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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E SOCIAIS

Tema: Conceitos Básicos Sobre a Contabilidade

Discente: Turma:201-Noturna A

Rivaldo Moiane

Maputo, Abril de 2020


UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E SOCIAIS

Tema: Conceitos Básicos Sobre a Contabilidade

Discente: Turma:201-Noturna A

Rivaldo Moiane

Docente: dr. Canjara Costa

Maputo, Abril de 2020


Índice
1.Introdução .................................................................................................................................... 1

2.Fundamentação Teórica ............................................................................................................... 2

2.1.A Evolução Da Contabilidade .................................................................................................. 2

2.1.1.Evolução Histórica da Contabilidade em Moçambique......................................................... 2

2.1.2.Do Sistema das Partidas Dobradas à Teoria da Contabilidade .............................................. 3

2.2.Contabilidade ............................................................................................................................ 3

2.2.1.Conceito de Contabilidade ..................................................................................................... 3

2.2.2.Objectivo ................................................................................................................................ 3

2.2.3.Finalidade ............................................................................................................................... 4

2.2.4.Utentes da Informação Contabilística .................................................................................... 4

2.3.Património ................................................................................................................................. 4

2.3.1.Equação Fundamental da Contabilidade ................................................................................ 6

2.4.A Conta e os Lançamentos: Noção e Objectivos ...................................................................... 6

2.4.1.Classificação de Contas ......................................................................................................... 7

2.4.2.Regras de Movimentação de Contas ...................................................................................... 7

2.5.Lançamento ............................................................................................................................... 8

2.5.1.Sequência do Trabalho Contabilístico ................................................................................... 9

2.5.2.Livros De Contabilidade ........................................................................................................ 9

3.Quadro Conceptual ...................................................................................................................... 9

3.1.Finalidade .................................................................................................................................. 9

3.2.Âmbito .................................................................................................................................... 10

3.3.Os Utilizadores e as Necessidades de Informação .................................................................. 10


4.Pressupostos Subjacentes ........................................................................................................... 11

4.1.Base do acréscimo................................................................................................................... 11

4.2.Continuidade das Operações ................................................................................................... 11

4.3.Características Qualitativas Das Demonstrações Financeiras ................................................ 12

4.4.Princípios Contabilísticos ....................................................................................................... 12

5.Critérios de Valorimetria ........................................................................................................... 13

5.1.Critérios de Valorização de Entradas ...................................................................................... 13

5.2.Critérios de Valorização de Saídas ......................................................................................... 13

6.Estudo do POC – Estudo do Balanço – Activos e Passivos ...................................................... 14

6.1.Disponibilidades ..................................................................................................................... 14

6.2.Existências .............................................................................................................................. 14

6.3.Imobilizações .......................................................................................................................... 14

6.4.Terceiros…………………………………………………………….……………………….15

6.5.Capital Próprio ........................................................................................................................ 15

6.6.Gastos e Perdas ....................................................................................................................... 15

6.7.Proveitos e Ganhos…………………………………………………………………………. 16

6.8.Resultados…………………...……………………………………………………………….16

7.Código Das Contas .................................................................................................................... 16

8.Conclusão ................................................................................................................................... 18

9.Referências ................................................................................................................................. 19
1. Introdução
A evolução da contabilidade acompanha de certa forma, a história da humanidade. Uma parte
dos autores afirma que a origem da contabilidade veio com o surgimento da escrita, já outros
levam em consideração os primórdios da civilização. No princípio, o homem tenta resolver
problemas práticos, do controle de seu património. Ao longo do tempo, passa, então, de certa
simplicidade para o desenvolvimento de uma ciência, já na Idade Moderna. Desde a organização
de uma classe de conhecedores de técnicas, a de pensadores e criadores de conhecimentos que
suportassem a relação do homem com o universo dos negócios.

Sabe-se que a humanidade, a partir do momento que teve a iniciativa de tomar conta do seu
património, utilizou-se de mecanismos rudimentares como fichas de barro e depois de argila,
para, mais adiante, utilizar-se de contas. Na idade medieval, houve certo aperfeiçoamento, por
causa das actividades comerciais, havendo a necessidade de fazer o registo através das contas.

A contabilidade tem, ao longo da sua história, se desenvolvido para dar suporte aos anseios dos
homens em organizar e acompanhar os seus negócios. Seja nas épocas mais remotas havia a
manutenção do controle do pequeno rebanho e suas transacções comerciais ou na arrecadação de
impostos das grandes civilizações primitivas, enfim, no acompanhamento dos empreendimentos
gerados pelas navegações ou na produção de informações para os diversos usuários sobre as
modernas corporações capitalistas advindas com a revolução industrial.

