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Resumo Com vistas ao provimento de situações pedagógicas que habilitem os alunos das
primeiras séries do ensino fundamental de uma escola estadual, para a realização
da leitura e da escrita, esta pesquisa visou identificar e estabelecer relações entre
os fatores de sucesso e os de insucesso na alfabetização. O desenvolvimento
deste estudo contou com observações de aulas para entender como era abordada
a questão da escrita e da leitura. Da mesma forma foram organizadas atividades
didáticas (intervenção), tendo a sua aplicação no Laboratório de Alfabetização do
Departamento de Educação da UNESP – Rio Claro, bem como na própria escola
com as aulas de Educação Física e uma avaliação motora. Os participantes foram
23 alunos, da 3ª e da 4ª série, de sete classes diferentes, escolhidos pelas
professoras em virtude de apresentarem problemas relacionados ao processo de
alfabetização. Os resultados que serão apresentados no presente estudo dizem
respeito, apenas, a avaliação motora e a Educação Física. Na obtenção destes
dados foi utilizado como método a Escala Motora proposta por Rosa Neto (2002).
O trabalho de intervenção, utilizado nas aulas de Educação Física, pautou-se no
programa proposto pela professora da área, considerando que a proposta
apresentava-se adequada ao desenvolvimento motor destes escolares. Neste
contexto, estes participantes deveriam realizar suas atividades físicas com a sua
sala de origem. Após avaliação destes escolares em pré-teste e pós-teste
constatou-se, numa amostra de sete alunos, indicados pela professora de
educação física, como os mais bem sucedidos, que quatro alunos apresentaram
desenvolvimento motor significativo e que três não, nos levando a concluir que
embora as aulas de educação física tivessem um programa de ensino adequado
para as classes desses escolares não tinha um programa específico que desse
uma atenção especial aos componentes motores afetados, comprometendo o
trabalho com o todo. O estudo mostrou ser de fundamental importância trabalhar
com o corpo na escola. Que a Educação Física, ao trabalhar com o movimento
humano, ou com a cultura de movimento, tem uma grande contribuição a dar em
trabalhos integrados com outras disciplinas, mas que também se torna necessário
que este trabalho leve em consideração a necessidade de avaliação motora para a
elaboração do programa de ensino, visando à efetiva promoção (integração)
destes escolares.
I - INTRODUÇÃO
1
Docente do Departamento de Educação (IB/UNESP/Rio Claro).
2
Docente do Departamento de Educação (IB/UNESP/Rio Claro), coordenadora do Projeto Leitura e Escrita.
3
Discente do curso de Licenciatura em Educação Física (IB/UNESP/Rio Claro).
4
Discente do curso de Licenciatura em Educação Física (IB/UNESP/Rio Claro).
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métodos e períodos de recuperação. Porém, alguns problemas persistem até mesmo pelo fato
de suas defasagens serem advindas do ato motor.
Por pedagogia estaremos entendendo a área de estudos que tem por objetivo a
sistematização e racionalização dos métodos de educação da criança, cabendo lembrar que a
pedagogia moderna fundamenta-se no conhecimento adequado das leis que regem o
desenvolvimento psicofisiológico do educando e, sobretudo, dos fatores de ordem social que o
condicionam. De modo que as doutrinas pedagógicas, embora pareçam refletir o pensamento
filosófico individual dos seus autores, exprimem, de fato, a realidade social, econômica e
política da época em que surgiram. Porém, Guiraldelli Jr nos lembrará que...
23
deveriam receber instrução de seus preceptores. O escravo pedagogo era o “condutor
de crianças”. Cabia a ele levar o jovem até o local do conhecimento, mas não
necessariamente era sua função instruir esse jovem. Essa segunda etapa ficava por
conta do preceptor.
Quando da dominação romana sobre a Grécia, as coisas se modificaram. Aí, os
escravos eram os próprios gregos. E, nesse caso, os escravos eram portadores de
uma cultura superior à dos seus dominadores. Assim, o escravo pedagogo não só
continuou a agir como “condutor de crianças”, mas também assumiu as funções de
preceptor”. (GUIRALDELLI JUNIOR, 1987, P. 8)
“A educação é, antes de tudo, uma prática educativa. É uma prática geradora de uma
teoria pedagógica. A educação, ao mesmo tempo que produz pedagogia, é também
direcionada e efetivada a partir das diretrizes da pedagogia.
