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16/2/2011 Revista de la Ofil

Organización de Farmacéuticos Ibero-Latinoamericanos

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Revista Doseamento da cafeína do pó de guaraná
N Ú M E RO S A N T E RI O RE S
em três marcas comerciais diferentes
Normas de publicación 2009,19;3:44-49

Organización
Objetivos Costa JR*, Pinheiro MCB*, Bombardi PE*, Chorilli M**
*C urso de Farmácia, Universidade Metodista de Piracicaba (Brasil)
Directiva **Faculdade de C iências Farmacêuticas, Pontifícia Universidade C atólica de C ampinas (Brasil)
Delegados
Boletín informativo Palabras clave: Gua ra ná , m é todo gra vim étrico, ca fe ína .
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Sitios interesantes Resumen

O objetivo deste trabalho foi determinar a quantidade de cafeína presente em três marcas comerciais
diferentes de pó de guaraná, segundo doseamento por método gravimétrico descrito na Farmacopéia
dos Estados Unidos do Brasil 2ª edição. Pesou-se aproximadamente 5,0 g de cada amostra de pó de
guaraná; adicionou-se 5,0 mL de NH4OH 10% e 40,0 mL de C HC l3. Agitadas por 5 min, deixadas em
repouso por 15 min, filtradas e extraídas com C HC l3. Evaporado o solvente, adicionou-se 15 mL de
H2O destilada, 0,5 mL de H2SO4 10% e aqueceu-se em banho de vapor por 2 min. Na seqüência, as
amostras foram filtradas, alcalinizadas com NH4OH 10% e extraídas com C HC l3 em cada extração,
sendo filtradas e evaporadas até secura. As quantidades de cafeína encontradas nas amostras foram
de 2,70% para amostra n° 1, 2,47% para amostra n° 2 e 2,82% para amostra n° 3, os quais são
inferiores aos 4% preconizados pela Farmacopéia dos Estados Unidos do Brasil, 2ª edição. C onclui-se
que os teores de cafeína encontrados nas amostras estão abaixo do especificado pela Farmacopéia,
levando-se à reprovação das amostras analisadas. Este resultado pode refletir a atual situação das
matérias primas vegetais empregadas na fabricação de fitoterápicos no Brasil.

Artículo Completo

Introduçao

O crescimento no consumo de plantas medicinais e fitoterápicos é cada vez mais significativo. O


conceito popular de que tudo que é natural não faz mal pode ter uma influência neste aumento de
demanda11,20.
Atualmente, o que não falta no mercado são produtos tidos como naturais, que prometem eficácia com
a ausência de efeitos colaterais comparados com os medicamentos convencionais13,22.
Porém, a administração destes produtos deve ser feita com cautela, pois os efeitos de muitas plantas
não são bem conhecidos e o uso indiscriminado pode causar problemas à saúde. Usados de maneira
correta, os fitoterápicos podem apresentar excelentes efeitos terapêuticos com o mínimo de efeitos
colaterais18,21.
A ação farmacológica dos fitoterápicos é devido à presença de fitocomplexos, que é a ação de várias
substâncias responsáveis pelo efeito terapêutico, diferente do medicamento convencional, que possui
quantidade de princípio ativo isolado16,19,20.
O controle de qualidade deve ser tão eficaz quanto aquele realizado na produção de medicamentos
alopáticos. O correto doseamento do princípio ativo, a verificação de presença ou não de
microrganismos patogênicos, de substâncias agrotóxicas entre outras, devem ser analisados. Tais
medidas podem ser confirmadas pelo Decreto nº. 5813 de 22 de junho de 2006, que aprova a Política
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, com a criação e implantação de procedimentos de Boas
Práticas de Manipulação e de Fabricação3,15.
A legislação vigente sobre os produtos naturais e fitoterápicos ainda é ineficiente para os dias atuais.
Muitos produtos não possuem uma obrigatoriedade de registro no Ministério da Saúde, como é o caso
do guaraná, descrito na Resolução 278/055.
O nome científico do guaraná é Paullinia cupana Kunth, variedade sorbilis. C onhecido pelo nome de
guaranazeiro, é uma espécie vegetal arbustiva originária da Amazônia. Seu fruto maduro possui uma
coloração vermelha, podendo atingir um tom alaranjado a amarelo14.
É a partir da semente que é extraído o pó de guaraná, e esta é constituída por cafeína, traços de
teofilina e teobromina, saponinas, taninos, amido, pectinas e mucilagens. A cafeína, teofilina e
teobromina são conhecidas como metilxantinas17.
As metilxantinas são constituintes químicos importantes de várias bebidas alimentícias ou estimulantes
não alcoólicos, como café, chá-da-índia, guaraná, cola e chocolate consumidas em todo o mundo,
sejam como preparações caseiras ou produtos industrializados17.
Elas são consideradas como pseudoalcalóides, pois em função de sua origem biogenética, são
originárias de bases púricas e possuem caráter anfótero, comportando-se como ácidos ou bases. Deste
modo, não são classificadas como alcalóides porque para ser deste grupo precisam ser originárias de
aminoácidos e possuir caráter alcalino, como na sua grande maioria7.
As propriedades medicinais do guaraná devem-se, em particular, às metilxantinas. Tais substâncias são
estimulantes do sistema nervoso central, inibem o sono, diminuem a sensação de fadiga, estimulam os
centros respiratórios e vasomotores, além de aumentarem a freqüência e os débitos cardíacos e
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centros respiratórios e vasomotores, além de aumentarem a freqüência e os débitos cardíacos e
coronários8.
A farmacocinética das metilxantinas é dependente de vários fatores como idade, peso, tabagismo,
regime alimentar, insuficiência hepática e outras condições patológicas, sendo necessária a adoção de
uma terapia individualizada6.
A cafeína entra na composição de diversas especialidades analgésicas, antipiréticas e antigripais,
associada com ácido acetilsalicílico, paracetamol, codeína e com diidroergotamina, no alívio ou
abortamento de crises de enxaqueca2.
Assim, o objetivo deste trabalho foi realizar o doseamento da cafeína do pó de guaraná em três marcas
comerciais diferentes.

