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Filtragem de Harmônicos em
2 Fundamentos: ................................................................................................................... 6
2.1 Causas do baixo fator de potência: ............................................................................ 7
2.2 Cargas que possuem baixo fator de potência:............................................................ 8
2.3 O capacitor e a correção do fator de potência: ........................................................... 8
2.4 Aplicação numérica: ................................................................................................. 10
Na prática, a experiência do profissional e o bom senso, sempre com o apoio das normas
técnicas nacionais como ABNT, e internacionais como IEC, NEMA, ANSI/IEEE, DIN/VDE,
são sempre necessárias para o desenvolvimento do projeto da compensação de reativos.
As normas devem sempre serem consultadas, pois definem os requisitos mínimos para a
fabricação, projeto e aplicação de todos os equipamentos elétricos, e em especial a
Correção do Fator de Potência e a Filtragem de Harmôncos.
V (t ) = VM Sen(ωt + α ) (2.1)
I (t ) = I M Sen(ωt + β ) (2.2)
Z = R + jX (2.3)
onde:
V(t) = tensão instantânea da fonte de alimentação - V
VM = tensão máxima da fonte de alimentação (por se tratar de um valor puramente
senoidal é equivalente ao valor rms x 2 ) - V
ωt = frequência angular da onda senoidal (para 60 hz = 377 = 2 π f) – rad/s
α = ângulo de fase inicial da tensão senoidal - rad
β = ângulo de fase inicial da corrente senoidal - rad
I(t) = Corrente instantânea consumida pela carga (Z) - A
IM = Corrente máxima consumida pela carga (por se tratar de um valor puramente
senoidal é equivalente ao valor rms x 2 ) - A
φ = ângulo de fase da corrente – é ocasionado pela característica da carga alimentada - rad
Z = impedância da carga - Ω
R = componente resistiva da carga - Ω
X = componente (indutiva ou capacitiva) da carga - Ω
V∠α V∠α − φ
I∠β = = (2.4)
R + jX Z
Z= (R 2
+X2 ; ) (2.5)
⎛X⎞
φ = arctan⎜ ⎟ (2.6)
⎝R⎠
S = V x I (VA) (2.7)
Q = V x I x senφ (var) (2.8)
P = V x I x cosφ (var) (2.9)
Se o circuito for trifásico e equilibrado, basta multiplicar os valores das potências (de fase)
por 3 que se obtém as potências trifásicas.
A causa do baixo fator de potência está diretamente ligada à característica física dos
circuitos magnéticos - não devemos confundir o fator de potência de circuitos puramente
senoidais dos que possuem distorções harmônicas, e que serão devidamente vistos no item
5. Devido o princípio de armazenagem de energia na forma de corrente, os circuitos
magnéticos provocam um deslocamento de -90º na corrente que o atravessa, com relação
à tensão sob este circuito.
R1 X1 R2 X2
I1 Iϕ I2
R2
s
g bm
V1 c
Figura 2.2
Para um circuito RL série em regime permanente (como o da figura 2.1), a corrente que
circula pela impedância jX está defasada de –90º da tensão sob este indutor.
Como exemplo, podemos citar os motores elétricos. Eles possuem uma reatância de
dispersão (X1), uma susceptância de magnetização (bM) e uma reatância X2 devido entre
ferro entre rotor e estator, conforme figura 2.2 (circuito equivalente para um motor de
indução polifásico). A combinação dessas impedâncias provoca o deslocamento da corrente
I1 de um valor α< 90º com ralação a tensão de armadura E1 – Maiores detalhes sobre
motores será visto no item 3.
De uma maneira geral, as cargas que possuem baixo fator de potência são aquelas que
necessitam de campos magnéticos para seu funcionamento. Podemos citar os motores de
indução em geral, transformadores, reatores para lâmpadas fluorescentes 1 , lâmpadas de
descarga 1, fornos de indução 1, entre outros.
I I
α
V ~ C 0
Fator de Potência Capacitivo
V
1
Será visto no item 5 que há uma diferença entre fator de deslocamento e fator de potência; as cargas que absorvem
correntes não senoidais (inversores, soft-starters, lâmpadas de descarga, etc) possuem baixo fator de potência enquanto
as demais cargas motoras tem baixo fator de deslocamento.
Curso Compensação de Reativos e Filtragem de Harmônicos em Sistemas Elétricos de Potência
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Formulação básica para cálculo com capacitores:
Onde:
VL a tensão de linha em volts
IL a corrente de linha em ampères
φ (ou α) o ângulo de impedância da carga.
Q a Potência reativa da carga (ou do capacitor) - var
S a Potência aparente da carga - VA
P a Potência ativa da carga - kW
Com a compensação , a potência aparente S fornecida pela fonte passa a ser reduzida.
S S
A 1 A 1
pa (k pa (k
re VA re VA
Q (kVAR)
Q (kVAR)
Indutivo
Indutivo
nt ) nt ) S
e e Ap2 (kV
φ1 φ1 are A)
nte
Q2 (kVAR)
Indutivo
φ2
Supor uma determinada instalação elétrica, com transformador (T1) de 300 kVA, conforme
figura 2.5, com as seguintes características:
S = 150 kVA P = 90 kW
VFF = 220 V
90 150kVA
FP = = 0,60 indutivo I= = 394 A
150 220 x 3
QL = 150 . sen φ = 120 k var
QCAPACITOR = 82 kvar
O sistema visto a partir da barra de saída do transformador ficará com os seguintes valores
em regime permanente:
S= P 2 + (QL − QC ) ⇒ S = 90 2 + (120 − 85) ⇒ S = 97 kVA
2 2
P = 90 kW
QL2 = 120-85 = 35 kvar
P 90 S2 97
FP = = = 0,928 I L 2 = = = 255 A
S 2 97 220 x 3 220 x 3
Graficamente o sistema pode ser representado para as duas situações (antes e após a
correção do fator de potência), como abaixo.
S1
=
QL =120kVAR
15
0 kV S2
φ1 A =9 7kV
A
QL2=35kVAR
φ
2
90 kW
Capacitivo
Q (kVAR)
90 kW
0,82 0,000 0,026 0,052 0,078 0,105 0,131 0,158 0,186 0,214 0,242 0,272 0,303 0,335 0,369 0,406 0,447 0,495 0,556 0,566
0,83 0,000 0,026 0,052 0,079 0,105 0,132 0,160 0,188 0,216 0,246 0,277 0,309 0,343 0,380 0,421 0,469 0,530 0,540
0,84 0,000 0,026 0,053 0,079 0,106 0,134 0,162 0,190 0,220 0,251 0,283 0,317 0,354 0,395 0,443 0,503 0,513
0,85 0,000 0,026 0,053 0,080 0,107 0,135 0,164 0,194 0,225 0,257 0,291 0,328 0,369 0,417 0,477 0,487
0,86 0,000 0,027 0,054 0,081 0,109 0,138 0,167 0,198 0,230 0,265 0,302 0,343 0,390 0,451 0,461
0,87 0,000 0,027 0,054 0,082 0,111 0,141 0,172 0,204 0,238 0,275 0,316 0,364 0,424 0,434
0,88 0,000 0,027 0,055 0,084 0,114 0,145 0,177 0,211 0,248 0,289 0,337 0,397 0,407
0,89 0,000 0,028 0,057 0,086 0,117 0,149 0,184 0,221 0,262 0,309 0,370 0,380
0,90 0,000 0,029 0,058 0,089 0,121 0,156 0,193 0,234 0,281 0,342 0,352
0,91 0,000 0,030 0,060 0,093 0,127 0,164 0,205 0,253 0,313 0,323
0,92 0,000 0,031 0,063 0,097 0,134 0,175 0,223 0,284 0,294
0,93 0,000 0,032 0,067 0,104 0,145 0,192 0,253 0,263
0,94 0,000 0,034 0,071 0,112 0,160 0,220 0,230
0,95 0,000 0,037 0,078 0,126 0,186 0,196
0,96 0,000 0,041 0,089 0,149 0,159
0,97 0,000 0,048 0,108 0,118
0,98 0,000 0,061 0,071
0,99 0,000 0,010
A correção do fator de potência pode ser executada em diversos locais da planta elétrica,
instalando os capacitores tanto solidário a motores ou equipametos, quanto locados nos
centros de carga ou quadro de distribuição geral.
A figura 3.1 ilustra a localização típica dos capacitores numa planta industrial.
C2 - Correção solidária; compensação dos reativos consumidos pelo motor, com partida
por soft-start.
C3 - Correção solidária; compensação dos reativos consumidos pelo motor, com partida
por chave compensadora.
C4 - Correção solidária; compensação dos reativos consumidos pelo motor, com partida
por chave estrela / triângulo.
C5 - Correção solidária; compensação dos reativos consumidos pelo motor, com partida
direta.
MÉDIA TENSÃO
52
M M M M M M M
Figura 3.1
A princípio parece uma potência muito baixa, mas se esta carga permancer conectada por
30 dias (720 h/mês), a energia perdida por efeito joule será:
I1 Iϕ I2
R2
s
g bm
V1 c
Figura 3.2
Onde:
0,900
0,800
0,700
0,600
Fator de Potência
0,500
0,400
0,300
0,200
0,100
0,000
0,95
0,85
0,75
0,65
0,55
0,45
0,35
0,25
0,15
0,05
1
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
Figura 3.3
A variação do fator de potência de entrada (visto pela fonte V1) em função da variação de
carga aplicada ao eixo do motor pode ser verificada no gráfico da figura 3.3. O fator de
potência decresce com a redução da potência mecânica no eixo; o gráfico 3.4 mostra a
potência reativa Q consumida pelo motor para a mesma variação de carga.
Deve-se sempre limitar a potência reativa capacitiva solidária ao motor, com valor máximo
equivalente à potência consumido sem carga [6] - em regime permanente. Na prática limita-
se em 90% de S0 a potência do capacitor solidário, sendo S0 a potência em vazio do motor.
No exemplo citado (um motor de 10 cv, 4 pólos, FS de 1,00, fabricação conforme norma
IEC), para uma carga de 100 %, o valor máximo recomendado é de 2 kvar (para elevação
do fator de potência a 0,92).
O gráfico da figura 3.6 (extraído da referência [2] representa a curva típica de autoexcitação
de um motor de indução trifásico; a máxima potência reativa que deve ser instalada é a
representada em C4). Valores superiores poderão causar sobreexcitação no conjunto com
elevado aumento da tensão.
Como exemplo, considere a figura 3.7: Um motor de indução trifásico de média tensão, com
as seguintes características: Tensão 3φ de 6,00 kV; Potência Nominal de 1,38 MW; 10
pólos; Fator de Serviço de 1,00; Fator de potência a 100 % de carga = 0,85 indutivo; η a
100% de carga de 82%.
0,140
0,120
0,100
Potência reativa Q (PU)
0,080
0,060
0,040
0,020
0,000
0,95
0,85
0,75
0,65
0,55
0,45
0,35
0,25
0,15
0,05
1
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
Potência de entrada (PU)
Figura 3.4
1,200
1,000
0,800
Potêncai Reativa (PU)
0,600
0,400
0,200
0,000
0,96
0,92
0,88
0,84
0,76
0,72
0,68
0,64
0,56
0,52
0,48
0,44
0,36
0,32
0,28
0,24
0,16
0,12
0,08
0 04
1
0,8
0,6
0,4
0,2
Escorregamento (PU)
Figura 3.5
%
43
160
C
C2
22%
Tensão (% de Vn)
%
B
140 0%
C4 15
10
C1
3
C
120
100
A
80
60
40
20
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Corrente (% de In)
Figura 3.6
Figura 3.7
Com um banco de capacitores de 0,30 Mvar instalado solidário ao motor, a partir de uma
simulação digital [5], verifica-se uma sobretensão transitória quando do desligamento do
disjuntor 52.1. Esta sobretensão é esperada, visto que a inércia do conjunto motor-carga é
muito alta (1,90 kg.m2); neste caso o motor passa a operar como um gerador assíncrono
“realimentando” o banco de capacitores causando a sobretensão momentânea. Ver figura
3.8.
O aumento instantâneo da tensão sob o capacitor, caso a proteção não atue, poderá
provocar até um rompimento do dielétrico do isolante do filme do capacitor e neste caso
ocorrerá um “curto-circuito” interno à célula capacitiva podendo provocas sua queima (ou
⎛ ∂V ⎞
degradação prematura), devido a esta tensão instantânea de curta duração ⎜ ⎟.
⎝ ∂t ⎠
Quando a potência reativa Q do capacitor não puder ser alterada, principalmente em função
de perdas nas linhas de alimentação ou devido ao baixo fator de potência final da
instalação, algumas medidas podem ser adotadas, visando reduzir a autoexcitação:
Reduzir a resistência de descarga do capacitor: Por norma - [7], [8], [9], todo capacitor deve
possuir uma resistência de descarga associada. Para baixa tensão, a resistência deverá
reduzir a tensão armazenada sob o capacitor a 50 V em menos de 1 min, enquanto que nos
de média tensão este tempo se eleva a 5 min. Se bem que a redução do valor ôhmico
acarrete aumento das perdas por efeito joule, pode-se obter um valor otimizado. Para a
configuração da figura 3.9, o valor do resistor é calculado da seguinte maneira:
t
R≤ (3.3)
⎛U . 2 ⎞
C. ln⎜⎜ N ⎟
⎟
⎝ U R ⎠
Figura 3.9
Capacitores instralados junto a motores podem ser aplicados na redução das perdas no
sistema durante o processo de partida. Em geral, o fator de potência de um motor durante
o processo de partida situa-se em torno de 0,15 a 0,30 (conforme [6]). A corrente para a
partida direta de motores assíncronos varia, na maioria dos modêlos e nº de pólos de 4 a 10
vezes da corrente nominal – vide figuras 3.3, 3.4 e 3.5. Capacitores para esta aplicação são
usualmente dimensionados entre 2-3 vezes a potência (VA) nominal do motor. Neste caso,
parte da potência reativa (ou totalidade) do capacitor deverá ser desconectada ao final do
tempo de partida. Uma técnica alternativa é a utilização de múltiplos estágios capacitivos
durante a partida.
12
11
10
Partida com capacitor
9
CORRENTE (PU)
0
0,97
0,94
0,91
0,88
0,85
0,82
0,79
0,76
0,73
0,67
0,64
0,61
0,58
0,55
0,52
0,49
0,46
0,43
0,37
0,34
0,31
0,28
0,25
0,22
0,19
0,16
0,13
0,07
0,04
0,01
0,7
0,4
0,1
1
Figura 3.10
P.746
SN = (VA) (3.4)
η.FP
P.746
P= (W) Potência elétrica de entrada do motor (3.5)
η
P.746
SN ' = .FS (VA) Na entrada considerando o fator de serviço (3.6)
η.FP
P
FP ' = FP corrigido para condição de utilização do fator de serviço (3.7)
SN '
A tabela 3.1 abaixo representa os motores tipo Standard com fabricação conforme norma
IEC, podendo ser utilizada na maioria das aplicações, de baixa tensão até 600 Volts.
A tensão instantânea poderá atingir valores superiores a 2,70 vezes a tensão rms, com
grandeza variável em função do momento de energização e impedâncias do sistema.
Para uma partida direta, conforme figura 3.11, o capacitor deve ser ligado entre o contator
principal e o relé térmico – havendo restrição quanto ao regime de funcionamento apenas
para partidas consecutivas com tempos inferiores a 1 minuto.
Figura 3.11
Para a compensação solidária a motores com partida estrêla triângulo, o capacitor deve ser
instalado após o contator de regime (K1 da figura 3.12).
Figura 3.12
O capacitor jamais pode ser instalado após os contatores K2 ou K3. O circuito equivalente
de partida é um circuito LC série, onde o indutor é representado pelas impedâncias do
estator e rotor. Na partida o capacitor está descarregado devido ao curto-circuito promovido
pelo contator a K2. Durante a transição de energização dos contatores K2/K3, o capacitor
se energizará com um valor de tensão determinada pelas constantes de tempo do circuito,
sendo que esta tensão instantânea e frequência será diferente (e muito maior) que a
frequência da rede.
Quando o contator K3 for ligado, o valor da corrente e frequência instantâneas serão muitas
vezes superior aos valores instantâneos da rede nesta transição, podendo provocar um
curto–circuito nos terminais do motor, incluindo uma sobretensão transitória, que, em função
da constante LC, elevará o torque, causando problemas de fadiga mecânica e elétrica,
inclusive com desligamentos intempestivos da proteção. O ramo formado pelo capacitor-
contator K3 poderá provocar a atuação (queima) do fusível a montante.
VC = V0 + V sen ωt (3.8)
onde:
VC = é a tensão instantânea sob o capacitor (V)
V0 = é a tesão armazenada no capacitor no instante de energização (V)
V = tensão instantânea no momento de energização do capacitor (V)
Neste caso a tensão instantânea sob o capacitor (e motor) poderá atingir valores superiores
a 2 vezes a tensão nominal fase-fase do sistema.
Figura 3.13
−T
Vt = VC .e RC
(3.9)
onde a constante de tempo RC é dada pela capacitância e resistor de descarga. A tensão
armazenada no capacitor será uma componente DC com taxa de decaimento exponencial;
na reenergização poderá ocorrer um curto-circuito provocado pela diferença de potencial
entre a tensão armazenada no capacitor e a tensão de alimentação podendo inclusive
causar sérios danos aos equipamentos de manobra.
Figura 3.14
Através de uma simulação com o software [5], em que o motor possui o regime descrito
acima, verifica-se os valores plotados nas figuras 3.15 e 3.16. A tensão residual sob o
capacitor acarretará (ver tempos entre 2,70 e 6,70 segundos) uma sobrecorrente de
enegização muito superior à corrente de "InRush” do sistema provocano surtos de tensão
com possíveis danos aos equipamentos de manobra, alimentação, motor e ao capacitor.
Figura 3.15
Figura 3.16
O uso do soft-start – figura 3.17 - tem como principal finalidade a redução da corrente de
partida e controle do torque, utilizando a variação da tensão eficaz sobre o motor de indução
trifásico. A partida e parada de motores pela técnica dos soft-starters advém da utilização de
componentes de controle em estado sólido (SCR´s). O princípio de funcionamento é
relativamente fácil – figura 3.18.
R1 X1 X2
I1 Iϕ I2
R2
s
g bm
V1 c
Figura 3.18
3xR2 x(V1 )
2
TD = (N.m) (3.10)
⎡⎛ R2 ⎞
2
⎤
s.ωs.⎢⎜ R1 + ⎟ + ( X1 + X 2 ) ⎥
2
⎢⎣⎝ s ⎠ ⎥⎦
V1
e I= (A) (3.11)
⎡⎛ R2 ⎞
2
⎤
⎢⎜ R1 + ⎟ + (X1 + X 2 ) ⎥
2
⎣⎢⎝ s ⎠ ⎦⎥
Vários recursos na utilização dos soft-start são possíveis, como tempo de aceleração, limite
de corrente, torque constante, rampa, etc; porém estas vantagens acarretam sérios
problemas ao sistema elétrico , como perdas adicionais devido as harmônicas, possível
ressonância com bancos de capacitores, limitação de potência nos transformadores, queima
de capacitores, entre outros. Esses efeitos harmônicos (gerados pelos soft-starters existem
apenas durante o processo de partida (e parada no caso do soft-stop), uma vez que em
regime, os thiristores estão com o ângulo de disparo próximo a zero.
-100
-200
-300
-400
Iload Irms
3.50
3.00
2.50
2.00
1.50
kA
1.00
0.50
0.00
-0.50
(ms) 0.310 0.320 0.330 0.340 0.350
Figura 3.19
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30
Uma maneira prática de evitar problemas de ressonância quando da aplicação de
capacitores, é utilizar um contator para a manobra do capacitor da seguinte maneira.
A maioria dos soft-starters possui um sinal de saída que indica quando o motor atingiu o
valor de regime (fim de marcha) e, neste instante, o ângulo de disparo (“firing angle”) dos
SCR´s é muito baixo; com isto, a distorção harmônica de corrente é praticamente nula. Este
sinal (fim de marcha) poderá ser utilizado para acionar o contator de manobra do capacitor.
Em alguns casos existe um contator de by-pass (K1 na figura 3.17) que poderá ser utilizado
em conjunto com o fim de marcha para enviar o sinal de acionamento para o contator do
capacitor (K3).
Deve-se tomar cuidado quando o sistema possuir soft-stop; neste caso o capacitor deverá
ser desconectado do circuito antes do início do processo de parada do motor.
Para exemplificar a distorção harmônica gerada por um soft-start, a figura 3.20 abaixo
retrata a medição da partida de um motor trifásico, assíncrono de 150 cv, com soft-start
SSW03 num circuito de 380 Volts. A Potência do transformador de alimentação do sistema
é de 225 kVA e não existem capacitores no sistema.
400,00
350,00
300,00
250,00
200,00
150,00
100,00
50,00
Tensão (V)
0,00
-50,00
-100,00
-150,00
-200,00
-250,00
-300,00
-350,00
-400,00
Ângulo (º)
400,00
350,00
300,00
250,00
200,00
150,00
100,00
Corrente (A)
50,00
0,00
-50,00
-100,00
-150,00
-200,00
-250,00
-300,00
-350,00
-400,00
Ângulo (º)
Figura 3.20
Uma técnica alternativa é instalar o banco de capacitores no centro de carga (ou CCM) para
corrigir uma determinada quantidade de motores – figura 3.21. Neste caso é necessário que
se conheça a curva de carga deste CCM ou que o funcionamento dos motores sejam
dependentes, ou seja: Determinados tipos de processos industriais possuem máquinas com
diversos motores e, para que o produto seja processado, é necessário que todos os
motores estejam em funcionamento.