(...)
A didática, a meu ver, é a mediadora entre o pólo teórico (pedagogia) e o pólo prático
(educação) da atividade educativa. O como ensinar, o que ensinar, o quando ensinar
e o para quem ensinar, quando ligados à pedagogia, estão impregnados dos
pressupostos e diretrizes de uma determinada concepção de mundo que, por sua vez,
nutre tal pedagogia. Ora, no âmbito da didática, o como ensinar, o que ensinar, o
quando ensinar e o para quem ensinar se consubstanciam em motivações para que o
educador, sob a luz da concepção de mundo que orienta sua pedagogia, procure os
instrumentos e as técnicas necessárias para que a prática educativa ocorra com
sucesso”. (GUIRALDELLI JUNIOR, 1987, p. 9-10)
24
II - A PEDAGOGIA DO “MOVIMENTO HUMANO” – O CORPO COMO OBJETO DE ESTUDO
Há um velho provérbio hindu que diz: o corpo é como uma cidade que tem cinco
portas, referindo-se aos órgãos do sentido: olfato, tato, audição, visão e paladar. De modo que,
por esses órgãos se desenvolve a inteligência prática (sensório-motora), a cognitiva, a afetiva, a
social (SOUZA NETO, 2000).
Embora o corpo se constitua num universo de vida e para a vida, na escola tem
sido desconsiderada a “atividade motora” das crianças desde os primeiros dias de aula, com
restrições ao seu modo de ser e agir.
25
Para Kunz (1998), num trabalho considerado significativo, com base nas teses
elaboradas pelos holandeses Buytendijk, Gordjin e Tamboer, e o alemão Trebels, os estudos
sobre o “Movimento Humano”, no ocidente, seguem uma tradição aristotélica e/ou uma tradição
galilaica.
Entretanto, no campo da Educação Física, esta questão não é tão simples, pois,
na literatura restrita à área, não há conceito mais discutível – também “pobremente”
interpretado – do que o “Movimento Humano”, em virtude da multidisciplinariedade das ciências
que lhe dão sustentação, permitindo uma pluralidade de significados.
26
esporte, na dança ou em outra atividade da cultura de movimento seja executada, de acordo
com os objetivos (por exemplo, uma bola na cesta) determinados e modelos de ação pré-
estabelecidos, visando alcançar o êxito. Enfim, quando estamos diante desta “forma de
movimento” podemos falar de uma “cientificização” (interpretação natural) do movimento. O que
importa não é o se-movimentar humano que interessa nos estudos, mas a elaboração técnica
de movimentos (criados e testados com aparelhos sofisticados e em condições específicas,
como os laboratórios) e suas possibilidades de imitação pelo homem. Nesta perspectiva, a
cientificização do mundo da cultura de movimentos faz com que o homem, num processo de
“clonagem”, precise imitar tudo: pensamentos, ações, sentimentos e o seu modo próprio de
movimentar. (KUNZ, 1998, p. 8)
27
Em outro trabalho, Manuel Sergio da Cunha5 (1983, 1992), mais conhecido como
Manuel Sergio, nos apresenta como proposta para a Educação Física, a Motricidade Humana.
No início de seus estudos identificou como objeto de estudo da ‘Ciência das Atividades
Corporais’ a ‘conduta motora’6, considerando-a em seus aspectos anátomo-funcionais,
afetivos, sociais e filosóficos’. Entretanto, em estudos posteriores, numa segunda fase de
reflexão, é assinalado que a matriz teórica do objeto de estudo, a ‘conduta motora’, é a
‘Motricidade Humana’. Portanto, concebe-se uma área de conhecimento para a Educação
Física e não da Educação Física.