Entretanto quando se pensa nessa evolução da contabilidade, já na idade moderna, geralmente se


depara com a escola europeia. Essa escola alcançou seu momento de glória através de suas
escolas de pensamento contábil, principalmente com a Italiana; porém por ter uma natureza
bastante teórica, fez com que houvesse a ascensão, mais adiante da Escola Norte-Americana,
baseada na prática e criada pelos profissionais e não por pensadores teóricos. Esse estudo tem
como objectivo observar aspectos da evolução contábil, levando em consideração uma
pesquisa bibliográfica (MARCON I e LAKATOS, 2006), evidenciando o desenvolvimento
da teoria da contabilidade, com o também citar a Escola Norte-Americana, pelo seu legado
principalmente na regulamentação das operações, através de órgãos importantes como a
FASB, órgão principal na formulação de princípios, nos Estados Unidos e IASB (2007)
representando a contabilidade internacional.

1
2. Fundamentação Teórica

2.1. A Evolução Da Contabilidade


O uso de elementos contábeis remonta a 8.000 anos antes de Cristo, mostrando a necessidade
que o homem tem, desde essa época, de controlar o património. É verdade que são elementos de
uma contabilidade primitiva que aparecem de forma diferente nas diversas civilizações, por
exemplo, na forma de tábuas de barros onde eram representadas as mercadorias - 8.000 a 3.250
a.C. e as suas transacções comerciais em países como Israel, Síria, Iraque, Turquia e Irã; a
utilização de pedras entalhadas (norte da Babilónia); a utilização de conchas do mar e ossos ou
objectos similares; e o uso de um tipo de partidas dobradas na Suméria, por volta de 3.200 a.C.
Porém, não foi só a preocupação com o património que dominou a necessidade por registos, mas
também, sobretudo com a organização dos Estados, o controle sobre o recolhimento de impostos,
como verificado nas grandes civilizações egípcias, gregas, romanas e chinesas (SCHMIDT,
2006).

2.1.1. Evolução Histórica da Contabilidade em Moçambique


Pouco se sabe, ou carece de uma investigação profunda, sobre a história da contabilidade em
Moçambique, assumindo-se que o seu nascimento data de 1984 com o Plano Geral de
Contabilidade (PGC), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros Nº 13/84 de
Dezembro, o qual era de aplicação obrigatória pelas empresas sediadas no país com excepção
das que exerçam actividades nos ramos bancário e segurador que dispõem de planos próprios.

É no Plano Geral de Contabilidade (PGC) que estão contemplados os princípios de normalização


da contabilidade, existindo outra legislação que contempla o PGC, designadamente no que
respeita a: amortizações, provisões e reavaliação dos activos corpóreos.

A internacionalização da economia, e a globalização dos negócios, suscitam a necessidade de


criação de uma linguagem contabilística comum, de interface, que permita preparar, consolidar, e
interpretar, de forma padronizada e inequívoca, conceitos, critérios valorimétricos, e
procedimentos auditorias, que emergem das boas, e tecnologicamente modernas práticas
internacionais de contabilidade e auditoria, o que levou Moçambique a ter que adoptar as

2
Normas Internacionais de Relato Financeiro (NIRF), baseadas na Financial Accounting
Standards Bord (FASB), a partir de 01 de Janeiro de 2010.

2.1.2. Do Sistema das Partidas Dobradas à Teoria da Contabilidade


O trabalho de Luca Pacioli marca, para a história da contabilidade, a divisão entre a
contabilidade primitiva e a contabilidade moderna (Schmidt, 2000). É nesse período que surgem
os termos débitos, créditos, lançamento de diário, razão, contas, balancete, balanços e
demonstrações de resultado e se solidifica o sistema das partidas dobradas fazendo com que a
contabilidade alcançasse o seu devido reconhecimento e contribuindo para o surgimento da
primeira escola do pensamento contábil: a Escola Contista. Ao longo do desenvolvimento da
escola italiana, várias correntes do pensamento contábil surgiram após o Contismo, como: o
Personalismo, o Neocontismo, o Controlismo, o Aziendalismo e o Patrimonialismo. Cada uma
delas deu sua contribuição para a evolução da contabilidade.

2.2. Contabilidade

2.2.1. Conceito de Contabilidade


Contabilidade é a ciência de natureza económica cujo objectivo é a realidade económica passada,
presente e futura de qualquer entidade pública ou privada, analisada em termos quantitativos e
por método específico com o fim de obter informação económica financeiras indispensável a
gestão dessa entidade.
É um conjunto de meios organizados que irão permitir a recolha, tratamento, classificação e
síntese da informação financeira.

