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Reflexão sobre procedimentos de potencialização das relações educacionais e sociais

do conhecimento matemático, com a utilização do vídeo como instrumento desta


reflexão.

Reflection on procedures for potentiation of educational and social relations of


knowledge mathematical, with the use of video as a tool of reflection.

Flávio Augusto Camilo-Universidade Cruzeiro do Sul - fcamilo@ig.com.br


Paulo Sergio Rocato-Universidade Cruzeiro do Sul - sergiorocato@gmail.com
Sonia Noriko Shiino Maeda -Universidade Cruzeiro do Sul- sonia_ns_maeda@yahoo.com.br
Noêmia Naomi Senzaki-Universidade Cruzeiro do Sul-noemia.senzaki@ig.com.br
Carlos Fernando de Araújo Junior-Universidade Cruzeiro do Sul- carlos.araujo@unicsul.br
Luiz Henrique Amaral-Universidade Cruzeiro do Sul- henri.amaral@uol.com.br
Juliano Schimiguel - Universidade Cruzeiro do Sul-juliano.schimiguel@unicsul.br

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão sobre a utilização de recursos tecnológicos para
uma potencialização do conhecimento matemático, usando o vídeo como mediador desta
prática. O momento atual requer de nós educadores uma mudança de paradigma, a
sociedade do mundo globalizado percebe-se em crise e requer um novo olhar para seus
problemas, mas é importante lembrar que mudanças não surgem de uma hora para outra, as
mudanças acontecem gradativamente, pois o paradigma vigente não é superado totalmente
até que um novo seja integralizado e incorporado.
Neste enfoque o artigo trata desta dinâmica de relacionar o potencial que o vídeo
oferece quando utilizado de maneira a modificar o olhar sobre o processo de construção do
conhecimento.

Palavras-Chave: Potencializar, Vídeo, Conhecimento matemático, CTS

Abstract

This article proposes a reflection about the utilization of technology resources to a


potentiation of the knowledge mathematical using the video how a mediator in this practice.
This current moment requires of we educators a paradigm change, the society of the
globalised world realized that is in crisis and needs a new look to the problems, but is
important to remember that changes is not appear suddenly, the changes happen gradually
because the paradigm current is not totally overcome until a new paradigm be included and
built.
This article deals with the focus dynamics of the associate of the potency that the
video give when is used in a way to change the look on the process of construction of
knowledge.

Keywords: Potentiation, video, knowledge mathematical, STS.