‘‘... a ciência biomédica, onde a Educação Física hodierna ainda radica, também
apresenta erros evidentes, oriundos do cartesianismo e esquecendo a matriz de um
conceito holístico e ecológico de saúde. Com efeito. A visão holística dos organismos
vivos é recusada pela concepção clássica de ciência, porque implica modificações
transparentes em toda a conceptualização unilateral em que ela assenta e pela qual
tem obtido resultados espetaculares. Só que a natureza humana é ‘Bios’ e ‘Logos’ em
constante interação e auto-organização, de acordo com as exigências de uma
abordagem sistêmica.’’ (CUNHA, 1983: 8)
5
A proposta de Manuel Sergio da Cunha foi particularmente desenvolvida no Brasil, no final da década de 1980, quando esteve
como professor visitante da UNICAMP.
6
A questão das ‘condutas motoras’ tem a ver com a Psicomotricidade. Esta foi um movimento que procurava trabalhar o
desenvolvimento da criança, com o ato de aprender, envolvendo os processos cognitivos, afetivos e psicomotores, e tendo como
proposta a formação integral da criança. A Educação Física imbuída da Psicomotricidade tornou-se um meio para aprender as
diferentes matérias, a socialização, bem como para auxiliar na readaptação, reabilitação, integração. Neste discurso há uma
proposta de substituição da Educação Física pela Psicomotricidade, buscando nesse campo um conhecimento básico e
fundamental para a formação do professor. (Cf. Soares, 1996: 9)
28
tantas), básica para o trabalho do investigador. E chegamos então ao objeto de
estudo sobre o qual assenta a referida construção teórica. No meu entender, a
7
motricidade humana....’’ (CUNHA, 1983:p. 10)
‘‘- Que a Educação Física não abrange todo o campo de ação dos seus
profissionais, dado que, como especialistas da ciência da motricidade humana,
cabe-lhes por direito próprio, o jogo, o desporto, a ginástica, a dança, o circo, a
ergonomia e a reabilitação (e o treino que acompanha todas estas atividades).
E ‘Educação Motora’ (que deveria substituir a expressão Educação Física) é o
ramo pedagógico da Ciência da Motricidade Humana (...).
- Que as Faculdades de Educação Física deverão passar a chamar-se
Faculdades de Motricidade Humana, passando assim a referir-se a um campo
do conhecimento e não a uma profissão.’’
‘’- Que os ‘curricula’ escolares das Faculdades de Motricidade Humana hão de
acrescentar às disciplinas básicas, de teor biológico, outras disciplinas básicas
8
de teor cultural.’’ (p. 13)
7
O negrito e o grifo são nossos.
8
Esta proposta foi adotada pela Faculdade de Educação Física da UNICAMP no ano de 1988.
29
Para CUNHA (1992), na ‘ciência da motricidade humana’ é possível encontrar
uma matriz disciplinar. Nesta perspectiva coloca-se que, antes, a Educação Física visava ao
desenvolvimento das faculdades físicas do indivíduo, centrando os seus estudos e
investigações unicamente na(s) ciência(s) do desporte. Porém, agora, na ‘ciência da
motricidade humana’, o corpo se torna a referência de tudo. Neste ‘paradigma emergente’,
antidualista e holístico, expresso na passagem do físico ao motor, a Educação Física ‘‘é a pré-
ciência da Ciência da Motricidade Humana. A emergência do novo paradigma radica, não só
nas exigências da compreensão e da explicação de uma área de conhecimento, que o vocábulo
físico já não abrange, mas também na dissolução do paradigma cartesiano, onde cavou um
fosso intransponível entre o ser e o pensar.’’. (p 101).
No bojo desses dois trabalhos que foram apresentados não se pode ignorar a
contribuição de TANI9 (1996). Em sua concepção adotou o termo ‘Cinesiologia’10 por ser a
terminologia mais difundida entre as expressões que têm surgido, significando, literalmente, o
estudo do movimento. Dessa forma, a ‘‘Cinesiologia poderia ser definida como uma área do
conhecimento que tem como objeto de estudo o movimento humano, com o seu foco de
preocupações centrado no estudo de movimentos genéricos (postura, locomoção, manipulação)
e específicos do esporte, exercício, ginástica, jogo e dança’’. (TANI, 1996: 25-26).
