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APOSTILA

POLÍCIA PENAL
MG
2020
Dessa forma, pode-se falar em dois níveis de
LEITURA, INTERPRETAÇÃO
linguagem:
E COMPREENSÃO DE TEXTO
Nível informal ou coloquial: É aquele usado
A interpretação de textos exigida nos concursos espontânea e fluentemente pelo povo.
públicos requer dos candidatos muita atenção e Mostra-se quase sempre rebelde à norma
cuidado. gramatical e é carregado de vícios de linguagem
Os concursos apresentam questões interpretativas (solecismo - erros de regência e concordância;
que têm por finalidade a identificação de um leitor barbarismo - erros de pronúncia, grafia e flexão;
autônomo. cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e
Portanto, o candidato deve compreender os níveis preferência pela coordenação, que ressalta o caráter
estruturais da língua por meio da lógica, além de oral e popular da língua.
necessitar de um bom léxico (vocabulário) A linguagem popular está presente nas mais
internalizado. diversas situações: conversas familiares ou entre
As frases produzem significados diferentes de amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas
acordo com o contexto em que estão inseridas. de TV, novelas, textos publicitários, etc.
Então, torna-se necessário sempre fazer um Ex.: “Onde cê vai?” “Ele
confronto entre todas as partes que compõem o texto. tá com sede.”
Além disso, é fundamental apreender as “Cheguei na escola.”
informações apresentadas por trás do texto e as “Esse livro é pra mim ler.”
inferências que ele possibilita.
Esse procedimento justifica-se por um texto ser Nível culto ou padrão: É aquele ensinado nas
sempre produto de uma postura ideológica do autor escolas e serve de veículo às ciências em que se
diante de uma temática qualquer. apresenta com terminologia especial.
É usado pelas pessoas instruídas das diferentes
Uso e Adequação da Língua às Situações de classes sociais e caracteriza-se pela obediência às
Comunicação: Níveis de linguagem normas gramaticais.
A língua pertence a todos os membros de uma Mais comumente usado na linguagem escrita e
comunidade e é uma entidade viva em constante literária, reflete prestígio social e cultural. É mais
mutação. artificial, mais estável, menos sujeito a variações.
Novas palavras são criadas ou assimiladas de Está presente nas aulas, conferências, sermões,
outras línguas, à medida que surgem novos hábitos, discursos políticos, comunicações científicas,
objetos e conhecimentos. Os dicionários vão noticiários de TV, programas culturais, etc.
incorporando esses novos vocábulos (neologismos), Ex. “Passe-me o sal, por favor.”
quando consagrados pelo uso. “Cheguei à escola.”
De fato, quem determina as transformações “Esse livro é para eu ler.”
linguísticas e os níveis de linguagem é o conjunto de
usuários, estejam escrevendo ou falando, uma vez que Variações Linguísticas: Regionalismos ou falares
tanto a língua escrita quanto a oral apresentam locais são variações geográficas do uso da língua
variações condicionadas por diversos fatores: padrão, quanto às construções gramaticais, empregos
regionais, sociais, culturais, etc. de certas palavras e expressões e do ponto de vista
Embora as variações linguísticas e os níveis da fonológico.
linguagem sejam condicionados pelas circunstâncias, Há, no Brasil, por exemplo, falares amazônico,
tanto a língua falada quanto a escrita cumprem sua nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.
finalidade, que é a comunicação. Além de sofrer variações de região para região, a
A língua escrita obedece a normas gramaticais e língua também sofre alterações entre os diversos
será sempre diferente da língua oral, mais espontânea, grupos sociais, devido a fatores econômicos, culturais,
solta, livre, visto que acompanhada de mímica e etários, profissionais, etc.
entonação, que preenchem importantes papéis
significativos. Elementos do Processo Comunicativo e
Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada Funções da Linguagem
coloquialmente, no dia a dia, difere substancialmente O processo comunicativo envolve os seguintes
do padrão culto. elementos:
Com base nessas considerações, não se deve 1) Emissor: Aquele que emite a mensagem,
reger o ensino da língua pelas noções de certo e codificando-a em palavras.
errado, mas pelos conceitos de adequado e
2) Receptor: Quem recebe a mensagem e a
inadequado, que são mais convenientes e exatos,
porque refletem o uso da língua nos mais diferentes decodifica, ou seja, apreende a ideia.
contextos. 3) Mensagem: É o próprio texto transmitido, aquilo
Não se espera que um adolescente, reunido a que passa do emissor para o receptor.
outros em uma lanchonete, assim se expresse: “Vamos 4) Código: É o sistema linguístico escolhido para
ao shopping assistir a um filme”, mas se aceita: “Vamos a transmissão e recepção da mensagem.
no shopping assistir um filme”. 5) Canal: Meio pelo qual a mensagem é
Por outro lado, não seria adequado a um professor transmitida.
universitário assim se manifestar: “Fazem dez anos 6) Referente: Conteúdo da mensagem, objeto ou
que participo de palestras nesta Universidade, nas
situação a que a mensagem se refere.
quais sempre houveram estudantes interessados”.
Essa função é aplicada em poesias, músicas e em
Considerando o destaque que é dado a cada um
desses elementos, há seis funções básicas da algumas obras literárias, centralizando a própria
linguagem verbal: mensagem.
Ex.: “Sou um mulato nato/ no sentido lato / mulato
Função Emotiva / Expressiva democrático do litoral...” (Caetano Veloso)
É centralizada no emissor. Como o próprio nome já
Função metalinguística
diz, tem o papel de exprimir emoções, impressões
Caracteriza-se por utilizar a metalinguagem, ou
pessoais a respeito de determinado assunto.
seja, o código explicando o próprio código.
Por esse motivo, ela normalmente vem escrita em
Está presente principalmente em dicionários e
primeira pessoa e de forma bem subjetiva.
gramáticas, mas pode ocorrer também em poesias,
Em textos que utilizam a função emotiva, há uma
obras literárias, etc.
presença marcante de figuras de linguagem,
Ex. “A poesia é incomunicável/ Fique torto no seu
mensagens subentendidas, etc.
canto / Não ame” (Carlos Drummond de Andrade)
Os textos que mais comumente utilizam esse tipo
de linguagem são as cartas, as poesias líricas, as
Denotação e Conotação
memórias, as biografias, entre outros.
Sabe-se que não há associação necessária entre
Ex.: “É bonito ser amigo, mas, confesso, é tão difícil
significante (expressão gráfica, palavra) e significado,
aprender!” (Fernando Pessoa)
pois essa ligação representa uma convenção.
Função Referencial É baseado nesse conceito de signo linguístico
Esse tipo de linguagem é centralizado no referente. (significante + significado) que se constroem as noções
de denotação e conotação.
Como seu foco é transmitir a mensagem da melhor
maneira possível, a linguagem utilizada é objetiva, O sentido denotativo das palavras é aquele
recorrendo a conceitos gerais, vocabulário simples e encontrado nos dicionários, o chamado sentido
claro ou, dependendo do público-alvo, vocabulário mais verdadeiro, real.
adequado a ele. (Ex. O gato tinha o pelo macio e branco.)
Há objetividade nas informações e clareza nas Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de
ideias. Prevalece o uso da terceira pessoa, o que torna um sentido figurado, fantasioso e que, para sua
o texto ainda mais impessoal. compreensão, depende do contexto.
Os textos que normalmente fazem uso dessa Sendo assim, estabelece-se, numa determinada
função são os jornalísticos e os científicos. construção frasal, uma nova relação entre significante
Ex.: “Bancos terão novas regras para acesso de e significado.
(Ex. O vizinho fez um gato no poste de luz.)
deficientes.” (Jornal O Popular, 16 out. 2008)
O sentido conotativo também é chamado de
Função Apelativa / Conativa linguagem figurada.
Como sugere o nome, essa função serve para fazer Os textos literários exploram bastante as
apelos, pedidos, para comover ou convencer alguém a construções de base conotativa, numa tentativa de
respeito do que se diz. extrapolar o espaço do texto e provocar reações
Centralizada no receptor, procura influenciá-lo em diferenciadas em seus leitores.
seus pensamentos ou ações. É bastante frequente o Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o
uso da segunda pessoa, dos vocativos e dos conceito de polissemia (possibilidade que a palavra tem
imperativos. de apresentar várias significações).
Essa função é aplicada particularmente nas Algumas palavras, dependendo do contexto,
propagandas ou outros textos publicitários, e também assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a
em campanhas sociais. palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto
Ex.: “Não perca a chance de ir ao cinema pagando final, ponto de cruz...
menos.” (Propaganda do ItaúCard) Nesse caso, não se está atribuindo um sentido
figurado à palavra ponto, e sim ampliando sua
Função fática significação através de expressões que lhe completem
Centraliza-se no canal. e esclareçam o sentido.
Tem o objetivo de estabelecer um contato ou
Discurso Direto e Indireto
comunicação, não necessariamente com uma carga
Em uma narrativa, o narrador pode apresentar a
semântica aparente.
fala das personagens através do discurso direto ou do
É utilizada em saudações, cumprimentos do dia a
discurso indireto.
dia, expressões idiomáticas, marcas orais, etc.
No discurso direto, o narrador coloca os
Ex.: “Alô!” (ao atender o telefone)
personagens em cena e cede-lhes a palavra; isto é, o
“Entendeu?” (durante um diálogo)
próprio personagem fala.
Para construir o discurso direto, usa-se o travessão
Função poética
e certos verbos especiais, que chamamos de verbos de
Caracteriza-se basicamente pelo uso de linguagem
elocução ou verbos dicendi.
figurada, metáforas e demais figuras de linguagem,
São exemplo de verbos de elocução os verbos
rima, métrica, etc.
falar, dizer, responder, retrucar, indagar, declarar,
É semelhante à linguagem emotiva, sendo que não
exclamar, etc.
necessariamente revela sentimentos ou impressões a
respeito do mundo.
Tem havido muitos debates sobre a eficiência do
Na seguinte passagem do romance "Vidas Secas",
sistema educacional brasileiro. Argumentam alguns
de Graciliano Ramos, ficamos sabendo do sofrimento
que ele deve ter por objetivo despertar no estudante a
e da rudeza de Fabiano, o protagonista, através da
capacidade de absorver informações dos mais
forma como ele se dirige ao filho:
diferentes tipos e relacioná-las com a realidade
"Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-
circundante. Um sistema de ensino voltado para a
se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no
compreensão dos problemas socioeconômicos e que
chão.
despertasse no aluno a curiosidade científica seria
_ Anda, condenado do diabo_ gritou-lhe o pai."
desejável.
No discurso indireto, o narrador "conta" o que o
personagem disse. Conhecemos suas palavras
Como Ler e Entender Bem um Texto Basicamente,
indiretamente.
deve-se alcançar a dois níveis de
A passagem mencionada acima ficaria assim:
"O pai gritou-lhe que andasse, chamando-o de leitura: a informativa e de reconhecimento e a
condenado do diabo." interpretativa.
Há, ainda, uma terceira forma de conhecer o que as A primeira deve ser feita de maneira cautelosa, por
personagens dizem. É o discurso indireto livre. ser o primeiro contato com o novo texto.
Nesse caso o narrador passa do discurso indireto Dessa leitura, extraem-se informações sobre o
para o direto sem usar nenhum verbo dicendi ou conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de
travessão. leitura.
Por exemplo, numa outra passagem de Vidas Durante a interpretação propriamente dita, cabe
Secas, o narrador usa o discurso indireto livre para destacar palavras-chave, passagens importantes, bem
caracterizar a personagem de seu Tomé: como usar uma frase para resumir a ideia central de
"Seu Tomé da bolandeira falava bem, estragava os cada parágrafo.
olhos em cima de jornais e livros, mas não sabia Esse tipo de procedimento aguça a memória visual,
mandar: pedia. favorecendo o entendimento.
Esquisitice de um homem remediado ser cortês. Até Não se pode desconsiderar que, embora a
o povo censurava aquelas maneiras. Mas todos interpretação seja subjetiva, há limites.
obedeciam a ele. Ah! Quem disse que não A preocupação deve ser a captação da essência do
obedeciam?" texto, a fim de responder às interpretações que a banca
Podemos observar que a última reflexão não é do considerou pertinentes.
narrador, mas sim do personagem, pensando sobre a No caso de textos literários, é preciso conhecer a
questão. ligação daquele texto com outras formas de cultura,
outros textos e manifestações de arte da época em que
Modos de Organização Textual: o autor viveu.
Descrição, Narração e Dissertação Se não houver essa visão global dos momentos
literários e dos escritores, a interpretação pode ficar
Descrição: é o tipo de texto no qual se apresentam comprometida.
as características que compõem um determinado Não se podem dispensar as dicas que aparecem na
objeto, pessoa, ambiente ou paisagem. Observe um referência bibliográfica da fonte e na identificação do
exemplo de descrição: autor.
A última fase da interpretação concentra-se nas
Sua estatura era alta e seu corpo, esbelto. A pele perguntas e opções de resposta.
morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos negros e Nesse momento, são fundamentais marcações de
amendoados demonstravam a luz interior de sua palavras como não, exceto, errada, respectivamente,
alegria de viver e jovialidade. Os traços bem etc., que fazem diferença na escolha adequada.
desenhados compunham uma fisionomia calma, que Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o
mais parecia uma pintura. conceito do "mais adequado", isto é, o que responde
melhor ao questionamento proposto.
Narração: é a modalidade de texto no qual se conta Por isso, uma resposta pode estar certa para
um ou mais fatos que ocorrem em determinado tempo e responder à pergunta, mas não ser a adotada como
lugar, envolvendo certos personagens. Veja o exemplo gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
abaixo: alternativa mais completa.
Cabe ressaltar que algumas questões apresentam
Em uma noite chuvosa do mês de agosto, Paulo e o um fragmento do texto transcrito para ser a base de
irmão caminhavam pela rua mal iluminada que conduzia análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que
à sua residência. Subitamente foram abordados por um aparentemente pareça ser perda de tempo.
homem estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram A descontextualização de palavras ou frases, certas
saber o que o homem queria, receosos de que se vezes, é também um recurso para instaurar a dúvida no
tratasse de um assalto. Era, entretanto, somente um candidato.
bêbado que tentava encontrar o caminho de casa. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do
sentido global proposto pelo autor. Dessa maneira, a
Dissertação: é o tipo de composição na qual se resposta será mais consciente e segura.
expõe uma tese (ideia principal), seguida da
Alguns Conceitos Importantes
apresentação de argumentos que a comprovem. Segue
É muito comum, entre os candidatos a um cargo
adiante um trecho dissertativo:
público, a preocupação com a interpretação de textos.
INTERPRETAR x COMPREENDER
Isso acontece porque lhes faltam informações
específicas a respeito dessa tarefa constante em INTERPRETAR COMPREENDER
provas de concursos públicos. Por isso, vão aqui SIGNIFICA SIGNIFICA
alguns conceitos que poderão ajudar no momento de
- EXPLICAR,
responder as questões relacionadas a textos:
COMENTAR, JULGAR, - INTELECÇÃO,
TIRAR CONCLUSÕES, ENTENDIMENTO,
TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e
DEDUZIR. ATENÇÃO AO QUE
relacionadas entre si, formando um todo significativo
- TIPOS DE REALMENTE ESTÁ
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade
ENUNCIADOS ESCRITO.
de codificar e decodificar).
• Através do texto, - TIPOS DE ENUNCIADOS:
INFERE-SE que... • O texto DIZ que...
CONTEXTO – um texto é constituído por diversas
• É possível DEDUZIR • É SUGERIDO pelo autor
frases. Em cada uma delas, há uma certa informação
que... que...
que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior,
• O autor permite • De acordo com o texto, é
criando condições para a estruturação do conteúdo a
CONCLUIR que... CORRETA ou ERRADA a
ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de
• Qual é a INTENÇÃO afirmação...
contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases
do autor ao afirmar • O narrador AFIRMA...
é tão grande que, se uma frase for retirada de seu
contexto original e analisada separadamente, poderá que...
ter um significado diferente daquele inicial.
ERROS DE INTERPRETAÇÃO MAIS COMUNS
INTERTEXTUALIDADE - comumente, os textos
apresentam referências diretas ou indiretas a outros a) Extrapolação (“viagem”): Ocorre quando se sai
autores e a outros textos por meio de citação, alusão, do contexto, acrescentado ideias que não estão no
paráfrase, etc. Esse tipo de recurso denomina-se texto, quer por conhecimento prévio do tema, quer pela
intertextualidade. imaginação.

COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe b) Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se


que relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos atenção apenas a um aspecto, ou a um trecho do texto,
entre si. Em outras palavras, a coesão se dá quando, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o
através de um pronome relativo, uma conjunção que pode ser insuficiente para o total entendimento do
(conectivo), um pronome pessoal ou outro vocábulo, há tema desenvolvido.
uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já
foi dito. c) Contradição: Não raro, o texto apresenta
ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo conclusões equivocadas e, consequentemente,
da interpretação de um texto é a identificação de sua errando a questão.
ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias
secundárias e as argumentações, ou explicações, que Dicas para interpretação de texto
levem ao esclarecimento das questões apresentadas 01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão
na prova. geral do assunto;
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não
Normalmente, numa prova, o candidato é interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente;
convidado a: 03. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas
1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos entrelinhas;
fundamentais de uma argumentação, de um processo, 04. Voltar ao texto tantas vezes quantas precisar;
de uma época (nesse caso, procuram-se os verbos e 05. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre
os advérbios, os quais definem o tempo). as ideias do autor;
2. COMPARAR – é descobrir as relações de 06. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes)
semelhança ou de diferenças entre as situações para melhor compreensão;
apresentadas no texto. 07. Centralizar cada questão ao pedaço
3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo (parágrafo, parte) do texto correspondente;
apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 08. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado
4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou de cada questão;
secundárias em um só parágrafo. 09. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente
5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com de ...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa,
outras palavras, mantendo seu sentido original. verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem
nas perguntas e que, às vezes, podem confundir o
Para interpretar de forma adequada, candidato;
dependendo do texto, fazem-se necessários: 10. Quando duas alternativas lhe parecem
a) Conhecimento histórico – literário (escolas e corretas, procurar a mais exata ou a mais completa;
gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática; 11. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar
b) Conhecimento gramatical, estilístico um fundamento de lógica objetiva;
(qualidades do texto) e semântico; 12. Cuidado com as questões voltadas para dados
c) Capacidade de observação e de síntese; e superficiais;
d) Capacidade de raciocínio.
A conclusão é a parte final da redação dissertativa,
13. Não se deve procurar a verdade exata dentro
em que o autor deve "amarrar" resumidamente (se
daquela resposta, mas a opção que melhor se
possível, numa frase) todas as ideias do texto para que
enquadre no sentido do texto;
o ponto de vista inicial se mostre irrefutável, ou seja,
14. Às vezes a etimologia ou a semelhança das
seja imposto e aceito como verdadeiro.
palavras denuncia a resposta;
Antes de iniciar a dissertação, no entanto, é preciso
15. Procure estabelecer quais foram as opiniões
que seu autor:
expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem.
1. Entenda bem o tema;
2. Reflita a respeito dele;
REDAÇÃO – O TEXTO
3. Passe para o papel as ideias que o tema lhe
DISSERTATIVO/ARGUMENTATIVO
sugere;
4. Faça a organização textual (o "esqueleto do
Além da narração e da descrição, há um terceiro texto"), pois a quantidade de ideias sugeridas pelo tema
tipo de redação ou de discurso: a DISSERTAÇÃO. é igual à quantidade de parágrafos que a dissertação
Dissertar é refletir, debater, discutir, questionar a terá no desenvolvimento do texto.
respeito de um determinado tema, expressando o
ponto de vista de quem escreve em relação a esse Como fazer uma dissertação argumentativa
tema. Vamos supor que o tema proposto seja Nenhum
Dissertar, assim, é emitir opiniões de maneira homem é uma ilha.
convincente, ou seja, de maneira que elas sejam Primeiro, precisamos entender o tema. Ilha,
compreendidas e aceitas pelo leitor; e isso só acontece naturalmente, está em sentido figurado, significando
quando tais opiniões estão bem fundamentadas, solidão, isolamento.
comprovadas, explicadas, exemplificadas, em suma: bem
argumentadas (argumentar = convencer, influenciar, Vamos sugerir alguns passos para a elaboração do
persuadir). rascunho de sua redação.
A argumentação é o elemento mais importante de 1. Transforme o tema em uma pergunta:
uma dissertação. Nenhum homem é uma ilha?
Embora dissertar seja emitir opiniões, o ideal é que 2. Procure responder essa pergunta, de um modo
o seu autor coloque no texto seus pontos de vista como simples e claro, concordando ou discordando (ou,
se não fossem dele e sim, de outra pessoa (de ainda, concordando em parte e discordando em parte):
prestígio, famosa, especialista no assunto...), ou seja, essa resposta é o seu ponto de vista.
de maneira impessoal, objetiva e sem prolixidade (sem 3. Pergunte a você mesmo o porquê de sua
“encher linguiça”). resposta, uma causa, um motivo, uma razão para
Para alcançar a impessoalidade, é importante que justificar sua posição: aí estará o seu argumento
a dissertação seja elaborada com verbos e pronomes principal.
na terceira pessoa. 4. Agora, procure descobrir outros motivos que
O texto impessoal soa como verdade e, como já ajudem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar
citado, fazer crer é um dos objetivos de quem disserta. sua posição. Esses serão argumentos auxiliares.
5. Em seguida, procure algum fato que sirva de
Na dissertação, as ideias devem ser colocadas de exemplo para reforçar a sua posição. Este fato-
maneira clara, coerente e organizadas de maneira exemplo pode vir de sua memória visual, das coisas
lógica: que você ouviu, do que você leu. Pode ser um fato da
a) o elo entre pontos de vista e argumento se faz de vida política, econômica, social. Pode ser um fato
maneira coerente e lógica através das conjunções histórico.
(=conectivos). É por isso que as conjunções são Ele precisa ser bastante expressivo e coerente com
chamadas de marcadores argumentativos. o seu ponto de vista. O fato-exemplo, geralmente, dá
b) todo texto dissertativo é composto por três força e clareza à nossa argumentação. Esclarece a
partes coesas e coerentes: introdução, nossa opinião, fortalece os nossos argumentos. Além
desenvolvimento e conclusão. disso, pessoaliza o nosso texto, diferencia o nosso
A introdução é a parte em que se dá a apresentação texto: como ele nasce da experiência de vida, ele dá
do tema, através de um conceito ou de uma marca pessoal à dissertação.
questionamento(s) que ele sugere. 6. A partir desses elementos, procure juntá-los num
A seguir, apresenta-se um ponto de vista e seu texto, que é o rascunho de sua redação. Por enquanto,
argumento principal. Para que a introdução fique você pode agrupá-los na sequência que foi sugerida:
perfeita, é interessante seguir esses passos:
1. Transforme o tema numa pergunta; Os passos
2. Responda a pergunta (e obtém-se o ponto de 1) interrogar o tema;
vista); 2) responder, com a opinião;
3. Coloque o porquê da resposta (e obtém-se o 3) apresentar argumento básico;
argumento). 4) apresentar argumentos auxiliares;
O desenvolvimento contém as ideias que reforçam 5) apresentar fato- exemplo;
o argumento principal, ou seja, os argumentos 6) concluir.
auxiliares e os fatos-exemplos (verdadeiros,
reconhecidos publicamente).
O desenvolvimento deve dar sustentação à tese,
que é a ideia principal defendida pelo autor.
Como ficaria o esquema Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz
êxtase – um êxtase tão grande que, não raro, eu
1º parágrafo: a tese
sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas
2º parágrafo: argumento 1
horas dessa alegria. Ambicionava-o, ainda, porque o
3º parágrafo: argumento 2
amor nos liberta da solidão – essa solidão terrível
4º parágrafo: fato-exemplo
através da qual nossa trêmula percepção observa,
5º parágrafo: conclusão
além dos limites do mundo, esse abismo frio e exânime.
Busquei-o, finalmente, porque vi na união do amor,
Exemplo de redação com esse esquema:
numa miniatura mística, algo que prefigurava a visão
que os santos e os poetas imaginavam. Eis o que
Tema: Como encarar a questão do erro
busquei e, embora isso possa parecer demasiado bom
Título: Buscar o sucesso
para a vida humana, foi isso que – afinal – encontrei.
Tese: Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu
1º§ O homem nunca pôde conhecer acertos sem queria compreender o coração dos homens. Gostaria
lidar com seus erros. de saber por que cintilam as estrelas. E procurei
apreender a força pitagórica pela qual o número
Argumentação permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um
2º§ O erro pressupõe a falta de conhecimento ou pouco disto, mas não muito, eu o consegui.
experiência, a deficiência de sintonia entre o que se Amor e conhecimento, até ao ponto em que são
propõe a fazer e os meios para a realização do ato. possíveis, conduzem para o alto, rumo ao céu. Mas a
Deriva-se de inúmeras causas, que incluem tanto a piedade sempre me trazia de volta à terra. Ecos de
falta de informação, como a inabilidade em lidar com gritos de dor ecoavam em meu coração. Crianças
elas. famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos
3º§ Já acertar, obter sucesso, constitui-se na exata desvalidos a construir um fardo para seus filhos, e todo
coordenação entre informação e execução de qualquer o mundo de solidão, pobreza e sofrimentos, convertem
atividade. É o alinhamento preciso entre o que fazer e numa irrisão o que deveria ser a vida humana. Anseio
como fazer, sendo esses dois pontos indispensáveis e por avaliar o mal, mas não posso, e também sofro.
inseparáveis. Eis o que tem sido a minha vida. Tenho-a
considerado digna de ser vivida e, de bom grado,
Fato-exemplo tornaria a vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.
4º§ Como atingir o acerto? A experiência é (Bertrand Russel, Autobiografia. Rio de Janeiro,
fundamental e, na maioria das vezes, é alicerçada em Civilização Brasileira, 1967.)
erros anteriores, que ensinarão os caminhos para que
cada experiência ruim não mais ocorra. Assim, um O texto, cujo tema está explícito no título – os
jovem que presta seu primeiro vestibular e fracassa motivos fundamentais da vida do autor – apresenta
pode, a partir do erro, descobrir seus pontos falhos e, cinco parágrafos. No primeiro parágrafo, o autor revela
aos poucos, aliar seus conhecimentos à capacidade de as suas “três paixões”: amor, conhecimento e piedade.
enfrentar uma situação de nova prova e pressão. Esse Em seguida, dedica três parágrafos, um para cada uma
mesmo jovem, no mercado de trabalho, poderá estar dessas paixões. O segundo parágrafo fala sobre a
envolvido em situações semelhantes: seus momentos busca do amor; o terceiro, sobre a procura do
de fracasso estimularão sua criatividade e maior conhecimento; e o quarto, sobre a importância do
empenho, o que fatalmente levará a posteriores acertos sentimento piedade diante do sofrimento.
fundamentais em seu trabalho. O quinto e último parágrafo realiza a conclusão do
texto.
Conclusão Eis o esquema:
5º§ Assim, a ocorrência dos erros nos atos 1º§ - a, b, c;
humanos é inevitável. Porém, é preciso, acima de tudo, 2º§ - a;
saber lidar com eles, conscientizar-se de cada ato falho 3º§ - b;
e tomá-los como desafio, nunca se conformando, 4º§ - c;
sempre buscando a superação e o sucesso. Antes do 5º§ - a, b, c.
alcance da luz, será sempre preciso percorrer o túnel. Observar a estrutura dos textos dissertativos é um
bom momento de aprendizagem. Recomenda-se tal
Outro esquema interessante exercício aos concursandos: ler editoriais e artigos de
O texto abaixo, de Bertrand Russel, revela uma jornais.
estrutura que o candidato poderá usar em sua redação.
Características do Texto Dissertativo
Leia o texto:
1) Impessoalidade: Procure se distanciar do
Aquilo por que vivi assunto abordado, tratando os fatos com objetividade.
A impessoalidade confere maior credibilidade ao texto,
Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes,
como se ele contivesse verdades universais e
governaram-me a vida: o anseio de amor, a busca do
inquestionáveis. Para alcançar a impessoalidade no
conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da
texto, substitua expressões como “eu acho”, “no meu
humanidade. Tais paixões, como grandes vendavais,
ponto de vista”, etc. por “É importante destacar...”,
impeliram-me para aqui e acolá, em curso, instável, por
“Convém ressaltar...”, “Percebe-se...”, etc.
sobre o profundo oceano de angústia, chegando às
raias do desespero.
2) Objetividade: Vá direto ao tema, não faça - Cronometre o tempo que é gasto nas suas
redações de treino e tente sempre diminuir o tempo
rodeios nem digressões.
Não coloque emoções nem subjetividade no texto gasto na próxima;
e utilize os adjetivos com moderação. - Não faça parágrafos prolongados;
- Não ultrapasse as margens nem o limite de linhas
Faça um texto conciso, “enxuto”: releia-o ao
estabelecidas na prova;
passar a limpo e retire tudo o que for desnecessário.
- Seja objetivo: o que você gastaria três parágrafos
3) Clareza: O texto dissertativo deve ser claro, de para escrever tente colocar apenas em um;
fácil entendimento. - Mantenha o mesmo padrão de letra do início ao
Para dar clareza ao texto, evite palavras fim do texto. Não inicie com letra legível e arredondada,
rebuscadas, períodos muito longos e inversões na por exemplo, e termine com ela ilegível e “apressada”,
ordem da oração. isso dará uma péssima impressão para o examinador
A linguagem deve ser adequada e simples. da banca quando for ler;
Cuidado com ambiguidades no texto. - Não faça marcas, rabiscos, não suje e nem
amasse sua redação; tenha o máximo de asseio
4) Correção: Escreva conforme a norma culta da possível;
língua, respeitando as regras gramaticais. - Faça as redações de provas anteriores do
Fique atento à ortografia, pontuação, regência e concurso que você prestará;
concordância. - Fique focado no enunciado do que a banca está
pedindo, não redija um texto lindo, mas que está
5) Elegância: Não utilize expressões coloquiais, totalmente fora do tema. Nunca fuja do tema proposto;
chavões, gírias, frases feitas. - Na introdução faça uma pequena abordagem,
Evite a redundância, que é a repetição de uma ideia apresentação inicial, no desenvolvimento exponha suas
por meio de palavras diferentes (Ex. outra alternativa). ideias de forma clara, argumente e, por fim, na
Cuidado com a cacofonia, isto é, a formação de conclusão, feche o texto retomando o foco. Nunca
palavras chulas ou obscenas no encadeamento de inverta as ordens entre introdução, desenvolvimento e
vocábulos ou na separação de sílabas (Ex. Vou-me já). conclusão;
- Use sinônimos, evite repetir as mesmas
6) Coerência: A coerência é a correspondência palavras;
entre as ideias do texto de forma lógica. - Tenha seus argumentos fundamentados. Seja
Para que a coerência ocorra, as ideias devem se coeso e coerente;
completar. Uma deve ser a continuação da outra. - Tenha domínio sobre pontuação, concordância,
Caso não ocorra uma concatenação de ideias entre regência e ortografia;
as frases, elas acabarão por se contradizer ou por - Saiba colocar suas ideias no papel de forma que
quebrar a linha de raciocínio. outros possam ler e entender realmente o que você quis
A coerência é resultado da não contradição entre as dizer.
partes do texto e do texto com relação ao mundo.
Adequação Conceitual: Pertinência, Relevância
7) Informatividade: O texto não pode apenas e Articulação dos Argumentos
reproduzir o senso comum; é preciso que ofereça A questão da pertinência: Para convencer o leitor
informações relevantes ao leitor. de que nossa posição sobre um assunto é razoável,
Evite afirmações óbvias, como “o homem depende necessitamos muito mais do que emitir uma opinião
da natureza para viver” ou “as crianças são o futuro do pessoal.
país”. É preciso justificar, reunir dados ou exemplos que
Assim, para produzir um texto realmente tenham credibilidade, ou seja, apresentar uma série de
informativo, é necessário pesquisar e confrontar evidências que deem sustentação aos argumentos
diversas fontes sobre a mesma temática, a fim de que elaborados.
o texto apresente argumentos suficientes para levar o As evidências indicam a pertinência dos
leitor a compreender seu raciocínio lógico e a aceitar argumentos expostos.
seu ponto de vista. Elas são apresentadas por meio de estratégias
discursivas, isto é, de recursos que procuram
Dicas de redação fundamentar os argumentos.
- Leia muito, a leitura enriquece o vocabulário, As estratégias podem ser a ênfase na objetividade,
você olha visualmente as palavras e envia para a sua a utilização do testemunho de autoridade, o uso intenso
memória a forma correta de escrita delas; de fatos-exemplo, etc.
- Escreva muito. Escreva em diários, faça poemas, A seguir, são apresentados exemplos de como a
copie receitas, utilize o recurso da escrita até mesmo argumentação pode ser desenvolvida com pertinência,
para tornar a letra mais legível e bonita; a partir do tema “O papel social da televisão no Brasil”
- Treine fazer redação com temas que poderão ser
relacionados com prova de concurso que irá fazer. Ou Argumentação por exemplificação
faça com temas da atualidade, notícias constantes nos Já foi criada até uma campanha – "Quem financia a
meios de comunicação; baixaria é contra a cidadania" – para que sejam
- Seja crítico de si mesmo, revise os textos de divulgados os nomes das empresas que anunciam nos
treino, retire os excessos, deixe seu texto “enxuto”. programas que mais recebem denúncias de
desrespeito aos direitos humanos.
O mais importante nessa iniciativa é a participação Eis algumas palavras e expressões que cumprem
da sociedade, que pode abandonar a passividade e essa função, contribuindo para a construção da
interferir na qualidade da programação que chega às coerência textual:
casas dos brasileiros.
Palavras ou
Argumentação histórica Exemplos:
expressões que:
Quem assiste à TV hoje talvez nem imagine que seu
“Observa-se que”,
compromisso inicial, quando chegou ao País, há pouco
mais de meio século, fosse com educação, informação “Convém ressaltar”,
Anunciam a posição do
e entretenimento. autor diante do que está “É importante destacar”
Não se pode negar que ela evoluiu: transformou- se sendo enunciado “indubitavelmente”,
na maior representante da mídia, mas em contrapartida “provavelmente”,
esqueceu-se de educar, informa relativamente e “infelizmente”;
entretém de maneira discutível.
Introduzem argumentos, “porque”, “pois”, “por isso”,
Argumentação por constatação estabelecendo relações
“embora”, “apesar de”,
Para além daquilo que a televisão exibe, deve-se lógicas entre as partes
dos enunciados “para”, “a fim de”,
levar em conta também seu papel social.
Quem nunca renunciou a um encontro com um (orações, períodos) “portanto”, “então”;
amigo ou a um passeio com a família para não perder a Apresentam o “consequentemente”, “por
novela ou a participação de algum artista num
programa de auditório? fechamento, a conseguinte”, “assim”,
Ao que tudo indica, muitos têm elegido a tevê como conclusão do texto “então”, “desse modo”;
companhia favorita. “em primeiro lugar (...)
Articulam o texto como
Argumentação por comparação um todo (grupos de em segundo lugar (...)
Enquanto países como Inglaterra e Canadá têm leis períodos, parágrafos, finalmente”, “afinal”
que protegem as crianças da exposição ao sexo e à partes maiores do “por um lado (...)
violência na televisão, no Brasil não há nenhum controle texto)
por outro lado”
efetivo sobre a programação.
Não é de surpreender que muitos brasileiros estejam
defendendo alguma forma de censura sobre a TV ORTOGRAFIA - FONOLOGIA
aberta.
A fonologia é a parte da gramática que estuda os
Argumentação por testemunho sons da língua. É a fonologia que se ocupa com a
Conforme citado pelo jornalista Nelson Hoineff, "o ortoépia (correta pronúncia das palavras) e com a
que a televisão tem de mais fascinante para quem a faz prosódia (correta acentuação das palavras).
é justamente o que ela tem de mais nocivo para quem O objeto de estudo da fonologia é o fonema.
a vê: sua capacidade aparentemente infinita de Fonema é a menor unidade sonora da língua, capaz de
massificação". estabelecer distinção entre as palavras. Há três tipos
De fato, mais de 80% da população brasileira têm de fonemas: vogal, semivogal e consoante.
esse veículo como principal fonte de informação e
referência. OBS.: Não confunda fonema com letra. Fonema é
o som; letra é a representação gráfica (escrita) do
A questão da relevância fonema. Por exemplo, o fonema /z/ pode ser
A ordem em que os argumentos são apresentados, representado pela letra z (batizar), pela letra s (casa) e
sem dúvida, influencia na forma como são recebidos pela letra x (exame).
pelo leitor.
Os argumentos devem ser apresentados, de Vogal: É o fonema resultante da livre passagem do
preferência, em ordem crescente de relevância, ou ar pela boca. A vogal é a base da sílaba, ou seja, não
seja, do argumento mais fraco para o mais forte. existe sílaba sem vogal, bem como não há duas vogais
Isso prende a atenção do leitor, cada vez mais, às na mesma sílaba. São elas: a, e, i, o, u.
razões apresentadas.
Semivogal: É representada pelas letras e, i, o, u,
A questão da articulação quando estiverem na mesma sílaba com uma vogal.
Além de todos os aspectos gramaticais relevantes Portanto, só existe semivogal nos encontros vocálicos
para a escrita de qualquer gênero textual, no texto (ditongo e tritongo).
dissertativo é extremamente importante a questão da
articulação. Consoante: É o fonema produzido quando o ar, ao
passar pela boca, encontra algum obstáculo. São
Por não se caracterizar como uma lista de consoantes: b, d, f, g (ga, go, gu), j (ge, gi, j) k (c ou qu),
argumentos, esse texto pressupõe uma ligação entre l, m (antes de vogal), n (antes de vogal), p, r, s (s, c, ç,
suas diferentes partes, encaminhando-o a uma ss, sc, sç, xc), t, v, x (inclusive ch), z (s, z), nh, lh, rr.
conclusão.
OBS.: A letra a sempre é vogal; i e u geralmente ORTOGRAFIA
são semivogais. Já as letras e e o ora são vogais, ora SEPARAÇÃO SILÁBICA
semivogais (quando soarem como i e u,
respectivamente). A divisão silábica deve ser feita a partir da
soletração, ou seja, dando o som total das letras que
Encontros Vocálicos: É o agrupamento de vogais formam cada sílaba, respeitando-se a pronúncia.
e semivogais. Há três tipos de encontros vocálicos: Usa-se o hífen para marcar a separação silábica.

Hiato = É a sequência de duas vogais, cada qual Não se separam os ditongos e tritongos:
em uma sílaba diferente. Ex. cai-xa, má-goa, re-ló-gio, Pa-ra-guai, en-xa-
Ex. Lu-a-na a-fi-a-do pi-a-da guei.
Separam-se as vogais dos hiatos:
Ditongo = É a sequência de dois sons vocálicos na Ex. sa-ú-de, hi-a-to, le-em, en-jo-o.
mesma sílaba. Quando a vogal estiver antes da
semivogal, chama-se de Ditongo Decrescente e, Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, qu, gu:
quando a vogal estiver depois da semivogal, de Ditongo Ex. chu-va, te-lha, ba-nha, que-da, guei-xa.
Crescente.
Os ditongos são classificados ainda em oral e nasal, Separam-se os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc e xs:
conforme ocorrer a saída do ar pelas narinas ou Ex. car-ro, pas-sar, nas-ce, cres-ço, ex-ce-to ex-
somente pela boca. su-dar.
Ex. Cai-xa = Ditongo decrescente oral.
Cin-quen-ta = Ditongo crescente nasal. Separam-se os encontros consonantais
impuros:
Tritongo = É a sequência de três sons vocálicos na Ex. es-co-la, des-cas-car, res-to, e-ner-gia.
mesma sílaba. Também pode ser oral ou nasal.
Ex. A-guei = Tritongo oral. Prefixos terminados em consoante:
Sa-guão = Tritongo nasal. Ligados a palavras iniciadas por consoante: Cada
consoante fica em uma sílaba, pois haverá a formação
OBS.: As letras am e em, quando estiverem no fim de encontro consonantal impuro.
da palavra, formam ditongo nasal. Ex. des-te-mi-do, trans-pa-ren-te, hi-per-mer-ca- do,
Ex. casaram (pronuncia-se ãu) sub-ter-râ-neo.
querem (pronuncia-se ~ei)
Ligados a palavras iniciadas por vogal: A consoante
Encontros Consonantais: É o agrupamento de do prefixo liga-se à vogal da palavra.
consoantes. Há três tipos: Ex. su-ben-ten-di-do, tran-sal-pi-no, hi-pe-ra-mi-go,
su-bal-ter-no.
Puro ou Perfeito = É o agrupamento de consoantes,
lado a lado, na mesma sílaba. OBS.: Lembre-se de que não existe sílaba sem
Ex. Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na. vogal. Por essa razão, a palavra pneu, por exemplo,
não pode ser separada, já que o p, sozinho, não forma
Disjunto ou Imperfeito = É o agrupamento de sílaba. Ex.: psi-co-lo-gia, mne-mô-ni-ca.
consoantes, lado a lado, em sílabas diferentes.
Ex. ap-to, cac-to, as-pec-to. ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Fonético = É a letra x com som de ks. Sílaba tônica: É a sílaba pronunciada com maior
Ex. nexo - axila (pronuncia-se nekso, aksila) intensidade em uma palavra. Quanto à posição da
sílaba tônica, as palavras se classificam em:
Dígrafos: É o agrupamento de duas letras
representando um único som. Os principais dígrafos Oxítona: Palavra cuja sílaba tônica é a última.
são rr, ss, sc, sç, xc, xs, lh, nh, ch, qu, gu. Ex. angu, crachá
Ex. arroz, assar, nascer, desço, exceção, exsudar,
alho, banho, cacho, querida, sangue. Paroxítona: Palavra cuja sílaba tônica é a
penúltima.
Dígrafo Vocálico: Também chamado Ressôo Nasal, Ex. aluno, fácil
são duas letras representando um único fonema
vocálico. É representado pelas letras am, an, em, en, Proparoxítona: Palavra cuja sílaba tônica é
im, in, om, on, um, un, quando estiverem no final da antepenúltima.
sílaba. (am e em são dígrafos só no interior do Ex. elétrico, lâmpada
vocábulo.
Ex. tampa (pronuncia-se tãpa) OBS.: Palavras formadas por uma só sílaba são
canto (pronuncia-se kãtu) chamadas monossílabas. As monossílabas se dividem
bomba (pronuncia-se bõba) em: átonas (me, o, a, de, lhe, em, se) e tônicas (dor,
mim, sol, ver, ti, luz)

11
Sílaba subtônica: Só existe em palavras Verbos CRER/DAR/LER/VER e seus derivados:
Recebem acento circunflexo na 3ª pessoa do singular e
derivadas. Coincide com a tônica da palavra primitiva.
têm E dobrado na 3ª pessoa do plural do presente do
Ex. cafezinho - A sílaba tônica é zi, e a
indicativo (sem acento).
subtônica, fe.
Ex. Ele crê / Eles creem
taxímetro - A sílaba tônica é xí, e a
Ele vê / Eles veem
subtônica, ta.
Ele relê / Eles releem
Atenção: As sílabas que não são tônicas nem Ele descrê / Eles descreem
subtônicas são chamadas átonas.
Acento diferencial: A palavra pôde (pretérito
REGRAS DE ACENTUAÇÃO perfeito) recebe acento para diferenciar de pode
(presente).
(Atualizadas conforme o Acordo Ortográfico de O verbo pôr recebe acento para diferenciar da
2008) preposição por.

