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Editora \BETÂNIA
Digitalizado : KARMITTA
Lançamento Exclusivo :
WWW.semeador.forumeiros.com
índice
Agradecimentos .............................................................. 9
Introdução .................................................................... 11
Parte I
1. Todo Mundo Está Feliz? ........................................... 19
2. Por que Quase Desisti de Tudo ................................. 31
Parte 2
3. Um Enorme Potencial .............................................. 49
4. Por que Estamos Falhando? ...................................... 65
5. A Vida Purificada .......................................................87
6. Uma Vida Consagrada ............................................ 107
7. A Vida Centralizada em Cristo ................................. 121
8. Paixão Pelos Perdidos .............................................. 141
9. O Desafio que Temos Diante de Nós ....................... 157
Bibliografia Recomendada ........................................... 169
O Autor ...................................................................... 171
Agradecimentos
—Sou.
—Então não somos dignas de apertar sua mão, explicou.
—Por que não?
—Todas nós somos prostitutas, e queremos conversar com
o senhor para saber se Deus ainda nos perdoa pelo que fizemos.
—Claro que perdoa, replicou o pastor.
Em seguida abriu a Bíblia e lhes falou sobre a morte de Jesus
Cristo e seu sangue que nos purifica de todo pecado.
—Mas será que Deus nos perdoa mesmo pelos pecados que
praticamos?
—Se vocês receberem a Cristo e o convidarem a entrar em
sua vida, ele as perdoará.
—Será que ele perdoa agora?
—Claro! Neste momento.
Então ali mesmo na calçada, elas se ajoelharam e oraram re-
cebendo a Jesus Cristo. Assim que terminaram uma delas per-
guntou:
—Ele nos perdoou neste momento?
— Perdoou. A Bíblia diz o seguinte: "Dos seus pecados ja-
mais me lembrarei". "O sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica
de todo pecado." Então ele as perdoou.
Antes aquelas mulheres não queriam nem apertar a mão do
pastor. Mas depois disso elas o abraçaram, e uma indagou:
—Podemos entrar na igreja?
A igreja ainda não estava acabada, mas o pastor deu a cada
uma delas uma Bíblia e explicou um pouco mais sobre a expe-
riência do perdão divino e da nova vida em Cristo.
Quando o pastor terminou de contar-me essa história, mais
uma vez me dei conta de quantos recebem o evangelho de Cristo
com alegria assim que ouvem a mensagem. A maioria das pes-
soas tem plena consciência de sua pecaminosidade, e anseia
desesperadamente sentir o amor de Deus e receber seu perdão.
E quando tais indivíduos ouvem a pregação do evangelho e
recebem a Cristo, opera-se na vida deles uma notável
transformação.
Contudo, quando vemos certos crentes, começamos até a ter
dúvidas. Será que esses realmente receberam a nova vida em
Jesus Cristo? Pensemos nisso um pouquinho. Você conhece al-
gum crente assim, frustrado, levando uma vida infrutífera, que
parece não ter a alegria da salvação? Eu conheço.
Será você um desses que se perguntam se a vida espiritual
é só isso que vive no momento ou se há mais o que desfrutar?
14 DIGA "SIM" PARA MUDAR
Pascal
Capítulo 1
a ser pastor de uma igreja como Crest View. Será que terminaria
amargurado e frustrado como o Pastor Michaelson?
Havia outros no seminário que estavam dizendo a mesma coisa
ainda que com outras palavras. Provavelmente queriam que Deus
os usasse, mas sabiam que eram hipócritas. Vendo-se como que
presos em suas próprias falhas, não podiam sentir gozo na fé e
muito menos falar dela a outros.
Ao voltar ao hotel, encontrei à minha espera um repórter do
jornal local, encarregado da seção religiosa do diário, um jovem
de nome Mark Jensen. Tinha uma atitude positiva para com meu
trabalho, e foi com certo conhecimento do assunto que fez pergun-
tas sobre as últimas campanhas evangelísticas que minha equipe
realizara nos Estados Unidos, Europa Oriental e Ásia.
E naqueles momentos, enquanto ele me entrevistava, também
eu o entrevistei. Descobri que fora pastor. Com certo tato,
perguntei-lhe por que deixara o ministério para dedicar-se a uma
atividade secular. Ao contrário do que se poderia pensar, ele saíra
não porque tivesse cometido algum pecado terrível, mas porque
não suportava mais as frustrações do pastorado.
— Para ser sincero, Luis, explicou, estava sentindo que a
maior
parte do que fazia como pastor, não tinha sentido. Ainda sou crente
convicto, e tenciono ser fiel até o fim. Mas o ministério pastoral
não era o que eu esperava que fosse. O jornalismo é bem mais gra-
tificante. Faço a cobertura de fatos da vida real e quase diariamente
estou vendo os resultados de meu trabalho.
Lembrei-me da conversa que tivera com o Pastor Michaelson,
e fiquei a pensar se não acabaria acontecendo o mesmo com ele.
Antes de pegar o avião para regressar, jantei em casa de Bill
e Joyce Donaldson. A sala de jantar deles era tão espaçosa e tão
bem decorada que, com a iluminação um pouco reduzida, quase
se tinha a impressão de estar num restaurante. Bill me fez muitas
perguntas sobre meu ministério, e indagou o que eu achava dos
diversos eventos mundiais atuais em relação à obra missionária.
Aos poucos fiquei conhecendo detalhes da vida deles. Soube,
por exemplo, que tanto Bill como Joyce haviam-se formado numa
das principais faculdades particulares do país. Bill recebera uma
boa herança e ganhava muito bem em sua profissão. Ambos tra-
balhavam ativamente na Igreja de Crest View, atuando na comis-
são de missões.
—O que foi que despertou seu interesse por missões? indaguei.
—Bom, tanto eu como Joyce conhecemos a Cristo quando es-
TODO MUNDO ESTÁ FELIZ? ___________________________________ 29
Por que
Quase Desisti
de Tudo
—Não.
—Então por que vai para lá?
—Sei lá, respondi dando de ombros.
Então ele leu Romanos 10.9,10:
_ "Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, Luis,
e em teu coração creres, Luis, que Deus o ressuscitou dentre os
mortos, Luis, serás salvo. Porque com o coração se crê para jus-
tiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação."
Ém seguida olhou para mim.
—Luis, você crê em seu coração que Deus ressuscitou Jesus
dentre os mortos?
—Creio, respondi.
— Então o que você tem de fazer agora para ser salvo?
Hesitei. A chuva começou a engrossar. Chandler mandou que
eu mesmo lesse Romanos 10.9. "Se com a tua boca confessares a
Jesus como Senhor... serás salvo."
— Você está disposto a confessar que ele é Senhor agora?
— Estou.
— Está bem. Então vamos orar.
Chandler passou o braço pelo meu ombro, e ali mesmo, de-
baixo de chuva, fiz minha decisão.
— Senhor Jesus, orei, creio que tu ressuscitaste dentre os
mor
tos. Confesso-te com minha boca. Dá-me a vida eterna. Quero
ser teu. Salva-me do inferno. Amém.
Quando terminamos de orar, eu estava chorando. Dei um forte
abraço em Chandler, e voltei correndo para a barraca. Entrei de-
baixo das cobertas e usando a lanterna de mão escrevi em minha
Bíblia: "No dia 12 de fevereiro de 1947, recebi Jesus Cristo como
meu Salvador".
Tinha apenas doze anos, mas sabia que havia nascido de novo,
que era salvo. Agora era membro da família de Deus. Tinha a
vida eterna, pois Cristo disse: "Eu lhes dou a vida eterna; jamais
perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão"
(Jo 10.28). Estava-me sentindo tão feliz que quase não dormi. Afi-
nal, essa é a decisão mais importante que se pode tomar na vida.
Essa alegria inicial durou alguns meses. Contei a todos os meus
amigos a experiência que tivera, e passei a andar com a Bíblia
na mão. Participei mais ativamente do clube bíblico do colégio.
E até os cultos da igreja anglicana a que éramos obrigados a as-
sistir na escola, ganharam um novo sentido para mim. Fui ba-
tizado e confirmado na igreja. Entrei para o coro, mas minha voz
36 DIGA "SIM" PARA MUDAR
lugar onde estava era terra santa. E por que era santa? Porque
Deus estava na sarça!
