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A LITERATURA NO ENSINO MÉDIO: PERSPECTIVAS DE INTERVENÇÃO

METODOLÓGICA

ADRIANA APARECIDA BORIN DE ALMEIDA (UNIVERSIDADE DE SOROCABA).

Resumo
Diante da necessidade educacional e da importância da escola, como principal
instituição que promove o ensino da leitura e do trabalho com a linguagem, é
fundamental que haja uma mudança metodológica no ensino de leitura, que vise a
suprimir as deficiências e que contribua para a formação de um leitor que além de
compreender o texto possa interagir a partir dele no mundo em que está inserido.
Dessa forma, a leitura aqui proposta é aquela que atribui sentido ao texto e que
seja instrumento de transformação social, principalmente porque os textos
trabalhados serão os literários, uma vez que a Literatura é arte e proporciona a
apreensão do real, de conhecimento de si mesmo e do papel que se tem a
desempenhar em determinado contexto histórico e social. Pressupõe–se, assim,
que os alunos que têm o acesso à arte, têm um ganho qualitativo na visão crítica,
no relacionamento com o mundo e, consequentemente, terão um melhor
desempenho escolar. Nessa perspectiva, pretende–se através de uma pesquisa
participativa, investigar o acesso à leitura literária no Ensino Médio, que sem
abandonar o aspecto historicizante, não se prende a ele. Para tanto, a postura
epistemológica do professor é crucial no desenvolvimento e aplicação das
metodologias, pois além de considerar a escolarização, a profissionalização e as
estratégias que contribuam para a educação do gosto literário, também se coloca
como aprendiz, já que avalia os procedimentos e reelabora a sua própria ação,
teorizando a partir dela.

Palavras-chave:
Leitura , Literatura, Metodologia.

A LITERATURA NO ENSINO MÉDIO: perspectivas de intervenção


metodológica

Adriana Aparecida Borin de Almeida¹

Luiz Percival Leme Britto²

Resumo: Diante da necessidade educacional e da importância da escola, como


principal instituição que promove o ensino da leitura e do trabalho com a
linguagem, é fundamental que haja uma mudança metodológica no ensino de
leitura, que vise suprimir as deficiências e que contribua para a formação de um
leitor que além de compreender o texto possa interagir a partir dele no mundo em
que está inserido. Dessa forma, a leitura aqui proposta é aquela que atribui sentido
ao texto e que seja instrumento de transformação social, principalmente porque os
textos trabalhados serão os literários, uma vez que a Literatura é arte e esta
proporciona a apreensão do real, de conhecimento de si mesmo e do papel que se
tem a desempenhar em determinado contexto histórico e social. Pressupõe-se,
assim, que os alunos que têm o acesso à arte, têm um ganho qualitativo na visão
crítica, no relacionamento com o mundo e, conseqüentemente terão um melhor
desempenho escolar. Nesta perspectiva, pretende-se através de uma
pesquisa participativa, investigar o acesso à leitura literária no Ensino Médio, que
sem abandonar o aspecto historicizante, não se prende a ele. Para tanto, a postura
epistemológica do professor é crucial no desenvolvimento e aplicação das
metodologias, pois além de considerar a escolarização, a profissionalização e as
estratégias que contribuam para a educação do gosto literário, também se coloca
como aprendiz, já que avalia os procedimentos e reelabora a sua própria ação,
teorizando a partir dela.

Palavras-Chave: Leitura, Literatura, Metodologia de Ensino, Ensino Médio.

Abstract: Before the educational need and the importance of the school as the
main institution that promotes the teaching of the reading and a work with the
language, it is fundamental that there is a methodological change in the teaching of
the reading which attempts to suppress the deficiencies and contributes to a reader
formation who besides being able to understand the text, can interact through it
with the world in which is included. In that manner, the reading proposed here is
the one which attributes meaning to the text and it is an instrument of social
change mainly because the texts studied by the students will be the literary ones,
as long as Literature is arts and this one gives them the understanding of the
reality, the knowledge of themselves and of the roles they may have to perform in
a determined historical and social context. Assuming therefore, that the students
who have access to the arts make a qualitative gain in the critical perception, in
their relationship with the world and consequently, they will have a better learning
performance. Attempting to research through a participative study, in this
perspective, to examine the access to the literary reading in High School, even
though not giving up the historicized aspect, this study does not become attached
to it. Thereby the teacher epistemological stance is crucial to the development and
the performance of the methodologies because besides considering the schooling,
the professionalization and the strategies that may contribute to an education of
the literary taste, this teacher also places himself/herself as a learner since he/she
evaluates the procedures and re-examines his/her own action by theorizing from it.

Key Words: Reading, Literature, Methodology of Teaching, High School.

1 Mestranda em Educação no PPGE - UNISO. Bolsista da Secretaria do Estado de


São Paulo. E-mail: adriborinalmeida@terra.com.br

2 Prof. do PPGE - UNISO. e-mail: luis.britto@prof.uniso.br

Introdução:

Partindo do pressuposto que a leitura tem grande importância no desenvolvimento


intelectual e cultural de uma sociedade, os debates pedagógicos têm se voltado
para a questão de quais concepções de leitura podem contribuir na aquisição de
uma visão de mundo mais ampla, mais crítica na formação geral dos estudantes.
No entanto, é fundamental a análise da relação entre a instituição ligada ao ensino,
a escola, e a prática da leitura para poder delimitar as principais dificuldades e as
possíveis intervenções.

