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Teoria do Crime

Crime -> é a violação do bem jurídico tutelado pela norma.

Para haver um crime tem


CRIME
que ter: CULPABILIDADE(CUL
FATO TÍPICO ILICITO(ANTI-
= + JURÍDICO) + PÁVEL)
Ação
Omiss
a)Conduta ão
Dolo a)Legítima defesa
a)Inimputabilidade
Culpa
b)Resultado b)Estado de necessidade
b)Potencial consciência d
c)Nexo causal c)Estrito cumprimento do dever legal
c)Inexigibilidade de cond
d)Tipicidade d)Exercício regular do Direito

OBS.: “só
OBS.: “só para
para crimes
crimes materiais
materiais a
a lei
lei exige
exige (conduta,
(conduta, resultado,
resultado, nexo
nexo causal,
causal,
tipicidade)”.
tipicidade)”.
“Iter Criminis” Art. 14, CP

Iter Criminis é o conjunto das fases pelas quais passa o delito; compõe-se das seguintes etapas:

a) cogitação -> Na etapa de cogitação, a idéia é apenas mentalizada, planejada. Nesse momento o
crime é impunível, pois cada um pode pensar o que bem quiser. Só podemos falar em fato típico quando
essa idéia se exterioriza e se materializa.

b) atos preparatórios -> Na fase de preparação, ainda impunível o agente prática os atos necessário a
execução, como por exemplo; a compra de uma faca, arma,veneno para a prática de um homicídio.

c) Atos executórios -> Na fase de execução, o crime já é punível, pois um bem jurídico que está
protegido pelo nosso ordenamento já sofre violação.

d) Consumação -> Na fase de consumação, todos os elementos encontrados no tipo penal foi
praticado pelo agente.
Tentativa Art. 14, II, CP
Conceito -> Iniciado os atos executórios a consumação não se dar por circunstâncias alheias a vontade do agente.
O Direito Penal começa a punir a partir dos atos executórios, ou na forma tentada ou na forma consumada.

Espécies de Tentativa

Tentativa Imperfeita -> quando não são praticados todos os atos executórios, que são interrompidos. Ex.: Tendo
iniciado os disparos de arma de fogo contra vítima, chega à polícia e o agente empreende fuga.
Tentativa Perfeita -> agente pratica todos os atos executórios, mas não consuma o crime. Ex.: Desfere todos os tiros
de que dispõe contra a vítima, mas não a mata. É também chamado de crime falho
Tentativa Cruenta -> Atinge o bem jurídico. A vítima é atingida, mas não da forma que pretendia o agente. Ex.:
Querendo matar, dispara vários tiros; não mata a vítima, mas lhe causa lesões.
Tentativa Branca -> Quando não atinge o bem jurídico. A vítima sequer é atingida, não sofrendo qualquer dano.
Crime Tentado Punição
Teoria Objetiva -> Pune-se o crime tentado com a pena do crime consumado incidindo uma diminuição.
Art. 14, parágrafo único -> Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Natureza Jurídica da tentativa -> é uma causa de diminuição de pena. Todo crime tentado o juiz tem que diminuir a
pena, direito do réu.
Tentativa abandonada -> Art. 15, CP
•Desistência voluntária -> voluntariamente desiste da execução, podendo chegar a consumação desiste.
•Arrependimento eficaz -> impede que o resultado se produza. Responde pelos atos já praticados.

•Arrependimento Posterior - Art. 16, CP.


Requisitos:
Crimes cometidos sem violência ou grave ameaça a pessoa
Reparado dano ou restituído a coisa
Até o recebimento da denúncia ou queixa
Por ato voluntário do agente
Causa diminuição de pena. 1/3 - 2/3
Crime Impossível - Art. 17, CP
CONDUTA
Teorias:
Teoria Causalista/natural ou clássica - > Conceito de conduta para teoria causal - > é a ação voluntária que dá causa a um resultado.
Essa teoria não analisava na conduta a vontade do agente.

Teoria Finalista da ação (adotada no Brasil) - > Conceito de conduta -> é uma ação ou omissão consciente voluntária dirigida a uma
finalidade. Esta relacionada ao dolo e culpa.

Conceito de conduta após Finalismo -> é uma ação ou omissão consciente e voluntária, dolosa ou culposa dirigida a uma finalidade.
(hoje deve-se perguntar sempre: houve vontade?)