E esse era o ponto central da mensagem. Deus estava dizendo
a Moisés:
"Eu não preciso de uma bela árvore, culta e eloqüente. Qual-
quer planta serve, desde que eu esteja nela. Se eu quiser usar você,
usarei. E não será você trabalhando para mim, mas, sim, eu ope-
rando por seu intermédio".
Então de repente compreendi que eu era uma árvore assim
— indigna e inútil, uma planta feia e pequena. Não podia fazer
nada para Deus. Todo o meu esforço — meus estudos e leituras,
minha constante inquirição, meu desejo de ser igual a outros —
não tinha nenhum valor. Se Deus não estivesse na sarça, meu
ministério seria inútil. Só ele poderia realizar alguma coisa, só
ele poderia operar de fato.
E Thomas ralou sobre muitos obreiros crentes que inicialmente
fracassaram no ministério porque achavam que tinham alguma
coisa a oferecer a Deus. Ele próprio pensara que Deus o usaria
poderosamente, pois era um pregador ardoroso e eloqüente. Mas
Deus só o usara depois que ele reconhecera que não tinha nada
para oferecer-lhe. £ isso que está acontecendo comigo, pensei. Não
tenho nada em mim mesmo.
E concluiu a mensagem lendo Gaiatas 2.19, 20. E foi aí que
tudo fez sentido para mim. "Estou crucificado com Cristo; logo
já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim." Finalmente mi-
nha longa luta espiritual terminara. Daí por diante, iria deixar
Deus ser Deus, e Luis Palau iria depender totalmente dele.
É difícil para outros imaginarem a sensação de libertação que
senti depois de ouvir aquela breve mensagem no culto dos alu-
nos. Corri para meu quarto, ajoelhei-me ao lado da cama e orei
em minha própria língua, castelhano.
"Senhor, agora estou compreendendo. "Não mais eu, mas
Cristo em mim" é a base de tudo. Não se trata do que eu vou
fazer para ti, mas do que tu irás realizar por meu intermédio."
Fiquei de joelhos, em comunhão com o Senhor, durante uma
hora e meia, até a hora do almoço. Compreendi que o motivo
por que interiormente me detestava era que amava a mim mesmo
de forma errada. Pedi perdão a Deus por meu orgulho. Ah, eu
pensara que era tão importante, mas Deus não estava operando
nesta árvore, pois eu não lhe dera oportunidade para isso.
Deus ainda teria de queimar muita coisa, mas finalmente ele
44 DIGA "SIM" PARA MUDAR
— John G. Mitchell
Capítulo 3
Um Enorme
Potencial
Para ser sincero, acho que é essa luta constante que torna a vida
cristã tão interessante, assim como um jogo difícil é empolgante
para os atletas que dele participam. Qual é nossa atitude diante de
um adversário? Não é agradar-lhe nem apaziguá-lo. E nem quando
a luta se torna mais ferrenha pensamos em desistir. Além disso,
nessa guerra nunca aceitamos a derrota. Tal idéia nos é inaceitável,
e rejeitamos totalmente essa possibilidade. Pelo contrário,
queremos derrotar nossos inimigos por intermédio do Senhor Jesus
Cristo e da vitória que ele conquistou na cruz.
Vitória Contra o Mundo
As Escrituras falam de três inimigos do crente. O primeiro
deles é o "mundo". Na igreja onde fui criado, todo mundo atacava
o mundo. Achavam a monotonia uma beleza e acreditavam que ir
a festas e jogos esportivos era pura perda de tempo. Rejeitavam
tudo que parecesse mundano. E eu pensava que esse era o ensino
bíblico.
Mas, afinal, o que a Bíblia quer dizer quando fala de mundo?
Lendo a Palavra de Deus, principalmente o Novo Testamento,
ficamos admirados de ver como ela parece estar falando de uma
pessoa, sempre que menciona esse nosso inimigo. Quando as
Escrituras falam de mundo, não estão-se referindo a este planeta,
mas às pessoas que vivem na terra e não conhecem a Deus. E, de
forma mais ampla, referem-se à sua filosofia, ao seu modo de
encarar a vida.
Entretanto, apesar de vivermos cercados pelo sistema do pre-
sente século, nunca foi intenção de Deus que empregássemos
todas as nossas energias apenas contra esse inimigo. Isso foi um
dos erros que vi na igreja quando era jovem. Estavam constan-
temente nos advertindo a respeito de certas músicas, certas pes-
soas e atividades. O que aconteceu foi que fiquei tão preocupado
em lutar contra o mundo que terminei derrotado pela carne e pelo
diabo.
E claro que, por outro lado, não podemos simplesmente ficar
parados e deixar que o mundo molde nossa vida e pensamento.
Muitos crentes se deixam levar por ele porque se esquecem de que
estão em guerra com ele. Não quero dizer com isso que estamos
em guerra com as pessoas deste mundo, não. Na verdade temos de
amá-las. Mas precisamos rejeitar esse sistema odioso, arrogante,
egocêntrico, que quer alimentar nosso ego e nosso orgulho, e
deseja destruir a vida daqueles que nos cercam.
54 DIGA "SIM" PARA MUDAR
Para Meditar
1. No início deste capítulo, falei que "não é à-toa que por vezes
nos sentimos frustrados e desiludidos com a mensagem do
evangelho". Quais eram suas expectativas em relação à vida cristã
quando você se converteu? Ficou decepcionado? Que expectativas
você tem agora?
2. "Neste livro, falamos de um renovamento, de como podemos
reavivar o fogo de Deus em nossa vida. E o que vem a ser esse
renovamento? É uma obra que Deus realiza em nós ou em outros
por nosso intermédio." Você já experimentou essa renovação
interior? O que a ocasionou? Como foi a experiência?
3. "Enquanto não chegar a hora de nos encontrarmos com o
Senhor, estaremos vivendo em território inimigo." De que ma-
neiras o mundo tenta moldar seu pensamento e sua conduta? Qual
é a melhor forma de você se defender contra ele?
4. "A carne luta contra nossa alma, fazendo oposição ao Es-
pírito Santo que em nós habita." Você enfrenta mais lutas contra a
concupiscência da carne agora ou na ocasião em que se converteu?
Na sua opinião, qual a razão disso?
5. "A verdade é que o diabo é um inimigo perigosíssimo, e, mais
cedo ou mais tarde, todos nós descobrimos isso." É possível
escapar ao ataque dele? Como? Qual é a sua experiência nessa
questão?
6. "A mensagem central do cristianismo pode ser resumida no
fato de que Deus nos ama e quer que conheçamos a liberdade de
nos relacionar com ele em santidade e com transparência." Você
concorda ou não? Justifique sua resposta.
7. "Imagine o quanto nossa vida seria diferente se fôssemos
totalmente cheios do próprio Deus." O que seria diferente no seu
relacionamento com Deus? No seu relacionamento com outros? Na
sua atitude para com aqueles que estão sem Cristo?
ENORME POTENCIAL 63
Para Fazer
Como mencionei na secção "Sugestões Para a Leitura Deste
Livro", não faça os exercícios na primeira leitura dele. Mas, de-
pois, faça-os na ordem sugerida.
Neste capítulo, limitei-me a tentar aguçar o seu apetite espi-
ritual e fazer com que começasse a pensar na possibilidade de
desfrutar a vida cristã em todo o seu potencial. Mas ainda não
sugeri nenhuma ação prática. Então vamos analisar esta impor-
tante questão: o que significa ser crente.
1. Você já creu em Jesus Cristo, como seu Salvador? Se assim
for, pegue o caderno e uma caneta. Coloque no alto da primeira
página: "O que Cristo realizou em minha vida". Em seguida, relate
o que aconteceu e quais foram as mudanças ocorridas, men-
cionando situações específicas.
2. Se não conseguir lembrar muitas coisas que Cristo mudou
em sua vida, escreva como você agiria hoje se ele não o tivesse
salvado.
3. Se você ainda não creu em Jesus Cristo como seu Salvador,
ou não tem certeza disso, sugiro que leia o livrete Seguindo a Jesus
Cristo, do Pr. George Foster.
