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INTRODUÇÃO
O DIREITO TRIBUTÁRIO
A AUTONOMIA DO DIREITO TRIBUTÁRIO
CORRELAÇÃO DO DIREITO TRIBUTÁRIO COM OUTRAS DISCIPLINAS
PROTEÇÃO DO INTERESSE COLETIVO X PODER FISCAL
ATIVIDADE FINANCEIRA NO ESTADO
RECEITAS PÚBLICAS
DEFINIÇÃO DE TRIBUTO
FINALIDADES BÁSICAS DO TRIBUTO
NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO
ESPÉCIES DE TRIBUTOS
IMPOSTO
CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS IMPOSTOS
TAXAS
DIFERENÇAS ENTRE IMPOSTO E TAXA
PREÇOS PÚBLICOS - RECEITAS NÃO TRIBUTÁRIAS
DIFERENÇAS ENTRE TAXAS E PREÇOS PÚBLICOS
TARIFAS
DIFERENÇA ENTRE PREÇO PÚBLICO E TARIFA
PEDÁGIO
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
DIFERENÇA ENTRE TAXAS E CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
CONTRIBUIÇÃO OU TRIBUTO PARAFISCAL OU ESPECIAL
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
RESUMO DA COMPETÊNCIA DOS TRIBUTOS
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
LEI
MEDIDAS PROVISÓRIAS
DECRETOS
RESOLUÇÕES
ATOS NORMATIVOS
DECISÕES ADMINISTRATIVAS
USOS E COSTUMES
CONVÊNIOS INTERNOS
JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
VIGÊNCIA NO TEMPO PELAS REGRAS TRIBUTÁRIAS
VIGÊNCIA DA LEI TRIBUTÁRIA NO ESPAÇO
APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
COMPETÊNCIA RESIDUAL
COMPETÊNCIA SUCESSÓRIA
CONFLITOS DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
INVASÃO DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
BITRIBUTAÇÃO
BIS IN IDEM
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
CAUSA DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
OBJETO
SUJEITO ATIVO
SUJEITO PASSIVO
RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA
RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS
RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES
EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE PELA DENÚNCIA ESPONTÂNEA
CONVENÇÕES PARTICULARES
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
ESTABELECIMENTO - DEFINIÇÃO
FATO GERADOR
ELEMENTOS BÁSICOS DO FATO GERADOR
MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
ISENÇÃO, NÃO-INCIDÊNCIA E IMUNIDADE
SUSPENSÃO E DIFERIMENTO
CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PELO LANÇAMENTO
CARÁTER DECLARATÓRIO DO LANÇAMENTO
VALOR TRIBUTÁRIO EXPRESSO EM MOEDA ESTRANGEIRA
ATO VINCULADO E OBRIGATÓRIO
HIPÓTESES DE ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO
LANÇAMENTO COM BASE NA LEI VIGENTE À ÉPOCA DO FATO GERADOR
MODALIDADES DO LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
SUSPENSÃO, EXTINÇÃO ou EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
SUSPENSÃO DO CRÉDITO
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
PAGAMENTO
COMPENSAÇÃO
TRANSAÇÃO
REMISSÃO
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
CONVERSÃO DE DEPÓSITO EM RENDA
PAGAMENTO ANTECIPADO E HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL
DECISÃO JUDICIAL PASSADA EM JULGADO
NORMAS SOBRE O PAGAMENTO DO CRÉDITO
RESTITUIÇÃO DOS INDÉBITOS TRIBUTÁRIOS
EXCLUSÃO DO CRÉDITO
ISENÇÃO
ANISTIA FISCAL
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
PROCEDIMENTOS DA FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA
SIGILO FISCAL
EVASÃO FISCAL
ELISÃO FISCAL (OU PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO)
LEI COMPLEMENTAR 104/2001 E ELISÃO FISCAL
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO OBRIGAÇÃO DOS ADMINISTRADORES
DÍVIDA ATIVA TRIBUTÁRIA
CERTIDÕES NEGATIVAS
CONTAGEM DOS PRAZOS
CONSOLIDAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
CRIMES TRIBUTÁRIOS X DIREITO PENAL TRIBUTÁRIO
EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE
INTRODUÇÃO
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Nacional
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O DIREITO TRIBUTÁRIO
O Direito tributário regula principalmente as relações jurídicas entre o Fisco, como sujeito
ativo, e o Contribuinte, ou terceiros, como sujeitos passivos; regula a cobrança e a
fiscalização dos tributos.
Rubens Gomes de Souza: “é o ramo do direito público que rege as relações jurídicas entre o
Estado e os particulares, decorrentes da atividade financeira do Estado no que se refere à
obtenção de receitas que correspondam ao conceito de tributos”.
Ezio Vanoni: “é o ramo das ciências jurídicas que estuda o surgimento, as modificações e a
extinção da relação jurídica do tributo’.
a) autonomia dogmática, isto é, possui certos princípios e métodos que lhe são próprios,
diferentes dos que são exclusivos de outros ramos do direito.
Como tais princípios, métodos e institutos são distintos dos que informam outros ramos do
direito, o Direito Tributário passa a ter certa independência (relativa) para oferecer suas
conclusões e defender sua finalidade específica.
Daí a autonomia (relativa) do Direito Tributário perante o direito e os demais ramos jurídicos.
A autonomia do Direito Tributário é, pois, uma realidade indiscutível. Este ramo do direito
atinge suas finalidades, alcança os seus objetivos e realiza os seus fins de modo
inconfundível. Atende, incontestavelmente, os requisitos dogmáticos e estrutural, essenciais
para a autonomia.
Esta autonomia está consagrada também no ápice do nosso ordenamento jurídico, pois a
Constituição Federal dedica um capítulo especial ao Sistema Tributário Nacional (artigos 145
ao 162) e prevê que lei complementar estabeleça normas gerais em matéria de legislação
tributária (artigo 146, inciso III).
Além disso, a existência do CTN — Código Tributário Nacional — é decisivo para derrubar
qualquer argumento tendente a questionar a autonomia do Direito Tributário.
Como já vimos, dizer que o Direito Tributário é autônomo, não significa que ele é totalmente
Independente, uma vez que o sistema jurídico constitui um conjunto orgânico e harmônico, e
todos os ramos do Direito se relacionam entre si.
A autonomia do Direito Tributário não vai a limites que o dissociem, por completo, das
demais disciplinas jurídicas.
O Direito Constitucional tem por objeto o Estado tal qual determinado pela respectiva
Constituição, a estrutura política e jurídica do Estado e de seus diversos órgãos, suas funções,
atribuições e limites. Regula os direitos e garantias asseguradas às pessoas (direitos
fundamentais dos indivíduos como membros da comunidade pública). Trata, também, das
relações dos poderes públicos entre si e entre os cidadãos.
O Direito Tributário possui estreitas ligações com o Direito Constitucional, base fundamental
ou alicerce de todos os demais ramos do direito, que nele encontram os fundamentos e os
princípios essenciais.
O Direito Tributário tem relações, também, com o Direito Internacional - ramo do direito que
tem por objeto os fenômenos jurídicos e sociais que ocorrem nas relações dos Estados entre
si, no que concerne à solução dos conflitos de suas leis, à proteção das pessoas e dos direitos
dos seus nacionais (quando residentes em outro país) e dos estrangeiros (quando dentro do
território).
Existem muitos problemas tributários de ordem internacional, fazendo com que as relações
do Direito Tributário com o Direito Internacional sejam íntimas.
Essa interligação se manifesta através da busca de condições que possam evitar que Estados
diferentes exerçam direito impositivo de tributos, baseado num mesmo acontecimento
econômico, quando o contribuinte (sujeito passivo) se submeta à autoridade de uma
pluralidade de Estados soberanos.
O Direito Administrativo tem por objeto os serviços públicos e as relações constituídas para a
sua execução. Preocupa-se com a administração pública. Trata de formação e do
funcionamento dos órgãos do Estado entre si ou com os particulares, regulando as entidades
da administração pública (diretas e indiretas), suas relações com as pessoas e o conseqüente
controle de seus atos.
Assim, não pode o Direito Administrativo deixar de ter relações estreitas com o Direito
Tributário, que também se preocupa com a organização e a ação dos órgãos e agentes
encarregados da fiscalização, da arrecadação ou da administração dos tributos.
Como já dissemos, o Direito Tributário originou-se do Direito Financeiro, com quem guarda,
ainda, estreitas relações. O estudo do tributo é feito tanto pelo Direito Tributário como pelo
Direito Financeiro.
As relações entre o Direito Tributário e o Direito Penal são estreitas. Este último ramo do
direito protege a sociedade e os indivíduos contra atos atentatórios à ordem jurídica e social,
suas pessoas e seus bens, definindo os atos considerados delito penal (crime) e respectivas
punições (penas e medidas de segurança), prevendo a responsabilidade penal.
O Direito Penal tem por objeto o ilícito penal, infração jurídica à qual as normas positivas
atribuem esse caráter (conduta que cada sociedade conceitua como tal, ao fazê-la condição da
imputação de uma sanção penal). O Direito Penal estuda, pois, as normas jurídicas que têm
por finalidade a repressão do delito e a preservação da sociedade.
O Direito Tributário também possui o seu regime repressivo, determinando penalidades para
os casos de inobservância das suas normas, a fim de assegurar o cumprimento das obrigações
tributárias.
Por outro lado, compete ao Direto Penal definir os crimes de ordem tributária, por exemplo, o
crime de contrabando, de sonegação fiscal, de excesso de exação e de descaminho.
Não se nega que, embora coercitivo, se o Direito Tributário fixa uma obrigação e pelo seu
descumprimento não fixa uma penalização, a norma tributária pode se manifestar inócua; isso
porque o sujeito passivo (contribuinte) descumpre a obrigação e nada lhe pode ocorrer. Essa
seria, então, no Direito Tributário, manifestação flagrante do principio de Direito Penal
nuilum crimen nuila poena sine lege (não há crime sem lei anterior que o preveja; não há
pena sem prévia cominação/previsão em lei).
Em Direito Penal, a pena não vai além da figura do infrator. Da mesma forma, no Direito
Tributário Penal.
Se, por exemplo, o sujeito passivo, pessoa natural, não paga um tributo devido e se,
posteriormente à sua morte, for verificada a violação do direito, seus sucessores não serão
obrigados a quitar senão o tributo, com eventuais penalidades moratórias, não sendo
chamados a responder pelas demais penalidades acaso aplicáveis à espécie.
Da mesma forma relações existem entre o Direito Tributário e o Direito Civil, campo do
direito que tem por objeto as relações jurídicas substanciais de ordem privada. Na temática
desta última disciplina encontramos matéria relativa às obrigações e contratos (direito das
obrigações), à família (direito de família) e às sucessões (direito das sucessões), inclusive
matéria ligada ao direito das coisas (posse, propriedade, direitos reais), e às pessoas.
Outra disciplina que tem relações com o Direito Tributário é o Direito Processual Civil, ramo
do direito que disciplina o andamento das ações, atividade dos órgãos do Poder Judiciário e
trata das partes do processo. Sua preocupação acha-se voltada para a atividade jurisdicional
do Estado, a quem compete dirimir as questões que surgem entre as pessoas ou grupos de
pessoas.
Como organizador máximo, por força de sua soberania, o Estado tem que dispor do
aparelhamento Indispensável à sua organização, destinada a atender um fim de Interesse
comum. Criado, pois, para obter, manter e desenvolver o bem comum, como todo organismo
que possui fins,o Estado necessita também de meios para cumpri-los, isto é, necessita de
recursos para o custeio de suas atividades, variáveis sempre no espaço e no tempo. Os
recursos financeiros são essenciais e indispensáveis para a existência de qualquer governo.
Podendo ordenar (o Estado é soberano), não falta ao Estado poder para também impor ônus
às pessoas que vivem dentro de seus limites políticos. Tal poder, sem a menor dúvida, adia-se
inserto na própria soberania política do Estado, portanto, na sua própria origem é natureza.
