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Raphael Oliveira
entre as conchas nasais superior e média, onde se abrem cricóidea. È dividida em três partes: nasal, oral e
as células etmoidais posteriores. O meato nasal médio laríngea.
fica entre as conchas média e inferior, onde se abrem
A parte nasal da faringe é a continuação
todos os outros seios paranasais: frontal, maxilar e
posterior da cavidade nasal comunicando-se com esta
células etmoidais anteriores e médias; outras estruturas
através dos cóanos, localiza-se entre a base do crânio e o
importantes no meato nasal médio são o hiato
palato mole. È na parte nasal da faringe que
semilunar, um sulco localizado anteriormente em que se
encontramos o óstio faríngeo da tuba auditiva,
abre o ducto frontonasal (comunicação da cavidade nasal
comunicação entre faringe e ouvido médio responsável
com o seio frontal), e a bolha etmoidal, uma elevação
por manter a mesma pressão entre os ouvidos médio e
arredondada superior ao hiato semilunar. O meato nasal
externo. A região proeminente acima do óstio da tuba
inferior é a passagem abaixo da concha nasal inferior,
auditiva é chamada toro tubário e deste partem duas
que não recebe nenhum seio paranasal mas apenas o
pregas verticais: prega salpingopalatina anteriormente e
ducto nasolacrimal, comunicação entre a cavidade nasal
prega salpingofaríngea posteriormente. O recesso
e o saco lacrimal. Todos esses meatos se comunicam
faríngeo é uma projeção lateral da faringe semelhante a
medialmente com o meato nasal comum, o espaço entre
uma fenda localizada posteriormente à prega
a superfície das conchas nasais lateralmente e o septo
salpingofaríngea.
nasal medialmente.
A parte nasal da faringe possui duas massas
O suprimento arterial da cavidade nasal provém
importantes de tecido linfóide, as tonsilas faríngea
de cinco fontes: artérias etmoidais anterior e posterior
(chamada também de adenóide) e tubária, a primeira
(da a. oftálmica), artérias esfenopalatina e palatina maior
está no teto e parede posterior da nasofaringe enquanto
(da a. maxilar) e ramo septal da artéria labial superior
a segunda está nas proximidades do óstio da tuba
(da a. facial). Essas artérias formam uma rede
auditiva.
anastomótica na parte anterior do septo nasal conhecida
como área de Kiesselbach. O plexo venoso submucoso
drena para as veias esfenopalatina, facial e oftálmica. A
Laringe
inervação da cavidade nasal pode ser dividida por uma A laringe é o órgão que conecta a parte inferior
linha imaginária estendendo-se entre o ápice do nariz até da faringe à traquéia, sendo importante por manter uma
o recesso esfenoetmoidal, a parte ântero-superior é via aérea permeável através de sua estrutura cartilaginosa
suprida por ramos do nervo oftálmico e a parte póstero- e por ser uma espécie de esfíncter para as vias aéreas
inferior por ramos do nervo maxilar. inferiores, protegendo-as durante a deglutição. A laringe
é mais conhecida por ser o órgão fonador para produção
Nasofaringe da voz, onde estão presentes as pregas vocais.
A faringe é uma região compartilhada pelos O esqueleto da laringe é formado por nove
sistemas respiratório e digestório, localizada cartilagens, três delas ímpares (tireóidea, cricóidea e
posteriormente às cavidades nasal e oral e estendendo-se epiglótica) e três pares (aritenóideas, corniculadas e
da base do crânio à margem inferior da cartilagem cuneiformes). A cartilagem tireóidea é a maior delas,
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formada por duas lâminas que se unem no plano A cartilagem epiglótica, com formato de folha,
mediano em um ângulo agudo dando origem à possui uma extremidade inferior fina, fixada à junção das
proeminência laríngea, mais evidente nos homens devido lâminas da cartilagem tireóidea pelo ligamento
ao ângulo mais fechado e por isso também chamada de tireoepiglótico, e uma extremidade superior larga cuja
“pomo de Adão”. Na margem superior da cartilagem superfície anterior está fixada ao osso hióide pelo
tireóidea existe um entalhe denominado incisusa ligamento hioepiglótico. Além dos ligamentos citados
tireóidea superior, enquanto as margens posteriores das anteriormente, a cartilagem epiglótica possui uma
duas lâminas se prolongam superior e inferiormente para membrana que a une às cartilagens aritenóideas a partir
constituir os cornos superior e inferior. Essa cartilagem de suas faces laterais denominada membrana
se une ao osso hióide localizado superiormente através quadrangular. A membrana quadrangular pode ser
da membrana tireo-hióidea e à cartilagem cricóidea dividida em duas partes: a margem inferior constitui o
através do ligamento cricotireóideo mediano e dos ligamento vestibular que, quando coberto por mucosa,
cornos inferiores. dará origem à prega vestibular (as famosas pregas vocais
falsas); e a margem superior que é chamada ligamento
A cartilagem cricóidea tem um formato
ariepiglótico (lembre-se de que ele une a epiglote às
semelhante a um anel de sinete, possuindo uma parte
aritenóideas). Na parte mais posterior da prega
mais larga situada posteriormente chamada de lâmina e
ariepiglótica (ligamento ariepiglótico + mucosa)
um arco voltado anteriormente, sendo, portanto, a única
podemos ver duas proeminências nodulares, os
cartilagem a circundar completamente a via aérea.
