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Definição: Sejam A e B matrizes quadradas de orden n sobre um corpo arbitrário X. Dizemos que
A é semelhante a B em X (A ∼ B) se existe uma matriz invertı́vel P , em X, tal que A = P BP −1 .
Demonstração:
Demonstração:
Suponha que B = {v1 , v2 , ..., vn } é uma base de k n formada por auto-vetores de A, isto é:
Avi = λi vi , i = 1, 2, ..., n, para certos escalares λi em k.
Seja P , a matriz cuja i-ésima coluna é o vetor coluna vi , i = 1, 2, ..., n. Como {v1 , v2 , ..., vn } é l.i. ,
temos que det(P ) 6= 0 ⇒ P é invertı́vel. Então:
Demonstração:
cqd.
Afirmação 2: Sejam A ∈ Mn (k), uma matriz diagonal , f (x) ∈ k[x] e C = f (A). Então, o
elemento cij , da posição ij da matriz C, é dado por:
(
f (aij ), se i = j.
cij =
0, se i 6= j.
Voltando...
Temos que Λ = (λij ) é diagonal. Então, se C = PA (Λ), segue, da Afirmação 2, que
(
PA (λij ), se i = j.
cij = , para Λ = (λij ).
0, se i 6= j.
Como λii é auto-valor de A ∀ i ∈ {1, 2, ..., n}, segue que PA (λii ) = 0 ∀ i ∈ {1, 2, ..., n}.
Portanto, cij = 0 ∀ i, j ∈ {1, 2, ..., n} ⇒ C = PA (Λ) = 0 ⇒ PA (A) = 0.
Teorema 1: Seja ϕ : V → V , um operador linear. Então, existe P (x) ∈ k[x], um polinômio não
nulo, tal que P (ϕ) = 0.
Demonstração:
Seja B, uma base de V , e seja ψ : `(V ) ⇒ Mn (k) tal que ψ(ϕ) = [ϕ]B ∀ ϕ ∈ `(v), onde `(V ) =
Espaço vetorial dos operadores lineares em V e [ϕ]B = matriz de ϕ com relação à base B.
Temos que ψ é um isomorfismo de espaços vetoriais e, portanto, dimk `(v) = dimk Mn (k) = n2 .
2
Logo, o conjunto {I, ϕ, ϕ2 , ..., ϕn } é l.d. e, portanto, existem escalares a0 , a1 , ..., an2 , não todos
2
nulos, tais que a0 I, a1 ϕ, ..., an2 ϕn = 0.
2
Seja P (x) = a0 + a1 x + ... + an2 xn ∈ k[x]. Logo, P (ϕ) = 0.
cqd.
Teorema 2: Sejam ϕ : V → V , um operador linear, P (x) ∈ k[x], um polinômio mônico, tal que
P (ϕ) = 0. Como k é algebricamente fechado, temos que P (x) = (x − λ1 )n1 (x − λ2 )n2 ...(x − λs )ns ,
com λi ∈ k ∀ i ∈ {1, 2, ...s} e λi 6= λj , para i 6= j. Então:
a) V = ker(ϕ − λ1 I)n1 ⊕ ker(ϕ − λ2 I)n2 ⊕ · · · ⊕ ker(ϕ − λs I)ns .
b) Vi = ker(ϕ − λi I)ni é invariante sobre ϕ, ou seja: ϕ(Vi ) ⊆ Vi ∀ i = 1, 2, ..., s.
Demonstração:
Prova: Suponha, por absurdo, que ker(ϕ − λj I)nj = {0} ∀ j ∈ {1, 2, ..., s}.
Então, (ϕ − λj I)nj : V → V é invertı́vel ∀ j ∈ {1, 2, ..., s}. Portanto,
P (ϕ) = (ϕ − λ1 I)n1 ◦ (ϕ − λ2 I)n2 ◦ ... ◦ (ϕ − λs I)ns é uma composição de operadores invertı́veis
⇒ P (ϕ) é invertı́vel (o que é um absurdo, pois P (ϕ) = 0).
Portanto, ∃ i ∈ {1, 2, ..., s} tal que ker(ϕ − λi I)ni 6= {0}.
Se dim V = 1, temos que ker (ϕ − λ1 I)n1 6= {0} ⇒ ∃ v ∈ V, v 6= 0, tal que (ϕ − λi I)ni (v) = 0.
