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Resumo
Este artigo propõe uma reflexão sobre a utilização de recursos tecnológicos para
uma potencialização do conhecimento matemático, usando o vídeo como mediador desta
prática. O momento atual requer de nós educadores uma mudança de paradigma, a
sociedade do mundo globalizado percebe-se em crise e requer um novo olhar para seus
problemas, mas é importante lembrar que mudanças não surgem de uma hora para outra, as
mudanças acontecem gradativamente, pois o paradigma vigente não é superado totalmente
até que um novo seja integralizado e incorporado.
Neste enfoque o artigo trata desta dinâmica de relacionar o potencial que o vídeo
oferece quando utilizado de maneira a modificar o olhar sobre o processo de construção do
conhecimento.
Abstract
Introdução
Nos relatos feitos por 185 alunos de três escolas estaduais no município de
Guarulhos-SP, constatou-se que existe uma considerável expansão das dificuldades no trato
dos conteúdos matemáticos e por conseqüência na produção e consolidação do
conhecimento matemático no universo escolar.
Neste trabalho será apresentado um indicativo de como e quando o trabalho com
mídias ligadas a educação podem funcionar como uma ferramenta que pode auxiliar na
expansão e consolidação de conhecimentos matemáticos, neste trabalho iremos apresentar o
vídeo como ferramenta no processo da interlocução com o conhecimento matemático,
aliando este conhecimento com suas implicação sócio culturais.
Pensando no campo das influências sócio culturais, este artigo trata de como a
ciência aliada a ferramentas potencializadoras de conhecimento podem suscitar uma
releitura de paradigmas ligados à educação e por conseqüência aos objetivos das relações
com os ideários dos pensamentos que tratam das relações de CTS(Ciência Tecnologia e
Sociedade).
Existem diversos vídeos com conteúdos educacionais que podem auxiliar no
processo de aprendizagem e do conhecimento matemático dos alunos, ampliando as
possibilidades de relações que extrapolam os simples cálculos para uma analise macro
social e cultural. Dessa forma este artigo vem fornecer indicativos aos educadores em geral
para uma visão mais ampla das diversas formas de se utilizar o vídeo no processo de
construção significativa dos parâmetros que podem tornar o procedimento pedagógico um
mecanismo de discussão em diferentes enfoques sócio-interacionista.
O trabalho com as novas tecnologias no processo de ensino aprendizagem, e em
particular o uso do vídeo, pode ser importante para potencializar os efeitos causados pela
educação no campo social, pois as diferentes leituras desta linguagem podem oferecer uma
democratização e expansão de conhecimento, baseada na multiplicidade de outras
linguagens formadoras da estrutura do áudio visual.
Para Belloni(2003 p. 287-301), a aplicação pedagógica do vídeo proporciona um
caráter mais especificamente educacional, diferentes mídias de comunicação envolvem não
apenas uma reflexão sobre as concepções de educação que fundamentam as práticas e as
políticas pedagógicas, mas, sobretudo, a consideração das concepções e representações
sobre o meio em questão, sua função social e suas características técnicas e estéticas. A
estrutura da sociedade contemporânea neste contexto se integra a um ambiente estético
funcional eletrônico e cibernético. Esta integração nos apresenta um caráter de urgência em
acompanhar as evoluções técnicas e de comportamento que se refletem no ambiente
escolar. As relações com o conhecimento devem permear a inclusão e não agravar o diálogo
entre a técnica e o conhecimento matemático.
A atual mobilidade de conhecimento proporciona um repensar critico de como este
conhecimento pode ser utilizado em sua plenitude, re-dimensionando relações de tempo,
espaço e linguagens, o vídeo aliado a outras formas de potencialização do conhecimento,
pode funcionar como um excelente ferramental para este mundo contemporâneo onde
milhares de informações estão sendo veiculadas pelos meios de comunicação, observando
que essas informações chegam até nós de forma dinâmica e sedutora.
Em se tratando de vídeos educativos, os mesmos são elaborados de forma
semelhante aos programas de televisão procurando sempre atingir o emocional do
telespectador.
3
Dessa forma o vídeo pode ser usado em sala de aula como recurso didático-
pedagógico na intenção de promover um maior dinamismo para as aulas despertando o
interesse dos alunos. A linguagem usada nos vídeos sejam eles educativos, filmes de
entretenimento, documentários ou uma palestra, pode trazer grandes benefícios para o
processo ensino aprendizagem, visto que o visual combinado com música, recortes visuais,
close e sons seduzem e mexem com o emocional, facilitando a fixação de conteúdos e
informações.