2.2.2. Objectivo
A Contabilidade tem por objectivo registar, sistematizar e documentar os actos e fatos de
natureza económico-financeira que afectam uma organização (pública ou privada).

3
2.2.3. Finalidade

A finalidade da contabilidade é fornecer informações às pessoas ou entidades interessadas na


situação patrimonial (bens, direitos e obrigações) e económica (lucro ou prejuízo) da entidade,
bem como na aferição de sua capacidade produtiva.

2.2.4. Utentes da Informação Contabilística

 Sócios ou proprietários – avaliam o desempenho da administração e a rentabilidade de


seus investimentos.
 Investidores – avaliam os riscos e oportunidades de negócios.
 Fornecedores – avaliam as condições financeiras da empresa e, assim, podem decidir se
irão fornecer mercadorias e serviços.
 Clientes – avaliam se os fornecedores poderão ser os parceiros ideais.
 Empregados – avaliam a continuidade da empresa, a capacidade de pagar salários,
oportunidades e condições de negociar salários, se a participação nos lucros foi
devidamente calculada etc.
 Governo – importante usuário das informações contábeis, pois verifica se a empresa está
em dia com suas obrigações tributárias.
 Instituições financeiras – avaliam se a entidade tem capacidade financeira e patrimonial
para realizar operações de crédito.
 Concorrentes – avaliam a capacidade financeira e de negócios de uma entidade
concorrente.
 Administradores – são os que demandam por informações contábeis com maior
frequência e profundidade, já que elas subsidiam a tomada de decisões e permitem avaliar
as actividades da entidade.

2.3. Património
O Património é, pois, um elemento nuclear na preparação e interpretação de toda a informação
contabilística.

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Numa aproximação simplista ao conceito contabilístico de património, poderemos dizer que
comporta o conjunto de Bens Direitos, e Obrigações gerido por uma dada organização, para a
prossecução da sua missão e objectivos.

Activo - recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos passados e do qual
se espera que fluam benefícios económicos futuros.

Passivo - obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos passados, da liquidação


da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos da entidade.

Sendo a situação líquida dada pela diferença entre o activo e o passivo e vistas que foram as
noções destes últimos, facilmente se depreende que ela representa o conjunto de valores que
pertencem efectivamente ao proprietário da empresa, ou seja, representa os direitos deste último
sobre as propriedades da mesma. Em termos monetários, a situação líquida ou capital próprio de
um dado momento, representa o valor que o proprietário da empresa teria direito a receber se
cessasse a sua actividade, liquidando o património (do ponto de vista contabilístico), nesse
momento. Três casos podem ocorrer em dada situação patrimonial:

O activo é superior ao passivo, havendo um excesso de valores sobre os passivos. Neste caso a
situação líquida diz-se activa. É o mais frequente e representa o capital próprio.
Esquematicamente:

A > P → S. L. Activa; ou seja A= P + S. L. Activa

O activo e o passivo são iguais, não havendo, neste caso situação líquida, ou seja, ela é nula:

A = P → S. L. Nula; ou seja, A = P

Por último, o activo pode ser inferior ao passivo. Neste caso existe um excesso de valores
passivos sobre os activos (deve-se mais do que se possui e se tem a receber). Logo, a situação
líquida diz-se Passiva e é considerada negativa.

A < P → S. L. Passiva; ou seja, A + S. L. Passiva = P ou: A = P → S. L. Passiva

O património de qualquer unidade económica encontra-se necessariamente numa das três


situações citadas. De todas elas o 2.º caso é o mais difícil ocorrência, visto só excepcionalmente
coincidirem os valores de ambas as rubricas.

5
2.3.1. Equação Fundamental da Contabilidade
Esta expressão corresponde à Equação Fundamental da Contabilidade, que temos vindo a estudar
e que será, então:

ACTIVO + S. L. PASSIVA = PASSIVO + S. L. ACTIVA

Ou ainda

ACTIVO = PASSIVO + SITUAÇÃO LÍQUIDA ACTIVA - SITUAÇÃO LÍQUIDA


PASSIVA

Esta equação constitui o cerne de todo o trabalho contabilístico baseando-se nela o princípio das
partidas dobradas que já havíamos citado acima.

