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Rio de Janeiro, RJ
2019.
Identidade, Cultura
e Sociedade
Área: Filosofia/Sociologia
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Identidade, Cultura
e Sociedade
Boas-vindas
Justificativa
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Identidade, Cultura
e Sociedade
Até o século XIX, prevalecia a
noção de totalidade e infinito na
filosofia, em concomitância com
a ideia de natureza e Deus
como eternos. O interesse pela
finitude se dá somente a partir
do século XX, assim, a ciência
universal dá lugar às múltiplas
particulares e ocorre o
afastamento da metafísica.
Fonte:
No momento em que se depara https://robertux.wordpress.com/category/fech
com o mundo, o sujeito do a-especial/
conhecimento qualifica a
normatividade social com identidade coletiva. O processo do caminhar
normativo não se dá sem sobressaltos, uma vez que as normas são
adequadas e substituídas por outras, de acordo com o tempo histórico, com a
conduta humana e com as representações culturais amplas. Dos valores éticos
aos direitos humanos, os códigos normativos são consequência do próprio agir
humano, que estabelece o fundamento da unidade cultural.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
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Identidade, Cultura
e Sociedade
Avaliação
As atividades avaliativas
objetivam duas ações principais:
a) Favorecer o processo de
aprendizagem do cursista, por
meio de atividades reflexivas e
analíticas.
Fonte: https://gestaodepessoasrh.files.wordpress.com/2008/09/avaliacao.jpg
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e Sociedade
Observações:
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Identidade, Cultura
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Sumário
Introdução
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Identidade, Cultura
e Sociedade
Ícones
A seguir, uma breve descrição dos ícones que poderão constar no presente
material didático.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
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Identidade, Cultura
e Sociedade
Introdução
A Coordenação.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
UNIDADE I
SUJEITO E IDENTIDADE
Conteúdo Programático:
Objetivo:
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Identidade, Cultura
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governante da cidade, permite que Etéocles tenha um funeral, mas não Polinice. Antígona
realiza as honrarias fúnebres para o último irmão e, por isso, é condenada à morte. Creonte,
em sua defesa, diz que seguiu as leis ao homenagear o herói e punir o traidor, além de punir
sua sobrinha por não ter estado em conformidade ao seu governo.
Fonte: http://auroracultural.wordpress.com/2012/03/04/antigona/.
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valores, e não de acordo com o Estado, Antígona recebeu a sua condenação.
Diante deste fato, observarmos que o monarca se estagna no poder,
regulamentado por decreto próprio, o que denota uma discrepância pragmática
entre o absolutismo monárquico e a autocracia.
“L’état c’est moi”, expressão de Luis XIV, foi proferida acreditando que o
país deveria jornadear em seu entorno.
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Identidade, Cultura
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Concepções estanques desde o iluminismo estão sendo revistas, tanto no
âmbito contextual quando no do sujeito. Neste viés, Hall (2003) descreve três
noções de identidade: a do sujeito iluminista, do sociológico e do pós-moderno.
1. O Sujeito no Iluminismo
2. O Sujeito Sociológico
3. Sujeito Pós-Moderno
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sistemas culturais (HALL, 1987), ela não se define biológica, mas
historicamente.
Fonte: http://ovelhamag.com/cindy-sherman-e-subversao-da-selfie/
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Identidade, Cultura
e Sociedade
Capítulo 2 – Mudanças nos Tempos Modernos
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Identidade, Cultura
e Sociedade
organização, mas sim "uma pluralidade de centros de poder". Não existe um
todo social unificado e coerente, que evolui a partir de si, mas há um
descentramento constante, um processo contínuo de diferenciação, em que os
antagonismos sociais geram diferentes sujeitos neles próprios, ou melhor,
várias identidades.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
base a questão sexual. As mulheres negras estavam divididas,
dependendo de qual identidade prevalecia: sua identidade
como negra ou sua identidade como mulher. Os homens
negros também estavam divididos, dependendo de qual fator
prevalecia: seu sexismo ou seu liberalismo. Os homens
brancos estavam divididos, dependendo, não apenas de sua
política, mas da forma como eles se identificavam com respeito
ao racismo e ao sexismo. As mulheres conservadoras brancas
apoiavam Thomas, não apenas com base em sua inclinação
política, mas também por causa de sua oposição ao feminismo.
