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Capítulo Quarenta e Três: Ligação Sangüinea


As portas do elevador abriram e Harry saiu correndo. Ele correu por um corredor
que levava à inúmeros quartos, ocupados por bruxos que estavam extremamente feridos.
O garoto não conseguia escutra nada, a não ser seu próprio sangue rugindo em suas ore
lhas. Ele sabia que algo horrível tinha acontecido assim que sua cicatriz começou a
doer. Harry tinha acabado de se recuperar da agonizante dor e tentava se acalmar
. Sua cicatriz começar a doer nunca foi um bom sinal.
As suspeitas de Harry foram confirmdas, quando ele recebeu uma mensagem de texto
de Damien. O coração do garoto parou quando ele leu a mensagem.
'PAPAI ESTÁ SERIAMENTE FERIDO, VENHA PARA ST.MUNGO´S, O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL'
Harry procurou freneticamente por algum sinal de Damien, ou até mesmo de sua mãe. El
e não conseguia ver ninguém. O garoto entrou em um corredor e viu seu irmão mais novo
sentado com as mãos na cabeça. Ele estava sozinho. Harry rapidamente aproximou-se de
le, Damien olhou para cima ao ouvir os passos. O moreno de olhos verdes sabia qu
e seu irmão mais novo não o reconheceria, já que ele estava com glamour. Harry nunca s
eria capaz de entrar no hospital sem esse feitiço.
O garoto pegou sua varinha e tirou o glamour, assim Damien o reconheceria. Harry
correu pelo corredor ao ver seu irmão levantar. Ambos se abraçaram. O mais velho co
nseguia ver como Damien estava mal, ao observar as lágrimas secas em suas bochecha
s. O Gryffindor ficou soluçando nos ombros de Harry. O garoto se afastou gentilmen
te e lutou contra as emoções que estavam o dominando. 'Se Damien estava chorando, is
so quer dizer que James tinha...'
Damy, o que aconteceu? Harry conseguiu dizer.
Eu... eu não sei! Os curandeiros estão lá dentro com papai... mamãe, tio Siri e Moony estã
lá dentro também. Eles entraram uns minutos antes de você chegar. Eu não sei Harry! Pap
ai perdeu muito sangue! Ele... ele não parecia... ele não parecia vivo! Damien começou
a chorar novamente.
Harry ficou parado escutando seu irmão. Ele conseguia sentir seu coração batendo contr
a seu peito.
Damy, você sabe o que aconteceu com ele? Como ele ficou ferido? Harry perguntou.
Damien contou para o irmão tudo o que aconteceu desde quando ele voltou para a Toc
a. Harry escutou em silêncio, sentindo seu estômago se revirar ao ouvir os detalhes
do ataque dos Comensais.
Tio Siri disse que ele estava duelando com... com... ele. Ele fez isso! Ele estav
a quase matando papai, mas o Professor Dumbledore chegou a tempo. A maldição da mort
e estava quase acertando papai, mas o Professor Dumbledore o salvou. Tio Siri di
sse que o Diretor convocou papai e o retirou da mira da maldição. Se ele não fizesse i
sso a tempo, papai teria sido morto! Damien disse rouco.
Harry sabia quem 'ele' era. Damien referiu-se à Voldemort. James foi atacado e qua
se foi morto por Voldemort! O garoto sentiu uma estranha emoção borbulhar dentro del
e. Ele odiava Dumbledore. Ele odiava o Direto por tentar usá-lo, assim como Voldem
ort tentou. Harry não via nenhuma diferença entre os dois bruxos. Ambos queriam pode
r e ambos estavam dispostos à sacrificá-lo no processo. Mas agora esse bruxo tinha s
alvo a vida de seu pai.
Por que você está sozinho? Aonde estão seus amigos? Harry perguntou, bravo por seu irmão
er sido deixado sozinho nesse momento tão estressante.
Eles estão no piso superior. Bill, o irmão de Ron, ele também está bem ferido. Ele está na
cirurgia agora. Damien respondeu triste.
Bill! Ele é quem... Harry começou, mas percebeu que não conseguia terminar a frase.
É, ele é quem se casou hoje. Ele prometeu à Fleur, sua esposa, que voltaria. Ele voltou
, mas o seu rosto... Ele está desfigurado, Harry. Bill foi muito machucado. Eles a
inda estão tentando tirar todo o vidro de seu corpo.
Antes que Harry pudesse dizer alguma coisa, sons de passos começaram a se aproxima
r. O garoto rapidamente colocou o glamour de volta e mudou sua roupas para um mo
delo do uniforme de St.Mungus. Ele rapidamente afastou-se de Damien e fingiu que
estava olhando os documentos que estavam fora dos quartos.
Lily, Sirius e Remus saíram de um corredor. A ruiva correu e abraçou Damien, enquant
o chorava levemente. Os dois homens estavam pálidos ao extremo.
Mãe! Como ele está? Mãe! O que há de errado? Damien perguntou com medo.
Nós não sabemos ainda Damy, o Curandeiro Davis ainda o está atendendo. Sirius disse, enq
uanto tirava Lily, que estava soluçando, de cima do adolescente.
Harry assistiu tudo há alguns metros de distância. Ele sentiu seu coração doer ao ver su
a mãe chorando. Ele queria estar ali com ela, mas o garoto sabia que mesmo se isso
fosse possível, ele nem mesmo saberia como confotá-la.
Depois de alguns minutos, o Curandeiro Davis saiu de um quarto. Os três adultos e
Damien ficaram em pé e foram em direção à ele. Harry estava parado em um canto, escutand
o as novidades.
Curandeiro Davis! Como ele está? Ele vai ficar bem? Lily perguntou imediatamente.
Harry deu uma espiada no corredor e viu o Curandeiro de meia idade olhar para Li
ly tristemente.
Eu realmente sinto muito Sra. Potter, mas seu marido não está mostrando nenhum sinal
de recuperação. Acertaram-no com uma maldição bem negra, a maldição Markiline. Ela tira a m
ca da vítima. Deixa a pessoa sem nenhuma reserva de magia. Como vocês já sabem, para c
urar alguém, o paciente tem que ter mágica para restaurar o corpo e a mente. Infeliz
mente, o Sr. Potter tem pouca magia restante, portanto ele não está respondendo à nenh
um dos feitiços de cura. Seu corpo não é capaz de se sustentar até que sua mágica se reest
abilize. Eu realmente sinto muito, o Sr. Potter não vai passar dessa noite.
Harry sentiu seus joelhos enfraquecerem, ao ouvir as últimas palavras que saíram da
boca do Curandeiro. James ia morrer! Ele não ia conseguir!
Harry assistiu a reação dos outros como se fosse em câmera lenta. Lily arregalou os ol
hos e seus orbes esmeralda encheram-se de lágrimas. Ela começou a sacudir a cabeça e m
urmurar alguma coisa. O garoto conseguiu ouvir as palavras. 'Não, não, não, isso não é ver
dade! Não pode ser! Ele não vai me deixar, ele não pode me deixar'.
Sirius e Remus agarraram o Curandeiro pelas suas vestes e começaram a gritar com e
le.
O que você quer dizer com 'não vai passar dessa noite'!? Claro que ele vai! Sirius gri
tou.
Você tem que fazer alguma coisa Curandeiro Davis, James tem família! Ele tem mulher e
dois filhos. Você não pode desistir dele. Remus choramingou.
Eu realmente sinto muito, mas como eu disse, não há esperanças. Não há nada que eu possa f
zer. Sinto muito. O Curandeiro Davis tirou gentilmente as mãos de Sirius de seu col
arinho.
E se alguém doar um pouco de magia para James? Ele ficaria bem, certo? Ele poderia
sobreviver. Lily disse imediatamente.
O Curandeiro sacudiu sua cabeça tristemente.
Isso não seria possível. Primeiro o doador teria que sobreviver. Dar sua mágica para al
guém é uma coisa muito dolorosa e arriscada. Nossa magia é ligada à nossa alma. Além do ma
is, o tanto de magia que o Sr.Potter precisa é muito grande, não tem como alguém doar
aquela quantidade. E por último o doador tem que ser do mesmo sangue. Apenas um fa
miliar do mesmo sangue poderia doar a magia, já que os dois núcleos tem que ser bem
parecidos para que tudo dê certo.
Damien abriu a boca para, obviamente, oferecer sua magia.
Desculpe filho, mas você é muito jovem. Você nem mesmo atingiu sua maturidade mágica aind
a. A transferência iria te matar e não seria o suficiente para salvar seu pai. O Cura
deiro disse com compaixão.
Harry podia ver as lágrimas descendo dos olhos avelã de Damien, quando o menino asse
ntiu. O Curandeiro saiu, dizendo que St.Mungus estava com mais ou menos uns quat
rocentos feridos devido ao ataque. Ele tinha que atendê-los. Assim que o Curandeir
o foi embora, Lily virou e abraçou seu filho mais novo, antes de começar a chorar. A
mbos caíram no chão. Sirius e Remus engoliram suas lágrimas, antes de tentar confortar
mãe e filho.