2.4. A Conta e os Lançamentos: Noção e Objectivos

Entende-se por Método Contabilístico, o conjunto de normas e procedimentos a adoptar com o


intuito de dar a conhecer a situação económica, financeira e monetária. O elemento fundamental
do Método Contabilístico é a Conta.

Conta é uma unidade de registo contabilístico na qual se registam os bens, direitos, obrigações,
os fluxos económicos, proveitos e custos, e os resultados. Uma conta possui duas características
fundamentais, a homogeneidade (a garantia que só os elementos patrimoniais, custos e proveitos,
com características comuns se encontram nessa conta) e integralidade (garantia que todos os
elementos patrimoniais com características comuns se encontram reflectidos na conta).

Os elementos que constituem a conta são:

O Título - identifica a natureza do elemento patrimonial, do custo e do proveito.

A Extensão - permite identificar os valores dos registos nas respectivas contas.

Os requisitos essenciais a que a conta deve obedecer, são:

A homogeneidade - uma conta só deve conter os elementos que obedeçam à característica


comum que ela define. Assim, a dívida de um cliente à empresa, nunca poderá ser registada
numa conta que não indique uma dívida a receber, ou seja, a conta em que aquela for registada

6
deve incluir apenas os elementos que possuam a mesma característica: valor que a empresa tem
direito a receber.

A integralidade – a conta deve incluir todos os elementos que gozam da característica comum
por ela definida. Deste modo a conta Mercadorias, deverá incluir todos os tipos de mercadorias
transaccionadas pela empresa, assim como as suas variações.

Em suma, a conta deve ser homogénea e integra dado que só poderá admitir movimentos ligados
com o respeito a classe de valores, não excluindo qualquer deles.

2.4.1. Classificação de Contas


Contas de Balanço – são contas do Activo, Contas Passivo e Contas Capital Próprio (contas
identificativas do património liquido da empresa).

Contas de Demonstração de Resultados - contas de Custos e Perdas (contas que identificam o


consumo de recursos e utilização de factores produtivos), Contas de Proveitos e Ganhos (contas
que reflectem os rendimentos gerados pelo negócio da empresa) e Contas Resultados (contas que
identificam a natureza dos lucros e prejuízos gerados na empresa).

Contas Colectivas e Contas Divisionárias - contas colectivas, são as contas integradoras que
reúnem os movimentos ocorridos nas contas divisionárias.

Contas Divisionárias, são subcontas cuja informação é fornecida à conta colectiva, a ultima das
contas divisionárias, chama-se Conta Elementar (não admite mais subdivisões). O registo
contabilístico dos factos patrimoniais faz-se nas contas elementares divisionárias.

Contas Principais e Contas Subsidiárias

Conta Principal - reflecte o apuramento dos diversos valores registados nas contas subsidiárias.

Conta Subsidiária - conta informativa, ficará saldada aquando da sua transferência para as
contas principais.

2.4.2. Regras de Movimentação de Contas


O Método de registo contabilístico dos factos patrimoniais é o método Digráfico (ou método das
partidas dobradas), segundo o qual, o total dos movimentos a débito deverá ser igual ao total dos

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movimentos a crédito. Este método traduz a equação fundamental da Contabilidade. As contas
podem ter três tipos de saldos, saldo devedor (Débito > Crédito), nulo (D=C) ou credor (D<C).

2.5. Lançamento
Lançamento, corresponde ao registo dos factos patrimoniais nas contas, utilizando o método
Digráfico. Podemos classificar os lançamentos atendendo ao número de contas movimentadas:

Lançamentos Simples - 1 Débito corresponde a 1 Crédito;

Lançamentos Compostos - 1 Débito implica vários Créditos, vários Débitos implicam 1 Crédito
ou vários Débitos implicam vários Créditos.

Podemos classificar os lançamentos atendendo à sua natureza:

Lançamento de Abertura - são os primeiros lançamentos a serem registados na conta,


correspondem ao registo na conta;

Lançamentos Correntes - correspondem aos lançamentos que caracterizam o negócio da


empresa, sendo efectuados ao longo do exercício económico;

Lançamentos de Regularização - são os lançamentos que ocorrem no final do exercício


económico com o intuito de rectificar as contas do balanço e as demonstrações de resultados,
inserem-se nos trabalhos de fim de exercício;

Lançamentos de Apuramento de Resultados - correspondem à transferência dos diversos


resultados mediante a transferência dos respectivos proveitos e custos;

Lançamentos de Estorno - correspondem à correcção contabilística de um lançamento anterior;

Lançamentos de Encerramento das Contas - corresponde aos lançamentos de fecho das


contas, ocorrem no final do exercício, após elaboração do balanço;

Lançamentos de Reabertura - correspondem à abertura dos saldos iniciais que correspondem


aos saldos transitados do período anterior.