As feministas brancas, que frequentemente tinham posições
mais progressistas na questão da raça, se opunham a Thomas
tendo como base a questão sexual. E, uma vez que o juiz
Thomas era um membro da elite judiciária e Anita Hill, na
época do alegado incidente, uma funcionária subalterna,
estavam em jogo, nesses argumentos, também questões de
classe social.
Capítulo 3 – Individualismo
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Identidade, Cultura
e Sociedade
modo que, quem estava em busca por independência era tido como
“renunciante”. Quem dava valor a si, era o mesmo que estar longe do mundo
social, considerado como necessário para o desenvolvimento do espírito dos
indivíduos. Nas palavras de Dumont: “o valor infinito do indivíduo é, ao mesmo
tempo, o aviltamento, a desvalorização do mundo tal como existe” (Idem, p.43).
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Identidade, Cultura
e Sociedade
dinamismo cultural. E a globalização, decorrente do capitalismo, influencia
diretamente os processos culturais.
Cabe observar que Simmel (1998) fala sobre a moeda, a qual, segundo ele,
torna as relações mais objetivas, fomenta a autonomia e a independência dos
sujeitos. Assim, de porte do dinheiro, os homens se relacionam igualmente em
qualquer parte do mundo, com liberdade e personalidade.
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Identidade, Cultura
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na modernidade seria somente para poucos sujeitos, aqueles que pudessem
ter ganhos que satisfizessem seus desejos. Deste modo, as particularidades de
cada indivíduo não determinam o individualismo, e sim, a cultura
homogeneizante.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
Fonte: http://esporos.wordpress.com/2009/05/25/vik-muniz/
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Identidade, Cultura
e Sociedade
de “sucesso” dos demais. Weber (1985) mesmo acreditava que este fato já
estava na Reforma Protestante quando estimulava o asceticismo da conduta
individual.
Norbert Elias observa que os indivíduos não podem ser considerados fora de
seu contexto social, ou seja, como que isolados. O mesmo ocorre com a
sociedade, que não deve ser considerada substantivamente. Segundo o
sociólogo, indivíduo e sociedade estão em relação, sem dicotomias ou
antagonismos.
Elias fala que não se deve compreender a sociedade como se fosse criada a
partir da racionalidade dos homens, como se fosse planejada e objetivada,
tampouco os sujeitos são passivos ou estão alheios à evolução social.
(...) cada pessoa singular está realmente presa; está por viver em
permanente dependência funcional de outras; ela é um elo nas
cadeias que ligam outras pessoas, assim como todas as demais,
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Identidade, Cultura
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direta ou indiretamente, são elos nas cadeias que as prendem. Essas
cadeias não são visíveis e tangíveis, como grilhões de ferro. São
mais elásticas, mais variáveis, mais mutáveis, porém não menos
reais, e decerto não menos fortes. E é a essa rede de funções que as
pessoas desempenham umas em relação a outras, a ela e a nada
mais, que chamamos “sociedade” (ELIAS, 1994a, p.21).
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Identidade, Cultura
e Sociedade
em um processo ininterrupto, contínuo e não acabado. Além desse aspecto de
encadeamento de fatos, há a diferenciação social e as especializações cada
vez maiores das funções exercidas nas sociedades, o que fez Elias afirmar que
“quanto mais essa divisão avança numa sociedade e maior é o intercâmbio
entre as pessoas, mais estreitamente elas são ligadas pelo fato de cada uma
só poder sustentar sua vida e sua existência social em conjunto com muitas
outras” (ELIAS, 1994a, p.44).
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Identidade, Cultura
e Sociedade
possível dentro de uma estrutura específica de equilíbrios de
poder; sua precondição é uma estrutura social bastante
específica. E depende, além disso, do acesso que o indivíduo
tem, numa sociedade assim estruturada, ao tipo de
aprendizagem e ao pequeno número de funções sociais que
elas, apenas, permitem desenvolver-se sua capacidade
independente de reflexão (ELIAS, 1994a, p.16).
