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TEATRO DE ANIMAÇÃO – UM BREVE PANORAMA

Ana Maria Amaral


(Diretora e pesquisadora ligada ao grupo Casulo)

O que é?

O teatro de animação é uma forma cênica que se expressa através de objetos, formas
figuras e bonecos, dramaticamente animados, para representar o homem ou alguma
idéia.Usamos o termo teatro de animação e não teatro de bonecos, porque, em
princípio, a palavra boneco tem um sentido limitado de representação da figura
humana. Em português se poderia usar também a palavra títere, mas essa, além de ter
uma sonoridade desagradável – não é muito usada entre nós, sendo mais um termo da
língua espanhola. E quanto às marionetes, estas têm a conotação de bonecos
controlados por fios.Portanto, neste contexto, a palavra boneco abrange todo e
qualquer objeto inanimado, que, representando um ser ou uma idéia, ganha vida no ato
teatral, Ou ainda, em outras palavras, o teatro de animação trabalha com a matéria
animada, que se torna personagem através da energia que recebe do ator.

Sobre sua essência e magia

A sua magia reside nesse fato mesmo, o de suscitar outros significados que os
planteados no quotidiano dos objetos. O contraste entre animado e inanimado, matéria
e espírito, continuamente presentes, constitui o fascínio dessa arte.É um teatro de
síntese. Nele, muitas idéias se expressam numa só imagem ou num só personagem ou
situação. É a linguagem do ritmo, do movimento, do volume, espaço, luz e energias
não visíveis.Sua essência é o não-real.

Controvérsias em sua história

O teatro com bonecos e máscaras nasceu no momento em que o homem, ao ver sua
imagem refletida na água, ou em sombras, se percebeu. E se deslumbrou.
O representar-se foi e continua sendo um fascínio para todo ser humano, em qualquer
época. Ver-se refletido, perceber-se fora podendo, através de réplicas, manipular-se e
manipular aos outros, traz a sensação de poder, e transcendência.
Nos rituais primitivos, ou nas cerimônias de evocação aos antepassados e aos deuses,
forças sobrenaturais eram representadas e chamadas, através de símbolos concretos:
máscaras, figuras e objetos. Com a dessacralização dos costumes e o surgimento de
um espírito mais crítico e profano, o rir de si e das autoridades estabelecidas deu
origem a manifestações lúdicas, expressas através do teatro popular, onde o uso de
máscaras e bonecos era fundamental. Espontâneo e grotesco era um teatro de
improviso. Foi depois absorvido e transformado pelas côrtes européias, passando a ser
um teatro erudito, obtendo-se assim uma cópia miniaturizada do teatro de ator.
Nessa sua história entre altos e baixos, os conceitos existentes sobre os seus artistas
variam. Ora são considerados os xamãs, intermediários entre deuses e homens, ora são
artistas conceituados ou apenas reles bufões, perturbadores da ordem, marginais.
Em nosso século, do Oriente ao Ocidente, nem um extremo, nem outro. Durante quase
três séculos abafados pelo teatro racional, de texto, super realista, as máscaras e
bonecos ressurgem no final do século XIX com os Simbolistas. Chegou-se pretender
substituir o ator pela super-marionete, nem que essa fosse apenas a idéia de despertar
nos atores a necessidade de uma maior despersonalização. Os Futuristas lançam o
Manifesto do Teatro Sintético que tudo tem a ver com os princípios do teatro de
animação. E, finalmente, com os Surrealistas, o objeto, definitivamente, toma a cena.

No Brasil

No Brasil, como em toda a América, logo no início da colonização chegou um teatro


de luvas, crítico, lúdico, sempre ligado à festa do povo. Remanescentes dessa
manifestação existem ainda no Norte e Nordeste brasileiros, com nomes vírios: Babau,
Cheiroso, Brighella ou Mamulengo. É um teatro de improviso, espontâneo,
autenticamente popular.
Nos grandes centros, São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, percebe- se que nos
meados dos anos 40 e 50, a Escola Pestalozzi teve grande influência. Importaram-se
professores especializados e foi implantado uma série de cursos entre artista e
educadores. Mas o teatro que então nos chegou foi um teatro semi-erudito tradicional
com preocupações voltadas ao público infantil, senão didáticas. Não havia então uma
ligação com o movimento teatral em si.
Os anos 60 e 70 foram muito ricos para o desenvolvimento do teatro de bonecos no
Brasil. A partir desse período o movimento se amplia, estabilizando-se com a
formação de grupos profissionais. De simples manifestação educativa ou lúdico-
infantil, passa a ser uma manifestação artística tanto para crianças como para o público
adulto.
O teatro de animação no Brasil apresenta urna enorme diversidade, raramente
experimentada em outros países. Ele é, principalmente, resultado da tenacidade e da
paixão dos seus artistas.

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