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2.5.1. Sequência do Trabalho Contabilístico

Lançamentos de (Re) Abertura Lançamentos Correntes Lançamentos de Regularização


2.

Síntese Síntese

Balancete de Verificação Balancete de Resultados

Demonstração de Resultados

Lançamentos de Encerramentos Das Lançamentos de Apuramento De Resultados


Contas
Síntese

Síntese Balancete final

Balancete de Encerramento Balanço

2.5.2. Livros De Contabilidade


Razão - assemelha-se à conta, dá a conhecer a informação histórica da conta, nomeadamente, os
movimentos ocorridos, quer a débito quer a crédito, bem como o respectivo saldo. Existem dois
traçados de razão: clássico ou simplificado.

Diário - corresponde ao livro da contabilidade que regista os factos patrimoniais segundo uma
sequência cronológica, tendo como vantagem a compactação dos documentos, facilitando assim
a sua consulta.

Extracto de Conta - identifica os movimentos obtidos numa conta ao longo de um determinado


período.

Balancete - é um mapa de resumo dos movimentos ocorridos ao longo de umperíodo. Permite de


uma forma sintética identificar os movimentos, quer a débito quer acrédito, de todas as contas,
bem como os seus respectivos saldos.

3. Quadro Conceptual
3.1. Finalidade

O Quadro Conceptual estabelece os conceitos que estão na base da preparação e apresentação de


demonstrações financeiras para utilizadores externos, e tem como finalidades:

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 Ajudar aqueles que preparam demonstrações financeiras na aplicação do PGC - NIRF;
 Ajudar os auditores a formar uma opinião sobre se as demonstrações financeiras estão
preparadas em conformidade com o PGC - NIRF;
 Ajudar os utilizadores das demonstrações financeiras na interpretação da informação
incluída nas demonstrações financeiras preparadas em conformidade com o PGC - NIRF.

Este Quadro Conceptual não é uma Norma de Contabilidade e de Relato Financeiro nem o seu
conteúdo substitui uma qualquer Norma de Contabilidade e de Relato Financeiro incluída no
PGC - NIRF. Se em alguma circunstância particular existir um conflito de entendimento entre o
presente Quadro Conceptual e uma Norma de Contabilidade e de Relato Financeiro incluída no
PGC - NIRF, a Norma prevalecerá.

3.2. Âmbito

O Quadro Conceptual aborda os seguintes assuntos:

 Objectivo das demonstrações financeiras;


 Características qualitativas que determinam a utilidade da informação constante das
demonstrações financeiras;
 Definição, reconhecimento e mensuração dos elementos a partir dos quais são elaboradas
as demonstrações financeiras; e
 Dos conceitos de capital e de manutenção de capital.

3.3. Os Utilizadores e as Necessidades de Informação


 Investidores – as sociedades de capital de risco e os seus consultores preocupam-se com
o risco inerente e com o retorno proporcionado pelos seus investimentos e necessitam de
informação que os ajude a decidir se devem comprar, manter ou vender esses
investimentos.
 Empregados – os empregados e os seus grupos representativos estão interessados em
informações sobre a estabilidade e rentabilidade das entidades para quem trabalham.
Financiadores – os financiadores estão interessados em informações que lhes permitam

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determinar se os empréstimos concedidos e os respectivos juros serão pagos na data do
vencimento.
 Fornecedores – os fornecedores, e outros credores comerciais, estão interessados em
informações que lhes permitam avaliar se os montantes que lhes são devidos serão pagos
na data do vencimento.
 Clientes – os clientes têm interesse em informação relacionada com a continuidade de
uma entidade, especialmente quando têm um envolvimento de longo prazo com a
entidade ou estão delas dependentes.
 Governos e seus departamentos – os governos e seus departamentos estão interessados
na alocação de recursos e, consequentemente, nas actividades da entidade. Por isso,
também exigem informações com o objectivo de regular as actividades das entidades e
determinar políticas fiscais, e como base para elaboração de estatísticas.
 Publico em geral – As entidades afectam o público em geral de várias formas. Por
exemplo, as entidades podem ter uma contribuição significativa para a economia local
através dos empregos que criam e do suporte aos fornecedores locais.

4. Pressupostos Subjacentes

4.1. Base do acréscimo


Para atingirem os seus objectivos, as demonstrações financeiras são preparadas na base
contabilística do acréscimo. De acordo com esta base, os efeitos das transacções e de outros
acontecimentos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando a caixa ou seus equivalentes
são recebidos ou pagos), e são registados na contabilidade e relatados nas demonstrações
financeiras dos períodos a que dizem respeito.

