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Reflexões sobre a Ética

Vivemos em uma sociedade em que as relações interpessoais são visas


e vividas de forma deturpada. Somos filhos do consumismo, da guerra, do
individualismo, da disputa.
Cada qual deve lutar por si, pela sua vitória pessoal; para isso o outro é
transformado em inimigo, em algo a ser vencido. Não existe mais o ser
humano, o semelhante, existe apenas o outro competidor, o inimigo que
igualmente luta pela sua sobrevivência.
Essa relação conflituosa entre os homens, a sobressalência do que é
individual sobre o que é coletivo, tem levado a sociedade a pensar sobre a
ética, sobre o retorno da ética. Este retorno é impossível, pois a ética não é um
objeto que possa retornar quando desejamos, “a ética é uma reflexão sobre os
valores morais”.
Para que se entenda o que é ética é preciso diferenciá-la da moral.
Ambos possuem um nascedouro como, os costumes, porém a moral são esses
próprios costumes, são as normas vigentes de uma sociedade. Já a ética é
responsável pelo estudo desses valores morais, é ela quem questiona sobre os
fundamentos, finalidades e validade desses valores para determinada
sociedade.
Diante deste conceito, vemos que o necessário é o resgate dos valores
morais que foram alterados para servir a esse modelo de sociedade; a ética
apenas faz o entendimento desses valores.
A ética nos mostra que os valores morais atualmente dispostos violam o
ser humano, tiram dele sua humanidade e o transforma em uma coisa. Não
existe ética com violência, para que as relações sejam restauradas é preciso
que os valores sejam revistos para que se devolvam as relações humanas o
amor e a solidariedade.

O início da Ética no Ocidente

O filosofo grego Sócrates foi quem introduziu a ética no Ocidente


quando questionou o que era pessoal e o que era coletivo nas ações humanas,
mostrando que existia uma grande dificuldade em diferenciar uma da outra.
Sócrates acreditava que o individuo só pode aceitar as regras da
sociedade à medida que ele as entende e que para que isso aconteça é
preciso que ele seja educado para tal, podendo, posteriormente, fazer boas
escolhas pessoais baseadas nos valores da sociedade. Há o domínio da razão
sobre as paixões, sendo assim, o homem grego pratica sua ações de acordo
com sua “vontade racional”.
Porém, essa visão de homem livre para racionalizar os valores morais
da sociedade é mudada com a dominação estrangeira sobre a Grécia. Agora o
grego precisa buscar dentro de si a sabedoria para acatar ordens e novos
valores sem questionar, e ainda sentir-se livre e feliz.
Além disso, o homem grego precisa ter uma nova concepção de moral,
pois ela já não se resume apenas a polis, e sim ao mundo como um todo. O
homem já não é mais um ser livre dentro da polis, e sim um ser do mundo que
deve agir de acordo com sua razão ciente de seu destino e função no universo.

O Cristianismo

Diante deste novo cenário surge o cristianismo com sua visão de moral.
Na visão cristã a ética sai do campo coletivo, da busca da felicidade na polis, e
vai para o individual; as ações éticas agora são norteadas de acordo com a
relação pessoal e individual com Deus, busca-se a salvação da alma.
O homem já não possui mais em si o poder de racionalizar, de dominar
suas paixões, ele agora tem uma tendência primeira ao mal e a única forma de
se tornar virtuoso é seguindo as ordens da fé, garantindo, assim, a sua morada
eterna.
O ser que antes era livre pela razão agora passa a ser livre pela
aceitação incondicional da vontade divina. Obedecer às leis de Deus é única
forma de se ter ações morais e ser virtuoso.

Ética e Política

Durante o período medieval impera a visão cristã: é virtuoso aquele que


obedece às leis de Deus, só que agora Ele possui um representante na terra, o
rei. Todos devem obediência e servidão ao rei, suas ações são avaliadas e
consideradas morais de acordo com os valores impostos pelo rei.
Porém, a modernidade trás consigo o retorno da razão. O homem volta a
ser responsável racionalmente pelas suas ações. Pensa-se na existência de
valores universais aos quais os homens estão sujeitos, todos são igualmente
livres à medida que fazem escolhas racionais.
Ser ético significa saber fazer escolhas baseadas nos valores morais,
escolhas conscientes que são fruto do entendimento desses valores no âmbito
pessoal e social, pois todos são iguais e livres. É impossível pensar em ética
sem pensar em liberdade, pois “as ações só serão éticas se também forem
ações livres”.
Assim como a ética, a política também necessita da liberdade pra existir.
Só é ético aquele que é igualmente aos outros livre, e só são politicamente
iguais àqueles que possuem os mesmos direitos e deveres diante da
sociedade.

Considerações sobre a Ética e a Política

A modernidade colocou novamente o homem no centro de suas ações,


mas também o tornou individualista e competitivo. Vivemos em uma sociedade
excludente, consumista, egoísta, agressiva, onde cada um vale o que possui e
uns valem mais que os outros. O homem já não mais livre, agora ele é servo de
padrões morais impostos para sua aceitação, e ainda acredita que é livre,
quando ele é um boneco nas mãos dessa sociedade violenta.
Mas não dizemos violenta no sentido físico, entende-se por violência
tudo que tira do homem sua liberdade, tudo que o transforma em coisa, que o
discrimina. Violência não coexiste com a ética, e a política só será ética se
tratar os homens como iguais, excluindo todo e qualquer tipo de violência.
A finalidade comum da ética e da política é tornar o homem feliz, para
isso ele precisa ser livre!
Universidade de Cuiabá

Entendimento sobre o capítulo: Reflexões sobre a Ética

Daniely Vitor de Albuquerque


Segundo semestre de Psicologia

Cuiabá-MT.
Fevereiro de 2007.

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