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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CAMARATE

D. NUNO ÁLVARES PEREIRA


SEDE: ESCOLA E B 2, 3 MÁRIO DE SÁ CARNEIRO

FICHA INFORMATIVA DE LÍNGUA PORTUGUESA – 9º ANO

CONTEÚDO: ANÁLISE DO EPISÓDIO DO CONSÍLIO DOS DEUSES


Est. ANÁLISE Est. ANÁLISE
19 Plano da Viagem. Descrição do ambiente vivido 33 Vénus lidera a parte a favor dos portugueses por
na frota de Gama (calmo, soprando uma brisa, o dois motivos explícitos: acha-os parecidos com os
suficiente para inchar as velas e empurrar as romanos na coragem e na língua. Por outro lado,
naus). De notar o uso do gerúndio (apartando, esconde um outro motivo: se ajudar os
inchando, cortando) que dá uma ideia de portugueses ganhará prestígio na Índia e virá a
movimento contínuo e calmo. ser adorada naquelas paragens.
20 Passagem para o plano do Maravilhoso. A 35 Estrofe que descreve, através de expressões
simultaneidade de acções é dada pela conjunção auditivas e visuais, a grande discussão que se
temporal QUANDO (ao mesmo tempo que as gerou no Olimpo.
naus navegavam, os deuses reuniam-se). Motivo
da reunião: decidir o destino dos portugueses. É
Júpiter que manda convocar todos os deuses.
Quem convoca é Mercúrio, mensageiro de
Júpiter.
22 Descrição de Júpiter através de adjectivação 36 Introdução da personagem Marte para pôr fim à
abundante. São apresentados 3 símbolos de discussão. Coloca-se a favor de Vénus por dois
Júpiter: os raios de Vulcano, o trono de estrelas, motivos: crê que os Portugueses merecem a
a coroa e o ceptro. ajuda e esconde uma antiga paixão pela deusa.
Início da descrição de Marte.
23 Apresentação da pirâmide social dos deuses, 37 Continuação da descrição de Marte e
semelhante à dos humanos (primeiro os mais posicionamento deste deus frente a Júpiter. Põe
importantes e depois os de menor importância). fim à discussão batendo com o seu bastão no
Esta “arrumação” aproxima os deuses dos chão.
humanos, valorizando estes últimos, tal como
pretendia o humanismo e o antropocentrismo.
Quem decide esta “arrumação” social dos
deuses do Olimpo são a Razão (a lógica) e a
Ordem (a regra). Esta estrofe introduz o discurso
directo de Júpiter através dos dois pontos.
24 Início do discurso de Júpiter com uma Apóstrofe 38 Início do discurso de Marte. Dirige-se a Júpiter,
e, ao mesmo tempo, uma Perífrase: Eternos dando-lhe o primeiro motivo para que este ajude
moradores do luzente, / Estelífero Pólo = deuses. os portugueses: Júpiter já ali tinha chegado com
Apresentação da decisão dos Fados: os aquela decisão e não devia dar ouvidos a quem é
portugueses hão - de fazer esquecer os outros suspeito de não gostar dos lusos. Atenção à
heróis. apóstrofe do 1º verso: Ó Padre. Uso do presente
do conjuntivo com valor imperativo no 7º verso
em Não ouças.
25 Exposição das grandes batalhas e conquistas 39 Segundo motivo dado por Marte a Júpiter: Baco
travadas pelos portugueses (contra os mouros e tem mau coração e inveja dos portugueses.
castelhanos).
26 Exposição dos antigos heróis que lutaram pela 40 Terceiro motivo dado por Marte a Júpiter: um rei
Lusa Pátria: Viriato e Sertório. não volta com a palavra atrás porque isso revela
fraqueza. Marte pede a Júpiter que envie
Mercúrio, por ser muito rápido, para mostrar à
frota onde fica a Índia.
28 Júpiter reforça os desígnios traçados para os 41 Júpiter concorda com Marte, oferece aos deuses
portugueses, que governem a Índia e expõe o o néctar da vida eterna e manda-os para os seus
seu desejo: que a frota fatigada de Vasco da aposentos.
Gama seja conduzida ao seu destino

1
29 Júpiter expõe os motivos que o levam a ter este 42 Passa-se do Plano do Maravilhoso para o Plano
desejo: já passaram por muitos perigos, por da viagem, de novo. A simultaneidade é dada
condições climatéricas adversas e, pela sua pela conjunção temporal ENQUANTO. Nesta
valentia, merecem ser ajudados. Fim do discurso estrofe, os dois planos aparecem juntos. É dada a
de Júpiter. informação geográfica da posição da frota e, mais
uma vez, há referência ao clima: faz um sol
abrasador.
30 A hipótese de ajuda aos portugueses fica à
31 discussão democrática do consílio, mas os
32 deuses não são todos da mesma opinião. Baco é
líder da parte contra, uma vez que tem medo de
vir a ser substituído na Índia pelos portugueses e
lá perder o seu prestígio, frente a esta gente tão
destemida.

NOTAS:
1. O episódio do Consílio dos Deuses insere-se na mais longa parte da estrutura interna da
obra: a Narração (Canto I).

2. A primeira estrofe deste episódio indica que a narração da viagem se inicia quando Vasco da
Gama já vai no Oceano Índico, processo narrativo chamado in media res (a meio da história),
típico das epopeias clássicas e aqui usado por Camões.

3. A introdução de um episódio repleto de deuses pagãos faz com que a verdadeira história
(viagem à Índia) se anime e se torne mais interessante e viva, existindo, assim, duas histórias
paralelas: a da viagem e a dos deuses.

4. Face à Santa Inquisição, a introdução de deuses pagãos nesta obra serve, apenas, de
ornamento, devendo o leitor ter em conta que eles são falsos e que só o Deus cristão deve
ser venerado.

5. O uso dos deuses romanos é também uma regra das epopeias clássicas cumprida por
Camões.

6. Este episódio é do tipo mitológico, uma vez que recorre à mitologia como fonte de
inspiração.

7. Pela razão anterior, o episódio é baseado, apenas, no Maravilhoso Pagão, uma vez que o
Deus Cristão (Maravilhoso Cristão) não é nele invocado.

8. A introdução deste episódio no início da Narração, faz com que os humanos sejam
valorizados, no sentido em que todos os deuses se reúnem para decidirem o seu destino e,
mais do que isso, a reunião acaba a favor dos valentes mortais. Neste sentido, reforça-se a
ideia de Humanismo (valorização do ser humano) e de Antropocentrismo (os humanos são o
centro das preocupações e das atenções dos deuses).

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