tubérculos corniculado e cuneiforme, formadas pelas
Fixadas a margem superior da lâmina da cartilagem
cartilagens homônimas subjacentes.
cricóidea estão as duas cartilagens aritenóideas, de
formato piramidal, com um ápice voltado superiormente, A cavidade da laringe pode ser dividia em três
um processo vocal voltado medialmente e um processo partes. A primeira parte é o vestíbulo, estendendo-se da
muscular voltado lateralmente. O processo vocal recebe abertura da laringe (também chamada adito da laringe)
esse nome por ser o local de fixação dos ligamentos até as pregas vestibulares, ou seja, é a parte que fica
vocais, que se estendem desse processo à cartilagem posterior a cartilagem epiglótica. A parte média da
tireóidea e constituem as pregas vocais quando laringe fica entre as pregas vestibulares e vocais, possui
revestidos por mucosa. Existem ainda ligamentos entre a ainda um recesso lateral denominado ventrículo. Por fim
margem superior da cartilagem cricóidea e os ligamentos temos a cavidade infraglótica estendendo-se dar pregas
vocais chamados ligamentos cricotireóideos laterais. O vocais até a margem inferior da cartilagem cricóidea
conjunto de ligamento vocal mais ligamento onde é contínua com a traquéia. O termo glote é usado
cricotireóideo lateral é chamado cone elástico. No ápice em referência ao conjunto de estruturas diretamente
das cartilagens aritenóideas estão as pequenas cartilagens responsáveis pela fonação, incluindo as pregas e os
corniculadas, enquanto as cartilagens cuneiformes processos vocais mais a rima da glote, este último
posicionam-se lateralmente às corniculadas sem se corresponde ao espaço entre as pregas vocais cuja
articular diretamente com nenhuma outra cartilagem. variação permite a fonação. O comprimento e a tensão
das pregas vocais assim como o tamanho e formato da
rima da glote são controlados pelos músculos intrínsecos
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da laringe. As pregas vestibulares (cordas vocais falsas) forma como quando empurramos um punho fechado
não participam da produção de sons mas têm importante em um balão cheio de ar. Existe ainda uma cavidade
função protetora para as pregas vocais localizadas virtual (uma cavidade cujas paredes estão coladas) entre
inferiormente. os dois folhetos pleurais chamada cavidade pleural,
sendo esta preenchida por uma camada capilar de
A laringe recebe suprimento sangüíneo das
líquido (líquido pleural seroso). Esse líquido, além de
artérias laríngeas superior e inferior, ramos das artérias
permitir o deslizamento livre de atrito entre as
tireóideas superior e inferior respectivamente. Quanto à
superfícies pleurais (visceral e parietal), possui uma
inervação, provém de dois ramos importantes do nervo
tensão superficial que mantém o pulmão coeso a parede
vago: os nervos laríngeo superior e laríngeo recorrente.
torácica, fundamental para a expansão pulmonar
O nervo laríngeo superior divide-se em um ramo
durante a respiração. È importante lembrar que a
interno, responsável pela sensibilidade do vestíbulo a
cavidade pleural não é o espaço ocupado pelo pulmão e
parte média da laringe, e um ramo externo que supre o
sim o espaço entre os dois folhetos pleurais, não existe
músculo cricotireóideo. Já o laríngeo recorrente é o
espaço, nem mesmo virtual, entre o pulmão e a pleura
nervo motor primário da laringe, suprindo todos os
visceral.
outros músculos intrínsecos além de emitir fibras
sensitivas para a mucosa da cavidade infraglótica. A pleura visceral adere-se intimamente a
superfície pulmonar, sendo contínua com o tecido
Pleura conjuntivo que separa os segmentos pulmonares, dessa
forma não é possível separá-la da superfície pulmonar.
