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Possibilidades e limites peda- cluindo assuntos até então típicos da es-


Alexandre Medeiros
gógicos da literatura de cordel cola, como temas científicos diversos,
Departamento de Física,
no ensino da ciência questões ambientais e até mesmo a astro-
Universidade Federal Rural de
nomia. É nesta seara que se constrói e que
Pernambuco, Recife, PE, Brasil
Literatura popular em versos, o cor- se estabelece a tentativa de cordelistas
del chegou ao Brasil no século XVIII tra- como Manoel Monteiro [3], Antonio Fran-
João Tertuliano Nepomuceno Agra
zido pelos portugueses e tornou-se típica cisco [4], Antônio Klevisson Viana [5], Rai-
Unidade Acadêmica de Física,
da região Nordeste. O nome cordel é deri- mundo Santa Helena [6], Gonçalo Ferreira
Universidade Federal de Campina
vado da forma como os folhetos eram da Silva [7, 8] e vários outros de levarem
Grande, Campina Grande, PB, Brasil
expostos à venda, pendurados em cordões a esse novo público uma forma de ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
nas feiras e mercados jornalismo popular
populares. Curran [1, O “movimento novo cordel” que contemple não
p. 17] assim conceitua surgiu como uma reação ao apenas o trivial e coti-
a literatura de cordel: declínio do cordel tradicional, diano, mas que reflita
A literatura de procurando novos públicos e o imaginário popular
cordel é uma poesia diversificando os conteúdos até mesmo sobre as-
folclórica e popular abordados, incluindo assuntos suntos da ciência. O
com raízes no Nordes- até então típicos da escola, trabalho do movi-
te do Brasil. Consiste, como temas científicos... mento “novo cordel”
basicamente, em lon- pode assim ser carac-
gos poemas narrativos, chamados “ro- terizado como uma forma de divulgação
mances” ou “histórias”, impressos em de um conhecimento até então exclusivo
folhetins ou panfletos de 32 ou, rara- de ambientes escolares e acadêmicos e que
mente, 64 páginas,que falam de amores, por vezes tem assumido pretensões peda-
sofrimentos ou aventuras, num discurso gógicas.
heróico de ficção (Fig. 1). Não é, entretanto trivial que o novo
Esta conceituação, porém, refere-se à cordel possa ir muito além da represen-
literatura de cordel tradicional, que segun- tação do imaginário popular sobre tais te-
do Rezende [2], não contempla as mar- mas abordados. Sua atuação enquanto
cantes modificações que se pode observar mecanismo poético popular de divulgação
neste gênero literário popular na atuali- deste imaginário é bela e louvável, mas a
dade, naquilo que já se sua utilização peda-
costumou chamar de ...enquanto a literatura de gógica tem que ser
“novo cordel”. Uma cordel tradicional é uma poesia feita com o devido
das características folclórica e popular com raízes cuidado, como tenta-
marcantes deste “mo- no Nordeste do Brasil, remos mostrar nos Recentemente experiências pedagógicas de utili-
vimento novo cordel” consistindo basicamente em exemplos analisados zação da literatura de cordel no ensino escolar
é ter ele surgido como longos poemas narrativos, na sequência deste da ciência têm sido feitas, principalmente no
uma reação ao declí- chamados “romances” ou trabalho. Além disso, Nordeste do Brasil. Tais experiências estão ba-
nio do cordel tradicio- “histórias” está ainda por ser seadas na premissa de que as mensagens ali con-
nal que havia perdido estudada a tensão tidas são traduções confiáveis da cultura erudita
espaço como meio de comunicação para existente entre a beleza e a possível moti- para a cultura popular. Neste trabalho avalia-
mos alguns exemplos relevantes de tais cordéis
a TV nas zonas rurais do país. A trans- vação induzida pelos cordéis em sua beleza
ligados a temas relacionados com a astrono-
formação ocorrida então no cordel foi um poética e a necessária precisão conceitual mia, tentando enfatizar os seus lados positivos
reflexo da urbanização do país, tendo en- que deve existir em textos pedagógicos. assim como os pontos que merecem uma me-
tão o cordel procurado novos públicos e As vantagens e desvantagens pedagógicas lhor atenção pelos deslizes conceituais neles en-
diversificado os conteúdos abordados, in- do uso do cordel precisam também levar volvidos.

