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AGRICULTURA BRASILEIRA:
inovação induzida e a produtividade total dos fatores
SÃO PAULO
2008
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
ESCOLA DE ECONOMIA DE SÃO PAULO
AGRICULTURA BRASILEIRA:
inovação induzida e a produtividade total dos fatores
SÃO PAULO
2008
BASTOS, André da Cunha. Agricultura brasileira: inovação induzida e a
produtividade total dos fatores. 2008. 45f. Monografia (Graduação em
Economia) – Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas,
São Paulo, 2008.
1. INTRODUÇÃO 4
3. A AGRICULTURA BRASILEIRA 8
4. INOVAÇÃO INDUZIDA 14
4.1 O conceito 14
4.2.1 Capital 15
4.2.2 Terra 16
5.3 Dados 24
5.4 Resultados 26
5.5 Conclusões 32
REFERÊNCIAS 34
ANEXOS 37
4
1 INTRODUÇÃO
O século XXI começou com uma grande retomada da agricultura como assunto
central no debate público, em nível global. A utilização da capacidade agrícola
mundial para colaborar com a geração de energia coloca às autoridades de cada
nação um trade-off, contrapondo esta possibilidade com a necessária produção de
alimentos, reforçada pelo aumento de consumo em nações em desenvolvimento que
abrem seus mercados, a exemplo da China.
Neste cenário, o Brasil torna-se personagem central, com sua grande área
disponível para agricultura (a maior na região de clima tropical), não podendo assim
se furtar ao papel de grande exportador de produtos primários, sejam estes voltados
para alimentação ou geração de energia. O setor agrícola também possui uma
capacidade pouco explorada de aumentar no nível de processamento agroindustrial,
aumentando o valor agregado aos bens exportados e gerando empregos.
Em quarto lugar, a expansão da produção agrícola gera uma poupança que pode
ser bem aplicada na geração de capital em setores modernos e industrias
nascentes. Concluindo, o aumento da renda dos trabalhadores do campo serve
também para que haja demanda por produtos novos na economia, estes fabricados
exatamente por estes setores entrantes.
O que se tem por fim é um processo onde o crescimento do produto rural financia
direta ou indiretamente o surgimento de novos mercados e firmas, constituído por
um fluxo real de recursos financeiros e humanos para o novo setor.
8
3 A AGRICULTURA BRASILEIRA
O Brasil é um dos países maior área disponível para agricultura tropical. Hoje, o país
aproveita aproximadamente 60 milhões de hectares como área agrícola. É
importante lembrar também, que como em poucos locais no mundo, algumas
culturas podem gerar mais de uma safra por temporada.
Apesar de uma extensão considerável, o senso comum nos levar a imaginar uma
produção muito diferente do que se observa na realidade. O país não dispõe de
grande quantidade de solos ricos em nutrientes e as condições para o plantio não
são excelentes. A evidente vantagem comparativa que temos na produção de
alimentos (especialmente em termos de terras) e a necessidade de se aproveitá-la
geraram no Brasil uma série de esforços para superar as dificuldades. Muito se
desenvolveu para que dispuséssemos de insumos mais desenvolvidos, gerando
uma produção altamente intensiva em capital humano e tecnologia.
Na série de trabalhos organizada por Araújo e Schuh (1983), o quarto livro dedica
atenção em explicar como se deu o desenvolvimento da agricultura em países com
características diferentes quanto à escassez relativa dos fatores de produção. Os
primeiros capítulos relatam as diferenças sobre como se deu a busca pelo
crescimento nas contrastantes economias japonesa e norte-americana. A primeira é
9
Esta intensa mudança que aconteceu teve impacto também sobre a participação da
mão-de-obra agrícola na população economicamente ativa (PEA). A partir de dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Castro (1978) salienta que
no biênio 1939/40 este nível estava em 65,9%, e em 1975/76 estava reduzido a
39,4%, pouco mais de 1/3 da PEA. Apesar da redução da mão-de-obra rural relativa
à população total, até a década de 1970 não houve diminuição em números
absolutos. Ou seja, o fator trabalho não pode ser considerado como escasso.
Dados apresentados em Barros et al. (1977) mostram que, neste mesmo período, a
área cultivada cresceu com taxa média superior a 3,0% ao ano, mostrando que a
terra também não é um fator escasso no país. Chegando à década de 1980, a oferta
de terra iria se ampliar ainda mais, com a expansão da fronteira agrícola na região
Centro-Oeste.
11
Barros (1999) salienta uma alteração significativa nos resultados apresentados pela
produção agrícola a partir da década de 1980. Nesta época, a produção de bens
agrícolas do mercado doméstico passa a apresentar uma dinâmica semelhante à do
mercado externo, principalmente quanto à produtividade da terra, diferentemente do
que se verificava nas décadas anteriores.