4.2. Continuidade das Operações


As demonstrações financeiras são geralmente preparadas no pressuposto de que a entidade tem
operado continuadamente e que continuará a operar no futuro previsível. Assim, assume-se que a
entidade não tem intenção, nem necessidade, de cessar as suas operações ou de reduzir
significativamente o seu volume. Se tal intenção ou necessidade existir, as demonstrações

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financeiras podem ter que ser preparadas numa base diferente e, nesse caso, a base usada deve
ser divulgada.

4.3. Características Qualitativas Das Demonstrações Financeiras


Conjunto de conhecimentos organizados e orientados para a tomada de decisões. Possui quatro
características fundamentais:

Fiabilidade: garantia do nível de confiança das demonstrações financeiras. É, então, a garantia


que as demonstrações financeiras estão libertas de erros e/ou omissões.

Relevância: nas demonstrações financeiras estão todos os factos, são o retracto de todos os
factos patrimoniais que possam afectar a sua leitura.

Comparabilidade: permite a confrontação das demonstrações de cariz contabilístico no espaço


(com outras organizações) e no tempo (sentido evolutivo da organização).

Compreensível: deverá o utilizador da informação financeira possuir as ferramentas e utensílios


que lhe permitam extrair a informação que ele necessita para a tomada de decisões.

4.4. Princípios Contabilísticos


Princípio da Continuidade - significa que no final do Exercício Económico as organizações
não terão a necessidade de alienar todos os seus activos, nem pagar todos os seus passivos, nem
distribuir o remanescente (caso exista) aos seus sócios accionistas.

Princípio da Consistência - significa que não é possível às organizações alternarem as suas


políticas e procedimentos contabilísticos durante a sua vida.

Princípio da Especialização - diz-nos que os custos e proveitos deverão ser reconhecidos


independentemente da respectiva despesa e receita. Este princípio traduz-se contabilisticamente
através da conta 49 (acréscimos e deferimentos).

Princípio do Custo Histórico - os bens devem ser registados na contabilidade pelo seu preço de
aquisição (respectivo preço de compra acrescido de todas as despesas suportadas com a sua
aquisição).

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Princípio da Prudência - deve reflectir na contabilidade custos destinados a fazer face a
contingências futuras, cuja ocorrência embora incerta seja provável. A reflexão do Princípio da
Prudência é feita através das provisões do exercício.

Princípio da Substância sobre a forma - diz-nos que a realidade do facto prevalece sobre a sua
forma legal. Isto é, embora a lei diga que, por exemplo, a propriedade de um bem adquirido em
regime de locação financeira seja da locadora, a realidade diz-nos que quem usufrui do bem é o
seu locatário, pelo que deve este registá-lo na contabilidade como sendo seu.

Princípio da Materialidade - diz-nos que deverão estar reflectidos na contabilidade todos os


factos que possam influenciar a tomada de decisões, por parte dos diversos utilizadores a
informação financeira. A materialidade está associada ao conceito de relevância.

5. Critérios de Valorimetria
Correspondem a critérios de valorimetria a forma como se procede à valorização quer das
entradas quer das saídas, dos passivos e activos.

5.1. Critérios de Valorização de Entradas


Segundo o POC os bens e os direitos deverão ser registados pelo seu preço de aquisição e/ou
pelo seu custo de produção. Preço de Aquisição, todos os valores que estão directamente e
indirectamente relacionados com o bem, no seu acto de compra. Isto significa, que ao preço do
bem deverão ser acrescidas todas as despesas suportadas com a sua aquisição.

Custo de Produção - os custos suportados e que estão associados com o processo produtivo.
Nomeadamente, o consumo de matérias-primas e subsidiárias, o consumo de mão-de-obra
directa e o consumo de gastos gerais de fabrico (energia, despesas com conservação e
manutenção dos elementos fabris, custos com o desgaste dos elementos fabris).

5.2. Critérios de Valorização de Saídas


Os bens devem ser retirados da contabilidade pelo seu preço de aquisição e/ou pelo seu custo de
produção. No entanto no caso em que ocorram lotes de activos com diferentes valorizações
devemos atender entre outros a um dos 3 critérios seguintes:

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 FIFO (First In First Out);
 LIFO (Last In First Out); e
 Custo Médio Ponderado.

