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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA..............................................................................................................3

PREFÁCIO....................................................................................................................5

INTRODUÇÃO..............................................................................................................6

1 A DIVINDADE DE JESUS..........................................................................................7
O DEUS SALVADOR....................................................................................................7
O DEUS ÚNICO............................................................................................................8
O DEUS ADORÁVEL....................................................................................................9
O DEUS QUE VIRÁ......................................................................................................9
O DEUS QUE REINARÁ.............................................................................................10

2 A SANTIDADE DE JESUS.......................................................................................12
O CORDEIRO IMACULADO.......................................................................................12
MEU SERVO, O JUSTO.............................................................................................13
O SANTO DE ISRAEL................................................................................................14

3 A ETERNIDADE DE JESUS....................................................................................15
O FILHO ETERNO......................................................................................................15
O SACERDOTE ETERNO..........................................................................................15
O PRIMEIRO E O ÚLTIMO.........................................................................................16
O PAI DA ETERNIDADE.............................................................................................17

4 A ONIPOTÊNCIA DE JESUS..................................................................................19
O DEUS FORTE.........................................................................................................19
O PODEROSO DE JACÓ...........................................................................................19

5 O SENHORIO DE JESUS.......................................................................................21
O SENHOR DOS EXÉRCITOS..................................................................................21
O SENHOR DEUS DE ISRAEL..................................................................................22
O SENHOR JUSTIÇA NOSSA...................................................................................23
O SENHOR ESPERADO............................................................................................24
1

O SENHOR QUE VIRÁ...............................................................................................24


O SENHOR QUE REINARÁ.......................................................................................25

6 A ENCARNAÇÃO DE JESUS..................................................................................27
O FILHO DA VIRGEM.................................................................................................27
O DEUS CONOSCO...................................................................................................28
A LUZ RESPLANDECENTE.......................................................................................29
O MENINO SEM IGUAL..............................................................................................29

7 A HUMANIDADE DE JESUS...................................................................................32
O FILHO DO HOMEM.................................................................................................32
O HOMEM RENOVO..................................................................................................33

8 A SUBMISSÃO DE JESUS......................................................................................35
O SERVO DO SENHOR.............................................................................................35
SUBMISSO AO PAI....................................................................................................36
UNGIDO COM ESPÍRITO...........................................................................................37

9 A OBRA REDENTORA DE JESUS.........................................................................38


O REDENTOR PROMETIDO.....................................................................................38
O REDENTOR TIPIFICADO.......................................................................................41
O MINISTÉRIO PROFÉTICO DE JESUS...................................................................43
O PROFETA PROMETIDO.........................................................................................43
O PROFETA CREDENCIADO....................................................................................44
O PROFETA E SUA MENSAGEM..............................................................................45
O PROFETA REJEITADO..........................................................................................46
A MEDIAÇÃO DE JESUS...........................................................................................47
O MEDIADOR ALMEJADO.........................................................................................47
O MEDIADOR DA ALIANÇA.......................................................................................48
O MEDIADOR E SUA PAZ.........................................................................................49
OS SOFRIMENTOS DE JESUS.................................................................................50
TRAÍDO PELO “AMIGO”.............................................................................................51
AVALIADO E MOEDAS..............................................................................................51
A PEDRA REJEITADA................................................................................................52
2

ODIADO SEM CAUSA................................................................................................53


DEFORMANDO NA APARÊNCIA..............................................................................54
JULGADO INJUSTAMENTE.......................................................................................55
O SERVO HUMILHADO.............................................................................................56
O CORDEIRO IMOLADO............................................................................................58
FERIDO MORTALMENTE..........................................................................................59
O MESSIAS CLAMANDO...........................................................................................61
MORTO O UNGIDO....................................................................................................62
A EXALTAÇÃO DE JESUS.........................................................................................63
A ADVOCACIA DE JESUS.........................................................................................65
O CÓDIGO ESPIRITUAL............................................................................................65
O JUIZ DIVINAL..........................................................................................................66
O RÉU JUDICIAL........................................................................................................67
O ADVOGADO CELESTIAL.......................................................................................68

CONCLUSÃO..............................................................................................................70
3

DEDICATÓRIA

À minha querida e abnegada esposa,


Lenira Lopes Rodrigues e aos meus queridos
filhos: Jailene, Janderson, Jane e aos amáveis
netos: Micael, Felipe, Júlia e Isabela, que
depositaram sua fé na obra redentora de Jesus,
dedico este livro.
4

“Porque com grande veemência convencia


publicamente os judeus, provando por meio das
Escrituras que o Cristo [O Messias] é Jesus”.
At 18.28.
5

PREFÁCIO

Li, com toda a atenção e agrado, a pequena, mas substanciosa obra A


pessoa de Jesus no Antigo Testamento. É assunto sempre atual, e muito pertinente
aos tempos de agora, quando a teologia tradicional do Cristianismo se colore de
fortes e dominadoras tonalidades humanísticas. E quando, ao invés da revelação, é
o filosofismo intelectual que comanda tantas interpretações do fato cristão.
Não Jesus, o homem, mas Jesus Cristo, o Verbo de Deus, um com o Pai de
quem falam e para quem apontam todas as escrituras do Antigo como do Novo
Testamento - é, e precisa continuar sendo, a pedra fundamental de nossa fé e de
nossa esperança. Judas fala, em sua carta, a respeito daqueles que negam “o único
dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo”. João, em sua primeira epístola, põe,
como primeira pedra de toque para aferir a genuinidade de nossa fé e vida, no
Evangelho, a aceitação da divindade do Verbo feito carne.
Espero que este seu livro possa reconfirmar a fé em muitos, aprofundando
reais experiências com o Bendito Salvador, assim como despertar maior interesse
pela leitura e meditação das Escrituras, sempre boas para ensinar, para redarguir,
para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, e
plenamente preparado para toda a boa obra: II Tm 3.16.17.
M. S. Porto Filho
6

INTRODUÇÃO

Conhecer as profecias messiânicas e verificar que elas se cumprem


fielmente à luz do Novo Testamento, é, deveras, um estudo bíblico dos mais
agradáveis e compensadores. Enamoramo-nos deste assunto quando estudávamos
teologia bíblica do Antigo Testamento, no Seminário teológico congregacional do Rio
de Janeiro, e, desde então, começamos a alimentar o ideal de escrever algo a
respeito.
Partindo sempre do texto vétero-testamentário, faremos uma exposição
sucinta sobre as profecias bíblicas alusivas à pessoa de Jesus. Tentaremos
demonstrar, com a máxima clareza possível, que essas profecias se cumprem com
toda a exatidão, na pessoa de nosso amorável Salvador. Fazendo assim,
forneceremos subsídios a tantos quantos se interessarem pelo estudo cristológico
no Antigo Testamento, e apresentaremos evidências claras e convincentes de que
de que o Messias, centenas de vezes referido na literatura profética, e tão
ansiosamente esperado pelo povo judeu, é, realmente, Jesus, o Nazareno.
Myer Pearlman, biografado por Lawrence Olson, recordava que nos seus
dias de estudantes, na Escola Hebraica, os alunos compravam a Bíblia como nós a
temos, e arrancavam o Novo Testamento do livro, pois não lhes era permitido lê-lo,
por ser considerado espúrio. Todavia, alguém já disse, e com muita razão, que o
Novo Testamento está para o Antigo Testamento assim como a flor está para seu
botão. O Novo Testamento é uma linda rosa, cujas pétalas estão engastadas na
corola do Antigo Testamento. Portanto, se esses alunos israelitas tivessem tido a
curiosidade de ler o Novo Testamento, comparando-o com as profecias
messiânicas, chegariam, inevitavelmente, à conclusão de que o Messias prometido
é, de fato, Jesus de Nazaré. Ele mesmo censurou a incredulidade dos judeus a seu
respeito, dizendo: “Examinais as Escrituras porque cuidais ter nelas a vida eterna e
são elas mesmas que testificam de mim”, Jo 5.39. E, nas páginas que seguem, o
leitor israelita ou não-israelita vai constatar que esta declaração de Jesus é uma
pura realidade. Se isto acontecer, nós nos sentiremos recompensado.
7

1 A DIVINDADE DE JESUS

“Dizei aos desalentados de coração: Sede fortes e não temais. Eis o vosso
Deus. A vingança vem, a retribuição de Deus”, Is 35.4.
O profeta está conclamando os desalentados israelitas a que sejam fortes e
não temam, porque o Messias que eles aguardam é divino. Ele virá trazendo
vingança contra todos inimigos de Israel e retribuindo os sofrimentos causados a
esse povo por muitas nações através da história. Na sua vinda, Ele salvará os
israelitas do poder do Anticristo, encerrando o “período da Grande Tribulação”. No
Novo Testamento, Jesus referindo-se a esse período fez o seguinte aviso solene:
“Quando começarem a acontecer estas coisas, erguei as vossas cabeças, porque a
vossa redenção está próxima”.
Entretanto, quando diz: “Ele vem e vos salvará” está implícita a salvação
eterna da alma, garantida aos que cressem nele como seu Salvador. Ele diz: “…
portanto não há Salvador senão eu”, Os 13.4.
Em Isaías 25:9, encontramos uma profecia messiânica das mais
significativas para Israel e para nós, a Igreja: “Naquele dia, se dirá: Eis que este é o
nosso Deus em quem esperávamos, e ele nos salvará; este é o Senhor a quem
aguardávamos: na sua salvação exultaremos e nos alegraremos”.

O DEUS SALVADOR

A expressão “naquele dia” indica o reino milenal do Messias Jesus, aqui na


terra. Ele é, portanto, “o Deus e o Senhor”, a quem os judeus aguardam e nós, os
cristãos, também aguardamos, mas na sua segunda vinda.
Quando diz: “Ele vos salvará”, é mais uma alusão à restauração nacional de
Israel, se bem que pode referir-se à salvação espiritual de todos quantos O
aceitarem como seu Messias e Salvador.
O salmista Davi, augurando à chegada dessa maravilhosa salvação trazida
pelo Messias, exclama: “Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo.
Deus é a nossa salvação. O nosso Deus é o Deus libertador”, Sl 68.19. Em Isaías
43.3 lemos: “Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador.
A expressão “Santo de Israel”, encontrada dezenas de vezes, nos escritos
proféticos, sempre se aplica ao Messias. (Compare Sl 16.10 com At 2.25-27 e Jo
8

6.69). Já que o Santo de Israel é Jesus, Ele é, por conseguinte, “o Senhor teu
Deus…” e o “teu Salvador”. Ele mesmo ainda diz: “Eu, eu sou o Senhor e fora de
mim não há Salvador. Eu anunciei salvação, realizei-a e a fiz ouvir…”, Is 43.11,12.
“Anunciai, e chegai-vos, e tomai conselhos todos juntos: quem fez ouvir isto
desde a antiguidade? quem desde então o anunciou? Porventura não sou eu, o
Senhor? E não há Deus senão eu. Deus justo e Salvador não há fora de mim”, Is
45.21.
Quando o israelita mordido por serpente olhava para a serpente de metal
que Moisés levantara, no deserto, ficava livre da morte. Jesus explicou o significado
tipológico desta figura, dizendo a Nicodemos: “E, como Moisés levantou a serpente
no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”, Jo 3.14,15.
Esta condição de Salvador foi revelada pelo próprio Senhor Jesus, 730 anos
antes de sua encarnação, quando disse: “Olhai para mim e sede salvos, vós, todos
os termos da terra; porque eu sou Deus e não há outro”, Is 45.22.

O DEUS ÚNICO

“Porque assim diz o Senhor que criou os céus, o único Deus, que formou a
terra, que a fez e a estabeleceu; que não a fez para ser um caos, mas para ser
habitada: Eu sou o Senhor e não há outro”, Is 45.18.
Aqui, a pessoa divina que se expressa nesses termos é, indubitavelmente, o
Messias. Para se saber que isto é verdade, basta prosseguir na leitura do texto até o
versículo 23, onde Ele próprio declara: “Diante de mim se dobrará todo o joelho, e
toda a língua jurará”. E o apóstolo Paulo, escrevendo aos filipenses, informa que
esse ser divino, diante de quem todo joelho se dobrará, e ao qual toda língua
confessará, é Jesus: Fp 2.10,11. Visto que o Messias Jesus é quem está falando no
texto acima, Ele é, por conseguinte, o único Deus.
Em Isaías 44:6, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o
Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, eu sou o último e fora de mim não há
Deus.”
Mais uma vez o Messias identifica-se perfeitamente. Quando Jesus apareceu
triunfante ao apóstolo João, na ilha chamada Pátmos, apresentou-se a si mesmo
com as seguintes palavras: “Eu sou o primeiro e o último”, Ap 1.17. Portanto, o
9

Jesus do Novo Testamento é o mesmo “Senhor dos Exércitos” do Antigo


Testamento.

O DEUS ADORÁVEL

“Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos


criou. Ele é o nosso Deus…”, Sl 95.6,7.
Que estas palavras se referem ao Messias não há dúvida alguma. O escritor
da epístola aos Hebreus, falando da superioridade de Cristo sobre Moisés, cita, em
referência a Cristo, as palavras contidas nos versos 8-11 desse salmo: Hb 3.6-11.
Daí se deduz que o personagem divino que os israelitas tentaram, no
deserto, é o Messias. Portanto, no texto transcrito acima, Ele é “O Senhor que nos
criou” e o “nosso Deus” a quem devemos reverência e adoração. “Diante de mim se
dobrará todo o joelho e toda a língua jurará”, Is 45.23.
Já tivemos oportunidade de ver essas palavras aplicadas ao Messias.
O apóstolo Paulo, falando a respeito dele, escreveu a seguinte afirmação
esclarecedora: “… para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho nos céus, na
terra e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é Senhor para
glória de Deus Pai”, Fp. 2.10,11.
“Todas as nações que fizeste virão, prostrar-se-ão diante de ti, Senhor, e
glorificarão o teu nome. Pois tu és grande e operas maravilhas: só tu és Deus”, Sl.
86.9,10. Aqui se refere ao Messias como o “Senhor” que as nações adorarão, e “o
Deus” que opera maravilhas. O apóstolo João, na Ilha de Pátmos, ao mencionar o
cântico do Cordeiro, aplica estas palavras a Cristo, dizendo: “quem não temerá e
não glorificará o teu nome ó Senhor? Pois só tu és Santo; por isso todas nações
virão e adoração, diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizerem manifestos”,
Ap 15.4.

O DEUS QUE VIRÁ

“Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor; endireitai no


ermo vereda ao nosso Deus”, Is 40.3.
João Batista, cônscio de sua missão, e conhecedor desta profecia, ao ser
interpelado pelos sacerdotes e levitas: “Quem és tu?” - respondeu: “Eu sou a voz do
10

que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda ao


nosso Deus”, Jo 1.23 e Mt 3.3.
Dizendo isso, informava-lhes que era o profetizado precursor do Messias.
Este, por conseguinte, é mencionado na profecia como “o Senhor” cujo caminho
seria preparado e “O Deus” cuja vereda seria endireitada.
“Eis que o Senhor Deus virá com poder, e o seu braço dominará; eis que o
seu galardão está com Ele, e diante dEle e sua recompensa”, Is 40.10.
Galardão (ou recompensa), independentemente da salvação, é uma
retribuição que Deus promete dar aos cristãos que desempenharem, movidos pelo
amor, relevantes serviços na sua santa Seara.
No Novo Testamento, somos informados, pelo apóstolo João, que é Jesus
quem tem o galardão, o qual Ele mesmo trará, na sua vinda, para retribuir a cada um
segundo as suas obras, Ap 22.13. Diante disto, não há como deixar de perceber que
o Messias Jesus é, inconfundivelmente, “o Senhor Deus que virá com poder”,
conforme afirma o profeta.
O Messias divino, na primeira fase da sua segunda vinda, recompensará os
cristãos fiéis com o seu galardão e, na segunda fase, salvará os judeus da opressão
dos inimigos e restaurará o reino de Davi. Esta glória futura de Israel e da Igreja foi
predita pelo profeta Isaías quando escreveu o seguinte: “Eis que o Senhor fez ouvir
até as extremidades da terra estas palavras: dizei à filha de Sião: Eis que vem o teu
Salvador; vem com ele a sua recompensa e diante dele o seu galardão”, Is 62.11.