Monossílabos Tônicos: Serão acentuados quando OBS.1: O acento diferencial foi eliminado nas
terminarem em A, E, O, seguidos ou não de s. palavras PARA, PERA, PELA, PELO, POLO.
Ex. pá, más, fé, Jês, dó, cós. OBS.2: O trema também foi extinto em todas as
palavras (Ex. frequente, cinquenta, linguiça).
Oxítonas: Serão acentuadas quando terminarem
em A, E, O, seguidos ou não de s, e em EM, ENS. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Ex. Corumbá, maracujás, rapé, massapê, filó,
vovô, amém, parabéns. 1- Assinale a sequência em que todas as palavras
estão separadas corretamente:
Paroxítonas: Serão acentuadas quando terminarem a) trans-a-tlân-ti-co, fi-el, sub-ro-gar
em L, I(S), N, U(S), R, X, Ã, ÃO, UM, UNS, PS, EI(S), b) bis-a-vô, du-e-lo, fo-ga-réu
ditongo crescente (s). c) sub-lin-gual, bis-ne-to, de-ses-pe-rar
Ex: fácil, táxi, pólen, bônus, caráter, fênix, ímã, d) des-li-gar, sub-ju-gar, sub-scre-ver
órgão, álbum, médiuns, tríceps, vôlei, relógio. e) cis-an-di-no, es-pé-cie, a-teu
Proparoxítonas: Todas as proparoxítonas são 2- No trecho "Quanto ao morro do Curvelo, o meu
acentuadas. apartamento, o andar mais alto de um velho casarão
Ex. síndrome, ínterim, lêvedo, médico, árvore, em ruína..." temos:
sândalo. a) 4 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes,
1 hiato.
Ditongos abertos EI e OI : São acentuados, exceto b) 4 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes,
em palavras paroxítonas. 2 hiatos.
Ex. réis, anéis, ideia, dói, herói, jiboia. c) 3 ditongos decrescentes, 1 ditongo crescente, 1
hiato.
Ditongo aberto EU: Sempre é acentuado. d) 2 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes,
Ex. véu, chapéu, fogaréu. 1 hiato.
e) 5 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes,
Hiato: As letras I e U, quando formarem hiato com 1 hiato.
outra vogal e estiverem sozinhas na sílaba, ou
seguidas de S, receberão acento. 3- Assinale a opção em que a divisão de sílaba
Ex. puída, país, construí-la, baú, ataúde, balaústre. não está corretamente feita:
a) a-bai-xa-do b) si-me-tria
c) es-fi-a-pa-da d) ba-i-nhas
OBS. 1: Há algumas exceções para a regra do
e) ca-a-tin-ga
hiato de I e U. Não são acentuados:
1ª) Hiato de vogais idênticas _ xiita, sucuuba 4- As palavras seguintes apresentam-se sem o
2ª) Hiato seguido pelo dígrafo NH _ rainha, bainha acento gráfico, seja ele necessário ou não. Aponte a
3ª) Hiato precedido de ditongo _ feiura, cauila, alternativa em que todas sejam paroxítonas:
bocaiúva. a) textil - condor - mister - zenite – crisântemo
b) luzidio - latex - inaudito - primata – libido
Verbos TER e VIR: Recebem acento circunflexo na c) exodo - fagocito - bramane - obus – refem
3ª pessoa do plural do presente do indicativo. d) novel - sutil - inclito - improbo - interim
Ex. Ele tem / Eles têm e) tulipa - refrega - filantropo - especime –
Ele vem / Eles vêm. notívago

Já os verbos derivados de Ter e Vir recebem acento 5- Em que conjunto a letra x representa o mesmo
agudo na 3ª pessoa do singular e acento circunflexo na fonema?
3ª pessoa do plural. a) tóxico - taxativo
Ex. Ele detém / Eles detêm b) defluxado - taxar
Ele intervém / Eles intervêm. c) têxtil - êxtase
d) enxame – inexaurível
e) intoxicado - exceto
Emprego do S
6- Aponte o único conjunto onde há erro de divisão
01) Nas palavras derivadas de verbos terminados
silábica:
a) flui-do, sa-guão, dig-no em -nder e –ndir.
Ex. pretender = pretensão
b) cir-cuns-cre-ver, trans-cen-den-tal, tran-sal-pi-no
defender = defesa, defensivo
c) con-vic-ção, tung-stê-nio, rit-mo
compreender = compreensão
d) ins-tru-ir, an-te-pas-sa-do, se-cre-ta-ri-a
fundir = fusão
e) co-o-pe-rar, dis-tân-cia, bi-sa-vô
expandir = expansão
7- Devem ser acentuadas todas as palavras da
02) Nas palavras derivadas de verbos terminados
opção:
em -erter, -ertir e -ergir.
a) taxi - hifen – gas
Ex. perverter = perversão
b) ritmo - amor – lapis
converter = conversão
c) chines - ruim - jovem
divertir = diversão
d) juriti - gratis – traz
imergir = imersão
e) açucar - abacaxi - molestia
03) Emprega-se -puls- nas palavras derivadas de
8- A única alternativa em que nenhuma palavra
verbos terminados em –pelir; e -curs-, nas palavras
deve ser acentuada graficamente é:
derivadas de verbos terminados em -correr.
a) preto - orgão – seres
Ex. expelir = expulsão
b) atras - medo – garoa
impelir = impulso
c) item - nuvem - erro
compelir = compulsório
d) juri - governo –odio
concorrer = concurso
e) tatu - cores - carater
discorrer = discurso
percorrer = percurso
9- Assinale a opção cujas palavras seguem a
mesma regra de acentuação:
04) Nas palavras terminadas em -oso e -osa, com
a) atrás - haverá - também – após
exceção de gozo.
b) insônia - nível - pólen - película
Ex. gostosa, saboroso, gasoso
c) pés - lá - já – troféu
d) centímetros - escrúpulos - fósseis 05) Nas palavras terminadas em -ase, -ese, -ise e
e) elétrico - táxi - fácil - tirá-lo -ose, com exceção de gaze e deslize.
Ex. fase, crase, tese, osmose, análise.
10- Assinale a alternativa em que todos os
vocábulos são acentuados por serem oxítonos: 06) Nas palavras femininas terminadas em -isa.
a) paletó - avô - pajé - café – jiló Ex. poetisa, papisa, Marisa.
b) parabéns - vêm - hífen - saí - oásis
07) Em toda a conjugação dos verbos pôr, querer
c) vovô - capilé - Paraná - lápis – régua
e usar.
d) amém - amável - filó - porém - além
Ex. Eu pus Ele quis Nós usamos
e) caí - aí - ímã - ipê - abricó
08) Nas palavras terminadas em -ês e -esa, que
Gabarito: indicarem nacionalidade, origem e títulos de nobreza.
01- C 02- C 03- B 04- B 05- C Ex. português, dinamarquesa, tailandesa, duquesa,
06- C 07- A 08- C 09- A 10- A marquês.
09) Nos verbos terminados em -isar, quando a
ORTOGRAFIA palavra primitiva já possuir o -s-.
Ex. análise = analisar
Emprego do Ç liso = alisar
01) Utilizamos o sufixo -ção nas palavras pesquisa = pesquisar
derivadas de vocábulos terminados em -to, -tor, -tivo e paralisia = paralisar
os substantivos derivados de verbos: 10) Nos diminutivos de palavras escritas com -s-.
Ex. erudito = erudição Ex.: casinha, asinha, portuguesinho, Inesita.
exceto = exceção
setor = seção OBS.: Ç ou S? Após ditongo, emprega-se -ç-, quando
intuitivo = intuição houver som de ss, e escreve-se com -s-, quando houver
educar = educação som de z. Ex. eleição, traição, lousa, coisa.
exportar = exportação
repartir = repartição Emprego do Z
1) Nas palavras terminadas em -ez e -eza, que
02) Emprega-se -tenção nos substantivos são substantivos derivados de adjetivos:
correspondentes aos verbos derivados do verboter. Ex. limpo = limpeza
Ex. manter = manutenção lúcido = lucidez
reter = retenção nobre = nobreza
deter = detenção pobre = pobreza
conter = contenção belo = beleza
2) Nos verbos terminados em -izar, quando a 02) Nas palavras terminadas em -gem, com
palavra primitiva não possuir -s-. exceção de pajem e lambujem:
Ex. economia = economizar Ex. viagem (subst.), coragem, personagem,
terror = aterrorizar ferrugem, penugem
frágil = fragilizar
Emprego do X
OBS.: Cuidado, pois há algumas exceções! 01) Nas palavras iniciadas por mex-, com exceção
Ex. catequese = catequizar de mecha.
síntese = sintetizar Ex. mexilhão, mexerica, mexer
hipnose = hipnotizar 02) Nas palavras iniciadas por enx-, com exceção
batismo = batizar das derivadas de vocábulos iniciados por ch- e da
palavra enchova.
3) Nos diminutivos terminados em -zinho e -zito, Ex. enxada, enxerto, enxerido, enxurrada.
quando a palavra primitiva não possuir -s- .
Ex. mulherzinha, arvorezinha, alemãozinho, 03) Após ditongo, com exceção de recauchutar e
aviãozinho, pezinho guache.
Ex. ameixa, deixar, queixa, feixe, peixe
Emprego de SS
01) Nas palavras derivadas de verbos terminados UIR e OER
em -ceder. Os verbos terminados em -uir e -oer terão as 2ª e
Ex. anteceder = antecessor 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo
exceder = excesso escritas com -i-.
conceder = concessão Ex. tu possuis, ele possui, tu constróis, ele
constrói, tu móis, ele mói
02) Nas palavras derivadas de verbos terminados
em -primir. UAR e OAR
Ex. imprimir = impressão Os verbos terminados em -uar e -oar terão todas as
comprimir = compressa pessoas do Presente do Subjuntivo escritas com - e-.
deprimir = depressivo Ex. Que eu efetue, Que tu efetues, Que vós
entoeis , Que eles entoem
03) Nas palavras derivadas de verbos terminados
em -gredir. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Ex. agredir = agressão
progredir = progresso Assinale a alternativa em que todos os
transgredir = transgressor vocábulos estejam grafados corretamente:
01) X ou CH:
04) Nas palavras derivadas de verbos terminados a) xingar, xisto, enxaqueca
em -meter. b) mochila, flexa, mexilhão
Ex. comprometer = compromisso c) cachumba, mecha, enchurrada
intrometer = intromissão d) encharcado, echertado, enxotado
prometer = promessa
02) E ou I:
Emprego do J a) femenino, sequer, periquito
01) Nas palavras derivadas dos verbos terminados b) impecilho, mimeógrafo, digladiar
em -jar. c) intimorato, discrição, privilégio
Ex. trajar = traje, eu trajei d) penico, despêndio , selvícola
encorajar = que eles encorajem
viajar = que eles viajem 03) S ou Z:
a) ananás, logaz, vorás, lilaz
02) Nas palavras derivadas de vocábulos b) maciez, altivez, pequenez, tez
terminados em -ja. c) clareza, duqueza, princesa, rez
Ex. loja = lojista d) guizo, granizo siso, rizo
gorja = gorjeta, gorjeio
canja = canjica 04) G ou J:
a) sarjeta, argila
03) Nas palavras de origem tupi, africana ou b) pajem, monje
popular. c) tigela lage
Ex. jeca, jiló, pajé, jiboia, jirau d) gesto, geito

Emprego do G 05) SS, C, Ç:


01) Em todas as palavras terminadas em -ágio, - a) massiço, sucinto
égio, -ígio, -ógio, -úgio. b) à beça, craço
Ex. pedágio, colégio, sacrilégio, prestígio, c) procissão, pretencioso
relógio, refúgio d) assessoria, possessão
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em
06) O ou U:
vogal e o segundo elemento começa por consoante
a) muela, bulir, taboada
b) borbulhar, mágoa, regurgitar diferente de r ou s.
Ex. anteprojeto, antipedagógico, coprodução,
c) cortume, goela, tabuleta
semideus, ultramoderno.
d) entupir, tussir, polir
4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em
07) S ou Z:
vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse
a) rês, extaziar
b) ourivez, cutizar caso, duplicam-se essas letras.
c) bazar, azia Ex. antirrábico, antissocial, contrarregra, cosseno,
d) induzir, tranzir infrassom.
5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o
08) X ou CH:
hífen se o segundo elemento começar pela mesma
a) michórdia, ancho
vogal.
b) archote, faxada
Ex. anti-ibérico, auto-observação, contra-atacar,
c) tocha, coxilo
micro-ondas, semi-interno.
d) xenofobia, chilique
6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se
09) SS ou Ç:
o hífen se o segundo elemento começar pela mesma
a) endosso, alvíssaras, grassar
consoante.
b) lassidão, palissada, massapê
Ex. inter-racial, sub-base, super-realista.
c) chalassa, escasso, massarico
d) arruassa, obsessão, sossobrar Atenção: Nos demais casos, não se usa o hífen.
Ex. hipermercado, intermunicipal, superproteção.
10) X ou CH:
a) chafariz, pixe, pecha
b) xeque, salsixa, esquixo OBS.: Com o prefixo sub, usa-se o hífen também
c) xuxu, puxar, cochichar diante de palavra iniciada por r (sub-região). Já com os
d) muxoxo, chispa, xangô prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra
iniciada por m, n e vogal (circum-navegação, pan-
11) G ou J: americano).
a) agiota, beringela, canjica
b) jeito, algibeira, tigela 7. Quando o prefixo termina por consoante, não se
c) estranjeiro, gorjeito, jibóia usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal.
d) enjeitar, magestade, gíria Ex. hiperacidez, interescolar, superinteressante.
Gabarito 8. Com os prefixos vice, ex, sem, além, aquém,
01. A 02. C 03. B 04. A 05. D 06. B recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen.
07. C 08. D 09. A 10. D 11. B Ex. vice-prefeito, além-túmulo, aquém-mar, ex-
aluno, pós-graduação, pré-história, pró-europeu,
EMPREGO DO HÍFEN recém-casado, sem-terra.
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem
As regras a seguir referem-se ao uso do hífen em
tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
palavras formadas por prefixos ou por elementos que
Ex. amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
podem funcionar como prefixos, como: aero, agro,
além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra,
Além de ser empregado com os prefixos nos casos
eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter,
citados acima, o hífen também é utilizado na separação
intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto,
silábica (e-le-fan-te), serve para ligar pronome pessoal
pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super,
oblíquo a verbo (ofereço-lhe) e une os elementos nas
supra, tele, ultra, vice etc.
palavras compostas
(Ex. guarda-roupa, beija-flor, corre-corre, greco-
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de
latino).
palavra iniciada por h. Ex. anti-higiênico, anti- histórico,
co-herdeiro, macro-história, super-homem.
PONTUAÇÃO
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra
humano perde o h). Os sinais de pontuação são recursos gráficos
próprios da linguagem escrita. Embora não consigam
2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral,
vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo eles estruturam os textos e procuram estabelecer as
elemento. pausas e as entonações da fala. São eles:
Ex. aeroespacial, agroindustrial, anteontem,
semianual, infraestrutura, plurianual. Vírgula ( , )
A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a
Exceção: o prefixo co geralmente aglutina-se, com
voz em suspenso à espera da continuação do período.
o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por
o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar,
cooperação, cooptar.
Geralmente é usada: 3) Quando a conjunção "e" assumir valores
distintos que não seja da adição (adversidade,
1) nas datas, para separar o nome da localidade. consequência)
Ex. Brasília, 25 de agosto de 2011. Ex. Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi
aprovada.
2) após o uso dos advérbios "sim" ou "não",
usados como resposta, no início da frase. 11) para separar orações subordinadas
Ex. _ Você gostou da festa? substantivas e adverbiais, principalmente quando vêm
_ Sim, eu adorei. antes da principal.
Ex. Quando José encontrar o livro, vai comprá-lo
3) após a saudação em correspondência (social e para mim.
comercial).
Ex. Atenciosamente, 12) para isolar as orações subordinadas adjetivas
explicativas.
4) para separar termos de uma mesma função Ex. A professora, que ainda estava na faculdade,
sintática. dominava todo o conteúdo.
Ex. Comprei banana, maçã, laranja.
Ponto-e-vírgula (;)
5) para destacar elementos intercalados na O ponto-e-vírgula indica uma pausa um pouco mais
oração, tais como: longa que a vírgula e um pouco mais breve que o ponto.
A – uma conjunção O emprego do ponto-e-vírgula depende muito do
Ex. Ele estudou, não alcançou, porém, um bom contexto em que ele aparece. Podem-se seguir as
resultado. seguintes orientações para empregar o ponto-e-
B – um adjunto adverbial vírgula:
Ex. Essas crianças, com certeza, serão
aprovadas. 1) Para separar duas orações coordenadas que já
C – um vocativo contenham vírgulas.
Ex. Todos vocês, meus amigos, estão Ex. Estive a pensar, durante toda a noite, em Diana,
convidados minha antiga namorada; no entanto, desde o último
D – um aposto verão, estamos sem nos ver.
Ex. Juliana, irmã de Maria, passou no vestibular.
E – uma expressão explicativa ou corretiva (isto é, 2) Para separar enumeração após dois pontos:
a saber, ou melhor, aliás, etc,) Ex. Os alunos devem respeitar as seguintes
Ex. O amor, ou seja, o mais sublime sentimento regras:
humano, inicia-se em Deus. - não fumar dentro do colégio;
- não fazer algazarras na hora do intervalo;
6) para separar termos deslocados de sua posição - respeitar os funcionários e os colegas;
normal na frase. - trazer sempre o material escolar.
Ex. O documento, você trouxe?
Dois-pontos (:)
7) para separar elementos paralelos de um
provérbio. 1) Para iniciar uma enumeração:
Ex. Tal pai, tal filho. Ex. Compramos para a casa o seguinte: mesa,
cadeiras, tapetes e sofás.
8) para indicar a elipse (omissão) de um termo.
Ex. Daniel ficou alegre e eu, chateado. 2) Para introduzir a fala de uma personagem:
Ex. Sempre que o professor Luís entra em sala-
9) para separa orações intercaladas. de-aula diz:
Ex. O importante, disse ela, era a segurança da Essa moleza vai acabar!
escola.
3) Para esclarecer ou concluir algo que já foi dito:
10) para separar as orações coordenadas, exceto Ex. Subjetividade e Nacionalismo: essas são as
as aditivas. características do Romantismo.
Ex. Vá devagar, que a rua é perigosa.
Reticências ( ... )
ATENÇÃO! Embora a conjunção "e" seja aditiva,
há três casos em que se usa a vírgula antes dela: 1) Para indicar uma certa indecisão, surpresa ou
1) Quando as orações coordenadas tiverem dúvida na fala da personagem:
sujeitos diferentes. Ex. João Antônio! Diga-me... você... me traiu?
Ex. O homem vendeu o carro, e a mulher protestou.
2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a 2) Para indicar que, num diálogo, a fala de uma
finalidade de dar ênfase (polissíndeto). personagem foi interrompida:
Ex. E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. Ex. Como todos já deram sua opinião, creio
que...
3) Para indicar, numa citação, que certos trechos 02) Marque a alternativa que não apresenta erro
do texto foram exclusos: de pontuação:
Ex. "No momento em que a tia foi pagar a conta, a) Precisando de mim, procure-me; ou melhor,
Joana pegou o livro..." (Clarice Lispector) telefone, que eu venho.
b) Precisando de mim procure-me; ou melhor
Aspas ( " " ) telefone, que eu venho.
As aspas têm como função destacar uma parte do c) Precisando de mim procure-me, ou, telefone,
texto. São empregadas: melhor que eu venho.
d) Precisando, de mim, telefone-me, ou melhor,
1) antes e depois de citações ou transcrições procure-me que eu venho.
textuais.
Ex. Como disse Machado de Assis: “A melhor 03) Assinale a pontuação errada:
definição de amor não vale um beijo.” a) Falei com ele com tanta segurança, que nem
discordou de mim.
2) para assinalar estrangeirismo, neologismos, b) Porque falei com ela, para mim não há mais
gírias, expressões populares, ironia. dúvidas.
Ex. O "lobby" dos fabricantes de pneus está c) Falei com ela que eu, estaria aqui cedo hoje se
cada vez mais explícito. tudo corresse bem.
Com a chegada da polícia, os três suspeitos d) Falei ao chefe que, se o plano corresse bem,
"vazaram". estaríamos salvos.
Que "maravilha": Felipe tirou zero na prova!
04) Dadas as sentenças:
OBS.: Em trechos que já estiverem entre aspas, se 1. Quase todos os habitantes daquela região
necessário usá-las novamente, empregam-se aspas pantanosa e afastada da civilização morrem de malária.
simples. 2. Pedra, que rola, não cria limo.
Ex. "Tinha-me lembrado da definição que José Dias 3. Muitas pessoas observavam com interesse, o
dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu eclipse solar.
não sabia o que era oblíqua.” (Machado de Assis) - Deduzimos que:
a) apenas a nº 1 está correta
Travessão ( – ) b) apenas a nº 2 está correta
O travessão é um traço maior que o hífen e costuma c) apenas a nº 3 está correta
ser empregado: d) todas estão corretas

1) no discurso direto, para indicar a fala da 05) Em um dos períodos abaixo, há uma vírgula
personagem ou a mudança de interlocutor nos diálogos. usada erradamente no lugar do ponto-e-vírgula.
Ex. _ O que isso, mãe? Assinale-o:
_ É seu presente de Natal, minha filha. a) Avançamos pela praia, que já não era como a
outra. Os pés afundavam na arei fofa, canavial não se
2) para separar expressões ou frase explicativas, via, só coqueiro.
intercaladas. b) As crianças estavam alvoroçadas e correram
Ex. "E logo me apresentou à mulher – uma para o jardim, o palhaço já tinha chegado e,
estimável senhora – e à filha." (Machado de Assis) alegremente, pusera-se a cantar.
c) Às vezes, eu quero chamar sua atenção para
3) para destacar algum elemento no interior da esse problema, ele, porém, não permite que se toque
frase, podendo também realçar o aposto. no assunto.
Ex. "Junto do leito meus poetas dormem – Dante, a d) Sempre fiel a seus princípios, o velho indígena
Bíblia, Shakespeare e Byron – na mesa confundidos." recusou a ajuda dos missionários, convocou os
(Álvares de Azevedo) guerreiros e decidiram partir dali.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 06) Assinale a alternativa em que a segunda frase


não corrige adequadamente a primeira:
a) 1. A Volkswagen do Brasil está concedendo
01) Assinale a letra que corresponde ao único
férias coletivas, de vinte dias a funcionários de suas
período de pontuação correta:
fábricas.
a) Pouco depois, quando chegaram, outras
2. A Volkswagen do Brasil está concedendo
pessoas a reunião ficou mais animada.
férias coletivas de vinte dias a funcionários de suas
b) Pouco depois quando chagaram outras pessoas
fábricas.
a reunião ficou mais animada.
b) 1. A Academia de Artes e Ciências
c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoa,
Cinematográfica de Hollywood adiou para hoje à noite,
a reunião ficou mais animada.
a cerimônia de entrega dos prêmios Oscar.
d) Pouco depois quando chegaram outras
2. A Academia de Artes e Ciências
pessoas, a reunião ficou mais animada.
Cinematográfica de Hollywood, adiou para hoje à noite,
a cerimônia de entrega dos prêmios Oscar.
Segue abaixo uma lista com alguns homônimos e
c) 1. A entidade internacional promove a cada
parônimos:
dois anos, um congresso.
- acender = atear fogo
2. A entidade internacional promove, a cada
ascender = subir
dois anos, um congresso
d) 1. Os soldados da Polícia Militar da Bahia, - acerca de = a respeito de, sobre
voltam hoje aos quartéis. há cerca de = faz aproximadamente,
existe aproximadamente
2. Os soldados da Polícia Militar da Bahia
voltam hoje aos quartéis. - afim = semelhante, com afinidade
a fim de = com a finalidade de
Gabarito: - amoral = indiferente à moral
01) C 02) A 03) C 04) A 05) C 06) B imoral = contra a moral, libertino, devasso
- apreçar = marcar o preço
apressar = acelerar
- arrear = pôr arreios
SEMÂNTICA
arriar = abaixar
- bucho = estômago de ruminantes
A semântica estuda o significado e a interpretação buxo = arbusto ornamental
do significado de uma palavra, de um signo, de uma - caçar = abater a caça
frase ou de uma expressão em um determinado cassar = anular
contexto. - cela = aposento
Esse campo de estudo analisa, também, as sela = arreio
mudanças de sentido que ocorrem nas formas - censo = recenseamento
linguísticas devido a alguns fatores, tais como tempo e senso = juízo
espaço geográfico. cessão = ato de doar
- seção = corte, divisão
Ambiguidade: Possibilidade de dupla sessão = reunião
interpretação para um mesmo enunciado. - chalé = casa campestre
xale = cobertura para os ombros
Polissemia: É a propriedade que uma mesma - cheque = ordem de pagamento
palavra tem de apresentar mais de um significado nos xeque = lance do jogo de xadrez
múltiplos contextos em que aparece. - comprimento = extensão
Ex. cabo (posto militar, acidente geográfico, parte cumprimento = saudação
da vassoura) - concertar = harmonizar, combinar
consertar = remendar, reparar
Sinônimos: São palavras que apresentam, entre - conjetura = suposição, hipótese
si, o mesmo significado. conjuntura = situação, circunstância
Ex. triste = melancólico resgatar = recuperar - deferir = conceder
maciço = compacto ratificar = confirmar diferir = adiar
digno = decente, honesto reminiscências = - descrição = representação
lembranças insipiente = ignorante. discrição = ato de ser discreto
- descriminar = inocentar
Antônimos: São palavras que apresentam, entre discriminar = diferençar, distinguir
si, sentidos opostos, contrários. - despensa = compartimento
Ex. bom x mau bem x mal condenar x dispensa = desobrigação
absolver simplificar x complicar - despercebido = sem ser notado
desapercebido = desprevenido
Homônimos: São palavras iguais na forma e - eminente = nobre, alto, excelente
diferentes na significação. Há três tipos de homônimos: iminente = prestes a acontecer
1) Homônimos Perfeitos _ Têm a mesma grafia - esperto = ativo, inteligente, vivo
e a mesma pronúncia. experto = perito, entendido
Ex. cedo (advérbio) e cedo (verbo ceder) meio - espiar = olhar sorrateiramente
(numeral) e meio (substantivo) expiar = sofrer pena ou castigo
2) Homônimos Homófonos _ Têm a mesma - estada = permanência de pessoa
pronúncia e grafias diferentes. estadia = permanência de veículo
Ex. sessão (reunião) seção (repartição) e cessão - flagrante = evidente
(ato de ceder) fragrante = aromático
3) Homônimos Homógrafos _ Têm a mesma - incerto = duvidoso
grafia e pronúncias diferentes. inserto = inserido, incluso
Ex. almoço (refeição) e almoço (verbo almoçar) - incipiente = iniciante
sede (vontade de beber) e sede (residência). insipiente = ignorante
- infligir = aplicar pena ou castigo
Parônimos: São palavras de significação infringir = transgredir, violar, desrespeitar
diferente, mas de forma parecida, semelhante. - intercessão = súplica, rogo
Ex. retificar e ratificar inflação e infração interse(c)ção = ponto de encontro de duas linhas
tráfico e tráfego eminente e iminente - ratificar = confirmar
retificar = corrigir
05) Há erro de grafia em:
- soar = produzir som
a) Eucláudia trabalha na seção de roupas.
suar = transpirar
b) Hoje haverá uma sessão extraordinária na
- sortir = abastecer
Câmara de Vereadores.
surtir = originar
c) O prefeito da cidade resolveu fazer a cessão de
- tacha = pequeno prego
seus rendimentos à creche municipal.
taxa = tributo
d) Voto na 48ª sessão, da 191ª zona eleitoral.
- tachar = censurar, notar defeito em
e) Ontem, fui ao cinema na sessão das dez.
taxar = estabelecer o preço
06) Assinale a letra que preenche corretamente as
Hipônimo: É a palavra que indica uma parte, um
lacunas das frases apresentadas.
item específico de um todo. Ex. sabiá, curió, gavião,
águia (pertencem ao grupo das aves, portanto são A da greve era , mas o
líder dos trabalhadores iria o aumento.
hipônimos da palavra AVE).
a) deflagração - eminente - reivindicar.
Hiperônimo: É a palavra que indica o todo, do qual b) defragração - iminente - reinvidicar.
se originam várias partes ou ramificações. Ex. Calçado c) deflagração - iminente - reivindicar.
(Hiperônimo de sandália, tênis, sapato, etc.) Animal d) defragração - eminente - reinvindicar.
(Hiperônimo de vaca, zebra, gato, etc.) e) defragração - eminente - reivindicar

07) Assinale a letra que preenche corretamente as


OBS.: A Hiponímia particulariza, enquanto a lacunas das frases apresentadas.
Hiperonímia generaliza.
Apesar de em mecânica de automóveis,
ele foi de .
a) esperto - tachado - incipiente.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO b) experto - tachado - insipiente.
c) experto - taxado - insipiente.
01) Indique a alternativa errada: d) esperto - taxado - incipiente.
a) As pessoas mal-educadas sempre se dão mal e) esperto - taxado - incipiente.
com os outros.
b) Os meus ensinamentos foram mal 08) Assinale a letra que preenche corretamente as
interpretados. lacunas das frases apresentadas.
c) Vivi maus momentos naquela época. O ladrão foi pego em , quando tentava
d) Temos que esclarecer os mau-entendidos. levar quantia, devido a uma de
e) Os homens maus sempre prejudicam os bons. caminhões bem em frente ao banco.
a) flagrante - vultosa - coalizão.
02) os sinônimos de exilado, assustado, sustentar b) fragrante - vultuosa - colisão.
e expulsão são, respectivamente: c) flagrante - vultosa - colisão.
a) degredado, espavorido, suster e proscrição. d) fragrante - vultuosa - coalizão.
b) degradado, esbaforido, sustar e prescrição. e) flagrante - vultuosa - coalizão.
c) degredado, espavorido, sustar e proscrição.
d) degradado, esbaforido, sustar e proscrição. 09) Assinale a letra que preenche corretamente as
e) degradado, espavorido, suster e prescrição. lacunas das frases apresentadas.
O rapaz que se sentiu pela diretora
03) Trate de arrumar o aparelho que você quebrou do colégio fez uma até Brasília para
e costurar a roupa que você rasgou, do contrário não tentar uma pena a ela.
saíra de casa neste final de semana. As palavras a) descriminado - viajem - inflingir.
destacadas podem ser substituídas por: b) discriminado - viagem - infligir.
a) concertar, coser e se não. c) discriminado - viajem - infringir.
b) consertar, coser e senão. d) descriminado - viagem - infligir.
c) consertar, cozer e senão. e) discrimando - viagem - infringir.
d) concertar, cozer e senão.
e) consertar, coser e se não. 10) Assinale a letra que preenche corretamente as
lacunas das frases apresentadas.
04) Assinale a alternativa que preenche , a verdade e, apesar de
corretamente as lacunas da frase abaixo: todos os protestos dos deputados, o
Da mesma forma que os italianos e japoneses para governador os direitos do secretário.
o Brasil no século passado, hoje a) De repente - emergiu - iminente - cassou.
os brasileiros para a Europa e para b) Derrepente - imergiu - iminente - caçou.
o Japão, à busca de uma vida melhor; internamente, os c) De repente - emergiu - eminente - cassou.
nordestinos para o Sul, pelo mesmo d) De repente - imergiu - eminente - caçou.
motivo. e) Derrepente - emergiu - iminente - cassou.
a) imigraram - emigram – migram
b) migraram - imigram - emigram Gabarito:
c) emigraram - migram - imigram. 1) D 2) A 3) B 4) A 5) D
d) emigraram - imigram - migram. 6) C 7) B 8) C 9) B 10) C
e) imigraram - migram - emigram.
MORFOLOGIA b) Desinências nominais
- de gênero = indica o gênero da palavra. A palavra
Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e terá desinência nominal de gênero, quando houver a
da classificação das palavras. A peculiaridade da oposição masculino - feminino.
morfologia é estudar as palavras analisando-as Ex. cabeleireiro - cabeleireira.
isoladamente, independentes de contexto.
A vogal a será desinência nominal de gênero
ESTRUTURA DAS PALAVRAS sempre que indicar o feminino de uma palavra, mesmo
Estudar a estrutura é conhecer os elementos que o masculino não seja terminado em o.
formadores das palavras. Ex. crua, ela, traidora.
Assim, compreendemos melhor o significado de
cada uma delas. - de número = indica o plural da palavra. É a letra s,
As palavras podem ser divididas em unidades somente quando indicar plural.
menores, a que damos o nome de elementos mórficos Ex. cadeiras, macacos
ou morfemas.
5) Afixos: São elementos que se juntam ao
Os elementos mórficos são os seguintes: radical para formar novas palavras.
São eles:
1) Radical : É o elemento que contém o sentido - Prefixo: É o afixo que aparece antes do radical.
básico do vocábulo. Ex. destampar, incapaz, amoral.
Ex. falar, comer, dormir, casa, carro. - Sufixo: É o afixo que aparece depois do radical
ou do tema.
Palavras que apresentam o mesmo radical são Ex. pensamento, acusação
chamadas de palavras cognatas e constituem uma
família etimológica. Ex. árvore, arborizado, arvorismo, Vogais e consoantes de ligação: São vogais e
arbóreo. consoantes que surgem entre dois morfemas, para
tornar mais fácil e agradável a pronúncia de certas
OBS.: Em se tratando de verbos, descobre-se o palavras. Ex. flores, bambuzal, gasômetro.
radical, retirando-se a terminação AR, ER ou IR. As vogais e consoantes de ligação não são
consideradas morfemas, mas simples elementos
utilizados, principalmente, em palavras derivadas e
2) Vogal Temática : É uma vogal colocada após o compostas.
radical, que o prepara para receber os demais
elementos. Ex. cadeira, livro, casa. PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Haverá derivação quando, a partir de uma palavra
Os verbos apresentam as vogais temáticas A, E ou primitiva na Língua Portuguesa, formar-se uma nova
I, presentes à terminação verbal. Elas indicam a que palavra, a derivada.
conjugação o verbo pertence:
- 1ª conjugação = vogal temática A Há seis tipos de derivação:
(comprar, amar)
- 2ª conjugação = vogal temática E Derivação Prefixal: a palavra derivada é obtida
(viver, beber) pela anexação de um prefixo à palavra primitiva.
- 3ª conjugação = vogal temática I Ex. conceder, imoral, transplantar
(dormir, sentir)
Derivação Sufixal: A palavra nova é obtida por
OBS.: O verbo pôr e seus derivados (supor, acréscimo de sufixo.
compor, repor, etc.) pertencem à 2ª conjugação, já que Ex. felizmente, moralidade
se originam do antigo verbo poer.
Derivação Prefixal e Sufixal: A palavra nova
3) Tema: É a junção do radical com a vogal recebe prefixo e sufixo.
temática. Se não existir a vogal temática, o tema e o Ex. imoralidade, transplantado
radical serão o mesmo elemento.
Ex. estuda = estud+a ferro = ferr+o leal = leal Derivação Parassintética: a palavra nova é obtida
(radical e tema coincidem) pelo acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo. Por
parassíntese, formam-se principalmente verbos.
4) Desinências: É o elemento que indica a flexão da Ex. entristecer, enevoar
palavra. Existem dois tipos de desinências:
OBS.: Não confunda a derivação parassintética
a) Desinências verbais com a prefixal e sufixal.
- Modo-temporais = indicam o modo e o tempo. No caso da parassíntese, a nova palavra só existe
Ex. cantava (pretérito imperfeito do indicativo) com ambos os afixos, pois o acréscimo é simultâneo.
- Número-pessoais = indicam a pessoa e o No caso de entristecer, por exemplo, não existe
número. “entriste” (sem o sufixo) e nem “tristecer” (sem o
Ex. cantaram (3ª pessoa do plural) prefixo).
2- O processo de formação da palavra sublinhada
Há dois casos em que a palavra derivada é formada
está incorretamente indicado nos parênteses em:
sem que haja a presença de afixos. São eles:
a) Só não foi necessário o ataque porque a vitória
Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por estava garantida. (derivação parassintética)
redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na b) O castigo veio tão logo se receberam as
notícias. (derivação regressiva)
formação de substantivos derivados de verbos.
Ex. pesca (subst. deriv. do verbo pescar) c) Foram muito infelizes as observações feitas
durante o comício. (derivação prefixal)
Derivação imprópria: a palavra nova é obtida pela d) Diziam que o vendedor seria capaz de fugir.
mudança de categoria gramatical da palavra primitiva. (derivação sufixal)
Não ocorre, pois, alteração na forma, mas tão-somente e) O homem ficou boquiaberto com as nossas
na classe gramatical. respostas. (composição por aglutinação).
Ex. o porquê
3- Todos os vocábulos abaixo são parassintéticos,
Haverá composição quando se juntarem dois ou exceto:
mais radicais para formar uma nova palavra. A a) entardecer b) despedaçar
composição pode ocorrer por: c) emudecer d) esfarelar
e) negociar
Justaposição: os elementos que formam o
composto são postos lado a lado, sem que haja 4- Todas as palavras abaixo são formadas por
alteração fonética (a pronúncia não muda). derivação, exceto:
Ex. passatempo, guarda-roupa, segunda-feira, a) esburacar b) pontiagudo
girassol. c) rouparia d) ilegível
e) dissílabo
Aglutinação: os elementos que formam o composto
se aglutinam, havendo alteração fonética. 5- "Achava natural que as gentilezas da esposa
Ex. aguardente (água+ardente), alvinegro chegassem a cativar um homem". Os elementos
(alvo+negro), pernalta (perna+alta) constitutivos da forma verbal grifada não está
analisado corretamente em:
Além da derivação e da composição, há alguns a) CHEG – radical
outros processos de formação de palavras: b) A - vogal temática
c) CHEGA - tema
Hibridismo: É a formação de novas palavras a partir d) SSE - sufixo formador de verbo
da união de radicais de idiomas diferentes. e) M - desinência número-pessoal.
Ex. automóvel (grego+latim), sociologia
(latim+grego), burocracia (francês+grego) 6- A afirmativa a respeito do processo de
formação de palavras não está correta em:
Onomatopeia: Consiste em criar palavras, tentando a) Choro e castigo originaram-se de chorar e
imitar sons da natureza ou barulhos de máquinas. Ex. castigar, através de derivação regressiva.
zunzum, cricri, tique-taque, pingue- pongue. b) Esvoaçar é formada por derivação sufixal.
c) “O amanhã não pode ver ninguém bem”. A
Abreviação ou Redução Vocabular: Consiste na palavra sublinhada surgiu por derivação imprópria.
eliminação de um segmento da palavra, a fim de se d) Petróleo e hidrelétrico são formadas através de
obter uma forma mais curta. composição por aglutinação.
Ex. extra (de extraordinário), fone (de telefone) e) Pólio, extra e moto são obtidas por redução.

Siglas: São formadas pela combinação das letras 7- O processo de formação de palavras é o
iniciais de uma sequência de palavras que constitui um mesmo em:
nome: a) desfazer, remexer, desocupação
Ex. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e b) dureza, carpinteiro, o trabalho
Estatística c) enterrado, anoitecer, entortada
d) machado, arredondado, estragado
Empréstimo linguístico: É o aportuguesamento de e) estragar, futebol, beija-flor
palavras estrangeiras.
Ex. estresse, bife, sutiã 8- O processo de formação das palavras grifadas
não está corretamente indicado em:
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO a) As grandes decisões saem do Planalto.
(composição por justaposição)
b) Sinto saudades do meu bisavô. (derivação
1- Os elementos mórficos sublinhados estão prefixal)
corretamente classificados nos parênteses, exceto em: c) A pesca da baleia deveria ser proibida.
a) aluna (desinência de gênero) (derivação regressiva)
b) estudássemos (desinência modo-temporal) d) Procuremos regularmente o dentista. (derivação
c) reanimava (desinência número-pessoal) sufixal)
d) deslealdade (sufixo) e) As dificuldades de hoje tornam o homem
e) agitar (vogal temática) desalmado. (derivação parassintética)
9- Marque a opção em que todas as palavras Concreto: designa seres reais ou fantásticos.
possuem um mesmo radical: Ex. homem, cadeira, anjo.
a) batista - batismo - batistério - batisfera -
Abstrato: designa sentimentos, ideiais ou conceitos,
batiscafo
cuja existência está vinculada a alguém ou a alguma
b) triforme - triângulo - tricologia - triciclo - triglota
outra coisa.
c) poligamia - poliglota - polígono - política -
polinésio Ex. justiça, amor, trabalho,
d) operário - opereta - opúsculo - obra - operação
Comum: denomina um conjunto de seres de
e) gineceu - ginecologia - ginecofobia - ginostêmio
maneira geral, ou seja, um ser sem diferenciar dos
- gimnosperma.
outros do mesmo conjunto.
10- Com relação ao seguinte poema, é CORRETO Ex. carro, aluno, cidade
afirmar que:
Próprio: denota um elemento individual, sendo
Neologismo "Beijo pouco, falo menos ainda. / Mas
grafado sempre com letra maiúscula.
invento palavras / Que traduzem a ternura mais funda
Ex. Fusca, Lucas, Ipatinga.
/ E mais cotidiana. / Inventei, por exemplo, o verbo
teadorar. / Intransitivo: / Teadoro, Teodora." (Manuel
Coletivo: um substantivo coletivo designa um nome
Bandeira)
singular dado a um conjunto de seres.
a) o verbo "teadorar" e o substantivo próprio
Ex. legião, alcatéia, arquipélago.
"Teodora" são palavras cognatas, pois possuem o
mesmo radical.
Flexão de gênero
b) as classes das palavras que compõem a
Os substantivos flexionam-se nos gêneros
estrutura do vocábulo "teadorar" são pronome e verbo.
masculino e feminino e, quanto às formas, podem ser:
c) o verbo "teadorar", por se tratar de um
neologismo, não possui morfemas.
Substantivos biformes: apresentam duas formas
d) a vogal temática dos verbos "beijo", "falo",
originadas do mesmo radical.
"invento" e "teadoro" é a mesma, ou seja, "o".
Ex. menino - menina, traidor - traidora, aluno -
aluna.
Gabarito:
1- C 2- A 3- E 4- B 5- D
Substantivos heterônimos: apresentam radicais
6- B 7- C 8- A 9- D 10- B
distintos e dispensam artigo ou flexão para indicar
gênero, ou seja, apresentam duas formas: uma para o
CLASSES DE PALAVRAS feminino e outra para o masculino.
Ex. arlequim - colombina, bode - cabra, homem –
A Morfologia dividiu as palavras em dez classes mulher.
(também chamadas de classes gramaticais ou classes
morfológicas), considerando suas características e Substantivos uniformes: apresentam a mesma
funções. forma para os dois gêneros, podendo ser classificados
São elas: substantivo, adjetivo, artigo, pronome, em:
numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e
interjeição. Epicenos: referem-se a animais ou plantas e são
invariáveis no artigo precedente, acrescentando as
SUBSTANTIVO palavras macho e fêmea, para distinção do sexo do
animal. Ex. a onça macho - a onça fêmea; o jacaré
Substantivo é a palavra variável que dá nome aos macho - o jacaré fêmea; a foca macho - a foca fêmea.
seres, lugares, objetos, sentimentos. Para transformar
uma palavra de outra classe gramatical em um Comuns de dois gêneros: o gênero é indicado pelo
substantivo, basta precedê-la de artigo. artigo precedente. Ex. o/a dentista; o/a gerente.

O substantivo pode ser classificado em: Sobrecomuns: invariáveis no artigo precedente.


Exemplos: a criança, o indivíduo, o algoz.
Primitivo: palavras que não derivam de outras.
Ex. flor, pedra, jardim. Alguns substantivos, quando mudam de gênero,
mudam também de significado. Eis alguns deles:
Derivado: vem de outra palavra existente na língua. - o caixa = o funcionário
Ex. floricultura , pedreira, jardineiro. a caixa = o objeto
- o capital = dinheiro
Simples: tem apenas um radical. a capital = sede de governo
Ex. água, couve, sol - o grama = medida de massa
a grama = a relva, o capim
Composto: tem dois ou mais radicais. - o guia = cicerone
Ex. água-de-cheiro, couve-flor, girassol. a guia = documento, formulário; meio-fio
- o moral = estado de espírito
a moral = ética, conclusão
Flexão de número globo – glóbulo
Os substantivos apresentam singular e plural. Os grão – grânulo
substantivos simples fazem o plural da seguinte forma, gota – gotícula
se forem terminados em: homem – homúnculo
monte – montículo
1) n, vogal ou ditongo, acrescenta-se o s. nó – nódulo
Ex. elétrons, copos, cáries núcleo – nucléolo
obra – opúsculo
2) ão, substitui-se por ões, ães ou ãos. orelha – aurícula
Ex. anões, cães, mãos ovo – óvulo
parte – partícula
3) r e z, acrescenta-se es. porção – porciúncula
Ex. flores, luzes. pele – película
questão – questiúncula
4) x, são invariáveis. raiz – radícula
Ex. tórax, fênix rede – retículo
verso – versículo
5) al, el, ol, ul, trocam o l por is, com as seguintes
exceções: "mal" (males), "cônsul" (cônsules), "mol" EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
(mols), "gol" (gols).
Ex. jornais, anéis. 1- Dentre as frases abaixo, escolha aquela em que
há, de fato, flexão de grau para o substantivo.
6) il, troca-se o l por is (quando oxítona) ou o il por a) O advogado deu-me seu cartão.
eis (quando paroxítona). b) Deparei-me com um portão, imenso e suntuoso.
Ex. fuzis, projéteis. c) Moravam num casebre, à beira do rio.
d) A abelha, ao picar a vítima, perde seu ferrão.
7) s, acrescenta-se es nas oxítonas e nas e) A professora distribuiu as cartilhas a todos os
monossílabas; as demais ficam invariáveis. alunos.
Ex. países, áses, lápis, ônibus.
(Exceção: cais é invariável) 2- Assinale a alternativa incorreta.
a) Borboleta é substantivo epiceno.
Os substantivos compostos ligados por hífen b) Rival é comum de dois gêneros.
flexionam-se da seguinte forma: c) Omoplata é substantivo masculino.
- se os elementos são formados por palavras d) Vítima é substantivo sobrecomum.
repetidas ou por onomatopeia, só o segundo elemento e) n.d.a.
varia (tico-ticos, pingue-pongues).
- nos demais casos, somente os elementos 3- Indique a alternativa em que só aparecem
originariamente substantivos, adjetivos e numerais substantivos abstratos.
variam (couves-flores, guardas-noturnos, amores- a) tempo, angústia, saudade, ausência,
perfeitos, bem-amados, vale-tudo). esperança, imagem
b) angústia, sorriso, luz, ausência, esperança,
OBS.: Metafonia é a mudança no timbre da vogal inimizade
o (que passa de fechada ‘ô’ a aberta ‘ó’), observada no c) inimigo, luto, luz, esperança, espaço, tempo
plural de alguns substantivos: ovo – ovos , posto – d) angústia, saudade, ausência, esperança,
postos. inimizade
e) espaço, olhos, luz, lábios, ausência, esperança,
Flexão de grau angústia
Os substantivos apresenta os graus aumentativo
e diminutivo, que são formados por dois processos: 4- Indique o período que não contém um
substantivo no grau diminutivo.
Analítico: o substantivo é modificado por adjetivos a) Todas as partículas foram conservadas com
que indicam sua proporção (rato grande, gato pequeno) suas propriedades.
b) O ar senhoril daquele homúnculo transformou-o
Sintético: são utilizados sufixos. (ratão, gatinho) no centro de atenções na tumultuada assembleia.
Alguns substantivos apresentam um diminutivo c) Através da vitrina da loja, a pequena observava
erudito, formado com os sufixos latinos ículo(a), ulo(a), curiosamente os objetos decorados.
únculo(a) e úsculo(a). d) De momento a momento, surgiam curiosas
sombras e vultos apressados na silenciosa viela.
Segue abaixo uma lista de diminutivos e) Enquanto distraía as crianças, a professora
eruditos: tocava flautim, improvisando cantigas alegres.
corpo – corpúsculo
cela – célula 5- Dadas as palavras:
febre – febrícula 1. esforços
feixe – fascículo 2. portos
3. impostos
Adjetivo Pátrio: Indica a nacionalidade ou o lugar
Verificamos que ocorre metafonia:
a) apenas na palavra 1. de origem do ser.
b) apenas na palavra 2. Ex. acreano, belo-horizontino, estadunidense,
porto-riquenho, nordestino.
c) apenas na palavra 3.
d) apenas nas palavras 1 e 3.
Locução Adjetiva: É uma expressão que exerce
e) em todas as palavras.
a mesma função do adjetivo.
6- Assinale a alternativa em que aparecem Ex. olhos de águia (=aquilinos)
substantivos, respectivamente, concreto e abstrato. carinha de anjo (= angelical)
a) água, vinho fé sem limite (=ilimitada)
b) Pedro, Jesus
Flexão de gênero
c) Pilatos, verdade
O adjetivo concorda com o substantivo a que se
d) Jesus, abaixo-assinado
refere em gênero e número (masculino e feminino;
e) Nova Iorque, Deus
singular e plural). Quanto ao gênero, o adjetivo pode
ser:
7- Numa das frases seguintes, há uma flexão de
Uniforme: apresenta uma única forma para os
plural errada. Assinale-a.
dois gêneros.
a) Os escrivães serão beneficiados por essa lei.
Ex. amável, persistente
b) O número mais importante é o dos anõezinhos.
c) Faltam os hifens nesta relação de palavras. Biforme: apresenta uma forma diferente para
d) Fulano e Beltrano são dois grandes caráteres. cada gênero.
e) Os répteis são animais ovíparos. Ex. bonito/bonita, chinês/chinesa

Flexão de número
8- Assinale a alternativa em que há erro na flexão
Os adjetivos simples se flexionam obedecendo às
de número.
mesmas regras dos substantivos simples. Já no caso
a) as águas-marinhas, as públicas-formas, os
dos adjetivos compostos, somente o último elemento
acórdãos
flexiona.
b) abajures, caracteres, os ônus
Ex. cabelos castanho-escuros, obras anglo-
c) auto-serviços, alto-falantes, lilases
germânicas.
d) capitães-mor, sabiás-piranga, beijas-flores
e) guardas-florestais, malmequeres, Ave-Marias
OBS.: Caso o adjetivo seja representado por um
GABARITO: substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
01) c 02) c 03) d 04) c estiver qualificando um elemento for, originalmente, um
05) e 06) c 07) d 08) d substantivo, ela não se flexiona.
Ex. motos vinho, comícios monstro, tons pastel,
camisas branco-gelo, bandeiras amarelo-ouro.
ADJETIVO

Adjetivo é a palavra que modifica um substantivo, Azul-marinho, azul-celeste, furta-cor, ultravioleta e


atribuindo-lhe qualidade, estado ou modo de ser. Os qualquer adjetivo composto iniciado por cor de ... são
adjetivos podem ser: sempre invariáveis.
Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-
1) Adjetivo explicativo _ Denota qualidade vermelha têm os dois elementos flexionados.
essencial do ser, qualidade inerente.
Ex. Homem mortal, leite branco. Flexão de Grau
1) Grau Comparativo: compara uma qualidade
2) Adjetivo restritivo _ Denota qualidade entre dois elementos ou duas qualidade de um mesmo
adicionada ao ser, ou seja, qualidade que pode ser elemento. São três os comparativos:
retirada do substantivo. - de superioridade: Para alguns alunos,
Ex. Homem inteligente, leite enriquecido. Português é mais fácil que Química.
- de igualdade: Para alguns alunos, Português é
Quanto à formação, os adjetivos se classificam em: tão fácil quanto Química.
- de inferioridade: Para alguns alunos, Português
Primitivo: não se originam de outra palavra. é menos fácil que Química.
Ex. verde
OBS.: Os adjetivos bom, mau, grande e pequeno
Derivado: origina-se de uma palavra já existente. têm formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor);
Ex. esverdeado porém, em comparações feitas entre duas qualidades
de um mesmo elemento, devem-se usar as formas
Simples: apresenta somente um radical. analíticas mais bom, mais mau, mais grande e mais
Ex. azul pequeno.
Ex. Pedro é maior do que Paulo, pois se está
Composto: apresenta mais de um radical. comparando dois elementos, mas Pedro é mais grande
Ex. azul-marinho que forte, pois se está fazendo a comparação de duas
qualidades de um mesmo elemento.
2) Grau Superlativo: engrandece a qualidade de 6- Aponte a alternativa incorreta quanto à
um elemento. São dois os superlativos: correspondência entre a locução e o adjetivo.
a) glacial (de gelo); ósseo (de osso)
Superlativo absoluto b) fraternal (de irmão); argênteo (de prata)
- analítico = o adjetivo é modificado por um c) farináceo (de farinha); pétreo (de pedra)
advérbio. d) viperino (de vespa); ocular (de olho)
Ex. Carla é muito inteligente. e) ebúrneo (de marfim); insípida (sem sabor)
- sintético = quando há o acréscimo de um sufixo.
7- O plural de terno azul-claro, terno verde-mar é,
Ex. Carla é inteligentíssima.
respectivamente:
Superlativo relativo a) ternos azuis-claros, ternos verdes-mares
- de superioridade = Enaltece a qualidade do b) ternos azuis-claros, ternos verde-mares
substantivo como "o mais" dentre todos os outros. c) ternos azul-claro, ternos verde-mar.
Ex. Carla é a mais inteligente. d) ternos azul-claros, ternos verde-mar
- de inferioridade = Enaltece a qualidade do
8- O adjetivo está mal flexionado em grau em:
substantivo como "o menos" dentre todos os outros.
Ex. Carla é a menos inteligente. a) livre: libérrimo
b) magro: macérrimo
c) doce: docílimo
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
d) triste: tristíssimo
e) fácil: facílimo
1- "Os homens são os melhores fregueses" - os
melhores encontra-se no grau: 9- Assinale a alternativa em que ambos os
a) comparativo de superioridade adjetivos não se flexionam em gênero.
b) superlativo relativo de superioridade a) elemento motor, tratamento médico-dentário
c) superlativo absoluto sintético b) esforço vão, passeio matinal
d) superlativo absoluto analítico de superioridade c) juiz arrogante, sentimento fraterno
d) cientista hindu, homem célebre
2- O desagradável da questão era vê-lo de mau e) costume andaluz, manual Iúdico-instrutivo
humor depois da troca de turno.
Na frase acima, as palavras destacadas 10- Das frases abaixo, apenas uma apresenta
comportam-se, respectivamente, como: adjetivo no comparativo de superioridade. Assinale-a.
a) substantivo, adjetivo, substantivo a) A palmeira é a mais alta árvore deste lugar.
b) adjetivo, advérbio, verbo b) Guardei as melhores recordações daquele dia.
c) substantivo, adjetivo, verbo c) A Lua é menor do que a Terra.
d) substantivo, advérbio, substantivo. d) Ele é o maior aluno de sua turma.
e) O mais alegre dentre os colegas era Ricardo.
3- Em algumas gramáticas, o adjetivo vem
definido como sendo “a palavra que modifica o Gabarito:
substantivo". Assinale a alternativa em que o adjetivo 01. b 02. a 03. b 04. d 05. c
destacado contraria a definição. 06. d 07. d 08. c 09. d 10. C
a) Li um livro lindo.
b) Beber água é saudável.
c) Cerveja gelada faz mal.
ARTIGO
d) Gente fina é outra coisa!

4- Dadas as afirmações de que os adjetivos


correspondentes aos substantivos: É a palavra variável em gênero e número que
1. enxofre precede um substantivo, determinando-o de modo
2. chumbo preciso (artigo definido) ou vago (artigo indefinido). Os
3. prata artigos classificam-se em:
São, respectivamente,
01) Artigos Definidos: o, a, os, as.
1. sulfúreo
2. plúmbeo Ex. O garoto pediu dinheiro. (sabe-se quem é o
3. argênteo garoto.)
Verificamos que está (estão) correta(s):
a) apenas a afirmação 1. 02) Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
b) apenas a afirmação 2. Ex. Um garoto pediu dinheiro. (Refere-se a um
c) apenas as afirmações 1 e 2. garoto qualquer, de forma genérica.)
d) todas as afirmações.
OBS.: O artigo tem a capacidade de substantivar
5- Os superlativos absolutos sintéticos de comum, qualquer palavra, isto é, ao precedermos uma palavra
soberbo, fiel, miúdo são, respectivamente: de artigo, automaticamente, ela passa a atuar como
a) comuníssimo, super, fielíssimo, minúsculo. substantivo.
b) comuníssimo, sobérrimo, fidelíssimo, minúsculo. Ex. Maria não aceitava um não como resposta. O
c) comuníssimo, superbíssimo, fidelíssimo, minutíssimo. andar do rapaz era trôpego e engraçado.
d) comunérrimo, sobérrimo, fidelíssimo, miudérrimo.
Emprego dos artigos Quando o pronome substituir um substantivo, será
denominado pronome substantivo
Ambos: Usa-se o artigo entre o numeral ambos e
Ex. Ele é amigo de Pedro.
o elemento posterior, caso este exija o seu uso.
Ex. Ambos os atletas foram declarados
vencedores. (atletas é substantivo que exige artigo.) Quando o pronome acompanhar um substantivo,
será denominado pronome adjetivo.
Todos: Usa-se o artigo entre o pronome indefinido Ex. Pedro é meu professor.
todos e o elemento posterior, caso este exija o seu uso.
PRONOMES PESSOAIS
Ex. Todas as leis devem ser cumpridas.
Os pronomes pessoais são aqueles que indicam
Todo: Diante do pronome indefinido todo, usa-se o uma das três pessoas do discurso: a que fala, a com
artigo, para indicar totalidade; não se usa, para indicar quem se fala e a de quem se fala. São de dois tipos:
generalização.
Ex. Todo o país participou da greve. (O país inteiro) Pronomes pessoais do caso reto: são os que
Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer desempenham a função sintática de sujeito da oração
_ eu, tu, ele, ela, nós, vós eles, elas.
país, todos os países)

Cujo: Não se usa artigo após o pronome relativo Pronomes pessoais do caso oblíquo: são os que
desempenham a função sintática de complemento
cujo.
verbal (objeto direto ou indireto), complemento
Ex. As mulheres, cujas bolsas desapareceram,
ficaram revoltadas. (e não cujo as bolsas) nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, adjunto
adnominal. Os pronomes pessoais oblíquos se
Pronomes Possessivos: Diante de pronomes subdividem em dois tipos: os átonos (me, te, se, o, a,
possessivos, o uso do artigo é facultativo. lhe, nos, vos, os, as, lhes), que não são antecedidos
por preposição e se apoiam diretamente no verbo; e os
Ex. Encontrei seus amigos no Shopping. /
tônicos (mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo,
Encontrei os seus amigos no Shopping.
nós, conosco, vós, convosco, eles, elas), precedidos
Nomes de pessoas: Diante de nome de pessoas, só por preposição.
se usa artigo para indicar afetividade ou familiaridade.
Ex. O Pedrinho mandou uma carta a Fernando Emprego dos Pronomes Pessoais
Henrique Cardoso. Eu e tu exercem a função sintática de sujeito. Mim e
ti exercem a função sintática de complemento verbal
Casa: Só se usa artigo diante da palavra casa, se ou nominal, agente da passiva ou adjunto adverbial e
ela estiver especificada. sempre são precedidos de preposição.
Ex. Saí de casa há pouco. Ex. Trouxeram aquela encomenda para mim.
Saí da casa do Gilberto há pouco. Era para eu conversar com o diretor.