Para a escola, a possibilidade de aprender a ler é uma evidência, pois aparece ao


longo da história da instituição escolar sobre a mesma tecnologia: colocar na
memória, na repetição, uma combinação elementar da qual nos serviremos para
transformar os signos escritos em sons ou vice-versa. (Hérbrad, 2001:35)

Para Hérbrad, o livro passou a exercer um certo poder nas políticas educacionais,
apenas o acesso a ele poderia romper com a ignorância dos quadros sociais,
desconsiderando que tanto a leitura quanto a escrita não podem ser objetos de um
procedimento espontâneo de aquisição, ou seja, o simples contato com o escrito e
a observação das leituras não são suficientes para apreendê-la, revelando-se como
um ato neutro, natural, instrumental e não como práticas sociais instituídas.

É nesta perspectiva que Britto (2003) discorre sobre a visão mitificadora da leitura,
presente no discurso corrente na escola. O mito ocorre, principalmente pela
inculcação da ideologia salvacionista da leitura capaz de levar o indivíduo a
ascender-se profissionalmente ou tornar-se mais solidário ou cidadão.

Esta concepção de leitura tem fundamento no ato de ler como hábito que se
adquire no consumo de informações pelo livro ou na aula, não considerando que a
leitura exige trabalho de reflexão diante do texto, em que o indivíduo precisa
assumir-se como co-autor da obra lida, fazendo intervenções, dialogando com o
texto a partir das suas representações de mundo, bem como considerando àquelas
que o texto traz consigo, como os interesses e compromissos dos agentes
produtores de textos.

Isto significa que para a leitura de um texto o desempenho do leitor é


imprescindível, não como um mero receptor ou decodificador da mensagem, mas o
seu envolvimento neste processo exige um trabalho intelectual na sua relação com
o texto, "o texto participa como um conjunto de obrigações que o leitor dialoga do
que uma mensagem estrita" (Hérbrad, 2001).

Ao ler o leitor reativa suas aquisições culturais anteriores e estabelece uma


produção de sentido, remodelando seu universo intelectual, pois o seu repertório é
acrescido de representações, numa nova contextualização, com um outro sentido,
multiplicando os pontos de vista sobre o mesmo espetáculo ou acontecimento, um
processo de ruptura, portanto no mundo da cultura erudita.

Ler é uma maneira de estar informado e, neste sentido, de participar do espaço


público; é um instrumento intelectual importante, articulando o domínio de
discursos e formas de pensar bastante específicas; é uma ação tipicamente
metacognitiva, já que no momento em que lê a pessoa não apenas explora um
conteúdo como reflete sobre o texto que o apresenta de maneira muito mais
intensa do que ocorre com outros meios; é uma situação que favorece o
pensamento reflexivo e analítico, já que supõe monitoramento ativo e consciente
da atividade intelectual; é uma possibilidade aguda de experiência estética sobre
um objeto cultural intensamente elaborado e reelaborado. (BRITTO, 2003, p. 134)

Outro aspecto relevante abordado por Britto (2003) é a pedagogia do gosto pela
leitura que muito tem haver com a questão do entretenimento, da diversão
semelhante à cultura de massa, a linguagem é colada na oralidade e o
conhecimento reproduz o cotidiano, de senso comum, diferentemente da leitura
que exige do sujeito uma ruptura e desligamento do real, esforço e habilidades
específicas para a compreensão de um texto de forma crítica e autônoma, sem
tomar o texto como verdade absoluta.

Neste contexto, cabe a escola, principal instituição que promove a democratização


do saber pelo acesso aos bens culturais, proporcionar leituras que desenvolvam
esta prática na compreensão do que está em jogo como o desvendamento dos
códigos narrativos empregados nos textos e acionamento dos valores construídos a
partir das experiências sociais dos leitores em questão.

Dessa forma a leitura aqui proposta é aquela que não visa somente a atender o
sistema vigente, aprender a ler e a escrever para ser útil ao mercado, conforme
analisa Osakabe (1983): "alfabetiza-se o indivíduo para que seja mais produtivo ao
sistema: por exemplo, para que leia e compreenda instruções escritas no trabalho,
para que leia e compreenda ordens e mandamentos que zelam a todo canto para a
manutenção da ordem. Para, além disso, a alfabetização não parece necessária: a
manipulação ativa da escrita (o ato de escrever, por exemplo) se faz dispensável
pela imposição das fórmulas já prontas, por modelos estabelecidos e consagrados
em manuais de ampla difusão (...) O que significa, em outros termos, que este (o
indivíduo) se põe em contato com um universo fechado, orgânico e coeso, que se
impõe como real o que desenraiza de seu lugar histórico e homogeneíza. Mais do
que isso, tranqüiliza-o"; mas que para além disso, através da aquisição deste
processo sejam sujeitos pensantes, indaguem sobre a condição humana e lutem
para a transformação do meio em que estão inseridos.