O DEUS QUE REINARÁ

O salmo 45, escrito por um dos filhos de Coré, parece homenagear o rei
Salomão pelo seu colóquio nupcial com a filha de Faraó. Isto se depreende das
seguintes expressões: “Ao rei consagro o que compus… Ouve, filha; vê, dá atenção;
esquece o teu povo e a casa de teu pai. Então o rei cobiçará a tua formosura”, Sl
45.1,10,11.
Há, porém, expressões de adoração e louvor, que ficariam sem sentido, se
fossem aplicadas a um rei meramente humano, como por exemplo: “O teu nome eu
farei celebrado, de geração em geração, e assim os povos te louvarão para todo o
sempre” Sl 45.17.
11

Um rei que será louvado para todo o sempre não pode ser mero homem. Daí
deduzimos que o salmista, enquanto exaltava o rei Salomão, estava sendo
divinamente inspirado para se referir ao Messias, nosso Rei Jesus.
“As roupagens bordadas” do versículo 14 lembram as vestiduras brancas
mencionadas, no Apocalipse, e simbolizam a pureza da Igreja. As virgens que
acompanham a noiva correspondem ao coro de donzelas do livro de Cantares, bem
como, às dez virgens da parábola que Jesus contou ilustrando sua vinda gloriosa ao
encontro de sua noiva querida, a Igreja.
No versículo 6 lemos o seguinte: “O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre;
o centro do teu reino, é o cetro da equidade”.
Estas palavras deixam fora de qualquer dúvida que o rei, aqui referido, é
realmente divino. E, no Novo Testamento, somos informados de que esse Rei divino
é o Messias Jesus: “Mas, acerca do Filho diz: o teu trono, ó Deus, é para todo o
sempre, o cetro do teu reino é o certo da equidade”, Hb 1.8.
12

2 A SANTIDADE DE JESUS

“Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a sua boca: como cordeiro foi
levado ao matadouro, e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não
abriu a sua boca”, Is. 53.7.
Na estrada que desde Jerusalém para Gaza, o evangelista Filipe,
sabiamente orientado pelo Espírito Santo, teve oportunidade de explicar este texto
ao eunuco etíope, dizendo-lhe que se tratava da pessoa de Jesus: “E Filipe,
começando por esta escritura, anunciou-lhe a Jesus”, At 8.32.
À semelhança de uma ovelha quando está sendo tosquiada, o Messias
Jesus sofreu em silêncio as afrontas de seus algozes. Realmente, Ele não abriu a
sua boca para murmurar ou blasfemar. Isto demonstra claramente a sua santidade
e, consequentemente, a sua divindade.

O CORDEIRO IMACULADO

O cordeiro, sendo um animal dócil e maleável, serve perfeitamente para


representar a humildade e a mansidão do Messias Jesus, conforme Ele próprio
declarou: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e
humilde de coração”, Mt 11.29.
O profeta Jeremias, referindo-se à sua inocência em face das maquinações
de seus patrícios que procuravam matá-lo, ainda que inconscientemente, mas
inspirado pelo Espírito Santo, faz alusão ao Messias nos seguintes termos: “Eu era
como manso cordeiro, que é levado ao matadouro”, Jr 11.19.
Na instituição da páscoa, Deus determinou que o cordeiro fosse fisicamente
perfeito: não poderia ser coxo, cego, aleijado, ou ter qualquer outro defeito, pois
deveria ter todas as condições físicas para tipificar a perfeição moral daquele que,
mais tarde, seria apresentado como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo”, Jo 1.29.
O fermento, símbolo da corrupção, era terminantemente proibido durante a
festa da páscoa. À noite, o cordeiro deveria ser comido com pães asmos, isto é, sem
fermento. Esta é a razão por que o apóstolo Paulo, exortando os cristãos de Corinto
a uma vida de santidade, faz a seguinte observação: “Lançai fora o velho fermento
13

para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo
[o Messias), nosso cordeiro pascal, já foi imolado por nós”, 1 Co 5.7.

MEU SERVO, O JUSTO

Há, no capítulo 53 de Isaías, uma sequência de expressões referentes a


uma mesma pessoa. Já vimos que o cordeiro mencionado, no versículo 7, é o
Messias. Daí chagamos à conclusão que todo esse capítulo fala a respeito do
Messias.
Assim sendo, Ele é apresentado pelo profeta, nos seguintes termos: “Ele
verá o fruto do penoso trabalho de sua alma, e ficará satisfeito; o meu servo, o justo,
com o seu conhecimento justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará
sobre si”, Is 53.11.
O apóstolo João, na sua primeira epístola, informa-nos que o justo, aqui
referido pelo profeta, é Jesus: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que
não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo,
o Justo”, 1 Jo 2.1.
O artigo definido masculino singular “o”, aqui anteposto à palavra “justo”,
indica claramente que o Messias Jesus foi o único justo, que pisou, na face da terra,
em todos os tempos. Isto prova a sua absoluta santidade. Portanto, quando aqui
viveu, não era meramente homem, e sim Deus humanizado.
“E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico esteve na sua
morte; porquanto nunca fez injustiça, nem engano houve em sua boca”, Is 53.9.
Aqui, mais uma vez, é afirmada a santidade do Messias. E o apóstolo Pedro,
na sua primeira epístola universal, encarrega-se de explicar que essa pessoa santa,
aqui referida, é o Messias Jesus: “O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se
achou engano”, I Pd 2:22.
Jamais houve, nem há de haver, em toda a história da raça humana, uma
pessoa que tivesse moral tão elevada, a ponto de se dizer a seu respeito: “Nunca
fez injustiça”. Somente o Messias Jesus teve caráter e conduta perfeitos. Claro está,
portanto, que Ele é realmente o Deus que se fez carne.
14

O SANTO DE ISRAEL

“Pois não deixarás a minha alma na morte, sem permitirás que o teu santo
veja a corrupção”, Sl 16.10.
É possível que Davi, ao escrever estas palavras, estivesse pensando ser ele
mesmo a pessoa aqui referida. Entretanto, elas não se cumpriram nele, porque, na
realidade, sua alma foi deixada na morte até o dia de hoje e ele, portanto, viu a
corrupção. Quem é, pois, essa pessoa? O apóstolo Pedro, em seu célebre sermão
proferido, no dia de Pentecoste, falando sobre isso disse: Porque a respeito dele diz
Davi: não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu santo veja a
corrupção. At 2.25-28.
Daí concluímos que Davi, ao escrever estas palavras, inspirado pelo Espírito
Santo, previu a ressurreição e a santidade do Messias Jesus, cuja alma realmente
não foi deixada na morte, nem Ele viu a corrupção.
Certa feita, Jesus, provando a sinceridade dos seus discípulos, perguntou-
lhe: “E vós também quereis vos retirar?”. Isto provocou uma contundente resposta
do apóstolo Pedro: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida
eterna. Nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus”, Jo 6.66-68.
A expressão “Santo de Israel” aparece dezenas de vezes, nos escritos
proféticos, e sempre se refere ao Messias. O Santo de Israel é o nosso Rei, o
Senhor Deus, e o Salvador do seu povo: Sl 89.18; Is 10.20; 43.3; 48.17.
Ele é para Israel: o Senhor, o Criador, o Santo, o Rei, o Redentor: Is 41.14;
43.14,15; 47.4; 48.7; 54.5. O Santo de Israel é aquele que habitará no meio de Sião,
em quem os homens se alegrarão: Is 12.6 e 29.19. Por intermédio do Santo de
Israel, os príncipes inclinar-se-ão a Israel: Is 49.7. Ele é o Senhor dos Exércitos e o
Deus de toda a Terra: Is 6.3; 47.4 e 54.5.
O Messias Jesus, falando através do profeta Ezequiel, a respeito de sua
própria santidade, faz a seguinte declaração.
“Farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo Israel, e nunca
mais deixarei profanar o meu santo nome; e as nações saberão que eu sou o
Senhor, o Santo de Israel”, Ez 39.7. Veja ainda os seguintes textos: Jó 6.10; Sl
71.22; Sl 78.41; Is 1.4; 5.19; 30.11; 60.9; 60.14; Jr 51.5 e Hc 3.3.
15

3 A ETERNIDADE DE JESUS

“Beijai o Filho, para que não se irrite, e não pereçais no caminho; porque
dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados os que nele se refugiam”,
Sl 2.12.
No terceiro versículo deste salmo, o Filho aparece como o Ungido do
Senhor: “Os reis da terra se levantam, os príncipes conspiram contra o Senhor e
contra o seu Ungido…” A palavra “ungido”, em português, corresponde à palavra
“Messias” no hebraico. Não há dúvida alguma, portanto, de que o Filho aqui
mencionado é o Messias.

O FILHO ETERNO

A expressão “beijai o Filho” sugere uma atitude de reverência para com o


Filho de Deus. As pessoas que lhe negam a adoração devida expõem-se
voluntariamente ao iminente perigo de perecerem no caminho para a eternidade. A
razão dessa advertência é que, brevemente, Ele virá para julgar as nações e reinar
sobre a Terra: Jl 3.12-17.
Aqueles, porém, que se refugiam nele, aceitando-o como seu Rei e
Salvador, serão bem-aventurados.
No sétimo versículo do mesmo salmo, lemos o seguinte: “Proclamarei o
decreto do Senhor: ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei”, Sl 2.7.
O apóstolo Paulo, profundo conhecedor das profecias messiânicas, citando
estas palavras em referência a Jesus, confirma o fato de ser Ele o Messias: “Nós
vos anunciamos o evangelho da promessa feita a nossos pais, como Deus a
cumpriu plenamente a nós, seu filhos, ressuscitando a Jesus, como está escrito no
salmo segundo: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei”, At 13.32,33. O escritor da carta
aos hebreus, depois de fazer a mesma menção, estabelece a eternidade do
Messias, apresentando-o como o eterno Filho de Deus: “… mas, acerca do Filho,
diz: o teu trono, ó Deus, é para todo o sempre”, Hb 1.5-8.

O SACERDOTE ETERNO
16

O salmo 110, atribuído a Davi pelo próprio Messias, apresenta-o como o


sacerdote eterno, dizendo:
“O Senhor jurou, e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedeque”, Sl. 110.4 e Mt. 22.44.
Esse sacerdote eterno é Jesus Cristo, pois o autor da epístola aos hebreus,
falando a respeito dele, declara: “Assim também Cristo a si mesmo não se glorificou
para se tornar sumo-sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, eu hoje
te gerei; como em outro lugar também diz: tu és sacerdote para sempre, segundo a
ordem de Melquisedeque”, Hb. 5.5,6; 6.20; 7.17 e 21.
Melquisedeque, embora tenha sido um personagem histórico, nada se sabe
a respeito de sua origem, nem de sua morte. Tudo que sabemos a seu respeito é
que era de Salém, e sacerdote do Deus Altíssimo. Ele saiu ao encontro de Abraão
quando este regressava da matança dos reis, e o abençoou; a quem também
Abraão [naturalmente, reconhecendo a sua autoridade real e sacerdotal] deu o
dízimo de tudo, Gn 14.18-20; Hb 7.1.
Em Hebreus 7.3, ele é descrito do seguinte modo: “… sem pai, sem mãe,
sem genealogia, que não teve princípio de dias, nem fim de existência”.
Estas características de Melquisedeque fazem-no tipificar o Messias Jesus,
o qual sendo Deus é eterno e não tem, portanto, ancestrais, nem princípio e nem
fim. Cremos ter sido esta a intenção do Espírito Santo quando inspirou o autor para
registrar essas palavras.

O PRIMEIRO E O ÚLTIMO

“Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos:
Eu sou o primeiro, e eu sou o último, além de mim não há Deus”, Is. 44.6.
O “Senhor dos Exércitos”, que está falando, neste texto, é o Messias.
Quando estudamos sobre o “Santo de Israel”, verificamos que todas estas
expressões lhe são atribuídas por Ele mesmo. Isto posto, fica evidente, mais uma
vez, a eternidade do Messias Jesus, pois quando Ele apareceu ao apóstolo João, na
Ilha de Patmos, identificou-se dizendo: “Eu sou o primeiro e o último”, Ap. 1.8 e
22.12. Ele é o primeiro e o último, no sentido de não ter princípio nem fim. Isto
significa que Ele é eterno.
17

“Quem fez e executou tudo isso? Aquele que desde o princípio tem chamado
as gerações à existência, eu, o Senhor, o primeiro, com os últimos eu mesmo”, Is.
41.4.
Já vimos que a expressão “primeiro e o último”, aplica-se ao Messias. Logo,
Ele é quem tem chamado as gerações à existência, desde o princípio. A palavra
princípio refere-se a uma era antes da contagem do tempo, ou antes da existência
de todas as coisas. Ainda nesse período o Messias já existia.
No versículo 25 deste capítulo, o Messias prometido é apresentado nos
seguintes termos: “Do norte suscito a um, e ele vem, a um desde o nascimento do
sol…”. Em Isaías 48.12, o Messias declara a sua eternidade, dizendo: “Dá-me
ouvidos, ó Jacó, e tu, ó Israel, a quem chamei; eu sou o mesmo, sou o primeiro, e
também o último”.
No primeiro capítulo da epístola aos Hebreus, o escritor divinamente
inspirado, falando da superioridade do Filho sobre os anjos, revela que foi a respeito
dele, que o salmista escreveu as seguintes palavras: “Em tempos remotos lançaste
os fundamentos da terra; e os céus são obras das tuas mãos. Eles perecerão, mas
tu permaneces. Todos envelhecerão como um vestido, como roupa os mudarás, e
serão mudados. Tu, porém, és sempre o mesmo, e os teus anos jamais terão fim”,
Sl 102.25-27.
Estas palavras transcritas, na íntegra em Hebreus 1.10-12, referem-se ao
Messias Jesus, pois Ele é o Filho mencionado, no salmo segundo, e citado aqui pelo
escritor desta epístola.

O PAI DA ETERNIDADE

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre
os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz”, Is 9.6.
O profeta, falando por inspiração divina, prevê um evento que se daria 730
anos mais tarde, e descreve-o como se já fosse realizado. Diz ele: “um menino nos
nasceu, um filho se nos deu”.
A esperança messiânica para os judeus consiste basicamente no advento do
Messias, descendente da Davi, o qual reinará em Israel e dominará todas as nações
18

da terra: Sl. 22.27,28. Esse rei universal é aqui apresentado como “um menino
nascido, em cujos ombros está o governo”.
No Novo Testamento, somos informados que esse Menino-Rei, é Jesus. O
anjo Gabriel, dirigindo-se à virgem Maria, proferiu as seguintes palavras: “Eis que
conceberás e darás à luz um filho a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será
grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi
seu pai; ele reinará para sempre na casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim”, Lc.
1.31-33.
Conforme o texto que estamos considerando, Ele é “Pai da eternidade”. A
palavra eternidade, aqui, pode referir-se ao período que medeia entre a eternidade
passada e a eternidade futura, abrangendo desde a criação até o fim da história
humana. “Pai da eternidade” significaria que esse rei nascido é anterior à existência
de todas as coisas. Moisés, em seu salmo (90.2), parece favorecer tal interpretação
quando diz: “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de
eternidade a eternidade, tu és Deus”. Entretanto, se tomarmos a palavra no sentido
absoluto, a expressão significa que o Messias é a origem ou a causa da eternidade;
que a eternidade existe, porque Ele sempre existiu; que ninguém há mais eterno do
que ele porque ele é “Pai da eternidade”. Seja como for, fica provada, mais uma vez,
a eternidade do Messias.
O profeta Miquéias, contemporâneo de Isaías, apresenta uma eloquente
confirmação desta verdade, dizendo: “E tu, Belém Efrata, pequena demais para
figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel,
e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”, Mq 5.2.
19

4 A ONIPOTÊNCIA DE JESUS

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre
seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da paz”, Is 9.6.

O DEUS FORTE

Quando falamos a respeito da expressão “Pai da Eternidade”, verificamos


que esse menino nascido, em cujos ombros está o governo, é o Messias. Portanto,
Ele é também o Deus Forte.
Segundo o arianismo do século XXI, o Filho seria apenas um “deus” menor
ou secundário. Todavia, a expressão “Deus Forte” refuta cabalmente essa teoria,
pois o Deus Filho, assim como o Deus Pai e o Deus Espírito Santo, possui toda a
plenitude do poder.
Ele não é um “deus fictício como Baal, impotente para operar. Os quatro
evangelhos revelam que o Messias Jesus, através dos seus incontáveis milagres
realizados, demonstrou de maneira insofismável ser realmente o Deus Forte.
Em Isaías 10.20, O Messias é o Deus Forte, ao qual se converterão os
restantes de Jacó. O salmista Davi, aspirando à chegada do Messias, o Rei da
Glória, apresenta-o como “O Senhor Forte e Poderoso”, Sl 24.8. O apóstolo João, na
Ilha de Pátmos, viu os quatros seres viventes os quais louvam o Messias Jesus, de
dia e de noite, proclamando: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-
poderoso, o que era, o que é e que há de vir”, Ap 4.8.

O PODEROSO DE JACÓ

“Mamarás o leite das nações e te alimentarás ao peito dos reis; saberás que
eu sou o Senhor, o teu Redentor, o teu Salvador, o poderoso de Jacó”, Is 60.16.
O objetivo destas palavras é ressaltar a vitória do povo judeu sobre as
nações gentílicas, quando o Messias aqui reinar.
As nações que oprimiram Israel serão subjugadas, nessa ocasião, e trarão
suas riquezas minerais, como ouro, prata, bronze, ferro, para adornarem o santuário,
no qual os pés do Messias tocarão no reino milenal.
20

As expressões “o teu Redentor” e “o teu Salvador” significam que o Messias,


na segunda fase da sua segunda vinda, resgatará os judeus das nações pelas quais
andam espalhados, e salvá-los-á das perseguições e sofrimentos pelos quais têm
passado através dos séculos.
Estas expressões podem significar também que o Messias Jesus está pronto
para resgatar do cativeiro do pecado e salvar da condenação eterna, todo israelita
ou não-israelita que O aceitar como o seu Messias e Salvador.
Quanto à expressão: “o poderoso de Jacó”, temos a considerar o seguinte:
sabemos que o sufixo “oso”, em português, significa “cheio de”. Daí, a palavra
poderoso formada de poder+oso, quer dizer literalmente: cheio de poder ou pleno de
poder. Portanto, se o Messias Jesus é o poderoso de Jacó, ele é onipotente ou seja,
possui todo o poder. Por conseguinte, o poderoso aqui mencionado, procede de
Jacó. A preposição “de” aqui empregada indica procedência, pois o Messias,
segundo a carne, é da descendência de Jacó.
O profeta Balaão, confirmando esta verdade, refere-se ao Messias dizendo:
“Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá
de Jacó; de Israel subirá um cetro”, Nm 24.17. Em Isaías 28.2, o Messias é
apresentado como “um homem valente e poderoso”.
21

5 O SENHORIO DE JESUS

A forma original é “JEOVÁ SABOATH” e significa que Jeová tem poder que
se manifesta através de suas hostes celestiais. “E clamavam uns para os outros
“dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da
sua glória”, Is 6.3.