Assim, um dos aspectos da soberania do Estado é o do seu poder especial de penetrar nos
patrimônios dos particulares. exigindo-lhes contribuições derivadas e compulsórias.
Este poder é representado pelo poder de criar tributos, de estabelecer proibições tributárias,
Isto é, de emanar normas jurídicas tributárias.
O poder fiscal é inerente ao próprio Estado, que advém de sua soberania política, consistente
na faculdade do estabelecer tributos, de exigir contribuições compulsórias, a fim de poder
atender ás necessidades públicas.
O Estado surge e se firma através dos tempos para executar certas atividades imprescindíveis
aos seus fins. Na procura de seus objetivos, o Estado assume múltiplas incumbências, sendo
impossível definir a gama enorme de suas atribuições, pois as mesmas dependem de
circunstâncias especiais e condições particulares de cada povo, variáveis sempre no espaço e
no tempo. Como exemplo, temos as assunções estatais da previdência social, da saúde, da
segurança, etc.
De fato o Estado tem por finalidade essencial a realização do bem comum de seu povo, ou
conforme preferem vários escritores, a realização do interesse público, o atendimento das
necessidades gerais da população ou a manutenção segura é ordenada da vida social.
O Estado, na sua missão de encontrar o bom comum, deve, pois, atender às necessidades
públicas.
Para cumprir todas as suas funções, inerentes aos seus fins, o Estado necessita de meios,
notadamente de trabalho de pessoas, de capital, de bens materiais, inclusive de dinheiro.
O Estado, assim, necessita de obter receitas para poder cobrir as suas despesas, razão pela
qual ele se serve de diversos instrumentos (preços, empréstimos, tributos, etc.).
Assim, vemos que existe no Estado uma realidade que se manifesta na percepção de
ingressos e na realização de gastos. Ao lado de sua atividade política, social e administrativa,
o Estado exerce, também, uma atividade especialmente destinada à obtenção de recursos
monetários, sua gestão e aplicação. Este conjunto de atos com tal objetivo é denominado
atividade financeira do Estado.
É evidente que os objetivos da atividade financeira do Estado não são idênticos aos da
atividade exercida pelo particular ou pela empresa privada, pois aquele objetiva o bem da
coletividade, o bem comum, e não lucros, como esta.
RECEITAS PÚBLICAS
Receita, do latim recepta, é vocábulo que designa receber, coisas recebidas, ou, no sentido
figurado, guardar para si.
Receita é. assim, a palavra que designa o conjunto de bens ou soma de valores que entram
para o patrimônio de determinada pessoa. O adjetivo PÚBLICA aplicado à receita ou ao
ingresso, faz referência à natureza da pessoa que a recebe e não á natureza do respectivo
ingresso, que será sempre dinheiro.
Assim, receita pública é a soma de dinheiro percebida pelo Estado, ou órgão público, com
aumento de seu patrimônio. Trata-se da soma de bens que o Estado, ou o órgão público,
aufere para atender a cobertura de seus gastos ou realizar os seus fins.
Essa receita podo ingressar diretamente aos cofres públicos, seja indiretamente pelo direito
de recebê-la.
1a CLASSIFICAÇÃO
O Estado aufere de suas fontes próprias de riqueza, seja em decorrência de seu patrimônio
rendoso, seja em razão do exercício de uma atividade industrial ou comercial.
As receitas originárias podem ser obtidas em razão da venda de bens; da locação de bens
patrimoniais: da exploração direta de atividades industriais, comerciais ou de prestação de
serviços; ou de rendas do patrimônio mobiliário (dividendos de ações, juros e outros).
Todo tributo é uma receita derivada, mas nem toda receita derivada é tributo.
2a CLASSIFICAÇÃO
COMPULSÓRIAS (Coercitivas):
Tem sua origem na norma jurídica, sendo que a vontade do particular apenas coloca em
movimento o mecanismo da incidência legal, não constituindo esta, causa jurídica da
obrigação.
Exemplos:
O tributo é uma receita compulsória, mas nem toda receita compulsória é tributo.
FACULTATIVAS (Voluntárias):
São receitas que têm a sua origem em atos jurídicos convencionais, demonstradores da
vontade da pessoa.
A causa jurídica de tais receitas está na vontade do particular, que se obriga a dar determinada
soma de dinheiro ao Estado.
Exemplos:
DEFINIÇÃO DE TRIBUTO
Rubens Gomes de Souza define o tributo como sendo “a receita derivada que o Estado
arrecada mediante o emprego da sua soberania, nos termos fixados em lei, sem
coritraprestação diretamente equivalente, e cujo produto se destina ao custeio das atividades
que lhe são próprias”.
O Direito Tributário trata dos princípios e normas concernentes à utilização, pelo Estado, de
seu poder fiscal (soberania), regulando os aspectos relativos à criação e à aplicação dos
tributos e analisando as conseqüentes relações jurídicas tributárias que surgem entre a
entidade pública tributante e os contribuintes.
“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.”
Assim, na seqüência:
PRESTAÇÃO
PECUNIÁRIA
COMPULSÓRIA
Isto quer dizer, que se o tributo é expresso em moeda, seu valor monetário é direto e
conhecido; se é expresso em espécie, quer dizer em outro bem que não a moeda corrente, este
deverá ser valorizado monetariamente (por exemplo, UFIR ou outras unidades fiscais).
Há outras contribuições compulsórias, expressas em moeda, que não constituem tributo. São
as decorrentes de ato lícito, isto é, atos que contrariam a lei e por isso são punidos com penas
pecuniárias.
Então a multa não é um tributo. A multa é um castigo imposto pelo Estado ao cidadão que
descumpriu a lei. O tributo é uma prestação. Não confundir a sanção genérica que é a pena
para quem transgride o preceito de uma lei, com a mesma palavra sanção do Direito
Constitucional, que é o ato pelo qual o chefe do executivo dá força de lei a projeto aprovado
pelo Legislativo.
INSTITUÍDA EM LEI
É a condição da legalidade. Não pode haver tributo se não o for estabelecido em lei.
Nos termos do artigo 4 do CTN, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo
fato gerado, da respectiva obrigação, sendo irrelevante para qualificá-la:
O tributo constitui obrigação ex lege (de lei). Não há tributo sem lei que o decrete, definindo-
lhe o fato gerador da obrigação fiscal.
Esse fato gerador caracteriza cada tributo, sendo indiferente o erro ou a malícia do legislador
que empregue denominação diversa daquela mencionada na Constituição Federal e no CTN.
O erro na denominação do tributo não prejudica a sua legalidade se, pelo fato gerador, ele se
insere razoavelmente na competência da Pessoa de Direito Público que o decretou com
nomen iuris (nome jurídico) impróprio (Súmula 306 do STF—Supremo Tribunal Federal).
Entretanto, taxa não pode adotar a base de cálculo de imposto, conforme determina o § 2 do
artigo 145 da Constituição, mesmo que da competência do Governo que a instituiu.
Por exemplo, taxa municipal de licença para localização não pode ser cobrada com base no
faturamento, já que esta é uma das formas que serve para a cobrança do ISS, também de
competência municipal.
ESPÉCIES DE TRIBUTOS
Nos termos do artigo 145 da nossa Constituição Federal e do artigo 5 do CTN, tributos são:
a) Impostos.
Como contribuições especiais temos ainda as exigidas a favor da OAB, CREA, CRC, CRM e
outros órgãos reguladores do exercício de atividades profissionais.
IMPOSTO
Os cidadãos devem contribuir para o Estado através do pagamento de impostos, a fim de que
o mesmo possa cumprir suas finalidades e satisfazer as necessidades públicas.
DIRETOS
Incidem sobre o “Contribuinte de Direito”, o qual não tem, pelo menos teoricamente, a
possibilidade de repassar para outrem o ônus tributário.
No Imposto de Renda da pessoa física assalariada, por exemplo, é o empregado quem suporta
a obrigação, não havendo condições de ocorrer a repercussão.
INDIRETOS
A carga tributária cai sobre o “Contribuinte de Direito” que o transfere para outrem, O
“Contribuinte de Direito” é figura diferente do “Contribuinte de Fato”.
Nem sempre o contribuinte que paga é, efetivamente, quem suporta em definitivo a carga
tributária.
Assim temos:
O ICMS e o IPI são impostos indiretos. uma vez que o consumidor final é que, de fato, acaba
por suportar a carga tributária. embora não seja designado pela lei como contribuinte desses
impostos.
ADICIONAL
FIXO
PROPORCIONAL
PROGRESSIVO
REGRESSIVOS
“sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária especialmente
para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e
nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte”.
TAXAS
Embora cumulativa a competência dos poderes tributantes para impor taxas, é claro que deve
haver uma relação absoluta de causa e efeito para que a cobrança seja regular. E de se
verificar, ainda, se aquele poder de polícia do qual decorreu a concessão justificadora do
tributo, ou se aquele serviço prestado ou oferecido ao contribuinte competiam ao poder
tributante.
Se este segundo aspecto não se revelar positivo, a cobrança da taxa, embora escudada em
concessão ou serviços prestados, não se legitimará. É o que dispõe o art. 80 do CTN.
Por exemplo:
Uma Prefeitura concede porte de armas a alguém e cobra uma taxa. Não cabendo aos
Municípios o poder de regular podes de armas, a cobrança tributária não se justifica porque,
afinal, não houve qualquer concessão válida.
OBJETIVO
As taxas são arrecadadas em razão do exercício do poder de policia ou pela utilização efetiva
ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos
à sua disposição (CTN, art. 78).
Para que a taxa possa ser cobrada é fundamental e imprescindível que o serviço exista e
esteja em funcionamento, de forma que a sua não utilização decorra unicamente do fato do
contribuinte não querer usá-lo.
Deve ter razoável proporção entre o valor a ser cobrado do contribuinte e as características
gerais da atividade estatal vinculante (custo global, em especial). Não podem ser fixadas em
função da capacidade contributiva de quem deve pagá-las.
PODER DE POLÍCIA
É o poder que o Estado tem de, limitando o direito individual, promover o bem público.
Dia-a-dia o conceito do poder de polícia alarga-se, abrangendo, cada vez mais, novos campos
de ação, chegando a atingir até a proteção dos interesses econômicos da sociedade contra a
sonegação, a fraude e o conluio, inclusive a proteção dos consumidores.
A idéia de Estado não pode ser separada da do poder de polícia, pois este é quem assegura ao
governo a torça suficiente para conduzir a coletividade na busca do bem comum do povo
(finalidade do Estado). É através do poder de polícia que o Estado pode intervir e disciplinar
os diversos campos da vida em sociedade, na busca do bem comum.
A expressão poder de polícia tem seu conteúdo ligado à faculdade discricionária (dentro da
lei), que se reconhece à Administração Pública, de restringir e condicionar o uso e gozo de
bens, atividades e dos direitos individuais em prol do bem comum.
O artigo 78 do CTN — Código Tributário Nacional , constante do capitulo das Taxas, define
o poder de policia, para efeitos tributários, como sendo:
Assim, para que o Poder Público possa exigir taxas de policia é preciso que exista uma
atividade pública decorrente do efetivo exercício do poder de polícia e uma despesa pública,
a ser custeada pelo tributo.
BASE DE CÁLCULO
A lei proíbe que as taxas possuam base de cálculo e fato gerador idênticos aos que
correspondam a impostos (Art. 77, parágrafo único, do CTN) e que sejam calculadas em
função do capital das empresas (acréscimo ao dispositivo citado, determinado pelo Ato
Complementar 34/67).
EXEMPLOS:
Taxas de Polícia:
— Taxa de licença para vistorias técnicas.
— Taxa de licença para localização.
A cobrança da taxa deve ser procedida pela Entidade federada competente para
desempenhar a atividade ou executar o serviço.
IMPOSTO TAXA
Competência privativa Competência comum
Inexiste atividade estatal relativa ao Existe vínculo direto identificável entre o
contribuinte Estado e o contribuinte
Sua receita financiará os serviços públicos Sua receita financiará o custeio dos serviços
gerais públicos específicos e divisíveis
Tem como fato gerador uma atividade Tem como fato gerador a prestação de serviço
econômica do contribuinte público
Dentre as diversas receitas públicas que o Estado aufere, algumas são de índole não
tributária, como, por exemplo:
O preço público não é nenhuma espécie de tributo (não é receita tributária), pois sua
exigência não é compulsória e nem tem por base o poder fiscal do Estado.
