisibilidade relativa ao direito aplicável aos
negócios entre comerciantes internacionais, sendo concebidos para lidar especificamente com as
relações empresárias do comércio internacional, suprindo as exigências e características.
O que distingue os princípios UNIDROIT da Convenção de Viena é desde logo o facto da
Convenção de Viena se encontrar no direito internacional publico enquanto que os princípios UNIDROIT
não se enquadram no direito internacional publico mas sim na essência do direito internacional privado.
Estes últimos são mais amplos do que a Convenção de Viena uma vez que se aplicam a todos os
contratos e não apenas à compra e venda como acontece na convenção.
Os princípios UNIDROIT aplica-se quando as partes quiserem ou ainda quando, por
interpretação do contrato, tal se verificar. Se o contrato for regido pela lex mercatória então os princípios
UNIDROIT podem ser aplicados.
 Projeto do Código Europeu dos Contratos: os Princípios do Direito Europeu dos
Contratos são um projeto de caráter académico e não-governamental cujo objetivo é o de fornecer aos
operadores do comércio um conjunto de regras que são comuns aos vários Estados-Membros. Assim, ao
abrigo da sua autonomia privada, as partes num determinado contrato (seja entre nacionais de Estados
diferentes ou do mesmo Estado) podem designar como aplicáveis estes Princípios. Os PDEC não são
apenas um conjunto de princípios, mas sim autênticas regras que, em geral, encontram paralelo na
legislação dos Estados.
 Câmara de Comércio Internacional (ICC): é uma organização internacional não
governamental que tem como missão facilitar o comércio global através da eliminação de barreiras entre
países, promovendo a economia global, a criação de emprego e a prosperidade. Prossegue três
atividades fundamentais para facilitar as operações de comércio internacional: a redação de regras de
adesão voluntária, a disponibilização de serviços de resolução amigável de litígios e a definição de
princípios e orientações estratégicas. Neste sentido, a ICC ocupa-se de muitas matérias, desde a
arbitragem e a resolução de litígios, a defesa da liberdade de comércio e do sistema das economias de
mercado, a autorregulação dos negócios, o combate à corrupção e ao crime comercial.
 The International Federation of Consulting Engineers (FIDIC): é uma federação
internacional de consultores e engenheiros com sede na Suiça. É responsável por promover e
implementar os objetivos estratégicos da indústria de consultoria e por divulgar informações e recursos de
interesse para os seus membros. A FIDIC publica formulários padrão de contratos internacionais para
obras e para clientes, consultores, subconsultores, joint ventures e representantes; publica documentos
de práticas de negócios, como declarações de política, documentos de posicionamento e diretrizes e
organiza a conferência anual de infraestrutura internacional da FIDIC e um extenso programa de
seminários, oficinas de capacitação e cursos de treinamento.

