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A PEDAGOGIA DO “MOVIMENTO HUMANO” - O CORPO COMO OBJETO DE ESTUDO.

PROJETO LEITURA E ESCRITA: A AVALIAÇÃO MOTORA

Samuel de Souza NETO1


Maria Cecília de Oliveira MICOTTI2
Larissa Cerignoni BENITES3
Carolina Rodrigues Alves da SILVIERA4

Resumo Com vistas ao provimento de situações pedagógicas que habilitem os alunos das
primeiras séries do ensino fundamental de uma escola estadual, para a realização
da leitura e da escrita, esta pesquisa visou identificar e estabelecer relações entre
os fatores de sucesso e os de insucesso na alfabetização. O desenvolvimento
deste estudo contou com observações de aulas para entender como era abordada
a questão da escrita e da leitura. Da mesma forma foram organizadas atividades
didáticas (intervenção), tendo a sua aplicação no Laboratório de Alfabetização do
Departamento de Educação da UNESP – Rio Claro, bem como na própria escola
com as aulas de Educação Física e uma avaliação motora. Os participantes foram
23 alunos, da 3ª e da 4ª série, de sete classes diferentes, escolhidos pelas
professoras em virtude de apresentarem problemas relacionados ao processo de
alfabetização. Os resultados que serão apresentados no presente estudo dizem
respeito, apenas, a avaliação motora e a Educação Física. Na obtenção destes
dados foi utilizado como método a Escala Motora proposta por Rosa Neto (2002).
O trabalho de intervenção, utilizado nas aulas de Educação Física, pautou-se no
programa proposto pela professora da área, considerando que a proposta
apresentava-se adequada ao desenvolvimento motor destes escolares. Neste
contexto, estes participantes deveriam realizar suas atividades físicas com a sua
sala de origem. Após avaliação destes escolares em pré-teste e pós-teste
constatou-se, numa amostra de sete alunos, indicados pela professora de
educação física, como os mais bem sucedidos, que quatro alunos apresentaram
desenvolvimento motor significativo e que três não, nos levando a concluir que
embora as aulas de educação física tivessem um programa de ensino adequado
para as classes desses escolares não tinha um programa específico que desse
uma atenção especial aos componentes motores afetados, comprometendo o
trabalho com o todo. O estudo mostrou ser de fundamental importância trabalhar
com o corpo na escola. Que a Educação Física, ao trabalhar com o movimento
humano, ou com a cultura de movimento, tem uma grande contribuição a dar em
trabalhos integrados com outras disciplinas, mas que também se torna necessário
que este trabalho leve em consideração a necessidade de avaliação motora para a
elaboração do programa de ensino, visando à efetiva promoção (integração)
destes escolares.

Palavras-chave: corpo; movimento humano; avaliação motora; Educação Física.

I - INTRODUÇÃO

A alfabetização constitui um dos mais graves problemas educacionais de nosso


país. Os fracassos escolares desafiam ao longo do tempo as medidas institucionais. Para
remediar as dificuldades, algumas medidas paliativas têm sido adotadas como alternâncias de

1
Docente do Departamento de Educação (IB/UNESP/Rio Claro).
2
Docente do Departamento de Educação (IB/UNESP/Rio Claro), coordenadora do Projeto Leitura e Escrita.
3
Discente do curso de Licenciatura em Educação Física (IB/UNESP/Rio Claro).
4
Discente do curso de Licenciatura em Educação Física (IB/UNESP/Rio Claro).

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métodos e períodos de recuperação. Porém, alguns problemas persistem até mesmo pelo fato
de suas defasagens serem advindas do ato motor.

MICOTTI (2003, p. 188), de forma sintética, também coloca que a presença de


alunos “analfabetos” ou “mal alfabetizados” nas séries avançadas do Ensino Fundamental é
apontado como um dos mais graves problemas educacionais, havendo críticas sobre a validade
e a adequação do ensino ministrado nas escolas.

Algumas das possíveis explicações podem estar no desenvolvimento motor


desses escolares, abrangendo suas “fronteiras” cognitiva–motora–afetiva. De modo geral,
podemos afirmar que o ser humano está em constante desenvolvimento. Algo novo é
incorporado diariamente, seja pelo simples fato de estar mais velho, quanto o de ter adquirido
uma nova habilidade. O movimento exerce uma função essencial no processo de
desenvolvimento (PELLEGRINI et al., 2003)

Segundo Pellegrini e Barela (1998), nos primeiros anos de escolarização,


principalmente na educação infantil e nas primeiras séries do ensino fundamental, a atividade é
muito importante no estabelecimento de relações entre o ser humano em desenvolvimento e o
ambiente que o rodeia. É muito importante a aquisição de habilidades e também a tomada de
consciência do corpo e de suas relações com o meio.

Para a tarefa da escrita é muito importante a questão da atenção, pois, quando a


criança busca escrever as primeiras palavras, ela copia o que o professor escreve na lousa,
devendo, desta forma, prestar atenção no tipo de traçado, onde inicia e onde se encerra a letra
e as seqüências que se seguem (PELLEGRINI et al., 2003)

Neste contexto, é de suma importância a interação do corpo de forma completa


no contexto da escola para se entender alguns fracassos relacionados à escrita e à linguagem,
particularmente os relacionados ao ato motor, nos desafiando a conhecer um pouco o que uma
“pedagogia” do movimento humano teria a nos oferecer.

Por pedagogia estaremos entendendo a área de estudos que tem por objetivo a
sistematização e racionalização dos métodos de educação da criança, cabendo lembrar que a
pedagogia moderna fundamenta-se no conhecimento adequado das leis que regem o
desenvolvimento psicofisiológico do educando e, sobretudo, dos fatores de ordem social que o
condicionam. De modo que as doutrinas pedagógicas, embora pareçam refletir o pensamento
filosófico individual dos seus autores, exprimem, de fato, a realidade social, econômica e
política da época em que surgiram. Porém, Guiraldelli Jr nos lembrará que...

“A pedagogia, literalmente falando, tem o significado de “condução da criança”. Era,


na Grécia Antiga, a atividade do escravo que as conduzia aos locais de estudo, onde

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deveriam receber instrução de seus preceptores. O escravo pedagogo era o “condutor
de crianças”. Cabia a ele levar o jovem até o local do conhecimento, mas não
necessariamente era sua função instruir esse jovem. Essa segunda etapa ficava por
conta do preceptor.
Quando da dominação romana sobre a Grécia, as coisas se modificaram. Aí, os
escravos eram os próprios gregos. E, nesse caso, os escravos eram portadores de
uma cultura superior à dos seus dominadores. Assim, o escravo pedagogo não só
continuou a agir como “condutor de crianças”, mas também assumiu as funções de
preceptor”. (GUIRALDELLI JUNIOR, 1987, P. 8)

Como se pode observar, originariamente, a pedagogia está ligada ao ato de


condução ao saber, tendo até hoje a preocupação com os meios, as formas e maneira de levar
a pessoa ao conhecimento, podendo-se dizer que a mesma se vincula aos problemas
metodológicos relativos ao como ensinar, o que ensinar, quando ensinar, para quem ensinar.
De forma que ela consubstancia-se no pólo teórico da problemática educacional, podendo-se
afirmar, grosso modo, que a pedagogia é a teoria, ao passo que a educação é a prática, tendo
na didática a mediadora destes dois pólos no processo educativo.