O preço público representa um valor monetário (em termos de moeda, em dinheiro) que o
Estado (órgão público empresa associada, permissionária ou concessionária) exige, do
adquirente (pessoa física ou jurídica), pela venda de um bem material (produto, mercadoria
ou simples bem material) ou imaterial (serviços, locação e outros).
TARIFAS
A taxa é uma receita pública derivada, isto é, retirada de forma coercitiva do patrimônio dos
particulares, vindo a se integrar no patrimônio do Estado.
Na tarifa o serviço é facultativo, sendo, pois, o pagamento voluntário, isto é, paga-se somente
se existir a utilização do serviço. A tarifa é uma contraprestação de serviços de natureza
comercial ou industrial.
PEDÁGIO
Receita cobrada sob a forma de taxa ou tarifa pela utilização de qualquer via de transporte
por pessoa, veículo ou animal, com ou sem carga, levando-se em consideração seu peso,
unidade e capacidade de carga, destinada à construção, conservação e melhoramentos das
mesmas vias.
A quantia cobrada a título de pedágio é exigida em razão da utilização, pelo fato de circular
numa determinada obra (ponte ou outra) ou via de comunicação (estrada), com o fim de
amortizar o custo da obra e de atender despesas com a sua manutenção.
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
Não pode ser exigido mais do que o custo total da obra e, de cada contribuinte, em particular,
não poderá ser exigido mais do que o acréscimo de valor que sofreu o imóvel favorecido
diretamente com a providência governamental.
Condição para Cobrança (Art. 82 do CTN): a simples realização de obra pública por si só não
constituirá fato gerador da contribuição de melhoria, pois será necessário que da mesma
resulte, de forma efetivar um aumento no valor do bem imóvel.
Caso ocorra uma valorização do imóvel superior ao custo de obra, mesmo assim ter-se-á de
respeitar o limite global pelo que a cobrança não poderá exceder ao citado valor do custo da
obra.
a) que cabe à lei complementar estabelecer suas normas gerais (artigo 146, inciso III, da
Constituição Federal);
b) o principio da legalidade (artigo 150, inciso 1, da C.F.);
c) o principio da irretroatividade da lei tributária (artigo 150, inciso III, alínea “a”, da C.F.);
d) o principio da anualidade (artigo 150, inciso III, alínea “b”, da C.F.), exceto em relação às
contribuições sociais que se seguem, cobradas para o custeio da seguridade social, que
podem ser exigidas após decorridos 90 dias contados da data da publicação da lei que as
houver instituído ou modificado (artigo 195, caput, incisos 1 ao 1 e § 6, da C.F.):
— dos empregadores, incidentes sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro;
— dos trabalhadores;
— sobre a receita de concursos de prognósticos.
CONCEITO
São tributos que têm por fato gerador uma situação que constitui atividade estatal especifica
referida indiretamente ao contribuinte, ou grupo de contribuintes, levando-lhes um beneficio.
CARACTERÍSTICAS
A contribuição especial (tributo parafiscal) não pode viver dentro do mesmo regime jurídico
dos impostos, das taxas e das contribuições de melhoria (tributos fiscais).
Exemplos:
- Contribuições previdenciárias (SESI, SENAI, SENAC, SAT, etc.)
- OAB, CRC, CRECI, CREA
- FGTS
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
Sendo restituído, o empréstimo não corresponde a uma receita pública, mas a simples
ingresso. também somente a União pode instituí-lo, mediante lei complementar:
1) o fato gerador é circunstância para a qual não participam nem o Sujeito Ativo, nem o
Sujeito Passivo;
2) são restituíveis ao fim de certo tempo.
A fonte do Direito é o lugar de onde nasce uma regra jurídica que ainda não existia na
sociedade.
A expressão “fontes do Direito” indica as formas concretas que assume o direito objetivo
vigente em um tempo e em um país determinado, ou melhor, os meios geradores ou
processos de criação das normas jurídicas.
1) Sentido Material, Real ou Filosófico, que engloba as razões da existência do direito. São
os fatores ou causas que determinam as normas do direito (dirigem-se ao conteúdo das
regras).
2) Sentido Formal, Restrito ou Técnico, que envolve as formas ou maneiras através das quais
o direito objetivo se exterioriza e adquire força.
Todo direito, como fonte formal, tem uma forma pela qual se manifesta e se positiva.
LEI
De acordo com o artigo 5, inciso II, da Constituição Federal, ninguém pode ser obrigado a
fazer ou a deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude da lei.
Do ponto de vista tributário, a nossa Carta Magna estabelece, no inciso 1 do artigo 150, que
nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça.
A lei, como um processo legislativo, deve ser compreendida no seu sentido amplo, ou seja,
envolvendo desde a Constituição Federal, emendas constitucionais, leis complementares, leis
ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos até as resoluções.
A Lei Complementar é imposta pela CF, tendo por finalidade, dentre outras (Art. 146, CF):
Como o próprio nome diz, compete à lei complementar a atribuição de, tão-somente,
complementar os dispositivos e princípios contidos no texto constitucional, sem alterá-los,
mas apenas explicitando-os e/ou normatizando-os. Tem aplicação em âmbito nacional.
A lei ordinária, emanada do Poder Legislativo de cada uma das entidades tributantes (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios), é o único ato capaz de criar/fazer nascer a relação
jurídico-tributária. A competência tributária é exercida através da lei ordinária.
As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional, como dispõe o artigo 68 da Constituição Federal.
MEDIDAS PROVISÓRIAS
HISTÓRICO CONSTITUCIONAL
Exemplificando a sistemática adotada pela Emenda nº 32, imaginemos que uma medida
provisória publicada em 15 de setembro de 2002 aumente as alíquotas do ITR. Essa medida
provisória, ainda não tendo sido apreciada pelas duas Casas do Congresso Nacional em 60
dias de sua publicação, será prorrogada por mais 60 dias. Se a medida provisória for
convertida em lei até 31 de dezembro de 2002, poderá ser o ITR relativo ao ano de 2003
cobrado com as alíquotas majoradas. Entretanto, se a conversão em lei ocorrer, dentro do
prazo de prorrogação, após 31 de dezembro, a majoração será válida, mas somente produzirá
efeitos financeiros relativamente ao ITR de 2004, ou seja, o ITR de 2003 será cobrado sem a
majoração de alíquotas prevista na medida provisória. Se a medida provisória perder a
eficácia por decurso de prazo ou for rejeitada, a majoração de alíquotas nela prevista não
chegará a produzir qualquer efeito.
PERDA DA EFICÁCIA
Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua
publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do
Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais
deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.
Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no
prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas
Casas do Congresso Nacional.
Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou
perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de
atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
DECRETOS
O decreto é norma jurídica obrigatória e dotada de sanção. Ele é tido como a lei em sentido
genérico. O Decreto origina-se no PODER EXECUTIVO, onde regulamenta uma lei já
sancionada pelo Legislativo.
As convenções que visam evitar a bitributação são aquelas firmadas por dois ou mais países
com o fim de evitar-se que os cidadãos de um deles, que possuam domicílio, residência,
propriedades ou negócios no outro, fiquem isentos da DUPLICIDADE ou da
MULTIPLICIDADE da TRIBUTAÇÃO.
Para que um tratado internacional tenha vigor em nosso país, é necessário que ele seja
aprovado pelo Poder Legislativo. Esta é a norma ditada pelo artigo 49, inciso I, da
Constituição Federal, que diz:
RESOLUÇÕES
Tais Resoluções podem ser baixadas pelo Congresso, Câmara ou Senado Federal. A
elaboração desses atos legislativos se acha prevista nos respectivos regimentos internos de
cada casa legislativa.
A Resolução do Senado Federal, conforme o próprio nome indica, é baixada pelo Senado
Federal, sendo destinada à adoção de providência de caráter especial, mediante o exercício de
competência privativa.
Outro ponto que dá realce às Resoluções do Senado Federal está ligado à suspensão de
execução de lei ou decreto. Por Resolução do Senado Federal a execução de lei ou decreto,
declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, fica suspensa. Neste particular,
diante dos efeitos externos que provocam, a Resolução do Senado possui grande realce no
campo tributário.
Essas atribuições do Senado Federal são privativas. A técnica adotada, dessa disciplinação
tributária através de Resolução, deve-se ao caráter de câmara representativa de todos as
unidades políticas que o Senado Federal possui, e se apresenta conveniente, tendo em vista a
necessária flexibilidade que oferece ao sistema.
ATOS NORMATIVOS
Esses atos, como previsto no artigo 100, inciso 1, do CTN, são aqueles expedidos pelas
autoridades administrativas, necessários à perfeita execução das leis, inclusive para o bom
funcionamento da Administração e da conduta funcional de seus agentes.
DECISÕES ADMINISTRATIVAS
São as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei
atribua eficácia normativa.
Essas decisões não se originam da atuação dos órgãos judiciais ou dos juizes. Tratam-se de
decisões consequentes da atuação da Administração. O que interessa é o resultado da
interpretação administrativa, ou melhor, a maneira como a Administração interpreta os textos
legais.
Embora, como regra geral, as decisões constituam decisões entre as partes, não podendo se
aplicar a outras pessoas, as decisões administrativas sempre inspiram e orientam nos novos
casos de aplicação da lei (artigo 100, inciso II, do CTN).
USOS E COSTUMES
As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades ADMINISTRATIVAS, no dia-a-dia
das repartições, são normas complementares.
A existência do direito costumeiro está na conduta convivencial, a qual nos obriga, embora
não seja direito escrito.
CONVÊNIOS INTERNOS
Nos termos do artigo 100, inciso IV, do CTN, os convênios que entre si celebrem a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, são normas complementares das leis, dos
tratados e das convenções internacionais e dos decretos.
JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Tanto as fontes principais como as fontes complementares fazem parte do direito objetivo.
Elas estão compreendidas dentro da expressão “legislação tributária”, a qual é empregada
para designar o conjunto das leis, no sentido genérico, vigentes.
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
A palavra princípio acha-se ligada à idéia de ponto de partida, de base, de fundamento, isto é,
de proposição básica ou verdade primeira.
2) Específico: não basta a lei formal reconhecer a existência do tributo; precisa ela consignar
todos os seus elementos essenciais.
a) tem o sentido de que todo ato do Estado que interfira na liberdade do indivíduo,
aumentando suas obrigações ou deveres, deve estar apoiado em lei formal (emanada do Poder
Legislativo);
b) defende o patrimônio privado do cidadão contra prováveis atos da Administração. O Poder
Executivo não pode exigir nenhum tributo que não tenha sido definido por lei, a qual deve
estar ajustada às garantias constitucionais;
c) consagra que somente o Poder Legislativo é o titular do poder fiscal do Estado.
E mais, a lei tributária deve estar em vigor antes do início do exercício financeiro seguinte.
Como exceção a esse princípio, por força do artigo 153, § 1 da Constituição, o Poder
Executivo da União, observadas as condições e os limites estabelecidos em lei, pode alterar
as alíquotas dos impostos de Importação, Exportação, sobre Produtos Industrializados (IPI) e
sobre Operações de Crédito, Câmbios Seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários
(IOF) e dos Extraordinários (cobrados na iminência ou no caso de guerra externa).
Esse principio busca apenas uma igualdade relativa, assegurando um mesmo tratamento às
pessoas, físicas ou jurídicas, que se encontram em situações idênticas. É com fundamento
num mínimo de igualdade que existe a igualdade de todos.
O legislador deve se abster de criar desigualdades por ocasião da feitura das leis; é uma
limitação dirigida ao legislador.
Origina-se do ideal da justiça distributiva. É o princípio pelo qual cada pessoa deve contribuir
para as despesas da coletividade de acordo com a sua aptidão econômica.