Harry sentiu seu coração doer ao observar sua mãe e seu irmão chorarem por causa da mort
e certa de seu pai. O garoto queria se aproximar e confotá-los. Ele queria, desesp
eradamente, estar com os dois naquele momento. Harry assistiu Sirius levantar Da
mien e Remus abraçar Lily.
Olha o que aconteceu, Moony. James vai me deixar! Ele prometeu que nunca me deixa
ria. Ele jurou que nós viveríamos juntos para sempre! Ele não pode me deixar, não pode! L
ily chorava, enquanto Remus tentava acalmá-la. O homem não conseguia achar palavras
para confortar sua amiga. O que ele podia dizer? 'Tudo vai ficar bem?' Como ele
podia dizer aquilo? Nada ficaria bem, se James os deixasse.
Sirius estava chorando enquanto abraçava seu afilhado. Damien olhou para Harry fur
tivamente. Os olhar dos dois se encontrou e ambos conseguiram confortar um ao ou
tro. Os três adultos foram para o quarto, aonde estava James. Eles queriam ficar c
om o Auror. Harry se virou e caiu no chão. Ele sentou e encostou suas costas na pa
rede. O garoto não sabia o que estava sentindo. Ele sentia uma dor enorme só de pens
ar em perder James, mesmo sabendo que nem ao menos o conheceu direito. O pesar q
ue sentia por Damien e Lily o confundia. Ele conseguia sentir a dor dos dois. Me
smo a tristeza de Sirius e Remus o afetava. Mas Harry também sentia uma raiva e um
a ira tremenda direcionada ao responsável de tudo isso. Voldemort! Ele era o respo
nsável. Ele fez isso com James.
Harry passou as costas da mão nos olhos. Ele sabia o que tinha que fazer. Era arri
scado e muito perigoso, mas na mente dele, não havia mais nenhuma alternativa. Ele
não ia perder James.
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Harry checou se seu glamour ainda estava no lugar. Ele tinha que ter certeza de
que estava irreconhecível. O garoto apontou a varinha para sua garganta e mudou su
a voz. Harry andou em direção ao quarto, respirou fundo e bateu na porta antes de en
trar.
A primeira coisa que ele viu foi um pequeno grupo em volta da cama. O garoto tev
e que segurar sua surpresa ao ver James deitado nela. O homem estava pálido como a
morte e conectado à várias máquinas. Harry limpou a garganta e olhou direto para Siri
us.
Licença, eu realmente sinto muito, mas tenho que pedir que vocês saiam por um momento
. Eu tenho que trocar as máquinas do Sr. Potter. Harry segurou uma pequena máquina em
sua mão para que os outros vissem.
Sirius o olhou surpreso. Damien o olhou assustado, o menino sabia que era Harry
disfarçado. Ele pegou a mão de sua mãe e gentilmente a fez se levantar.
Antes que eles pudessem sair, Sirius disse.
Qual é a necessidade de trocar as máquinas? O Curandeiro Davis disse que não há esperança!
le falou nervoso.
Sempre há esperança. Harry disse baixinho.
Eu apenas apenas tenho que fazer o trabalho que me mandaram fazer. Se vocês não se im
portam... Será apenas alguns minutos. Harry disse um pouco alto.
Remus segurou os braços de Sirius e o puxou para fora do quarto, ambos foram segui
dos por Lily e Damien. Harry trocou olhares com irmão, antes que o menino saísse. O
moreno de olhos verdes esperava que Damien entendesse tudo e ficasse o mais long
e possível.
Harry rapidamente trancou a porta e lançou um feitiço 'Silencio'. Ele realmente espe
rava que ninguém o interrompesse. O garoto virou para olhar seu pai, deitado na ca
ma a sua frente, respirando seus últimos suspiros. Ele tirou o glamour e andou até a
cama.
Harry olhou para a figura que estava imóvel. Uma das máquinas mostrava como estavam
os níveis mágicos de James. O garoto conseguia ver que o Curandeiro Davis estava cer
to, James tinha pouquíssima mágica dentro dele. Harry sabia qual era o feitiço que Vol
demort lançou nele, era uma maldição terrível e provavelmente uma das mais negras.
Harry olhou para a face de James e sentiu sua garganta se fechar ao olhar para o
homem, cujo ele cresceu odiando. O garoto sabia que todas aquelas memórias dos Po
tters eram mentiras, mas não conseguia impedir as emoções que vinham com elas. Harry l
embrava ter ficado acordado de noite, quando era um garotinho, pensando em todas
as coisas que ele poderia fazer para que seu pai o amasse. Ele costumava promet
er que ia se comportar para que seu pai o amasse e nunca mais o machucasse. A do
r que o garoto sentiu ao perceber que seu pai sempre o amou e nunca o machucou,
era uma das coisas que o fazia odiar Voldemort. Harry respirou fundo e falou com
James.
Eu não sei se é verdade que se pode escutar os outros quando se está em coma. Eu realme
nte não sei se você pode me escutar e me entender, mas eu não tenho outra escolha agor
a. Eu nem mesmo sei o que dizer. Harry falou quase sussurrando.
Eu cresci te odiando. Eu sempre quis vê-lo destruído e quase consegui sucesso nisso.
Mesmo assim, quando eu te vejo hoje, eu sinto como se uma parte de mim esteja mo
rrendo também. Eu... eu nem mesmo te conheço. Eu não sei qual é sua comida favorita, ou
sua cor favorita. Eu não sei o que você gosta de fazer nos finais de semana, ou quai
s são seus hobbies. Exceto por um, Quadribol! Isso é tudo o que eu sei sobre você, que
você ama Quadribol. Harry respirou fundo para controlar as emoções.
Eu sei que eu ferrei com tudo. Eu tinha uma chance de voltar e estraguei. Eu real
mente sinto muito, Deus, eu sinto muito. Se eu pudesse voltar no tempo, eu faria
tudo certo, mas eu não posso. Mesmo com toda a minha mágica, eu não posso voltar tant
o. Pai, por favor, me dê uma chance de conhecer você. Eu sei que há a possibilidade, u
ma boa possibilidade, de eu não poder conhecer você. Eu não vou sobreviver por tanto t
empo, mas eu não posso viver sabendo que nunca poderei conhecê-lo por causa que você não
está mais aqui. Eu preciso dessa pequena esperança para sobreviver.
Harry apertou sua varinha, quando disse as últimas palavras para James. Ele transf
igurou a madeira em uma faca e ficou em silêncio por um tempo. Ele podia fazer iss
o. Esse era o único jeito de salvar seu pai. Harry ficou um pouco inquieto, sabend
o o que aconteceria se tudo desse certo. Com tanto que ele voltasse para seu qua
rto na estalagem, ele ficaria bem.
O garoto segurou a mão de seu pai e fez com que a palma ficasse virada para cima.
Do meu sangue para o seu, da minha essência para a sua. Eu te dou meu núcleo mágico, as
sim o seu pode ser restaurado.
Harry passou a adaga afiada na palma de sua mão e fez um corte significante. Ele f
ez o mesmo com James e viu as gotas de sangue saírem. Assim que as palavras termin
aram de sair de sua boca, o garoto pressionou sua mão contra a de seu pai. Os dois
ferimentos se uniram e Harry sentiu uma dor imensa o consumindo. Ele mal conseg
uia conter seus gritos, enquanto a magia passava de uma pessoa para outra. O gar
oto fechou os olhos e apertou a ponta da cama, para não cair. Ele tinha que manter
a conexão para que James conseguisse a quantidade certa de magia. Harry estava lu
tando para ficar consciente, ele nunca esteve sobre tanta dor antes. Era insupor
tável. O moreno de olhos verdes não conseguiu mais segurar sua agonia e soltou um gr
ito ensurdecedor.
Ele estava feliz, porque o feitiço 'Silencio' impediu que todos o ouvissem. Harry
forçou para que seus olhos abrissem e olhou para James. Havia uma estranha luz o e
nvolvendo e a palidez de sua pele estava mudando quase que imediatamente. O garo
to olhou para o monitor que mostrava os níveis mágicos de James, ele conseguia ver u
ma rápida recuperação. Havia apenas um pouco para estabilizar tudo e então, James conseg
uiria o suficiente para melhorar.
Harry apertou a cama, ele realmente não aguentava mais. O garoto sentia como se se
u coração fosse explodir de dor e soltou outro grito agonizante.
Por favor, por favor, pára, pára. Harry gritava.
