Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Busca r
Ir
:: Artículo
Revista Doseamento da cafeína do pó de guaraná
N Ú M E RO S A N T E RI O RE S
em três marcas comerciais diferentes
Normas de publicación 2009,19;3:44-49
Organización
Objetivos Costa JR*, Pinheiro MCB*, Bombardi PE*, Chorilli M**
*C urso de Farmácia, Universidade Metodista de Piracicaba (Brasil)
Directiva **Faculdade de C iências Farmacêuticas, Pontifícia Universidade C atólica de C ampinas (Brasil)
Delegados
Boletín informativo Palabras clave: Gua ra ná , m é todo gra vim étrico, ca fe ína .
Libro de visitas
Contacte
O objetivo deste trabalho foi determinar a quantidade de cafeína presente em três marcas comerciais
diferentes de pó de guaraná, segundo doseamento por método gravimétrico descrito na Farmacopéia
dos Estados Unidos do Brasil 2ª edição. Pesou-se aproximadamente 5,0 g de cada amostra de pó de
guaraná; adicionou-se 5,0 mL de NH4OH 10% e 40,0 mL de C HC l3. Agitadas por 5 min, deixadas em
repouso por 15 min, filtradas e extraídas com C HC l3. Evaporado o solvente, adicionou-se 15 mL de
H2O destilada, 0,5 mL de H2SO4 10% e aqueceu-se em banho de vapor por 2 min. Na seqüência, as
amostras foram filtradas, alcalinizadas com NH4OH 10% e extraídas com C HC l3 em cada extração,
sendo filtradas e evaporadas até secura. As quantidades de cafeína encontradas nas amostras foram
de 2,70% para amostra n° 1, 2,47% para amostra n° 2 e 2,82% para amostra n° 3, os quais são
inferiores aos 4% preconizados pela Farmacopéia dos Estados Unidos do Brasil, 2ª edição. C onclui-se
que os teores de cafeína encontrados nas amostras estão abaixo do especificado pela Farmacopéia,
levando-se à reprovação das amostras analisadas. Este resultado pode refletir a atual situação das
matérias primas vegetais empregadas na fabricação de fitoterápicos no Brasil.
Artículo Completo
Introduçao
Material e métodos
O doseamento da cafeína foi realizado segundo procedimento descrito na farmacopéia dos Estados
Unidos do Brasil, 2° edição de 195912.
Pesou-se cerca de 5 g de pó de guaraná e transferiu-se para um funil de separação. Adicionou-se 40,0
mL de clorofórmio e 5,00 mL de hidróxido de amônio a 10%, agitando vigorosamente por 5 minutos.
Deixou-se em repouso por 15 minutos e filtrou-se o clorofórmio para um balão de fundo redondo
através de algodão hidrófilo. A cafeína é trimetilada e apresenta caráter básico mais pronunciado e esta
forma básica é solúvel nos solventes orgânicos2; portanto, foi extraída pelo clorofórmio em meio
amoniacal. Repetiu-se a extração com 3 porções de 20,0 mL de clorofórmio. Utilizando-se do rotavapor,
foram evaporados os extratos clorofórmicos e reunidos até a secura. Juntou-se ao resíduo 15 mL de
água destilada, 0,5 mL de ácido sulfúrico a 10% e ferveu-se em banho de vapor por 2 minutos.
Resfriou-se e em seguida filtrou-se em papel de filtro para um funil de separação. A cafeína, por ser
básica, reage com o ácido formando sais que, em regra, são solúveis na água, mas insolúveis nos
solventes orgânicos habituais. Portanto, nesta etapa a água foi utilizada para solubilizar a cafeína12.
Alcalinizou-se o filtrado com hidróxido de amônia a 10% e extraiu-se a cafeína com 20, 25, 30 mL de
clorofórmio. Foram recolhidos os extratos clorofórmicos, filtrados através de algodão hidrófilo para um
balão de fundo redondo tarado. A cafeína e teobromina foram liberadas no meio pela adição de
hidróxido de amônia na solução aquosa de seus sais. Adicionou-se clorofórmio para dissolução da
cafeína, pois a teobromina é quase insolúvel neste solvente e devido ao seu caráter ácido dissolveu-se
na amônia permanecendo na fase aquosa2. C omo o clorofórmio é imiscível na água, foi recolhida
somente a fase orgânica após três extrações.
Evaporou-se o extrato clorofórmico em rotavapor e depois de esfriado, foi pesado em balança analítica
e calculada a quantidade percentual de cafeína extraída do pó de guaraná.