“A educação é, antes de tudo, uma prática educativa. É uma prática geradora de uma
teoria pedagógica. A educação, ao mesmo tempo que produz pedagogia, é também
direcionada e efetivada a partir das diretrizes da pedagogia.
(...)
A didática, a meu ver, é a mediadora entre o pólo teórico (pedagogia) e o pólo prático
(educação) da atividade educativa. O como ensinar, o que ensinar, o quando ensinar
e o para quem ensinar, quando ligados à pedagogia, estão impregnados dos
pressupostos e diretrizes de uma determinada concepção de mundo que, por sua vez,
nutre tal pedagogia. Ora, no âmbito da didática, o como ensinar, o que ensinar, o
quando ensinar e o para quem ensinar se consubstanciam em motivações para que o
educador, sob a luz da concepção de mundo que orienta sua pedagogia, procure os
instrumentos e as técnicas necessárias para que a prática educativa ocorra com
sucesso”. (GUIRALDELLI JUNIOR, 1987, p. 9-10)

No que se refere ao movimento humano, motricidade humana, se estará


entendendo-o como o objeto de estudo da educação física – um campo acadêmico-profissional
que tem no corpo a sua cultura de movimento e um espaço de intervenção social. Desse modo,
falar numa pedagogia do “movimento humano” significa tratar do ato motor, conduta motora,
que move este corpo e de como este pode ser trabalhado, considerando os
conhecimentos/saberes provenientes desta motricidade humana.

Como objetivo de estudo, este trabalho se restringirá em apresentar um corpo de


conhecimento que vem sendo construído no âmbito da pedagogia do “movimento humano”,
motricidade humana, visando contribuir com o projeto leitura escrita no que tange à idade
motora dos escolares, uma vez que este indicativo é determinante em qualquer trabalho de
intervenção pedagógica voltado para a área da alfabetização. De modo que se trata de um
estudo descritivo que estará se utilizando técnicas do trabalho experimental, sem desconsiderar
a análise qualitativa.

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II - A PEDAGOGIA DO “MOVIMENTO HUMANO” – O CORPO COMO OBJETO DE ESTUDO

Há um velho provérbio hindu que diz: o corpo é como uma cidade que tem cinco
portas, referindo-se aos órgãos do sentido: olfato, tato, audição, visão e paladar. De modo que,
por esses órgãos se desenvolve a inteligência prática (sensório-motora), a cognitiva, a afetiva, a
social (SOUZA NETO, 2000).

SOUZA NETO (2000), num trabalho de enfoque antropológico sobre “O


professor: quem ele é?”, vai colocar que o corpo é o lugar privilegiado no qual o mundo se
divide, com os múltiplos significados que recebe da realidade, constituindo-se num universo
próprio, o universo humano. Porém, ao mesmo tempo em que decompõe este universo, o
nosso corpo o reúne. Alto e baixo, na frente e atrás, direita e esquerda constituem graças ao
nosso corpo, uma totalidade orgânica. Como organismo, é um conjunto de órgãos que permite
as funções necessárias à vida. Da mesma forma é a base de percepção e organização da vida
humana nos sentidos biológico, antropológico, psicológico e social. Dessa forma, o nosso falar,
olhar, andar, sentir e pensar representam modos de vida, podendo-se dizer que o corpo é um
corpo no mundo.

Embora o corpo se constitua num universo de vida e para a vida, na escola tem
sido desconsiderada a “atividade motora” das crianças desde os primeiros dias de aula, com
restrições ao seu modo de ser e agir.

Neste contexto, até mesmo as aulas de educação física parecem se conformar


com uma atividade puramente recreativa, esportiva ou de desenvolvimento corporal nas quais o
“movimento” parece ter um fim em si mesmo.

Dessa forma, há necessidade de se (re)descobrir o corpo, pois se ele, em sua


compreensão mais ampla, é linguagem, não há como “excluí-lo” do processo de alfabetização.
Portanto, resgatar a “motricidade humana” nos parece ser o primeiro passo para a
(re)integração do “corpo” na escola, pois não se passa da atividade simbólica (representações
mentais) do mundo concreto, com o qual o sujeito se relaciona, sem a atividade corporal – o elo
de ligação.

25
Para Kunz (1998), num trabalho considerado significativo, com base nas teses
elaboradas pelos holandeses Buytendijk, Gordjin e Tamboer, e o alemão Trebels, os estudos
sobre o “Movimento Humano”, no ocidente, seguem uma tradição aristotélica e/ou uma tradição
galilaica.

Para a tradição aristotélica considera-se a ação humana orientada a um objetivo


final, sendo inerente ao próprio comportamento ou animal, pois, acredita-se que o
comportamento exija um esquema de esclarecimento teleológico e/ou finalístico para com as
intenções situadas no futuro.

Na tradição galilaica entende-se que estas mesmas ações e acontecimentos


humanos são determinados por um processo de esclarecimento causalístico. Nesta visão, o
comportamento humano é entendido como uma conseqüência de determinadas causas que o
precederam no tempo.

No geral, o que se tem é um tipo de racionalidade que vai caracterizar o mundo


moderno (modernidade), passando por uma “mecanização da imagem de mundo”, no âmbito
dos movimentos, em que “as teorias teleólogicas das transformações e dos esclarecimentos
dão lugar a teorias do deslocamento de objetos e matérias” (p.7), centrando sua atenção no
“movimento” como um todo, e não no Movimento Humano em particular.

No âmbito desse processo, os “movimentos” e as tendências para a realização


de movimentos, pelo homem no mundo de hoje, como muito bem observou Kunz (1998, p.7), se
traduzem por causa da urbanização, do trânsito, dos locais de trabalho, do estudo, do consumo,
etc, no “deslocar” e/ou na condição de ser “deslocado” de um lugar (ou de mundo) para o outro.
Portanto, o homem se desloca de um lugar para outro com o carro, com o ônibus, com o trem,
ou para o mundo pela janela da televisão, mas não “se-movimenta”. Para o autor é nesse “se-
movimentar” que as chamadas ciências do movimento humano têm os seus maiores
interesses em atividades como correr, andar, jogar, dançar etc, por serem exemplos do
movimentar-se humano, cabendo a elas uma interpretação “natural”, mas também cultural.