6. Estudo do POC – Estudo do Balanço – Activos e Passivos

6.1. Disponibilidades
Entendem-se por Disponibilidades o conjunto de activo com maior liquidez nas empresas, isto é,
cuja conversão em meios monetários é imediata ou quase imediata. As Disponibilidades
dividem-se e subdividem-se em:

 Meios Líquidos
 Aplicações Periódicas

6.2. Existências
Nesta classe de contas englobam-se os activos que caracterizam o objecto social da empresa,
estando decomposta nas seguintes contas:

 Compras
 Mercadorias
 Produtos Acabados e Intermédios
 Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos
 Produtos e Trabalhos em Curso
 Matérias-primas Subsidiárias e de Consumo
 Adiantamento por conta de Compras
 Regularização de Existências
 Provisões para Depreciação de Existências

6.3. Imobilizações
Nesta classe de contas registam-se os activos cujo grau de permanência é superior a um ano,
possuindo estes bens e direitos uma utilidade económica, isto é, uma vida útil superior a um ano.
Podemos classificar as Imobilizações em:

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 Imobilizações Corpóreas – são os bens palpáveis, isto é, com expressão física,
compreendendo entre outros os terrenos e recursos naturais, os edifícios e construções
afectas à exploração, as máquinas e equipamentos básicos, os equipamentos de transporte
ou rolantes, ferramentas e utensílios e equipamentos administrativos.
 Imobilizações Incorpóreas – despesas de carácter plurianual, compreendem entre outras
as despesas de instalação, isto é, despesas com a constituição da sociedade, as despesas
de investigação e desenvolvimento, as despesas com a propriedade industrial e com a
certificação da qualidade, e despesas com trespasse de estabelecimento comerciais.

6.4. Terceiros

Nesta classe devem ser consideradas as contas representativas de dívidas a receber ou a pagar
pelo fundo, resultante de operações realizadas com terceiros e ainda não recebidas ou pagas.
Também serão de considerar nesta classe as provisões acumuladas representativas de riscos e
encargos diversos e os ajustamentos de dívidas a receber.

6.5. Capital Próprio


A classe 5 representa os fundos aplicados pelos sócios ou proprietários e os resultados não
levantados ou distribuídos (que irá constituir as reservas e os resultados transitados).

Esta classe destina-se a registar as operações referentes ao capital próprio da entidade, incluindo
o resultado líquido do período e outras operações que configurem alterações no capital próprio e
que se enquadrem no conceito de resultado total ou integral. Inclui, também, as transacções com
detentores de capital próprio agindo na sua capacidade de detentores de capital próprio (tais
como contribuições de capital, reaquisições de instrumentos de capital próprio da entidade e
dividendos) e os custos de transacção directamente relacionados com tais transacções.

6.6. Gastos e Perdas


Constituem gastos e perdas os sacrifícios ou aplicação de bens/serviços que a empresa realize
durante a sua actividade normal (operacional) com o objectivo de produzir rendimentos
(receitas). Também fazem parte desta classe, as perdas e prejuízos eventuais que possam ter
lugar durante o exercício. Tanto os gastos como as perdas reduzem o valor do património.

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6.7. Proveitos e ganhos

Nesta classe incluem-se as contas que registam os proveitos e os ganhos imputáveis ao período,
normais ou eventuais. A sua estrutura reflecte a natureza dos proveitos e ganhos e, em cada uma
das contas, o tipo de operação que esteve na sua origem, permitindo apurar os resultados quer
pela sua natureza, quer em função da categoria de activos ou compromissos que os originaram.

6.8. Resultados

De acordo com as Notas de Enquadramento do novo Código de Contas criado pela CNC -
Comissão de Normalização Contabilística no âmbito da aplicação das Normas Interncionais de
Contabilidade, a Classe 8 (Resultados) destina-se a apurar o Resultado Líquido do Período,
podendo ser utilizada para auxiliar à determinação do resultado extensivo, tal com consta na
Demonstração das Alterações no Capital Próprio.

7. Código Das Contas


As contas no POC aparecem classificadas em categorias que se encaixam umas nas outras. Os
autores do plano adoptaram a classificação decimal a qual facilita a utilização de processos
informáticos.

Como se referiu, o conjunto de todas as contas está dividido em 10 classes, que são designadas
pelos números 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 0. Introduziu-se o 0 em vez de 10 porque sendo um só
algarismo torna-se mais fácil o trabalho informático. Estas classes são, por sua vez, subdivididas
em contas de 1.º grau representadas por um número que vai de 1 a 9, colocado à direita do
número da classe. Assim, a conta 12 designa a conta de 1.º grau n.º2 da classe 1.

