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I - NOÇÕES GERAIS
2) Direitos reais: são os que atribuem a uma pessoa prerrogativas sobre um bem,
como o direito de propriedade (direito sobre uma coisa).
3) Obrigações propter rem: são as que recaem sobre uma pessoa por força de um
determinado direito real, permitindo sua liberação pelo abandono do bem; passa a
existir quando o titular do direito real é obrigado, devido à sua condição, a satisfazer
certa prestação; seus caracteres são: a) vinculação a um direito real, ou seja, a
determinada coisa de que o devedor é proprietário ou possuidor; b) possibilidade de
exoneração do devedor pelo abandono do direito real, renunciando o direito sobre a
coisa; c) transmissibilidade por meio de negócios jurídicos, caso em que a obrigação
recairá sobre o adquirente.
5) Obrigações com eficácia real: a obrigação terá eficácia real quando, sem perder
seu caráter de direito a uma prestação, se transmite e é oponível a terceiro que
adquira direito sobre determinado bem.
10) Obrigação moral: constitui mero dever de consciência, cumprido apenas por
questão de princípios; logo, sua execução é, sob o prisma jurídico, mera liberalidade.
11) Obrigação natural: é aquela em que o credor não pode exigir do devedor uma
certa prestação, embora, em caso de seu adimplemento espontâneo ou voluntário,
possa retê-la a título de pagamento e não de liberalidade.
16) Obrigação de dar coisa certa: tem-se quando seu objeto é constituído por um
corpo certo e determinado, estabelecendo entre as partes da relação obrigacional um
vínculo em que o devedor deverá entregar ao credor uma coisa individuada; se a
coisa, sem culpa do devedor, se deteriorar, caberá ao credor escolher se considera
extinta a relação obrigacional ou se aceita o bem no estado em que se encontra,
abatido no seu preço o valor do estrago (art. 866); perecendo a coisa, por culpa do
devedor; ele deverá responder pelo equivalente, isto, pelo valor que coisa tinha no
momento em que pereceu, mais as perdas e danos (art. 865), que compreendem a
perda efetivamente sofrida pelo credor (dano emergente) e o lucro que deixou de
auferir (lucro cessante); deteriorando-se o objeto poderá o credor exigir o
equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se achar, com direito de reclamar,
em um ou em outro caso, indenização de perdas e danos (art. 867).
22) Obrigação ilíquida: é aquela incerta quanto à sua quantidade e que se torna
certa pela liquidação, que é o ato de fixar o valor da prestação momentaneamente
indeterminada, para que esta se possa cumprir; logo, sem liquidação dessa
obrigação, o credor não terá possibilidade de cobrar seu crédito; se o devedor não
puder cumprir a prestação na espécie ajustada, pelo processo de liquidação fixa-se o
valor, em moeda corrente, a ser pago ao credor (art. 1534).
24) Obrigação alternativa: é a que contém duas ou mais prestações com objetos
distintos, da qual o devedor se libera com o cumprimento de uma só delas, mediante
escolha sua ou do credor; caracteriza-se por haver dualidade ou multiplicidade de
prestações heterogêneas, e operar a exoneração do devedor pela satisfação de uma
única prestação, escolhida para pagamento ao credor.
28) Obrigação condicional: é a que contém cláusula que subordina seu efeito a
evento futuro e incerto; assim, uma obrigação será condicional quando seu efeito,
total ou parcial, depender de um acontecimento futuro e incerto. Pode ser
Suspensiva ou Resolutiva.
23) Prescrição: é um dos modos extintivos da obrigação sem que o devedor cumpra
a prestação; tem por objeto a ação, por ser uma exceção oposta ao seu exercício com
a finalidade de extingui-la e tendo por fundamento um interesse jurídico-social; é
uma pena para o negligente. que deixa de exercer seu direito de ação dentro de certo
prazo, diante de uma pretensão resistida.
Note que o art. 186 definiu o ato ilícito que, por definição, inclui o dano. De
certo, aquele que viola direito alheio, mas sem causar dano a ninguém, nos termos do
art. 186 não comete ato ilícito. O ato ilícito pressupõe o dano, mas, do todo modo, o
artigo 927 quis deixar claro que a responsabilidade civil, isto é, a obrigação de reparar
o dano, emerge do dano provocado por ato ilícito.
O parágrafo único do artigo 927 abre as portas da teoria do risco nas relações
civis, determinando que seja abandonada a teoria da culpa, sempre que a lei mandar
ou quando o dano decorrer do risco provocado pela atividade desempenhada pelo
agente causador do dano. É a adoção da responsabilidade objetiva, por determinação
legal. É este o texto do parágrafo:
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem.
Note que a lei foi taxativa e não deixou dúvidas quanto à adoção da
responsabilidade objetiva, com base na teoria do risco. As expressões
independentemente de culpa e quando a atividade implicar risco, a meu ver, não dão
margem para o abrandamento interpretativo.