Capítulo 4
Por que
Estamos
Falhando?
Egocentrismo
Hoje em dia todo mundo está falando em auto-aceitação,
autoconhecimento, autopromoção, auto-afirmação, auto-estima,
auto-realização, auto-satisfação, auto-imagem, autovalorização,
auto-aprimoramento, auto-suficiência, etc. Obviamente não é
difícil re-
Porque estamos falhando71
P
— Ah! Pode falar o quanto quiser, mas eu já sei que não é assim!
Entregue essa incredulidade a Cristo hoje mesmo.
Ingratidão
Embora muitos de nós possuam bens materiais, achamos mais
fácil reclamar daquilo que ainda não temos do que dar graças a
Deus por tudo de bom que ele já nos concedeu.
Na época em que eu e minha esposa estávamo-nos preparando
para ser missionários, recebíamos menos de quinhentos dólares
por mês. Obviamente era muito pouco para uma família de qua-
tro pessoas. Mas sentíamo-nos felizes, pois o Senhor estava su-
prindo todas as nossas necessidades. Um outro missionário
ouviu-me louvando a Deus por isso, e comentou:
— Ah, Luis, vamos lá! Pra você que é da América do Sul,
qual
quer dinheiro é uma fortuna. Mas eu nasci aqui, nos Estados Uni
dos. Esse dinheiro não dá para ninguém sobreviver.
Não respondi nada, mas nunca me esqueci do que ele falou.
Hoje aquele homem não está mais servindo a Deus. Divorciou-se
e está tentando realizar seus próprios desejos. Era um crente in-
grato. Em vez de dar graças a Deus — "Senhor, eu te agradeço
pela saúde, pelo alimento, pelas roupas que tenho" — ele recla-
mava do que não possuía.
Estou convencido de que a ingratidão é um dos maiores pe-
cados que podemos cometer contra Deus. É possível que alguém
não enriqueça como desejava ao iniciar a vida. Pode ser até que
esteja passando dificuldades em casa. Mas se ele se esquecer de
agradecer a Deus por suas bênçãos, mesmo em meio aos proble-
mas, está entristecendo o coração do Senhor. Quem assim age
extingue a operação do Espírito Santo nele e impede o derramar
de novas bênçãos.
Sentimentos de Revolta
Hoje em dia o materialismo é quase uma religião, e por isso
é muito fácil uma pessoa ficar revoltada quando passa dificuldades.
Eu fui criado na Argentina, mas meus avós eram europeus.
Minha família era razoavelmente abastada, pois meu pai trabalhava
muito, era criterioso no emprego do dinheiro e tinha a bênção
de Deus em sua vida. Mas ele morreu subitamente aos trinta e
cinco anos de idade. Três anos depois estávamos completamente
sem recursos, a ponto de ficar devendo o aluguel durante oito
meses. Só não fomos despejados por bondade de nosso senhorio.
74 DIGA "SIM" PARA MUDAR
autor refere-se aos crentes dos Estados Unidos, onde reside. (N. da T.)
76 DIGA "SIM" PARA MUDAR
Amargura
Um amigo meu sofreu um sério esgotamento nervoso. Certo
dia depois que ele se recuperou, fomos fazer uma caminhada
juntos, e ele me disse:
— Luís, nunca guarde raiva de outros no coração. Meu pro
blema todo começou quando fiquei chateado com o construtor
que fez minha casa, pois nem o porão nem a rampa de entrada
ficaram do jeito que combinamos. E como ele era meu vizinho
do lado, via-o quase diariamente. E cada vez que o via, minha
raiva e amargura aumentavam. Por fim tive um esgotamento.
Não admira que a Palavra de Deus tenha uma ordenança tão
séria com relação a isso. "Longe de vós toda a amargura." (Ef 4.31.)
Por quê? Porque se deixarmos brotar em nós "alguma raiz de amar-
gura" ela nos perturbará e fará com que "muitos sejam conta-
minados" (Hb 12.15).
Nem todo mundo sofre esgotamento nervoso por ter raiva de
outrem, mas sei de inúmeras pessoas que ficaram interiormente
envenenadas por esse sentimento.
Certa vez, na Escócia, preguei sobre o relacionamento de pais
com filhos. Após o culto, uma jovem aproximou-se de mim e disse:
— Não posso obedecer a meu pai. Ele foi para a Arábia Sau
dita, onde deve ficar três anos. E nunca vem em casa. Não vou
obedecer-lhe nem honrá-lo.
Notava-se claramente que estava revoltada e amargurada. Con-
versei um pouco com ela, e depois concluí:
— Olhe aqui, a Bíblia diz que o filho tem de obedecer e honrar
ao pai, queira ou não.
Em seguida aconselhei-a a escrever a ele, falando do quanto
estava sentida por ele não vir em casa, não escrever, nem telefo-
nar. Recomendei também que lhe confessasse a amargura que sen-
tia, dizendo que iria obedecer-lhe e honrá-lo daí por diante, em
obediência à Palavra de Deus.
Vários meses depois, recebi uma cartinha daquela moça. Dizia:
Segui seu conselho e escrevi a meu pai. Agora estou sentindo
uma libertação que nunca tinha sentido antes. Aliás, quando meu
pai recebeu a carta, voltou para casa. Pediu perdão a minha mãe
e a mim, e nossa família se reconciliou."
O que acontece quando não removemos a amargura de nossa
alma? Com o passar do tempo, acabamos dirigindo nossa amar-
gura contra Deus, um dos pecados mais terríveis que alguém pode
80 DIGA "SIM" PARA MUDAR
Apagando a Lousa
Está na hora de acertar as coisas com Deus. Peça ao Senhor que
faça uma sondagem de seu coração neste momento. Pegue uma
caneta e uma folha de caderno e trace uma linha no meio dela de
alto a baixo. Escreva na primeira linha da coluna da esquerda:
"Coisas que preciso acertar com Deus". E do lado direito escreva o
seguinte: "Coisas que preciso acertar com outros".
Anote, na coluna da esquerda, todos os pecados que Deus lhe
apontar. Citamos alguns deles neste capítulo. Mas poderíamos men-
cionar muitos outros de que a Bíblia fala: impaciência, preocupação,
orgulho, vangloria, espírito de independência, preguiça, cobiça, mal
uso do dinheiro, indiferença pelas coisas espirituais, espírito faccioso,
infidelidade, espírito de cobrança, negligência da oração e da ceia
do Senhor, desinteresse pela igreja, e muitos outros.
Peça a Deus que faça uma sondagem profunda de sua alma.
Anote todos os pecados que comete, não importa o número de
páginas que tenha de utilizar. Mas faça isso sem pressa. E não
presuma que não abriga nenhum pecado não confessado. Também
não deixe que eles se acumulem, alegando falta de tempo.
Disponha-se a passar um bom período na presença de Deus, afas-
tado de qualquer coisa que possa distraí-lo. Exponha diante dele
todos os aspectos de sua vida. Se o fizer com sinceridade, ele irá
revelar-lhe pecados específicos.
A medida que vai anotando seus pecados, escreva na coluna da
direita o nome daqueles que você magoou, enganou, ou de quem
roubou, ou contra quem abriga amargura, ou a quem difamou, ou
para quem não teve amor e compaixão, ou contra quem cometeu
qualquer outra ofensa.
Quem é jovem pode ter rompido uma amizade ou um namoro
de forma errada. Pode ter magoado essa outra pessoa e nunca ter
pedido perdão. É possível também que seu relacionamento com os
pais, ou com um irmão, ou com o cônjuge esteja estremecido.
Você já reconheceu seu erro? Está tomando providências para
reconciliar-se com o outro? Talvez ele não deseje a reconciliação.
Perdoe-o assim mesmo.
Cometeu algum erro que precisa ser reparado? Talvez alguém
tenha sido desonesto num negócio, ou nunca tenha saldado uma
divida. Pode ser que, como Zaqueu, o publicano, você tenha frau-
dado pessoas. Está disposto a pôr fim a essa vida de pecados? ^uer
acertar tudo?
82 DIGA "SIM" PARA MUDAR
preferir encobrir
pecados. Depois, porém, terá de arcar com as conseqüên-
cias. Mas pode também confessá-los e deixar que Deus realize
uma boa obra em sua alma.
