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SUMÁRIO
DEDICATÓRIA..............................................................................................................3
PREFÁCIO....................................................................................................................5
INTRODUÇÃO..............................................................................................................6
1 A DIVINDADE DE JESUS..........................................................................................7
O DEUS SALVADOR....................................................................................................7
O DEUS ÚNICO............................................................................................................8
O DEUS ADORÁVEL....................................................................................................9
O DEUS QUE VIRÁ......................................................................................................9
O DEUS QUE REINARÁ.............................................................................................10
2 A SANTIDADE DE JESUS.......................................................................................12
O CORDEIRO IMACULADO.......................................................................................12
MEU SERVO, O JUSTO.............................................................................................13
O SANTO DE ISRAEL................................................................................................14
3 A ETERNIDADE DE JESUS....................................................................................15
O FILHO ETERNO......................................................................................................15
O SACERDOTE ETERNO..........................................................................................15
O PRIMEIRO E O ÚLTIMO.........................................................................................16
O PAI DA ETERNIDADE.............................................................................................17
4 A ONIPOTÊNCIA DE JESUS..................................................................................19
O DEUS FORTE.........................................................................................................19
O PODEROSO DE JACÓ...........................................................................................19
5 O SENHORIO DE JESUS.......................................................................................21
O SENHOR DOS EXÉRCITOS..................................................................................21
O SENHOR DEUS DE ISRAEL..................................................................................22
O SENHOR JUSTIÇA NOSSA...................................................................................23
O SENHOR ESPERADO............................................................................................24
1
6 A ENCARNAÇÃO DE JESUS..................................................................................27
O FILHO DA VIRGEM.................................................................................................27
O DEUS CONOSCO...................................................................................................28
A LUZ RESPLANDECENTE.......................................................................................29
O MENINO SEM IGUAL..............................................................................................29
7 A HUMANIDADE DE JESUS...................................................................................32
O FILHO DO HOMEM.................................................................................................32
O HOMEM RENOVO..................................................................................................33
8 A SUBMISSÃO DE JESUS......................................................................................35
O SERVO DO SENHOR.............................................................................................35
SUBMISSO AO PAI....................................................................................................36
UNGIDO COM ESPÍRITO...........................................................................................37
CONCLUSÃO..............................................................................................................70
3
DEDICATÓRIA
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
1 A DIVINDADE DE JESUS
“Dizei aos desalentados de coração: Sede fortes e não temais. Eis o vosso
Deus. A vingança vem, a retribuição de Deus”, Is 35.4.
O profeta está conclamando os desalentados israelitas a que sejam fortes e
não temam, porque o Messias que eles aguardam é divino. Ele virá trazendo
vingança contra todos inimigos de Israel e retribuindo os sofrimentos causados a
esse povo por muitas nações através da história. Na sua vinda, Ele salvará os
israelitas do poder do Anticristo, encerrando o “período da Grande Tribulação”. No
Novo Testamento, Jesus referindo-se a esse período fez o seguinte aviso solene:
“Quando começarem a acontecer estas coisas, erguei as vossas cabeças, porque a
vossa redenção está próxima”.
Entretanto, quando diz: “Ele vem e vos salvará” está implícita a salvação
eterna da alma, garantida aos que cressem nele como seu Salvador. Ele diz: “…
portanto não há Salvador senão eu”, Os 13.4.
Em Isaías 25:9, encontramos uma profecia messiânica das mais
significativas para Israel e para nós, a Igreja: “Naquele dia, se dirá: Eis que este é o
nosso Deus em quem esperávamos, e ele nos salvará; este é o Senhor a quem
aguardávamos: na sua salvação exultaremos e nos alegraremos”.
O DEUS SALVADOR
6.69). Já que o Santo de Israel é Jesus, Ele é, por conseguinte, “o Senhor teu
Deus…” e o “teu Salvador”. Ele mesmo ainda diz: “Eu, eu sou o Senhor e fora de
mim não há Salvador. Eu anunciei salvação, realizei-a e a fiz ouvir…”, Is 43.11,12.
“Anunciai, e chegai-vos, e tomai conselhos todos juntos: quem fez ouvir isto
desde a antiguidade? quem desde então o anunciou? Porventura não sou eu, o
Senhor? E não há Deus senão eu. Deus justo e Salvador não há fora de mim”, Is
45.21.
Quando o israelita mordido por serpente olhava para a serpente de metal
que Moisés levantara, no deserto, ficava livre da morte. Jesus explicou o significado
tipológico desta figura, dizendo a Nicodemos: “E, como Moisés levantou a serpente
no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”, Jo 3.14,15.
Esta condição de Salvador foi revelada pelo próprio Senhor Jesus, 730 anos
antes de sua encarnação, quando disse: “Olhai para mim e sede salvos, vós, todos
os termos da terra; porque eu sou Deus e não há outro”, Is 45.22.
O DEUS ÚNICO
“Porque assim diz o Senhor que criou os céus, o único Deus, que formou a
terra, que a fez e a estabeleceu; que não a fez para ser um caos, mas para ser
habitada: Eu sou o Senhor e não há outro”, Is 45.18.
Aqui, a pessoa divina que se expressa nesses termos é, indubitavelmente, o
Messias. Para se saber que isto é verdade, basta prosseguir na leitura do texto até o
versículo 23, onde Ele próprio declara: “Diante de mim se dobrará todo o joelho, e
toda a língua jurará”. E o apóstolo Paulo, escrevendo aos filipenses, informa que
esse ser divino, diante de quem todo joelho se dobrará, e ao qual toda língua
confessará, é Jesus: Fp 2.10,11. Visto que o Messias Jesus é quem está falando no
texto acima, Ele é, por conseguinte, o único Deus.
Em Isaías 44:6, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o
Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, eu sou o último e fora de mim não há
Deus.”
Mais uma vez o Messias identifica-se perfeitamente. Quando Jesus apareceu
triunfante ao apóstolo João, na ilha chamada Pátmos, apresentou-se a si mesmo
com as seguintes palavras: “Eu sou o primeiro e o último”, Ap 1.17. Portanto, o
9
O DEUS ADORÁVEL
O salmo 45, escrito por um dos filhos de Coré, parece homenagear o rei
Salomão pelo seu colóquio nupcial com a filha de Faraó. Isto se depreende das
seguintes expressões: “Ao rei consagro o que compus… Ouve, filha; vê, dá atenção;
esquece o teu povo e a casa de teu pai. Então o rei cobiçará a tua formosura”, Sl
45.1,10,11.
Há, porém, expressões de adoração e louvor, que ficariam sem sentido, se
fossem aplicadas a um rei meramente humano, como por exemplo: “O teu nome eu
farei celebrado, de geração em geração, e assim os povos te louvarão para todo o
sempre” Sl 45.17.
11
Um rei que será louvado para todo o sempre não pode ser mero homem. Daí
deduzimos que o salmista, enquanto exaltava o rei Salomão, estava sendo
divinamente inspirado para se referir ao Messias, nosso Rei Jesus.
“As roupagens bordadas” do versículo 14 lembram as vestiduras brancas
mencionadas, no Apocalipse, e simbolizam a pureza da Igreja. As virgens que
acompanham a noiva correspondem ao coro de donzelas do livro de Cantares, bem
como, às dez virgens da parábola que Jesus contou ilustrando sua vinda gloriosa ao
encontro de sua noiva querida, a Igreja.
No versículo 6 lemos o seguinte: “O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre;
o centro do teu reino, é o cetro da equidade”.
Estas palavras deixam fora de qualquer dúvida que o rei, aqui referido, é
realmente divino. E, no Novo Testamento, somos informados de que esse Rei divino
é o Messias Jesus: “Mas, acerca do Filho diz: o teu trono, ó Deus, é para todo o
sempre, o cetro do teu reino é o certo da equidade”, Hb 1.8.