Os sujeitos são resultados de seu contexto histórico-social, por isso não podem
ser tidos como isolados, fora das relações sociais, que acabam por moldar as
funções psicológicas. Para se entender os indivíduos de uma esfera social, é
preciso que se estude a evolução das estruturas da sociedade em questão, das
normas de conduta, que passam a controlar os homens, que homogeneízam
seus hábitos e relacionamentos, e estes são repassados quase que de maneira
automática. Não há como o indivíduo moderno escapar das configurações
sociais e civilizatórias, que ditam uma parte de sua personalidade. E essas
mudanças na personalidade também determinam as relações com o outro, de
modo a influenciar a estrutura social.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
Agora efetue as atividades avaliativas pertinentes à Unidade I da disciplina.
Referências:
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Identidade, Cultura
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LACLAU, E. New Reflections on the Resolution of our Time. Londres:
Verso, 1990.
Objetivo:
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Identidade, Cultura
e Sociedade
No final do século XX, há um processo de mudança que ocorre em uma escala
mundial, para além dos limites nacionais, de modo a integrar e colocar em
conexão várias comunidades, em uma nova reconfiguração espaço-temporal
(McGREW, 1992), em que não cabe mais a ideia clássica de uma "sociedade
como um sistema bem delimitado e sua substituição por uma perspectiva que
se concentra na forma como a vida social está ordenada ao longo do tempo e
do espaço" (GIDDENS, 1990).
A partir dos anos 1970, houve uma aceleração no ritmo das integrações em
âmbito mundial, acarretando em uma desintegração das identidades regionais
e nacionais (devido à homogeneização cultural). Mas, também, gera um efeito
contrário, ou seja, algumas identidades locais estão ficando mais fortes ao
resistir ao fenômeno globalizante. Há também o processo de aparecimento de
novas identidades, no caso, híbridas, substituindo as nacionais que decaíram.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
As representações, qualquer que sejam elas, são coordenadas pela relação
entre espaço e tempo, de modo a traduzir seu “objeto” de acordo com estes
âmbitos. A escrita, por exemplo, trabalha com a sequência “início, meio e fim”;
a pintura transforma elementos tridimensionais em bidimensionais.
Mas essa aparente simplicidade muda com o passar dos tempos, de maneira a
recombinar essas representações. A racionalidade de ordenação, em uma
simetria e equilíbrio, é quebrada no final do século XIX, como visto nas teorias
de Einstein, principalmente na teoria da relatividade, no movimento cubista,
surrealista e dadaísta. Na literatura, há uma nova configuração nos escritos de
Proust e James Joice; e Vertov e Eisenstein surpreendem com uma nova
sequência fílmica.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
Fonte: http://www.infoescola.com/movimentos-artisticos/surrealismo/
Stuart Hall argumenta que todo esse processo de representação afeta a noção
de identidade, tanto na sua localização quanto na sua representação, e explica
que os espectadores, comumente, se identificam ao ver uma tela, uma
escultura ou uma fotografia. Essa identificação ocorre de maneira natural, mas
se dá diferentemente diante de uma pintura do século XVIII e de um quadro
cubista, por exemplo. O sujeito, diante desses trabalhos, não se identifica da
mesma maneira.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
oculta as relações distanciadas que determinam sua natureza
(GIDDENS, 1990, p.18).
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Identidade, Cultura
e Sociedade
pertencimento a lugares, eventos, símbolos, histórias particulares para
focalizarem as identidades mais universalistas, mais humanistas, ao invés
daquelas referentes a “inglesidade” (englishness) (HALL, 2003).
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Identidade, Cultura
e Sociedade
As indústrias culturais ocidentais dominam, com suas imagens e artefatos, as
redes globais, e todas as regiões são, agora, de fácil acesso. Viagens que
antes duravam semanas ou até meses foram reduzidas a algumas horas. O
que separa o ocidente de outra região é apenas a distância de uma passagem
aérea ou de um “click” no computador. São as novas características do tempo
e do espaço que causam efeito sobre as identidades culturais.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
movimentos políticos em toda a Europa ocidental, além do desejo de expulsar
os que ameaçam sua identidade.
Essa é formada por pessoas que foram “espalhadas” de sua terra natal e que
tiveram suas identidades formadas pela travessia das fronteiras naturais. Sem
abandonar os seus traços culturais de origem, porém conscientes de que não
haverá volta ao passado, sentiram-se obrigadas a se ajustarem com as novas
culturas, sem perder totalmente as suas identidades. Estão traduzidas,
pertencendo a dois mundos simultaneamente.