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Introdução

Nos relatos feitos por 185 alunos de três escolas estaduais no município de
Guarulhos-SP, constatou-se que existe uma considerável expansão das dificuldades no trato
dos conteúdos matemáticos e por conseqüência na produção e consolidação do
conhecimento matemático no universo escolar.
Neste trabalho será apresentado um indicativo de como e quando o trabalho com
mídias ligadas a educação podem funcionar como uma ferramenta que pode auxiliar na
expansão e consolidação de conhecimentos matemáticos, neste trabalho iremos apresentar o
vídeo como ferramenta no processo da interlocução com o conhecimento matemático,
aliando este conhecimento com suas implicação sócio culturais.
Pensando no campo das influências sócio culturais, este artigo trata de como a
ciência aliada a ferramentas potencializadoras de conhecimento podem suscitar uma
releitura de paradigmas ligados à educação e por conseqüência aos objetivos das relações
com os ideários dos pensamentos que tratam das relações de CTS(Ciência Tecnologia e
Sociedade).
Existem diversos vídeos com conteúdos educacionais que podem auxiliar no
processo de aprendizagem e do conhecimento matemático dos alunos, ampliando as
possibilidades de relações que extrapolam os simples cálculos para uma analise macro
social e cultural. Dessa forma este artigo vem fornecer indicativos aos educadores em geral
para uma visão mais ampla das diversas formas de se utilizar o vídeo no processo de
construção significativa dos parâmetros que podem tornar o procedimento pedagógico um
mecanismo de discussão em diferentes enfoques sócio-interacionista.
O trabalho com as novas tecnologias no processo de ensino aprendizagem, e em
particular o uso do vídeo, pode ser importante para potencializar os efeitos causados pela
educação no campo social, pois as diferentes leituras desta linguagem podem oferecer uma
democratização e expansão de conhecimento, baseada na multiplicidade de outras
linguagens formadoras da estrutura do áudio visual.
Para Belloni(2003 p. 287-301), a aplicação pedagógica do vídeo proporciona um
caráter mais especificamente educacional, diferentes mídias de comunicação envolvem não
apenas uma reflexão sobre as concepções de educação que fundamentam as práticas e as
políticas pedagógicas, mas, sobretudo, a consideração das concepções e representações
sobre o meio em questão, sua função social e suas características técnicas e estéticas. A
estrutura da sociedade contemporânea neste contexto se integra a um ambiente estético
funcional eletrônico e cibernético. Esta integração nos apresenta um caráter de urgência em
acompanhar as evoluções técnicas e de comportamento que se refletem no ambiente
escolar. As relações com o conhecimento devem permear a inclusão e não agravar o diálogo
entre a técnica e o conhecimento matemático.
A atual mobilidade de conhecimento proporciona um repensar critico de como este
conhecimento pode ser utilizado em sua plenitude, re-dimensionando relações de tempo,
espaço e linguagens, o vídeo aliado a outras formas de potencialização do conhecimento,
pode funcionar como um excelente ferramental para este mundo contemporâneo onde
milhares de informações estão sendo veiculadas pelos meios de comunicação, observando
que essas informações chegam até nós de forma dinâmica e sedutora.
Em se tratando de vídeos educativos, os mesmos são elaborados de forma
semelhante aos programas de televisão procurando sempre atingir o emocional do
telespectador.
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Dessa forma o vídeo pode ser usado em sala de aula como recurso didático-
pedagógico na intenção de promover um maior dinamismo para as aulas despertando o
interesse dos alunos. A linguagem usada nos vídeos sejam eles educativos, filmes de
entretenimento, documentários ou uma palestra, pode trazer grandes benefícios para o
processo ensino aprendizagem, visto que o visual combinado com música, recortes visuais,
close e sons seduzem e mexem com o emocional, facilitando a fixação de conteúdos e
informações.
Para Cinelli(2003,p.2-10), diversas são as vantagens para utilização de vídeos
educativos, entre elas o fato do utilizador poder manuseá-lo, manipulá-lo como se
“folheasse um livro”: avanços, recuos, repetições, pausas, todas essas interferências no
ritmo e norma habitual de apresentação da mensagem audiovisual que distinguem a
televisão do vídeo.
Novas tecnologias surgiram, atualmente pouco usamos fitas VHF, estamos na era do
DVD, vídeos indexados na internet, ampliando e potencializando o uso dos mesmos e mais
recentemente a TV digital com uma promessa de interatividade com os telespectadores,
ampliando as possibilidades de uso no processo de educação.
Com o atual cenário de propostas educacionais e motivado pelas facilidades na
aquisição de aparelhos de DVD, a secretaria de educação do estado de São Paulo em
convênio com o MEC, enviou para as escolas em 2006 uma coletânea de Dvds com vídeos
educativos de um projeto denominado TV Escola, para serem usados na educação básica.
Alem de estarem disponíveis em Dvds, é possível ver e baixar os vídeos no site
(www.dominiopublico.gov.br). Este material também foi disponibilizado para as diretorias
regionais de ensino do estado de São Paulo que possuem videotecas com o intuito de
socialização deste acervo com as escolas da rede de ensino paulista. Existem também
outros vídeos nas próprias escolas que podem ser utilizados pelos professores.
No entanto com o modismo do computador, as atenções voltaram-se para o uso do
mesmo, deixando o uso do vídeo de lado. Vale ressaltar que um momento de transição está
ocorrendo nas escolas, quando falamos sobre o uso do vídeo, o que era usado de forma
pouco eficiente está deixando de ser usado, mesmo havendo mais opções de material.
Sancho entende que:

“O que diferencia o ser humano dos demais animais, entre outros aspectos,
é a sua capacidade de elaborar esquemas de ação sistemáticos, aperfeiçoá-
los, ensiná-los, aprendê-los e transferi-los para grupos distantes no espaço e
no tempo. Mas não apenas no que diz respeito ao desenvolvimento de
artefatos, utensílios e técnicas, como também de tecnologias simbólicas
tais como linguagens, escrituras, sistemas de representação icônica etc.; e
organizadoras da gestão e da atividade produtiva.” (1994,p.23)