Concepção Bipartida -> são elementos do crime o fato típico e a ilicitude. Para essa parte da doutrina a culpabilidade seria
pressuposto da pena.
Doutrinadores que adotam essa concepção: Damásio,Fernando Capez e Mirabete.

Concepção Tripartida -> são elementos do crime o fato típico, ilicitude e culpabilidade (esta concepção é majoritária).

Conduta por ação -> movimento corpóreo, conduta positiva, é um fazer.

Conduta por Omissão -> é a abstenção de uma conduta, movimento negativo, é um não fazer.
Espécies de crime por omissão
Próprio -> quando o legislador trás no tipo penal uma conduta omissiva.
Ex.: Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à
pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:

Impróprio ou ação por omissão ou comissivo por omissão - > Relevância da omissão, tinha o dever de agir e se omitiu. Ex.: pai e mãe
tem que cuidar da segurança, alimentação etc. dos filhos.
Art. 13
Relevância da omissão
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a
quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
RESULTADO
Resultado -> Teoria Naturalística -> para essa teoria, resultado é a modificação que a
conduta produz no mundo exterior. Para essa teoria é possível haver crime sem
resultado.
 
Quanto ao crime pode ser:
 
Material -> o legislador trás no tipo penal conduta e resultado. Para que haja
consumação tem que haver o resultado.

Ex.: Art. 121 - Matar alguém

Formal -> o legislador trás no tipo penal conduta e resultado, porém, para que haja
consumação não precisa haver o resultado.

Ex.: Extorsão mediante seqüestro

Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate.

Mera conduta - > o legislador trás no tipo penal a conduta.

Ex.: Violação de domicílio

Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade


expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências.
NEXO CAUSAL
Nexo causal - > Crimes materiais - é o elo que liga a conduta ao resultado.

Conduta Nexo Causal Resultado

Teorias sobre Nexo Causal

1 -Teoria da equivalência dos antecedentes (conditio sine qua non = ação ou omissão sem o qual o
resultado não teria acontecido) Art.13, CP Caput

2 - Teoria da relevância causal -> tem que haver dolo. Art. 18 Parágrafo único - Salvo os casos
expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica
dolosamente.

Procedimento Hipotético de eliminação - > é o procedimento que elimina da cadeia causal a causa que
não seja relevante a produção do resultado.

Concausa -> ocorre quando duas ou mais causas são relevantes a produção do resultado.

3 - Teoria da superveniência de causa relativamente independente.

Art. 13 § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si


só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
TIPICIDADE

Tipicidade - > ocorre quando a conduta praticada se encaixa ao tipo penal.

Adequação típica imediata - > ocorre quando a conduta praticada se encaixa perfeitamente a
norma. Art. 121,CP “Matar alguém”.

Adequação típica mediata - > ocorre quando a conduta praticada não se encaixa perfeitamente a
norma, nesse caso o aplicador da lei ou intérprete, deverá buscar uma norma de extensão.

Como o tipo penal é formado:

Elementares - > são os elementos que formam a infração penal, geralmente as elementares
estão no caput do artigo.

Circunstanciais - > são todas as circunstâncias que cercam o crime. Aumenta ou diminui a pena.
Influenciam o crime.
Elementos subjetivos do tipo
Do tipo penal nos crimes dolosos - > é à vontade e a consciência na realização do tipo penal
Regra - o legislador pune crimes dolosos.

Art. 18 - Diz-se o crime:

Crime doloso

I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Teorias sobre o dolo

•Vontade -> o crime é doloso quando o agente quis o resultado. Dolo direto
•C0nsentimento ou assentimento -> o crime é doloso quando o agente assumiu o risco na
produção do resultado, nesse caso o agente age com indiferença quanto ao resultado. Dolo
indireto ou eventual - dê no que der não deixa de agir.
Espécies
•Dolo direto
•Dolo eventual (indireto)
•Dolo de dano -> ocorre quando o agente quis produzir um dano ao bem jurídico
•Dolo de perigo -> ocorre quando o crime se consuma com a mera exposição ao perigo.
•Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de
moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado.