As contas de 1.º grau são por seu turno, subdivididas em contas de 2.º grau representadas por um
terceiro algarismo de 1 a 9, colocada à direita dos precedentes. Assim, a conta 132 será a conta
de 2.º grau n.º2, pertencente à conta de 1.º grau n.º3, a qual pertence, por sua vez, à classe n.º1.

Ainda, as contas de 2.º grau são divididas em contas em contas de 3.º grau designados por um
quarto algarismo colocado à direita dos três outros e assim sucessivamente. Por exemplo, a
classe n.º6 compreende as contas de 1.º grau n.º61, 62, 63, ... , 69. Na conta 63 (1.º grau)
encontramos as contas 631, 632, ... de 2.º grau. Na conta 631 (de2.º grau) encontramos as contas
6311, 6312, ... de 3.º grau.

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Na prática nem sempre o grau de uma conta corresponde a 1 só digito. De facto, quando dentro
de determinado grau se preveja a existência duma certa quantidade de contas, deverão reservar-
se os dígitos necessários para cobertura do número máximo de contas previstas. Assim, uma
empresa que tenha, em média, uma centena de clientes, deverá reservar para o código do cliente
um número não inferior a 3 dígitos. A estrutura para clientes poderia ser:

Código: 411 xxx

Em que: classe 4 - Terceiros

Conta de 1.º grau 41 - clientes

Conta de 2.º grau 411 - clientes c/c

Conta de 3.º grau 411 xxx (clientes n.º xxx)

....e, assim sucessivamente.

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8. Conclusão
A contabilidade surgiu da busca dos seus usuários (administradores, comerciantes, banco,
credores, entre outros) em controlar o seu património, buscando mecanismos que pudessem
evidenciar o modelo evolutivo e de previsão dos negócios, ou mesmo servindo como também
para prestação de contas.

Sua evolução remonta a idade antiga, através da contribuição deixada pelos persas, fenícios,
gregos, egípcios, romanos, entre outros. Cada um deles contribuiu com factores históricos
relevantes, apresentando a humanidade um sistema de controlo de seus recursos através do
registo contábil. O desenvolvimento da contabilidade acompanhou o crescimento na
complexidade dos negócios ao longo dos tempos, desde o simples acompanhamento do rebanho,
com as suas transacções típicas de compra e venda, a revolução comercial que exigiu um
aperfeiçoamento desse registo e pela revolução industrial marcada pela forma de produzir e
captar recursos ao divulgar informações cada vez mais representativas e transparentes.

Para isso a contabilidade desenvolveu uma linguagem própria que através de um complexo
sistema de registo, validação, mensuração e evidenciação produz informação, voltada para um
número cada vez maior de usuários. Mas, é certo que, a actividade comercial evoluiu e foi por
isso que surgiu o método das partidas dobradas, aperfeiçoado por Luca Pacioli. Chegou-se,
então, a uma escrituração qualitativa através do débito e crédito, porém, faltava ainda oferecer à
contabilidade as características de uma ciência.

Até o início do século XX, apesar da produção dos pensadores europeus, a contabilidade estava
focada na escrituração e na profissionalização, porém, depois da década de 30, principalmente
influenciado pela quebra da bolsa de valores, a Ciência Contábil evoluiu com a contribuição da
Escola Norte-Americana. São várias as contribuições dessa escola, principalmente a busca por
princípios, que alicerça todo o arcabouço de conhecimento, e a transparência na evidenciação das
informações para os usuários que passou a atender, além do fortalecimento da teoria da
Contabilidade. Com as frenéticas mudanças que se dá no mundo actual, a ciência contábil será
exigida, cada vez mais, a dar soluções e suporte para o entendimento dos negócios que surgem
no mundo.

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9. Referências
FINANCIAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD. Disponível em: www.fasb.org. Acesso
em: 29 mar 2007.

HENDRIKSEN, Eldon S.; BREDA, Michael F. Van. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas,
1999.

INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD. Disponível em: www.iasb.org.


Acesso em: 29 mar 2007.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 7ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2004. IUDÍCIBUS,
Sérgio de; MARTINS, Eliseu, CARVALHO, L. Contabilidade: aspectos relevantes da epopéia
de sua evolução. Revista de Contabilidade e Finanças, vol.2, n.38, mai/ago 2005.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilidade. São
Paulo: Atlas, 2001. KAM, Vernon. Accounting theory. 2nd. ed. New York: John Wiley & Sons,
1990.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Técnica de pesquisa: planeamento e


execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação
de dados. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.

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