Para o sistema em questão é possível utilizar um único banco de capacitores no CCM, com
potência nominal de 110 kvar. Este banco de capacitores deverá ser conectado sempre que
o sistema de água gelada for acionado, ou seja, possuir um contator para manobra com
comando intertravado ao comando do sistema da centrífuga.
M M M M M
Torre BAC BAG Bomba de óleo Centrífuga
75 CV 75 CV 75 CV 1,5 CV 500 CV
Figura 3.21
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32
3.1.2.6 Correção da totalidade da carga de um transformador:
Na prática, a maioria dos casos de correção será efetuada por bancos de capacitores com
controle automático, sendo que este banco deverá ser conectado no quadro de distribuição
geral de saída do transformador.
Tecnicamente não é a melhor solução, visto que a redução de potência aparente ocorrerá
apenas no alimentador de entrada e transformador. O final dos alimentadores de baixa
tensão continuaria com o mesmo fator de potência e quedas de tensão. Porém esta solução
é a economicamente mais vantajosa (na maioria das aplicações).
Este período se faz necessário, não só devido as variações de potência (carga) da planta
ao longo do dia, como também das variações de tensão de fornecimento; apesar dos limites
de fornecimento em tensão de distribuição serem normalizados, verificam-se relativas
variações durante as 24 h do dia.
Nos horários de ponta – entre 17:30 h e 21:30 h (com 3 horas consecutivas dentro desse
período, dependendo da concessionária) – há uma acentuada redução dos níveis de
tensão; no período das 22:00 h às 08:00 h verifica-se os maiores níveis de tensão, pois as
perdas nas linhas das concessionárias são reduzidas; no período restante são verificados
(na maioria dos casos) que os valores estão dentro da faixa de tensão de fornecimento – -
5,0% a +5,0 % para tensões de fornecimento até 69 kV (valor dado pela resolução [11]).
A medição das grandezas da carga pelo período de 24 h também tem o objetivo de avaliar a
variação de potência ao longo do dia, e traçar com maior exatidão a curva de carga da
planta.
DEMxh
FC = (3.12)
En
onde:
FC = Fator de carga
DEM = Demanda de potência ativa máxima (kW) verificada durante o período
de medição
En = Energia ativa verificada ao longo do período de medição (kWh)
h = quantidade de horas do período de medição.
Por exemplo, um motor operando com 50 % de carga mecânica, consumirá uma energia de
50% da sua capacidade nominal, porém necessitará de 100% de sua potência ativa nominal
durante a partida. Vê-se claramente que no caso de uma carga puramente resistiva o fator
de carga será 1.
Demanda = 441,19 kW
Fator de Potência = 0,708 indutivo
Total de horas = 45
Para esta característica de carga seria necessário um banco de capacitores de 306 kvar
para elevar o fator de potência (médio) ao valor de 0,95.
Por este motivo a utilização de contas de energia elétrica para o cálculo do banco de
capacitores não é recomendada, visto que os valores informados na fatura (fator de
potência) são uma média aritmética de 30 dias de medição.
GRÁFICO DE POTÊNCIA REATIVA Q (KVAR) P/ FP DE 0,95
700,00
600,00
500,00
POTÊNCIA KVAR
400,00
300,00
200,00
100,00
0,00
17:59
18:49
19:39
20:29
21:19
22:09
22:59
23:49
22:09
22:56
23:46
10:36
11:26
12:16
13:06
13:56
14:46
0:39
1:29
2:19
3:09
3:59
4:49
5:39
6:29
7:19
0:36
1:26
2:16
3:06
3:56
4:46
5:36
6:26
7:16
8:06
8:56
9:46
HORÁRIO
Figura 3.22
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34
FATOR DE POTÊNCIA COM BANCO DE CAPACITORES DE 306 KVAR
0,96
0,94
0,92
0,90
FATOR DE POTÊNCIA
0,88
0,86
0,84
0,82
0,80
0,78
0,76
17:29
18:19
19:09
19:59
20:49
21:39
22:29
23:19
22:26
23:16
10:06
10:56
11:46
12:36
13:26
14:16
15:06
0:09
0:59
1:49
2:39
3:29
4:19
5:09
5:59
6:49
7:39
0:06
0:56
1:46
2:36
3:26
4:16
5:06
5:56
6:46
7:36
8:26
9:16
HORÁRIO
Figura 3.23
O banco de capacitores de 550 kvar considerado no projeto (valor padronizado), deverá ser
do tipo automático, controlado por relé eletrônico que monitore a tensão do barramento e a
corrente total do sistema. O conjunto poderá ser composto por alguns estágios de mesma
potência, 10 estágios de 50 kvar, mas deverá ter estágios de potência menores cujo valor
deverá ser próximo ao valor da menor potência reativa necessária para correção, ou seja:
se o valor mínimo medido para correção for de 25 kvar (como é o caso deste exemplo)
deve-se ter no mínimo 1 estágio de 25 kvar. O banco de capacitores para este exemplo
seria: 10 estágios de 50 kvar e 02 estágios de 25 kvar.
Por exemplo, um transformador de 500 kVA, 13,2/0,22 kV tem conforme norma uma
impedância de dispersão Z = 5,75%. Se conectarmos um banco de capacitores de 150 kvar,
o aumento de tensão será de:
150 x0,0575
ΔV (%) = x100 ⇒ ΔV = 1,725%
500
Um dos problemas que podem ser verificados é que, quando os bancos de capacitores
permanecerem conectados, mesmo com baixa carga ligada ao transformador, poderão
ocorrer problemas de sobretensões e sobreaquecimentos nos enrolamentos do
transformador devido a autoexcitação.
A correção do fator de potência abordada até agora considerou apenas a potência reativa
devido as cargas. Quando a potência fornecida às carga é proveniente de um transformador
abaixador, o fator de potência de entrada de energia da indústria é levemente inferir ao fator
de potência da carga.
POTÊNCIA DO POTÊNCIA DO
TRANSFORMADOR CAPACITOR
(KVA) (KVAR)
25 0,75
30 1
45 1,5
50 1,5
75 2,5
112,5 5
150 7,5
225 10
300 12,5
500 20
750 30
1000 40
1500 65
2000 80
2500 100
Tabela 3.2
Não se deve utilizar a conta para o cálculo da potência total necessária em kVAr, pois os
medidores das concessionárias calculam (e é cobrado) o fator de potência numa média
horária, porém na fatura de energia elétrica são informados os valores totais de energia
ativa e reativa; com isso só é possível calcular o fator de potência médio de um mês.
Interface nº MTE000000000
ESB S17 0000000000000
Figura 3.24
Interface nº MTE000000000
ESB S1/ 0000000000000
Analisemos a figura 3.26 baixo, onde temos o modelo por fase de um grupo gerador
síncrono, trifásico, de 1,75 MVA, 2,3 kV, cuja reatância síncrona XS é 2,65 Ω/fase, e que
este gerador alimente uma carga de 1200 kVA com fator de potência indutivo de 0,65.
Coloca-se então um banco de capacitores de 430 kvar para a elevação do fator de potência
do sistema a 0,85 indutivo.
Através deste circuito, verifica-se claramente que a tensão gerada na máquina síncrona VG
é superior ao valor da tensão terminal do barramento VT quando a carga vista pelo
barramento do gerador possuir um fator de potência tendendo a indutivo. Analisaremos três
condições distintas, para exemplificar os cuidados com a correção do fator de potência na
presença de grupos geradores.
XS IT
SÍNCRONO
CH1
GERADOR
~ VG VT Z=R+jX
CARGA CAPACITOR
Figura 3.26
VG 2300
VT = + j 0 (V ) ⇒ VT = + j 0 (V ) ⇒ VT = 1328 + j 0 (V )
3 3
Z = 2,865 + j 3,350 (Ω)
X C = 0 − j12,345 (Ω)
VG = VT + I T xX S (V )
VT 1328 + j 0
IT = ⇒ IT = ⇒ IT = 195,8 − j 228,92 ( A)
Z 2,865 + j 3,35
VT 1328 + j 0
IT = ⇒ IT = ⇒ IT = 195,8 − j121,34 ( A)
Z 4,90 + j 3,04
VG = 1729,15 (V )
Neste caso , a tensão gerada (VG) também foi superior a tensão do barramento da carga,
porém menor do que na 1ª condição; isto é devido a menor queda de tensão na reatância
da armadura da máquina síncrona. Consequentemente a tensão de excitação foi reduzida,
porém sem riscos para o sistema.
VT 1328 + j 0
IT = ⇒ IT = ⇒ IT = 0 + j107,57 ( A)
Z 0 − j12,345
VG = 1042,85 (V )
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42
Esta é a pior condição para um grupo gerador: primeiro, a tensão gerada tende a se tornar
menor do que a tensão do barramento da carga, e consequentemente o gerador estará
operando como um motor, e em segundo pode-se causar a perda de sincronismo ou até
mesmo a queima da excitatriz.
Caso o sistema de proteção (frequência 81, tensão 59, ou velocidade – mecânico) não atue,
ou o sistema de solenóide de parada de emergência não provoque o desligamento do motor
primário, além da provável queima da excitatriz do alternador, poderá haver danos
irreparáveis aos componentes mecânicos como acoplamentos, rotor e mancais.
Considerando o grupo gerador da figura 3.26, e que a excitatriz tenha uma tensão de
excitação independente, conforme modelo de controle abaixo:
CAMPO
TENSÃO
DE
EXCITAÇÃO
G CARGA
Q kVAR
GANHO
Figura 3.27
0.0
If
10.0
8.0
6.0
4.0
2.0
0.0
3.700 3.750 3.800 3.850 3.900 3.950
Figura 3.28
0.0
-5.0
Corrente A
0.040
-0.040
Ef
6.0
4.0
2.0
0.0
-2.0
-4.0
-6.0
If
15.0
10.0
5.0
0.0
3.950 4.000 4.050 4.100 4.150 4.2
Figura 3.29
Uma maneira prática, é prever equipamentos de manobra para os capacitores, e que esses
equipamentos tenham seu comando bloqueado pela carga, ou seja, quando a carga for
retirada do sistema, o banco de capacitores também é desconectado.
Na maioria das plantas industriais, esta técnica não é possível, pois há uma grande
variação de carga (e potência reativa) ao longo do processo produtivo. Neste caso, é
recomendada a utilização de bancos automáticos de capacitores, com acionamento através
de controladores eletrônicos.
Como exemplo, uma usina álcool-açucareira de pequeno porte, com insumo primário o
bagaço de cana, desconsiderando as perdas nos transformadores e alimentadores, com
as seguintes características:
Todas estas normas têm como base, parte das normas IEC 60831-1, Capacitores de
Potência auto-regenerativo, para uso em sistemas com tensão ≤ 1 kV e IEC 60831-2,
Capacitores de Potência auto-regenerativo, para uso em sistemas com tensão ≤ 1 kV
procedimento de testes.
Capacitores são equipamentos que sempre operam na sua condição máxima, diferente
portanto de motores em que a corrente é proporcional a carga mecânica e, na maioria das
vezes, variável.
Os capacitores podem operar continuamente com uma corrente rms de 31% acima de sua
corrente nominal; devida tolerância de fabricação (+10%), os equipamentos de manobra e
proteção poderão estar sujeitos em regime contínuo a 1,44 vezes a corrente nominal do
capacitor – conforme norma [9].
Devem ser dimensionados para uma corrente de trabalho com no mínimo 135% do valor
nominal da corrente do capacitor; devem ser levado em consideração os fatores de
correção para temperatura, tipo de acondicionamento e maneira de instalar. A capacidade
de curto circuito do alimentador e proteção a montante do banco de capacitores também
deve ser avaliada. Os fatores de correção podem ser consultados na norma [14].
Conforme norma [17], os equipamentos de manobra devem ser dimensionados para operar
continuamente com uma corrente de 1,3 vezes a corrente que seria obtida com uma tensão
senoidal de valor rms igual ao valor nominal de fabricação do capacitor. Como o capacitor
pode ter uma tolerância em +10% na sua capacitância, e operar com 10% de sobretensão
(por 12h a cada 24h), os equipamentos de manobra devem ser dimensionados no mínimo
com 144 % da corrente nominal do capacitor. Os efeitos combinados das sobretensões e/ou
sobrecorrentes, mas limitado aos valores descritos acima não devem ultrapassar 144%.
cujo valor de crista Ii do primeiro semiciclo e a frequência angular ω podem ser calculados
como será visto adiante.
ST
I SC = ( A) (4.5)
VLL 3 Z%
Nota 4.2.1: Na prática, introduzimos um fator K , variando de 1,2 a 1,4 conforme [16],
multiplicando o valor da corrente Imax; esta constante visa introduzir o efeito do fechamento
não simultâneo dos três pólos do equipamento de manobra (disjuntor ou contator) e a
pequena contribuição da tensão do sistema.
Exemplo 1)
Nota: Se o capacitor for reenergizado antes que a sua tensão residual tenha sido absorvida pelos
resistores internos de descarga, a corrente transitória de reenergização será maior do que o
valor calculado pelas fórmulas acima, podendo atingir 2 vezes o valor encontrado.
Dados
Transformador de 500 kVA, 13,8 kV / 220 Volts, Z = 5,20% e relação X/R = 5,10 ;
barramento da concessionária no primário do transformador considerado como infinito; cabo
de alimentação do capacitor de 50,0 mm2, acondicionado em conduto metálico em trifólio,
com comprimento de 10 metros.
Solução:
Z CC =
(kVLL )2 .Z % Z CC =
(0,22)2 .0,052 ⇒ Z = 5,04mΩ ∴
CC
S( MVA) 0,50
26,01
X CC = Z CC ⇒ X CC = 2,21mΩ
2
27,01
X CC
LTRAFO = ⇒ LTRAFO = 5,862μH
2.π .60
Q( MVAR ) 0,050
Capacitor ⇒ C= ⇒C = ⇒ C = 2.740 μF
(kV ) .2.π .60
2
(0,22)2 .2.π .60
Para a manobra do capacitor a partir de um contator tripolar, adotar o fator K de 1,20
(conforme nota 4.2.1); utilizando a Eq.4.7 e Eq.5, a corrente de inrush e frequência são:
50
A partir da equação 4.8 Im ax( A) = K .1330. ⇒ Im ax( A) = 3.896 A , ou seja
5,862 + 2,71
36,3 vezes a corrente nominal do capacitor.
106
A partir da equação 4.7 f ( Hz ) ⇒ f ( Hz ) = 1,038kHz
2.π . (5,862 + 2,71).2740
Na prática, a corrente de Inrush ocorrerá com menor intensidade (se o capacitor estiver
descarregado) devido às impedâncias dos barramentos e primário no transformador que
foram desconsideradas; a resistência ôhmica do sistema, geralmente baixa, apenas causará
um amortecimento na corrente, sendo responsável pela taxa de decaimento transitória.
Utilizando o software [10], efetuamos a simulação do exemplo nº1 com resultado conforme
a figura 4.1. Vê-se claramente que a corrente inicial do capacitor atinge valores superiores a
18 vezes a corrente nominal. Na simulação não foi considerado o fator K de
simultaneidade de fechamento dos pólos do equipamento de manobra.
1.50
1.00
0.50
Corrente kA
0.00
-0.50
-1.00
-1.50
-2.00
(ms) 0.990 1.000 1.010 1.020 1.030 1.040
Figura 4.1
Considerando os mesmos dados do exemplo anterior, mas com um banco de 100 kvar já
energizado (02 capacitores de 50 kvar) aciona-se 01 capacitor de 50 kvar, com o mesmo
sistema utilizado no exemplo 1.
A indutância equivalente do sistema é a soma da indutância do trafo LTRAFO + a soma do
ramo paralelo dos dois alimentares (LAL).
1 1
Leq = L1 + ⇒ Leq = 2,71.10− 6 + ⇒ Leq = 4,065μH
1 1 1
+
L 2 L3 (
2,71.10− 6
x2
)
k var1 .k var2
Pela Equação 4.8, Imax (A) = 1330 ⇒
LEQ .k varT
50.100
Imax (A) = 1330 ⇒ Imax (A) = 3.808 ou seja, 29 vezes a corrente nominal do
4,065.150
capacitor (desconsiderando neste caso o fator K).
60.0,22.(131,3 + 262,6)
f (kHz) = 9,5 ⇒ f (kHz) = 1,83 kHz
4,065.(131,3.262,6)
Comparando-se os resultados dos dois exemplos, vê-se claramente que a maior solicitação
ocorre quando se energiza um banco com outro banco já energizado. A figura 4.2 ilustra o
resultado da simulação do exemplo 2.
Capacitor de 100 kvar energizado. Ligação de 50 kvar / 220 V em
paralelo
Corrente de Inrush
4.50
4.00
3.50
3.00
2.50
2.00
1.50
1.00
0.50
Corrente kA
0.00
-0.50
-1.00
-1.50
-2.00
-2.50
-3.00
-3.50
-4.00
-4.50
(ms) 1.000 1.010 1.020 1.030
Figura 4.2
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No dimensionamento dos componentes (chaves, bases fusíveis, contatores, etc) é de suma
importância a avaliação da corrente e frequência de energização, principalmente quando se
projetam grandes bancos de capacitores. Levar em consideração as recomendações da
IEEE e ANSI [29], [30] e IEC [37] no dimensionamento dos equipamentos de manobra.
A partir de uma instalação para testes, conforme figura 4.3, verifica-se uma medição da
energização de um capacitor de 50 kVAr/380 Volts. O circuito elétrico da instalação
mostrado é simplificado, desconsiderando-se a potência da concessionária e dos
alimentadores. Como fica evidente, na energização, a corrente é quase que 2 vezes o valor
nominal do capacitor; por isso deve-se ter especial atenção no dimensionamento dos
componentes, em especial os de manobra que estarão sujeitos a correntes muito superiores
ao valor nominal de projeto. A oscilografia é mostrada na figura 4.4
Figura 4.3
400
350
300
250
200
150
100
50
Tensão (V)
-50
-100
-150
-200
-250
-300
-350
-400
Tempo (ms)
225
200
175
150
125
100
75
50
Corrente (A)
25
0
-25
-50
-75
-100
-125
-150
-175
-200
-225
Tempo (ms)
Figura 4.4
A corrente transitória de energização é uma senóide amortecida que pode ser representada
pelas seguintes equações – [16]:
1
− +ω t
I = Im ax. A 2
. sen ωt (4.10)
π − 2.ωt
S 2 S3 S ⎛ C⎞
A= = = ... = M = 1 − ⎜⎜ 0,5.π .R. ⎟ , com S1 = Imax
⎟ (4.14)
S1 S 2 S M −1 ⎝ L ⎠
1 5R 2
O valor de A calculado pela equação acima é praticamente o valor exato se > 2 ,o
LC 4 L
que é normalmente válido se não forem introduzidas propositalmente resistências de valor
apreciável.
A integral de joule que deve ser suportada pelos equipamentos de manobra, alimentação e
proteção, pode ser expressa por:
2 ∞
∞
⎛ 1
− +ωt ⎞ A4. ft
I t = ∫ ⎜⎜ Im ax. A 2 .sen ωt ⎟⎟ dt = I t=∫ .sen 2 ωtdt
2 2
(4.16)
0⎝ ⎠ 0
A
m
e pode ser calculado integrando-se somente entre zero e o tempo tm =
2. f
correspondente ao semi-ciclo ”m” no qual o valor de crista da corrente transitória Imax
( )
alcança aproximadamente 40% do valor de crista 2.In da corrente nominal In do banco.
S3
S1
Figura 4.5
Como referência, a norma [30] IEEE C37.06-1987 – Preferred Ratings and Related
Required Capabilities for AC High-Voltage Circuit Breakers on a Symmetrical Basis –
informa os valores mínimos requeridos para os equipamentos de manobra de capacitores -
para os componentes fabricados conforme esta norma.
Por exemplo: um contator tipo LC1D80 possui uma corrente máxima de crista de 3.040 A
(conforme catálogo do fabricante); uma corrente térmica de 80 A na categoria AC3 (também
conforme catálogo do fabricante até 480 Vac) e aproximadamente 77 A na categoria AC6-B
(conforme IEC [37]). Isto quer dizer que se este contator for manobrar um Capacitor em
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qualquer condição (automática ou único estágio), o fabricante só garante uma condição
dinâmica se a corrente de crista for inferior a 3.040 A e que a corrente térmica nominal para
aplicação a Capacitores for inferior a 77 A .
Exemplo 3)
Solução:
30000
Calcula-se a corrente nominal do capacitor: I N ( A) = = 78,73 A ; mas o equipamento de
220 3
manobra deve suportar continuamente no mínimo 144 % de IN, ∴ I = 78,78 x 1,44 = 113,4 A
→ e 113,4 A < 115 A. Do ponto de vista térmico o contator pode ser utilizado.
225
A partir da equação 4.5, I SC = ( A) ⇒ I SC =11,355 kA
220 3 0,052
Disjuntores são normalmente dimensionados entre 120 e 150% da corrente nominal dos
capacitores; devem em geral, serem ajustados com 1,3 vezes a corrente nominal do
capacitor – conforme norma [9]. Já a referência [42], recomenda que a regulagem do
disjuntor , em condições médias, fique num range entre 165% e 200% da corrente nominal
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do capacitor (NEC – National Electric Code). Conforma a norma Americana IEEE Std 141-
1796 [28], os disjuntores de caixa moldada com disparador magnético devem ser
dimensionados com 135% da corrente nominal, enquanto os demais devem ser
dimensionados com 150% da IN do capacitor. Deve-se levar em consideração não só a
característica de tempo x corrente da atuação térmica mas principalmente a capacidade
dinâmica, devido às altas correntes de inrush presentes.