12
2 A SANTIDADE DE JESUS
“Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a sua boca: como cordeiro foi
levado ao matadouro, e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não
abriu a sua boca”, Is. 53.7.
Na estrada que desde Jerusalém para Gaza, o evangelista Filipe,
sabiamente orientado pelo Espírito Santo, teve oportunidade de explicar este texto
ao eunuco etíope, dizendo-lhe que se tratava da pessoa de Jesus: “E Filipe,
começando por esta escritura, anunciou-lhe a Jesus”, At 8.32.
À semelhança de uma ovelha quando está sendo tosquiada, o Messias
Jesus sofreu em silêncio as afrontas de seus algozes. Realmente, Ele não abriu a
sua boca para murmurar ou blasfemar. Isto demonstra claramente a sua santidade
e, consequentemente, a sua divindade.
O CORDEIRO IMACULADO
para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo
[o Messias), nosso cordeiro pascal, já foi imolado por nós”, 1 Co 5.7.
O SANTO DE ISRAEL
“Pois não deixarás a minha alma na morte, sem permitirás que o teu santo
veja a corrupção”, Sl 16.10.
É possível que Davi, ao escrever estas palavras, estivesse pensando ser ele
mesmo a pessoa aqui referida. Entretanto, elas não se cumpriram nele, porque, na
realidade, sua alma foi deixada na morte até o dia de hoje e ele, portanto, viu a
corrupção. Quem é, pois, essa pessoa? O apóstolo Pedro, em seu célebre sermão
proferido, no dia de Pentecoste, falando sobre isso disse: Porque a respeito dele diz
Davi: não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu santo veja a
corrupção. At 2.25-28.
Daí concluímos que Davi, ao escrever estas palavras, inspirado pelo Espírito
Santo, previu a ressurreição e a santidade do Messias Jesus, cuja alma realmente
não foi deixada na morte, nem Ele viu a corrupção.
Certa feita, Jesus, provando a sinceridade dos seus discípulos, perguntou-
lhe: “E vós também quereis vos retirar?”. Isto provocou uma contundente resposta
do apóstolo Pedro: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida
eterna. Nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus”, Jo 6.66-68.
A expressão “Santo de Israel” aparece dezenas de vezes, nos escritos
proféticos, e sempre se refere ao Messias. O Santo de Israel é o nosso Rei, o
Senhor Deus, e o Salvador do seu povo: Sl 89.18; Is 10.20; 43.3; 48.17.
Ele é para Israel: o Senhor, o Criador, o Santo, o Rei, o Redentor: Is 41.14;
43.14,15; 47.4; 48.7; 54.5. O Santo de Israel é aquele que habitará no meio de Sião,
em quem os homens se alegrarão: Is 12.6 e 29.19. Por intermédio do Santo de
Israel, os príncipes inclinar-se-ão a Israel: Is 49.7. Ele é o Senhor dos Exércitos e o
Deus de toda a Terra: Is 6.3; 47.4 e 54.5.
O Messias Jesus, falando através do profeta Ezequiel, a respeito de sua
própria santidade, faz a seguinte declaração.
“Farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo Israel, e nunca
mais deixarei profanar o meu santo nome; e as nações saberão que eu sou o
Senhor, o Santo de Israel”, Ez 39.7. Veja ainda os seguintes textos: Jó 6.10; Sl
71.22; Sl 78.41; Is 1.4; 5.19; 30.11; 60.9; 60.14; Jr 51.5 e Hc 3.3.
15
3 A ETERNIDADE DE JESUS
“Beijai o Filho, para que não se irrite, e não pereçais no caminho; porque
dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados os que nele se refugiam”,
Sl 2.12.
No terceiro versículo deste salmo, o Filho aparece como o Ungido do
Senhor: “Os reis da terra se levantam, os príncipes conspiram contra o Senhor e
contra o seu Ungido…” A palavra “ungido”, em português, corresponde à palavra
“Messias” no hebraico. Não há dúvida alguma, portanto, de que o Filho aqui
mencionado é o Messias.
O FILHO ETERNO
O SACERDOTE ETERNO
16
O PRIMEIRO E O ÚLTIMO
“Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos:
Eu sou o primeiro, e eu sou o último, além de mim não há Deus”, Is. 44.6.
O “Senhor dos Exércitos”, que está falando, neste texto, é o Messias.
Quando estudamos sobre o “Santo de Israel”, verificamos que todas estas
expressões lhe são atribuídas por Ele mesmo. Isto posto, fica evidente, mais uma
vez, a eternidade do Messias Jesus, pois quando Ele apareceu ao apóstolo João, na
Ilha de Patmos, identificou-se dizendo: “Eu sou o primeiro e o último”, Ap. 1.8 e
22.12. Ele é o primeiro e o último, no sentido de não ter princípio nem fim. Isto
significa que Ele é eterno.
17
“Quem fez e executou tudo isso? Aquele que desde o princípio tem chamado
as gerações à existência, eu, o Senhor, o primeiro, com os últimos eu mesmo”, Is.
41.4.
Já vimos que a expressão “primeiro e o último”, aplica-se ao Messias. Logo,
Ele é quem tem chamado as gerações à existência, desde o princípio. A palavra
princípio refere-se a uma era antes da contagem do tempo, ou antes da existência
de todas as coisas. Ainda nesse período o Messias já existia.
No versículo 25 deste capítulo, o Messias prometido é apresentado nos
seguintes termos: “Do norte suscito a um, e ele vem, a um desde o nascimento do
sol…”. Em Isaías 48.12, o Messias declara a sua eternidade, dizendo: “Dá-me
ouvidos, ó Jacó, e tu, ó Israel, a quem chamei; eu sou o mesmo, sou o primeiro, e
também o último”.
No primeiro capítulo da epístola aos Hebreus, o escritor divinamente
inspirado, falando da superioridade do Filho sobre os anjos, revela que foi a respeito
dele, que o salmista escreveu as seguintes palavras: “Em tempos remotos lançaste
os fundamentos da terra; e os céus são obras das tuas mãos. Eles perecerão, mas
tu permaneces. Todos envelhecerão como um vestido, como roupa os mudarás, e
serão mudados. Tu, porém, és sempre o mesmo, e os teus anos jamais terão fim”,
Sl 102.25-27.
Estas palavras transcritas, na íntegra em Hebreus 1.10-12, referem-se ao
Messias Jesus, pois Ele é o Filho mencionado, no salmo segundo, e citado aqui pelo
escritor desta epístola.
O PAI DA ETERNIDADE
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre
os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz”, Is 9.6.
O profeta, falando por inspiração divina, prevê um evento que se daria 730
anos mais tarde, e descreve-o como se já fosse realizado. Diz ele: “um menino nos
nasceu, um filho se nos deu”.
A esperança messiânica para os judeus consiste basicamente no advento do
Messias, descendente da Davi, o qual reinará em Israel e dominará todas as nações
18
da terra: Sl. 22.27,28. Esse rei universal é aqui apresentado como “um menino
nascido, em cujos ombros está o governo”.
No Novo Testamento, somos informados que esse Menino-Rei, é Jesus. O
anjo Gabriel, dirigindo-se à virgem Maria, proferiu as seguintes palavras: “Eis que
conceberás e darás à luz um filho a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será
grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi
seu pai; ele reinará para sempre na casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim”, Lc.
1.31-33.