O tributo é justo desde que adequado à capacidade econômica da pessoa que deve suportá-lo.
Capacidade Contributiva
OU
Possibilidade de Suportar o Ônus Tributário
As normas que integram o ordenamento jurídico formam uma estrutura única, totalizadora. O
seu todo é considerado como unidade.
Embora formando uma unidade, o certo é que as diferentes normas jurídicas do ordenamento
tributário não possuem, entre si, um mesmo valor hierárquico. Assim, no sistema jurídico,
vamos encontrar fontes superiores e inferiores numa escala ascendente, que formam a
hierarquia das fontes formais do direito.
Por imposto confiscatório devemos entender aquele que absorve grande parte do valor da
propriedade ou de sua renda, havendo uma diferença apenas entre o imposto constitucional e
o confiscatório.
Tais premissas constitucionais não permitem que sejam criados impostos que venham tolher
ou cercear essas garantias e direitos.
Isso ocorre quando o dispositivo dá interpretação autêntica a outro ou outros de lei anterior,
exclui penalidade desta, e, ainda, quando assume a característica de lex mitior (lei melhor).
— Princípio da Imunidade Recíproca sobre Patrimônio, Renda ou Serviços, uns dos outros
(art. 150, inciso VI, alínea “a”).
Exclusivamente com relação ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionado com as suas
finalidades essenciais (artigo 150, VI, b” e § 4).
Assim, por exemplo, se a entidade praticar atos de comércio (compra e venda de bens e
serviços), tais operações são tributáveis, por não terem característica de finalidade essencial
(religiosa).
Assim, por exemplo, se a entidade praticar atos de comércio (compra e venda de bens e
serviços), tais operações são tributáveis, por não terem característica de finalidade essencial
(por exemplo, assistência á criança e ao adolescente).
Anistia é o perdão dos acréscimos legais (multa e juros de mora) devidos nos recolhimentos
em atraso de débitos fiscais.
“I — instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique
distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do Pais;
II — tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em
níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
III — instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.”
A vigência de uma lei representa a identificação do momento em que uma lei (existente; já
publicada no Diário Oficial) se integra na ordem jurídica com aptidão para ser eficaz, ou,
melhor dizendo, do momento em que uma lei passa a ter validade formal, estando em
condições de ser aplicada a todos.
Como regra geral, dispõe o artigo 101 do CTN que a vigência, no espaço e no tempo, dos
atos que compõem a chamada legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis
às normas jurídicas em geral, ou seja, aplicáveis a outros ramos do Direito.
Essas normas jurídicas gerais estão contidas nos artigos 1 ao 6 da Lei de Introdução ao
Código Civil (L.I.C.C.) aprovada pelo Decreto-lei 4.657, de 4-9-1942.
Proibindo, contudo, a aplicação dessas regras gerais de Direito, podemos observar que o
próprio artigo 101 do CTN ressalva que, previamente à observância dessas normas, a questão
da vigência da legislação tributária é regida pelas disposições tributárias, específicas,
previstas nos artigos 102 ao 104 do próprio Código Tributário Nacional.
Como regra geral, no Brasil, a lei tributária, tem por costume definir a sua data de entrada em
vigor, com a menção da expressão:
Existem hipóteses, contudo, em que a lei é publicada numa data, mas só começa a vigorar em
outra, posteriormente. Nesses casos, embora a lei já esteja integrando o ordenamento jurídico,
em razão de sua publicação no Diário Oficial, ela ainda não é eficaz ou seja, ainda não está
produzindo seus efeitos.
Denomina-se VACATIO LEGIS o período de tempo que se inicia com a publicação da lei e
que termina com a sua efetiva entrada em vigor, ou, melhor dizendo, com a sua efetiva
aplicação.
Durante esse período da vacatio legis, os atos praticados em conformidade com a lei anterior
são perfeitamente válidos.
Pelo que determina o artigo 103 do CTN, salvo disposição expressa em contrário, entram em
vigor:
É importante observar que a isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de
determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo (artigo
178 do CTN).
Subsidiariamente, para definirmos o momento da vigência de uma lei, nos socorremos das
seguintes normas jurídicas em geral, as quais constam da Lei de Introdução ao Código Civil:
— Artigo 1, § 3, da L.I.C.C.: se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação do
seu texto, destinada a correção, os retrocitados prazos de 45 dias e de 3 meses serão
contados a partir da nova publicação.
— Artigo 2, caput, da L.I.C.C.: a lei, desde que não se destine a vigência temporária (por
prazo certo), produz efeitos (vigora) até que outra a modifique ou revogue.
— Artigo 2, § 1, da L.I.C.C.: esse dispositivo trata da questão da revogação de uma lei por
outra. Dispõe esse dispositivo que a lei posterior revoga a anterior sempre que:
a) expressamente o declare;
b) for com ela incompatível; ou
c) regular inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
A revogação de uma lei, no lato senso da palavra, pode ocorrer de forma expressa ou tácita.
Será expressa quando a nova lei especificar, em seu texto, o dispositivo que fica revogado.
Será tácita quando a nova lei, pelo seu teor, sem que, expressamente, se refira à revogação de
outros atos específicos, seja incompatível com uma lei anterior.
A revogação de uma lei, seja de forma expressa ou tácita, pode ser total ou parcial. Quando
total, a revogação é chamada de ab-rogação.
Esse princípio está expresso no artigo 3 da Lei de Introdução ao Código Civil, ao dispor que
ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece, ou alegando a sua
ignorância.
Para que seja possível a convivência social, a lei, como condição indispensável, tem que ser
obrigatória, a fim de que todos a cumpram.
Para preservar a segurança jurídica (o cumprimento da lei) é que não se admite, como
justificativa da inobservância de um procedimento legal, a alegação do desconhecimento de
uma lei.
A vigência da legislação tributária, sob o aspecto espacial (territorial), está prevista no artigo
102 do CTN, o qual, como exceção, admite a possibilidade da sua extraterritorialidade.
Isso porque a lei tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em regra,
vigora no País, dentro dos seus respectivos territórios. Esse é o principio geral.
Pelo artigo 102 do CTN, uma lei tributária local poderá vigorar em outro território desde que,
nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, através da celebração de Convênios entre essas entidades ou nos limites do que
disponham o próprio CTN ou outras leis de normas gerais expedidas pela União.
A estabilidade das relações sociais e a segurança jurídica são garantidas por essa regra da não
retroatividade da lei.
Está no artigo 6 da Lei de Introdução do Código Civil que a lei em vigor terá efeito imediato
e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
O ato jurídico perfeito é aquele já consumado, já concluído, já acabado, tudo de acordo com a
lei vigente ao tempo, na data em que se realizou.
Devemos entender por direito adquirido aquele que o seu titular, ou alguém por ele possa
exercer, como aquele cujo começo do exercício tenha termo prefixado, ou condição
preestabelecida inalterável, a arbítrio de outra pessoa.
A coisa julgada ou caso julgado refere-se à decisão judicial de que já não caiba mais qualquer
recurso. Ela resulta da sentença que é imutável e indiscutível, ou seja, da qual não cabe mais
apresentar recurso ordinário ou extraordinário.
Assim, qualquer lei, inclusive a lei tributária, pode ter efeito retroativo, desde que respeite o
ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
Está no artigo 105 do nosso CTN que a legislação tributária aplica-se aos fatos geradores
futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido inicio mas não
esteja completa, ou seja, aos fatos ainda não concluídos, não terminados.
Nesse momento, é importante lembrar o princípio constitucional que proíbe cobrar tributos
em relação a fatos geradores ocorridos antes do inicio da vigência da lei que os tenha
instituído ou aumentado.
Ainda tratando da retroatividade, o artigo 106 do CTN lista as situações em que a lei
tributária será aplicada a ato ou fato passado.
Em qualquer caso, a lei que seja expressamente interpretativa será aplicada a fatos pretéritos.
Aqui cabe lembrar que exclui-se dessa regra da retroatividade, a lei que determinar a
aplicação de penalidade em face de infração dos dispositivos interpretados.
Sempre que se tratar de atos não definitivamente julgados, a lei tributária se aplicará
retroativamente quando, em relação a esses atos:
a) quando a lei nova deixa de considerar como infração um acontecimento que antes, pela lei
antiga, era assim considerado. Nesses casos, a lei nova retroage e se aplica ao fato pretérito
para beneficiar aquele que não mais é considerado como infrator;
b) se, na lei anterior, um ato é considerado contrário a exigências de ações ou omissões e a lei
nova assim não mais o considera, o julgamento desse ato se fará segundo os preconceitos da
nova lei. Uma ressalva é feita a esse dispositivo: essa lei nova não se aplicará preteritamente
se o ato tiver sido praticado com fraude ou se dele resultar falta de pagamento de tributo;
c) se a lei nova estipular penalidade menos severa que a prescrita na lei antiga, a qual vigia na
época da infração, retroage a lei nova para beneficiar o infrator.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
É o poder concedido ao ente tributante de instituir e exigir o tributo, bem como de regular o
seu valor, a época e a modalidade de pagamento, e de definir as atribuições dos órgãos
lançadores, arrecadadores e fiscalizadores.
PODER DE LEGISLAR
No artigo 6 do nosso CTN — Código Tributário Nacional, está determinado que a atribuição
constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, sempre
respeitadas as limitações ao poder de tributar prescritas na Constituição Federal, nas
Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios.
Ao legislador competente não são impostas quaisquer outras limitações, além daquelas de
ordem constitucional.
Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de
direito público continuam pertencendo à competência legislativa daquela entidade a que
tenham sido atribuídos originalmente (artigo 6, parágrafo único, do CTN).
Assim, embora a receita tributária arrecadada tenha que ser distribuída, como ordena a nossa
Constituição Federal, com outra entidade pública, a competência para legislar sobre o tributo
continua pertencendo ao ente ao qual tenha sido atribuído.
INDELEGABILIDADE
ATRIBUIÇÃO DE FUNÇÕES
O artigo 7 do CTN admite que é possível a atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária.
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra.
É importante ressalvar que essa atribuição das funções de arrecadação e execução tributárias
(artigo 7, §§ 1 ao 3, do CTN):
O não uso da competência tributária não provoca a decadência, ou seja, a perda do respectivo
direito, pois poder fiscal é imprescritível por natureza.
Além disso, como dispõe o artigo 8 do CTN, o não-exercício da competência tributária não a
defere a posso jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição Federal a
tenha atribuído.
MODALIDADES
a) PRIVATIVA — quando um único ente tributante tem o poder fiscal para instituir um
determinado tributo.
Exemplos: ISS para os Municípios; ICMS para os Estados e o Distrito Federal, e Imposto de
Renda para a União.
c) COMUM — quando duas ou mais entidades têm poder para decretar um mesmo tributo
UNIÃO
— Imposto de Importação.
— Imposto de Exportação.
— Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR).
— Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
— Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários (IOF).
— Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR).
— Imposto sobre Grandes Fortunas.
— Impostos Extraordinários, na iminência ou no caso de guerra externa, compreendidos ou
não em sua competência tributária, os quais devem ser suprimidos, gradativamente, tão
logo cessarem as causas de sua criação.
— Empréstimos Compulsórios.
— Contribuições Sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das
categorias profissionais ou econômicas.
A própria Constituição Federal, no parágrafo único do seu artigo 149, como exceção, permite
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituírem contribuição, a ser cobrada
apenas de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de sistema de previdência e
assistência social.
COMPETÊNCIA RESIDUAL
UNIÃO
— Outros Impostos concorrentes, mediante lei complementar, desde que sejam não
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios de outros impostos já
discriminados constitucionalmente.
São chamadas:
Ela ocorre quando um ente tributante não competente para exigir determinado imposto,
procede à sua cobrança.
Há, assim, a invasão de competência quando uma entidade pública exige um imposto, cujo
respectivo poder fiscal, privativamente, pertence a outro ente tributante.
É importante ressalvar que essa invasão de competência tributária nunca ocorre com as taxas
e contribuições de melhorias, já que em relação a esses tributos a competência é comum e
não privativa.