Exemplo 4)
Cálculo do disjuntor:
50
I CAPACITOR = ⇒ I CAPACITOR = 65,60 A e a corrente térmica mínima do disjuntor é:
440 3
IDJ = 1,50 x 66 ⇒ IDJ = 100A ;
A capacidade de curto circuito mínima deste disjuntor deve ser calculada em função da
corrente de curto circuito trifásica simétrica no ponto de conexão do capacitor.
Conforme já definido na equação 4.5, e de uma forma prática, a corrente de curto circuito
simétrica máxima (desconsiderando as contribuições de motores, geradores e os próprios
capacitores) é:
S
I CC 3φ = , onde
VLL . 3.Z %
ICC3φ = Corrente de curto-circuito trifásico simétrica (kA)
VLL = Tensão fase-fase do circuito (kV)
S = Potência nominal do transformador (MVA)
Z% = Impedância de dispersão (curto-circuito) do transformador
500
A partir da equação 4.5: I CC 3φ = ⇒ I CC 3φ = 12,62 kA
440 . 3 . 0,0520
Os fusíveis são dimensionados entre com 165% e 250% da corrente nominal do capacitor –
conforme referência [2]. Já na referência [42] os fusíveis devem ser dimensionados num
range entre 165% e 200% da corrente nominal do capacitor (NEC – National Electric Code);
na prática utiliza-se o valor de 165% da corrente nominal. Devem ser utilizados fusíveis do
tipo retardados (gL/gG).
Com os fusíveis a preocupação com a capacidade ICC é menos crítica, visto que no
mercado, para os modelos gL/gG, a capacidade de ruptura mínima encontrada é de 100 kA,
mesmo considerando-se que a norma IEC 60269-1 [31] Low-Voltage Fuses, define uma ICC
mínima de 6 kA.
Deve-se porém, avaliar a capacidade das chaves seccionadoras ou base fusível com
relação ao nível máximo suportável. Algumas chaves e bases possuem redução da
capacidade ICC em função do nível de tensão aplicado, principalmente devido os esforços
eletrodinâmicos envolvidos.
Outra informação importante acerca das proteções, é que deve se limitar a proteção de
grupos de capacitores (principalmente com fusíveis) a um máximo de 02 capacitores por
proteção; quantidades maiores poderão não estar completamente protegidos por fusíveis,
pois numa falta, o tempo de atuação poderá ultrapassar a capacidade dinâmica do capacitor
(e nível de ruptura da caixa), causando danos a todo o conjunto, com riscos a
equipamentos e pessoas próximas. Para sobrecargas, com mais de dois capacitores numa
única proteção, poderá haver danos a todo o conjunto (alimentadores, chaves, etc)
danificando inclusive os demais capacitores “bons”.
Como base, será adotada a metodologia dada pela ANSI/IEEE C37.012-1979 [46] IEEE
Application Guide for Capacitance Current Switching for AC High-Voltage Circuit Breakers
Rated on a Symmetrical Current Basis. Em complemento serão adotadas as referências
[30], [45] e [47].
A referência [46] define que disjuntores para alimentação de bancos de capacitores singelos
e em paralelo, além das capacidades nominais de corrente térmica, interrupção em serviço
Curso Compensação de Reativos e Filtragem de Harmônicos em Sistemas Elétricos de Potência
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e em curto-circuito, necessitam ter uma capacidade adicional de manobrar altas correntes
transitórias, com frequências superiores à fundamental.
∂i ∂i
e Dj max ≥ Calculado (4.20)
∂t ∂t
Sendo:
Exemplo 5)
Considerando o sistema dado pela figura 4.6, utilizando as fórmulas de 4.1 a 4.9 e 4.17 a
4.20:
Line Rated Rated Rated Rated Rated Rated Rated Rated kA, Frequency
No. Maximum Continuous Short- Cable Isolated Isolated Cable Capacitor Peak Hz
Voltage Current Circuit Charging Capacitor Capacitor Charging Bank
kV, rms Amperes, Current Current Bank Bank Current Current
rms kA, rms Amperes, Current Current Amperes, Amperes,
rms Amperes, Amperes, rms rms
rms rms
9 15 1200 40 - 50 25 250 630 25 630 15 2000
Z 2T // = 0,015254 + j 0,3615 Ω
13,8
I CC 3φ = = 19,461 kA (na barra de saída do trafo)
3 x 0,40941
0,40912
LEQT = = 1,08524 mH e
2π 60
13,8
ZTOTAL = 0,015254 + j 0,41855 Ω ∴ I CC 3φCAP = = 19,02 kA (no capacitor)
3 x0,41883
sendo:
Ii = corrente transitória de energização (kA)
fi = frequência transitória de energização (Hz)
In = corrente nominal do banco de capacitores (kA)
LP = Indutância própria dos barramentos do banco de capacitores (μH)
LBar = Indutância própria dos barramentos de interligação (μH/m)
LTC = “Load Tap Changer” - tap sob carga dos transformadores
~ 138kV
Scc=4000MVA
T1 T1
25MVA 25MVA
138/13,8kV 138/13,8kV
Z%=9,5 Z%=9,5
X/R=23,70 X/R=23,70
C/ LTC C/ LTC
52.1 52.2
1200A 1200A
15kV 15kV
VÁCUO VÁCUO
LP=5 μH LP=5 μH
C1 4,1MVAR C2 4,1MVAR
13,8 kV 13,8 kV
Figura 4.6
8,1MVAR
In = = 0,389 kA mas devemos corrigir para a máxima condição de corrente
13,8 x 3
(110% na capacitância e 130% de sobrecorrente) ∴
I i (kA) = 2 x I CC xIn
I CC 19,023
fi = fs x → fi = 60 x → fi = 374,49 Hz
In 0,488
Como o disjuntor proposto tem uma ICC (para uso geral) de 50 kA (apenas para manobra em
singelo), temos uma taxa de elevação de corrente máxima permitida de:
∂i 50000 x377 2 26,66 A
= =
∂t 106 μs (disjuntor)
Para a configuração em singelo o disjuntor pode ser utilizado, pois todas as condições de
suportabilidade foram satisfeitas.
Neste caso as duas condições devem ser satisfeitas, ou seja, a frequência transitória fi
deverá ser menor que a capacidade do disjuntor e a corrente de pico Ii de energização
deverá ser menor que a ICC de pico máxima do disjuntor para propósito definida.
Solução:
Utilizando uma indutância de 0,5 mH (Li na figura 4.7) por banco de capacitores, têm-se:
Ver o tópico abaixo onde se conclui que a obtenção apenas dos valores transitórios de
energização não garantem que o disjuntor poça ser utilizado com segurança, pois é
necessário avaliar a corrente de curto-circuito transitória (pico).
LB=20 μH LB=20 μH
52.1 52.2
1200A 1200A
15kV 15kV
VÁCUO VÁCUO
Li=500 μH Li=500 μH
LP=5 μH LP=5 μH
Curto-circuito
C1 4,1MVAR C2 4,1MVAR
13,8 kV 13,8 kV
Figura 4.7
4.4.1 Uma discussão sobre a corrente de curto circuito. Serão analisadas 2 situações: A primeira
desconsiderando as resistências existentes e a segunda incluindo-as no circuito. Vejamos a
figura 4.7
1 – De regime permanente:
11,268
Em regime permanente: I 1 (t ) = → I 1 (t ) = 21,105 sen(377t )kA
0,5339
2 – De regime transitório:
Ldi 2 (t ) 1
0 = Vi(t ) + Vc(t ) → 0 = + ∫ i2 (t )dt
dt 2 C
i I (s) V 0
0 = sLI 2( s ) − 0 2 + , e p/ i0=0
sc s
− V0 L 1,050 x10 −3
i2 (t ) = sen(ωt ) ; = = 4,288Ω
L C 57,108 x10 − 6
C
106
fi = = 649,95Hz
2 xπx 1,050 x57,108
11,268
i2 (t ) = sen(2 xπx649,95 t ) ∴ i2 (t ) = 2,628 sen(4084t )kA
4,288
Neste caso deveríamos substituir os disjuntores por outros com maior capacidade de
suportar a corrente de pico ou aumentar as indutâncias em série, visando reduzir a corrente
de pico. Esta última alternativa deve ser cuidadosamente avaliada, pois quanto maior a
indutância mais a frequência de ressonância do conjunto (indutor-capacitor) será reduzida –
como será abordado no tópico de filtros. Porém o fabricante do disjuntor deveria ser
consultado.
1) A corrente de curto-circuito I1, conforme [45] e [47], pode ser assim determinada:
di
E 0 = L3 + RsI e E0 = Ex
2
∴o que nos dá:
dt 3
t
E −
I1 (t ) = 0 x[sen (ωt + ψ − ϕ ) − e τ sen(ψ − ϕ )]
ZT
onde:
(
ZT = 0,08089 + j 0,5693Ω - valor da impedância de curto-circuito R 2 + X 2)
E0= Tensão eficaz de alimentação (kV)
ω = frequência angular (2 π f)
t = tempo (s)
Ψ = ângulo de ligação da tensão E0 quando se estabelece o curto circuito (no nosso
exemplo zero)
⎛ X ⎞
τ = constante de tempo da corrente contínua ⎜ ⎟
⎝ ωR ⎠
⎛X⎞
ϕ = ângulo da impedância de curto-circuito da rede arctg ⎜ ⎟
⎝R⎠
e substituindo valores:
t
−
x[sen (2π 60t − 81,91) − e 0, 019 sen(−81,91)]
13,8 2
I 1 (t ) = x
0,575 3
t
−
I 1 (t ) = 19,60 x[sen (377t − 81,91) + 0,99 xe 0 , 019
]
2) Para I2:
L4=L2+2xLB+L1+2xLP ; 0=VC+VL; C1 = C ∴
Em termos de energia, o ramo LC pode ser simplificado para a máxima transferência de
energia:
1 2 1
Li max = CV 2 max ∴
2 2
Ls=0,97088mH
LB=20 μH LB=20 μH L2
Rs
52.1 52.2 L1
1200A 1200A
15kV 15kV
Ls
VÁCUO VÁCUO
LP
Li=500 μH Li=500 μH ~ I1 I2
C C
LP=5 μH LP=5 μH
Curto-circuito
C1 4,1MVAR C2 4,1MVAR
13,8 kV 13,8 kV
Figura 4.8
13,8
VC = x(− j 46,499) = 13,99kV e neste caso:
0,0308 + j (0,5693 − 46,499)
13,99
x 2
L di (t ) L Cd 2t V max 3
VC + 4 = 0 ; VC (t ) + 4 2 = 0 , onde: Im ax = → Im ax =
dt dt L L
C C
Substituindo os valores:
13,99 2
I 2 (t ) = x → I 2 (t ) = 2,664kA e para a corrente total:
1,05 x10 − 3 3
57,108 x10− 6
Neste caso também deveríamos substituir os disjuntores por outros com maior capacidade
de suportar a corrente de pico (back-to-back) ou aumentar as indutâncias em série, visando
reduzir a corrente de pico. Esta última alternativa deve ser cuidadosamente avaliada, pois
quanto maior a indutância mais a frequência de ressonância do conjunto (indutor-capacitor)
será reduzida – como será abordado no tópico de filtros. Porém o fabricante do disjuntor
deveria ser consultado.
Como exemplo, o disjuntor da ABB tipo ADV23 cujas características são dadas nas tabelas
abaixo poderia ser aplicado.
Breaker Nominal Rated Max. Low Freq. Impulse Rated Short Short Time Close and Rated
Type Voltage Voltage kV Withstand Level Circuit Current kA Latch kA Voltage
Class kV Voltage kV (BIL) kV Current kA rms 2 Sec. peak Range
Crest rms Factor K
15ADV23 13.8 15 36 95 40 40 104 1
ADVAC Breaker Continuous Current Rating
Rated Maximum Rated Short Circuit 1200 A
Voltage (kV RMS) Current (kA RMS) General Definite
Purpose Purpose
15.0 18 250 630
O assunto é mais vasto sendo sempre necessário o estudo do sistema de proteção, dos
TC's, TP’s, pára-raios, etc, levando-se em consideração todas as impedâncias do sistema.
Por exemplo, quando dizemos que a tensão de fornecimento da concessionária é 220 Volts,
estamos nos referindo ao valor eficaz da tensão senoidal; na realidade, a função matemática
que define esta forma de onda no tempo é:
V (t ) = VM .sen(ωt + θ ) , (5.1)
onde VM é o valor máximo (pico) da tensão,
ωt a frequência angular,
t o instante de tempo
θ é o ângulo de fase da tensão.
A corrente também pode ser expressa por uma equação com variação senoidal, sendo:
I (t ) = I M .sen(ωt + θ − ϕ ) , onde (5.2)
IM representa a corrente de pico e
ϕ representa o ângulo do fator de potência da carga.
Podemos dizer como definição, que carga linear é aquela que apresenta como resposta a um
determinado sinal elétrico de frequência fixa (tanto de tensão como de corrente), apenas uma
alteração na amplitude ou deslocamento fasorial deste sinal. Por exemplo se alimentarmos
um motor de indução com uma tensão senoidal, a corrente terá a mesma frequência e forma
de onda da tensão, apenas com um defasamento angular.
A figura 5.1 representa a forma de onda da corrente uma carga linear (como por exemplo um
motor de indução).
A figura 5.2 , representa um retificador de meia onda não controlado (a diodo) com carga
resistiva e indutância na etapa DC; verifica-se facilmente que a forma de onda da corrente é
uma componente senoidal apenas em um semiciclo.
CARGA LINEAR
Corrente Tensão
0.20
0.10
kA / kV
0.00
-0.10
-0.20
0.00
-0.10
-0.20
-0.30
(ms) 0.600 0.610 0.620 0.630 0.640 0.650 0.660
Por muito tempo, principalmente entre 1910 e 1960 - [38], [39] e [44] -, motores e outras
cargas que exigiam alimentação em corrente contínua - CC -; obtinham energia de grupos
moto-geradores. O acoplamento mecânico entre os sistemas alternado e contínuo transmitia
potência e ao mesmo tempo isolava-os eletricamente.
Por volta de 1920, surgiu o conversor estático de potência - retificador -; passou a ter aplicações
industriais por ser mais eficiente que os grupos moto-geradores e ter menor custo principalmente
de manutenção.
Uma das principais aplicações foi numa refinaria de cobre situada em Salt Lake City, UT, na
década de 20. Quando esta instalação foi energizada, as conversas telefônicas foram
interrompidas devido surgimento de um forte nível de ruído na linha telefônica, suficiente o
bastante para tornar impossível a conversação. A alimentação elétrica da refinaria
localizava-se paralela às linhas telefônicas.
Eventos semelhantes a este foram registrados diversas vezes, por ocasião da instalação de
conversores, quando as linhas de comunicação compartilhavam o mesmo caminho do
sistema de corrente alternada.
A grande utilização dos conversores estáticos de potência se deu entre 1930 e 1970,
principalmente com finalidades eletroquímicas, grandes consumidores eletrometalúrgicos e
transmissão de energia em corrente contínua. A partir de 1965, com a introdução dos
semicondutores de potência associando baixo custo e alta eficiência, iniciou-se grande
utilização desses componentes no setor industrial. O grande impulso porém só ocorreu a
partir de 1970, com a substituição das válvulas retificadoras a mercúrio pelos diodos e
thiristores, proporcionando o aparecimento de conversores controlados de tamanho reduzido.
Quando as cargas ditas não lineares, conforme exemplificado acima, são alimentadas por
uma tensão senoidal, são produzidas correntes distorcidas não mais representada pela
equação 5.2.
Jean Baptiste Joseph Fourier [41], em 1822 publicou sua “Théorie analytique de la chaleur”,
na qual ele baseia-se no raciocínio da “Lei de Newton da Refrigeração”; neste trabalho ele
mostrou que todas as funções de uma variável, se contínuas ou não, podem ser expandidas
em uma série de senos dos múltiplos desta variável - um resultado que é usado
constantemente na análise moderna. Fourier deixou o equacionamento não terminado.
Posteriormente editado em 1831 por Claude Navier, contendo o material original, em
particular há uma demonstração do teorema de Fourier com a posição das raízes de uma
equação algébrica.
A prova de Fourier é igual a que normalmente é dada nos livros de ensino na teoria de
equações. A solução final do problema foi determinada em 1829 por Jacques Charles
François Sturm.
∞
⎛ ⎛ 2πnt ⎞ ⎛ 2πnt ⎞ ⎞
x(t ) = a 0 + ∑ ⎜⎜ a n cos⎜ ⎟ + bn sen⎜ ⎟ ⎟⎟ (5.3)
n =1 ⎝ ⎝ T ⎠ ⎝ T ⎠⎠
T /2
⎡
T /2 ∞
⎛ 2πnt ⎞ ⎛ 2πnt ⎞⎤
∫ x(t )dt =
−T / 2
∫ ⎢
−T / 2 n =1 ⎣
a 0 + ∑ an cos⎜⎝ T ⎟⎠ + bn sen⎜⎝ T ⎟⎠⎥ dt
⎦
(5.7)
e cada termo pode ser integrado individualmente como uma somatória, então:
T /2 T /2 ∞ ⎡ T /2 ⎛ 2πnt ⎞
T /2
⎛ 2πnt ⎞ ⎤
∫ x (t ) dt = a0 ∫ dt + ∑ ⎢ an ∫ cos⎜ ⎟ dt + bn ∫ sen ⎜ ⎟dt ⎥ (5.8)
−T / 2 − T / 2 n =1 ⎣ −T / 2 ⎝ T ⎠ −T / 2 ⎝ T ⎠ ⎦
T /2
1
T −T∫/ 2
a0 = x(t )dt (5.9)
T/2
⎛ 2πmt ⎞
T /2
⎡ ∞
⎡ ⎛ 2πnt ⎞ ⎛ 2πnt ⎞⎤ ⎤ ⎛ 2πmt ⎞
∫ x (t ) cos⎜
⎝ T ⎠
⎟dt = ∫ ⎢ ao + ∑ ⎢
n =1 ⎣
an cos⎜
⎝ T ⎠
⎟ + bn sen⎜ ⎟⎥ ⎥ cos⎜
⎝ T ⎠⎦ ⎦ ⎝ T ⎠
⎟dt =
T/2 −T / 2 ⎣
⎛ 2πnt ⎞
T /2
ao ∫
−T / 2
cos⎜
⎝ T ⎠
⎟dt +
∞ ⎡ T /2 ⎛ 2πnt ⎞ ⎛ 2πmt ⎞
T/2
⎛ 2πnt ⎞ ⎛ 2πmt ⎞ ⎤
+ ∑ ⎢
n =1 ⎣
an ∫ cos⎜
⎝ T ⎠
⎟ x cos⎜
⎝ T ⎠
⎟ dt + bn ∫ sen⎜ ⎟ cos⎜
⎝ T ⎠ ⎝ T ⎠ ⎦
⎟dt ⎥ (5.10)
−T / 2 −T / 2
O primeiro termo após a igualdade na integração é zero, bem como todos os termos bn,
pois a função é ortogonal para todos os valores de n e m. Da mesma forma os termos an
são zero, sendo ortogonais, a menos que m = n; neste caso a equação (5.10) passa a ser:
2 T /2 ⎛ 2πnt ⎞
an =
T ∫−T / 2
x(t ) cos⎜
⎝ T ⎠
⎟dt para n = 1 → ∞ (5.12)
⎛ 2πmt ⎞
Para a obtenção dos coeficientes bn, a equação 5.3 é multiplicada por sen⎜ ⎟,
⎝ T ⎠
utilizando a mesma metodologia apresentada acima.
2 T /2 ⎛ 2πnt ⎞
bn = ∫ x(t ) sen⎜ ⎟dt para n = 1 → ∞ (5.13)
T − T / 2
⎝ T ⎠
Deve ser notado que devida periodicidade dos integrandos nas equações (5.9), (5.12) e
(5.13), os intervalos de integração podem ser tomados mais genericamente como t e t + T.
1 π
ao =
2π ∫ π x(ωt )d (ωt )
−
(5.14)
1 π
π ∫π
an x(ωt ) cos(nωt )d (ωt ) (5.15)
−
1 π
π ∫π
bn = x(ωt ) sin(nωt )d (ωt ) e neste caso, (5.16)
−
∞
x(t ) = ao + ∑ [a n cos(nωt ) + bn sin(nωt )] (5.17)
n =1
Simplificação resultante da simetria da forma de onda
As equações (5.9), (5.12) e (5.13), tem uma fórmula geral para os coeficientes de Fourier, e
podem ser representados como uma somatória de duas integrais.