Mas {v} é uma base de V (pois dim V = 1) ⇒ (ϕ − λ1 I)n1 ≡ 0 ⇒ V = ker(ϕ − λ1 I)n1 =
ker f (ϕ) = Im g(ϕ).
⇒ g(ϕ) = (ϕ − λ2 )n2 ◦ (ϕ − λ3 )n3 ◦ ... ◦ (ϕ − λs )ns é invertı́vel ⇒ (ϕ − λi )ni é invertı́vel
∀ i ∈ {2, 3, ..., s}. Logo, ker(ϕ − λi I)ni = {0} ∀ i ∈ {2, 3, ..., s} e, portanto, temos que V =
ker(ϕ − λ1 I)n1 ⊕ ker(ϕ − λ2 I)n2 ⊕ ... ⊕ ker(ϕ − λs I)ns . Além disso,
ϕ(V1 ) = ϕ(ker(ϕ − λ1 I)n1 ) = ϕ(V ) ⊆ V = V1 e, portanto, o teorema está provado.
Suponha, agora, que dim V = n > 1 e que o teorema é válido para espaços de dimensão menor
do que n.
Vimos que A(ϕ)f (ϕ) + b(ϕ)g(ϕ) = I ⇒ V = I(V ) = f (ϕ)(A(ϕ)(V )) + g(ϕ)(B(ϕ)(V )) ⇒ V =
Im f (ϕ) + Im g(ϕ).
Como Im f (ϕ) = ker g(ϕ), segue que V = ker g(ϕ)) + Im g(ϕ) e, como dim V = dim ker g(ϕ) +
dim Im g(ϕ), segue que V = ker g(ϕ) ⊕ Im g(ϕ) ⇒ V = ker f (ϕ) ⊕ ker g(ϕ).
Temos, ainda, que dim ker g(ϕ) < n, pois dim ker f (ϕ) 6= 0. Logo, se considerarmos a restrição
ϕ = ϕ| : ker g(ϕ) → ker g(ϕ), temos que g(ϕ0 ) = 0. Portanto, pela hipótese de indução, segue que
0
ker g(ϕ) = ker(ϕ − λ2 I)n2 ⊕ ... ⊕ ker(ϕ − λs I)ns e ϕ(ker(ϕ − λi )ni ) ⊆ ker(ϕ − λi )ni ∀ i ∈ {2, ..., s}.
Logo, V = V1 ⊕ V2 ⊕ ... ⊕ Vs e ϕ(Vi ) ⊆ Vi ∀ i = 1, 2, ..., s, onde Vi = ker(ϕ − λi I)ni (o que conclui a
demonstração do teorema). cqd.
Observação: Se ker (ϕ − λi I)ni 6= {0}, então existe v ∈ V tal que (ϕ − λi I)ni (v) = 0. Podemos
tomar p, o expoente mı́nimo para o qual (ϕ − λi I)p (v) = 0.
É claro que p ≥ 1. Portanto, podemos considerar v 0 = (ϕ − λi I)p−1 (v) 6= 0.
Note que (ϕ − λi I)(v 0 ) = ϕ(v 0 ) − λi v 0 = 0 ⇒ ϕ(v 0 ) = λi v 0 ⇒ λi é auto-valor de ϕ.
Portanto, os possı́veis polinômios P (x) tais que P (ϕ) = 0 são da forma
P (x) = (x−λ1 )n1 (x−λ2 )n2 ...(x−λt )nt g(x), onde g(x) ∈ k[x] e λ1 , λ2 , . . . , λt são os auto-valores de ϕ.
2 Formas de Jordan
Definição: Uma matriz J ∈ Mn (k) é uma matriz de Jordan se J é formada por blocos de Jordan
Jn1 (λ1 ), Jn2 (λ2 ), ..., Jns (λs ), colocados sob forma diagonal da seguinte forma:
Jn1 (λ1 ) 0 ... 0
0 Jn2 (λ2 ) . . . 0
J =
.. .. . . ..
. . . .
0 0 . . . Jns (λs )
Ls
J também é denotada por Jn1 (λ1 ) ⊕ Jn2 (λ2 ) ⊕ ... ⊕ Jns (λs ) = Jni .
i=1
Teorema 3: Seja ϕ : V → V , um operador linear nilpotente ( isto é: existe p ∈ N tal que
ϕp ≡ 0). Então, existe uma base B, de V , tal que a matriz de ϕ, com relação à base B, é dada por:
[ϕ]B = Jn1 (0) ⊕ Jn2 (0) ⊕ ... ⊕ Jns (0), para certos naturais ni .
