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ÍNDICE

1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 3

2.Revisão de Literatura ..................................................................................................... 4

2.1.Rede social .............................................................................................................. 4

2.2.A interacção por meio das redes sociais em Moçambique ..................................... 4

2.3.A análise com o método da Análise de Redes Sociais (ARS) ................................ 5

2.4.Variação linguística e contexto social .................................................................... 6

2.5.Rede social como contexto de mudança ................................................................. 7

2.6.Rede social e a estabilização da palatalização variável em António Prado ............ 8

2.7.A variação linguística presente nas redes sociais ................................................... 8

2.8.Analise das redes sociais e Ensino: conjugação ..................................................... 9

2.9.O Nível de Letramento nas Redes de Interacção Social ....................................... 10

Conclusão ....................................................................................................................... 11

Bibliografias ................................................................................................................... 12

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


1.INTRODUÇÃO

Moçambique é um país lusófono e tem uma diversidade linguística composta por mais
de vinte Línguas Bantu que concorrem com o português como língua oficial. Há desvio
à norma-padrão causado pelo contacto e interferência das Línguas Bantu.

A pesquisa visa (a) explicar as particularidades do papel da rede social na variação e


mudança linguística em Moçambique.

Porém, falar implica seguir uma ou outra variedade linguística, cuja opção depende do
papel social representado pelo usuário da língua em cada uma de suas diversas situações
de interacção quotidiana. Entretanto, há forças interferindo decisivamente nessa escolha,
agindo em favor de uma ou outra forma de falar: as redes de interacção.

Vivemos inseridos em redes sociais. Ligamo-nos às pessoas por meio de uma rede
invisível e maleável que nos conecta a outras pessoas dos nossos círculos sociais,
profissionais e familiares. Em um trabalho de pesquisa d Doutoramento, publicado na
internet, foi investigado as relações de 24 adolescentes residentes em um distrito rural
da cidade de Londrina, no norte do Paraná, com o intuito de identificar a configuração
da fala destes indivíduos para, com isso, propor uma discussão sobre a melhor maneira
de trabalhar, na escola, com tal realidade linguística.

Utilizando a ARS – Análise de Redes Sociais como método analítico, foi possível traçar
mapas identitários de cada um desses informantes e, a partir deles, estabelecer as
conexões e o peso de cada rede para a forma de falar de cada um.

Neste trabalho, discuto os resultados, com a intenção de mostrar o importante papel das
redes sociais no contexto Moçambicano, uma vez que, conhecendo as redes por que se
desenrolam as interacções de nossos alunos, podemos não só descrever a variedade
efectivamente praticada por cada indivíduo, como também entender sua configuração.
E, entendendo sua configuração, será possível estabelecer um ensino voltado para a sua
realidade linguística.

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2.Revisão de Literatura

2.1.Rede social

Blake (2003) afirmam que, ao engajarem-se em grupos, as pessoas criam uma estrutura
significativa para a resolução dos problemas que surgem em seu quotidiano. Como bem
observa Boaventura (1993, p.34), “os problemas diários mudam, assim como as
pessoas”. Embora possam relacionar-se localmente com mais intensidade, conhecendo
quase todos os membros de uma comunidade e esses, conhecendo-se também, os
indivíduos movimentam-se, engajam-se em diferentes empreendimentos e em variadas
comunidades, nas quais processos simbólicos e relações identitárias diversas têm lugar.
Há ligação entre redes e práticas sociais na variação e mudança linguística.

No prefácio à segunda edição do trabalho pioneiro de Giron (1980) sobre redes sociais e
variação linguística, “Language and Social Networks” (Língua e Redes Sociais), Peter
Trudgill observa que a proposta articula um estudo laboviano em dialetologia social a
um estudo socioantropológico e psicossocial da língua, na esteira de Gumperz.

Estudos de rede social não são método exclusivo à análise linguística. Nas Ciências
Sociais, as redes têm sido analisadas desde a década de 1970. Em Castells (1999), as
redes são representações da morfologia de organização social da sociedade
contemporânea, especialmente das redes informacionais. Trata-se de uma categoria de
pesquisa mais flexível, menos comprometida com as generalizações universais, mais
próxima à dimensão do quotidiano.