Terra: Se a palavra terra significar "chão firme", só Se, si, consigo são pronomes reflexivos ou
haverá artigo quando estiver especificada. Se significar recíprocos; portanto, só poderão ser usados na voz
planeta, usa-se com artigo. reflexiva ou na voz reflexiva recíproca.
Ex. Os marinheiros voltaram de terra, pois irão à Ex. Quem não se cuida, acaba ficando doente.
terra do comandante. Gilberto trouxe consigo os três irmãos.
Os astronautas tiraram fotos da Terra.
Com nós ou com vós são usados quando, à frente,
surgir qualquer palavra que indique quem "somos nós"
OBS.: Não se deve combinar com preposição o
ou quem "sois vós". Nos demais casos, usa-se sempre
artigo que faz parte do nome de jornais, revistas, obras
conosco ou convosco.
literárias, etc.
Ex. Ele disse que sairia com nós dois.
(Ex. Li a notícia em O Estado.)
O engenheiro foi ao canteiro de obras
De igual forma, não se combina com preposição o
conosco.
artigo que integra o sujeito de um verbo.
(Ex. Está na hora de a onça beber água.)
OBS.: Quando os pronomes pessoais ele(s), ela(s)
funcionarem como sujeito, não devem ser aglutinados
PRONOME com a preposição de.
Ex. No momento de ele discursar, faltou-lhe a
Pronome é a palavra variável em gênero, número e palavra.
pessoa que substitui ou acompanha o nome, indicando-
o como pessoa do discurso. Os pronomes oblíquos átonos podem exercer
diversas funções sintáticas nas orações. São elas:

- Objeto Direto - me, te, se, o, a, nos, vos, os,


OBS.: São três as pessoas do discurso: 1ª pessoa as.
= emissor (transmite a mensagem); 2ª pessoa = Ex. Quando encontrar seu material, traga-o até

receptor (recebe a mensagem) e 3ª pessoa = mim.


referente (assunto da mensagem). Respeite-me, garoto.
- Objeto Indireto - me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Vossa
V. Em.ª Cardeais.
Ex. Traga-me as apostilas Eminência
Obedecemos-lhe cegamente. Vossa Alteza V. A. Príncipes e duques.
Vossa
Adjunto adnominal - me, te, lhe, nos, vos, lhes, V.S. Papa.
Santidade
quando indicarem posse. Vossa
Ex. Quando Clodoaldo morreu, Soraia recebeu- lhe Sacerdotes e Religiosos
Reverendíssim V. Rev.mª
a herança. (a herança dele) em geral.
a
Vossa Superiores de Ordens
Complemento nominal - me, te, lhe, nos, vos, lhes, V. P.
Paternidade Religiosas.
quando complementarem o sentido de adjetivos,
advérbios ou substantivos abstratos. Vossa Reitores de
V. Mag.ª
Magnificência Universidades
Ex. Tenha-me respeito. (respeito a mim)
Vossa V. M. Reis e Rainhas.
Sujeito acusativo - me, te, se, o, a, nos, vos, os, as, Majestade
quando estiverem em um período composto formado
pelos verbos fazer, mandar, ver, deixar, sentir ou ouvir 1. Ao se dirigir respeitosamente a uma autoridade,
e um verbo no infinitivo ou no gerúndio. você usa o "Vossa".
Ex. Deixei-a entrar atrasada. Ex. Vossa Excelência foi muito útil na resolução do
Mandaram-me conversar com ele. problema.
2. Ao se dirigir a outra pessoa, referindo-se àquela
Se o verbo for terminado em M, ÃO ou ÕE, os mesma autoridade, você usa o "Sua".
pronomes o, a, os, as se transformarão em no, na, nos, Ex. Sua Excelência, o deputado José, foi muito útil
nas. na resolução do problema.
Ex. Quando encontrarem o material, tragam-no até 3. Ao usar o pronome de tratamento como
mim. vocativo (para chamar, avisar, interpelar), dispensa-se
o pronome possessivo (Vossa, Sua).
Se o verbo terminar em R, S ou Z, essas Ex. Cuidado, Excelência.
terminações serão retiradas, e os pronomes o, a, os, as Perdão, Alteza!
mudarão para lo, la, los, las.
Ex. Quando encontrarem as apostilas, deverão COLOCAÇÃO PRONOMINAL
trazê-las até mim.
Como já mencionado anteriormente, o pronome
oblíquo átono sempre se apoia no verbo, em relação ao
qual pode ocupar três posições: próclise (antes do
Se o verbo terminar em mos, seguido de nos ou verbo), ênclise (depois do verbo) e mesóclise (no meio
de vos, retira-se a terminação -s. do verbo). Veremos a seguir as regras de colocação
Ex. Encontramo-nos ontem à noite. pronominal.

Se o verbo for transitivo indireto terminado em s, 1) Próclise: Ocorre próclise sempre que antes do
seguido de lhe, lhes, não se retira a terminação s. verbo aparecer uma palavra atrativa, ou seja, um
Ex. Tu obedeces-lhe? vocábulo que atraia o pronome para perto de si. São as
seguintes as palavras atrativas:
Pronomes de Tratamento: Constituem um tipo de
especial de pronome pessoal. Os pronomes de Palavras de sentido negativo
tratamento, embora se refiram a 2ª pessoa gramatical, Ex. Ninguém te fere sem tua permissão.
fazem concordância em 3ª pessoa.
Advérbios
Pronomes de Abrevi- Ex. Aqui se faz, aqui se paga.
Usados para:
tratamento atura
Conjunções subordinativas
Você V. Tratamento íntimo, Ex. Escrevi a frase, conforme me lembrava.
familiar, informal.
Senhor, Tratamento mais Pronomes indefinidos
Sr., Sr.ª
Senhora respeitoso, cerimonioso. Ex. Algo lhe perturba profundamente.
Textos escritos, como:
correspondências, Pronomes relativos
Vossa
V. S.ª ofícios, cartas Ex. Este é o rapaz que o convidou.
Senhoria
comerciais,
requerimentos, etc. Pronomes demonstrativos
Altas autoridades, Ex. Isso nos convém no momento.
como: Presidente da
Vossa República, Senadores, Também ocorre próclise nas orações exclamativas
V. Ex.ª
Excelência Embaixadores, (Ex. Quantas injúrias se cometeram naquele dia!),
Ministros de Estado, optativas (Ex. Deus te proteja.) e interrogativas (Ex.
Juízes... Quem lhe contou essa história?).
02) Auxiliar + Particípio: Quando o verbo principal
A próclise será de rigor, ainda, em frases com
da locução verbal estiver no particípio, o pronome
preposição + verbo no infinitivo flexionado (Ex. Ao nos
oblíquo átono só poderá ser colocado junto do verbo
posicionarmos a favor dela, ganhamos alguns
auxiliar, nunca após o verbo principal.
desafetos.)
Ex. Eles se têm esforçado. Eles não se têm
2) Ênclise: Ocorre ênclise nos seguintes casos: esforçado. Eles se terão esforçado. Eles têm-se
esforçado. Eles ter-se-ão esforçado.
Quando o verbo iniciar a oração.
Ex. Arrependi-me do que fiz a você. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Com o verbo no imperativo afirmativo. 1. Assinale a opção que apresenta o emprego


Ex. Pecadores, arrependei-vos! correto do pronome, de acordo com a norma culta:
a) O diretor mandou eu entrar na sala.
Com o verbo no infinitivo impessoal. b) Preciso falar consigo o mais rápido possível.
Ex. É preciso queixar-se menos e agradecer c) Cumprimentei-lhe assim que cheguei.
mais. d) Ele só sabe elogiar a si mesmo.
Com o verbo no gerúndio. e) Após a prova, os candidatos conversaram entre
Ex. Leia poesia, estudando-se Literatura. eles.

OBS.: Se antes do verbo no gerúndio, houver a 2. Assinale a opção em que houve erro no
preposição em, ocorrerá próclise. Ex. Em se tratando emprego do pronome pessoal:
de gastronomia, a Itália é perfeita.) a) Ele entregou um texto para mim corrigir.
b) Para mim, a leitura está fácil.
Casos facultativos: Se antes do verbo houver c) Isto é para eu fazer agora.
pronome pessoal reto ou substantivo, admite-se tanto d) Não saia sem mim.
próclise quanto ênclise. e) Entre mim e ele há uma grande diferença.
Ex. Eu te amo ou Eu amo-te
Os alunos se foram ou Os alunos foram-se. 3. Assinale o tratamento dado ao reitor de uma
Universidade:
3) Mesóclise: Só ocorre mesóclise se o verbo a) Vossa Senhoria
estiver em um dos tempos verbais abaixo: d) Vossa Magnificência
b) Vossa Santidade
Futuro do Presente e) Vossa Paternidade
Ex. Oferecer-lhe-á um buquê de flores. c) Vossa Excelência

Futuro do Pretérito 4. Colocação incorreta:


Ex. Queixar-me-ia de você todos os dias. a) Preciso que venha ver-me.
d) Sempre negaram-me tudo.
b) Procure não desapontá-lo.
OBS.: Verbos no Futuro do Presente e no Futuro do
e) As espécies se atraem.
Pretérito jamais admitem ênclise. Mas se o verbo
c) O certo é fazê-los sair.
conjugado nesses tempos não estiver no início da
frase, tanto poderemos usar próclise, quanto
5. Imagine o pronome entre parênteses no lugar
mesóclise. devido e aponte onde não deve haver próclise:
Ex. Eu me queixarei de você ou Eu queixar-me-ei
a) Não entristeças. (te)
de você. Os alunos se esforçarão ou Os alunos
b) Deus favoreça. (o)
esforçar-se-ão. c) Espero que faça justiça. (se)
d) Meus amigos, apresentem em posição de
Colocação pronominal nas locuções verbais sentido. (se)
e) Ninguém faça de rogado. (se)
01) Auxiliar + Infinitivo ou Gerúndio: Quando o
verbo principal da locução verbal estiver no infinitivo ou 6. Assinale a frase em que a colocação do
no gerúndio, há duas colocações pronominais pronome pessoal oblíquo não obedece às normas do
possíveis: português padrão:
Em relação ao verbo auxiliar, seguem-se as a) Essas vitórias pouco importam; alcançaram-nas
mesmas regras dos tempos simples, ou seja, próclise, os que tinham mais dinheiro.
em qualquer circunstância (menos em início de frase); b) Entregaram-me a encomenda ontem, resta
mesóclise, com verbo no futuro; e ênclise, sem atração, agora a vocês oferecerem-na ao chefe.
nem futuro. c) Ele me evitava constantemente!... Ter-lhe-iam
Em relação ao verbo principal, deve-se colocar o falado a meu respeito?
pronome depois do verbo (ênclise). d) Estamos nos sentindo desolados: temos
Ex. Eles se vão esforçar mais. Eles não se vão prevenido-o várias vezes e ele não nos escuta.
esforçar mais. Eles se irão esforçar mais. Eles vão-se e) O Presidente cumprimentou o Vice dizendo: -
esforçar mais. Eles ir-se-ão esforçar mais. Eles vão Fostes incumbido de difícil missão, mas cumpriste-la
esforçar-se mais. Eles não vão esforçar-se mais. Eles com denodo e eficiência.
irão esforçar-se mais.
OBS.: Não confunda a abreviação coloquial do
7. A frase em que a colocação do pronome átono
pronome de tratamento senhor (“seu”), com o pronome
está em desacordo com as normas vigentes no
possessivo de 3ª pessoa. Ex. Seu João, como vai a
português padrão do Brasil é:
família?
a) A ferrovia integrar-se-á nos demais sistemas
viários.
b) A ferrovia deveria-se integrar nos demais 04) Os possessivos de 3ª pessoa também podem
sistemas viários. ser usados para indicar aproximação numérica, em vez
c) A ferrovia não tem se integrado nos demais de posse.
sistemas viários. Ex. A secretária devia ter seus 20 anos. (=
d) A ferrovia estaria integrando-se nos demais aproximadamente 20 anos)
sistemas viários.
e) A ferrovia não consegue integrar-se nos demais PRONOMES DEMONSTRATIVOS
sistemas viários.
São aqueles que situam os seres no tempo e no
8. Assinale a alternativa correta: espaço, em relação às pessoas do discurso.
a) A solução agradou-lhe.
b) Eles diriam-se injuriados. 01) Este(s), esta(s), isto: São usados para o que
c) Ninguém conhece-me bem. está próximo da 1ª pessoa e para o tempo presente.
d) Darei-te o que quiseres. Ex. Este chapéu que estou usando é de couro.
e) Quem contou-te isso? Este ano está sendo surpreendente.

9. Indique a estrutura verbal que contraria a norma 02) Esse(s), essa(s), isso: São usados para o que
culta: está próximo da 2ª pessoa e para o tempo passado
a) Ter-me-ão elogiado. recente.
b) Tinha-se lembrado. Ex. Esse chapéu que você está usando é de couro?
c) Teria-me lembrado. Em novembro de 2009, inauguramos a loja.
d) Temo-nos esquecido. Até esse ano, nada sabíamos sobre comércio.
e) Tenho-me alegrado.
10. A colocação do pronome oblíquo está incorreta 03) Aquele(s), aquela(s), aquilo: São usados para
em: o que está distante do falante e do ouvinte e para o
a) Para não aborrecê-lo, tive de sair. tempo passado distante.
b) Quando sentiu-se em dificuldade, pediu ajuda. Ex. Aquele chapéu que ele está usando é de couro?
c) Não me submeterei aos seus caprichos. Em 1974, eu tinha 15 anos. Naquela época,
d) Ele me olhou algum tempo comovido. Londrina era uma cidade pequena.
e) Não a vi quando entrou.
Outros usos dos demonstrativos
Gabarito:
01 – D 02 – A 03 – D 04 – D 05 – D 01) Em uma citação oral ou escrita, usa-se este,
06 – D 07 – B 08 – A 09 – C 10 - B esta, isto para o que ainda vai ser dito ou escrito, e esse,
essa, isso para o que já foi dito ou escrito.
PRONOMES POSSESSIVOS Ex. Esta é a verdade: existe a violência, porque a
sociedade a permitiu.
São aqueles que indicam posse, em relação às três Existe a violência, porque a sociedade a
pessoas do discurso. São eles: meu(s), minha(s), permitiu. A verdade é essa.
teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s),
vosso(s), vossa(s). 02) Usa-se este, esta, isto em referência a um
termo imediatamente anterior.
Empregos dos pronomes possessivos Ex. O fumo é prejudicial à saúde, e esta deve ser
preservada.
01) O emprego dos possessivos de terceira
pessoa seu(s), sua(s) pode dar duplo sentido à frase 03) Para estabelecer-se a distinção entre dois
(ambiguidade). Ex. Joaquim contou-me que Sandra elementos anteriormente citados, usa-se este, esta, isto
desaparecera com seus documentos. em relação ao que foi mencionado por último e aquele,
Nesse caso, para evitar a ambiguidade, basta aquela, aquilo, em relação ao que foi nomeado em
substituir o possessivo por dele ou dela. primeiro lugar.
Ex. Sabemos que a relação entre o Brasil e os
02) É facultativo o uso de artigo diante dos Estados Unidos é de domínio destes sobre aquele.
possessivos.
Ex. Trate bem seus amigos. 04) O, a, os, as são pronomes demonstrativos,
Trate bem os seus amigos. quando equivalem a isto, isso, aquilo ou aquele(s),
aquela(s).
03) Não se devem usar pronomes possessivos Ex. Não concordo com o que ele falou. (aquilo que
diante de partes do próprio corpo. ele falou)
Ex. Vou lavar as mãos. (e não “minhas mãos”)
Cuidado para não machucar os pés!
05) Os pronomes demonstrativos podem aparecer OBS.: Se o pronome todo(a) estiver no plural, o
emprego do artigo é obrigatório. Ex. Todos os cidadãos
combinados com preposições.
têm direito à liberdade. (e não “todos cidadãos”)
Ex. deste (de+este), nessa (em+essa), àquilo
(a+aquilo).
PRONOMES INTERROGATIVOS
06) Os pronomes este, esse e aquele (e suas
variações), quando contraídos com a preposição de, São os pronomes que, quem, qual e quanto
pospostos a substantivos, são usados apenas no plural. usados em frases interrogativas diretas ou indiretas.
Ex. Com um frio desses não sairei de casa. Ex. Que farei agora? - Interrogativa direta.
Quanto te devo, meu amigo? - Interrogativa
07) As expressões por isso, além disso, não direta.
obedecem às regras convencionais; sua forma é fixa. Não sei quanto devo cobrar por esse
trabalho. - Interrogativa indireta.
PRONOMES INDEFINIDOS
01) Na expressão interrogativa Que é de?
São aqueles que se referem à terceira pessoa do subentende-se a palavra feito: Que é de José? (= Que
discurso de uma maneira vaga, imprecisa, genérica. é feito de José?)
São eles: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada,
outrem, algum, alguns, alguma(s), nenhum, nenhuns, 02) Não se deve usar a forma o que como
nenhuma(s), outro(s), outra(s), todo(s), toda(s), pronome interrogativo; usa-se apenas que, a não ser
muito(s), muita(s), bastante(s), pouco(s), que o pronome seja colocado depois do verbo.
pouca(s), certo(s), certa(s), tanto(s), tanta(s), Ex. Que você faz? (e não “O que você faz?”)
quanto(s), quanta(s), um, uns, uma(s), qualquer, Você fará o quê?
quaisquer, além das locuções pronominais indefinidas
cada um, cada qual, quem quer que, todo aquele OBS.: Conforme alguns gramáticos, os advérbios
que. interrrogativos onde, quando e como podem ser
classificados como pronomes interrogativos adverbiais.
Emprego dos Pronomes Indefinidos Ex. Onde você mora? (pron. int. lugar) Quando você
terá férias? (pron. int. tempo) Como ele fez isso? (pron.
Algum: Adquire sentido negativo, quando estiver int. modo)
depois do substantivo.
Ex. Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo) PRONOMES RELATIVOS
Algum amigo o ajudará. (Alguém)
São pronomes que substituem um termo da oração
Cada: Não deve ser utilizado desacompanhado de anterior, estabelecendo relação entre duas orações.
substantivo ou numeral. São eles: que, quem, o qual (e flexões), cujo (e flexões),
Ex. As blusas custam dez reais cada uma (e não onde, quanto (e flexões).
“dez reais cada”) Ex. Não conhecemos o aluno. O aluno saiu. = Não
conhecemos o aluno que saiu.
Certo: Será pronome indefinido, quando anteceder
substantivo e será adjetivo, quando estiver posposto a Como se pode perceber, o que, na frase acima, está
substantivo. substituindo o termo aluno e está relacionando a
Ex. Certas pessoas não se preocupam com os segunda oração com a primeira.
demais.
As pessoas certas sempre nos ajudam. Emprego dos pronomes relativos
Qualquer: Não deve ser usado em sentido negativo. 1. Os pronomes relativos virão precedidos de
Em seu lugar, deve-se usar algum, posteriormente ao preposição se a regência assim determinar.
substantivo, ou nenhum.
Ex. Ele entrou na festa sem qualquer problema. Termo regente (que
(frase inadequada gramaticalmente). Prep. Pron.
exige a preposição)
Muito, pouco, bastante: Serão pronomes nos opúnhamos.
Havia condições a que
indefinidos, quando estiverem referindo-se a (opor-se a)
substantivo; caso modifiquem palavra que não seja não
substantivo, serão advérbios. Havia condições com que concordávamos.
Ex. Janice comprou muitas flores. (pron. indefinido) (concordar com)
/ Janice trabalha muito. (advérbio) desconfiávamos.
Havia condições de que
(desconfiar de)
Todo, toda: Usados com artigo, dão ideia de Havia condições - que nos prejudicavam.
totalidade; usados sem artigo, significam qualquer, insistíamos.
todos. Havia condições em que
(insistir em)
Ex. Fiquei em cada todo o dia. (o dia inteiro)
Todo dia telefono para ela. (todos os dias)
2. O pronome relativo quem só pode fazer Ex.: Maria é a mulher de quem João gosta.
(antecedente do pron. rel.: a mulher. – Fazendo a
referência a pessoa.
Ex. Não conheço a médica de quem você falou. substituição: João gosta da mulher – da mulher = objeto
indireto – função do pron. quem = obj. ind.)
3. Quando o relativo quem aparecer sem
antecedente explícito, é classificado como pronome Bethânia era o bairro onde ele trabalhava.
relativo indefinido. (antecedente do pron. rel.: o bairro – Fazendo a
Ex. Quem atravessou, foi multado. substituição: Ele trabalhava no bairro - no bairro = adj.
adv. lugar – função do pron. onde = adj. adv.)
4. Quando possuir antecedente, o pronome
relativo quem sempre virá precedido de preposição, EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
mesmo que o verbo não exija.
Ex. João era o filho a quem ele amava. 01) Assinale a alternativa que não apresenta
pronome indefinido ou locução:
5. O pronome relativo que é chamado de relativo a) Jamais houve qualquer manifestação de apreço
universal, pois pode ser empregado com referência a ou de desdém.
pessoas, lugares ou coisas. b) Não faças a outrem o que não queres para ti.
Ex. Conheço bem a moça que saiu. c) Racionamento é sinal de menos progresso.
Não gostei do vestido que comprei. d) É mister que se façam bastantes exercícios.
e) Não moro na fazenda porque lá a vida é muito
6. O pronome relativo que pode ter por monótona.
antecedente o demonstrativo o (a, os, as).
Ex. Sei o que digo. (o pronome o equivale a 02) Assinale a opção que completa corretamente
aquilo) as lacunas da frase:
As crianças, enorme capacidade de
7. Quando precedido de preposição criar deve ser continuamente exercitada, encontram
monossilábica, emprega-se o pronome relativo que. variados meios de escapar do mundo imperam as
Com preposições de mais de uma sílaba, usa-se o leis de objetos industrializados.
relativo o qual (e flexões). a) cuja, em que
Ex. Aquele é o machado com que trabalho. b) cujas, onde
Aquele é o empresário para o qual trabalho. c) a cuja, para que
Exceções: As preposições sem e sob. Com elas, d) cuja a, em que
usa-se de preferência o qual (e flexões).
03) Assinale o período com erro relacionado ao
8. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo emprego dos pronomes relativos:
possessivo e equivale a do qual, de que, de quem. a) O livro a que me referi é este.
Concorda em gênero e número com a coisa possuída. b) Ele é uma pessoa de cuja honestidade ninguém
Ex. Cortaram as árvores cujos troncos estavam duvida.
podres. c) O livro em cujos os dados nos baseamos é
aquele.
9. O pronome relativo quanto, quantos e quantas d) A pessoa perante a qual compareci foi muito
são pronomes relativos quando seguem os pronomes agradável.
indefinidos tudo, todos ou todas.
Ex. Ele recolheu tudo quanto viu. 04) Por favor, passe caneta que está aí;
aqui não serve para desenhar.
10. O relativo onde só deve ser usado para indicar a) essa, esta, eu
lugar. b) esta, esta, mim
Ex. Esta é a terra onde habito. c) essa, essa, eu
d) essa, esta, mim
a) onde é empregado com verbos que não dão ideia
de movimento. Pode ser usado sem antecedente. 05) Indique a alternativa que completa
Ex. Nunca mais morei na cidade onde nasci. corretamente as lacunas abaixo:
1. Não foi essa a pessoa aludi.
b) aonde é empregado com verbos que dão ideia 2. Há fatos nunca nos esquecemos.
de movimento e é resultado da combinação da 3 Itaipu foi uma das obras construção
preposição a + onde. mais comprometeu o orçamento nacional.
Ex. As crianças não sabiam aonde ir. 4. A conclusão chegou não tem o menor
fundamento.
Função sintática dos pronomes relativos 5. O conferencista, conhecimentos
desconfiávamos, foi infeliz em suas colocações.
Para descobrir qual a função sintática exercida a) à qual, de que, em cuja, a que, de cujos
pelo pronome relativo na oração, basta substituí-lo por b) a que, de que, cuja, a que, de cujos
seu antecedente; a função exercida pelo antecedente c) a qual, dos quais, com cuja, a qual, dos quais
será a mesma do pronome relativo. d) a quem, que, em cuja, à qual, em cujos
21) “E cada qual que se retraísse: todos tinham a
06) Assinale a frase em que há pronome
possessivo substantivo: impressão do perigo; ninguém queria expor-se a
a) Você já preparou sua mochila. queimar a roupa. “No período há:
a) três pronome substantivo demonstrativos
b) Ele aparenta ter seus trinta anos
b) três pronome substantivo indefinidos
c) Lembre-se de responder à minha carta.
c) dois pronome substantivo e um pronome
d) Este é o meu carro, onde está o seu?
adjetivo indefinido d) três pronome adjetivos
indefinidos
Nas questões de nº 07 a 16 classifique as palavras
O, A, OS, AS de acordo com o seguinte código:
Gabarito:
a - pronome pessoal oblíquo
01. E 02. A 03. C 04. A 05. B
b - pronome demonstrativo
06. D 07. C 08. A 09. A 10. B
c - artigo definido
11. B 12. C 13. B 14. B 15. C
16. A 17. D 18. D 19. C 20. B 21. B
07) ( ) Você conhece a menina que acaba de
chegar?
NUMERAL
08) ( ) Não a vejo há muitos anos
09) ( ) Seu belo sorriso, eu ainda o guardo na É a palavra que indica a quantidade de elementos
lembrança ou sua ordem de sucessão. Dependendo do que o
10) ( ) Não sei o que lhe aconteceu numeral indica, ele pode ser:
11) ( ) Não use esta toalha; que a que está no - Cardinal: É o numeral que indica a quantidade
armário de seres.
12) ( ) Neste horário o diretor costuma sair Ex. três, dez
13) ( ) Não há o que temer neste caso
- Ordinal: É o numeral que indica ordem de
14) ( ) Os que quiserem participar do jogo, sucessão, a posição ocupada por um ser numa
levantem a mão determinada série.
15) ( ) O momento da desforra não deve demorar Ex. terceiro, décimo
16) ( ) Peque este pacote e leve-o ao ministro - Multiplicativo: É o numeral que indica a
multiplicação de seres.
17) Assinale a alternativa sem pronome indefinido: Ex. triplo, décuplo
a) Fui à livraria e comprei vários livros técnicos.
b) Espero que isto não aconteça mais a ninguém. - Fracionário: É o numeral que indica divisão,
c) Quaisquer dúvidas serão esclarecidas pelo fração.
professor. Ex. meio, um quinto
d) Estava me pareceu a pessoa certa para o
serviço. - Coletivo: É o numeral que indica uma
quantidade específica de um conjunto de seres.
18) Em todos os itens foram destacados Ex. par, dezena, dúzia, cento, milheiro, milhar
pronomes, exceto em:
a) Certas notícias nos deixam vagamente Emprego dos Numerais
preocupados.
b) Alguma coisa aconteceu na cidade. 01) Intercala-se a conjunção e entre as centenas e
c) Todo mundo sabe que isso é boato. as dezenas e entre as dezenas e as unidades.
d) Veja se o cálculo está certo. Ex. 562.983.665 = Quinhentos e sessenta e dois
milhões novecentos e oitenta e três mil seiscentos e
19) “Sabino teve medo do que o homem ia dizer”, sessenta e cinco.
o temo destacado é:
a) preposição 02) Na designação de séculos, reis, papas,
b) preposição de + artigo o príncipes, imperadores, capítulos, festas, feiras, etc.,
c) preposição de + pronome o utilizam-se algarismos romanos. A leitura será por
d) pronome demonstrativo ( daquilo) ordinal até X; a partir daí (XI, XII ...), por cardinal. Se o
numeral preceder o substantivo, sempre será lido como
20) Assinale o emprego incorreto do pronome ordinal.
demonstrativo: Ex. II Bienal Cultural = Segunda Bienal Cultural.
a) A mulher é mais tolhida socialmente que o Papa João Paulo II = Papa João Paulo
homem. A este se permitem direitos que se negam segundo.
àquela. Papa João XXIII = Papa João vinte e três.
b) Em 1944 ainda havia guerra. Esta época
traumatizou a humanidade. 03) Na designação dos artigos de leis, decretos e
c) O que dizer dessas opiniões que acabaste de portarias, utiliza-se o ordinal até o nono e o cardinal de
expor? dez em diante.
d) Estes documentos que tenho aqui comigo, não Ex. Artigo 7º (sétimo); Artigo 21 (vinte e um).
os revelarei tão cedo.
VERBO Formas Nominais do Verbo: São formas em que o
verbo pode atuar como nome, ou seja, exercer funções
Verbo é a palavra que indica ação, praticada ou sintáticas próprias de substantivo ou adjetivo. São três
sofrida pelo sujeito; fato, de que o sujeito participa as formas nominais:
ativamente; estado ou qualidade do sujeito; ou
fenômeno da natureza. 1) Particípio: Expressa ações que já foram
concluídas e pode ser empregado com ou sem verbo
Classificação dos verbos _ Os verbos classificam- auxiliar. É marcado pelas terminações ado / ido.
se em: Ex. Terminada a festa, todos foram para casa. /
Tínhamos falado pra ele ir à minha casa.
01) Verbos Regulares: são aqueles que não
sofrem alterações no radical. OBS.: O particípio é a única forma nominal que
Ex. trabalhar, trabalhei, trabalhou, trabalhava, flexiona em gênero e número, concordando com o
trabalhamos. substantivo a que se refere.
Ex. copo quebrado / taças quebradas.
02) Verbos Irregulares: são aqueles que sofrem
pequenas alterações no radical. 2) Gerúndio: Expressa ações que ainda estão em
Ex. fazer, faço, fiz. andamento, ou simplesmente uma ação que está
trazer, trago, trouxera. sendo feita no mesmo momento que outra, para dar
assim a ideia de duração. É marcado pela terminação
03) Verbos Anômalos: são aqueles que ndo.
apresentam radicais diferentes. Ex. Chegando ao baile, a debutante se assustou.
Ex. ser, sou, é, fui, era, sois. Ele estava voltando para casa, quando
ir, vou, fui, vamos, fostes. saímos.

04) Verbos Defectivos: são aqueles que não OBS.: Evite o “gerundismo”, vício de linguagem que
apresentam conjugação completa. consiste em utilizar o gerúndio de forma excessiva e
Ex. falir, reaver, precaver (não possuem as 1ª, 2ª e artificial, para indicar ação futura.
3ª pessoas do presente do indicativo, nem o presente Ex. O atendente vai estar realizando uma pesquisa.
do subjuntivo inteiro).
3) Infinitivo: Expressa um ação sem situá-la no
05) Verbos Abundantes: são aqueles que tempo. É o verbo sem ser conjugado, marcado pela
apresentam duas formas de mesmo valor. Geralmente terminação -r.
a abundância ocorre no particípio. Ex. Sonhar bem alto é quase um passo para
Ex. aceitado / aceito, entregado / entregue, limpado levantar voo.
/ limpo.
OBS.: O infinitivo pode ser pessoal, ou seja,
OBS.: Os verbos abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer, flexionado em pessoa (Ex. para tu cantares, para nós
pôr, ver e vir só possuem o particípio irregular (que não cantarmos) ou impessoal, não-flexionado (Ex. É
é terminado em ado/ido): aberto, coberto, dito, escrito, proibido andar de bicicleta.)
feito, posto, visto, vindo.
FLEXÕES DO VERBO
06) Verbos Pronominais: são aqueles que só se
conjugam acompanhados de pronome oblíquo. Flexão de Pessoa: O verbo flexiona em pessoa (1ª,
Ex. queixar-se, arrepender-se, ajoelhar-se, 2ª e 3ª pessoas gramaticais) para concordar com o
suicidar-se, zangar-se. sujeito da oração.
Ex. Eu trabalho / Tu trabalhas / Ele trabalha
Locução Verbal _ Também chamada de conjugação
perifrástica, a locução verbal é o conjunto formado por Flexão de Número: O verbo flexiona em número
um verbo auxiliar mais um verbo principal. Nas (singular e plural), concordando, geralmente, com o
locuções verbais é sempre o verbo auxiliar que sujeito da oração.
flexiona, enquanto o verbo principal é apresentado no Ex. Eu canto / Nós cantamos
gerúndio ou no infinitivo.
Ex. Estou lendo um ótimo romance. Flexão de Modo: São três os modos verbais na
Amanhã deve chover. língua portuguesa: Indicativo, Subjuntivo e Imperativo.
Conjugação verbal: Há três conjugações para os 1) Indicativo - Expressa certeza, isto é, o
verbos da língua portuguesa: enunciado dá o fato como certo, preciso. Os tempos
1ª conjugação: verbos terminados em -ar. verbais do modo indicativo são:
Ex. amar, sonhar. a - Presente: Indica fato que ocorre
2ª conjugação: verbos terminados em -er. corriqueiramente ou no momento em que se fala.
Ex. viver, crescer. Ex. Todos os dias, caminho no parque.
3ª conjugação: verbos terminados em -ir. Ela estuda no Curso Oficial.
Ex. sentir, sorrir.
b - Pretérito Perfeito: Indica fato que ocorreu no a - Pretérito Perfeito Composto do Indicativo:
passado em determinado momento, observado depois Indica fato que tem ocorrido com frequência.
de concluído. Ex. Eu tenho estudado demais ultimamente.
Ex. Ontem caminhei no parque.
Ela estudou no Curso Oficial no ano b - Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo:
passado. Indica desejo de que algo já tenha ocorrido.
Ex. Espero que você tenha estudado o suficiente
c - Pretérito Imperfeito: Indica fato que ocorria com para conseguir a aprovação.
frequência no passado, ou fato que não havia chegado
ao final no momento em que estava sendo observado. c- Pretérito Mais-que-perfeito Composto do
Ex. Naquela época, eu caminhava no parque. Indicativo: Indica fato passado anterior a outro, também
Ela estudava no Curso Oficial, quando me passado.
conheceu. Ex. Ontem, quando você foi ao parque, eu já tinha
caminhado 6 Km.
d - Pretérito Mais-que-perfeito: Indica fato ocorrido
antes de outro no Pretérito Perfeito do Indicativo. d - Pretérito Mais-que-perfeito Composto do
Ex. Quando você foi ao parque, eu já caminhara 6 Subjuntivo: Indica condição, hipótese.
Km. Ex. Ela estaria menos cansada, se não tivesse
trabalhado tanto.
e - Futuro do Presente: Indica fato que ocorre em
momento posterior ao que se fala. e - Futuro do Presente Composto do Indicativo:
Ex. Amanhã caminharei no parque pela manhã. Indica fato que ocorre em momento posterior ao que se
Ela estudará no Curso Oficial no ano que fala.
Ex. Quando você chegar ao parque, eu já terei
caminhado 6 Km.
vem.
f - Futuro do Pretérito Composto do Indicativo: Tem
f - Futuro do Pretérito: Indica fato futuro, o mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do
dependente de outro anterior a ele. Indicativo.
Ex. Eu caminharia todos os dias, se não Ex. Eu teria caminhado todos os dias, se não fosse
trabalhasse tanto. a falta de tempo.

2) Subjuntivo - Expressa dúvida, possibilidade; ou g - Futuro Composto do Subjuntivo: Indica fato


seja, o enunciado coloca o fato como hipotético. hipotético no futuro.
Os tempos verbais do modo subjuntivo são: Ex. Quando você tiver terminado sua série de
exercícios, eu caminharei 6 Km.
a - Presente: Indica desejo atual, dúvida que ocorre
no momento da fala. h - Infinitivo Pessoal Composto: Indica ação
Ex. Espero que eu caminhe bastante este ano. passada em relação ao momento da fala.
Ex. Para você ter comprado esse carro, necessitou
b - Pretérito Imperfeito: Indica condição, hipótese; de muito dinheiro.
normalmente é usado com o Futuro do Pretérito do
Indicativo. Flexão de Voz: Indica se o sujeito pratica, ou
Ex. Eu caminharia todos os dias, se não recebe, ou pratica e recebe a ação verbal.
trabalhasse tanto.
01) Voz Ativa: O sujeito é agente, ou seja, pratica
c - Futuro: Indica hipótese futura. a ação verbal ou participa ativamente de um fato.
Ex. Quando eu for à Europa, visitarei o Museu do Ex. As meninas exigiram a presença da diretora.
Louvre. A torcida aplaudiu os jogadores.

3) Imperativo - Expressa ordem, pedido, sugestão 02) Voz Passiva: O sujeito é paciente, ou seja,
ou conselho. sofre a ação verbal. Pode ser:
Ex. Caminhe todos os dias, para a saúde melhorar.
/ Traga-me um café bem forte, por favor. a - Sintética ou Pronominal_ É formada por verbo
transitivo direto + pronome se (partícula ou pronome
Flexão de Tempo: O tempo verbal refere-se ao apassivador)
momento em que ocorre o fato expresso pelo verbo. Ex. Entrega-se encomenda.
Compram-se roupas usadas.
Os tempos simples já foram apresentados acima;
vejamos agora os tempos compostos. b - Analítica _ É formada por verbo auxiliar ser ou
estar + particípio do verbo principal.
Tempos Compostos: São formados por locuções Ex. A encomenda foi entregue.
verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver As roupas foram compradas por uma
e como principal, qualquer verbo no particípio. São elegante senhora.
eles:
03) Voz Reflexiva: O sujeito, simultaneamente, 10) Chegaríamos sempre atrasados (futuro do
presente)
pratica e sofre a ação.
Essa voz será chamada simplesmente de reflexiva,
quando o sujeito praticar a ação sobre si mesmo. Para as questões de 11 a 20, assinale a alternativa
completando corretamente as lacunas abaixo:
Ex. Carla machucou-se.
Tu te feristes?
11) avisá-lo de que se ela o conteúdo
Eu me olhava no espelho.
da mensagem, todos saberão nossos planos.
Há também a chamada de reflexiva recíproca, a) Vimos – ver b) Viemos – ver
c) Vimos – vir d) Viemos - vir
quando houver mais de um elemento como sujeito: um
pratica a ação sobre o outro, que pratica a ação sobre
12) Vi, mas não , o guarda também não
o primeiro.
Ex. Paula e Renato amam-se. ; dois policiais também não . Se
tivéssemos talvez tivéssemos evitado tantas
Nós nos olhávamos amorosamente.
mortes.
a) intervi – interviu – interviram – intervido
OBS.: Na voz reflexiva, o pronome se significa “a si
b) intervim – interveio – intervieram – intervido
mesmo(s)”; enquanto na voz reflexiva recíproca o
c) intervim – interveio – intervieram – intervindo
pronome se é sinônimo de “um ao outro” ou “uns aos
d) intervir – interveio – interviram - intervindo
outros”.
13) No ano passado, os alunos aumento
Conversão de Voz do efetivo de servidores: imediatamente o diretor
Para efetivar a conversão da ativa para a passiva todos os cargos vagos.
e vice-versa, procede-se da seguinte maneira: a) requiseram – proviu
1 - O sujeito da voz ativa passará a ser o agente
b) requiseram - proveu
da passiva. c) requereram – proveu
2 - O objeto direto da voz ativa passará a ser o d) requereram - proviu
sujeito da voz passiva.
3 - Na passiva, o verbo ser estará no mesmo 14) Desejo que você seus documentos e
tempo e modo do verbo transitivo direto da ativa e o que se contra novas perdas.
verbo principal ficará no particípio. a) reavenha – precavenha
b) reaveja - precaveja
Voz ativa c) recupere – previna
A torcida aplaudiu os jogadores. d) reaja - precava
- Sujeito = a torcida
- Verbo transitivo direto = aplaudiu 15) Querem que você - todas as instalações da
Objeto direto = os jogadores. loja e, com isso, : o que a concorrência não
sabe é que a lei que em 1980, já não
Voz passiva analítica mais.
Os jogadores foram aplaudidos pela torcida. a) destrua – fale – vigia – vije
- Sujeito = os jogadores. b) demola – fale – vigia - vige
- Locução verbal passiva = foram aplaudidos. c) demula – vá à falência – vigorava – vija
- Agente da passiva = pela torcida. d) derrube – quebre – era vigente - vige

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 16) É preciso que as autoridades


Para as questões de 01 a 10, assinale com “C” as

energicamente que não


alternativas corretas e com “I” as incorretas,
novas desordens.
considerando a flexão e o tempo verbal. a) hajam, a fim de, haja
01) Sempre digo a verdade (presente indicativo) b) ajam, a fim de, haja
02) Espero que você também diga (presente do c) ajam, a fim de, hajam
subjuntivo) d) ajam, a fim de, haja
03) Vá embora daqui (imp. afirm. – 2ª pessoa

singular) 17) Tu não , mas não que nós .


04) Não fique onde não és querido (imp. negativo) a) progrides, impeças, progridamos
05) Quando cheguei ao cinema (pret. imperfeito b) progride, impeças, progredimos
indicativo) c) progrides, impeça, progridamos
06) O filme já começara (pret. Mais que perfeito- d) progride, impede, progridamos
indicativo)
07) Quando você vier a Brasília e ver suas 18) Quando de Caxias e Paulo,
avenidas ( futuro do subjuntivo) que desejo falar-lhe.
08) verá aonde foi o dinheiro do contribuinte ( fut. a) vires, veres, diga-lhe
Pres.) b) vieres, vires, dizer-lhe
09) Se viéssemos de ônibus para a escola c) vieres, veres, dizer-lhe
(Pretérito Imperfeito do subjuntivo) d) vieres, vires, diga-lhe
DE INTENSIDADE: Muito, demais, pouco, tão,
19) O acordo não as reivindicações, a não
menos, em excesso, bastante, pouco, mais, menos,
ser que de nossos direitos e da luta.
demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale
a) substitue, abdicamos, desistimos
a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por
b) substitui, abdiquemos, desistamos
completo, etc.
c) substitui, abdiquemos, desistimos
d) substitue, abdiquemos, desistamos
DE TEMPO: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde
outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda,
20) Não .Você não acha preferível que ele
antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora,
se sem que você o ?
jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve,
a) interfira, desdiga, obrigue
constantemente, entrementes, imediatamente,
b) interfere, desdiz, obriga
primeiramente, provisoriamente, etc.
c) interfira, desdisser, obrigue
d) interfira, desdissesse, obriga
DE LUGAR: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora,
acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde,
21) ”O diretor examinará o processo ainda hoje”.
perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures,
Passando para a voz passiva, obtém-se a forma verbal:
defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures,
a) foi examinado
aquém, embaixo, externamente, a distancia, à distancia
b) é examinado
de, de longe, de perto, em cima...
c) terá sido examinado
d) será examinado
DE NEGAÇÃO : Não, nem, nunca, jamais, de modo
algum, de forma nenhuma, tampouco, etc.
22) “Os campos foram invadidos pelas águas dos
rios que destruíram toda a plantação:
DE DÚVIDA: Acaso, porventura, possivelmente,
Passando para a voz ativa e para a passiva,
provavelmente, quiçá, talvez, quem sabe, etc.
respectivamente, obtêm-se as formas verbais:
a) invadirão – era destruída
DE AFIRMAÇÃO: Sim, certamente, realmente,
b) invadiram – foi destruída
decerto, efetivamente, decididamente, realmente, etc.
c) tinham invadido – é destruída
d) foi invadido – foi destruído Palavras Denotativas
Há uma série de palavras que se assemelham a
23) Aponte a alternativa, se houver, em que o
advérbios. A Nomenclatura Gramatical Brasileira não
verbo reaver está correto:
faz nenhuma classificação especial para essas
a) É necessário que você reavenha o dinheiro.
palavras, por isso elas são chamadas simplesmente de
b) É necessário que você reaveja o dinheiro.
palavras denotativas.
c) É necessário que você reaja o dinheiro.
Podem exprimir ideia de:
d) N.D.A.
1) ADIÇÃO: Ainda, além disso,
2) AFASTAMENTO: embora
Gabarito:
3) AFETIVIDADE: Ainda bem, felizmente,
01. C 02. C 03. I 04. I 05. I
infelizmente
06. C 07. I 08. C 09. C 10. I
4) APROXIMAÇÃO: quase, lá por, bem, uns, cerca
11. C 12. C 13. C 14. C 15. D
de, por volta de
16. D 17. A 18. B 19. B 20. A 5) DESIGNAÇÃO: eis
21. D 22. B 23. D 6) EXCLUSÃO: Apenas, salvo, menos, exceto, só,
somente, exclusive, sequer, senão,
ADVÉRBIO 7) EXPLICAÇÃO: isto é, por exemplo, a saber, ou
seja
Advérbio é a palavra invariável que modifica o 8) INCLUSÃO: Até, inclusive, também, mesmo,
verbo, um adjetivo, outro advérbio, ou até mesmo uma ademais
oração inteira, exprimindo uma circunstância. 9) LIMITAÇÃO: só, somente, unicamente, apenas
10) REALCE: Ex.: é que, cá, lá, não, mas, é
Locução Adverbial: É um conjunto de palavras porque, só, ainda, sobretudo.
que exerce a função de advérbio. 11) RETIFICAÇÃO: aliás, isto é, ou melhor, ou
Ex.: De modo algum irei lá. antes
Às vezes, ela começava a chorar sem 12) SITUAÇÃO: então, mas, se, agora, afinal

motivo.
Grau dos Advérbios
TIPOS DE ADVÉRBIOS Os advérbios, embora pertençam à categoria das
palavras invariáveis, podem apresentar variações com
DE MODO: Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, relação ao grau. Além do grau normal, o advérbio pode-
depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, à toa, se apresentar no grau comparativo e no superlativo.
à vontade, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa
maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de - GRAU COMPARATIVO: quando a circunstância
cor, em vão, calmamente, tristemente, expressa pelo advérbio aparece em relação de
propositadamente, pacientemente, etc. comparação.
- Meio = Passeei de bicicleta ontem.
Para indicar esse grau, utilizam-se as formas
- Posse = Recebeu a herança do avô.
tão…quanto, mais…que, menos…que.
- Matéria = Comprei roupas de lã.
=> comparativo de igualdade:
Ex.: Chegarei tão cedo quanto você.
=>comparativo de superioridade: CONJUNÇÃO
Ex.: Chegarei mais cedo que você.
=>comparativo de inferioridade: As conjunções são vocábulos de função
Ex.: Chegarei menos cedo que você. estritamente gramatical, utilizados para o
estabelecimento da relação entre duas orações, ou
- GRAU SUPERLATIVO: nesse caso, a ainda para relacionar dois termos que se assemelham
circunstancia expressa pelo advérbio aparecerá gramaticalmente dentro da mesma oração.
intensificada. As conjunções podem ser de dois tipos principais:
O grau superlativo do advérbio pode ser formado conjunções coordenativas ou conjunções
tanto pelo processo sintético (acréscimo de sufixo), subordinativas.
como pelo processo analítico (outro advérbio estará
indicando o grau) 1) Conjunções coordenativas: Vocábulos que
=>superlativo sintético: formado com o acréscimo estabelecem relações entre dois termos ou duas
de sufixo. orações independentes entre si, que possuem as
Ex.: Cheguei tardíssimo. mesmas funções gramaticais.
=>superlativo analítico: expresso com um advérbio As conjunções coordenativas podem ser dos
de intensidade. seguintes tipos: aditivas, adversativas, alternativas,
Ex.: Cheguei muito tarde. conclusivas, explicativas.
Ex. Entre, que está muito frio.
PREPOSIÇÃO Estava fazendo frio, mas ele saiu sem
casaco.
Preposição é a palavra invariável que liga dois
2) Conjunções subordinativas: Têm a função de
elementos da oração, subordinando um ao outro. Por
estabelecer uma relação entre duas orações, relação
exemplo, na frase Os alunos do colégio assistiram ao
esta que se caracteriza pela dependência do sentido de
filme de Walter Salles, temos as preposições de e a.
uma oração com relação à outra. Uma das orações
O termo que antecede a preposição é denominado
completa ou determina o sentido da outra.
regente; e o termo que a sucede, regido.
As conjunções subordinativas são classificadas em:
Há dois tipos de preposição: causais, concessivas, condicionais, comparativas,
conformativas, consecutivas, proporcionais, finais e
1) Essenciais: por, para, perante, a, ante, até, após, integrantes.
de, desde, em, entre, com, contra, sem, sob, sobre, trás. Ex. Os balões sobem, porque são mais leves que o
As essenciais são as palavras que só desempenham a ar.
função de preposição. Embora fosse inverno, ele saiu sem casaco.

2) Acidentais: afora, fora, exceto, salvo, malgrado, Locução Conjuntiva: Expressão que exerce a
durante, mediante, segundo, menos. As acidentais são mesma função que a conjunção: ligar orações.
palavras de outras classes gramaticais que eventualmente Ex. à medida que, no entanto, ao passo que, visto
são empregadas como preposições. que, etc.

Locução Prepositiva: São duas ou mais palavras, INTERJEIÇÃO


exercendo a função de uma preposição: acerca de, a
fim de, apesar de, através de, de acordo com, em vez As interjeições são os vocábulos de representação
de, junto de, para com, à procura de, à busca de, à das emoções ou sensações dos falantes. Podem
distância de, além de, antes de, depois de, à maneira exprimir satisfação, espanto, dor, surpresa, desejo,
de, junto de, junto a, a par de, etc. terror, etc.
O sentido deste tipo de vocábulo depende muito do
Combinação: Junção de uma preposição com contexto enunciativo em que se encontram e da forma
outra palavra, quando não há alteração fonética. como são pronunciados.
Ex. ao (a + o); aonde (a + onde) Ex. Oh!
Eia!
Contração: Junção de uma preposição com outra Psiu!
palavra, quando há alteração fonética. Ui!
Ex. do (de + o); neste (em + este); à (a + a) Nossa!!!