Para Cinelli(2003,p.2-10), diversas são as vantagens para utilização de vídeos
educativos, entre elas o fato do utilizador poder manuseá-lo, manipulá-lo como se
“folheasse um livro”: avanços, recuos, repetições, pausas, todas essas interferências no
ritmo e norma habitual de apresentação da mensagem audiovisual que distinguem a
televisão do vídeo.
Novas tecnologias surgiram, atualmente pouco usamos fitas VHF, estamos na era do
DVD, vídeos indexados na internet, ampliando e potencializando o uso dos mesmos e mais
recentemente a TV digital com uma promessa de interatividade com os telespectadores,
ampliando as possibilidades de uso no processo de educação.
Com o atual cenário de propostas educacionais e motivado pelas facilidades na
aquisição de aparelhos de DVD, a secretaria de educação do estado de São Paulo em
convênio com o MEC, enviou para as escolas em 2006 uma coletânea de Dvds com vídeos
educativos de um projeto denominado TV Escola, para serem usados na educação básica.
Alem de estarem disponíveis em Dvds, é possível ver e baixar os vídeos no site
(www.dominiopublico.gov.br). Este material também foi disponibilizado para as diretorias
regionais de ensino do estado de São Paulo que possuem videotecas com o intuito de
socialização deste acervo com as escolas da rede de ensino paulista. Existem também
outros vídeos nas próprias escolas que podem ser utilizados pelos professores.
No entanto com o modismo do computador, as atenções voltaram-se para o uso do
mesmo, deixando o uso do vídeo de lado. Vale ressaltar que um momento de transição está
ocorrendo nas escolas, quando falamos sobre o uso do vídeo, o que era usado de forma
pouco eficiente está deixando de ser usado, mesmo havendo mais opções de material.
Sancho entende que:
“O que diferencia o ser humano dos demais animais, entre outros aspectos,
é a sua capacidade de elaborar esquemas de ação sistemáticos, aperfeiçoá-
los, ensiná-los, aprendê-los e transferi-los para grupos distantes no espaço e
no tempo. Mas não apenas no que diz respeito ao desenvolvimento de
artefatos, utensílios e técnicas, como também de tecnologias simbólicas
tais como linguagens, escrituras, sistemas de representação icônica etc.; e
organizadoras da gestão e da atividade produtiva.” (1994,p.23)
O uso do vídeo parte de relações já existentes, daquilo que é visível e esta disposto
de forma acessível e que estimula partes do nosso intelecto que não estão comumente
ativos, processo de reflexão, feed-back, que são ampliados conforme o estimulo áudio-
visual é aplicado.
Moran afirma que:
O uso do vídeo para sua plena eficácia deve vir acompanhado de algumas ações
importantes, o professor deve tomar alguns cuidados no momento da utilização dos
mesmos, visto que, uma má utilização dos vídeos pode tornar os mesmos sem significado
para os estudantes o que tornaria o vídeo uma perca de tempo. Dessa forma elegemos
algumas orientações básicas para uma boa e eficaz apresentação de vídeos:
6
20
15
10 Escola - A
Escola - B
5 Escola - C
0
Pouco Interessado Muito
interessado Interessado
Nas analises feitas podemos concluir que existem indicativos que o uso do vídeo
pode nos levar a refletir sobre o processo de ensino e aprendizagem e da relação do
conhecimento matemático no qual estamos envolvidos. Nesse processo as aulas na maioria
das vezes não trazem nenhuma novidade para os alunos, as aulas são impostas para os
alunos e os mesmos são obrigados a assistirem de forma confinada em uma sala de aula a
uma seqüência de informações que quase sempre são descartadas quando sua validade se
finda ou quando não é mais solicitada . Uma conseqüência desse processo é a indisciplina
dos alunos durante as aulas gerando dispersão, falta de atenção e normalmente não
expansão do conhecimento.
O vídeo é apenas um das várias possibilidades de trabalho em sala de aula, o
professor necessita continuar buscando subsídios para enriquecer suas aulas, dar mais
dinamismo e significado, mostrando que o conhecimento matemático passa pela pratica de
uma visão ampla do conhecimento formal e informal, reforçando suas implicações sociais e
culturais, para que o processo de informação que o ambiente escolar proporciona possa ser
amplificado com o universo de informação encadeadas e desencadeadas pela diferentes
mídias e em especifico com a linguagem vídeo e as tecnologias correlatas a este
instrumento contemporâneo.
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