Conforme o texto que estamos considerando, Ele é “Pai da eternidade”. A
palavra eternidade, aqui, pode referir-se ao período que medeia entre a eternidade
passada e a eternidade futura, abrangendo desde a criação até o fim da história
humana. “Pai da eternidade” significaria que esse rei nascido é anterior à existência
de todas as coisas. Moisés, em seu salmo (90.2), parece favorecer tal interpretação
quando diz: “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de
eternidade a eternidade, tu és Deus”. Entretanto, se tomarmos a palavra no sentido
absoluto, a expressão significa que o Messias é a origem ou a causa da eternidade;
que a eternidade existe, porque Ele sempre existiu; que ninguém há mais eterno do
que ele porque ele é “Pai da eternidade”. Seja como for, fica provada, mais uma vez,
a eternidade do Messias.
O profeta Miquéias, contemporâneo de Isaías, apresenta uma eloquente
confirmação desta verdade, dizendo: “E tu, Belém Efrata, pequena demais para
figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel,
e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”, Mq 5.2.
19
4 A ONIPOTÊNCIA DE JESUS
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre
seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da paz”, Is 9.6.
O DEUS FORTE
O PODEROSO DE JACÓ
“Mamarás o leite das nações e te alimentarás ao peito dos reis; saberás que
eu sou o Senhor, o teu Redentor, o teu Salvador, o poderoso de Jacó”, Is 60.16.
O objetivo destas palavras é ressaltar a vitória do povo judeu sobre as
nações gentílicas, quando o Messias aqui reinar.
As nações que oprimiram Israel serão subjugadas, nessa ocasião, e trarão
suas riquezas minerais, como ouro, prata, bronze, ferro, para adornarem o santuário,
no qual os pés do Messias tocarão no reino milenal.
20
5 O SENHORIO DE JESUS
A forma original é “JEOVÁ SABOATH” e significa que Jeová tem poder que
se manifesta através de suas hostes celestiais. “E clamavam uns para os outros
“dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da
sua glória”, Is 6.3.
“Sabereis que estou no meio de Israel, e que Eu sou o Senhor vosso Deus;
e não há outro”, JI 2.27.
Os versículos anteriores descrevem as bênçãos temporais advindas a Israel,
nesta fase de sua restauração nacional. Essa época teve início, em maio de 1948,
quando, pela vontade de Deus, foi solenemente instalado o Estado de Israel.
A reorganização do estado israelense e o progresso material experimentado
por esse povo, nos últimos anos, constituem indicações seguras de que brevemente
o Messias voltará para reinar pessoalmente, no meio de Israel. Daí se deduz que Ele
mesmo (o messias) é quem está dizendo: “Eu sou o Senhor vosso Deus”.
O mesmo profeta, referindo-se ainda ao reinado pessoal do Messias, na
terra, usa expressões semelhantes: “Sabeis que Eu sou o Senhor vosso Deus, que
habito em Sião, meu santo monte”, JI 3.17.
23
“Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um renovo justo;
e, rei que é, reinará e agirá sabiamente, e executará juízo e justiça sobre a terra.
Nos seus dias, Judá será salvo e Israel habilitará seguro. Será este o nome com que
será chamado: Senhor justiça nossa”, Jr 23.5,6.
A palavra Renovo, aqui empregada, é mais uma referência ao Messias.
Existem quatro profecias, no Antigo Testamento, que apresentam o Messias como
renovo, sob quatro aspectos diferentes, correspondendo exatamente aos quatro
evangelhos.
Esta profecia que estamos considerando aqui, em Jeremias 23.5, apresenta
o Renovo, como rei, e corresponde ao evangelho de Mateus. Zacarias 3.8 apresenta
24
O SENHOR ESPERADO
“Eis que envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim;
de repente virá ao seu templo o Senhor a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a
quem vós desejais; eis que ele vem diz o Senhor dos Exércitos”, Ml 3.1. “O meu
25
6 A ENCARNAÇÃO DE JESUS
“O Senhor vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um
filho que chamará Emanuel”, Is 7.14.
Estas palavras, proferidas sob inspiração divina, cumpriram-se com a mais
rigorosa exatidão. O evangelista Mateus, referindo-se ao fato, assim se expressou:
“Ora, tudo isto aconteceu para se cumprir o que fora dito pelo Senhor, por intermédio
do profeta; eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho, e ele será chamado
pelo nome de Emanuel”, Mt 1.22.23.
O FILHO DA VIRGEM
A virgem, aqui referida, é Maria e o filho que ela deu à luz é o Messias.
Quando o anjo Gabriel anunciou-lhe tal acontecimento, ela manifestou sua
perplexidade, dizendo: “Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?”
Lc 1.34.
Esta mesma dúvida ainda se faz ouvir atualmente através de pessoas que
não aceitam os fatos que contrariam as leis naturais. Acontece, porém, que essas
leis constituem eloquente testemunho da existência de um sábio legislador, que é
Deus. Portanto, a Ele compete suspender, modificar ou até mesmo anular uma lei
natural. Além disso, a lei natural também tem suas exceções que, muitas vezes,
contrariam a regra geral, e nenhum cientista sabe explicar o porquê.
“Vejamos, por exemplo, a lei dos satélites: todos os satélites avançam de
Leste para Oeste, em torno das bases primárias. O planeta Urano, entretanto,
possui quatro luas e todas elas violam a referida lei, operando movimento inverso.
Ao invés de avançarem de Leste para Oeste, as quatro luas giram de Oeste para
Leste, desrespeitando, destarte, a lei estabelecida. Ninguém sabe explicar a razão
disso. Prova isso que o Deus criador, legislador e executor, determina a
engrenagem direta ou inversa, conforme sua autoridade e poder divinos.” ( 1).
Assim também, embora não saibamos explicar, cientificamente, como se
realizou a fecundação da virgem Maria, nada impede aceitarmos que esse
fenômeno realmente aconteceu.
1
Oliveira, Antenor Santos de - Fé e Ciência, p. 44.
28
O DEUS CONOSCO
“Ele será chamado pelo nome de Emanuel”, Mt. 1.23. Com a queda de
nossos primeiros pais, o homem ficou alienado de Deus tornando-se escravo do
pecado e totalmente impossibilitado de se libertar a si mesmo.
Necessário se fazia, portanto, o aparecimento de um redentor poderoso que
tivesse condições de pagar o preço da libertação. Esse redentor teria de ser homem,
porque o representante de qualquer classe tem de ser da mesma espécie daqueles
que são representados. Logo, somente um homem poderia representar,
judicialmente, a raça humana diante da justiça divina. Além disso, somente um
homem poderia compreender as reais necessidades da raça decaída e a
profundidade do mal a que o pecado a levou.
Por outro lado, o redentor teria de ser Deus, porque somente Deus tem
poder para resgatar o homem do pecado, somente Deus, que é santo, poderia
substituir o pecador e dar plena satisfação pelas ofensas cometidas contra Ele
próprio. Portanto, a fim de satisfazer ambos os lados - o divino e o humano - Deus
humanizou-se, na pessoa do Filho, o Messias Jesus.
A palavra Emanuel, aqui aplicada ao Messias, significa literalmente Deus
conosco (Mt 1.23). Isto quer dizer que Jesus, quando esteve na Terra, ainda que na
forma humana, não era simplesmente um grande mestre como erroneamente
pensam alguns, mas sim o próprio Deus encarnado.
A expressão “Deus conosco” sugere a ideia de que Deus identificou-se
conosco, de tal maneira, que se tornou um semelhante a nós. Assim como os
israelitas armavam suas tendas, no deserto, durante o tempo de sua peregrinação,
Deus também tabernaculou conosco, isto é, armou a sua tenda entre nós. As duas
naturezas do Messias Jesus harmonizaram-se perfeitamente. Ele não foi ora Deus,
ora homem, mas em todos os momentos de sua vida terrena, Ele foi Deus-homem,
ou seja, Deus conosco. Ele era tanto Deus como se não fosse homem e tanto
homem como se não fosse Deus.