BITRIBUTAÇÃO
Ocorre a bitributação sempre que um mesmo tributo, num mesmo fato gerador, vem a ser
exigido, simultaneamente, por duas ou mais vezes, do mesmo contribuinte, por entidades
tributantes diferentes. Abrange apenas as situações de competência concorrente entre a União
e os Estados/Distrito Federal.
No atual Sistema Tributário Nacional não mais existe a bitributação, em face a não mais
existirem impostos concorrentes. Havendo a cobrança de um mesmo imposto por mais de
uma entidade tributante, estará existindo uma invasão de competência tributária, e não uma
bitributação.
BIS IN IDEM
O denominado bis in idem ocorre quando um ente tributante, no uso de sua competência
tributária, exige mais de uma vez um mesmo tributo de um único contribuinte em razão do
mesmo fato gerador.
Bis: repetir
In Idem: a mesma coisa
Essa expressão bis in idem representa a exigência de um mesmo imposto ou tributo mais de
uma vez, ou seJa, repetidamente, por força da aplicação de duas normas jurídicas, emanadas
do mesmo poder fiscal, sobre o mesmo fato tributável.
O bis in idem, embora seja um fato jurídico injusto e reprovável, não e ilegal nem
inconstitucional, bem como não representa, na verdade, um conflito de competência
tributária, já que é o mesmo ente competente que procede á duplicidade da cobrança.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A relação jurídica, como regra geral, é o vínculo que se estabelece entre pessoas físicas e
jurídicas, em razão do cumprimento das regras jurídicas aplicáveis coercitivamente, no dia-a-
dia do convívio social.
O titular do poder fiscal é o Estado. Ao usar esse poder fiscal, o Estado ampara-se na lei, a
qual estabelece e rege as relações jurídicas que surgem entre o próprio Estado e os chamados
contribuintes e/ou terceiros responsáveis.
Além disso, regra geral, o Estado, com base na lei, exige dos contribuintes o cumprimento de
outras obrigações, como de escriturarem livros, emitirem documentos fiscais, inscreverem-se
no cadastro fiscal, entregarem declarações periódicas de informações e de deixarem-se
fiscalizar, tudo no interesse público de assegurar e controlar a arrecadação do tributo.
A obrigação tributária decorre dessa relação jurídica tributária; ela é representada pelo
vinculo que se estabelece entre uma pessoa jurídica de direito público, chamada de credora, e
outra (na qualidade de contribuinte, responsável ou terceiro) chamada de devedora. E é em
razão desse vínculo jurídico que o credor pode exigir do devedor o cumprimento da
obrigação tributária.
De acordo com o artigo 113 do nosso CTN — Código Tributário Nacional—, a obrigação
tributária divide-se em:
1) Principal.
2) Acessória.
A obrigação é principal quando o contribuinte tem por prestação (por dever) o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária (multa em dinheiro).
A obrigação é acessória quando, por força de lei, a prestação a ser cumprida é a de fazer ou
não fazer alguma coisa, ou permitir que ela seja feita pelo Fisco, tudo no interesse da
arrecadação ou da fiscalização dos tributos (artigo 113, § 2, do CTN).
Além disso, dispõe o § 3 do artigo 113 do CTN que o descumprimento de uma obrigação
acessória faz com que a mesma se converta em obrigação principal relativamente á aplicação
de penalidade pecuniária por parte da Fiscalização competente.
É o caso, por exemplo, de uma venda estar isenta do ICMS, mas de esse fato não desobrigar
o comerciante da emissão da respectiva Nota Fiscal, acobertando a operação.
Importante é enfatizar que a obrigação, seja principal ou acessória, nasce sempre da lei, aqui
entendida no lato sensu da palavra.
— Elementos Estruturais da Obrigação Tributária
1) causa
2) objeto
3) sujeito ativo
4) sujeito passivo
A causa da obrigação tributária é a lei, por força da qual surge o vínculo jurídico decorrente
da ocorrência do fato gerador.
Isso porque, em respeito ao princípio constitucional da legalidade, somente por lei o tributo
pode ser exigido, ou melhor dizendo, pode ser instituído e cobrado.
O vínculo jurídico faz surgir um nexo causal com reciprocidade de direitos e obrigações,
tendo de um lado o credor (Sujeito Ativo), titular do poder fiscal, que pode exigir o
cumprimento da prestação, e do outro o devedor, pessoa que é obrigada a cumprir a
prestação.
OBJETO
O objeto da obrigação tributária, seja esta principal ou acessória, é, então, essa prestação que
o Estado, na qualidade de credor do tributo, tem o direito de exigir do contribuinte,
responsável ou terceiro, este na condição de devedor.
SUJEITO ATIVO
O Sujeito Ativo da obrigação tributária é o Estado, pessoa que tem o direito de exigir de
outrem a prestação objeto da relação jurídica. E a pessoa jurídica de direito público titular da
competência tributária para instituir e exigir do contribuinte, responsável ou terceiro, o
cumprimento da obrigação (artigo 119 do CTN).
SUJEITO PASSIVO
E, assim, o Sujeito Passivo, a pessoa física ou jurídica obrigada a cumprir a prestação que
constitui o objeto da obrigação que o Sujeito Ativo tem o direito de exigir.
Existem 2 tipos de Sujeitos Passivos (artigo 121, parágrafo único, do CTN), chamados de:
1. DIRETO Contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que
constitua o respectivo fato gerador.
2. INDIRETO Responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua
obrigação decorra de disposição expressa em lei.
Pelo artigo 128 do CTN é permitido que a lei atribua de modo expresso a
responsabilidade pelo crédito tributário (débito fiscal) á terceira pessoa,
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter
supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
A sujeição passiva indireta, na verdade, ocorre quando o Estado, visando garantir a sua
receita, tem interesse ou necessidade de cobrar o tributo de uma pessoa diversa do
contribuinte direto, escolhendo, assim, outra pessoa para cumprir a obrigação tributária.
De acordo com o nosso Código Tributário Nacional (artigos 124, 125 e 129 ao 138) e a
doutrina, existem 2 modalidades distintas na sujeição passiva indireta:
RESPONSABILIDADE POR:
Essa transferência pode se manifestar de 3 formas: pela solidariedade, pela sucessão ou pela
responsabilidade de terceiros.
SOLIDARIEDADE
a) as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal (solidariedade de fato). Exemplo: 3 pessoas co-proprietárias de um
imóvel em relação ao IPTU;
b) as pessoas expressamente designadas pela lei (solidariedade de direito).
O parágrafo único desse mesmo artigo 124 do CTN, ao expressamente dispor que a
solidariedade não comporta benefício de ordem, determina que não poderá qualquer devedor
solidário exigir que o Estado, credor da obrigação, cobre antes deste ou daquele devedor, ou
seja, observando certa ordem de preferência, em razão de estar mais diretamente relacionado
com a situação geradora do tributo.
Além disso, o artigo 125 do CTN expressamente elenca os seguintes efeitos da solidariedade,
os quais somente não prevalecem se houver disposição de lei em contrário:
SUCESSÃO
As normas relacionadas com a responsabilidade por sucessão (artigos 129 ao 133 do CTN)
aplicam-se por igual aos créditos tributários já constituídos ou em curso de constituição na
data da ocorrência dos respectivos atos sucessórios, bem como aos constituídos
posteriormente, desde que nestes casos, sejam referentes a obrigações tributárias surgidas até
essa data.
São as seguintes as situações que referem-se à responsabilidade por sucessão (artigos 131.
132 e 133 do CTN):
É importante ressalvar que os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela
prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na
pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS
Nos artigos 136 e 137 do nosso Código Tributário Nacional, está definida a questão da
responsabilidade por infrações, a qual, salvo disposição de lei em contrário, independe da
intenção do agente ou no responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
a) quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando
praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou
no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
b) quanto ás infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;
c) quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo especifico:
— das pessoas elencadas no artigo 134 do CTN (responsabilidade de terceiros, contra
aquelas por quem respondem);
— dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou
empregadores,
— dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra
estas.
O artigo 138 do CTN dispõe que a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da
infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora,
ou do depósito de importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante
do tributo dependa de apuração.
E importante ressalvar que não se considera espontânea a denúncia apresentada após o inicio
de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a
infração.
CONVENÇÕES PARTICULARES
Exceto se houver previsão legal expressa em contrário, como regra básica não se admite que
as convenções (acordos) particulares, concernentes à responsabilidade pelo pagamento de
tributos, sejam opostas a Fazenda Pública, com vistas a modificar definição legal do sujeito
passivo das obrigações tributárias correspondentes.
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
Como regra geral, podemos ver a capacidade como sendo a aptidão jurídica de qualquer
pessoa para, por si mesma, exercer direitos e contrair obrigações.
E pela capacidade jurídica tributária que, com base na lei, diversas pessoas se enquadram
como sujeitos passivos da obrigação tributária, ou seja, têm a obrigação de satisfazerem as
exigências fiscais.
A capacidade tributária é presumida pela lei. Ela se origina da escolha, feita pelo legislador,
das pessoas que praticam, ou que com eles se relacionam, os fatos geradores da obrigação
tributária.
A capacidade tributária não tem relação com a capacidade contributiva, já que esta preocupa-
se com o aspecto econômico da pessoa e aquela tem a ver com a possibilidade da pessoa ser
sujeito passivo.
DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
O lugar onde as pessoas cumprem as suas obrigações e respondem pelos seus direitos, no que
se refere às normas tributárias, denomina-se domicílio tributário.
Como regra geral, o CTN permite que o contribuinte ou responsável eleja o seu domicilio
tributário, a seu critério.
Ocorre que o artigo 127 do CTN define critérios alternativos que devem ser observados
sempre que não houver essa escolha prévia (eleição) ou que o domicílio eleito for recusado
pela Fiscalização.
Quando não eleito o domicílio tributário, seja pelo contribuinte ou pelo responsável, deverá
ser considerado como tal:
Nos casos em que não for possível a aplicação desses critérios, o domicilio tributário do
contribuinte ou responsável deverá ser considerado como sendo o lugar da situação dos bens
ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
A recusa do domicílio eleito poderá ser procedida pela Autoridade Administrativa, sempre
que o lugar impossibilitar ou dificultar a arrecadação ou a fiscalização do tributo.
Nesses casos, como domicilio será considerado o lugar em que se encontrarem os bens ou em
que ocorrerem os atos ou fatos geradores da obrigação tributária.
Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será
considerado domicílio para os atos nele praticados, conforme § 1 do artigo 75 do Código
Civil/2002.
ESTABELECIMENTO - DEFINIÇÃO
O Código Civil Brasileiro define estabelecimento como todo complexo de bens organizado,
para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. Pode o
estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou
constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza (artigos 1142 e 1143 do Código
Civil/2002).
FATO GERADOR
A lei descreve situações hipotéticas, abstratas, que, ao ocorrerem na vida real, fazem com que
se fixe o momento do nascimento da obrigação tributária.
E é a essa definição abstrata, contida na lei, das hipóteses em que o tributo incide ou em que
o tributo deva ser cobrado, que denominamos de fato gerador da obrigação tributária.
O fato gerador é, assim, a situação de fato, prevista na lei de forma prévia, genérica e
abstrata, que, ao ocorrer na vida real, faz com que, pela materialização do direito ocorra o
nascimento da obrigação tributária, seja esta principal ou acessória.
A lei abstrata, por si só, não é capaz de fazer surgir a obrigação tributária.
Nos artigos 114 e 115 do CTN, encontramos dois conceitos de fato gerador, como sendo:
É o artigo 116 do CTN que define que, salvo disposição de lei em contrário, considera-se
ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:
Para os efeitos da letra “b” anterior e sempre ressalvando disposição de lei em contrário, vem
o artigo 1 17 do CTN dispor que os atos ou negócios jurídicos condicionais serão reputados
como perfeitos e acabados, desde o momento:
Nesse ponto é importante observarmos o teor dos artigos 121 e seguintes do Novo Código
Civil Brasileiro, que tratam dessa questão das condições, como se segue:
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das
partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou
aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o
negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não
fazer coisa impossível.