Ele estava lutando contra si mesmo. Uma parte dele queria parar, mas a outra par
te se recusava a soltar. Harry sentiu seus joelhos enfraquecerem e sabia que ia
cair se não soltasse. O garoto olhou para o monitor e viu que o nível mágico estava es
tabilizado. Ele soltou a mão de seu pai e caiu no chão. A conexão foi quebrada imediat
amente e ele se sentiu fraco. Harry estava suando dos pés a cabeça. Com o corpo trem
ia, ele se sentou e olhou para James. O corte na mão do Auror começou a se curar ime
diatamente. O garoto olhou para sua própria mão e viu que o corte ainda estava abert
o e sangrava muito. Ele viu que algumas gotas estavam caindo no chão. Harry rapida
mente cortou um pedaço do lençol da cama e enrrolou em sua mão. Ele transformou sua va
rinha de volta e se levantou. O moreno de olhos verdes mal conseguia ficar em pé,
seus joelhos tremiam e seu corpo inteiro estava dolorido. Ele conseguia ver que
James respirava normalmente. Harry rapidamente foi em direção à saída. Ele colocou seu g
lamour de volta, conseguindo com sucesso mudar sua aparência. O garoto destrancou
a porta e saiu, cuidadosamente colocando sua mão no bolso. Ele não queria encostá-la e
m nada.
Está tudo feito, obrigado. Harry disse rapidamente, indo em direção ao elevador, o mais
rápido que ele saísse de lá, melhor.
O garoto nem mesmo ficou para ver a reação de Lily, Sirius, Remus e Damien quando el
es entrassem no quarto e vissem o que aconteceu com James. Ele escutou os gritos
de 'Curandeiro Davis' vindo de Remus e Lily quando as portas do elevador se fec
haram.
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James sentiu sua mente clarear, ele tentou abrir os olhos, mas os fechou rapidam
ente, quando a luz os acertou, eles estavam sensíveis. O homem sentiu como se alguém
estivesse aumentando o volume do quarto. No começo parecia o som do seu coração, depo
is o som virou murmúrios, mas ele não conseguia entender o que era dito. Então as voze
s ficaram mais altas e tudo ficou mais claro.
James conseguia ouvir Lily gritando seu nome e conseguia escutar a voz de Damien
ao fundo. Ele queria dizer que estava bem, mas não conseguia, havia algo em sua b
oca. James fez força para abrir os olhos e a primeira coisa que enxergou foi um ho
mem de meia idade. Ele percebeu que não estava com seus óculos e que não podia abrir a
boca pedi-los de volta.
James ouviu o homem falar com ele.
Sr.Potter, você está no hospital St.Mungu´s. Eu sou o Curandeiro Davis. Você pode me ouvi
r?
James apenas conseguiu assentir com a cabeça e mesmo ao fazer isso, uma dor horrível
perpassou seu corpo. O homem tentou levantar a mão para retirar o que estava em s
ua boca, assim ele poderia falar. James ficou chocado ao perceber que não havia na
da ali. Sua mente tentou lhe alertar que sua boca apenas estava inchada e muito
delicada, por isso a dificuldade de abrí-la. Ele tentou falar de novo, mas apenas
saiu um murmúrio. Assim que sua visão clareou, ele viu duas figuras se aproximando,
Lily e Damien.
James sentiu seu coração contrair ao ver as faces cheia de lágrimas deles. Ele honesta
mente pensou que nunca os veria de novo. O Auror lembrou da luz que foi em sua d
ireção, ele sabia que Voldemort ia lhe matar e que ele nunca veria sua família novamen
te e nunca traria Harry de volta para casa. James lembrou vagamente de ser acert
ado por um feitiço, mas que não foi a maldição da morte. Seu corpo sentiu um impulso vio
lento e ele sentiu o ar passando como se estivesse voando na direção oposta. A última
coisa que ele lembrou foi a face de Dumbledore o olhando preocupadamente, antes
de ficar inconsciente.
James percebeu que Dumbledore chegou no último momento e o salvou. Ele tentou fala
r de novo.
L-Li-Lily! O Auror conseguiu dizer, dolorosamente.
Lily acariciou a face do marido gentilmente e beijou sua testa.
Eu estou aqui James, eu estou aqui. Ela disse suavemente.
Sra.Potter, por favor, eu tenho que terminar o exame no Sr.Potter. O Curandeiro Da
vis interrompeu.
James escutou o tom ríspido de Sirius.
Pra quê?! James está bem, não graças à você. Você tinha desistido dele! Como você explica
James não ficou surpreso ao ouvir que o Curandeiro desistiu dele. Ele mesmo já tinha
desistido de sobreviver.
Sr.Black, por favor, controle-se. Eu preciso descobrir o que aconteceu. Não é possível
que os níveis mágicos dele que estavam perigosamente baixos, tenham sido restaurados
quase toltalmente!
James tentou sentar para ver Sirius. Damien imediatamente colocou suas mãos no pei
to de seu pai para impedí-lo de se mover e sem dizer nada colocou gentilmente os ócu
los no pai. James o olhou agradecido.
Bem, como você explica isso?! Remus perguntou gentilmente, mas com um tom irritado.
Obviamente o homem estava bravo com o Curandeiro por ele dizer que o Auror não ia
sobreviver, quando claramente seu amigo foi capaz de se recuperar.
Eu não sei, como eu disse antes, o Sr.Potter estava com os níveis mágicos quase vazios.
Como eles voltaram ao normal, está além de mim. Tinha alguém aqui dentro com vocês que
possa ter saído agora a pouco? O Curandeiro perguntou.
Não, estava apenas nós quatro e James. Lily respondeu.
Sr.Potter, eu sei que isso é complicado, mas você sentiu a presença de alguém quando esta
va em coma? O Curandeiro perguntou.
James estava tentando acalmar seu coração. Ele estava certo de que tinha sido apenas
um bizarro sonho, induzido pelo coma, que ele presenciou. Não era possível. Harry não
podia ter vindo aqui, podia? Ele não sabia como foi o sonho, mas sentiu a forte p
resença de Harry, bem antes de acordar. James balançou a cabeça, ele não queria menciona
r seu filho mais velho para um completo estranho. O Curandeiro pareceu um pouco
desapontado.
Bem, creio que vamos descobrir isso. Eu tenho que terminar de te examinar. Ele dis
se e dessa vez estava com um sorriso na face.
Assim que o Curandeiro se aproximou da cama, ele viu algumas gotas de um líquido v
ermelho nas cobertas. Seu sorisso foi trocado por um franzir de testa.
O que é isso? Disse mais para si mesmo.
Todos no quarto olharam para o que o Curandeiro estava se referindo. Os feriment
os de James estavam bem enfaixados, não podia ser o sangue dele. Davis olhou para
o chão e viu algumas gotas ali também.
O Curandeiro pegou um recipiente e colocou um pouco do sangue ali dentro e então a
pontou sua varinha para o vidro e murmurou um feitiço.
Imediatamente um nome apareceu no vidro. Davis olhou para as incrições e então olhou p
ara James e para os outros, uma expressão hororizada estava em sua face.
Aqui diz que o sangue pertence à Harry James Potter!
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Como Harry conseguiu chegar na estalagem, ele não sabia, mas de algum modo o garot
o conseguiu entrar no seu quarto e trancar a porta antes de cair no chão. Ele trem
ia dos pés a cabeça e conseguia sentir a febre chegando. Harry estava fazendo máximo q
ue podia para chegar na cama, mas não conseguia.
O garoto nunca ficou doente antes. Ele lembrava de ter ficado realmente mal em u
ma de suas lembraças 'Potter'. Ele tinha sido largado sozinho para se recuperar e
passou dias inteiros deitado em sua pequena cama em seu quarto. Harry se arrepia
va e tremia só de pensar em todo o tempo que ele ficou sem receber nenhum remédio.
Ele se lembrava daquele tempo e que tinha jurado sempre cuidar de si mesmo e nun
ca ficar doente de novo. O garoto sabia que ninguém o ajudaria a passar por aquilo
e ficar tão vulnerável o deixava enojado.
Harry tentou novamente ir para a cama, mas ele apenas conseguiu andar um pouco a
ntes de cair. O garoto sabia que sua mágica levaria uns dez dias para se restaurar
. A febre estava vindo por causa do feitiço que ele fez. Sua mão estava dolorida e a
inda sangrava muito. Ele não conseguria curar o ferimento direito e nenhuma poção fari
a efeito até que sua magia voltasse ao normal. Harry esperava que até lá ele conseguis
se sobreviver, antes de ficar inconsciente.
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James ficou paralisado com o que o Curandeiro disse. O sangue de Harry estava em
sua cama! O que aconteceu? Onde estava Harry agora? Por que ele veio e se coloc
ou em perigo?
O que você disse? Isso não pode ser possível! Lily disse para o Curandeiro.
De acordo com o sangue que nós encontramos aqui, ele pertence à Harry James Potter. E
u entendo que ele seja seu filho mais velho. Davis disse, sabendo muito bem quem
Harry Potter era. Todos no mundo mágico sabiam quem Harry Potter era.
Sim, mas ele não podia ter vindo aqui, nós o teríamos visto, nós terímos... De repente Li
se virou e olhou para Sirius. Ambos entenderam na hora.
Aquele, aquele homem! Aquele que veio trocar a máquina! Era ele, tinha que ser! Lily
exclamou.
Que homem... trocar a máquina? O Curandeiro perguntou imediatamente.
Lily e Sirius explicaram como um homem, que era da equipe do hospital pediu à eles
que saíssem do quarto. Ele ficou sozinho com James por no mínimo uns quinze minutos
.