Material e métodos

O doseamento da cafeína foi realizado segundo procedimento descrito na farmacopéia dos Estados
Unidos do Brasil, 2° edição de 195912.
Pesou-se cerca de 5 g de pó de guaraná e transferiu-se para um funil de separação. Adicionou-se 40,0
mL de clorofórmio e 5,00 mL de hidróxido de amônio a 10%, agitando vigorosamente por 5 minutos.
Deixou-se em repouso por 15 minutos e filtrou-se o clorofórmio para um balão de fundo redondo
através de algodão hidrófilo. A cafeína é trimetilada e apresenta caráter básico mais pronunciado e esta
forma básica é solúvel nos solventes orgânicos2; portanto, foi extraída pelo clorofórmio em meio
amoniacal. Repetiu-se a extração com 3 porções de 20,0 mL de clorofórmio. Utilizando-se do rotavapor,
foram evaporados os extratos clorofórmicos e reunidos até a secura. Juntou-se ao resíduo 15 mL de
água destilada, 0,5 mL de ácido sulfúrico a 10% e ferveu-se em banho de vapor por 2 minutos.
Resfriou-se e em seguida filtrou-se em papel de filtro para um funil de separação. A cafeína, por ser
básica, reage com o ácido formando sais que, em regra, são solúveis na água, mas insolúveis nos
solventes orgânicos habituais. Portanto, nesta etapa a água foi utilizada para solubilizar a cafeína12.
Alcalinizou-se o filtrado com hidróxido de amônia a 10% e extraiu-se a cafeína com 20, 25, 30 mL de
clorofórmio. Foram recolhidos os extratos clorofórmicos, filtrados através de algodão hidrófilo para um
balão de fundo redondo tarado. A cafeína e teobromina foram liberadas no meio pela adição de
hidróxido de amônia na solução aquosa de seus sais. Adicionou-se clorofórmio para dissolução da
cafeína, pois a teobromina é quase insolúvel neste solvente e devido ao seu caráter ácido dissolveu-se
na amônia permanecendo na fase aquosa2. C omo o clorofórmio é imiscível na água, foi recolhida
somente a fase orgânica após três extrações.
Evaporou-se o extrato clorofórmico em rotavapor e depois de esfriado, foi pesado em balança analítica
e calculada a quantidade percentual de cafeína extraída do pó de guaraná.
O método de extração descrito acima está exemplificado no Fluxograma 1.

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Resultados e discussão

A quantidade da cafeína presente nas amostras dos pós de guaraná foi calculada segundo especificação
na Farmacopéia dos Estados Unidos do Brasil (1959), segundo a qual “o peso do resíduo, depois de
resfriado, não deve ser inferior a 0,16 g, que corresponde a um mínimo de 4 por cento de cafeína
anidra no guaraná doseado”. O resultado deste cálculo encontra-se na Tabela 1.
Os resultados obtidos indicam que em todas as amostras as porcentagens encontradas de cafeína nos

pós de guaraná não estão de acordo com o especificado na Farmacopéia dos Estados Unidos do
Brasil12.
As quantidades de cafeína estão muito abaixo de 4%, conforme quantidade mínima preconizada, o que
permite reprovar os pós quanto ao teor de ativo. Uma das razões para explicar esses resultados é o
fato de que, no caso da droga em pó, sua composição é marcada pela presença dos elementos
característicos da espécie vegetal. Deste modo, o padrão regular na concentração de ativos pode variar
de 50% para mais ou para menos do estabelecido em monografias9,10. Portanto, a realidade reflete
uma fiscalização não rigorosa da Vigilância Sanitária, possibilitando encontrar no comércio pós de
guaraná com baixo teor de cafeína.
Este resultado evidencia a atual situação das matérias primas vegetais empregadas na fabricação de
fitoterápicos no Brasil, ou mesmo de alguns medicamentos fitoterápicos já disponíveis no mercado
registrados antes da RDC (Resolução da Diretoria C olegiada) 17/00. É importante observar o potencial
das plantas medicinais e fitoterápicos para o tratamento à saúde. Os produtos utilizados devem ter
qualidade, no que diz respeito à identidade botânica correta, além da presença e quantidade de
princípios ativos naturais ou marcadores dentro dos padrões exigidos, para que se tenha eficácia e
segurança de utilização4.
Não há dúvidas que o guaraná traga benefícios à saúde. Mas, para que a população possa desfrutar
destes, é necessário que os produtos disponíveis no mercado sejam submetidos às análises do controle
da qualidade que comprovem a quantidade certa do princípio ativo (cafeína) estabelecida em
Farmacopéia. Desta forma, será possível oferecer segurança e eficácia necessárias a todos os
consumidores1.

C onclusão

Diante dos resultados experimentais, conclui-se que as quantidades de cafeína estão muito abaixo de
4%, conforme quantidade mínima preconizada, o que permite reprovar os pós quanto ao teor de ativo.

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