As preposições podem indicar diversas Locução Interjetiva: Expressão formada por mais de
circunstâncias: um vocábulo, usada também para exprimir emoções e
- Lugar = Estivemos em São Paulo. sensações.
- Origem = Essas maçãs vieram da Argentina. Ex. Cruz credo!
- Causa = Ele morreu, por cair de um andaime. Puxa vida!
- Assunto = Conversamos bastante sobre você. Arre égua!
SINTAXE 03) Sujeito Oculto: Teremos sujeito oculto em três
circunstâncias:
A Sintaxe é a parte da gramática que estuda a a- Quando perguntarmos ao verbo quem é o sujeito
disposição das palavras na frase e das frases no e obtivermos como resposta os pronomes eu, tu, ele,
discurso, bem como a relação lógica das frases entre ela, você, nós ou vós, sem surgirem escritos na oração.
si. O sujeito oculto também pode ser chamado de sujeito
elíptico, sujeito desinencial ou sujeito subentendido.
Ao emitir uma mensagem verbal, o emissor procura Ex. Estudaremos a matéria toda. (suj. oculto: nós)
transmitir um significado completo e compreensível.
Para isso, as palavras são relacionadas e combinadas b- Quando o verbo estiver no Imperativo, ou seja,
entre si. quando o verbo indicar ordem, pedido, sugestão ou
conselho.
A sintaxe é um instrumento essencial para o Ex. Estudem, meninos! (suj. oculto: vocês)
manuseio satisfatório das múltiplas possibilidades que
existem para combinar palavras e orações. c- Quando não houver sujeito escrito na oração,
porém estiver claro em orações anteriores.
Para o estudo da sintaxe, é importante diferenciar Ex. Os governadores chegaram a Brasília ontem
frase, oração e período: à noite. Terão um encontro com o presidente.
Quem chegou a Brasília?
- Frase: É todo enunciado de sentido completo, Resp.: Os governadores. Núcleo = governadores.
podendo ser formada por uma só palavra ou por várias, Sujeito Simples.
podendo ter verbos ou não. Quem terá um encontro?
Ex. Silêncio! Resposta: Não há sujeito escrito na oração, porém
O telefone está tocando. na oração anterior aparece, com clareza, quem é o
sujeito = os governadores. Portanto, sujeito oculto.
- Oração: É o enunciado que se organiza em
torno de um verbo. 04) Sujeito Indeterminado: Ocorre quando a
Ex. Quem é você? oração tem um sujeito, mas não é possível determina-
O telefone está tocando. lo. Há duas formas de se indeterminar o sujeito de uma
oração:
- Período: É a frase constituída de uma ou mais a- Com o verbo na terceira pessoa do plural, desde
orações, formando um todo, com sentido completo. O que não haja, no contexto, referência anterior ao
período pode ser simples (com apenas uma oração) ou sujeito.
composto (com mais de uma oração). Ex. Deixaram uma bomba na casa do deputado.
Ex. O telefone está tocando.
Ele saiu, mas volta logo. b- Com verbo que não seja Transitivo Direto na
terceira pessoa do singular + se (índice de
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO indeterminação do sujeito).
Ex. Trata-se de uma questão muito grave.
SUJEITO
Sujeito é o ser a respeito do qual se informa algo. 05) Sujeito Oracional: É o sujeito com verbo, ou
São os seguintes os tipos de sujeito: seja, uma oração que exerce a função de sujeito.
Ex. É preciso estudar mais. (Que é preciso?
01) Sujeito Simples: É aquele que possui apenas Resposta: estudar mais)
um núcleo. O núcleo do sujeito será representado por
um substantivo, por um pronome substantivo ou por OBS.: O sujeito oracional faz parte do período
qualquer palavra substantivada. Núcleo é a palavra composto e é classificado como oração subordinada
mais significativa na função sintática. substantiva subjetiva. As orações subordinadas serão
Ex. Os homens destroem a natureza. estudadas posteriormente.

06) Sujeito Acusativo: É o sujeito de um verbo no


OBS.: Uma forma simples de se encontrar o sujeito
infinitivo ou no gerúndio, em uma oração que funcione
de uma oração é perguntar ao verbo. Ex. Quem destrói
como objeto direto de outra, quando o verbo da oração
a natureza?
principal for fazer, mandar, deixar (verbos causativos)
Resposta: Os homens (sujeito) Núcleo = homens.
ou sentir, ver e ouvir (verbos sensitivos).
Ex. O garçom mandou a garota se retirar.
02) Sujeito Composto: É aquele que possui dois ou
mais núcleos. Os núcleos do sujeito composto são, No exemplo, temos um período composto. O sujeito
quase sempre, ligados pela conjunção e, pela da primeira oração é o garçom; e o sujeito da segunda
conjunção ou, pela preposição com ou pelos conectivos oração é a garota, chamado de sujeito acusativo,
correlatos assim ...como, não só ... mas também, tanto porque integra uma oração subordinada substantiva
... como, tanto ... quanto, nem ... nem. objetiva direta que completa um dos verbos acima
Ex. Tanto os cientistas quanto os religiosos estão mencionados.
temerosos.
4. Marque a oração em que o termo destacado é
07) Orações sem sujeito: Haverá oração sem
sujeito:
sujeito (também chamado de sujeito inexistente) nos
a) Houve muitas brigas no jogo.
seguintes casos:
b) Ia haver mortes, se a polícia não interviesse.
a- Verbos que indiquem fenômeno da natureza.
c) Faz dois anos que há bons espetáculos.
Ex. Choveu ontem. / Ventou demasiadamente.
d) Existem muitas pessoas desonestas.
Se a frase tiver sentido figurado, haverá sujeito:
e) Há muitas pessoas desonestas.
Ex. Choveram papeizinhos coloridos sobre os
soldados que desfilavam.
5. “Na praça deserta, um homem caminhava.” O
b- Ser, estar, parecer, ficar, indicando fenômeno sujeito é:
da natureza. a) indeterminado b) inexistente
Ex. É primavera, mas parece verão. c) simples d) oculto
Está frio hoje. e) composto

c- Fazer, indicando fenômeno da natureza ou 6. Na oração: ”Anunciaram grandes novidades.” O


tempo decorrido. sujeito é:
Ex. Faz dias friíssimos no inverno. a) simples b) composto
Faz três dias que aqui cheguei. c) indeterminado d) elíptico
e) inexistente
d- Haver, significando existir ou acontecer, ou
indicando tempo decorrido. 7. “Saúde e felicidade são as minhas aspirações
Ex. Houve muitos problemas naquela noite. na vida”. Nessa frase o sujeito é:
Há dois anos ele esteve aqui em casa. a) simples b) composto
c) indeterminado d) oculto
e- Passar de, indicando horas. e) oração sem sujeito
Ex. Já passa das 15h.
8. Em: “Era inverno e fazia frio.”, há duas orações
f- Chegar de e bastar de, no imperativo. cujos sujeitos são respectivamente:
Ex. Chega dematéria. a) inexistente e indeterminado
Basta de reclamações! b) indeterminado e inexistente
c) inexistente e inexistente
g- Ser, indicando horas, datas e distância. O verbo d) indeterminado e indeterminado
ser é o único verbo impessoal que não fica
obrigatoriamente na terceira pessoa do singular, pois 9. Em: “Pediram-me papai e mamãe que eu fosse
concorda com o numeral. mais audacioso”:
Ex. São duas horas. a) o sujeito da primeira oração é simples e o da
É um quilômetro daqui até lá. segunda é inexistente
Hoje são 06 de maio. b) o sujeito da primeira oração é composto e o da
segunda, é simples
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO c) o sujeito da primeira oração é indeterminado e o
da segunda, inexistente
d) o sujeito da primeira oração é inexistente e o da
1. Na oração: “Foram chamados às pressas todos segunda indeterminado
os vaqueiros da fazenda vizinha”, o núcleo do sujeito é:
a) todos b) fazenda 10. Em: “À boca da noite a cata-piolhos rezava
c) vizinha d) vaqueiros e) pressas baixinho . . .” , o sujeito é:
a) simples b) composto
2. Assinale a alternativa em que o sujeito está c) indeterminado d) inexistente
incorretamente classificado: e) oculto
a) Chegaram, de manhã, o mensageiro e o guia.
(sujeito composto) Gabarito:
b) Fala-se muito neste assunto (sujeito 1. D 2. E 3. A 4. D 5. C
indeterminado) 6. C 7. B 8. C 9. B 10. A
c) Vai fazer frio à noite (sujeito inexistente)
d) Haverá oportunidade para todos (sujeito PREDICADO
inexistente)
e) Não existem flores no vaso (sujeito inexistente) Predicado é aquilo que se informa sobre o sujeito.
Então, retirando-se o sujeito de uma oração, tudo o que
3. Em “Éramos três velhos amigos, na praia quase restar é o predicado. Para distinguir os tipos de
deserta”, o sujeito desta oração é: predicado, é necessário estudar a predicação verbal.
a) subentendido
b) composto Predicação Verbal: É o estudo do comportamento
c) indeterminado do verbo na oração. É a partir da predicação verbal que
d) inexistente analisamos se ocorre ação ou fato, se existe qualidade
e) simples ou estado ou modo de ser de sujeito.
Quanto à predicação verbal, os verbos podem ser: 2) Nominal: O núcleo é um nome (substantivo,
Intransitivos, Transitivos ou De Ligação. adjetivo, pronome); o verbo é de ligação.
Ex. Minha namorada está atrasada.
Verbos Intransitivos: São aqueles que não Nós ficamos alegres.
necessitam de complementação, pois já possuem A novela continua enfadonha.
sentido completo.
Ex. Rei Hussein morre aos 63 anos. OBS.: No predicado nominal, o verbo tem tão pouca
2ª parcela do IPVA vence a partir de hoje. importância que podemos retirá-lo, sem haver perda
significativa do entendimento:
OBS.: Há verbos intransitivos que vêm Ex. A novela enfadonha.
acompanhados de um termo acessório, exprimindo Nós alegres.
alguma circunstância (lugar, tempo, modo, causa, etc.) Minha namorada atrasada.
Não confunda esse elemento acessório com
complemento de verbo. Ex. Garotinho diz que irá a 3) Verbo-Nominal: Apresenta dois núcleos: um
Brasília para reunião. Aparentemente, o verbo ir formado por um verbo que expressa ação (significativo)
apresenta complementação, pois quem vai, vai a algum e outro, por um ou mais nomes que indicam uma
lugar. Porém, "lugar" é uma circunstância e não qualidade ou estado do sujeito ou do objeto. É uma
complementação, como à primeira vista possa parecer. construção sintética que funde duas orações.
Todos os verbos que indicam destino ou procedência Ex. Elas viajarão (ação) sozinhas (estado).
são verbos intransitivos, normalmente acompanhados A velha voltou (ação) para casa tranquila
de circunstância de lugar (adjunto adverbial). São eles (estado).
ir, vir, voltar, chegar, morar, residir, situar-se, etc.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Verbos Transitivos: São aqueles que necessitam de
complementação, pois têm sentido incompleto. 1) É errada a análise da predicação verbal na
Dividem-se em três tipos: letra:
a) Isso não me convém. (transitivo indireto)
a- Transitivos diretos: exigem complemento b) Não lhe telefonarei amanhã. (transitivo indireto)
(denominado objeto direto) sem preposição obrigatória. c) Saudaram-nos pela vitória. (transitivo indireto)
Ex. Presidente receberá governadores. d) A verdade me constrangeu. (transitivo direto)
Falta de verbas causa problemas. e) A inocente menina é bela como um anjo. (de
ligação)
b- Transitivos indiretos: exigem complemento
(objeto indireto) com preposição obrigatória. 2) Assinale a frase em que o verbo estar não é
Ex. Eleitor obedece à convocação do TRE. verbo de ligação:
População não acredita nos políticos. a) Estávamos totalmente desligados a esse tipo de
problema.
c- Transitivos diretos e indiretos (ou b) Os alpinistas estavam esgotados ao chegarem
bitransitivos): exigem dois complementos: um sem e ao chalé.
outro com preposição. c) Tenho estado otimista, quanto à minha
Ex. Governador perdoa traição a deputado. aprovação.
Empresário doa lucros à UNICEF. d) Estivemos conversando tranquilos acerca de
política.
Verbos de Ligação: São aqueles que servem para e) Relativamente a esse assunto, estou muito
ligar o sujeito a seu atributo (qualidade), denominado preocupado com as consequências.
Predicativo do Sujeito.
Os principais verbos de ligação são ser, estar, 3) Assinale a letra que contenha predicativo do
parecer, permanecer, ficar, continuar. sujeito sem que haja verbo de ligação:
Ex. Investimento direto será menor em 2013. a) Cumprimentaram-se friamente.
Matéria-prima fica mais cara. b) Ser livre é não ser escravo.
c) A leitura é muito útil.
TIPOS DE PREDICADO d) A menina sorria feliz.
e) O mentiroso precisa ter boa memória.
Todo predicado tem um núcleo (uma palavra que
contém a ideia principal). 4) Assinale a letra em que há exemplo de verbo
De acordo com o núcleo, o predicado se classifica transitivo direto e indireto:
em: a) Fugiu com quantas pernas tinha.
b) Disparou com um raio para a toca.
1) Verbal: O núcleo é um verbo nocional, c) Lá contou à mamãe as aventuras do passeio.
significativo (VT ou VI). d) Observei muita coisa interessante.
Ex. A moça ensinava a meia dúzia de garotos.
O aluno questionou o professor 5) O herdeiro, longe de compadecer-se, sorriu e,
por esmola, atirou-lhe três grãos de milho. Os verbos
grifados são, respectivamente:
a) transitivo indireto, intransitivo, transitivo indireto. TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
b) intransitivo, intransitivo, transitivo direto e
indireto. COMPLEMENTO VERBAL: É o termo da
c) transitivo direto, intransitivo, transitivo direto e oração que completa o sentido de um verbo. São dois:
indireto.
d) intransitivo, intransitivo, transitivo direto. 1) Objeto Direto: É o complemento, sem
e) intransitivo, transitivo indireto, transitivo direto. preposição, do verbo transitivo direto.
Ex. Buscaram o carro de Maria.
6) Assinale a letra que contenha verbo de ligação: Janice quer liberdade e respeito.
a) Os viajantes chegaram cedo ao destino.
b) Demitiram o secretário da instituição. OBS.: Em alguns casos o objeto direto pode ser
c) Nomearam as novas ruas da cidade. preposicionado. Ex. Ao homem a mulher consola (obj.
d) Compareceram todos atrasados à reunião. prep. para evitar ambiguidade) / O assaltante sacou da
e) Estava irritado com as brincadeiras arma (obj. prep. para dar ênfase) / Ele comeu do bolo
(obj. prep. para realçar valor partitivo) / Casos
7) Assinale a letra que contenha verbo transitivo
obrigatórios: Rubião esqueceu a si (pron. oblíquo
direto: tônico) / Ela amava a quem nunca a amou. (pron.
a) Já passa da hora do recreio. relativo quem)
b) Há importantes monumentos em Minas Gerais.
c) Devia existir um motivo sério, muito sério.
2) Objeto Indireto: É o complemento, com
d) Nas discussões choveram desaforos.
e) Propusemos reformas aos dirigentes. preposição obrigatória, do verbo transitivo indireto.
Ex. Algumas alunas gostam de lutas marciais.
Nas questões de 8 a 20, identifique e classifique o Já assisti a esse filme várias vezes.
predicado:
COMPLEMENTO NOMINAL: É o termo da oração
8) José chegou cansado.
que completa o sentido de um substantivo abstrato, de
9) O espetáculo foi emocionante.
um adjetivo ou de um advérbio. É sempre introduzido
10) Chove bastante na minha região.
11) Eduardo gosta de pipoca. por preposição.
12) Prenderam o ladrão. Ex. O militar deve ter amor à Pátria. (o substantivo
amor é completado pelo termo Pátria)
13) Mônica é muito simpática.
José é igual ao pai. (o adjetivo igual é
14) Vive-se bem no campo.
completado pelo termo pai)
15) Perdi minha caneta.
Agiu contrariamente ao esperado. (o advérbio
16) Eles o julgaram responsável.
contrariamente é completado pelo termo esperado)
17) Os excursionistas chegaram cansados.
18) Bateram à porta.
PREDICATIVO DO SUJEITO: É o termo que
19. Estava irritado com as brincadeiras.
apresenta uma qualidade, modo de ser ou estado do
20) Compareceram todos atrasados à reunião.
sujeito.
Gabarito: Ex. Maria estava impaciente.
1) C 2) D 3)D 4) C 5) B 6) E 7) B As crianças brincavam despreocupadas.
Alegre, Juca foi embora.
08. José / chegou (ação) cansado (estado).
(verbo-nominal) PREDICATIVO DO OBJETO: É o termo que
apresenta uma qualidade, modo de ser ou estado do
09. O espetáculo / foi emocionante. (nominal)
objeto.
10. Chove (ação) bastante na minha região. Ex. O vilarejo elegeu Otaviano prefeito.
(verbal) Chamavam-lhe falsário.
11. Eduardo / gosta (ação) de pipocas. (verbal)
12. Prenderam (ação) o ladrão. (verbal) AGENTE DA PASSIVA: É o elemento que pratica a
13. Mônica / é muito simpática. (qualidade = ação quando o verbo da oração está na voz passiva.
nominal) O agente da passiva é sempre introduzido por uma
preposição.
14. Vive-se (ação) bem no campo. (verbal)
Ex. Os índios foram exterminados pelo colonizador.
15. (Eu) / Perdi (ação) minha caneta. (verbal) O testamento será lido por um advogado.
16. Eles / o julgaram (ação) responsável (estado).
(verbo-nominal)
17. Os excursionistas / chegaram cansados. TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
(verbo-nominal)
18. Bateram (ação) à porta. (verbal) ADJUNTO ADNOMINAL: São palavras que
19. (Ele) / Estava irritado (estado) com as acompanham o substantivo, núcleo de uma função
brincadeiras. (nominal) sintática, para caracterizá-lo, determiná-lo ou
20. (Todos) / Compareceram atrasados à reunião. individualizá-lo.
(verbo-nominal)
OBS.: O aposto pode aparecer anteposto ao termo
O adjunto adnominal pode ser representado por:
a que se refere. Ex. Veneza brasileira , Recife está
adjetivos, artigos, numerais, pronomes e locuções
sofrendo com as chuvas. Ele também pode aparecer
adjetivas.
precedido de expressões explicativas. Ex. Algumas
Ex. As casas antigas eram mais trabalhadas.
matérias, a saber, Matemática, Física e Química
(referem-se ao núcleo do sujeito = casas)
apresentam maiores dificuldades de aprovação no
Ele acompanhava duas crianças pequenas.
vestibular.
(referem-se ao núcleo do objeto = crianças)
Paulo era o professor de matemática.
(referem-se ao núcleo do predicativo = professor) VOCATIVO: É considerado um termo
independente da oração porque não faz parte de sua
OBS.: Não confunda adjunto adnominal com estrutura. É usado para invocar, chamar, interpelar ou
complemento nominal. Embora ambos possam se apelar a quem o falante se dirige.
referir a substantivos abstratos, para diferenciá-los Ex. Menino, venha cá!
lembre-se de que o complemento nominal tem sentido Tenham calma, meus filhos.
passivo; enquanto o adjunto tem sentido ativo. Por Você, Dora, reclama demais.
exemplo: As críticas do ator ao diretor eram infundadas.
Observe que temos dois elementos introduzidos por EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
preposição, ambos se referindo ao substantivo abstrato
críticas. O primeiro é adjunto, já que tem sentido ativo 01. Na frase "Fugia-lhe, e certo, metia o papel no
(do ator = o ator criticou). O segundo é complemento, bolso, olhava a casa, fechava-se, não abria as vidraças,
pois tem sentido passivo (ao diretor = o diretor foi chegava a fechar os olhos", são adjuntos adverbiais:
criticado) a) no bolso - a casa - não
b) no bolso - não
ADJUNTO ADVERBIAL: Termo que se refere ao c) certo - no bolso - a casa - se - não
verbo, ao adjetivo ou a outro advérbio, para indicar uma d) lhe - certo - no bolso - a casa - se - não
circunstância (tempo, lugar, causa, modo, concessão, e) certo - no bolso - a casa - não - a fechar
etc.)
Ex. Só obtivemos os gabaritos do vestibular no dia 02. Entre as alternativas abaixo, aponte a única em
seguinte. (adj. adv. tempo) que um dos termos corresponde à análise dada:
O trânsito está engarrafado na Avenida "Pareciam infinitas as combinações de cores no azul do
Recife. (adj. adv. lugar) céu."
Os turistas foram recebidos alegremente. a) Pareciam é um verbo intransitivo
(adj. adv. modo) b) Infinitas é objeto direto
Estávamos tremendo de frio. (adj. adv. c) Cores é o núcleo do sujeito
causa) d) Do céu é o complemento nominal
Vou sair com você. (adj. adv. companhia) e) n.d.a
Com a vassoura, retirou a sujeira da sala.
(adj. adv. instrumento) 03. Observe:
Prefiro viajar de carro. (adj. adv. meio)
Conversamos sobre economia. (adj. adv. I. No período "Seus olhos se encheram de alegria,
assunto) vendo salvo o guerreiro branco", os termos sublinhados
são, pela ordem, predicativo do objeto direto e objeto
APOSTO: É o termo que tem por objetivo explicar, direto;
esclarecer, resumir, especificar ou comentar algo sobre
um substantivo. II. No fragmento do texto: " - Mas o cão é teu
Ex. Recife, a Veneza brasileira, sofre durante o companheiro e amigo fiel. Mais amigo e companheiro
período chuvoso. será de Poti, servindo a seu irmão que a ele."
AMD_ fabricante de processadores _ vem Sintaticamente, "teu companheiro e amigo fiel" está
ganhando mercado. para "cão", assim como "mais amigo e companheiro"
Maria telefonou para os amigos: Júnior, está para "Poti";
André, Carla, Bianca e Dulce.
O estado de Minas Gerais destaca-se na III. No período "Tu o chamarás Japi; e será o pé
produção de leite e derivados. ligeiro com que de longe corramos um para o outro",
os elementos sublinhados são respectivamente:
No último exemplo, observa-se o único tipo de predicado verbo-nominal e oração subordinada
aposto que não é separado por sinal de pontuação, o adjetiva.
aposto especificador ou aposto de especificação.
Para não confundi-lo com o adjunto adnominal, Assinale:
lembre-se de que é possível estabelecer uma relação a) se estiverem corretas apenas as alternativas I e II
de igualdade entre o aposto e o substantivo a que ele b) se estiverem corretas apenas as alternativas I e III
se refere (estado = Minas Gerais). c) se estiverem corretas apenas as alternativas II e III
Já em A população de Minas Gerais é cordial, o d) se todas as alternativas estiverem corretas
termo sublinhado é adjunto adnominal, pois não há e) se todas as alternativas estiverem incorretas
relação de igualdade (população não é = Minas
Gerais).
09. "No mar, tanta tormenta e tanto dano, / Tantas
04. No período "... a nacionalidade viveu da
vezes a morte apercebida; / Na terra, tanta guerra, tanto
mescla de três raças que os poetas xingaram de tristes:
engano, / Tanta necessidade aborrecida! / Onde pode
as três raças tristes", as unidades sublinhadas
acolher-se um fraco humano, / Onde terá segura a curta
exercem, respectivamente, as funções sintáticas de:
vida, / Que não se arme e se indigne o Céu sereno /
a) adjunto adverbial - objeto direto - predicativo do
Contra um bicho da terra tão pequeno?"
objeto - aposto
Na oração "Onde terá segura a curta vida...":
b) objeto indireto - sujeito - predicativo do objeto -
a) o adjetivo segura é predicativo do objeto vida
adjunto adverbial
b) o adjetivo curta é adjunto adnominal do sujeito
c) objeto direto - objeto direto - adjunto adnominal
vida
- adjunto adverbial
c) os dois adjetivos - segura e curta - são
d) adjunto adverbial - objeto direto - adjunto
adnominal - aposto adjuntos do substantivo vida
e) adjunto adverbial - sujeito - adjunto adverbial - d) o adjetivo segura está empregado com valor de
adjunto adverbial
adjunto adverbial
e) os adjetivos - segura e vida - são predicativos
05. "Não serei o poeta de um mundo caduco."; do sujeito vida
"lá fora, considero a enorme realidade."; "Não serei o
10. Aponte a alternativa em que ocorre o adjunto
medo de uma mulher"; "O tempo é a minha matéria."
adverbial de causa:
As expressões sublinhadas nos versos do texto
a) Comprou livros com dinheiro.
exercem, respectivamente, as funções de:
b) O poço secou com o calor.
a) Complemento nominal - adjunto adverbial -
c) Estou sem amigos.
complemento nominal - predicativo do sujeito
d) Vou ao Rio.
b) Adjunto adnominal - adjunto adverbial -
e) Pedro é efetivamente bom.
complemento nominal - predicativo do sujeito
c) Predicativo do sujeito - núcleo do predicado -
11. Assinale a análise do termo destacado: "A
adjunto adnominal - núcleo do predicativo do sujeito
terra era povoada de selvagens."
d) Predicativo do sujeito - núcleo do predicado -
a) objeto direto
complemento nominal - predicativo do sujeito
b) objeto indireto
e) Complemento nominal - adjunto adverbial -
c) agente da passiva
adjunto adnominal - núcleo do predicativo do sujeito
d) complemento nominal
e) adjunto adverbial
06. No trecho: "... foi espantar as moscas do rosto
do anjinho.", as expressões sublinhadas funcionam
12. Aponte a correta análise do termo destacado:
respectivamente como:
"Ao fundo, as pedrinhas claras pareciam tesouros
a) objeto direto, objeto indireto, adjunto adnominal
abandonados."
do objeto indireto
a) predicativo do sujeito
b) objeto direto, adjunto adverbial de lugar,
b) adjunto adnominal
complemento nominal
c) objeto direto
c) objeto indireto, complemento nominal, adjunto
d) complemento nominal
adnominal do complemento nominal
e) predicativo do objeto direto
d) objeto indireto, objeto indireto, complemento
nominal 13. Leia atentamente: "É oportuno, um conselho."
e) objeto direto, adjunto adverbial de lugar, adjunto Na oração ao lado, há um erro de pontuação, pois a
adnominal do adjunto adverbial vírgula está separando:
a) o adjunto adnominal e o objeto direto
07. Em: "Os sururus em família têm por b) o predicativo do sujeito e o adjunto adverbial
testemunha a Gioconda", as expressões sublinhadas c) o sujeito e o adjunto adnominal
são: d) o predicado nominal e o sujeito
a) complemento nominal - objeto direto
b) predicativo do objeto - objeto direto GABARITO:
c) objeto indireto - complemento nominal 01 - B 02 - E 03 - B 04 - A 05 - B
d) objeto indireto - objeto indireto 06 - E 07 - B 08 - A 09 - A 10 - B
e) complemento nominal - objeto direto 11 - C 12 - A 13 - E
preposicionado
PERÍODO COMPOSTO
08. No texto: "Acho-me tranquilo - sem desejos,
sem esperanças. Não me preocupa o futuro", os termos Período Composto é aquele que apresenta mais de
destacados são, respectivamente: uma oração, podendo ser formado por coordenação ou
a) predicativo, objeto direto, sujeito por subordinação. No período composto por
b) predicativo, sujeito, objeto direto coordenação, as orações são independentes, estando
c) adjunto adnominal, objeto direto, objeto indireto ligadas apenas pelo sentido.
d) predicativo, objeto direto, objeto indireto Já no período composto por subordinação, uma
e) adjunto adnominal, objeto indireto, objeto direto oração – a subordinada – depende da outra,
denominada principal; ou seja, a ligação entre elas é
semântica, mas também sintática.
Oração subordinada: é toda oração que se associa
ORAÇÕES COORDENADAS a uma oração principal e exerce uma função sintática
(sujeito, objeto, adjunto adverbial etc.) em relação à
As orações coordenadas que não apresentam oração principal.
conjunção são chamadas de assindéticas e as que têm As orações subordinadas classificam-se, de acordo
conjunção, sindéticas. Estas últimas se classificam, de com seu valor ou função, em:
acordo com a conjunção que apresentam, em:
Orações subordinadas substantivas
1) Aditivas: Exprimem ideia de adição, sendo
iniciadas pelas conjunções e, nem, mas também, mas 1) Subjetivas: são aquelas que exercem a função
ainda, etc. de sujeito em relação à outra oração.
Ex. Adilson foi ao trabalho a pé e voltou de Ex. Importa que nós estudemos continuamente.
automóvel. Sabe-se que a situação econômico-financeira
Estudou não somente Português, como ainda vai ficar pior.
também Geografia.
2) Objetivas diretas: são aquelas que exercem a
2) Adversativas: Exprimem uma ideia oposta à função de objeto direto de outra oração.
oração principal. Principais conjunções: mas, contudo, Ex. Informamos que os alunos sairão pela porta
todavia, entretanto, porém, no entanto, senão. dos fundos.
Ex. Argumentou durante duas horas, mas não Amaral não sabia como realizar o sorteio.
convenceu.
Nesse particular, você tem razão, contudo 3) Objetivas indiretas: são aquelas que exercem
não me convenceu. a função de objeto indireto de outra oração.
Ex. Ivo tinha se esquecido de que sua proposta
3) Alternativas: Expressam alternância. São não agradara.
identificadas pelas conjunções ou, ora, quer, seja. O jovem obedecia a quem se revelava
Ex. A babá ora acariciava o nenê, ora beslicava-o. superior.
Quer você queira, quer não, iremos ao
hospital. 4) Completivas nominais: são aquelas que
completam o sentido de um substantivo abstrato, de um
5) Conclusivas: Apresentam a conclusão da adjetivo ou de um advérbio.
oração anterior. São introduzidas pelas conjunções Ex. Alencar estava esperançoso de que tudo se
logo, portanto, por fim, por conseguinte, assim, entre resolveria.
outras. A população tem necessidade de que seus
Ex. Vivia zombando de todos; logo, não merecia clamores sejam ouvidos.
complacência.
O funcionário era muito competente; então, foi 5) Predicativas: são aquelas que funcionam como
aprovado. predicativo do sujeito. Exemplos:
Ex. O bom é que você não desconfia nunca.
6) Explicativas: Expressam explicação, O certo era que Sérgio não se casaria.
justificativa. Conjunções e locuções utilizadas: isto é, ou
seja, a saber, na verdade, pois, que, visto que. 6) Apositivas: são aquelas que funcionam como
Ex. A criança devia estar doente, porque chorava aposto. Exemplos:
de forma incessante. Ex. Sua instrução foi única: estudar sempre.
Venha para casa, que já é tarde. Pedi-lhe um favor: que me chamasse às sete
horas.

OBS.: A conjunção pois pode ser conclusiva ou OBS.: Para verificar se uma oração subordinada é
explicativa. Se estiver antes do verbo, será conjunção substantiva, tente substituí-la pela palavra “isso”. Ex.
explicativa. (Ex. José estava resfriado, pois tossia Eles ignoram que o mundo é cheio de mistérios. / Eles
muito.) Entretanto, se a conjunção estiver após o verbo, ignoram isso. Se a substituição for possível, ou seja, se
será conclusiva. (Ex. Não tenho dinheiro; não posso, criar um enunciado lógico, é porque a oração realmente
pois, pagar a conta.) é substantiva.

Orações subordinadas adjetivas


ORAÇÕES SUBORDINADAS
1) Orações adjetivas explicativas: são aquelas que
No período composto por subordinação sempre indicam qualidade inerente ao substantivo a que se
aparecem dois tipos de oração: oração principal e referem.
oração subordinada. Justapõem-se a um substantivo já plenamente
definido pelo contexto e são menos comuns que a
Oração principal: é um tipo de oração que no restritiva.
período não exerce nenhuma função sintática e tem Além disso, as orações adjetivas explicativas
associada a si uma oração subordinada. podem ser eliminadas sem prejuízo do sentido.
Têm função meramente estilística. 5) Condicionais: são aquelas que transmitem ideia
Ex. O inverno suíço de 1987, que foi muito de condição à oração principal.
Ex. Se o filme for ruim, sairei do cinema. Caso
rigoroso, matou 100 pessoas.
tivesse realizado as obras necessárias, não teria
O lírio, que é branco, já não é símbolo de
perdido a eleição.
candura.
São conjunções condicionais: se, salvo se, senão,
2) Orações adjetivas restritivas: são aquelas que caso, desde que, exceto se, contanto que, a menos
delimitam o sentido do substantivo antecedente. São que, sem que.
indispensáveis ao sentido total da oração.
Ex. Todo aluno que é estudioso é digno de 6) Conformativas: são aquelas que indicam
aprovação.. conformidade com a ação expressa na oração principal.
Não acredito no médico do qual me falaste. Ex. Conforme as últimas notícias, o mundo corre
O professor cujas orientações não são risco de uma guerra generalizada.
diretivas tem conseguido melhores resultados. Realizei seus desejos como você me havia
sugerido.
OBS.: Todas as orações subordinadas adjetivas São conjunções conformativas: do modo que,
são introduzidas por pronome relativo (que, quem, o assim como, bem como, de maneira que, de sorte que,
qual, quanto, onde, cujo). de forma que, do mesmo modo que, segundo, como,
Para diferenciar a explicativa da restritiva, lembre-
conforme.
se de que a explicativa é separada por vírgula; a
restritiva não. 7) Finais: são aquelas que indicam o objetivo, a
finalidade do fato expresso na oração principal.
Orações subordinadas adverbiais Ex. Acenei-lhe para que silenciasse.
Antônio Carlos falou baixinho a fim de que
1) Causais: são aquelas que modificam a oração não fosse percebida sua revolta.
principal apresentando uma circunstância de causa,
isto é, respondem à pergunta "por quê?" feita à oração São conjunções subordinativas finais: para que, a
principal. fim de que.
Ex. Carlos saiu porque precisava espairecer. 8) Proporcionais: são aquelas que transmitem
Nilo Lusa deixou o magistério porquanto sua ideia de proporcionalidade à oração principal.
saúde era precária. Ex. À proporção que o tempo passa, a agonia
recrudesce.
São conjunções causais: porque, pois, que, O barulho de algazarra aumenta à medida
porquanto, visto que, como, uma vez que, já que. que se aproxima das crianças.
2) Comparativas: são aquelas que correspondem São conjunções subordinativas proporcionais: à
ao segundo termo de uma comparação. medida que, à proporção que, ao passo que, quanto
Ex. Marisa é tão boa digitadora quanto Teresa mais...mais, quanto menos...menos.
(é).
"A preguiça gasta a vida como a ferrugem 9) Temporais: são aquelas que indicam relação de
consome o ferro." tempo naquilo que se refere à ação expressa pela
oração principal.
São conjunções comparativas: como, mais que, Ex. Enquanto leio poesia, recupero o equilíbrio
menos que, assim como, bem como, tanto quanto. emocional.
“Quando penso em você, fecho os olhos de
3) Consecutivas: são aquelas que apresentam a saudade...”
consequência do fato expresso na oração principal. São conjunções subordinadas temporais: quando,
Ex. Otávio bebia tanto que morreu de cirrose enquanto, agora que, logo que, desde que, assim que,
hepática. tanto que, apenas, antes que, até que, sempre que,
Faça seu trabalho de tal modo que não depois que, cada vez que, tão logo.
venha a lastimar-se do resultado.
ORAÇÕES REDUZIDAS
São conjunções consecutivas: (tanto) que, (tão)
que, (tal) que, (tamanho) que
São denominadas orações reduzidas aquelas que
4) Concessivas: são aquelas que se caracterizam não têm conjunção e que apresentam o verbo em uma
pela ideia de concessão que transmitem à oração das formas nominais, ou seja, infinitivo, gerúndio e
principal. Têm sempre a idéia de “apesar de”. particípio.
Ex. Ainda que faça frio, o jogo se realizará. Ex. Urge partir imediatamente. (Oração Sub.
Cristiano foi ao parque, embora estivesse Subst. Subjetiva Reduzida de Infinitivo).
chovendo. Retornando de férias, volte ao trabalho.
(Oração Sub. Adv. Temporal Reduzida de Gerúndio)
São conjunções concessivas: embora, posto que, O rapaz, pego em flagrante, tentou fugir.
se bem que, ainda que, desde que, conquanto, mesmo (Oração Sub. Adj. Explicativa Reduzida de Particípio)
que, por mais que.
c. agentes da passiva; orações subordinadas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO adjetivas, coordenadas entre si
d. objetos diretos; orações subordinadas adjetivas,
1) A oração sublinhada está corretamente coordenadas entre si
classificada, EXCETO em: e. objetos indiretos; orações subordinadas
a. Casimiro Lopes pergunta se me falta alguma adverbiais comparativas
coisa / oração subordinada adverbial condicional
b. Eu lhe mostro com quantos paus se faz uma 8) Neste período "não bate para cortar", a oração
canoa / oração sub. substantiva objetiva direta "para cortar" em relação a "não bate", é:
c. Tudo quanto possuímos vem desses cem mil a. a causa
réis / oração subordinada adjetiva restritiva b. o modo
d. Via-se muito que D. Glória era alcoviteira / c. a consequência
oração subordinada substantiva subjetiva d. a explicação
e. A idéia é tão santa que não está mal no e. a finalidade
santuário / oração subordinada adverbial consecutiva
9) Em todos os períodos há orações subordinadas
2) Na frase: "Maria do Carmo tinha a certeza de substantivas, exceto em:
que estava para ser mãe", a oração destacada é: a. O fato era que a escravatura do Santa Fé não
a. subordinada substantiva objetiva indireta andava nas festas do Pilar, não vivia no coco como a
b. subordinada substantiva completiva nominal do Santa Rosa.
c. subordinada substantiva predicativa b. Muitos tinham um objetivo: viver à custa das
d. coordenada sindética conclusiva finanças públicas
e. coordenada sindética explicativa c. Um dia aquele Lula faria o mesmo com a sua
filha, faria o mesmo com o engenho que ele fundara
3) A segunda oração do período: "Não sei no que com o suor de seu rosto.
pensas", é classificada como: d. O oficial perguntou de onde vinha, e se não
a. substantiva objetiva direta sabia notícias de Antônio Silvino.
b. substantiva completiva nominal e. Era difícil para o ladrão procurar os engenhos
c. adjetiva restritiva da várzea, ou meter-se para os lados de Goiana
d. coordenada explicativa
e. substantiva objetiva indireta 10) Classifique as orações em destaque do
período seguinte: "Ao analisar o desempenho da
4) “Há reconstituição de uma cena como ela economia brasileira, os empresários afirmaram que os
devia ter sido na realidade." A oração sublinhada é: resultados eram bastante razoáveis.”
a. adverbial conformativa a. principal, subordinada adverbial final
b. adjetiva b. principal, subordinada substantiva objetiva
c. adverbial consecutiva direta
d. adverbial proporcional c. subordinada adverbial temporal, subordinada
e. adverbial causal adjetiva restritiva
d. subordinada adverbial temporal, subordinada
5) No seguinte grupo de orações destacadas: objetiva direta
1. É bom que você venha. e. subordinada adverbial temporal, subordinada
2. Chegados que fomos, entramos na escola. substantiva subjetiva
3. Não esqueças que é falível.
Temos orações subordinadas, respectivamente: 11) No período: "Era tal a serenidade da tarde, que
a. objetiva direta, adverbial temporal, subjetiva se percebia o sino de uma freguesia distante", a
b. subjetiva, objetiva direta, objetiva direta segunda oração é:
c. objetiva direta, subjetiva, adverbial temporal a. subordinada adverbial causal
d. subjetiva, adverbial temporal, objetiva direta b. subordinada adverbial consecutiva
e. predicativa, objetiva direta, objetiva indireta c. subordinada adverbial concessiva
d. subordinada adverbial comparativa
6) "Lembro-me de que ele só usava camisas e. subordinada adverbial subjetiva
brancas." A oração sublinhada é:
a. subordinada substantiva completiva nominal 12) "Sabendo que seria preso, ainda assim saiu à
b. subordinada substantiva objetiva indireta rua." A oração destacada é:
c. subordinada substantiva predicativa a. reduzida de gerúndio, conformativa
d. subordinada substantiva subjetiva b. subordinada adverbial condicional
e. subordinada substantiva objetiva direta c. subordinada adverbial causal
d. reduzida de gerúndio, concessiva
7) Na passagem: "O receio é substituído pelo e. reduzida de gerúndio, final
pavor, pelo respeito, pela emoção que emudece e
paralisa." Os termos sublinhados são: Gabarito:
a. complementos nominais; orações subordinadas 1-A 2 -B 3 -C 4 -A 5 -D
adverbiais concessivas, coordenadas entre si 6 -B 7 -C 8 -E 9 -C 10 -D
b. adjuntos adnominais; orações subordinadas 11- B 12- D
adverbiais comparativas
Ex. Os Estados Unidos comandam o mundo.
CONCORDÂNCIA VERBAL Campinas fica em São Paulo.

Estudar a concordância verbal é, basicamente, C) Se for um substantivo comum, o verbo só vai


estudar o sujeito, pois é com este que o verbo para o plural se o nome estiver determinado:
concorda, em número e pessoa. Entretanto, há alguns Ex. Pêsames não traz conforto.
casos que podem suscitar dúvidas e devem ser Os pêsames não trazem conforto.
analisados mais detalhadamente.
Qual de nós / Quais de nós: Quando o sujeito
Coletivo: Quando o sujeito for um substantivo contiver as expressões ...de nós, ...de vós ou ...de
coletivo (bando, multidão, arquipélago, cacho, etc.) ou vocês, deve-se analisar o elemento que surgir antes
uma palavra no singular que indique diversos dessas expressões:
elementos (maioria, pequena parte, grande parte,
metade, porção, etc.) poderão ocorrer duas A) Se o elemento que surgir antes das expressões
circunstâncias: estiver no singular (qual, quem, cada um, alguém,
algum...), o verbo deverá ficar no singular.
A) O coletivo funciona como sujeito, sem Ex. Quem de nós irá conseguir o intento?
acompanhamento de qualquer adjunto: Cada um de vocês deve cuidar do seu
Nesse caso, o verbo ficará no singular, material.
concordando com o coletivo, que é singular.
Ex. A multidão invadiu o campo após o jogo. B) Se o elemento que surgir antes das expressões
A maioria está contra as medidas do estiver no plural (quais, alguns, muitos...), o verbo tanto
governo. poderá ficar na terceira pessoa do plural, quanto
concordar com o pronome nós ou vós.
B) O coletivo funciona como sujeito, acompanhado Ex. Alguns de nós irão / iremos conseguir o intento.
de restritivo no plural: Quais de vós trarão / trareis o que pedi?
Nesse caso, o verbo tanto poderá ficar no singular,
quanto no plural. Pronome relativo: Quando o pronome relativo
Ex. A multidão de torcedores invadiu / invadiram exercer a função de sujeito, deveremos analisar o
o campo após o jogo. seguinte:
A maioria dos cidadãos está / estão contra as
medidas do governo. A) Pronome Relativo que: O verbo concordará
com o elemento antecedente.
Um milhão, um bilhão, um trilhão: O verbo deverá Ex. Fui eu que quebrei a vidraça.
ficar no singular. Caso surja a conjunção e, o verbo Estes são os garotos que foram expulsos da
ficará no plural. escola.
Ex. Um milhão de pessoas assistiu ao comício.
Um milhão e cem mil pessoas assistiram ao

comício.
B) Pronome Demonstrativo o, a, os, as + Pronome
Mais de, menos de, cerca de...: Quando o sujeito for Relativo que: O verbo concordará com o pronome
iniciado por uma dessas expressões, o verbo demonstrativo.
concordará com o numeral que vier imediatamente à Ex. Fui eu o que quebrou a vidraça.
frente. Foram vocês os que me enganaram.
Ex. Mais de uma criança se machucou no
brinquedo. C) Pronome Relativo quem: O verbo pode ficar na
Cerca de duzentos mil reais foram roubados. 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente.
Ex. Fui eu quem quebrou/quebrei a vidraça.
OBS.: Quando Mais de um estiver indicando Fomos nós quem quebrou/quebraram a
reciprocidade ou a expressão estiver repetida, o verbo vidraça.
ficará no plural. Ex. Mais de uma pessoa agrediram- se.
/ Mais de um rapaz, mais de uma moça estiveram no Um dos ... que: Quando o sujeito for iniciado pela
evento. expressão Um dos que, deveremos analisar o seguinte:

A) Se o elemento for o único a praticar a ação, o


Nomes no plural: Quando houver um nome usado
verbo ficará no singular.
apenas no plural, deve-se analisar o elemento a que
Ex. O Corinthians é um dos times paulistas que
ele se refere:
mais vezes foi campeão estadual.
A) Se for nome de obra, o verbo tanto poderá ficar
A frase tem o verbo no singular, pois é certo que,
no singular, quanto no plural.
dos times de São Paulo, o Corinthians foi mais vezes
Ex. Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram campeão.
Camões.
B) Se o elemento não for o único a praticar a ação,
B) Se for nome de lugar - cidade, estado, país... - o
o verbo ficará no plural.
verbo concordará com o artigo; caso não haja artigo, o
verbo ficará no singular.
Sujeito composto com pessoas gramaticais
Ex. Casagrande é um dos ex-jogadores de futebol
que trabalham como comentarista esportivo. diferentes: A 1ª pessoa prevalece sobre as demais; se
houver só 2ª e 3ª pessoas, a concordância é
facultativa.
A frase tem o verbo no plural, pois é certo que, além
de Casagrande, há outros ex-jogadores de futebol, Ex. Teté e eu passamos as férias em Santa
Bárbara.
trabalhando como comentarista esportivo.

Tu e Walmor estais/estão equivocados.


Nenhum dos ... Que: Quando o sujeito for iniciado
pela expressão Nenhum dos que, o primeiro verbo Sujeito Composto - Núcleos ligados pela
ficará no plural, e o segundo, no singular. conjunção “ou”
Ex. Nenhuma das pessoas que chegaram 01) Havendo ideia de exclusão, o verbo ficará no
atrasadas tem justificativa. singular.
Ex. Victor ou Fábio será o goleiro titular da
Porcentagem + Substantivo: Há três possibilidades seleção.
nesse caso: 02) Não havendo ideia de exclusão, o verbo ficará
no plural.
A) Porcentagem + Substantivo, sem modificador Ex. Victor ou Fábio poderão ser convocados para
da porcentagem: a Copa de 2014.
Facultativamente o verbo poderá concordar com a
porcentagem ou com o substantivo. Aposto resumidor:
Ex. 1% da turma estuda muito. O verbo ficará no singular, concordando com o
1% dos alunos estuda / estudam muito. aposto resumidor (tudo, nada, ninguém, isto, isso,
10% da turma estuda / estudam muito. aquilo...).
10% dos alunos estudam muito. Ex. Brinquedos, roupas, jogos, nada tirava a
angústia daquele jovem.
B) Porcentagem + Substantivo, com modificador Amigos, parentes, companheiros de trabalho,
da porcentagem: O verbo concordará com o ninguém se incomodou com sua ausência.
modificador (pronome demonstrativo, pronome
possessivo, artigo...) Conectivos Correlatos:
Ex. Os 10% da turma estudam muito. Quando o sujeito composto tem os elementos
Este 1% dos alunos estuda mais. ligados por conectivos correlatos (assim ... como, não
só... mas também, tanto ... como), o verbo ficará no
C) Mais de, menos de, cerca de, perto de, antes da plural.
porcentagem: O verbo concordará apenas com o Ex. Tanto o irmão como a esposa ignoraram seu
numeral da porcentagem. pedido de ajuda.
Ex. Mais de 1% dos alunos estuda muito. Não só Pedro mas também Eduardo estão à
Menos de 10% da turma estudam muito. sua procura.

Pronomes de Tratamento: Fazem a Verbo SER


concordância em terceira pessoa. A) Quando o verbo ser e o predicativo do sujeito
Ex. Vossa Senhoria deve trazer seus forem numericamente diferentes (um no singular, outro
documentos consigo. no plural), o verbo deverá ficar no plural.
Vossa Excelência é um bom juiz. Ex. O vestibular são as esperanças dos estudantes.

Sujeito Composto - Núcleos ligados pela B) Havendo nome próprio de pessoa ou pronome
conjunção "e" pessoal, o verbo concordará com ele.
01) Verbo após os núcleos: Ficará no plural o verbo Ex. Aline é as alegrias do namorado.
que estiver após o sujeito composto cujos núcleos A família éramos nós.
sejam ligados pela conjunção e:
Ex. Machado de Assis e Guimarães Rosa estão C) Se o sujeito for uma quantidade no plural, e o
entre os melhores escritores do mundo. predicativo do sujeito, palavra ou expressão como
muito, pouco, o bastante, o suficiente, uma fortuna, uma
OBS.: Quando os núcleos forem sinônimos, verbos miséria, o verbo ficará no singular.
no infinitivo, ou estiverem formando gradação, o verbo Ex. Cem reais é muito, por esse produto.
deverá ficar no singular. Duzentos gramas de carne é pouco.
Ex. A lisura e a honestidade frequenta pouco o
Congresso Nacional. (lisura = honestidade). Cantar e D) Na indicação de horas ou distância, o verbo
dançar era a vida daquela menina. (Cantar, dançar – concordará com o numeral.
infinitivo) Um olhar, um aceno, um sorriso bastava para Ex. Era meio-dia, quando ele chegou.
a paquera fluir. (olhar, aceno, sorriso _ Gradação) São duas horas.

