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Este tempo de oração nos convida a considerar a força intensa da beleza vital
presente em todas as coisas, animadas e inanimadas, e a desenvolver a
consciência de nossa participação nesta beleza em constante evolução.
A beleza é um dos quatro preceitos transcendentais do qual todas as coisas participam.
Os outros preceitos são a unidade, a verdade e a bondade.
Esta beleza nunca se esgota senão que se transforma e se intensifica constantemente: a aurora boreal, o
crescimento de uma criança, o desenvolvimento de uma planta ou de um animal, o entardecer...
“Um ser belo é uma alegria perpétua” (Keats).
Quando, a partir do nosso coração, ficamos atentos à natureza que nos circunda
e nos colocamos à escuta contemplativa da realidade, percebemos “palavra” no
silêncio das coisas. O mundo da natureza muda se faz eloquente, nos mostra a
“pegada” do Criador, é um espelho que vai nos introduzindo no mistério.
Sua beleza nos cativa e sua magnitude nos assombra; sua imensidade nos ex-
cita... nos desafia.
O universo é sinfônico, não afônico. É pluralidade de mensagem: todas as coisas
falam de si a seu modo
Estamos mergulhados num mundo constituído de uma multiplicidade de notas,
sons, sinais e mensagens
diversos. O conjunto da vida é uma “melodia”.
Como numa grande vitrine, a natureza nos fascina e nos faz sonhar acordados; converte-se num chama-
do permanente ao assombro e à admiração, à relativização de nosso estreito mundo de nossas solidões
e conflitos. Todas as nossas energias contemplativas, significativas e transformadoras se sentem afe-
tadas pelo mundo fascinante da natureza.
A criação nos chama a ser consciência, voz e sentido de si mesma. Ela precisa de nós para articular
seu clamor e sua impaciente espera de libertação.
“Herdarás o solo sagrado e a fertilidade será transmitida de geração em geração.
Protegerás teus campos contra a erosão e tuas florestas contra a destruição e
impedirás
que tuas fontes sequem e que teus campos sejam devastados pelo fogo, para que
teus
descendentes tenham abundância para sempre.
Se falhares, ou alguém depois de ti, na eterna vigilância de tuas terras, teus
campos
abundantes transformar-se-ão em solo estéril e pedregoso ou em grotões
áridos,
teus descendentes serão cada vez menos numerosos, viverão
miseravelmente e
serão eliminados da face da terra” (autor desconhecido).