Entretanto, no campo da Educação Física, esta questão não é tão simples, pois,
na literatura restrita à área, não há conceito mais discutível – também “pobremente”
interpretado – do que o “Movimento Humano”, em virtude da multidisciplinariedade das ciências
que lhe dão sustentação, permitindo uma pluralidade de significados.

Em face do exposto, considerando a literatura específica e a ciência do


movimento humano, o “Movimento Humano” pode ser compreendido em termos de sua
“função”, como no caso da biomecânica, da aprendizagem motora, etc. Neste contexto, levam-
se em consideração as ações que precisam ser efetivadas para que determinadas funções, no

26
esporte, na dança ou em outra atividade da cultura de movimento seja executada, de acordo
com os objetivos (por exemplo, uma bola na cesta) determinados e modelos de ação pré-
estabelecidos, visando alcançar o êxito. Enfim, quando estamos diante desta “forma de
movimento” podemos falar de uma “cientificização” (interpretação natural) do movimento. O que
importa não é o se-movimentar humano que interessa nos estudos, mas a elaboração técnica
de movimentos (criados e testados com aparelhos sofisticados e em condições específicas,
como os laboratórios) e suas possibilidades de imitação pelo homem. Nesta perspectiva, a
cientificização do mundo da cultura de movimentos faz com que o homem, num processo de
“clonagem”, precise imitar tudo: pensamentos, ações, sentimentos e o seu modo próprio de
movimentar. (KUNZ, 1998, p. 8)

Da mesma maneira, o movimento também pode ser compreendido na forma de


um “compreender -o-mundo-pelo-agir” . Neste enfoque, o se-movimentar apresenta-se, em
sua estrutura fundamental, como uma ação dialógica, mudando o foco do “deslocamento”, da
observação ou da pesquisa, do Movimento do Homem para o Homem (criança) que se
movimenta. Para tanto, o autor considera quatro aspectos de análise dos movimentos:

- o sujeito/autor – o movimento é uma ação de sujeitos, tendo como enfoque que


o sujeito do movimento é a primeira referência na mediação com o mundo através de
movimentos no esporte, na dança, no jogo etc.

- a situação – o movimento é uma ação vinculada a uma determinada situação


que ocorre por intermédio de movimentos no jogo, esporte, dança, conteste, brinquedo etc.

- a modalidade – uma determinada modalidade na realização de movimentos


configura-se a partir de um determinado entendimento nas relações de tempo e espaço que
envolvam movimentos nos jogo, esporte, dança, conteste, brinquedo etc.

- o significado - o movimento é uma ação relacionada a um significado, ou seja,


os movimentos e as suas referências constituem-se quase sempre numa pré-condição
normativa.

No geral, o que se tem é uma concepção dialógica do movimento humano


que busca compreender-o-mundo-pelo-agir, pois as pessoas ao se-movimentarem realizam
descobertas e conhecimentos de si próprias, de sua corporeidade, do outro e do mundo.

27
Em outro trabalho, Manuel Sergio da Cunha5 (1983, 1992), mais conhecido como
Manuel Sergio, nos apresenta como proposta para a Educação Física, a Motricidade Humana.
No início de seus estudos identificou como objeto de estudo da ‘Ciência das Atividades
Corporais’ a ‘conduta motora’6, considerando-a em seus aspectos anátomo-funcionais,
afetivos, sociais e filosóficos’. Entretanto, em estudos posteriores, numa segunda fase de
reflexão, é assinalado que a matriz teórica do objeto de estudo, a ‘conduta motora’, é a
‘Motricidade Humana’. Portanto, concebe-se uma área de conhecimento para a Educação
Física e não da Educação Física.

Questionando-se a Educação Física, será indagado em que reside a


cientificidade das Faculdades de Educação Física que lhes dê autonomia e singularidade? Qual
é o seu objeto teórico de estudo e como se processa a sua ‘prática científica’?

‘‘... a ciência biomédica, onde a Educação Física hodierna ainda radica, também
apresenta erros evidentes, oriundos do cartesianismo e esquecendo a matriz de um
conceito holístico e ecológico de saúde. Com efeito. A visão holística dos organismos
vivos é recusada pela concepção clássica de ciência, porque implica modificações
transparentes em toda a conceptualização unilateral em que ela assenta e pela qual
tem obtido resultados espetaculares. Só que a natureza humana é ‘Bios’ e ‘Logos’ em
constante interação e auto-organização, de acordo com as exigências de uma
abordagem sistêmica.’’ (CUNHA, 1983: 8)

Ao se colocar que a natureza humana é ‘Bios’ e ‘Logos’, referindo-se à sua auto-


organização e constante interação, elementos da abordagem sistêmica, se estará também
entrando num discurso da ‘pós-modernidade’, em cuja proposta estaria assentada uma
cosmologia biológica (DOLL JR, 1998). Assim sendo, a construção dessa nova fase da
Educação Física passaria pelo paradigma ‘pós-moderno’.

Porém, em que bases de conhecimento assenta-se a ‘motricidade humana’? ‘‘...


haverá lugar para a ciência da motricidade humana, no quadro geral das ciências?’’

‘‘Se a considerarmos um ramo da biologia como já pretendia Spencer, em relação à


psicologia, ela tem o seu lugar marcado entre as ciências da natureza; se a definirmos
como a ciência que estuda a explicação e a compreensão das condutas motoras, ela
cabe inteiramente entre as ciências do homem. Como a psicologia, a ciência da
motricidade humana apresenta um objeto de observação igual ao observador. Esse
fenômeno invulgar dá-lhe uma posição de relevo em qualquer metodologia científica.
A construção de uma ciência arranca de dados concretos ou comunicacionais e
constrói teorias onde esses dados assentam. Na ciência da motricidade humana, a
‘conduta motora’ é o que se observa, à luz de uma determinada ‘teoria’. Em primeiro
lugar, portanto a conduta; vem, depois, a construção teórica (uma hipótese, entre

5
A proposta de Manuel Sergio da Cunha foi particularmente desenvolvida no Brasil, no final da década de 1980, quando esteve
como professor visitante da UNICAMP.
6
A questão das ‘condutas motoras’ tem a ver com a Psicomotricidade. Esta foi um movimento que procurava trabalhar o
desenvolvimento da criança, com o ato de aprender, envolvendo os processos cognitivos, afetivos e psicomotores, e tendo como
proposta a formação integral da criança. A Educação Física imbuída da Psicomotricidade tornou-se um meio para aprender as
diferentes matérias, a socialização, bem como para auxiliar na readaptação, reabilitação, integração. Neste discurso há uma
proposta de substituição da Educação Física pela Psicomotricidade, buscando nesse campo um conhecimento básico e
fundamental para a formação do professor. (Cf. Soares, 1996: 9)

28
tantas), básica para o trabalho do investigador. E chegamos então ao objeto de
estudo sobre o qual assenta a referida construção teórica. No meu entender, a
7
motricidade humana....’’ (CUNHA, 1983:p. 10)

Nesta proposta, a matriz biológica de conhecimento teórico que tem identificado


a Educação Física desloca-se para uma matriz humanística (ciências humanas), denominada
de ‘‘ciências do homem’’ que, ‘‘entendida como ciência (e ciência do homem), percepciona a
motricidade como estrutura essencial da complexidade humana’’. De modo que ‘‘só como
ciência do homem (onde a ‘compreensão’ é superior à ‘explicação’) a motricidade humana
encontra justificativa na ‘Universitas Scientiarum’ como saber independente e singular.’’ (p. 12,
15).