Física na Escola, v. 11, n. 1, 2010 A astronomia na literatura de cordel 5


De raios multidourados!
Numa fração de segundos
Mergulhamos noutros mundos
De sonhos imaginados...
Mas não apenas de belos versos e de
informações corretas sinteticamente apre-
sentadas se compõe o referido cordel. Ele
contém também alguns equívocos impor-
tantes e que precisam ser apontados. Veja-
mos, por exemplo, o que nos diz o poeta
Raimundo Santa Helena sobre a polêmica
questão da possibilidade da vida extrater-
rena. Diante desta questão controvertida
e aberta ao debate, ele assume uma posi-
ção definitiva, como se houvesse um con-
senso a esse respeito, e o faz equivocada-
mente em nome da ciência. Uma afir-
mação deste tipo não poderia passar sem
o devido reparo, se é que alguém possa
pretender fazer uso pedagógico de tais
versos no ensino da ciência.
A ciência inteira
Acaba de concluir
Que o universo nunca
Parou de se expandir
Que seres extraterrestres
São inteligentes mestres
Figura 1 - Cordéis ligados à ciência em geral. A foto é ilustrativa da variedade de cordéis Que um dia hão de vir...
existente. Em uma linha poética de beleza seme-
lhante encontramos também informações
em conta a distinção entre possíveis me- de forma bela e singela, utilizando-se de importantes nos versos do consagrado
lhoras na memorização de informações, uma linguagem simples e facilmente com- cordelista Gonçalo Ferreira da Silva. Ana-
da compreensão crítica das mesmas. Certo preensível. Aquilo que se diz em muitas lisemos algumas belas sextilhas contidas
é, contudo, que o cordel tem o seu espaço páginas num ensaio em seu cordel intitu-
garantido enquanto legítima forma de ex- ou em prosa, o poeta A tensão entre poesia e ciência, lado Senhor dos Anéis.
pressão e de valorização da cultura po- consegue exprimir entre livre criação artística com Em uma delas, o re-
pular. A tensão entre poesia e ciência, en- em poucas palavras ênfase na estética e o esforço ferido cordelista dis-
tre livre criação artística com ênfase na com rara beleza e pro- para articular argumentos em corre sobre o mistério
estética e o esforço para articular argu- priedade. Este é o ca- textos científicos, aparece como da nossa origem e do
mentos em textos científicos, aparece, por- so, por exemplo, da um elemento vital a ser encara- nosso destino, assina-
tanto, como um elemento vital a ser enca- septilha na qual San- do na definição das lando poeticamente
rado na definição das potencialidades e das ta Helena trata da potencialidades e das que até recentemente
limitações do papel pedagógico do cordel. composição e da pe- limitações do papel pedagógico isto era apenas maté-
riodicidade do cometa do cordel ria de pura especula-
Acertos e desacertos na divul- Halley e daquilo que ção. É o caminho que
gação da astronomia em cordel constitui o seu núcleo e a sua cauda. Nos- ele anuncia para enaltecer logo em seguida
Analisemos, a título de exemplo do so poeta popular sintetiza este tema em os feitos da ciência.
que foi acima discutido, alguns exemplos um verso singelo: Donde viemos e qual
de sextilhas e septilhas contidas em alguns Tem um núcleo formoso A nossa destinação?
cordéis dedicados ao tema da astronomia. Tem cauda e cabeleira Há menos de um século, esta
Elas podem ser encontradas tanto nos cor- Incrível velocidade Crucial indagação
déis originais quanto na interessante cole- Tem gelo gás e poeira Tinha resposta no mito
tânea organizada por Ildeu Castro Morei- Cada setenta e seis E na imaginação
ra, Luisa Massarani e Carla Almeida inti- Anos mais ou menos eis O poeta refere-se aos anéis de Saturno
tulada: Cordel e Ciência: A Ciência em Versos O cometa na esteira... destacando a variedade dos mesmos:
Populares [9]. A beleza do cometa, que a muitos ins- Visto de perto os anéis
Comecemos com algumas belas septi- pira, não poderia, certamente, passar des- Parecem um bloco somente,
lhas contidas no cordel intitulado O Me- percebida ao nosso poeta popular. Ele a Apreciados de perto,
nino que Viajou num Cometa de autoria do descreve com rara sensibilidade, entre- Um do outro diferente
poeta popular (cordelista) Raimundo San- meando sonho e realidade ao imaginar-se Cada um seguindo órbita
ta Helena. Nelas, o poeta não apenas ex- entrando em um cometa: Totalmente independente
pressa de modo conciso certas informa- Na serra depois da ponte Ele também discorre com rara felici-
ções astronômicas importantes referentes Com meus passos apressados dade a respeito das distâncias relativas
ao tema dos cometas, como ainda o faz Entro no cometa feito entre Saturno, Terra e Sol situando a Terra