A LUZ RESPLANDECENTE
29
“O povo que andava em trevas viu grande luz e aos que habitavam, na
região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz”, Is 9.2. O profeta Isaías
explicando a razão de ser destas palavras relaciona-as com a pessoa do Messias,
dizendo: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu”, Is 9.6. O Evangelista
Mateus, referindo-se a Jesus, aplica-lhe as palavras contidas, nos versículos 1 e 2
deste capítulo: Mt 4.12-16.
Não há dúvida, portanto, de que “essa grande luz” que resplandeceu, nas
trevas, é o Messias, Jesus de Nazaré. Seu nascimento foi previsto pelo profeta
como uma grande luz que resplandeceria, na escuridão do pecado, iluminando as
nações gentílicas, que jaziam imersas, nas densas trevas espirituais. Deus, falando
através de Isaías, declara: “Eu o Senhor te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão,
te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo, e luz para os gentios”, Is
42.6.
Aqui se refere ao Messias como o Mediador da aliança com o povo. Somos
informados através da epístola aos hebreus que o Mediador da nova aliança é
Jesus. Daí, concluímos, que Ele é o Messias, acima mencionado, e,
consequentemente, a luz para os gentios, “Também te dei como luz para os gentios,
para seres a minha salvação até as extremidades da terra”,Is 49.6. Mais uma vez,
aparece a expressão: “luz para os gentios”. Deus promete salvação, que viria
através da mesma pessoa, o Messias Jesus. O sacerdote Simeão, no templo, ao
tomar o menino Jesus, em suas mãos, louvou a Deus com as seguintes palavras:
“Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra, pois os meus
olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste perante a face de todos os povos;
luz para alumiar os gentios e glória de teu povo Israel”, Lc 2.29-32.
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre
os seus ombros, e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da
eternidade, Príncipe da paz”, Is 9.6.
A esperança messiânica para os judeus consiste basicamente, no advento
do Messias, que restaurará o reino de Davi e governará sobre as nações da terra.
Daí se conclui que esse menino incomparável, acima referido pelo profeta, é o
Messias.
30
Seu nome é Príncipe da paz porque somente Ele trará paz verdadeira para
Israel e para o mundo. Embora o lema da ONU (Organização das Nações Unidas)
seja “paz” e “Segurança”, as nações vivem constantemente em guerra.
Nenhum pacto firmado, nem qualquer organização humana, podem produzir
paz duradoura. Porque a maioria dos homens, que lançam mãos desses recursos,
não têm, em seu coração, o Príncipe da Paz.
32
7 A HUMANIDADE DE JESUS
“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as
nuvens do céu um como o filho do homem...”, Dn 7.13.
Neste capítulo sete, o profeta Daniel está relatando várias de suas visões
noturnas. Inicialmente, ele viu os quatro animais que representavam quatro grandes
impérios do mundo, a saber: O babilônico, o medo-persa, o greco macedônico e o
romano. Daniel olhou outra vez e viu que, depois da queda desses impérios, “um
como o Filho do homem” vinha sobre as nuvens do céu. Foi-lhe dado domínio, sobre
os povos, nações e línguas; o seu domínio é eterno e o seu reino jamais será
destruído; visto que se trata de um reino eterno, este não é outro senão o
messiânico. Logo, o Messias está mencionado, no texto acima, como “o Filho do
homem”. Esta expressão é aplicada ao profeta Ezequiel, em seu livro,
aproximadamente oitenta vezes. Ao profeta Daniel, porém, coube empregá-la pela
primeira vez, em alusão ao Messias.
O FILHO DO HOMEM
O HOMEM RENOVO
“Assim diz o Senhor: eis aqui o homem cujo nome é Renovo: ele brotará do
seu lugar, e edificará o templo do Senhor”, Zc 6.12.
Existem, no Antigo Testamento, quatro profecias que apresentam o Messias
como Renovo, sob quatro aspectos diferentes, correspondendo exatamente aos
quatro evangelhos.
“Matheus, o evangelho dos judeus, corresponde à profecia: ‘levantarei a
Davi um renovo justo; e sendo Rei, reinará (Jr 23.5 e 33.15); Marcos, o evangelho
do servo corresponde a profecia: “Eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo” (Zc
3.8); Lucas, que apresenta Cristo como o verdadeiro homem, correspondente às
palavras: ‘Eis aqui o homem cujo nome é Renovo’ (Zc 6.12); João, que se ocupa
especialmente da pessoa e da obra divina de Cristo, é apropriadamente relacionado
com as palavras: “O Renovo do Senhor será um ornamento e uma glória”, Is 4.2. Há,
ainda, quatro passagens, no antigo Testamento, que começam com a palavra ‘eis’ e
correspondem a esses vários aspectos da pessoa de Cristo nos quatro evangelhos:
“Eis que o teu rei virá a ti” (Zc 9.9); ‘Eis aqui o meu servo’ (Is 42.1); ‘Eis aqui o
homem’ (Zc 6.12); ‘Eis aqui está o vosso Deus’ (Is 40.9)” ( 4).
O apóstolo João, na ilha de Pátmos, viu o Cordeiro glorificado que estava
sentado num trono e rodeado por quatro seres viventes, que foram identificados do
seguinte modo: O primeiro ser vivente é semelhante a leão; o segundo, semelhante
3
Pearlman Myer - Conhecendo as doutrinas da bíblia, P. 150-153
4
Thomas, W.H. Griffith - Como Estudar os Quatro Evangelhos. P.13-14.
34
a novilho, o terceiro tem rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante
à águia quando está voando”, Ap. 4.7.
O leão, considerando rei da selva, representa o Evangelho de Mateus,
escrito para os judeus, com o propósito de lhe apresentar Jesus como o Rei, ou
seja, o leão da tribo de Judá; o novilho, animal típico do trabalho, representa o
evangelho de Marcos, dirigido aos romanos, para lhes apresentar Jesus como o
servo; o animal que tinha rosto de homem corresponde ao evangelho de Lucas, que
foi escrito aos gregos, para apresentar Jesus como o homem “perfeito”; a águia,
animal das maiores alturas, indica o evangelho de João, endereçado aos cristãos,
com o objetivo de lhes apresentar Jesus como Deus.
Portanto, como se vê, os quatro evangelhos representados pelos quatro
animais e maravilhosamente preditos, na profecia bíblica, focalizam os quatro
aspectos do Renovo, o Messias Jesus de Nazaré, como representante da raça
humana, sobre a qual futuramente reinará.
35
8 A SUBMISSÃO DE JESUS
“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem minha
alma se compraz”, Is. 42.1.
O SERVO DO SENHOR
Certa vez, Jesus advertiu as pessoas, que eram curadas por Ele, que não O
expusessem à publicidade, fazendo propaganda de seus milagres. O motivo dessa
observação era o cumprimento do que fora predito pelo profeta Isaías, nos quatro
primeiros versículos deste capítulo 42, cujas palavras vêm transcritas integralmente
por Mateus, das quais ressaltamos as seguintes: “Não contenderá, nem gritará, nem
alguém ouvirá nas praças a sua voz”, Mt. 12.15-21.
Sendo Jesus batizado por João Batista no rio Jordão, o Espírito Santo
desceu como pomba sobre Ele e ouviu-se uma voz do céu que dizia: “Este é o meu
Filho amado em quem me comprazo”, Mt. 3.16,17. Ele é, portanto, o referido servo
do Senhor em quem sua alma se compraz.
Quando falamos a respeito do homem Renovo, verificamos que existem, no
Antigo Testamento, quatro profecias apresentando o Messias como o Renovo, sob
quatro aspectos diferentes. Entre elas destaca-se aqui a do profetas Zacarias que,
inspirado pelo Espírito Santo, previu o primeiro advento daquele que veio para
servir, apresentando-o nos seguintes termos: “Eis que eu farei vir meu servo, o
Renovo”, Zc 3.8.
