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1.Introdução ...................................................................................................................... 3
1.1.Objectivos ............................................................................................................... 4
1.1.1.Objectivo geral ................................................................................................. 4
1.1.2.Objectivos específicos ...................................................................................... 4
2.Metodologia ................................................................................................................... 4
3.Revisão de Literatura ..................................................................................................... 5
3.1.Moral sexual: A visão da Igreja Católica e sua influência na sociedade ................ 5
3.2.A Igreja, suas Leis e seus Atravessamentos na Vida dos Indivíduos ..................... 5
3.3.O Cristianismo inicial ............................................................................................. 6
3.4.Religião e sexualidade: uma viagem na história e na filosofia ............................... 7
4.A Sexualidade no século XXI ....................................................................................... 9
4.1.Profusão dos discursos sobre a sexualidade ......................................................... 10
4.2.Ingerência da Igreja cristã na vida sexual ............................................................. 11
4.3.Visão geral do comportamento sexual .................................................................. 12
4.4.Atitudes sociais sobre sexualidade e género ......................................................... 12
5.Influência dos pais sobre a sexualidade ....................................................................... 13
6.Papel do profissional de cuidados de saúde................................................................. 14
7.A religião e a sexualidade Em Moçambique ............................................................... 14
Conclusão ....................................................................................................................... 16
Bibliografias ................................................................................................................... 17
A escola pela sua enorme abrangência, e por ser uma das primeiras obrigações do
Estado, também deve pensar e actuar no campo da sexualidade, em todos os níveis
possíveis de acção, porém tem se reduzido a algumas discussões no ensino médio na
área de biologia e de forma bastante técnica, isto é, verifica-se a importância que se dá
em abordar o assunto a partir do ponto de vista biológico, como por exemplo, ao se
tratar de anticonceptivo é ressaltada apenas a utilização de métodos contraceptivos
como viés único de se evitar uma gravidez precoce ou "indesejada".
1.1.1.Objectivo geral
1.1.2.Objectivos específicos
2.Metodologia
Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o
método indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de
algo particular para uma questão mais ampla, mais geral.
Começa-se por relacionar o cristianismo inicial e o poder que exerce sobre as atitudes
em relação à sexualidade e relacionamento entre os géneros em todo o mundo ocidental
e, a partir de uma progressão no tempo, estuda-se a moral sexual oficial da Igreja no
período que compreende a descoberta pelos portugueses, a colonização e a catequização
em Moçambique, com suas influências em nossa sociedade até os dias de hoje.
Segundo os fiéis, estes dois actos virtuosos são justamente os mandamentos de amor
que Jesus deu aos seus discípulos e à humanidade. A igreja católica, assim como muitas
outras, como por exemplo, as igrejas protestantes, pregam também que quem quiser
fazer parte do “Reino de Deus” teria de nascer de novo, se arrepender dos seus pecados,
se converter e se purificar e que Jesus teria ensinado que o poder, a graça e a
misericórdia de Deus eram maiores que o pecado e todas as “forças do mal”, insistindo
por isso que o arrependimento sincero dos pecados e a fé em Deus poderiam salvar os
homens. Este misterioso “Reino de Deus”, segundo algumas religiões, como o
catolicismo, só irá se concretizar na sua plenitude no fim do mundo, mas já está
presente na Terra através da igreja.
Baptismo;
Confissão;
Eucaristia;
Confirmação ou Crisma;
Sagrado Matrimónio;
Ordenação;
Unção dos Enfermos.
O mundo pagão reagiu às investidas cristãs por meio de perseguições, mas a nova
religião foi progressivamente conquistando a adesão de um número cada vez maior da
população: patrícios começaram a agir de maneira bizarra em relação à filosofia
romana, baseada nos valores do poder, da riqueza e no abandono do indivíduo aos
próprios desejos, rendendo-se a uma filosofia assentada na humildade e na pobreza,
A nova religião assumia como missão catalogar a instrução moral contida no Antigo e
Novo Testamentos. No entanto, no antigo Testamento não existe esse espaço reservado
para a normalização da sexualidade: o sexo é visto como um dos aspectos constitutivos
do homem e é dessa forma que aparece em diversas passagens bíblicas. Não se encontra
nenhum julgamento da natureza sexual humana ou a ideia de que a sexualidade seja de
uma ordem inferior à espiritualidade ou à intelectualidade.
Na Sagrada Escritura, a sexualidade aparece como algo bom e desejável aos olhos de
Deus, sempre num contexto mais amplo e relacionado a outros aspectos da vida
humana. Segundo Araújo (1995), o que se observa é que há uma interpretação dos
ensinamentos à luz das posições filosóficas de então.
Há mais de 2000 anos apareceram na China, Japão e Índia, filósofos que indicavam que
a sexualidade conferia iluminação espiritual. Que o sexo não buscava somente o prazer,
mas também a transcendência da mortalidade humana. Os chineses descobriram o
equilíbrio através da natureza e aplicaram em todas as áreas da sua vida inclusive na
sexualidade. “Desde a 1ª Dinastia chinesa (1750 A.C.) que existia uma expressão para o
sexo: „Nuvens e Chuva‟.