O SENHOR DOS EXÉRCITOS

Há muita semelhança entre a visão do profeta Isaías, neste capítulo, e a do


apóstolo João, no capítulo 4 de Apocalipse. “Isaías viu” o Senhor assentado no seu
alto e sublime trono”; João viu o cordeiro, que se assentava, no seu trono. Isaías viu
que cada um dos serafins tinha seis asas; João viu que cada um dos seres viventes
também tinha seis asas; o profeta declara: “os meus olhos viram o Rei”; o apóstolo
viu que o cordeiro glorificado, que virá para reinar. O profeta evangélico viu que a
glória do rei encheu toda a terra; o vidente da era cristã viu que os vinte e quatro
anciãos, diante do trono, louvavam o Cordeiro dizendo: “Tu és digno Senhor, Deus
nosso, de receber a glória, a honra e o poder…”, Ap. 4.11.
Em face destas considerações, chegamos à conclusão que a pessoa divina
da visão de Isaías é a mesma que João viu, na ilha de Pátmos. Consequentemente,
“O Senhor dos Exércitos” referido, em nosso texto, é sem dúvida alguma, o Messias.
Esta verdade torna-se tanto mais evidente, ao observarmos que os quatro seres
viventes, que estão diante do trono, adoram o Messias, de dia e de noite,
proclamando: “Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-poderoso, o que era,
que é, e que há de vir”, Ap 4.8.
Em Isaías 8.13, o Messias é o “Senhor dos Exércitos” cuja santidade deve
inspirar o nosso temor. Isto é confirmado pelo apóstolo Pedro quando diz: “Não vos
amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados; antes
santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações...”, I Pd 3.14,15.
Já sabemos que a expressão “o primeiro e o último” refere-se ao messias.
Portanto, ele mesmo afirma seu Senhorio, dizendo: “Assim diz o Senhor, Rei de
Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último, e
além de mim não há Deus”, Is 44.6.
22

Em Isaías 28.5, o Messias aparece como “o Senhor dos exércitos” que, no


dia milenal, será a coroa de glória e o formoso diadema para os restantes do seu
povo.
“A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o” Senhor
dos Exercícios; e neste lugar darei a paz, diz o “Senhor dos exércitos”, Ag 2.9.
É verdade que “a última casa”, aqui referida, é o segundo templo, construído
sob a liderança de Zorababel, segundo o decreto rei Ciro da Pérsia, em 536 a.C.
A “primeira casa” foi o templo de Salomão destruído em 587 a. C., por ordem de
Nabucodonosor. Entretanto, quando diz: “...e neste lugar darei a paz”, refere-se
àquela paz tão suspirada pelos judeus, a qual será dada pelo Messias, o Príncipe da
Paz. Logo, Ele é o “Senhor dos exércitos”, aqui mencionado.
O salmista Davi, referindo-se à vinda gloriosa do Messias, da qual seria
símbolo a entrada triunfante, em Jerusalém, pergunta: “Quem é esse Rei da
Glória?”, E ele mesmo responde dizendo: “O Senhor dos Exércitos, Ele é o Senhor
da Glória” Sl. 24.10.
O profeta Zacarias descreve o reinado do messias, no milênio, com as
seguintes palavras: “Todos os que restarem de todas as nações que vierem contra
Jerusalém, subirão, de ano em ano, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos”, Zc.
14.16.

O SENHOR DEUS DE ISRAEL

“Sabereis que estou no meio de Israel, e que Eu sou o Senhor vosso Deus;
e não há outro”, JI 2.27.
Os versículos anteriores descrevem as bênçãos temporais advindas a Israel,
nesta fase de sua restauração nacional. Essa época teve início, em maio de 1948,
quando, pela vontade de Deus, foi solenemente instalado o Estado de Israel.
A reorganização do estado israelense e o progresso material experimentado
por esse povo, nos últimos anos, constituem indicações seguras de que brevemente
o Messias voltará para reinar pessoalmente, no meio de Israel. Daí se deduz que Ele
mesmo (o messias) é quem está dizendo: “Eu sou o Senhor vosso Deus”.
O mesmo profeta, referindo-se ainda ao reinado pessoal do Messias, na
terra, usa expressões semelhantes: “Sabeis que Eu sou o Senhor vosso Deus, que
habito em Sião, meu santo monte”, JI 3.17.
23

O profeta Sofonias, antevendo a glória futura de Jerusalém, no reino milenal,


alude ao Messias nos seguintes termos: “O Senhor teu Deus está no meio de ti,
poderoso para salvar-te”, Sf. 3.17.
Em Ezequiel 39.7, lemos: “Farei conhecido o meu santo nome no meio do
meu povo de Israel, e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e as nações
saberão que Eu sou o Senhor, o Santo de Israel”.
Conforme ficou claramente demonstrado, em capítulo anterior, a expressão
“Santo de Israel” é uma alusão ao Messias. Uma vez que o Senhor mencionado,
neste texto, apresenta-se a si mesmo como o “Santo de Israel”, Ele é,
evidentemente, o Messias.
Vejamos o que mais diz Ele a respeito de si mesmo: “As nações saberão
que Eu sou o Senhor que santifico a Israel, quando o meu Santuário estiver para
sempre no meio deles”, Jr 37.28.
Em Jeremias 7.11, encontramos uma séria advertência do Messias: “Será
esta casa que se chama pelo nome um covil de salteadores aos vossos olhos? Eis
que eu, eu mesmo vi isto, diz o Senhor”.
Certa feita, Jesus entrou, no templo, expulsou os vendedores, derrubou as
mesas dos cambistas, dizendo-lhes: “Está escrito: a minha casa será chamada casa
de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores”, Mt. 21.13. Cremos
ter sido esta cena que o profeta Jeremias previu quando escreveu: “Eis que eu, eu
mesmo vi isto, diz o Senhor”.

O SENHOR JUSTIÇA NOSSA

“Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um renovo justo;
e, rei que é, reinará e agirá sabiamente, e executará juízo e justiça sobre a terra.
Nos seus dias, Judá será salvo e Israel habilitará seguro. Será este o nome com que
será chamado: Senhor justiça nossa”, Jr 23.5,6.
A palavra Renovo, aqui empregada, é mais uma referência ao Messias.
Existem quatro profecias, no Antigo Testamento, que apresentam o Messias como
renovo, sob quatro aspectos diferentes, correspondendo exatamente aos quatro
evangelhos.
Esta profecia que estamos considerando aqui, em Jeremias 23.5, apresenta
o Renovo, como rei, e corresponde ao evangelho de Mateus. Zacarias 3.8 apresenta
24

o Renovo, como servo, e corresponde ao evangelho de Marcos. Zacarias 6.12


apresenta o Renovo, como homem, e corresponde ao evangelho de Lucas. Isaías
4.12 apresenta o Renovo como Deus, e corresponde ao evangelho de João.
E, assim, chegamos à conclusão que o mesmo Jesus, cuja vida e obra são
descritas, passo a passo pelos evangelistas do Novo Testamento é, aqui
mencionado, como “Jehovah Tsidkenu”, a saber: O Senhor justiça nossa.

O SENHOR ESPERADO

“Esperarei no Senhor que esconde o seu rosto da casa de Jacó, e a Ele


aguardarei”, Is 8.17.
Temos aqui uma declaração profética das mais alentadoras, para o povo
judeu, porque revela a profunda esperança, na vinda do Messias. Realmente Deus
tem escondido o seu rosto da casa de Israel, pois há quase dois mil anos Israel não
recebe nenhuma comunicação profética, nem jamais receberá qualquer revelação
dessa natureza enquanto estiver em desobediência. Apesar disso, o povo judeu tem
sido ensinado, através de sucessivas gerações, a esperar pelo seu Messias. Ele é,
portanto, no texto acima, o “Senhor” que esconde o seu rosto da casa de Jacó.
Em Isaías 25.9, encontramos mais uma profecia messiânica muito
significativa: “Naquele dia, se dirá: Eis que este é o nosso Deus em quem
esperávamos, e Ele nos salvará; este é o Senhor a quem aguardávamos. Na sua
salvação exultaremos e nos alegraremos”.
A expressão “naquele dia” refere-se ao dia milenal, quando o Messias estará
reinando pessoalmente na Terra.
Quando diz: “e Ele nos salvará” aponta para a restauração nacional do povo
judeu. Mas isto pode significar a salvação individual e espiritual para tantos quantos
o aceitarem como o seu Messias e Salvador. Ele é o “nosso Deus”, e o “ Senhor”
acima mencionado.

O SENHOR QUE VIRÁ

“Eis que envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim;
de repente virá ao seu templo o Senhor a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a
quem vós desejais; eis que ele vem diz o Senhor dos Exércitos”, Ml 3.1. “O meu
25

mensageiro” aqui referido, é João Batista, o precursor do Messias, conforme ele


mesmo declarou: “Eu sou a voz do que clama no deserto: endireitai o caminho do
Senhor...”, Jo 1.23.
A expressão “o Anjo da Aliança”, bem como o Anjo de Jeová, tem sido
frequentemente entendida pelos teólogos como uma referência ao Messias. Daí se
conclui que Ele é o aludido Senhor que repentinamente virá a seu templo. O próprio
Messias confirmando a promessa de sua vinda para reinar, em Jerusalém, faz a
seguinte proclamação: “Canta e exulta, ó filha de Sião, porque eis que venho e
habitarei no meio de ti, diz Senhor”, Zc 2.10.
“...regozijem-se todas as árvores do bosque, na presença do Senhor, porque
vem; vem para julgar o mundo com justiça e os povos consoante a sua fidelidade”,
SI 96.12,13. O apóstolo Paulo, no seu famoso discurso proferido aos filósofos de
Atenas, referiu-se ao Messias Jesus, dizendo: “... porquanto estabeleceu [Deus] um
dia em que há de julgar o mundo com justiça por meio de um varão que destinou e
acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos”, At 17.31.
Já que este varão que há de julgar o mundo com justiça é o Messias, Ele é
mencionado acima como “Senhor que vem”.
O profeta Zacarias previu o advento do Messias acompanhado da sua igreja
arrebatada, para reinar em Jerusalém. “Então virá o Senhor meu Deus, e todos os
santos com ele”, Zc 14.5.

O SENHOR QUE REINARÁ

“O Senhor será rei sobre a terra, e naquele dia um só será o Senhor, e um


só será o seu nome”, Zc. 14.9. A expressão “naquele dia”, encontrada
abundantemente na literatura profética, indica o dia milenal quando o Messias
reinará pessoalmente na Terra. Além disso, existem numerosas passagens, no
Antigo Testamento, que se referem ao Messias, apresentando-o como o rei de
Israel, como já vimos que o Renovo é rei, Jr. 23.5.
Assim sendo, o Messias é “o Senhor que será Rei sobre toda a terra”. Tanto
é assim, que a linguagem de Zacarias, neste capitulo adapta-se perfeitamente ao
fato de o Messias Jesus ser a única pessoa da Santíssima Trindade que possui
forma corpórea. “Naquele dia”, estarão aos seus pés sobre o monte das oliveiras,
que está defronte a Jerusalém, para o Oriente, Zc. 14.4.
26

O profeta Miquéias, descrevendo a proeminência de Jerusalém como a


capital do reino messiânico, confirma o Senhorio do Messias, dizendo: “...e o Senhor
reinará sobre eles no monte Sião, desde agora e para sempre”, Mq. 4.7.; “Nunca
mais te servirá o sol para a luz do dia, nem com o seu resplendor a lua te alumiará,
mas o Senhor será a tua luz perpétua, e o teu Deus a tua glória”, Is. 60.19.
No versículo 16, encontramos as expressões “o teu Salvador” e o “teu
Redentor” que se aplicam perfeitamente ao Messias. Logo, Ele é “o Senhor” e o
“Deus” acima mencionados.
O profeta Jeremias assim se refere ao reinado do Messias: “Naquele tempo,
chamarão a Jerusalém de Trono do Senhor”, Jr. 3.17.
Nessa ocasião, devido à presença do Messias, na Terra, Jerusalém será
chamada: “Jehová Shammah”, isto é, “O Senhor está ali”, Ez. 48.35.
27

6 A ENCARNAÇÃO DE JESUS

“O Senhor vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um
filho que chamará Emanuel”, Is 7.14.
Estas palavras, proferidas sob inspiração divina, cumpriram-se com a mais
rigorosa exatidão. O evangelista Mateus, referindo-se ao fato, assim se expressou:
“Ora, tudo isto aconteceu para se cumprir o que fora dito pelo Senhor, por intermédio
do profeta; eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho, e ele será chamado
pelo nome de Emanuel”, Mt 1.22.23.

O FILHO DA VIRGEM

A virgem, aqui referida, é Maria e o filho que ela deu à luz é o Messias.
Quando o anjo Gabriel anunciou-lhe tal acontecimento, ela manifestou sua
perplexidade, dizendo: “Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?”
Lc 1.34.
Esta mesma dúvida ainda se faz ouvir atualmente através de pessoas que
não aceitam os fatos que contrariam as leis naturais. Acontece, porém, que essas
leis constituem eloquente testemunho da existência de um sábio legislador, que é
Deus. Portanto, a Ele compete suspender, modificar ou até mesmo anular uma lei
natural. Além disso, a lei natural também tem suas exceções que, muitas vezes,
contrariam a regra geral, e nenhum cientista sabe explicar o porquê.
“Vejamos, por exemplo, a lei dos satélites: todos os satélites avançam de
Leste para Oeste, em torno das bases primárias. O planeta Urano, entretanto,
possui quatro luas e todas elas violam a referida lei, operando movimento inverso.
Ao invés de avançarem de Leste para Oeste, as quatro luas giram de Oeste para
Leste, desrespeitando, destarte, a lei estabelecida. Ninguém sabe explicar a razão
disso. Prova isso que o Deus criador, legislador e executor, determina a
engrenagem direta ou inversa, conforme sua autoridade e poder divinos.” ( 1).
Assim também, embora não saibamos explicar, cientificamente, como se
realizou a fecundação da virgem Maria, nada impede aceitarmos que esse
fenômeno realmente aconteceu.
1
Oliveira, Antenor Santos de - Fé e Ciência, p. 44.
28

O DEUS CONOSCO

“Ele será chamado pelo nome de Emanuel”, Mt. 1.23. Com a queda de
nossos primeiros pais, o homem ficou alienado de Deus tornando-se escravo do
pecado e totalmente impossibilitado de se libertar a si mesmo.
Necessário se fazia, portanto, o aparecimento de um redentor poderoso que
tivesse condições de pagar o preço da libertação. Esse redentor teria de ser homem,
porque o representante de qualquer classe tem de ser da mesma espécie daqueles
que são representados. Logo, somente um homem poderia representar,
judicialmente, a raça humana diante da justiça divina. Além disso, somente um
homem poderia compreender as reais necessidades da raça decaída e a
profundidade do mal a que o pecado a levou.
Por outro lado, o redentor teria de ser Deus, porque somente Deus tem
poder para resgatar o homem do pecado, somente Deus, que é santo, poderia
substituir o pecador e dar plena satisfação pelas ofensas cometidas contra Ele
próprio. Portanto, a fim de satisfazer ambos os lados - o divino e o humano - Deus
humanizou-se, na pessoa do Filho, o Messias Jesus.
A palavra Emanuel, aqui aplicada ao Messias, significa literalmente Deus
conosco (Mt 1.23). Isto quer dizer que Jesus, quando esteve na Terra, ainda que na
forma humana, não era simplesmente um grande mestre como erroneamente
pensam alguns, mas sim o próprio Deus encarnado.
A expressão “Deus conosco” sugere a ideia de que Deus identificou-se
conosco, de tal maneira, que se tornou um semelhante a nós. Assim como os
israelitas armavam suas tendas, no deserto, durante o tempo de sua peregrinação,
Deus também tabernaculou conosco, isto é, armou a sua tenda entre nós. As duas
naturezas do Messias Jesus harmonizaram-se perfeitamente. Ele não foi ora Deus,
ora homem, mas em todos os momentos de sua vida terrena, Ele foi Deus-homem,
ou seja, Deus conosco. Ele era tanto Deus como se não fosse homem e tanto
homem como se não fosse Deus.