No geral, a motricidade supõe uma ‘‘visão sistêmica do Homem’’ (de relação e


integração); a ‘‘existência de um ser não especializado e carenciado, aberto ao mundo, aos
outros e à transcendência’’; e, ‘‘porque aberto ao Mundo, aos outros e à transcendência, e deles
carente, um ‘ser práxico’, procurando encontrar e produzir o que, na complexidade, lhe permite
unidade e realização’’ (o homem é um processo); e, ‘‘porque ‘ser práxico’, com acesso a uma
experiência englobante, agente e fator de cultura, projeto originário de todo o sentido, memória
do mundo e ser axiotrópico (que persegue, apreende e realiza valores)’’. (p. 11-12)

Podendo-se dizer que a motricidade constitui: ‘‘uma ‘energia’... que é o estatuto


ontológico, vocação e provocação de abertura à transcendência’’ (todo o sistema é feito de
energia); o ‘‘processo adaptativo, a um meio ambiente variável, de um ser humano não
especializado’’; o ‘‘processo evolutivo de um ser, com predisposição à interioridade, à prática
dialogal e à cultura’’ e o ‘‘processo criativo de um ser em que as práxis lúdicas, agonísticas,
simbólicas e produtivas traduzem a vontade e as condições de o Homem se realizar como
sujeito, ou seja, como autor responsável dos seus atos’’. (p. 12)

Dessa análise mais ampla, a motricidade humana, para as Faculdades de


Educação Física, quer significar:

‘‘- Que a Educação Física não abrange todo o campo de ação dos seus
profissionais, dado que, como especialistas da ciência da motricidade humana,
cabe-lhes por direito próprio, o jogo, o desporto, a ginástica, a dança, o circo, a
ergonomia e a reabilitação (e o treino que acompanha todas estas atividades).
E ‘Educação Motora’ (que deveria substituir a expressão Educação Física) é o
ramo pedagógico da Ciência da Motricidade Humana (...).
- Que as Faculdades de Educação Física deverão passar a chamar-se
Faculdades de Motricidade Humana, passando assim a referir-se a um campo
do conhecimento e não a uma profissão.’’
‘’- Que os ‘curricula’ escolares das Faculdades de Motricidade Humana hão de
acrescentar às disciplinas básicas, de teor biológico, outras disciplinas básicas
8
de teor cultural.’’ (p. 13)

7
O negrito e o grifo são nossos.
8
Esta proposta foi adotada pela Faculdade de Educação Física da UNICAMP no ano de 1988.

29
Para CUNHA (1992), na ‘ciência da motricidade humana’ é possível encontrar
uma matriz disciplinar. Nesta perspectiva coloca-se que, antes, a Educação Física visava ao
desenvolvimento das faculdades físicas do indivíduo, centrando os seus estudos e
investigações unicamente na(s) ciência(s) do desporte. Porém, agora, na ‘ciência da
motricidade humana’, o corpo se torna a referência de tudo. Neste ‘paradigma emergente’,
antidualista e holístico, expresso na passagem do físico ao motor, a Educação Física ‘‘é a pré-
ciência da Ciência da Motricidade Humana. A emergência do novo paradigma radica, não só
nas exigências da compreensão e da explicação de uma área de conhecimento, que o vocábulo
físico já não abrange, mas também na dissolução do paradigma cartesiano, onde cavou um
fosso intransponível entre o ser e o pensar.’’. (p 101).

Nesta proposta, o eixo epistemológico da Educação Física que antes estava


localizado nas ciências biológicas, desloca-se para as ciências humanas numa perspectiva
hermenêutica e fenomenológica. No geral, de concreto, o que se tem é o reconhecimento da
Motricidade Humana, como indicativo de uma área de estudos centrada na área de humanas.

No bojo desses dois trabalhos que foram apresentados não se pode ignorar a
contribuição de TANI9 (1996). Em sua concepção adotou o termo ‘Cinesiologia’10 por ser a
terminologia mais difundida entre as expressões que têm surgido, significando, literalmente, o
estudo do movimento. Dessa forma, a ‘‘Cinesiologia poderia ser definida como uma área do
conhecimento que tem como objeto de estudo o movimento humano, com o seu foco de
preocupações centrado no estudo de movimentos genéricos (postura, locomoção, manipulação)
e específicos do esporte, exercício, ginástica, jogo e dança’’. (TANI, 1996: 25-26).

Neste contexto, a Cinesiologia teria as características de uma área de


conhecimento e não de uma disciplina acadêmica. A disciplina acadêmica é identificada,
normalmente, por possuir um objeto de estudo próprio, uma metodologia de estudo
especializada e, um paradigma próprio, gerando um corpo de conhecimento único, requisito
utilizado pelas disciplinas tradicionais. Já, a Cinesiologia teria como característica a
abrangência de estudos, desde os níveis mais microscópicos até os mais macroscópicos, indo
além dos limites das disciplinas tradicionais devido à sua pluralidade. Porém, reconhece-se que
de um lado isso traz problemas para a sua identidade epistemológica e metodológica, mas que,

9
O Professor Doutor Go Tani tem publicado inúmeros textos que falam sobre a questão da necessidade de um corpo de
conhecimento na Educação Física. Entre eles pode-se citar o trabalho publicado em 1988, na coletânea “Educação Física e
esportes na universidade’’ (Seed/MEC/UnB/1988), organizada por Solange C. E. Passos, da UnB, em 1986, dentro da temática: ‘A
pesquisa e a pós-graduação em Educação Física’. Neste artigo, apoiado em uma seleção bibliográfica norte-americana, que vai dos
anos 60 aos anos 80, localiza o seu texto na questão ‘se a Educação Física é uma disciplina acadêmica ou uma profissão’. Em face
deste questionamento, a reflexão sobre o assunto caminha na busca de uma organização para estruturar este corpo de
conhecimento. Aprofundando a sua discussão conclui que existe o objeto de estudo – o movimento humano. Mas este é marcado
pela fragmentação do conhecimento. Como alternativa para a Educação Física aponta-se para um encaminhamento em torno do
paradigma sistêmico em oposição ao paradigma mecanicista da ciência clássica.
10
No Brasil, uma das primeiras pessoas a adotar esta terminologia foi Inezil Pena Marinho, em 1984.