Meu irmão, acerte tudo com Deus sem mais demora.
Ponha-se na presença dele e confesse todos os pecados que o
Espírito Santo lhe trouxer à lembrança. É claro que não precisa
rebuscar velhos pecados que já confessou e foram perdoados.
Mas peça a Deus: "Absolve-me das (faltas) que me são ocultas"
(SI 19.12).
Quer fazer isso? Está disposto a confessar? Espero que sim.
E mesmo que já tenha pedido a Deus anteriormente para sondar
seu coração, peça-lhe de novo. Faça sua lista, e no próximo ca-
pítulo vamos ver qual a providência que vem a seguir.
84 DIGA "SIM" PARA MUDAR
Para Meditar
1. "Existe apenas um fator que pode impedir-nos de gozar ple-
namente a experiência cristã." Que fator é esse? Já experimentou
os efeitos dele em sua vida?
2. "Se não nos submetermos à cirurgia divina, o pecado irá
tornar-se cada vez mais maligno em nós." Quais são algumas das
possíveis conseqüências que podemos colher se não tomarmos
uma atitude em relação aos pecados não confessados? Como po-
demos tornar-nos mais sensíveis ao pecado?
3. "O segredo de uma vida de constante renovamento espiri-
tual é o quebrantamento e o arrependimento." Que providências
você precisa tomar para que isso seja uma realidade em sua vida?
4. "A incredulidade talvez seja o pecado mais grave e mais des-
trutivo que existe." O que é que favorece a incredulidade? Como
podemos proteger-nos contra ela?
5. "Hoje em dia o materialismo é quase uma religião, e por
isso é muito fácil uma pessoa ficar revoltada quando passa difi-
culdades." Como devemos agir se percebermos que começamos
a alimentar sentimentos de revolta em relação àqueles que pos-
suem coisas que não possuímos? E se percebermos que outros
estão revoltados conosco?
6. "Todos nós temos pelo menos um pecado que tenazmente
nos assedia, que sempre nos derruba." Que pecado tornou-se ha-
bitual em sua vida? Há quanto tempo ele vem constituindo um
problema para você? Como você tem agido em relação a ele?
7. "Deus quer remover o pecado de forma drástica e radical."
Por que ele se preocupa tanto com nossos pecados? Quais são
as conseqüências de abrigarmos pecado no coração?
POR QUE ESTAMOS FALHANDO? 85
Para Fazer
1 Neste capítulo, mencionamos mais de quarenta pecados que
podem ser obstáculos a que gozemos plenamente as bênçãos da
vida cristã. É claro que não se trata de uma lista exaustiva, mas
leia-a atentamente procurando estar atento ao toque do Espírito
Santo em sua consciência com relação a um ou alguns deles.
Adultério Ingratidão
Amargura Inveja
Ausência da verdadeira alegria Lascívia
Avareza Mal uso do dinheiro
Ciúme Mau gênio
Cobiça Mentira
Desinteresse pela igreja Mexericos
Destruição de propriedade alheia Negligência da ceia do Senhor
Dívidas não saldadas Negligência da oração
Egocentrismo Negligência na contribuição
Espírito de cobrança Orgulho
Espírito de independência Pecados habituais
Espírito faccioso Pornografia
Fraude Preguiça
Homossexualismo Preocupação
Impaciência Preocupação com ninharias
Impureza Sexual Raiva
Incredulidade Relação familiar estremecida
Indiferença para com os padrões Rompimento de amizade
morais Indiferença pelas Roubo
coisas Sentimento de revolta
espirituais Vangloria
Infidelidade
2. Abra a Bíblia em Salmo 19.12 e 139.23,24. Medite sobre esses
versículos e depois, com base neles, peça ao Espírito Santo que
sonde seu coração e lhe aponte pecados específicos.
3. Depois de fazer essa oração, pegue um caderno e uma ca-
neta. No lado esquerdo da primeira linha da página, escreva o
seguinte: "Coisas que preciso acertar com Deus". Em seguida anote
os pecados de que tem consciência e que precisa confessar a Deus.
errrúta que ele examine cada aspecto de sua vida.
4. No lado direito da primeira linha da página escreva: "Pes
soas com quem tenho alguma coisa para acertar". E em seguida
86
DIGA "SIM" PARA MUDAR
consertar o erro.
Capítulo 5
A Vida
Purificada
Para Fazer
1. Pegue o caderno e, em espírito de oração, releia a lista "Coi-
sas que preciso acertar com Deus", que fez no capítulo 4. Se mais
algum pecado lhe vier à mente, escreva-o. Peça a Deus que lhe
mostre toda contaminação e atitude de antagonismo.
2. Leia 1 João 1.7 e 9 e depois Hebreus 10.17. Sublinhe esses
versículos, e medite neles. Aplique a si mesmo essas promessas
e aproprie-se delas. Em seguida escreva os versos diagonalmente
sobre a lista.
3. Faça uma oração de confissão e purificação. Peça a Deus que
lave seus pés, purificando-o de todo pecado e iniqüidade. Se de-
sejar, faça a oração sugerida na página 95.
4. Leia agora o Salmo 103.2 e Miquéias 7.19. Sublinhe esses
textos, medite neles, aplique-os a si mesmo e aproprie-se dessas
promessas. É bom decorar esses versos para recordá-los todas as
vezes que Satanás lhe trouxer à lembrança um pecado que já con-
fessou e do qual foi purificado por Cristo.
5. Em seguida, ainda em espírito de oração, reveja a lista "Coi-
sas que preciso acertar com outros". Se se lembrar de mais algum
erro cometido, acrescente-o à lista. Peça a Deus que lhe dê tato,
sabedoria e a determinação para acertar tudo que for necessário.
6. Estabeleça uma hora para ir conversar com cada uma das
pessoas que você magoou ou ofendeu. Se alguma delas mora em
outra cidade, telefone-lhe ou escreva-lhe ainda esta semana. Se
for necessário fazer alguma restituição, tome providências para
isso o mais breve possível.
7. Assim que terminar de acertar tudo que registrou em sua
lista, rasgue-a com uma atitude de gratidão e louvor a Deus. Jogue-a
fora para que ninguém a veja.
8. Leia João 13.14-17. Agradeça a Deus pela sua ordenança de
que auxiliemos uns aos outros. Peça a ele que use alguém — um
irmão mais experiente — para lavar seus pés esta semana. Peça a
Deus que lhe dê amor e gratidão para aceitar a correção e o que
ele lhe disser, fruto do interesse dele por você.
9. Peça a Deus que lhe dê sensibilidade para com os sofrimen-
tos e sentimentos dos outros crentes. Peça-lhe humildade e sa-
bedoria para saber o que dizer aos outros e como deve ajudá-los.
10. Se Deus já lhe trouxe à mente algum irmão que parece es
tar lutando com algum problema, interceda por ele. Mantenha-se
atento às oportunidades de ter uma conversa de coração aberto
________________________________________________________ 105
Uma Vida
Consagrada
sas nas questões diárias da vida, quanto mais com relação à con-
sagração.
Quando Jesus apela a que lhe consagremos nossa vida, está
querendo de nós uma dedicação e amor tão grandes que tudo o
mais perca o valor. Diante do nosso amor por ele, todas as outras
coisas ou pessoas a quem devotamos lealdade tornam-se in-
significantes; e o amor que temos a outros nem parece amor, pa-
rece ódio. O Senhor nos pede sacrifício e entrega totais. É o fim do
"eu" e de "meus direitos".
A Entrega de Nossos Direitos
Certa vez estive presente em um almoço, onde um conhecido
milionário deu seu testemunho. Disse ele:
— Devo tudo ao Senhor.
E em seguida revelou o segredo de seu sucesso.
— Quando eu era jovem, ouvi um apelo do Senhor para que
lhe entregasse tudo. Era muito pobre, e, apesar de bem moço,
consagrei tudo que possuía ao Senhor. Não tinha muito dinheiro,
mas pus tudo na mesa, e ao consagrar a ele minhas posses disse:
"Cristo, estou-lhe devolvendo tudo". A partir daí, Deus começou
a abençoar-me, e hoje sou um homem rico.