Em relação ao uso do computador, é possível acessar vídeos indexados na internet


através de diversos sities como o domínio público citado acima, nos quais possuem alem de
vídeos indexados conteúdos e atividades de aprendizagem. Dessa forma alem da
possibilidade do uso de fitas VHF já existentes na escola é possível utilizar os Dvds que
estão presentes também nas escolas alem de ser possível realizar um trabalho com o uso de
vídeos indexados.
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1.0 Concepção do Currículo de Matemática com um Enfoque Cultural

Segundo Bishop(1991), uma educação Matemática numa perspectiva cultural pode


ser discutida com vistas às propostas oficiais que atendem às especificidades do
conhecimento matemático. O currículo com enfoque cultural ressalta a necessidade de se
explicitarem os valores da cultura matemática nos currículos. Nos atuais modelos este
prioriza o aspecto individualizador e personalizador do ensino e não a busca de relacionar
significativamente as pessoas e sua cultura matemática.
O currículo matemático, caracteriza-se por cinco princípios básicos e três
componentes: simbólico, social e cultural. Os componentes simbólicos e sociais transmitem
mensagens importantes sobre o poder das idéias matemáticas em um contexto social. O
componente cultural se ocupa mais de critérios internos da matemática. Para Bishop(1991),
deve haver uma ênfase na necessidade de um equilíbrio entre esses três componentes do
currículo. Para ele, compreender a matemática apenas como uma tecnologia simbólica
concreta é compreender uma pequena parte dela, talvez a menos importante para a
educação e para nosso futuro. Nestes pressupostos o uso de mídias diferenciadas em
especifico o uso da linguagem do vídeo pode ser um forma de agrupar as possibilidades que
se mostram para a produção de conhecimento matemático em nosso universo cada vez mais
globalizado e que necessita de um conhecimento ágil, e interligado com os aspectos sociais
e culturais.

1.1 As linguagens do vídeo

O uso do vídeo parte de relações já existentes, daquilo que é visível e esta disposto
de forma acessível e que estimula partes do nosso intelecto que não estão comumente
ativos, processo de reflexão, feed-back, que são ampliados conforme o estimulo áudio-
visual é aplicado.
Moran afirma que:

“O vídeo parte do concreto, do visível, do imediato, próximo, que toca todos os


sentidos. Mexe com o corpo, com a pele, nos toca e "tocamos" os outros, estão ao
nosso alcance através dos recortes visuais, do close, do som estéreo envolvente.
Pelo vídeo sentimos, experienciamos sensorialmente o outro, o mundo, nós
mesmos.” (1995,p.27)

O vídeo pode explorar basicamente, o ver, o visualizar, o ter diante de nós as


situações, as pessoas, os cenários, as cores, as relações espaciais (próximo-distante, alto-
baixo, direita-esquerda, grande-pequeno, equilíbrio-desequilíbrio). Desenvolve um ver
entrecortado com múltiplos recortes da realidade através dos planos e muitos ritmos
visuais: imagens estáticas e dinâmicas, câmera fixa ou em movimento, uma ou várias
câmeras, personagens quietos ou movendo-se, imagens ao vivo, gravadas ou criadas no
computador. Um ver que está situado no presente, mas que o interliga não linearmente com
o passado e com o futuro. O ver está, na maior parte das vezes, apoiando o falar, o narrar, o
contar histórias. A fala aproxima o vídeo do cotidiano, de como as pessoas se comunicam
habitualmente. Os diálogos expressam a fala coloquial, enquanto o narrador (normalmente
em off) "costura" as cenas, as outras falas, dentro da norma culta, orientando a significação
do conjunto.
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Nestes recortes podem-se ampliar as possibilidades de trabalho pedagógico, o


caráter de ficção pode ressaltar aspectos reais do cotidiano escolar, em especifico aquele
que aborda conhecimento matemático que muitas vezes é apresentado ao aluno de forma
estéreo e técnica.
Tratando o uso do vídeo como uma linguagem, é necessário um entendimento de
como ocorre o processo desta linguagem e como os papeis se inter-relacionam no
argumentar, interagir, ampliar, consolidar e modificar o conhecimento feito pelo professor e
pelo aluno, o mecanismo da linguagem visual traz a tona o aspecto intuitivo e interpretativo
das personagens da relação professor-aluno. O conhecimento sócio cultural de ambas as
partes interferem no resultado do trabalho pedagógico, que pode permear uma simples
reflexão matemática sobre um tema ou uma intrínseca e complexa analise de um tema que
pode suscitar as inúmeras relações no campo sócio cultural.