6 A astronomia na literatura de cordel Física na Escola, v. 11, n. 1, 2010


a mais ou menos meio caminho do nosso veiculada. Deste modo, ele atribui de for- É ele, além dos anéis
astro-Rei. Mas, ele vai mais além e acres- ma inapropriada a ausência de um con- Também Senhor do Destino.
centa ainda a informação pertinente de senso sobre a origem do magnetismo de Não fica claro em seu poema quem
que Saturno é um planeta gasoso e que, Saturno a uma questão de ética. são esses tais pensadores, mas este deslize
portanto a sua densidade é inferior a da A explicação aponta abre a porta para que um leitor desavisado
água. Tudo isso dito de forma poética tem Para a ação magnética (uma criança talvez) pense equivoca-
certamente um encanto que o frio relato Do gigantesco planeta damente que tais pensadores poderiam ser,
didático em forma de ensaio não consegue Nem otimista nem cética por exemplo, alguns astrônomos, o que
conferir: A ciência nada afirma referendaria assim o equívoco da infor-
A distancia em relação Por uma questão de ética mação.
Ao nosso planeta amado Com todo respeito à boa rima, este Analisemos, agora, algumas belas
Pouco menos que a do Sol deslize conceitual poderia e deveria ter sido sextilhas contidas no cordel intitulado Tri-
Ele está distanciado evitado se o referido poeta houvesse sido gésimo Aniversario da Conquista da Lua
E menos denso que a água devidamente assessorado por profissionais também de autoria do famoso cordelista
Quando no normal estado da área. Gonçalo Ferreira da Silva.
Gonçalo reforça a característica de O poeta prossegue o cordel em sua Gonçalo inicia a sua narrativa poética
planeta gasoso de Saturno unindo-a ao boa rima, mas com uma marcha concei- (datada de 1999) assinalando apropria-
fato de ser ele também um planeta gigante tual cambaleante. Ele refere-se à nossa damente o enorme espanto causado pela
(assim como Júpiter) e de possuir anéis galáxia, Via Láctea, como se a mesma fos- chegada do homem à Lua:
que lhe conferem uma beleza especial. E, se uma constelação. E prossegue em seu Aqui no globo terrestre
o poeta assinala, ainda, que toda essa bele- equívoco conceitual situando o nosso pla- Há exatos trinta anos
za e mistério tem sido alvo de estudos neta Terra não corretamente nas bordas Uma nave tripulada
científicos recentes por sondas espaciais: da Via Láctea, mas de forma completa- Por três norte-americanos
Entre os gigantes gasosos mente incorreta no centro da mesma. Diz Desceu na Lua, causando
É o mais admirado o nosso poeta, com sentimento mas com Assombro aos olhos humanos.
Pelos anéis majestosos imprecisão: Ele faz uma bela digressão sobre a
Pelos quais é circundado, A Via Láctea é uma busca do ser humano pelo conhecimento
Por sondas espaciais Constelação muito bela, do mundo em que vive e coloca esta busca
Intensamente estudado A nossa pequena esfera filosófica como uma obrigação da raça
Gonçalo enfatiza a posição de Saturno Fica bem no centro dela humana. Nesta ode ao conhecimento,
como sexto planeta em relação ao Sol sem Não a vemos plenamente Gonçalo enfatiza ainda as questões das
jamais perder de vista a questão de sua Porque residimos nela nossas origens e da dimensão do Universo,
beleza. Ele diz de uma forma feliz, que Gonçalo deixa também escapar uma salientando também, de modo apropriado,
Saturno não apenas inspira os poetas, mas certa mistura que faz entre astronomia e que o mesmo está em uma constante ex-
que ele próprio é um poema. astrologia, o que em termos educativos pansão:
Saturno é o sexto planeta deveria ser evitado. Ele assume um tom Busca o homem conhecer
Do nosso belo sistema quase místico diante da beleza inconteste A origem e dimensão
Visto de longe é um disco de Saturno e atribui ao mesmo a proprie- Do universo e se está
Ou celestial emblema dade astrológica de ser ele o Senhor do des- Em permanente expansão
Inspirador dos poetas tino. E, além disso, Gonçalo afirma que Pois conhecer nossa casa
É ele próprio um poema tal acepção é feita por “pensadores de alto É a nossa obrigação
Apesar de todas essas mensagens poé- tino”. Mais uma vez, entretanto, Gonçalo
ticas e conceitualmente bem postas, Gon- Saturno pela beleza comete, também neste cordel, alguns
çalo Ferreira da Silva comete também É simplesmente divino, deslizes conceituais em termos científicos.
alguns pequenos deslizes conceituais em Segundo alguns pensadores Ele refere-se com um inapropriado desdém
termos científicos que precisam ser devi- Do mais alto tino ao conhecimento proveniente da análise
damente apontados. Ao referir-se à consti-
tuição dos anéis de Saturno que são feitos
da mesma matéria comum existente na
Terra, ele assume uma postura antiga de
identificar nos céus a existência de uma
matéria sutil diferente da matéria terres-
tre.
A matéria do que são
Os anéis constituídos
Pode ser gelo de água,
Fragmentos revestidos
De elementos até
Agora desconhecidos
Também ao discorrer poeticamente
sobre o magnetismo de Saturno, cujas ori-
gens são, de fato, ainda alvo de discussão,
o poeta se permite uma concessão à boa
rima em detrimento da informação assim