Nesse momento, no fundo do salão, alguém gritou:
— Eu o desafio a consagrar tudo de novo, agora.
Já se perguntou por que são sempre os jovens que atendem ao
apelo para "consagrarem tudo" a Deus? Eles não possuem muita
coisa para entregar; talvez três camisetas, duas calças jeans, um par
de tênis, e nada mais. Mas quando chegamos à meia-idade e temos
uma casa, dois carros, um apartamento na praia, aí a coisa muda
de figura.
A entrega pessoal é um aspecto fundamental da consagração,
mas a verdade é que hoje não queremos muito ouvir falar disso. É
mais importante defender nossos direitos. A idéia de abrir mão
dos direitos contraria nossa índole natural. Achamos que ser ser-
vido é um direito inalienável que temos.
"Ser submissa a meu marido? Você está brincando! Eu não
vou servi-lo; ele é quem tem de servir-me. E acho melhor ele
pensar assim também senão largo tudo e vou-me embora."
Certa vez o Dr. James Dobson me fez algumas perguntas sobre
essa questão dos direitos pessoais. Estávamos conversando sobre
os problemas que poderia haver em minha família pelo fato de eu
viajar muito. Expliquei-lhe que havia tomado a decisão
111
De que sempre que estivesse em casa, iria passar a maior parte A
tempo com meus familiares. Mas tive de reconhecer que não a
bem assim que vinha agindo. Na verdade, muitas vezes, quando
estava em casa, saía para jogar golfe com meu pastor, ou basquete
com uns amigos, ou tênis com uns colegas. Um dia pensei: Isso
está errado! Quando estava viajando dizia que não via a hora de
chegar em casa. Mas, assim que chegava em casa, saía com
amigos.
Obviamente eu poderia argumentar que precisava daqueles
momentos de lazer, que precisava algum tempo para minha pró-
pria recreação, ou que gozar a companhia dos amigos também era
importante. Mas isso não resolvia o problema. Minha família
vinha em primeiro lugar. E para obedecer a Cristo, abri mão do
direito de me divertir com amigos em minhas horas de folga. Não
foi fácil, mas foi importante. Não que eu ache que estava pagando
um alto preço, não. Não considero aquilo que fazemos para Cristo
como pagar o preço. Jesus pagou o preço; nós não pagamos nada.
Ele é o nosso Senhor, e não nós o senhor dele. Mas muitas vezes
nos rebelamos contra sua soberania em nossa vida.
Acredito que a coisa mais difícil que o Senhor nos pede é que
lhe entreguemos o direito de ter nossos filhos perto de nós. Sem-
pre nos alegramos muito quando vemos um jovem ou uma jovem
ir à frente numa conferência missionária, consagrando-se para ser
missionário num país estrangeiro — a não ser quando aquele
jovem é nosso próprio filho.
Alguns anos atrás fui convidado para falar no culto de encer-
ramento da conferência missionária da Escola Bíblica
Multnomah. Após a reunião, encontrei o Dr. Ted Bradley, um dos
fundadores da escola, chorando no saguão. E comentei:
Foi emocionante ver sua filha dedicando a vida para o trabalho
missionário, não foi?
— E muito difícil para mim, replicou o Dr. Bradley. Fico muito
alegre de vê-la indo para o campo missionário, Luis, e sei que devo
ficar feliz. Mas estou sempre pensando: "E se ela morrer na África?
isso pode acontecer. E se eu morrer enquanto ela estiver lá?"
E foi isso que aconteceu — ele morreu.
Apresentando Nosso Corpo Como Sacrifício Vivo
Nunca foi fácil abrir mão de nossos direitos, tomar nossa cruz •
s
eguir a Cristo. Em seu exemplar de fevereiro de 1988, a revista
112 DIG A "SIM" PARA_MUDAR
Para Fazer
1. Se já fez uma consagração pessoal anteriormente,
descreva-a num texto de umas dez ou quinze linhas.
2. Leia Lucas 14.25-27 e Mateus 10.37,39. Avalie quanto lhe cus-
tará seguir a Cristo. Anote as coisas que Deus está pedindo que
abandone para se consagrar inteiramente a ele.
3. Agora veja Romanos 12.1,2. Leia esses versículos diversas
vezes. Em seguida, reescreva-os no caderno com suas próprias
palavras, como se Deus estivesse falando diretamente com você.
4. A seguir, na presença de Deus, faça uma oração de con-
sagração pessoal. Se já fez essa decisão anteriormente, mas de-
pois experimentou um "parêntese" espiritual, reconsagre-se ao
Senhor. Se desejar, utilize os termos da oração sugerida na pá-
gina 117.
5. Faça uma anotação em seu diário ou agenda falando da de-
cisão feita. Se não tem um diário, escreva-o em seu caderno. De-
pois conte-o a seu pastor ou a um irmão mais experiente. Ha-
vendo oportunidade, dê testemunho disso na igreja, relatando
publicamente sua nova consagração a Cristo.
Capítulo 7
A Vida
Centralizada
em Cristo
Por quê? Porque a única pessoa que conseguiu viver dessa forma
foi o próprio Jesus. E esta é a realidade: só descobriremos a maior
verdade da vida cristã depois que reconhecermos que fomos der-
rotados, que estamos vencidos, e nos prostrarmos diante de Deus
com o rosto em terra.
É simplesmente inútil tentar agradar a Deus com nossas pró-
prias forças. Mas, graças a Deus, ele se agrada de viver em nós O
fato que mudou minha vida foi o seguinte: estamos unidos com
Cristo e ele quer manifestar sua vida ressurreta por nosso inter-
médio.
O apóstolo Paulo disse: "Para o conhecer e o poder da sua res-
surreição e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me
com ele na sua morte" (Fp 3.10). Mas para que o poder da vida
ressurreta de Cristo opere por nosso intermédio, primeiro preci-
samos ser crucificados com ele.
Mas nós, seres humanos, em geral somos tão renitentes que
levamos anos para tomar a decisão de morrer para o ego. Resis-
timos o máximo que podemos. Lutamos e nos revoltamos contra
essa idéia. E dizemos para Deus:
— Senhor, o que estás fazendo? Estás querendo dizer-me que
não tenho a capacidade para viver a vida cristã?
E é exatamente o que ele está querendo dizer-nos.
— Você não possui a capacidade necessária para viver para
minha glória. Mas eu possuo, diz ele. E todos os recursos de que
disponho acham-se à sua disposição.
Você crê nisso?
O Coração do Novo Testamento
No momento em que recebemos a Cristo, nossa vida foi "in-
vadida", embora não tenhamos tido consciência disso no instante
de nossa conversão. "Mas aquele que se une ao Senhor é um es-
pírito com ele." (1 Co 6.17.) Agora não é mais Deus lá em cima e
nós aqui em baixo, não. Não existe mais essa separação. Agora
conversamos com Deus de perto, e não de longe. Somos um es-
pírito com ele. Ele desceu para morar dentro de nós.
Em Apocalipse, Jesus diz o seguinte: "Eis que estou à porta, e
bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua
casa, e cearei com ele e ele comigo" (3.20). Embora essas palavras
possam ser dirigidas ao pecador, quando lhe apelamos para que
creia em Cristo, na verdade, trata-se de uma mensagem para nós,
os crentes.
VIDA CENTRALIZADA EM CRISTO ____________________________ 125
O Senhor está falando sobre nosso coração. Diz que ele possui
uma porta que só pode ser aberta pelo lado de dentro. E ele nunca
tenta arrombá-la. Limita-se apenas a bater. Somente nós podemos
abrir a porta para que ele entre. E a questão é: será que abriremos?
Mas talvez alguém pergunte:
— Como faço para abrir a porta?
Suponhamos que eu vá-lhe fazer uma visita hoje à noite. Chego
à sua casa e toco a campainha. Você espia pelo "olho mágico" e diz:
— Ih! É o Luis Palau!
Então terá de tomar uma decisão.
— O que vou fazer? Esse sujeito fala demais! Vou recebê-lo
ou
não?
Se resolver receber-me, terá apenas de abrir e porta e
convidar-me a entrar.
— Entre, Luis! Sente-se! Fique à vontade. A casa é
sua!