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Identidade, Cultura
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tradução cultural. Estão surgindo identidades culturais que não são fixas, mas
que estão em transição. São resultados das misturas das culturas, cada vez
mais comuns na contemporaneidade.
Referências:
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Identidade, Cultura
e Sociedade
GIDDENS, A. As consequências da modernidade. São Paulo: Unesp, 1990,
pp. 37-38.
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e Sociedade
UNIDADE III
VALORES
Conteúdo Programático:
Objetivo:
Capítulo 5 – Descentramentos
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Ou de modernização adicional do status quo.
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e Sociedade
Essas opções desenham um mundo em que insucessos não são definitivos e
contratempos são reversíveis, contudo, não há vitória final, sequer verdades
petrificadas e “para sempre”. “Melhor que permaneçam líquidas e fluidas e
tenham ‘data de validade’, caso contrário poderiam excluir as oportunidades
remanescentes e abortar o embrião da próxima aventura” (Idem, p.74).
2
Pelo lazer, pelo interesse pelo corpo.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
nossas personalidades. A razão está em que, quanto mais
privatizada é a psique, menos estimulada ela será e tanto mais
nos será difícil sentir ou exprimir sentimentos (SENNETT, 1988,
p.16).
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Identidade, Cultura
e Sociedade
direções e maneiras de viver, diante da grande oferta de referências. Assim,
nas sociedades democráticas, a mídia age privatizando comportamentos,
individualizando práticas, privilegiando o individual em favor da coletividade.
A obra de Hopper não é engajada nem tem sentido humanista, é totalmente despida de
qualquer sentido coletivo, mesmo quando são retratadas mais de uma pessoa na tela. De fato,
o artista, contrário àquelas obras que, inflamadas pelo espírito da Depressão, mostravam
cenas rurais com trabalhadores, coloca seus personagens em meio à cidade, a centros
urbanos em que todos são compelidos à uma vida de isolamento, sem dores ou felicidades.
Fonte: https://americanart.si.edu/artwork/people-sun-10762
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Identidade, Cultura
e Sociedade
ampliando receios cotidianos.3 No momento em que os sujeitos deixaram de
estar subordinados à coletividade, eles encontram-se, por outro lado,
subjugados ao domínio da inquietude e do medo.
3
Medo alimentar, medo de vírus, da pedofilia, da obesidade, da violência urbana, da poluição.
4
Como as questões relativas ao que vestir ou ao que comer, por exemplo.
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Identidade, Cultura
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comportamento, mas que os hábitos edificados direcionam as ações por vias
estáveis. Todas as opções que um sujeito faz cotidianamente interferem em
seu modo de vida.
Uma vez que o indivíduo se compromete com certo estilo, ele estima algumas
opções como inoportunas e julga os sujeitos com os quais interage. Vale
ressaltar que a edificação ou as escolhas de modos de vida recebe influências
por grupos e pela condição socioeconômica e pela visibilidade de modelos. 5
Chagas enfatiza que os sujeitos modernos desejam ser únicos e melhores que
os demais. Tal pensamento, de certa maneira, ratifica a ideia de Giddens e
Bauman. De todo modo, se cada pessoa ambiciona ser o melhor e se os
escritos de autoajuda fomentam tal ilusão, é possível verificar que tal promessa
é ineficaz, afinal, não há como estar em posicionamentos vantajosos em todas
as esferas.
5
“Como envelhecer melhor, dormir melhor, relaxar e comer melhor são questões apontadas
por Lipovetsky como solucionáveis pelos mais variados livros que funcionam como guias para
um indivíduo que quer soluções eficazes e técnicas para os diversos problemas e questões da
vida” (AUGUSTI, 2008).
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Identidade, Cultura
e Sociedade
esconder do escrutínio; pelos meios de extrair mais satisfação
do amor e pelos meios de evitar nossa “dependência” do
parceiro amado ou amante; pelos modos de obter o amor do
amado e o modo menos custoso de acabar com uma união
quando o amor desapareceu e a relação deixou de agradar;
pelo melhor meio de poupar dinheiro para um futuro incerto e o
modo mais conveniente de gastar dinheiro antes de ganhá-lo
[...] a lista de compras não tem fim. Porém por mais longa que
seja a lista, a opção de não ir às compras não figura nela. E a
competência mais necessária em nosso mundo de fins
ostensivos infinitos é a de quem vai às compras hábil e
infatigavelmente (BAUMAN, 2001, p. 87 a 88).