Esta servilidade do Messias não implica absolutamente que, durante sua
vida terrena, Ele tenha deixado de ser Deus ou que a condição humana tenha
diminuído a sua divindade. Pelo contrário, conforme diz o apóstolo Paulo aos
filipenses: “Ele a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo”. Submeteu-se,
voluntariamente, à orientação do Pai, e, embora não deixasse de ser Deus, por um
só momento, considerou-se apenas como servo.
Sua futura exaltação será a recompensa dos seus sofrimentos, os quais Ele,
prudentemente, suportou: “Olhando firmemente para Jesus, o autor e consumador
da fé, o qual, pela alegria, que lhe estava proposta, suportou a cruz”, Hb 2.12. Tal
procedimento do Messias Jesus foi assim predito pelo profeta: “Eis que o meu servo
procederá com prudência; será exaltado e elevado, e será mui sublime”, Is 52.13.
36
SUBMISSO AO PAI
“Então eu disse: Eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito;
agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu” SI 40.6-8.
A expressão “rolo do livro”, aqui, refere-se provavelmente, ao Pentateuco,
visto que o versículo anterior faz alusão aos holocaustos e ofertas pelo pecado,
coisas que se ofereciam segunda a lei. Esses sacrifícios, embora válidos e eficazes
para os judeus daquele tempo, representavam realidades espirituais que estavam
por vir, através do Messias.
Neste salmo, o autor, falando por inspiração divina, está prevendo a
cessação desses sacrifícios, porque não seriam aceitáveis diante de Deus, quando
houvessem alcançado o seu total cumprimento na pessoa do Messias Jesus.
Ele é apresentado como alguém que, ao entrar no mundo, diz: “Sacrifício e
oferta não quiseste, antes corpo me formaste; não te deleitaste com holocaustos e
ofertas pelo pecado. Então eu disse: eis aqui estou (no rolo do livro está escrito ao
meu respeito) para fazer, ó Deus, a tua vontade”, Hb 10.5.
Já nos tempos eternos, quando a santíssima Trindade resolveu criar o
homem, o Deus filho ofereceu-se espontaneamente para ser o Redentor da raça
humana. O autor da epistola aos hebreus declara: “Muito mais o sangue de Cristo
que, pelo Espirito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus”, Hb 9.14.
Quando aprouve ao trino Deus tornar a obra redentora uma realidade no
tempo e no espaço, Deus filho, se encarnou. Ao entrar no mundo, reafirmou sua
disposição de morrer em favor da humanidade e, para tanto, submeteu-se voluntária
e incondicionalmente à vontade do Pai, declarando: “Eis aqui estou, para fazer ó
Deus, a tua vontade”, Muitas vezes satanás procurou dissuadí-lo de cumprir a sua
missão, mas Ele se manteve firme no propósito de fazer a vontade daquele que o
enviara a realizar a sua obra.
37
“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para
pregar boas novas aos contritos, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a
proclamar libertação aos cativos, e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o
ano aceitável do Senhor”, Is. 61.1,2.
A pessoa que se expressa nesses termos e, por intermédio do profeta,
declara sua unção com o Espírito Santo, para o exercício do ministério profético, é o
messias.
O evangelista Lucas informa que, certa vez, Jesus chegou a Nazaré, onde
fora criado, e entrou na sinagoga num dia de sábado. Segundo seu costume,
levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías e Ele, abrindo-o, leu
exatamente o texto acima, até onde se encontra a expressão: “a apregoar o ano
aceitável do Senhor”. Terminada a leitura, desenvolveu o livro ao chefe da Sinagoga
e declarou o seguinte: “Hoje se cumpriu esta escritura que acabais de ouvir”, Lc
4.16-21.
É muito significativo que Jesus não tenha lido a segunda metade do
versículo 2 que menciona: “o dia da vingança do nosso Deus”, pois esta parte da
profecia ainda se cumprirá futuramente.
Jesus afirmou que, naquele dia, esta escritura se cumpriu e realmente isso
aconteceu, porque Ele estava iniciando o seu ministério profético, para o qual fora
ungido. Ele curou física e espiritualmente os quebrantados de coração, proclamou
libertação aos escravos do pecado, libertou os oprimidos pelo diabo e apregoou o
tempo de perdão e de salvação.
Portanto, face ao cumprimento literal dessa profecia, na pessoa de Jesus,
fica evidente, mais uma vez, a sua messianidade, ou seja, Ele é realmente o
Messias que havia de vir. Consequentemente, podemos esperar, com a mais
absoluta certeza, que a outra parte da profecia também se cumprirá da mesma
maneira. Num futuro próximo, Ele voltará e consumará “o dia da vingança do nosso
Deus”.
38
O REDENTOR PROMETIDO
quem pôs o nome de Sete. Este gerou Enos, em cujo tempo começou-se a invocar o
nome do Senhor (4:26).
Na descendência de Enos, vamos encontrar Enoque, o qual andou com
Deus, e Deus o tomou para si. (Gn. 5:24). Lameque, neto de Enoque, gerou um filho
e lhe chamou Noé, dizendo: “Este nos consolará dos nossos trabalhos e das fadigas
de nossas mãos, nesta terra que o Senhor amaldiçoou”. (Gn. 5:29).
Noé, ao abençoar seu filho Sem, indicou haver, da parte de Deus, um plano
para sua vida e que dele descenderia o Redentor. (Gn. 9:26).
Entre os descendentes de Sem, encontramos Abraão, o qual Deus chamou
e lhe fez as seguintes promessas especiais: “De ti farei uma grande nação, e te
abençoarei e te engrandecerei o nome. Sê tu uma benção. Abençoarei os que te
abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti, serão benditas todas as
famílias da terra” (Gn. 12: 1-3, 13:15-16; 22:17-18).
Inegavelmente Deus cumpriu essas promessas a Abraão e ele se tornou o
pai do poderoso povo judeu que até hoje recebe a proteção divina. Desse povo, na
plenitude dos tempos, nasceu o Salvador do mundo, conforme ele próprio declarou:
“a salvação vem dos judeus” (Jo. 4:22).
Salomão referiu-se profeticamente ao Messias Jesus, dizendo: “Nele sejam
abençoados todos os homens, e as nações lhe chamem Bem-aventurado” (Sl
72:17). Assim se cumpre o que Deus prometera a Abraão quando lhe disse: “em ti
serão benditas todas as famílias da terra”.
Abraão não tinha filho para ser herdeiro das promessas, mas Deus
providenciou miraculosamente o nascimento de Isaque (Gn. 21: 1-7). Este intentava
fugir da fome que sobreveio à sua terra, quando lhe apareceu o Senhor e disse:
“Não desças ao Egito. Fica na terra que eu disser; habita nela, e serei contigo e te
abençoarei; porque a ti e à tua descendência darei todas estas terras e confirmarei o
juramento que fiz a Abraão, teu pai. Multiplicarei a tua descendência como as
estrelas dos céus, e lhe darei todas estas terras. Na tua descendência serão
abençoadas todas as nações da terra” (Gn. 26:2-4).
Desse modo. Isaque se tornou herdeiro das promessas feitas a Abraão, e,
por seu intermédio, haveria de vir o Redentor Prometido.