30
por outro lado, apresenta a perspectiva concreta de integração de conhecimentos e
descobertas de várias disciplinas em torno de um mesmo objeto de estudo. (TANI, 1996: 26)

Dentro desse enfoque, a Cinesiologia apresentaria uma estrutura


transdisciplinar e seria constituída de três grandes subáreas de investigação: Biodinâmica do
Movimento Humano (englobaria a Bioquímica do Exercício, a Fisiologia do Exercício, a
Biomecânica e a Cineantropometria), Comportamento Motor Humano (incorporaria o Controle
Motor, a Aprendizagem motora, o Desenvolvimento Motor e a Psicologia do Esporte) e Estudos
Socioculturais do Movimento Humano (reuniria a Sociologia, a História, a Antropologia, a
Filosofia, a Ética e a Estética do Movimento Humano/Esporte). Como exemplo dessa rede,
propõe-se na área da pesquisa:

QUADRO 1 - Cinesiologia, Educação Física e Esporte

ÁREA DE
CONHECIMENTO
IDENTIFICAÇÃO
CATEGORIAS
CINESIOLOGIA

PESQUISA BÁSICA
Biodinâmica do Movimento Comportamento Motor Humano Estudos Socioculturais do
Humano Movimento Humano

Pedagogia do Adaptação do Treinamento Esportivo Administração


PESQUISA APLICADA Movimento Humano Movimento humano Esportiva

EDUCAÇÃO FÍSICA ESPORTE

(Cf. TANI, 1996)

No quadro, a Cinesiologia estaria fornecendo conhecimento para as pesquisas


na área da Educação Física e do Esporte. Os cursos de Educação Física e Esporte, em sua
especificidade, estariam recebendo conhecimentos relativos ao seu campo de atuação -
profissão. Por exemplo, a Pedagogia do Movimento Humano estaria relacionada (recebendo
informações, conhecimentos) à Biodinâmica do Movimento Humano, ao Comportamento
Motor Humano e aos Estudos Socioculturais do Movimento Humano. Da mesma forma, a

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Biodinâmica do Movimento Humano estaria enviando conhecimento para a Pedagogia do
Movimento Humano e para a Adaptação do Movimento Humano.

Nesta organização, o enfoque apresentado vai à direção de uma abordagem


sistêmica, na qual o autor tem o seu ponto de apoio, fazendo menção à Teoria do Caos e à
própria Cibernética, nas seguintes frases: ‘desordem tem sido considerada fonte de ordem’;
‘observa-se auto-organização no mundo físico, e o mesmo mecanismo começa a ser
desvendado no mundo biológico e sociológico’; ‘parecem existir princípios de organização
universais que se aplicam a todos os sistemas dinâmicos’; ‘a ciência dirige sua atenção ao
comum, às semelhanças, à essência’ e ‘fala-se em nova síntese’. (TANI, 1996: 30)

Caminhando para esta direção, caberia aos cursos de formação selecionar e


organizar os conhecimentos pelo perfil do profissional que se quer formar. Em face dessa
compreensão, a implantação do bacharelado ou graduação em Educação Física significa ter
uma proposta de preparação profissional baseada num corpo de conhecimento. Como estrutura
administrativa, a sua configuração abrangeria:

QUADRO 2 - Proposta da Faculdade de Cinesiologia, Educação Física e Esporte

FACULDADE DE CINESIOLOGIA, EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

Departamento de Cinesiologia Departamento de Educação Departamento de Esporte


Física

Estudos
Biodinâmica Comporta- Sociocul- Pedagogia Adaptação
do mento turais do do do Treinamento Administração
Movimento Motor Movimento Movimento Movimento Esportivo Esportiva
Humano Humano Humano Humano Humano
(Cf. TANI, 1996)

Na proposta apresentada, não há dúvida de que esta se encaminha para aquilo


que DOLL JR. (1998) chama de ‘‘paradigma pós-moderno’’, centrado na biologia, na auto-
organização. Porém, o seu ponto de apoio está no ‘‘paradigma moderno’’ que traçou o perfil
científico das disciplinas tradicionais. Então, como consubstanciar uma cosmologia biológica
dentro de uma cosmologia mecanicista? É o desafio a ser vencido dado, à própria natureza do
conhecimento proposto.

No âmbito deste projeto, trabalharemos, nesse momento, com a análise do


movimento humano numa perspectiva do desenvolvimento motor e não em sua dimensão
hermenêutica. Porém, as ponderações não deixarão de colocar a sua ênfase também na
descrição qualitativa.

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III - MÉTODO E TÉCNICAS UTILIZADAS PARA A OBTENÇÃO DOS DADOS

Na busca dos dados escolheu-se a Escola Motora de ROSA DE NESTO (2002)


como método para se avaliar a idade motora de um grupo de escolares de uma escola
estadual, de primeira a quarta série, na cidade de Rio Claro, localizada no interior do Estado de
São Paulo, tendo na análise qualitativa dos resultados o ponto de convergência desta reflexão.
Esta avaliação foi realizada no segundo semestre de 2003, nos meses de agosto-setembro e
novembro-dezembro.

ROSA DE NETO (2002), em seus estudos sobre o desenvolvimento motor,


propôs uma avaliação motora centrada em sete aspectos motores que foram interpretados na
forma de um conjunto prescritivo de normas e orientações.

3.1 – OS COMPONENTES MOTORES AVALIADOS NA ESCOLA MOTORA

– A proposta de Rosa NETO (2002):

Motricidade fina – é a coordenação visiomanual (atividade mais freqüente e mais comum no


homem), ela inclui a fase de transporte da mão, seguida de uma fase de agarre e manipulação,
o que dá um conjunto de objeto/mão/olho. Este processo exige a participação de diferentes
centros nervosos, motores e sensoriais, para que na ação exista a coincidência entre o ato
motor e uma estimulação visual percebida. Em indivíduos não videntes transfere-se a
percepção visual para outro tipo de informação.
Motricidade global – é a capacidade do individuo de, com seu ritmo, deslocamento,
compreender-se melhor e buscar novas informações. A perfeição progressiva do ato motor
implica num funcionamento global de seus mecanismos reguladores. O movimento global é
sempre sinestésico, tátil, labiríntico, etc.
Equilíbrio – está vinculado à idéia do tônus postural, ou seja, postura corporal que sejam
corretas e economizem energia, para que não ocorra a fadiga corporal, entre outros. O
equilíbrio é o estado de um corpo quando forças distintas atuam sobre ele e se compensam e
anulam mutuamente. Em tudo deve ter o equilíbrio, para andar, para sentar, para ficar em pé –
isto feito dinamicamente ou estaticamente.
Esquema Corporal – é a imagem do corpo, o modelo postural que cada um tem, e a
construção desses esquemas é feita através da organização das sensações relativas a seu
próprio corpo em associação com os dos do mundo exterior. A elaboração dos esquemas
corporal segue as leis da maturidade céfalo-caudal e próximo-distal.
Organização Espacial – é compreender as dimensões do corpo com o espaço que é finito e
com o infinito, ou seja, a organização espacial depende ao mesmo tempo da estrutura do nosso
corpo, como, da natureza do meio que nos rodeia e suas características. A evolução da noção
espacial destaca a existência de duas etapas: uma ligada à percepção imediata do ambiente e
outra baseada nas operações mentais que saem do espaço representativo e intelectual.
Organização Temporal – as duas vertentes desta definição: a ordem e a duração, quando a
primeira define a sucessão que existe entre os acontecimentos; uma sendo continuação da
outra em uma ordem física; e a segunda permite a variação do intervalo que separa o início e o
fim do acontecimento. A organização temporal inclui a dimensão lógica, a dimensão cultural e
os aspectos de vivência.