2 T /2 ⎛ 2πnt ⎞ 2 0 ⎛ 2πnt ⎞
an =
T ∫0
x(t ) cos⎜
⎝ T ⎠
⎟dt + ∫−T / 2 x(t ) cos⎜
T ⎝ T ⎠
⎟dt (5.18)
2 T /2 ⎛ 2πnt ⎞ 2 0 ⎛ 2πnt ⎞
bn = ∫ x(t ) sen⎜ ⎟dt + ∫ x(t ) sen⎜ ⎟dt (5.19)
T 0 ⎝ T ⎠ T −T / 2 ⎝ T ⎠
2 T /2 ⎛ 2πnt ⎞ 2 0 ⎛ − 2πnt ⎞
an = ∫
T 0
x(t ) cos⎜
⎝ T ⎠
⎟dt + ∫
T +T / 2
x(−t ) cos⎜
⎝ T ⎠
⎟d (−t ) =
⎛ 2πnt ⎞
E da mesma forma: bn =
2 T /2
∫ [x(t ) − x(− t )]sen⎜ ⎟dt (5.21)
T 0 ⎝ T ⎠
• Simetria ímpar:
A forma de onda terá simetria ímpar se x(t)=-x(-t). Então os termos an serão zero para todo n,
enquanto
⎛ 2πnt ⎞
x(t )sen⎜
4 T /2
bn = ∫
T 0 ⎝ T ⎠
⎟dt (5.22)
E neste caso a série de Fourier para simetria ímpar conterá apenas termos senoidais.
• Simetria par:
A forma de onda terá simetria ímpar se x(t)=x(-t). Então os termos bn serão zero para todo n,
enquanto
⎛ 2πnt ⎞
x(t ) cos⎜
4 T /2
an = ∫
T 0 ⎝ T ⎠
⎟dt (5.23)
E neste caso a série de Fourier para simetria par onda conterá apenas termos cosenoidais.
Certas formas de onda podem ter simetria par ou ímpar dependendo do referencial de tempo
(escala) selecionado. Por exemplo, a forma de onda quadrada da figura 5.3, demonstra uma
simetria ímpar e pode ser transformada numa função de simetria par deslocando o eixo x de
T/2.
Simetria de meia onda: Uma função x(t) tem uma simetria de meia onda se:
Isto é a forma de onda do sinal num período entre t +T/2 e t+T é o negativo da forma de
onda num período entre t e +T/2. Consequentemente, a função da forma de onda da figura
5.4 tem uma simetria de meia onda.
Usando a equação (5.4) e substituindo (t) por (t+T/2) no intervalo (-T/2,0) temos:
⎛ 2πnt ⎞ 2 0 +T / 2 ⎛ 2πn(t + T / 2) ⎞
x(t )cos⎜ x(t + T / 2)cos⎜
2 T /2
an = ∫
T 0 ⎝ T ⎠
⎟ dt + ∫
T −T / 2 + T / 2 ⎝ T
⎟dt
⎠
⎡ ⎛ 2πnt ⎞ ⎛ 2πnt ⎞⎤
x(t )⎢cos⎜
2 T /2
= ∫
T 0 ⎣ ⎝ T ⎠
⎟ − cos⎜
⎝ T
+ nπ ⎟⎥ dt
⎠⎦
(5.25)
⎛ 2πnt ⎞ ⎛ 2πnt ⎞
cos⎜ + nπ ⎟ = cos⎜ ⎟ e a n = 0. (5.27)
⎝ T ⎠ ⎝ T ⎠
⎛ 2πnt ⎞
x(t )sen⎜
4 T /2
Da mesma maneira bn =
T ∫0
⎝ T ⎠
⎟dt para todo n ímpar e bn = 0 para n par.
Desta maneira as formas de onda que tiverem simetria de meia onda terão apenas
harmônicas de ordem ímpar.
Onda quadrada
Figura 5.3
4k/π
__
1 (4k/π)
3
__
1 (4k/π)
5
0
Figura 5.4
A forma de onda da figura 5.4 é uma função ímpar com simetria de meia onda;
consequentemente apenas os termos bn e as harmônicas ímpares existirão. A expressão
para os coeficientes desta condição é:
⎛ 2πnt ⎞
x(t )sin⎜
8 T /4
bn =
T ∫0
⎝ T ⎠
⎟dt (5.28)
Há similaridade entre a expressão normal desse valor eficaz, calculado a partir da evolução
no tempo da quantidade alternada y(t), e a expressão calculada utilizando seu conteúdo
harmônico:
Figura 5.5
T n =∞
1
Yef = ∫
T 0
y 2 (t )dt = ∑ Yn
n =1
2
(5.30)
A distorção harmônica total é um parâmetro que define de modo global a distorção de uma
quantidade alternada:
n =∞
∑ Yn
n =1
2
Há uma outra definição que substitui a fundamental Y1 pelo valor eficaz total Yef. Essa
definição é utilizada por alguns equipamentos de medição.
Essa quantidade representa a relação entre o valor de uma harmônica sobre o valor da
fundamental (Y1), de acordo com a definição padrão ou em relação ao valor da quantidade
alternada (Yef).
Por exemplo: considerando um retificador trifásico em onda completa com diodos, como o da
figura 5.6 abaixo, onde a carga de saída CC é um resistor, vê-se que a tensão e corrente -
figura 5.7 - não possuem defasamento (elas cruzam o eixo X em 0 simultaneamente).
Analisando o espectro harmônico da figura 5.8, fica claro que outras frequências estão
presentes no sinal (corrente) absorvido pelo retificador. A simulação fora executada com o
software Microsim (PSPICE) – [32].
Quando harmônicos estão presentes, é importante não confundir estes dois termos, na
medida em que eles são equivalentes apenas quando as correntes e tensões são
completamente senoidais.
O fator de potência (λ) – também denominado de cos φ, é a relação entre a potência ativa P
e a potência aparente S:
P
λ = = cos φ (5.33)
S
fator de potência de deslocamento (cos ϕ1) está relacionado a quantidades fundamentais, ou
seja:
P1
(cos φ1) = (5.34)
S1
Para entendermos essas duas definições, vamos utilizar um modelo clássico, utilizando um
retificador de meia onda com carga resistiva, conforme figura 5.9, cuja forma de onda na
carga é representada pela figura 5.10:
Quando tratamos de ondas puramente senoidais, o fator de potência pode ser entendido
como o co-seno da diferença angular entre a forma de onda da tensão e corrente (vide figura
5.1 para o 1º semiciclo). No nosso exemplo, a forma de onda da corrente é senoidal somente
no semiciclo positivo, não podendo neste caso ser aplicada a definição de “co-seno da
diferença angular”.
Vm 1 − cos 2ωtdt
T T T
Im 1 − cos 2ωtdt
T T T
.π
Im2 ⎡ 1 1 ⎤ Im2 π Im
I RMS = ⎢ t − sen 2ωt ⎥ ⇒ I RMS = . ∴ I RMS = (5.36)
2.π ⎣ 2 2 ⎦0 2π 4 2. 2
t
P = ∫ v(t ).I (t )dt (5.37)
0
mas como estamos tratando de uma carga resistiva, a corrente está em fase com a tensão
V (t )
(vide fig. 5.7), e portanto a corrente pode ser escrita por: I (t ) = ∴ (5.38)
R
t
Vm
P = ∫ Vm sen ωt. sen ωtdt ⇒ e por analogia, (5.39)
0 R
1 Vm 2 ⎛ 1 − cos 2ωt ⎞ V 2 ⎛ 2π ⎞
2 2
Vm
P=∫ sen 2 ωt.dt ⇒ ⎜ ⎟⇒P= ⎜ ⎟ (5.40)
0 R 2π R ⎝ 2 ⎠ 2πR ⎝ 2 ⎠
Vm 2
P= Da definição de potência aparente têm-se: (5.41)
4R
Vm
S = V .I ⇒ e substituindo Im por ,
R
Vm Vm Vm 2
S= . ⇒S= (5.42)
2 2R R.2 2
P
Da definição de fator de potência , cos φ =
S
Vm 2 Vm 2 2
cos φ = ⇒ cos φ = = 0,707 (5.43)
4R R.2. 2 2
• Fator de distorção:
λ
v= (5.44)
cos ϕ 1
Ele é sempre ≤ 1 .
Não existe consenso universal para uma formulação da potência em circuitos não senoidais.
A mais usada é atualmente, adota os mesmos conceitos utilizados nos sistemas senoidais
[39].
A maior deficiência no que diz respeito à comprovação da eficácia dessas formulações é que
não se reflete com fidelidade a complexidade da potência em circuitos com formas de onda
não senoidais.
= P2 +Q2
2
Expressões como S (5.45) (figura 5.11), ou discutidas, tal como
= P 2 + Q 2 + D 2 (5.46) (figura 5.12), onde já se constata a introdução do termo “potência
2
S
de distorção” (D), decorrente das harmônicas de tensão e/ou corrente no circuito não
oferecem uma perfeita “visualização” das suas aplicações para uma variedade de diferentes
métodos, existentes atualmente, para melhoria do fator de potência.
)
( VA
S
Q (VAr)
P (W)
Figura 5.11
Q (VAr)
P (W)
Figura 5.12
Por outro lado a potência instantânea, que está vinculada a estas expressões, permite uma
melhor percepção de alguns desses detalhes e/ou fenômenos de comportamento.
Será analisado o comportamento das parcelas da potência instantânea, para o caso onde os
sinais de tensão e corrente são deformados, ou seja, um sistema não senoidal, porém,
analisando-se apenas as parcelas onde a tensão e corrente tenham a mesma ordem
harmônica.
onde:
v1 (t ) = V1máx . sen ωt (5.49)
v2 (t ) = V2 máx . sen (2ωt + δ 2 ) (5.50)
v3 (t ) = V3máx . sen (3ωt + δ 3 ) (5.51)
vn (t ) = Vnmáx. sen (nωt + δ n ) (5.52)
i1 (t ) = I1máx. sen (ωt − δ 1 ) (5.53)
i2 (t ) = I 2 máx. sen (2ωt + δ 2 − δ 2 ) (5.54)
onde:
δ n = ângulo de defasagem da tensão de ordem harmônica “n” em relação à fundamental;
ϕ n = ângulo de defasagem da corrente de ordem harmônica “n”. em relação à tensão de
mesma ordem harmônica;
nωt = n.2.π . f .t. em rad, com f = frequência do sinal [Hz]: normalmente “n” = 1,2,3,....50
(ordens harmônicas de tensão e corrente); as expressões de (5.49) a (5.56) tratam de
componentes de sinais distorcidos com frequência fundamental f.
Como a potência instantânea é dada pela expressão p(t) = v(t).i(t), para este caso tem-se que
a potência instantânea passa a ser dada por:
n [ ]
⎧⎪V j Ι k cos ϕ k cos(( j − k )ωt + δ j − δ k ) − cos(( j + k )ωt + δ j + δ k ) + ⎫⎪
p(t ) = ∑ ⎨⎪− V Ι [ ⎬
] (5.60)
j .k =1⎩ j k sen ϕ k sen (( j − k )ωt + δ j − δ k ) + sen (( j + k )ωt + δ j + δ k ) ⎪
⎭
Pode-se constatar que a potência instantânea, que é um produto da tensão pela corrente em
sistemas senoidais, passa a ser em sistemas não senoidais, uma soma de “subprodutos” de
componentes harmônicas de tensão pelas componentes harmônicas de corrente.
Esses “subprodutos” podem ser entendidos como as “parcelas de potência” compostas pelos
sinais de tensão e corrente que possuem ou a mesma ordem harmônica ou ordens
harmônicas diferentes.
p (t ) = p11 (t ) + p 22 (t ) + p 33 (t ) + ... + p nn (t ) +
144444424444443
p n (t )
Verifica-se que a expressão (5.61) atingiria uma proporção muito elevada, se fossem
considerados os n-ésimos termos para representá-la. Não sendo conveniente explorá-las
agora, optou-se por representar apenas as tensões e correntes fundamentais e mais duas
ordens harmônicas (n=2,3), deixando-se de representar os termos de tensão e corrente de
ordem harmônica superior a três. A limitação das ordens harmônicas tanto de tensão quanto
de corrente foi feita de maneira a facilitar o manuseio das expressões envolvidas. Porém com
os recursos computacionais pode-se expandir essas expressões para ordens acima da 50ª
harmônica.
Nota: Se avaliarmos detalhadamente a expressão (5.61) será visto que as partes de Pij onde i=j
produzirão potência ativa em kW e as parcelas onde i≠j produzirão potência não ativa. Por
isso quando tensões e/ou correntes harmônicas estiverem presentes em um sistema elétrico,
além dos problemas que serão abordados posteriormente haverá um potência em kW
adicional e indesejável além da “piora” do fator de potência.
Como exemplo, vamos avaliar a partida de um motor com partida por soft-start em 2
momentos distintos. Na partida propriamente dita, e num instante posterior - regime (quando
o ângulo de disparo dos SCR’s está próximo a zero). As figuras 5.14 e 5.15 representam
respectivamente a partida e o regime.
P = 18,65 kW
S = 149,99 kVA
FP = 0,132
D = 133,72
Cos ϕ1 = 0,456 (entre tensão e corrente fundamentais)
P = 78,83 kW
S = 90,65 kVA
FP = 0,870
D = 45,09
Cos ϕ1 = 0,987 (entre tensão e corrente fundamentais)
Verifica-se que a forma de onda se aproxima de uma onda quadrada (figura 5.16), ou seja
uma onda quadrada é uma somatória de harmônicos de e-nésima ordem, por isso quaisquer
processos de retificação, geram harmônicos característicos (e não característicos quando a
ponte retificadora opera em desequilíbrio).
Tabela 5.1
Ordem harmônica V (%) Ordem harmônica V (%)
00 0,00 16 0
01 100 17 5
02 0 18 0
03 40 19 5
04 0 20 0
05 25 21 5
06 0 22 0
07 15 23 5
08 0 24 0
09 10 25 5
10 0 26 0
11 10 27 5
12 0 28 0
13 5 29 5
14 0 30 0
15 5 31 1
250,00
200,00
150,00
100,00
50,00
Tensão (V)
0,00
-50,00
-100,00
-150,00
-200,00
-250,00
Conforme [38], o sinal analisado por esta técnica (de janela deslizante) é representado por
uma Wavelet Mãe deslocada no tempo e escalonada sendo que a transformada de Wavelet
pode ser discreta ou contínua
Uma Transformada de Wavelet contínua é definida como a soma, sobre todo o tempo, do
sinal multiplicado pela Wavelet Ψ escalonada e deslocada no tempo, sendo o resultado
obtido, os coeficientes C da Wavelet, função da escala e posição. A equação abaixo, resume
esta definição:
f =...+C0.Φ0+C1.Φ0+C3.Φ3+... (5.63)
Cada uma das fontes tem um comportamento diferente, tanto no que tange a geração dos
harmônicos como estabilidade na produção de harmônicas características quando na
presença de fenômenos de ressonância e até mesmo aos próprios níveis harmônicos
presentes no sistema.
Como exemplo de alguns tipos de carga, vejamos as formas de onda abaixo e seus
respectivos espectros harmônicos:
300,00 900,00
800,00
250,00
700,00
200,00 600,00
500,00
150,00
400,00
100,00 300,00
200,00
50,00
Corrente (A)
100,00
Tensão (V)
0,00 0,00
-100,00
-50,00
-200,00
-100,00 -300,00
-400,00
-150,00
-500,00
-200,00 -600,00
-700,00
-250,00
-800,00
-300,00 -900,00
Ângulo (º) Ângulo (º)
• Soft-start com ponte de onda completa e controle thiristorizado de 6 pulsos (alimentado por
um transformador de 225 kVA); tensão e corrente – figura 5.19 e 5.20 – espectro conforme
tabelas 5.4 e 5.5 respectivamente.
250,00
200,00
200,00
150,00
100,00
100,00
50,00
Corrente (A)
Tensão (V)
0,00
0,00
-50,00
-100,00 -100,00
-150,00
-200,00 -200,00
-250,00
-300,00 -300,00
400,00
200,00
300,00
150,00
200,00
100,00
100,00
50,00
Corrente (A)
Tensão (V)
0,00
0,00
-50,00 -100,00
-100,00 -200,00
-150,00 -300,00
-200,00 -400,00
-250,00 -500,00
Nota: Verificar um acentuado nível de ordens pares de tensão (com diversos “notch” na forma de
onda). Isto é característico de desequilíbrio na ponte retificadora da têmpera por indução;
como o sistema de controle opera por “zero crossing” e a forma de onda da tensão, em
algumas amostragens possui mais de uma referência no mesmo ciclo, há um desequilíbrio
no disparo dos tiristores, causando a geração de harmônicas de ordem par – Não
características em conversores de seis pulsos.
Conforme o IEEE 519 [18] o termo “notch” (figura 5.23) pode ser entendido como curtos-
circuitos entre fases no processo de disparos dos retificadores sendo que a “profundidade”
desses “notch’s” são proporcionais à impedância da fonte de energia. Quanto menor a
potência de curto-circuito no ponto de conexão com o retificador, maiores serão os notches.
• Fornos a arco: As harmônicas produzidas por tais equipamentos são imprevisíveis, devido
ciclo de variação do arco, particularmente quando se coloca o metal para fundir. A corrente
de arco é não periódica, e as análises revelam um espectro contínuo e não contínuo das
frequências harmônicas de múltiplos e não múltiplos da frequência fundamental.
Tabela 5.9.
Ordem harmônica Amplitude Média (%) Amplitude Máxima (%)
2 3 ----- 9 30
3 6 ----- 10 20
4 2 ----- 6 15
5 2 ----- 10 12
6 2 ----- 3 10
7 3 ----- 6 8
9 2 ----- 5 7
A referência IEEE 519/1981 – atualmente norma [18] dá os valores típicos das correntes
harmônicas geradas pelos conversores estáticos de potência, conforme tabela 5.10 abaixo:
Tabela 5.10
Nº de pulsos Ordem Harmônica
do converso 5 7 11 13 17 19 23 25
6 17,5 11,0 4,50 2,90 1,5 1,0 0,9 0,8
12 2,60 1,60 4,50 2,90 0,2 0,1 0,9 0,8
18 2,60 1,60 0,7 0,4 1,5 1,0 0,1 0,1
24 2,60 1,60 0,7 0,4 0,2 0,1 0,9 0,8
A referência NEMA LSD 8-1999 [55] fornece os valores típicos do espectro harmônico para
lâmpadas fluorescentes compactas - tabela 5.11:
Geral: O grau pelo qual as harmônicas podem ser toleradas é determinado pela
suscetibilidade da carga (ou fonte) para com elas. O equipamento menos suscetível é aquele
cuja principal função é o aquecimento. Neste caso, a energia das harmônicas é utilizada e
consequentemente elas são bastante toleráveis. O tipo de equipamento mais suscetível é
aquele cujo projeto ou constituição assume uma (quase) alimentação senoidal de entrada.
Estes equipamentos estão frequentemente nas categorias de comunicação ou
processamento de dados. Um tipo de carga que normalmente situa-se entre estes dois
extremos de suscetibilidade é o motor. A maioria dos motores é relativamente tolerante às
harmônicas.
A Norma NEMA MG1 [21] define os fatores de depreciação de potência (Harmonic Voltage
Factor) em função das tensões harmônicas (de ordem ímpar excluindo-se as triplas)
presentes na barra de ligação do motor, sendo:
n =∞
Vn2
HVF = ∑ onde: (5.64)
n =5 n
2 – Perdas por corrente parasita (Foucault): A componente (de perdas por correntes de
Foucault) nos transformadores crescem com o quadrado da frequência da corrente,
causando acréscimo das correntes parasitas. Além disso, estas correntes se tornam
componentes muito importantes no aquecimento e perdas do transformador.
1,00
0,95
DERATING FACTOR
0,90
0,85
0,80
0,75
0,70
0,65
0,60
0,55
0,50
0
0,02
0,10
0,12
0,03
0,07
0,08
0,09
0,13
0,01
0,06
0,11
0,05
0,15
0,04
0,14
Figura 5.24
O transformador, quando sujeito às correntes com conteúdo harmônico, deve ter sua
potência máxima limitada (ou “sobre-dimensionada”), a fim de garantir a máxima temperatura
de trabalho (conforme grau do isolamento), com K-Factor (harmonic capability) definido
abaixo:
K=
∑ (I xh )
2
h
2
A norma IEEE Std C.57.110 [48] define o FLH (Harmonic Loss Factor) que representa o
efetivo aquecimento rms resultado da corrente harmônica absorvida pelo transformador. O
FLH traduz a razão entre as perdas por correntes de “Foulcault” na frequência fundamental,
pelas perdas por corrente parasita devido às harmônicas.
Exemplo 1)
Considerando uma instalação industrial que tenha um transformador de 1,50 MVA, 380 Volts,
e que alimente uma carga mista composta por inversores de frequência e motores, com
corrente fundamental I1 = 2.289 A, cujo espectro harmônico é o da tabela 5.12 abaixo.
Calculando os fatores:
FLH =
∑ da coluna ((I h Irms ) ) x h
2 2
∴ FLH = 1,1651
∑ da coluna (I h Irms ) 2
Pelo método proposto pelo IEEE (UL), o “K-factor” mínimo do transformador deve ser de 4.