2. CLAUSULA DE FORÇA MAIOR E UMA CLAUSULA DE HARSHIP


As clausulas de força maior assim como as de harship foram estipuladas para lidar com eventos
de natureza extraordinária que afetam a execução do contrato, para uma ou para ambas as partes, ora
tornando a sua execução impossível ora tornando-a excessivamente onerosa para uma das partes.
Para que se configure uma força maior é necessário que o evento ocorra fora do controlo de
qualquer uma das partes, que estas não tenham a possibilidade de evitar a ocorrência do evento e ainda
que nenhuma delas seja legalmente responsável, nos termos do contrato, e que a natureza do evento
seja capaz de destruir o que foi inicialmente estipulado no contrato. De modo geral, a clausula de força
maior pode ser caraterizada como uma exoneração de uma das partes, pois o cumprimento da sua
obrigação foi impedido pela superveniência de um facto imprevisível e inevitável. Não basta alegar que o
acontecimento de força maior impediu o cumprimento do contrato, é necessário demonstrar que foram
tomadas todas as providências possíveis para evitar as consequências de tal evento.
As cláusulas de hardship surgiram da prática dos contratos internacionais de longa duração, por
serem utilizadas pelos seus beneficiários, pois compensavam a falta de uniformização do Direito
Comercial Internacional, em razão das alterações das condições pactuadas no decorrer da sua execução
do contrato. Essa cláusula foi criada para permitir a renegociação do contrato, mediante o aparecimento
de um acontecimento fundamental que causasse um desequilíbrio nas partes, de maneira a que o seu
cumprimento ficasse prejudicado para uma das partes, não sendo, apesar disso, impossível, mas sim
diverso do anteriormente estipulado. Assim sendo, considera-se hardship a alteração substancial do
equilíbrio do contrato provocado por fatores, tais como, económicos, sociais, financeiros, legais,
tecnológicos, políticos, ou outros, que acarretam danos para qualquer uma das partes. Assim, surge a
cláusula de hardship como um instrumento apto a permitir o equilíbrio do contrato uma vez que a partir
desta torna-se possível a intervenção no contrato para promover o seu reajustamento de forma a distribuir
entre as partes os prejuízos decorrentes do desequilíbrio contratual tornando assim o contrato equilibrado.
3. INCOTERMS E QUAL A SUA FUNÇÃO NO ÂMBITO DO COMERCIO INTERNACIONAL
Tendo em vista a evolução das relações comerciais internacionais ao longo dos anos, surgiu
assim, uma necessidade de implementação de normas para uma negociação clara e padronizada entre
os vários países. Após a conceção de que o comércio internacional crescia e as dúvidas quanto ao
consenso do valor de um bem e se a troca seria justa eram um obstáculo, necessitava-se de uma maior
organização de alcance amplo, sendo criada para isso a Câmara Internacional do Comércio que tinha
como objetivo o aperfeiçoamento do comércio internacional daí o surgimentos dos incoterms. 
Os incoterms desempenham assim um papel fundamental no sentido de suprir as necessidades
geradas com a expansão do comércio internacional, e é de extrema importância para afastar erros caros
e custos não planejados, devido a alguma interpretação errada do contrato. As regras dos incoterms são
um padrão reconhecido internacionalmente e são utilizadas em todo o mundo quando se trata de
contratos nacionais e internacionais para a venda de mercadorias.
Assim, podemos dizer que os incoterms são cláusulas contratuais aplicadas na transações de
compra e venda internacional que têm como principal objetivo, a partir da interpretação precisa dos
termos utilizados nos contratos de compra e venda, promover a harmonia nos negócios internacionais.
Estes regulam apenas a relação entre comprador e vendedor, devendo pois, ser utilizados como cláusula
contratual do contrato de compra e venda.
É importante definir qual será o INCOTERM utilizado em cada negociação, pois ele é que dirá
quando e quem irá se responsabilizar e arcar com os custos da mercadoria, se é o exportador ou o
importador. Além disso, é necessário que o exportador coloque na fatura comercial qual o incoterm que
será utilizado. A fatura comercial é o documento que reflete a relação de compra e venda entre o
importador e o exportador.
As regras já foram modificadas seis vezes desde 1936, para se manterem atualizadas com o
desenvolvimento do comércio internacional. A versão mais recente, denominada Incoterms 2010
encontra-se dividida em duas classes distintas, sendo uma a das regras para qualquer modo ou modos
de transporte: EXW, FCA, CPT, CIP, DAT, DAP, DDP, enquanto a outra consiste nas regras para o
transporte marítimo e fluvial: FAS, FOB, CFR, CIF.
 EXW – Ex Works (Á disposição): Representa o mínimo de responsabilidade para o
exportador, pois o exportador só terá que disponibilizar a carga para que o importador recolha a carga. O
importador é responsável desde a coleta da mercadoria no local do exportador que essa estiver, será
responsável também pelo desembaraço aduaneiro para exportação, pelo pagamento do frete, do seguro
internacional e quaisquer coisas que aconteçam com a carga durante o trajeto do país do exportador até
o país do importador. O exportador não tem responsabilidade sobre a carga simplesmente tem que
disponibilizá-la no local que mantenha a mercadoria para que o importador recolha essa mercadoria, o
importador também é responsável por carregar o veículo coletor.
 FCA – Free Carrier (Livre do transportador): O exportador deve desembaraçar a
mercadoria para exportação e disponibilizá-la para o transportador internacional no local indicado pelo
importador, ou seja, o exportador é responsável por retirar a mercadoria de seu armazém, fábrica ou
empresa, levar até o local indicado pelo importador e fazer o desembaraço dessa mercadoria para
exportação, ele tem custos com a carga até o momento de entregá-la ao transportador internacional,
depois disso as responsabilidades sobre a carga passa a ser do importador.
O responsável pelo carregamento do veículo coletor vai depender do local onde foi combinado
para a entrega da mercadoria ser feita. Se a entrega for feita nas dependências do exportador como, por
exemplo, no armazém do exportador, é o exportador que deverá fazer o carregamento do veículo coletor.
Se a entrega for feita em qualquer outro lugar que não no território do exportador o carregamento do
veículo coletor será de responsabilidade e custo do importador.
 FAS – Free Alongside Ship (Livre ao lado do navio): O exportador terá a
responsabilidade de colocar a carga ao lado do navio do transportador, ou seja, retirar a mercadoria de
seu armazém ou fábrica, levar até ao lado do navio transportador e fazer o desembaraço aduaneiro dessa
mercadoria para exportação, sua responsabilidade então, vai até o momento em que esse disponibiliza tal
mercadoria ao lado do navio desembaraçada para exportação. Tendo isso, o importador terá que fazer o
carregamento da mercadoria no navio. Se ocorrer algum problema no carregamento da mercadoria os
custos e responsabilidades serão do importador.
 FOB – Free On Board (Livre a bordo): Todos os custos e responsabilidades com a
carga são do exportador até a mercadoria estiver a bordo do navio, ou seja, o exportador terá que retirar a
mercadoria de suas dependências, levar até o porto, fazer o desembaraço aduaneiro para exportação e
colocar a mercadoria a bordo do navio, se houver qualquer problema antes de a mercadoria estiver a
bordo os custos e responsabilidades serão tudo por conta do exportador. A partir do momento que a
mercadoria estiver a bordo do navio será de responsabilidade e custos do importador como o frete,
seguro internacional e quaisquer outras despesas.
 CFR – Cost and Freight (Custo e frete): O exportador tem um pouco mais de custo,
pois ele tem que retirar a mercadoria de suas dependências, desembaraçar a mesma para exportação e
fazer o pagamento do frete internacional até o porto de destino, porém não é responsável pelo seguro
internacional. A responsabilidade do exportador sobre a carga termina no porto de origem no
carregamento da mercadoria, apesar dos custos serem até o porto de destino. As responsabilidades com
a carga passa a ser do importador do carregamento dessa em diante.
 CIF – Cost, Insurance and Freight (Custo, seguro e frete): as despesas de seguro
ficam a cargo do exportador. O exportador deve entregar a mercadoria a bordo do navio, no porto de
embarque, com frete e seguro pagos. A responsabilidade do exportador cessa no momento em que o
produto cruza a amurada do navio no porto de destino.
 CPT – Carriage Paid to (Transporte pago até): O exportador terá que retirar a
mercadoria de suas dependências, desembaraçar a mercadoria para exportação e disponibilizar essa
mercadoria para o transportador internacional que levará a mercadoria até o país de destino, destino esse
designado pelo importador. A responsabilidade do exportador só vai até a entrega da mercadoria ao
transportador internacional, embora os custos inclusive do transporte internacional sejam até o país de
destino. Porém, o exportador não tem que pagar o seguro internacional, quem paga é o importador caso
tenha interesse.
 CIP – Carriage and Insurance Paid to (Transporte e seguro pagos até): Além de
pagar o transporte internacional da mercadoria o exportador também pagará o seguro. Após a entrega da
mercadoria ao transportador internacional cessa a responsabilidade do exportador, porém o custo com
transporte e seguro vai até o país de destino.
 DAT – Delivered At Terminal (Entregue no Terminal): Esse incoterm substituiu o
antigo DEQ no qual estabelece que o exportador terá que retirar a mercadoria de suas dependências,
fazer o desembaraço para exportação e fazer o pagamento do seguro e do frete internacional até o porto
de destino, sua responsabilidade e os custos cessará no momento em que a mercadoria estiver no
terminal designado. O exportador somente faz o desembaraço de exportação no seu país de origem já o
importador fará o desembaraço de importação no país de destino.
 DAP – Delivered At Place (Entregue no Local): estabelece que o exportador terá que
levar a mercadoria até um local combinado com o importador para ser desembarcada no veículo
transportador, além disso, o exportador tem que fazer o desembaraço para exportação dessa mercadoria
e assume todos os riscos até a entrega da mercadoria.
 DDP – Delivered Duty Paid (Entregue direitos pagos): O exportador terá que retirar a
mercadoria de suas dependências, fazer o pagamento do seguro e do frete internacional até o país de
destino e fazer o desembaraço para exportação e também de importação, ou seja, terá que liberar a
mercadoria na alfândega do país do importador, significando assim o máximo de responsabilidades para
o exportador. As responsabilidades e custos do exportador cessarão quando este disponibilizar a
mercadoria no local combinado com o importador.