No ano de 1999 a produção da agricultura brasileira era quase 30% maior do que
aquela do começo da década, e o uso de fertilizantes havia aumentado quase 35%.
Nenhum dos outros fatores teve aumento maior que 10% no seu uso, com destaque
para a estabilização na quantidade de terra colhida, que havia crescido na década
anterior.
13
Nos anos entre 2000 e 2006 a produção física da agricultura nacional cresceu cerca
de 36%, e assim como na década de 1990, a maior evolução no uso de fatores
produtivos foi dada pelos fertilizantes, que acumulou a mesma variação do produto.
Os Gráficos 06 e 07, presentes no Anexo, apresentam a evolução no uso dos
fatores e na produtividade parcial de cada um.
4 INOVAÇÃO INDUZIDA
4.1 O conceito
Nas próximas páginas será possível entender o papel da relação entre os fatores na
obtenção de níveis elevados de produção, maiores do que a variação no uso dos
fatores.
4.2.1 Capital
4.2.2 Terra
A demanda por fertilizantes no Brasil cresceu muito nas últimas décadas, e seu
mercado segue padrão de comportamento já observado em outros estudos:
Porém, a evidência empírica mostra que este efeito substituição não é capaz de
explicar todo o fluxo de inovações. No processo de incentivos para a inovação existe
também um impacto dado pela demanda geral. Aumentos na demanda por seu
produto (e um conseqüente aumento nas receitas) provocam nas empresas um
espírito inventivo, com o intuito de explorar mais ampla e eficientemente o mercado,
e que determina em parte a velocidade das inovações tecnológicas, noção
apresentada em Griliches (1957) e Schmookler (1966).
Estes dois efeitos são apoiados pela evidência empírica, mas apesar de
relacionados, não constituíam um modelo de trabalho propriamente dito até a
publicação do estudo de Hans Binswanger (1974), que com um grande rigor
microeconômico desenhou um modelo de inovação induzida que une estes dois
efeitos através da construção de uma função de produção de pesquisa.
momento o retorno para o gasto em pesquisa seja zero. Caso a CPI comportasse
uma função com retornos constantes, não haveria um ponto ótimo a ser definido,
uma vez que em todos os casos, o melhor que cada empresa poderia fazer seria
dedicar o máximo de recursos à produção de tecnologia. Assim, poderia produzir
infinitamente novas tecnologias, que reduziriam a demanda pelos fatores terra e
trabalho.
A CPI tem uma inclinação negativa, o que representa o trade-off entre os fatores
envolvidos em cada decisão de investimento em inovação. Desta maneira, a CPI
comporta a hipótese de substituição técnica, definida pela escassez relativa dos
fatores. As empresas podem (e devem) substituir a proporção de fatores que usam
na produção, de acordo com seus preços relativos (taxa marginal de substituição
técnica). Tal mudança acontece ao longo da curva de possibilidades de inovação.
O modelo fica completo com a introdução de uma restrição linear, com inclinação
igual ao preço relativo dos fatores. A inclinação desta reta é igual à taxa marginal de
substituição técnica, que corresponde ao preço relativo dos fatores terra e trabalho.
Vamos supor que por algum motivo, haja uma mudança nos preços relativos de AA
para BB. Ou seja, a mão-de-obra se tornou mais escassa, e assim, relativamente
mais cara, diga-se, pelo aumento da demanda de trabalho por outro setor da
economia, o que gerou êxodo rural.
Como pode se observar na Figura 02, a utilização ótima de fatores mudou para a o
ponto Y. Assim, está definida também uma nova proporção entre terra e trabalho.
O mesmo pode ser feito para demonstrar como se dá a inovação no campo dos
processos biológicos, reproduzida na Figura 03 induzida por uma alteração nos
preços relativos (da reta EE para FF) entre a terra e um grupo de implementos
denominado “fertilizantes”, representando todos os processos biológicos que servem
a aumentar a produtividade de cada unidade de área cultivada.
Supondo uma alteração no preço relativo entre a terra e os fertilizantes, dada por
uma valorização no preço e no aluguel das terras, pode-se mostrar o resultado dos
incentivos criados para a geração de inovação que ajude a economizar terra.
21
Gráfico 02
Fonte: Hayami e Ruttan (1983)
Gráfico 03
Fonte: Hayami e Ruttan (1983)
22
Deste modo, este trabalho buscará ampliar a análise frente a estas medidas de
eficiência, utilizando a metodologia da Produtividade Total dos Fatores, que se
diferencia daquela pela capacidade de captar e explicar uma parte da evolução do
produto que não é dada pela evolução no uso de um ou mais insumos em particular,
mas sim de todos os insumos essenciais empregados, de maneira integrada.