9
O Professor Doutor Go Tani tem publicado inúmeros textos que falam sobre a questão da necessidade de um corpo de
conhecimento na Educação Física. Entre eles pode-se citar o trabalho publicado em 1988, na coletânea “Educação Física e
esportes na universidade’’ (Seed/MEC/UnB/1988), organizada por Solange C. E. Passos, da UnB, em 1986, dentro da temática: ‘A
pesquisa e a pós-graduação em Educação Física’. Neste artigo, apoiado em uma seleção bibliográfica norte-americana, que vai dos
anos 60 aos anos 80, localiza o seu texto na questão ‘se a Educação Física é uma disciplina acadêmica ou uma profissão’. Em face
deste questionamento, a reflexão sobre o assunto caminha na busca de uma organização para estruturar este corpo de
conhecimento. Aprofundando a sua discussão conclui que existe o objeto de estudo – o movimento humano. Mas este é marcado
pela fragmentação do conhecimento. Como alternativa para a Educação Física aponta-se para um encaminhamento em torno do
paradigma sistêmico em oposição ao paradigma mecanicista da ciência clássica.
10
No Brasil, uma das primeiras pessoas a adotar esta terminologia foi Inezil Pena Marinho, em 1984.
30
por outro lado, apresenta a perspectiva concreta de integração de conhecimentos e
descobertas de várias disciplinas em torno de um mesmo objeto de estudo. (TANI, 1996: 26)
ÁREA DE
CONHECIMENTO
IDENTIFICAÇÃO
CATEGORIAS
CINESIOLOGIA
PESQUISA BÁSICA
Biodinâmica do Movimento Comportamento Motor Humano Estudos Socioculturais do
Humano Movimento Humano
31
Biodinâmica do Movimento Humano estaria enviando conhecimento para a Pedagogia do
Movimento Humano e para a Adaptação do Movimento Humano.
Estudos
Biodinâmica Comporta- Sociocul- Pedagogia Adaptação
do mento turais do do do Treinamento Administração
Movimento Motor Movimento Movimento Movimento Esportivo Esportiva
Humano Humano Humano Humano Humano
(Cf. TANI, 1996)
32
III - MÉTODO E TÉCNICAS UTILIZADAS PARA A OBTENÇÃO DOS DADOS
33
Lateralidade – é a preferência da utilização de uma das partes simétricas do corpo (mão, olho,
perna e ouvido). A lateralidade acontece em virtude de um predomínio que outorga a um dos
hemisférios a iniciativa da organização do ato motor. Por exemplo:
LATERALIDADE
E (esquerdo) Três provas com a mão esquerda Duas provas com o olho esquerdo Dois chutes com o pé esquerdo
I (indefinido) Uma ou duas provas com a mão Uma prova com o olho direito ou Um chute com o pé direito ou com
direita ou com a mão esquerda com o olho esquerdo o pé esquerdo
PONTUAÇÃO GERAL
No geral, este conjunto permite identificar a idade motora dos escolares e, mediante este
diagnóstico, propor um trabalho de intervenção, segundo as orientações de ROSA NETO
(2002).
34
Por exemplo:
Teste/ 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
anos
1 MF 1 ½ 0
2 MG 1 1 1
3 EQ 1 0 0
4 EC 1 1 0
5 OE 1 1 0
6 L/OT 1 0 0
IDADES MOTORAS
IM1= 5 anos e 6 meses ou 66 meses
IM2= 7 anos ou 84meses
IM3= 5 anos ou 60 meses
IM4= 6 anos ou 72 meses
IM5= 6 anos ou 72 meses
IM6= 5 anos ou 60 meses
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QUADRO 4 - A Classificação de Idades Cronológicas/Motoras
ANOS MESES
2 anos 24 meses
2 anos e 6 meses 30 meses
3 anos 36 meses
3 anos e 6 meses 42 meses
4 anos 48 meses
4 anos e 6 meses 54 meses
5 anos 60 meses
5 anos e 6 meses 66 meses
6 anos 72 meses
6 anos e 6 meses 78 meses
7 anos 84 meses
7 anos e 6 meses 90 meses
8 anos 96 meses
8 anos e 6 meses 102 meses
9 anos 108 meses
9 anos e 6 meses 114 meses
10 anos 120 meses
10 anos e 6 meses 126 meses
11 anos 132 meses
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Esta programação foi desenvolvida durante todo o ano de 2003. A grande ênfase
do segundo semestre, período em que estivemos na escola, ficou por conta dos jogos de
estafetas ou gincanas e atividades que envolviam jogos explorando a orientação temporal e
espacial, e atividades que incorporavam a relação da criança com o seu corpo. Uma descrição
mais detalhada de como este programa foi desenvolvido não foi possível, pois não tivemos
acesso aos planos de aula da professora de Educação Física em razão de a escola ter apenas
o plano de ensino.