A cavidade torácica é subdividida em 3 Essa íntima relação se reflete no suprimento
compartimentos: 2 cavidades pulmonares e um neurovascular dessa parte da pleura, ela recebe sangue
mediastino central entre elas que as separa das artérias brônquicas e drena para as veias
completamente, de forma que estas cavidades pulmonares. È ainda insensível a dor.
pulmonares não têm comunicação entre si. A superfície
interna das cavidades pulmonares é revestida por um A pleura parietal é dividida em quatro partes
epitélio pavimentoso simples conhecido como mesotélio de acordo com suas relações com a cavidade pulmonar:
e que neste caso recebe o nome de pleura. Chamamos costal, mediastinal, diafragmática e cúpula da pleura.
folheto parietal essa parte da pleura em contato direto Esse folheto é separado das superfícies que reveste por
com o interior da caixa torácica, o segundo folheto uma lâmina de tecido conjuntivo, formando um plano
pleural, chamado visceral, reveste a superfície externa de clivagem natural entre essas estruturas, o que
dos pulmões. Dessa forma temos duas camadas de permite sua separação cirúrgica.
pleura entre a superfície pulmonar e a caixa torácica e A pleura parietal recebe seu suprimento
esses folhetos são contínuos na raiz do pulmão, vascular dos vasos da parede torácica, ou seja, recebe
conjunto de brônquios e estruturas neurovasculares que ramos dos vasos intercostais posteriores, torácico
penetram nos pulmões vindo do mediastino. interno, intercostal superior e frênico superior. A pleura
É como se as pleuras em conjunto formassem costal e a parte periférica da pleura diafragmática são
uma bolsa que foi invaginada pelo pulmão, da mesma inervadas pelos nervos intercostais, seu estímulo
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provoca dor localizada e profunda, correspondendo a mediastinal e diafragmática) e três margens (anterior,
uma costela ou a um espaço intercostal. A pleura posterior, e inferior).
mediastinal e parte central da diafragmática são
O pulmão esquerdo é dividido em lobos
inervadas pelo nervo frênico, o estímulo dessas regiões
superior e inferior pela fissura oblíqua enquanto no
provoca dor referida, podendo localizar-se na região do
pulmão direito temos ainda a fissura horizontal que se
lóbulo da orelha e principalmente no ombro.
origina na metade da fissura oblíqua e dirige-se
medialmente, separando os lobos superior e médio do
Pulmões pulmão direito que tem, portanto, três lobos. A língula
A árvore traqueobrônquica está localizada no está presente no pulmão esquerdo e é análoga ao lobo
mediastino superior e corresponde à via aérea médio do pulmão direito, apesar de não ser separada do
sublaríngea que se inicia a partir da margem inferior da lobo superior naquele.
cartilagem cricóidea. A traquéia corresponde ao início Na face medial dos pulmões encontraremos
da “árvore”, sendo um tubo formado por anéis de uma série de impressões provocadas pelos órgãos
cartilagem em formato da letra C, incompletos torácicos adjacentes durante o processo de fixação da
posteriormente, onde suas extremidades são unidas por peça anatômica. A estrutura mais importante nessa face
músculo liso. Inicia-se no nível da vértebra C6 e é o hilo pulmonar, o lugar onde entram ou saem todas
bifurca-se nos brônquios principais direito (BPD) e as estruturas relacionadas ao pulmão como brônquios,
esquerdo (BPE) ao nível do ângulo esternal (de Louis) vasos e nervos. Em ambos os pulmões as estruturas
que corresponde à junção entre corpo e manúbrio do mais anterior e inferior correspondem às veias
esterno, um importante marco anatômico do tórax. A pulmonares, enquanto a estrutura mais posterior é o
cartilagem situada no ponto de bifurcação da traquéia é brônquio (bastante rígido a palpação devido a suas
chamada de carina. cartilagens), ficando a artéria pulmonar no meio. No
O BPD é mais calibroso, curto e vertical entanto existe uma ligeira diferença entre os dois
porque possui um curto trajeto entre sua origem e pulmões para cujo aprendizado usamos a seguinte
entrada no hilo pulmonar. O BPE é mais longo e possui técnica de mnemônica:
disposição oblíqua, passa sob o arco da aorta e Pulmão direito maior “bem-aventurado”
anteriormente ao esôfago e aorta descendente antes de Brônquio Artéria Veia (posterior anterior)
chegar ao hilo pulmonar.
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