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Identidade, Cultura
e Sociedade
identidades não podem deixar de parecer frágeis e temporárias, e despidas de
todas as defesas exceto a habilidade e determinação dos agentes que se
aferram a elas e as protegem da erosão. A volatilidade das identidades, por
assim dizer, encara os habitantes da modernidade líquida. E assim também faz
a escolha que se segue logicamente: aprender a difícil arte de viver com a
diferença ou produzir condições tais que façam desnecessário esse
aprendizado (idem).
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Identidade, Cultura
e Sociedade
Fischer relembra uma concepção de Hobsbawm, que acreditava que a cultura
ocidental do século XX seria permeada pelo rejuvenescimento da sociedade:
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Identidade, Cultura
e Sociedade
aparece descentrado, fragmentado, sem identidade fixa. E isso reflete em uma
sociedade desestruturada, com perda de valores, sejam éticos sejam culturais.
Referências:
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Identidade, Cultura
e Sociedade
HARVEY, D. The Condition of Post-Modernity. Oxford: Oxford University
Press, 1989.
UNIDADE IV
UNIVERSALISMO E RELATIVISMO CULTURAL
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Identidade, Cultura
e Sociedade
Conteúdo Programático:
Objetivo:
Capítulo 7 – Dicotomias
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Fábio K. Comparato, no texto “Desenvolvimento Histórico - A afirmação histórica dos Direitos
Humanos.”
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e Sociedade
de pretender reunir os países-membros da ONU, assegurando os direitos de
cada sujeito e a liberdade fundamental, sobretudo visa promover boas relações
entre as nações.
7.1 O Relativismo
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Fonte: https://www.taschen.com/pages/en/company/blog/819.on_the_run.htm
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e Sociedade
ocidental. Como é possível defender a universalidade perante a pluralidade
cultural?
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Identidade, Cultura
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Outro questionamento se faz diante do desvirtuamento da noção universalista,
quando de interesse das grandes nações, que se utilizam de estratégias no
âmbito geopolítico.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
realização e efeitos que os direitos concernentes a grupos. (..)
Quando estes direitos situam-se em um nível básico, esse
individualismo reflete a inexistência quase completa de
reivindicações sociais (...) A concepção não ocidental também
aponta essa diferença. Por exemplo, Asmaron Legesse
escreve que uma diferença crítica entre a África e as tradições
ocidentais refere à importância que esta última atribui aos
indivíduos em si. Nas democracias liberais do mundo ocidental,
o titular primeiro de direitos é a pessoa humana. O indivíduo
assume uma posição quase sagrada. Há uma perpétua e
obsessiva preocupação com a dignidade do indivíduo, seu
valor, autonomia e propriedade individual (...) Escrevendo a
partir de uma perspectiva islâmica, no mesmo sentido, Ahmad
Yamani observa que o Ocidente é extremamente zeloso na
defesa de liberdades, direitos e dignidade individual,
enfatizando a importância de atos exercidos por indivíduos no
exercício desses direitos, de forma a pôr em risco a
comunidade (DONNELLY, 2011, p.208).
7.2 O Universalismo
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Identidade, Cultura
e Sociedade
vida em sociedade, não competindo nem servindo como substitutos às
convicções religiosas” (RAMOS, 2005).
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Identidade, Cultura
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fundamentais, sejam quais forem seus sistemas políticos,
econômicos e culturais.
Fonte: https://travesseirosuspensoporfiosdenylon.blogspot.com/2011/10/sebastiao-
salgado-fotografo-brasileiro.html
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Identidade, Cultura
e Sociedade
A história do Direito Internacional mostra que o direito dos
tratados, a teoria da responsabilidade internacional, entre
outros temas já sofreram interpretações de modo a justificar o
atingimento de fins políticos e econômicos por parte de Estados
(em geral, os mais poderosos), da mesma forma que o Direito
Internacional dos Direitos Humanos. Cite-se por exemplo, a
construção norte-americana da era Reagan da doutrina da
“legítima defesa preventiva e ideológica”, que ampliava o
próprio conceito de legítima defesa previsto na Carta da
Organização das Nações Unidas e que serviu para justificar
agressões armadas durante a década de 80.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
valores diferentes entre cada povo. Por isso, muitos autores primam pelo
diálogo entre as culturas, de modo que o respeito vigore entre elas.