Irms = ∑ Ih 2
⇒ Irms = 2293,76 A
2 2
⎛ I1 ⎞ ⎛ 2289,00 ⎞
⎜ ⎟ = ⎜⎜ ⎟⎟ = 0,99586
⎝ Irms ⎠ ⎝ 2293,76 ⎠
14,20
e 100 = 0,12603 :
= onde e são as perdas por correntes de Foulcault;
1+ e 1+ 14, 20
100
⎛ ∞ ⎛ Ih ⎞ 2 ⎞
⎜ ⎜ ⎟ ⎟ =1,00416
⎜∑ ⎜I ⎟ ⎟
⎝ n =1 ⎝ 1 ⎠ ⎠
−1
⎡ ⎛ 2 ⎛ ∞ 2
⎞⎞ ⎤
K=⎢ ⎜1 + ⎛ e ⎞ x ⎛ I1 ⎞ x ⎜ ⎛⎜ Ih ⎞⎟ ⎟ ⎟ ⎥
⎜ ⎜⎝ 1 + e ⎟⎠ ⎜⎝ Irms ⎟⎠ ⎜ ∑ ⎜ I ⎟ ⎟⎟ ⎥ →
⎢
⎣⎢ ⎝ ⎝ n =1 ⎝ 1 ⎠ ⎠ ⎠ ⎦⎥
K = 93,78%
E concluindo, conforme norma BS 7821 (UL) o transformador de 1500 kVA desse exemplo,
deve ser depreciado em 93,78% para alimentar a carga descrita e com o espectro harmônico
dado na tabela 5.12, ou seja, pode fornecer uma potência máxima de 1406 kVA. A Tela do
programa de cálculo e simulação do exemplo segue abaixo.
A norma [13], recomenda que os sistemas elétricos para processamento de sinais e dados
operem com uma máxima distorção harmônica entre 3 e 5%. A porcentagem é usualmente
especificada como a distorção total de “fase-fase”, com um máximo de 3% para cada
harmônica.
Uma das normas aplicáveis [18] define os valores globais para distorção harmônica de
tensão e de corrente, sendo uma das referências internacionalmente mais difundidas e
aceitas para o projeto e comissionamento de sistemas elétricos de potência.
As tabelas 5.15 a 5.17 abaixo, extraídas da norma [18], definem os “Limites Gerais de
Distorção de Corrente para Sistemas de Distribuição”.
Onde:
Harmônicas de ordem par são limitadas a 25% dos valores das ordens ímpares nas tabelas
acima.
Conforme o item 10.2 “Developmemnt of Current Distortion Limits”, do IEEE 519, o objetivo
de limitar os valores das correntes harmônicas é manter baixo os níveis de distorção
harmônicas de tensão, sendo que para harmônicas individuais, recomenda-se um máximo
de 3,0% de distorção e, para THDV, um máximo de 5% (para tensões ≤ 69kV ), onde :
50
∑V
h=2
2
h
A mesma norma IEEE Std 519/1992 [18], define os limites de distorção de tensão (tabela
5.18):
Nota: Sistemas de alta tensão devem ter até 2,5% de THDV% cuja causa seja a transmissão em
corrente contínua (HVdc), e é atenuada até o consumidor.
A norma européia [26] define apenas os valores de distorção harmônica de tensão, conforme
tabela 5.19. Níveis de compatibilidade para harmônicas individuais de tensão em sistemas de
baixa tensão.
Classe 1 – Esta classe aplica-se a alimentadores protegidos e tem níveis mais baixos do que
a rede pública. Essa classe relaciona-se com o uso de equipamentos muito sensíveis a
distúrbios no sistema elétrico, tais como instrumentação de laboratórios, equipamentos de
proteção e automação, alguns computadores, etc;
Classe 3 – Esta classe aplica-se às cargas em ambientes industriais internos à planta. Tem
nível de compatibilidade superior à da classe 2 para alguns tipos de distúrbios, especialmente
quando as seguintes condições são conhecidas:
Tabela 5.20 – Níveis de compatibilidade – Tensões harmônicas ímpares não múltiplas de três
Ordem Harmônica Classe 1 Uh % Classe 2 Uh % Classe 3 Uh %
5 3 6 8
7 3 5 7
11 3 3,5 5
13 3 3 4,5
17 2 2 4
17 < h ≤ 49 2,27 × (17/h) − 0,27 2,27 × (17/h) − 0,27 4,5 × (17/h) − 0,5
NOTE: In some cases where part of an industrial network is dedicated to large non-linear loads,
the class 3 compatibility levels for that part of the network may be 1,2 times the above values.
In such cases precautions should be taken regarding immunity of equipment connected.
However, at the PCC (public network) the compatibility levels from IEC 61000-2-2 and IEC
61000-2-12 take precedence.
Algumas dos efeitos negativos das harmônicas, se incorretamente avaliadas no sistema são:
Quando correntes harmônicas existem num sistema de potência, as distorções podem ser
amplificadas pela ressonância paralela criada entre os capacitores e a indutância dos
transformadores, podendo causar falha nos equipamentos.
f) Filtros Harmônicos
Filtros shunt – filtros passivos (figura 5.25) que são desenvolvidos apropriadamente para as
harmônicas de ordem 5ª, 7ª, 11ª e 13ª. Consistem um circuito RLC série, sintonizado para
operar numa frequência específica, agindo como um caminho de baixa impedância,
desviando do sistema de energia elétrica a maior parte da corrente harmônica. Devem ser
feitas considerações sobre a localização e aplicação específica do filtro, pois não é possível
desde então distinguir entre as harmônicas provenientes dos equipamentos, de outras
externas ao sistema de potência, ou adicional equipamento instalado.
Filtros Ativos: São equipamentos com controle de potência por estado sólido (figura 5.26), em
que a fonte de energia reativa geralmente é um banco de capacitores. De uma maneira geral,
difere do filtro passivo, pois ao invés de drenar a corrente harmônica, ele fornece uma
corrente de compensação (em oposição de fase mas com mesmo módulo), que será somada
vetorialmente no ponto de conexão do filtro. Desta maneira a corrente “vista” pela fonte de
energia será apenas a componente fundamental com fator de potência (deslocamento)
próximo a 1.
Os capacitores não geram harmônicas; devida sua característica física, pode ocorrer uma
ressonância paralela entre o banco de capacitores, motores e transformador, aumentando
consideravelmente as distorções de tensão no sistema, quando a característica das cargas é
de não linearidade (inversores, soft-starters, fornos de indução e fusão por arco voltaico, etc).
De uma maneira geral pode-se definir componentes simétricas como uma transformação
algébrica que converte qualquer conjunto polifásico (maior que 3) desequilibrado ou não, em
vetores simetricamente dispostos, respeitando-se as sequências desta dada transformada
[50], [51], [52].
6.1 Definições:
6.1.1 Sistema de tensões trifásico simétrico: sistema trifásico em que as tensões nos
2π
terminais dos geradores são senoidais, de mesmo valor máximo, e defasadas de
3
radianos ou 120º elétricos.
6.1.2 Sistema de tensões trifásico assimétrico: sistema trifásico em que as tensões nos
terminais dos geradores não atendem a pelo menos uma das condições apresentadas em
(6.1.1).
6.1.3 Linha (ou rede) trifásica equilibrada: linha (ou rede) trifásica, constituída por 3 ou 4
fios (3 fios de fase ou 3 fios de fase e 1 fio de retorno), na qual se verificam as seguintes
relações:
6.1.6 impedâncias mútuas entre os fios de fase e o fio de retorno iguais (para sistema a 4
fios): Z AG = Z BG = Z CG = Z 'P
6.1.7 Linha (ou rede) trifásica desequilibrada: linha (ou rede) trifásica, constituída por 3
ou 4 fios (3 fios de fase ou 3 fios de fase e 1 fio de retorno), na qual não se verifica pelo
menos uma das relações apresentadas em (6.1.3).
6.1.8 Carga trifásica equilibrada: carga trifásica constituída por 3 impedâncias complexas
iguais, em triângulo ou estrela.
6.1.9 Carga trifásica desequilibrada: carga trifásica na qual não se verifica a condição
descrita em 6.1.5; num circuito, quando as cargas monofásicas somadas não constituírem
impedâncias complexas iguais também serão consideradas cargas desequilibradas.
6.1.10 Carga não linear equilibrada: aquela que possuir espectro (de tensões ou
correntes) com valores em módulo igual nas 3 fases.
6.1.12 Dado um circuito 3φ com correntes Ia, Ib e Ic ou tensões Va, Vb ou Vc, podemos
transformar esse conjunto (corrente ou tensão) em componentes simétricas adotando-se as
regras apresentadas por Fortescue [49].
Sendo:
Imax = A corrente máxima (de pico) da componente senoidal (Ampéres)
Vmax = A tensão máxima (de pico) da componente senoidal (Volts)
n = ordem harmônica ≥ 1
ωt = velocidade angular (rad/s)
θ = defasamento angular entre as fases (num circuito 3φ é de 120º)
Todos os circuitos elétricos, em regime permanente ou não valem as leis de Kirchoff: ∑ das
correntes que entram num nó é igual à ∑ das correntes que saem deste nó. Podemos
contudo utilizar as transformadas de Fortescue [50] para definir as componentes de
sequência positiva (ou direta) +; sequência negativa (ou inversa) - ; e de sequência zero (ou
homopolar) 0.
Curso Compensação de Reativos e Filtragem de Harmônicos em Sistemas Elétricos de Potência 114
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• Operador α:
1 3
α = 1∠120º = − +j = e-j120
2 2
1 3
α2 = 1∠-120º = 1∠240º = − − j
2 2
α3 = 1∠360º = 1 + j 0
• Sequência positiva:
Por definição, os fasores da sequência positiva (ou direta) giram no sentido horário; deste
modo a fase B (corrente ou tensão) estará atrasada de 120º com relação à fase A enquanto
que a fase C estará atrasada de 240º com relação à fase A; graficamente temos a figura
6.1:
I c1
I a1
I b1
Figura 6.1 – Sequência Positiva
Ia1 = I1 (6.13)
Ib1 = α2 x I a1 = I1 ∠240º (6.14)
Ic1 = α x I a1 = I1 ∠120º (6.15)
• Sequência negativa:
Ib2 Ia2
Ic2
Figura 6.2 – Sequência Negativa
Ia2 = I2 (6.16)
Ib2 = α x Ia2 = I2 ∠120º (6.17)
Ic2 = α2 x I a2 = I2 ∠240º (6.18)
• Sequência zero:
Esta sequência consiste num sistema onde os fasores são iguais em módulo e estão
sempre em fase. Temos portanto a figura 6.3.
Ia0
Ib0
Ic0
V0 =
1
(Va + Vb + Vc ) (6.20)
3
1
(
V1 = Va + αVb + α 2Vc
3
) (6.21)
1
(
V2 = Va + α 2Vb + αVc
3
) (6.22)
I 0 = (Ia + Ib + Ic )
1
(6.21)
3
1
( )
I1 = Ia + αIb + α 2 Ic
3
(6.22)
1
(
I 2 = Ia + α 2 Ib + αIc
3
) (6.23)
e na forma matricial:
I0 1 1 1 Ia
1
I 1 = x 1 α α 2 x Ib
para as correntes: 3 (6.24)
I2 1 α 2 α Ic
V0 1 1
1 Va
1
V1 = x 1 α α 2 x Vb
para as tensões: 3 (6.25)
V2 1 α 2 α Vc
Lembrando que as tensões Va, Vb e Vc são as entre fase e neutro (ou referência) mesmo
num circuito em triângulo a 3 fios.
Exemplo 1)
Considere as seguintes correntes num circuito trifásico a 4 fios (com neutro): Ia = 100A; Ib =
100A; Ic = 70A. Calcular as componentes de sequência a partir das correntes dadas.
Utilizando as matrizes dadas em (6.24) e (6.25), necessitamos apenas dos módulos das
correntes, independente do defasamento angular ϕ.
I0 1 1 1 100∠0º
1
I 1 = x 1 1∠120º 1∠240º x 100∠240º
3
I2 1 1∠240º 1∠120º 70∠120º
I0 =
1
(100∠0º +100∠ − 120º +70∠120º ) ∴ I 0 = 10 A
3
e como IN = 3 x I0 a corrente no neutro seria de 30A .
I1 =
1
(100∠0º +100∠ − 120º x1∠120º +70∠120º x1∠240º ) ∴ I1 = 90 A
3
I 2 = (100∠0º +100∠ − 120º x1∠240º +70∠120º x1∠120º ) ∴ I 2 = 10 A
1
3
Da mesma forma que as transformadas algébricas de Fortescue podem ser utilizadas para
os valores fundamentais, elas também podem ser aplicadas aos harmônicos de corrente e
de tensão, ou seja, podem ser definidos em termos de componentes simétricas [50] e [51],
utilizando as mesmas equações dadas entre (6.7) e (6.12).
• Formulação geral
I 0 nh 1 1 1 Ia∠(n x 0º )
I 1 nh = x 1 1∠120º 1∠240º x Ib∠(n x 240º )
1
3 (6.26)
I 2 nh 1 1∠240º 1∠120º Ic∠(n x 120º )
para as correntes e,
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V0 nh 1 1 1 Va∠(n x 0º )
V1 nh = x 1 1∠120º 1∠240º x Vb∠(n x 240º )
1
3 (6.27)
V2 nh 1 1∠240º 1∠120º Vc∠(n x 120º )
para as tensões.
Onde:
n = ordem harmônica da tensão ou corrente
h = denotação de componente harmônica
Como o sistema é equilibrado, podemos definir como IK as correntes das fases, sendo IK =
Ia = Ib = Ic. O módulo das correntes será igual á IK, mas os defasamentos angulares serão
mantidos.
I 0 2h 1 1 1 I K ∠0º
1
I 1 2h = x 1 1∠120º 1∠240º x I K ∠ − 240º
3
I 2 2h 1 1∠240º 1∠120º I K ∠ + 240º
E fazendo os cálculos:
I 0 3h 1 1 1 I K ∠0º
1
I 1 3h = x 1 1∠120º 1∠240º x I K ∠ − 360º
3
I 2 3h 1 1∠240º 1∠120º I K ∠ + 360º
E fazendo os cálculos:
Lembrar que para um circuito a 4 fios a corrente de neutro é 3 x I0 e neste caso a corrente
que circulará neste condutor será de 3 x IK.
Ordem 1 2 3 4 5 6 .
harmônica .
h .
.
.
Sequência + - 0 + - 0 .
.
.
.
.
.
Exemplo 2)
I 0 2h 1 1 1 Ia∠(2 x 0º )
x 1 1∠120º 1∠240º x Ib∠(2 x 240º ) ⇒
1
I 1 2h =
3
I 2 2h 1 1∠240º 1∠120º Ic∠(2 x 120º )
I 0 2h 1 1 1 100∠0º
1
I 1 2h = x 1 1∠120º 1∠240º x 100∠ − 240º
3
I 2 2h 1 1∠240º 1∠120º 70∠ + 240º
1⎛ 100 100 3 70 70 3 ⎞
I 0 2h = ⎜⎜100 + j 0 − +j − −j ⎟
3⎝ 2 2 2 2 ⎟⎠
1 ⎡ ⎛ 1 3⎞ ⎛ 1 3⎞ ⎛ 1 3⎞ ⎛ 1 3⎞ ⎤
I1 2h = x ⎢100 x ⎜⎜ − + j ⎟
⎟ x ⎜⎜ − + j ⎟ + 70 x ⎜ − − j
⎟ ⎜ 2
⎟
⎟ x ⎜⎜ − − j ⎟⎥
⎟
3 ⎣⎢ ⎝ 2 2 ⎠ ⎝ 2 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 2 ⎠ ⎥⎦
1 ⎡ ⎛ 1 3⎞ ⎛ 1 3⎞ ⎛ 1 3⎞ ⎛ 1 3⎞ ⎤
I 2 2h = x ⎢100 x ⎜⎜ − − j ⎟
⎟ x ⎜⎜ − + j ⎟ + 70 x ⎜ − + j
⎟ ⎜ 2
⎟
⎟ x ⎜⎜ − − j ⎟⎥
⎟
3 ⎣⎢ ⎝ 2 2 ⎠ ⎝ 2 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 2 ⎠ ⎥⎦
I02h = 10 A; e IN = 30 A
I12h = 10 A
I22h = 90 A
Verificamos neste caso que a 2ª ordem harmônica num circuito desequilibrado também
provoca a circulação de componentes de sequência positiva e zero (não características
desta harmônica), além de haver circulação desta ordem pelo condutor neutro. Ou seja no
condutor de retorno (ou neutro) num circuito a 4 fios, para um sistema desequilibrado
haverá a circulação de correntes não múltiplas de 3.
Exemplo 3)
I 0 3h 1 1 1 100∠0º
1
I 1 3h = x 1 1∠120º 1∠240º x 100∠ − 360º
3
I 2 3h 1 1∠240º 1∠120º 70∠ + 360º
I03h = 90 A; e IN = 270 A
I13h = 10 A
I23h = 10 A
Exemplo 4)
Considere a tabela abaixo de uma instalação industrial contendo máquinas de solda a ponto
monofásIcas, conforme espectro harmônico da tabela 6.1 e figura 6.4
Fazendo os cálculos dados na fórmula matricial 6.26 para as correntes dadas e para o
espectro harmônico entre a 1ª harmônica (fundamental) e a 31ª harmônica, obtemos o
resultado abaixo.
Componentes Simétricas
Corrente R Corrente S Corrente T I1 I2 I0 IN
Harmônica
(h) (Amperes) (Amperes) (Amperes) (Amperes) (Amperes) (Amperes) (Amperes)
1 390,58 885,95 684,88 653,803 143,843 143,843 431,528
2 5,936816 13,46644 10,410176 2,186 9,938 2,186 6,559
3 41,518654 94,176485 72,802744 15,290 15,290 69,499 208,498
4 3,827684 8,68231 6,711824 6,407 1,410 1,410 4,229
5 19,021246 43,145765 33,353656 7,005 31,840 7,005 21,015
6 0,507754 1,151735 0,890344 0,187 0,187 0,850 2,550
7 10,93624 24,8066 19,17664 18,306 4,028 4,028 12,083
8 0,429638 0,974545 0,753368 0,158 0,719 0,158 0,475
9 4,179206 9,479665 7,328216 1,539 1,539 6,996 20,987
10 0,546812 1,24033 0,958832 0,915 0,201 0,201 0,604
11 10,897182 24,718005 19,108152 4,013 18,241 4,013 12,040
12 46,8696 106,314 82,1856 17,261 17,261 78,456 235,369
13 14,412402 32,691555 25,272072 24,125 5,308 5,308 15,923
14 0,234348 0,53157 0,410928 0,086 0,392 0,086 0,259
15 5,194714 11,783135 9,108904 1,913 1,913 8,696 26,087
16 7,811E-002 0,17719 0,136976 0,131 0,029 0,029 0,086
17 3,944858 8,948095 6,917288 1,453 6,603 1,453 4,358
18 0,117174 0,265785 0,205464 0,043 0,043 0,196 0,588
19 0,97645 2,214875 1,7122 1,635 0,360 0,360 1,079
20 0,117174 0,265785 0,205464 0,043 0,196 0,043 0,129
21 0,742102 1,683305 1,301272 0,273 0,273 1,242 3,727
22 0,273406 0,620165 0,479416 0,458 0,101 0,101 0,302
23 0,429638 0,974545 0,753368 0,158 0,719 0,158 0,475
24 0,312464 0,70876 0,547904 0,115 0,115 0,523 1,569
25 0,234348 0,53157 0,410928 0,392 0,086 0,086 0,259
26 0,234348 0,53157 0,410928 0,086 0,392 0,086 0,259
27 0,117174 0,265785 0,205464 0,043 0,043 0,196 0,588
28 0,117174 0,265785 0,205464 0,196 0,043 0,043 0,129
29 0,273406 0,620165 0,479416 0,101 0,458 0,101 0,302
30 3,905E-002 8,859E-002 6,8488E-002 0,014 0,014 0,065 0,196
31 0,19529 0,442975 0,34244 0,327 0,072 0,072 0,216
Para essa corrente específida as correntes rms das fases passa a ser:
R = 396,73 A;
S = 899,90 A;
T = 695,66 A;
IN = 536,00 A; sendo que mais de 105 A dessa corrente rms é devida aos harmônicos
de sequência zero (I0).
Vamos quantificar os efeitos dos harmônicos de uma forma básica; para isso utilizaremos a
lei de Ohm.
Tomemos um diagrama básico de uma planta industrial (figura 7.1), onde para uma
frequência de 60 Hz a concessionária é a única fonte de energia e para as ordens
harmônicas (com frequências maiores que 60 Hz) a carga não linear é a fonte de energia –
podendo ser de corrente ou tensão, e no nosso exemplo a carga não linear é uma fonte de
corrente. O transformador tem saída na baixa tensão de 380 Volts.
Com base nas fórmulas dadas acima, podemos tirar as seguintes definições para as
tensões harmônicas superiores a 2:
Vh = Ih x (ZT + ZCONC) (pelas fórmulas 7.1 e 7.3), em que cada impedância Z deve ser
corrigida para a frequência harmônica correspondente.
Vamos supor que a corrente harmônica gerada pela carga não linear seja de 15 A (5ª
harmônica), que a impedância ZCONC da concessionária seja de 0,1 Ω e que a impedância
ZT do transformador seja 2 Ω (todas para a 5ª ordem harmônica), referidas ao secundário do
trafo; temos então pelas equações acima:
Se utilizarmos a definição dada para a distorção harmônica total (conforme fórmula 5.64),
teria na baixa tensão do transformador a seguinte deformação (distorção harmônica total):
31,5 2
DHT (%) = 100 ∴DHT = 8,29%
380
Resumidamente temos:
1
XL = XC → 2π f L = (7.5)
2π f C
Existirá uma frequência em que essas duas impedâncias serão iguais, e portanto:
1
f= (7.6)
2π L C
−1
⎛ 1 1 ⎞
Z = ⎜⎜ + ⎟⎟ = 0 − j 5,999 Ω
⎝ 0 + j 2 0 − j1,5 ⎠
88,50 2
DHT (%) = 100 ∴DHT = 23,30%, e neste caso houve uma amplificação dos
380
níveis harmônicos em quase 3 vezes, isto somente devido à instalação do capacitor.