A LUZ RESPLANDECENTE
29

“O povo que andava em trevas viu grande luz e aos que habitavam, na
região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz”, Is 9.2. O profeta Isaías
explicando a razão de ser destas palavras relaciona-as com a pessoa do Messias,
dizendo: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu”, Is 9.6. O Evangelista
Mateus, referindo-se a Jesus, aplica-lhe as palavras contidas, nos versículos 1 e 2
deste capítulo: Mt 4.12-16.
Não há dúvida, portanto, de que “essa grande luz” que resplandeceu, nas
trevas, é o Messias, Jesus de Nazaré. Seu nascimento foi previsto pelo profeta
como uma grande luz que resplandeceria, na escuridão do pecado, iluminando as
nações gentílicas, que jaziam imersas, nas densas trevas espirituais. Deus, falando
através de Isaías, declara: “Eu o Senhor te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão,
te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo, e luz para os gentios”, Is
42.6.
Aqui se refere ao Messias como o Mediador da aliança com o povo. Somos
informados através da epístola aos hebreus que o Mediador da nova aliança é
Jesus. Daí, concluímos, que Ele é o Messias, acima mencionado, e,
consequentemente, a luz para os gentios, “Também te dei como luz para os gentios,
para seres a minha salvação até as extremidades da terra”,Is 49.6. Mais uma vez,
aparece a expressão: “luz para os gentios”. Deus promete salvação, que viria
através da mesma pessoa, o Messias Jesus. O sacerdote Simeão, no templo, ao
tomar o menino Jesus, em suas mãos, louvou a Deus com as seguintes palavras:
“Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra, pois os meus
olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste perante a face de todos os povos;
luz para alumiar os gentios e glória de teu povo Israel”, Lc 2.29-32.

O MENINO SEM IGUAL

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre
os seus ombros, e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da
eternidade, Príncipe da paz”, Is 9.6.
A esperança messiânica para os judeus consiste basicamente, no advento
do Messias, que restaurará o reino de Davi e governará sobre as nações da terra.
Daí se conclui que esse menino incomparável, acima referido pelo profeta, é o
Messias.
30

Seu nascimento foi anunciado, em Nazaré, pequena vila da Galiléia, através


do anjo Gabriel, que disse à virgem Maria as seguintes palavras: “Eis que
conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será
grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi,
seu pai, e Ele reinará para sempre na casa de Jacó e o seu reinado não terá fim”, Lc
1.31-33. Claro está, portanto, que esse incomparável menino-rei, descendente de
Davi, é o Messias Jesus, o Nazareno.
Seu nome é maravilhoso, porque o nome “Jesus” significa salvador. Ele veio
ao mundo para salvar e em nenhum outro nome há salvação. Ele salvou Zaqueu, a
mulher pecadora, o ladrão penitente, e está pronto para salvar o mais vil pecador.
Seu nome é conselheiro porque seus ensinamentos estão repletos de
conselhos da mais alta importância para os homens. Certa feita, as autoridades
judaicas mandaram uma escolta para prendê-lo, mas os soldados voltaram sem Ele.
Então os principais sacerdotes perguntaram-lhes: “Por que não o trouxestes?” eles
responderam: “Nunca homem algum falou assim como este homem”, Jo 7.46.
Seu nome é Deus Forte porque o seu poder não tem limites. Na medida de
sua soberana vontade, todos os males cessam e todos os problemas são
solucionados. Durante sua vida terrena, Ele expulsou demônios, acalmou a
tempestade, multiplicou os pães, curou toda a espécie de enfermidades, ressuscitou
mortos. E, atualmente, milhares de mortos espirituais estão sendo ressuscitados
pelo poder do seu Evangelho.
Seu nome é Pai da eternidade porque sua existência é anterior a todas as
coisas. Na sua cronologia divina, o passado e o futuro simplesmente não existem,
pois Ele é o eterno presente.
“Naqueles dias, um regente que governava, sábia e justamente, era descrito
como um pai para seu povo. Por isso, o Senhor, falando por meio de Isaías, diz
acerca de um oficial: “E será como pai para os moradores de Jerusalém e para a
casa de Judá. E porei a chave da casa de Davi sobre seus ombros”, Is 22.21,22. O
pai Davi era homem e morreu; seu reino foi terreal e com o tempo se desintegrou.
Mas, de acordo com Isaías 9.6,7, o descendente de Davi, o Rei-Messias, seria
divino, e seu reino seria eterno. Davi foi ‘pai’ temporário para o seu povo; o Messias
será um Pai eterno”. (2).
2
Pearlman, Myer - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, P. 162.
31

Seu nome é Príncipe da paz porque somente Ele trará paz verdadeira para
Israel e para o mundo. Embora o lema da ONU (Organização das Nações Unidas)
seja “paz” e “Segurança”, as nações vivem constantemente em guerra.
Nenhum pacto firmado, nem qualquer organização humana, podem produzir
paz duradoura. Porque a maioria dos homens, que lançam mãos desses recursos,
não têm, em seu coração, o Príncipe da Paz.
32

7 A HUMANIDADE DE JESUS

“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as
nuvens do céu um como o filho do homem...”, Dn 7.13.
Neste capítulo sete, o profeta Daniel está relatando várias de suas visões
noturnas. Inicialmente, ele viu os quatro animais que representavam quatro grandes
impérios do mundo, a saber: O babilônico, o medo-persa, o greco macedônico e o
romano. Daniel olhou outra vez e viu que, depois da queda desses impérios, “um
como o Filho do homem” vinha sobre as nuvens do céu. Foi-lhe dado domínio, sobre
os povos, nações e línguas; o seu domínio é eterno e o seu reino jamais será
destruído; visto que se trata de um reino eterno, este não é outro senão o
messiânico. Logo, o Messias está mencionado, no texto acima, como “o Filho do
homem”. Esta expressão é aplicada ao profeta Ezequiel, em seu livro,
aproximadamente oitenta vezes. Ao profeta Daniel, porém, coube empregá-la pela
primeira vez, em alusão ao Messias.

O FILHO DO HOMEM

No Novo Testamento, os evangelistas registraram oitenta e quatro


referências, nas quais o Senhor Jesus aplicou a si mesmo a expressão “Filho do
homem”. Por exemplo, quando Ele foi preso e levado à casa do sumo-sacerdote
Caifás. Este insistiu dizendo: “Conjuro-te pelo Deus vivo, que nos digas se tu és o
Cristo, o filho de Deus. Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis
em breve o Filho do homem, assentado à direita do poder, e vindo sobre as nuvens
do céu”, Mt 26.63,64.
O salmista Davi referiu-se ao Messias, dizendo: “Que é o homem para que
dele te lembres? E o filho do homem que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um
pouco, menor do que Deus, e de glória e de honra o coroaste”, SI 8.4,5.
O autor da epístola aos Hebreus transcreve integralmente estas palavras,
declarando que foi a respeito do Senhor Jesus que Davi nelas se referiu: “Vemos,
todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos por causa
do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de
Deus, provasse a morte por todos os homens”, Hb 2.5-9.
33

“Aplicado a Cristo, Filho de homem, o designa como participante da natureza


e das qualidades humanas, e como sujeito ás mesmas fraquezas humanas.
Entretanto, ao mesmo tempo, esse título implica sua deidade, porque, se uma
pessoa enfaticamente declarasse: “sou filho de homem” a ele dir-se-ia: “todos
sabem disso”. Porém, a expressão nos lábios de Jesus significa uma pessoa
celestial que se havia identificado definitivamente com a humanidade como seu
representante e Salvador. Ele, o filho de Deus, se fez filho do homem, para que os
filhos dos homens pudessem ser feitos de Deus” ( 3).

O HOMEM RENOVO

“Assim diz o Senhor: eis aqui o homem cujo nome é Renovo: ele brotará do
seu lugar, e edificará o templo do Senhor”, Zc 6.12.
Existem, no Antigo Testamento, quatro profecias que apresentam o Messias
como Renovo, sob quatro aspectos diferentes, correspondendo exatamente aos
quatro evangelhos.
“Matheus, o evangelho dos judeus, corresponde à profecia: ‘levantarei a
Davi um renovo justo; e sendo Rei, reinará (Jr 23.5 e 33.15); Marcos, o evangelho
do servo corresponde a profecia: “Eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo” (Zc
3.8); Lucas, que apresenta Cristo como o verdadeiro homem, correspondente às
palavras: ‘Eis aqui o homem cujo nome é Renovo’ (Zc 6.12); João, que se ocupa
especialmente da pessoa e da obra divina de Cristo, é apropriadamente relacionado
com as palavras: “O Renovo do Senhor será um ornamento e uma glória”, Is 4.2. Há,
ainda, quatro passagens, no antigo Testamento, que começam com a palavra ‘eis’ e
correspondem a esses vários aspectos da pessoa de Cristo nos quatro evangelhos:
“Eis que o teu rei virá a ti” (Zc 9.9); ‘Eis aqui o meu servo’ (Is 42.1); ‘Eis aqui o
homem’ (Zc 6.12); ‘Eis aqui está o vosso Deus’ (Is 40.9)” ( 4).
O apóstolo João, na ilha de Pátmos, viu o Cordeiro glorificado que estava
sentado num trono e rodeado por quatro seres viventes, que foram identificados do
seguinte modo: O primeiro ser vivente é semelhante a leão; o segundo, semelhante

3
Pearlman Myer - Conhecendo as doutrinas da bíblia, P. 150-153
4
Thomas, W.H. Griffith - Como Estudar os Quatro Evangelhos. P.13-14.
34

a novilho, o terceiro tem rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante
à águia quando está voando”, Ap. 4.7.
O leão, considerando rei da selva, representa o Evangelho de Mateus,
escrito para os judeus, com o propósito de lhe apresentar Jesus como o Rei, ou
seja, o leão da tribo de Judá; o novilho, animal típico do trabalho, representa o
evangelho de Marcos, dirigido aos romanos, para lhes apresentar Jesus como o
servo; o animal que tinha rosto de homem corresponde ao evangelho de Lucas, que
foi escrito aos gregos, para apresentar Jesus como o homem “perfeito”; a águia,
animal das maiores alturas, indica o evangelho de João, endereçado aos cristãos,
com o objetivo de lhes apresentar Jesus como Deus.
Portanto, como se vê, os quatro evangelhos representados pelos quatro
animais e maravilhosamente preditos, na profecia bíblica, focalizam os quatro
aspectos do Renovo, o Messias Jesus de Nazaré, como representante da raça
humana, sobre a qual futuramente reinará.
35

8 A SUBMISSÃO DE JESUS

“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem minha
alma se compraz”, Is. 42.1.

O SERVO DO SENHOR

Certa vez, Jesus advertiu as pessoas, que eram curadas por Ele, que não O
expusessem à publicidade, fazendo propaganda de seus milagres. O motivo dessa
observação era o cumprimento do que fora predito pelo profeta Isaías, nos quatro
primeiros versículos deste capítulo 42, cujas palavras vêm transcritas integralmente
por Mateus, das quais ressaltamos as seguintes: “Não contenderá, nem gritará, nem
alguém ouvirá nas praças a sua voz”, Mt. 12.15-21.
Sendo Jesus batizado por João Batista no rio Jordão, o Espírito Santo
desceu como pomba sobre Ele e ouviu-se uma voz do céu que dizia: “Este é o meu
Filho amado em quem me comprazo”, Mt. 3.16,17. Ele é, portanto, o referido servo
do Senhor em quem sua alma se compraz.
Quando falamos a respeito do homem Renovo, verificamos que existem, no
Antigo Testamento, quatro profecias apresentando o Messias como o Renovo, sob
quatro aspectos diferentes. Entre elas destaca-se aqui a do profetas Zacarias que,
inspirado pelo Espírito Santo, previu o primeiro advento daquele que veio para
servir, apresentando-o nos seguintes termos: “Eis que eu farei vir meu servo, o
Renovo”, Zc 3.8.
Esta servilidade do Messias não implica absolutamente que, durante sua
vida terrena, Ele tenha deixado de ser Deus ou que a condição humana tenha
diminuído a sua divindade. Pelo contrário, conforme diz o apóstolo Paulo aos
filipenses: “Ele a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo”. Submeteu-se,
voluntariamente, à orientação do Pai, e, embora não deixasse de ser Deus, por um
só momento, considerou-se apenas como servo.
Sua futura exaltação será a recompensa dos seus sofrimentos, os quais Ele,
prudentemente, suportou: “Olhando firmemente para Jesus, o autor e consumador
da fé, o qual, pela alegria, que lhe estava proposta, suportou a cruz”, Hb 2.12. Tal
procedimento do Messias Jesus foi assim predito pelo profeta: “Eis que o meu servo
procederá com prudência; será exaltado e elevado, e será mui sublime”, Is 52.13.
36

SUBMISSO AO PAI

“Então eu disse: Eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito;
agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu” SI 40.6-8.
A expressão “rolo do livro”, aqui, refere-se provavelmente, ao Pentateuco,
visto que o versículo anterior faz alusão aos holocaustos e ofertas pelo pecado,
coisas que se ofereciam segunda a lei. Esses sacrifícios, embora válidos e eficazes
para os judeus daquele tempo, representavam realidades espirituais que estavam
por vir, através do Messias.
Neste salmo, o autor, falando por inspiração divina, está prevendo a
cessação desses sacrifícios, porque não seriam aceitáveis diante de Deus, quando
houvessem alcançado o seu total cumprimento na pessoa do Messias Jesus.
Ele é apresentado como alguém que, ao entrar no mundo, diz: “Sacrifício e
oferta não quiseste, antes corpo me formaste; não te deleitaste com holocaustos e
ofertas pelo pecado. Então eu disse: eis aqui estou (no rolo do livro está escrito ao
meu respeito) para fazer, ó Deus, a tua vontade”, Hb 10.5.
Já nos tempos eternos, quando a santíssima Trindade resolveu criar o
homem, o Deus filho ofereceu-se espontaneamente para ser o Redentor da raça
humana. O autor da epistola aos hebreus declara: “Muito mais o sangue de Cristo
que, pelo Espirito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus”, Hb 9.14.
Quando aprouve ao trino Deus tornar a obra redentora uma realidade no
tempo e no espaço, Deus filho, se encarnou. Ao entrar no mundo, reafirmou sua
disposição de morrer em favor da humanidade e, para tanto, submeteu-se voluntária
e incondicionalmente à vontade do Pai, declarando: “Eis aqui estou, para fazer ó
Deus, a tua vontade”, Muitas vezes satanás procurou dissuadí-lo de cumprir a sua
missão, mas Ele se manteve firme no propósito de fazer a vontade daquele que o
enviara a realizar a sua obra.
37

UNGIDO COM ESPÍRITO

“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para
pregar boas novas aos contritos, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a
proclamar libertação aos cativos, e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o
ano aceitável do Senhor”, Is. 61.1,2.
A pessoa que se expressa nesses termos e, por intermédio do profeta,
declara sua unção com o Espírito Santo, para o exercício do ministério profético, é o
messias.
O evangelista Lucas informa que, certa vez, Jesus chegou a Nazaré, onde
fora criado, e entrou na sinagoga num dia de sábado. Segundo seu costume,
levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías e Ele, abrindo-o, leu
exatamente o texto acima, até onde se encontra a expressão: “a apregoar o ano
aceitável do Senhor”. Terminada a leitura, desenvolveu o livro ao chefe da Sinagoga
e declarou o seguinte: “Hoje se cumpriu esta escritura que acabais de ouvir”, Lc
4.16-21.
É muito significativo que Jesus não tenha lido a segunda metade do
versículo 2 que menciona: “o dia da vingança do nosso Deus”, pois esta parte da
profecia ainda se cumprirá futuramente.
Jesus afirmou que, naquele dia, esta escritura se cumpriu e realmente isso
aconteceu, porque Ele estava iniciando o seu ministério profético, para o qual fora
ungido. Ele curou física e espiritualmente os quebrantados de coração, proclamou
libertação aos escravos do pecado, libertou os oprimidos pelo diabo e apregoou o
tempo de perdão e de salvação.
Portanto, face ao cumprimento literal dessa profecia, na pessoa de Jesus,
fica evidente, mais uma vez, a sua messianidade, ou seja, Ele é realmente o
Messias que havia de vir. Consequentemente, podemos esperar, com a mais
absoluta certeza, que a outra parte da profecia também se cumprirá da mesma
maneira. Num futuro próximo, Ele voltará e consumará “o dia da vingança do nosso
Deus”.
38

9 A OBRA REDENTORA DE JESUS

Quando o primeiro casal transgrediu a ordem divina, arrastou para si e para


toda a raça humana, as funestas consequências do pecado.
Conforme Deus prevenira, de antemão, no dia em que eles pecaram,
morreram espiritualmente. Foram expulsos do jardim das delicias e perderam a
comunhão com seu criador. Em seguida, vieram as consequências físicas: dores,
sofrimentos, trabalho árduo e a maldição da terra.
No entanto, enquanto Deus aplicava justiça aos transgressores, manifestou-
lhes também o seu incomensurável amor por eles, anunciando a vinda de um
redentor para a humanidade.