As redes sociais são ancoradas nos indivíduos. Batisti (1993) afirma que, por essa razão,
geralmente interessam as análises das redes, cujos laços estabelecem-se entre pessoas
que interagem directamente, o que limita a um número entre 20 e 50 o total de
participantes da rede analisada. Ainda, distinguem-se laços fortes dos fracos: opõem-se,
respectivamente, laços “que conectam amigos e parentes, àqueles que conectam
conhecidos” (Evans, 2004, p.550).

2.2.A interacção por meio das redes sociais em Moçambique

Conquanto os relacionamentos locais sejam mais frequentes e o conhecimento entre


membros de uma mesma comunidade de fala seja mútuo, as pessoas movem-se, aderem
a diferentes movimentos, engajam-se a variados empreendimentos, inserem-se em

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outros grupos, adentram outras sociedades nas quais as relações identitárias têm lugar.
Ou seja, há um sensível e tenaz vínculo entre as relações sociais e variação e mudança
linguística.

Há três conceitos-chave em Sociolinguística, no âmbito interação-variação-mudança:


comunidades de fala, redes sociais de interacção e comunidades de prática, com todos
abarcando a interacção. Interessa-me, neste trabalho, a noção de Redes Sociais, definida
por Evans (2004) como “um conjunto de vínculos de todos os tipos entre os indivíduos
em um grupo”.

Estudos das Redes Sociais de interacção, termo traduzido do inglês Social Networks,
apresentam uma abordagem complementar sobre as questões da variação e da mudança
linguística, visto que as concebem como resultado da interacção entre falantes inseridos
em determinados contextos sociais e situacionais, factores essenciais que não podem ser
descartados na medição e mensuração da variação/mudança, bem como secundarizam a
importância de variáveis linguísticas e sociais descontextualizadas, favorecendo a
aproximação das análises à dimensão do quotidiano, fugindo, com isso, de
generalizações universais.

Além disso, quando aplicadas ao estudo da linguagem, servem como auxiliares para o
esclarecimento dos mecanismos sociais quotidianos favoráveis à manutenção ou
mudança da expressão linguística de indivíduos, pois visam explicar por que sujeitos
com características tão próximas, como é o caso dos alunos pesquisados neste trabalho
ou seja, mesma idade, escolaridade, estrato social e história de vida aproximados, entre
outros factores apresentam diferenças tão marcantes em sua expressão oral.

Essas redes representam os graus de contacto entre indivíduos que se relacionam


quotidianamente de acordo com propriedades como density (densidade), relacionada à
estrutura da rede, e multiplexity (multiplexidade), condizente com o conteúdo da rede.

2.3.A análise com o método da Análise de Redes Sociais (ARS)

Originalmente utilizada nos sistemas de telecomunicações e computação, procura


estabelecer um meio objectivo de identificar conexões (laços ou relações) e pontos (nós
ou atores) dentro de um sistema determinado e, com isso, representar padrões estruturais
de relações, os quais tanto podem se apresentar como constantes, ou totalmente
imprevisíveis e não lineares

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É uma metodologia aplicada ao estudo das relações entre entidades e objectos de
qualquer natureza, em especial no que tange aos problemas complexos, como a
manutenção e mudança linguística, por exemplo, e por isso viável para os estudos
sociais.

De acordo com Hanneman e Ridle (2005), a ARS caracteriza-se fundamentalmente por


sua ocupação com dados que expressam relações entre objectos diversos, ocasionando
um deslocamento de foco analítico. Ou seja, a abordagem tradicional nas ciências
humanas centra-se nos atributos individuais, ao passo que a ARS vislumbra as relações
estabelecidas por esses indivíduos com demais participantes em determinado contexto
social.

Em redes, tudo isso está relacionado, imbricado, sendo os dados dependentes uns dos
outros e a mensuração dessa imbricação pode se dar por meio de dois tipos de análise:
as sociocêntricas e as egocêntricas. Utilizo as segundas por focalizarem os efeitos da
rede sobre as atitudes individuais e comportamentos condicionantes, ou seja, por
preocupar-se com os efeitos de uma rede sobre atitudes individuais, por exemplo, como
o contexto e a estrutura social afectam as liberdades individuais e, nesse caso em
especial, como as redes afectam a configuração da fala do adolescente que reside em
Moçambique.