4. MEIOS DE RESOLUÇÃO DE LITIGOS


A. Conciliação: a conciliação é um método utilizado em conflitos mais simples ou restritos, no qual
o terceiro adota uma posição mais ativa, porém neutra e imparcial. A conciliação procura uma
harmonização social e a reconciliação, dentro dos limites possíveis, da relação social das partes. O
conciliador pode propor uma solução para o conflito, tendo portanto um papel mais ativo do que o
mediador, mas o conciliador não tem poderes para resolver o litígio.

B. Arbitragem (artigo 211º nº2 CRP e Regime da Arbitragem Voluntária): Na arbitragem, as partes,
através de um acordo de vontades que se designa por convenção de arbitragem, submetem a decisão do
litígio a árbitros por elas escolhidos.
A arbitragem pode ser:
 Ad hoc: é conduzida sem o recurso a uma autoridade administrativa e,
geralmente, sem o auxílio de regras processuais institucionais. Está totalmente dependente da
cooperação entre partes, as quais têm de designar um árbitro ou árbitros, que resolvem o litígio sem a
supervisão institucional e têm de definir as suas próprias regras processuais aplicáveis.
As partes recorrem à arbitragem ad hoc quando desejam ter um controlo do procedimento
arbitral, em vez de estarem sujeitas à administração ou controle institucional e quando o valor em disputa
não é significativo. É também geralmente usada quando as partes são incapazes de concordar com a
instituição de arbitragem uma vez que, sendo as partes incapazes de se decidir, a arbitragem ad hoc
acaba muitas vezes por ser o compromisso final.
A arbitragem ad hoc pode ser menos dispendiosa do que a arbitragem institucional, uma vez que
não há um secretariado institucional a pagar. Contudo, convém não esquecer que, mesmo na arbitragem
ad hoc, os próprios árbitros precisarão de desempenhar funções administrativas básicas, que podem
acarretar despesas iguais ou maiores que as de uma instituição arbitral. Por outro lado, é importante não
esquecer que se trata de uma instituição que vai ser criada do zero e terá de funcionar perfeitamente e
isso acarreta um enorme trabalho para as partes.
 Institucionalizada: ou seja, o tribunal arbitral é constituído no âmbito de uma
instituição privada já criada para tal designada de centro de arbitragem. Essas instituições possuem
normalmente um regulamento de arbitragem próprio, um órgão de decisão que nomeia árbitros e toma
certas outras decisões, e uma equipa de profissionais que organiza e administra arbitragens. É importante
realçar que uma instituição arbitral não resolve a disputa substantiva subjacente entre as partes nem atua
como árbitro, mas, em vez disso, administra processos que são conduzidos e decididos por árbitros
individuais.
Claramente que estes serviços prestados por estas instituições arbitrais têm um preço, que é
adicional aos honorários e despesas dos árbitros. Cada instituição arbitral tem uma tabela de honorários
que especifica quais os valores cobrados, assim como a base para o cálculo dessas taxas, a qual, regra
geral tem por base uma percentagem do valor em disputa.
Por outro lado, há inúmeras vantagens em se recorrer a uma arbitragem institucionalizada:
 Existe uma maior previsibilidade e regularidade face à arbitragem ad hoc.
 No início de uma arbitragem entre partes às vezes inexperientes e de diferentes culturas
jurídicas, o papel de uma instituição em levar adiante o processo arbitral pode ser altamente construtivo e
eficiente.
 Caso o demandado não nomeie um arbitro, a instituição arbitral normalmente procederá
à designação do árbitro em falta, de acordo com as suas regras institucionais. Deste modo, evita-se a
necessidade de recorrer aos tribunais nacionais para a nomeação judicial de árbitros, que geralmente
leva mais tempo e dinheiro para produzir resultados menos apropriados do que uma instituição arbitral
competente.
 A existência de uma instituição arbitral, cujas regras abordam a questão dos honorários
dos árbitros, evita que as partes sejam obrigadas a negociar diretamente com os árbitros sobre os seus
honorários, e isso permitirá que os árbitros se concentrem apenas na resolução do litígio, em vez de
discutir com as partes um assunto de índole pessoal.
 Por fim, a arbitragem institucionalizada liberta as partes da necessidade de
negociar e redigir as regras processuais, na medida em que a submissão de um litígio a uma instituição
de arbitragem importa a aceitação do respetivo regulamento.