Física na Escola, v. 11, n. 1, 2010 A astronomia na literatura de cordel 7


das rochas lunares e afirma equivocada- mesmo mais complexos, apreciemos o que
mente que teria sido este o motivo do nos diz com rara propriedade o poeta ao
abandono do projeto Apollo. Diz ele: caminhar na interface da ciência e da ética,
Foi a conquista da Lua refletindo sobre a dialética das suas con-
Não decepcionante quistas e dos seus descaminhos:
Mas de valor cientifico O homem uma vez dotado
Tão insignificante De suprema inteligência
Que o próprio projeto Apollo Vence infinitas distâncias
Sequer seguiu adiante. Com as asas da ciência
E prossegue no mesmo equívoco em Porém não vence a miséria,
uma outra sextilha: A fome e a violência.
O material lunar
Uma vez submetido Conclusões
À análise e comprovado É preciso, certamente, valorizar o uso
O pouco valor contido do cordel na educação como um autêntico
Ficou o projeto Apollo produto da cultura popular que exibe de
Completamente esquecido forma rica a beleza do imaginário popu-
Contraditoriamente, entretanto, em lar (Fig. 2). É importante, porém, não
outra sextilha mais adiante, Gonçalo faz esperar que as concepções ali porventura Figura 2 - Einstein com chapéu de couro
considerações bem diferentes sobre o tér- contidas possam estar de acordo com as típico do Nordeste. O cientista alemão vivo
mino do projeto Apollo, apresentando concepções científicas vigentes. Neste sen- no imaginário popular.
então, uma interpretação mais cuidadosa tido, é preciso bastante cautela e responsa-
da história do mesmo: bilidade em seu uso pedagógico. Mesmo
Tanto União Soviética quando as concepções expostas no cordel no engodo de confiar às mesmas a res-
Quanto os Estados Unidos estiverem corretas, nada implica que a sua ponsabilidade de desempenhar ações edu-
Por questões orçamentárias utilização vá além do despertar a curiosi- cacionais para as quais tais instrumentos
Tornaram-se precavidos dade para o tema em foco ou de contribuir poéticos não foram originalmente plane-
E os projetos mais ousados para a memorização de algumas infor- jados.
Parcialmente esquecidos mações ali contidas. Um uso pedagógico
Esta oscilação entre duas versões con- mais responsável do cordel no ensino da
traditórias dos fatos ocorridos mostra o ciência implicaria, além disso, em uma
pouco compromisso que o poeta possui composição em parceria entre um corde- Referências
com a verdade histórica. Seu compromis- lista, possuidor da arte da expressão ver- [1] M. Curran, A História do Brasil em
so maior, e não poderia ser de outra for- bal poética popular e um profissional da Cordel (EDUSP, São Paulo, 1998).
ma, é com a beleza da expressão poética área do conhecimento específico a que se [2] V.M. Rezende, Literatura de Cordel no
dos fatos por ele “construídos” em torno referisse o respectivo cordel. Contexto do Novo Capitalismo: O Dis-
dos fatos históricos. Este não é absoluta- Visto desta forma, o cordel poderia curso Sobre a Infância nas Ruas. Dis-
mente um comentário depreciativo de sua ser mais que um precursor do jornalismo sertação de Mestrado em Lingüística,