2.4.Variação linguística e contexto social

Como bem observa Castells (1999), contexto é um conceito teórico e, como tal, é
relacional: sua concepção e tratamento dependem de outras noções teóricas. Na linha de
investigação laboviana, contexto social não deve ser entendido do ponto de vista
fenomenológico: não emerge da interacção pela fala, não é efémero. Deve ser tomado
para além dos actos localizados.

Na sociolinguística conforme Labov (1972, 1994, 2001), contexto social é anterior à


fala, aos enunciados; é global e duradouro e, como conjunto de condições sociais e
históricas, funciona como sistema de referência explicativo dos usos individuais da
linguagem. Assim sendo, colectividades como classes sociais, comunidades, redes
sociais, bem como características colectivas dos agentes (sexo, idade, profissão,
escolaridade) são unidades de análise relevantes.

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Em Weinreich, Labov e Herzog (1968), há uma afirmação explícita a esse respeito,
quando os autores sintetizam o problema do encaixamento para uma teoria da variação e
mudança linguística: “Na explicação da mudança linguística, é possível alegar que os
factores sociais pesam sobre o sistema linguístico como um todo[...] Assim, a tarefa do
linguista não é tanto demonstrar a motivação social de uma mudança quanto determinar
o grau de correlação social que existe e mostrar como ela pesa sobre o sistema
linguístico abstracto.” (Weinreich, Labov e Herzog, 1968 [2006], p.123)

Milroy e Milroy (1985) explicam que tanto laços fortes quanto fracos conectam
indivíduos em rede. Laços fortes tendem a se concentrar em grupos particulares e são,
frequentemente, ligações multiplexas, isto é, unem indivíduos por mais de um tipo de
relacionamento (colegas de trabalho e, também, vizinhos). Laços fracos tendem a
conectar indivíduos entre grupos. Por essa razão, são candidatos naturais à difusão da
inovação: laços fortes reforçariam o falar local; laços fracos propagariam a mudança. A
medida da força de um laço derivaria de aspectos como sua duração, intimidade,
intensidade emocional, serviços recíprocos (multiplexidade).

2.5.Rede social como contexto de mudança

No estudo que fornece subsídios à presente reflexão, sobre a palatalização variável das
oclusivas alveolares, de Battisti, Dornelles Filho, Lucas e Bovo (2007), a análise da rede
social foi realizada concomitantemente a uma análise de regra variável nos moldes
labovianos. Isso quer dizer que os 48 membros da rede social analisada foram também
os 48 informantes de cujas entrevistas foram levantados os 26 600 contextos de
palatalização considerados na análise.

Como já afirmamos anteriormente, a regra aplica-se a uma frequência de 30% na


comunidade de António Prado e é condicionada, em termos linguísticos, por vogal
fonológica ou subjacente /i/ e consoante-alvo da regra desvozeada, isto é, /t/. O
condicionamento social é bastante forte em Antônio Prado, desempenhado por jovens e
habitantes de zona urbana. À primeira vista, pelo resultado dos jovens, a mudança
estaria em progresso na comunidade.

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2.6.Rede social e a estabilização da palatalização variável em António Prado

Na análise de Battisti, Dornelles Filho, Lucas e Bovo (2011), a rede social dos
informantes de António Prado foi técnica de ingresso dos pesquisadores na comunidade
(um membro indicou outro) e contexto de análise. Os membros da rede se conhecem e
relacionam-se, mas em graus diversos de intimidade.

Assim, a rede social dos informantes de António Prado foi analisada em ambas
dimensões, a da densidade ou estrutura (quantidade de contactos dos indivíduos: quanto
maior o número de pessoas em rede que se conhecem umas as outras, maior a densidade
da rede), e a da plexidade ou conteúdo (multiplicidade de contactos entre indivíduos:
colega de trabalho e, ao mesmo tempo, vizinho).