Demonstração:
Seja Bs = {es,1 , es,2 , ..., es,ns } uma base de Vs e, para 0 < q ≤ s, seja
Bq−1 = Bq ∪ {eq−1,1 , eq−1,2 , ..., eq−1,nq−1 } uma base de Vq−1 .
Então, B0 = {ei,m : 0 ≤ i ≤ s, 1 ≤ m ≤ ni } é base de V0 .
Para cada par (i, m), temos que ei,m ∈ Vi ⇒ ei,m ∈ ϕi (V ) ⇒ ∃ fi,m ∈ V tal que ϕi (fi,m ) = ei,m .
∗
Lema: Para cada i = 1, 2, ..., s , o conjunto Bi+1 , dado por:
∗
Bi+1 = {ϕ (fj,m ) : 0 ≤ j ≤ s , 1 ≤ m ≤ nj e máx{0, j − i} ≤ t ≤ j } é uma base de ker ϕi+1 .
t
∗ ∗
Em primeiro lugar, vamos mostrar que Bi+1 é um subconjunto de ker ϕi+1 , ou seja: Bi+1 ⊆
i+1
ker ϕ .
∗
Seja X ∈ Bi+1 ⇒ X = ϕt (fj,m ), com : 0 ≤ j ≤ s , 1 ≤ m ≤ nj e máx{0, j − i} ≤ t ≤ j.
=⇒ ϕ (X) = ϕi+1 (ϕt (fj,m )) = ϕi+t+1 (fj,m ).
i+1
∗
Vamos mostrar agora que Bi+1 gera ker ϕi+1 .
Note que, para cada parcela dessa soma, ϕt (fj,m ) é tal que u ≤ t ≤ j. Logo, t satisfaz
máx {0, j − i} ≤ t ≤ j.
∗ ∗
Portanto, Z = X − W ∈ hBi+1 i = subespaço gerado por Bi+1 .
∗
∗
s nj z }| {
ϕ − i (f
j
P P z }| {
Temos que W = µjm j,m ). É claro que máx {0, j − i} ≤ j − i ≤ j e, portanto,
j=i m=1
∗
W ∈ hBi+1 i.
∗ ∗
Então, X = Z + W ∈ hBi+1 i ⇒ ker ϕi+1 é gerado por Bi+1 .
∗
Para concluirmos a demonstração do Lema, resta mostrar que Bi+1 é l.i.
s nj P
j
µj,m,t ϕt (fj,m ) = 0, onde u = máx{0, j − i + 1}.
P P
Suponha que
j=0 m=1 t=u
s P
P s nj
P
Então, pela identificação acima, podemos escrever: αj,m,t vj,m,q = 0.
q=0 j=0 m=1
w P
s nj w P
s nj
αj,m,q vj,m,q = 0 ⇒ ϕw (
P P P P
Para cada w = 1, 2, ..., s, temos: αj,m,t vj,m,q ) = 0.
q=0 j=0 m=1 q=0 j=0 m=1
w s nj
αj,m,q ϕw (vj,m,q ) = 0. Porém, ϕw (vj,m,q ) 6= 0 ϕw (ϕj−q (fj,m )) 6= 0
P P P
⇒ ⇒
q=0 j=0 m=1
s nj
αj,m,w ϕw (vj,m,w ) = 0
P P
⇒ j ≥ j − q + w ⇒ q ≥ w ⇒ q = w. Logo,
j=0 m=1 | {z }
ej,m
⇒ αj,m,w = 0 ∀ j, m, pois {ej,m : 0 ≤ j ≤ s , 1 ≤ m ≤ nj } é l.i.
w−1
P s
P nj
P
Então, temos que αj,m,q vj,m,q = 0. Aplicando esse procedimento para
q=0 j=0 m=1
w = s , s − 1 , ..., 1 , 0, nessa ordem, obtemos αj,m,q = 0 ∀ j, m, q ⇒ µj,m,t = 0 ∀ j, m, t
∗
⇒ Bi+1 é l.i. , o que conclui o Lema.
∗
Em particular, para i = s, temos que ker ϕi+1 = V =⇒ Bs+1 é base de V . Temos que
∗
Bs+1 = {ϕt (fj,m ) : 0 ≤ j ≤ s , 1 ≤ m ≤ nj e máx{0, j − s} ≤ t ≤ j }, ou seja:
∗
Bs+1 = {ϕt (fj,m ) : 0 ≤ j ≤ s , 1 ≤ m ≤ nj e 0 ≤ t ≤ j }.