IV - RESULTADOS E DISCUSSÃO
A avaliação da Idade Motora apontou os seguintes resultados:
QUADRO 5 – Idade Motora e Lateralidade das Crianças no Pré-Teste
Idade e Componentes Idade MF MG EQ EC OE OT LAT
Nome e Série
Augusto - 4ªA 9 11 9 11 9 5 7 LC
Bruna - 4ªB 10 11 9 11 9 7 7 LC
Fabio - 4ªC 10 11 9 11 10 5 6 DC
Júlia - 4ªA 10 9 7 6 5 5 6 LC
Maycon - 4ªA 10 9 10 11 8 11 9 DC
Moacir - 4ªC 11 9 10 9 7 11 8 DC
Nicholas - 4ªC 8 11 10 10 8 11 7 EC
Paulo - 4ªA 9 11 11 11 8 8 9 DC
Tiago - 4ªA 11 10 11 11 9 11 9 LC
Welinton - 4ªC 11 11 11 11 8 4 7 DC
Rudivaldo – 4ªC 11 11 11 11 7 11 9 DC
Felipe - 4ª A 10 11 10 11 9 7 7 DC
Kaique - 3ªB 9 11 9 9 7 6 6 DC
Rafael –3ª B 10 9 9 10 10 5 6 LC
Valéria - 4ªF 10 11 11 11 7 8 8 EC
Alan - 4ªA 11 11 11 11 10 9 7 LC
Ruan - 4ªE 10 11 11 11 8 8 8 DC
Bruno - 4ªD 9 9 9 11 7 6 7 DC
Erica - 3ªB 10 8 7 10 9 8 7 LC
Mônica - 3ªA 9 11 9 9 7 9 8 DC
Nicolas - 3ªB 10 10 9 10 6 9 6 DC
Micael l- 4ªE 10 10 9 10 7 8 7 LC
Bruno Rafael - 4ªD 10 9 8 11 7 7 6 DC
*A segunda coluna corresponde à idade cronológica; as demais colunas correspondem às idades motoras
alcançadas na realização dos testes. Siglas: MF - motricidade fina, MG - motricidade global, EQ - equilíbrio, EC -
esquema corporal, OE - organização espacial, OT - organização temporal e LAT – lateralidade.
Como se pode observar pelos resultados são crianças de diferentes classes com
problemas motores que foram selecionadas para participar do projeto, apresentando a seguinte
classificação:
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QUADRO 6 – Escala Motora de Desenvolvimento no Conjunto dos Componentes
Motores Avaliados
EDM
4% 4% MI
17%
INF
40%
NB
NM
35% S UP
38
Deste grupo foram selecionadas sete crianças pela professora de Educação
Física para realizarem novamente os testes, tendo como referência a performance nas aulas de
Educação Física no âmbito dos componentes motores.
Augusto - 4ªA 10 11 10 9 11 11 10 9 9 5 11 7 9
L LC
C
Júlia - 4ªA 10 9 11 9 11 6 9 5 6 5 7 6 6 L LC
C
Paulo - 4ªA 9 10 11 11 9 11 11 8 10 8 8 9 8 D DC
C
Rudivaldo - 4ªC 11 11 11 11 11 11 11 7 9 11 8 9 6 D DC
C
Erica - 3ªB 10 8 11 7 11 10 10 9 8 8 6 7 8 L LC
C
Monica - 3ªA 9 11 11 9 9 9 11 7 7 9 8 8 7 D DC
C
Kaique - 3ªB 9 11 11 9 11 9 11 7 9 6 7 6 9 D DC
C
Glossário: *Idade. O nº 1 significa o primeiro teste, enquanto que o nº 2 é o segundo teste. Em
negrito assinala-se se houve ou não evolução em relação à idade biológica num dado comparativo.
A numeração que não recebeu ênfase significa que não houve evolução, podendo haver regressão.
