Comunicação Infográfica

Comunicação Multimédia| CPOE| 2016-2017

Prof. Coordenador Joaquim Manuel Fernandes Brigas

Sumário
• A visualização da informação
▫ Natureza e características da informação visual
▫ Variáveis visuais (ou retinianas)
▫ Tipologia de variáveis visuais

• A infografia: definições e conceitos

▫ Processo de elaboração de uma infografia
▫ Características da infografia
▫ Tipos infográficos
▫ Exemplos
Natureza e características da informação visual

• O poder de síntese dos gráficos e dos mapas tem

vindo a ser valorizado numa sociedade cada vez
mais dependente das imagens e com menos tempo
para ler e analisar a informação escrita.

• Os gráficos e os mapas resumem o que já se sabe

sobre os dados e revelam o que não é evidente. Mas
nem todas as imagens são boas metáforas
visuais. O desafio é saber apresentar os dados de
forma interessante e atractiva e perceptível.
Natureza e características da informação visual

• Construir infografias estimulantes e correctas do

ponto de vista informativo não é tão fácil como
pode parecer.

• Não basta ter os dados e saber usar os

programas informáticos. É preciso saber
transformá-los numa história bem contada e
transmitir ideias e fenómenos que dificilmente
seriam visíveis de outra forma.
Natureza e características da informação visual

• As variáveis qualitativas dizem respeito a

categorias (ou modalidade):

▫ Nominais
categorias tem a mesma importância, ex: sexo feminino e masculino

▫ Ordinais
subjacente uma ordem ou hierarquia das categorias, ex: ensino superior, ensino
secundário,…
Natureza e características da informação visual

• As variáveis quantitativas subdividem-se

segundo o tipo de valores:

▫ contínuos
quando podem assumir todos os valores de um intervalo, ex: caso da idade em
anos, meses, horas, etc.

▫ discretos
quando podem assumir valores conjunto numerável, ex: população residente.
Natureza e características da informação visual

• As variáveis quantitativas subdividem-se

segundo a unidade de medida:

▫ absolutos
quando referem os valores de uma variável, ex: empregados.

▫ Relativos
quando se reportam ao resultado de uma relação entre variáveis, ex: taxa de
empregabilidade
Natureza e características da informação visual

• As variáveis quantitativas subdividem-se

segundo o tipo de escala:

▫ Escala de intervalos
com origem arbitrária e sobre valores é apenas possível fazer diferenças e não
estabelecer proporções de qualquer espécie, ex: datas cronológicas

▫ Escala de razão
com origem fixa em que é possível estabelecer comparações de tipo proporcional
entre os valores, ex: altura das pessoas
Fonte: Adaptado de Chaves et al., por Silva (2008, p.20)
Natureza e características da informação visual

• A informação a representar deverá ser correcta,

relevante (omitindo-se o supérfluo) e
compreensível, caso contrário mesmo com as
características anteriores poderá não ser
entendida e bem interpretada.
Variáveis visuais (ou retinianas)

• O primeiro autor a sintetizar os conhecimentos

sobre a aparência visual dos símbolos gráficos e
propondo uma tipologia foi Jacques Bertin na
sua obra Sémiologie graphique de 1967.
Variáveis visuais (ou retinianas)

• A representação gráfica tem como finalidade

utilizar a percepção instantânea da imagem para
transcrever um conjunto de relações. Imagem é
«qualquer forma visual e significativa,
perceptível no instante mínimo da visão»
(J.Bertin)
Variáveis visuais (ou retinianas)

• A imagem deve ser vista, isto é, percebida

instantaneamente, e não deve ser lida, isto, é,
percebida com gasto de tempo. A representação
gráfica serve para poupar tempo e, portanto, a
memória.

• A representação gráfica exprime-se através de

três significados: a semelhança, a ordem e a
proporcionalidade. Estes significados são
expressos através das variáveis visuais.
Variáveis visuais (ou retinianas)

• A semiologia gráfica pode ser definida como

um conjunto de regras que permite a utilização
de um sistema gráfico de sinais para a
transmissão de informação.