A arbitragem pode ser voluntária (quando há um acordo entre as partes que, em caso de litigio,
ele deve ser resolvido pelo tribunal arbitral) ou necessária (casos especificamente previstos na lei que
preveem que certos litígios só podem ser submetidos à apreciação de tribunais arbitrais e não tribunais
judiciais públicos, por exemplo em matéria relativa a medicamentos genéricos).
A arbitragem pode ser interna (aquela que está em contacto apenas com um estado) ou
internacional (quando o litigio põe em causa os interesses do trafego internacional).
A arbitragem está prevista na LAV e para que haja uma arbitragem é necessário que exista uma
convenção arbitral, ou seja, um acordo negocial entre as partes que tem por objeto a previsão da
constituição de um tribunal arbitral em caso de litigio. Para a constituição de uma convenção arbitral é
necessário que estejam previstos certos requisitos, sob pena de nulidade (artigo 3º LAV):
 Requisitos relativos à relação jurídica que é submetida à apreciação do tribunal arbitral:
não é qualquer questão que pode ser apreciada por este tipo de tribunal mas sim situações que versem
sobre interesses de natureza patrimonial (artigo 1º nº1 LAV) ou litígios sobre os quais as partes possam
celebrar transação comercial (artigo 1º nº2 LAV);
 Deve observar forma escrita (artigo 2º nº1 LAV). Atenção que se não for observada esta
forma mas o autor alegar que celebrar com o réu uma convenção de arbitragem e o réu não contestar
então entende-se que este requisito foi observado (artigo 2º nº5 LAV).
Os efeitos da convenção arbitral variam consoante o litigio seja presente ou futuro uma vez que
existem dois tipos de convenção arbitral (artigo 1º nº3 LAV):
 Compromisso arbitral (litígio presente): celebrado quando surge um litigio entre as
partes, e esse litígio pode estar a ser apreciado por um tribunal publico, mas as partes a certa altura
decidem
que é melhor recorrer a um tribunal arbitral dada a prossecução dos seus interesses. Logo, o
compromisso
arbitral é causa da extinção da instância uma vez que o litígio vai deixar de correr num tribunal publico e
vai passar a correr no tribunal arbitral (artigo 277º b) e 280º CPC).
 Clausula compromissória (litigio eventual futuro): as partes num contrato estabelecem
que em caso de litígio futuro a solução será submetida a tribunal arbitral. Os tribunais judiciais são
absolutamente incompetentes para conhecer desta causa e, como tal, estamos perante uma exceção
dilatória (artigo 577º a) CPC) e o réu poderá ser absolvido da instância (artigo 99º nº1 CPC).
O conhecimento do litígio é, como já referimos, reservado ao árbitro. Pode ser árbitro qualquer
pessoa singular que seja plenamente capaz. A responsabilidade para escolher o árbitro cabe às partes. O
árbitro deve ser imparcial e independente (artigo 9º nº3 LAV). Deve existir, no mínimo, 1 árbitro (artigo 8º
nº1 LAV) e, caso as partes não tenham estipulado nada previamente em convenção então deve designar-
se 3 árbitros- cada parte designa um árbitro e esses dois árbitros escolhem o árbitro presidente (artigo 8º
nº2 e 10º nº3 LAV). O árbitro tem a liberdade de o ser ou não, ou seja, de aceitar ou rejeitar (artigo 12º
LAV) e tem o direito a uma remuneração. Uma vez aceite só pode desincumbir-se das suas funções se
houver justa causa ou alguma impossibilidade.
O dever principal do árbitro é o dever de conduzir o processo e decidir a causa. Pode também ter
alguns deveres alterais, como o de siligo relativo a todas as informações que obtenha no desencadear do
processo (artigo 30º nº5 LAV).
A LAV não fixa regras processuais precisas, elas poderão ser livremente acordadas pelas partes
(artigo 30º nº2 LAV). Em todo o caso, a LAV fixa parâmetros que têm de ser respeitados por estas regras
processuais portanto a liberdade que as partes têm de acordar “o que quiserem” no contrato não é total,
sob pena da decisão vir a ser anulada (artigo 46º nº3 a) CPC).
O fim do processo arbitral é tendencialmente sempre o mesma: obter uma decisão sob a forma
de
sentença proferida pelos árbitros. A sentença pode ser proferida com base em três fundamentos: os
árbitros
decidirem segundo o direito estrito (artigo 39º nº1 LAV); os árbitros decidiram com base na equidade
desde
que tenham acordado previamente (artigo 39º nº2 LAV); os árbitros decidirem com apelo ao equilibro dos
interesses em jogo (artigo 39º nº3 LAV), atenção que nesta hipótese não é possível recurso.
A decisão tem de ser tomada pela maioria dos árbitros; se não houver maioria então a decisão
do
presidente do tribunal arbitral é a que prevalece (artigo 40º nº1 parte final LAV).
A particularidade da arbitragem é que as partes podem dispensar a fundamentação da sentença
(artigo 42º nº3 LAV). A sentença arbitral vale como sentença de tribunal judicial, não precisando de
reconhecimento, mesmo que não tenha fundamentação (artigo 47º LAV). A única forma que as partes têm
de atacar a decisão é depois de transitar em julgado e pedirem a respetiva anulação (artigo 46º LAV).
Este
direito é irrenunciável (artigo 46º nº5 LAV) e tem de ser exercido no prazo de 60 dias contados da data da
notificação da sentença (artigo 46º nº6 LAV).