1.2– Utilização do Vídeo

É necessário propor algumas indagações quanto ao uso do vídeo no processo de


ensino e aprendizagem tendo a noção que este já foi de certa forma bastante usado, mas,
será que os mesmos foram usados de forma significativa? Será que foram trabalhados
levando em conta o sistema cognitivo de aprendizagem? Será que os vídeos foram
utilizados de forma produtiva, aproveitando toda a sua potencialidade? Todos os alunos são
capazes de aprender. O que ocorre na escola é um sistema de ensino ultrapassado que não
contribui para o desenvolvimento cognitivo do aluno, visto que o mesmo convive com um
mundo extremamente dinâmico, imediático que traz informações através de um sistema
multimídia, com sons, imagens e movimentos, enquanto que na escola a intenção de
desenvolver conhecimento, não passa de uma transmissão de informações de forma
desmotivadora, que não contribui para a construção do conhecimento.
Articular os vídeos com as aulas utilizando-os como material didático-pedagógico, nos
leva a crer que o mesmo se bem utilizado pode ser um grande aliado no processo ensino
aprendizagem. O vídeo sozinho não vai dar conta de resolver os problemas de
aprendizagem, é preciso planejar muito bem as aulas para que tanto o professor como os
alunos possam aproveitar ao máximo este recurso áudio visual em suas aulas.
Na visão de Timm et al.(2003) acredita-se que, com uso de ferramentas na qual o
usuário pode selecionar a parte do vídeo ao qual ele quer assistir, deixando de ser um
agente passivo que só assiste ao vídeo e passando a ser um agente ativo, que seleciona a
parte do vídeo que ele quer ver, que retoma a parte do vídeo que, por ventura, causou algum
desequilíbrio, que busca por informações (seja nesse próprio vídeo ou em outras fontes)
para acomodar este desequilíbrio (causado por si só ou pela ajuda de um professor que
ficaria provocando desequilíbrios e reflexões por parte do aluno) proporciona uma efetiva
participação do aluno, podendo facilitar os processos de construção do conhecimento.

1.3 - Uso Adequado de vídeos no processo de aprendizagem

O uso do vídeo para sua plena eficácia deve vir acompanhado de algumas ações
importantes, o professor deve tomar alguns cuidados no momento da utilização dos
mesmos, visto que, uma má utilização dos vídeos pode tornar os mesmos sem significado
para os estudantes o que tornaria o vídeo uma perca de tempo. Dessa forma elegemos
algumas orientações básicas para uma boa e eficaz apresentação de vídeos:
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- Assistir ao vídeo com antecedência;


- Ao assistir o vídeo, fazer anotações sobre os principais pontos abordados no mesmo;
- Montar um projeto envolvendo o vídeo e conteúdos programáticos da disciplina, com
objetivos bem definidos;
- Durante a apresentação do vídeo, se necessário dar pausas para fazer comentários que
serão abordados nas aulas em relação ao assunto abordado;
- Após as aulas os alunos podem realizar relatórios, mapas conceituais e anotações sobre o
vídeo apresentado, proporcionando um canal de comunicação com mo professor os demais
colegas e com o próprio conhecimento.