33
Lateralidade – é a preferência da utilização de uma das partes simétricas do corpo (mão, olho,
perna e ouvido). A lateralidade acontece em virtude de um predomínio que outorga a um dos
hemisférios a iniciativa da organização do ato motor. Por exemplo:

LATERALIDADE

Lateralidade Mãos Olhos Pés


D (direito) Três provas com a mão direita Duas provas com o olho direito Dois chutes com o pé direito

E (esquerdo) Três provas com a mão esquerda Duas provas com o olho esquerdo Dois chutes com o pé esquerdo

I (indefinido) Uma ou duas provas com a mão Uma prova com o olho direito ou Um chute com o pé direito ou com
direita ou com a mão esquerda com o olho esquerdo o pé esquerdo

PONTUAÇÃO GERAL

DDD Destro completo


EEE Sinistro completo
DED/EDE/DDE Lateralidade cruzada
DDI/EEI/EID Lateralidade indefinida

No geral, este conjunto permite identificar a idade motora dos escolares e, mediante este
diagnóstico, propor um trabalho de intervenção, segundo as orientações de ROSA NETO
(2002).

3.2 - ORIENTAÇÕES UTILIZADAS PARA A APLICAÇÃO DOS TESTES E PARA A


AFERIÇÃO DOS RESULTADOS
• Os testes deverão ser aplicados de acordo com a idade cronológica da criança. Um
aluno poderá ser testado a partir de sua idade cronológica ou inferior.
• O exame motor pode ser iniciado pela seqüência de provas motoras: motricidade fina,
motricidade global, equilíbrio, etc.
• Se a criança tem êxito em uma prova, o resultado será positivo e será registrado com o
símbolo 1.
• Se a prova exige habilidade com o lado direito e esquerdo do corpo, será registrado 1,
quando houver êxito com os dois membros.
• Se a prova tem resultado positivo apenas com um dos membros (direito ou esquerdo), o
resultado será registrado ½.
• Se a prova tem resultado negativo, será registrado 0.

34
Por exemplo:
Teste/ 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
anos
1 MF 1 ½ 0
2 MG 1 1 1
3 EQ 1 0 0
4 EC 1 1 0
5 OE 1 1 0
6 L/OT 1 0 0

IDADES MOTORAS
IM1= 5 anos e 6 meses ou 66 meses
IM2= 7 anos ou 84meses
IM3= 5 anos ou 60 meses
IM4= 6 anos ou 72 meses
IM5= 6 anos ou 72 meses
IM6= 5 anos ou 60 meses

IMG=IM1+IM2+IM3+IM4+IM5+IM6 (Idade Motora Geral)


6
IC (Idade Cronológica)
IN/IP (Idade negativa/ Idade positiva)= IMG – IC
Os valores serão positivos quando a idade motora geral apresentar valores numéricos
superiores à idade cronológica, geralmente expressa em meses.
QMG=IMG . 100 (Quociente Motor Geral)
IC
QUADRO 3 - A Classificação da Idade Motora
130 ou mais Muito superior
120 – 129 Superior
110 – 119 Normal alto
90 – 109 Normal médio
80 – 89 Normal baixo
70 – 79 Inferior
69 ou menos Muito inferior

35
QUADRO 4 - A Classificação de Idades Cronológicas/Motoras
ANOS MESES
2 anos 24 meses
2 anos e 6 meses 30 meses
3 anos 36 meses
3 anos e 6 meses 42 meses
4 anos 48 meses
4 anos e 6 meses 54 meses
5 anos 60 meses
5 anos e 6 meses 66 meses
6 anos 72 meses
6 anos e 6 meses 78 meses
7 anos 84 meses
7 anos e 6 meses 90 meses
8 anos 96 meses
8 anos e 6 meses 102 meses
9 anos 108 meses
9 anos e 6 meses 114 meses
10 anos 120 meses
10 anos e 6 meses 126 meses
11 anos 132 meses

3.3 – PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FÍSICA


O programa de Educação Física, desenvolvido com os escolares, num total de 23
(com as suas respectivas classes), pela professora da área, constou de:

A - CONHECIMENTO E CONTROLE DO CORPO


- ESQUEMA CORPORAL: movimentos globais, movimentos segmentares, movimentos
independentes, movimentos interdependentes, percepção (tátil/visual/auditiva), expressão corporal
(limitação/dramatização/interpretação/mímica).
- ORIENTAÇÃO ESPACIAL: lateralidade, direção, trajetória, localização.
- ORIENTAÇÃO TEMPORAL: velocidade, curso regular.
- CAPACIDADES FÍSICAS: força, resistência, flexibilidade, coordenação (global e
seletiva), velocidade, agilidade, equilíbrio.
- HABILIDADES MOTORAS: locomoção, manipulação, não locomoção.

B - ATIVIDADES RÍTMICAS E EXPRESSÃO CORPORAL


- RODAS.
- CANTIGAS.
- BRINQUEDOS CANTADOS.
- LADAINHAS.
- MOVIMENTOS COMBINADOS EM RÍTMOS DIFERENTES.
C - JOGOS
- JOGOS DE REGRAS.
- GRANDES JOGOS.
- JOGOS PRÉ-DESPORTIVOS
D - RECREAÇÃO
- LIVRE
- DIRIGIDA

36
Esta programação foi desenvolvida durante todo o ano de 2003. A grande ênfase
do segundo semestre, período em que estivemos na escola, ficou por conta dos jogos de
estafetas ou gincanas e atividades que envolviam jogos explorando a orientação temporal e
espacial, e atividades que incorporavam a relação da criança com o seu corpo. Uma descrição
mais detalhada de como este programa foi desenvolvido não foi possível, pois não tivemos
acesso aos planos de aula da professora de Educação Física em razão de a escola ter apenas
o plano de ensino.