C. Mediação (lei 29/ 2013 de 19 de Abril): intervém para a resolução de litígios o mediador, cuja
função é aproximar as partes para que elas coloquem termo ao seu conflito. Na mediação, há um terceiro
que é chamado a intervir, mas que não decidirá sobre a causa, tem apenas uma mera função de
aproximação das partes para que elas próprias possam resolver o litigio de forma negocial (uma vez que
a situação resolvesse pelo consenso e não pelo esclarecimento relativo da posição de cada uma) (artigo
2º a).
A mediação é um meio de resolução de litígios que pode garantir uma decisão particularmente
rápida; apto a realizar litígios que obriguem a um certo conjunto de conhecimentos especializados; trata-
se
de um mecanismo com uma certa discrição, longe dos olhares públicos. Por outro lado, não goza de
todas
aquelas garantias que estão associadas ao sistema publico de justiça (apesar de o terceiro ter de ter uma
certa formação jurídica) e tem custos associados.
O mecanismo da mediação pode ter lugar em três contextos diferentes: pode surgir por acordo
celebrado entre as partes para resolver um litigo atual (artigo 16º nº2); as partes podem celebrar uma
convenção de mediação para no caso de ocorrer um litigio recorrerem a este mecanismo (artigo 12º nº1 e
nº4); a ação dá entrada num tribunal judicial e, posteriormente, é determinado pelo juiz (artigo 273º nº1
CPC) ou pelas partes que o conflito passará a estar sujeito a mediação (artigo 273º CPC).
No que toca ao litigo, ele só pode ser sujeito a mediação caso a relação material seja de
natureza
patrimonial (artigo 11º nº1) ou caos as partes possam celebrar transação sobre o direito controvertido
(artigo
11º nº2).
A mediação é sempre voluntária (artigo 4º) uma vez que a mediação assenta no consenso e este
só é livre se a parte continuar a gozar da liberdade de aceitar ou rejeitar o acordo. Assim, na base do
procedimento da mediação tem de estar um acordo entre as partes. O consentimento o que as partes
derem
sobre a mediação pode ser revogado a todo o momento (artigo 4º nº2), a isto designamos de acordo
eficaz
não vinculante.
O mediador (artigo 2º b)) é um terceiro que deve ser imparcial, independente, sem poderes de
imposição, mas que tem por função auxiliar as partes na obtenção de um acordo. Este mediador deverá
frequentar ações de formação para que possa adquirir competências adequadas ao exercício da sua
atividade (artigo 8º e 24º). A escolha do mediador cabe às partes (artigo 17º nº1) ou nos termos do artigo
30º terá de ser designado um dos mediadores inscritos no sistema (artigo 38º). O mediador tem um dever
de sigilo em relação a todos os factos que tome conhecimento no decorrer do processo de mediação-
principio da confidencialidade (artigo 5º). Para que as partes possam participar em condições de paridade
no procedimento de mediação o mediador tem de respeitar o principio da igualdade e imparcialidade
(artigo 6º). E, para aproximar as partes, o mediador não está sujeito, aquela concreta atividade de
mediação, às indicações de qualquer outra pessoa- principio da independência (artigo 7º).
O procedimento da mediação inicia-se com a realização de uma sessão de pré-mediação de
forma
a informar as partes das regras e funcionamento deste mecanismo (artigo 16º nº1). Assim, se as partes
quiserem prosseguir com a mediação assinam um protocolo de mediação (artigo 16º nº2) onde constam
todos os elementos relevantes para a mediação. As sessões de mediação ocorrem na presença das
partes,
acompanhadas de advogados/solicitadores e mediadores. Na mediação não é necessário obedecer a
nenhuma tramitação precisa, cabe ao mediador adaptar a sua técnica. O procedimento termina nos casos
do artigo 19º.
Existem dois tipos de mediação:
 Mediação na pendência de processo judicial: o que acontece é que a ação estava a
correr mas decidiu-se submeter antes ao mecanismo da mediação. Assim, a instancia vai suspender, vai
ocorrer a mediação e obtém-se o acordo. A instancia durante este tempo todo continua suspensa por
isso, vai ser necessário homologar o acordo das partes. Se for obtido acordo ele é enviado para o tribunal
para ser homologado (artigo 273º nº5 CPC) e assim a instancia extingue-se por acordo das partes.
 Mediação fora da pendência de um processo judicial: se o acordo de mediação
respeitar os pressupostos do artigo 9º n1 então não carece de ser homologado e tem imediatamente força
executiva (desde que o mediador conste da lista oficial). Nos restantes casos, o acordo não vale logo
como
exequível, as partes têm de promover a homologação judicial do acordo (artigo 14º). Se o fizer o acordo
passará a ter força executiva.