• A linguagem visual
Tipologia de variáveis visuais
y

• Localização x

posição dada através das duas dimensões x e y do plano

• Tamanho
Comprimento, largura ou área, ou seja, a dimensão variável da imagem desenhada

• Valor
Variação (percebida) claro-escuro da cor, referenciada por séries ordenadas de
cinzento (escalas de cinzento)
Tipologia de variáveis visuais

• Textura
variação percebida do tamanho e espaçamento dos elementos gráficos que
constituem o símbolo, expresso pelo número desses elementos que se repetem por
unidade de comprimento

• Cor
Sensação pela qual diferenciamos porções particulares do espectro electromagnético

• Orientação
Corresponde ao ângulo com a linha de leitura (também designada por direcção)

• Forma
Contorno exterior de uma superfície que pode ser regular ou irregular
Tipologia de variáveis visuais (J.Bertin)

Fonte: Adaptado de MacEachren, por Silva (2008, p.24) Fonte: Joly, F. (2005, p.73).
Infografia

• A imagem gráfica tem uma importância

fundamental na comunicação.

• É cada vez mais utilizada como apoio

informativo dos textos como instrumento
ilustrativo e como uma dos pilares de apoio à
comunicação visual.
Infografia

• Peltzer (1992, p.130) define infografia como

“expressões gráficas mais ou menos complexas,
de informação cujo conteúdo são factos ou
acontecimentos, a explicação de como algo
funciona, ou informação de como é uma coisa”
Infografia

• Coelho (1999) entende a infografia como unidade

informativa com capacidade para possuir identidade
própria.

• A informação gráfica se muito complexa acaba com

dificultar a compreensão em vez de a simplificar.

• A infografia é a representação do binómio

imagem+texto independentemente do suporte onde
se apresente essa união informativa.
Infografia

• Chappé (2005, p.21) define infografia como “um

novo procedimento de escrita da informação”.

• Independentemente da noção de infografia é

evidente que esta veio revolucionar a forma de
comunicação visual, sendo um dos meios mais
eficazes para transmitir informação de forma rápida
e concisa aspectos fundamentais de determinado
acontecimento, que, pela sua novidade ou
complexidade exigiriam explicações complexas.
Processo de elaboração de uma infografia

• Para Chappé (2005) o processo de elaboração de

uma infografia contempla cinco etapas:

1. Ideia
2. Concepção informativa
3. Recolha da informação
4. Concepção Gráfica
5. Realização Gráfica
Características da infografia

• Para Sancho (2001) a infografia deve possuir:

 utilidade
ao nível da funcionalidade e informação

 visualidade
na medida que o leitor consiga percepcionar a informação que se pretende
transmitir
Características específicas da infografia (Sancho, 2001)

1. que dê significado a uma informação

2. que proporcione a informação suficiente de

actualidade

3. que permita compreender o acontecimento

4. que contenha informação escrita com formas

tipográficas
Características específicas da infografia (Sancho, 2001)

5. que contenha elementos icónicos precisos

6. que tenha capacidade informativa para possuir

identidade própria ou que tenha a função de
síntese ou complemento da informação escrita

7. que proporcione sensação estética

8. que não contenha erratas ou faltas de

concordância
Tipos infográficos (Peltzer, 1992)

 de vista
planos: um plano ou planta de um terreno
corte: como uma representação do interior de um corpo
perspectiva: como a representação dos objectos a três dimensões
panorama: como a vista de um horizonte

 Explicativos
causa-efeito: explica a causa e o efeito de um determinado facto
retrospectiva: elaborado num pretérito
antecipativo
passo a passo: exprimindo as etapas de um processo
fluxo: descreve as conexões de um processo
Tipos infográficos (Peltzer, 1992)

 de reportagem
realista: procurando representar os factos, pessoas ou coisas tal como o autor
as viu
simulado: procurando representar os factos, pessoas ou coisas tal como o
autor imagina que ocorreram
Tipos de infografias (Sancho, 2001)

 Individuais
contém os elementos primários necessários

 Colectivas
Combinação simultânea de infografias para transmitir as diversas facetas de
uma informação
The Snake Device (1754, The Pennsylvania Gazette)

Para alguns autores, a primeira ilustração ou a primeira mensagem visual num meio de comunicação pública
Previsão do tempo (1875, The times)

Showing the weather from the previous day, March 31, 1875, in The Times.
Previsão do tempo (1875, The times)

The Guardian (UK), The Internet's undersea world.