∗
Considere B, o conjunto Bi+1 , ordenado da seguinte forma:
t1 t2 ∗
Sejam ϕ (fj1 ,m1 ), ϕ (fj2 ,m2 ) ∈ Bi+1 e sejam P (j1 , m1 , t1 ) , P (j2 , m2 , t2 ) as posições ocupadas por
t1 t2
ϕ (fj1 ,m1 ), ϕ (fj2 ,m2 ) em B respectivamente.
f0,1 , f0,2 , . . . , f0,n0 , ϕ(f1,1 ) , f1,1 , ϕ(f1,2 ) , f1,2 , . . . , ϕ(f1,n1 ) , f1,n1 , ϕ2 (f2,1 ) , ϕ(f2,1 ) , f2,1 ,
ϕ2 (f2,2 ) , ϕ(f2,2 ) , f2,2 , . . . , ϕ2 (f2,n2 ) , ϕ(f2,n2 ) , f2,n2 , . . .
, ϕs (fs,1 ) , ϕs−1 (fs,1 ) , . . . , ϕ(fs,1 ) , fs,1 , ϕs (fs,2 ) , ϕs−1 (fs,2 ) , . . . , ϕ(fs,2 ) , fs,2 . . .
s
L ni
L
Afirmação: [ϕ]B = ( Ji (0)). Basta notar que, para cada par j, m a seqüência
i=1 m=1
ϕj (fj,m ) , ϕj−1 (fj,m ) , . . . , , ϕ(fj,m ) , fj,m determina um bloco de Jordan Jj (0) na matriz [ϕ]B .
Um outro fato que podemos concluir é que o número de blocos de Jordan da matriz [ϕ]B é dado
por n0 + n1 + · · · + ns = dim ker ϕ.
Demonstração:
Pela observação do Teorema 2 , existe um polinômio P (x) = (x − λ1 )n1 (x − λ2 )n2 ...(x − λs )ns
tal que P (ϕ) = 0, onde λ1 , λ2 , . . . , λs são os auto-valores de ϕ.
cqd.
2 0 0 0 0 0
1 2 0 0 0 0
−1 0 2 0 0 0 Por ”uma matriz de Jordan para a matriz A”entenda-se:
A=
0 1 0 2 0 0
uma matriz de Jordan semelhante à A.
1 1 1 1 2 0
0 0 0 0 1 −1
Resolução:
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
[ϕ − 2I]4can =
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
10 6 9 9 −27 81
Sejam:
w1 = (−6/10, 1, 0, 0, 0, 0)
w2 = (−9/10, 0, 1, 0, 0, 0)
w3 = (−9/10, 0, 0, 1, 0, 0) ⇒ B1 = {w1 , w2 , w3 , w4 , w5 } é base de V1 .
w4 = (27/10, 0, 0, 0, 1, 0)
w5 = (−81/10, 0, 0, 0, 0, 1)
Temos que g 4 = 0 e g 3 6= 0.
De acordo com o Teorema 3, sejam D0 = ker g e Di = ker g ∩ g i (V1 ) i ∈ {1, 2, 3}.
0 0 0 0 0 0
1 0 0 0 0 0
−1 0 0 0 0 0 B0 = {(0, 0, 1, −1, 0, 0), (0, 0, 0, 0, 3, 1)}
[ϕ − 2I]can = ⇒
0 1 0 0 0 0
é base deD0 = ker g
1 1 1 1 0 0
0 0 0 0 1 −3
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
(ϕ − 2I)3 (V1 ) possui uma base
0 0 0 0 0 0
[(ϕ − 2I)3 ]can = ⇒ cujo único elemento é:
0 0 0 0 0 0
g 3 (w3 ) = (0, 0, 0, 0, −9/10, −3/10)
1 0 0 0 0 0
−3 −2 −3 −3 9 −27
Portanto, uma base para D3 é B30 = {(0, 0, 0, 0, −9/10, −3/10)} = {g 3 (w3 )}.
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
(ϕ − 2I)2 (V1 ) possui uma
0 0 0 0 0 0 base cujos elementos s~ ao:
[(ϕ − 2I)2 ]can = ⇒ 2
1 0 0 0 0 0
g (w1 ) = (0, 0, 0, −6/10, 1, 4/10)
0 1 0 0 0 0 g 2 (w2 ) = (0, 0, 0, −9/10, 0, 1/10)
1 1 1 1 −3 9
Logo, uma base para D1 é B10 = {(0, 0, 0, 0, −9/10, −3/10)} = {g 3 (w3 )}.