D. Julgados de Paz (artigo 209º nº2 CRP, artigo 151º LOSJ e lei 78/2001 de 13 de julho): são
tribunais dotados de características próprias de funcionamento e organização. Tem como objetivo uma
maior simplicidade e menores exigências procedimentais. Por consequente, os custos são extremamente
baixos. O juiz de paz tem um estatuto próprio, muito embora não seja magistrado, goza das garantias dos
próprios trabalhadores que desempenham funções públicas (artigo 29º). As funções deste juiz são
exercidas em exclusivo (artigo 27º nº1), não podendo desempenhar outra atividade pública ou privada.
Estes são designados por um período de 5 anos (artigo 25º nº1) e são avaliados nos termos do artigo 25º
nº3. O juiz de paz tem de observar os requisitos do artigo 23º nomeadamente o facto de ter de ter
nacionalidade portuguesa, ter licenciatura em Direito e ter mais de 30 anos. O recrutamento para ser juiz
de paz é feito através da realização de provas (artigo 24º) contudo, há certas pessoas que estão
dispensadas dessas provas nomeadamente aquelas que têm profissões relacionadas, por exemplo:
docentes de direito, magistrados judiciais (artigo 24º nº2).
Os julgados de paz só têm competência em algumas matérias e não têm competência sobre
todo
o território (artigo 65º). Operam como uma categoria de órgãos autónomos, mas cujas competências
estão
articuladas com os tribunais judiciais. Esta coordenação funcional revela-se em três características: da
decisão do julgado de paz cabe recurso para o tribunal de 1ª instância (artigo 62º nº2); se a ação for
proposta junto do julgado de paz e, se este for incompetente, deverá remeter-se o processo para um
tribunal
competente (artigo 7º); se for necessária a produção de prova pericial o processo é remetido para o
tribunal
de 1ª instância e depois de feita a prova é devolvido ao julgado de paz (artigo 59º nº4). Neste último caso
o tribunal judicial desempenha uma função de auxilio do julgado de paz.
Os julgados de paz só têm competência para ações declarativas (artigo 6º nº1), caso se pretenda
recorrer a uma ação executiva então a ação tem de ser intentada num tribunal comum. Têm competência
para ações cujo valor não exceda 15 000€ (artigo 8º). Relativamente à matéria do litigio, terá de se tratar
de ações de natural obrigacional ou real (artigo 9º nº1), excluindo-se assim ações de natureza pessoal,
familiar e sucessória. Excluem-se ainda as ações pecuniárias que digam respeito a um contrato de
adesão (artigo 9º nº1 a) 2ª parte). Os julgados de paz são também competentes para apreciar os pedidos
de indemnização cível quando não haja sido apresentada participação criminal ou após desistência da
mesma nos termos do artigo 9º nº2. Logo, os julgados de paz não têm competência em matéria penal, só
civil.
Relativamente à competência:
 Ações relativas a bens pessoais de gozo ou reais devem ser propostas no foro da
situações dos bens (artigo 11º nº1);
 Ações relativas ao cumprimento e não cumprimento de obrigações vale o foro
alternativo, ou seja, no lugar do cumprimento da obrigação ou no domicílio do demandado (artigo 12º
nº1);
 Ações relativas à responsabilidade civil baseada em facto ilícito ou no risco a ação deve
ser proposta no lugar onde o facto ocorreu (artigo 12º nº2);
 A regra supletiva é o julgado de paz competente ser o do domicílio do demandado
(artigo 13º nº1); se for uma pessoa coletiva pública é na sua sede (artigo 14º). Depois de se aplicar esta
regra terá
que se ver se existe ou não julgado competente no lugar do domicílio ou da sede da pessoa coletiva. Se
não existir, entende-se que é causa que não é da competência dos julgados de paz no seu conjunto.
Relativamente à incompetência dos julgados de paz, regra geral, é do conhecimento oficioso e
tem como consequência a remessa para o tribunal competente (artigo 7º). A questão que surgiu neste
sentido foi a de saber se a competência dos julgados de paz quando lhes é atribuída é exclusiva ou
concorrente da dos tribunais judiciais, assim esta questão foi resolvida pelo acórdão uniformizador de
jurisprudência 11/2007, onde diz-nos que a competência dos julgados de paz é concorrente/alternativa.

5. TRIBUNAIS JUDICIAIS:
Vantagens:
 Manifestação do Estado: o Poder Judiciário representa a manifestação estatal com
vistas à pacificação social e à busca de segurança jurídica para as partes e, de forma ampla, para os
cidadãos.
 poder de coação: o Estado está autorizado a utilizar o poder coercitivo, dentro dos
limites legais, para que haja cumprimento de suas decisões. Esse poder coercitivo é proibido ao
particular, pois a violência é reprimida pelo Estado. Nesse mesmo sentido, a sentença arbitral não pode
ser efetiva se a parte não quiser cumpri-la, sendo necessário recorrer ao Estado para o seu cumprimento;
 Garantia do princípio da imparcialidade: a distribuição do processo, em regra, de forma
aleatória, pode colaborar para a igualdade de julgamento e a imparcialidade do julgador, sendo uma
garantia de justiça para as partes. No processo arbitral, a escolha do julgador pelas partes pode ser
benéfica no sentido da confiança e da especialização, mas também pode trazer parcialidade em alguns
casos.

Desvantagens:
 Não pode ser escolhido o juiz ao contrário do que acontece na arbitragem
 Não há confidelidade no processo, ao contrário do que acontece na arbitragem. No
procedimento arbitral as decisões e todos os passos do processo, não são públicas, pelo que apenas as
partes interessadas têm acesso ao seu conteúdo.
 Nos tribunais judiciais os processos muito demorados, enquanto que nos tribunais
arbitrais isso não acontece dada a própria natureza do procedimento Arbitral, bem como a flexibilidade
dos prazos que o carateriza, os processos submetidos a decisões de um Tribunal Arbitral, são concluídos
de forma muito mais célere do que os processos que correm termos nos Tribunais Judiciais.
 Das decisões proferidas em sede de arbitragem, não cabe recurso evitando-se a
espera, por vezes durante vários anos, pela decisão que faça caso julgado.