Sua teoria de crescimento aparece na década de 1950 como uma evolução da teoria
desenvolvida por Domar (1957). Pela primeira vez aparece em estudo de
crescimento econômico a variável de crescimento da produtividade (tecnologia), de
modo independente da utilização de capital.
Por este motivo, a taxa de crescimento pode ser vista como determinada de maneira
exógena, e a economia tendo a tendência de convergir para ume estado
estacionário, onde os fatores de investimento (poupança per capita) se igualam com
a depreciação e crescimento populacional, assim definindo o produto per capita. Tal
estado estacionário só é alterado quando há modificações na taxa de progresso
tecnológico ou de força de trabalho.
Outro ponto chave do modelo é que o capital pode ser adaptado a retornos
decrescentes (Uma evolução frente ao modelo Harrod-Domar, que só previa
retornos constantes). Considerando tudo ao mais constante, a lei de retornos
decrescentes implica que a curva de produção não é linear, ou seja, há um ponto
onde um aumento de capital só será capaz de repor o capital depreciado.
Função de Produção:
Y = f (K, L)
k = K,L ; y = Y/L
Identidade Poupança-Investimento
I = S = sY
Variação do Capital
∆K = sY – δK
= [(∆K/L)/(K/L)] – [(K*∆L/L2)/(K/L)]
= [∆K / K] – n
= [∆k /k ]
∆K = [∆k /k] K + n K
∆K / L = ∆k + n(K/L)
∆K / L = ∆k + n k (ii)
∆k + n k = s(y) - δ (k)
∆k = s(y) – (δ + n) k
s(y) = (δ + n) k
Neste trabalho, será utilizada uma função Cobb-Douglas Adaptada (incluído o fator
“A” para a tecnologia) e o trabalho adaptado ao capital humano, pelo coeficiente h,
que representa o numero de anos de estudo da população ativa :
Y = A( Leφh )α K β F γ T 1−α −β −γ
Derivada total:
∂Y ∂Y dA ∂Y dK ∂Y dL ∂Y dT ∂Y dF ∂Y dh
= + + + + + (i)
∂t ∂A dt ∂K dt ∂L dt ∂T dt ∂F dt ∂h dt
As derivadas parciais:
26
∂Y βY
= Aβ K β −1 ( Leφh )α F γ T 1−α −β −γ =
∂K K
∂Y αY
= AK β αLα −1eφhα F γ T 1−α − β −γ =
∂L L
∂Y γY
= AK β ( Le φh ) α γ F γ −1T 1−α − β −γ =
∂F F
∂Y (1 − α − β − γ )Y
= AK β ( Le φ h ) α F γ (1 − α − β − γ )T − (α + β + γ ) =
∂T T
∂Y Y
= K β ( Le φh ) α F γ T 1−α − β −γ =
∂A A
∂Y
= AK β φα ( Le φh ) α F γ T 1−α − β −γ = φα Y
∂h
∂Y Y dA βY dK αY dL γY dF (1 − α − β − γ )Y dT dh
= + + + + + φαY
∂t A dt K dt L dt F dt T dt dt
∂Y dK dL dF dT
∆PTF = ∂t − β dt + α dt + φα dh + γ dt + (1 − α − β − γ ) dt
Y K L dt F T
5.3 Dados
Os fatores de produção que são usados para esta estimação são: terra (T),
fertilizantes (F), mão-de-obra (L), capital humano (h) e capital físico (K), medidos
27
No período de 1990 a 2000, alguns produtos estão com dados medidos em mil
frutos. A estimação das quantidades do ano 2000 foi feita através do uso da mesma
variação que houve na área colhida de cada produto entre 2000 e 2001. A partir
28
A fonte dos dados para pessoal ocupado em atividade rural é a Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE. Gasques e Conceição (1997) discorrem
sobre as dificuldades para a construção de um índice para o fator trabalho na
agricultura brasileira, pois a PNAD passou por uma intensa mudança metodológica
em 1992, quando passaram a ser computadas todas as pessoas que se localizavam
na agricultura, queiram trabalhando em atividade rural ou não.
1
Tabela 2273 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas no período de referência de 365 dias por
condição de atividade e de ocupação na semana de referência, sexo e ramos de atividade do trabalho principal
no período de referência de 365 dias.
29
2
A série de população ocupada por estado utilizou o mesmo tipo de interpolação para obter as quantidade para
os anos entre as pesquisas.
30
5.4 Resultados
Tabela 01
ß 0.3
γ 0.1
α 0.4
O coeficiente para o retorno sobre o capital humano (Φ) é fixo e tem valor de 0,1449.