O REDENTOR PROMETIDO

Falando à serpente, Deus disse: “porei inimizade entre ti e a mulher, entre a


tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar.” (Gn. 3.15).
Neste primeiro anúncio do Evangelho, o redentor é prometido como “o
descendente da mulher”. Isto quer dizer que haveria uma intervenção divina,
alterando a lei natural da reprodução, de tal maneira que, o elemento masculino não
teria nenhuma participação no ato fecundatório da mulher. E, para que não
houvesse dúvida alguma quanto à atuação divina nesse ato, era necessário que o
redentor nascesse de uma virgem.
Depois de cumprida a promessa, sabemos que essa virgem foi Maria e,
consequentemente, o descendente da mulher, acima mencionado, é Jesus. Quando
lhe foi mencionado que seria ela a mãe do salvador, ficou perplexa e perguntou:
“Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?” (Lc. 1:34). Assim se
cumpriu o que Deus falara através do profeta: “Eis que a virgem conceberá, e dará à
luz um filho e lhe chamará Emanuel” (Is 7:14).
Desde o momento em que Deus prometeu um redentor para a humanidade,
qualquer pessoa poderia ser salva pela fé nele. O primeiro a confiar nessa promessa
foi Abel, que ofereceu a Deus um cordeiro, primogênito de suas ovelhas, tipificando
o Cordeiro de Deus que havia de vir. Depois da morte de Abel, Adão teve um filho a
39

quem pôs o nome de Sete. Este gerou Enos, em cujo tempo começou-se a invocar o
nome do Senhor (4:26).
Na descendência de Enos, vamos encontrar Enoque, o qual andou com
Deus, e Deus o tomou para si. (Gn. 5:24). Lameque, neto de Enoque, gerou um filho
e lhe chamou Noé, dizendo: “Este nos consolará dos nossos trabalhos e das fadigas
de nossas mãos, nesta terra que o Senhor amaldiçoou”. (Gn. 5:29).
Noé, ao abençoar seu filho Sem, indicou haver, da parte de Deus, um plano
para sua vida e que dele descenderia o Redentor. (Gn. 9:26).
Entre os descendentes de Sem, encontramos Abraão, o qual Deus chamou
e lhe fez as seguintes promessas especiais: “De ti farei uma grande nação, e te
abençoarei e te engrandecerei o nome. Sê tu uma benção. Abençoarei os que te
abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti, serão benditas todas as
famílias da terra” (Gn. 12: 1-3, 13:15-16; 22:17-18).
Inegavelmente Deus cumpriu essas promessas a Abraão e ele se tornou o
pai do poderoso povo judeu que até hoje recebe a proteção divina. Desse povo, na
plenitude dos tempos, nasceu o Salvador do mundo, conforme ele próprio declarou:
“a salvação vem dos judeus” (Jo. 4:22).
Salomão referiu-se profeticamente ao Messias Jesus, dizendo: “Nele sejam
abençoados todos os homens, e as nações lhe chamem Bem-aventurado” (Sl
72:17). Assim se cumpre o que Deus prometera a Abraão quando lhe disse: “em ti
serão benditas todas as famílias da terra”.
Abraão não tinha filho para ser herdeiro das promessas, mas Deus
providenciou miraculosamente o nascimento de Isaque (Gn. 21: 1-7). Este intentava
fugir da fome que sobreveio à sua terra, quando lhe apareceu o Senhor e disse:
“Não desças ao Egito. Fica na terra que eu disser; habita nela, e serei contigo e te
abençoarei; porque a ti e à tua descendência darei todas estas terras e confirmarei o
juramento que fiz a Abraão, teu pai. Multiplicarei a tua descendência como as
estrelas dos céus, e lhe darei todas estas terras. Na tua descendência serão
abençoadas todas as nações da terra” (Gn. 26:2-4).
Desse modo. Isaque se tornou herdeiro das promessas feitas a Abraão, e,
por seu intermédio, haveria de vir o Redentor Prometido.
Jacó, depois de enganar seu irmão, tirando-lhe a benção da primogenitura,
fugiu para Padã Arã. Numa noite, depois da visão da escada cujo topo atingia o céu,
ouviu a voz de Deus que lhe disse: “Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu pai, e
40

de Isaque. A terra em que estás deitado, eu a darei, a ti e à tua descendência. A tua


descendência será como o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o
Oriente, para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas
todas as famílias da terra”. (Gn. 28:13-14). Passados vinte anos, Jacó regressava à
terra de Canaã, quando Deus lhe apareceu outra vez e lhe disse: “A terra que dei a
Abraão e a Isaque, dar-te-ei a ti e, depois de ti, à tua descendência” (Gn. 35:12).
Como se percebe, as mesmas promessas de que Isaque se tornara
herdeiro, foram transferidas a seu filho Jacó. Doravante, seria ele o responsável pela
realização do plano divino, no tocante à vinda do Messias, como fora predito pelo
profeta Balaão: “Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma
estrela precederá de Jacó, de Israel subirá um cetro.” (Nm. 24:17).
Jacó teve doze filhos que são os representantes das doze tribos de Israel.
Dentre elas, a de Judá foi escolhida para ser a tribo real, para que dela viesse o
Messias. A benção profética de Jacó sobre seu filho Judá foi à seguinte: “Judá é
leãozinho; da presa subiste, filho meu. Encurva-se, e deita-se como leão, e como
leoa; quem o despertará? O cetro não se apartará de Judá, nem o bastão de entre
os seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos.” (Gn. 49:9-10).
Assim como o leão é considerado rei dos animais, a tribo de Judá exerceria
predominância sobre os demais tribos de Israel. A expressão “da presa subiste”
refere-se, naturalmente, à volta dos judeus do cativeiro babilônico, porque realmente
a maioria dos que voltaram eram da tribo de Judá. Por isso mesmo, daquela data
em diante, os filhos de Israel passaram a ser conhecidos pelo nome de judeus.
Embora ainda seja incerto o sentido da palavra “Siló” cremos que, neste texto,
refere-se ao messias.
A descendência de Judá leva-nos finalmente ao Rei Davi, a quem Deus fez
a seguinte promessa: “Quando os teus dias se cumprirem e descansares com teus
pais, então farei levantar depois de ti, o teu descendente, que procederá de ti e
estabelecerei o teu reino.” (II Sm. 7:12-14; I Cr. 17:11-13).
No novo Testamento, somos informados que o descendente, aqui
mencionado, é Jesus. Falando a respeito do patriarca Davi, assim se expressou o
apóstolo Pedro: “Sendo, pois, profeta, e sabendo que Deus havia jurado que um de
seus descendentes se assentaria no seu trono, prevendo isto, referiu-se à
ressurreição de Cristo, que nem foi deixado na morte, nem seu corpo experimentou
corrupção.” (At 2:30-31).
41

O Redentor Tipificado

Quando os israelitas entraram em Canaã, a terra foi distribuída


equitativamente, entre as doze tribos, com direito inalienável. Isto significa que
ninguém poderia se considerar Senhor absoluto de sua propriedade, visto que o
verdadeiro dono de tudo é Deus, conforme Ele mesmo declarou:
“Também a terra não se venderá perpetuamente, porque a terra é minha.”
(Lv. 25:23).
Se alguém, porventura, perdesse ou vendesse a sua possessão, um parente
próximo poderia readquirí-lá desde que pagasse o preço do resgate. Quando
alguém resgatava uma propriedade, era lavrada uma estrutura onde constavam as
condições de venda, as assinaturas do vendedor e do comprador, bem como das
testemunhas (Jer. 32:9-10).
O documento, depois de enrolado e selado, era entregue ao proprietário de
origem, ou ao seu herdeiro que, em qualquer tempo, poderia quebrar os selos e
reclamar a posse da terra.
Elimeleque vendeu sua prioridade, antes de ir para Moabe, onde morreu ele
e seus dois filhos: Malon e Quiliom. Quando Noêmi e Rute voltaram para Bélem, foi
necessário que alguém pegasse ao comprador o valor da terra que este pagara a
Elimeleque. Além disso, o resgatador teria de se casar com Rute, tornando-se um
tipo de Jesus, sob vários aspectos diferentes, conforme passamos a demonstrar.
Boaz era parente próximo de Noêmi e, de Rute, por extensão. Esta condição
satisfeita assegurava-lhe o direito de resgatador. Assim também Jesus, para ser o
Redentor da humanidade, teve que se humanizar, tornando-se semelhante a nós.
“Porque não temos Sumo-sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas, antes foi ele mesmo tentado, em todas as coisas à nossa semelhança,
mas sem pecado.” (Hb. 4:15).
Boaz, sendo homem rico, tinha as condições econômicas para ser o
resgatador (Rt 2:1). De igual modo, Jesus, para ser o Redentor da humanidade, teria
que ser Deus, porque somente Ele tem poder para resgatar o homem do pecado.
Jesus, sendo Deus, é o único que pode resgatar o pecador. “Por isso também pode
salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder
por eles.” (Hb. 7:25).
42

Através de Noêmi, Boaz amou Rute e demonstrou boa disposição para


resgatá-la, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se deu por ela (Rt 4:9-
10; Ef 5:25).
Noêmi tinha outro parente que, embora fosse mais chegado, não teve
condições para ser o remidor porque já era casado (Rt 3: 12, 4:6).
Este representa a lei de Moisés que veio antes de Cristo, mas não tem poder
para salvar, conforme declara o apóstolo Paulo: “Porquanto o que fora impossível à
lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio filho...”
(Rm. 8:3).
No ano seguinte, ao sétimo ano sabático, era o do jubileu, quando as terras
retornavam aos seus proprietários de origem, todas as dívidas eram canceladas e
todos os escravos eram libertados. A expressão “o ano aceitável do Senhor”, em Is.
61:2, assim como “o ano da liberdade” em Ezequiel 46:17, referem-se ao ano do
jubileu que tipifica a dispensação da graça. Este é o tempo aceitável do Senhor,
quando, por intermédio de Jesus, todos os pecados podem ser perdoados e todos
os escravos espirituais podem alcançar a libertação.
Na história do livro de Ester, o povo judeu foi sentenciado à morte, pela lei
dos medos e dos persas que não podia ser revogada (Et. 8:8).
Ester intercedeu pelos seus patrícios junto ao rei Assuero, dizendo: “Se bem
parecer ao rei, dê-se-me por minha petição a minha vida, pelo meu desejo, o meu
povo. Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem e
aniquilarem de vez” (Et 7: 3-4). A revogação da lei era impossível, mas o rei
sancionou outra lei, pela qual os judeus tinham o direito de se defenderem dos seus
inimigos.
Assim também, a lei de Deus não pode ser revogada. E por esta lei todo ser
humano está sentenciado à morte eterna, porque a Bíblia diz: “O salário do pecado é
a morte”. (Rm. 6:23).
Porém, Deus pelo imenso amor, estabeleceu uma nova lei, pela qual todo
aquele que está em Cristo é declarado livre da morte eterna. O apóstolo Paulo
declara: “Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado
e da morte” (Rm. 8:2).
43

10 - O MINISTÉRIO PROFÉTICO DE JESUS

Quando Moisés já contava seus cento e vinte anos de idade, percebeu,


assim como Paulo, que o tempo de sua partida havia chegado.
Cônscio dessa realidade, começou a preparar o novo líder. Num momento
de profunda inspiração divina, predisse a vinda de um grande profeta fazendo a
seguinte promessa: “O Senhor teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de
teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás” (Dt. 18:15).

O PROFETA PROMETIDO

Desde que foi proferida esta profecia, catorze séculos foram passados até o
aparecimento de João Batista, pregando no deserto da Judéia. Quando isso
aconteceu, as autoridades judaicas ficaram impressionadas com a fama desse
misterioso pregador e enviaram sacerdotes e levitas para o entrevistarem. Esses
emissários, que eram da seita dos fariseus, fizeram-lhe várias perguntas. Baseados,
nesta profecia de Moisés, indagaram: És tu o profeta? João Batista respondeu
simplesmente: não. Em face da resposta negativa de João, eles continuaram
aguardando o referido profeta.
Passados alguns anos, quando o apóstolo Pedro discursava à porta formosa
do tempo, declarou que esse profeta prometido é Jesus.
“..ao qual é necessário que o céu contenha até aos tempos da restauração
de todas as coisas, de que Deus falou por boca de seus santos profetas desde a
antiguidade. Disse, na verdade, Moises, O Senhor suscitará dentre vossos irmãos
um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser.” (At. 3:21-
22).
O próprio Jesus, dirigindo-se aos judeus incrédulos, confirmou o fato de ser
Ele o profeta prometido quando disse: “Porque se, de fato, crêsseis em Moisés,
também creríeis em mim; “porquanto ele escreveu a meu respeito” (Jo 5:46)
Logo após o milagre da multiplicação dos pães, alguns judeus vendo o que
Jesus fizera, chegaram à seguinte conclusão: “Este é verdadeiramente o profeta que
devia vir ao mundo” (Jo. 6:14)
44

O PROFETA CREDENCIADO

Conforme o cerimonial judaico, todo homem escolhido para o exercício de


funções sagradas deveria ser credenciado através da unção com óleo. Assim
acontecia com os profetas, os sacerdotes e os reis. Vejamos, por exemplo: Profeta:
“...A Elizeu ungirás profeta (I Rs. 19:16, I Cr. 16:22); Sacerdote: “Ungi-o para o
santificar” (Lv. 8:12); Rei: “Ungi-o... e desde aquele dia o Espírito do Senhor se
apossou de Davi.” (I Sm. 16:13).
Jesus, o grande profeta prometido, como vimos, deveria ser credenciado
pelo mesmo princípio previamente estabelecido. Havia, entretanto, duas pequenas
diferenças: a primeira é que os profetas eram ungidos por mãos humanas, mas
Jesus seria ungido pelo próprio Deus.
A segunda é que esses profetas eram ungidos com óleo ou azeite, símbolos
do Espírito Santo, ao passo que Jesus seria ungido com o próprio Espírito Santo.
“Ele é o Messias segundo a língua hebraica, e o Cristo segundo a grega,
termos que significam - UNGIDO - porque Ele é, por excelência, o profeta, o Sumo-
sacerdote e o Rei. Sua unção é narrada em conexão com o seu batismo, quando os
céus se abriram e o Espírito Santo, em forma de pomba, repousou sobre Ele ( 5).
O profeta Isaías, referiu-se ao Messias Jesus, nos seguintes termos: “Do
tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um Renovo. “Repousará sobre
Ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de
Conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.” (Is.
11;1-2).
O próprio Jesus pré-encarnado, falando por intermédio do profeta, declarou:
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas
novas aos quebrantados, enviou-me para curar os quebrantados de coração, a
proclamar libertação aos cativos, e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o
ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os
que choram.” (Is. 61:1-2).
Desde então, passaram-se sete séculos e meio até ao dia em que o Senhor
Jesus mesmo leu esta profecia na Sinagoga de Nazaré. Ao terminar a leitura,

5
Dr. Antônio de Almeida - A Doutrina Bíblica do Espírito Santo. P. 34.
45

devolveu o livro ao chefe da sinagoga e explicou: “Hoje se cumpriu a escritura que


acabais de ouvir.” (Lc. 4:16-20).
Na verdade, Ele curou física e espiritualmente os quebrantados de coração,
proclamou libertação aos escravos do pecado, libertou os oprimidos pelo diabo e
apregoou o tempo de perdão e salvação.

O PROFETA E SUA MENSAGEM

“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a


minha alma se compraz; pus sobre ele meu Espírito, e ele promulgará o direito para
os gentios. Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça. Não
esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade
promulgará o direito. Não desanimará nem se quebrará até que ponha na terra o
direito; as terras do mar aguardarão a sua doutrina.” (Is. 42:1-4).
Esta passagem aparece, no Novo Testamento, em conexão com uma
advertência do Senhor Jesus aos seus discípulos, quando aplicou a si mesmo estas
palavras, deixando transparecer claramente ser Ele o servo do Senhor, aqui
mencionado (Mt. 12:18-21).
Sua unção com o Espírito Santo está intimamente relacionada com o seu
batismo. Quando Ele foi batizado por João Batista, no rio Jordão, o Espírito Santo,
em forma corpórea, desceu sobre Ele e ouviu-se uma voz do céu que dizia: “Este é
o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mt. 3:17).
Sua mensagem profética, no texto acima, é essencialmente missionária e se
caracteriza pela palavra direito, que ocorre três vezes. Quando diz “e ele promulgará
o direito para os gentios”, refere-se à oportunidade de salvação que seria
proporcionada a todas as nações, por intermédio do Messias Jesus.
Há, no capítulo 56 de Isaías, um anúncio de salvação para os gentios, a qual
estava prestes a se manifestar. Falando por boca do profeta, Deus disse: “Também
os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei em minha casa de oração; os seus
holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa
será chamada casa de oração para todos os povos.” (Is. 56:7).
Cremos que o santo monte, aqui referido, seja o Moriá, onde outrora Abraão
ofereceu seu filho Isaque. Esse monte, atualmente, está em poder dos muçulmanos
e ocupado pela Mesquita de Omar. Entretanto, à luz desta profecia e de outras
46

declarações proféticas, somos por afirmar que o Santo Monte do Senhor, num futuro
próximo, será reconquistado pelo povo judeu. O templo será reconstruído e os
sacrifícios, restaurados.
Quando tudo isso acontecer, estaremos ás vésperas da inauguração do
reino milenal, quando o Messias Jesus reunirá, no seu santo monte, todos os povos.
No Novo Testamento, Ele confirmou este fato, dizendo: “Não está escrito: a minha
casa será chamada casa de oração para todas as nações?” (Mc. 11:17). Fica
evidente, portanto, que a mensagem, profética do Messias é missionária e universal.