Portanto, {(0, 0, 1, −1, 0, 0) , g 3 (w3 )} é base de D0 .
Pelo Teorema 3, temos que B = {(0, 0, 1, −1, 0, 0), g 3 (w3 ), g 2 (w3 ), g(w3 ), w3 )} é base de V1 e
[ϕ − 2I]B é uma matriz de Jordan.
2 1 0 0 0
0 2 1 0 0
Segue que [ϕ|V1 ]B =
0 0 2 1 0
0 0 0 2 1
0 0 0 0 2
.
2 1 0 0 0 .. 0
.
0 2 1 0 0 .. 0
.
0 0 2 1 0 ..
0
.
Portanto, tomando B ∗ = B ∪ B2 , obtemos [ϕ]B ∗ =
0 0 0 2 1 .. 0
.
0 0 0 0 2 .. 0
... ... ... ... ... . ...
.
0 0 0 0 0 .. −1
Definição: Seja A ∈ Mn (k). O espectro de A é o conjunto cujos elementos são os auto-valores de
A e é denotado por Spec A.
Teorema 5: Seja A ∈ Mn (k) e seja J uma matriz de Jordan de A. Então J é única, a menos de
permutações de seus blocos.
Demonstração:
Seja v(λ, s) o número de blocos Js (λ) que aparecem em J e, para cada t ∈ N , seja r(λ, t) o
posto da matriz (A − λI)t , com λ ∈ Spec A.
L L
Temos que J = ( v(λ, s)Js (λ)) , para determinados valores de s.
λ ∈ Spec A s
0, se µ 6= λ.
pt (Js (µ − λ)t−1 ) − pt (Js (µ − λ)t ) = 1, se µ = λ e s ≥ t
0, se µ = λ e s < t
Logo, a matriz de Jordan de A é única, a menos de permutações de seus blocos. Por esta razão,
se J é uma matriz de Jordan de A, chamamos de a forma de Jordan de A, qualquer matriz obtida
a partir de J, por permutações de seus blocos, considerando toda essa classe de matrizes como um
mesmo objeto.
cqd.
Observação: Note que, o teorema acima, além demonstrar a ”unicidade”da matriz de Jordan de
A, nos fornece um método rápido e eficaz de determiná-la. (Basta saber o número de blocos de
cada tipo para construı́-la )
r(1, 1) = Posto de A − I = 2.
r(1, 2) = Posto de (A − I)2
0 0 0 0
0 0 0 0
(A − I)2 =
0 0 0 −4
⇒ r(1, 2) = 2
1 1 4 8
Portanto, v(1, 1) = 2 − 2 ∗ 2 + 4 = 2
r(3, 1) = Posto de A − 3I = 2.
r(3, 2) = Posto de (A − 3I)2
0 −2 0 0
2 8 0 0
(A − 3I)2 =
0 0 0 0
⇒ r(3, 2) = 2
0 0 0 0
Portanto, v(3, 1) = 2 − 2 ∗ 2 + 4 = 2
1 0 0 0
0 1 0 0
Logo, a forma de Jordan de A é J =
0
0 3 0
0 0 0 3
Demonstração:
Suponha que Jn (λ) é um dos blocos de J. Devido às considerações feitas na demonstração do
Teorema 5, podemos supor que J = Jn (λ) ⊕ M , onde M também é uma matriz de jordan.
Note que PJ (J) = PJ (Jn (λ)) ⊕ PJ (M ) e que PJ (x) = PJn (λ) (x)×PM (x).
Logo, PJ (Jn (λ)) = PJn (λ) (Jn (λ))×PM (Jn (λ)). Porém,
PJn (λ) (x) = (x − λ)n ⇒ PJn (λ) (Jn (λ)) = (Jn (λ) − λI)n = 0 =⇒ PJ (Jn (λ)) = 0.
Portanto, PJ (Jn (λ)) = 0, para todo bloco Jn (λ), de J =⇒ PJ (J) = 0, o que conclui o teorema.
cqd.
Bibliografia:
PEÑA, José Antonio de. Álgebra lineal avanzada. México, DF : Universidad Nacional Autónoma
de México : Fondo de Cultura Económica, 1996.