Bem, isso resolve o mistério. Seu filho mais velho é o responsável pela recuperação do seu
marido, Sra.Potter. Você se lembra de quando eu te contei sobre a transferência de m
agia? Bem, aparentemente seu filho escutou também e decidiu seguir em frente com a
idéia. Por isso o sangue foi encontrado aqui.
Lily ficou chocada.
Mas você disse que a transferência era muito perigosa e o doador morreria se tranferi
sse sua magia!
Realmente eu disse. De qualquer modo, existe exceções, um indivíduo extremamente podero
so, com uma grande quantidade de magia, pode fazer a transferência e sobreviver. M
as é uma coisa bem dificil de se fazer. Francamente, eu estou surpreso que ele pos
sa ter feito tudo sozinho, sem nenhuma ajuda ou supervisão.
O que... o que poderia acontecer com ele... digo, em que condição Harry poderia estar
? Lily perguntou com medo da resposta.
Temo que ele estaria com muita dor, Sra.Potter. Sinto muito, mas eu tenho que ser
brutalmente honesto com você. Ele realmente precisaria de uma atenção médica. Até que sua
magia volte ao nível normal, ele vai precisar de ajuda. Veja bem, quando sua magi
a é transferida para outro corpo, você se torna fraco. Como eu disse, a mágica de uma
pessoa é conectada à sua essência vital, portanto se a magia for doada para outra pess
oa seu corpo entra em choque. Pode haver náusea, febre, dor, contrações musculares e e
m alguns casos, doenças sérias. No caso do seu filho, Harry... ele precisa de ajuda.
Ele não vai ser capaz de se cuidar sozinho.
Todos prestaram atenção nas palavras do Curandeiro. Isso significava que Harry não ser
ia capaz de duelar contra um Comensal da Morte, nem contra um Auror em seu estad
o atual.
James sentou com seus punhos fechados. Harry fez isso por ele. O garoto sacrific
ou sua magia para salvá-lo! O risco foi imenso. Primeiro em vir aqui e depois em f
azer esse feitiço super perigoso. E se algo desse errado?! James segurou suas lágrim
as de raiva. Ele era o pai de Harry! Ele tinha que proteger seu filho. Ao invés di
sso, o garoto de dezesseis anos enfrentou um enorme perigo para salvar seu pai.
Damien escutou palavra por palavra do Curandeiro. Ele tinha um grande respeito p
or Harry. O garoto de dezesseis anos era seu irmão e Damien sabia que não conseguiri
a passar por tudo que ele passou. Mas o fato de que Harry fez algo como aquilo p
elo pai deles, o fez respeitá-lo ainda mais.
Damien esqueceu de todos. O menino ia atrás de seu irmão, afinal de contas, ele era
o único que sabia exatamente aonde Harry estava.
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N/T: UFA! (Essa será minha única palavra...)


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Capítulo Quarenta e Quatro: Sorte Estranha
Harry acordou no meio da noite. Ele ainda estava deitado no chão frio de seu quart
o. O garoto abriu os olhos e tentou levantar a cabeça para ver aonde estava. Sua v
isão ficou borrada, quando tentou olhar em volta. O moreno cuidadosamente levantou
e gemeu por causa da dor que sentia. Ele mal conseguia abrir os olhos, devido à s
ua febre.
Harry finalmente chegou até sua cama e caiu. Ele nem mesmo se preocupou em trocar
de roupa e ao invés disso deitou com elas ainda no corpo. Sua boca estava seca e s
ua língua ríspida. O garoto sabia que para pegar água teria que levantar, já que sua mag
ia sem varinha não ajudaria até que suas reservas estivessem normalizadas. Mesmo est
ando com sede Harry não conseguia levantar e ao invés de tentar, se curvou na cama e
dormiu um sono induzido pela febre.
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Damien estava extremamente preocupado. Seu pai ainda estava no hospital, já que o
Curandeiro Davis o queria em observação, apenas para assegurar que seus machucados m
elhoraram. O Curandeiro foi forçado, por lei, à reportar que Harry esteve em St.Mung
u´s. Como o previsto, a mídia inteira foi para lá em um instante. Eles já estavam presen
tes no hospital, fazendo reportagens sobre o ataque. Damien foi rapidamente esco
ltado de volta para casa, para evitar perguntas da imprensa. Ele era um alvo fácil
, sendo o irmão do Príncipe Negro e tudo mais. Lily não o deixava sair de fora do alca
nce de sua vista.
Até o ponto em que Damien sabia, a família Weasley ainda estava no hospital com Bill
. Ele não podia pedir ajuda para eles. Não era certo fazer isso, quando todos estava
m com uma crise interna.
Só restava Hermione. Damien tentou telefonar para ela várias vezez, mas seus pais di
sseram que a garota ainda estava no hospital. O menino não sabia o que fazer. Seu
irmão provavelmente estava em um estado terrível e precisava de alguém, mas ele não tinh
a permissão para sair de casa. Seus amigos não podiam ajudar também.
Damien pediu licença para sua mãe e encaminhou-se para o andar de cima. Ele precisav
a sair de lá, mas não sabia como. Harry ainda estava com a capa de invisibilidade, a
ssim sendo, não poderia usá-la.
Damien sentou em sua cama, tetando pensar em uma solução. Ele pegou seu celular e ma
ndou uma mensagem de texto para Harry. O menino queria saber se o irmão estava bem
. Talvez o Curandeiro exagerou no que disse, talvez Harry estivesse apenas se se
ntindo um pouco doente, mas estivesse bem mesmo assim. Depois de mandar a mensag
em e esperar mais de uma hora, Damien começou a entrar em pânico. Não houve resposta.
Harry devia estar com problemas, ele poderia estar realmente mal. O menino decid
iu que ia fazer o que parecia ser certo. Ele levantou colocou sua capa e estava
quase saindo pela janela, quando a lareira de seu quarto flamejou. Ele correu até
lá. As únicas pessoas que usavam sua lareira eram seus amigos. E para comprovar isso
, a cabeça de Ginny Weasley apereceu. Ela parecia estar bem exausta, como se tives
se chorado muito naquele dia.
"Gin! Você está bem?" Damien perguntou rapidamente.
"Não exatamente, como vai você?" Ginny perguntou com uma voz triste.
"Bem, considerando tudo. Como vai Bill?" O menino perguntou temeroso.
"Ainda na mesma. Ele está em coma. O curandeiro disse que ele deve se recuperar, m
as..." A menina parecia estar perdendo a voz.
"Ginny, eu sinto muito. Como está a Sra.Weasley?" Damien perguntou triste por caus
a das notícias sobre Bill.
"Ela está no hospital com Fleur, as duas vão ficar lá durante a noite. O resto de nós es
tá em casa. Hermione está aqui também. Os pais dela disseram que você a procurou."
É, hum... você escutou sobre o que aconteceu no hospital?" O menino perguntou hesitan
te.
"Sobre a ida dele até lá? Sim, nós todos ouvimos. Ele salvou seu pai! Foi muito corajo
so da parte dele." Ginny disse baixinho.
"Bem... foi, mas ele está com problemas. O Curandeiro disse que ao transferir mágica
para o meu pai, Harry ficou bem doente e fraco. Ele precisa de ajuda. Eu estava
prestes a sair para ajudá-lo, quando você apareceu." Damien disse rapidamente.
"Damien você não pode ir sozinho. Não é seguro. E se sua mãe perceber que você sumiu?" A ru
va perguntou imediatamente.
"Isso não importa! Eu posso lidar com isso depois. Eu preciso ir ajudar Harry. Ele
está muito doente!" O menino disse preocupado.
Ginny pareceu pensar por um minuto.
"Espere aí." Ela disse e desapareceu por um segundo.
Damien ficou olhando para o espaço aonde a cabeça dela estava há momentos atrás. De repe
nte o fogo apagou e ele escutou o som do vento passando. O menino caiu, bem no m
omento em que Ginny saiu da lareira.
Ela levantou e limpou suas vestes. Damien ainda estava lá caído e olhava de boca abe
rta para a menina.
O que? A ruiva perguntou quando ela o ajudou a se levantar.
Você podia ter avisado que estava vindo. Ele disse um pouco irritado.
Eu estou indo com você. Hermione vai me cobrir lá na Toca. Eu vou fazer um feitiço para
cobrir você aqui. Ela se apressou e lançou um feitiço que fez um 'montinho' aparecer n
a cama. A menina então, colocou a coberta de Damien por cima.
A ruiva correu até o amigo e apontou sua varinha para o rosto dele.
Diga alguma coisa. Ela ordenou.
Como o que? Damien perguntou sentindo-se bem idiota.
Isso vai dar. Ginny respondeu e apontou sua varinha para o 'montinho'. O menino vi
u aquilo tomar a forma do seu corpo. Suas feições ficaram um pouco tenebrosas.