2.0 Possíveis intervenções

Para Eco(1996), a escola deveria ser um lugar privilegiado, onde os alunos


pudessem: usar, praticar, refletir e discutir sobre as imagens, informações e saberes que as
linguagens da tecnologia produzem e veiculam, dando condições para saberem lidar com o
excesso de informações a que têm acesso hoje, separando-as em úteis e proveitosas ou
inúteis e perigosas, desenvolvendo, dessa forma, habilidades para escolher e selecioná-las.
Essa mudança se faz necessária, pois não afeta somente a educação, afeta a forma de
pensar e de agir de todos os envolvidos, refletindo tanto no campo de atuação educacional
como político social.
Behrens entende que:
“A educação necessita urgente de abrir espaços para novas perspectivas. A proposição
metodológica do aprender a aprender envolve mais que a vontade de usar em um meio novo
para ensinar, ela propõe que alunos e professores passem a ter produção própria, que sejam
criativos e inovadores. Não se trata só de acessar as informações existentes (ponto de
partida), mas utilizá-las para construir um novo e próprio conhecimento...” (1996,p.12)

Dessa forma as CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade), devem ter posição de


destaque no planejamento das escolas, visto que, vivemos em uma sociedade tecnológica
em que a informação e comunicação são fatores dominantes no mundo contemporâneo.
Para tanto as intervenções no uso das tecnologias em especial o uso de vídeos deve estar
pautada em projetos que contemplem a produção de conhecimento com atividades que
busquem a participação do aluno de forma ativa evitando que o mesmo seja submetido a
uma atividade com vídeo, por exemplo, apenas assistindo de forma passiva sem a
possibilidade de se expressar dando opiniões argumentativas, ou seja, participação ativa
capaz de tornar possível a construção de conhecimento.
Para Pinheiro:

“A importância de formar um aluno que seja cidadão de um mundo simbólico e


letrado, tomado de tecnologias; da relação entre o conhecimento científico-
tecnológico, a vida social e produtiva e os aspectos relacionados ao contexto da
vida social; as questões ambientais relativas à qualidade de vida e à saúde; e às
questões éticas relacionadas às ciências. Argumenta-se que em uma sociedade
tecnológica, as linguagens são muitas e que só conseguirá ler o mundo aquele que
tiver olhos críticos e reflexivos, ou seja, aquele que souber ouvir, responder e
questionar pelo poder de argumentar em favor dos interesses sociais.” ( 2007,p.153)
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Os trabalhos com vídeos podem ser desenvolvidos como forma de sensibilização de


um grupo de alunos em uma atividade de conscientização, como introdução a um
determinado conteúdo a fim de despertar interesse pelo assunto estudado, como
complementação de um determinado conteúdo já trabalhado que necessite ser reforçado ou
implementado, como base de estudo ou pesquisa para um determinado tema, etc. Dessa
forma são várias as formas de intervenções com o uso do vídeo, mas, sempre buscando ao
máximo a participação ativa dos alunos.

2.1 A Produção de Conhecimento com o uso de vídeos

Existe uma produção, modificação e ampliação do conhecimento por parte do aluno


quando este se envolve na produção de um vídeo, neste proceder o aluno tece uma rede de
diversas habilidades e competências que inter-relacionam conhecimentos de diferentes
áreas, visto que para a produção de um vídeo são necessários estudos e pesquisas,
organização, espírito de liderança, construção de cenários, estética, encenações,
representações, etc. Dessa forma o desenvolvimento de um projeto buscando essa
perspectiva pode contribuir no processo de construção do conhecimento dos alunos.
Para Souza (2006), que considera a produção de vídeo pelos alunos como produção
digital, “... é possível perceber que a proposta de inserção do vídeo digital na sala de aula
pode ser uma experiência de grande valor pedagógico e de motivação para alunos e
professores”. Com a mediação das ações pelo professor, que deve estar sempre aberto ao
diálogo, os educandos podem “produzir conhecimento” numa linguagem próxima de sua
realidade, utilizando-se da criatividade a da valorização do que cada um sabe nessa ação
coletiva.
Dessa forma para todas as ações envolvendo tecnologia dentro das concepções de
CTS, requer muito planejamento para as ações e reflexões sobre as ações que irão gerar
novas ações contemplando o processo ação-reflexão-ação.