E eu entro. Jesus está dizendo o mesmo para nós.
— Estou batendo à sua porta. Você me ouviu bater? indaga
ele.
Abra a porta, por favor, para que eu possa entrar e jantar com
você, e você comigo.
Em outras palavras, deixando que ele entre experimentaremos
a plenitude de sua presença em nossa vida. E como isso é ma-
ravilhoso!
Meu irmão, você acredita mesmo que Deus vive em seu co-
ração? Está vivenciando essa realidade? Sugiro-lhe que estude esse
assunto na Bíblia por si próprio. Procure sublinhar todos os ver-
sos que falam de Deus unido conosco. Ficará admirado de ver
quantos textos mencionam o fato, principalmente no evangelho
de João e nas epístolas. Considero essa questão o centro da men-
sagem neotestamentária.
Vejamos um exemplo. Em Mateus 1.23, Jesus é identificado pelo
nome de "Emanuel", "Deus conosco". E isso é apenas o começo.
Deus está em nós, e quer ocupar todo o nosso ser.
Outro exemplo Paulo diz: "Acaso não sabeis que o vosso corpo
e santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da
parte de Deus...?" (1 Co 6.19.) Se você é crente, Deus habita em
seu corpo, quer seja alto ou baixo, gordo ou magro.
E por isso que a idéia da impureza sexual deveria ser repulsiva
para o crente. Quando cremos em Cristo, nosso corpo se torna
o templo do Espírito Santo de Deus. Portanto, tudo que entristece
a ele deveria entristecer-nos também. É horrível pensar que po-
demos macular o templo de Deus. Antes Deus dizia:
126 DIGA "SIM" PARA MUDAR
dade que precisamos, sim, saber que houve um dia em que nos
colocamos no altar. Mas não é recordando essa experiência e nos
regozijando por ela que vamos vencer o pecado.
O Senhor deseja que eu vivencie hoje o fato de que "não sou eu
quem vive, mas Cristo vive em mim". A vida ressurreta de Cristo em
nós é uma realidade viva, não uma experiência que tivemos no
passado.
Muitos crentes ainda não deram esse passo. É por isso que
existem tantas pessoas consagradas, mas sem poder. Não há dú-
vida de que fizeram uma dedicação de seu ser a Cristo, num culto
especial, num acampamento, ou numa série de conferências. E é
possível até que tenham a data dessa experiência anotada na
primeira página de sua Bíblia. Mas a verdade é que não têm poder,
estão sujeitas a depressões e ainda não aprenderam a viver acima
das circunstâncias.
Em Filipenses 4.12, Paulo toca nessa questão. "Tanto sei estar
humilhado, como também ser honrado; de tudo e em todas as
circunstâncias já tenho experiência, tanto de fartura, como de fome;
assim de abundância, como de escassez." As situações adversas
nunca o abateram.
Então perguntamos:
"Como Paulo aprendeu isso? Como se desenvolve esse tipo de
capacidade?"
A maioria das pessoas não sabe conviver com a pobreza, e,
para falar a verdade, nem com a riqueza. Então como foi que Paulo
conseguiu isso? A resposta é: "Tudo posso naquele que me for-
talece" (4.13). A força de Paulo, em toda e qualquer situação, pro-
vinha de Cristo.
Em Colossenses 1.27, o apóstolo fala da "riqueza da glória deste
mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da
glória". Essa verdade o empolgava tanto que ele se afadigava —'
esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera
eficientemente em mim" — para proclamá-la em todo o império
romano. Mas não o fazia com suas próprias forças. O segredo de
seu poder era "Cristo vive e opera em mim".
E o apóstolo fala disso novamente em Colossenses 2.9,10. Em
Cristo, diz ele, "habita corporalmente toda a plenitude da Divin-
dade. Também nele estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo
principado e potestade".
Se Cristo é Deus — e ele o é — e se ele está vivendo em todo o
crente — e está — então a plenitude de Deus vive em todos nós.
128 DIGA "SIM" PARA MUDAR
corda bamba. Certa vez, quando era menino, vi uns acrobatas fa-
zerem isso na Argentina. Eram artistas alemães. Eles instalaram
um comprido cabo de aço na praça principal de nossa cidade, uma
ponta presa em um prédio e a outra em outro. Deviam estar a uma
altura de uns trinta metros, mas não colocaram rede de segurança
embaixo. Então puseram-se a caminhar no cabo, cada um partindo
de uma das pontas. E ali ficaram a fazer brincadeiras com a
multidão que assistia ao espetáculo. Eles seguravam longas varas
para auxiliar-lhes o equilíbrio e caminhavam oscilando para um
lado e para outro. Quando passaram um pelo outro, trocaram de
vara. Todo mundo pensou que eles, na certa, iriam cair e morrer. E
um deles realmente escorregou mas agarrou-se no cabo e em
seguida voltou à posição inicial. E afinal atravessaram de um lado
para outro perfeitamente a salvo.
\ Viver sob o controle do Senhor Jesus tem certa semelhança
com esse espetáculo. Envolve muita comoção. Os outros olham
para nós e dizem:
— Ah, ele não vai conseguir, não.
Mas quando caminhamos com Cristo mantemos o equilíbrio. Ele
é a vara que nos mantém de pé a cada passo dessa jornada. O
supremo objetivo de Cristo é assumir o controle total de nosso ser e
transformar nosso caráter, para que se torne igual ao dele. Agora a
situação mudou. Não estou mais me esforçando para ser santo,
para ser perfeito, para ser conforme à imagem de Cristo. O que
opera a transformação é a presença de Cristo em mim, enchendo
meu ser. Isso não significa que assumo uma atitude passiva; não.
Estou atuando no poder dele. E todo poder que tenho, na verdade,
é dele, já que ele habita em mim. Cristo se tornou nossa "sabedoria,
e justiça, e santificação, e redenção" (1 Co 1.30). E por isso que
Paulo diz: "Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor" (1.31).
Então Jesus nos diz: "Assim brilhe a vossa luz diante dos ho-
mens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso
Pai que está nos céus" (Mt 5.16). Todo o bem que os outros vêem
em nós, na verdade, é o brilho de Jesus que em nós habita. Ele e a
nossa luz, a fonte da verdadeira vida. E quanto mais o con-
templarmos, mais refletiremos "a glória do Senhor", sendo
"transformados de glória em glória, na sua própria imagem, como
pelo
Senhor, o Espírito" (2 Co 3.18).
Deus está operando incessantemente com o objetivo de
tansformar-nos. Não é intenção dele iniciar essa obra depois que
138 DIGA "SIM" PARA MUDAR
Para Meditar
1. "A consagração pessoal é um importante passo para obter-
mos um renovamento radical; mas não é tudo. Sabemos de pes-
soas que dedicaram e rededicaram a vida a Deus, mas ainda não
experimentaram uma renovação interior." Já houve momentos em
que desejou um poderoso toque de Deus em sua vida? Já desejou
intensamente sentir sua presença operando em seu coração? O
que provocou esse desejo?
2. "A única pessoa que conseguiu viver a vida cristã foi o pró-
prio Jesus." O que acontece quando tentamos viver para Deus com
nossas próprias forças? Isso já lhe aconteceu?
3. "Foi necessário que Cristo passasse pela cruz, para que Deus
pudesse realizar seu objetivo supremo — unir-nos consigo para
sempre." Na sua opinião, por que Deus quer encher-nos de seu
Espírito? Como seremos assim que ele encerrar sua obra em nós?
4. "Só poderemos de fato experimentar uma renovação divina
em nosso interior depois que entendermos e aceitarmos esta ver-
dade: Cristo realmente vive em nós!" Por que apenas uma con-
sagração pessoal não é suficiente? Qual a diferença que ocorre
numa vida centralizada em Cristo?
5. "A maioria dos crentes não vive na plenitude de Deus; não
sabe o que é ter o gozo, o poder e a vitória de uma vida centra-
lizada em Cristo." Em sua opinião, por que isso acontece? O que
impede que a maioria dos crentes goze dessa maravilhosa bênção?