Frequência de ressonância
12
11
10
9
8
7
Z [Módulo]
6
5
4
3
2
1
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
Ordem harmônica [h]
Figura 7.3 – ressonância paralela
Vamos analisar conceitualmente (um modelo aproximadamente real), e o modo pelo qual se
calcula as tensões harmônicas com a utilização do método matricial. Considerando a figura
7.4, em que as cargas não lineares gerem apenas a 5ª ordem harmônica, considerando as
resistências dos circuitos muito inferiores às reatâncias, calcula-se:
Para simplificação dos cálculos, consideramos como potência de base 50 MVA e como
tensão de base a tensão da própria barra do elemento.
0,500 50
SCC T = =10 MVA ; Z T = X T ( PU ) = = 5 pu ( 60 hz )
0,05 10
50
Z CONC = =1 pu (60 hz )
50
I1 I2
0,150
150 kVA (30% de 5ª harmônica): I NL1 = .0,30 = 0, 9 − 3 ( pu )
50
0,200
200 kVA (20% de 5ª harmônica): I NL 2 = .0,20 = 0,8− 3 ( pu )
50
⎡V1 ⎤ ⎡5 5 5 ⎤ ⎡0 ⎤
[Vh]= [Z BARRA ][Ih] → ⎢⎢V2 ⎥⎥ = ⎢
⎢5 30 5 ⎥ . 0,9 −3 ⎥ →
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢⎣V3 ⎥⎦ ⎢⎣5 5 30⎥⎦ ⎢⎣0,8 −3 ⎥⎦
⎡V1 ⎤ ⎡0,0085⎤
⎢V ⎥ (5ª harmônica) = ⎢0,0310⎥ ( pu )
⎢ 2⎥ ⎢ ⎥
⎢⎣V3 ⎥⎦ ⎢⎣0,0285⎥⎦
1,203 i1 + i2 = 1
i1 + 1,202 i2 = 1 ∴
i1 = 0,45909 pu e i2 = 0,455151 pu
⎛ 0,150 0,200 ⎞
V1 = 1 − ⎜ + ⎟.1 → V1 = 0,993 pu
⎝ 50 50 ⎠
⎛ 0,150 ⎞
V2 = 0,993 − ⎜ ⎟.5 → V2 = 0,978 pu
⎝ 50 ⎠
0,0085 2
DHT V1 (%) = .100 = 0,860%
0,993
0,0310 2
DHT V2 (%) = .100 = 3,18%
0,978
0,0285 2
DHT V3 (%) = .100 = 2,930%
0,973
(
Z Mh = Z M cos arctan IP ( IN
))
Motores de indução:
( ( )).h j(
(7.10)
+ Z M sen arctan IP PU )
IN
onde, ZM =
(U N )2 (7.11)
PM
FP . IP
IN
XC
Capacitor: ZC= − j (7.14)
h
Sendo:
Quando planejamos a instalação de uma fábrica com grande quantidade de cargas não
lineares, devemos tomar uma decisão entre projetar essas cargas não lineares com baixos
níveis de distorção harmônica ou instalar equipamentos para a mitigação dos harmônicos.
Quando o propósito exclusivo é prevenir que uma frequência específica circule por toda a
instalação ou parte do sistema de potência (por exemplo, pelos equipamentos de controle) é
possível utilizar um filtro série que consiste em um indutor paralelo a um capacitor cuja
impedância apresente grande valor à freqüência que se quer bloquear. Porém, tal solução
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não impedirá que os harmônicos sejam gerados pela carga não linear, pois a produção dos
harmônicos por essas cargas é essencial ao seu funcionamento.
No caso dos conversores estáticos, as correntes harmônicas são impedidas de circular por
todo o sistema se houver um caminho de baixa impedância para as frequências
harmônicas.
Um filtro “shunt” passivo é dito sintonizado quando suas reatâncias capacitiva e indutiva
forem iguais.
Exemplos típicos de filtros com alto e baixo fator de qualidade (Q) e sua variação de
impedância são ilustrados nas figuras 7.5 e 7.6.
No caso dos filtros sintonizados o fator Q é definido como a razão da indutância (ou
capacitância) pela resistência na frequência de ressonância, isto é:
Q = X0 / R (7.15)
PB
√2R
ω/ωR
Figura 7.5
Filtro harmônico sintonizado: circuito elétrico e impedância x frequência
Frequência f
Figura 7.6
Filtro harmônico passa alta: circuito elétrico e impedância x frequência
Como pode ser observado pela figura 7.5, no gráfico do comportamento da impedância do
filtro sintonizado, a largura de banda (BP - Band-Pass) é definida como sendo os valores
pelos quais as resistências se igualam à reatância do filtro, o ângulo da impedância é de 45º
e o módulo da impedância vale 2 R .
Q = ω n / PB (7.16)
Q = R/ X (7.17)
δ = (ω − ω n ) / ω n (7.18)
O “tamanho” do filtro é definido como a potência reativa que o mesmo irá fornecer na
frequência fundamental. Ele é substancialmente igual à potência reativa fornecida pelos
capacitores na frequência fundamental. O número total de estágios do filtro é determinado
pela potência reativa requerida pelas fontes harmônicas e quanto desse total pode ser
fornecido pela fonte de energia AC.
O critério mais prático é reduzir os níveis no PAC (ponto de acoplamento comum) com
outros consumidores ou internos à fábrica a valores aceitáveis, e neste caso o problema
passa a ser expresso em termos de distorção harmônica de corrente, tensão ou as duas. O
critério baseado na distorção de tensão é mais adequado para o dimensionamento de filtros
pois é mais fácil de garantir que os limites de tensão ficarão dentro de uma faixa do que os
limites de correntes, que poderão oscilar em função das variações de impedâncias do
sistema.
O parâmetro THD é mais representativo do que a somatória aritmética, porque exprime com
mais exatidão a severidade com que os harmônicos afetarão os equipamentos. O critério
recomendado para filtros [33] para conversores em corrente contínua (HVDC) é o máximo
valor individual para qualquer harmônica e os valores de distorção total (THD). No geral, é
suficiente incluir todas as harmônicas até a 25ª ordem. O valor máximo para cada
harmônica individual geralmente ocorre para diferentes condições operativas do sistema.
Além disso, é necessário definir se o valor de THD poderá ser utilizado com as harmônicas
simultaneamente presentes ou se os valores individuais de cada harmônica não
simultâneas serão utilizados. Com relação à interferência telefônica, embora utilizada em
diversos projetos, o índice IT em um sistema de transmissão tem pequeno significado.
Contudo nos casos em que a resistividade do solo é alta existe a justificativa de limitar as
correntes harmônicas circulantes numa determinada linha de transmissão que esteja
próxima das linhas telefônicas; isto é normalmente obtido quando se utiliza o conceito de
“distúrbio equivalente de corrente”.
(a) O espectro de corrente harmônica produzido pelas cargas não lineares é injetado num
circuito constituído pelos filtros em paralelo como o sistema de potência A.C. – figura 7.7 – e
então as tensões harmônicas são calculadas.
(b) Os resultados obtidos em (a), são utilizados para determinar os parâmetros específicos,
como THD, TIF, IT, ∑kV, etc.
(c) O “desgaste” nos componentes do filtro como capacitores, indutores e resistores devem ser
calculados e assim determinar seus valores nominais e perdas.
O conteúdo harmônico da corrente das cargas não lineares poderá se alterar em função das
variações de carga, e no caso dos conversores estáticos em função do ângulo de disparo.
Com relação a admitância do filtro e do sistema, existe a preocupação em se calcular os
valores mínimos da admitância total para cada ordem harmônica, na qual resultará nos
valores máximos de distorção de tensão.
Um único filtro dimensionado para uma alta largura de banda seria capaz de atenuar um
espectro inteiro de harmônicas (por exemplo, da 5ª em diante no caso de um conversor de 6
pulsos) e seria o ideal. Contudo, a potência capacitiva necessária para atingir este objetivo
seria muito grande, e normalmente é mais econômico atenuar as harmônicas de ordem
inferior por meio de um filtro sintonizado.
Neste caso devem ser utilizados modelos avançados e simulações no domínio do tempo,
utilizando-se neste caso softwares que utilizem modelos de equações diferenciais como o
EMTP, ATP, PSCAD, MATLAB entre outros.
A representação detalhada dos componentes depende de sua posição com relação à fonte
harmônica, bem como do seu tamanho em comparação com essa fonte harmônica. Cada
componente numa planta, como compensadores síncronos, capacitores e indutores devem
ser explicitamente representados.
A performance dos filtros amortecidos (passa alta) para altas frequências não dependem
muito das variações de impedância do sistema, pois esta impedância é normalmente mais
alta do que a dos filtros.
Por outro lado, ao se projetar filtros amortecidos (passa alta) para baixas ordens harmônicas
em sistemas altamente amortecidos, é essencial que se conheça precisamente a
impedância do sistema às baixas frequências. Isto é necessário para garantir que ao se
conectar o filtro em paralelo com o sistema de potência tenha-se um efeito positivo na
redução da harmônica de tensão específica prevenindo a amplificação de outras ordens,
especialmente aquelas que estão próximas da frequência de sintonia.
Angle (Degrees)
Impedance (ohm)
0,4
30
20
10
0,3 0
-10
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
0,2
-20
-30
-40
0,1 -50
-60
-70
0
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
2
Harmonic Order
Harmonic Order
Um filtro sintonizado do tipo “Passa Baixa” é uma combinação série RLC (como mostrado
na figura 7.5) e será sintonizado num frequência harmônica (geralmente as de baixa
ordem). Sua impedância é dada por:
⎛ 1 ⎞
Ζ1 = R + j ⎜ ωL − ⎟ (7.21)
⎝ ωC ⎠
ω = ω n (1 + δ ) (7.22)
1
ωn = (7.23)
LC
⎛ ⎛ 2 + δ ⎞⎞
Zf = R⎜⎜1 + jQδ ⎜ ⎟ ⎟⎟ e, (7.28)
⎝ ⎝ 1+ δ ⎠⎠
considerando que δ é pequeno se comparado com a unidade,
(
Z f ≈ R(1 + j 2δQ ) = X 0 Q −1 + j 2δ e, ) (7.29)
(
e Z f ≈ R 1 + 4δ 2 Q 2 )1/ 2
(7.30)
1
Yf ≈ = G f + jB f , onde: (7.31)
R(1 + j 2δQ )
Q
Gf = e, (7.32)
(
X 0 1 + 4δ 2 Q 2 )
2δQ 2
Bf = − (7.33)
(
X 1 + 4δ 2 Q 2 )
E a tensão harmônica no barramento de entrada do filtro (no filtro) será:
In I
Vn = = n (7.34)
Ynf + Ysn Yn
−1 / 2
⎧⎪⎡ 1 ⎤
2
⎡ 2Qδ ⎤ ⎫⎪
2
{
Vn = I n (Ysn cos φ sn + G f ) + (− Y
2
sn sinφ sn + B f )}
2 −1 / 2
(7.36)
tomando φsn positivo e δ negativo.
Se ⎪Ysn⎪for deixado irrestrito, então a admitância que dará o máximo valor de ⎪Vn⎪será:
1 + cos φ sn
Q= no qual (7.39)
2δsinφ sn
⎡ 4 ⎤ 2I n R
Vn = I nδω n L ⎢ ⎥= (7.40)
⎣1 + cos φ sn ⎦ sinφ sn
Uma explanação gráfica é dada por Kimbark [53] e servirá par ajudar a compreender o valor
do ótimo Q, isto é, o valor que maximiza Yn.
Para um determinado valor de máximo fator de desvio de frequência δm, usando uma
reatância fixa X0 e uma resistência variável R, o comportamento da admitância do filtro será:
1
Yf = (7.41)
R(1 + j 2δQ )
Para um dado Ynf, o menor vetor Yn é perpendicular aos finais do limite. O diagrama vetorial
da figura 7.10 demonstra para um valor positivo de δm e negativo de φ=φm a produção de
altas harmônicas de tensão. Contudo, o ótimo valor de Ynf, é aquele tangente ao
semicírculo. Este valor ótimo é mostrado na figura 7.10 onde no ponto “D”, onde Ynf
maximiza Vn e Ysn o minimiza.
Para tais condições, pode ser demonstrado que a admitância do filtro será:
cos(φ m / 2 )
Ynf = e (7.42)
2δ m X 0
1 + cos φ m
Yn = Ynf cos(φ m / 2 ) = (7.43)
4δ m X 0
X f = 2δ m X 0 (7.45)
e da figura (7.10):
(2) Fornecem um caminho de baixa impedância para uma variedade de espectro harmônico
sem a necessidade de diversos filtros em paralelos, o que incrementaria o chaveamento, a
manutenção e custo do conjunto.
(4) Para atingir um nível aproximado de desempenho na filtragem dos harmônicos, o filtro
amortecido deve ser projetado para altas potências reativas na frequência fundamental,
embora na maioria dos casos um bom desempenho possa ser obtido dentro dos limites
exigidos para a correção do fator de potência.
Na figura 7.11 são mostrados quatro tipos de filtros: de 1ª ordem, 2 ª ordem, 3 ª ordem e o
“C-Type”.
(2) O filtro de 2ª ordem proporciona um melhor desempenho de filtragem, mas tem altas perdas
na freqüência fundamental quando comparado com os filtros de 3ª ordem.
(4) O desempenho do filtro tipo “C-Type” [56], se encontra entre o desempenho dos filtros de 2ª
e 3ª ordens. Sua principal vantagem é uma considerável redução nas perdas à frequência
fundamental, desde que C2 e L sejam sintonizados nessa frequência fundamental. Porém,
este filtro é mais susceptível a variações na frequência fundamental e às tolerâncias nos
componentes.
C1 C1
C2 C2
O comportamento dos filtros amortecidos foi descrito por Ainsworth [57] com a ajuda de dois
parâmetros:
1
f0 = e (7.48)
2π C R
L
m= 2 (7.49)
R C
Valores típicos de m estão entre 0,2 e 2. Para uma determinada capacitância, estes
parâmetros (e conseqüentemente L e R) são definidos para se obter uma admitância
adequadamente alta, sobre um range da freqüência necessária ao projeto.
m2 x4
Gf =
[(
R1 1 − m x 2 )2
+ m2 x2 ]e (7.50)
x ⎡ 1− m x 2 + m 2 x 2 ⎤
Bf = ⎢ ⎥
( )
2 2
(7.51)
R1 ⎢⎣ 1 − m x + m x ⎥⎦
2 2
Onde: x = f (7.52)
f0
Pode ser mostrado que, a admitância mínima do sistema (do filtro Yf mais a admitância do
sistema c.a. Ysm) vale:
como ambos os termos da equação (7.53) sendo positivos, e x (da equação 7.52) que é
menor que o valor:
Gf
cot φ f = = tan φm (7.54)
Bf
Para grandes valores de x o mínimo valor da admitância total é a do filtro (i.e. com Ysn=0).
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A Figura 7.12 ilustra os valores típicos das mínimas admitâncias para um filtro amortecido
de 2ª ordem em paralelo com um sistema com poucas resistivas (isto é φm = ± 90º). Para
comparação, o Gf de condutância, de um filtro amortecido de 3ª ordem, no caso de
capacitores iguais, é mostrado na figura 7.13. Estas figuras mostram que a banda de
resposta em frequência da condutância de um filtro amortecido de 3ª ordem, é muito estreita
do que a de um filtro de 2ª ordem.
Minimum total admittance ⏐Y ⏐
(multiples of 1/R)
Frequency, f0
Frequency, f0
Visando prevenir danos a esses componentes seus valores nominais devem ser baseados
na mais severa condição esperada. Isto deverá incluir a maior tensão fundamental, o maior
desvio efetivo na frequência, correntes harmônicas de outras fontes e a possibilidade de
ressonância entre o filtro e o sistema de potência.
7.6.1 Capacitores
Capacitores fornecem altas potências reativas por unidade tendo baixas perdas e operando
com altas voltagens de “stress”. Por esta razão, sobretensões moderadas por períodos
prolongados devem ser evitadas prevenindo assim a destruição do dielétrico; para altas
sobretensões mesmo que em períodos curtos de operação poderá haver destruição do
dielétrico por ionização.
A potência reativa nominal necessária para um capacitor para filtros é a somatória aritmética
das potências reativas para cada frequência harmônica a qual ele estará sujeito, ou seja, a
tensão mínima dos capacitores deve ser calculada como a somatória de todas as tensões
impostas devido à absorção da corrente à frequência fundamental mais as correntes
harmônicas absorvidas.
7.6.2 Indutores
Já os reatores com núcleo de ar devem ser utilizados quando se projetam filtros harmônicos
sintonizados ou amortecidos, uma vez que não há saturação do meio magnético (ar) com o
incremento da frequência, ou seja, a variação da indutância é influenciada praticamente
devida variação de temperatura; neste caso, as características da sintonia de projeto não
são sensivelmente alteradas.
7.6.3 Resistores
De posse de tais informações, devemos montar o diagrama elétrico da planta com os dados
coletados incluindo as medições de harmônicos. O ideal é se dispor de um software para o
cálculo do fluxo harmônico. A partir daí é calculada a matriz de impedâncias nodais (ZBUS), e
a partir da multiplicação das correntes harmônicas pelas impedâncias próprias e mútuas
obtemos as tensões harmônicas de cada barra - [I h ] x [Z BUS h]= [V h ] . Com valores das
tensões harmônicas calculamos os índices THD, THI e demais parâmetors de análise, além
dos parâmetros dos filtros harmônicos e/ou dos bancos de capacitores.
Figura 8.1
Carga não linear CLN1: Composta por inversores de frequência de seis pulsos, sem
indutância de entrada (choque), sem transformador isolador, com controle de potência
através de SCR's. Potência elétrica concentrada de 150 kVA. Espectro harmônico
predominante de ordens ímpares (baseado na tabela 13.1 da referência [18] p/ h≤15), com
os seguintes valores:
Considerar que a carga não linear possui um fator de potência corrigido (acima de 0,92) não
necessitando de compensação (o que levaria a princípio a adoção de filtros). Os valores de
distorção harmônica podem ser considerados valores máximos e característicos para a
potência informada.
SCC (MVA)
FR = onde, (8.1)
QC (M var )
0,500(Trafo )
SCC = = 8,895MVA
0,0575(Z %Trafo )
8,895
FR = → FR ≈ 10 ; se efetuarmos a simulação considerando as características da
0,090
concessionária e da carga motora, a frequência de ressonância estaria próxima da 11ª
ordem, conforme figura 8.2 abaixo. Portanto o cálculo aproximado nos dá uma ordem de
grandeza em que frequência harmônica poderá haver ressonância.
Voltando à figura 8.1, vamos analisar o método matemático para o cálculo do Fluxo
Harmônico (desconsiderando os alimentadores).
De forma simplificada, convertemos todas as impedâncias para uma base conhecida, por
exemplo, 100 MVA, para a frequência de 60 Hz onde:
Z ( BASE )
Z ( PU ) =
Z (CARGA )
Concessionária
100
Z CONC = = 1( PU ) e como X/R = 10: Z CONC = 0,0995 + j 0,9995( PU )
100
2,5
2
Impedance (ohm)
1,5
0,5
0
2
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
Harmonic Order
Figura 8.2
Transformador
100
ZT = x0,0575 = 11,5( PU ) e como X/R = 4,70: ZT = 2,39 + j11,25( PU )
0,5
Motor
100
ZM = x0,6 = 666,66 ( PU ) mas para o estudo de harmônicos no caso de cargas motoras
0,09
deve-se utilizar a impedância de sequência negativa Z2 (se este dado estiver disponível).
Quando não se tem tal dado, podemos utilizar a impedância calculada a partir dos dados de
rotor bloqueado, ou seja:
100 0,6
Z Mh = x = 83,3325( PU ) e então a impedância complexa do motor para o estudo
0,09 8(IP )
IN
harmônico passa a ser:
Z Mh = 10,336 + j82,699( PU )
Capacitor
100
ZC = = 1.111,11( PU )
0,09
Tabela 8.2
Carga Impedâncias do Sistema e Cargas
Concession 0,0995 +j 0,9995
ária
Transforma 2,39 +j 11,25
dor
Carga CL1 10,336 +j 82,699
Capacitor -j1.111,11
Figura 8.3
Tabela 8.3
Ordem 2 3 4 5 6 7 8
harmônic
ah
Sequênci - 0 + - 0 + -
a
Ou seja, uma corrente harmônica de ordem 3 (e suas múltiplas) se equilibradas nas 3 fases,
somente fluirão pelos equipamentos conectados ao neutro do transformador, ou seja, em
equipamentos aterrados (no neutro).