Adicionalmente, observa-se que o texto não fala em risco decorrente de um
produto ou serviço, mas em risco decorrente de uma atividade. Assim, essa regra tem
aplicação tanto na responsabilidade contratual quanto na responsabilidade aquiliana,
extracontratual. Se uma atividade representa risco, não o representa apenas para as
pessoas que fazem uso dessa atividade, ou que mantêm alguma relação jurídica com o
agente da atividade de risco. Mas a expressão atividade de risco também inclui a
fabricação, distribuição e venda de produtos, além da prestação de serviços de
qualquer espécie, impondo-se, pois, a responsabilidade objetiva também em sede de
responsabilidade contratual.
Dito isso, fica, então, estabelecido que o dispositivo em comento estipula a
responsabilidade objetiva, de caráter contratual e extracontratual, para todos aqueles
que exercem qualquer atividade que represente risco para as pessoas em geral,
usuárias ou não dessa atividade.
Como o dispositivo é novo, porém, ainda devemos esperar alguns anos, até que
a jurisprudência pátria desenvolva a exata noção do que seja atividade de risco. A nós
só resta torcer para que essa construção jurisprudencial venha a adotar uma tendência
ampliativa e não restritiva, isto é, que não seja demasiadamente moderada na inclusão
de atividades no rol das atividades de risco.
De certo, atividades há que, a meu ver, não deixam dúvidas sobre sua
periculosidade, como a produção, transmissão e distribuição de energia elétrica e
nuclear, petróleo e gás, atividades que lidam com explosivos, indústrias químicas que
lidam com ácidos e inflamáveis etc. Essas e muitas outras atividades, aliás, até já
receberam o enquadramento de periculosidade, para efeito de adicionais salariais, pela
ótica do direito do trabalho, o que, de início, poderia pautar as primeiras decisões
judiciais a respeito.
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Mora
30) Mora solvendi ou mora do devedor: configura-se quando este não cumprir, por
culpa sua, a prestação devida na forma, tempo e lugar estipulados (RT, 478:149);
seu elemento objetivo é a não realização do pagamento no tempo, local e modo
convencionados; o subjetivo é a inexecução culposa de sua parte; manifesta-se sob 2
aspectos: a) mora ex re, se decorrer de lei, resultando do próprio fato do
descumprimento da obrigação, independendo, portanto, de provocação do credor; se
houver vencimento determinado para p adimplemento, o próprio termo interpela em
lugar do credor, assumindo o papel da intimação; b) mora ex persona, se não
houver estipulação de termo certo para a execução da relação obrigacional; nesse
caso, será imprescindível que o credor tome certas providências necessárias para
constituir o devedor em mora (notificação, interpelação, etc.);
- pressupões os seguintes requisitos: a) exigibilidade imediata da obrigação; b)
inexecução total ou parcial da obrigação; c) interpelação judicial ou extrajudicial do
devedor;
- produz os seguintes efeitos jurídicos: a) responsabilidade do devedor dos prejuízos
causados pela mora ao credor (art. 956), mediante pagamento de juros moratórios
legais ou convencionais, indenização do lucro cessante, reembolso das despesas e
satisfação da cláusula penal, resultante do não-pagamento; b) possibilidade do
credor exigir a satisfação das perdas e danos, rejeitando a prestação, se por causa da
mora ela se tornou inútil (§ único) ou perdeu seu valor; c) responsabilidade do
devedor moroso pela impossibilidade da prestação, mesmo decorrendo de caso
fortuito ou força maior (957 e 1058).
Perdas e Danos
38) Noções: O dano vem ser a efetiva diminuição do patrimônio do credor ao tempo
em que ocorreu o inadimplemento da obrigação, consistindo na diferença entre o
valor atual desse patrimônio e aquele que teria se a relação fosse exatamente
cumprida; o dano corresponderia à perda de um valor patrimonial, pecuniariamente
determinado; serias as perdas e danos o equivalente do prejuízo suportado pelo
credor, em virtude do devedor não ter cumprido a obrigação, expressando-se numa
soma de dinheiro correspondente ao desiquilíbrio sofrido pelo lesado.
39) Fixação da indenização de pernas e danos: segundo o CC, art. 1059, as perdas
e danos devidos ao credor abrangerão, além do que ele efetivamente perdeu, o que
razoavelmente deixou de lucrar; para conceder indenização o magistrado deverá
considerar de houve:
1º) dano positivo ou emergente, que consiste num deficit real e efetivo no
patrimônio do credor, isto é, uma concreta diminuição em sua fortuna, seja porque
se depreciou o ativo, seja porque aumentou o passivo, sendo, pois, imprescindível
que o credor tenha, efetivamente, experiementado um real prejuízo, visto que não
passíveis de indenização danos eventuais ou potenciais;
2º) Dano negativo ou lucro cessante, alusivo à privação de ganho pelo credor, ou
seja, ao lucro que ele deixoi de auferir, em razão do descumprimento da obrigação
pelo devedor;
3º) nexo de causalidade entre o prejuízo e a inexecução culposa ou dolosa da
obrigação por parte do devedor, pois a dano, além de efetivo, deverá ser um efeito
direto e imediato do ato ilícito do devedor.
40) Liquidação do dano: tem por fim tornar possível a efetiva reparação do dano
sofrido pelo lesado, fixando o montante da indenização de perdas e danos; a
liquidação se fará por determinação legal, por convenção das partes e por sentença
judicial.