Na análise do conteúdo da rede, levaram-se em conta graus de relacionamento


interindividual ou intimidade/frequência dos contactos. A hipótese seguida foi a de que
laços mais íntimos entre os indivíduos implicariam um maior grau de interacção pela
fala, e isso potencializaria a influência do comportamento linguístico de um indivíduo
sobre o do outro. Na reflexão que se empreende aqui, conforme Milroy e Milroy (1985),
exercita-se a ideia de que laços mais íntimos sejam laços fortes, menos porosos a
mudanças, mais reforçadores do falar de um grupo.

No entanto, nem todo laço desse tipo é igual. No ambiente de trabalho, por exemplo,
distinguem-se laços que supõem intimidade e interacção diária de laços que não
implicam tal frequência e modo de interacção. O mesmo se aplica aos laços de amizade,
de vizinhança, de colaboração em associações e aos estabelecidos entre parentes,
quando, conforme os depoimentos dos próprios entrevistados, distinguem-se parentes
próximos de parentes distantes.

2.7.A variação linguística presente nas redes sociais

A variação linguística presente nas redes sociais é um trabalho que aborda a variação
tendendo a uma mudança linguística ao ter como ponto foco de actuação uma
comunidade de fala inovadora e ousada no seu ato comunicativo pertencentes às redes
sociais “Facebook e Whatsapp”.

Para o desenvolvimento deste trabalho se fez útil abordagem de várias concepções


pertencentes ao campo linguístico, logo o primeiro capitulo propõem trazer uma

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orientação do que seja a língua no seu ato comunicativo e inicia-se com as
considerações linguísticas proposta por Ferdinand Saussure e seguidores até a
proposição da língua dentro do contexto social definida pela Sociolinguística de
William Labov.

Aqui será traçada uma análise descritiva dos (chats) das mensagens postadas pelos
feicianos e Whatsaapeiros nas suas respectivas salas de bate papo ao se ter como
intenção a analise das possíveis inferências da escrita pertencente às redes e sua
repercussão no caso dessa linguagem “saltar” as barreiras imposta entre o virtual e o
real.

Destacam-se os elementos essenciais que compõem as relações descritivas da língua


entre os usuários das redes, seleccionam-se então os elementos linguísticos e extra
linguísticos pertinentes no Whatsapp e no Facebook, assim também se destaca um novo
tipo de género textual. E para o fechamento da discussão propõe-se a análise da
variação linguística baseada na concepção da gramática normativa e da estilística.

2.8.Analise das redes sociais e Ensino: conjugação

A análise que fiz mostrou, como já destacado, o quanto as redes de interacção social
determinam a configuração linguística de meus informantes, de origem rural, e, não
obstante isso, agem como principal organizador da aproximação ou do afastamento do
falar rural.

Além da confirmação de uma característica inerente à faixa etária que me propus


investigar, que é o sentido de pertencimento a um grupo, as relações de identidade
demarcando todas as formações do indivíduo, quer linguísticas, sociais, de carácter ou
de orientação geral.

Diante das constatações aqui apresentadas, são pertinentes as considerações de Bortoni-


Ricardo (2005, p. 181) sobre o descaso da escola no acesso do aluno à norma-padrão,
uma vez que não favorece meios de exposição a exemplos dessa variedade em sala de
aula, a despeito “da grande ênfase que a pesquisa sociolinguística tem dedicado às
consequências educacionais da variação linguística”.

Em um exemplo claro disso, Bortoni-Ricardo (2009), ao documentar a marcação de


plural nos sintagmas nominais somente uma vez e denominá-la de regra gradual, já

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orienta para a necessidade de isso ser muito bem trabalhado em sala aula, de modo a
levar os alunos que têm como identidade a variante não redundante em sua linguagem
oral, na espontaneidade de suas redes de interacção, a capacitarem-se ao monitoramento
e, com isso, habilitarem-se a usar a variante com plurais redundantes na escrita e na fala
formal.

Em vários momentos, alguns alunos mais ousados chegaram a questionar para mim “a
fala errada” da professora tal. Questionavam e duvidavam de sua capacidade, portanto,
não a respeitavam.