6. "A Bíblia ensina que, se quisermos produzir muito fruto,
se quisermos vencer as tentações, e ter poder e autoridade, temos
de consegui-lo através de Cristo; nunca por nós mesmos." Você
já experimentou o revolucionário impacto de uma vida centrali-
zada em Cristo? Se já, quais as mudanças que isso operou em
você, em seu ministério e seu relacionamento com outros?
7. "A medida que, conscientemente, começamos a depender
mais de Deus, reconhecendo que é dele que procede toda a nossa
força e poder, vamos sendo renovados e revitalizados. E nunca
precisamos temer que nos faltem energias, pois os recursos de
Deus são ilimitados." Se esse fato já é realidade em nossa vida,
como devemos iniciar cada dia? Como podemos permanecer re-
novados durante o dia todo? Qual é o segredo para nos
mantermos em equilíbrio até o fim?
140 DIGA "SIM" PARA MUDAR
Para Fazer
1. Leia Efésios 3.14-19, se possível em voz alta. Em seguida,
sublinhe a última frase dessa oração: "para que sejais tomados
de toda a plenitude de Deus". Peça a Deus que torne isso reali-
dade em sua vida.
2. Procure os seguintes versículos do Novo Testamento, prin-
cipalmente no evangelho de João e nas epístolas, que falam de
Deus enchendo-nos de si mesmo e vá sublinhando-os. João 15.5;
17.21-23; 1 Coríntios 6.17; Gaiatas 2.19,20; Efésios 5.18; Füipenses
4.12; Colossenses 1.27 e 2.9,10. E daqui para a frente, todas as
vezes que encontrar um texto que fale disso, sublinhe-o.
3. Abra a Bíblia em Êxodo 3, e releia a história de Moisés e a
sarça ardente. Procure imaginar a planta em chamas pela presença
de Deus. Depois imagine aquele fogo se apagando, e ficando ape-
nas a árvore. Por último, imagine-a sendo consumida pelo fogo
natural, até virar cinzas. Qual dessas figuras simboliza melhor
a sua vida?
4. Depois de haver confessado todos os seus pecados e con-
sagrado a Deus todas as áreas de sua vida, peça-lhe para permear
todas as fibras de seu ser. E lembre-se de agradecer-lhe por essa
plenitude, diversas vezes no decorrer do dia.
5. Agora procure formar o hábito de iniciar o dia sempre com
uma oração de agradecimento a Deus. Relembre as promessas
de Deus, e aproprie-se delas a cada manhã. Dê graças a Deus
principalmente pela sua presença e realidade em sua vida.
Capítulo 8
Paixão Pelos
Perdidos
Já ouvi pessoas dizerem que essa frase está ultrapassada. Mas ela
ainda está na Bíblia e eu gosto dela. As Escrituras revelam que
Deus criou o homem, soprou nele o fôlego e ele se tornou "alma
vivente" (Gn 2.7). Todos nós somos alma vivente. Vai chegar o dia
em que nosso corpo se desintegrará. E por mais que tomemos
remédios e vitaminas ou façamos exercícios físicos, não podere-
mos evitá-lo. Mas nossa alma nunca morrerá; viverá eternamente.
É por isso que a Bíblia afirma que quem ganha almas é sábio. Não
existe prazer maior do que dizer:
— Vê aquele jovem ali, aquele homem, aquela senhora? Deus
me usou para ganhá-los para Cristo.
Já fiz a sugestão de elaborarmos uma lista de amigos e conhe-
cidos que desejamos sejam salvos. Quem passa por uma radical
renovação interior logo verá que Deus começa a usá-lo para ga-
nhar alguns deles para Cristo. É uma alegria extraordinária!
Há muitos momentos maravilhosos na vida: a formatura do
curso superior, o casamento, o nascimento do primeiro filho. Mas
a maior alegria que um ser humano pode experimentar é a de
ganhar uma alma para Cristo. Os melhores prazeres que o mundo
pode oferecer-nos nada são se comparados com a satisfação de
conhecer a Cristo e levar outros a conhecê-lo.
Lembro-me da atriz inglesa Fiona Hendley-Jones, que se tor-
nou famosa quando trabalhou no seriado de tevê Widows (Viúvas),
e depois estrelou juntamente com Paul Jones as peças teatrais The
Beggar's Opera (A ópera do mendigo), e Guys and Dolls (Rapazes e
moças).
O cantor Cliff Richard, que é crente, convidou Fiona e Paul
para irem a uma das reuniões de nossa cruzada evangelística re-
alizada em Londres, alguns anos atrás. Eles creram em Jesus Cristo e
pouco depois se casaram. A carreira teatral deles continuou em
ascensão. Passaram a freqüentar uma boa igreja evangélica e desde
então vêm dando testemunho público a respeito de sua nova vida
em Cristo.
Certa vez, dando uma entrevista a um jornalista, Fiona disse o
seguinte:
— Muitas pessoas recorrem à igreja, quando passam por pro
blemas sérios. Mas comigo não foi assim; eu estava muito feliz.
Em seguida contou-lhe que sua vida "se transformou inteira-
mente quando me tornei crente, quando experimentei o novo nas-
cimento". O testemunho dela tem influenciado muitas pessoas a
crerem em Cristo.
pA1XÃO_ PELOS PERDIDOS 149
Para Meditar
1. "Quando temos a plenitude de Deus, nosso coração fica in-
teiramente tomado pelos interesses que estão no coração dele."
Quais são os interesses de Deus? Você também sente essa com-
paixão?
2. "Assim que somos cheios do Espírito Santo, imediatamente
começamos a testemunhar do evangelho a outros." Jesus falou
sobre isso em Atos 1.8. Você saberia citar exemplos desse fato nar-
rados posteriormente no livro de Atos? Que lição isso nos ensina
para os dias de hoje?
3. "Vivemos na era do crente "acomodado." Por que será que
os crentes por vezes ridicularizam o trabalho de evangelismo? Por
que a maioria demonstra desinteresse pelos perdidos? Por que
as pessoas são tão indiferentes?
4. "Se alguém rejeitar a Cristo e assim permanecer até o dia
de sua morte, estará perdido para sempre, e não haverá mais es-
peranças para ele." Você crê nisso? Por quê? Por que não?
5. "Como vou ficar em casa, tranqüilo e confortável, sabendo
que aqueles que morrem sem Cristo vão para o inferno? Como
permanecer parado sem fazer nada?" Qual tem sido sua atitude
até aqui? Qual é seu desejo agora?
6. "Há muitos momentos maravilhosos na vida: a formatura
do curso superior, o casamento, o nascimento do primeiro filho.
Mas a maior alegria que um ser humano pode experimentar é a
de ganhar uma alma para Cristo." Você já passou por essa ex-
periência? Já aconteceu de você falar de Cristo a uma pessoa e
ela rejeitar a oferta de salvação? Na sua opinião, as pessoas em
geral recebem bem a mensagem de salvação, ou resistem a ela?
7. Uma vida renovada, cheia da bênção de Deus, é um po-
deroso testemunho para o mundo que nos observa. Em que as-
pectos da vida Deus deseja abençoar-nos? Isso significa que es-
tamos isentos de provações e tentações? Qual a diferença entre
o crente que experimentou o renovamento interior e o que não
o provou? Como essa diferença fica patente quando falamos com
pessoas que não conhecem a Deus?
156 DIGA "SIM" PARA MUDAR
Para Fazer
1. Faça em seu caderno uma lista de pessoas que conhece e
que trabalham com evangelismo ou são missionários. Cite adiante
do nome o país ou lugar onde esses irmãos trabalham ou grupo
humano com que trabalham. Agora comece a orar diariamente
por elas, para que produzam muito fruto. Peça a Deus também
"que mande trabalhadores para sua seara" (Mt 9.38).
2. Em seguida, faça uma lista de pessoas que conhece e que
ainda não crêem em Cristo. Comece a orar fervorosamente por
seus familiares, amigos, vizinhos, colegas de escola ou de traba-
lho, que ainda não são salvos. Peça a outros que também orem
pela salvação deles.
3. Leia e estude textos bíblicos que ensinam que os perdidos
estão condenados por toda a eternidade, e anote no caderno o
que aprendeu nesses versículos. Comece com as passagens se-
guintes.
• No Velho Testamento: Dt 32.21,22; Já 10.20-22; Dn 12.2.