O método de extração descrito acima está exemplificado no Fluxograma 1.
www.revistadelaofil.org/Articulo.asp?I… 2/4
16/2/2011 Revista de la Ofil
Resultados e discussão
A quantidade da cafeína presente nas amostras dos pós de guaraná foi calculada segundo especificação
na Farmacopéia dos Estados Unidos do Brasil (1959), segundo a qual “o peso do resíduo, depois de
resfriado, não deve ser inferior a 0,16 g, que corresponde a um mínimo de 4 por cento de cafeína
anidra no guaraná doseado”. O resultado deste cálculo encontra-se na Tabela 1.
Os resultados obtidos indicam que em todas as amostras as porcentagens encontradas de cafeína nos
pós de guaraná não estão de acordo com o especificado na Farmacopéia dos Estados Unidos do
Brasil12.
As quantidades de cafeína estão muito abaixo de 4%, conforme quantidade mínima preconizada, o que
permite reprovar os pós quanto ao teor de ativo. Uma das razões para explicar esses resultados é o
fato de que, no caso da droga em pó, sua composição é marcada pela presença dos elementos
característicos da espécie vegetal. Deste modo, o padrão regular na concentração de ativos pode variar
de 50% para mais ou para menos do estabelecido em monografias9,10. Portanto, a realidade reflete
uma fiscalização não rigorosa da Vigilância Sanitária, possibilitando encontrar no comércio pós de
guaraná com baixo teor de cafeína.
Este resultado evidencia a atual situação das matérias primas vegetais empregadas na fabricação de
fitoterápicos no Brasil, ou mesmo de alguns medicamentos fitoterápicos já disponíveis no mercado
registrados antes da RDC (Resolução da Diretoria C olegiada) 17/00. É importante observar o potencial
das plantas medicinais e fitoterápicos para o tratamento à saúde. Os produtos utilizados devem ter
qualidade, no que diz respeito à identidade botânica correta, além da presença e quantidade de
princípios ativos naturais ou marcadores dentro dos padrões exigidos, para que se tenha eficácia e
segurança de utilização4.
Não há dúvidas que o guaraná traga benefícios à saúde. Mas, para que a população possa desfrutar
destes, é necessário que os produtos disponíveis no mercado sejam submetidos às análises do controle
da qualidade que comprovem a quantidade certa do princípio ativo (cafeína) estabelecida em
Farmacopéia. Desta forma, será possível oferecer segurança e eficácia necessárias a todos os
consumidores1.
C onclusão
Diante dos resultados experimentais, conclui-se que as quantidades de cafeína estão muito abaixo de
4%, conforme quantidade mínima preconizada, o que permite reprovar os pós quanto ao teor de ativo.
Bibliografía
1 . A lexandre RF, G arc ia FN , S imões C M O . Fitoterapia bas eada em evidenc ias . P arte 1 . M edic amentos fitoterápic os
elaborados c om G inkgo, H iéric o, Kava e V aleriana. A c ta Farmac éutic a Bonaerens e 2 0 0 5 ; 2 4 : 3 0 0 - 3 0 9 .
2 . Bas tos M L . Q uímic a analític a dos alc alóides : M onografia didátic a n°6 . 1 9 6 4 . 7 2 f. I ns tituto de P es quis as Q uímic as .
U nivers idade do P araná, C uritiba.
3 . Bras il. D ec reto n° 5 .8 1 3 de 2 2 de junho de 2 0 0 6 . A prova a P olític a N ac ional de P lantas M edic inais e Fitoterápic os e
da outras providênc ias . D iário O fic ial da Repúblic a Federativa do B ras il. Bras ília, D F, 2 3 jun. 2 0 0 6 . D is ponível em:
www.anvis a.gov.br. A c es s o em: 0 6 jul. 2 0 0 9 .
4 . Bras il. Res oluç ão RD C n°. 1 7 , de 2 4 de fevereiro de 2 0 0 0 . D is põe s obre o regis tro de medic amentos fitoterápic os .
D iário O fic ial da Repúblic a Federativa do Bras il. Bras ília, D F, 2 4 fev. 2 0 0 0 . D is ponível em: www.anvis a.gov.br. A c es s o
em: 0 6 jul. 2 0 0 9 .