Agora se sua mãe vir te chamar, isso vai responder com a sua voz. Apenas algumas pa
lavras como 'estou com sono' ou 'conversaremos amanhã'. George me ensinou isso. O
feitiço é bem simples. Não pode responder coisas complicadas ou particulares. Apenas c
oisas simples.
E se minha mãe tentar me tirar da cama e ver que não sou eu? Damien perguntou.
Então você pode explicar quando voltar. A ruiva disse imediatamente.
Ambos pularam da janela e desceram pelo cano d´água. Eles rapidamente saíram e chamara
m o noitebus andante. Quando os dois estavam dentro do veículo esperando chegar na
cidade trouxa, Damien fez, para Ginny, a pergunta que martelava em sua mente.
Gin, você não veio por causa de mim, né? Quero dizer, eu sei que sua família acabou de pa
ssar por uma tragédia. Eu entenderia se você quisesse ficar com eles essa noite.
A ruiva parecia estar quase chorando, mas ela não deixou uma única lágrima cair.
Se eu ficasse na Toca, eu teria chorado até ficar doente. Eu precisava sair daqui.
Bill... Bill não iria querer que ninguém chorasse sobre ele. Ele vai sobreviver a is
so, eu sei! Ele sempe foi corajoso, sabe?! E de qualquer modo, depois que você me
contou sobre Harry, eu descobri que seria mais útil o ajudando, do que se eu ficas
se chorando a noite inteira!
Damien colocou seu braço em volta dela e sussurrou agradecimentos em seu ouvido. L
ogo eles já estavam indo para a estalagem. Os dois tiveram que fugir do gerente, já
que menores não tinham permissão para entrar. Eles correram para o quarto de Harry e
bateram na porta. Não houve resposta. Ginny tentou bater na porta novamente, mas
ainda assim não houve resposta.
Damien pegou sua varinha, mas Ginny o parou.
Não, Damy! Lembre-se do que Harry disse! Sem mágica.
Como nós vamos chegar até ele? O menino perguntou ao colocar sua varinha de volta no b
olso.
Ginny pensou muito. De repente ela começou a mexer no cabelo e tirou um grampo.
O que você vai fazer com isso? Damien perguntou perplexo.
Eu vi um filme em uma de minhas aulas de estudo dos trouxas. Eu vi um assaltante
entrar em uma casa usando um desses. Eu realmente não sei como ele fez, mas vale u
ma tentativa. A ruiva disse desconfortável.
Ela se ajoelhou e começou a mexer na fechadura com o grampo. Depois de mais ou men
os meia hora, a porta se abriu.
Finalmente! Merlin, porque trouxas tem que fazer tudo ser difícil? Eles precisam de
alguma coisa melhor que sirva para abrir as fechaduras! Damien disse quando Ginn
y se levantou.
É, porque assaltantes acham muito difícil entrar na casa deles. Eles deveriam fazer c
om que tudo ficasse mais fácil. A menina disse sarcasticamente.
Ambos correram para dentro do quarto e fecharam a porta o mais silenciosamente p
ossível. Os dois viraram e perceberam imediatamente a foram de Harry na cama, que
tremia incontrolavelmente. Damien e Ginny apressaram-se para chegar até ele.
O moreno de olhos verdes estava encolhido na cama e suava profusamente. Seu cabe
lo estava grudando na testa e sua pele estava extremamente pálida. Ginny e Damien
gentilmente o viraram de barriga para cima. O menino colocou a mão na testa do irmão
e ficou com uma expressão preocupada.
Ele está queimando, nós temos que abaixar essa febre. Damien disse imediatamente.
Ok, temos que despí-lo primeiro. Ele vai ficar assando dentro dessas roupas. Vou te
ntar pegar um pouco de água gelada.
Ginny correu até a geladeirnha que tinha no canto do quarto. Com exceção da pequena ga
rrafinha de água, não havia mais nada lá dentro. 'Merlin, o que ele come?' A menina se
perguntou ao fechar a porta da geladeira e abrir a do frizer. Ela achou o que p
rocurava. Gelo, muito gelo.
A ruiva procurou por um pote, aonde ela poderia colocar a água. Ginny achou um plást
ico, que aparentemente tinha arroz antes. Ela rapidamente foi até o banheiro e o l
avou, depois, o encheu de água com gelo.
Ginny voltou para a cama e viu que Damien tinha conseguido com sucesso tirar a c
amisa e a capa de Harry. O moreno estava apenas com calças. A ruiva rasgou a ponta
do lençol e a mergulhou na água gelada, antes de colocar sobre a testa de Harry. O
garoto gemeu em seu sono e a menina sentiu seu coração parar. Ele parecia estar sobr
e uma grande dor. Ginny desejou que ele ficasse melhor logo, era horrível vê-lo dess
e jeito.
Damien cortou outro pedaço do lençol e pegou uma garrafa de água da geladeira. Ele jog
ou um pouco do líquido no pano e gentilmente começou a apertá-lo sobre a boca de seu i
rmão. As gotas cairam dentro da boca de Harry e o garoto, aparentemente, relaxou.
Sua respiração, que estava apressada, começou a acalmar, mesmo que apenas um pouco.
Ginny percebeu que havia sangue nas mãos de Harry. Damien tirou o pano que cobria
o machucado e o analisou. Não parecia muito profundo, mas ainda sangrava.
O que nós vamos fazer agora? Não temos nada para enfaixar a mão dele. Acho que Harry pr
ecisa de algum anti-séptico primeiro. Damien sussurrou preocupado.
Ginny mordeu o lábio ansiosa. Ela não sabia nada sobre cuidar de feridas.
"Ron saberia o que fazer. Hermione saberia como usar tratamento trouxa, já que mágic
a não vai ajudá-lo ainda." Ginny disse enquanto tentava pensar no que fazer.
"Damien, apenas tente limpar o ferimento o máximo que possa, depois rasgue mais al
gumas tiras lençol, nós já o arruinamos mesmo, melhor terminar o que começamos."
Damien fez o que ela mandou. Ele rasgou o lençol em tiras, para serem usadas como
faixas na mão de Harry. O menino limpou o ferimento como pôde, com água e depois amarr
ou, bem apertado, uma tira de lençol em volta do machucado. Ele estava feliz por H
arry estar inconsciente, de outro modo, a dor seria enorme.
Entretanto o ferimento se recusava a parar de sangrar. Depois de umas duas horas
, a faixa já estava encharcada de sangue e Damien teve que limpar e enfaixar, a fe
rida, o mais forte possível. Enquanto o menino cuidava do machucado do irmão, Ginny
continuava tentando fazer febre abaixar, colocando na testa dele panos molhados
em água gelada.
Tirando diminuir a temperatura e cuidar do ferimento dele, os dois adolescente não
sabiam mais o que fazer. Ambos tentaram acordar Harry, mas o garoto não respondia
. Os dois ficaram tentando abaixar a febre dele a noite inteira.
Damien podia ver o suor escorrendo pela face do irmão, mas mesmo assim o garoto tr
emia. Sua pele estava pálida e brilhante e de vez em quando ele gemia em sono indu
zido. A noite passava e Ginny continuou colocando panos molhados na testa de Har
ry, o tempo inteiro rezando pela recuperação do amigo. Damien ficou trocando as band
agens da mão do irmão e cada vez mais ficava preocupado.
"Já deveria ter parado de sangrar! Ele está perdendo muito sangue!" Damien disse can
sado, enquanto trocava novamente a bandagem de Harry. Era a oitava vez naquela n
oite.
Eles continuavam colocando gelo no plástico com água, enquanto checavam a febre de H
arry. As primeiras horas da manhã surgiram e nada do garoto acordar. Damien começou
a entrar em pânico.
"Por que ele não acorda? Alguma coisa está errada! Talvez o feitiço não funcionou direit
o. Nós deveríamos levá-lo para um hospital!"
"Damy, não podemos levar Harry para um hospital. Você sabe tão bem quanto eu que eles
não cuidam de Comensais da Morte e Harry é o maior Comensal. Ele vai ficar bem. Sua
febre está bem alta, por isso ele não acorda. Acalme-se." Ginny tentou fazer o adole
scente relaxar.
Logo o sol apareceu e Damien sabia que teria que voltar para casa, se não sua mãe de
scobriria tudo. Com a promessa de voltar depois de algumas horas com os medicame
ntos certos, o menino foi embora. Ginny continuou tentando abaixar a febre de Ha
rry. Ela estava exausta, porque ficou acordada na noite passada também, já que estav
a ajudando nas preparações do casamento de seu irmão. Os acontecimentos trágicos do dia
anterior também a deixaram cansada e além disso a menina passou a noite inteira ao l
ado de Harry. Ginny segurou as lágrimas de tristeza ao pensar em seu irmão. Bill e F
leur iam para sua lua-de-mel hoje, ao invés disso, o homem estava no hospital luta
ndo por sua vida, enquanto ela ficava ao seu lado, chorando e rezando para que o
destino os deixassem ficar juntos.
"Não é justo." A ruiva disse para si mesma. Bill era uma boa pessoa, ele não merecia n
ada disso.