O Profeta Rejeitado

Quando Isaías ouviu a voz do Senhor perguntando: “a quem enviarei e quem


há de ir por nós?” Ele respondeu: “Eis-me aqui, envia-me a mim.” Então a
mensagem divina lhe foi entregue nos seguintes termos: “Vai, e dize a este povo:
ouvi, ouvi, e não entendais; vede, vede, mas não percebais. Torna insensível o
coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos, e fecha-lhe os olhos, para que não
venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos, e a entender com o coração,
e se converta e seja salvo” (Is. 6:9-10).
O apostolo Paulo, explicando a incredulidade dos judeus a respeito de
Jesus, citou-lhes esta profecia, declarando que se cumpriram neles estas palavras
(At. 28:25-27).
O evangelista João, antes de fazer a mesma citação, acrescenta que isto
aconteceu para se cumprir outra profecia de Isaías que diz: “Quem creu em nossa
pregação? e a quem foi revelado o braço do Senhor?” (Is. 53:1; Jo. 12:38).
O mesmo profeta continua dizendo: “Era desprezado, e o mais rejeitado
entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; como um de quem
os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso” (Is. 53:3)
O missionário Davi Baron, citado por Lawrence Olson, escreveu o seguinte:
“Tenho conhecido pessoas cultas e agradáveis, entre os Judeus, mas no momento
em que se menciona o nome de Jesus, muda-se o seu semblante e dá-se um
acesso de ira. Durante os meus trinta e cinco ou quarenta anos de missionário,
quantas vezes fui testemunha ocular do meu povo quase louco de ira - de punhos
47

cerrados, rangendo os dentes, cuspindo no chão, quando se menciona o nome que


para o crente é como unguento derramado”. ( 6)
A Bíblia diz que nem mesmo os irmãos carnais de Jesus criam nele (João
7:5). Certamente isto aconteceu para que se cumprisse o que fora predito pelos
salmista, quando escreveu: “Tornei-me estranho a meus irmãos, e desconhecido
aos filhos de minha mãe” (Sl. 69:8).

11 - A MEDIAÇÃO DE JESUS

Mediador é aquele que medeia, colocando-se no meio de duas pessoas ou


duas partes litigiosas, a fim de apaziguá-las. Sabemos perfeitamente que Deus é
Santo e não transige com o pecado, assim como a luz não tem comunhão com as
trevas. A Bíblia diz: “Os vossos pecados fazem separação entre vós e o vosso Deus”
(Is. 59:2).
Quando ocorre um curto-circuito, em nossa casa, há interrupção de contato
entre a lâmpada e a fonte de energia. Por isso a casa fica no escuro. Pois bem. Um
dia o curto-circuito do pecado interrompeu as relações entre o homem e Deus e a
humanidade ficou, espiritualmente, nas trevas.
Logo depois do incidente elétrico, nós procuramos alguém para fazer
religação. Assim também, desde a entrada do pecado no mundo, tornou-se
necessário um mediador que faça a religação do homem com Deus.

O Mediador Almejado

Jó, o grande patriarca, lamentava a falta de um intermediário entre Deus e o


homem, dizendo: “Não há entre nós árbitro, que ponha a mão sobre nós ambos”. A
expressão “não há entre nós árbitro” revela a necessidade de um mediador. E
quando diz “que ponha a mão sobre nós ambos”, evidencia as condições
necessárias desse mediador.
Deduzimos destas palavras que o mediador almejado teria de ser Deus e
homem, ao mesmo tempo, para que pudesse estender a mão sobre ambos,
estabelecendo a paz. Se fosse somente homem, não poderia religar o homem com
Deus. Porém, se fosse somente Deus, não poderia religar Deus com o homem.
6
Lawrence Olson - O Servo de Jeová. P.43 - CPAD
48

Neste sentido, o sacerdote Eli pergunta: “Pecando o homem contra o próximo, Deus
lhe será o árbitro; pecando, porém, contra o Senhor, quem intercederá por eles?” (I
Sm. 2:25).
O mediador teria de ser homem porque somente um homem pode substituir
outro homem; somente um membro da raça humana poderia representá-la diante do
tribunal divino; somente um homem poderia conhecer as reais necessidades da raça
decaída e a gravidade do mal a que o pecado a levou. Entretanto, o mediador
também teria de ser Deus, porque somente Deus, que é santo, poderia pagar pelo
pecador; somente Deus mesmo poderia dar plena satisfação à justiça divina, pelas
ofensas recebidas.
O Messias Jesus é a única pessoa que satisfaz plenamente a todos estes
requisitos. Portanto, Ele é o único mediador entre Deus e os homens, conforme
declara o apostolo Paulo: “Porquanto há um só Deus, e um só mediador entre Deus
e os homens, Cristo Jesus, homem” (I Tm. 2:5).

O mediador da Aliança

Aliança é um acordo firmado entre duas partes que passam a ter direitos e
obrigações recíprocos. No monte Sinai, Deus propôs uma aliança com os filhos de
Israel. Essa aliança previa fidelidade e obediência do povo e bênçãos sem medida
da parte de Deus. Quando Moisés relatou a proposta de Deus, diante do povo, todos
responderam a uma só voz: “Tudo que o Senhor falou, faremos” (Êx. 19:8).
No entanto, a história de Israel, no deserto e em Canaã, é um relatório
de flagrante violação às leis de Deus. Visto que os israelitas não foram fiéis no
cumprimento do que prometeram, Deus também ficou desobrigado de cumprir o que
prometera. E, assim, a aliança ficou anulada. Apesar disso, Deus prometeu fazer
uma Nova Aliança, dizendo: “Eis que vêm dias, diz que o Senhor, e firmarei nova
aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz
com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito;
porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz
o Senhor. Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas
inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão meu povo” (Jr. 31:31-33).
Conforme se percebe, através deste texto, a nova aliança, embora feita com
o mesmo povo, seria extensiva a todas as nações. As leis divinas não mais seriam
49

escritas em tábuas de pedra, como na primeira, mas impressas na mente e inscritas


no coração. Nos termos da nova aliança, Deus se propôs a perdoar os pecados do
povo e deles jamais se lembrar para sempre. O povo, por sua vez, promete
fidelidade a Deus, oferecendo-lhe exclusiva e sincera adoração. Assim se completa
a grande transação, entre Deus e os homens, a qual se resume nestas palavras: “Eu
serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”. Quando se fala em aliança, torna-se
necessário um Mediador. Por isso mesmo, Deus prometeu suscitar o mediador da
nova aliança, dizendo: “Eu, o Senhor, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e
te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios” (Is.
42:6; 49:8).
No Novo Testamento, somos informados que a expressão “Luz para os
gentios” é uma referência a Cristo (Lc. 2:32). Portanto, Ele é o Mediador da aliança,
aqui mencionado. Esta dedução é confirmada pelo autor da carta aos hebreus,
quando declara: “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente,
quanto é Ele também mediador de superior aliança, instituída com base em
superiores promessas” (Hb. 8:6; 9:15; 12:24).
Uma vez que a primeira aliança foi sancionada com sangue de
animais, a nova o seria com sangue do próprio mediador. Por isso, quando o Senhor
Jesus instituiu a Santa Ceia, como memorial de sua morte, declarou: “Porque isto é
o meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado em favor de muitos, para
remissão de pecados” (Mt. 26:28).

O Mediador e sua Paz

As relações diplomáticas entre a terra e o céu foram interrompidas, por


causa do pecado, e o homem se tornou inimigo de Deus. Daí surgiu a necessidade
de um mediador, e este veio por providência divina, na pessoa do Messias Jesus.
Falando a respeito dele, o próprio Deus declara o seguinte: “Como fruto dos seus
lábios criei a paz, paz para os que estão longe e para os que estão perto, diz o
Senhor, e eu sararei” (Is. 57:19).
Descrevendo a obra reconciliatória que Cristo realizou, no Calvário, assim se
expressou o apóstolo dos gentios: “Porque Ele é a nossa paz, o qual de ambos fez
um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade,
aboliu na sua carne a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos
50

dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos


em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade,
E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe, e paz também aos que
estavam perto.”(Ef. 2:14-17).
Como se vê, a paz do mediador foi estabelecida por intermédio da cruz. A
expressão “vós outros que estáveis longe” refere-se aos gentios e “os que estavam
perto” são os judeus. Isto quer dizer que, através da cruz de Cristo, Deus vai
congregar tanto judeus como gentios, isto é, pessoas de todas as nações.
Sabemos que a cruz é formada por duas hastes: uma no sentido vertical e
outra no sentido horizontal. A vertical aponta para cima, indicando as relações do
homem com o seu criador e simboliza que, pela aceitação do sacrifício da cruz, o
homem se reconcilia com Deus. A horizontal aponta para a direita e para a
esquerda, indicando as relações do homem com o seu próximo, e simboliza que,
uma vez reconciliado com Deus, o homem também goza paz com os seus
semelhantes. O cruzamento das duas hastes forma quatro pontas que indicam as
quatro extremidades da terra que correspondem aos quatro pontos cardiais: norte,
sul, leste, oeste. Isto simboliza que a obra redentora da cruz é extensiva a todos os
recantos do globo terrestre.

12- OS SOFRIMENTOS DE JESUS

No salmo 41, Davi, lamentando sua situação, invoca o socorro de Deus para
protegê-lo de seus inimigos, que eram malediscentes, maldosos e murmuradores.
Essa adversidade chega ao clímax quando percebe que o seu amigo íntimo,
também estava contra ele. Pelo que externou sua profunda decepção, dizendo: “Até
o meu amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, e que comia do meu pão, levantou
contra mim o seu calcanhar”, SI 41.9.

TRAÍDO PELO “AMIGO”


51

Davi, inspirado pelo Espírito Santo, registrou essas palavras proféticas que
se cumpriram com toda a exatidão, na pessoa do Messias Jesus, que se declara
traído, sendo o seu traidor Judas Iscariotes.
O próprio Jesus deixou transparecer claramente que a escolha de Judas
para o apostolado foi para se cumprir a Escritura que diz “Aquele que come do meu
pão, levantou contra mim o seu calcanhar”, Jo. 13.18.
Ao citar essas palavras, Cristo não identificou aquele que o havia de trair,
mas apenas ressaltou a gravidade do seu erro porque, comendo do mesmo pão,
traiu o seu Senhor e Mestre. Entretanto, Jesus asseverou: “Em verdade, em verdade
vós digo, que um dentre vós me trairá”, Jo. 13.21.
O discípulo a quem Jesus amava, reclinando-se ao seu peito, perguntou-lhe:
“Senhor, quem é?” Então Jesus identificou o traidor dizendo: “É aquele a quem eu
der o pedaço de pão molhado. Tomou, pois, um pedaço de pão e, tendo-o molhado,
deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes”, Jo 13.26.
O salmista Davi acrescentou: “Os seus dias sejam poucos, e tome outro o
seu encargo”, SI. 109.8. Estas palavras predizem a morte prematura de Judas, e a
sua substituição no apostolado. Foi a conclusão a que chegou o apóstolo Pedro,
falando a igreja reunida, no cenáculo, por ocasião da escolha de Matias, quando
declarou: “Irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo
proferiu anteriormente por boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles
que prenderam a Jesus. Porque está escrito no livro dos Salmos: fique deserta a sua
morada; e não haja quem nela habite; e tome outro o seu cargo”, At 1.16 e 20.

AVALIADO E MOEDAS

“Eu lhe disse: se vos parece bem, daí-me o meu salário; e, se não, deixai-o.
Pesaram, pois por meu salário, trinta moedas de prata. O Senhor me disse: arroja
isso ao oleiro, esse magnífico salário em que fui avaliado por eles. Tomei as trinta
moedas de prata, e as arrojei ao oleiro na casa do Senhor”, Zc. 11.12,13.
No Novo Testamento, esta profecia de Zacarias é citada por Mateus como
sendo de Jeremias: Mt. 27.9,10. Como se pode explicar isso? O teólogo Lightfoot,
citado por Stewart, dá a seguinte explicação:
“A Bíblia hebraica se dividia em três volumes: a lei, os Agiógrafos e os
Profetas. Ora, assim como os agiógrafos eram também chamados salmos (Lc
52

24.44), pelo fato de Salmos ser o primeiro livro daquela coleção, assim também
Mateus, citando um trecho do livro de Zacarias , o indica como tirado de Jeremias,
pois que os escritos daquele profeta eram os primeiros do volume dos profetas.
Lighfoot estabelece indisputavelmente por meio de citações do rabino, doutor Davi
Chinchi, que o volume dos profetas tomou o nome de Jeremias” (7).
Nos versículos acima transcritos, o profeta, falando em nome de Deus,
assemelha-se a um pastor que, angustiado pelo mau procedimento do seu rebanho,
resolve não mais apascentá-lo, e, como que pedindo exoneração, diz: “Se vos
parece bem, daí-me o meu salário! As ovelhas, por sua vez, trataram o pastor com
tanto descaso que, por seu salário, pensaram trinta moedas de prata.
Através desta parábola, o profeta previu que Jesus, o supremo pastor, seria
tratado tão desprezivelmente pelas autoridades judaicas, a ponto de pagarem por
Ele a insignificante importância de trinta moedas de prata. O suicídio de Judas
Iscariontes aconteceu também como estava predito: “Então, Judas, atirando para o
santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se”, Mt. 27.5.
Os sacerdotes, alegando ser preço de sangue, deliberaram não colocar as
moedas, no cofre das ofertas, e compraram com elas o campo do oleiro. Quando se
diz: E as arrojei ao oleiro na casa do Senhor “observa-se, nesta linguagem, uma
inversão na ordem dos acontecimentos, mas isto significa apenas que,
primeiramente, as moedas foram arrojadas para o templo e, posteriormente,
passaram às mãos do oleiro.

A PEDRA REJEITADA

Em demanda à terra prometida, os israelitas chegaram a Refidim e não


havia água ali. O povo murmurou contra Moisés e este clamou ao Senhor. A solução
de Deus foi dada com as seguintes palavras: “Ferirás a rocha, dela sairá água, e o
povo beberá”.
Quinze séculos mais tarde, o apóstolo Paulo, escrevendo aos cristãos de
Corinto, lembrou-se dos seus patrícios, e, desejando ajudá-los para que não
caíssem nos mesmos erros de seus antepassados, declarou: “Todos eles comeram
de um só manjar espiritual; e beberam da mesma fonte espiritual que os seguia. E a
pedra era Cristo”, 1 Co. 10.3,4.
53

No novo Testamento, Jesus contou três parábolas, com o propósito de


ilustrar a rejeição e o desprezo com que Ele seria tratado pelo seu povo. Na
primeira, os judeus estão representados pelo primeiro filho que prometeu ao pai ir
trabalhar na vinha e não foi. Na segunda, os judeus são os próprios lavradores
maus, que se recusaram a entregar o fruto da vinha, ao seu dono, no devido tempo.
Na terceira, os judeus são os primeiros convidados, que simplesmente rejeitaram o
convite.
Na conclusão da segunda parábola, Jesus dirigiu-se aos principais
sacerdotes, e, deixando claro que era a respeito deles que falava, fez-lhes a
seguinte interrogação:” Nunca lestes nas Escrituras: a pedra que os construtores
rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra angular; isto procede de Senhor, e é
maravilhoso aos nossos olhos?”, Mt. 21:42; Mc. 12.10; Lc. 20.17.
Estas palavras, transcritas do salmo 118, versículo 22, predisseram a
rejeição do Messias pelos seus compatriotas embora Ele se tornasse a principal
pedra angular; Esta dedução é confirmada pelo apóstolo Pedro, quando, no seu
famoso discurso proferido diante do Sinédrio, assim se expressou: “Este Jesus é a
pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a principal pedra angular”,
At 4.11.

ODIADO SEM CAUSA

“O salmo 35 é constituído por uma fervorosa oração de Davi, através da qual


ele suplica a intervenção divina a seu favor, para lhe fazer justiça contra os seus
adversários. Estes eram impiedosos e ingratos pois, embora beneficiados por esse
servo de Deus, viviam sempre tramando contra ele, e buscando oportunidade para
lhe tirar a vida. Daí porque ele orava, dizendo: “Não se alegrem de mim os meus
inimigos gratuitos; não pisquem os olhos os que, sem causa, me odeiam”, SI. 35.19
Expressões idênticas são encontradas em outros salmos do mesmo autor, como por
exemplo: “Cercam-me com palavras odiosas e sem causa me fazem guerra”, SI.
109.3. “São mais que os cabelos de minha cabeça os que sem razão me odeiam”,
SI. 69.4. Conquanto estas palavras expressem realmente a experiência de Davi,
elas encontram o seu sentido mais elevado e o seu total cumprimento na pessoa do
Messias Jesus. Ele mesmo, referindo-se à incredulidade de seus patrícios, declarou:
54

“Isto, porém, é para que se cumpra a palavra escrita na sua Lei: “Odiaram-me sem
motivo”, Jo 15.2.
O cumprimento exato desta profecia demonstra mais uma vez que o nosso
Deus não está sujeito a imprevisões. O plano de redenção para a humanidade por
intermédio do Messias, perfeitamente traçado e registrado nas Santas Escrituras,
realizou-se rigorosamente como estava predito. Cumpriu-se, igualmente, o que o
Espírito Santo falou por boca de Davi no salmo segundo: “Por que se enfurecem os
gentios e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os
príncipes conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido”, SI. 2.1,2. A igreja de
Jerusalém proferiu uma oração das mais lindas e poderosas, que depois de
mencionar estas palavras do salmo 2, alusivas ao Messias, deixou para nós a
seguinte explicação esclarecedora: “Porque verdadeiramente se ajuntaram nesta
cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos,
com os gentios e gente de Israel, para fazerem tudo que a tua mão e o teu propósito
predeterminaram”, At. 4.27,28.