02) Verbo antes dos núcleos: Ficará no plural ou E) Se o sujeito for o pronome interrogativo QUE ou
concordará com o núcleo mais próximo. QUEM, o verbo concordará com o predicativo:
Ex. Fugiram o cão e o gato. Ex. Quem eram aquelas garotas?
Fugiu o cão e o gato. Que são bromélias?
Verbo Haver: É impessoal, no sentido de existir, 01) À autora e à leitora do romance só interessam
de acontecer ou indicando tempo decorrido; por isso a verdade.
fica na 3ª pessoa do singular. 02) Tu e teu colega devereis comparecer ao
Ex. Havia um mês, nós estávamos à sua tribunal.
procura. 03) Juro que tu e tua mulher me pagam.
Poderá haver confrontos entre os grevistas. 04) Não quero que fique contra ela o pai e os
amigos.
Verbo Fazer: 05) Casarás com a prima e sereis felizes para
É impessoal, indicando tempo decorrido e sempre.
fenômeno natural; por isso fica na 3ª pessoa do 06) Aflição, dores, tristezas, nada o fazia
singular. abandonar a luta.
Ex. Deve fazer três meses que não o vejo. 07) A tranquilidade e a calma transmite segurança
Faz 35º no verão, em Londrina. ao público .
08) Um grito, um gemido, um sussurro acordava a
Verbos Dar, Bater e Soar (indicando horas): pobre mãe.
Concordam com o sujeito, que pode ser: 09) A viúva com o resto da família mudaram-se
para Santi ago.
A) o relógio, a torre, o sino... 10) A riqueza ou o poder o livrou do processo.
Ex. O relógio deu quatro horas. 11) Jos é ou Antônio serão o presidente do grêmio.
O sino soou cinco horas. 12) Ler e escrever provocam entusiasmo na
juventude.
B) as horas. 13) O jovem como o adulto têm os mesmos
Ex. o relógio, deram quatro horas. conflitos.
Soaram cinco horas, no sino da igreja. 14) Nem um nem outro vício nega os foros da
natureza.
Verbo Parecer + infinitivo: 15) Mais de um atleta completaram o percurso da
Quando o verbo parecer surgir antes de outro verbo maratona.
no infinitivo, duas ocorrências podem acontecer: 16) Não serei eu um dos alunos que cruzaremos
A) Pode ocorrer a formação de uma locução os braços.
verbal. Nesse caso, o verbo parecer concordará com o 17) O bando assaltou a joalheira e, depois, fugiu
sujeito, e o verbo no infinitivo ficará invariável. pelas ruas .
Ex. As meninas parecem estar nervosas. 18) Um grande número de pessoas observavam
Os alunos parecem estudar muito. os atores.
19) Os dez por cento da comissão desapareceu.
B) Pode ocorrer a formação de um período 20) Quantos de nós será aprovado neste
composto, com o verbo parecer na oração principal, concurso?
invariável, e o verbo no infinitivo, formando oração 21) Os Lusíadas imortalizaram Camões.
subordinada substantiva subjetiva reduzida de 22) Quem foi os selecionados no projeto?
infinitivo, concordando com o sujeito. 23) Já não se fazem planos mirabolantes.
Ex. As meninas parece estarem nervosas. 24) Fala-se de festas em que se assistem a filmes
Os alunos parece estudarem muito. instrutivos.
25) A partir de agora, sou eu quem passa a
Verbo + Partícula Apassivadora: transmitir o jogo.
Verbo na voz passiva sintética, construída com o 26) Com certeza, ainda faltam discutir todas as
pronome se, concorda normalmente com o sujeito. questões.
A maneira mais fácil de se comprovar que a oração 27) Faz muitos anos que não chovem flores em
está na voz passiva sintética é passando-a para a voz minha vida.
passiva analítica: Alugam-se casas muda para Casas 28) Tudo são apenas sonhos, pois o homem é
são alugadas. suas cinzas.
Ex. Entregam-se encomendas. 29) São seis e meia da tarde e hoje é primeiro de
Ouviram-se muitas histórias. março de 2011.
30) Cem mil reais é menos do que preciso.
Verbo+ Índice de Indeterminação do Sujeito: 31) O herói és tu, embora a maioria sejam homens
O pronome se, sendo índice de indeterminação do valorosos
sujeito, deixa o verbo na terceira pessoa do singular. 32) Mentiras era o que me pediam, sempre
Haverá I.I.S. quando surgir na oração VI, sem mentiras.
sujeito claro; VTI, com OI; ou VL, com PS.
Ex. Morre-se de fome no Brasil. Gabar ito:
Assiste-se a filmes interessantes. 01) I 02) C 03) C 04) C 05) C
Aqui se está satisfeito. 06) C 07) C 08) C 09) C 10) I
11) I 12) I 13) C 14) C 15) I
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 16) I 17) C 18) C 19) I 20) I
21) C 22) I 23) C 24) I 25) C
Assinale com “C” as alternativas corretas e com “I“ 26) I 27) C 28) C 29) C 30) C
as incorretas: 31) C 32) C
03) Dois ou mais adjetivos, modificando um só
CONCORDÂNCIA NOMINAL substantivo
Quando houver apenas um substantivo qualificado
Os adjetivos e as palavras adjetivadas concordam por dois ou mais adjetivos, há duas maneiras de se
em gênero e número com os elementos a que se construir a frase:
referem.
Por exemplo: gatas malhadas e cachorros brancos. A) Coloca-se o substantivo no plural e enumeram-
Quando o adjetivo surgir junto de mais de um se os adjetivos.
substantivo, teremos regras especiais, que veremos Ex. Ele estuda as línguas inglesa e francesa.
agora:
B) Coloca-se o substantivo no singular e, ao se
01) Adjetivo posposto a dois ou mais enumerarem os adjetivos, acrescenta-se artigo a cada
substantivos um deles.
Adjunto adnominal: Quando o adjetivo, posposto a Ex. Ele estuda a língua inglesa e a francesa.
dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, Obrigado / Mesmo / Próprio
funcionar como adjunto adnominal, concordará no Esses três elementos concordam com o substantivo
masculino. ou com o pronome a que se referem, ou seja, se o
Ex. O Estado compra carros e maçãs argentinos. substantivo for feminino plural, usam-se mesmas,
próprias e obrigadas.
Há dois casos em que o adjunto adnominal Caso a palavra mesmo significar realmente, ficará
concordará apenas com o elemento mais próximo: invariável, pois será advérbio.
Ex. Elas mesmas disseram, em coro: Muito
A) Se qualificar apenas o elemento mais próximo: obrigadas, professor.
Ex. Comprei óculos e frutas frescas. Os próprios jogadores reconheceram o erro.
As meninas trouxeram mesmo o radialista.
B) Se os substantivos forem sinônimos: (realmente trouxeram)
Ex. Desrespeitaram o povo e a gente brasileira.
Só / Sós
Predicativo do sujeito ou do objeto: Quando o Essa palavra concordará com o elemento a que se
adjetivo imediatamente posposto a dois ou mais refere, quando significar sozinho(s), sozinha(s); ficará
substantivos funcionar como predicativo do sujeito ou invariável, quando significar apenas, somente.
como predicativo do objeto, deverá concordar com a A locução a sós é sempre invariável.
soma dos elementos. Ex. Só as garotas queriam andar sós; os meninos
Ex. O operário e a esposa, preocupados, saíram queriam a companhia delas.
para o trabalho. Gosto de estar a sós.
Encontrei o operário e a esposa preocupados
Quite / Anexo / Incluso
com a situação da empresa.
Esses três elementos concordam com o
substantivo a que se referem.
OBS.: Uma maneira fácil de se estabelecer a
Ex. Deixarei as promissórias quites, para não ter
diferença entre o adjunto adnominal e o predicativo é
problemas.
substituir o substantivo por um pronome: todos os
Anexas, seguem as fotocópias dos
adjuntos adnominais que gravitam ao redor do
documentos solicitados.
substantivo desaparecem.
Estão inclusos o café da manhã e o almoço.
Portanto, se o adjetivo não desaparecer na
substituição, será predicativo. Ex. Encontrei-os Meio
preocupados com a situação da empresa. Concordará com o elemento a que se referir,
quando significar metade; ficará invariável, quando
02) Adjetivo anteposto a dois ou mais significar um pouco, mais ou menos. Quando formar
substantivos substantivo composto, ambos os elementos variarão.
Adjunto adnominal: Quando o adjetivo anteposto a Ex. Era meio-dia e meia.
dois ou mais substantivos funcionar como adjunto Ela estava meio nervosa.
adnominal e estiver qualificando todos os substantivos Os meios-fios foram construídos em lugar
apresentados, deverá concordar apenas com o errado.
elemento mais próximo.
Ex. Trouxe belas rosas e cravos. Verbo de ligação + Predicativo do sujeito Quando
Trouxe belos cravos e rosas. o substantivo que integra o sujeito não
estiver determinado, o verbo ser - ou qualquer outro
Predicativo do sujeito ou do objeto: Quando o verbo de ligação - ficará no singular e o predicativo do
adjetivo imediatamente anteposto a dois ou mais sujeito no masculino, singular. Se o sujeito vier
substantivos funcionar como predicativo do sujeito ou determinado por qualquer palavra, a concordância do
como predicativo do objeto, deverá concordar com a verbo e do predicativo será regular, ou seja,
soma dos elementos. concordarão com o sujeito em número e pessoa.
Ex. Preocupados, o operário e a esposa saíram Ex. Caminhada é bom para a saúde.
para o trabalho. Esta caminhada está muito boa.
Encontrei preocupados com a situação da É proibido entrada.
empresa o operário e a esposa. É proibida a entrada.
Menos / Pseudo REGÊNCIA VERBAL
Essas duas palavras são sempre invariáveis.
Ex. Houve menos reclamações dessa vez. A regência verbal estuda a relação de dependência que
As pseudo-escritoras foram desmascaradas. se estabelece entre os verbos e seus complementos. Na
realidade, o que estudamos na regência verbal é se o verbo
Muito / Bastante / Pouco é transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e
Quando modificarem substantivo, concordarão com indireto ou intransitivo e qual é a preposição que se
ele, por serem pronomes indefinidos adjetivos; quando relaciona comele.
modificarem verbo, adjetivo, ou outro advérbio, ficarão
invariáveis, por serem advérbios. Verbos Transitivos Diretos
Ex. Bastantes funcionários ficaram bastante
revoltados com a empresa. 1) Aspirar (significado: sorver, absorver)
Ex. Como é bom aspirar a brisa da tarde.
Caro / Barato / Longe
Se forem adjetivos, concordarão com o substantivo; 2) Assistir (significado: auxiliar, dar assistência)
se forem advérbios, não flexionarão. Ex. A enfermeira assistia o paciente.
Ex. Esta blusa é muito cara. 3) Visar (significado: mirar ou dar visto)
A blusa custou caro. Ex. O atirador visou o alvo, mas errou o tiro.
Ele mora longe. O gerente visou o cheque do cliente.
Quero conhecer lugares longes.
4) Querer (significado: desejar, tencionar)
Possível Ex. Quero que me digam quem é o culpado.
Em expressões superlativas, como o mais, o menos,
o melhor, o pior, as mais, os menos, os piores, as 5) Chamar (significado: convocar, mandar vir)
melhores, a palavra possível concordará com o artigo. Ex. Chamei todos os sócios para a reunião.
Ex. Visitei cidades o mais interessantes possível. 6) Implicar (significado: acarretar, fazer supor)
Visitei cidades as mais interessantes possíveis. Ex. A crise econômica implicará demissões.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 7) Desfrutar e Usufruir são VTD sempre.
Ex. Desfrutei os bens deixados por meu pai.
Assinale com “C” as alternativas corretas e com “I”
as incorretas: 8) Namorar é sempre VTD.
01) Percorria bosques e montanhas nevados. Ex. Joanilda namorava o filho do delegado.
02) Nas noites frias, usávamos meias e casacos 9) Compartilhar é sempre VTD.
grossos. Ex. Ela compartilhou o sofrimento e a alegria.
03) Víamos, ao longe, os carneiros e o roseiral
floridos. 10) Esquecer e Lembrar serão VTD, quando não
04) O juiz declarou inocentes o réu esua cúmplice. forem pronominais, ou seja, caso não sejam usados
05) Que assim mereça eterno nome e glória. com pronome, não serão usados também com
06) Ofereci-lhe perfumados rosas e lírios. preposição.
07) Os alunos mesmo pediram repetição da aula. Ex. Esqueci que havíamos combinado sair.
08) Foi necessário termos bastante cuidados na Ela não lembrou o meu nome.
viagem.
09) Aquela moça estava meia embriagada. OBS.: Somente verbos transitivos diretos admitem
10) Aos vinte anos, já estava quite com suas voz passiva. As exceções são obedecer (VTI), pagar
obrigações militares. (VTDI) e perdoar (VTDI), que, embora não sejam TD,
11) Admiro-os: são rapazes que se fizeram por si só. podem ser colocados na voz passiva.
12) Anexas à carta, seguirão as listas de preço.
13) Conheci escritores o mais brilhantes possíveis. Verbos Transitivos Indiretos
14) Não será vedado pesca em todo o litoral
brasileiro. 1) Aspirar (significado: almejar, objetivar)
15) Nem um nem outro político demagogo votou a Ex. Aspiramos a uma vaga naquela universidade.
emenda. 2) Visar (significado: almejar, objetivar)
16) Todos ficarão chateado, embora haja menos Ex. Sempre visei a uma vida melhor.
greves.
17) Fiquem calmos, amigos, iremos diretos ao 3) Querer (significado: estimar)
assunto. Ex. Quero aos meus amigos, como aos meus
18) Os torcedores do Flamengo são tais qual o irmãos.
próprio time. 4) Assistir (significado: ver ou ter direito)
19) Nossos políticos não são nenhuns ignorantes Ex. Gosto de assistir aos jogos do Santos.
20) Hastearam, na fronteira, a bandeira brasileira Assiste ao trabalhador o direito a férias.
e uruguaia.
5) Custar (significado: ser difícil)
Gabarito: 01) C 02) C 03) I 04) C 05) C 06) I Ex. Custa-me acreditar em você.
07) I 08) I 09) C 10) C 11) I 12) C 13) I 6) Proceder (significado: dar início, executar)
14) C 15) I 16) I 17) I 18) C 19) C 20) I
Ex. Os fiscais procederam à prova com atraso.
7) Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar,
7) Obedecer e desobedecer são sempre VTI.
Ex. Obedeço a todas as regras da empresa. informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir são VTDI,
admitindo duas construções:
8) Revidar é sempre VTI. Ex. Advertimos aos usuários que não nos
Ex. Ele revidou ao ataque instintivamente. responsabilizamos por furtos ou roubos.
Advertimos os usuários de que não nos
9) Simpatizar e Antipatizar sempre são VTI, com a
responsabilizamos por furtos ou roubos.
prep. com. Não são verbos pronominais, portanto não
existe o verbo simpatizar-se, nem antipatizar-se. Verbos Intransitivos
Ex. Sempre simpatizei com Eleodora, mas
1) Assistir (significado: morar)
antipatizo com o irmão dela.
Ex. Assisto em Londrina desde que nasci.
10) Implicar (significado: perturbar)
2) Custar (significado: ter preço)
Ex. Não sei por que o professor implica comigo.
Ex. Estes sapatos custaram R$ 80,00.
11) Esquecer-se e lembrar-se serão VTI, com a
3) Proceder (significado: ter fundamento)
prep. de, quando forem pronominais, ou seja, somente
Ex. Suas palavras não procedem!
quando forem usados com pronome, poderão ser
usados com a prep. de. 4) Ir, vir, voltar, chegar, cair, comparecer e dirigir- se
Ex. Esqueci-me de que havíamos combinado sair. são intransitivos. Esses verbos exigem a prep. a, na
Ela não se lembrou do meu nome. indicação de destino, e de, na indicação de
procedência.
12) Sobressair é sempre VTI, com a prep. em. Não
Ex. Cheguei de Curitiba há meia hora.
é verbo pronominal, portanto não existe o verbo
Vou a São Paulo no avião das 8h.
sobressair-se.
Ex. Quando estava no colegial, sobressaía em
todas as matérias. OBS.: São erradas construções que apresentam
um mesmo complemento para verbos de regências
distintas.
OBS.: Alguns verbos transitivos indiretos, que regem a
Ex. Conhecemos e duvidamos de José.
preposição a, não admitem a utilização do complemento
(Correção: Conhecemos José e duvidamos
lhe. No lugar, deveremos colocar a ele(s), a ela(s). Dentre
dele.)
eles, destacam-se os seguintes: Aspirar, visar, assistir(ver),
aludir, referir-se, anuir.
REGÊNCIA NOMINAL
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
1) Chamar (significado: repreender) A regência nominal estuda a relação entre os
Ex. Chamei o menino à atenção, pois estava nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) e os
conversando. termos regidos por esses nomes.
Essa relação é intermediada por uma preposição.
OBS.: A expressão “chamar a atenção” de alguém
não significa repreender, e sim fazer-se notado. Vejamos abaixo uma lista de nomes com a
Ex. O cartaz chamava a atenção de todos que por preposição que eles regem:
ali passavam.
Acessível a Acostumado a ou com
2) Implicar (significado: envolver alguém) Alheio a Alusão a
Ex. Implicaram o advogado em negócios ilícitos. Ansioso por Atenção a ou para
3 )Custar (significado: causar trabalho, transtorno) Atento a ou em Benéfico a
Ex. Sua irresponsabilidade custou sofrimento a Compatível com Cuidadoso com
toda a família. Desatento a Desacostumado a ou com
Desfavorável a Desrespeito a
4) Agradecer, Pagar e Perdoar são VTDI, com a Estranho a Favorável a
prep. a. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto Fiel a Grato a
indireto, a pessoa. Hábil em Habituado a
Ex. Agradeci a ela o convite. Inacessível a Indeciso em
Perdoo os erros ao amigo. Invasão de Junto a ou de
5) Pedir é VTDI, com a prep. a. Leal a Maior de
Ex. Pedimos dinheiro ao pai. Morador em Natural de
Necessário a Necessidade de
OBS.: O verbo pedir só pode ser utilizado com a Nocivo a Ódio a ou contra
preposição para quando houver a palavra licença, Odioso a ou para Posterior a
escrita ou subentendida. Preferência a ou por Preferível a
Ex. O aluno pediu (licença) para ir ao banheiro. Prejudicial a Próprio de ou para
Próximo a ou de Querido de ou por
6) Preferir é sempre VTDI, com a prep. a. Com esse Residente em Respeito a ou por
verbo, não se deve usar mais, muito mais, mil vezes, Sensível a Simpatia por
nem que ou do que. Simpático a Útil a ou para
Ex. Prefiro cinema a teatro. Versado em
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO CRASE

Marque com “C” as alternativas corretas e com “I “ A palavra crase provém do grego (krâsis) e significa
as incorretas: mistura. Na língua portuguesa, crase é a fusão de duas
vogais idênticas, mas essa denominação visa a
01) ( ) A greve geral não agradou os diretores. especificar principalmente a contração ou fusão da
02) ( ) Você aspirava ao cargo? Sim, aspirava-lhe. preposição a com os artigos definidos femininos (a, as)
03) ( ) O residente assiste o cirurgião na operação. ou com os pronomes demonstrativos a, as, aquele,
aquela, aquilo.
04) ( ) Não visaram seu passaporte por falta de
amparo legal.
Para saber se ocorre ou não a crase, basta seguir
05) ( ) Quero-a para esposa e companheira três regras básicas:
06) () Vamos proceder uma investigação minuciosa.
07) ( ) Devemos visar, acima de tudo, ao bem da 01) Só ocorre crase diante de palavras femininas,
família. portanto, nunca use o acento grave diante de palavras
que não sejam femininas.
08) ( ) Às vezes, chamavam- o tolo e arrogante. Ex. O sol estava a pino. (sem crase, pois pino não
09) ( ) O pai custava a sentir a revolta do filho. é palavra feminina).
10) ( ) Joaquim prefere futebol do que vôlei. Ela recorreu a mim. (sem crase, pois mim
não é palavra feminina).
11) ( ) Supressão da liberdade implica, não raro,
Exceção: Se antes da palavra masculina, estiver
em violência.
subentendida a expressão “à moda de” ou “à maneira
12) ( ) Lembrei-me que era tarde e corri. de”, ocorrerá crase.
13) ( ) Avisei-o que os fiscais chegaram. Ex. Decorei minha casa à Luís XV. (à moda de Luís
14) ( ) Obedecia-lhe porque o respeitava. XV)
15) ( ) Aos amigos, perdoa-lhes todas as ofensas. 02) Se a preposição a vier após um verbo que
16) ( ) Os guias ainda não foram pagos. indica destino (ir, vir, voltar, chegar, cair, comparecer,
17) ( ) Joana chegou a casa bem cedinho. dirigir-se...), troque este verbo por outro que indique
procedência (vir, voltar, chegar...). Se, diante do verbo
18) ( ) Afinal, simpatizei com a proposta.
que indicar procedência, surgir da, ocorrerá crase; caso
19) ( ) Lemos e gostamos muito de seus poemas. contrário, não ocorrerá crase.
Ex. Vou a Porto Alegre. (sem crase, pois “Venho de
Para as questões de 20 a 22, assinale a Porto Alegre”).
alternativa, preenchendo as lacunas corretamente: Vou à Bahia. (com crase, pois “Venho da
Bahia”).
20) Obedeça- , estime- e sempre que
precisar. 03) Se não houver verbo indicando movimento,
a) os – os- recorra a eles troca-se a palavra feminina por outra masculina; se,
b) lhes – os – recorra a eles diante da masculina, surgir ao, diante da feminina,
c) os – lhes – recorra-lhes ocorrerá crase.
d) lhes – lhes – recorra-lhes Ex. Assisti à peça. (com crase, pois “Assisti ao
filme”).
21) Os encargos nos obrigaram são Ele respeita as regras. (sem crase, pois “Ele
aqueles o diretor se referiu. respeita os regulamentos”).
a) de que, que
b) a que, a que Casos especiais
c) a cujos, cujo 01) Nos adjuntos adverbiais de modo, de lugar e de
d) de que, de que tempo, formados com palavra feminina, o uso do acento
grave é obrigatório.
22) Alguns demonstram verdadeira aversão Ex. à tarde, à noite, às pressas, às escondidas, às
exames, porque nunca se empenharam o escuras, às tontas, à direita, à vontade.

suficiente utilização do tempo


dispunham para o estudo. 02) Nas locuções prepositivas e conjuntivas,
a) por, com, que formadas com palavras femininas, ocorre crase.
b) a, na, que Ex. à maneira de, à moda de, às custas de, à
c) a, na, de que procura de, à espera de, à medida que.
d) com, na, que
03) Diante do pronome relativo que ou da
Gabarito: preposição de, quando houver fusão da preposição a
01) I 02) I 03) C 04) C 05) C 06) I com o pronome demonstrativo a, as (= aquela,
07) C 08) I 09) I 10) I 11) I 12) I aquelas), ocorre crase.
13) I 14) I 15) C 16) C 17) C 18) C Ex. Essa roupa é igual à que comprei ontem.
19) I 20) I 21) B 22) B (igual àquela que comprei ontem).
20) Os marujos desconheciam à terra do capitão.
04) Diante dos pronomes relativos a qual, as
quais, quando o verbo da oração subordinada adjetiva 21) Acabarão chegando à terra dos piratas.
exigir a preposição a, ocorre crase. 22) Será que aqueles astronautas voltarão a
Ex. A cena à qual assisti foi chocante. (Assiste à Terra?
cena.) 23) A polícia observava os manifestantes a
distância.
05) Quando o a estiver no singular, diante de uma 24) Via-se, a distância de cem metros, uma
palavra no plural, não ocorre crase. pequena rocha.
Ex. Não gosto de ir a festas desacompanhado. 25) Diga a Adriana que a estamos esperando.
26) Avisa a Adriana, minha filha, que amanhã
06) Diante de pronomes possessivos femininos, é teremos prova.
facultativa a ocorrência de crase. 27) O diretor fez alusões a sua classe e não a
Ex. Referi-me a sua professora. minha.
Referi-me à sua professora. 28) O cônsul enviou várias cartas as suas filhas.
29) O conselheiro jamais perdoou a Dona
07) Não ocorre crase antes de verbos. Margarida.
Ex. De repente, começou a chover.
30) Esta alameda frondosa vai até à chácara de
meu pai.
08) A palavra CASA:
A palavra casa só terá artigo, se estiver 31) Os meninos cheiravam a cola.
especificada, portanto só ocorrerá crase diante da 32) Eles viviam à toa, mas sempre à procura de
palavra casa nesse caso. dinheiro.
Ex. Cheguei a casa antes de todos. Gabarito:
Cheguei à casa de Ronaldo antes de todos. 01) C 02) C 03) I 04) C 05) C 06) I
07) I 08) I 09) C 10) I 11) C 12) I
09) A palavra TERRA: 13) C 14) C 15) I 16) C 17) C 18) C
Significando planeta, é substantivo próprio e tem 19) I 20) I 21) C 22) I 23) C 24) I
artigo; consequentemente, quando houver a 25) C 26) I 27) I 28) I 29) C 30) C
preposição a, ocorrerá a crase; significando chão firme, 31) C 32) C
solo, só tem artigo, quando estiver especificada,
portanto só nesse caso poderá ocorrer a crase. DICAS GERAIS DE GRAMÁTICA
Ex. Os astronautas voltaram à Terra.
Os marinheiros voltaram a terra. Emprego dos Porquês
Irei à terra de meus avós.
1) Porquê: É um substantivo, geralmente
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO significando “motivo”, “causa”.
Ex. Ninguém entende o porquê de tanta
Assinale com ”C” as frases corretas e com “I “as confusão.
incorretas: Quantos porquês existem na Língua
01) A assistência às aulas é indispensável. Portuguesa?
02) É expressamente proibida a entrada de
pessoas estranhas. 2) Por quê: Sempre que a palavra que estiver em
03) Nunca te dirijas à pessoas despreparadas. final de frase, deverá receber acento, não importando
04) Não vai a festa nem a igreja: não vai a parte qual seja o elemento que surja antes dela.
alguma. Ex. Ela não me ligou e nem disse por quê.
05) Usarias um bigode à Salvador Dali? Você está rindo de quê?
Você veio aqui para quê?
06) Notícias ruins vêm à jato, as boas à cavalo.
07) Esta novela nem se compara a que 3) Por que: Usa-se por que, quando houver a
assistimos. junção da preposição por com o pronome interrogativo
08) Não me referi a essas caixas, mas as que que ou com o pronome relativo que. Para facilitar,
estão na sala. dizemos que se pode substituí-lo por por qual razão,
09) Florianópolis possui muitas praias, as quais pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, por qual.
visitaremos. Ex. Por que não me disse a verdade?
10) Prefiro esta matéria a aquela que (= por qual razão)
estudávamos. Ester é a mulher por que vivo.
11) Obedecerei àquilo que for determinado em lei. (= pela qual)
12) O deputado foi a Grécia comprar vinho.
13) O professor foi a Taguatinga comprar livros. 4) Porque: É uma conjunção, portanto estará
14) Vocês, caros alunos, ainda visitarão a Europa. ligando duas orações, indicando causa ou explicação.
15) Gostaria de ir a Curitiba dos pinheirais. Para facilitar, dizemos que se pode substituí-lo por pois.
Ex. Não saí de casa, porque estava doente.
16) Chegou a casa e logo se jogou na cama.
(= pois)
17) Jamais voltou à casa paterna.
18) Irei a cada de meus pais.
19) Os turistas foram à terra comprar flores.
A palavra Que 03) Parte Integrante do Verbo: Aparece junto de
verbos pronominais, que são os que não se conjugam
01) Substantivo: Significa “alguma coisa” e é sem pronome (suicidar-se, arrepender-se, queixar-
antecedida por artigo, pronome ou numeral. Como se...). O verbo concorda com o sujeito.
substantivo, a palavra que é sempre acentuada. Ex. Alfredo suicidou-se depois que seus sócios
Ex. A decisão do tribunal teve um quê de corrupção. se queixaram dele para o advogado.

02) Advérbio: Intensifica adjetivos e advérbios. 04) Partícula Expletiva ou de Realce: Pode ser
Nesse caso, pode ser substituída por quão ou muito; retirado da frase sem alteração do seu sentido.
em geral, é usada em frases exclamativas. Ocorrerá a partícula expletiva com verbo intransitivo
Ex. Que linda é essa garota! que tenha sujeito claro.
Que mal você fez a ela! Ex. As nossas esperanças se foram para
sempre.
03) Preposição: Equivale à preposição de em
locuções verbais que tenham, como auxiliares, os 05) Pronome Apassivador: Forma, junto de um
verbos ter ou haver. verbo transitivo direto, a voz passiva sintética; indica
Ex. Temos que estudar bastante. que o sujeito é paciente e, nesse caso, o verbo
Tive que trazer todo o material. concorda com o sujeito.
Ex. Compram-se carros usados.
04) Interjeição: Exprime uma emoção, um estado de (= Carros usados são comprados)
espírito; é sempre exclamativa e acentuada.
Ex. Quê?! Você não dormiu em casa hoje?! 06) Índice de Indeterminação do Sujeito:
Acompanha verbo que não seja transitivo direto, sem
05) Partícula Expletiva ou de Realce: Sua retirada sujeito claro. Nesse caso, o verbo deverá ficar,
não altera o sentido da frase. Pode também ser usada obrigatoriamente, na terceira pessoa do singular.
com o verbo ser, na locução é que. Ex. Necessita-se de pessoas qualificadas.
Ex. Nós é que precisamos de sua ajuda. Ainda se morre de tuberculose no Brasil.
Eles que procuraram você ontem.
07) Sujeito Acusativo: Aparece em estruturas
06) Pronome Interrogativo: Empregada em frases formadas pelos verbos fazer, mandar, deixar, ver, ouvir
interrogativas. Quando estiver iniciando a frase, não se e sentir, seguidos de objeto direto na forma de oração
deve usar o antes do pronome. Quando estiver em final reduzida (verbo no infinitivo ou no gerúndio).
de frase, será acentuada. Ex. Ela deixou-se estar à janela.
Ex. Que vocês farão hoje à noite?
Vocês farão o quê? 08) Conjunção Subordinativa Integrante : Inicia
oração subordinada substantiva.
07) Pronome Indefinido: Aparece antes de Ex. Não sei se todos terão condições de
substantivos em frases geralmente exclamativas. Pode ser acompanhar a matéria.
substituída por quanto(s), quanta(s).
Ex. Que sujeira! 09) Conjunção Subordinativa Condicional:
Que bagunça em seu quarto! Inicia oração subordinada adverbial condicional.
Ex. Tudo estaria resolvido, se ele tivesse
08) Pronome Relativo: Relaciona orações, devolvido o dinheiro.
podendo ser substituída por o qual e suas flexões.
Ex. Julguei belíssima a garota que (= a qual) você Mas, Más e Mais
me apresentou.
1) Mas é uma conjunção adversativa e equivale a
09) Conjunção: Liga duas orações, coordenadas "porém".
ou subordinadas entre si. Ex. Eu iria ao cinema, mas não tenho dinheiro.
Ex. Venha até aqui, que precisamos conversar.
Ele se esforçou tanto, que acabou desmaiando. 2) Más é adjetivo feminino, plural de má.
Ex. Infelizmente, o mundo está cheio de pessoas
A Palavra Se más.
3) Mais é um advérbio de intensidade; tem sentido
01) Pronome Reflexivo: Indica que o sujeito pratica oposto a “menos”.
a ação sobre si mesmo. Nesse caso, a palavra se Ex. Ela é a mais bonita da escola.
equivale a “a si mesmo (a)(s)” e o verbo concorda com
o sujeito. Onde, Aonde e Donde
Ex. A menina machucou-se ao cair do brinquedo.
1) Onde é utilizado com verbos que não indicam
02) Pronome Recíproco: Indica ação trocada entre deslocamento.
os elementos que compõem o sujeito. Nesse caso, a Ex. Onde você colocou a bolsa?
palavra se significa “um(s) ao outro(s)” e o verbo
concorda com o sujeito. 2) Aonde é utilizado com verbos que indicam
Ex. Sandro e Carla se amam muito. deslocamento.
Ex. Aonde você foi ontem à noite?
3) Donde é utilizado com verbos que indicam Ao invés de e Em vez de
procedência.
1) Ao invés de significa "ao contrário de".
Ex. Donde tu vieste?
OBS. Onde, Aonde e Donde só podem ser Ex. Descemos a escada, ao invés de subir.
utilizados para se referir a lugar.
2) Em vez de significa "no lugar de".
Mal e Mau Ex. Em vez de ir ao cinema, fui ao teatro.

1) Mal é advérbio, antônimo de "bem". Estadia e Estada


Ex. José estava se sentido mal.
1) Estadia é usado para veículos em geral.
2) Mau é adjetivo, antônimo de "bom"
Ex. Paguei a estadia do automóvel no
Ex. A Chapeuzinho Vermelho encontrou o Lobo
estacionamento.
Mau.
OBS.: Mal também é substantivo, podendo
2) Estada é usado para pessoas.
significar "doença, moléstia, aquilo que é prejudicial ou
Ex. Foi curta minha estada na cidade.
nocivo".
Ex. O mal da sociedade moderna é a violência Perca e Perda
urbana.
1) Perca é verbo.
Ao encontro de e De encontro a
Ex. Não perca a paciência com tanta facilidade.
1) Ao encontro de indica "ser favorável a", "ter
posição convergente" ou "aproximar-se de". 2) Perda é substantivo.
Ex. Suas ideias vêm ao encontro das minhas, por Ex. A perda de um ente querido traz muito
isso concordo com você. sofrimento.
2) De encontro a indica oposição, choque, Haja vista e Hajam vista
colisão.
Ex. A polícia foi de encontro aos manifestantes, 1) Haja vista pode-se usar, havendo ou não a
na tentativa de reprimi-los. preposição a à frente, estando o substantivo posterior
no singular ou no plural.
Há e A (na expressão de tempo)
Ex. Haja vista os problemas.
1) Há é usado para indicar tempo decorrido, Haja vista ao problema.
passado.
Ex. Ele partiu há duas semanas. 2) Hajam vista pode-se usar, quando não houver a
preposição a à frente e somente quando o substantivo
2) A é usado para indicar tempo futuro. posterior estiver no plural.
Ex. Ele partirá daqui a duas semanas. Ex. Hajam vista os problemas.
Acerca de, A cerca de e Há cerca de
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1) Acerca de é locução prepositiva equivalente a
"sobre, a respeito de". 01) “Bem desventurado seria ele, se tivesse que
Ex. Estávamos falando acerca de política. ganhar o pão com o que aprendera nos cursinhos”.
Classifique a palavra sublinhada:
2) A cerca de significa “a aproximadamente”.
a) partícula apassivadora
Ex. Moro a cerca de 2 Km daqui.
b) conjunção condicional
3) Há cerca de indica tempo decorrido
c) parte integrante do verbo
aproximado.
d) índice de indeterminação do sujeito
Ex. Viajamos há cerca de dois meses.
e) pronome reflexivo
Afim e A fim de
02) Assinale a frase na qual o se não é pronome
1) Afim é adjetivo equivalente a "igual, apassivador nem índice de indeterminação do sujeito:
semelhante". a) Estudou-se o assunto.
Ex. Aqueles alunos têm ideias afins. b) Ela se suicidou ontem.
c) Falou-se muito sobre aquela festa
2) A fim de é locução prepositiva que indica d) Aos inimigos não se perdoa.
finalidade. e) Fizeram-se as reformas da casa.
Ex. Ele veio a fim de estudar bastante.
03) “Aquele é o rapaz que minha mãe ajudou.” A
Senão e Se não palavra que na frase é:
1) Senão significa "caso contrário, a não ser". a) preposição
Ex. Nada fazia senão reclamar. b) partícula de realce
c) pronome indefinido
2) Se não ocorre equivale a "se por acaso não". d) pronome relativo
Ex. Se não estudar, ficará de castigo. e) conjunção integrante
Se não estudar, não sairá sábado à noite.
É reconhecido como figura de sintaxe quando
04) “Maria tinha que estudar todos os dias”. A
utilizado com fins estilísticos, como a ênfase intencional
palavra em destaque classifica-se como:
a uma ideia; sendo resultado da ignorância ou do
a) pronome relativo
descuido do usuário da língua, é considerado como um
b) pronome indefinido
vício de linguagem (pleonasmo vicioso).
c) interjeição
Ex. “Eu nasci há dez mil anos atrás.” (Raul Seixas)
d) conjunção integrante
e) preposição

“A ti trocou-te a máquina mercante.”


Preencha as lacunas, usando o seguinte código: (Gregório de Mattos)
a) por que
b) por quê d) Inversão: É qualquer inversão da ordem natural
c) porquê de termos num enunciado, a fim de conferir- lhe
d) porque especiais efeitos e reforços de sentido. Podem-se
considerar como tipos de inversão o hipérbato, a
05) Quer dizer que você não vai mesmo conosco, anástrofe, a prolepse e a sínquise.
? Ex. Sua mãe eu nunca conheci / Compraram as
mulheres vários presentes para os maridos.
06) Não entendo o de suas
atitudes. e) Assíndeto: É a ausência de conjunções
coordenativas no encadeamento dos enunciados.
07) Você sabe ela não passou no Ex. Ela me olhava, lavava, olhava novamente,
concurso. espirrava, voltava a trabalhar .

08) Não fuja, toda fuga é fraqueza. f) Polissíndeto: É a repetição das conjunções
coordenativas, com o fim de incutir no discurso a noção
09) Os maus momentos passaste de movimento, rapidez e ritmo.
serão inesquecíveis Ex. Ela me olhava, e lavava, e olhava novamente,
e espirrava, e voltava a trabalhar.
10) Os amigos, não sei , foram
sumindo um a um. g) Anacoluto: É a quebra da sequência sintática de
uma frase. É como se o escritor de repente decidisse
Gabarito: mudar de ideia, alterando a estrutura e o nexo sintáticos
01- b 02 - b 03 - d 04 - e 05 – b da oração.
06 - c 07- a 08 - d 09- a 10 – a Ex. O José, sinceramente parece que ele está
ficando louco. (perceba que O José deveria ser sujeito
da oração, mas ficou sem predicado, solto na frase;
ESTILÍSTICA houve a quebra da sequência sintática esperada).

A Estilística é a parte da gramática que estuda os h) Silepse: É a concordância que se faz com a
recursos utilizados nos textos (principalmente literários) ideia, e não com a palavra expressa. É também
para conferir à mensagem mais impacto, estilo, beleza chamada de concordância ideológica ou concordância
ou qualquer outro recurso expressivo. Esses recursos figurada. Há três tipos de silepse: de gênero, de
expressivos são chamados figuras de linguagem. número e de pessoa.
Ex. São Paulo realmente é linda.
São três as figuras de linguagem: figuras de sintaxe (silepse de gênero)
(ou construção); figuras de palavras e figuras de Os paulistas somos bem tratados no Paraná.
pensamentos. (silepse de pessoa)
A gente não quer só alimento. Queremos
Figuras de sintaxe amor e paz.
(silepse de número)
a) Elipse: Significa, em gramática, omissão.
Quando se omite da frase algum termo ou palavra cujo i) Repetição: É a repetição de palavras que tem por
sentido pode ser deduzido pelo contexto, tem-se a finalidade exprimir a ideia de insistência, progressão e
elipse. intensificação. Quando se repetem adjetivos ou
Ex. Solicitamos seja enviado o ofício. (elipse da advérbios, é uma maneira de se fazer o grau
conjunção que: Solicitamos que seja...) superlativo.
Ex. Gisele era linda, linda, linda.
b) Zeugma: É a omissão de um termo que já Enquanto tudo acontecia, a garota crescia,
apareceu antes, em alguma oração anterior. crescia.
Ex. Na terra dele só havia mato; na minha, só
prédios. (...na minha, só havia prédios) j) Onomatopeia: Consiste na criação de palavras
com o intuito de imitar sons ou vozes naturais dos
c) Pleonasmo: É a reiteração, o reforço de uma seres. É, na verdade, um dos processos de formação
ideia já expressa por alguma palavra, termo ou das palavras, que cabe à Morfologia.
expressão. Ex. Ouviu o tilintar das moedas.
Quando a insultei, slapt!
Figuras de palavras b) Eufemismo: É uma maneira de, por meio de
palavras mais polidas, tornar mais suave e sutil uma
a) Comparação: É a comparação direta de informação de cunho desagradável e chocante.
qualificações entre seres, com o uso do conectivo Ex. Infelizmente, ele partiu desta para melhor. (em
comparativo (como, assim como, bem como, tal qual, vez de “ele morreu”)
etc.).
Ex. Minha irmã é bondosa como um anjo. c) Gradação: É a maneira ascendente ou
descendente como as ideias podem ser organizadas na
b) Metáfora: Assim como a comparação, consiste frase.
numa relação de semelhança de qualificações. É, Ex. Ela queria dominar o bairro, a cidade, o país, o
porém, mais sutil e exige muita atenção do leitor para mundo.
ser captada, porque dispensa os conectivos que
aparecem na comparação. d) Ironia: Figura que consiste em dizer, com
Ex. Minha irmã é um anjo. intenções sarcásticas e zombadoras, exatamente o
contrário do que se pensa, do que realmente se quer
c) Metonímia: É a utilização de uma palavra por
afirmar.
outra, devido a uma relação que existe entre elas.
Ex. O “nobre” deputado era acusado de cometer
- O autor pela obra: Você já leu Camões? (algum
mais de sete crimes.
livro de Camões)
- O efeito pela causa: O rapaz encomendou a
e) Hipérbole: Modo exagerado de exprimir uma
própria morte. (algo que causaria a sua própria morte)
ideia.
- O instrumento pela pessoa que o utiliza: Júlio é
Ex. Estou morrendo de sede.
um excelente garfo. (Júlio come muito; o garfo é um dos
“Queria querer gritar setecentas mil vezes...”
instrumentos utilizados para comer)
(Caetano Veloso)
- O recipiente (continente) pelo conteúdo: Jonas já
bebeu duas garrafas de uísque. (ele bebeu, na verdade,
f) Prosopopeia (ou personificação): É a atribuição
o conteúdo de duas garrafas de uísque)
de características humanas a seres não- humanos, ou
- O símbolo pela coisa significada: O povo
de seres animados a seres inanimados.
aplaudiu as medidas tomadas pela Coroa. (a coroa,
Ex. Depois que o sol me cumprimentou, dirigi-me à
nessa acepção, é símbolo da monarquia, do rei).
cozinha.
- O lugar pelo produto: Todos gostam de um bom
madeira. (o vinho produzido na Ilha de Madeira).
g) Retificação: Consiste em corrigir uma
- A parte pelo todo: Havia várias pernas passeando no
afirmação anterior.
ônibus. (eram as pessoas quepasseavam)
Ex. Os deputados se reuniram para trabalhar. Ou
- O abstrato pelo concreto: A juventude de hoje não
melhor, para fazer-nos pensar que iriam trabalhar.
pensa como a de antigamente. (Os jovens)
- O singular pelo plural: O paulista adora trabalhar.
(Os paulistas)
- A espécie ou classe pelo indivíduo: "Andai como EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
filhos da luz", recomenda-nos o Apóstolo. (refere-se a
São Paulo, que foi um dos apóstolos) 1 – Assinale a alternativa em que o autor não
- A qualidade pela espécie: Os acadêmicos estão utiliza prosopopeia:
reunidos. (os membros da academia) a) “A luminosidade sorria no ar: exatamente isto.
- A matéria pelo objeto: Você tem fogo? (isqueiro) Era um suspiro do mundo.” (Clarice Lispector)
b) “As palavras não nascem amarradas, elas
d) Sinestesia: É a figura que envolve mistura de saltam, se beijam, se dissolvem…” (Drummond)
percepções, mistura de sentidos. c) “Quando essa não-palavra morde a isca,
Ex. Você gosta de cheiro-verde? (cheiro – olfato alguma coisa se escreveu.” (Clarice Lispector)
, verde – visão) d) “A poesia vai à esquina comprar jornal”.
Que voz aveludada Renata tem! (voz – (Ferreira Gullar)
audição, aveludada – tato) e) “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”.
(João Cabral de Melo Neto)
e) Perífrase (ou antonomásia): É uma espécie de
apelido que se confere aos seres, valorizando algum de
seus feitos ou atributos. Ressalte-se que se
2 – Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela
consideram perífrases somente os "apelidos" de valor
em que o uso da vírgula marca a elipse do verbo:
expressivo, nacionalmente relevantes e conhecidos.
a) Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as
Ex. Gosto muito da obra do Poeta dos Escravos
batatas.
(antonomásia para Castro Alves). b) A paz, nesse caso, é a destruição (…)
Tu gostas da Terra da Garoa? (antonomásia c) Daí a alegria da vitória, os hinos, as
para a cidade de São Paulo) aclamações, recompensas públicas e todos os demais
efeitos das ações bélicas.
Figuras de pensamentos
d) (…) mas, rigorosamente, não há morte (…)
a) Antítese: É a aproximação de palavras ou e) Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações
expressões que exprimem ideias contrárias, adversas. não chegariam a dar-se (…)
Ex. Carlos, jovem de idade e velho de espírito,
aproximou-se.
3 – Leia o texto DESCOBERTA DA LITERATURA, a) 1, 2, 3, 4, 5
de João Cabral de Melo Neto: b) 5, 2, 3, 1, 4
c) 3, 1, 4, 5, 2
No dia-a-dia do engenho/ d) 2, 1, 3, 4, 5
e) 2, 4, 5, 3, 1
toda a semana, durante/
cochichavam-me em segredo: saiu um novo romance/ 4 – No verso “ Palavras são como as estrelas,
E da feira do domingo/ facas ou flores”, temos:
a) hipérbole
me traziam conspirantes/ b) retificação
para que os lesse e explicasse/ c) metonímia
d) gradação
um romance de barbante./ e) comparação
Sentados na roda morta/
5 – “Fiquei trêmulo, muito comovido, com o livro
de um carro de boi, sem jante,/ palerma olhando pra mim”. A figura utilizada é a:
ouviam o folheto guenzo, / a) metonímia
b) ironia
o seu leitor semelhante,/ c) personificação
com as peripécias de espanto/ d) hipérbole
e) anacoluto
preditas pelos feirantes./
Embora as coisas contadas/ 6 - Numere, de acordo com as indicações:
1. Hipérbole
e todo o mirabolante,/ 2. Personificação
em nada ou pouco variassem/ nos crimes, 3. Comparação
4. Eufemismo
no amor, nos lances,/ 5. Antítese
e soassem como sabidas/
a) ( ) “Ó morte, tu és o porque da minha vida.”
de outros folhetos migrantes,/ b) ( ) “A onda do mar beijava a Branca areia.”
a tensão era tão densa,/ c) ( ) “Ela agiu como uma leoa na defesa dos
filhos.”
subia tão alarmante,/
d) ( ) “Serão séculos de angústia em meu
que o leitor que lia aquilo/ coração.”
e) ( ) “Vovô entregou a alma a Deus...”
como puro alto-falante,/
e, sem querer, imantara/
7 - Identifique a silepse:
todos ali, circunstantes,/
receava que confundissem/ 1 - de gênero;
o de perto com o distante,/
2 - de número;
o ali com o espaço mágico,/
seu franzino com gigante,/ 3 - de pessoa.

e que o acabasse tomando/ pelo autor imaginante/ a) ( ) “Os homens sois, naturalmente, infiéis...”
ou tivesse que afrontar/ (Clarice Lispector)
b) ( ) “Era uma torcida fascinante, gritavam
as brabezas do brigante./(…) animados todo o tempo...” (Stanislaw Ponte Preta)
c) ( ) “Povo bom é aquele, tiram de letra misérias
Sobre as figuras de linguagem usadas no texto, e injustiças.” (Plínio Marcos)
relacione as duas colunas abaixo: d) ( ) “Vossa Majestade é muito impetuoso.”
(Alexandre Herculano)
(1) Romance de barbante
(2) Roda morta; folheto guenzo
(3) Como puro alto-falante Gabarito:
(4) Perto/distante 1-e
(5) Cochichavam-me em segredo 2-a
3-b
( ) Pleonasmo
4-e
( ) Metáfora
5-c
( ) Comparação
6- 5.2.3.1.4
( ) Metonímia
7- 3.2.2.1
( ) Antítese

OBS: Acentuação grafica (novo acordo).


Conhecimentos Gerais
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
dimensões de direitos fundamentais, termo que deixa mais
Os direitos fundamentais ganhamdestaque principalmente claro o fato de que as gerações não são superadas, mas sim
apósa RevoluçãoFrancesa,momento emque diversascorrentes incorporadas às novas gerações de direitos fundamentais.
filosóficas e políticas como o racionalismo e o contratualismo
inspiram a vontade popular de impor limites ao Estado, reco- Primeira Geração
nhecendo um núcleomínimo de proteção do indivíduoperante Surge no Século XVIII, no âmbito da Revolução Fran-
o Estado. A ideia de direitos fundamentais surge da tentativade cesa. Os direitos fundamentais conquistados nessa época
se estabelecer um rol de direitos que seria inerente à própria configuram liberdades negativas (status negativus), já que
condição humana, que não dependesse de uma vontadepolí- representam um impedimento à atividade estatal, uma
tica. São, por isso, considerados direitosnaturais. omissão, um não fazer. Trata-se dos direitos civis e políticos.
Nossa Constituição relaciona os direitos fundamentais
em seu Título II, denominado “Dos Direitos e Garantias Segunda Geração
Fundamentais”. A posição “geográfica” desse título, logo Desenvolvem-se no Século XIX, inspirados pela Revolu-
no início do texto constitucional, demonstra a importância ção Industrial, sendo reconhecidos constitucionalmente no
dos direitos fundamentais em nossa ordem constitucional. Século XX. Tais direitos possuem um caráter positivo (status
Partindo do pressuposto de que o constituinte não utiliza positivus) e exigem uma prestação do Estado. Inserem, assim,
palavras inúteis, podemos concluir que direitos e garantias uma obrigação de fazer, uma ação do ente estatal. São os
possuem diferenças axiológicas. Os direitos possuem um ca- direitos sociais, econômicos e culturais.
ráter declaratório, enquanto as garantias possuem um nítido
sentido assecuratório. Os direitos se declaram, enquanto as Terceira Geração
garantias se estabelecem, demonstrando que as garantias Os direitos de terceira geração, desenvolvidos no Sé-
são elementos instrumentais que garantem o respeito aos culo XX, voltam-se à defesa dos interesses de titularidade
direitos que são declarados na Constituição Federal. coletiva, denominados interesses difusos. Esses direitos são
supraindividuais, já que não pertencem a um indivíduo
especificamente, mas sim a uma coletividade. São exemplos
Titularidade dos Direitos Fundamentais o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado
Os direitos fundamentais podem ser exercidos tanto e a proteção do idoso.
pelas pessoas físicas quanto pelas pessoas jurídicas. Apesar A primeira geração remonta ao ideal de liberdade.
de o art. 5º, caput, da Constituição Federal referir-se tão A segunda geração volta-se à igualdade. Por fim, a terceira
somente aos brasileiros e estrangeiros residentes no país, geração preocupa-se com a fraternidade ou solidariedade.
entende-se que os estrangeiros em geral, ainda que apenas Temos, assim, a célebre frase, que marcou a Revolução Fran-
visitando a República Federativa do Brasil, também são cesa: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
titulares desses direitos. Há quem defenda a existência de quarta e quinta geração
A título de exemplo: Pablo, argentino e residente na Ar- de direitos fundamentais. Não há, porém, um consenso sobre
gentina, solteiro, de dezoitoanos de idade, de passagempelo quais sejam esses direitos fundamentais.
Brasil, com destino aos Estados Unidos da América,foi inter-
ceptado em operação daPRF. Nessa situação hipotética, não
Características dos Direitos Fundamentais
obstante Pablo não seja residente no Brasil, todos os direitos
Relatividade – Os direitos não são absolutos: eles podem
individuais fundamentais elencados no caput do art. 5º da CF
ser relativizados, principalmente quando entram em choque.
devem ser respeitados durante a referidaoperação policial.1
Atémesmo o direito àvida, que pode ser considerado omais
As pessoas jurídicas também podem ser titulares de
fundamental dos direitos, pode ser relativizado. Exemplo
direitos fundamentais, mas apenas daqueles direitos que
de relativização do direito à vida é encontrado no caso da
são com elas compatíveis. São, assim, impedidas de exercer
pena de morte, autorizada na hipótese de guerra declarada.
certos direitos como os direitos políticos (votar, ser votado
A relativização dos direitos fundamentais pode advir da
etc.). Até mesmo as pessoas jurídicas de direito público são
capacidade de conformação que é dada ao legislador. Assim,
titulares de direitos fundamentais. mesmo nos casos em que não existe uma reserva legal, ou
Geração dos Direitos Fundamentais seja, mesmo quando a constituição não faz referência à lei
é possível que o legislador venha a delimitar a forma de
Os direitos fundamentais não surgiram de forma instantâ-
utilização dos direitos fundamentais.
nea. A conquista dos direitos fundamentais ocorreu ao longo
No caso de choque de direitos fundamentais, teremos
da história, de tal forma que podemos identificar diversas
de observar certos parâmetros. Em primeiro lugar, deve ser
gerações de direitos, que nada mais são do que a represen-
observado o princípio da legalidade. Segundo esse princípio,
tação de momentos históricos e os direitos ali conquistados.
a atuação do intérprete deve ser pautada nos critérios de
As gerações de direitos também podem ser denominadas
necessidade e adequação. Além disso, a hipótese de choque
de direitos fundamentais também inspira a utilização do
princípio da harmonização ou da concordância prática, que
requer que o aplicador adote uma interpretação que evite
o sacrifício total de um dos direitos em conflito.
Inalienabilidade – Não é possível transferir um direito a existência de distinções entre homens e mulheres. Tais
fundamental. diferenciações podem ser feitas tanto no âmbito consti-
Irrenunciabilidade – Não é possível renunciar totalmente tucional quanto na órbita legal3. A Constituição Federal de
a um direito fundamental. 1988 estabelece uma série de prerrogativas para as mulhe-
Imprescritibilidade – Os direitos fundamentais não são res, como a proteção de seu mercado de trabalho, prazo
alcançados pela prescrição. A prescrição corresponde à perda diferenciado para a licença à gestante, prazo reduzido para
de uma pretensão em virtude do decurso do tempo. a aposentadoria e inexistência de obrigação de alistamento
Historicidade – Os direitos e garantias fundamentais militar em tempos de paz.
possuem origem histórica.
Inviolabilidade – Não podem ser violados os direitos II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
fundamentais. alguma coisa senão em virtude de lei;
Efetividade – O Estado deve primar por garantir o res-
peito e a efetividade dos direitos fundamentais. Comentário: traduz esse inciso o princípio da legalida-
Universalidade – Os direitos fundamentais alcançam a de4. Todos nós podemos fazer tudo o que a lei não proíba,
todos. o que exprime a nossa capacidade de autodeterminação,
também chamada autonomia das vontades.
Obs.: os direitos e as garantias fundamentais consa-
grados constitucionalmente não são ilimitados, uma vez A autonomia das vontades definida no art. 5, II, da Cons-
que encontram seus limites nos demaisdireitos igualmente tituição Federal não pode ser confundida com o princípio da
consagrados na mesma Carta Magna.2 legalidade estrita ou restrita, que está descrito no art. 37 da
Constituição Federal. O referido artigo, ao estipular a
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos necessidade de observância da legalidade, impõe que o
administrador público apenas faça o que está previsto em
Assim dispõe o art. 5º da Constituição Federal: lei. Podemos assim distinguir as duas legalidades:

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- Autonomia das vontades Legalidade estrita (art. 37 da CF).
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos (art. 5º, II, da CF)
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do Vincula os particulares Vincula o administrador público.
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança Permite que se faça tudo Apenas admite que se façao que
e à propriedade, nos termos seguintes: o que a lei não proíba a lei prevê.

