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Resp. Que a tecnologia, que antes era uma mera forma de inventar técnicas afim de
melhorar a vida das pessoas, é agora um produto na sociedade industrial na medida
que são produzidas em série. Em termos de tecnologia agropecuária, a tecnologia
consiste apenas “em qualquer procedimento, objeto ou conduta que permitem
aumentar a produtividade”. Com a intensificação na produção dessas tecnologias,
tem se observado que existem limites econômicos, sociais e ambientais, vindo, com
isso, a necessidade do repensar sobre essa forma de construção de conhecimento
oriundo da revolução verde.
O comportamento vigente na época em que foi instaurada essa metodologia de
construção de conhecimento agrícola é tomado pelo encantamento. De modo geral,
essas tecnologias visavam a adequação do comportamento do agricultor e não que
fossem adequadas ao agricultor, de forma a abranger sua realidade e necessidades.
Estas eram embasadas apenas no aumento de produção e produtividade para
satisfazer, de maneira geral, as necessidades da agroindústria e do mercado externo.
Por isso, segundo a autora do texto, pode-se dizer que a tecnologia é a ciência e a
técnica transformadas em mercadoria, em valor de troca, sendo socializadas através
da difusão persuasiva ou do encantamento, e não pela horizontalização do
conhecimento da relação entre técnicos e agricultores.
Vale ressaltar que essa tecnologia, para ser útil, deve fazer com que aumente a
competitividade do produto no mercado o que, de modo geral, exige uma redução de
custos. Se exige um elevado investimento de capital inicial, ou se todas as condições
necessárias para garantir uma boa produção e produtividade são altas face ao retorno
obtido se nota que não são estudadas tão a fundo, sendo essa, umas das principais
críticas ao modelo. Percebe-se, também, que essa tecnologia não vislumbra todas as
diferenças ambientais, culturais e sociais das regiões. Sendo assim, nota-se que essa
metodologia de difusão de tecnologia, imposta pela atual conjuntura, não consegue
satisfazer o pequeno agricultor e contribuir para o desenvolvimento rural, através do
aumento de sua renda porque as condições impostas para a adequação são muito
custosas.
Vendo essa necessidade, de um novo modelo de pesquisa tecnológica para a
melhoria de vida dos pequenos agricultores, a autora propõe o modelo participativo-
educativo visando a emancipação humana, sendo tanto o técnico como o agricultor
construtores desse conhecimento: “Essa proposta de uma ciência partilhada
modifica os problemas de pesquisa e os métodos de geração de saber, pois parte do
princípio de que o outro (o camponês ou o agricultor) é um ser capaz de
conhecimento”.
2. Apresente as conclusões.