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer
quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela
forem incompatíveis.
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio
jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que
ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua
realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados,
desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-
fé.
A definição legal do fato gerador deve ser interpretada de modo que não sejam levados em
consideração questões relacionadas (artigo 118 do CTN):
Assim, desde que se materialize, na vida real, a hipótese de incidência tributária descrita na
lei, surge a obrigação principal ou acessória, inclusive em se tratando de atividades ilícitas
em face da norma penal.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
O crédito tributário corresponde à prestação em moeda ou outro valor nela se possa exprimir,
que o sujeito ativo da obrigação tributária (União, Estados, Distrito Federal e Municípios)
tem o direito de exigir do sujeito passivo direto ou indireto (contribuinte, responsável ou
terceiro).
Dispõe o artigo 139 do nosso Código Tributário Nacional que o crédito tributário decorre da
obrigação principal (pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária) e tem a mesma
natureza desta.
“O fato gerador da obrigação tributária não constitui uma idéia abstrata do legislador, pois
este irá buscar o fenômeno em um acontecimento do mundo real. Este acontecimento (fato)
tem existência mesmo fora da vida jurídica (fora da norma jurídica), embora, neste caso, sem
produzir efeitos jurídicos.” (Bernardo Ribeiro de Moraes)
Certos acontecimentos são colocados fora do campo de incidência tributária, seja por força da
Constituição ou de lei ordinária, seja, ainda, por não haver o enquadramento do fato in
concreto à lei in abstrato. E o que veremos a seguir.
ISENÇÃO
A ISENÇÃO, como a incidência, decorre de lei. É o próprio poder público competente para
exigir tributo que tem o poder de isentar. A União, com o advento da atual Constituição
Federal, não pode mais instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios (Art. 151, inciso III).
É a isenção um caso de exclusão ou, melhor dizendo, de dispensa do crédito tributário (artigo
175, inciso I, do CTN).
A maioria dos doutrinadores entendem que a isenção não impede o nascimento da obrigação
tributária, mas, tão-somente, impede o aparecimento do crédito tributário, que corresponderia
á obrigação surgida.
INCIDÊNCIA
NÃO INCIDÊNCIA
A NÃO-INCIDÊNCIA de um tributo, por sua vez, corresponde aos fatos ou atos que não são
aptos para dar nascimento à obrigação tributária.
O acontecimento material não se sujeita ao tributo por não se enquadrar á hipótese legal.
É o caso, por exemplo, de uma pessoa física que, ao vender a bicicleta de seu uso, não está
sujeita ao pagamento do ICMS — Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de
Serviços. Esta não sujeição decorre do fato de faltar a este acontecimento o elemento
material, que é o fato de conteúdo econômico. Para o ICMS, neste caso, o elemento material
do fato gerador é a saída de mercadoria de estabelecimento comercial, industrial ou produtor.
IMUNIDADE
Na imunidade, como na não-incidência, não há fato gerador, só que não porque a lei não
descreva o fato como hipótese legal, mas sim porque a Constituição não permite que se
encontre nos acontecimentos características de fato gerador de obrigação principal.
1a VISÃO:
NÃO INCIDÊNCIA
INCIDÊNCIA ISENÇÃO
IMUNIDADE
2a VISÃO:
NÃO INCIDÊNCIA
INCIDÊNCIA IMUNIDADE
ISENÇÃO
Os defensores dessa segunda visão entendem que a imunidade, se não existisse, estaria dentro
da incidência.
SUSPENSÃO E DIFERIMENTO
Essa competência vinculada da Autoridade Administrativa significa dizer que esta deve
subordinar-se ao que expuser a lei, tão-somente executando as atribuições de seu cargo, tudo
em prol do interesse coletivo.
Não há, dessa forma, opção ou liberdade da Autoridade Administrativa ao aplicar a lei, sendo
obrigatória a observância das disposições legais.
Como regra geral, sempre que o valor tributário estiver expresso em moeda estrangeira,
quando da sua constituição pelo lançamento deverá ser feita a sua conversão em moeda
nacional, considerando-se o câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação (artigo
143 do CTN).
Nos termos do artigo 144 do nosso CTN, a atividade de lançamento deve reportar-se à data
da ocorrência do fato gerador da respectiva obrigação e formalizar-se com base na lei então
vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
Esse critério de aplicabilidade da lei vigente à época do fato gerador não se aplica aos
impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe
expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido (artigo 144, § 2, do CTN).
É o artigo 145 do CTN que determina que o lançamento, depois de regularmente notificado
ao sujeito passivo, somente poderá vir a ser alterado em virtude de:
A partir destas informações o sujeito ativo pode cobrar o tributo devido, que em alguns casos
é também calculado e indicado pelo declarante.
É feito “de oficio” pela Autoridade Administrativa e tem por objetivo suprir deficiências,
omissões ou incorreções dos outros lançamentos. O instrumento utilizado pelo lançamento ex
officio é o Auto de Infração ou a Nota de Lançamento.
O sujeito passivo, uma vez ocorrido o fato gerador, procede o recolhimento do tributo devido.
O Art. 142 do CTN diz que compete privativamente à Autoridade Administrativa constituir o
crédito tributário pelo lançamento. Quando o legislador fala em pagamento antecipado,
pretende deixar claro que o sujeito passivo é obrigado a efetuar o pagamento do tributo antes
do procedimento administrativo determinado. O lançamento ocorrerá, assim, pela Autoridade
Administrativa que, tomando conhecimento da atividade, expressamente a homologa.
O prazo para essa homologação, como regra geral, é de 5 anos, contados da data da
ocorrência do fato gerador, exceto se comprovado ter existido dolo, fraude ou simulação.
Esgotado esse prazo, o crédito tributário será então considerado como definitivamente
extinto.
É importante ressalvar que quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em
consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade
lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam
omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os
documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada,
em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial (artigo 148 do
CTN).
SUSPENSÃO DO CRÉDITO
b) O depósito do seu montante integral, o qual refere-se á situação do depósito feito para que
se possa discutir, administrativa ou judicialmente, um lançamento feito e notificado ao
contribuinte.
Até que seja decidido o lançamento, fica suspenso o direito do Estado de exigir o crédito
tributário.
c) As reclamações e os recursos, desde que feitos nos termos das leis reguladoras do processo
tributário administrativo.
De acordo com o artigo 156 do CTN, são as seguintes as hipóteses que extinguem o crédito
tributário:
PAGAMENTO
O pagamento representa o cumprimento da obrigação tributária principal, ou seja, a quitação
do tributo.
COMPENSAÇÃO
A compensação, que ocorre quando o sujeito passivo é também credor do sujeito ativo, por
parcela idêntica ou desigual àquela representativa do crédito tributário.
Pelo artigo 170 do CTN, a lei pode permitir que a Autoridade Administrativa, caso a caso,
autorize a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou
vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública.
A compensação não se trata de um direito do devedor, mas sim de uma concessão do ente
tributante, credor.
TRANSAÇÃO
A transação decorre de concessões mútuas entre os sujeitos ativos e passivos, com o objetivo
de terminar litígios, devendo, obrigatoriamente, resultar na extinção do crédito tributário
(artigo 171 do CTN).
Assim, para que ocorra a transação é necessário que, previamente, exista um litígio e que dela
decorra a solução de uma controvérsia.
REMISSÃO
Esse perdão, total ou parcial do crédito tributário, há que ser autorizado por lei à Autoridade
Administrativa, a qual poderá concedê-lo através de despacho fundamentado, atendendo
(artigo 172 do CTN):
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
A prescrição e a decadência são situações distintas de extinção do direito à exigibilidade do
crédito tributário.
DECADÊNCIA
— do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado;
— da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vicio formal, o
lançamento anteriormente efetuado.
" Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do
fato gerador; expirado este prazo sem que a fazenda tenha se pronunciado, considera-se
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação."
PRESCRIÇÃO
"Prescrição", diz PONTES DE MIRANDA, "é a exceção, que alguém tem, contra o que não
exerceu, durante certo tempo, que alguma regra jurídica fixa, a sua pretensão ou ação"
(PONTES DE MIRANDA. Tratado de Direito Privado, Rio, Borsoi, 1955, t. VI, p. 100).
A decadência supõe um direito que, embora nascido, não se tornou efetivo pela falta de
exercício. a prescrição supõe um direito nascido e efetivo, mas que pereceu pela falta de
proteção pela ação, contra a violação sofrida (LEAL. Antônio Luís da Câmara. Da
Prescrição e da Decadência, 2a. ed., Rio, Forense, 1959, p. 115-6 e 114).
O Código Tributário Nacional prevê dois prazos preclusivos: surgindo a obrigação tributária,
nasce para a Fazenda Pública o direito formativo de constituir o crédito tributário, no prazo
de decadência de cinco anos, não sujeito a interrupção ou suspensão (CTN, art. 173);
constituído o crédito tributário, a Fazenda Pública tem o direito de haver a prestação
tributária, direito que se extingue (prazo de decadência, portanto), decorridos outros cinco
anos (CTN, art. 174). Este segundo prazo, impropriamente denominado de prescricional,
está, porém, sujeito a interrupção (CTN, art. 174, § único) e a suspensão.
Finalmente, o STJ editou a Súmula nº 210, em 2.6.1998: ‘‘A ação de cobrança das
contribuições para o FGTS prescreve em 30 (trinta) anos’’.
Observe-se, ainda, que o INSS exige que os documentos comprobatórios do cumprimento das
obrigações previdenciárias (folha de pagamento, etc.) devem ficar arquivados na empresa
durante dez anos, à disposição da fiscalização, com base no art. 32, § 11 da Lei 8212/91
(Parágrafo remunerado pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997).
O direito da Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extingue-se após 10 (dez)
anos contados:
I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido
constituído;
II – da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, a
constituição de crédito anteriormente efetuada.
A Constituição Federal atual, ao fixar os princípios informadores, cogentes e reguladores do
sistema tributário nacional, estabeleceu, no art. 146, que "Cabe à Lei Complementar: ... III –
estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: ... b)
obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributária; ..."
Evidencia-se, desde logo, que qualquer regência legislativa sobre lançamento e crédito
tributário há de ser inspirada em Lei Complementar, sob pena de não ter qualquer existência,
validade, eficácia e efetividade.
Desta forma, o INSS do ano de 1997, por exemplo, já foi atingido pela decadência, que é de
5 anos a partir da data do fato gerador (art. 150, § 4o. do Código Tributário Nacional – Lei
5172 de 1966).
Assim, há conflito entre a Lei 8212/91 e o CTN. Como o CTN é norma superior, deveria
seguir-se esta.
É nesse momento em que o depósito é transformado em renda para o Estado, que ocorre a
respectiva extinção do crédito tributário.
Ocorre o pagamento antecipado quando o sujeito passivo (devedor), efetiva o cálculo e tem o
dever de antecipar o recolhimento do tributo sem o prévio exame da autoridade
administrativa, sendo que, através do lançamento por homologação, o sujeito ativo (credor) o
homologa expressa ou tacitamente, esta última, pela decorrência do prazo decadencial.
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
O artigo 164 do CTN permite que a importância do crédito tributário seja consignada
judicialmente pelo sujeito passivo, nos seguintes casos:
A consignação somente pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe a pagar.
JULGADA EFEITOS
Procedente O pagamento se reputa efetuado, sendo a
importância consignada convertida em renda
a favor da entidade tributante
Improcedente, no todo ou em parte Cobra-se o crédito acrescido de juros de
mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis
Assim entendida a solução definitiva dada em âmbito administrativo, da qual não mais possa
ser objeto de ação anulatória (apresentação de recurso na esfera administrativa), tendo sido
decidido pela anulação do lançamento do crédito tributário, favorecendo o sujeito passivo
(devedor).
A decisão judicial passada em julgado, através da qual tenha sido declarado improcedente o
lançamento.
Considera-se transitada em julgado a decisão final (sentença) da qual não caiba mais
qualquer recurso.