DEFORMADO NA APARÊNCIA

“Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz duma terra seca;
não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos
agradasse”, Is. 53.2.
No primeiro versículo deste capítulo, o profeta Isaías, tendo falado
abundantemente ao seu povo a respeito do Messias, está predizendo que suas
mensagens proféticas não seriam aceitas nem cridas pelos seus patrícios: “Quem
creu em nossa pregação? e a quem foi revelado o braço do Senhor?”. A expressão
“braço do Senhor” significa o poder de Deus revelado na pessoa no Messias. Essa
revelação foi feita inicialmente aos judeus e, mais tarde, a todas as nações. “O
Senhor desnudou o seu santo braço à vista de todas as nações e todos os confins
da terra verão a “salvação do nosso Deus”, Is. 52.10. No Novo Testamento, a frase
salvação do nosso Deus é aplicada a Cristo pelo sacerdote Simeão, quando disse:
“Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo segundo a tua palavra; porque os
meus olhos já viram a tua salvação”, Lc. 2.29,30. “Quando se diz foi subindo como
renovo perante ele”, indica o crescimento natural e normal do Messias Jesus, como
informa o evangelista: “Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria,
55

e a graça de Deus estava sobre Ele”, Lc. 2.40. Conforme vimos, em capítulo
anterior, várias vezes Ele é referido como “renovo”. Isto quer dizer que, através dele
o reino de Israel será completamente restaurado, fazendo com que sua glória
exceda os tempos áureos dos reinados de Davi e Salomão: Am. 9.11-16. Seu
aparecimento, no cenário da história, aconteceu numa época em que a nação
judaica, desprovida totalmente de espiritualidade, era semelhante a uma terra seca.
Sua falta de aparência e formosura refere-se à maneira simples e modesta
como Ele chegou até nós. Os judeus esperavam um Messias nascido no palácio,
filho de uma família nobre, deitado num berço de ouro, adornado com jóias e roupas
finíssimas, cujo evento fosse anunciado com alarde e aplausos das multidões.
Pensavam que o messias se apresentaria publicamente como um soberano, trajado
com vestes reais, pronto para convocar os soldados para a guerra, a fim de libertar o
povo do domínio romano. Todavia, Ele nasceu numa estrebaria, na rude manjedoura
de Belém. Sua mãe, jovem pobre e humilde, residia num casebre de Nazaré, na
Galiléia. “Não teve por usurpação o ser igual a Deus”, mas se apresentou
humildemente, como homem de trabalho, rodeado de simples pescadores. Foi este
o motivo por que eles o desprezaram e o rejeitaram, cumprindo-se, fielmente o que
vaticinara o profeta: “Olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse”.

JULGADO INJUSTAMENTE

“Por Juízo opressor foi arrebatado e de sua linhagem, quem dela cogitou?
Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa de transgressão do meu
povo, foi ele ferido”, Is. 53.8. A expressão juízo opressor é uma referência a Pôncio
Pilatos que, nessa época, era o governador da Judéia. Ele é denominado “Juízo”
porque realmente sua palavra foi decisiva a respeito de Jesus, entregando-o às
autoridades judaicas: “Tomai-o vós outros e julgai-o segundo a vossa lei”, Jo. 18.31.
Era também opressor, porque representava o Império Romano que, de fato,
escravizava e oprimia o povo judeu naquela ocasião.
A palavra “arrebatado” aqui, segundo o original hebraico, significa
literalmente: “tirado com violência” ou “levado às pressas”, Isto indica a maneira
ilegal com que se processou o julgamento do servo de Jeová. Eis algumas das
ilegalidades que aconteceram: a) o julgamento realizou-se à noite. b) o acusado foi
56

insultado e açoitado; c) as autoridades coagiram o acusado; d) a defesa não foi


ouvida.
Magistrados da atualidade afirmam que a condenação de Jesus à morte foi a
maior injustiça cometida, no direito penal, em todos os tempos. Essa monstruosa
injustiça também foi predita pelo salmista Davi, ao escrever o seguinte: “Quando o
julgarem, seja condenado; e tida como pecado a sua oração”, SI. 109.7.
No Novo Testamento, temos duas diferentes genealogias da mesma pessoa.
A de Mateus apresenta Jesus como Filho de Davi e de Abraão, ao passo que a de
Lucas apresenta-o como descendente de Adão. O quarto evangelho não menciona
os seus ancestrais, porque o propósito é apresentá-lo como Deus.
O evangelho de Marcos também não tem genealogia porque foi endereçado
aos romanos e estes não se interessariam em conhecer os antepassados de um
servo. Cremos ter sido este fato que o profeta Isaías predisse quando escreveu o
seguinte: “... e de sua linhagem, quem dela cogitou?” A seguir declara ainda o
profeta que essa falta de cogitação de sua linhagem foi, humanamente falando, a
causa de sua condenação à morte. “Porquanto foi cortado da terra dos viventes”.
Se tivessem cogitado de sua linhagem e constatassem que Ele era de fato,
filho de Davi, certamente não o teriam condenado injustamente à morte de cruz.
“Porém, quando crucificado entre os dois malfeitores, um deles blasfemava contra
Ele dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo a nós também”, Lc. 23.39. O
salmista anteviu esta cena e a descreveu com as seguintes palavras: “Suscita contra
ele um ímpio, e à sua direita esteja um acusador”, SI. 109.6.

O SERVO HUMILHADO

“Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro, foi
levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não
abriu a sua boca”, Is. 53.7. Na estrada que desce de Jerusalém para Gaza, o
evangelista Filipe, sabiamente orientado pelo Espírito Santo, explicou este texto ao
eunuco etíope, dizendo-lhe que se tratava da pessoa de Jesus: At 8.32.
À semelhança da ovelha quando esta sendo tosquiada, o Messias Jesus
sofreu em silêncio as afrontas de seus algazores. Realmente, Ele não abriu a sua
boca. Tudo suportou por amor a vontade do Pai, conforme previu o salmista: “Pois
tenho suportado afrontas por amor de ti, e o rosto se me encobre de vexame”, SI.
57

69.7. “Era coisa comum, naqueles tempos, ouvir-se uma pessoa acusada gritar
veementemente alegando sua inocência; ou insultar seus acusadores, ou implorar
justiça. De fato, era tão comum, que Pilatos estranhou que Cristo se conservasse
calado”(8).
“A palavra ‘oprimido’ apresenta o resumo das afrontas e dos ultrajes que
Cristo sofreu dos seus contemporâneos, em consequência do julgamento falso que
formaram a respeito da sua pessoa e da sua obra. O termo significa o tratamento
cruel que os escravos recebiam dos Senhores” (9).
Quando diz: “Ele foi oprimido e humilhado” refere-se ao conjunto das
ofensas físicas e morais que os homens lhe causaram. As autoridades judaicas,
fazendo acusações falsas, apresentaram-no a Pilatos. Este, depois de interrogá-lo,
entregou-o para ser açoitado e crucificado. Os soldados açoitaram-no; teceram uma
coroa de espinhos e lha puseram na cabeça; deram-lhe bofetadas; cuspiram no seu
rosto.
Todas essas humilhações aconteceram para se cumprir também o que fora
predito pelo próprio Senhor Jesus, por intermédio do profeta: “Ofereci as costas aos
que me feriam, e as faces aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o meu
rosto dos que me afrontavam e me cuspiam”, Is. 50.6.
__________________
(7) Gióia, Egidio - Notas e Comentários à Harmonia dos evangelhos, p. 356.
(8) Olson, N. Lawrence - O servo de Jeová, p. 55.
(9) Crabtree, A. R - A profecia de Isaías, p. 232.
58

13 A MORTE DE JESUS

O capítulo doze de Êxodo descreve os fatos relacionados com a instituição


da páscoa. Face à resistência de Faraó, não deixando ir os filhos de Israel, Deus
ordenou a Moisés que preparasse o povo para a saída e, como memorial desse
evento, instituiu a páscoa.
No décimo dia do primeiro mês, (abibe ou nisã), cada família escolheria um
cordeiro, conforme o número de pessoas na casa. O cordeiro, animal dócil e
maleável, serve perfeitamente para representar a humildade e a mansidão do
Messias Jesus, como Ele mesmo afirmou: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei
de mim, porque sou manso e humilde de coração”, Mt. 11. 29.

O CORDEIRO IMOLADO

Deus determinou também, que o cordeiro fosse fisicamente perfeito. Não


poderia ser coxo, aleijado, cego, ou ter qualquer outro defeito, pois deveria ter todas
as condições físicas para tipificar a perfeição moral daquele, que, mais tarde, seria
apresentado como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, Jo. 1.29.
No dia catorze de abibe (ou nisã), o cordeiro deveria ser imolado, no
crepúsculo da tarde. Este horário corresponde ao período que vai das 15 ás 18
horas. Os evangelhos sinóticos informam que foi precisamente por essa hora que o
Senhor Jesus expirou: Mt. 27.46; Mc, 15.34; Lc. 23.44.
A carne do cordeiro, depois de assada no fogo, seria comida, durante a
noite, com pães asmos e ervas amargas. Jesus mesmo explicou o significado
tipológico desta figura, dizendo: “Porque a minha carne verdadeiramente é comida”,
Jo. 6.55. Sabemos que o alimento, antes de ser ingerido, passa pela mastigação.
Foi exatamente isso que o profeta Isaías predisse a respeito de Jesus ao dizer: “Mas
ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído [triturado] pelas nossas
iniquidades”, Is. 53.5. Depois de triturado, o alimento passa pela deglutição, e,
assim, é consumido. O próprio Jesus, falando por intermédio do salmista Davi,
declarou: “Pois o zelo da tua casa me consumiu”, Sl. 69.9.
O fermento, símbolo da corrupção, era terminantemente proibido durante a
páscoa. Os pães asmos (ou pães sem fermento), representavam a pureza de vida
que deveria caracterizar todos aqueles que, pela fé, participariam do Cordeiro de
59

Deus, imolado no madeiro do Calvário. Tanto assim, que o apóstolo Paulo,


concitando os cristãos de Corinto a uma vida de santidade, faz a seguinte exortação:
“Lançai fora o velho fermento para que sejais nova massa, como de fato sois sem
fermento, pois Cristo [o Messias], nosso cordeiro pascal, já foi imolado por nós”, 1
Co. 5.7.
As ervas amargas tipificavam as amarguras pelas quais passariam os
israelitas, no deserto, embora também representassem as adversidades da vida
cristã, conforme Jesus mesmo previu: “No mundo tereis aflições”, Jo 16.13.
O cordeiro tinha de ser comido totalmente, mas não se poderia quebrar
nenhum de seus ossos. O evangelista João informa que os soldados quebraram as
pernas dos outros crucificados e, chegando-se a Jesus, como já estivesse morto,
não lhe quebraram as pernas: “E isto aconteceu para se cumprir a escritura: nenhum
dos seus ossos será quebrado”, Jo. 19.36.
O salmista Davi, falando por divina inspiração, também previu este fato,
dizendo: “Preserva-lhe todos os ossos; nenhum deles sequer será quebrado”, Sl.
34.20.
O sangue do cordeiro seria posto nas ombreiras das portas das casas em
que o comessem. Este era o sinal de que os primogênitos israelitas seriam
poupados da morte, naquela noite em que Deus feriu a terra do Egito. Assim
também, o sangue do Cordeiro de Deus, derramado na cruz, é o sinal de que muitos
serão livres da morte eterna.

FERIDO MORTALMENTE

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu


descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”, Gn 3.15.
Os teólogos chamam este versículo de “proto-evangelho”, e com muita
razão, porque realmente temos aqui o primeiro anúncio do evangelho, ou a primeira
promessa da vinda do Redentor. Satanás, representado pela serpente, seria o
ferrenho inimigo de Jesus Cristo, o descendente da mulher, e lhe causaria o
ferimento no calcanhar, o que se cumpriu na cruz do Calvário. Porém, Ele
ressuscitou ao terceiro dia e, assim, Satanás, o causador de sua morte, ficou
derrotado para sempre, cumprindo-se claramente a profecia: “Este te ferirá a cabeça
e tu lhe ferirás o calcanhar”.
60

O profeta Zacarias faz alusão a um certo pastor que seria tratado tão
desprezivelmente pelas ovelhas, a ponto de pagarem por ele, apenas trinta moedas
de prata: Zc 11.12,13. O mesmo profeta ainda se refere a esse pastor dizendo:
“Desperta, ó espada, contra o meu pastor e contra o homem que é meu
companheiro, diz o Senhor dos Exércitos; fere o pastor, e as ovelhas ficarão
dispersas, mas volverei a minha mão para os pequeninos “, Zc. 13.7.
“A expressão “o homem que é meu companheiro” está em perfeita
consonância com a narrativa de João, quando afirma: “Ele estava no princípio com
Deus”. (Jo. 1.2). Daí, concluímos que esse pastor ferido, acima mencionado, é,
indiscutivelmente, o Messias Jesus. “Esta noite todos vós vos escandalizareis
comigo; porque está escrito: “Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão
dispersas”, Mt. 26.31.
O profeta supracitado continua falando a respeito do Messias, com as
seguintes palavras: “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém,
derramei o espírito da graça e de súplicas; e olharão para aquele a quem
traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito, e chorarão por
ele como quem chora amargamente pelo primogênito”, Zc. 12.10. Esta profecia
refere-se a tempos futuros, quando Jesus aparecer pessoal e visivelmente aos
judeus, os quais chorarão e prantearão por reconhecerem que Ele é realmente o
Messias, o Salvador.
Sabemos perfeitamente que Jesus é o Filho Unigênito de Deus o
primogênito da virgem Maria. “Fica evidente, portanto, que Ele mesmo é quem está
falando através do profeta, quando diz: “Olharão para aquele a quem traspassaram”,
Zc. 12.10.
O capítulo 53 de Isaías descreve, pormenorizadamente, a humilhação de
Jesus, desde o seu nascimento, na manjedoura de Belém,até o momento quando
expirou no madeiro do Calvário. Quando Ele estava sofrendo na cruz, os judeus
pensavam que os seus sofrimentos eram em consequência de pecados que tivesse
cometido. E o profeta previu esse fato, dizendo: “e nós o reputávamos por aflito,
ferido de Deus, e oprimido...”, Is. 53.4.
Os judeus, atualmente, ainda pensam da mesma maneira. Mas,
futuramente, quando eles receberem Jesus como o seu Messias, reconhecerão que
Ele era inocente e eles, sim, é que são culpados. Então eles confessarão os seus
61

pecados, dizendo: “Certamente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as


nossas dores levou sobre si”, Is. 53.4.
Conforme escreveu Moisés, no capítulo 16 de Levítico, a oferta pelo pecado
era feita do seguinte modo: O povo trazia dois bodes à presença do sumo-sacerdote
e este lançava sorte sobre eles. O que fosse escolhido para ser o bode expiatório
era imolado e seu sangue era espargido sobre o altar, em favor dos filhos de Israel.
Em seguida, o sumo-sacerdote punha ambas as mãos sobre a cabeça do outro
bode, “o emissário”, e confessava as iniquidades dos israelitas, para depois enviá-lo
ao deserto, levando sobre si os pecados do povo.
Esses dois bodes representavam dois aspectos da única obra expiratória
que Cristo realizou no Calvário. Quando diz: “tomou sobre si “deixa claro que Ele
assumiu a responsabilidade de pagar a nossa dívida ou que Ele se tornou o nosso
fiador. Isso corresponde ao sacrifício do bode expiatório, mas quando diz: “levou
sobre si” indica o perdão de Deus para os nossos pecados que, representados pelo
bode emissário, jamais serão lembrados.

O MESSIAS CLAMANDO

“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”, Sl. 22.1.


Estas palavras de Davi, proferidas por divina inspiração, cumpriram-se na
pessoa do Messias Jesus. Quando Ele agonizava, na cruz, bradou em alta voz,
dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni, que quer dizer: “Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?”, Mt. 27.46.
Os opositores da divindade de Jesus valem–se de textos como este para
objetarem que, se Ele fosse Deus não teria falado desta maneira. Entretanto, eles se
esquecem que Jesus não era somente Deus, nem somente homem, mas Deus-
homem. Por isso, quando Ele clamou: “Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?”, estava falando apenas como homem e representante legal da raça
humana. Ele se sentiu desamparado pelo Pai, naquele momento cruciante, em que
Ele se fazia culpado, ao tomar sobre si os pecados de toda a humanidade.
Alguns homens que estavam ali, perto da cruz, ouviram Jesus clamando; um
deles, tomando uma esponja, embebeu-a de vinagre e deu-lhe a beber, cumprindo-
se, deste modo, o que Ele mesmo falara por intermédio de Davi, dizendo: “Por
alimento me deram fel, e na minha sede me deram a beber vinagre”, Sl 69.21.
62

Os transeuntes zombaram dele, meneando os cabeças, como predisse Davi:


“Todos os que me veem zombam de mim; afrouxam os lábios e meneiam a cabeça”,
Sl. 22.7; 109.25; Mt. 27.39. Os principais sacerdotes também escarneciam dele, e,
ainda que inconscientemente, pronunciavam palavras que foram preditas por Davi,
com referência ao Messias: “Confiou no Senhor! livre-o ele, salve-o, se nele tem
prazer”, Sl 22.8; Mt 27.43.
O profeta Jeremias, quando em profunda tristeza pelas ruínas de Jerusalém
e pelos sofrimentos de seus compatriotas que estavam no exílio, descreveu,
inspiradamente, o clamor do Messias, no Calvário, com as seguintes palavras: “Não
vos comove isto, a todos vós que passais pelo caminho? Considerai, e vede se há
dor igual à minha…”, Lm. 1.12.
Essas palavras proféticas serviram de inspiração ao poeta sacro, quando
escreveu:
“Ó vós que passais pela cruz do Calvário;
Podeis contemplar sem tristeza, nem dor;
Que, pra livrar-nos do grande adversário;
Seu sangue inocente derrame o Senhor?” (R.H.Moreton).