Os gregos são vistos como os mais liberais, pelo menos é a visão que a maioria do
Ocidente tem sobre este povo. “O sexo era natural, divino e sempre era realizado como
forma de adoração. Não era descriminado e o senso de pudor não existia porque não
havia o “não-divino” na sexualidade grega”. (Crowley e Ligvori, 2008)
Esta liberdade está associada a algo natural e não necessariamente libertino, pois
consideravam “a actividade sexual, tão profundamente ancorada na natureza e de
maneira tão natural, não poderia ser – e Rufos de Éfeso o lembrará – considerada má”.
(Foucault, 2001).
Os gregos aceitavam a sexualidade sem uma imposição moralista, porém o prazer devia
ser regrado, como diz Aristóteles: “é preciso que a faculdade de desejar obedeça à razão
como a criança aos mandamentos de seu mestre”. (Foucault , 2001).
O acto sexual poderia destinar-se apenas à busca do prazer erótico. As lutas políticas
organizadas pelo movimento feminista reivindicaram maior liberdade sexual para as
mulheres, a valorização do prazer feminino, o direito ao divórcio e a igualdade entre os
sexos. Muitas conquistas foram alcançadas. A sexualidade tornou-se, de fato, mais livre,
ocupou as páginas dos principais jornais, foi tema de inúmeros programas televisivos e
apareceu constantemente nas revistas femininas. Foram lançados vários livros de auto-
ajuda que apresentavam fórmulas sexuais e mostravam às leitoras o caminho do
orgasmo. Foram publicados ainda manuais sexuais que ensinavam as melhores posições
para alcançar o prazer.
Tudo que fosse encontrado ou descoberto sobre a própria vida sexual precisava ser
revelado. Segundo Foucault (1999b), nos séculos XVIII, XIX e XX, os discursos
sexuais proliferaram-se. Nunca se falou tanto da intimidade sexual. O pudor discursivo
diminuíra. As palavras indecentes deveriam ser filtradas para expressar o sexo, mas
ninguém poderia ficar calado. As paixões deveriam ser mostradas sem inibição. A
sociedade burguesa não parecia, como se acreditava, regida por um regime sexual
espartano que exigia reserva, silêncio e discrição.
Conforme Foucault (1999b), foi na família burguesa que a questão sexual apareceu. Os
pais começaram a preocupar-se com a vida sexual dos seus filhos. Ficaram apavorados
com a possibilidade da masturbação e, por isso, resolveram vigiar a sexualidade das
crianças, o que contribuiu para fortalecê-la, fazendo emergir algo que estava escondido.
Múltiplas formas de sexo tiveram expressão na família vitoriana do século XIX.
Contrário à tese foucaultiana, Gay (1999) atesta que o prazer sexual acomodava-se nos
dormitórios domésticos, mas não se mostrava publicamente.
Era preciso exibir os detalhes da vida sexual àqueles cuja função era escutar
atentamente o relato para em seguida apresentar o “veredicto”. Filhos, pacientes, alunos
e réus confessariam seus “pecados” a pais, médicos, pedagogos e juízes. A prática da
confissão, inventada pelo cristianismo medieval para apreender os pormenores da vida
sexual, difundiu-se e tornou-se instrumento científico, utilizado na consulta médica, na
sessão psicanalítica, na actuação pedagógica e nos julgamentos jurídicos. A
sexualidade, que até o século XVII era analisada, investigada e explorada
exclusivamente pela pastoral cristã, passou a ser a partir do século XVIII observada por
diferentes campos do conhecimento científico.
A situação já desde o início era preocupante de forma que Manuel da Nóbrega, um dos
primeiros em missão jesuítica em Moçambique recém-descoberto, “suplicou ao rei que
mandasse imediatamente mulheres brancas para colocar os portugueses frente a frente
com o sacramento do matrimónio. E tamanha era a urgência que aceitaria até mulheres
de má reputação” (Vainfas,1998)
A partir de uma visão medieval de mundo a igreja impôs em Moçambique uma moral
sexual de condenação aos costumes nativos e procura impor um comportamento rígido
de limitação à sexualidade.
Nos primeiros séculos da era cristã, o clero católico procurou combater o matrimónio,
instituição laica e privada, recorrente entre os membros da aristocracia romana. Diante
de sua permanência, a Igreja promoveu, com certa reticência, a sacramentalização do
casamento, autorizando-se, desse modo, a penetrar no quarto do casal, vasculhar sua
intimidade e estabelecer os limites entre o permitido e o proibido no âmbito da
sexualidade. Homens que, em tese, se privavam de viver a própria sexualidade ficaram
responsáveis por orientar a vida sexual de fiéis que não sabiam o que fazer com os
próprios desejos e temiam suas manifestações.
Abrindo-se com este, espaços para que jovens pudessem debater os tabus e
preconceitos, a sexualidade em geral, ampliando seus conhecimentos sobre a vida
sexual e sobre a própria sexualidade a partir de uma perspectiva histórica, passando a ter
uma visão mais crítica e contextualizada do assunto.
Berger, Peter L. O Dossel Sagrado elementos para uma teoria sociológica da religião.
São Paulo: Paulinas, 1985.
Dupront, Alphonse, in: LE GOFF, Jacques e NORA, Pierre (orgs.). 1976. História:
novos objectos, novas abordagens, novos problemas. Rio de Janeiro, Francisco
Alves.
Durkhein, Émile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo Martins Fontes,
1996.
Eliade, Mircea. O sagrado e o profano: a essência das religiões. São Paulo, Martins
Fontes, 2001.
Souza, Laura de Mello. O Diabo e a Terra de Santa Cruz. Ed. Companhia das Letras,
1986.