Em primeirolugar, há que se frisar que o dispositivo acima O princípio da legalidade não pode ser confundido com
transcrito reproduz o princípio da isonomia, que consiste o princípio da reserva legal. A reserva legal impõe que certas
na proibição de criação de distinções que não sejam funda- matérias sejam regidas apenas por lei em sentido estrito5.
mentadas. Assim, impõe a Constituição que os iguais sejam É o caso, por exemplo, da previsão de crimes e cominação
tratados de forma igual e que os desiguais sejam tratados de de penas, que somente pode ser feita por lei.
forma desigual. Assim, por exemplo, justifica-se a existência
de critérios diferenciados para homens e mulheres em uma III – ninguém será submetido atortura nem atratamen-
prova física em um concurso público ante as nítidas diferen- to desumano ou degradante6;
ças fisiológicas entre os gêneros.
Denomina-se igualdade material aquela que permite a
Comentário: cuida o dispositivo da dignidade da pessoa
existência de diferenciações, desde que devidamente
justificadas. A igualdade formal que impede a estipulação humana. Este inciso está em consonância com o que dispõe
de distinções em qualquer hipótese muitas vezes resultará o art. 1º, III, da Constituição Federal.
em injustiças, pois deixa de considerar as peculiaridades de
certas formações sociais. IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo ve-
A igualdade em nossa ordem constitucional deve ser le- dado o anonimato7;
vada em conta tanto na lei quanto perante a lei. A igualdade
na lei é verificada quando da elaboração legislativa, impondo Comentário: a liberdade de expressão, como todo direito
a formação de leis que tenham como pilar a inexistência de fundamental, não é absoluta. Diversos limites serão encon-
diferenciações odiosas. A igualdade perante a lei impõe o trados no exercício concreto de tais direitos. Primeiramente,
tratamento igualitário por parte do aplicador do direito, ou não se pode utilizar a liberdade de expressão para cometer
seja, por parte daquele que venha a interpretar a norma e a atos ilícitos, ofendendo os direitos fundamentais. Assim,
aplicar a disposição abstrata a um casoconcreto. impede-se, por exemplo, a utilização desse direito com a in-
tenção de ofender alguém. A repressão contra a má utilização
Passamos a comentar os setenta e oito incisos que com- dos direitos fundamentais somente é efetiva se acompanhada
põem o art. 5º da Constituição Federal. de identificação do responsável. O anonimato é vedado jus-
tamente por impossibilitar a responsabilização daqueles que
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obriga- venham a utilizar o direito fora dos limitesconstitucionais.
ções, nos termos desta Constituição;

Comentário: trata-se de mais uma decorrência do prin-


cípio da isonomia. A previsão acima, porém, não impede
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao tabaco, bebidas alcoólicas, remédios, terapias eagrotóxicos são
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à exemplos desse tipo de atividade, que é plenamente legítima.
imagem;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
Comentário: duas possíveis punições contra quem uti- e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
liza de forma errada sua liberdade de expressão estão aqui pelo dano material ou moral decorrente de suaviolação;
dispostas. Primeiramente, temos o direito de resposta, que
Comentário: a proteção ao direito de intimidade pode
exige do ofensor a concessão de meios para que o ofendido
ser relativizado quando entra em choque com outros direi-
venha a defender-se publicamente. A segunda forma de tos, como o direito de informação, que será estudado mais
punição corresponde à indenização por dano material, moral à frente. A proteção da intimidade, como veremos a seguir,
ou à imagem. A Constituição não define parâmetros para a é apta até mesmo para justificar o segredo de justiça, que
fixação do valor da indenização, que deverá ser fixado, em impede a publicidade de atos processuais.
regra, pelo Poder Judiciário. O direito de imagem envolve aspectos físicos, inclusive
a voz. Fica configurada a proteção, por exemplo, com a utili-
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, zação comercial da imagem sem a autorização do titular do
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e direito. Pessoas públicas possuem uma tendência à relativi-
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto zação do direito de imagem frente ao direito de informação
e a suas liturgias8; da sociedade.
Comentário: a liberdade acima descrita alcança os fenô- XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
menos, possibilitando o livre exercício das crenças religiosas e podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo
a livre adoção de concepções científicas, filosóficas, políticas em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
etc. Sendo o Brasil um país laico, não é mais aceita a previsão socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial12;
de religião oficial no País.
Comentário: a penetração sem o consentimento do mo-
VI – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de rador pode ocorrer a qualquer hora do dia quando se tratar
assistência religiosa nas entidades civis e militares de de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro.
internação coletiva9; Para que o ingresso no domicílio seja realizado mediante
determinação judicial, porém, é necessário que ele ocorra
Comentário: são considerados locais de internação durante o dia, considerado esse o período entre a aurora e
coletiva os hospitais, as prisões e os quartéis, por exemplo. o crepúsculo, ou seja, aquele em que há luz solar.
O ingresso por determinação judicial está limitado por
VII – ninguém será privado de direitos por motivo de reserva jurisdicional, o que significa que não poderá ocorrer
crençareligiosa ou de convicçãofilosófica ou política, salvose por determinação de qualquer outra autoridade (polícia,
as invocar para eximir‑ se de obrigação legal a todos imposta Ministério Público etc.) ou por comissão parlamentar de
erecusar‑ sea cumprir prestaçãoalternativa, fixadaemlei10; inquérito.
O conceito de casa para efeito de inviolabilidade de do-
Comentário: são consideradas obrigações a todos im- micílio não se limita ao conceito civil, alcançando os locais
postas, a obrigação de votar e o alistamento militar, que em habitados de maneira exclusiva. São incluídos no conceito
tempos de paz obriga a todos os homens de nacionalidade os escritórios, as oficinas, os consultórios e, ainda, os locais
brasileira. Se alguém oferecer uma excusa de consciência de habitação coletiva, como hotéis e motéis.
para deixar de cumprir uma obrigação a todos imposta, terá Atítulo de exemplo: no curso de umainvestigaçãocriminal,
de se sujeitar ao ônus de uma obrigação alternativa. Se, a autoridade policial competente encontra indícios de que
porém, a obrigação alternativa não for cumprida, será bens furtados há um ano de uma repartição pública estejam
aplicada, por exemplo, a pena de perda dos direitos políticos, guardados na residência dos pais de um dos investigados. A
nos termos do art. 15, IV, da Constituição Federal. autoridade policial dirige‑ se, então, ao imóvel, durante o dia,
onde, sem o consentimento dos moradores e independen-
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artís- temente de determinação judicial, efetua busca que resulta na
tica, científica e de comunicação, independentemente de localização dos bens furtados. Nessa hipótese, será inad-
censura ou licença11; missível, no processo, por ter sido obtida demaneira ilícita.13

Comentário: a proibição da censura não impede que o X – é inviolável o sigilo da correspondência e das
Estado venha a limitar a atividade de comunicação social, comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
impedindo que os meios de comunicaçãovenhaa oferecer pro- telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
gramação que nãosejacondizente com os valores da sociedade hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
ou que sejam ofensivos a determinados grupos. A classificação investigação criminal ou instrução processual penal14;
indicativa de diversões públicas e a limitação à publicidade de
Comentário: os sigilos, assim comotodos os demais direi-
. tos fundamentais, não são absolutos. Eles podem sofrer limi-
tação legal ou judicial. Em relação ao sigilo das comunicações Comentário: o direito de locomoção, como os demais
telefônicas, verifica-se a previsão de uma reservajurisdicional. direitos fundamentais, não é absoluto.
Sendo assim, somente por ordem judicial é possível quebrar Primeiramente, há que se observar, para o seu exercício,
o referido sigilo. Outra imposição posta em relação ao sigilo a prevalência da paz. Em hipóteses de guerra, que suscitam
das comunicações telefônicas é a necessidade de que somente a instituição de Estado de Sítio, é possível a restrição da
seja determinada a quebra para fins de investigação criminal liberdade de locomoção no território nacional. Além desse
ou instrução processual penal. Não é possível quebrar o refe- aspecto, há que se observar que o direito de locomoção
rido sigilo em causas cíveis. Além disso, é necessário que seja inclui os bens pertencentes ao seu titular. Isso não significa,
observada a forma estabelecida em lei. porém, que os bens possuam de forma autônoma o direito
O sigilo das comunicações telefônicas não pode ser de locomoção, mas sim que eles possam acompanhar o
confundido com o sigilo dos dados telefônicos. O extrato das proprietário que esteja se locomovendo.
ligações telefônicas é protegido pelo sigilo de dados, que não O direito de locomoção é protegido pelo habeas corpus
está sujeito à reserva jurisdicional. O conteúdo das ligações e somente é garantido dentro do território nacional.
é o que se denomina sigilo telefônico e está protegido pela
XVI – todos podem reunir‑ se pacificamente, sem armas,
reserva jurisdicional.
em locais abertos ao público, independentemente de autori-
O sigilo de dados engloba, por exemplo, os dados ban-
zação, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
cários, fiscais e telefônicos.
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio
Não estão sujeitos à reserva jurisdicional o sigilo da cor-
aviso à autoridade competente17;
respondência, das comunicações telegráficas e de dados. As-
sim, é possível que a quebra seja determinada, nesses casos, Comentário: o direito de reunião, como se pode perce-
por ordem de uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito. ber, depende do preenchimento de uma série de requisitos:
a) ser realizada de forma pacífica;
X I – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou b) seus participantes não podem estar armados;
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei c) a reunião deve ocorrer em locais abertos ao públicos;
estabelecer; d) exige um prévio aviso à autoridade competente, sem
a necessidade, porém, de autorização dessaautoridade;
Comentário: esse inciso dispõe sobre norma de eficácia e) não pode frustrar uma reunião anteriormente convo-
contida, já que a liberdade de exercício de trabalho, ofício ou cada para o mesmo local.
profissão pode ser restringida pela lei que venha a estabele-
Outro requisito que pode ser inserido nesse rol é o de
cer qualificações profissionais para determinada profissão.
que a reunião seja temporária e episódica, como nos ensina
Dessa forma, a inexistência de uma lei regulamentadora de
o autor Alexandre de Moraes.
certa profissão não é impedimento ao seu exercício, mas
O direito de reunião também engloba passeatas, carrea-
sim agarantia de uma ampla liberdade de acesso à atividade
tas, comícios, desfiles, assim como cortejos e banquetes de
profissional.
caráter político, que são formas legítimas de reunião. Caso
A liberdade profissional não engloba, porém, atividades
o direito de reunião seja desrespeitado, o remédio cabível
ilícitas. O princípio da legalidade, anteriormente estudado,
será o mandado de segurança, ação cabível para a proteção
permite que se faça tudo que não seja proibido por meio de
de direito líquido e certo.
lei. Assim, não se pode exercer a “profissão” de traficante de
drogas porque tal atividade é ilícita, proibida pela legislação.
XVI – é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
Por outro lado, a prostituição é totalmente livre em nosso
vedada a de caráter paramilitar18;
País porque não existe lei regulamentando aatividade.
Comentário: o direito de associação permite que pessoas
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e
físicas e jurídicas se agrupem em prol de um interesse comum.
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exer-
Segundo o texto constitucional, é livre a formação de asso-
cício profissional15;
ciações, desde que elas tenham um fim lícito e não possuam
caráter paramilitar. Para que uma associação tenha caráter
Comentário: o direito de informação pode ser encarado
paramilitar, é necessário que ela venha a ter características
sobre duas óticas.
Sob o ponto de vista privado, o direito de informação da similares às estruturas militares, tais como o uso de uniformes,
sociedade englobará, por exemplo, a atividade jornalística, palavras de ordem, hierarquiamilitarizada, táticasmilitaresetc.
que pode divulgar informações, ainda que pessoais, que
sejam de interesse da sociedade. Admite-se, nessa atividade, XVII – a criação de associações e, na forma da lei, a de
porém, o sigilo da fonte, quando for necessário ao exercício cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
profissional. Esse sigilo não impede, porém, a responsabi- interferência estatal em seu funcionamento19;
lização do responsável pela informação no caso de ela ser
inverídica, por exemplo. Comentário: como visto no inciso anterior, é livre a
O direito de informação sob o aspecto privado será es- criação de associações. A associação de pessoas em um
tudado adiante, no inciso XXXIII deste artigo. regime de cooperativa, porém, pressupõe o preenchimen-
to de diversos requisitos legais, tendo em vista os diversos
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens16;
benefícios que são concedidos aesse tipo de associativismo. XXII – é garantido o direito de propriedade;
Não é permitida a interferência do estado no funcionamento
das associações, o que não impede que o Poder Judiciário Comentário: o núcleo de direitos enumerados no caput
venha a suspender ou dissolver uma associação no caso de do art. 5º já dispõe sobre o direito de propriedade, consi-
se verificar a prática de uma atividade ilícita. derado pela doutrina como inserido em norma de eficácia
A título de exemplo: cinco amigos, moradores de uma contida. Isso significa que é possível que o legislador venha a
favela, decidem criar uma associação para lutar por me- restringir certos aspectos da propriedade, desde que não ve-
lhorias nas condições de saneamento básico do local. Um nha a reduzi-la aquém de seu núcleo mínimo, ou seja, desde
político da região, sabendo da iniciativa, informa‑ lhes que, que não venha a desconfigurar esse direito de propriedade.
para tanto, será necessário obter, junto à Prefeitura, uma
autorização para sua criação e funcionamento. Nesta XXI – a propriedade atenderá a sua função social;
hipótese, a informação que receberam está errada, pois a Comentário: a propriedade, como qualquer direito
Constituição Federal estabelece que a criação de associa- fundamental, não é absoluta, devendo ser garantida na pro-
ções independe de autorização.20 porção em que também garante o bem-estar da sociedade.
O descumprimento da função social da propriedade pode
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente levar, por exemplo, à desapropriação do bem, destinando-o
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão ju- a uma finalidade que atenda ao interesse social, como a
dicial, exigindo‑ se, no primeirocaso, o trânsitoemjulgado21; reforma agrária.
Comentário: como estudado no inciso anterior, as as-
sociações podem ser compulsoriamente dissolvidas ou XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapro-
terem suas atividades suspensas por uma decisão judicial. priaçãopornecessidade ou utilidadepública, ou por interesse
A hipótese de dissolução, porém, mostra uma medida mais social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
drástica, o que impõe que a decisão judicial sejarevestida de ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
um caráter definitivo, sem possibilidade de reforma por meio Comentário: a desapropriação não pode ser confundida
de recurso. Por conta disso, exige-se o trânsito em julgado com o confisco, que é uma forma de expropriação definida
de uma decisão judicial para que ela possa dissolver uma no art. 243 da Constituição Federal. A desapropriação resulta
associação. Uma decisão terá trânsito em julgado quando na aquisição compulsória de uma propriedade por parte do
não for mais cabível a interposição de recurso contra ela. Estado, que deverá fundamentar tal ato de força na neces-
XX – ninguém poderá ser compelido a associar‑ se ou a sidade pública, na utilidade pública ou no interesse social.
permanecer associado; Essa previsão demonstra bem a ideia do inciso anterior, que
demonstra que o interesse do Estado está acima de interes-
Comentário: assim como há a liberdade de criação de ses particulares quando se trata de dar à propriedade uma
associações, temos também a liberdade individual de inte- função social. A indenização devida pelo ente estatal será,
grar ou deixar de integrar a associação. Os integrantes da de regra, justa, prévia e em dinheiro. A própria Constituição
associação, portanto, não poderão ser compelidos a ingressar Federal, porém, excepciona tal previsão, dispondo, em seus
na entidade ou de continuar compondo a associação. arts. 182, §4º, III, e 184, acerca da desapropriação-sanção,
na qual a indenização é recolhida com base em títulos da
XXI – as entidades associativas, quando expressamente dívida pública e títulos da dívida agrária.
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
judicial ou extrajudicialmente22; XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade
competentepoderá usar de propriedade particular, assegu-
Comentário: a principal finalidade de uma associação é, rada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano23;
sem dúvida, a defesa de interesses dos associados. A defesa
dos interesses pode ocorrer perante o poder judiciário ou Comentário: esse inciso trata da requisição adminis-
de forma extrajudicial. A defesa de interesses por meio da trativa, que permite ao Estado a utilização compulsória da
associação, porém, depende de autorização dos associados, propriedade particular. Existem duas diferenças quanto à
que podem se expressar de forma individualizada ou conce- indenização paga na requisição e na desapropriação.
der uma autorização genérica. Primeiramente, a indenização na requisição administrativa
A defesa de interesses dos associados é realizada por não representará o valor total do bem, mas apenas o valor
meio do instituto da representação processual. Narepresen- do dano eventualmente causado. Em segundo lugar, tendo
tação processual a associação fala em nome do associado e, em vista que o perigo iminente não é previsível, temos que
por tal razão, precisa da autorização desse associado. o proprietário somente será indenizado posteriormente ao
Existe uma situação em que a associação atua de forma uso, e não de forma prévia, como acontece na desa-
extraordinária por meio da substituição processual. Trata-se propriação.
da hipótese de impetração de mandado de segurança
coletivo. A associação, nesse caso, defende interesses dos XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em
associados em nome próprio, razão pela qual não necessita lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de
de autorização. penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua ati-
vidade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar
o seu desenvolvimento;
Comentário: a penhora consiste na utilização de bens do zação dessa propriedade será apenas temporário. Após um
devedor para a quitação de sua dívida. O Poder Judiciário, determinado período, uma invenção, por exemplo, poderá ser
porém, não poderá utilizar-se desse instituto para penhorar produzida e comercializada sem necessidade de licença de seu
propriedades rurais se estiverem presentes alguns requisitos: inventor ou do detentor do direito de propriedade industrial.
– tratar-se de uma propriedade pequena, tal qual defi-
nido em lei; XXX – é garantido o direito de herança;
– for a propriedade trabalhada pela família;
– a obrigação objeto do inadimplemento referir-se a Comentário: o direito de herança, como todos os de-
dívida contraída para a produção. mais direitos fundamentais, não é absoluto, podendo ser
relativizado, por exemplo, quando a ele se opõem débitos
Tendo em vista a impossibilidade de penhora dessas decorrentes de atividades ilícitas praticadas pelo de cujus,
terras, torna-se pouco interessante oempréstimo de valores como estudaremos no dispositivo a seguir.
aos respectivos produtores rurais. Por tal razão, dispõe a
Constituição que a lei disporá sobre os meios de financiar seu XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no
desenvolvimento, que muitas vezes é fomentadopelo Estado. País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge
ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de favorável a lei pessoal do de cujus25;
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, trans-
missível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar24; Comentário: a Constituição brasileira tenta proteger
cônjuge e filhos brasileiros quando da partilha de bens de
Comentário: a propriedade intelectual também é pro- estrangeiros situados no Brasil. Para tanto, dispõe que deve
tegida no âmbito constitucional. Aqui estamos a tratar dos ser aplicada a lei mais favorável aos familiares brasileiros,
direitos autorais, que protegem bens imateriais destinados mesmo que, para tanto, seja necessário afastar a legislação
essencialmente a uma função estética (obras literárias, civil brasileira para que seja aplicada a legislação do país de
músicas, pinturas etc.). Compete à legislação a definição do origem do de cujus, ou seja, do estrangeiro falecido. Impor-
prazo o qual os herdeiros poderão usufruir dos direitos tante salientar que essa regra, por questões de soberania,
patrimoniais da propriedade intelectual. somente é aplicável aos bens situados no Brasil.
XXVI – são assegurados, nos termos da lei: XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
a) a proteção às participações individuais em obras co- do consumidor;
letivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive
nas atividades desportivas; Comentário: o Direito Constitucional constitui a base de
b) odireitodefiscalização do aproveitamentoeconômico diversos ramos do Direito, instituindo as diretrizes necessá-
das obras que criaremoude que participarem aos criadores, rias para que o legislador venhaacriar a base legal necessária
aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e à plena eficácia de seus preceitos.
associativas; Isso é exatamente o que ocorre com o Direito do Con-
sumidor. Estudar o Direito Consumerista sob a ótica cons-
Comentário: acoautoria, por exemplo, também deve ser titucional é visitar os preceitos que servem de base para a
protegida, tendoem vista que otexto constitucional protege instituição de diversas garantias, tal qual aquelas definidas
as participações individuais em obras coletivas. A imagem e no Código de Defesa do Consumidor.
a voz humanas também são protegidas, independentemente Sendo assim, não se cuida aqui de estudar o Direito do
de sua utilização comercial. Cabe lembrar, porém, que tantoa Consumidor, mas sim as disposições inseridas dentro da
imagem quanto a voz podem sofrer divulgação, independen- ótica constitucional. Esse é um ponto que merece destaque
temente de autorização, quando houver um interesse público no presente estudo.
de informação. Nesse caso, a relativização desse dispositivo A Constituição Federal começa a referir-se ao consumidor
encontra amparo no art. 5º, XIV, da Constituição Federal, que em seu art. 5º, XXXII, que assim determina: “XXXII – o Estado
trata do direito de informação. O direito de fiscalização do promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;”.
aproveitamento econômico das obras é feito, por exemplo, Verifica-se que a Constituição Federal não elabora lista-
por meio do ECAD – Escritório Central de Arrecadação e Dis- gem sobre o que venha a ser o direito do consumidor. Por
tribuição, entidade que arrecadae distribui direitos autorais. outro lado, traz a obrigação constitucional de sua proteção
pelo Estado. Tal defesa será efetivada por meio da edição de
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos indus- leis, como se verifica no Código de Defesa do Consumidor
triais privilégio temporário para sua utilização, bem como (Lei nº 8.078/1990).
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, O referido código também possui previsão no Ato das
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). O ADCT,
em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico em seu art. 48, determina que o Congresso Nacional deveria
e econômico do País; elaborar o Código de Defesa do Consumidor dentro de cento
e vinte dias após a promulgação da Constituição Federal.
Comentário: apesar de se relacionar também com a Esse dispositivo possui grande importância, já que criou a
propriedade intelectual, a propriedade industrial se diferedo obrigação de legislar sobre a matéria, reduzindo, assim, a
direito autoral em virtude do caráter pragmático da invenção, discricionariedade do Poder Legislativo.
que se volta à utilidade da atividade criativa. Como a utilidade O referido prazo não foi respeitado, visto a data de edição
deve ser regulada segundo o interesse social e o desenvolvi- da Lei nº 8.078, 11 de setembro de 1990.
mento tecnológico e econômico do País, o privilégio de utili-
Os consumidores também são protegidos pelo texto XXXIV – são a todos assegurados, independentemente
constitucional quando é estabelecida, no art. 24, VIII, da do pagamento de taxas:
Constituição Federal, a competência concorrente para a a) o direito depetição aos Poderes Públicos em defesa de
edição de lei que disponha sobre a responsabilidade por direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
dano causado ao consumidor. Amplia-se, assim, a gama de b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
normas que podem ser editadas nesse sentido, nas órbitas para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
federal e estadual. interesse pessoal27;
Outro dispositivo de grande interesse para o direito do
consumidor é o que garante o esclarecimento acerca dos Comentário: trata o presente inciso de umagratuidade
impostos que incidem sobre mercadorias e serviços. Assim constitucional incondicionada, o que significa dizer que a
dispõe o art. 150, § 5º, da CF: cobrança de taxas para o exercício do direito de petição ou
do direito de obter certidões será sempre inconstitucional.
A lei determinará medidas para que os consumidores Há que se ressaltar que a constituição dispõe também sobre
sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam a gratuidade de duas certidões específicas: de óbito e de
sobre mercadorias e serviços. nascimento, no art. 5º, LXXVI, da CF, que no âmbito consti-
tucional alcança apenas os reconhecidamente pobres, nos
Essa disposição constitucional ganha destaque pelo fato termos da lei.
de consistir em obrigação destinada ao ente Estatal, que
institui tributos. Demonstra-se, assim, que o Direito do Con- XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judici-
sumidor não se restringe a impor obrigação ao fornecedor de ário lesão ou ameaça a direito;
bens ou serviços, mas também a todos aqueles que possam
atingir a categoria dos consumidores. Comentário: cuida-se da inafastabilidade da jurisdição
Por fim, destacamos a disposição expressa no art. ou do princípio do amplo acesso ao Poder Judiciário, que
170, V, que estabelece a defesa do consumidor como um dos demonstra a intenção do constituinte de submeter ao Poder
princípios da ordem econômica. A inserção do direito Judiciário toda lesão ou ameaça de lesão adireito, afastando,
consumerista em nossa ordem econômica representa um assim, o modelo francês de contencioso administrativo, ou
contrapeso ao liberalismo econômico, destacado pela liber- seja, de submissão de questões administrativas a tribunais
dade de iniciativa. Demonstra que a atividade econômica, específicos. Sendo assim, seria inconstitucional, por exemplo,
apesar de livre, não se situa em posição de anarquia, tendo a estipulação de taxas judiciárias elevadas ou fixadas em per-
em vista o papel cogente dos direitos fundamentais, como centuais sobre o valor da causa, sem limite, pois impedem o
do consumidor. amplo acesso da população ao Poder Judiciário.
Essas são as disposições constitucionais relacionadas ao Em certos casos é possível transacionar acerca do direito
Direito do Consumidor. de acesso à máquina judiciária, por exemplo, nas hipóteses
de convenção de arbitragem livremente acordada em um
XXXI – todos têm direito a receber dos órgãos públicos negócio jurídico. É possível também que a Fazenda Pública
venha a condicionar um parcelamento tributário à renúncia
informações de seu interesse particular, ou de interesse
do direito de discutir o débito perante o Poder Judiciário.
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
Em alguns casos, o prévio acesso à via recursal adminis-
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
trativa se mostra necessário para a configuração do interesse
sejaimprescindível àsegurança da sociedade e do Estado26;
de agir, condição para o ajuizamento de uma ação. Para a
impetração de habeas data, por exemplo, é necessário que
Comentário: o direito de informação pode ser encarado
o interessado em obter acesso ou a retificação de seus
sob ótica pública ou privada. Sob o aspecto privado, refere-se
dados pessoais comprove a existência de prévia negativa do
ao direito de ser informado, independentemente de censu-
detentor do banco de dados.
ra. Sob a ótica pública, podemos entender tal prerrogativa
A justiça desportiva possui uma precedência sobre o
como o direito que possuímos de obter, junto aos órgãos
sistema judicial no que se refere às causas relativas à dis-
públicos, informações de interesse particular, ou de interesse
ciplina e às competições desportivas. Nesse caso, a justiça
coletivo ou geral. Esse direito é essencial, tendo em vista a
desportiva terá o prazo de 60 dias, a partir da instauração
adoção de forma de governo republicana, que insere a ideia
do processo, para proferir sua decisão final. Somente após
de que o Estado é uma coisa pública, de todos, razão pela
o esgotamento da instância desportiva é que será possível
qual deve imperar o princípio da publicidade. A lei definirá o
submeter a causa ao Poder Judiciário.
prazo no qual, sob pena de responsabilidade, a informação
será prestada. Há, porém, exceções a esse princípio e que
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
possibilitam aexistência de informações sigilosas nos órgãos
jurídico perfeito e a coisa julgada;
públicos. Esse sigilo deverá estar amparado na segurança da
sociedade e do Estado. Comentário: nosso sistema constitucional adota a ideia
Interessante notar que os fundamentos para o sigilo das de irretroatividade da lei, impedindo, assim, que uma nova
informações constantes dos órgãos públicos recebeu funda- lei produza efeitos sobre atos anteriormente realizados, até
mento diverso do segredo de justiça, que, segundo o art. 5º, mesmosobre os efeitosfuturos desses atos. A irretroativida-
LX, da CF, será possível nos casos de proteção do interesse de, porém, não é total. A proibição constitucional limita-se
social ou da intimidade. aos casos em que a aplicação retroativa da lei prejudica o
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
A Lei de Introdução ao Código Civil, o Decreto-Lei nº garantido o sigilo da votação, o que impede que os juízes
4.657/1942, define o alcance dos referidos termos da leigos sejam ameaçados ou que sejam feitas tentativas de
seguinte forma: suborno, por exemplo. Por fim, cabe lembrar que o vere-
dicto resultante do julgamento do conselho de sentença é
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, soberano, o que impede que o juiz-presidente do tribunal
respeitados oatojurídico perfeito, o direito adquirido venha a alterar alguma conclusão decorrente da votação. Isso
e a coisa julgada. não impede, por outro lado, que sejam interpostos recursos
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado contra a decisão proferida pelo tribunal do júri, ocasião na
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. qual é possível que o julgamento seja desconstituído.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que
o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem
aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré- pena sem prévia cominação legal;
fixo, ou condição preestabelecida inalterável,
a arbítrio de outrem. Comentário: trata-se do princípio da reserva legal ou da
§ 3º Chama-se coisa julgada ou casojulgadoa decisão anterioridade da lei penal. A definição de crimes e acomina-
judicial de que já não caiba recurso. ção de penas somente é possível por meio de lei em sentido
estrito, excluindo-se portanto atos normativos primários,
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal deexceção; como as medidas provisórias. A previsão constitucional
desse inciso, porém, não impede a existência de leis penais
Comentário: a proibição da existência de juízo ou tribunal em branco, que admitem a existência de complemento aser
de exceção impede que alguém seja julgado por um órgão veiculado por normas infraconstitucionais, como a Lei de
judicial que não seja aquele ordinariamente competente para Tóxicos, por exemplo, que possui regulamento infraconstitu-
o julgamento da causa. A vedação do dispositivo, porém, não cional no intuito de disciplinar quais substâncias devem ser
se limita a esse aspecto, relativo à competência. A proibição consideradas entorpecentes para efeitos penais.
também visa a evitar que no processo seja utilizado proce-
dimento diverso daquele previsto em lei, ofendendo, assim, XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
a legislação processual.
Comentário: trata-se do princípio da irretroatividade da
XXXVI – é reconhecida a instituição do júri, com a orga- lei penal mais maléfica, da retroatividade da lei penal mais
nização que lhe der a lei, assegurados: benéfica ou da ultratividade da lei penal mais benéfica.
a) a plenitude de defesa; Segundo o referido princípio, a legislação penal não pode
b) o sigilo das votações; ser aplicada a fatos produzidos antes de sua vigência, salvo
c) a soberania dos veredictos; quando tratar-se de aplicação que beneficie o réu.
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos Dessa forma, se uma pessoa comete um crime quando
contra a vida; da vigência de uma Lei A e, posteriormente, surge uma lei
B, mais maléfica, a data do julgamento será aplicada a Lei A,
Comentário: o júri configura uma forma de exercício ainda que não mais tenha vigência, tendo em vista que não
direto da soberania popular, tendo em vista que assegura se trata de retroatividade em prol do réu.
ao povo o julgamento de crimes dolosos contra a vida. No
tribunal do júri, o conselho de sentença, formado por pes-
soas leigas, do povo, será o juiz de fato, sendo que o juiz de
direito, togado, apenas terá a função de coordenar os atos
processuais.
Como foi dito, o tribunal do júri possui competência para
julgar os crimes dolosos contraavida, que sãoaqueles crimes
cometidos intencionalmente e que se voltam diretamente
contra o bem “vida”. São exemplos de crimes contra a vida No caso de a lei posterior ser mais benéfica, a condena-
o homicídio, o aborto, auxílio ou a instigação ao suicídio e o ção aplicar-lhe-á, ainda que não vigente à época da conduta
infanticídio. Para que o crime seja julgado pelo júri, é neces- delitiva. Essa retroação pode até mesmo desconstituir deci-
sário que ele se volte diretamente contra a vida, não sendo sões que já tenham transitado em julgado.
cabível o julgamento de crimes que se destinam a ofender Cabe nota de que não se admite a Combinação de Leis.
outros valores, mas que acabam por atingir também a vida Se a lei posterior for em parte melhor e em parte pior que a
da vítima, tais como o latrocínio e a lesão corporal seguida anterior, o juiz não pode se utilizar da parte benéfica de uma
de morte. Lei W e da parte benéfica da Lei K, sob pena de agir como
Nojúri, é admitida autilização de quaisquer meios lícitos um legislador positivo, já que criará uma terceira lei. O juiz
para o convencimento do conselho de sentença, garantia que deverá, portanto, analisar qual das leis é mais branda para
a Carta Maior denomina plenitude de defesa. Também será beneficiar o réu no caso concreto.

Ex. 1:
Crime Permanente
Na hipótese de crime permanente, a prática criminosa se alonga no tempo. Como na extorsão mediante sequestro, a lei
será aplicada levando-se em conta o último momento em que praticado ato executório do crime. Vejamos.

Ex. 2:

XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos Cabe lembrar que nada impede que a legislação venha a
direitos e liberdades fundamentais; ampliar as características aqui listadas, prevendo, por exem-
plo, que outros crimes também sejam sujeitas a prescrição.
Comentário: trata-se de cláusula genérica de proteção
ao próprio sistema de garantias fundamentais do cidadão. XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
Comentário: primeiramente, há que se asseverar que o
racismoconsiste em atitude de segregação, não se limitando a Comentário:o princípio da pessoalidade da pena impede
ofensas verbais de conteúdo discriminatório. Ademais, o racis- que a condenação penal venha a ser estendida, subjetiva-
mente, extrapolando a figura do autor. Nosso sistemarepudia
mo nãoprecisaestaratrelado acritérios biológicos, englobando
a responsabilidade de pena objetiva, razão pela qual a pena
qualquer forma de discriminação baseadaem critérios étnicos, somente pode ser aplicada a quem sejaculpado (em sentido
religiosos etc. A inafiançabilidade impede a concessão de liber- lato) pela conduta delitiva. A referida limitação, porém, não
dade provisória mediante pagamento de fiança.A imprescriti- se aplica aos reflexos patrimoniais da atividade criminosa.
bilidade impede que o Estado venha a perder sua pretensão A obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento
punitiva em virtude do decurso do tempo. Por fim, a pena de de bens pode alcançar os herdeiros, desde que a execução
reclusão impõe a aplicação de regime de pena inicialmente da dívida se limite ao patrimônio efetivamente transferido.
fechado, sendo cabível, porém, a progressão de regime. Dessa forma, ainda que os reflexos patrimoniais sejam
transferidos aos sucessores, a obrigação nunca poderá ser
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetí- cobrada em montante superior ao valor do patrimônio
veis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito transferido, o que, de certa forma, impede a existência de
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos uma responsabilidade penal objetiva.
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandan-
tes, os executores e os que, podendo evitá‑ los, se omitirem; XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará,
entre outras, as seguintes:
Comentário: os delitos definidos nesse inciso não admitem a) privação ou restrição da liberdade;
o pagamento de fiançacom a finalidade de se obter a liberdade b) perda de bens;
provisória, bem como aconcessão dos benefícios da graça ou c) multa;
da anistia. Interessante notar que será cabível amodalidade d) prestação social alternativa;
omissivaem relaçãoàqueles que puderemevitaressescrimes. e) suspensão ou interdição de direitos;

XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a Comentário: as penas descritas no presente inciso for-
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem malizam um rol meramente exemplificativo das penas que
podem ser adotadas em nosso ordenamento jurídico. Estabe-
constitucional e o Estado Democrático28;
lece a Constituição, ainda, o princípio da individualização da
pena, que impõe a pena adequada ao réu, segundo elemen-
Comentário: o presente inciso disciplina oterceirogrupo tos objetivos (relacionados à conduta criminosa) e subjetivos
de crimes que mereceram do constituinte uma repressão (relativos ao perfil do réu). Segundo esse preceito, deve o juiz,
especial. Tal qual no racismo, foi excluída a possibilidade de ao proceder à dosimetria da pena, adequar a pena de forma
pagamento de fiança e de prescrição de tais delitos. a amoldar-se perfeitamente à situação segundo critérios de
Sendo assim, temos o seguinte panorama no que se quantidade, tipo e regime de cumprimento.
refere aos crimes com repressão especial, definidos cons- Por contadesse preceito já foi consideradainconstitucional
titucionalmente: a tentativa de se proibir a progressão de regime, que permite
– inafiançáveis: racismo, crimes hediondos, tráfico, ao réu progredir, passando do regime fechado, mais grave,
tortura, terrorismo e ação de grupos armados contra para os regimes semiaberto e aberto. A imposição de regime
a ordem constitucional e o Estado Democrático; integralmente fechado retira do juiz a possibilidade de indivi-
– imprescritíveis: racismo e ação de grupos armados dualizara pena segundo as peculiaridades existentes no caso,
contraa ordem constitucionale o Estado Democrático; aplicando o mesmo regime de pena em qualquer situação.
– sujeitos a reclusão: racismo;
– insuscetíveis de graça ou anistia: hediondos, tráfico, XLVII – não haverá penas:
tortura e terrorismo. a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
. termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
Comentário: a pena de morte, como podemos perce- Por fim, registra a Constituição do Brasil a proibição de
ber, somente é cabível quando o Presidente da República aplicação de penas cruéis, já que ferem a dignidade da
declara guerra, sendo aplicada nas hipóteses previstas na pessoa humana.
legislação penal específica57.
Apesar de a Constituição Federal proibir a condenação XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos
em relação a penas de caráterperpétuo, é possível que uma distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o
sentençacondenatória venhaaimpor pena de duzentosanos sexo do apenado;
de reclusão, por exemplo. Ocorre que, apesar de a sentença
impor pena que provavelmente extrapola a prazo de vida Comentário: a medida acima visaa resguardar a figura do
de um ser humano, impõe o Código Penal que a execução preso, evitando abusos em virtude da maior suscetibilidade
dessa pena não poderá ultrapassar o prazo de trinta anos, de certos presos. Evita também que a prisão deixe de ser
o que acaba por impedir que a condenação resulte em uma um local de ressocialização para se tornar uma verdadeira
penalidade de caráter perpétuo. escola de crime, já que os presos de menor periculosidade
A pena de trabalhos forçados impede que o condenado poderiam ser influenciados pelos presos de maior tendência
seja obrigado a trabalhar de forma desumana, sendo obri- à criminalidade.
gado a empreender esforços que extrapolem o limite da
capacidade humana. XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade
O banimento significa o exílio, o desterro de um nacional. física e moral;
Consiste na proibição de permanência no território de seu
país. Não pode ser confundido com aexpulsão, que se refere Comentário: o preso fica sob a tutela do Estado, devendo
apenas aos estrangeiros e não é propriamente uma pena, ter resguardada sua integridade física e moral. O Estado será
mas uma medida de resguardo da soberania do país. Se fosse responsável tanto pelos danos gerados por seus agentes,
considerada uma pena,seríamos obrigados a obedecer a um quanto por aqueles que sejam gerados pelos demais presos,
devido processo legal para poder expulsar um estrangeiro, tendo em vista o dever de cuidar da integridade daqueles
o que não ocorre. Na expulsão, o estrangeiro é retirado do que estão sob sua custódia.
País por tercometido atocontrário aos interesses nacionais.
Também não pode ser confundida com banimento a ex- L – às presidiárias serão asseguradas condições para
tradição, que consiste na entrega de um estrangeiro ou de um que possam permanecer com seus filhos durante o período
brasileiro naturalizado a um país estrangeiro, permitindo-se, de amamentação;
assim, seujulgamento e aaplicação de pena naquele Estado.
Por fim, registramos que o banimento não pode ser Comentário: o direito à amamentação assegura, de certa
confundido com a deportação, que decorre da retirada do forma, a obediência ao princípio da pessoalidade da pena,
território brasileirodaquelesestrangeirosquenãocumprem já que a criança não será afetada nem sofrerá prejuízo em
com os requisitos legais migratórios. virtude do fato cometido pela mãe.
Resumindo:
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o na-
turalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma dalei58;

Comentário: cuida-se, aqui, da primeira distinção trazida


no textoconstitucional acerca dos brasileiros natos e dos na-
turalizados. Graficamente podemos representar a disposição
acima da seguinte maneira:
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por A doutrina e a jurisprudência reconhecem a regra da
crime político ou de opinião31; prova ilícita por derivação (teoria dos frutos da árvore en-
venenada). Segundo talregra, também serão inadmitidas no
Comentário: o disposto neste inciso impede que o ins- processo as provas que forem obtidas a partir de uma prova
tituto da extradição venha a ser utilizado como forma de obtida por meio ilícito. Vamos supor, por exemplo, que um
perseguição política. É respeitado, portanto, o pluralismo policial faça uma escuta clandestina, descobrindo que um
político, que é a liberdade de se optar por determinadas crime será cometido no dia seguinte, em tal lugar, em tal
concepções políticas. Cabe lembrar, ainda, que a Constituição hora. Se esse policial presenciar o crime e fotografar a cena,
Federal, em seu art. 4º, X, prevê a concessão de asilo políti- tais fotos tambémserão ilícitas, pois somente foram obtidas
co, que nada mais é do que um impedimento à extradição, a partir das informações colhidas na escuta clandestina,
concedido àqueles que sofrem de perseguição política em atividade criminosa que contamina as provas subsequentes.
país estrangeiro. Porfim, ressaltamos que osimplesfatode existiremprovas
obtidas por meios ilícitos em um processo não significa que
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão haverá absolvição do réu. É possível, dessa forma, a conde-
pela autoridade competente32; nação se existirem no processo outras provas independentes
e capazes de fundamentar eventual sentença condenatória.
Comentário: cuida-se do princípio do juiz natural, que
garante ao jurisdicionado o direito a receber a prestação LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito
jurisdicional segundo as regras rigidamente estabelecidas em em julgado de sentença penal condenatória;
lei. Se uma causa é julgada em juiz incompetente, por exem-
plo, estamos diante de nítida ofensa ao referido princípio. Comentário: cuida o presente inciso do que comumente
Há quem defenda a existência do princípio do promotor se denomina princípio da presunção de não culpabilidade
natural, que também seria um consectário do presente inci- ou da presunção de inocência. Com base nesse dispositivo,
so. Esse princípio diz respeito à impossibilidade de alteração, somente após otrânsito em julgado da sentençacondenató-
de forma arbitrária, do membro do Ministério Público desig- ria, o réu poderá ser considerado culpado. Isso não significa,
nado para uma causa, buscando-se, dessa forma, a garantia porém, que ele não poderá ser preso antes disso. A prisão
da independência funcional, já que impede que os membros não é atrelada à culpa, já que pode ser uma medida de cau-
do parquet sofram qualquer pressão. tela, evitando-se a fuga do preso ou o risco de cometimento
de novos delitos.
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens São exemplos de prisões cautelares as temporárias,
sem o devido processo legal; preventivas, por pronúncia etc.

Comentário: estamos diante do princípio do devido pro- LVIII – o civilmente identificado não será submetido a
cesso legal, que impõe a observância das normas processuais identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
vigentes para que alguém seja privado de sua liberdade ou
de seus bens. A presente regra também é denominada Comentário: em nosso país, privilegiando-se a presun-
“devido processo legal substancial” e impõe a observância ção de legitimidade e a fé pública, adota-se como regra a
da proporcionalidade de da razoabilidade. identificação feita por meio de documentos civis. Em casos
excepcionais, porém, desde que haja previsão legal, poderá
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrati- ser feita a identificação criminal, papiloscópica ou fotográfica,
vo, e aosacusados em geralsãoassegurados o contraditório por exemplo.
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Assim, quando alguém é detido, somente será obrigado
a proceder a uma identificação criminal se, por exemplo,
Comentário: este inciso explicita o conteúdo dodevido não possuir identificação civil, tiver identificação civil em
processo legal processual, estipulando duas regras básicas, mau estado de conservação ou cometer delitos específicos,
que são o contraditório e a ampla defesa. previstos em lei.
O contraditório consiste no direito de contra-argumentar, LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação
ou seja, de apresentar uma versão que conteste as alegações pública, se esta não for intentada no prazo legal33;
feitas pela parte adversa.
A ampla defesa pressupõe a possibilidade de se produzir Comentário: esse é o caso da ação penal privada sub-
provas no processo, juntando elementos fáticos à argumen- sidiária da pública. Vamos aqui, de forma sintética, resumir
tação feita em sua defesa. esse trâmite.
O Poder Judiciário somente age quando é provocado.
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas A isso chamamos princípio da inércia. Dessa forma, para
por meios ilícitos; que o Estado possa condenar alguém pelo cometimento de
um crime, é necessário que o Judiciário seja provocado por
Comentário: no exercício da ampla defesa, não é possível meio de uma ação penal.
juntar aos autos provas que tenham sido obtidas por meios As ações penais podem ser ajuizadas pela vítima (ação
ilícitos. A presentemedidabuscaevitar que a atividade de pro- penal privada) ou pelo Ministério Público (ação penal pú-
dução de provasse torne um estímuloà prática de atos ilícitos. blica), quando for o caso. Quando proposta pela vítima,
Em certos casos, porém, essa proibição é relativizada, denominamos queixa-crime; quando iniciada pelo Ministério
desde que a prova obtida por meio ilícito seja o único meio Público, denominamos denúncia.
de prova capaz de garantir o direito de defesa de pessoa que A lei penal possui o papel de definir qual será a forma de
esteja na condição de acusada. propositura da ação, sendo mais comum a propositura pelo
Ministério Público. Nesse caso, se o Ministério Público não
apresentar denúncia no prazolegal, abrir-se-á oportunidade A segunda hipótese de prisão diz respeito à ordem
de a vítima substituir o Ministério Público, por meio da ação judicial escrita e fundamentada. Nesse caso, deverá o juiz
penal privada subsidiária da pública. determinar aexpedição do respectivo mandado, que poderá
instrumentalizar diversos tipos de prisão (preventiva, tem-
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos porária etc.). Cabe notar o fato de que essa prisão, por ser
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse escrita, nada tem a ver com a voz de prisão, que pode ser
social o exigirem34; dada pelo juiz em uma audiência, por exemplo.
A terceira hipótese de prisão refere-se à transgressão
Comentários: os atos processuais, via de regra, são militar ou crime propriamente militar, que, no caso, pres-
públicos, assim como os julgamentos realizados no âmbito cindem de ordem judicial. Ressalte-se que a Constituição
do Poder Judiciário (art. 93, IX, da CF). Excepcionalmente, expressamente proíbe a impetração de habeas corpus, que
porém, teremos o chamado “segredo de justiça”, que impõe é uma medida destinada à proteção do direito de ir e vir,
restrição à publicidade dos atos processuais. A Constituição nas hipóteses de punição disciplinar militar (art. 142, § 2º).
Federal traz duas hipóteses de restrição do acesso aos atos Por fim, cabe registrar uma hipótese bem específica de
processuais: prisão, que será criada no caso de decretação de Estado de
a) defesa da intimidade; Defesa. Trata-se da prisão por crime contra o Estado, que
b) interesse social. tem previsão no art. 136, § 3º, da Constituição do Brasil.
É importante que o aluno não confunda esse segredo
com o segredo relativo às informações de caráter público. LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
O art. 5º, XXXIII, da CF dispõe sobre oacesso às informações encontre serão comunicados imediatamente ao juiz com-
constantes de órgãos públicos. Naquele caso, as hipóteses de petente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada36;
sigilo são as relacionadas à defesa do Estado e da sociedade.
Interessante notar que a Constituição defenda a possi- Comentário: duas são, portanto, as comunicações obri-
bilidade de um julgamento ser sigiloso para a proteção da gatórias relativas à prisão de uma pessoa e ao local onde se
intimidade, mas dispõe que não será possível restringir a encontre:
publicidade se a sua divulgação for necessária para o res- a) ao juiz competente. Essacomunicaçãojustifica-se, por
guardo do direito de informação (art. 5º, XIV, da CF), que exemplo, pelo fato de esse juiz possuir o poder de relaxar a
possui titularidade coletiva. prisão, quando ilegal.
b) à família do preso ou à pessoa por ele indicada. A co-
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou municação à família ou a pessoa indicada é essencial para
por ordem escrita e fundamentada de autoridadejudiciária que o direito à assistência seja prontamente exercido.
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou Se, porém, o preso não indicar nenhuma pessoa, torna-se
crime propriamente militar, definidos em lei35; irrelevante a previsão da segunda comunicação, segundo o
entendimento do Supremo Tribunal Federal.
Comentário: nesse ponto do texto constitucional, come-
ça a ser tratado o instituto da prisão. A utilização do termo LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre
“ninguém será preso senão...” dá a entender que se trata de os quais o de permanecer calado, sendo‑ lhe assegurada a
um rol taxativo, motivo pelo qual não há que se aceitar assistência da família e de advogado37;
hipóteses de prisão que não se ajustem às hipóteses previstas
constitucionalmente. Comentário: o presente dispositivo garante ao preso três
O presente inciso inicialmente dispõe sobre duas hipóte- prerrogativas: permanecer calado, assistência da família e
ses de prisão: prisão em flagrante e prisão por ordem judicial assistência de advogado.
escrita e fundamentada. O direito de permanecer calado deve ser garantido a
A prisão em flagrante, primeira hipótese tratada, pode todos, independentemente de serem presos. As testemu-
ser feita por “qualquer do povo”, nos termos do que dispõe nhas, porém, somente possuem direito de permanecerem
o art. 301 do Código de Processo Penal. Está em situação de caladas em relação às informações que possam servir para
flagrante quem: sua incriminação. Essa determinação protege o direito que
• está cometendo a infração penal; temos contra autoincriminação (princípio do nemo tenetur
• acaba de cometê-la; se detegere).
• é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofen- O direito de permanecer calado pode ser estendido
dido ou por qualquer pessoa, em situação que faça para alcançar também o direito de mentir sem incorrer em
presumir ser autor da infração; atividade ilícita.
• é encontrado logo depois com instrumentos, armas, A assistência da família impede, por exemplo, que o preso
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da fique incomunicável. A assistência do advogado é irrestrita,
infração. devendo ser assegurada proteção da defensoria pública ao
preso que não possua condições de contratar um advogado
Atenção! Nas infrações permanentes, como na de ex- às suas expensas.
torsão mediante sequestro, entende-se o agente em fla-
grante delito enquanto não cessar a permanência. Dessa LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsá-
forma, é possível sua prisão durante todo o período do veis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
sequestro, sem necessidade deautorização judicial.
Comentário: a identificação dos responsáveis pela prisão
Como a prisão em flagrante pode ser feita por qualquer ou pelo interrogatório do preso é um instrumento necessário
do povo, ela será a única possibilidade de prisão que é con- à proteção contra abusos, já que intimida o agente público
cedida às Comissões Parlamentares de Inquérito.
quanto às práticas abusivas ou ilícitas. Importante notar que tornou, na prática, inviável a utilização do instrumento de
a identificação será obrigatória mesmo nas hipóteses de cri- prisão nessas hipóteses.
minosos de altograu de periculosidade, independentemente
de supostamente oferecerem risco de retaliação em relação LXVIII – conceder‑ se‑ á habeas corpus sempre que al-
aos agentes públicos. guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder38;
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
autoridade judiciária;
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
“Remédios Constitucionais”.
Comentário: como já ressaltado, cabe ao juiz analisar a
legalidade da prisão, podendo, de ofício, determinar o LXIX – conceder‑ se‑ á mandado de segurança para prote-
relaxamento da prisão. ger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus
ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
quandoaleiadmitiraliberdadeprovisória, com ou semfiança; jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Comentário: a liberdade provisória consiste no direito de Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
o preso responder ao processo em liberdade. A lei definirá “Remédios Constitucionais”.
quais são as hipóteses em que a liberdade provisória será
admitida, casos em que o acusado não poderá ser levado à LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser im-
prisão ou nela mantido. petrado por:
Existem duas modalidades de liberdade provisória: sem a) partido político com representação no Congresso
pagamento de fiança e mediante pagamento de fiança. Com- Nacional.
pete à lei definir quais serão as hipóteses em que a liberdade b) organização sindical, entidade de classe ou associa-
provisória exigirá o pagamento de fiança, que é um valor ção legalmente constituída e em funcionamento há pelo
dado em garantia pelo preso, assegurando sua colaboração menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros
nas investigações e na instrução. ou associados39.
Não admitem fiança: racismo, crime de grupos armados
contra o Estado Democrático e contra a ordem constitucional, Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
crimes hediondos, tráfico de drogas, tortura e terrorismo. “Remédios Constitucionais”.