Os olhos castanhos de Ginny observaram Harry. Ele parecia estar mais calmo. Ela
tirou o pano da testa dele e gentilmente afastou sua franja.
'Olhe para ele. Ele não merece nada disso também. Ele é uma boa pessoa. Olhe o que ele
fez por seu pai. Harry tem que fugir de todo mundo. Por quê? Não era culpa dele! Ni
nguém estava disposto a lhe dar uma chance. Não é justo!' Ginny pensou tristemente con
sigo.
A menina pensou que seus sentimentos por Harry iriam mudar com o tempo. Ela esta
va certa. Seus sentimentos se intensificaram nos últimos meses. No começo Ginny pens
ou que o amava, porque ele tinha salvo sua vida. Harry era seu herói. Era o garoto
que ela sempre pensava sobre. Mas quando a realidade surgiu, a menina recuou, p
ois não estava disposta a lutar por ele. Era muito difícil, assim sendo ela desistiu
. Ginny brigou consigo mesma por causa disso.
A ruiva lembrou da primeira vez que o encontrou, foi nos corredores de Hogwarts.
Quando ele esbarrou nela, o garoto foi relativamente legal, mas ela o xingou. G
inny percebeu que Harry não a perdoou por isso.
Ela sorriu ao lembrar de Harry com o uniforme de Hogwarts, ele ficava bem boniti
nho com a roupa, não era de se espantar que as garotas ficassem babando por ele. E
aquela constante expressão entediada que deixava todas loucas por ele...
Ginny olhou para o moreno deitado na cama e percebeu que todos os meses que ela
passou ao seu lado, fortaleceram seus sentimentos. Ela sabia que Harry nunca a a
maria, ele tinha muita coisa em sua vida, mas mesmo assim a menina não conseguiu d
eixar de se apaixonar.
Ela colocou o pano novamente na testa dele e fechou os olhos. Ginny estava muito
cansada. Ela realmente não esperou que aquilo acontecesse, mas acabou deitando be
m perto de Harry e caindo no sono.
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Harry acordou e gemeu novamente quando a luz atingiu seus olhos. Levou um minuto
ou dois para que ele se lembrasse por quê estava se sentindo tão doente. Foi nessa
hora que a memória da transferência de seu sangue para James Potter invadiu sua ment
e. O garoto passou a mão machucada na face e viu que ela estava enrolada em um ped
aço de tecido. Um pedaço, definitivamente diferente daquele que ele mesmo colocou. H
arry estava sentando, quando sentiu um pano escorregar de sua testa. O garoto ol
hou aquilo com um expressão confusa. 'Que diabos...' Ele pensou, enquanto olhava e
m volta. Foi nesse momento que o moreno percebeu os cabelos ruivos ao seu lado.
Se ele não estivesse tão doente, teria pulado da cama surpreso.
Harry olhou para a pessoa ao seu lado bem de perto, ela estava dormindo profunda
mente. Ele cuidadosamente tirou o cabelo da face do estranho, para ver quem era,
mesmo já sabendo a resposta. Ginny Weasley estava ali dormindo com ele. O garoto
olhou para a ruiva que dormia e balançou a cabeça. 'Damien tem alguma coisa a ver co
m isso. Eu sei' Pensou consigo. Ele virou para ver se o irmão estava por ali, mas
não havia mais ninguém.
Harry tentou sentar de novo, mas seu corpo protestou. Ele fechou os olhos e tent
ou respirar devagar. Ginny se remexeu ao sentir movimentos na cama. Ela abriu os
olhos e percebeu que Harry estava acordado. A menina rapidamente se sentou e o
olhou envergonhada. Ela tinha dormido ao lado dele! Nada poderia ser mais humilh
ante. Ginny rapidamente desceu da cama e correu para o lado do garoto.
Harry! Graças a Merlin, você está acordado. Como você está? Ela perguntou rapidamente, re
do para que ele tivesse acabado de acordar e não perebesse que ela dormiu ao seu l
ado.
O moreno olhou breve para a garota envergonhada e tentou sentar novamente. Ginny
esticou sua mão, imediatamente, para ajudá-lo. Ele parecia irritado com a ajuda, ma
s não disse nada.
Sua febre ainda recusa a ir embora. Damien estará aqui logo. Ele apenas saiu para p
egar medicamentos. Ron e Hermione devem chegar a qualquer momento. Ginny disse, t
antando mostrar ao garoto que eles o queriam saudável.
Harry grunhiu furioso, fazendo a garota recuar.
Eu não preciso de ajuda nenhuma! Eu posso cuidar de mim mesmo! Harry disse ríspido. El
e não queria que ninguém o visse nesse estado tão vulnerável.
Ginny ficou sem reação. Ela passou a noite inteira ao lado dele e isso foi tudo que
o garoto lhe disse! A menina não quis acreditar. Ela nem mesmo queria um 'muito ob
rigado', mas também não queria escutar de Harry que ele não precisava de ajuda. Isso d
oía.
Oh, desculpe Harry. Eu esqueci que você nunca precisa da ajuda de ninguém. Você é apenas
um super-humano. Não é? Você não se machuca, não sangra e não é afetado como os outros. Est
certa? Você estava bem antes que eu e Damien chegassemos na noite passada. Você não es
tava com uma febre altíssima, sua mão não estava sangrando descontrolavelmente e você não
estava, literalmente, à beira da morte. Creio que nós apenas perdemos nosso tempo. A
Menina disse, sem conseguir segurar o famoso temperamento Weasley.
Harry apenas a ignorou e ainda tentava fazer sua dor de cabeça ir embora.
Por que você não deixa ninguém te ajudar, Harry? Eu pensei que já tinha ficado claro, que
todos nós nos preocupamos com você. Nós verdadeiramente nos preocupamos. Ao invés de re
pelir as pessoas o tempo inteiro, talvez você tenha que deixar que elas se aproxim
em de você. Você vai perceber que não é tão ruim quanto pensa. Ginny disse tentando se con
rolar.
Harry apenas lançou à Ginny um olhar cansado, empurrou suas cobertas, virou suas per
nas para fora da cama e tentou se levantar. Imediatamente a ruiva esticou o braço
para ajudá-lo, mas o garoto, bravo, empurrou sua mão.
"Eu não sou um inválido!" Ele sibilou.
Ginny deu um passo para trás, quando olhou para os olhos esmeralda do moreno. Ele
desviou o olhar, se levantou, mancou até o banheiro e fechou a porta com força. O ga
roto caiu no chão e fechou os olhos por um minuto, ele sabia que a menina só queria
lhe ajudar, mas não queria que ninguém o visse daquele jeito. Harry não era fraco, ele
podia cuidar de si mesmo.
O moreno saiu do banheiro se sentindo pior do que antes. Sua cabeça estava rodando
, ele sentia enjôo e percebeu que estava sozinho novamente. Ginny tinha ido embora
, enquanto ele estava no banheiro. Ao invés de ficar feliz, Harry sentiu-se magoad
o. Ele não conseguia entender por quê. Devia estar feliz, pois agora poderia descans
ar em paz. Porém, o garoto se sentiu triste ao ficar sozinho, enquanto estava doen
te. Harry balançou a cabeça para pensar melhor. 'Deve ser a febre' pensou. De alguma
maneira aquela febre estava fazendo com que ele quisesse companhia para se sent
ir melhor. O garoto sabia que não precisava de ninguém quando estava doente. Não queri
a ninguém a sua volta sentindo pena, incluindo ele mesmo.
Harry voltou para a cama e deitou nela novamente. Foi apenas naquele momento que
percebeu estar sem camisa. Antes que pudesse pensar o que tinha acontecido, o g
aroto dormiu. Um sono induzido pela febre.
O moreno acordou ao escutar uma comoção em sua porta. Ele imediatamente se sentou e
piscou furiosamente para afastar o sono. Viu a forma de Ginny parada na porta se
gurando algumas sacolas plásticas nas mãos.
"Sou eu." Ela disse baixinho.
O garoto relaxou e soltou um suspiro. Ele estava se assustando à toa por alguma ra
zão. Harry observou Ginny fechar a porta e andar até ele. Ela não olhou em sua direção e c
omeçou a esvaziar suas sacolas.
"Aonde você foi?" Harry disse. Ele não quis que sua voz saísse como um suspiro, mas su
a garganta estava muito dolorida, fazendo sua voz sair raspando.
Ginny o olhou antes de responder.
"Você precisa de comida. Comida decente." Ela disse e pegou uma xícara com sopa dent
ro. A ruiva aproximou-se dele e lhe entregou o utensílio.
Harry estava quase dizendo que não tinha fome, mas o aroma da sopa o fez mudar de
idéia. Ele podia engolir seu orgulho dessa vez e silenciosamente pegou a xícara, sem
nem mesmo olhar para a menina. O garoto bebeu o conteúdo em silêncio. Era um manjar
dos Deuses. Ele nem mesmo sabia do que era, mas funcionava, seu estômago ficou me
lhor. O moreno colocou a xícara vazia ao seu lado.