IV - RESULTADOS E DISCUSSÃO
A avaliação da Idade Motora apontou os seguintes resultados:
QUADRO 5 – Idade Motora e Lateralidade das Crianças no Pré-Teste
Idade e Componentes Idade MF MG EQ EC OE OT LAT
Nome e Série
Augusto - 4ªA 9 11 9 11 9 5 7 LC
Bruna - 4ªB 10 11 9 11 9 7 7 LC
Fabio - 4ªC 10 11 9 11 10 5 6 DC
Júlia - 4ªA 10 9 7 6 5 5 6 LC
Maycon - 4ªA 10 9 10 11 8 11 9 DC
Moacir - 4ªC 11 9 10 9 7 11 8 DC
Nicholas - 4ªC 8 11 10 10 8 11 7 EC
Paulo - 4ªA 9 11 11 11 8 8 9 DC
Tiago - 4ªA 11 10 11 11 9 11 9 LC
Welinton - 4ªC 11 11 11 11 8 4 7 DC
Rudivaldo – 4ªC 11 11 11 11 7 11 9 DC
Felipe - 4ª A 10 11 10 11 9 7 7 DC
Kaique - 3ªB 9 11 9 9 7 6 6 DC
Rafael –3ª B 10 9 9 10 10 5 6 LC
Valéria - 4ªF 10 11 11 11 7 8 8 EC
Alan - 4ªA 11 11 11 11 10 9 7 LC
Ruan - 4ªE 10 11 11 11 8 8 8 DC
Bruno - 4ªD 9 9 9 11 7 6 7 DC
Erica - 3ªB 10 8 7 10 9 8 7 LC
Mônica - 3ªA 9 11 9 9 7 9 8 DC
Nicolas - 3ªB 10 10 9 10 6 9 6 DC
Micael l- 4ªE 10 10 9 10 7 8 7 LC
Bruno Rafael - 4ªD 10 9 8 11 7 7 6 DC
*A segunda coluna corresponde à idade cronológica; as demais colunas correspondem às idades motoras
alcançadas na realização dos testes. Siglas: MF - motricidade fina, MG - motricidade global, EQ - equilíbrio, EC -
esquema corporal, OE - organização espacial, OT - organização temporal e LAT – lateralidade.

Como se pode observar pelos resultados são crianças de diferentes classes com
problemas motores que foram selecionadas para participar do projeto, apresentando a seguinte
classificação:

37
QUADRO 6 – Escala Motora de Desenvolvimento no Conjunto dos Componentes
Motores Avaliados

Quociente Motor Geral PM IC IP IN IMG ( a/m) QMG Resultados - EDM


Nome e Série
Augusto - 4ªA D 9 -1,5 7,5 83 Normal baixo
Bruna - 4ªB D 10 -2,7 7,3 73 Inferior
Fabio - 4ªC D 10 0,6 10,6 106 Normal médio
Júlia - 4ªA D 10 -3,6 6,4 64 Muito inferior
Maycon - 4ªA D 10 -0,2 9,8 98 Normal médio
Moacir - 4ªC D 11 -0,7 10,3 94 Normal médio
Nicholas - 4ªC E 8 1,6 9,6 120 Superior
Paulo - 4ªA D 9 0,6 9,6 107 Normal médio
Tiago - 4ªA D 11 -2 9 82 Normal baixo
Welinton - 4ªC D 11 -2,4 8,6 78 Inferior
Rudivaldo - 4ªC D 11 -1 10 91 Normal médio
Felipe - 4ª A D 10 -0,8 9,2 92 Normal médio
Kaique - 3ªB D 9 -1,8 7,2 80 Normal baixo
Rafael - 3ª B D 10 -1,8 8,2 82 Normal baixo
Valéria - 4ªF E 10 -2,2 7,8 78 Inferior
Alan - 4ªA E 11 -2,3 8,7 79 Inferior
Ruan - 4ªE D 10 -0,4 9,6 96 Normal médio
Bruno - 4ªD D 9 -0,8 8,2 91 Normal médio
Erica - 3ªB D 10 -1,8 8,2 82 Normal baixo
Monica - 3ªA D 9 -0,2 8,8 98 Normal médio
Nicolas - 3ªB D 10 -1,6 8,4 84 Normal baixo
Micael l- 4ªE E 10 -1,4 8,6 86 Normal baixo
Bruno Rafael - 4ªD D 10 -2 8 80 Normal baixo
PM - preferência manual, IC - idade cronológica, IP - idade positiva, IN - idade negativa, IMG - idade
motora geral, QMG - quociente motor geral e EDM - são os resultados obtidos pelas crianças. O cálculo
destas idades geralmente é feito em meses, porém a apresentação está em anos, para ficar mais fácil a
associação.

Gráfico do perfil do grupo avaliado


Uma criança está no Muito inferior.
Quatro crianças, no Inferior.
Oito crianças, no Normal baixo.
Nove crianças, no Normal médio.
Uma criança, no Superior.

EDM

4% 4% MI
17%
INF
40%
NB
NM
35% S UP

38
Deste grupo foram selecionadas sete crianças pela professora de Educação
Física para realizarem novamente os testes, tendo como referência a performance nas aulas de
Educação Física no âmbito dos componentes motores.

A escolha destas crianças se deu em virtude de ser um grupo muito heterogêneo;


de freqüentarem a universidade duas vezes por semana, Laboratório de Alfabetização, para
participar do projeto leitura e escrita, e pelo fato de a professora de Educação Física ter relatado
que houve um melhora significativa no comportamento motor das mesmas. Portanto,
gostaríamos de comprovar estes indicativos empíricos com uma nova aplicação dos testes,
embora esta conduta fizesse parte de nossos propósitos. Nesta instituição não desenvolvemos
um programa particular de Educação Física, visando a intervenção, pois gostaríamos também
de conhecer quais seriam os resultados de uma programação motora que incorporasse a
psicomotricidade como parte de seu conteúdo. Esta explicitação se faz necessário uma vez que
a nossa intervenção também estaria propondo os conteúdos encontrados e estava prevista para
uma escola que não houvesse um profissional da área. Portanto, as condições pedagógicas
encontradas na escola em relação à Educação Física deveriam favorecer um resultado mais
positivo, dispensando, a grosso modo, um trabalho mais especializado em virtude de já terem
um especialista da área que poderia dar subsídios.

Na aplicação do pós-teste, considerando que estes escolares tiveram aula de


Educação Física, de uma a duas aulas por semana, no período de três meses, o resultado foi o
seguinte:

QUADRO 7 - Idade Motora e Lateralidade das Crianças no Pós-Teste


Idade e Componentes Idade * MF MG EQ EC OE OT LAT
Nome e série 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2

Augusto - 4ªA 10 11 10 9 11 11 10 9 9 5 11 7 9
L LC
C
Júlia - 4ªA 10 9 11 9 11 6 9 5 6 5 7 6 6 L LC
C
Paulo - 4ªA 9 10 11 11 9 11 11 8 10 8 8 9 8 D DC
C
Rudivaldo - 4ªC 11 11 11 11 11 11 11 7 9 11 8 9 6 D DC
C
Erica - 3ªB 10 8 11 7 11 10 10 9 8 8 6 7 8 L LC
C
Monica - 3ªA 9 11 11 9 9 9 11 7 7 9 8 8 7 D DC
C
Kaique - 3ªB 9 11 11 9 11 9 11 7 9 6 7 6 9 D DC
C
Glossário: *Idade. O nº 1 significa o primeiro teste, enquanto que o nº 2 é o segundo teste. Em
negrito assinala-se se houve ou não evolução em relação à idade biológica num dado comparativo.
A numeração que não recebeu ênfase significa que não houve evolução, podendo haver regressão.