•Dolo geral -> ocorre quando o agente pratica uma conduta e acreditando que o crime se
consumou, pratica uma nova conduta produzindo nesse momento a consumação.
Elementos subjetivos do tipo
Do tipo penal nos crimes culposos

Art. 18 - Diz-se o crime:

II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Crime = Fato típico

1. Conduta culposa
2. Resultado involuntário
3. Nexo causal
4. Tipicidade
5. Previsibilidade objetiva
6. Quebra do dever objetivo de cuidado, que se dá através:
•Imprudência
• Negligência
• Imperícia
A culpa é normativa - > só vai existir o crime na forma culposa se o legislador trouxer a previsão em
lei.
Previsibilidade Objetiva -> é a previsibilidade que o homem médio tem de que com a sua conduta e
através de uma imprudência, negligência ou imperícia, quebrando um dever objetivo de cuidado,
possa produzir um dano ao bem jurídico.
Imprudência -> é um fazer descuidado, com afoiteza. Se dar através de uma ação.
Negligência -> é um não fazer, uma omissão.
Imperícia -> é a inaptidão na prática de técnica, ofício ou profissão.
Compensação de culpas - > o direito penal não admite a compensação de culpas.
Não se admite tentativas em crimes culposos.
Preterdolo -> é um crime qualificado pelo resultado em que o agente tem dolo no antecedente e culpa
no consequente.
Erro do tipo – Art. 20 CP
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo, se previsto em lei.

Conceito -> se dar quando o agente erra sobre elementares do tipo penal de modo que ele não tem consciência de que
está cometendo o fato tipificado na norma penal.
Exemplo: uma gestante ingere substância abortiva na presunção de que está tomando calmante, ela, então, não sabe
que está ingerindo substância que irá provocar o aborto, portanto a gestante se engana a respeito do remédio que
tomou, assim, o erro de ter trocado as substâncias recai sobre o elemento do tipo, ela não tinha a pretensão de fazer o
aborto. Também, temos como exemplo de erro de tipo, quando uma pessoa contrai casamento com outra pessoa
casada, insciente do matrimônio anterior válido.
Espécies do erro do tipo:
Essencial -> é o que recai sobre o elemento do crime, e sem o qual o crime não existiria, e sempre excluí o dolo,
permitindo, quando necessário, a punição pelo crime culposo, uma vez que a culpabilidade permanece intacta. Assim,
uma pessoa não casaria com outra se soubesse que essa já possuía outro matrimônio, ou a gestante não tomaria uma
substância para aborto se o que ela realmente queria era um calmante. Deste modo, o erro de tipo essencial exclui a
tipicidade da conduta.
O erro essencial por sua vez se desdobra em duas modalidades, a saber:
a¹) Vencível ou inescusável -> previsto no art.20, 1º parte, CP. Se dá quando o agente, no caso concreto, em não agindo
com a cautela necessária e esperada, acaba atuando abruptamente cometendo o crime que poderia ter sido evitado.
Ocorrendo essa modalidade de erro de tipo, há a exclusão do dolo, porém subsiste a culpa. Portanto o réu responde
por crime culposo se existir a modalidade culposa, em decorrência do Princípio da Excepcionalidade do Crime culposo.
Exemplo: para que melhor se entenda o erro vencível, ocorre quando, tio e sobrinho saem para uma caçada, cansados
de esperar pela presa o sobrinho resolve sair para buscar água. Ao retornar, já no crepúsculo vespertino, seu tio acha
que é sua caça e sem tomar as cautelas necessárias, acaba atirando. Ao se dirigir à suposta presa alveja, percebe que
é o sobrinho. Neste caso o tio responde por homicídio culposo.