No Islamismo, não existe uma cisão entre direito e religião, uma vez que as leis
se embasam em escritos sagrados e visões de líderes religiosos. O Corão
propõe quatro perspectivas para a vida cotidiana e em grupo, englobando
direitos, relacionamentos, responsabilidades e papéis. Se é valorizada a função
dos pais, isso implica em não deixar de lado os direitos, mas também as
consequentes responsabilidades.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
O direito de exploração ambiental, nessa perspectiva, não olhou para o dever
de preservação, cunhado na responsabilidade, de maneira que hoje se
procuram por formas de se minimizar os prejuízos, sem sucesso.
Fonte: http://projetoumolharmaisatento.blogspot.com/2010/06/visita-ao-antigo-lixao-de-
santa-maria.html
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Identidade, Cultura
e Sociedade
uma concepção multicultural dos direitos humanos, uma
mestiçagem.”7
Já Comparato coloca:
7
2001, p. 259
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Identidade, Cultura
e Sociedade
sujeitos não vivem isoladamente, de maneira indiferente à sociedade, por isso
os Direitos não podem ser tratados segundo uma ética mundial.
Mas isso parece ser difícil de ser almejado, uma vez que imperam a pobreza e
a repressão nos mesmos lugares em que as ideias de igualdade e fraternidade
foram difundidas. De fato, os ideais civilizatórios ocidentais foram colocados no
papel, sendo uma proposta para todo o mundo. Mas o que haveria de frágil em
tal proposta? Se se promove como universal, porque não foi compreendida e
aceita por todos os povos, tendo em vista o aumento da qualidade de vida que
haveria quando da sua prática? Sua aplicação cotidiana encontra restrições
devido à elite que administra o poder de maneira corrupta ou os direitos
humanos é um projeto de um ideal extremo?
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Identidade, Cultura
e Sociedade
seria civilizado, ou seja, atrasado e ignorante culturalmente. Aqui desenha-se o
velho preconceito cultural eurocentista, não admitindo qualquer fato diferente
como cultural. Fato este muito bem manipulado pela mídia, ou seja, faz-se um
alarde ao que é tratado como sendo “exótico”.8
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/325244404309361785/
8
Para saber mais sobre a construção da História Oriental ver SAID, 1996.
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Identidade, Cultura
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certo não é apenas o de sua cultura? A esse respeito, a antropologia do
Ocidente se debruça a cada dia.9
W. T. Chan (1978 e 2001) bem falou que o povo ocidental sabe pouco acerca
do pensamento oriental, tampouco de suas produções teóricas, culturais e de
9
Para saber mais sobre esta discussão, ler MALLINOWSKI, 1975; GEERTZ, 1978; LEVI
STRAUSS, 1980 e BARTH, 1999.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
saberes. Diante disso, há a possibilidade de o povo do Oriente já ter chegado
às mesmas conclusões fundamentalistas.
10
Ver FAIRBANK, 1996. Sobre as restrições sociais, ver WANG, 1997 e ZHU, 1997.
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e Sociedade
Referências:
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Identidade, Cultura
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CHAN W.T. História da Filosofia Chinesa. In Filosofia: Oriente, Ocidente. SP:
Cultrix – USP, 1978.
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Identidade, Cultura
e Sociedade
WANG M.Y. e YU X.M. Civil society in a Chinese context. Beijing: CRPV,
1997
WILHELM, R. A Sabedoria do I Ching. SP: Pensamento, 1991.
ZHU D.S. e JIN X. The human Person and society: Chinese philosophical
studies. Beijing: CRPV, 1997.
Seria óbvio dizer que o que estudamos até então é somente uma introdução
para a busca contínua do conhecimento em prol da geração de valor, tanto
acadêmico [pessoal], quanto social [interpessoal e interdependente].
Decerto também temos ciência que neste não neste material, tampouco meras
horas de empenho nos farão alcançar o objetivo maior (para os mais
proativos).
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Direitos humanos.
Fonte: https://aletp.com.br/6-dicas-para-se-concentrar-no-trabalho-e-nos-estudos/
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