A respeito do pagamento deve-se, ainda, observar as seguintes regras (artigos 159 ao 163 do
CTN) quanto:
a) Ao local: sempre que a legislação tributária não ficar o tempo (prazo) para a realização do
pagamento, o crédito tributário será considerado como vencido 30 dias depois da data em que
se considera o sujeito passivo notificado do lançamento. É permitido que a legislação
tributária conceda desconto pela antecipação do pagamento, desde que observados os
critérios que estabeleça;
Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora deverão ser calculados à taxa de 1%
do mês.
Não serão devidos juros moratórios, durante a pendência de consulta, desde que esta tenha
sido formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito tributário.
c) Á forma de pagamento: como regra geral, o pagamento do crédito tributário deve ser
realizado em moeda corrente, cheque ou vale postal; e, nos casos previstos em lei, em
estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico.
Quando pago por cheque, o crédito somente se considera extinto com o resgate do mesmo
pelo sacado.
Nos termos do artigo 165 do CTN, os contribuintes têm o direito de, independentemente de
prévio protesto, solicitar, junto ao ente tributante, a restituição total ou parcial do tributo, seja
qual for a modalidade do seu pagamento, nos seguintes casos:
A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma proporção, dos juros
de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter formal não
prejudicadas pela causa da restituição (artigo 167 do CTN).
Os valores dos indébitos tributários podem ser restituídos sob duas formas:
A isenção e a anistia excluem o crédito tributário. Isso é o que dispõe o artigo 175 do CTN,
ressalvando que essa exclusão do crédito tributário não dispensa o sujeito passivo do
cumprimento das respectivas obrigações acessórias, como, por exemplo, com relação ao IPI,
ICMS e ISS, as obrigações de emissão de documentos e escrituração de livros fiscais.
ISENÇÃO
A lei que concede uma isenção impede o surgimento da obrigação tributária principal e o
respectivo lançamento do crédito tributário. A competência para isentar pertence ao ente
público que tem o poder de instituir o tributo.
A não-incidência representa fatos que não estão alcançados pela definição legal das
hipóteses de incidência (fatos geradores) de um tributo.
Ocorre a incidência quando é realizado ou efetivado um fato, um ato ou uma situação jurídica
previamente descrito como gerador da obrigação de pagar um dado tributo. Logo, no campo
de incidência de um tributo estão os fatos geradores desse tributo.
Como dispõe o artigo 104, inciso III, do CTN, a lei que revoga total ou parcialmente uma
isenção não tem eficácia imediata. Em respeito ao princípio constitucional da anualidade dos
tributos, uma lei revogatória de um beneficio isencional somente produzirá efeitos a partir do
primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação, exceto se dispuser
de modo mais favorável ao contribuinte.
a) quando total, a instituição da cobrança de um tributo que não vinha sendo exigido; ou
b) quando parcial, o aumento de um tributo.
Como determina o artigo 176 do CTN, a isenção, ainda quando prevista em contrato, é
sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua
concessão, os tributos a que se aplica e, sendo o caso, o prazo de sua duração.
Ressalvada alguma disposição de lei em contrário, a isenção somente se aplica aos impostos,
não sendo extensiva (artigo 177 do CTN):
A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho
da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do
preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato
para sua concessão (artigo 179 do CTN).
E importante alertar que esse despacho de concessão da isenção não gera direito adquirido,
podendo ser revogado de oficio sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou
deixou de satisfazer as condições, ou que não cumpria ou deixou de cumprir os requisitos
para a concessão do favor, cobrando-se o respectivo crédito acrescido de juros de mora
(artigo 179, § 2, e artigo 155 do CTN):
ANISTIA FISCAL
A anistia fiscal, como forma de exclusão do crédito tributário, alcançando unicamente as
penas pecuniárias, as multas advindas do descumprimento da legislação tributária, ou seja,
nunca se aplicando ao tributo propriamente dito.
Nos termos do artigo 180 do CTN, a anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas
anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando:
-aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por
terceiro em beneficio daquele;
— salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais
pessoas naturais ou jurídicas.
A concessão da anistia é, na verdade, instrumento de política fiscal a ser utilizado pelo ente
tributante, atendendo a interesse social ou político, em benefício da Administração Pública ou
da economia.
— em caráter geral;
— limitadamente:
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante,
conjugadas ou não com penalidades de outra natureza;
c) à determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela
peculiares;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja
fixação seja atribuída pela mesma lei a autoridade administrativa.
A anistia, quando não concedida em caráter geral, deve ser efetivada, em cada caso, por
despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova
do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua
concessão (artigo 182 do CTN).
Esse despacho de concessão de uma anistia não gera direito adquirido, podendo ser revogado
de ofÍcio sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as
condições, ou que não cumpria ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor,
cobrando-se o respectivo crédito acrescido de juros de mora (artigo 182, parágrafo único e
artigo 155 do CTN):
Como forma de assegurar o recebimento do crédito tributário, o CTN, em seus artigos 183 ao
193, estabelece normas a respeito das garantias e privilégios desse crédito, ressalvando que
devem, ainda, ser observadas as garantias que porventura estejam expressamente previstas
em lei.
Como já vimos, o sujeito ativo (credor) tem direito de obter (cobrar) coercitivamente, do
sujeito passivo (devedor), o cumprimento das obrigações tributarias, havendo o principio de
que o patrimônio do devedor responde (garante) pelas mesmas em caso de seu
inadimplemento (descumprímento).
GARANTIAS
Como dispõe o artigo 184 do CTN, sem prejuízo dos privilégios especiais sobre
determinados bens, que sejam previstos em lei, a totalidade dos bens e das rendas, de
qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os
gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a
data da constituição do ônus ou da cláusula, responde, ou seja, garante o pagamento do
crédito tributário.
Excluem-se dessa garantia unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente
impenhoráveis.
Será presumida como fraudulenta a venda ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo,
realizada pelo sujeito passivo que estiver em débito para com a Fazenda Pública por crédito
tributário regularmente inscrito como Divida Ativa em fase de execução.
Essa presunção não se aplica na hipótese de terem sido reservados pelo devedor bens ou
rendas suficientes ao total pagamento da divida em fase de execução. No caso, a presunção
em exame e absoluta (juris et de jure); não é relativa (juris tantum), a qual poderia vir a ser
elidida por prova em contrário.
PREFERÊNCIAS
Os créditos tributários preferem a outros, ou seja, devem ser pagos antes de qualquer outro,
seja qual for a natureza ou o tempo da constituição deste, excetuando-se dessa preferência
somente os créditos decorrentes da legislação do trabalho, os quais devem ser satisfeitos
antes dos tributários (artigo 186 do CTN).
De acordo com o artigo 188 do CTN, são encargos da massa falida, pagáveis
preferencialmente a quaisquer outros e às dividas da massa, os créditos tributários vencidos e
vincendos, exigíveis no decurso do processo de falência. Essa regra também se aplica aos
processos de concordata.
Não será concedida concordata nem declarada a extinção das obrigações do falido, sem que o
requerente faça prova da quitação de todos os tributos relativos à sua atividade mercantil
(artigo 191 do CTN).
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
A função de administrar pertence não só ao Poder Público, às entidades estatais, mas também
a iniciativa privada, aos particulares.
É o Estado administrador que, agindo sob o império da lei criada pelo Estado legislador,
exerce essa função administrativa, através das diversas pessoas jurídicas de direito público
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como suas autarquias), cada qual com
sua competência, seus órgãos, suas repartições e seus agentes (servidores públicos).
À Fiscalização compete, em especial, proceder à cobrança dos tributos não pagos, iniciando
por via administrativa e indo até à inscrição do correspondente crédito tributário em Dívida
Ativa, da qual procede-se à emissão do título executivo extrajudicial denominado Certidão de
Dívida Ativa, esta viabilizando o início da fase de cobrança judicial.
No artigo 194 do CTN está dito que compete à legislação tributária regular, em caráter geral,
ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os
poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação.
Indispensável, portanto, que a fiscalização seja feita por pessoas às quais a legislação atribua
competência, em caráter geral, ou especificada-mente, em função do tributo de que se tratar.
Essa competência é atribuída pela Legislação Tributaria e não apenas pela lei tributária.
A Fiscalização, para exercer sua atividade, pode examinar quaisquer livros, mercadorias,
arquivos, documentos, etc., sendo inaplicáveis quaisquer meios legais que não permitam
esses exames.
Nesse sentido o artigo 195, caput, do CTN determina que, para os efeitos da legislação
tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do
direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou
fiscais dos comerciantes, industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.
Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos
neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários
decorrentes das operações a que se refiram (artigo 195, parágrafo único, do CTN).
Sempre que possível, esse termos deverão ser lavrados em um dos livros fiscais que forem
exibidos pelo sujeito passivo. Contudo, quando lavrados esses termos em separado, fica a
Autoridade obrigada a entregar, ao sujeito passivo sujeito à fiscalização, cópia com sua
própria autenticação (artigo 196 do CTN).
Determina o artigo 197 do CTN que, mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à
Autoridade Administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens,
negócios ou atividades de terceiros:
Essa obrigação não abrange a prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o
informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função,
ministério, atividade ou profissão.
Além disso, a Fiscalização é proibida de divulgar, seja qual for a intenção, qualquer
informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira dos sujeitos
passivos e sobre a natureza e o estado dos seus negócios ou atividades (sigilo fiscal).
É explícito o CTN:
Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte
da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a
situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o
estado de seus negócios ou atividades.
§ 1º Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os
seguintes:
I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça;
II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde
que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na
entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a
informação, por prática de infração administrativa.
§ 2º O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será
realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à
autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a
preservação do sigilo.
§ 3º Não é vedada a divulgação de informações relativas a:
I – representações fiscais para fins penais;
II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública;
III – parcelamento ou moratória. (Redação dada ao artigo pela Lei Complementar nº 104,
de 10.01.2001, DOU 11.01.2001)
SIGILO FISCAL
No artigo 37, § 6, da nossa Constituição Federal está determinado, como regra geral, que as
pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, sendo
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
a) prestação de assistência mútua, entre a Fazenda Pública da União e as dos Estados, Distrito
Federal e dos Municípios, destinada à fiscalização dos tributos respectivos e permuta de
informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio
(artigo 199 do CTN); e
b) requisição regular da autoridade judiciária, no interesse da justiça.
E possível o empresário negar o acesso ao primeiro Fiscal que surge em seu estabelecimento
negocial, alegando invasão de domicílio alheio?
Para o bom e fiel exercício de suas atribuições, a Administração Tributária deve realizar o seu
trabalho de vistoria fiscal e quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício de sua
função, o Fiscal pode requisitar o auxílio da força pública, mesmo que o fato descrito não
seja crime ou contravenção.
EVASÃO FISCAL
Com relação à aplicação e cobrança dos tributos, um dos mais sérios problemas enfrentados
pelo Estado é, certamente, a resistência ao imposto; é quando ocorre a chamada evasão fiscal.
Nesse momento é que verifica-se a evasão fiscal, representando uma ação ou omissão do
sujeito passivo tendente a elidir, reduzir ou retardar o cumprimento da obrigação tributária.
Quando o sujeito passivo consegue evitar o surgimento da obrigação tributária, sem incorrer
em violação da norma jurídica tributária, a evasão fiscal é tida como legítima ou lícita.
A elisão fiscal é um conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento de tributos.
O contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da maneira que melhor lhe pareça,
procurando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive dos impostos. Se a
forma celebrada é jurídica e lícita, a fazenda pública deve respeitá-la.
No dizer do Prof. SAMPAIO DÓRIA (in Elisão e Evasão Fiscal) "a evasão fiscal, fenômeno
complexo, abriga em seu gênero múltiplas espécies. Das características fáticas, intenção,
meios e finalidades que envolvem e individualizam cada uma delas, extrai o direito
conseqüências as mais díspares".