A²) Invencível ou escusável -> está previsto no art. 20, “caput”, 1.º parte. Verifica-se quando o resultado ocorre, mesmo
que o agente tenha praticado toda diligencia necessária, em suma, naquela situação todos agiriam da mesma forma.
Ocorrendo esta modalidade, ter-se-á por excluído o dolo e também a culpa. Logo, se o erro recai sobre uma elementar,
exclui o crime, se recai sobra qualificadora, exclui a qualificadora e assim por diante.
Erro do tipo – Art. 20 CP
B) Erro do tipo acidental -> Ocorre quando o agente erra sobre elementos secundários do tipo penal,
nesse caso não há exclusão do fato típico e o agente responderá pelo crime praticado. (não exclui
dolo e culpa)
Suponha-se que o agente pretenda subtrair farinha de um armazém e, por engano, acaba levando
sacos de farelo, foi um erro por acidente, que pode versar sobre o objeto ou sobre a pessoa da vítima.
O erro acidental não impede o sujeito de compreender o caráter ilícito de seu comportamento e,
assim, não excluí o dolo.
São espécies de erro acidental:
B¹) Erro sobre objeto-> Ocorre sobre bem material.
B²) Erro sobre pessoa -> art 20 § 3.º CP.
Ocorre quando há erro de representação, em face do qual o sujeito atinge uma pessoa supondo tratar-
se da que pretendia ofender, ou seja, ele pretende atingir certa pessoa, vindo a ofender outra inocente
pensando tratar-se da primeira. Vejamos que ocorre um desvio na relação representada pelo agente
entre a conduta e o resultado.
Ele prevê a lógica de causalidade entre sua conduta e o resultado contra a vítima “A”; realiza a
conduta e causa o mesmo evento contra “B”. Há desvio entre o curso causal representado e o que
ocorreu. Só é admissível nos crimes dolosos.
Exemplo: Júnior, atirador de elite, resolve dar cabo na vida de José, seu pai. Para tanto usa de seus
conhecimentos de atirador, esperando que seu pai passe, como de costume, pelo local onde o
aguarda. Então vem um indivíduo com os mesmos caracteres físicos de seu pai. João prepara sua
melhor mira e atira, mas acaba matando Pedro, irmão gêmeo de José, seu pai. Observe que não houve
falha na execução do delito, apenas ocorreu uma falsa representação da realidade, dado a semelhança
física entre os irmãos.
Ocorrendo o erro de pessoa, o agente responde como se tivesse atingindo a pessoa que pretendia e
não as que efetivamente atingiram. No exemplo supracitado o agente responde como se tivesse
atingido o pai, e não o tio.
Erro do tipo – Art. 20 CP
B³) “Aberratio Ictus” = Erro na execução -> ocorre quando o agente por execução imperfeita acaba atingindo um
terceiro que, em regra, não fazia parte do seu “animus” . Ex: Júnior, um desastrado, resolve matar seu irmão. Quando
este passa pelo local esperado Júnior atira, mas por erro de pontaria, acaba não por atingir seu irmão, mas a namorada
deste, que estava ao seu lado.
Havendo resultado único o agente responde por um só crime, mas levando-se em conta as condições pessoa que
queria atingir, nesse sentido art. 73 CP.
Porém, pode ocorrer resultado duplo, vale dizer, atingiu dolosamente a pessoa que queria e culposamente um terceiro,
neste caso há concurso formal perfeito (ou normal ou próprio), uma vez que não existem desígnios autônomos,
devendo ser considerada uma só pena aumentando-se de 1/6 a ½. É o Sistema da Exasperação.
Pode ocorrer também, como afirmamos retro, que esteja no “animus” do agente atingir as duas pessoas, portanto um
resultado duplo doloso. Neste caso afirma-se haver desígnios autônomos, devendo então as penas ser somadas, é o
Sistema do Cúmulo Material. Tem-se na hipótese manejada o concurso formal impróprio (ou anormal ou imperfeito).
De notar-se que o erro na execução difere do “erro in persona” porque neste, o agente atinge a vítima pensando que a
desejada. Ou seja, há uma falsa representação da realidade. No erro na execução, o agente quer atingir a vítima
desejada e sabe que é ela, só que erra na execução, e atinge outra pessoa (vítima alvejada).

B4) “Aberratio Criminis” = Resultado diverso do pretendido -> nesta espécie de erro do tipo, o agente quer atingir
determinado bem jurídico, mas atinge outro. Ex: Júnior quer atingir a vidraça, mas por erro de pontaria acaba por
acertar a cabeça de José. Neste caso o agente só responde por lesões culposas, que absorve a tentativa de dano.
Porém se ocorrer duplo resultado, ou seja, atinge a vidraça e pessoa, o agente responde por crime de dano consumado
em concurso formal com crime de lesões corporais culposas, aplicando-se o Sistema da Exasperação.
Por fim, não se pode deixar de mencionar, responde pelo crime o terceiro que determina o erro, na forma do art. 20, § 2º
do CP. Colhamos aqui o exemplo dado pelo professor Mirabete, para melhor compreensão da hipótese aventada:
“suponha-se que o médico, desejando matar o paciente, entrega à enfermeira uma injeção contendo veneno, afirma que
se trata de um anestésico e fez com que ela aplique”. Conclui-se que a enfermeira não agiu dolosamente, mas por um
erro que terceiro determinou, neste caso apenas o médico responde pelo crime de homicídio.