2.9.O Nível de Letramento nas Redes de Interacção Social

Bortoni-Ricardo (2005) afirma existirem indivíduos em nível mais avançado na acção


de transformação de seu falar original em favor dos padrões urbanos mais prestigiosos,
o que obtiveram por intermédio do saber sistematizado promovido pela escola, ou pelo
contacto mais estreito com a cultura de letramento. Ao mesmo tempo, há aqueles que
conservam seus hábitos linguísticos praticamente inalterados.

O que os difere e individualiza, portanto, são suas redes sociais de interacção. A


maneira como usam a fala é marca de identidade, como já sabemos, e o uso de
determinada marca descontínua, como o rotacismo, por exemplo, pode assinalar uma
necessidade de afirmação em um grupo, ou mesmo a vontade de se parecer com algum
membro referencial na rede de maior peso em suas interacções.

Na génese da Sociolinguística, conforme alerta Bortoni-Ricardo (2014), o impacto de


qualquer espécie de letramento sobre as comunidades de fala não era discutido. Hoje,
segundo a pesquisadora, as diferenças em relação ao fraco desempenho escolar de
crianças oriundas das classes desfavorecidas socialmente pode ser explicado tendo
como base o grau de letramento escolar que perpassa o convívio familiar.

Diante disso, se faz primordial uma análise do acesso a eventos e práticas de letramento
propiciadas por agências hegemónicas e, portanto, de prestígio a que são submetidos os
informantes aqui analisados, visto que, nas palavras de Giron (2004),

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Conclusão

Chegando o fim deste trabalho, conclui-se que, os estudos de comunidades em pequena


escala, como as análises de rede social, “são capazes de fornecer informação mais
detalhada sobre o uso que os falantes fazem da variabilidade linguística”, em especial
no que se refere “às partes menos formais do repertório linguístico”.

A concentração das relações sociais nas redes em um dado território concorre para o
desenvolvimento do sentimento de pertença, da identidade local construída através da
relativa homogeneidade de comportamento no vestir, no falar, no divertir-se, no
alimentar-se, nos valores praticados, entre outros, como assume o estudo da variação na
linha das práticas sociais.

Este trabalho, sobre redes sociais na variação e mudança linguística em Moçambique,


traz alguns fundamentos teóricos e uma análise variacionista com rede social no intuito
de explicitar os procedimentos metodológicos necessários a esse tipo de investigação.
Castells (1999), ao discutir os factores sociais que, em seu conjunto, dirigem o processo
de mudança linguística e moldam a história da divergência dialectal, afirma que rede
social e comunidades de prática são duas das forças motrizes da variação e mudança.
Unidades sociais menores do que a classe, essas forças dão relevo ao indivíduo no
processo de mudança.

O autor afirma que redes de maior complexidade e densidade preservam falares contra
os efeitos do nivelamento dialectal, e que os líderes da mudança são os membros da
rede com o maior número de contactos dentro e fora dela. Sobre as comunidades de
prática, esclarece que a variação é usada para evocar diferentes identidades e, na
negociação dos indivíduos por status social, as formas linguísticas adquirem valor
social, o que pode incrementar ou fazer regredir a mudança. Reconhecida a pertinência
de investigar redes e práticas sociais no estudo da variação linguística, resta aos
sociolinguistas o desafio de dar conta dessas forças associando as medidas quantitativas
da análise de regra variável (Boaventura, 1996) a outras técnicas de investigação,
assentadas em claros fundamentos teóricos.

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


Bibliografias

Battisti, E. ; Martins, L.B. A realização variável de vibrante simples em lugar de


múltipla no português falado em Flores da Cunha (RS): Mudanças sociais e
linguusticas. Cadernos do IL (UFRGS), v. 42, p. 146-158, 2011.
Blake, R.; Josey, M. The /ay/ diphthong in Martha’s Vineyard community: what can we
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Boaventura Netto, P. O. Grafos: teoria, modelos, algoritmos. São Paulo: Ed. Edgard
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Bonnewitz, P. Primeiras lições sobre a sociologia de P. Bourdieu. Petrópolis: Vozes,
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Bourdieu, P. Outline of a theory of practice. Cambridge: Cambridge University Press,
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Castells, M. A sociedade em rede. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
Eckert, P. Linguistic variation as social practice. Malden/Oxford: Blackwell, 2000.
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