Este número é o resultado de Sachsida, Loureiro e Mendonça (2004) para a faixa de
média de quatro anos de estudo, utilizando dados da PNAD entre 1992 e 1999 e
utilizando a metodologia proposta em Heckman (1974) e Heckman (1979). No
trabalho, o coeficiente para o retorno de anos de estudo são obtidos a partir de uma
regressão contra o nível de salários para a economia brasileira como todo. Pela
teoria neoclássica, o nível de salários em equilíbrio é igual ao produto marginal do
trabalho, de modo que se permite o uso deste coeficiente para medir o retorno da
educação da mão-de-obra na produção.
Para o ano de 1995, os três estudos apontaram uma PTF entre 114 e 115 (adotando
uma base de 100 em 1990). Porém, todos divergem dos resultados de Gasques et
al. (2004), que indica um valor de PTF de aproximadamente 131 no ano de 1995
para a mesma base.
32
6. CONCLUSÕES
Podemos perceber que na década de 1990, houve uma variação da PTF muito
próxima à variação do produto. Os únicos fatores que mostraram significativas
variações foram o uso de fertilizantes e o capital humano (medido em anos de
estudo), ambos variando aproximadamente 45%.
REFERÊNCIAS
Domar, E.. Essays in the Theory of Economic Growth, Oxford University Press, 1957.
Heckman, J.. Shadow prices, market wages and labor supply. Econometrica, vol. 42
n.4. p.679–694, Out./Dez.1974.
Johnston, B.F.; Mellor, J.W. The role of agriculture in economic development. The
American Economic Review, Pittsburgh, Vol. 51, n. 4 , p. 566-593, Sep. 1961.
Sandroni, P.. Dicionário de Economia do Século XXI (2005) 14 ed.. Editora Record.
ANEXOS
38
130
F
120 L
1990 = 100
T
110
K
100
90
80
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Y 100 100 105 99 113 118 117 124 127 127
F 100 93 95 100 117 121 113 131 128 133
L 100 99 100 100 100 100 98 99 98 99
T 100 100 100 92 102 101 91 94 93 97
K 100 100 100 101 104 105 103 102 101 101
39
160
K
F
140
1990=100
L
120
100
80
60
1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006
40
Y
140
F
130
L
120
2000 = 100
T
110
K
100
90
80
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Y 100 107 111 123 127 127 136
F 100 104 117 144 146 130 136
L 100 99 99 100 108 108 105
T 100 100 106 115 124 125 122
K 100 101 102 103 103 102 102
41
180
170
160
1990=100 150
140
130
120
110
100
90
80 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
150
140
130
1990=100
120
110
100
90
80 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
PTF sem capital humano 100 101 106 100 110 115 117 122 127 125 122 130 132 140 137 139 151
PTF com capital humano 100 101 105 98 108 111 114 117 121 118 115 122 122 128 124 125 134
43
Tabela 05 - Dados
Dados Taxas de Crescimento (%)
Ano Y F L T K h Y F L T K h
1990 100 100 100 100 100 100 - - - - - -
1991 100 93 99 100 100 105 0,0 -6,9 -1,3 0,3 0,1 4,5
1992 105 95 100 100 100 108 5,3 1,8 1,4 0,1 -0,2 3,6
1993 99 100 100 92 101 112 -6,4 5,1 -0,2 -8,1 1,1 3,6
1994 113 117 100 102 104 116 15,0 17,7 -0,3 10,1 3,3 3,7
1995 118 121 100 101 105 121 4,3 3,4 0,3 -1,1 0,5 3,7
1996 117 113 98 91 103 125 -1,2 -6,6 -1,4 -9,9 -1,8 3,7
1997 124 131 99 94 102 130 5,9 15,9 0,1 4,1 -1,0 3,8
1998 127 128 98 93 101 135 2,7 -2,5 -0,8 -1,7 -0,6 3,8
1999 127 133 99 97 101 140 0,2 4,3 1,1 4,7 -0,6 3,9
2000 126 145 98 99 101 145 -0,8 8,8 -0,9 2,4 0,1 3,9
2001 135 151 97 100 102 152 6,8 4,1 -0,8 0,3 0,6 4,7
2002 141 170 97 105 103 159 4,3 12,3 -0,2 5,6 1,2 4,7
2003 155 209 98 114 104 167 10,4 23,0 1,3 8,5 0,7 4,7
2004 160 212 106 123 104 175 3,1 1,7 7,5 7,5 0,6 4,7
2005 161 188 106 124 103 179 0,4 -11,3 0,5 1,0 -0,8 2,4
2006 172 197 103 121 103 187 6,8 4,5 -3,1 -2,4 -0,5 4,1
44