Para ele, a evasão imprópria e por inação, são evasões geralmente destituídas de maior
gravidade, denunciando pouca ou nenhuma periculosidade do agente por omissão, salvo a
hipótese de sonegação.
Evasão ilícita ou sonegação fiscal ou fraude fiscal: No entender dele, conceitua-se a evasão
ilícita como "a ação consciente e voluntária do indivíduo tendente a, por meios ilícitos,
eliminar, reduzir ou retardar o pagamento de tributo efetivamente devido".
Diz o art. 72, da Lei nº 4.502/64, que ´fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a
impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação
tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a
reduzir o montante do imposto devido, ou a diferir o seu pagamento".
Para HUGO DE BRITO MACHADO (in Planejamento Fiscal - Teoria e Prática), "essa
definição, entendida em sua expressão literal, leva à conclusão, evidentemente absurda, de
se ter como conduta fraudulenta e portanto ilícita, a do contribuinte que simplesmente se
abstém de praticar um fato do qual resultaria a dívida de tributo. Quem deixasse de ganhar
renda, estaria praticando uma fraude, pois estaria impedindo a ocorrência do fato gerador
do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza". Na sua visão, nessa definição,
deve ser entendido como impedir, ou retardar, mediante um artifício, a exteriorização de um
fato que efetivamente ocorreu, ou vai ocorrer, e constitui a concretização de uma hipótese de
incidência tributária.
Durante séculos, juristas e tribunais tentam estabelecer uma discriminação entre diversas
combinações utilizadas para lutar contra o fisco. Com relação à fraude, em geral os juristas se
mostram freqüentemente menos rigorosos que as autoridades fiscais. Aos olhos deles,
existem a evasão legal ou lícita e a evasão ou fraude ilegal ou ilícita cuja definição pode ser
assim formulada: "a elisão fiscal é reconhecida como tal, quando um contribuinte recorre a
uma combinação engenhosa ou que ele efetua uma operação particular se baseando sobre
uma convenção não atingida pela legislação fiscal em vigor. Ele usa o texto legal sem o
violar: ele sabe utilizar habilmente uma brecha do arsenal fiscal"(André Margairaz in La
Fraude Fiscale et Ses Sucédanés).
Em princípio, esta forma de elisão escapa às sanções legais, decorrente do fato que ela é
sucedânea de uma regra jurídica centenária segundo a qual os contribuintes que dispõem de
vários meios para chegar a um resultado idêntico escolhem aquele que lhes permite pagar o
menor imposto possível.
A fraude ou sonegação fiscal consiste em utilizar procedimentos que violem diretamente a lei
fiscal ou o regulamento fiscal. É uma fraude dificilmente perdoável porque ela é flagrante e
também porque o contribuinte se opõe conscientemente à lei. Os juristas a consideram como
repreensível. A fraude ilegal ou ilícita que ousa se publicar (se mostrar, anunciar
abertamente), deve ser severamente condenada.
Os juristas julgam diferentemente a elisão fiscal. Sem ter relação com a fraude propriamente
dita, se admite que os contribuintes têm o direito de recorrer aos seus procedimentos
preferidos, autorizados pela lei, mesmo quando este comportamento prejudica o Tesouro.
Diversos grupos sociais dão um sentido suficientemente parecido à fraude fiscal ilegal e a
elisão fiscal. Pelo menos, se deve reconhecer que a significação global da fraude pode se
diferenciar sensivelmente de um país a outro, tendo em vista o fato que a atitude geral com
relação ao imposto influi sobre o comportamento de cada contribuinte. Notadamente, na
Bélgica, compreende-se por "fraude fiscal" o que é seguidamente apenas um erro e mesmo às
vezes a única habilidade de se esquivar do imposto sem transgredir a lei.
A nossa Jurisprudência é farta em fazer estas distinções. Vide, por exemplo, a decisão do
extinto Tribunal Federal de Recursos:
Isto porque no planejamento tributário, não se busca a simulação, que foi objeto do
disciplinamento desta lei.
Em nossa opinião, não haveria necessidade de lei dispondo que a "dissimulação" justifica a
descaracterização da operação, para fins fiscais.
Há longa data, a Receita Federal (e outros órgãos de fiscalização públicos) já vem autuando
as empresas que fazem operações fictícias (dissimuladas) para a pretendida "elisão fiscal".
Exemplificando: uma empresa abriu 8 (oito) outras empresas tributadas pelo lucro
presumido, no mesmo local, nas mesmas instalações, para pagar menos IRPJ pelo lucro real.
Foi autuada pela Receita Federal e perdeu a questão. Isto porque todas as 8 empresas eram
"fictícias" (só existiam no papel). Um bom planejamento tributário nunca adotaria tal
aberração. Ao invés disto, haveria a separação de atividades (de fato) em empresas
terceirizadas, empresas coligadas e "holding", por exemplo. Nenhum fiscal poderá desmontar
a verdade, quando ela se mostra efetiva, real, e comprovável.
Portanto, a lei anti-elisão é mais "política" do que prática. O governo quer acabar com o
chamado "planejamento de forma". O que interessa é o conteúdo, não a forma.
1) operações de cisão, incorporação e fusão de empresas (quando de fato tais não ocorrem);
2) operações com paraísos fiscais (o governo tem razão em agir sobre estas operações, pois
40% das mesmas são maquiagens grosseiras) e
3) vultuosas operações de "ganhos e perdas de capital" (simples transferências de ativos entre
empresas do mesmo grupo, visando obter redução de Imposto de Renda e CSL).
A Lei anti-elisão é política, desnecessária. Foi editada apenas para "intimar" grandes
empresas (leia-se bancos e multinacionais) a pararem de fazer "faz de conta" nas suas contas
tributárias. Não há necessidade de lei para dizer que o que não é real não existe (!?). Outros
países tem leis anti-elisão (como a Alemanha), e nem por isso o planejamento tributário ficou
restrito.
Exemplo:
Para que a empresa não precise pagar o INSS sobre o "Pro-Labore" (20%) os sócios fixam
um valor pequeno de retiradas, e auferem a maior parte a título de lucros, pois a partir de
janeiro/96 eles não sofrem incidência do IR nem na fonte nem na declaração. Dessa forma,
evita-se a incidência do INSS e do IR sobre os valores retirados como lucros;
Exemplo:
Fazer a adequação do produto, de forma que ele se enquadre numa alíquota menor do IPI,
como no caso dos perfumes brasileiros que se adequaram à legislação sendo produzidos
como "deo-colônias";
c) - Retardar o pagamento do tributo: o contribuinte adota medidas que têm por fim postergar
(adiar) o pagamento do tributo, sem a ocorrência da multa.
Exemplo:
Transferir o faturamento da empresa do dia 30 (ou 31) para o 1 º dia do mês subsequente. Com
isto, ganha-se 30 dias adicionais para pagamento do PIS/COFINS, SIMPLES FEDERAL,
ICMS, ISS, IRPJ e CSL (Lucro Real por estimativa), se for final de trimestre até 90 dias do
IRPJ e CSL (Lucro Presumido ou Lucro Real trimestral) e 10 a 30 dias se a empresa pagar
IPI.
A Lei 6404/76 (Lei das S/A) prevê a obrigatoriedade do planejamento tributário, por parte
dos administradores de qualquer companhia, pela interpretação do artigo 153:
O artigo 201 do nosso CTN dispõe que constitui dívida ativa tributária a proveniente de
crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois
de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em
processo regular.
Para esses efeitos, a fluência de juros de mora não exclui a liquidez do crédito.
a) o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível,
o domicílio ou a residência de um e de outros;
b) a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
c) a origem e a natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que
seja fundado,
d) a data em que foi inscrita;
e) sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.
A certidão de inscrição da dívida ativa, além de conter os requisitos citados nas letras “a” a
“e” anteriores, deverá indicar o livro e a folha da inscrição.
A omissão de quaisquer desses requisitos ou o erro a eles relativo são causas de nulidade da
inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a
decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito
passivo, acusado ou interessado, o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte
modificada (artigo 203 do CTN).
CERTIDÕES NEGATIVAS
A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja
feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha
todas as informações necessárias á identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de
negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido.
A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será
fornecida dentro de 10 dias da data da entrada do requerimento na repartição (artigo 205 do
CTN).
Esses mesmos efeitos tem a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em
curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade
esteja suspensa (artigo 206 do CTN).
A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda
Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e
juros de mora acrescidos, sem excluir a responsabilidade criminal e funcional que no caso
couber (artigo 208 do CTN).
Na nossa Constituição Federal, artigo 5 inciso XXXIV, alínea b, está expresso que são a
todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões em
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
pessoal.
CONTAGEM DOS PRAZOS
Como regra geral, o artigo 210 do nosso Código Tributário Nacional estabelece que os prazos
fixados no próprio CTN ou na legislação tributária são contínuos, excluindo-se na sua
contagem o dia de início e incluindo-se o de vencimento.
Tendo em vista as inúmeras alterações que são introduzidas na legislação tributária, o CTN
determina, em seu artigo 212, que os Poderes Executivos Federal, estaduais e municipais
expedirão, por decreto, dentro de 90 dias da entrada em vigor desta Lei, a consolidação, em
texto único, da legislação vigente, relativa a cada um dos tributos, repetindo-se esta
providência até o dia 31 de janeiro de cada ano.
A multa fiscal é, assim, uma sanção prevista em norma de direito tributário penal, de natureza
punitiva e repressiva, imposta, pelo Estado, ao sujeito passivo infrator, o qual tem o direito ao
contraditório, ou sela, de apresentar sua defesa (impugnação) em âmbito administrativo e/ou
judicial.
E claro que existem ilícitos tributários que, além da multa prevista na norma tributário,
enquadram-se também como crimes diante de tipos descritos no direito penal, sendo por este
também punidos (tratam-se dos ilícitos penais tributários).
O ilícito tributário é, assim, caracterizado pelo fato do sujeito passivo deixar de cumprir
qualquer obrigação prevista em lei fiscal.
1) Infração exclusivamente tributária, assim entendida aquela descrita apenas na lei fiscal. E
o caso, por exemplo, da aplicação errada de uma alíquota do ICMS menor que a correta,
hipótese em que aplica-se tão somente uma sanção administrativa-fiscal calculada, em regra,
sobre a diferença não recolhida aos cofres públicos estaduais.
3) Infração puramente penal, onde o ato ilícito praticado está apenas descrito como crime ou
contravenção na lei penal, sem qualquer enquadramento na lei tributária.
Compete a cada ente tributante definir, na lei fiscal, as infrações e as respectivas penalidades
aplicáveis, as quais não se restringem apenas a multas, havendo casos em que,
cumulativamente, o infrator poderá sofrer, conforme a hipótese, a interdição do seu
estabelecimento, a baixa ex officio de sua inscrição cadastral, a apreensão ou a pena de
perdimento das mercadorias, o enquadramento em regime especial de fiscalização, a
suspensão ou revogação de algum regime especial anteriormente concedido e outras medidas
cautelares.
No Direito Penal Tributário é que vamos encontrar os ilícitos que são considerados,
definidos, como crimes ligados à matéria tributária.
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato;
I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra
fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7
de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em
razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou
inexato de tributo ou contribuição social;
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar
promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-
los parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE
O artigo 34 da Lei 9249/1995 extinguiu a punibilidade dos crimes tributários, desde que haja
o pagamento do tributo ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do recebimento da
denúncia, nestes termos:
Art. 34. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990,
e na Lei nº 4.729, de 14 de julho de 1965, quando o agente promover o pagamento do tributo ou
contribuição social, inclusive acessórios, antes do recebimento da denúncia.
O artigo 15 da Lei 9964/2000 suspende a punição dos crimes tributários durante o período
em que a pessoa jurídica estiver incluída no REFIS, nestes termos:
É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts. 1o
e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e no art. 95 da Lei no 8.212, de 24
de julho de 1991, durante o período em que a pessoa jurídica relacionada com o
agente dos aludidos crimes estiver incluída no Refis, desde que a inclusão no
referido Programa tenha ocorrido antes do recebimento da denúncia criminal.
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