3.0 - Experiência com o uso do vídeo em sala de aula

Um exemplo de intervenções significativas feitas com o uso de vídeo no processo


de aprendizagem do aluno é a experiência feita por nos com alunos do ensino fundamental
de escolas do município de Guarulhos-SP, onde com o uso dos vídeos da TV Escola
disponíveis nas escolas estaduais, coletânea de Dvds fornecida pelo governo do estado de
São Paulo em parceria com o MEC. Tratou-se do desenvolvimento de uma atividade sobre
geometria com os alunos de seis 8ª séries ou 9º anos do ensino fundamental, em um total de
185 alunos, foram observadas estas turmas em três escolas, fazendo um comparativo entre
as turmas, usando os Dvds, Mão na Forma, tratando das diversas formas geométricas
encontradas na natureza assim como a abordagem dos sólidos de Platão e as possíveis
relações com as formas geométricas em construções e outras relações geométricas e
também o uso do DVD, O Barato de Pitágoras, que demonstra o teorema de Pitágoras
através de simulações animações geométricas, sendo que as outras turmas trabalharam os
mesmos conteúdos, mas sem o uso do vídeo.
Antes da apresentação do vídeo aos alunos, foi realizado um planejamento
articulando os conteúdos de geometria contidos na proposta curricular da série, tempo de
apresentação do vídeo, materiais necessários para o desenvolvimento do projeto, objetivos
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e as competências e habilidades a serem desenvolvidas nos mesmos. Dessa forma as


apresentações dos vídeos tiveram como objetivo principal servir como introdução a um
conteúdo novo a ser trabalhado, procurando despertar o interesse dos alunos a gostarem de
geometria, estimulando o querer aprender mais sobre o assunto.
Durante a apresentação dos vídeos como se tratavam de vídeos de curta duração, os
mesmos foram apresentados uma vez sem interrupções e uma segunda vez com pausas
feitas pelo professor com comentários e observações, procurando provocar nos alunos ali
presentes, reflexões onde os mesmos tinham a possibilidade de se manifestarem fazendo
observações ou perguntas, que eram prontamente respondidas pelo professor e às vezes
com a utilização de ilustrações na lousa. Além das apresentações dos vídeos foram
realizadas as construções dos sólidos de Platão com papelão e varetas de bambu da mesma
maneira que foram feitas no vídeo. Da mesma forma ocorreu com a apresentação do vídeo
O “Barato de Pitágoras” com complemento de atividades no caderno e esclarecimento com
ilustrações na lousa.
Ao final do projeto comparando as turmas através de avaliações, ficou evidente
(Gráfico 1) que o uso do vídeo com adequadas intervenções podem melhorar
significativamente o interesse dos alunos em continuar a aprender um determinado
conteúdo despertando maior interesse pelas aulas. Outro efeito foi quanto à questão
comportamental e disciplinar, que demonstraram indicativos muito positivos, aumentando
o interesse pelo assunto e diminuindo as tensões nas aulas posteriores na relação
professor-aluno.

Interesse após a intervenção do vídeo em aula

20

15

10 Escola - A
Escola - B
5 Escola - C

0
Pouco Interessado Muito
interessado Interessado

Gráfico 1- Demonstrativo de interesse dos alunos após aula com vídeo

4.0 Considerações Finais


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Nas analises feitas podemos concluir que existem indicativos que o uso do vídeo
pode nos levar a refletir sobre o processo de ensino e aprendizagem e da relação do
conhecimento matemático no qual estamos envolvidos. Nesse processo as aulas na maioria
das vezes não trazem nenhuma novidade para os alunos, as aulas são impostas para os
alunos e os mesmos são obrigados a assistirem de forma confinada em uma sala de aula a
uma seqüência de informações que quase sempre são descartadas quando sua validade se
finda ou quando não é mais solicitada . Uma conseqüência desse processo é a indisciplina
dos alunos durante as aulas gerando dispersão, falta de atenção e normalmente não
expansão do conhecimento.
O vídeo é apenas um das várias possibilidades de trabalho em sala de aula, o
professor necessita continuar buscando subsídios para enriquecer suas aulas, dar mais
dinamismo e significado, mostrando que o conhecimento matemático passa pela pratica de
uma visão ampla do conhecimento formal e informal, reforçando suas implicações sociais e
culturais, para que o processo de informação que o ambiente escolar proporciona possa ser
amplificado com o universo de informação encadeadas e desencadeadas pela diferentes
mídias e em especifico com a linguagem vídeo e as tecnologias correlatas a este
instrumento contemporâneo.

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