6. PRNINCIPIOS UNIDORM: São um conjunto de princípios e regras criadas pelo instituto para a
uniformização do direito privado que têm como finalidade a uniformização do direito privado internacional,
procurando sempre evitar a incerteza e a insegurança que possa resultar numa situação de comercio e
contratos internacionais. Assim, são um conjunto sistematizado de soluções que um vasto grupo de
especialistas provenientes de diferentes culturas jurídicas considerou serem comuns aos principais
sistemas nacionais e (ou) mais adequadas aos contratos internacionais.
Em 1971 houve um programa de trabalho para a elaboração destes princípios de formar a criar
um conjunto de normas que regulem a contratação internacional. Em 1980 é constituído um grupo de
trabalho especial com o objetivo de preparar os vários capítulos dos princípios e em 1994 surge o texto
inicial dos princípios, sendo aprovados e publicados. A grande preocupação destes princípios UNIDROIT
era tentar criar um equilíbrio entre as partes- credor e devedor- colocando-os numa posição de igualdade.
Em 2004 os princípios foram revistos e ampliaram-se os princípios e introduziu-se novas figuras. Em 2009
surge uma nova edição, não sendo uma revisão mas sim uma nova atualização e introduziu-se novas
matérias nomeadamente a restituição em caso de invalidade do contrato, ilegalidade, condições e
pluralidade de credores e devedores. Em 2016, ultima atualização, não surgiram mais artigos mas foram
modificados 6 preceitos.
Estes são aplicados em diversos casos:
 Quando as partes tenham acordado que os seus contratos serão regidos por estes
princípios UNIDROIT- remissão expressa.
 Serão aplicados uma remissão tácita através dos princípios gerais de direito ou lex
mercatória ou outra fórmula equivalente.
 Podem se aplicar quando as partes não tiverem escolhido qualquer lei para o seu
contrato.
 Caso seja impossível determinar a regra pertinente àquela situação devem ser utilizados
para interpretar ou servir de complemento à interpretação de leis uniformes.
 Na interpretação ou integração do direito nacional
 Podem servir de modelo aos legisladores nacionais e internacionais

Características dos princípios:


 Não vinculantes (= soft law);
 Por persuasão;
 Carater internacional;
 De conteúdo técnico;
 Coerência e clareza;
 Neutralidade
 Incompreensivos (= são abrangentes);
 Flexíveis.

 CAPITULO 1- PRINCÍPIOS GERAIS


 Artigo 1.1- liberdade contratual: as partes são livres para celebrar um contrato e
determinar o seu conteúdo.
 Artigo 1.2- liberdade de forma;
 Artigo 1.3- pacta sunt servanda/ Os contratos são vinculativos para as partes e
devem ser pontualmente cumpridos;
 Artigo 1.4- Primazia das regras imperativas: (A) faz um contrato internacional e
está sujeito a estes princípios muito bem mas depois há regras imperativas de cada um dos estados que
é necessário observar e respeitar;
 Artigo 1.5- exclusão ou modificação pelas partes, ou seja, as partes podem
modificar o que vem previsto neste princípios;
 Artigo 1.6- interpretação e suplementação dos princípios: Tem-se sempre em
conta o seu carater internacional e a sua finalidade, notadamente a necessidade de promover a
uniformidade da sua aplicação, ou seja, para interpretar os princípios normalmente utiliza-se os próprios
princípios.
Os princípios UNIDROIT não cobrem todas as especificidades do contrato e há, por isso,
aspetos que não estão nestes princípios UNIDROIT. Se houver questões que não estão dentro dos
princípios UNIDROIT serão na medida do possível resolvidas em sintonia com os princípios gerais do
direito em que os princípios se inspiraram.
 Artigo 1.7- principio da boa fé: as partes devem proceder em conformidade com
as exigências da boa fé no comercio internacional (1) e não podem excluir nem limitar o alcance desta
obrigação (2). A boa fé em comercio internacional tem que se pautar pela transparência e honestidade
das partes uma vez que muitas vezes nem se conhecem;
1
 Artigo 1.8- venire contra factum proprium / probição do comportamente
inconsistente, ou seja, (A) comete uma falta e depois vai querer tomar beneficio dessa falta. uma parte
não pode agir em contradição com uma expetativa que suscitou na outra parte quando esta ultima tenha
razoavelmente confiado em tal expetativa e, em consequência, agido em seu próprio detrimento. Isto
surge em consequência do principio da boa fé.
 Artigo 1.9- as partes vinculam-se pelos usos nos quais tenham consentido e
pelas praticas que tenham estabelecido entre si (1). As partes vinculam-se aos usos que, no comércio
internacional, sejam amplamente conhecidos e regularmente observados pelos contratantes no ramo
comercial considerado, salvo quando a aplicação de tais usos não seja razoável (2). Pode acontecer que
os usos prevaleçam sobre os usos UNIDROIT.
 Artigo 1.10- aviso prévio;
 Artigo 1.11- definições;
 Artigo 1.12- como se conta o tempo nos contratos.

CAPITULO 2- FORMAÇÃO E PODER NOS REPRESENTANTES: Os princípios UNIDROIT


regulam a formação do contrato levando em conta o critério a convergência de duas declarações de
vontade- a oferta e a aceitação. Impera a liberdade da forma (artigo 1.2). Há artigos desta seção
inovadores em relação à Convenção de Viena sobre a compra e venda internacional de mercadorias,
diploma contemporâneo dos princípios e incluem o tratamento da confirmação por escrito (artigo 2.1.12),
do contrato com clausulas a determinar (artigo 2.1.14), das negociações de má fé (artigo 2.1.15) e do
dever de confidencialidade (artigo 2.1.16).