39
Observa-se que houve tanto uma melhora da maioria quanto perdas na idade
motora das crianças, nos revelando que as aulas de Educação Física ministradas na grade
horária da primeira a quarta séries é importante e necessária. Mas também foi sublinhado que
este programa necessita da contribuição de estudiosos da área para que o mesmo seja mais
eficaz e alcance plenamente os resultados pretendidos.
4.1 - LATERALIDADE
A preferência manual foi avaliada apenas com o componente da escrita e
apresentou a seguinte disposição: das 23 crianças avaliadas, 19 são destras e 4 são sinistras
(canhotas).
No que se refere à lateralidade esta foi dividida em olhos e pés: (a) para os olhos,
das 23 crianças avaliadas 14 são destras e 9 são sinistras; (b) para os pés, das 23 crianças
avaliadas 20 são destras e 3 são sinistras.
QUADRO 8 - Classificação
Nome e série 1º teste – EDM 2º testes – EDM
Augusto - 4ªA Normal baixo Normal médio
7 anos e 3 meses* 8 anos e 4 meses
Júlia - 4ªA Muito inferior Normal baixo
5 anos e 7 meses 7 anos
Paulo - 4ªA Normal médio Normal médio
8 anos e 8 meses 8anos e 8 meses
Rudivaldo - 4ªC Normal médio Normal baixo
7 anos e 7 meses 7 anos e 4 meses
Kaique - 3ªB Normal baixo Normal médio
7 anos e 5 meses 8 anos e 10 meses
Erica - 3ªB Normal baixo Normal médio
6 anos e 10 meses 7 anos e 6 meses
Monica - 3ªA Normal médio Normal médio
8 anos e 2 meses 8 anos e 2 meses
*Idade atingida no teste.
40
Apresentação dos gráficos de cada criança no Pré-Teste e Pós-Teste
12 12
10 10
Idade motora
Idade motora
Augusto 1 Júlia 1
8 8
6 Augusto 2 Júlia 2
6
4 4
2 2
0 0
MF MG EQ EC OE OT Testes MF MG EQ EC OE OT Testes
12 12
10
Idade motora
10
Idade motora
Paulo 1 Erica 1
8 8
6 Paulo 2 Erica 2
6
4 4
2 2
0 0
MF MG EQ EC OE OT Testes MF MG EQ EC OE OT Testes
10 8
Idade motora
Kaique 1 Rudivaldo1
8 6
Rudivaldo 2
6 Kaique2
4
4
2
2
0 0
MF MG EQ EC OE OT Testes MF MG EQ EC OE OT Testes
12
10
Idade motora
Monica 1
8
6 Monica 2
4
2
0
MF MG EQ EC OE OT Testes
41
Estes resultados permitem observar alguns fatos que ocorrem durante alguns
períodos de desenvolvimento. O primeiro seria o fato de que a criança deve ser estimulada ao
movimento, deve adquirir consciência corporal e destreza em algumas habilidades, para realizar
as tarefas do dia-a dia. Perante este pressuposto é inegável que a escola deva lembrar, a todo
instante, a dimensão corporal e a importância que este assume no processo de aprendizagem.
Um segundo ponto é o tipo de avaliação. No caso, o teste utilizado permitiu encontrar algumas
lacunas em certas habilidades que são facilmente associadas à escrita e que demonstra que
este conteúdo não vem sendo abordado na instituição.
A função desta avaliação foi dar subsídio para se verificar se o que está se
ensinando na escola possibilita o desenvolvimento pleno dessas crianças. Portanto, não há
dúvidas de que a falta de avaliações pode camuflar algumas perspectivas, no que diz respeito
aos fracassos e vitórias na alfabetização e na educação corporal.
42
CONCLUSÃO
O estudo mostrou ser de fundamental importância trabalhar com o corpo na
escola. Que a Educação Física, ao trabalhar com o movimento humano, ou com a cultura de
movimento, tem uma grande contribuição a dar em projetos integrados com outras disciplinas,
interdisciplinares, mas que também se torna necessário que este trabalho leve em consideração
a necessidade de avaliação motora para a elaboração do programa de ensino, visando à efetiva
promoção (integração) destes escolares.
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