Harry percebeu, ao soltar a xícara, que sua mão estava cheia de sangue novamente. El
a doía e ele sabia que não podia continuar desse jeito. O corte nem mesmo era profun
do.
"Ron vai chegar logo. Tenho certeza de que ele vai checar isso para você." Ginny d
isse do outro lado do cômodo. Ela tinha terminado um pequeno sanduíche. O moreno fic
ou pensando: Aonde ela conseguiu dinheiro trouxa para comprar comida? O garoto a
fastou aquele pensamento. Como se ele se preocupasse...
Bateram na porta e Ginny correu para abrí-la. Ron, Hermione e Damien entraram e im
ediatamente correram até Harry.
"Harry! Graças a Merlin você está acordado! Você nos assustou muito noite passada. Como
você está agora? Melhor?" Damien perguntou.
O moreno de olhos verdes estava muito irritado pelo irmão ter trazido os outros três
. Ele não queria que ninguém o visse doente, mas ao ouvir o tom de verdadeira preocu
pação em sua voz, decidiu não dizer nada. Não ainda.
"Eu estou bem." Harry disse, sua voz soava melhor. A sopa realmente ajudou.
"Certo, vamos ver essa sua mão." Ron disse baixo.
Harry viu a palidez na face do ruivo e percebeu que ele ainda estava chateado po
r causa de Bill. O garoto ficou pensando se o homem tinha sobrevivido, ou não. Gin
ny perguntou exatamente isso.
"Alguma notícia sobre Bill?"
A face de Ron ficou ainda mais pálida.
"Ainda na mesma. Ontem a noite eles... eles quase o perderam. Ainda bem que o Cu
randeiro Davis conseguiu trazê-lo de volta. Ele está estável agora."
Harry realmente não sabia porque os dois Weasleys estavam insistindo em passar um
tempo com ele, quando deveriam estar com seu irmão e família.
O ruivo tirou a bandagem ensagüentada da mão de Harry, que não dava sinais de recuperação.
Ron abriu uma pequena caixa que Hermione trouxe consigo. O moreno reconheceu co
mo um kit de primeiro socorros. A garota entregou alguns ítens para Ron, que começou
a limpar e enfaixar direito, o ferimento.
Hermione entregou à Damien os medicamentos que trouxera. Todos eles sabiam que poções
não funcionariam, até que a mágica de Harry voltasse ao normal. Ela trouxe tudo, desde
xaropes para tosse até comprimidos para febre. A garota disse para o moreno quant
as medicações tomar por dia, mas ele não a escutou. Sua mente estava começando a nublar,
já que a febre voltava. O garoto fechou os olhos e deitou a cabeça no travesseiro,
querendo dormir de novo. Ele vagamente escutava Hermione chamando seu nome, mas
acabou cedendo à inconsciência antes que pudesse responder.
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Hermione juntou-se aos seus amigos no canto do quarto. Harry tinha acabado de fi
car inconsciente por causa de sua febre.
"Pessoal, nós estamos de mãos atadas aqui. Não podemos ajudar o Harry, ele precisa de
ajuda médica. Nós não devíamos fingir que podemos cuidar dele, se nem mesmo sabemos o qu
e estamos fazendo. Eu nem mesmo sei se medicamentos trouxas vão ajudá-lo ou não." Ela
disse preocupada.
O que nós podemos fazer? Não podemos levá-lo para St.Mungus e eu não sei o que mais fazer
. Ginny disse, claramente chateada, já que Ron e Hermione não podiam ajudar Harry.
Talvez... talvez eu devesse contar aos meus pais. Talvez eles possam ser os únicos
que vão ajudá-lo. Eles não deixariam ninguém machucá-lo. Damien disse resignado. Ele realm
nte não queria abusar da confiança de Harry daquele jeito, mas não sabia mais o que fa
zer. Seu irmão precisava de ajuda. O garoto já tinha desmaiado por causa da febre um
as quatro vezes. Não importava o que eles fizessem, a febre não abaixava.
Os outros adolescentes se olharam. Ninguém sabia se Damien devia contar para seus
pais. Harry ficaria furioso se alguém contasse sua localização. Dumbledore provavelmen
te descobriria tambén e faria com que o garoto não fosse embora, antes de estar comp
letamente recuperado. Essa não era uma opção. Ele escaparia e os três nunca mais consegu
iriam ajudá-lo.
Não, nós não devemos dizer nada para os adultos. Nós podemos lidar com isso. Temos apenas
que resolver um problema de cada vez. Ron disse.
Todos viraram para observar Ron. Essa era a primeira vez que o ruivo falava algu
ma coisa com autoridade. Ninguém discutiu, estava claro que o ataque à Bill, tinha m
exido com o garoto.
O maior problema aqui é a febre. Nós deveríamos esperar e ver se os remédios trouxas vão a
udar. Ginny continue com a compressa gelada. Eu vou ficar de olho na mão dele, que
já deveria ter melhorado. O ruivo continuou.
Ginny começou, imediatamente, a cuidar de Harry. Damien ficava em seu lugar durant
e algumas pausas para dormir.
O tempo passou e no quarto dia, a febre de Harry abaixou drásticamente. Ele ainda
estava fraco e não conseguia ficar acordado, mas não reclamava. Depois de falar com
Ginny no primeiro dia, ele ficou quieto e deixou que os outros cuidassem de seu
bem estar. O garoto sabia que precisava de ajuda, mas nunca iria admitir em voz
alta. Harry estava muito grato pelo modo como os outros não ficavam dizendo como e
le estava doente. Eles não falavam mais que o necessário. Os quatro o deixavam sozin
ho durante a noite e passavam os dias ao seu lado.
Harry acordou com uma forte batida em sua porta. Ele levantou cansado e foi até el
a, pensando que desmaiaria a qualquer momento. Os medicamentos trouxas estavam f
uncionando, mas bem devagar. O garoto chegou até a porta e abriu-a sem pensar. Ele
pensou que fosse os outros e que eles tivessem chegado mais cedo. Mas ao invés di
sso, lá estavam três homens vestidos de preto.
Harry dificilmente conseguiu reagir antes de sentir o feitiço batendo em seu peito
. Ele caiu violentamente no chão, olhou para cima e viu os Comensais entrando no q
uarto e fechando a porta.
Olá Príncipe, faz tempo que não nos vemos. Nott disse ao apontar sua varinha para o peit
o do garoto.
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Harry olhou para os três homens com os olhos arregalados. Ele sabia que dificilmen
te conseguiria ficar em pé agora, como ele poderia duelar? Sua mágica não estava forte
o suficientemente e seus feitiços seriam pateticamente fracos.
Harry levantou devagar, tentando não se contorcer ao sentir a dor em seu peito. Os
três Comensais apontaram suas varinhas para ele. O garoto os reconheceu automatic
amente.
Nott, Kerr e Reid. Harry levantou o máximo que pôde. Ele podia estar fisicamente fra
co, mas isso não significava que tinha medo.
Ainda tendo aquele hábito irritante de atacar as pessoas quando elas estão de guarda
baixa, Nott? O garoto perguntou com uma voz alta e forte.
Nott o olhou zombeteiro. Ele podia ver que o moreno estava doente, sua palidez e
tremedeira diziam tudo.
Qual o problema Príncipe? Sentindo-se um pouco fora do tempo? Nott zombou.
Harry fechou os punhos e lançou um olhar gélido à Nott. Esse era o Comensal que o garo
to mais odiava, a única razão por ele ainda estar vivo foi por causa das ordens de V
oldemort.
Então, como você me achou? Levou muito tempo. Harry disse, ele tinha que continuar fal
ando. Assim descobriria como sair dessa bagunça.
Foi fácil, tudo o que nós fizemos foi seguir aquele seu irmão patético. Nós o observamos p
r alguns dias e vimos que ele vinha aqui regularmente durante uns três dias. Não foi
difícil. Nott respondeu irônico.
Harry contou até cinco em sua mente, ele não podia ficar bravo com Damien... ainda.
Primeiro tinha que sobreviver aos Comensais da Morte e então, depois, mataria seu
irmão! O garoto olhou em volta, a única rota de fuga era pela porta atrás dos homens.
Ele estava lutando para ficar em pé, portanto não conseguiria lutar contra os Comens
ais para poder escapar. Harry olhou desesperado procurando uma outra rota. Sua v
arinha estava longe de seu alcance.
Vamos lá Harry, você não acha que pode duelar conosco, acha? Confiança é uma coisa, mas is
o seria estupidez. Disse Kerr com um sorriso doentio.
Vamos lá. Reid disse e fez menção de pegar o garoto.
Harry conseguiu a chance que esperava. Assim que Reid se moveu, ele saiu do cami
nho e chutou sua perna. O Comensal rugiu de dor e o moreno conseguiu pegar a var
inha dele, antes que o homem caísse no chão.
Imediatamente, Harry virou para enfrentar os outros dois. Ele sabia que era inútil
com ou sem varinha, mas os Comensais não tinham essa noção. Eles apenas ouviram de su
a fraqueza física, não sobre a transferência mágica. Pelo menos ele esperava que não. Mas
como nesses dias a sorte ria dele... Nott começou a rir, quando o garoto foi em di
reção a porta.