 Secção 1: Formação (como se formam os contratos- artigo 217º e ss. CC):


 Artigo 2.1.1- Modo de formação
1
Vedação do comportamento contraditório, baseando-se na regra da pacta sunt servanda.
 Artigo 2.1.2- O que é uma declaração de vontade
 Artigo 2.1.3- Retirar a formação da vontade
 Artigo 2.1.4- Revogar a oferta
 Artigo 2.1.5- Rejeitar a oferta
 Artigo 2.1.6- Modo de aceitação
 Artigo 2.1.7- Tempo de aceitação
 Artigo 2.1.8- Aceitação com um determinado tempo
 Secção 2: Representantes

 CAPITULO 3- VALIDADE
 Secção 1: Disposições gerais
 Secção 2: Motivos/ fundamentos para anulação do negócio
 Artigo 3.2.1- Erro
 Artigo 3.2.1- Divergência entre a vontade e a declaração
 Artigo 3.2.9- Confirmação do negocio
 Secção 3: regras sobre ilegalidade

 CAPITULO 4- INTERPRETAÇÃO
 Artigo 4.6- se houver duvidas na interpretação de uma cláusula quem é
prejudicado é quem fez a cláusula.

 CAPITULO 5- CONTEÚDO, DIREITOS E CONDIÇÕES DE TERCEIROS 2


 Secção 1: Conteúdo
 Secção 2: Contratos a favor de terceiros
 Secção 3: Condições (suspensivas e resolutivas)

 CAPITULO 6- EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO


 Secção 1: Regras geral do cumprimento
 Secção 2: Hardship

 CAPITULO 7- INCUMPRIMENTO
 Secção 1: Regras geral do não cumprimento
 Secção 2: Direito de exigir o cumprimento
 Secção 3: Direito de resolução
 Secção 4: Danos a ser indemnizados

 CAPITULO 8- FORMA DE EXTINÇÃO DE OBRIGAÇÕES POR COMPENSAÇÃO

 CAPITULO 9- CEDÊNCIA DE CREDITOS, ASSUNÇÃO DE DIVIDAS E CESSÃO DA


POSIÇÃO CONTRATUAL
 Secção 1: Cedência de créditos
 Secção 2: Assunção de dividas

2
Princípios obrigacionais dos contratos internacionais
 Secção 3: Cessão da posição contratual

 CAPITULO 10- PRAZOS DE PRESCRIÇÃO3

 CAPITULO 11- MODALIDADES QUANTO AOS SUJEITOS4


 Secção 1: Pluralidade de devedores
 Secção 2: Pluralidade de credores

7. DISPUTE BOARDS: Dispute Boards, ou em Português, Conselho de Resolução de Litígios, são


painéis permanentes criados para acompanhar o desempenho de um contrato.
Podemos definir o Conselho de Resolução de Litígios como um meio de resolução alternativa de
litígios no qual um painel constituído por técnicos especializados acompanha a formação e a execução do
contrato de empreitada, auxiliando na resolução dos conflitos que possam, eventualmente, surgir. Os
membros do Conselho acompanham o cumprimento do contrato, analisam os documentos e assistem as
partes nas questões que sobrevenham. Este meio é essencialmente utilizado nos contratos de
empreitada, contudo este pode ser utilizado noutros contratos com uma componente mais comercial ou
financeira.
O termo Dispute Boards, ou, em português, Conselho de Litígios, é um termo genérico que inclui
o Dispute Resolution Board ou Dispute Review Boards, o Dispute Adjudication Board e o Combined
Dispute Boards.
A única diferença entre o Dispute Resolution Boards e o Dispute Adjudication Boards é a
vinculação ou não da decisão final, sendo que em termos de construção contratual da figura jurídica não
há qualquer distinção entre estas.
Dispute Resolution Boards: Após as partes receberam uma recomendação do Disput Board, as
partes poderão cumpri-la voluntariamente, isto é, não são de modo algum obrigadas a cumpri-la. Porém,
as partes podem acordar que, se, nos 30 dias seguintes ao recebimento da recomendação, nenhuma das
partes notificar a outra parte e o Disput Review Bords, por escrito, da sua insatisfação com a
recomendação, esta passará a ter caráter vinculativo para as partes.
Dispute Adjudication Boards: Uma decisão passa a ser vinculativa para as partes a partir do
momento em que a recebem devendo as partes cumpri-la sem demora. As partes podem acordar que, se,
nos 30 dias seguintes ao recebimento de uma decisão, nenhuma das partes notificar a outra parte e o
Dispute Abjudication Boards, por escrito, da sua insatisfação com a decisão, esta permanecerá vinculativa
e tornar-se-á final.
Combined Dispute Boards: as partes comprometem-se a estabelecer um Combined Dispute
Board em consonância com o Regulamento da Câmara de Comércio Internacional relativa aos Dispute
Boards. Todos os litígios consequentes do presente contrato ou a ele relacionados deverão ser
submetidos, em primeira instância, ao Combined Dispute Board em harmonia com o Regulamento. Para
um determinado litígio, o Combined Dispute Board proferirá uma recomendação, a não ser que as partes
acordem que este deve apresentar uma decisão, ou o Combined Dispute Board resolver fazer isso
mediante a pretensão de uma das partes e de acordo com o Regulamento.

3
3 anos podendo em certos casos esticar estes prazos para 5 anos
4
A regra é a solidariedade ao contrario do que acontece no nosso CC.

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