• No Evangelho de Mateus: 5.22,29,30; 7.22,23; 8.12; 10.28; 11.23;
13.41,42,49,50; 16.18; 18.9; 23.15,33; 25.31-33,41-46.
• Nos demais evangelhos: Mc 8.36; 9.43-47; Lc 9.25; 10.15; 12.5;
16.23; Jo 3.17,18,36; 5.28,29.
• Nas epístolas: Rm 2.5; Fp 3.19; 2 Ts 1.7-9; Hb 6.2; 10.39; Tg
3.6; 2 Pe 2.4,7; 3.9; Jd 6,7,13.
• No livro de Apocalipse: 1.18; 2.11; 9.2,11; 19.20; 20.6,10,13-15;
21.8.
4. Agora ore e diga a Deus o que você aprendeu sobre o in-
ferno. Peça-lhe que lhe dê um profundo interesse por aqueles que
ainda não conhecem a Cristo, que lhe revele o valor de uma alma.
Peça a Deus também que lhe conceda a oportunidade de, nos pró-
ximos trinta dias, apresentar a mensagem do evangelho para al-
guém, com muito tato e sabedoria.
5. Em espírito de oração, procure oportunidades de falar a ou-
tros a respeito de Cristo. Anote no caderno pelo menos três es-
tratégias que pode utilizar para falar aos vizinhos, aos colegas de
escola ou de trabalho, bem como em outras circunstâncias na sua
comunidade. Utilize uma delas nos próximos sete dias. Peça a Deus
que o abençoe e lhe permita ganhar alguém para ele.
Capítulo 9
O Desafio
que Temos
Diante de Nós
dio (capítulo 7). Por último, veremos como isso resulta em paixão
pelos perdidos (capítulo 8).
Em segundo lugar, assim que percebermos as evidências de que
está ocorrendo um renovamento, comecemos a apresentar a mensagem
do evangelho. Vamos reunir os crentes que estão sendo renovados
por Deus para planejar trabalhos de evangelização para crianças,
jovens, casais, famílias, pessoas sós (solteiros, divorciados, etc.)
e para idosos. É bom também descobrir maneiras de atingir cer-
tos grupos profissionais, como atletas e artistas. Tendo reuniões
para grupos específicos (de faixa etária, profissional ou de ati-
vidades afins), fica mais fácil para os membros da igreja convi-
darem seus conhecidos não crentes. Outra boa medida é realizar
a reunião em locais neutros, como ginásios esportivos e outros
ambientes sem conotação religiosa, para remover um pouco a
sensação de ameaça que uma igreja talvez possa representar para
o incrédulo.
Terceiro, assim que começarmos a ver conversões, e que pessoas fo-
rem crendo em Jesus Cristo como seu Salvador, será preciso edificá-las
nessa nova fé. Será bom criar pequenos grupos de consolidação,
constituídos de alguns crentes novos e outros mais experientes,
que se reúnam semanalmente. Nessas reuniões deverão conver-
sar sobre oração, métodos de leitura e estudo da Bíblia, sobre
como se dá testemunho de Cristo, sobre participação na igreja.
É bom abordar todas essas práticas básicas como se eles nunca
tivessem ouvido falar na Bíblia, nem em oração, em comunhão
com outros crentes ou em testemunho da fé.
Para a maioria das pessoas, seguir a Cristo é semelhante a
uma experiência transcultural. No dia em que alguém recebe a
Jesus como seu Salvador, passa por uma transformação espiri-
tual. Mas a mudança social e intelectual não é imediata, e o
recém-convertido tem a sensação de que está vivendo num país
estrangeiro. Se não tivermos certos cuidados, ele pode até sofrer
um choque cultural.
Entretanto, ao fazermos a orientação de recém-convertidos,
não devemos esperar muito para apresentar-lhes os princípios
de confissão, purificação, consagração e da vida centralizada em
Cristo. Não há necessidade de que fiquem lutando anos e anos
com o pecado, sem desfrutar plenamente de sua experiência cristã.
Não é preciso que cometam os mesmos erros de milhões de cren-
tes não renovados.
Os princípios bíblicos que apresentamos neste livro são pro-
162 DICA "SIM" PARA MUDAR
Para Meditar
1. "O objetivo de Deus é renovar tanto os crentes individual-
mente como as igrejas." O que seria a renovação de uma igreja?
Sua igreja já passou por um renovamento? Ele foi profundo ou
superficial?
2. "Todos os movimentos de avivamento ou renovamento es-
piritual de que tenho conhecimento começaram com um pequeno
grupo de crentes que se quebrantaram, confessaram seus peca-
dos, foram purificados e passaram a gozar de uma rtova comu-
nhão com o Cristo que neles habita." Pense em alguns irmãos
de sua igreja que poderiam constituir um grupo assim. Já
estão-se reunindo para orar? Se não, seria bom que começassem a
buscar a Deus, pedindo-lhe um mover do seu Espírito em sua
igreja.
3. "O ideal é que apresentemos os princípios do renovamento
radical como parte de um plano geral para o crescimento da igreja."
Como esses princípios podem ser apresentados em sua igreja?
De que modo eles poderiam ser utilizados como um trampolim
para uma intensificação do trabalho de evangelismo e de
discipulado?
4. "Os princípios bíblicos que apresentamos neste livro são
profundos, porém muito simples. São profundos a ponto de cons-
tituírem um desafio para nós pelo resto da vida; mas também
são simples, de modo que qualquer um pode entendê-los e
pô-los em prática imediatamente." Quais os princípios que, na
sua opinião, seriam de mais difícil aplicação? Quais deles tiveram
um impacto maior em sua alma?
5. "Se aplicarmos uma sacudidela espiritual em alguém, po-
deremos levá-lo a uma experiência com Deus. Você já levou uma
sacudidela espiritual? Como foi? De que modo Deus usou essa
crise para levá-lo a buscar mais ao Senhor? Ele usou este livro
para falar ao seu coração?
6. "Deus quer renovar sua igreja em nosso país e no mundo
todo." O que Deus precisa fazer em sua igreja? Em sua cidade?
em seu país? O que será preciso para que tudo isso ocorra?
7. "Quando Deus nos renova (...) perdemos todo o sentimento
de sectarismo. Ou, se nos restar algum traço dele, aprendemos a
crucificá-lo." O que o Novo Testamento ensina sobre a unidade do
corpo de Cristo? Qual é a base dessa unidade?
168 DIGA "SIM" PARA MUDAR
Para Fazer
1. Comece a pensar no que Deus pode operar em sua igreja.
Escreva no caderno algumas idéias sobre os assuntos
"renova-mento", "evangelismo" e "discipulado", principalmente
sobre a orientação a ser dada aos novos convertidos.
2. Com base no que sugerimos nas páginas 160 a 162, prepare
um plano geral para um renovamento, seguido de uma obra de
evangelização e discipulado em sua igreja. Faça um rascunho desse
plano no caderno, depois corrija, bata à máquina e tire cópias
para dar a outros, para que leiam e discutam o assunto.
3. Se você é pastor, professor de escola dominical, faz parte
da liderança de sua igreja ou dirige um grupo de estudo bíblico,
pense na possibilidade de apresentar os princípios de uma ra-
dical renovação interior para outros, e de quando poderá fazê-lo.
Se você não ocupa posição de liderança, sugira ao pastor,
diáconos e outros líderes que leiam o plano, e depois peça-lhes
que apresentem esses princípios a toda a igreja.
4. Além disso, comece a orar por aqueles que se acham na
liderança de sua igreja, citando cada um pelo nome. Peça a Deus
que opere uma obra no coração deles, e que toda a igreja passe
por um renovamento espiritual. Peça-lhe, acima de tudo, que dê
a todos mais amor uns pelos outros.
5. Ore por outras igrejas de sua cidade. Promova reuniões de
oração com membros de outras igrejas para buscarem um
avivamento na cidade. Se possível, planeje um pacto de oração,
uma reunião de oração para todos os crentes de todas as
denominações evangélicas do lugar. Mas não fique só nisso. Ore
para que Deus renove a igreja de Cristo no país inteiro e no
mundo, para sua honra, glória e louvor.
Bibliografia
Recomendada