5 . Bras il. Res oluç ão RD C n°. 2 7 8 , de 2 2 de s etembro de 2 0 0 5 . A prova as c ategorias de alimentos e embalagens
dis pens ados e c om obrigatoriedade de regis tro. D iário O fic ial da Repúblic a Federativa do B ras il. B ras ília, D F, 2 3 s et.
www.revistadelaofil.org/Articulo.asp?I… 3/4
16/2/2011 Revista de la Ofil
dis pens ados e c om obrigatoriedade de regis tro. D iário O fic ial da Repúblic a Federativa do B ras il. B ras ília, D F, 2 3 s et.
2 0 0 5 . D is ponível em: www.anvis a.gov.br. A c es s o em: 0 6 jul. 2 0 0 9 .
6 . Bruneton J. E lementos de fitoquímic a y de farmac ognos ia. Zaragoza: E ditorial A c ribia, 1 9 9 1 .
7 . C os ta A F. Fármac os c om derivados da purina. Farmac ognos ia. L is boa: Fundaç ão C alous te G ulbenkian, 1 9 8 2 .
8 . C os ta A F. Farmac ognos ia. 2 . ed. L is boa: Fundaç ão C alous te G ulbenkian, 1 9 8 2 .
9 . D epartamento de C omunic aç ão do C RF-S P . C ontrole de qualidade de fitoterápic os . Revis ta do Farmac êutic o 2 0 0 6 ;
8 0 : 5 0 -5 1 .
1 0 . D epartamento de C omunic aç ão do C RF- SP . E xtrato s ec o x droga vegetal em pó. Revis ta do Farmac êutic o 2 0 0 5 ;
78: 16.
1 1 . D uarte M R, Bardal D . Q ualidade de amos tras de fármac os vegetais c omerc ializados em C uritiba- P R. V is ão
A c adêmic a 2 0 0 2 ; 3 :6 5 -6 8 .
1 2 . Farmac opéia dos E s tados U nidos do B ras il. 2 .ed. S ão P aulo: A theneu, 1 9 5 9 .
1 3 . G urib-Fakim A . M edic inal plants : traditions of yes terday and drugs of tomorrow. M ol A s pec ts M ed 2 0 0 6 ; 2 7 :1 -9 3 .
1 4 . H enman A . V ida natural - o guaraná. 2 .ed. São P aulo: G lobal E ditora, 1 9 8 6 .
1 5 . M arques L C , P etrovic k P R. L egis laç ão, normatizaç ão da produç ão e c omerc ializaç ão de fitoterápic os no B ras il. I n:
S imões C M O . et al. Farmac ognos ia: da planta ao medic amento. 3 . ed. rev. P orto A legre: U nivers idade U FRG S, 2 0 0 1 .
1 6 . O liveira WP , Souza C RF, L im C J, G rac e JR. I dentific ation of the s tate of a wet s pouted bed through time- frequenc y
analys is of pres s ure fluc tuation time s eries . C anadian Journal of C hemic al E ngineering 2 0 0 9 ; 8 7 : 2 8 9 -9 7 .
1 7 . Rates S M K. M etilxantinas . I n: S imões C M O et al. Farmac ognos ia: da planta ao medic amento. 3 . ed. rev. P orto
A legre: U FRG S , 2 0 0 1 .
1 8 . Robbers JE , Speedie M K, T yler V E . P harmac ognos y and P harmac obiotec h- nology. 9 th. ed. B altimore, 1 9 9 6 .
1 9 . Rodrigues A G , S antos M G . P lantas medic inais e fitoterapia no S U S : A P olític a do M inis tério da S aúde. Folha
medic inal online, I nformativo eletrônic o do ins tituto Bras ileiro de P lantas M edic inais , Rio de Janeiro, a.1 , n.2 , 2 0 0 6 .
D is ponível em: http://www.ibpm.org.br/princ ipal.s html. A c es s o em: 0 6 jul. 2 0 0 9 .
2 0 . S ilva C L et al. Fitoterapia. Revis ta eletrônic a C omC iênc ia, n.1 , ago. 1 9 9 9 . D is ponível em: http://www.c omc ienc ia.
br/reportagens /index_anteriores .htm. A c es s o em: 0 6 jul. 2 0 0 9 .
2 1 . T urolla M S R, N as c imento E S. I nformaç ões toxic ológic as de alguns fitoterápic os utilizados no Bras il. Rev B ras
C iênc Farm 2 0 0 6 ; 4 2 : 2 8 9 -3 0 6 .
2 2 . V eiga Junior V F, P into A C , M ac iel M A M . P lantas medic inais : c ura s egura? Q uim N ova 2 0 0 5 ; 2 8 : 5 1 9 -2 8 .
www.revistadelaofil.org/Articulo.asp?I… 4/4