Jacó, depois de enganar seu irmão, tirando-lhe a benção da primogenitura,
fugiu para Padã Arã. Numa noite, depois da visão da escada cujo topo atingia o céu,
ouviu a voz de Deus que lhe disse: “Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu pai, e
40
O Redentor Tipificado
O PROFETA PROMETIDO
Desde que foi proferida esta profecia, catorze séculos foram passados até o
aparecimento de João Batista, pregando no deserto da Judéia. Quando isso
aconteceu, as autoridades judaicas ficaram impressionadas com a fama desse
misterioso pregador e enviaram sacerdotes e levitas para o entrevistarem. Esses
emissários, que eram da seita dos fariseus, fizeram-lhe várias perguntas. Baseados,
nesta profecia de Moisés, indagaram: És tu o profeta? João Batista respondeu
simplesmente: não. Em face da resposta negativa de João, eles continuaram
aguardando o referido profeta.
Passados alguns anos, quando o apóstolo Pedro discursava à porta formosa
do tempo, declarou que esse profeta prometido é Jesus.
“..ao qual é necessário que o céu contenha até aos tempos da restauração
de todas as coisas, de que Deus falou por boca de seus santos profetas desde a
antiguidade. Disse, na verdade, Moises, O Senhor suscitará dentre vossos irmãos
um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser.” (At. 3:21-
22).
O próprio Jesus, dirigindo-se aos judeus incrédulos, confirmou o fato de ser
Ele o profeta prometido quando disse: “Porque se, de fato, crêsseis em Moisés,
também creríeis em mim; “porquanto ele escreveu a meu respeito” (Jo 5:46)
Logo após o milagre da multiplicação dos pães, alguns judeus vendo o que
Jesus fizera, chegaram à seguinte conclusão: “Este é verdadeiramente o profeta que
devia vir ao mundo” (Jo. 6:14)
44
O PROFETA CREDENCIADO
5
Dr. Antônio de Almeida - A Doutrina Bíblica do Espírito Santo. P. 34.
45
declarações proféticas, somos por afirmar que o Santo Monte do Senhor, num futuro
próximo, será reconquistado pelo povo judeu. O templo será reconstruído e os
sacrifícios, restaurados.
Quando tudo isso acontecer, estaremos ás vésperas da inauguração do
reino milenal, quando o Messias Jesus reunirá, no seu santo monte, todos os povos.
No Novo Testamento, Ele confirmou este fato, dizendo: “Não está escrito: a minha
casa será chamada casa de oração para todas as nações?” (Mc. 11:17). Fica
evidente, portanto, que a mensagem, profética do Messias é missionária e universal.
O Profeta Rejeitado
11 - A MEDIAÇÃO DE JESUS
O Mediador Almejado
Neste sentido, o sacerdote Eli pergunta: “Pecando o homem contra o próximo, Deus
lhe será o árbitro; pecando, porém, contra o Senhor, quem intercederá por eles?” (I
Sm. 2:25).
O mediador teria de ser homem porque somente um homem pode substituir
outro homem; somente um membro da raça humana poderia representá-la diante do
tribunal divino; somente um homem poderia conhecer as reais necessidades da raça
decaída e a gravidade do mal a que o pecado a levou. Entretanto, o mediador
também teria de ser Deus, porque somente Deus, que é santo, poderia pagar pelo
pecador; somente Deus mesmo poderia dar plena satisfação à justiça divina, pelas
ofensas recebidas.
O Messias Jesus é a única pessoa que satisfaz plenamente a todos estes
requisitos. Portanto, Ele é o único mediador entre Deus e os homens, conforme
declara o apostolo Paulo: “Porquanto há um só Deus, e um só mediador entre Deus
e os homens, Cristo Jesus, homem” (I Tm. 2:5).
O mediador da Aliança
Aliança é um acordo firmado entre duas partes que passam a ter direitos e
obrigações recíprocos. No monte Sinai, Deus propôs uma aliança com os filhos de
Israel. Essa aliança previa fidelidade e obediência do povo e bênçãos sem medida
da parte de Deus. Quando Moisés relatou a proposta de Deus, diante do povo, todos
responderam a uma só voz: “Tudo que o Senhor falou, faremos” (Êx. 19:8).
No entanto, a história de Israel, no deserto e em Canaã, é um relatório
de flagrante violação às leis de Deus. Visto que os israelitas não foram fiéis no
cumprimento do que prometeram, Deus também ficou desobrigado de cumprir o que
prometera. E, assim, a aliança ficou anulada. Apesar disso, Deus prometeu fazer
uma Nova Aliança, dizendo: “Eis que vêm dias, diz que o Senhor, e firmarei nova
aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz
com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito;
porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz
o Senhor. Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas
inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão meu povo” (Jr. 31:31-33).
Conforme se percebe, através deste texto, a nova aliança, embora feita com
o mesmo povo, seria extensiva a todas as nações. As leis divinas não mais seriam
49
No salmo 41, Davi, lamentando sua situação, invoca o socorro de Deus para
protegê-lo de seus inimigos, que eram malediscentes, maldosos e murmuradores.
Essa adversidade chega ao clímax quando percebe que o seu amigo íntimo,
também estava contra ele. Pelo que externou sua profunda decepção, dizendo: “Até
o meu amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, e que comia do meu pão, levantou
contra mim o seu calcanhar”, SI 41.9.
Davi, inspirado pelo Espírito Santo, registrou essas palavras proféticas que
se cumpriram com toda a exatidão, na pessoa do Messias Jesus, que se declara
traído, sendo o seu traidor Judas Iscariotes.
O próprio Jesus deixou transparecer claramente que a escolha de Judas
para o apostolado foi para se cumprir a Escritura que diz “Aquele que come do meu
pão, levantou contra mim o seu calcanhar”, Jo. 13.18.
Ao citar essas palavras, Cristo não identificou aquele que o havia de trair,
mas apenas ressaltou a gravidade do seu erro porque, comendo do mesmo pão,
traiu o seu Senhor e Mestre. Entretanto, Jesus asseverou: “Em verdade, em verdade
vós digo, que um dentre vós me trairá”, Jo. 13.21.
O discípulo a quem Jesus amava, reclinando-se ao seu peito, perguntou-lhe:
“Senhor, quem é?” Então Jesus identificou o traidor dizendo: “É aquele a quem eu
der o pedaço de pão molhado. Tomou, pois, um pedaço de pão e, tendo-o molhado,
deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes”, Jo 13.26.
O salmista Davi acrescentou: “Os seus dias sejam poucos, e tome outro o
seu encargo”, SI. 109.8. Estas palavras predizem a morte prematura de Judas, e a
sua substituição no apostolado. Foi a conclusão a que chegou o apóstolo Pedro,
falando a igreja reunida, no cenáculo, por ocasião da escolha de Matias, quando
declarou: “Irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo
proferiu anteriormente por boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles
que prenderam a Jesus. Porque está escrito no livro dos Salmos: fique deserta a sua
morada; e não haja quem nela habite; e tome outro o seu cargo”, At 1.16 e 20.
AVALIADO E MOEDAS
“Eu lhe disse: se vos parece bem, daí-me o meu salário; e, se não, deixai-o.
Pesaram, pois por meu salário, trinta moedas de prata. O Senhor me disse: arroja
isso ao oleiro, esse magnífico salário em que fui avaliado por eles. Tomei as trinta
moedas de prata, e as arrojei ao oleiro na casa do Senhor”, Zc. 11.12,13.
No Novo Testamento, esta profecia de Zacarias é citada por Mateus como
sendo de Jeremias: Mt. 27.9,10. Como se pode explicar isso? O teólogo Lightfoot,
citado por Stewart, dá a seguinte explicação:
“A Bíblia hebraica se dividia em três volumes: a lei, os Agiógrafos e os
Profetas. Ora, assim como os agiógrafos eram também chamados salmos (Lc
52
24.44), pelo fato de Salmos ser o primeiro livro daquela coleção, assim também
Mateus, citando um trecho do livro de Zacarias , o indica como tirado de Jeremias,
pois que os escritos daquele profeta eram os primeiros do volume dos profetas.