Princípio da insignificância ou bagatela -> Permite na maioria dos tipos excluírem, em princípio, os danos de pouca
importância. Não há crime de dano ou furto quando a coisa alheia não tem qualquer significação para o proprietário da
coisa. É preciso, porém, que estejam comprovados o desvalor do dano, o da ação e o da culpabilidade. A excludente da
tipicidade (do injusto) pelo princípio da insignificância (ou da bagatela), que a doutrina e a jurisprudência vêm
admitindo, não está inserta na lei brasileira, mas é aceita por analogia, ou interpretação interativa, desde que não
contra legem.
Estado de necessidade
Estado de necessidade (Art. 24, CP) -> ocorre quando há um conflito entre bens jurídicos em que o
Direito Penal autoriza o sacrifício de um bem para que outro seja salvo.

Requisitos para estado de necessidade:

Perigo atual = acontecendo -> "o requisito da existência de um perigo atual para um bem jurídico de
maior importância deve vincular-se com a inexistência de outro meio de evitá-lo. A ‘atualidade’ do
perigo indica que não existe, de momento, outro meio de evitá-lo, mas tampouco que exista um lapso
temporal por vir, que criasse a possibilidade do meio, por enquanto inexistente, surgir ou apresentar-
se disponível”.

Que não provocou por sua vontade -> "cumpre que a situação de perigo seja alheia à vontade do
agente, isto é, que este não a tenha provocado intencionalmente ou por grosseira inadvertência ou
leviandade”.

Direito Próprio ou Alheio -> Quanto a titularidade, que pode ser: Próprio ou terceiros.

Não pode alegar Estado de Necessidade quem tem o dever legal de enfrentar o perigo.

Razoabilidade - Proporcional

Quanto ao elemento subjetivo do tipo

Estado de necessidade real - está acontecendo.

Estado de necessidade Putativo -> Imaginário, o perigo atual só existe na mente do agente.
Legítima defesa
Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Requisitos:

Agressão injusta - agressão não provocada. Quem pode sofrer: o ser humano.

Perigo atual ou iminente - > Não se admitindo agressão passível de legítima defesa, oriunda de animal
bravio descontrolado. In casu, invoca-se outra excludente: o estado de necessidade. Contudo, se o
mesmo animal bravio for utilizado como longa manus por seu dono, estaria aí, configurada a legítima
defesa.
longa manus (É uma expressão que designa o executor de ordens! É normalmente utilizada em
referência ao Oficial de Justiça - que é o executor das ordens judiciais, ou seja, "a mão estendida do
juiz na rua"!
Também pode ser um designativo do executor de um crime premeditado por outrem!)

Uso moderado dos meios necessários - > significa usar os meios disponíveis, na medida em que são
necessários para repelir a agressão. Deverão aqui considerar-se as circunstâncias em que a agressão
se fez, tendo-se em vista a sua gravidade e os meios de que o agente podia dispor. Sempre convém
salientar, que a possibilidade de fuga não exclui a legítima defesa, obviamente sendo recomendada
quando possível, como no caso de agressão praticada por portadores de necessidades especiais.

Própria ou de terceiros - > É inegável, que todo e qualquer bem de interesse jurídico, deve ser
resguardados em face de qualquer mácula, não importando se é vida, liberdade, patrimônio ou
integridade sexual. Como o Estado e seu aparato não estão presentes em absoluto, é permitida a
interferência de terceiro, na proteção de bens alheios, desde que não sejam bens disponíveis. Isto
significa, não só a legitimação da defesa própria, mas também a defesa de terceiros.
Estrito Cumprimento

Estrito cumprimento do dever legal - > Art.23, inc.III, primeira parte

É o instituto jurídico penal que compreende as normas e princípios relativos à atuação de quem, sob
comando legal (ditado por relevante interesse público e legitimado pela observância dos limites
impostos pela própria lei e pelos direitos fundamentais consagrados na Constituição), pratica conduta
descrita em um tipo legal de crime.

Assim, podemos sintetizar os princípios que devem orientar o cumprimento de dever legal:
intervenção mínima, proporcionalidade e inviolabilidade dos direitos fundamentais (exceto na medida
autorizada por preceito constitucional).
Exercício Regular do
Direito
Exercício Regular de Direito - > O exercício regular de direito pressupõe uma faculdade de agir
atribuída pelo ordenamento jurídico (lato sensu) a alguma pessoa, pelo que a prática de uma ação
típica não configuraria um ilícito.