Diario de Navarra (Spain), El violín, inigualado desde hace tres siglos.
Exemplo de infografias dinâmicas
A União Europeia: alargamentos e tratados (Público)
http://static.publico.pt/homepage/infografia/internacional/ue/

Infografia: Portugal é dos países que permite a reforma mais cedo (Jornal de Negócios)
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=471965

Taxa de Desemprego 3º Trimestre 2010(Público)

http://static.publico.pt/homepage/infografia/economia/desempregados/

Métodos contraceptivos (Público)

http://static.publico.pt/homepage/infografia/ciencias/metodoscontraceptivos/index.ht
m
Exemplo de infografias dinâmicas
Rotas mundiais de tráfico de substâncias dopantes (Público)
http://static.publico.pt/homepage/infografia/desporto/trafico_doping/index.htm

Objectivo: Gasherbrum I (K5) (Público)

http://static.publico.pt/homepage/infografia/desporto/joaogarcia/gasherbrum1/index.
htm

O automóvel faz 125 anos (Sábado)

http://www.sabado.pt/Multimedia/INFOGRAFIAS/Interactivas/125-anos-do-
automovel.aspx

El hundimiento del Prestige (El Mundo)

http://www.elmundo.es/elmundo/2002/graficos/nov/s2/elpetrolero.html
Exemplo de infografias dinâmicas
Por qué cayeron las Torres Gemelas (El Mundo)
http://www.elmundo.es/elmundo/2001/graficos/septiembre/semana2/atentados/aten
tadocaida.html

La colonoscopia virtual (El Mundo)

http://www.elmundo.es/elmundosalud/documentos/2006/03/colonoscopia.html

Ranking de gestão dos estados brasileiros (Revista Veja)

http://veja.abril.com.br/complemento/economia/ranking-dos-estados/infografico-
ranking-estados.html
Referências bibliográficas
• Bertin J. (1967). Sémiologie graphique. Paris: Guathiers-Villars.

• Brigas, J. (2012). Infografia das Guerras do Golfo e Iraque na Imprensa Ibérica. Lisboa: Media
XXI.

• Brigas, J. (2009). A infografia na comunicação das guerras contemporâneas: desenvolvimento e

estudo de caso da imprensa ibérica nas guerras do Golfo e do Iraque. Tese de doutoramento não
publicada, Universidade de Vigo, Espanha.

• Chappé, J.M. (2005). L’infographie de Press (2ª ed.). Paris: Victoires Éditions.

• Coello, P. (1999). Infoperiodismo. El periodista como creador de infografia. Madrid: Editorial

Síntesis.

• Peltzer, G. (1992). Jornalismo Iconográfico. Lisboa: Planeta Editora.

• Sancho, V. (2001). La infografia. Técnicas, análisis y usos periodísticos. Barcelona: Universidade

Autònoma de Barcelona.

• Silva, A. (2006). Gráficos e Mapas. Representação de informação estatística. Lisboa: Lidel.

Outras
• Brigas, J. (2015). “Breve resenha histórica da infografia”. Apontamentos
impressos para a UC de Comunicação Infográfica. Guarda: IPG/ESECD.

• Cairo, A. (2006). "Infografia não é uma linguagem do futuro, é do presente“.

Disponível em
http://jpn.c2com.up.pt/2006/07/11/infografia_nao_e_uma_linguagem_do_futuro_e_do_p
resente.html

• Leturia, E. (1998). ¿Qué es infografia?. Revista Latina de Comunicación Social, 4.

Disponível em http://www.ull.es/publicaciones/latina/z8/r4el.htm

• Ribas, B. (2004). Infografia Multimídia: um modelo narrativo para o webjornalismo.

Disponível em http://br.monografias.com/trabalhos/infografia-multimidia-modelo-
narrativo-webjornalismo/infografia-multimidia-modelo-narrativo-webjornalismo.shtml

• Sojo, C. (2002) ¿ Es la infografia un género periodístico? Revista Latina de Comunicación

Social, 51. Disponível em http://www.ull.es/publicaciones/latina/2002abreujunio5101.htm