Para a construção das matrizes, é necessário corrigir os elementos da rede em função das
ordens harmônicas – já visto anteriormente
Nossa matriz neste caso passa a ser para este exemplo, conforme definido abaixo:
−1
⎡ 1 1 1 ⎤
⎢Z + − ⎥
[Ih]x ⎢ CONC 1 ZT 1
ZT
1 1 ⎥
⎥ = [Vh]
⎢ − + +
⎢⎣ ZT ZT Z M Z C ⎥⎦
Vamos inicialmente considerar que o capacitor esteja ligado e resolver a equação matricial
acima para as ordens harmônicas dadas na tabela 8.1, para uma carga de 150 kVA,
calculando os valores em PU (na base 100 MVA):
Para a 5ª ordem:
⎡ 0,01587 − j 0,2151 − 0,0069 + j 0,0145 ⎤ ⎡0,2342 + j 5,033 0,6505 + j 5,6423⎤
⎢− 0,0069 + j 0,0145 0,00699 − j 0,01241⎥ ⎢ 0,651 + j 5,6423 35,583 + j 67,488⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Antes de efetuar a multiplicação das matrizes Ih por ZBUS, devemos converter as correntes
harmônicas para a mesma base de 100 MVA; neste caso as correntes em PU ficam
conforme a tabela 8.4.
n=∞
∑ Vh
n =1
2
Verifica-se neste caso que a distorção harmônica no barramento 2 ficou acima do limite
global recomendado de 5%; porém só corrigimos o “fator de potência” da carga motora e
necessitamos corrigir o transformador e da carga não linear. Como se trata apenas de um
exemplo ilustrativo considere que a carga não linear possui um baixo fator de potência
(fator de potência de 0,80 indutivo); neste caso, o banco de capacitores passa a ser de 150
kvar (vide cálculos).
Tabela 8.6
ORDEM BUS 1 BUS 2
HARMÕNICA
VH2 0 0
VH3 0 0
VH4 0 0
VH5 0,00203286 0,0273072
4 54
VH6 0 0
VH7 0,00294918 0,0408755
7 95
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VH8 0 0
VH9 0 0
VH10 0 0
VH11 0,00069458 0,0101920
2 49
VH12 0 0
VH13 0,00038646 0,0058214
2 36
VH14 0 0
VH15 0 0
E mais uma vez a distorção harmônica total no barramento 2 ultrapassou o limite individual
de 3% e global recomendado de 5%.
Tabela 8.7
ORDEM BUS 1 BUS 2
HARMÕNICA
VH2 0 0
VH3 0 0
VH4 0 0
VH5 0,00876587 0,0426130
4 08
VH6 0 0
VH7 0,01260634 0,0629064
4 32
VH8 0 0
VH9 0 0
VH10 0 0
VH11 0,00238023 0,0124378
8 35
VH12 0 0
VH13 0,0071681
0,00134314 12
VH14 0 0
VH15 0 0
DHT(%)BUS1= 1,560
DHT(%)BUS2= 7,733
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Para este exemplo, a solução para a redução da distorção harmônica de tensão é a
colocação de reatores de dessintonia no banco de capacitores.
Nesse exemplo será utilizada a sintonia na 3,4ª ordem harmônica - figura 8.4.
Onde:
fR = frequência de ressonância (para o exemplo 3,4)
f = frequência do sistema (para o exemplo 60 Hz)
C = capacitância (para o exemplo 459,25μF)
Resolvendo:
V2 3802
XC = 2 → XC = → X C = 5,776 Ω e
QC 250002
1 1
C= →C = → C = 459,25 μF
2π 60 X C 2 x π x 60 x 5,776
1
L= → L =1,325 mH
4π (3,40 x 60 ) 2 x 459,25 − 6
2
Nota: Geralmente os reatores utilizados para dessintonia são confeccionados com núcleo ferro-
magnético. O fator de qualidade desses reatores normalmente são altos, acima de 30. Esse
fator de qualidade deve ser utilizado na simulação do fluxo harmônico para a obtensão das
correntes harmônicas absorvidas. O fator de qualidade do reator é representado pela
fórmula abaixo:
X Lf 1
Q= onde, (8.2)
R
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Q = é o fator de qualidade
XLf1 = é o valor da reatância indutiva na frequência fundamental (Ω)
R = valor da resistência ohmica do reator na frequência fundamental (Ω)
Sempre que se coloca uma indutância em série com um capacitor há um aumento natural
da tensão fundamental (50 ou 60 Hz) sob este capacitor independente dos níveis
harmônicos e neste caso a corrente absorvida será maior que a corrente nominal do
capacitor.
25(kVAR)
I CAP = = 38 A mas com a indutância em série a corrente é alterada:
380 3
1
Z CAP = = 5,776Ω e Z L = 0,0167 + j 0,5 Ω
2π 60 x 459,242μF
380
I= = 41,60 A
3 (0,0167 + j 0,5 − j 5,776)
E neste caso, somente devido a corrente fundamental 60 (Hz) houve um acréscimo de 9,50
% sobre a corrente nominal do capacitor.
Tabela 8.8
ORDEM IH % DE IN
HARMÕNICA
IHCAP2 0
IHCAP 3 0
IHCAP 4 0
IHCAP 5 4,133
IHCAP 6 0
IHCAP 7 2,047
IHCAP 8 0
IHCAP 9 0
IHCAP 10 0
IHCAP11 0,744
IHCAP 12 0
IHCAP 13 0,50
IHCAP 14 0
IHCAP 15 0
Como o capacitor deve ser dimensionado em função da somatória algébrica das tensões
fundamental mais as tensões harmônicas; a tensão mínima do capacitor deve ser de 416
Volts.
Por padronização, utiliza-se um capacitor de 440 Volts (com a potência nominal corrigida
para esta tensão). O indutor deve suportar no mínimo o valor rms da corrente absorvida
pelo estágio acrescido de 131% (que é a corrente que o capacitor por absorver
continuamente) e então o indutor deve ser dimensionado para no mínimo 72 A.
A potência nominal do capacitor para operar numa tensão inferior à sua tensão de
fabricação, é dimensionada da seguinte maneira:
2
⎛V ⎞
QC _ Vsis = ⎜ Sis ⎟ x QCap , onde: (8.3)
⎜V ⎟
⎝ Cap ⎠
QC_Vsis = Potência do capacitor na tensão do sistema (var)
QCap = Potência nominal do capacitor (var)
VCap = Tensão nominal do capacitor (V)
VSis = Tensão nominal do sistema (V)
Efetuando a simulação com o banco de 210 kvar com indutores de dessintonia, as tensões
harmônicas (em PU) serão as dadas na tabela abaixo. E a curva de ressonância para esta
simulação é a descrita pela figura 8.5.
Tabela 8.9
ORDEM BUS 1 BUS 2
HARMÕNICA
VH2 0 0
VH3 0 0
VH4 0 0
VH5 0,01679734 0,0034553
3 62
VH6 0 0
VH7 0,01808391 0,0036239
9 87
VH8 0 0
VH9 0 0
VH10 0 0
VH11 0,01692843 0,0032396
6 08
VH12 0 0
VH13 0,01599748 0,0029975
5 63
VH14 0 0
VH15 0 0
4,5
3,5
3
Impedance (ohm)
2,5
1,5
0,5
0
2
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
Harmonic Order
Dados do sistema
Concessionária: Scc 3φ = 79,2 e X/R = 5,90, 13,2 kV
Scc 1φ = 21,4 e X/R = 4,75, 13,2 kV
AL-1: Pirelli Eprotenax EPR 50,0 mm2, 70 m
AL-Cap: Pirelli Eprotenax EPR 25,0 mm2, 20 m
AL-2: Pirelli Eprotenax EPR 35,0 mm2, 1,0 m
AL-3: Pirelli Eprotenax EPR 35,0 mm2, 1,0 m
Cap1: 300 kvar/13,8 kV Y isolada *** ver cálculo
Trafo T1: 750 kVA, 13,2/0,480 kV, Δ/Y aterrada, Z = 5,52% X/R = 5,59, núcleo
envolvido
Trafo T2: 1000 kVA, 13,2/0,460 kV, Δ/Y aterrada, Z = 6,62% X/R = 5,59, núcleo
envolvido
Forno 1: de indução de 6 pulsos, totalmente controlado, Potência S = 505 + j 216
kVA, 0,480 kV
Forno 2: de indução de 6 pulsos, totalmente controlado, Potência S = 204 + j 81
kVA, 0,460 kV
Forno 3: de indução de 6 pulsos, totalmente controlado, Potência S = 340 + j 145
kVA, 0,460 kV
Load T1: motora, Potência 44,2 hp, FP=0,66 i, η = 100%
Usinagem: motora, Potência 214,5 hp, FP=0,76 i, η = 100%
BUS-MT1
13200 V
AL-1
BUS-MT2
13200 V
AL-Cap AL2 AL3
QC Total = 298,07 kvar - em função dos valores padronizados (múltiplos de 50, 100, ...,
400 kvar, adota-se 300 kvar/13,8 kV)
Nota: O modelamento de todas as cargas desse exemplo foi feito com a resistência dos
componentes fixa, ou seja, não varia com a frequência - Zh = R + jX x h .
Dados do sistema
Concessionária: Scc 3φ = 50,0 e X/R = 3,50, 13,2 kV
Scc 1φ = 24,0 e X/R = 3,50 13,2 kV
AL-MT: Pirelli Eprotenax EPR 50,0 mm2, 60 m
AL-CAP1: Pirelli 2 x 95,0 mm2, 0,6/ 1kV, PVC, 5 m
AL-CAP2: Pirelli 2 x 95,0 mm2, 0,6/ 1kV, PVC, 5 m
Filtro1: 125 kvar/380V *** ver cálculo
Filtro2: 90 kvar/380V *** ver cálculo
Trafo TR1: 750 kVA, 13,2/0,380 kV, Δ/Y aterrada, Z = 5,35% X/R = 5,59, núcleo
envolvido.
Trafo TR2: 500 kVA, 13,2/0,460 kV, Δ/Y aterrada, Z = 5,02% X/R = 5,59, núcleo
envolvido.
TÊMPERA: Têmpera por indução de 6 pulsos, totalmente controlado, controle de disparo
por “zero-crossing”, Potência S = 204,00 + j 192,00 kVA, 0,380 kV.
Load-TR2: inversor de frequência, de 6 pulsos, não regenerativo, Potência S = 110 + j
77 kVA, 0,380 kV de indução de 6 pulsos, totalmente controlado.
Bombas: Potência S = 50 + j 32,30 kVA , 0,380 kV.
Nota: O modelamento de todas as cargas desse exemplo foi feito com a resistência dos
componentes fixa, ou seja, não varia com a frequência - Zh = R + jX . h .
BUS-MT
13200 V
AL-MT
BUS-MT1
13200 V
P P
TR1 TR2
S 750.0 kVA S 500.0 kVA
BUS-BT1 BUS-BT2
380 V 380 V
ALCAP2
ALCAP1
BUS-CAP1 BUS-CAP2
380 V 380 V
A simulação da tabela 8.18 foi feita apenas com 1 estágio de 25 kvar na barra BUS-BT1 e 1
estágio de 25 kvar na barra BUS-BT2, mas nas duas barras são amplificadas as ordens 17
e 23 harmônicas (figura 8.10). Na barra BUS-BT2, ocorre a elevação dos níveis harmônicos
por amplificação das correntes provenientes não só dos próprios inversores de freqüência,
mas principalmente pelos harmônicos provenientes da têmpera. Se a carga da têmpera for
desligada, o nível harmônico na barra BUS-BT2 atinge 12,8%.
Como fica evidente pelas simulações, não podem ser aplicados capacitores convencionais
(sem indutores ou filtros) nas barras de baixa tensão, principalmente bancos automáticos
(sem reatores de dessintonia) devido a elevação dos níveis harmônicos.
12500
10000
7500
5000
2500
0
0 5 10 15 20 25 30
Harmonic Order
Isto leva a duas condições básicas: No trafo TR1 há a necessidade de filtragem dos
harmônicos, enquanto que no transformador TR2 é necessário apenas a dessintonia (não
amplificação dos harmônicos).
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Avaliando o espectro harmônico tanto de tensão quanto de corrente na barra do
transformador TR1 (têmpera), verifica-se a existência de harmônicas não características
(pares e triplas) que não deveriam ocorrer, pois a têmpera é composta por um retificador
trifásico em onda completa de 6 pulsos. A filtragem do tipo “passa-baixa” propicia uma baixa
impedância na freqüência de sintonia, mas maximiza a impedância própria da barra para
uma freqüência abaixo da freqüência de sintonia do filtro; para este projeto em específico, é
adotada a filtragem do tipo amortecida (“sintonizada + passa alta”) evitando a amplificação
das harmônicas inferiores à de sintonia, pois a ressonância paralela é reduzida.
Para o banco de capacitores dessintonizado do trafo TR2, será adotada como freqüência de
sintonia do conjunto h = 3,40. A potência de cada estágio será de 15 kvar (6 x 15 kvar / 380
V).
Onde:
fR = frequência de ressonância (para o exemplo 3,40)
f = frequência do sistema (para o exemplo 60 Hz)
C = capacitância
Resolvendo:
V2 3802
XC = 2
→ X C = → X C = 9,6267 Ω e
QC 15000 2
1 1
C= →C = → C = 275,55 μF
2π 60 X C 2 x π x 60 x 9,6267
1
L= → L = 2,209 mH
4π (3,40 x 60) 2 x 275,55 − 6
2
Conforme explicado no capítulo 7, item 7.5 não existe um fator m ótimo para o cálculo da
indutância do filtro, e consequentemente da admitância do conjunto. Com base nas fórmulas
7.48 e 7.49, deve-se utilizar o método intuitivo, ou seja, substituir os valores de m desde 0,5
a 2, e obter a melhor resposta em frequência, e consequentemente maior redução dos
harmônicos na barra onde o filtro estará locado. A cada substituição do valor m nas
Resolvendo:
V2 3802
XC = 2
→ X C = → X C = 1,1152 Ω e
QC 1250002
1 1
C= →C = → C = 2296,211 μF
2π 60 X C 2 x π x 60 x 1,1552
Como a principal ordem harmônica que se quer reduzir é a 5ª (conforme espectro
harmônico da tabela 8.14 e figura 8.9), adotamos como f0 o valor da 4,8ª ordem harmônica,
ou seja, 2% abaixo da frequência natural do sistema.
1 1
De 7.48, f 0 = → 4,8 x 60 = → R = 0,240 Ω
2π C R 2 π 2296,211 −3 x R
L
Por 7.49, m = ,considerando alguns valores de m (conforme tabela 8.20), mantendo
R2 C
o banco de capacitores dessintonizado no trafo TR2 desligado, para o cálculo da indutância
e das distorções harmônicas nas barras, obtemos:
O valor de m foi adotado em 1,6 não só com base nas distorções harmônicas das barras,
mas como uma melhor combinação entre a baixa distorção harmônica de tensão e a menor
corrente harmônica absorvida pelo transformador TR1, ou seja, maximização da admitância
do filtro – ver comparação abaixo.
A partir do fluxo de carga, com o filtro harmônico do transformador TR1 desligado, obtemos
as correntes harmônicas absorvidas pelo estágio em % da corrente fundamental:
CORRENTE
ORDEM (%) DE I
HARMÔ FUNDAMENTA
NICA (h) L
1 100,00
2 0,09
3 0,00
4 0,15
5 4,46
6 0,00
7 2,10
8 0,20
9 0,00
10 0,10
11 0,56
12 0,00
13 0,50
14 0,10
15 0,00
17 0,30
19 0,10
23 0,20
25 5,10
29 5,10
31 2,70
Fazendo as devidas multiplicações das correntes harmônicas da tabela acima pelas
impedâncias corrigidas do reator e do capacitor, e do resistor, obtemos os valores
absorvidos para cada componente:
• O capacitor deve ter a tensão nominal mínima, como a somatória algébrica de todas as
tensões harmônicas que estarão sob este capacitor.
De posse de tais valores e sabendo das tolerâncias de fabricação dos componentes dados
nos capítulos 3 e 4, obtemos os valores de projeto do estágio dessintonizado:
CORRENTE
ORDEM (%) DE I
HARMÔ FUNDAMENTA
NICA (h) L
1 100,00
2 0,03
3 0,00
4 0,10
5 14,00
6 0,00
7 7,10
8 0,20
9 0,00
10 0,20
11 5,10
12 0,00
13 4,00
14 0,30
15 0,00
17 8,50
19 5,40
23 9,20
25 5,10
29 5,10
31 2,70
• O capacitor deve ter a tensão nominal mínima, calculada a partir da somatória algébrica
de todas as tensões harmônicas às quais o capacitor estará submetido, ou seja:
n
1
VCAP _ mínimo = ∑ IhFiltro x
i =1 ωhC
• O reator deverá ter uma corrente rms mínima calculada a partir da corrente rms absorvida
pelo reator no ramo R paralelo com L do filtro, ou seja:
⎪ ⎢ IhFiltro x ⎜ + ⎪
n ⎪⎢
⎜ R R +ω L ⎟⎟ ⎥ ⎪
⎪ ⎝ ⎠ ⎥⎦ ⎪
I L _ mínimo = ∑ ⎨ ⎣
L h
⎬
i =1 ⎪ (RL +ωh L ) ⎪
⎪ ⎪
⎪⎩ ⎪⎭
• O resistor deverá ter uma potência mínima calculada a partir da corrente rms absorvida
pelo resistor no ramo R paralelo com L do filtro, ou seja:
2
n ⎡ ⎛1 1 ⎞ ⎤
−1
∑ ⎢ IhFiltro x ⎜⎜ +
i =1 ⎢
⎟ ⎥
R RL +ωh L ⎟⎠ ⎥
⎝
PR _ mínimo = ⎣ ⎦
R
De posse de tais valores e sabendo das tolerâncias de fabricação dos componentes dados
nos capítulos 3 e 4, obtemos os valores de projeto do estágio dessintonizado:
Com base nas correntes harmônicas absorvidas pelos estágios e demais componentes,
calculam-se os componentes, cujos resultados são dados nas tabelas 8.28 e 8.29.
Dados do sistema
Concessionária: Scc 3φ = 67,80 e X/R = 2,07, 11,40 kV
Scc 1φ = 12,90 e X/R = 1,55, 11,40kV
AL-MT: Pirelli Eprotenax EPR 50,0 mm2, 60 m
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AL-Cap1: Pirelli 1 x 70,0 mm2, 0,6/ 1kV, PVC, 10 m
AL-Cap2: Pirelli 2 x 95,0 mm2, 0,6/ 1kV, PVC, 10 m
Cap1: 40 kvar/220V *** ver cálculo
HF1: 120 kvar/440V *** ver cálculo
: 225 kVA, 11,4/0,220 kV, Δ/Y aterrada com, Z = 6,08% X/R = 5,10, núcleo envolvido
2: 300 kVA, 11,4/0,440 kV, Δ/Y aterrada, Z = 4,32% X/R = 5,10, núcleo envolvido
Computadores, iluminação fluorescente e compacta, Potência S = 36,00 + j 15,00 kVA,
0,220 kV
Conversor AC/DC, de 6 pulsos, totalmente controlado, Potência S = 104 + j 135 kVA, 0,440
kV
Motor de indução trifásico, 112,6 hp, IP/IN = 6,0 Potência S = 84 + j 33 kVA , 0,220 kV
Motor de indução trifásico, 16,1 hp, IP/IN = 6,0 Potência S = 12 + j 16 kVA , 0,440 kV
Nota: O modelamento de todas as cargas desse exemplo foi feito com a resistência dos
componentes fixa, ou seja, não varia com a frequência - Zh = R + jX . h .
Nota: Neste transformador foi adotado este valor, pois se somou a potência total necessária (11,70
kvar) mais a potência para a compensação de S0 (10,5 kvar) com uma potência
suplementar considerando aumento de cargas futuras.
AL-CAP1 AL-CAP2
CableSize 70 CableSize 95
Length 10.0 Meters Length 10.0 Meters
BUS-C1 BUS-CAP1
220 V 440 V
• Considerações importantes:
Nota: Neste projeto, a barra da concessionária contribui com uma parcela da distorção harmônica
de tensão, ou seja, THDV% <> 0. A contribuição na barra de média tensão é de: 1,9% de 5ª
ordem e de 0,50 de 7ª ordem (de tensão).
Comparando os valores registrados com o valor obtido pela simulação do fluxo harmônico,
verifica-se que o modelo matemático utilizado representa de maneira aproximada as
características da instalação elétrica, podendo neste caso, efetuar o projeto dos
equipamentos de compensação de reativos e filtragem dos harmônicos.
B) Transformador TR1
Conforme abordado nos capítulos anteriores, o objetivo da filtragem passiva tipo “shunt” é o
introduzir uma admitância de valor elevado no sistema, de modo a absorver parte das
harmônicas geradas pelas cargas não lineares, e em especial a(s) harmônica(s)
predominante(s), mantendo a distorção total de tensão dentro dos limites normalizados e
aceitáveis para as cargas conectadas nesse sistema. Avaliando-se as figuras 8.13 e 8.14,
respectivamente das distorções harmônicas de tensão e de corrente do transformador TR2,
verificamos que a principal ordem harmônica é a 5ª; neste caso, devemos minimizar a
distorção harmônica de tensão de 5ª ordem, projetando um filtro com alta admitância para a
uma frequência próxima de 300 Hz.
Onde:
fR = frequência de ressonância (para o exemplo 4,90)
f = frequência do sistema (para o exemplo 60 Hz)
C = capacitância
Resolvendo:
V2 4402
XC = 2 → XC = → X C = 1,61333 Ω e
QC 1200002
1 1
C= →C = → C = 1644,163 μF
2 π 60 X C 2 x π x 60 x 1,61333
1
L= → L = 0,17824 mH
4 π (4,90 x 60 ) 2 x 1644,163 − 6
2
5 − 4,9
Cálculo do desvio δ: δ = → δ = 0,02
5
X0 X xh 0,06719 x 4,90
R= →R = L →R= → R = 0,0101 Ω ∴ adotado 10 mΩ
Q Q 26,66
Tabela 8.34 Distorções harmônicas - valores simulados com capacitores e filtro harmônico
A distorção harmônica nas barras de baixa tensão ficaram acima do valor individual de 3%,
mas abaixo do limite global de 5%. Isso se deve pelo fato de haver contribuição de
aproximadamente 2% de distorção harmônica originária da barra da concessionária.