Mirabete cita como exemplos de exercício regular de direito:

• a correção dos filhos por seus pais;


• prisão em flagrante por particular;
• penhor forçado (art. 779 do CP);
• no expulsar, na defesa em esbulho possessório recente.

Em qualquer caso, não se pode ultrapassar os limites que a ordem jurídica impõe ao exercício do
direito. Caso os pais, a pretexto de corrigir os filhos, incorram em maus-tratos, responderão pelo
crime.

Ofendículos: a predisposição de aparatos defensivos da propriedade (cacos de vidro no muro, cercas


de arame farpado, maçanetas eletrificadas etc.), embora sejam consideradas, por parte da doutrina,
como legítima defesa, são, na verdade, exercício regular de um direito, pois faltaria o elemento
subjetivo da defesa à agressão.
Também se consideram exercício regular de direito as lesões ocorridas na prática de esportes
violentos, desde que toleráveis e dentro das regras do esporte. As intervenções médicas e cirúrgicas,
havendo consentimento do paciente, seriam exercício de direito; inexistindo, poderia haver estado de
necessidade (Mirabete).

Consentimento do ofendido - > só pode ser utilizado como excludente de ilicitude se o bem jurídico for
disponível.
Inimputabilidade
Art. 26 É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Doença Mental - > A expressão abrange todas as moléstias que causam alterações mórbidas à saúde mental. Entre elas, têm-
se as chamadas psicoses funcionais: a esquizofrenia, a PMD, a paranóia, etc. são também doenças mentais a epilepsia, a
demência senil, a psicose alcoólica, a paralisia progressiva, a sífilis cerebral, a arteriosclerose cerebral, a histeria, etc.
Desenvolvimento mental incompleto - > Têm desenvolvimento mental incompleto, os silvícolas não adaptados à civilização, e os
surdos mudos que não receberam instrução adequada. E o menor de 18 anos, estes não cometem crimes e sim infrações, que
podem ser penalizados por medidas sócios educativas e por lei específica(ECA).
Desenvolvimento mental retardado - > Idade mental # Idade biológica. É aquele que nunca se completará, representando um
atraso da idade mental com relação à idade cronológica. É o caso dos oligofrênicos (nos graus de idiotia, imbecilidade e
debilidade mental).
OBS.: Doença mental, desenvolvimento mental incompleto e desenvolvimento mental retardado, serão inimputáveis ao tempo
da ação ou omissão quando inteiramente incapazes.
Embriaguez - > é o estado de alteração psíquico causado pela ingestão de álcool ou outras substâncias que causem alteração
psíquica.
De acordo com a sua intensidade a embriaguez pode ser completa ou incompleta.
Completa – a pessoa perde toda a consciência da realidade.
Incompleta – a pessoa ainda tem alguma consciência da realidade.

De acordo com a sua origem a embriaguez pode ser classificada ainda:


1 ) Culposa – o agente ingere a substância espontaneamente, mas sem a intenção de se tornar embriagado;
2 ) Dolosa / Voluntária – o agente se coloca intencionalmente em estado de embriaguez;
3 ) Pré-ordenada – o agente se embriaga para ter melhores condições de cometer o crime. É circunstância agravante;
4 ) Decorrente de força maior – o sujeito é constrangido a se tornar embriagado. Ex.: garoto passa no vestibular e é obrigado a
se embriagar;
5 ) Decorrente de caso fortuito – o sujeito acidentalmente é colocado em estado de embriaguez. Ex.: sujeito que cai no tonel de
pinga.
De acordo com a teoria “actio libera in causa” (ação livre na causa), o agente que cometer o crime em estado de embriaguez
completa decorrente de ato voluntário responderá normalmente pelo crime, pois estava livre e consciente quando se colocou no
estado de embriaguez.
O agente é considerado inimputável se o estado de embriaguez completa se originou de caso fortuito ou força maior.
Será semi-imputável se a embriaguez for incompleta.
Inimputabilidade
Fato típico e ilicitude está ligado ao fato e a culpabilidade está ligada ao agente.

Absolvição imprópria - > cai para tratamento e é a chamada medida de segurança.