MORTO O UNGIDO

“Depois das sessentas e duas semanas será morto o ungido, e já não


estará…´”, Dn. 9.26.
As sessentas e duas semanas, aqui mencionadas, fazem parte integrante
das setenta semanas determinadas sobre o povo judeu e sobre Jerusalém, a santa
cidade. São setenta semanas de anos, nas quais os judeus seriam punidos por
Deus por causa dos seus pecados. O propósito dessa punição vem descrito pelas
seguintes expressões: fazer cessar a transgressão; por fim aos pecados; expiar a
iniquidade; trazer a justiça eterna; selar a visão e a profecia; ungir o Santo dos
Santos: Dn. 9.24.
Considerando que estes objetivos ainda não foram alcançados, temos de
concluir que as setenta semanas também ainda não se cumpriram totalmente. Elas
deveriam ser contadas a partir da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém
que, segundo entendemos, foi o decreto do rei Ciro da Pérsia, em 536 a.C.: II Cr
36.22,23; Ed. 1.1,2; Is. 44.28; 45.13.
63

Partindo dessa data, até ao ungido, ao Príncipe, foram decorridas sete


semanas e sessenta e duas semanas. As sessenta e duas adicionadas às sete
primeiras totalizam sessenta e nove semanas. Portanto, conforme vaticinou o anjo
Gabriel, depois das sessenta e nove semanas, seria morto o ungido, que é Jesus, o
que de fato aconteceu no Calvário.
O evangelista Lucas informa que, da hora sexta até a hora nona, houve
trevas sobre toda a terra. Em seguida, o véu do templo rasgou-se, no meio de alto a
baixo, e Jesus clamou em alta voz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E,
dito isto, expirou”, Sl. 31.5; Lc. 23.46.

14 - A EXALTAÇÃO DE JESUS

A pessoa que examinar cuidadosamente as profecias messiânicas, jamais


deixará de perceber que existem, no Antigo Testamento, duas linhas distintas de
profecias a respeito de uma mesma pessoa. Por um lado, os profetas se referem ao
Messias como um servo sofredor, varão de dores, experimentado no trabalho,
deformado na aparência, desprezado e rejeitado.
Por outro lado, os mesmos profetas descrevem o Messias como um
soberano, irresistível, o Deus Todo-poderoso, o Rei dos reis, o Senhor dos Senhores
que virá outra vez e reinará sobre a terra.
No texto de Filipenses 2: 1-11, o apóstolo Paulo descreveu os dois estados
de Cristo. Os versículos 6 a 8 falam sobre o seu estado de humilhação e os
versículos 9 a 11 falam sobre o seu estado de exaltação. O próprio Jesus explicou
aos dois discípulos, no caminho de Emaús, os dois estados do Messias dizendo:
“Porventura não convinha que o Cristo (O Messias) padecesse e entrasse, na sua
glória?” (Lc 24:26).
A exaltação de Jesus envolve alguns aspectos dos quais focalizaremos os
seguintes:
a) A sua ressurreição:
Como muito bem argumenta o apóstolo Paulo, em I Co 15, se Cristo não
tivesse ressuscitado, a sua obra expiatória não teria nenhum valor, para a salvação,
e, consequentemente, Ele não poderia ser exaltado. Por isso, o processo de
exaltação de Jesus começa com a sua ressurreição.
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Falando à serpente, Deus disse: “Porei inimizade entre ti e a mulher; entre a


tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o
calcanhar.” (Gn. 3:15) Aqui o Messias Jesus é mencionado, como “o descendente
da mulher”, querendo dizer que o elemento masculino não teria nenhuma
participação, no seu nascimento, pois este seria sobrenatural.
O ferimento, no calcanhar, aconteceu, na cruz do Calvário, e o ferimento na
cabeça da serpente realizou-se, na sua ressurreição, que é a garantia da vitória final
de Cristo, sobre a morte e sobre o diabo com suas hastes infernais.
O patriarca Jó anteviu, pelos olhos da fé, o Cristo ressuscitado, bem como a
sua própria ressurreição, e proclamou estas verdades dizendo:
“Porque eu sei que o meu Redentor vive e, por fim, se levantará sobre a
terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a
Deus.” (Jó 19: 25-26).
b) a sua ascensão:
O salmista Davi predisse a ascensão de Jesus, nos seguintes termos:
“Subiste às alturas, levaste cativo o cativeiro.” (Sl 68:18) O apóstolo Paulo, ao citar
estas palavras, ratifica a verdade que elas expressam, dizendo: “Quando Ele subiu
às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens.
A ascensão de Jesus foi um degrau a mais, no processo de sua exaltação,
porque evidenciou, mais uma vez, a aprovação de Deus Pai à sua obra expiratória.
Portanto, quando Ele subiu às alturas, demonstrou o seu total domínio sobre o
cativeiro do pecado, porquanto o levou cativo.
c) a sua volta
Existem, no Antigo Testamento, trezentos e trinta e três detalhes proféticos,
referentes ao Messias, os quais se cumpriram literalmente, na pessoa de Jesus. E
os mesmos profetas que predisseram o primeiro advento falaram oito (8) vezes mais
sobre o segundo advento.
Existem, no Novo Testamento, aproximadamente, sete mil e quinhentos
versículos e, em cada vinte e cinco, há uma referência à volta de Jesus. Isto significa
que trezentas vezes os escritores do Novo Testamento disseram que Jesus voltará.
Na visão da estátua, registrada, no capítulo 2 de Daniel, a cabeça, que era
de fino ouro, simbolizava o império babilônico, centrado no rei Nabucodonosor; o
peito e os braços, que eram de prata, simbolizavam o império medo-persa; o ventre
e os quadris, que eram de bronze, simbolizavam o império greco-macedônico; as
65

pernas de ferro e os pés, em parte de ferro, e, em parte de barro, simbolizavam o


império romano. Depois disto, Daniel continuava olhando, quando uma pedra,
cortada sem auxílio de mãos, feriu todos os materiais da estátua e os esmiuçou.
O capítulo sete de Daniel registra a visão dos quatro animais que
representam também os quatro impérios do mundo, a saber, o babilônico, o medo-
persa, o greco-macedônico e o romano, acima mencionados.
Como vimos, a pedra que feriu a estátua esmiuçou todos os seus materiais.
“Esta pedra representa Jesus, na sua segunda vinda, pois Daniel viu que, depois da
queda desses impérios”, um como o filho do homem” vinha sobre as nuvens do céu.
(Dn. 7:13).
Portanto, os materiais esmiuçados, bem como os quatro animais,
representavam os reinos deste mundo que serão destruídos para darem lugar ao
reino de Cristo que, à semelhança da pedra quando se tornou numa grande
montanha, encherá toda a terra. (Dn. 2:35)
O profeta Isaías refere-se ao reino milenal de Cristo, na terra, dizendo:
“Porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o
mar”. (Is. 11:9)

15 - A ADVOCACIA DE JESUS

Todos sabemos que existem várias espécies de lei. Sabemos da existência


das leis físicas que regem os corpos celestes, espalhados na imensidão do espaço
sideral. Temos, por exemplo, a Lei da Gravitação Universal, descoberta por Isaac
Newton, o grande físico inglês. Conhecemos as leis sociais que regem os diversos
setores do relacionamento humano, na sociedade. Entre elas encontramos as leis
cíveis, penais, trabalhistas e muitas outras.

O Código Espiritual

Além das leis acima mencionadas, temos também as leis espirituais que
regem as relações entre o homem e Deus. Enquanto as leis humanas são
imperfeitas e se prendem apenas aos problemas da vida material, as leis divinas são
incomparavelmente superiores e visam à solução do problema espiritual do homem.
Por isso a Bíblia diz: “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma”. (Sl. 19:7).
Entretanto, existe alguma analogia entre ambos os tipos de lei. Conforme o nosso
66

código penal, um criminoso é preso e, posteriormente, é levado a julgamento. De


igual modo, a Bíblia; o código penal de Deus estabelece um júri espiritual. Existem
quatro pessoas que entram na formação de um júri: o juiz, o réu, o promotor e o
advogado. Estas quatro pessoas também formam o júri espiritual.

O Juiz Divinal
“Deus, na qualidade de justo juiz, exige justiça de todos os seres humanos,
de todas as criaturas racionais. O atributo de livre arbítrio, de que o homem é
dotado, o fez responsável moral e judicialmente, perante os tribunais humanos e,
sobretudo, diante do tribunal de Deus.” (10).
A Bíblia diz que Deus determinou um dia, no seu calendário divino, no qual
julgará todos os homens. “Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o
mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos,
ressuscitou-o dentro os mortos.” (At. 17:31).
Muitas vezes o homem consegue burlar as leis e escapar das penas da
justiça humana. No entanto, é completamente impossível a alguém escapar da
justiça divina. “Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras até mesmo as que
estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más.” (Ec. 12:14).
Quando o poderoso rei Belsazar banqueteava com os grandes do seu reino,
foi surpreendido pela mão misteriosa que escrevia, na parede do palácio real. Entre
outras expressões estava escrito o seguinte: “Pesado foste na balança, e achado em
falta.” (Dn. 5:27).
Naquele dia determinado para juízo, todas as pessoas serão pesadas na
balança da justiça divina e, à semelhança do rei Belsazar, milhares serão achados
em falta.
Diante do Grande Trono Branco, abrir-se-ão os livros. Estes são os livros
contábeis de Deus. Os mortos serão julgados conforme as coisas que ali estão
registradas. Isto significa que Deus tem um controle rigoroso de todos os nossos
atos. Ali constam todos os pecados de cada pessoa: pecados grandes e pequenos;
pecados por comissão e por omissão; pecados por pensamentos e por palavras.
Certa vez, o Senhor Jesus declarou: “Digo-vos que de toda palavra frívola que
proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo.” (Mt. 12:36).

(0)
Josué Alves de Oliveira – O aspecto jurídico da justificação.
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O Réu Judicial

“Se é verdade que Deus exige, judicialmente, justiça por parte do pecador,
justiça qualitativamente igual à sua, também é verdade que o homem jamais poderá
atendê-lo na sua exigência.” (11)
Os escritores do Antigo Testamento, falando por divina inspiração, afirmam
categoricamente que todos os seres humanos são injustos, aos olhos de Deus.
“Porque à tua vista não há justo sobre a terra, que faça o bem o nunca peque.” (Ec.
7:20).
“Todos se extraviaram e juntamente se corromperam: não há quem faça o
bem, não há nem um sequer.” (Sl. 14:3). “Mas todos nós somos como o imundo, e
todas as nossas justiças como trapo de imundícia.” (Is. 64:6.)
Muitas pessoas procuram justificar-se diante de Deus, alegando suas
virtudes. Porém, Jó, embora tivesse as melhores qualidades, reconheceu sua
incapacidade de satisfazer às exigências da justiça divina e a confessou dizendo:
“Ainda que eu seja justo, a minha boca me condenará; embora seja integro, Ele me
terá por culpado.” (Jó 9:20).
Certa feita, Jesus se referiu a um credor que tinha dois devedores. Um devia
quinhentos denários e o outro devia cinquenta, mas ambos não tinham com que
pagar. Esta é a situação de todas as pessoas, diante de Deus. Embora uns devam
mais e outros devam menos, o fato é que todos são devedores e ninguém tem
condições de pagar.
A Bíblia diz: “Aquele que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto,
tornou-se culpado de todos.” (Tg. 2:10). Quem não tropeça em algum ponto da lei de
Deus? Todos nós tropeçamos não apenas em um só ponto, mas em muitos pontos
da lei de Deus. Portanto, todos nós somos culpados e merecemos a condenação
eterna.

(1)
Josué Alves de Oliveira – O aspecto jurídico da justificação.
68

O Promotor Infernal

Satanás é uma palavra de origem hebraica que significa: adversário, ou


opositor. Sua oposição a Cristo foi predita pelo profeta Zacarias, dizendo: “... e
satanás estava à mão direita dele, para se lhe opor.” (Zc. 3:1).
No Novo Testamento, diabo é a palavra correspondente que significa:
acusador ou caluniador. O apóstolo João, descrevendo a vitória final de Cristo sobre
as hostes infernais, assim se expressou a respeito do diabo: “... pois foi expulso o
acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do
nosso Deus.” (Ap. 12:10).
O diabo tentou provar a Deus que Jó não conservaria a sua integridade se
lhe fossem tirados os bens e a saúde. Como ficou provado, posteriormente, isto foi
calúnia contra o servo de Deus (Jó 42:7-9). Seus “amigos”, à semelhança dos
demônios, tornaram-se mensageiros do diabo, para o acusarem e o caluniarem (Jó
8:4;11:14; 15:5;22:5;32:3).
Geralmente as pessoas procuram se defender de qualquer acusação,
transferindo sua culpa para os outros. Às vezes, alegam suas boas qualidades,
dizendo que há pessoas muito piores. Porém, diante do tribunal de Deus, estes
argumentos são totalmente inúteis para vencer as acusações do diabo.
Este é descrito pelo apóstolo Paulo como “o príncipe da potestade do ar”.
(Ef. 2:2) A palavra potestade indica poderio militar. Isto quer dizer que o diabo tem
um grande exército organizado. Existem milhões de espíritos maus em atuação, no
espaço. Eles são os agentes secretos do diabo que estão fazendo espionagem na
vida de todas as pessoas. Anotam todos os nossos pecados, apresentam-nos
perante o trono de Deus e exigem a nossa condenação.

O advogado Celestial

Diante das acusações do diabo, o homem necessita, urgentemente, de um


advogado. Essa necessidade se evidencia nas palavras do sacerdote Eli, quando
indagou: “Pecando o homem contra o próximo, Deus lhe será o árbitro; pecando,
porém, contra o Senhor, quem intercederá por ele?” (I Sm. 2:25). Como se vê, a
pessoa que vai interceder em favor do homem precisa ter condições de dialogar com
Deus.
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Jó, reconheceu sua total impossibilidade de arguir com Deus e desejou


ardentemente alguém que pudesse fazê-lo, em seu lugar. Assim se expressou o
grande servo de Deus: “Porque Ele não é homem, como eu, a quem eu responda,
vindo juntamente a juízo.” (Jó 9:32). Mais tarde, porém, o grande patriarca já estava
certo da existência de um advogado celestial, e fez a seguinte proclamação: “Já
agora sabei que minha testemunha está no céu, e nas alturas quem advoga a minha
causa (Jó 16:19).
No Novo Testamento, somos informados pelo apóstolo João que esse
advogado celestial é Jesus. Diz ele: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para
que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos advogado junto ao Pai, Jesus
Cristo, o Justo.” (I Jo. 2:1).
Jesus, como advogado, eleva-se de modo incomparável, sobre todos
aqueles que nós conhecemos aqui, na terra, sob vários aspectos diferentes:
a) Ele defende a todos gratuitamente, porque sabe que ninguém tem
condições de pagar. “Pela graça sois salvos mediante a fé; isto não vem de vós; é
dom de Deus (Ef. 2:8).
b) Ele pode realmente absolver o réu, porque é Deus. “... pode salvar
totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por
eles.” (Hb. 7:25).
c) Ele reconhece que, de fato, o réu é culpado e não procura inocentá-lo.
“... mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos” (Jo.
2:24).
d) Ele oferece a sua própria vida em favor do réu dando assim, plena
satisfação ás exigências da justiça divina. “Ninguém tem maior amor do que este: de
dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.” (Jo. 15:13).
Portanto, o pecador que entregar sua causa espiritual, nas mãos de Jesus,
aceitando-o como o seu advogado, pode estar absolutamente certo de que será
absolvido de todos os seus pecados e ficará totalmente livre de toda e qualquer
condenação, pois nenhuma condenação há para os que estão em Cristo (Rm. 8:1).
70

CONCLUSÃO

Conforme temos demonstrado sobejamente nestas páginas, as profecias


messiânicas referentes ao primeiro advento do Messias cumpriram-se
rigorosamente, na pessoa de Jesus. Diante disso, somos levados naturalmente a
concluir que Ele é, de fato, o Messias que havia de vir ao mundo.
Quando os dois discípulos, tristes e aparentemente derrotados, caminhavam
juntos, em direção à aldeia chamada Emaús, iam confabulando a respeito dos
últimos acontecimentos. De repente, Jesus apareceu ao lado deles e perguntou-
lhes: “Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando à medida que
caminhais?” Um deles, surpreso com a suposta falta de informação de seu
interlocutor, respondeu: “És o único, porventura, que, tendo estado em Jerusalém,
ignora as últimas ocorrências?” E Jesus, provocando maior suspense, indagou:
“Quais?” E eles explicaram: “O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era varão
profeta, poderoso em obras e palavras, e como os principais sacerdotes e as nossas
autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Ora, nós
esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas depois de tudo isto,
é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam”, Lc 24.19-21. Então lhes
disse Jesus: “Ò néscios e tardos de coração para crer tudo que os profetas
disseram! Porventura não convinha que o Cristo [ O Messias] padecesse e entrasse
na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas
expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras”, Lc 24.25-27.
Portanto, leitor amigo, ao terminar a leitura deste livro, seja você diligente
para crer tudo que os profetas disseram a respeito de Jesus. Creia que Ele é o
Messias e aceite-o como seu único salvador e Senhor! Amém.

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