A educação busca realizar os propósitos básicos de ajudar os jovens a prepararem-


se para o exercício de uma profissão em sua vida adulta e integrá-los na sociedade,
como cidadãos e membros de uma cultura comum. Ou seja, a educação tem o
papel de formar jovens capazes de desempenhar uma atividade profissional útil à
sociedade, prepará-los para atuar como cidadãos em suma sociedade democrática.
Na realização destes objetivos, a educação geral que não termina no ensino médio,
mas deve continuar por toda vida, não deixando de ser ampliada nos cursos de
graduação, período ainda de formação dos jovens.(Santos Filho, 2007, p. 21)

Para tanto a leitura que pode levar professores e estudantes a


desempenharem o papel de leitores-sujeito, críticos e criativos é aquela que
representa a arte, uma vez que a arte é a contemplação da vida, introspecção, faz
lembrar a morte e, portanto, a precariedade da vida e pode ser um meio de
construção de identidade, como afirma Bosi

A arte tem representado, desde a Pré-História, uma atividade fundamental do ser


humano. Atividade que, ao produzir objetos e suscitar estados psíquicos no
receptor, não esgota absolutamente o seu sentido nessas operações. Essas
decorrem de um processo totalizante, que as condiciona: o que nos leva a sondar o
ser da arte enquanto modo específico de os homens entrarem em relação com o
universo e consigo mesmos. (2000, p. 8)

A leitura literária como experiência estética pode contribuir para um melhor


desempenho escolar dos estudantes pela aquisição das habilidades linguísticas,
uma vez que o texto literário é polissêmico e exige do leitor durante o ato da leitura
um processo de troca e de aprovação, o que lhe dá ilusão de independência e de
escolha, mas que na verdade envolve as memórias históricas coletivas e
individuais, muitas vezes já determinadas pelo próprio texto. Segundo Eco (2003)
"as obras literárias nos convidam à liberdade da interpretação, pois propõem um
discurso com muitos planos de leitura e nos colocam diante de ambiguidades e da
linguagem e da vida. Mas para poder seguir neste jogo, no qual cada geração lê as
obras literárias de modo diverso, é preciso ser movido por um profundo respeito
pela intenção do texto".

No entanto, o ensino da literatura, desde suas origens no currículo escolar,


tem se voltado como um conhecimento para as classes dominantes, a falta de
acesso aos bens culturais e o ensino enciclopédico, em que os textos são estudados
por meio do livro didático, fragmentados seguindo a lógica das escolas literárias, de
maneira historicizante possibilitando o distanciamento dessa concepção de
formação literária na escola.

No âmbito do trabalho de investigação propõe-se repensar as metodologias de


ensino de leitura literária no Ensino Médio, considerando que é nesta fase escolar
que os estudantes começam a fazer as suas escolhas quanto a sua formação, seja
ela voltada para o mercado de trabalho ou para o ingresso no Ensino Superior.
A escola, juntamente com outras instâncias, como a família, os amigos e os meios
de comunicação são responsáveis pela formação dos jovens, mas é nela que ocorre
o único meio formal de instrução, por isso a necessidade de se encontrar
estratégias de leitura que envolvam professores e estudantes com condições de
leitura participativa e criativa, como a de enunciação e de antecipação,
desvendamento dos temas, formulação de hipóteses, identificação das marcas dos
textos e analogias com outras obras afins, produções de textos que debatam os
temas, articulações entre as experiência pedagógicas desenvolvidas na sala de aula
com outras instâncias formativas como a biblioteca, o teatro e o cinema.

Pretende-se, portanto, que o professor assuma a posição de agente do processo de


aquisição do conhecimento, conhecendo as práticas culturais e sociais dos
estudantes, lendo com eles, intervindo no texto literário, proporcionando um
ambiente de respeito e de liberdade de expressão para que possam participar dos
debates sobre os textos, considerando o tempo dedicado às aulas, a localização, o
contexto histórico e as ideologias de época, ou seja, o professor atuando de forma
responsável bem preparado teoricamente e na prática.

Essas podem ser possibilidades de aprendizagem de leitura literária em que


não só os estudantes participam do processo, mas também os professores
envolvidos assumindo a leitura como um ato político, do qual não podem se eximir.

BIBLIOGRAFIA:

BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a Arte. São Paulo, Ática, 2000.

BRITTO, Luiz Percival Leme. Contra o consenso - cultura escrita, educação e


participação. Campinas: Mercado de Letras 2003.

CHARTIER, Roger (org.). Práticas da leitura. São Paulo: Estação Liberdade, 2001.

ECO, Umberto. Sobre a Litertura. Rio de Janeiro: Editora Record, 2003.

GERALDI, João Wanderley (org.) O texto na sala de aula. Cascavel: Assoeste,


1984. Edição revista: São Paulo, Ática, 1997.

SANTOS FILHO, José Camilo. Educação geral na universidade como instrumento de


preservação da herança cultural, religação de saberes e diálogo de culturas. In :
Universidade e Educação Geral - para além da especialização. Editora Alínea,
2007.

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