Se o objetivo fosse reduzir a distorção harmônica para valores até o limite individual (3%) a
potência do filtro seria muito grande, e no transformador TR01 haveria necessidade da
instalação de capacitores com reatores de dessintonia, o que poderia inviabilizar o projeto.
Tabela 8.35 correntes harmônicas absorvidas pelo filtro harmônico do trafo TR02
CORRENTE
ORDEM (%) DE I
HARMÔ FUNDAMENTA
NICA (h) L
1 100,00
2 0,05
3 0,00
4 4,10
5 58,50
6 0,00
7 5,90
8 0,90
9 0,00
10 0,40
11 5,70
12 0,00
13 2,60
14 0,50
15 0,00
17 2,40
19 1,60
23 1,40
25 1,20
29 1,00
31 1,00
• O capacitor deve ter a tensão nominal mínima, como a somatória algébrica de todas as
tensões harmônicas que estarão sob este capacitor.
n
1
VCAP _ mínimo = ∑ IhFiltro x
i =1 ωh C
• O reator deverá ter uma corrente rms mínima como a corrente rms total absorvida pelo
filtro.
n
I L _ mínimo = ∑ Ih
i =1
2
Filtro
( )
n
PR _ mínimo = ∑ Ih 2 Filtro x R
i =1
De posse de tais valores e sabendo das tolerâncias de fabricação dos componentes dados
nos capítulos 3 e 4, obtemos os valores de projeto do estágio dessintonizado:
Com base nas correntes harmônicas absorvidas pelos estágios e demais componentes,
calculam-se os componentes, cujos resultados são dados nas tabelas 8.37 e 8.38.
I SC
Imax (A) = 2 . I SC .I1 (4.3) f (Hz) = f S . (4.6)
I1
∂i ∂i
Dj max ≥ Calculado (4.20)
∂t ∂t
Na figura 8.15 pode-se verificar o resultado do fluxo harmônico para alimentação da carga
do transformador TR02 através do grupo gerador.
Dados do sistema
As tabelas 8.40 a 8.46 dão as características dos componentes e do sistema elétrico, bem
como o espectro das fontes harmônicas.
Para o exemplo 5, o diagrama unifilar com todas as cargas, filtros e bancos de capacitores é
o que e encontra na figura 8.16.
Diferente dos demais exemplos, o dimensionamento dos filtros harmônicos (com exceção
do banco dessintonizado de 350 kvar) não objetiva a correção do fator de potência, mas sim
a redução dos níveis harmônicos nas barras dos transformadores TR4, TR5 e TR6 aos
valores normalizados. Neste caso, o fator de potência desses transformadores ficará abaixo
do valor limite de 0,92 indutivo. A compensação do fator de potência da fábrica é uma
combinação de bancos de baixa e média tensão, além dos filtros harmônicos.
Onde:
fR = frequência de ressonância (para o exemplo 4,80)
f = frequência do sistema (para o exemplo 60 Hz)
C = capacitância
Resolvendo:
Potência efetiva total de 480 kvar / 380 Volts, dividido em 2 estágios iguais de 240 kvar /380
Volts, sintonia na 4,80ª harmônica.
V2 3802
XC = 2
→ X C = → X C = 0,605 Ω e
QC 2400002
1 1
C= →C = → C = 4384,434 μF
2 π 60 X C 2 x π x 60 x 0,605
1
L= → L = 0,06965 mH → L ≈= 70 μH
4 π (4,80 x 60) 2 x 4384,434 − 6
2
Nota: Como os dois estágágios do filtro são de mesma potência e características, não é necessário
calcular o 2º estário
Potência efetiva total de 480 kvar / 380 Volts, dividido em 2 estágios iguais de 240 kvar /380
Volts, sintonia na 4,80ª harmônica.
V2 3802
XC = 2
→ X C = → X C = 0,605 Ω e
QC 2400002
1 1
C= →C = → C = 4384,434 μF
2 π 60 X C 2 x π x 60 x 0,605
Nota: Como os dois estágágios do filtro são de mesma potência e características, não é necessário
calcular o 2º estário
Potência efetiva total de 400 kvar / 380 Volts, dividido em 2 estágios iguais de 200 kvar /380
Volts, sintonia na 4,80ª harmônica.
V2 3802
XC = 2
→ X C = → X C = 0,722 Ω e
QC 2000002
1 1
C= →C = → C = 3673,937 μF
2 π 60 X C 2 x π x 60 x 0,722
1
L= → L = 0,08312 mH → L ≈= 84 μH
4 π (4,80 x 60 ) 2 x 3673,937 − 6
2
Nota: Como os dois estágágios do filtro são de mesma potência e características, não é necessário
calcular o 2º estário
5 − 4,8
Para todos os filtros, calcula-se o desvio δ: δ = → δ = 0,04
5
Filtro do TR4:
X X xh 0,026 x 4,80
R= 0 →R= L →R= → R = 0,092 Ω → R = 9 m Ω
Q Q 13,63
Filtro do TR5:
X X xh 0,026 x 4,80
R= 0 →R= L →R= → R = 0,093 Ω → R = 9 m Ω
Q Q 13,62
Filtro do TR6:
X X xh 0,03167 x 4,80
R= 0 →R= L →R= → R = 0,0112 Ω → R = 11m Ω
Q Q 13,54
Onde:
fR = frequência de ressonância (para o exemplo 3,40)
f = frequência do sistema (para o exemplo 60 Hz)
C = capacitância
Resolvendo:
V2 3802
XC = 2
→ X C = → X C = 2,888 Ω e
QC 500002
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1 1
C= →C = → C = 918,484 μF
2 π 60 X C 2 x π x 60 x 2,888
1
L= → L = 0,66269 mH
4 π (3,40 x 60) 2 x 918,484 − 6
2
Tabela 8.48 Distorções harmônicas - valores simulados com capacitores e filtros harmônicos
TRAFO POTENCIA BARRA TENSÃO DISTORÇÃO
ID (kVA) ID (kV) (THDV %)
MÉDIA 112,90 11,400 2,00
TENSÃO BUS-CPFL
TR1 2500,00 BUS-BT1 0,380 1,60
TR2 2500,00 BUS-BT2 0,380 3,80
TR3 1500,00 BUS-BT3 0,380 3,50
TR4 2500,00 BUS-BT4 0,380 2,00
TR5 2500,00 BUS-BT5 0,380 2,50
TR6 2500,00 BUS-BT6 0,380 3,80
TR7 2500,00 BUS-BT7 0,380 2,40
TR-Ondl 1500,00 BUS-BTOndul 0,380 4,50
TrCart 150,00 BUS-BTCart 0,220 2,70
TrCald 150,00 BUS-BTCald 0,380 2,50
TrLagoa 150,00 BUS-BTLagoa 0,380 3,80
Fazendo as devidas multiplicações das correntes harmônicas da tabela acima, para cada
filtro harmônico ou banco dessintonizado, pelas respectivas impedâncias corrigidas do
reator, do capacitor, e do resistor, obtemos os valores absorvidos para cada componente:
• O capacitor deve ter a tensão nominal mínima, como a somatória algébrica de todas as
tensões harmônicas que estarão sob este capacitor.
n
1
VCAP _ mínimo = ∑ IhFiltro x
i =1 ωhC
• O reator deverá ter uma corrente rms mínima como a corrente rms total absorvida pelo
filtro.
n
I L _ mínimo = ∑ Ih
i =1
2
Filtro
( )
n
PR _ mínimo = ∑ Ih 2 Filtro x R
i =1
De posse de tais valores e sabendo das tolerâncias de fabricação dos componentes dados
nos capítulos 3 e 4, obtemos os valores de projeto do estágio dessintonizado:
Nota: Por uma questão de padronização de projeto, e como as cargas dos transformadores TR4 e
TR5 possuem características elétricas semelhantes e as correntes harmônicas dos filtros
dos trafos TR4 e TR5 são próximas, os dois (2) filtros terão a mesma característica elétrica.
Com base nas correntes harmônicas absorvidas pelos estágios e demais componentes,
calculam-se os componentes, cujos resultados são dados nas tabelas 8.51 e 8.52.
Nota: É importe observar que, neste projeto, os filtros harmônicos dos três transformadores são
compostos por dois estágios, e que suas manobras são denominadas de “back-to-back”
conforme definido no capítulo 4. Deve-se, portanto, calcular as correntes e frequências
transitórias de energização em “singelo” e de “back-to-back”, verificando a suportabilidade
do equipamento de manobra.
I SC
Imax (A) = 2 . I SC .I1 (4.3) f (Hz) = f S . (4.6)
I1
∂i ∂i
Dj max ≥ Calculado (4.20)
∂t ∂t
kVLL .I1
Imax (A) = 1235 (da equação 4.8 ,modificada)
LEQ
e a frequência:
fs.kVLL
f (kHz) = 13,5 (da equação 4.9 ,modificada)
LEQ .I1
Resultado ICC: ICC do disjuntor > ICC no filtro. Disjuntor c/ ICW adequado. Resultado dinâmico:
“Rate of Change” adequado. ∂i/∂t do disjuntor > ∂i/∂t do filtro.
Com base nas correntes harmônicas absorvidas pelos estágios e demais componentes,
calculam-se os componentes, cujos resultados são dados nas tabelas 8.54 e 8.55.
Nota: É importe observar que, neste projeto, os filtros harmônicos dos três transformadores são
compostos por dois estágios, e que suas manobras são denominadas de “back-to-back”
conforme definido no capítulo 4. Deve-se, portanto, calcular as correntes e frequências
transitórias de energização em “singelo” e de “back-to-back”, verificando a suportabilidade
do equipamento de manobra.
I SC
Imax (A) = 2 . I SC .I1 (4.3) f (Hz) = f S . (4.6)
I1
∂i ∂i
Dj max ≥ Calculado (4.20)
∂t ∂t
kVLL .I1
Imax (A) = 1235 (da equação 4.8 ,modificada)
LEQ
e a frequência:
fs.kVLL
f (kHz) = 13,5 (da equação 4.9 ,modificada)
LEQ .I1
Resultado ICC: ICC do disjuntor > ICC no filtro. Disjuntor c/ ICW adequado. Resultado dinâmico:
“Rate of Change” adequado. ∂i/∂t do disjuntor > ∂i/∂t do filtro.
FOLHA DE ESPECIFICAÇÃO
Filtros Harmônicos
IEEE Std 1531-2003 Guide for Application and Specification of Harmonic Filters
Capacitores
NBR-5060-ABNT Guia para Instalação e Operação de Capacitores de Potência
Procedimento;
NBR-5282-ABNT Capacitores de Potência - Especificação;
Os capacitores, em particular, deverão atender as exigências da norma IEC 871-1 (média
tensão e IEC 831-1 para a baixa tensão).
Disjuntores
NBR 7180 Disjuntores de Alta tensão
Reatores
NBR-5119 Reatores para Sistemas de Potência - Especificação;
NBR-7569 Reatores para Sistemas de Potência - Método de Ensaio;
IEC-289/88 Reactors.
Transformadores de Corrente
NBR-6821-ABNT Transformadores de Corrente - Ensaios;
Condições Ambientais
As seguintes condições ambientais, deverão ser consideradas como normais de
funcionamento:
• Altitude máxima: ........................................................... < 1000 m
• Temperatura ambiente máxima: ........................................... 40ºC
• Atmosfera: ................................ Pó em suspensão não condutivo
• Umidade relativa do ar: .......................................................... 85%
• Proximidade do mar: ............................................................. Não
Banco de Capacitores
Características Gerais das Unidades Capacitivas
• Deverão resistir à corrosão, devendo ainda atender às condições para a instalação
mencionada nesta especificação;
• Em um mesmo banco as unidades capacitivas deverão ter mesmas características e
dimensões;
• As unidades capacitivas deverão possuir olhal de levantamento e alças de fixação
capazes de assegurar um perfeito contato elétrico da carcaça com a estrutura ou RACK;
• O líquido isolante deverá ser biodegradável não acumulável e não tóxico, não sendo
aceitos compostos a base de bifenis (askareis);
• As unidades capacitivas deverão possuir resistência de descarga interna que assegure
a redução da tensão residual nas condições especificadas na NBR-5282.
• As unidades capacitivas deverão possuir potência nominal conforme especificações
dadas adiante.
Placas de identificação
• O Banco de Capacitores, assim como as unidades e acessórios deverão
ser identificados com placa em aço inoxidável contendo o especificado na NBR-5282;
• O Transformador de Corrente deverá ser fornecido com placa de identificação de aço
inoxidável fixada por meio de parafusos ou rebites. Não serão aceitas placas de
identificação coladas. A placa deverá conter no mínimo, as seguintes informações:
Designação: "TRANSFORMADOR DE CORRENTE";
a) Nome do fabricante;
b) Número de série, tipo e modelo do fabricante;
c) Data de fabricação;
d) Tensão nominal de operação;
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e) Classe de tensão nominal;
f) Relação de transformação nominal;
g) Tensão suportável de impulso;
h) Precisão, fator de sobrecorrente e carga nominal;
i) Normas aplicáveis.
Acabamento e pintura
• Ferragens e estruturas de aço, deverão ser galvanizadas a quente por imersão,
segundo as normas aplicáveis;
• As superfícies externas dos capacitores deverão ser limpas por jato de areia ou
desengraxamento e decapagem, e submetidas a tratamento equivalente a fosfatização, com
posterior aplicação de composto anticorrosivo, base e pintura final na cor cinza claro
MUNSELL N6.5.
Ensaios
Todas unidades capacitivas deverão ser submetidas a ensaios de rotina previstos na NBR-
5282 executados conforme NBR-5289, em presença de inspetor, com custo incluso no
preço do equipamento.
Reatores
Características Construtivas
• Os reatores para sintonia do filtro harmônico deverão ser de núcleo de ar, isolação a
seco;
• O enrolamento deverá ser constituído de condutores de alumínio, com indutância
conforme indicado nas Folhas de Dados desta especificação;
• O reator deverá ser fornecido com todos os isoladores necessários a sua completa
montagem no campo, devendo a proposta incluir as características destes isoladores e
bases de fixação.
Terminais e Ligações
• As ligações às buchas, tap's (se existentes) e às placas terminais deverão ser feitas por
meio de conexões aparafusadas ou do tipo grampo;
• Todas as demais deverão ser feitas por meio de solda forte (solda amarela) ou por
compressão;
Acabamento e Pintura
• Onde aplicável, as superfícies internas e externas deverão receber tratamento e
pintura de acordo com os requisitos da NBR-5119, os quais deverão ser detalhadamente
descritos na proposta para aprovação. A pintura final de acabamento deverá ser com tinta a
base de pó de epóxi, na cor cinza claro MUNSELL N6.5;
• As peças de material ferroso não pintadas deverão receber tratamento e proteção
superficial adequados;
Ensaios
Os ensaios de recebimento compreendem a execução de todos os ensaios de rotina
indicados no item 14 da NBR-5119.
Pára-raios
Tipo ZnO Polimérico, 10kA, para instalação ao tempo, e demais características conforme
Folha de Dados. Não serão aceitos Pára-raios de porcelana.
IV. INTERTRAVAMENTOS
A seccionadora de entrada, a chave tetrapolar de aterramento do banco de capacitores e os
contatos de portões de acesso ao local de instalação do equipamento, se existentes,
deverão possuir intertravamento com o disjuntor do cubículo de alimentação.
V. ENSAIOS
• Os ensaios, onde aplicáveis, deverão atender às normas da ABNT;
• Todos os equipamentos deverão ser submetidos a ensaios de rotina, com presença
obrigatória de inspetor da, sendo os custos inclusos no preço do equipamento;
• Deverá ser fornecido relatório contendo a descrição de todos os ensaios realizados,
resultados obtidos, resumo dos cálculos efetuados e interpretação dos resultados onde
necessário.
• Desenhos de arranjos com vista frontal, planta e vista lateral, mostrando as entradas e
saídas de alimentação, com indicação das principais dimensões.
• Lista de componentes com itens e indicação de fabricante, tipo e principais características
dos componentes.
• Bases para chumbação (requisitos para o projeto civil).
• Diagrama: unifilar, trifilar e funcional, completos com todas as principais características
dos equipamentos indicados.
• Esquema de princípio e operação de intertravamento entre equipamentos.
• Diagrama de bornes de interligação e de saída.
• Lista de plaquetas de identificação.
• Procedimento para instalação, manutenção e posta-em-marcha.
• Relatório de testes certificados dos componentes principais e do conjunto de manobra.
Nota: (1) Para se evitar uma eventual operação em carga, além dos contatos auxiliares
normais, a chave deverá ser fornecida com 02 contatos auxiliares passantes destinados a
comandar a abertura do disjuntor de alimentação do sistema de correção de reativos. Estes
contatos deverão fechar temporariamente na tentativa de se operar a chave (abrindo-a ou
fechando-a) devendo ocorrer o fechamento antes que as lâminas saiam ou penetrem nos
contatos fixos das mesmas, no circuito de força.
II.4 Pára-Raios
• Tipo: ZnO Polimérico
• Instalação: ......................................................................... externa
• Tensão nominal (Ur RMS):.................................................... 15kV
• Freqüência nominal: ............................................................. 60Hz
• Máxima tensão contínua de operação (kV RMS): .............. 12,7kV
• Máxima tensão residual (kV pico) ......................................54,9 kV
• Corrente nom. de descarga (onda 8/20μs):.........................49,5kA
CORRENTE
ORDEM (%) DE I
HARMÔ FUNDAMENTA
NICA (h) L
1 100,00
2 0,15
3 0,00
4 1,10
5 17,5
6 0,00
7 4,00
18 0,40
9 0,00
10 0,10
11 4,40
12 0,00
13 4,60
14 0,30
15 0,00
17 2,70
19 0,60
23 2,00
25 1,60
29 0,70
31 0,30
Especificação de filtro harmônico tipo “BAND PASS” para indústria de componentes para
rolamentos industriais.
[6] IEEE Std 1036-1992, IEEE Guide for Application of Shunt Power Capacitors
[7] IEC 831-1, Shunt power capacitores of the self-healing type for a.c. systems having
a rated voltage up to and including 1000V.
[8] IEEE Std 18, IEEE Standard for Shunt Power Capacitors
[13] ANSI/IEEE Std 446-1987, IEEE Recommended Practice for Emergency and
Standby Power Systems for Industrial and Commercial Applications
[15] IEEE C.37.99.1999, IEEE Guide for the Protection of Shunt Capacitor Banks
[18] IEEE Std 519-1992 Recommended Practices and Requeriments for Harmonic
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[27] Power System Harmonic Anaysis; Arrillaga, Jos; Smith, Bruce C; Watson, Neville R;
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[28] IEEE Std 141-1986, IEEE Reccommended Practice for Electric Distribution for
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[29] IEEE Std C37.09-1999, IEEE Standard Test and Procedure for AC High-Voltage
Circuit Breakers Rated on Symmetrical Current Bases
[34] ANSI C57.12.10-1988 American National Standard for Transformers - 230kV and
blow 833/958 through 8333/10 417 KVA, Single-Phase, and 750/862 through 60
000/80 000/100 000 KVA, Three-Phase without Load Tap Changing ; and
3750/4687 through 60 000/80 000/100 000 KVA with Load Tap Changing - Safety
Requirements
[35] Industrial Power System Handbook; Beeman, Donald
[36] IEEE Std 518-1982, IEEE Guide for the instalation of Electrical Equipment to
Minimize Electrical Noise to Controllers from External Sources
[40] IEEE Std 1159-1995; IEEE Recommended Practice for Monitoring Electric Power
Quality
[41] http://www.wikipedia.org/wiki/Fourier
[44] Qualidade da Energia Elétrica em Instalações Industriais; da Silva, Dr. José Ernani.
[55] LSD 8-1999 A NEMA Lighting Systems Division Document – Power Quality
Implications of Compact Fluorescent Lamps in Residences; Lamp Section NEMA
[56] Stanley, C.H., Price, J.J. and Brewer, G.L. (1971) Design and performance of a.c.
filters for 12-pulse HVdc schemes, IEE Conf. Publ., 154, 158-61
[57] Ainsworth, J. D. (9165) Filters, damping circuits and reactive voltamperes in HVdc
convertors, in High Voltage Direct Current Convertors and Systems (B. J. Cory. ed.)
Macdonald, London, pp. 137-74
Curso Compensação de Reativos e Filtragem de Harmônicos em Sistemas Elétricos de Potência
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AUTOR:
Engenheiro Eletrônico formado pela Universidade Paulista , atuante desde 1987 na análise
de sistemas elétricos, com ênfase em projetos e aplicação de capacitores em sistemas de
potência, filtros harmônicos e qualidade da energia elétrica. Ministra cursos desde 1992
sobre a aplicação de capacitores nas indústrias e sistemas de potência; participou e efetuou
grandes projetos de bancos de capacitores e filtros harmônicos, principalmente em regime
de “turn-key”, destacando-se: Akzo Nobel; Alcan Alumínio, Aventis Farmacêutica,
Continental S/A, Cargill Agrícola, Fernandes Papéis, Grupo Polimix, Monsanto do Brasil,
RAC - Jornal Correio Popular S/A, Saint Gobain, Shopping Iguatemi, Unilever (Cica S/A),
Usina São João, Yakult, entre grandes indústrias e corporações. Responsável pelo
departamento de Engenharia da Engematec® Equipamentos.
WWW.ENGEMATEC.COM.BR, suporte@engematec.com.br .