LXXI – conceder‑ se‑ á mandado de injunção sempre quea


LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; inerentes à nacionalidade, à soberania e àcidadania40;
Comentário: a prisão civil é aquela utilizada na cobrança Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
de dívidas. Não tem um caráter punitivo, mas sim coerciti- “Remédios Constitucionais”.
vo, voltado ao adimplemento da obrigação. A prisão civil é
admitida em duas hipóteses: LXXII – conceder‑ se‑ á habeas data:
a) inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação a) para assegurar o conhecimento de informações
alimentícia; relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou
b) depositário infiel. bancos de dados de entidades governamentais ou de
A prisão por obrigação alimentícia somente ocorrerá caráter público.
nos casos em que a dívida é voluntária, ou seja, quando não b) para a retificação de dados, quando não se prefira
houver um motivo de força maior para o inadimplemento fazê‑ lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
da obrigação.
O depositário infiel é responsável pelo bem, devendo Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
devolvê-lo imediatamente nas hipóteses legais. “Remédios Constitucionais”.
Tais hipóteses eram definidas em nosso ordenamento
jurídico. Ocorre que o Supremo Tribunal Federalveio a consi- LXXIII – qualquer cidadão41 éparte legítima para propor
derar o Pacto de São José da Costa Rica, tratado internacional açãopopular que vise aanular atolesivo ao patrimônio pú-
que impede esse tipo de prisão, uma norma supralegal, ou blico ou de entidade de que o Estadoparticipe, à moralidade
seja, superior às demais normas legais. Isso fez com que administrativa, ao meio ambientee ao patrimônio histórico
fossem derrogadas as normas legais que dispunham sobre e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má‑ fé, isento
a prisão civil do depositário infiel. de custas judiciais e do ônus da sucumbência42;
Antes desse entendimento, a prisão do depositárioinfiel
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
era justificada por uma obrigação processual ou por uma
“Remédios Constitucionais
obrigação contratual. Na primeira situação, estando o bem
em discussão perante o Poder Judiciário, determinava-se que
o detentor fosse nomeado depositário infiel. Na segunda si-
tuação, o depositário recebia o bem em virtude de uma obri-
gação contratual, como no contrato de alienação fiduciária.
Em resumo, a situação que temos hoje é a seguinte:
a prisão civil do depositário infiel é prevista na Constituição
nos casos previstos em lei. O Pacto de São José da Costa
Rica, porém, com seu status supralegal, derrogou todas as
previsões legais de prisão do depositário, de tal forma que
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
gratuita aos que comprovarem insuficiência derecursos; não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico República Federativa do Brasil seja parte.
“Gratuidades Constitucionais”.
Comentário: o presente dispositivo deixa claro que o rol
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judi- de direitos do art. 5º não possui caráter exaustivo, mas sim,
ciário, assim como, o que ficar preso além do tempo fixado exemplificativo. Fica, portanto, aberta a oportunidade de
na sentença; reconhecimento de novos direitos e garantias decorrentes
do regime e dos princípios constitucionais, bem como de
Comentário: essa indenização não poderá ser pleiteada tratados internacionais.
pela via do habeas corpus. Será necessário portanto que, Nesse sentido, já foi reconhecida a existência de direitos
além do habeas corpus liberatório, seja ajuizada ação ordi- e garantias individuais até mesmo no art.150 da Constituição
nária parademonstração da responsabilidade civil do Estado. Federal, que estabelece as limitações constitucionais ao
poder de tributar.
LXXVI – sãogratuitos para os reconhecidamentepobres, Cabe lembrar que os tratados internacionais que apenas
na forma da lei: disponham de direitos e garantias fundamentais, sem se
a) o registro civil de nascimento; submeter ao procedimento de aprovação similar ao da pro-
b) a certidão de óbito43. posta de emenda constitucional, não terá status de emenda
constitucional, mas força de norma supralegal.
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
“Gratuidades Constitucionais”. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
exercício da cidadania44. emendas constitucionais46.

Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico Comentário: o presente dispositivo, inserido pela Emen-
“Gratuidades Constitucionais”. da Constitucional nº 45/2004, abriu a possibilidade de trata-
dos e convenções internacionais possuírem força de emenda
LXXVIII – a todos, noâmbitojudicialeadministrativo, são constitucional. Paratanto, será necessário preencher os dois
assegurados a razoável duração do processo e os meios que requisitos, de forma cumulada: tratar de direitos humanos
garantam a celeridade de sua tramitação. e ser aprovado por três quintos de cada Casa do Congresso
Nacional em dois turnos de votação.
Comentário: esse dispositivo foi inserido na reforma Os tratados que não cumprirem tais requisitos, como
constitucional de 2004 que, por meio da Emenda Constitucio- vimos, terão forma de lei ordinária ou força supralegal.
nal nº 45, realizou a chamada “reforma do Poder Judiciário”.
No caso, os processos judicial e administrativo passam a ter § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
a garantia da razoável duração do processo. Internacional a cuja criação tenha manifestadoadesão47.
Dois problemas surgem em relação a tal dispositivo.
Primeiramente, temos a dificuldade em definir qual será a Comentário: essa importante determinação acaba por
duração razoável do processo, principalmente pelo fato de colocar em discussão a noção clássica de soberania, que vê no
que as ações possuem múltiplos graus de complexidade. Estado Soberano um ente totalmente independente. Passa
Em segundo lugar, a dificuldade encontrada reside no fato o Brasil, a partir da inserção desse dispositivo pela Emenda
de o dispositivo possuir uma redação muito ampla, que não Constitucional nº 45/2004, a submeter-se àjurisdição de um
especifica, no caso concreto, as medidas a serem adotadas. organismo internacional se houver manifestado adesão ao
A conclusão a que chegamos, portanto, é a de que se trata ato de criação. Cumpre ressaltar, porém, que essa previsão
de uma norma-princípio, que exigirá concretização por meio se limita aos tribunais penais, não podendo ser estendida a
de políticas públicas e da atividade legislativa. outras áreas como a do comércio internacional.
O judiciário, em caráter excepcional, tem deferido pedi-
dos de julgamento imediato da causa em respeito ao direito Remédios Constitucionais
à razoável duração do processo.
Os remédios constitucionais são garantias definidas no
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias corpo do art. 5º da Constituição Federal, que visam à prote-
fundamentais têm aplicação imediata45. ção de valores também definidos na Carta Maior. Apesar de
a maioria dos remédios tramitar perante o Poder Judiciário,
Comentário: o fato de as normas desse artigo teremapli- existem remédios, como o direito de petição, que podem
cação imediata significa dizer que podem ser aplicadas a um tramitar perante órgãos administrativos. Consideraremos,
caso concreto imediatamente, sem necessidade de norma em nosso estudo, os seguintes remédios constitucionais:
regulamentadora, por exemplo. Essa é a razão pela qual di- • habeas corpus;
versosremédiosconstitucionais, ainda que não tivessemseu • habeas data;
papel bem definido pela legislação, puderam ser utilizados • mandado de segurança;
imediatamente, como é o caso do mandado de segurança. • mandado de injunção;
A aplicação imediata, porém, não impede que uma nor- • ação popular;
ma tenha eficácia contida, ou seja, que admita a restrição • direito de petição.
de sua eficácia por meio da atuação do legislador ordinário.
Habeas Corpus no que toca à atipicidade da atitude do réu, pode conceder
habeas corpus de ofício, para reconhecer que o crime está
Finalidade: este remédio constitucional, previsto no prescrito.
art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal, visa à proteção da
liberdade de locomoção (direito de ir, vir e permanecer) Gratuidade: trata-se de ação gratuita, independente-
contra lesão ou ameaça causada por abusos de poder ou mente de qualquer condição.
ilegalidade48. Como se percebe, não há uma necessária Habeas Data
correlação desse remédio ao Direito Penal, motivo pelo qual
o habeas corpus poderá ser impetrado até mesmo no caso Finalidade: o presente remédio constitucional, previsto
de prisão civil por dívida, já que está envolvida, nesse caso, no art. 5º, LXXII, da Constituição do Brasil possui uma dupla
a liberdade de locomoção. finalidade. Vejamos no quadro abaixo.
Como já salientamos anteriormente, esteremédio constitu-
cional não se presta a discutir punições disciplinares militares. de informações relativas à pessoa do
O habeas corpus não se submete a prazo prescricional acesso impetrante, constantes de registros
ou 
Visa a retificação ou bancos de dados de entidades
ou decadencial, sendo cabível enquanto durar a lesão ou
assegurar governamentais ou de caráter
ameaça de lesão ao direito que se pretende proteger. público.

Legitimidade ativa: possui legitimidade ativa aquele


que pode impetrar o habeas corpus, chamado, portanto, de Portanto, uma das finalidades do habeas data é a pos-
impetrante. Esse remédio é dos mais informais, já que pode sibilidade de retificação de dados, quando não se prefira
ser impetrado por qualquer pessoa, física ou jurídica, fazê‑ lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.49
independentemente de capacidade civil, de advogado e de A impetração do habeasdata exige, ainda, a demonstra-
mandato outorgado pelo paciente. Exige-se, porém, como ção de que houve uma prévia negativa administrativa. Em
um formalismo mínimo, que a petição seja assinada, já que outras palavras, o impetrante deve demonstrar que buscou
é considerado inexistente o habeas corpus apócrifo. previamente o acesso às informações diretamente junto ao
banco de dados, sem obter, porém, sucesso.
Paciente: será considerado paciente aquele que estiver a Legitimidade ativa: qualquer pessoa pode impetrar o
sofrer lesão ou ameaça a seu direito de locomoção e venha habeas data, desde que as informações pleiteadas se refiram
a ser protegido pelo remédio constitucional. O paciente exclusivamente ao impetrante. Trata-se, dessa forma, de uma
será necessariamente uma pessoa física, já que as pessoas ação personalíssima.
jurídicas não possuem liberdade de locomoção, prerrogativa
que é incompatível com elas. Legitimidade passiva: apenas pode ser impetrado o
banco de dados de caráter público (Serasa, SPC etc.) ou
Legitimidade passiva: a legitimidade passiva é conferida respectiva entidade governamental (INSS, Receita Federal
àquele que age como coator, praticando atos ilícitos ou em do Brasil, Polícia Federal etc.).
abuso de poder, razão pela qual seráconsiderado impetrado.
Gratuidade: trata-se de ação gratuita, independente-
Tipos: podemos classificar o habeas corpus como pre- mente de qualquer condição.
ventivo, que é aquele impetrado quando há uma ameaça ao
direito de locomoção, ou repressivo, impetrado quando já Mandado de Segurança
se configura a ilegalidade ou o abuso de poder, e “de ofício”,
concedido pelo juiz independentemente de impetração. Finalidade: o mandado de segurança se presta à proteção
No habeas corpus preventivo, pode ser expedido salvo de direito líquido e certo contra abuso de poder ou ilegalida-
conduto, que é instrumento que impede a prisão do paciente de. Direito líquido e certo é aquele que se mostra delimitado
nas hipóteses descritas na ordem judicial concessiva da ordem. quanto à extensão e inquestionável quanto à existência. De
Imaginemos uma situação em que o paciente será ouvido forma simplificada, podemos dizer que o direito líquido e
como acusado em uma Comissão Parlamentar de Inquérito e certoé aquele que não demanda amplainstrução probatória,
requer, por meio de um habeas corpus, a expedição de um motivo pelo qual a única prova admitida no mandado de
salvo conduto para garantia de seu direito de permanecer ca- segurança é a de caráter documental.
lado. Poderáo Supremo Tribunal Federal, nesse caso, conceder No mandado de segurança, o direito éfacilmente aferí-
o remédio para que o paciente não seja preso caso venha a vel a partir da leitura das normas legais aplicáveis ao caso.
legitimamente exercer seu direito sem que incida, portanto, Compete à parte, portanto, apenas demonstrar que se
em crime, caso recaia em falsotestemunho. enquadra na situação descrita na lei. Cabe mandadode se-
No writ repressivo, já existe a situação de coação e o gurança, portanto, para pleitear aposentadoria por tempo de
paciente requer, portanto, a sua soltura, por exemplo. Tanto serviço, quando bastar a certidão de tempo de serviço para
no habeas corpus preventivo quanto no repressivo, há a comprovar que o impetrante preenche os requisitos legais
possibilidade de concessão de medida liminar. para usufruir do benefício. Nocaso, porém, de aposentadoria
A liminar é uma medida precária, que busca a proteção por invalidez, quando é necessário realizar perícias e ouvir
do bem quando exista perigo de dano irreparável ao bem testemunhas, o direito não é líquido e certo, motivo pelo qual
tutelado. Somente será concedida a liminar se houver a fu- não será possível, a priori, impetrar mandado de segurança.
maça do bom direito, ou seja, a plausibilidade das alegações Dessa forma, no mandado de segurança não se discute
feitas pelo impetrante. matéria probatória, de cunho fático. Por outro lado, mos-
Por fim, o habeas corpus ex officio é aquele que é tra-se plenamente possível discutir questões de direito, de
concedido pelo juiz independentemente de provocação. cunho abstrato. Nesse sentido, a Súmula nº 625/STF dispõe
Imaginemos que um impetrante ingressa com um recurso que “a controvérsia sobre matéria de direito não impede
concessão de mandado de segurança”.
requerendo a atipicidade da conduta do réu. Nesse caso, A impetração do mandado de segurança não está vincu-
o magistrado, ainda que não concorde com o impetrante lado ao esgotamento da instância administrativa. Por conta
disso, dispõe a Súmula nº 430/STF que “pedido de reconsi- direito, já que o seu titular poderá pleitear seu direito por
deração na via administrativa não interrompe o prazo para meio de uma ação ordinária. Cabe lembrar que, no mandado
o mandado de segurança”. de segurança preventivo, não há prazo decadencial, tendo
em vista que o ato coator sequer foi produzido.
Legitimidade ativa: o mandado de segurança pode ser
ajuizado por qualquer pessoa, física ou jurídica. Súmula nº 512/STF: segundo entendimento jurispru-
dencial do Supremo Tribunal Federal, não cabe condenação
Legitimidade passiva: somente pode ser impetrado em em pagamento de honorários advocatícios em Mandado de
um mandado de segurança quem seja autoridade pública Segurança. Em outras palavras, a parte que sucumbente
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições não será obrigada a pagar à parte vencedora uma parcela
do Poder Público50, ou seja, a ela equiparado por atuar em do valor da causa para pagamento do advogado responsável
função eminentemente pública, mediante delegação. pelo êxito.
Tipos: omandado de segurança pode serclassificadoem Atenção! O prazo decadencial para impetração do man-
preventivo ou repressivo, e ainda em individual ou coletivo. dado de segurança foi considerado constitucional pelo
O mandado de segurança preventivo presta-se a evitar Supremo Tribunal Federal, o que resultou na edição da
ofensa a direito líquido e certo que seja e que se ache ame- Súmula nº 632/STF.
açado, ainda que não exista o ato lesivo.
O mandado de segurança repressivo volta-se a afastar Jurisprudência: vejamosalguns entendimentosjurispru-
ofensa já perpetrada contra direito líquido e certo. Já existe, denciais acerca do cabimento do mandado desegurança.
nesse caso, lesão ao bem jurídico que se quer tutelar.
O mandado de segurança individual busca a proteção
Cabe mandado de segurança Não cabe mandado de se-
dos interesses do impetrante. O mandado de segurança será
gurança
individual ainda que vários impetrantes optem por ajuizar
uma só ação, na condição de litisconsortes. Para a proteção do direito de Contra lei em tese.
No mandado de segurança coletivo, previsto no art. 5º, reunião.
LXIX, da Constituição Federal, o impetrante defende, em Para proteção do direito de Contra decisão judicial transi-
nome próprio, um direito alheio. Cuida-se de forma de subs- certidão. tada em julgado.
tituição processual, razão pela qual não há necessidade de Para a proteção de direito que Contra ato judicial passível
autorização dos titulares do direito protegido. Nesse sentido, esteja na pendência de decisão de recurso.
a Súmula nº 629/STF, que determina que a “impetração de na esfera administrativa.
mandado de segurança coletivo por entidade de classe em
favor dos associados independe da autorização destes”. Mandado de Injunção
São legitimados a impetrar o mandado de segurança Cabimento: o mandado de injunção, previsto no art. 5º,
coletivo: LXXI, da Constituição Federal, pode ser impetrado sempre que
• partido político com representação no Congresso a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
Nacional51; dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
• organização sindical, entidade de classe ou associação inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania54.
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos Cuida-se, assim, de ação voltada à supressão de omissão
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou legislativa relativa à regulamentação de direitos previstos cons-
associados. titucionalmente. Se tivermos uma norma de eficácia limitada,
por exemplo, que ainda não produza totalmente seus efeitos
Um partido político com representação no Congresso porque ainda não foi produzida lei regulamentadora, será
Nacional possui legitimidade para impetrar mandado de cabível o mandado de injunção contra o órgão responsável
segurança coletivo apenas em defesa de seus filiados.52 pela omissão, buscando-se a edição danorma.
É possível a concessão de mandado de segurança cole- Durante muito tempo defendeu-se que o mandado de
tivo impetrado por partido político com representação no injunção não poderia dar ao Poder Judiciário o poder de,
Congresso Nacional, para proteger direito líquido e certo persistindo a omissão, determinar qual seráa disciplina legal
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando aser aplicada ao caso concreto. Entendia-se, nesse caso, que
o responsável peloabuso de poder for ministro de Estado.53 estaríamos ferindo o princípio da separação dos poderes,
Destaca-se que a entidade de classe possui legitimidade motivo pelo qual era necessário adotar posicionamento não
para impetrar o mandado de segurança ainda que a preten- concretista. Esse não é, porém, o atual entendimento do
são veiculada interesse apenas a uma parte da categoria Supremo Tribunal Federal, que já admite que o Poder Judiciário
(Súmula nº 630/STF). indique, no caso de omissão, quais serão as regras aplicáveis
para que os impetrantes possam usufruir de forma plena os
Atenção! O mandado de segurança coletivoé hipótese iso- direitos que lhe foram conferidos pela Constituição do Brasil.
lada em que as associações fazem substituição processual. O desrespeito à determinação de regulamentação de um
Nas demais ações ajuizadas pelas associações, o que se dispositivo constitucionalé denominada inconstitucionalida-
pratica é a representação processual, que exige autorização de por omissão, e também pode ser combativa por meio da
dos representados. ação direta de inconstitucionalidade por omissão, que será
posteriormente tratada.
Prazo Decadencial: a impetração do mandado de se- Legitimidade ativa: o mandado de injunção pode ser
gurança deve ser feita no prazo de cento e vinte dias, con- impetrado por qualquer pessoa que possua interesse direto
tados da data da ciência do ato ilegal ou cometido em abuso na regulamentação do dispositivo constitucional.
de poder. A perda desse prazo, porém, não leva à perda do
Legitimidade passiva: será considerado impetrado aque-
le que seja responsável pela omissão legislativa.
Tipos: sãocabíveis o mandado de injunção individual e o Gratuidades Constitucionais
mandado de injunção coletivo. O segundo tipo de mandado O texto constitucional trata de diversas hipóteses de
de segurança é uma criação pretoriana, ou seja, foi reco- gratuidade, sendo de suma importância que o candidato
nhecido pelos tribunais, ainda que não houvesse disciplina identifique quais as condicionantes para a fruição desse
constitucional a respeito. Assim, devem ser aplicadas ao direito. Vamos esquematizar.
mandado de injunção coletivo as disposições do mandado
de segurança coletivo. Dispositivo Gratuidade Observações
5º, XXXIV Direito de peti- Incondicionada – independe
Ação Popular ção do pagamento de taxas
5º, XXXIV Direito de certi- Incondicionada – independe
Finalidade: a ação popular é voltada à anulação de ato dão do pagamento de taxas
lesivo:
5º, LXXIII Ação Popular Condicionada à boa-fé do autor
• ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe; 5º, LXXIV Assistência jurídi-
Condicionada à comprovação
• à moralidade administrativa; ca integral da insuficiência de recursos
• ao meio ambiente; 5º, LXXVI Certidão de nas- Condicionada à comprovação
• ao patrimônio histórico e cultural. cimento de pobreza, na forma da lei
5º, LXXVI Certidão de óbito Condicionada à comprovação
Cumpre notar que a ação popular só se presta à anulação de pobreza, na forma da lei
desses atos, não sendo o instrumento adequado à punição 5º, LXXVII Habeas corpus Incondicionada
do agente público que causou um dano a interesses da socie- 5º, LXXVII Habeas data Incondicionada
dade. A punição, no caso, poderá ser discutida em eventual
5º, LXXVII Atos necessários Gratuitos na forma da lei
ação de improbidade.
ao exercício da
É possível declarar a inconstitucionalidade de uma lei cidadania
por meio da ação popular, desde que essa declaração não
seja o objeto principal da ação popular. Assim, a declaração
de inconstitucionalidade da lei pode ser um meio, nunca a Direitos Sociais
finalidade precípua da ação.
A ação popular deverá ter por objeto um ato adminis- A Constituição dedica um capítulo inteiro aos direitos
trativo. Não é cabível essa ação contra uma decisão judicial. sociais, quais sejam: a educação, a saúde, a alimentação o
Por permitir que o cidadão defenda diretamente os trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a
interesses do povo, pode-se considerar a ação popular uma previdência social, a proteção à maternidade e à infância
forma de exercício da democracia direta. e a assistência aos desamparados56.
Não existe foro por prerrogativa de função em relação à Esses direitos, delineados no art. 6º da CF, possuem um
ação popular. Assim, ainda que a ação seja ajuizada contra caráter protetivo, assistencial. Trata-se de direitos funda-
o Presidente da República, não será julgada pelo Supremo mentais de segunda geração (introduzidos em larga escala
Tribunal Federal. no Brasil com a política social introduzida por Getúlio Vargas,
principalmente em 1934). Outros direitos sociais podem ser
Legitimidade ativa: só podem ajuizar ações populares encontrados no Título VIII do texto constitucional.
os cidadãos, ou seja, aqueles que possuam direitos políticos. Os direitos sociais consubstanciam, emsua grande maio-
Ficam excluídas, portanto, as pessoas jurídicas e as pessoas fí- ria, normas programáticas. Esse tipo de norma possui eficácia
sicas que não estejam no pleno gozo de seus direitos políticos. limitada, exigindo, paraseu alcance, a construção de políticas
públicas pelo legislador constituído. Questão tormentosa
Legitimidade passiva: a ação popular deve ser ajuizada que hoje se apresenta é aquela relativa à possibilidade de
contra a autoridade pública autora do ato impugnado. se limitar a efetividade dos direitos fundamentais em nome
do princípio da reserva do possível. Em outras palavras, isso
Gratuidade: a açãopopular serágratuita, mas suagratuida- resulta em saber se o Estado pode deixar de cumprir com
de é condicionada à boa-fé. Se a ação for ajuizada com má-fé, seu papel de garantir os direitos sociais à população, sob a
o autor será condenado ao pagamento das custasjudiciais. alegação de não possuir recursos materiais para tanto.
Em contraposição à limitação da reserva do possível,
Direito de Petição encontra-se a previsão de um mínimo existencial no que
tange à concretização dos direitos sociais. Esse contraponto
Finalidade: o direito de petição, previsto no art. 5º, XX- é reforçado pela proibição do retrocesso, outra teoria que
XIV, da CF, também considerado um remédio constitucional, também impede que areserva do possível sirva de justificati-
difere-se dos demais por não consistir em uma ação judicial. va ao abandono das previsões constitucionais programáticas.
Trata-se de instrumento exercido perante o Poder Público A proibição do retrocesso impede que venha a reduzir o
com o objetivo de: montante de recursos voltados à execução de políticas
• defesa de direitos; públicas concretizadoras dos direitos fundamentais. Essa
• representação contra ilegalidade ou abuso de poder. teoria, porém, pode desenvolver um perigoso efeito colateral.
Caso reconhecida a proibição da diminuição dos recursos
Qualquer pessoa pode utilizar-se do direito de petição, alocados em determinada atividade, é possível que o gestor
que não pode ser impedido por meio de obstáculos legais. evite aumentar a parcela orçamentária destinada à política
Dessa forma, segundo o novo entendimento do Supremo pública desenvolvida, com vistas a evitar uma vinculação nos
Tribunal Federal, é inconstitucional exigir depósito prévio orçamentos vindouros.
ou arrolamento de bens e direitos como condição de ad- Sobre a eficácia das normas programáticas, o Supremo
missibilidade de recurso administrativo55. TribunalFederalvemexpedindo alguns pronunciamentos no
sentido de que o Estado não pode deixar de atender à popu- • Salário mínimo, fixado em lei e nacionalmente uni-
lação sob a alegação de que não possui receita orçamentária. ficado. Mesmo aqueles que recebem remuneração
A maioria dos casos se relaciona àatuação do Estado na área variável não podem receber nunca salário inferior ao
da saúde, nos quais o Tribunal tem julgado procedentes re- mínimo.
cursos interpostos com o objetivo de se autorizar a compra
O saláriomínimo deve ter aumentos periódicos, de modo
de medicamentos.
a manter seu poder aquisitivo. O reajuste, porém, deve ser
Conformeestudamos, o Brasil terácomo um de seus fun-
veiculado por lei, nada impedindo que a matériaseja tratada
damentos a busca da função social do trabalho e, para tanto,
também por meio de medida provisória.
prevê a Constituição Federal alguns direitos do trabalhador. O salário mínimo atender às necessidades básicas do
Os direitosdos trabalhadores podemser divididos em duas trabalhador e de sua família, com moradia, alimentação,
categorias: direitos individuais e direitos coletivosdo trabalho. educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
Os trabalhadores urbanos e rurais são tratados de forma igua- previdência social.
litária, sendo que a maioria dos seus direitos individuais está A economia não pode ser indexada ao salário mínimo. Em
descrita no art. 7º da CF, que passaremos a estudar. outras palavras, o salário mínimo não pode servir de valor
Antes de visualizarmos os direitos em espécie, devemos de referência, vinculando reajustes de preços e serviços. Isso
registrar que para o Direito do Trabalho não há uma total evita que os reajustes periódicos deixem de surtir efeitos
coincidência entre os termos “trabalhador” e “emprega- reais, já que, ao mesmo tempo em que o salário mínimo
do”, sendo que o segundo pressupõe o preenchimento de aumentasse, toda a economia sofreria um fenômeno infla-
diversos requisitos, como a habitualidade, a onerosidade, cionário automático.
a subordinação e a pessoalidade. Para o Direito Constitu- A Suprema Corte entende que osaláriomínimo não pode
cional, porém, de natureza marcantemente principiológica, servir de base de cálculo de nenhum adicional, inclusive do
essa distinção deixa de ter importância, de tal forma que adicional de insalubridade. Nesse julgamento foi aprovada a
utilizaremos os dois termos indiscriminadamente. quarta súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal, que
recebeu a seguinte redação:
Isonomia Trabalhista
Salvo os casos previstos na Constituição, o salário
A Constituição Federal se preocupou com a discriminação mínimo não pode ser usado como indexador de base
entre os trabalhadores que apresentam formas diferentes de cálculo de vantagem de servidor público ou de
de contratos. Sendo assim, cuidou o texto de impor o trata- empregado, nem sersubstituído por decisão judicial.
mento igualitário entre os trabalhadores:
• urbanos e rurais; Nada impede que pensões, estipuladas em virtude de
• portador de deficiência; ato ilícito (morte de um pai de família, por exemplo), sejam
• trabalhador manual, técnico e intelectual; fixadas com base no salário mínimo, já que essas prestações
• trabalhadores com vínculo empregatício permanente buscam satisfazer as necessidades básicas tratadas pelo
e trabalhador avulso57; art. 7º, IV, da CF. Então, se alguém atropela um trabalhador,
• não pode, ainda, haverdiferenças por motivos de sexo, pode ser obrigado a pagar um salário mínimo à viúva, du-
rante o prazo provável em que a vítima teria de sobrevida,
idade, cor ou estado civil.
sem que isso signifique ofensa à proibição de vinculação ao
salário mínimo.
Proteção da Relação de Trabalho
• Piso salarial: é aquele valor considerado como o mí-
nimo a ser pago por determinada empresa. Não deve
• Proteção contra a despedida arbitrária ou sem justa ser confundido com o salário mínimo profissional.
causa, a ser definida em lei complementar, que deve • Irredutibilidade do salário: não é possível ao em-
prever indenização compensatória, entre outros direitos: pregador diminuir o salário, salvo por meio acordo ou
atualmente, uma indenização compensatória imposta ao convenção coletiva de trabalho, que são acordos
empregador que promove a demissão arbitrária ou sem firmados entre o sindicato e o empregador ou entre o
justa causa é a multa de 40% sobre o saldo do FGTS do sindicato patronal e os sindicatos dos trabalhadores,
trabalhador, autorizada pelo art. 10 do ADCT. respectivamente.
• Seguro-desemprego, no caso de despedida involuntá- • Décimo terceiro salário.
ria do trabalhador. • Remuneração do trabalho noturno superior ao
• Aviso prévio proporcional, no mínimo de trinta dias, diurno. Para cumprir tal determinação a legislação
proporcional ao tempo de serviço, nos termos da lei. infraconstitucional prevê, além de um percentual a
• Proteção em face da automação: aevolução de ramos mais no salário daquele que trabalha no período
da ciência, tal qual a mecatrônica, pode levar a uma noturno, também uma redução na contagem da hora
demissão em massa (exemplo: uso de catracas ele- trabalhada, que se reduz a 52 minutos e 30 segundos.
trônicas em ônibus coletivos). Deve o Estado cuidar • Proteção contra a retenção dolosa do salário, cons-
para que os trabalhadores se preparem para as novas tituindo crime o não pagamento sem justificativa58.
tecnologias e não se tornem “obsoletos” no mercado Proíbem-se, assim, descontos no salário que não sejam
de trabalho. autorizados pelos trabalhadores. No caso de a empresa
estar passando por sérios problemas financeiros, o não
Prestações Pecuniárias pagamento do salário pode não ser doloso, e sim,
culposo, não constituindo, portanto, crime.
• Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, obri- • Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada
gatório aos trabalhadores. da remuneração, e participação na gestão da empre-
sa, conforme definido em lei, sendo que aparticipa- desse no acidente. As ações acidentárias atualmente são
ção na gestão tem um caráter excepcional59. julgadas na Justiça do Trabalho (art. 114 da CF).
• Salário-família, pago por cada dependente do traba-
lhador de baixa renda, nos termos da lei. Prescrição Trabalhista
• Remuneração das horas extras em pelo menos cin-
quenta por cento superior à hora normal60. A legisla- • A prescrição resulta da perda de uma pretensão em
ção, porém, pode determinar a aplicação de horaextra virtude da inércia de seu titular. O direito de ação, vi-
em percentual superior em casos específicos. sando ao recebimento de créditos trabalhistas, existe
• Remuneração paga em virtude do gozo de férias, desde que o empregado busque a proteção jurisdi-
correspondente a 1/3 (um terço) do salário normal, cional no prazo de cinco anos após o surgimento do
independentemente da remuneração ordinariamente direito reclamado, limitado tal prazo a dois anos após
devida no período. o término do contrato de trabalho. Anteriormente,
• Pagamento de adicional para as atividades penosas havia uma diferenciação para o prazo prescricional dos
(que exigem muitoesforço do trabalhador), insalubres trabalhadores rurais. Porém, com a Emenda Constitu-
(que oferecem risco à saúde do trabalhador) ou peri- cional nº 28/2000, o prazo passou a ser único para os
gosas (que apresentamrisco de morte ao trabalhador). trabalhadores urbanos e rurais.
Interessante notar que, no caso de morte do trabalha-
Jornada de Trabalho dor, se aplica apenas o prazo de cinco anos, sem se le-
var em conta o prazo de dois anos. Assim, a prescrição
• Jornada de trabalho não superior a oito horas diárias total dos direitos ocorrerá apenas cinco anos após a
de forma a não ultrapassar, no total, quarenta e quatro morte do trabalhador.
horas semanais. Por meio de acordo ou convenção
coletiva é possível a compensação de horários ou Vejamos alguns exemplos de prescrição.
redução de jornada.
O turno ininterrupto de revezamento, hipótese na
qual o empregado não desfruta do intervalo intrajor-
nada, exige jornada de trabalho máxima de seis horas,
salvo negociação coletiva61. O STF, no julgamento do
RE nº 205.815/RS firmou o entendimento de que o
fato de a empresa conceder intervalo para descanso
e refeição não descaracteriza o turno ininterrupto de
revezamento, com direito a jornada de seis horas,
prevista no art. 7º, XIV, da Constituição Federal.
• Repouso semanal remunerado. Tal repouso deve ser
concedido preferencialmente aos domingos.
• Férias anuais remuneradas, com o pagamento de um
adicional correspondente a 1/3 do salário normal,
conforme tratado anteriormente. Interessante notar
que, apesar de o direito de férias possuir fundamento Maioridade Trabalhista
constitucional, o período de gozo das férias não tem
cunho constitucional, sendo definido pela legislação. • Os menores de 18 anos não podem exercer trabalho
Assim, uma eventual redução do período de férias, noturno, perigoso ou insalubre62. Somente a legislação
visando à flexibilização das relações trabalhistas, no infraconstitucional restringe o exercício de atividade
ponto, sequer exigiria a edição de norma constitucio- penosa pelo menor, não havendo, portanto,previsão
nal, bastando uma reforma legislativa. constitucional. Os menores de 16 anos só podem tra-
balhar na condição de aprendiz, que é um contrato de
Proteção à Saúde do Trabalhador trabalho específico, o qual busca a profissionalização
do educando. Por fim, temos que os menores de 14
• Licença-gestante, com garantia de manutenção do anos não podem exercer nenhum trabalho.
emprego e do salário, pelo período de 120 (cento e
vinte) dias e licença-paternidade de acordo com o Em resumo, temos o seguinte quadro:
que a lei estabelecer, que é atualmente de cinco dias.
A licença-paternidade pode, sob determinados Menores de Menores de Menores de
aspectos, se afastar de uma literal medida de proteção 18 anos 16 anos 14 anos
à saúde do trabalhador. Sua manutenção neste tópico Proibição de trabalho Somente podem exer-
Não podem exercer
se faz sob o ponto de vista didático. noturno, perigoso ou cer trabalho na condi-
atividade laborativa.
• Redução dos riscos de acidentes de trabalho, utilizan- insalubre. ção de aprendiz.
do-se de medidas eficazes na prevenção de acidentes
e de doenças profissionais. Outros direitos
• Seguro contra acidentes de trabalho, que deverá ser
pago pelo empregador, sem que isso exclua a possibili- • Incentivo ao mercado de trabalho da mulher.
dade de suaresponsabilização civil quando houverculpa • Aposentadoria, desde que preenchidos os critérios
previstos na legislação.
• Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
nascimento até cinco anos de idade em creches e pré-
escolas.
Com a nova redação do art. 7º, parágrafo único, dada pela EC nº vínculo permanente e trabalhador avulso. Alguns desses não
72/2013, foram assegurados aos trabalhadores domésticos os são previstos, pois são incompatíveis com o vínculo domés-
seguintes direitos em total equiparação aos demais trabalhadores: tico, como a distribuição de lucros e o trabalhador avulso.
• salário mínimo; O rol de direitos aqui apresentado é meramente exem-
• irredutibilidade de salário; plificativo, sendo que outros podem ser previstos na própria
• garantia de salário mínimo a quem percebe remune- Constituição ou pela legislação infraconstitucional. Nesse
ração variável; sentido, o Supremo Tribunal Federal julgou constitucional o
• décimo terceiro salário; art. 118 da Lei nº 8.213/1991, que garante a manutenção do
• proteçãodosalário,constituintecrimesuaretençãodolosa; contrato de trabalho, em caso de acidente de trabalho, pelo
• jornada de trabalho não superior a 8 horas diárias e prazo mínimo de doze meses.
quarenta e quatro semanais;
• repouso semanal remunerado; Sindicatos
• hora extra; Em nosso País, é livre a associação profissional ou sin-
• férias anuais remuneradas; dical, constituindo uma importante forma de proteção dos
• licença à gestante; direitos sociais. Assim, seria inconstitucional a estipulação
• licença-paternidade; por meio da legislação de restrições à liberdade de criação
• aviso prévio proporcional; de sindicatos ou associação profissional. Isso não significa,
• redução dos riscos inerentes ao trabalho; porém, que não existam na Constituição inúmeras restri-
• aposentadoria; ções à sua atuação. O texto constitucional, por exemplo,
• reconhecimento das convenções e acordos coletivos estipula que somente é permitida a criação de uma única
de trabalho; organização sindical, para cada categoria profissional ou
• proibição de diferença de salários, de exercício de econômica, em cada base territorial, que nunca será inferior
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, à área de um Município. Não existe, portanto, concorrência
idade, cor ou estado civil; entre sindicatos, já que cada trabalhador estará vinculado a
• proibição de discriminação do trabalhador portador uma categoria, que, por sua vez, terá um único sindicato na
de deficiência; base territorial.
• proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a Os sindicatos não dependem de autorização do Estado
menores de dezoito e de qualquer trabalho amenores para sua fundação, porém a Constituição impõe que sejam
de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a registrados no órgão competente. Dispõem, assim, de direito
partir dos quatorze anos. de auto-organização, que impede a interferência e a inter-
venção estatal na organização sindical.
Outros direitos foram estendidos, porém com ressal- Além disso, cabe registro de que os trabalhadores tam-
vas. A Constituição define que os direitos a seguir devem bém são livres para decidir se serão ou não inscritos nos
ser conferidos às empregadas domésticas se atendidas as quadros do sindicato. Mesmo que não inscrito no sindicato,
condições estabelecidas em lei e observada asimplificação o trabalhador possui direito de ser protegido por essa ins-
do cumprimento das obrigações tributárias, decorrentes da tituição. A filiação ao sindicato pode trazer algumas prer-
relação de trabalho doméstico e suas peculiaridades. Em rogativas que não são previstas em lei como, por exemplo,
outras palavras, podemos dizer que são direitos que depen- a utilização de serviços assistenciais (clubes de recreação,
dem de regulamentação específica, que levará em conta as planos de saúde etc.), que são um atrativo àfiliação.
características e peculiaridades da relação doméstica, que é O objetivo do sindicato é a defesa dos interesses da
marcada por um grau de informalidade e pela simplicidade categoria, razão pela qual, por exemplo, é obrigatória a parti-
do empregador, que não possui tanto aparato econômico e cipação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.
burocrático quanto uma empresa. São eles: Essa defesa de direitos e interesses coletivos ou individuais da
• relação de emprego protegida contra a despedida ar- categoria envolve tanto questões judiciais quanto administra-
bitrária ou sem justa causa, inclusive com indenização tivas. Na defesa no âmbito judicial, os sindicatos exercem o
compensatória, dentre outros direitos; que se denomina direito de substituição processual, no qual
• seguro-desemprego, emcasode desempregoinvolun- se defende em nome próprio direito alheio. A substituição
tário; processual é feita sem a necessidade de autorização de seus
• fundo de garantia do tempo de serviço; filiados ou dos integrantes da categoria.
• remuneração do trabalho noturno superior à do diur- Quanto à substituição processual, cabe notar que se for-
no; maram duas correntes. A primeira entendia que os sindicatos
• salário-família; poderiam defender interesses coletivos (supraindividuais)
• assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o e individuais homogêneos, mas não teria a capacidade de
nascimento até cinco anos de idade, em creches e executar a sentença, papel que caberia individualmente aos
pré-escolas; beneficiados. A segunda corrente, mais ampliativa, defendiaa
• seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do em- possibilidade ampla de os sindicatosdefenderemos interesses
pregador, sem excluir a indenização no caso de dolo da categoria. No julgamento do RE nº 210.029-STF, a Supre-
ou culpa; ma Corte, em votação por maioria, definiu a prevalência em
• integração à previdência social. nosso País da segunda corrente, findando, assim, a discussão
a respeito da amplitude do art. 8º, III, da CF. De acordo com o
Continuaram sem previsão o piso salarial, a participa- Supremo Tribunal Federal, o art. 8º, III, da CF, assegura ampla
ção nos lucros, jornada reduzida para turnos ininterruptos, legitimidade ativa ad causam dos sindicatos como substitutos
proteção do mercado de trabalho da mulher, adicional por processuais das categorias que representam na defesa de di-
atividades penosas, insalubres ou perigosas, proteção em reitos e interesses coletivos ou individuais de seus integrantes.
face da automação, açãotrabalhista com prazo prescricional A contribuição confederativa/assistencial, destinada à
de cinco anos, proibição de distinção entre trabalho manual, manutenção do sistema confederativo, será fixada em
técnico ou intelectual e igualdade entre trabalhador com assembleia, tem incidência facultativa aos trabalhadores da
categoria e não se confunde com a contribuição sindical,
fixada em lei e de pagamento obrigatório por todos aqueles III – fundo de garantia do tempo de serviço;
que integram a categoria. IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unifica-
Os aposentados têm direito de votar e serem votados nas do, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às
organizações sindicais. A Carta Maior traz ainda aestabilida- de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
de sindical, que significa que o empregado sindicalizado não lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
pode ser dispensado a partir do registro da candidatura a reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
cargo de direção ou representaçãosindical e, se eleito, ainda sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se V – piso salarial proporcional à extensão e à complexi-
cometer falta grave. dade do trabalho65;
Por fim, note-se que as disposições constitucionais VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
acerca dos sindicatos também se aplicam à organização de convenção ou acordo coletivo66;
sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para
condições que a lei estabelecer. os que percebem remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração
Considerações Finais integral ou no valor da aposentadoria;
A Constituição Federal de 1988 assegura aostrabalha- IX – remuneração do trabalho noturno superior à do
dores o direito de greve63, que não deve, no entanto, ser diurno;
confundido com o direito de greve dos servidores públicos, X – proteção do salário na forma da lei, constituindo
o qual possui fundamento em norma de eficácia limitada, crime sua retenção dolosa;
prescrita no art. 37, VII, da Constituição Federal. XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada
Essaprerrogativa deverá ser utilizada segundo a vontade da remuneração, e, excepcionalmente, participação na ges-
dos trabalhadores, não sendo admitida a greve do empre- tão da empresa, conforme definido em lei;
gador, chamada lock out. Dessa forma, compete aos traba- XII – salário-família pago em razão do dependente do
lhadores decidir sobre a oportunidade de exercer o direito trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
de greve e os interesses que devam por meio dele defender. XIII – duração do trabalho normal não superior a oito
Aleidevedefinir os serviços ou atividades essenciais, dis- horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
pondo sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da compensação de horários e a redução da jornada, mediante
comunidade, bem comodeveprever penalidades paraocaso acordo ou convenção coletiva de trabalho;
de cometimento de abusos no exercício do direito de greve. XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em
Dispõe ainda o texto constitucional, que é assegurada a turnos ininterruptos de revezamento, salvonegociação
participação dos trabalhadores e dos empregadores nos coletiva;
colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente
profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão aos domingos67;
e deliberação. XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no
Finalizando o rol do Capítulo II do Título II, dispõe o texto mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
constitucional que é assegurada, nas empresas com mais de XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo me-
duzentos empregados, a eleição de um representante dos nos, um terço a mais do que o salário normal;
trabalhadores com a finalidade exclusiva de promover o XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
entendimento direto com os empregadores. Seria assim, salário, com a duração de cento e vinte dias;
um verdadeiro representante eleito pelos empregados para XIX – licença‑ paternidade, nos termos fixados em lei68;
a defesa de seus direitos junto ao empregador. Cabe ressal- XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, me-
var que isso não retira a obrigatoriedade da intervenção do diante incentivos específicos, nos termos da lei;
sindicato nas negociações coletivas de trabalho. XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei69;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio
Dispositivos Constitucionais de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades pe-
TÍTULO II nosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS XXIV – aposentadoria;
............................................................................................. XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes
CAPÍTULO II desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches
Dos Direitos Sociais e pré‑ escolas70;
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos cole-
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimen- tivos de trabalho;
tação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
assistênciaaosdesamparados,naforma destaConstituição.(Re- empregador, sem excluir a indenização a que este está
dação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 15/9/2015) obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações
além de outros que visem à melhoria de sua condição social: de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
I – relação de emprego protegida contra despedida trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei comple- após a extinção do contrato de trabalho;
mentar, que preverá indenização compensatória, dentre
outros direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego in-
voluntário64;
a) e b) (Revogadas pela Emenda Constitucional nº 28, Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores
de 25/5/2000) e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, de discussão e deliberação.
cor ou estado civil; Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados,
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante é assegurada a eleição de um representante destes com a
a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto
deficiência; com os empregadores.
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual,
técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; Nacionalidade
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou
insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a Nacionalidade é o laço de caráter político e jurídico que
menores de dezesseis anos, salvo na condição deaprendiz, liga um indivíduo a um determinado Estado, de forma a
a partir de quatorze anos; qualificá-lo como parte integrante do povo. Esse laço traz em
XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com si muitos direitos e muitos deveres àqueles que se enquadram
vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. nos requisitos necessários àaquisição de uma nacionalidade.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos traba-
lhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, Origem da Nacionalidade
VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI,
XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas A nacionalidade pode ser adquirida por um critério terri-
em lei e observada a simplificação do cumprimento das torial ou por critério hereditário. No primeiro caso, trata-se
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes do ius soli, hipótese na qualse adquire uma nacionalidade em
da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos virtude do nascimento dentro do território de determinado
nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua in- Estado. Por outro lado, a aquisição de uma nacionalidade
tegração à previdência social. (Redação dada pela Emenda pode decorrer da nacionalidade dos pais do indivíduo, caso
Constitucional nº 72, de 2013) em que teremos um direito transferido de maneira consan-
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, ob- guínea, hereditária,o que a doutrina denomina iussanguinis.
servado o seguinte: Na maioria dos países, os critérios utilizados para a con-
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a cessão do vínculo da nacionalidade combinam os critérios
fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão consanguíneo e territorial, como no caso do Brasil, que
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a veremos à frente.
intervenção na organização sindical; Cabe notar que o Direito Constitucional tem um caráter
II – é vedada a criação de mais de uma organização histórico muitomarcante, decorrente da evolução gradativa
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria pro- nos negócios do Estado. Dessa maneira, conseguimos per-
fissional ou econômica, na mesma base territorial, que será ceber fatores históricos que influenciam demasiadamente
definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, na adoção dos critérios de nacionalidade. Por exemplo, em
não podendo ser inferior à área de um Município; países que tiveram forte movimento emigratório ou que
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses apresentam baixa densidade demográfica, percebe-se uma
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões tendência à adoção do critério do ius sanguinis (ex.: Itália e
judiciais ou administrativas; Japão). Em outros, porém, que recebem um grande
IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se contingente de imigrantes ou que possuem alta densidade
tratando de categoria profissional, será descontada em folha, demográfica, nota-se que o critério do ius soli ganha mais
para custeio do sistema confederativo darepresentação sindical força (ex.: Estados Unidos da América).
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se Espécies de Nacionalidade
filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas Destacam-se duas espécies de nacionalidade: a primária
negociações coletivas de trabalho71; e a secundária. A primária ou originária é aquela que resulta
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado do nascimento, por mais que o reconhecimento somente
nas organizações sindicais; ocorra posteriormente. Em nosso país denominamos bra-
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a sileiro nato aquele que possui esse tipo de nacionalidade.
partir do registro da candidatura a cargo de direção ou A nacionalidade secundária, derivada ou adquirida, se forma
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até após o nascimento do indivíduo, caso em que brasileiros são
um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave denominados naturalizados.
nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigoaplicam-se à Polipátridas e Apátridas
organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores,
atendidas as condições que a lei estabelecer. É possível que uma pessoa possua mais de uma nacio-
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos nalidade. Trata-se do polipátrida, indivíduo que adquire,
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e de forma primária ou de forma secundária, nacionalidades
sobre os interesses que devam por meio dele defender. diversas, mantendo-as72. No caso do Brasil, as hipóteses de
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e dupla (ou múltipla) nacionalidade estão prevista no art. 12,
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis § 4º, II, que estudaremos a seguir.
da comunidade. Por sua vez, os apátridas, também chamados heimatlos,
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às não possuem qualquer nacionalidade. Talsituação ocorrerá,
penas da lei. por exemplo, no caso de os pais possuírem a nacionalidade
72
de um país que adota exclusivamente o critério do ius soli e Segundo o Supremo Tribunal Federal, a opção pela na-
teremseu filho em um país que apenas aceitao ius sanguinis. cionalidade tem caráter personalíssimo (só pode ser exercida
A criança não possuirá a nacionalidade do país de origem pelo titular do direito), só podendo ser exercida quando o
de seus pais nem a nacionalidade do país em que nasceu. indivíduo adquirir a capacidade civil, ou seja, o menor não
O art. 15 da Declaração Universal dos Direitos Humanos pode ser representado ou assistido pelos pais para exercer
estatui que todos têm direito a uma nacionalidade e proíbe a opção. Assim sendo, depois de atingir a maioridade civil,
que as pessoas sejam privadas de sua nacionalidade ou que a opção passa a ser condição suspensiva da nacionalidade
sejam obrigados a mudar a nacionalidade de formaarbitrária. brasileira, isto é, o direito só vale a partir do implemento da
condição. O menor, antes da opção, é, portanto, brasileiro
Formas de Aquisição de Nacionalidade no Brasil nato, sendo que, após a maioridade, a opção passa a cons-
tituir condição para a continuidade do vínculo do indivíduo
Primária (brasileiros natos) com o Brasil. A necessidade da maioridade para a realiza-
A Constituição brasileira denominou natos aqueles bra- ção da opção foi positivada pela Emenda Constitucional
sileiros que adquirem a nacionalidade primária. A naciona- nº 54/2007, que inseriu, ainda, a possibilidade de registro
lidade primária pode ser estabelecida pelo ius soli (critério em repartição brasileira no exterior.
territorial), que é aquele determinado pelo local de nasci-
mento, ou pelo ius sanguinis (critério hereditário), quando Secundária
a aquisição se dá pela ascendência, ou seja, pelo sangue73. Existem duas formas de se adquirir a nacionalidade
No Brasil os critérios de ius soli e ius sanguinis foram brasileira, que estão previstas na Constituição Federal. Há
adotados de forma mesclada, de tal maneira que diversas outras hipóteses de naturalização, que são previstas em lei,
hipóteses descritas no texto constitucional envolvem ques- mas não possuem cunho constitucional, estando afetas à
tões territoriais e hereditárias ao mesmo tempo. matéria Direito Internacional Público. Deixaremos de tratar
das hipóteses legais, referindo-nos apenas às hipóteses
São brasileiros natos: previstas expressamente no texto constitucional.
1º caso: São brasileiros naturalizados:
• nascidos no Brasil;
1º Caso (naturalização ordinária)
• excetuando-se os filhos de pais estrangeiros a serviço
• ser um estrangeiro originário de país de língua por-
de seu país de origem.
tuguesa;
2º caso:
• nascidos no estrangeiro, filho de pai ou mãe brasilei- • residir há pelo menos um ano, sem interrupção, no
ro (não importa se nato ou naturalizado), a serviço Brasil;
do Brasil74. Por exemplo, o filho de uma diplomata • possuir idoneidade moral, ou seja, ter uma conduta
brasileira a serviço do Brasil em Cuba. A utilização do moralmente correta perante a sociedade.77
termo ou deixa claro que basta que um dos genitores 2º Caso (naturalização extraordinária)
esteja na situação descrita para que o filho receba a • ser estrangeiro, de qualquer nacionalidade;
nacionalidade brasileira. • residir no Brasil há pelo menos quinze anos, sem
Ex.: conforme disposição da CF, será brasileiro nato interrupção;
o filho, nascido em Paris, de mulher alemã e de em- • não possuir condenação penal;
baixador brasileiro que esteja a serviço do governo • requerer a naturalização.78
brasileiro naquela cidade quando do nascimento do
filho.75 O primeiro caso de naturalização depende de um ato
3º caso: discricionário do Presidente da República, enquanto o se-
• nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiros, gundo caso configura um direito subjetivo do estrangeiro,
desde que: ficando o Estado brasileiro obrigado aconcedê-la casotodos
– sejam registrados em repartição brasileira compe- os requisitos estejam preenchidos. A concessão da naturali-
tente; ou zação, portanto, não está sujeita a juízo de conveniência da
– venham a residir na República Federativa do Brasil e administração, sendo um ato vinculado.
optem, em qualquer tempo, após atingida amaiorida- Importante lembrar que a naturalização sempre depen-
de, pela nacionalidade brasileira. A jurisprudência do derá de requerimento do estrangeiro, não existindo mais
STF diz que, nesse caso, a nacionalidade é primária, previsão para a naturalização automática, como a grande
pois existe desde o nascimento, ficandoapenas sujeita naturalização que ocorreu no governo provisório do marechal
a uma condição para o seu implemento. Deodoro da Fonseca (1889-1891).
O STF decidiu que o requerimento de naturalização
A título de exemplo: Eulina, nascida em 18 de novembro possui caráter meramente declaratório. O que isso traz de
de 2011 no Brasil, é filha de cidadão espanhol e decidadã efeito prático? Na prática, isso leva ao entendimento de que
croata que estavam passando suas férias em passeio turís- os efeitos da naturalização retroagem à data da solicitação.
tico no Piauí. Carmem, nascida em 22 de fevereiro de 2012 Assim, um estrangeiro que possua os 15 anos de residência
na Grécia, é filha de cidadãos brasileiros que estavam a ininterrupta e não tenha sido condenado criminalmente,
serviço da República Federativa do Brasil no mencionado nos termos do art. 12, II, b, da CF, poderá ser investido em
país. Neste caso, Eulina e Carmem são brasileiras natas76. um cargo público, mesmo que sua posse tenha ocorrido
antes da naturalização, desde que ele já tenha solicitado a
nacionalidade brasileira.
• adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos emque
Observação: aos portugueses residentes no Brasil é admitida a dupla nacionalidade:
podem ser atribuídos os mesmos direitos reservados – concessão de nacionalidade estrangeira de forma
aos brasileiros naturalizados107. Tal instituto, chamado originária pela lei estrangeira, ou seja, o brasileiro não
de quase nacionalidade (a ser estudado a seguir), não tenha optado por adquiri-la. Ainda que o brasileiro se
pode ser confundido com a naturalizaçãoordinária. esforce por reconhecer essa nacionalidade, esse reco-
nhecimento não pode ser confundido com pedido de
Quase Nacionalidade naturalização, já que se trata de nacionalidade originá-
ria. Talsituação é muito comum com os descendentes
É possível que os portugueses possuam todas as prerro- de italianos, caso em que a nacionalidade italiana é
gativas dos brasileiros naturalizados, casoem que teremos a concedida pelo critério do ius sanguinis, tornando o
figura do português equiparado. Paraobter um certificado de brasileiro um polipátrida.
equiparação, é necessário que o português venha a residir – exigência da aquisição da nacionalidade estrangeira
no Brasil e que haja reciprocidade em relação aos brasileiros para que o brasileiro exerça seus direitos civis no país
que venham a residir em Portugal. Não há, como se pode estrangeiro, ou para que permaneça no território desse
perceber, um prazo mínimo de residência e sequer critérios país.
quanto à índole do português que requer a naturalização.
Cabe ressaltar que a quase nacionalidade não é concedida Dispositivos Constitucionais
a todos aqueles que sejam oriundos de países que adotem
o idioma português como língua oficial, mas apenas àqueles TÍTULO II
que sejam oriundos da República de Portugal. DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Nesse caso, não teremos um português naturalizado .............................................................................................
brasileiro, mas sim, um português que, mesmo sem se natu- CAPÍTULO III
ralizar, possui todos os direitos que são conferidos aos brasi- Da Nacionalidade
leiros naturalizados, bastando um certificado de equiparação.
Art. 12. São brasileiros:
Distinções entre Natos e Naturalizados I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda
Não poderá haver distinções entre brasileiros natos e na- que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a
turalizados, salvo nos casos previstos na Constituição, a saber: serviço de seu país84;
• possibilidade de extradição apenas dos brasileiros b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
naturalizados (art. 5º, LI, da CF); brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
• restrições quanto à propriedade de empresas de República Federativa do Brasil;
comunicação social para os brasileiros naturalizados, c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
consistente na exigência de um mínimo de dez anos brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasi-
de naturalização (art. 222 da CF); leira competente ou venham a residir na República Federativa
• previsão de cargos privativos de brasileiros natos do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
(art. 12, § 3º, da CF). maioridade, pela nacionalidade brasileira;
II – naturalizados:
São cargos privativos, ou seja, reservados apenas aos a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
brasileiros natos: brasileira, exigidas aos originários de países de língua
• Presidente e Vice-Presidente da República80; portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
• Presidente da Câmara dos Deputados81; idoneidade moral;
• Presidente do Senado Federal; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes
• Ministro do Supremo Tribunal Federal82; na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
• Carreira diplomática; ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram
• Oficial das Forças Armadas83; a nacionalidade brasileira.
• Ministro de Estado daDefesa; § 1º Aos portugueses com residência permanente no
• Membros do Conselho da República (art. 89, VII), que País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão
define a existência de seis brasileiros natos a serem atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
indicados para esse Conselho. previstos nesta Constituição.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasi-
Perda da Nacionalidade leiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta
Constituição.
Perderá a nacionalidade o brasileiro que: § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
• tiver contra si sentençajudicial que cancele a naturali- I – de Presidente e Vice-Presidente daRepública;
zação, por haver o brasileiro cometido atividade nociva II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
ao interesse nacional (não alcança os natos). III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas;
VII – de Ministro de Estado da Defesa.
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasi-
leiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judi-
cial, em virtude de atividade nociva ao interessenacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: descentralização política, com pluralidade de entes políticos.
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela Não quer dizer que há um ente hierarquicamente superior
lei estrangeira; em face dos demais, mas, simplesmente, repartição de
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, competências, dentro dos limites traçados pela Constituição
ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição Federal.
para permanência em seu território ou para o exercício de Esses entes autônomos são dotados de auto-organização
direitos civis. e normatização própria, ou seja, Legislativo próprio e estru-
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da Repú- tura organizacional do Poder Executivo.
blica Federativa do Brasil. No Federalismo clássico, ou dual, a repartição do poder
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a é rigidamente dividida entre a União (Poder Central) e os
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. Estados (Poder Regional). No Federalismocontemporâneo,
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pode- ou cooperativo, as entidades federativas compartilham par-
rão ter símbolos próprios. cela das respectivas competências. No Brasil, o federalismo
apresenta-se de forma peculiar, posto ser tricotômico, ou
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO seja, engloba três unidades federativas: a União (Poder
Central), os Estados (Poder Regional), o Distrito Federal e os
Municípios (Poder local).
Da Organização Político-Administrativa A República Federativa do Brasil, portanto, tem sua
organização político-administrativa composta pela União,
Os Estados, enquanto agrupamentos humanos,estabe- os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo como
lecidos em um certo território e sob um Poder Soberano, capital federal Brasília.
podem ser divididos em Unitários e Compostos. São Unitá- Segundo a CF, a capital federal não é um enteautônomo
rios os Estados em que há apenas um ente com capacidade da Federação85.
política no território, emboraseadmita sua descentralização Pode-se sistematizar os entes políticos da seguinte forma:
administrativa. Já os Estados Compostos são aqueles que • União: pessoa jurídica de direito público, sob uma
comportam mais de um ente político, distinguindo-se entre
perspectiva interna, relativa às demais unidades federadas,
Federados e Confederados, em razão do grau de autonomia
e uma visão externa, em face dos Estados estrangeiros. In-
dos entes que os integram.
ternamente, a União não apresenta nenhuma hierarquia ou
As diferenças principais entre as ditas modalidades de vantagem com os demais entes federativos, com igualdade
Estados Compostos são as seguintes:
de deveres e prerrogativas. No âmbito externo, a União re-
• instrumento que perfaz o vínculo: a federação é presenta a República Federativa do Brasil, como se fosse um
formada por uma Constituição, enquanto a confederação é
Estado unitário, já que o direito internacional não reconhece
formada por um tratado internacional;
a personalidade jurídica dos Estados-membros e Municípios
• (in)dissolubilidade do vínculo: enquanto na federação
naquele âmbito.
é vedado o direito de separação(secessão), esteé plenamen-
• Estados federados: são pessoas jurídicas de direito
te acolhido na confederação;
público como regiões autônomas, sem soberania, mas mera
• na federação, os entes abrem mão de sua soberania,
autonomia. Deve ser destacado que entre os Estados e a
ou seja, de sua independência interna e externa, em favor
União não há hierarquia, um não é superior ao outro como
do poder central para, juntando-se aos demais, cada um
costuma-se pensar na visão de um leigo, estando, portanto,
preservar parcela de seu poder sob a forma de autonomia. Já
no mesmo nível jurídico. A autonomia pode sercaracterizada
na confederação, os entes que a constituem são soberanos.
pelo poder de auto-organização, autogoverno, autoadmi-
Destaca-se que o poder autônomo, ao contrário do soberano,
nistração e autolegislação, da qual decorre a autonomia
fica limitado a um outro poder superior, como ocorre no
Brasil, com os Municípios e os Estados-membros em relação tributária, financeira e orçamentária, todos definidos pela
à nossa República Federativa. Constituição.
A forma federativa de Estado tem sua origem nos EUA, – auto-organização e autolegislação: atribuição que tem
com a Constituição de 1787. Visando ao fortalecimento o Estado-membro de elaborar sua própria constituição e sua
contra as frequentes ofensivas britânicas, cada um dos legislação, delineando os contornos da organização política,
treze Estados Norte-Americanos cedeu sua soberania para por exemplo, quando a constituição de um Estado-membro
um órgão central, responsável pela unificação, formando os cria uma Secretaria de Industrialização definindo e estimu-
Estados Unidos da América, como forma de fortalecer-se lando polos industriais;
contra as frequentes ofensivas britânicas. Ou seja, passou-se – autogoverno: significa a atribuição à sociedade local
de uma Confederação à Federação, em um movimento, de eleger seus próprios representantes;
chamado pela doutrina, de centrípeto (por agregação), de – autoadministração: capacidade de organizar a forma
fora para dentro, em que os Estados cedem parcela de sua em que serão prestados seus serviços, instituindo seus órgãos
soberania. Em contraposição, denomina-se o movimento e repartições, ao tempo em que delimita as atribuições de
centrífugo quando o Estado principal transfere aos entes seus agentes públicos;
menores certo nível de autonomia. – autonomia financeira e orçamentária: os Estados-mem-
É nesse panorama, de Estados Federados, que se en- bros possuem fontes de arrecadação próprias, as quais ga-
quadra a República Federativa do Brasil, em que, como dito, rantem sua manutenção, com a competência de elaborar leis
um ente federado principal guarda soberania, enquanto as orçamentárias próprias, prevendo suas receitas e despesas.
unidades federadas são autônomas entre si, conforme as • Municípios: a Constituição Federal de 1988, inovadora-
regras previstas constitucionalmente, inclusive quanto aos mente, considerou os Municípios comocomponentes da es-
limites de competência material e legislativa. trutura federativa. Os municípios, que antes faziam parte dos
Isso significa que as unidades federadas são autônomas, Estados, passam a possuir autonomia política, administrativa
mas não soberanas, ou seja, possuem capacidade política e financeira, em moldes similares ao dos Estados-membros.
(elaboração de suas próprias leis pelo Poder Legislativo
próprio) sem, contudo, terem independência. É a chamada
• Distrito Federal: antes considerado uma mera descen- Dispositivos Constitucionais
tralização territorial, a Constituição Federal de 1988 elevou-o
à qualidade de pessoa política, integrante da federação, TÍTULO III
detentor de auto-organização, autogoverno, autolegislação DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
e autoadministração, embora sofra certas limitações (como a
organização e manutenção, pela União, do Poder Judiciário, CAPÍTULO I
do Ministério Público, das Polícias Civil e Militar, além do Da Organização Político-Administrativa
Corpo de Bombeiros Militar). A competência legislativa do
DF abrange as atribuídas aos Estados e Municípios: o Poder Art. 18. A organização político-administrativa da Repú-
Legislativo é exercido pela Câmara Legislativa (espécie de blica Federativa do Brasil compreende a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos
mistura entre Câmara Municipal e Assembleia Legislativa);
termos desta Constituição88.
o Poder Executivo, pelo governador. O Poder Judiciário do
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
DF, assim como do Ministério Público do Distrito Federal e § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua
dos Territórios, faz parte dos respectivos entes da União. Há criação, transformação em Estado ou reintegração ao
ainda a peculiaridade de não poder ser o Distrito Federal Estado de origem serão reguladas em lei complementar89.
dividido em municípios. § 3º Os Estados podem incorporar‑ se entre si, subdivi-
• Territórios: são descentralizações administrativas dir‑ se ou desmembrar‑ se para se anexarem a outros, ou
ligadas à União. Não são pessoas políticas, possuindo ape- formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante
nas capacidade administrativa. Não integram a federação. aprovação da população diretamente interessada, através de
A CF/1988 transformou os territórios até então existentes plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar90.
em Estados, à exceção de Fernando de Noronha, que foi § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmem-
reincorporado a Pernambuco. bramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro
A Constituição Federal de 1988 admitiu a incorporação do período determinado por Lei Complementar Federal,
entre estados, sua subdivisão ou até seu desmembramento e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às
para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos
Territórios Federais, dependendo, para tanto, de plebiscito Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados
da população diretamente interessada, e de Lei Comple- na forma da lei.
mentar a ser elaborada pelo Congresso Nacional86. Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Fede-
A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento ral e aos Municípios:
de Municípios, por sua vez, são estabelecidos mediante lei I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencio-
estadual, dentro do período determinado por lei comple- ná‑ los, embaraçar‑ lhes o funcionamento ou manter com
mentar federal, dependendo de consulta prévia, mediante eles ou seus representantes relações de dependência ou
plebiscito, à população diretamente interessada, após divul- aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de
gação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e interesse público91;
publicados na forma da lei. II – recusar fé aos documentos públicos92;
III – criar distinções entre brasileiros ou preferências
A título de exemplo: no ano de 2010, realizou‑ se no
entre si93.
Município de Porto Velho, em Rondônia, uma consulta
plebiscitária sobre a criação do Município de Extrema de
Rondônia, na região então conhecida como Ponta do ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Abunã, que abrange quatro distritos da capital do Estado.
A legislação brasileira ordenou a administração pública
O resultado do plebiscito foi favorável à criação do novo
em direta e indireta.
Município. Considerada a disciplina constitucional da ma-
Administração pública direta: é formada pela União,
téria, devem ter sido divulgados Estudos de Viabilidade
Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios.
Municipal, apresentados e publicados na forma da lei, Administração pública indireta: é formada pelas au-
antes da realização do plebiscito, devendo a criação ser tarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
feita por lei estadual, dentro do período determinado por economia mista.
Lei Complementar Federal.87 A administração pública direta corresponde à entidade
A Constituição Federal de 1988 ao passo em que esta- política (unidade-federada) centralizada, já a administração
beleceu a estrutura e funcionamento dos entes federados, pública indireta compõe-se das entidades descentralizadas.
retirou-lhes certa autonomia no que tange à vedação aos en- A Constituição Federal estabeleceu cinco princípios
tes federados de estabelecerem cultos religiosos ou criarem expressos (não significa que outros não existam) a serem
igrejas, subvencioná-los, ou embaraçar-lhes ofuncionamen- obedecidos pela administração pública. São eles: legalida-
to, ou ainda, manter relações de dependência ou qualquer de, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
tipo de aliança, salvo, na forma da lei, de colaboração de (L.I.M.P.E).
interesse público. Também proibiu o estabelecimento de
distinções entre brasileiros ou preferências entresi. Atenção! Os concursos costumam trocar os princípios
Em síntese: especificou, no âmbito orgânico da ad- acima, como impessoalidade por isonomia. Mas é preciso
ministração pública brasileira, o princípio do Estado laico ficar atento, pois, embora possuam conceitos muito próxi-
(leigo), em que o Estado não se confunde com a Igreja, e mos, às vezes, a questão exige a literalidade do dispositivo.
ainda o princípio da igualdade ao se referir à indispensável
necessidade de tratamento isonômico entre brasileiros que
se apresentem nas mesmas condições.
Vejamos o conceito de cada um: • Moralidade: o agente público deve atuar com hones-
• Legalidade: a noção de legalidade para a administração tidade, lealdade, retidão, integridade, boa-fé, norteando-se
pública pode ser bem resumida na expressão usada pelo pelos princípios éticos e morais. A aplicação do princípio da
direito administrativo: o particular pode fazer tudo aquilo moralidade ao agente público deve ser revestida de boa
que não estiver vedado em lei, enquanto a administração administração (bom administrador), buscando asmelhores
condutas gerenciais.
pública somente pode fazer o que determina o ordenamen-
O princípio da moralidade administrativa, que deve
to jurídico. Isso não significa que os cidadãos não estejam reger a atuação do poder público, confere substância e dá
submetidos à imperatividade das normas, pelo contrário, expressão a uma pauta de valores éticos sobre os quais se
ambos – Estado e sociedade – estão sob a sujeição da Cons- funda a ordem jurídica do Estado. Nesse contexto, a inobser-
tituição e das leis infraconstitucionais. Contudo, o Estado tem vância do referido princípio pode configurar improbidade
rigidamente controlada sua conduta de administrar, desde administrativa e acarretar, para o agente público, a sus-
o Presidente da República até o mais modesto servidor. É pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
uma forma de preservar o patrimônio público ao impor indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem
procedimentos de atuação. prejuízo da ação penal cabível, se sua conduta configurar,
O agente público tem o poder-dever de agir conforme o também, a prática de ato tipificado como crime.94
ordenamento jurídico. A moralidade na administração pública deve ser vista
Essa distinção é chamada por Hely Lopes Meirelles de cri- não só sobre o resultado, mas no procedimento realizado
tério de subordinação à lei (o agente público somente pode para alcançá-lo.
fazer o que a lei determina) e critério de não contradição à
lei (o particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe). • Publicidade: o agente público deve agir com transpa-
rência, fazendo com que os administrados (cidadãos) tomem
conhecimento (ciência/informação) dos atos praticados.
Cuidado! Pelo princípio da legalidade, a conduta do agente Como exemplos, podem ser citados: o oferecimento de
público não precisa estar descrita totalmente na lei. É o certidões quando requeridas; a publicação dos contratos
que acontece nos atos discricionários, em que a lei confere celebrados pela administração pública na Imprensa Oficial,
certa margem de liberdade de atuação, segundo um juízo dentre outros meios.
de conveniência e oportunidade do agente público, obser- Esse princípio representa uma forma de tornar possível
vados os parâmetros fixados no ordenamento jurídico. a fiscalização dos atos (e contratos) públicos pela sociedade
Exemplo: quando o município concede permissão de uso e órgãos oficiais de controle, assim como uma forma de se
de bem público para que seja realizada uma festa de bairro. exigir da sociedade e do Estado o cumprimento dos co-
mandos administrativos, já que, após a publicidade, não há
Caso o agente público venha a desrespeitar o princípio justificativa para alegação de desconhecimento da existência de
da legalidade, estará sujeito à responsabilidade disciplinar determinado ato administrativo.
(administrativa), civil e criminal, conforme o caso. Em curtas palavras, o dinheiro público é do povo, que tem
A doutrina faz uma distinção decorrente do princípio da direito a saber o que estásendo feitocom as verbas públicas.
legalidade.
– princípio da legalidade em sentido estrito: nos termos Atenção! O princípio da publicidade pode sofrer exceções,
explicados acima; considerando que os princípios, de uma maneira geral, não
são rígidos em sua aplicação. A doutrina aponta a situação
– princípio da reserva de lei: quando a Constituição faz
na qual o direito à informação sobre atos administrativos
referência à determinada matéria que venha a ser re- pode acarretar insegurança nacional. Por isso, deve haver
gulamentada por certa espécie legislativa, ou seja, oassunto uma ponderação de interesses: informação x segurança.
X deve ser tratado por meio de lei ordinária, ou que o tema Mas, a regra é de publicidade dos atos públicos.
Y deve ser abordado por meio de lei complementar.
• Impessoalidade: por este princípio, o agente público • Eficiência: este princípio foi incorporado via emenda
deve conduzir suas atividades de forma genérica e abstrata, constitucional (EC nº 19/1998). Significa agilidade, sem
sem visar interesses pessoais próprios ou de terceiros. Ou desperdício de dinheiro público, ao tempo em que venha
seja, a administração pública não pode agir com o intuito de atender ao interesse do bem comum. Deve ser visto como
qualidade no serviço público, ou seja, celeridade com resul-
beneficiar ou prejudicar pessoas ou grupos. A impessoalida-
tado satisfatório.
de representa o interesse público, e a pessoalidade significa O administrador deve obter um bom resultado, com o
o interesse particular (subjetivo). menor custo possível.
Nada impede, contudo, que em determinadas situa-
ções o interesse público também represente um interesse Observações:
particular, como ocorre, por exemplo, nos casos de contratos a) Os atos que venham a violar os princípios norteadores
entre particulares e administração pública para realização da administração pública podem caracterizar improbidade
de uma obra. O que não pode acontecer, nesse exemplo, é administrativa. Importarão como penalidades: a suspen-
eleger uma empresa (particular) sem a licitação necessária são dos direitos políticos, a perda da função pública, a
– concorrência pública. indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
Atenção! O fato de haver políticas públicas voltadas para o ação penal cabível.
desenvolvimento de determinado setor econômico, ou b) Os cidadãos, usuários dos serviços públicos, têm o
mesmo políticas públicas sociais direcionadas para certas direito de reclamar indenização das pessoas jurídicas de
regiões, não significa, necessariamente, violação ao princípio direito público e das de direito privado prestadoras de
da impessoalidade, pois se estiver em consonância com o serviços públicos, pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem, assegurado o direito de regresso
princípio da igualdade (isonomia) – tratar os iguais de forma contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
igualitária e os desiguais de formadesigual na medida de sua
desigualdade – não haverá afronta à norma constitucional.
Estrutura da Administração Pública da proposta, nos termos da lei. A licitação exigirá somente
a qualificação técnica e econômica indispensáveis àgarantia
do cumprimento das obrigações.
Administração Pública direta: União, Estados-Membros,
A licitação corresponde ao processo de concorrência para
Distrito Federal e Municípios.
que a administração pública realize, de forma impessoal, a
contratação de obras, serviços, compras e alienações.
A Administração Pública direta foi objeto de estudo no A administração pública não pode se valer da publicidade
capítulo pertinente à organização político-administrativa. de seus atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos, constando nomes, símbolos ou imagens que
Administração Pública indireta: Autarquias, Fundações, caracterizem promoção pessoal de autoridade e servidores
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. públicos. A publicidade deve ter caráter educativo, informa-
tivo ou de orientação social.
• Autarquias: segundo Maria Sylvia Di Pietro, é a pessoa A Constituição prevê que a administração pública direta
jurídica de direito público, criada por meio de lei, com aptidão e indireta venha a oferecer condições, regulamentadas por
de autoadministração, para o desempenho de serviço público lei, para a participação do usuário (cidadão), especialmente:
descentralizado, mediante controle administrativo exercido • reclamações relativas à prestação de serviços públicos
nos limites da lei. Um exemplo é o Instituto Nacional do em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendi-
Seguro Social – INSS; ou o Instituto Nacional de Colonização mento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna,
e Reforma Agrária – INCRA. da qualidade dos serviços;
• acesso dos usuários a registros administrativos e às
• Fundações: podem ser de direito privado ou de direito informações sobre atos de governo, observado o disposto
público. As fundações de direito privado são entes dotados no art. 5º, X e XXXIII;
de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucra- • disciplina da representação contra o exercício negligen-
tivos, com patrimônio próprio. Têm o intuito de desenvolver te ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração
atividades em que não seja necessária a execução por órgão pública.
ou entidade de direito público. Como exemplo, temos a
Fundação Roberto Marinho. As fundações também podem SERVIDORES PÚBLICOS
ostentar naturezajurídica de direito público, assemelhando-
-se às autarquias. Um exemplo é a Fundação Universidade Regime Jurídico
de Brasília.
A denominação “servidores públicos” atende, de forma
• Empresas públicas: possuem personalidade jurídica estrita, àqueles que se vinculam à administração pública por
de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclu- uma relação estatutária. As empresas públicas e as socie-
sivamente público. São criadas para exploração de atividade dades de economia mista, que se enquadram no conceito
econômica ou prestação de serviço, em razão da necessária de administração indireta, podem contratar por vínculo
intervenção do poder público, principalmente como forma trabalhista aqueles que virão a cumprir suas funções, que
de fomentar determinado setor. Como exemplo, pode-se são denominados empregados públicos.
citar a Caixa Econômica Federal e a Empresa Brasileira de A Emenda Constitucional nº 19, de 1998, excluiu do art.
Correios e Telégrafos. 39 da Constituição Federal a previsão de regime jurídico único
de contratação, que era obrigatório para os entes da adminis-
• Sociedades de economia mista: assim como as empresas tração direta, fundações e autarquias. Dessa forma, ficavam
públicas, possuem personalidade jurídica de direitoprivado, autorizados a contratar com base na Consolidação das Leis do
tendo como objetivo a exploração de atividade econômica, Trabalho – CLT. Contudo, foi identificado um vício formal na
sob a forma de sociedade anônima. Constitui-se por parte emenda, que teria recebidovotos favoráveis de número insu-
do capital público e parte do capital privado, ou seja, colabo- ficiente de parlamentares, inferior ao quórum constitucional
ração do Estado e do particular. Pode-se citar como exemplo a (três quintos). Assim, o Supremo Tribunal Federal considerou,
Petrobras (Petróleo Brasileiro S.A) e o Banco doBrasil S.A. cautelarmente, inconstitucional a alteração do caput do art.
39 da Constituição Federal, o que gerou o retorno da obriga-
Segundo a Constituição, somente por lei específica pode- toriedade de contratação exclusivamente por meio do regime
rá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa jurídico único – no âmbito federal, é regulamentado pela Lei
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, nº 8.112/1990.
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as
áreas de sua atuação. Investidura na Administração Pública