Sistema biopsicológico -> ou seja, o de submissão da pessoa entre 16 e 18 anos a avaliação psicológica para saber se, ao
tempo do fato, possuía discernimento sobre a ilicitude de seus atos.

Semi-imputáveis têm sua consciência e vontade diminuídas, mas não suprimidas. Por isso, podem ser condenados e receber a
pena, mas, em consideração a seu especial estado, o CP (art. 26, parágrafo único) prevê que “a pena pode ser reduzida de um
a dois terços”. A redução da pena é obrigatória, podendo o juiz determinar sua quantidade dentro do intervalo legal tendo em
vista a “maior, ou menor, incapacidade do réu de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento” Se o juiz considerar que o semi-imputável requer tratamento psiquiátrico poderá converter a pena me medida de
segurança (CP, art. 98).

Emoção e paixão

são alterações intensas do estado psíquico de longa (paixão) ou curta (emoção) duração.

A emoção e a paixão não retiram a imputabilidade, mas podem diminuir a pena do crime de homicídio em duas situações:

1 ) o agente comete o crime por motivo de relevante valor moral. Ex.: pai que mata o estuprador da filha. Nesse caso agiu com
emoção. Estava com ódio;
2 ) dominado por violenta emoção logo após a injusta provocação da vítima. Ex. corno furioso.

É circunstância atenuante a influência de violenta emoção depois (pode passar algum tempo) da injusta provocação da vítima.
Ex.: Corno pensativo – não há diminuição da pena, mas tem uma circunstância atenuante. O corno vê a mulher com outro na
cama. Sai, pensa. Volta, vê a cena novamente. Sai e pensa. Volta e mata a mulher.

Excepcionalmente, a emoção e a paixão podem tornar a pessoa inimputável se derem origem a uma doença mental. Ex.: o
corno furioso fica tão furioso que se torna louco.

Outro caso de excludente é o patológico, pessoa viciada que comete crime sob efeito do vício e é comparada ao doente mental.
Potencial consciência da
Ilicitude
é a exigência de o agente poder conhecer que o fato por ele praticado foi contrário ao Direito. Basta a simples
vivência da sua cultura para que saiba que determinado fato por ele praticado (proibido pela Lei Penal) foi
contrário ao Direito.

Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável,


isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

Erro de proibição -> é erro do agente que acredita ser sua conduta admissível no direito, quando, na
verdade ela é proibida. O erro de proibição recai sobre a consciência de ilicitude do fato. O erro de proibição é
um juízo contrário aos preceitos emanados pela sociedade, que chegam ao conhecimento de outrem na
forma de usos e costumes, da escolaridade, da tradição, família etc.

Espécies:

Inevitável ou escusável - > O agente não tinha como conhecer a ilicitude do fato, em face das circunstâncias
do caso concreto. Exclui a culpabilidade (inexiste potencial consciência da ilicitude).

Evitável ou inescusável - > Embora desconhecesse que o fato era ilícito, o agente tinha condições de saber
que contrariava o ordenamento jurídico. Redução de pena de 1/6 a 2/3.
Inexigibilidade de
Conduta Diversa
“Consiste na expectativa social de um comportamento diferente daquele que foi adotado pelo agente.
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente
ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.

Causas de exclusão:

Coação Moral Irresistível - Coator e Coagido

O coator é chamado de autor mediato, pois se serve de um agente instrumento (coagido) para a prática de
seu crime.
Exemplo: “A”, mediante emprego de arma de fogo, ameaça matar “B”, caso esse deixe de praticar um furto
contra “C”. “B” ao furtar “C” estará praticando um fato típico e ilícito (CP, art. 155), mas não haverá
reprovação de sua conduta (culpabilidade).

Coação: Emprego de força física ou de grave ameaça para que alguém faça ou deixe de fazer alguma coisa.
A coação moral irresistível exclui a culpabilidade, porém, se a coação for física, exclui o próprio fato típico
(conduta).

Obediência Hierárquica -> “É a obediência a ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico,
tornando viciada a vontade do subordinado e afastando a exigência de conduta diversa”

Requisitos:
 Um superior;
 Um subordinado;
 Uma relação de direito público entre ambos, já que o poder hierárquico é inerente à Administração Pública;
 Uma ordem do primeiro para o segundo;
 Ilegalidade da ordem;
 Aparente legalidade da ordem.

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