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CASOS PRÁTICOS DE DIREITO COMERCIAL I

2020/2021, TURMA A

Regência: Profs. Doutores António Menezes Cordeiro e Ana Perestrelo de Oliveira

CONTRATO DE CONCESSÃO

CASO PRÁTICO N.º 12

João Baralhado (JB) é um famoso investidor da Banca Portuguesa e fundador


de uma instituição mui especial sem fins lucrativos, designada Fundação
“Moi-même” (FMM). Em Janeiro, a FMM decidiu construir um magnífico
pavilhão de exposição de arte bizantina para dar a conhecer a colecção
pessoal do seu fundador tendo vindo a adjudicar a obra a “CCC – Consórcio
Constrói e Cai”.
O CCC é composto pelas sociedades Cimentos Forte, Lda., Pedra e Cal, S.A.,
Edifica, S.A. e pelo próprio JB. No contrato de consórcio, entre outros
aspectos, vinha estipulado o seguinte:
«1 –As partes procederão, em comum, à construção do pavilhão, ficando cada
uma delas responsável pelas seguintes tarefas:
a) à Cimentos Forte, Lda., caberá a construção de toda a estrutura do edifício,
orçamentada em € 1.500.000,00;
b) à Pedra e Cal, S.A. caberá a realização de todos os trabalhos de alvenaria,
orçamentados em € 1.000.000,00;
c) a Edifica, S.A. procederá à cobertura do telhado, à montagem de
equipamentos, e à finalização da obra, trabalhos orçamentados em €
500.000,00;
d) ao consorciado JB caberá contribuir com dinheiro equivalente a 10% do
valor total da empreitada que constituirá um fundo de maneio próprio do
consórcio.
2 – Fica designado o consorciado JB como “Chefe do Consórcio”.
3 – As partes conferem os necessários poderes ao Chefe do Consórcio para em
seu nome e representação realizar todos os actos materiais e jurídicos
necessários ou convenientes ao desenvolvimento do Projecto, incluindo a
negociação do contrato de empreitada, a sua celebração e eventual modificação.
4 – O preço da empreitada, no valor global de € 3.000.000,00, será dividido do
seguinte modo: 75% para as sociedades construtores, na proporção da sua
participação no empreendimento; 25% para o JB. Os custo serão suportados
na mesma proporção. »
O contrato de empreitada foi outorgado em 25 de Janeiro de 2009 pela
Fundação e pelo JB, tendo sido estipulado um prazo de 6 meses para a
conclusão da obra. Em caso de atraso, ficou estipulada uma cláusula penal
equivalente a € 2.500,00/dia.
Para a construção da estrutura do edifício, a Cimentos Forte, Lda.
subcontratou a Moreira e Carvalho, Lda. O preço do contrato de
subempreitada nunca foi pago. Durante a obra, morreu um trabalhador da
Pedra e Cal, S.A. num acidente de trabalho grave, cuja causa parece estar
associada à violação de normas básicas de segurança.

1. Como qualifica o contrato celebrado entre Cimentos Forte, Lda., Pedra e


Cal, S.A., Edifica, S.A. e JB? Quais as partes do contrato de empreitada
celebrado entre a FMM e o CCC?

2. A sociedade Moreira e Carvalho, Lda. moveu uma acção de


responsabilidade civil contratual contra JB exigindo-lhe o pagamento dos
valores acordados com Cimentos Forte, Lda. entendendo que, tratando-se de
uma subempreitada para a realização de uma obra do CCC, os membros do
consórcio seriam solidariamente responsáveis pelas obrigações assumidas. Os
familiares do trabalhador da Pedra e Cal, S.A. que morreu na obra seguiram-
lhe o exemplo. Quid juris?
3. Oito meses após o início da obra, o pavilhão não estava ainda concluído
mas o preço da empreitada já estava todo pago. Poderia a FMM exigir à Pedra
e Cal, S.A. a totalidade do valor devido a cláusula penal?

4. Estava a administração da Pedra e Cal, S.A. a discutir com a FMM o


diferendo supra referido, quando a FMM recebeu uma comunicação da
Cimentos Forte, Lda. solicitando o pagamento de € 1.500.000,00 devidos pela
construção da estrutura, conforme o descrito no orçamento de obra. A FMM
respondeu dizendo que já tinha pago a totalidade do empreendimento ao JP e
que, sendo este Chefe do Consórcio, só ele podia solicitar algum eventual
valor em falta. Quid juris?

5. Tendo em conta a conduta da Cimentos Forte, Lda. e a forte suspeita de que


a morte do trabalhador da Pedra e Cal, S.A. se ficou a dever pela violação, pela
parte desta, dos mais elementares deveres de segurança, a Edifica, S.A.
pretende abandonar o consórcio e ainda ser ressarcido pelos danos causados à
sua imagem e bom nome, causados pelo facto de ser conhecido no mercado a
sua pertença ao CCC e, logo, a sua participação em tão nefasto
empreendimento... Quid Juris?

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