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1. Mexendo no vespeiro
Uma das tônicas ministeriais que mais tomam o tempo de líderes eclesiásticos
é a questão do crescimento. Saber quantos se converteram, quantos foram
batizados, qual a taxa anual de crescimento de uma igreja; volume financeiro
das entradas... tudo isso e algo mais se tornou assunto preferencial para
muitos. Mas algumas questões surgem: pode o Reino de Deus crescer, ou
seria ele já definido? Será que é possível uma igreja, corretamente tida como
uma agência do Reino, não crescer? E por fim: todo crescimento de uma igreja
significa crescimento do Reino?
Para começar, quero dizer a você que num certo sentido o Reino não pode
nem crescer, nem diminuir. Lembre-se de que o Reino de Deus é maior que a
igreja. Dr. Ladd destaca isso ao observar a cena da adoração ao Cordeiro
relatada no livro de Apocalipse (Ap 4). Nessa cena, os apóstolos estavam lá,
Lutero, Calvino, Wesley, Billy Graham, você, eu,... Como isso foi possível? Pelo
fato de o céu estar fora da limitação tempo/espaço. Deus habita numa
realidade atemporal, sem passado, presente e futuro (Ap 13.8). Por isso nessa
realidade ulterior onde a vontade do Pai é realizada no seu todo, sem qualquer
impedimento ou barreira (Mt 6.10), o Reino de Deus já é.
Contudo, para nós que aqui estamos, ele é um Reino que “está sendo”. Nesse
sentido, o Reino precisa crescer para dentro e para fora. Para dentro assim
como o fermento com a massa, que mesmo sem ninguém ver vai mudando os
corações pela influência de Cristo, cujo efeito é sentido por pessoas à volta.
Para fora porque o Reino não só está crescendo em nós, mas também ao
redor de nós. A mostardeira é visível e acaba abrigando aves do céu, figura na
Bíblia usada também para os povos da Terra (Dn 4.12,20-22; Ez 17.23;31.6).
Mas também é possível uma igreja crescer sem ter uma ligação com o Reino.
Nem todo crescimento de igreja é crescimento do Reino. Se a vida das
pessoas que ali congregam não é transformada; se elas não experimentam do
fermento de Deus crescendo a cada dia em seus corações e melhorando a sua
forma de ser; se a igreja não exerce uma profícua influência na localidade onde
está; se os valores do Reino (tais como verdade, amor, perdão, graça,
sinceridade, honestidade, justiça) não são vividos pela sua liderança e pelo seu
povo, lamento lhe dizer: biblicamente falando o que está crescendo é uma
espécie de clube (o número de sócios está aumentando!), mas não uma igreja.
Uma igreja pode sim crescer muito inclusive contando com fenômenos
migratórios da população, mas ter muito pouco a ver com o Reino. Não foi isso
que Jesus quis dizer em Mt 7.15-23?
Bom é quando o crescimento de uma igreja está tão alicerçado com os valores
do Reino que há uma expansão do domínio do Senhor no coração do seu povo
e também ao redor dele.
O segundo tem a ver com o tempo. Nem tudo que acontece pelo Reino tem
efeito imediato. A mostardeira demorou a crescer. O fermento demorou a
levedar. Isso equivale a dizer que há um tempo de plantio, de iniciativas (Ec
11.1-6; Gl 6.7-9) e há um tempo de colheita, de expansão. A implantação do
domínio do Senhor, dos valores do Reino na vida de uma pessoa, de uma
comunidade de fé, de uma cidade, de um país pode demorar um pouco para
acontecer. No entanto, há uma certeza de que isso ocorrerá.
Leitura Diária
segunda-feira Atos 2.37-47
terça-feira Mc 2.1-12
quarta-feira At 9.26-35
quinta-feira Jo 6.22-71
sexta-feira At 8.4-8
sábado At 17.1-9
domingo Lc 13.18-20