39
Observa-se que houve tanto uma melhora da maioria quanto perdas na idade
motora das crianças, nos revelando que as aulas de Educação Física ministradas na grade
horária da primeira a quarta séries é importante e necessária. Mas também foi sublinhado que
este programa necessita da contribuição de estudiosos da área para que o mesmo seja mais
eficaz e alcance plenamente os resultados pretendidos.

4.1 - LATERALIDADE
A preferência manual foi avaliada apenas com o componente da escrita e
apresentou a seguinte disposição: das 23 crianças avaliadas, 19 são destras e 4 são sinistras
(canhotas).

No que se refere à lateralidade esta foi dividida em olhos e pés: (a) para os olhos,
das 23 crianças avaliadas 14 são destras e 9 são sinistras; (b) para os pés, das 23 crianças
avaliadas 20 são destras e 3 são sinistras.

A conclusão dos resultados da lateralidade nos levou a acreditar que, o que


existe é uma preferência lateral por um segmento do corpo para uma determinada tarefa. Isto é,
as crianças apresentam a consistência no uso de uma das mãos, olho ou pé – essa
consistência aumenta com a idade. Nas crianças pesquisadas, a dominância completa de um
dos lados foi relativamente pequena, chamando a atenção para a lateralidade mista/cruzada.

4.2 – GRUPO DE CRIANÇAS QUE FIZERAM O PÓS-TESTE

No geral, estes escolares apresentaram um quadro evolutivo no seu


desenvolvimento motor que, se não auxiliou na promoção dos mesmos, ao menos, indicou o
caminho para a solução destes problemas, como se poderá observar:

QUADRO 8 - Classificação
Nome e série 1º teste – EDM 2º testes – EDM
Augusto - 4ªA Normal baixo Normal médio
7 anos e 3 meses* 8 anos e 4 meses
Júlia - 4ªA Muito inferior Normal baixo
5 anos e 7 meses 7 anos
Paulo - 4ªA Normal médio Normal médio
8 anos e 8 meses 8anos e 8 meses
Rudivaldo - 4ªC Normal médio Normal baixo
7 anos e 7 meses 7 anos e 4 meses
Kaique - 3ªB Normal baixo Normal médio
7 anos e 5 meses 8 anos e 10 meses
Erica - 3ªB Normal baixo Normal médio
6 anos e 10 meses 7 anos e 6 meses
Monica - 3ªA Normal médio Normal médio
8 anos e 2 meses 8 anos e 2 meses
*Idade atingida no teste.

40
Apresentação dos gráficos de cada criança no Pré-Teste e Pós-Teste

EDM- Teste e Reteste EDM-Teste e Reteste

12 12
10 10
Idade motora

Idade motora
Augusto 1 Júlia 1
8 8
6 Augusto 2 Júlia 2
6
4 4
2 2
0 0
MF MG EQ EC OE OT Testes MF MG EQ EC OE OT Testes

EDM-Teste e Reteste EDM- Teste e Reteste

12 12
10
Idade motora

10
Idade motora
Paulo 1 Erica 1
8 8
6 Paulo 2 Erica 2
6
4 4
2 2
0 0
MF MG EQ EC OE OT Testes MF MG EQ EC OE OT Testes

EDM- Teste e Reteste EDM- Teste e Reteste


12
10
12
Idade motora

10 8
Idade motora

Kaique 1 Rudivaldo1
8 6
Rudivaldo 2
6 Kaique2
4
4
2
2
0 0
MF MG EQ EC OE OT Testes MF MG EQ EC OE OT Testes

EDM- Teste e Reteste

12
10
Idade motora

Monica 1
8
6 Monica 2
4
2
0
MF MG EQ EC OE OT Testes

41
Estes resultados permitem observar alguns fatos que ocorrem durante alguns
períodos de desenvolvimento. O primeiro seria o fato de que a criança deve ser estimulada ao
movimento, deve adquirir consciência corporal e destreza em algumas habilidades, para realizar
as tarefas do dia-a dia. Perante este pressuposto é inegável que a escola deva lembrar, a todo
instante, a dimensão corporal e a importância que este assume no processo de aprendizagem.
Um segundo ponto é o tipo de avaliação. No caso, o teste utilizado permitiu encontrar algumas
lacunas em certas habilidades que são facilmente associadas à escrita e que demonstra que
este conteúdo não vem sendo abordado na instituição.

A função desta avaliação foi dar subsídio para se verificar se o que está se
ensinando na escola possibilita o desenvolvimento pleno dessas crianças. Portanto, não há
dúvidas de que a falta de avaliações pode camuflar algumas perspectivas, no que diz respeito
aos fracassos e vitórias na alfabetização e na educação corporal.

42
CONCLUSÃO
O estudo mostrou ser de fundamental importância trabalhar com o corpo na
escola. Que a Educação Física, ao trabalhar com o movimento humano, ou com a cultura de
movimento, tem uma grande contribuição a dar em projetos integrados com outras disciplinas,
interdisciplinares, mas que também se torna necessário que este trabalho leve em consideração
a necessidade de avaliação motora para a elaboração do programa de ensino, visando à efetiva
promoção (integração) destes escolares.

No âmbito desta compreensão, entendeu-se que é muito importante o professor


conhecer a matéria que ensina. Porém, é mais importante ainda trabalhar o conhecimento
pedagógico do conteúdo específico, o que significa dizer que se enfocaria várias dimensões do
conhecimento, essenciais para a atividade docente, como: conhecimento da matéria de ensino
(estruturas sintáticas, conteúdo, estruturas substantivas), conhecimento pedagógico geral
(alunos e aprendizagem, gestão da aula, currículo e interação) e o conhecimento dos contextos
do sistema educativo (comunidade, sistema educativo, escola).

Na realidade, o estudo em si trouxe à tona a questão da profissionalidade


docente em que não basta querer ensinar, mas é fundamental ir além do estabelecido, para
que o exercício da autonomia docente realmente aconteça em sala de aula.

A avaliação motora e as aulas de Educação Física, mais que um espaço em que


se trabalha a motricidade humana, nos revelou a necessidade de uma pedagogia do movimento
humano que traga contribuições para os problemas não solucionáveis, no âmbito da instituição,
relacionados ao processo de alfabetização.

Agradecimentos: ao corpo docente e discente da Escola Estadual “Prof. Sylvio de Araújo” –


Rio Claro, SP.

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