Lighfoot estabelece indisputavelmente por meio de citações do rabino, doutor Davi
Chinchi, que o volume dos profetas tomou o nome de Jeremias” (7).
Nos versículos acima transcritos, o profeta, falando em nome de Deus,
assemelha-se a um pastor que, angustiado pelo mau procedimento do seu rebanho,
resolve não mais apascentá-lo, e, como que pedindo exoneração, diz: “Se vos
parece bem, daí-me o meu salário! As ovelhas, por sua vez, trataram o pastor com
tanto descaso que, por seu salário, pensaram trinta moedas de prata.
Através desta parábola, o profeta previu que Jesus, o supremo pastor, seria
tratado tão desprezivelmente pelas autoridades judaicas, a ponto de pagarem por
Ele a insignificante importância de trinta moedas de prata. O suicídio de Judas
Iscariontes aconteceu também como estava predito: “Então, Judas, atirando para o
santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se”, Mt. 27.5.
Os sacerdotes, alegando ser preço de sangue, deliberaram não colocar as
moedas, no cofre das ofertas, e compraram com elas o campo do oleiro. Quando se
diz: E as arrojei ao oleiro na casa do Senhor “observa-se, nesta linguagem, uma
inversão na ordem dos acontecimentos, mas isto significa apenas que,
primeiramente, as moedas foram arrojadas para o templo e, posteriormente,
passaram às mãos do oleiro.
A PEDRA REJEITADA
“Isto, porém, é para que se cumpra a palavra escrita na sua Lei: “Odiaram-me sem
motivo”, Jo 15.2.
O cumprimento exato desta profecia demonstra mais uma vez que o nosso
Deus não está sujeito a imprevisões. O plano de redenção para a humanidade por
intermédio do Messias, perfeitamente traçado e registrado nas Santas Escrituras,
realizou-se rigorosamente como estava predito. Cumpriu-se, igualmente, o que o
Espírito Santo falou por boca de Davi no salmo segundo: “Por que se enfurecem os
gentios e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os
príncipes conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido”, SI. 2.1,2. A igreja de
Jerusalém proferiu uma oração das mais lindas e poderosas, que depois de
mencionar estas palavras do salmo 2, alusivas ao Messias, deixou para nós a
seguinte explicação esclarecedora: “Porque verdadeiramente se ajuntaram nesta
cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos,
com os gentios e gente de Israel, para fazerem tudo que a tua mão e o teu propósito
predeterminaram”, At. 4.27,28.
DEFORMADO NA APARÊNCIA
“Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz duma terra seca;
não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos
agradasse”, Is. 53.2.
No primeiro versículo deste capítulo, o profeta Isaías, tendo falado
abundantemente ao seu povo a respeito do Messias, está predizendo que suas
mensagens proféticas não seriam aceitas nem cridas pelos seus patrícios: “Quem
creu em nossa pregação? e a quem foi revelado o braço do Senhor?”. A expressão
“braço do Senhor” significa o poder de Deus revelado na pessoa no Messias. Essa
revelação foi feita inicialmente aos judeus e, mais tarde, a todas as nações. “O
Senhor desnudou o seu santo braço à vista de todas as nações e todos os confins
da terra verão a “salvação do nosso Deus”, Is. 52.10. No Novo Testamento, a frase
salvação do nosso Deus é aplicada a Cristo pelo sacerdote Simeão, quando disse:
“Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo segundo a tua palavra; porque os
meus olhos já viram a tua salvação”, Lc. 2.29,30. “Quando se diz foi subindo como
renovo perante ele”, indica o crescimento natural e normal do Messias Jesus, como
informa o evangelista: “Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria,
55
e a graça de Deus estava sobre Ele”, Lc. 2.40. Conforme vimos, em capítulo
anterior, várias vezes Ele é referido como “renovo”. Isto quer dizer que, através dele
o reino de Israel será completamente restaurado, fazendo com que sua glória
exceda os tempos áureos dos reinados de Davi e Salomão: Am. 9.11-16. Seu
aparecimento, no cenário da história, aconteceu numa época em que a nação
judaica, desprovida totalmente de espiritualidade, era semelhante a uma terra seca.
Sua falta de aparência e formosura refere-se à maneira simples e modesta
como Ele chegou até nós. Os judeus esperavam um Messias nascido no palácio,
filho de uma família nobre, deitado num berço de ouro, adornado com jóias e roupas
finíssimas, cujo evento fosse anunciado com alarde e aplausos das multidões.
Pensavam que o messias se apresentaria publicamente como um soberano, trajado
com vestes reais, pronto para convocar os soldados para a guerra, a fim de libertar o
povo do domínio romano. Todavia, Ele nasceu numa estrebaria, na rude manjedoura
de Belém. Sua mãe, jovem pobre e humilde, residia num casebre de Nazaré, na
Galiléia. “Não teve por usurpação o ser igual a Deus”, mas se apresentou
humildemente, como homem de trabalho, rodeado de simples pescadores. Foi este
o motivo por que eles o desprezaram e o rejeitaram, cumprindo-se, fielmente o que
vaticinara o profeta: “Olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse”.
JULGADO INJUSTAMENTE
“Por Juízo opressor foi arrebatado e de sua linhagem, quem dela cogitou?
Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa de transgressão do meu
povo, foi ele ferido”, Is. 53.8. A expressão juízo opressor é uma referência a Pôncio
Pilatos que, nessa época, era o governador da Judéia. Ele é denominado “Juízo”
porque realmente sua palavra foi decisiva a respeito de Jesus, entregando-o às
autoridades judaicas: “Tomai-o vós outros e julgai-o segundo a vossa lei”, Jo. 18.31.
Era também opressor, porque representava o Império Romano que, de fato,
escravizava e oprimia o povo judeu naquela ocasião.
A palavra “arrebatado” aqui, segundo o original hebraico, significa
literalmente: “tirado com violência” ou “levado às pressas”, Isto indica a maneira
ilegal com que se processou o julgamento do servo de Jeová. Eis algumas das
ilegalidades que aconteceram: a) o julgamento realizou-se à noite. b) o acusado foi
56
O SERVO HUMILHADO
“Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro, foi
levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não
abriu a sua boca”, Is. 53.7. Na estrada que desce de Jerusalém para Gaza, o
evangelista Filipe, sabiamente orientado pelo Espírito Santo, explicou este texto ao
eunuco etíope, dizendo-lhe que se tratava da pessoa de Jesus: At 8.32.
À semelhança da ovelha quando esta sendo tosquiada, o Messias Jesus
sofreu em silêncio as afrontas de seus algazores. Realmente, Ele não abriu a sua
boca. Tudo suportou por amor a vontade do Pai, conforme previu o salmista: “Pois
tenho suportado afrontas por amor de ti, e o rosto se me encobre de vexame”, SI.
57
69.7. “Era coisa comum, naqueles tempos, ouvir-se uma pessoa acusada gritar
veementemente alegando sua inocência; ou insultar seus acusadores, ou implorar
justiça. De fato, era tão comum, que Pilatos estranhou que Cristo se conservasse
calado”(8).
“A palavra ‘oprimido’ apresenta o resumo das afrontas e dos ultrajes que
Cristo sofreu dos seus contemporâneos, em consequência do julgamento falso que
formaram a respeito da sua pessoa e da sua obra. O termo significa o tratamento
cruel que os escravos recebiam dos Senhores” (9).