Vamos lá Harry. Nós sabemos que você passou sua mágica para o Potter, você não pode fazer
a. Venha quieto e ninguém vai te machucar... não muito. O Comensal disse com um sorri
so louco.
Esqueça, eu não vou à nenhum lugar com você. O garoto estava deseperadamente tentando pux
r um pouco de sua magia de dentro de suas reservas. Já fazia cinco dias desde a tr
ansferência, sua mágica estava se resconstruindo, mas não tinha um nível estável ainda. Se
ele conjurasse sua magia agora, teria uma chance para escapar, mas seria apenas
isso, uma chance.
Harry respirou fundo.Ele não conseguiria fazer a maldição da morte. O garoto sabia que
não tinha magia o suficiente para isso. Ele olhou para Nott e lançou um feitiço em di
reção ao chão.
MOMENTUM EXPUR Harry gritou com o tom de voz mais forte que pôde.
O chão começou a tremer e os três Comensais ficaram distraídos tentando se manterem em pé.
Isso era tudo o que Harry precisava, ele já tinha alcançado a saída antes de fazer o
feitiço. O garoto abriu a porta e correu o mais rápido que seu corpo dolorido permit
ia.
Ele sentiu feitiços sendo lançados em sua direção, enquanto descia as escadas. O moreno
corria cegamente em direção a porta da frente. O fato de estar doente, tinha feito c
om que ele não mudasse de estalagem. Harry nunca ficava em um lugar por mais de três
dias. Ele correu pela rua e olhou desesperadamente para a esquerda e para a dir
eita. Para onde ele deveria ir? O garoto sabia que tinha que fugir para o mais l
onge possível dos trouxas, os Comensais matariam contentemente, várias pessoas como
desculpas para achá-lo.
Harry correu para a direita e passou pelo meio do trânsito, conseguindo, por um tr
iz, escapar de ser atingido por um carro ao passar para o outro lado da rua. O g
aroto nem mesmo olhou para trás para ver se era perseguido, ele conseguia dizer, a
penas pelo som dos passos, que estava sendo seguido. Sua respiração ficou presa, qua
ndo tentou se apressar. O moreno viu um jato de luz vermelha atingir a janela de
uma das lojas pela qual passou. Eles ainda estavam lançando feitços nele!
Harry começou a diminuir a velocidade, seu corpo não aguentava mais. O garoto estava
puxando os musculos da sua perna o máximo possível. Seu peito doía e ele já estava sent
indo que desmaiaria. Harry continuou mais um pouco, pensando que não podia desmaia
r naquele momento. Ele não podia voltar para Voldemort. Ele não seria mais um cachor
rinho adestrado.
Harry viu os portões de um parque e rapidamente correu até lá. Ele sabia que aquele pa
rque era grande e tinha uma grande área arborizada. Talvez ele pudesse se esconder
. O garoto correu para dentro do lugar, ele tinha que se esconder!
Apenas quando teve certeza de que estava cuidadosamente escondido entre algumas ár
vores, Harry parou de correr. Ele segurou em uma das plantas e tentou recuperar
o fôlego. O garoto sentiu seus joelhos enfraquecerem e caiu, silenciosamente, no c
hão, limpou o suor da testa e fechou os olhos. Tudo o que ele escutava era o som d
e seu coração batendo. Ainda era bem cedo, ninguém estava no parque, já que os adultos e
stavam trabalhando e as crianças estavam na escola. Harry sabia que nenhum trouxa
estaria por ali, assim os Comensais não seriam capazes de descontar sua frustração em
alguém.
Ele nem mesmo escutou os homens se aproximando por trás. Sua mente estava lutando
contra a febre que o dominava novamente. Harry abriu seus olhos lacrimejantes e
tentou se levantar. Assim que conseguiu, alguém o agarrou. Um braço ficou em volta d
e seu pescoço e sua mão, que ainda segurava a varinha de Reid, foi presa também. Ele a
giu por instinto e deu uma cotovelada no estômago do homem, tentando se soltar. In
felizmente a força de Harry falhou e o homem ignorou o ataque e chutou a parte de
trás de seus joelhos. O garoto caiu no chão, foi chutado nas costelas e colocado de
costas. Apenas nessa hora viu que foi Reid quem o atacou.
Harry estava sem forças, sendo assim, não conseguiu sair do caminho, quando Nott e K
err o atacaram com a cruciatus. O moreno nunca esteve sob essa maldição antes e tent
ou não gritar, mas suas tentativas foram inúteis. Um grito ensurdecedor saiu de sua
boca, enquanto tinha uma convulsão por causa da agonia que sentiu. O corte em sua
mão e a ferida de seu peito, abriram e começaram a sangrar. Finalmente a maldição foi re
tirada e Harry tentou recuperar o fôlego. Sua cabeça parecia que ia explodir. Ele pi
scou para afastar os pontinhos vermelhos que estavam na sua frente. O garoto cus
piu o sangue que estava em sua boca e tentou respirar fundo para parar de tremer
.
"Já chega agora, vamos levá-lo de volta antes que ele fuja novamente." Kerr disse pa
ra Nott.
"Relaxa, ele não vai a lugar algum. Olhe para ele, o garoto não consegue nem mesmo f
icar em pé, quanto mais fugir." Nott disse ao se aproximar de Harry.
"Eu esperei muito para conseguir minha vingança e não vou deixá-la escapar entre meus
dedos." Disse ameaçador.
Nott apontou sua varinha para Harry e imediatamente o garoto sentiu algo passand
o por seu pescoço. Ele soltou um barulho pela garganta e tentou levantar as mãos par
a se libertar, mas naquele momento elas foram forçadas a ficarem presas nas suas c
ostas por cordas mágicas. Harry olhou para o Comensal com incredulidade nos olhos.
O homem sorriu sadisticamente ao fazer um movimento com sua varinha. Imediatamen
te o moreno ficou no ar, ainda preso pelo pescoço. Harry sentiu seus pés saírem do chão
e começou a se debater, quando seu ar foi cortado. Ele tentou desamarrar as mãos, ma
s estava muito apertado. Ele não podia acreditar no que Nott estava fazendo, mas e
ntendia o por quê. Assim que ele fosse entrgue à Voldemort, suas memórias seriam modif
icadas e ninguém poderia machucá-lo novamente. Esse era o jeito que o Comensal encon
trou de se vingar, antes de entregá-lo para seu Mestre.
Harry revirou-se inutilmente, tentando se soltar. Ele não conseguia respirar, seu
ar estava completamente cortado. Sua visão começou a escurecer e ele sabia que estav
a quase desmaiando. Tudo o que o garoto podia escutar era o som distante dos três
Comensais rindo.
De repente ele caiu no chão e rapidamente respirou fundo. Harry respirou a maior q
uantidade de ar que conseguiu, sua visão ainda estava manchada, mas ele escutou os
homens a sua volta caírem. Alguém tinha os atacado. 'Sabendo da minha sorte, provav
elmente são os Aurores, já que eles devem ter detectado magia em uma área trouxa' Harr
y pensou consigo.
Ele sentiu um par de mãos virá-lo e conseguiu enxergar a imagem manchada de Damien.
O menino o olhava preocupado. Sua mente mandou que ele relaxasse, bem no momento
em que desmaiou.
Damien gritava o nome do irmão, mas o moreno de olhos verdes já estava inconsciente.
Ginny começou a desamarrar as mãos dele e Damien rapidamente tirou a corda que pren
dia o pescoço de Harry. Ele não conseguia acreditar no que os Comensais estavam faze
ndo.
Ron e Hermione rapidamente checaram Harry, procurando sua varinha. O garoto aind
a respirava, mas seu estado era horrível. Seus ferimentos sangravam, sua febre est
ava altíssima de novo e sua respiração estava complicada.
Ginny agradeceu sua sorte por ter percebido os três homens entrando no parque. Ele
s estavam todos de preto e eram facilmente reconhecidos como Comensais da Morte.
Os quatro adolescentes foram atrás deles para espiar, mas nunca esperaram encontr
ar Harry sangrando e sendo torturado.
"O que fazemos agora? Não podemos ficar no mundo trouxa! Voldemort sabe disso. O q
ue faremos?" Hermione perguntou preocupada.
Damien estava pensando a mesma coisa. Seu irmão precisava de ajuda, não só para se rec
uperar, mas também para se manter escondido.
"Nós não temos outra escolha. Acho que devemos levá-lo para casa." Ron disse depois de
alguns momentos de silêncio.
"Mas e o Dumbledore? Harry não vai ficar feliz por nós o levarmos aos adultos." Ginn
y disse ao limpar o sangue da boca do moreno.
"Eu nunca disse nada sobre os adultos. Harry não vai para Godric's Hollow. O que e
u quis dizer com ele ir para casa, é que ele vai para a Toca." Ron disse e os outr
os ficaram chocados.
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