obra, mas um simples ajustamento da científico popular. O contraste entre prosa UnB, Brasília, 2005.
[3] M. Monteiro, A Historia de Fred ou A
mesma àquilo pelo qual ela pode e deve e poesia parece análogo àquele existente
Obsessão das Águas. Literatura de Cordel
ser admirada, qual seja a sua expressão entre a mídia impressa e a TV. Poesia e TV (Publicação Independente, Campina
poética do imaginário popular. Do mesmo são mais superficiais e mais atraentes que Grande, 2007).
modo, porém, cabe assinalar a sua não as prosas de artigos científicos e jornalís- [4] A. Francisco, Dez Cordéis num Cordel
adequação imediata ao uso pedagógico em ticos e isso pode ser pedagogicamente ca- Só (Fundação Guimarães Duque, Mos-
um contexto de ensino da ciência sem que pitalizado. Por outro lado, o formato tí- soró, 2001).
a mesma seja antes submetida ao crivo pico de folhetos de cordel (10 x 15 cm), [5] A.K. Viana, Cordel (Editora Hedra, São
de um profissional da área. Uma tal coo- um quarto de folha de tamanho A4, cria Paulo, 2007).
[6] R. Santa Helena, in Cordel e a Ciência:
peração poderia re- condições para que
A Ciência em Versos Populares, editado
presentar um fértil Mesmo quando as concepções grupos de alunos pos- por I.C. Moreira, L. Massarani e C. Al-
cruzamento de distin- expostas no cordel estiverem sam produzir, com a meida (Vieira & Lent, Rio de Janeiro,
tos saberes, que sem corretas, nada implica que a devida assessoria de 2005), p. 106-112.
jamais empobrecer a sua utilização vá além do seus professores, os [7] G.F. Silva, in Cordel e a Ciência: A Ciência
expressão poética po- despertar a curiosidade para o seus próprios cordéis. em Versos Populares, editado por I.C.
pular, pudesse trans- tema em foco ou de contribuir Seja qual for a alter- Moreira, L. Massarani e C. Almeida
cender a mesma e para a memorização de nativa escolhida, há (Vieira & Lent, Rio de Janeiro, 2005),
algumas informações ali p. 113-119.
atingir a condição de certamente espaço pa-
[8] G.F. Silva, in Cordel e a Ciência: A Ciência
ser igualmente um contidas ra uma introdução em Versos Populares, editado por I.C.
texto de potencial va- consequente e respon- Moreira, L. Massarani e C. Almeida
lor pedagógico no ensino da ciência. sável do cordel na sala de aula e parti- (Vieira & Lent, Rio de Janeiro, 2005),
E para complementar esta tônica na cularmente nas aulas de ciências. p. 120-119.
qual a beleza da veia poética do cordelista Como, no entanto, cautela é algo [9] I.C. Moreira, L. Massarani e C. Almei-
se sobressai por vezes ao rigor conceitual sempre bem recomendado, é preciso, so- da (editores) Cordel e a Ciência: A Ciência
científico, mas que consegue paradoxal- bretudo, enaltecer as formas artísticas da em Versos Populares (Vieira & Lent, Rio
de Janeiro, 2005).
mente repousar por vezes em terrenos até expressão popular, como cordel, sem cair

8 A astronomia na literatura de cordel Física na Escola, v. 11, n. 1, 2010

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