Quando diz: “Ele foi oprimido e humilhado” refere-se ao conjunto das
ofensas físicas e morais que os homens lhe causaram. As autoridades judaicas,
fazendo acusações falsas, apresentaram-no a Pilatos. Este, depois de interrogá-lo,
entregou-o para ser açoitado e crucificado. Os soldados açoitaram-no; teceram uma
coroa de espinhos e lha puseram na cabeça; deram-lhe bofetadas; cuspiram no seu
rosto.
Todas essas humilhações aconteceram para se cumprir também o que fora
predito pelo próprio Senhor Jesus, por intermédio do profeta: “Ofereci as costas aos
que me feriam, e as faces aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o meu
rosto dos que me afrontavam e me cuspiam”, Is. 50.6.
__________________
(7) Gióia, Egidio - Notas e Comentários à Harmonia dos evangelhos, p. 356.
(8) Olson, N. Lawrence - O servo de Jeová, p. 55.
(9) Crabtree, A. R - A profecia de Isaías, p. 232.
58
13 A MORTE DE JESUS
O CORDEIRO IMOLADO
FERIDO MORTALMENTE
O profeta Zacarias faz alusão a um certo pastor que seria tratado tão
desprezivelmente pelas ovelhas, a ponto de pagarem por ele, apenas trinta moedas
de prata: Zc 11.12,13. O mesmo profeta ainda se refere a esse pastor dizendo:
“Desperta, ó espada, contra o meu pastor e contra o homem que é meu
companheiro, diz o Senhor dos Exércitos; fere o pastor, e as ovelhas ficarão
dispersas, mas volverei a minha mão para os pequeninos “, Zc. 13.7.
“A expressão “o homem que é meu companheiro” está em perfeita
consonância com a narrativa de João, quando afirma: “Ele estava no princípio com
Deus”. (Jo. 1.2). Daí, concluímos que esse pastor ferido, acima mencionado, é,
indiscutivelmente, o Messias Jesus. “Esta noite todos vós vos escandalizareis
comigo; porque está escrito: “Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão
dispersas”, Mt. 26.31.
O profeta supracitado continua falando a respeito do Messias, com as
seguintes palavras: “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém,
derramei o espírito da graça e de súplicas; e olharão para aquele a quem
traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito, e chorarão por
ele como quem chora amargamente pelo primogênito”, Zc. 12.10. Esta profecia
refere-se a tempos futuros, quando Jesus aparecer pessoal e visivelmente aos
judeus, os quais chorarão e prantearão por reconhecerem que Ele é realmente o
Messias, o Salvador.
Sabemos perfeitamente que Jesus é o Filho Unigênito de Deus o
primogênito da virgem Maria. “Fica evidente, portanto, que Ele mesmo é quem está
falando através do profeta, quando diz: “Olharão para aquele a quem traspassaram”,
Zc. 12.10.
O capítulo 53 de Isaías descreve, pormenorizadamente, a humilhação de
Jesus, desde o seu nascimento, na manjedoura de Belém,até o momento quando
expirou no madeiro do Calvário. Quando Ele estava sofrendo na cruz, os judeus
pensavam que os seus sofrimentos eram em consequência de pecados que tivesse
cometido. E o profeta previu esse fato, dizendo: “e nós o reputávamos por aflito,
ferido de Deus, e oprimido...”, Is. 53.4.
Os judeus, atualmente, ainda pensam da mesma maneira. Mas,
futuramente, quando eles receberem Jesus como o seu Messias, reconhecerão que
Ele era inocente e eles, sim, é que são culpados. Então eles confessarão os seus
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O MESSIAS CLAMANDO
MORTO O UNGIDO
14 - A EXALTAÇÃO DE JESUS
15 - A ADVOCACIA DE JESUS
O Código Espiritual
Além das leis acima mencionadas, temos também as leis espirituais que
regem as relações entre o homem e Deus. Enquanto as leis humanas são
imperfeitas e se prendem apenas aos problemas da vida material, as leis divinas são
incomparavelmente superiores e visam à solução do problema espiritual do homem.
Por isso a Bíblia diz: “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma”. (Sl. 19:7).
Entretanto, existe alguma analogia entre ambos os tipos de lei. Conforme o nosso
66
O Juiz Divinal
“Deus, na qualidade de justo juiz, exige justiça de todos os seres humanos,
de todas as criaturas racionais. O atributo de livre arbítrio, de que o homem é
dotado, o fez responsável moral e judicialmente, perante os tribunais humanos e,
sobretudo, diante do tribunal de Deus.” (10).
A Bíblia diz que Deus determinou um dia, no seu calendário divino, no qual
julgará todos os homens. “Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o
mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos,
ressuscitou-o dentro os mortos.” (At. 17:31).
Muitas vezes o homem consegue burlar as leis e escapar das penas da
justiça humana. No entanto, é completamente impossível a alguém escapar da
justiça divina. “Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras até mesmo as que
estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más.” (Ec. 12:14).
Quando o poderoso rei Belsazar banqueteava com os grandes do seu reino,
foi surpreendido pela mão misteriosa que escrevia, na parede do palácio real. Entre
outras expressões estava escrito o seguinte: “Pesado foste na balança, e achado em
falta.” (Dn. 5:27).
Naquele dia determinado para juízo, todas as pessoas serão pesadas na
balança da justiça divina e, à semelhança do rei Belsazar, milhares serão achados
em falta.
Diante do Grande Trono Branco, abrir-se-ão os livros. Estes são os livros
contábeis de Deus. Os mortos serão julgados conforme as coisas que ali estão
registradas. Isto significa que Deus tem um controle rigoroso de todos os nossos
atos. Ali constam todos os pecados de cada pessoa: pecados grandes e pequenos;
pecados por comissão e por omissão; pecados por pensamentos e por palavras.
Certa vez, o Senhor Jesus declarou: “Digo-vos que de toda palavra frívola que
proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo.” (Mt. 12:36).
(0)
Josué Alves de Oliveira – O aspecto jurídico da justificação.
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O Réu Judicial
“Se é verdade que Deus exige, judicialmente, justiça por parte do pecador,
justiça qualitativamente igual à sua, também é verdade que o homem jamais poderá
atendê-lo na sua exigência.” (11)
Os escritores do Antigo Testamento, falando por divina inspiração, afirmam
categoricamente que todos os seres humanos são injustos, aos olhos de Deus.
“Porque à tua vista não há justo sobre a terra, que faça o bem o nunca peque.” (Ec.
7:20).
“Todos se extraviaram e juntamente se corromperam: não há quem faça o
bem, não há nem um sequer.” (Sl. 14:3). “Mas todos nós somos como o imundo, e
todas as nossas justiças como trapo de imundícia.” (Is. 64:6.)
Muitas pessoas procuram justificar-se diante de Deus, alegando suas
virtudes. Porém, Jó, embora tivesse as melhores qualidades, reconheceu sua
incapacidade de satisfazer às exigências da justiça divina e a confessou dizendo:
“Ainda que eu seja justo, a minha boca me condenará; embora seja integro, Ele me
terá por culpado.” (Jó 9:20).
Certa feita, Jesus se referiu a um credor que tinha dois devedores. Um devia
quinhentos denários e o outro devia cinquenta, mas ambos não tinham com que
pagar. Esta é a situação de todas as pessoas, diante de Deus. Embora uns devam
mais e outros devam menos, o fato é que todos são devedores e ninguém tem
condições de pagar.
A Bíblia diz: “Aquele que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto,
tornou-se culpado de todos.” (Tg. 2:10). Quem não tropeça em algum ponto da lei de
Deus? Todos nós tropeçamos não apenas em um só ponto, mas em muitos pontos
da lei de Deus. Portanto, todos nós somos culpados e merecemos a condenação
eterna.
(1)
Josué Alves de Oliveira – O aspecto jurídico da justificação.
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O Promotor Infernal
O advogado Celestial
CONCLUSÃO