• Autarquia: lei específica cria a autarquia. Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
• Empresas públicas, sociedade de economia mista e aos brasileiros e estrangeiros, nos termos da lei, depen-
fundação: lei específica autoriza a criação dessas dendo, como regra, de aprovação em concurso público de
entidades. provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, salvo as nomeações
Depende de autorização legislativa, em cada caso, a para cargo em comissão declarado por lei como de livre
criação de subsidiárias das entidades mencionadas ante- nomeação e exoneração.
riormente, assim como a participação de qualquer delas em Portanto, é exceção à regra do concurso público o provi-
empresa privada. mento para os cargos em comissão e de confiança, os quais
A Administração Pública direta e indireta, como regra, podem ser de livre nomeação e exoneração, conforme o
deve fazer licitação para contratação de obras, serviços, interesse da administração pública.
compras e alienações, que assegure igualdade de condições Oconcurso público é a forma de consagração do princípio
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam da igualdade, pois oferece oportunidade, indistintamente,
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas aos candidatos. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
entende que é possível fazer exigências específicas em certos nos dois primeiros anos. O concurso tem sua validade pror-
concursos públicos em razão do cargo a ser ocupado, como rogada, mas, passado um ano, ninguém maisé convocado,
ocorre, por exemplo, nos concursos públicos para policial, a despeito de ainda haver necessidade de preenchimento
em que se fazem imperiosas determinadas condições. Para da totalidade das vagas remanescentes. Nessa hipótese, o
citar um exemplo: em um concurso público para o cargo de órgão da administração poderá realizar novo concurso,
mergulhador policial, seria praticamente inviável o ingresso para o preenchimento das vagas remanescentes, mesmo
de candidato com idade mais avançada. É por isso que os durante o prazo de validade do concurso anterior, mas
requisitos estipulados no edital do concurso público devem deverá dar prioridade aos aprovados naquele, sobre novos
corresponder, diante da proporcionalidade, à natureza do concursados, para assumirem os cargos.95
serviço a ser prestado. Apesar da natureza jurídica de Direito Privado, as em-
Destaca-se que é ilegal a reprovação em concurso pú- presas públicas e as sociedades de economiamista precisam
blico com base em critério subjetivo, como pode ocorrer contratar osseusempregados por meiodeconcurso público96.
pelo exame psicotécnico, sem lei que preveja essa etapa de
seleção, assim como seus critérios. Cargos de Confiança e em Comissão
A admissão para cargo sem concurso público, salvo as ex-
ceções constitucionais, implica a nulidade do atoe a punição Não se faz necessário o concurso público. Seus ocupan-
da autoridade responsável, nos termos da lei. tes são demitidos conforme a vontade do administrador –
A lei reserva percentual dos cargos e empregos públicos ad nutum. Entretanto, é de se ressaltar que esses cargos
para as pessoas portadoras de deficiência e também define devem estar limitados às funções de direção, chefia e asses-
os critérios de sua admissão. soramento. Há também um limite de cargos em comissão a
serem ocupados por servidores públicos efetivos, que será
Concurso Público e Prazo de Validade indicado pela lei, assim como suas condições e percentuais
mínimos para preenchimento.
Será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual pe- • cargo de confiança: preenchidos por pessoas que já
ríodo. Durante esse prazo previsto no edital do concurso pú- são servidores públicos;
blico, o candidato aprovado será convocado com prioridade • cargo em comissão: preenchidos por pessoas que não
sobre novos concursados para assumir o cargo ou emprego fazem parte do serviço público.
na carreira. A título de exemplo: órgão da administração
direta estadual realiza concurso público para o preenchi- Direitos dos Servidores
mento de cinquenta cargos de seu quadro de pessoal, sendo
o prazo de validade do concurso de dois anos, prorrogável Além dos direitos já abordados, como a greve e a sindi-
uma vez por igual período. Trinta candidatos são aprovados, calização, outros direitos, originalmente atribuídos a outros
mas apenas quinze sãoconvocados para assumir os cargos trabalhadores, são estendidos aos servidores públicos.

Descrição resumida Texto constitucional Dispositivo


Salário mínimo salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a 7º, IV
suas necessidades vitais básicas e às de sua família como moradia, alimen-
tação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para qualquer fim;
Salário mínimo aos que perce- garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remu- 7º, VII
bem remuneração variável neração variável;
Décimo-terceiro décimo-terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da 7º, VIII
aposentadoria;
Remuneração superior para o remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 7º, IX
trabalho noturno
Salário-família salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixarenda 7º, XII
nos termos da lei;
Jornada de trabalho de oito duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta 7º, XIII
horas e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
Repouso semanal remunerado repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 7º, XV
Hora extra remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta 7º, XVI
por cento à do normal;
Férias gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do 7º, XVII
que o salário normal;
Licença à gestante licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração 7º, XVIII
de cento e vinte dias;
Licença-paternidade licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 7º, XIX
Proteção do mercado de traba- proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especí- 7º, XX
lho da mulher ficos, nos termos da lei;
Redução dos riscos redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, 7º, XXII
higiene e segurança;
Isonomia salarial proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de 7º, XXX
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

Estabilidade até seu adequado aproveitamento em outro cargo. Ex.: Bru-


no, servidor público federal, ocupou por exatos 5 anos um
A estabilidade do servidor público garante que o ocupan- cargo na administração pública, até que foi aprovada uma
te somente perderá o cargo em quatro hipóteses: lei federal extinguindo o referido cargo. Nesse caso, Bruno
• sentença judicial transitada em julgado; ficará em disponibilidade com remuneração proporcional
• processo administrativo em que seja assegurada a ao tempo de serviço.98
ampla defesa;
• avaliação periódica de desempenho; Livre Associação Sindical e Direito de Greve
• adequação dos gastos públicos à lei complementar
que define o limite de gastos com o funcionalismo público Aos servidores públicos civis é garantido o direito de
(art. 169, § 4º, da CF). associarem-se às entidades de classe (sindicatos), assim
como ocorre na iniciativa privada99. Os membros das Forças
O dispositivo estabelece, portanto, hipóteses de relati- Armadas, das Polícias Militares e do Corpo de Bombeiros
vização das regras de estabilidade. Essas regras, porém, não Militar têm seus direitos associativos restringidos em razão
do grau de hierarquia e disciplina exigidas na carreira. É de
podem ser estendidasàqueles agentes que sejam dotados de
se destacar que o direito de greve dos servidores públicos
vitaliciedade. Nocaso da vitaliciedade, as hipóteses de perda
exige lei específica para sua regulamentação. Trata-se de
são as taxativamente estabelecidas no art. 95 e no art. 128.
norma constitucional de eficácia limitada.
O direito de a Administração Pública Federalpunir seus
servidores prescreve em cinco anos em relação às infrações
Contratação por TempoDeterminado
passíveis de demissão, cassação de aposentadoria ou dispo-
nibilidade e destituição de cargo em comissão, contados a Essa é mais uma forma de exceção à regra do concurso
partir da data em que o fato tornou-se conhecido. público, pois a contratação se faz independentemente desse
A estabilidade será alcançada após três anos de efetivo processo. São dois os requisitos paracontratação temporária:
exercício97, sendo exigida, como condição obrigatória, aava- a) excepcional interesse público, de forma que não se possa
liação especial de desempenho por comissão instituída para aguardartodooprocessoderealizaçãodeumconcursopúblico;
essa finalidade. b) por tempo determinado; c) hipóteses expressamente
As três primeiras hipóteses de perda do cargo por servidor previstas em lei. Um exemplo é a contratação de médicos
estávelpodem serencontradas no art. 41 da Constituição Fede- para sanar uma epidemia.
ral. A quarta hipótese encontra-se no art. 169 da Constituição
Federal e refere-se à necessidade de adequação das finanças Remuneração dos Servidores Públicos
do Estadoaos percentuais previstos na Lei de Responsabilidade
Fiscal, podendo alcançar inclusive servidores jáestáveis. Pode ocorrer de duas formas: a) vencimento; e b) sub-
Nesse caso, deverão ser reduzidos primeiramente 20% sídio.
dos cargos em comissão e os servidores não estáveis. Não
• vencimentos: admite várias parcelas, como indeni-
sendo o bastante paraadequar os gastos aos limites estabele-
zações, adicionais, gratificações, abonos, dentre outras,
cidos na lei complementar, deverão ser exonerados também
os servidores já estáveis, sendo devida indenização corres- acrescido do vencimento (vencimento + parcelas extras);
pondente a uma remuneração por ano de serviço prestado. • subsídios: é fixado em parcela única, vedado o acrés-
Outra hipótese de perda do cargo, não vinculada, nesse cimo de qualquer verba extra;
caso, àestabilidade, foi inserida pela Emenda Constitucional Já o salário é a remuneração paga aos empregados pú-
nº 51/2006 e refere-se à possibilidade de oagente comunitá- blicos da administração pública direta e indireta regidos pela
rio de saúde ou de combate às endemias perder o cargo caso CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
não cumpra os requisitos específicos para o seu exercício, A remuneração ou subsídio, como veremos, deve levar
que serão previstos em lei. em consideração o grau de complexidade e responsabilida-
O servidor público efetivo possui a prerrogativa da rein- de, suas peculiaridades, a natureza do cargo e os requisitos
tegração. Se a demissão do servidor estável for invalidada para ingresso.
por sentença judicial, esse servidor será reintegrado, sendo A remuneração é irredutível, salvo exceções previstas na
que o eventual ocupante da vaga, se também estável, será: própria Constituição100, comoocaso de aumento na alíquota
• reconduzido ao cargo de origem, sem direito à inde- do imposto de renda.
nização; Alguns cargos obrigatoriamente devem receber remunera-
• aproveitado em outro cargo; ou ção por subsídio, como os políticos, os juízes, os procuradores,
• posto em disponibilidade com remuneração propor- os promotores, os Ministros de Estado e os Secretários Esta-
cional ao tempo de serviço. duais e Municipais. Mas nada impede que outras carreiras
Se o cargo público for extinto ou for declarada a sua também recebam por meio de subsídio, desde que haja
desnecessidade, o servidor estável deve ficar em disponibi- previsão em lei específica.
lidade, comremuneração proporcional ao tempo de serviço,
Deve-se observar alegitimação para apresentar projetos subsidiárias, só estarão submetidas ao teto geral se essas
de lei que visem a fixar ou alterar vencimentos ou subsídios pessoas jurídicas receberem recursos da União, dos Estados,
dos servidores públicos, como no caso do Poder Executivo, do DF ou dos municípios para pagamento das despesas de
em que se exige iniciativa privativa do Chefe doPoder Exe- pessoal ou de custeio em geral (CF, art. 37, § 9º).
cutivo. Também deve-se atinar para a iniciativa privativa em • Não serão computadas, para efeito dos limites remune-
cada caso: Chefe do Executivo, Tribunais, Ministério Público ratórios citados, as parcelas de caráter indenizatório previstas
e Tribunais de Contas. Cada órgãoremete ao legislativo pro- em lei. A indenização considera-se como ressarcimento por
jeto de lei, devendo todos observar os limites estabelecidos dinheiro gasto pelo servidor.
para os servidores do Executivo (art. 37, XII). A Constituição
assegura revisãogerale anual, sempre na mesma data esem Acumulação de Cargos Públicos
distinção de índices da remuneração dos servidores públicos.
É vedada a acumulação remunerada de cargos públi-
Ao contrário da iniciativa privada, é vedada a vinculação cos, exceto quando houver compatibilidade de horários, e
ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o observando-se sempre o teto do funcionalismopúblico:
efeito de remuneração de pessoal do serviço público, salvo, • a de dois cargos de professor;
em alguns casos, em que a própria Constituição faz vinculação • a de um cargo de professor com outro técnico ou
ou equiparação: é o que ocorre com os Ministros dos Tribunais científico;
de Contas, que são equiparados aos Ministros do Superior • a de dois cargos ou empregos privativos de profissio-
Tribunal de Justiça, com a vinculação entre os subsídios dos nais de saúde, com profissões regulamentadas101.
Ministros do STF com os do STJ e demaismagistrados.
A Constituição Federal fixa um teto remuneratório para Ex.: Joaquim, servidor público federal, é médico, ocupa
o funcionalismo público, tendo como parâmetro limite o cargo privativo de profissional de saúde, com profissão
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo regulamentada, tendo ingressado no serviço público por
Tribunal Federal. Nos Municípios, oteto, no âmbito do Poder concurso há dez anos. Joaquim pretende prestar novo con-
Executivo, é osubsídio dos prefeitos. Nos Estados e no Distri- curso público com o objetivo de cumular, de forma remune-
to Federal, da mesma forma, no âmbito do Poder Executivo, rada, dois cargos públicos. A Constituição Federal admite,
o subsídio mensal do governador, e no âmbito do Poder em situações excepcionais, a acumulação remunerada de
Legislativo, o teto é os subsídios dos deputados estaduais e cargos públicos, desde que haja compatibilidade de horá-
distritais. No Poder Judiciário Estadual, o teto do subsídio é rios. No caso narrado, Joaquim somente poderá cumular
o fixado para os desembargadores do Tribunal de Justiça se o segundo cargo público for privativo de profissional de
(que corresponde a 90,25% do subsídio do Ministro do STF), saúde, com profissão regulamentada.102
sendo esse mesmo limite aplicado aos membros do Minis-
tério Público, aos procuradores e aos defensores públicos. É de se destacar que a acumulação de aposentadorias
somente é permitida nos cargos em que haja possibilidade
Teto Remuneratório de acumulação na ativa.
O Supremo Tribunal Federal entende que não pode haver
acumulação de proventos com remuneração na atividade,
UNIÃO

Executivo, Legislativo e Judiciário: quando os cargos efetivos de que decorrem ambas as remu-
Subsídio mensal em espécie, dos Ministros do STF. nerações não sejam acumuláveis na atividade.
A proibição de acúmulo da remuneração estende-se a
Executivo: o subsídio mensal do governador. empregos e funções e abrange autarquias, fundações,
ESTADOS E DF

Legislativo: o subsídio mensal dos deputados estaduais empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
ou distritais. subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indireta-
Judiciário: osubsídio dos desembargadores do Tribunal mente, pelo poder público103.
de Justiça, limitados a 90,25% dos subsídios dos Minis-
tros do STF; assim como aos membros do Ministério Política Remuneratória
Público, procuradores e defensores públicos.
A política de remuneração dos servidores deverá, na
MUNICÍPIOS

fixação dos padrões de vencimento e vantagens, observar:


Executivo e Legislativo: • natureza, grau de responsabilidade e complexidade
Subsídio do prefeito. da função;
• requisitos para investidura;
• peculiaridades dos cargos.
Observações: O valor das remunerações e dos subsídios deve ser pu-
• Todas as categorias devem observar a norma que esta- blicado anualmente (princípio da publicidade).
belece o teto remuneratório previsto no art. 37, XI, CF: “[...] Ademais, devem ser previstos cursos e programas de
não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos aperfeiçoamento dos servidores públicos, o que deve ser
Ministros do Supremo Tribunal Federal [...]”. Por isso que, no requisito para promoção na carreira.
âmbito Estadual e Municipal, deve-se observar os subtetos.
• É facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em Servidor Público e Mandato Eletivo
seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições
e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos O servidor público da administração direta, autárquica e
desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado fundacional, no exercício do mandato eletivo, tem o seguinte
a 90,25% do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tri- regimento:
bunal Federal, não se aplicando aos subsídios dos deputados .
estaduais e distritais e dos vereadores.
• Os salários dos empregados públicos das empresas pú-
blicas e das sociedades de economia mista, assim comosuas
• tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou julgamento proferido na ADI nº 3.772, o STF decidiu que as
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; funções de direção, coordenação eassessoramento pedagó-
• investido no mandato de prefeito, será afastado do gico integram a carreira do magistério, desde que exercidos
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela em estabelecimentos de ensino básico, por professores de
sua remuneração; carreira, excluídos os especialistas em educação, fazendo
• investido no mandato de vereador, havendo compati- jus aqueles que as desempenham ao regime especial de
bilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, aposentadoria estabelecido nos arts. 40, § 4º, e 201, § 1º,
empregooufunção, sem prejuízo da remuneração do cargo da Constituição Federal.
eletivo104, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a O valor das pensões por morte corresponderá:
norma do inciso anterior; • ao valor integral dos proventos do servidor falecido,
• em qualquer caso que exija o afastamento para o até o limite dos benefícios concedidos pelo regime
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será geral (art. 201) + 70 % do excedente (se houver) caso
contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção já aposentado à época do óbito;
por merecimento; • ao valor integral da remuneração do servidor, até o
• para efeito de benefício previdenciário, no caso de limite dos benefícios concedidos pelo regime geral
afastamento, os valores serão determinados como se no (art. 201) + 70 % do excedente (se houver) caso o
exercício estivesse. servidor esteja em atividade na data do óbito.

Aposentadoria dos Servidores Públicos Vamos entender, demonstrando matematicamente,


como isso ocorre. Imagine que o servidor ganhe R$ 13.000
Os servidores titulares de cargos efetivos, incluídos os e o teto seja R$ 3.000. O excedente será R$ 10.000; 70 % do
de autarquias ou fundações, terão direito a um regime de excedente será, então, 7.000, que, somados aos R$ 3.000 ini-
previdência de caráter contributivo e solidário, observado o ciais, referentes ao teto, totalizará uma pensão de R$ 10.000.
equilíbrio financeiro e atuarial. Apesar do carátercontribu- Antes da reforma da previdência de 2003, havia a pre-
tivo do regime próprio de previdência, é cabível a aplicação visão de que os proventos das aposentadorias e pensões
da penalidade de cassação de aposentadoria em virtude de seriam reajustados na mesma proporção e data da remu-
faltas cometidas pelo servidor quando em atividade. neração dos servidores da ativa, incluindo reclassificações
A aposentadoria pode ser concedida em três hipóteses: ou alteração dos cargos e quaisquer outras vantagens. Havia
• por invalidez permanente. Nesse caso, os proventos uma vinculação, portanto, entre o valor das remunerações
serão proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se e o valor das aposentadorias. Com a reforma, alterou-se o
decorrer de acidente em serviço, moléstia profissional ou § 8º do art. 40 para que se assegurasse o reajustamento
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei. Caso dos benefícios em caráter permanente apenas de modo a
o servidor seja aposentado em virtude de doença ou moléstia preservar oseu valor real. Há, portanto, a possibilidade de se
não especificada na lei, os proventos serão proporcionais; reajustar de forma diferenciada os proventos dos ativos e dos
• compulsoriamente. Quando completar setenta anos de inativos. Cabe ressaltar que esse reajuste pode ser veiculado
idade ou, nos termos de lei complementar, quando completar por medida provisória editada pelo Presidente da República.
setenta e cinco anos de idade. Os proventos também serão Apartir da Emenda Constitucional nº 47/2005, podem ser
proporcionais ao tempo de contribuição; privilegiados com regras especiais de aposentadoria, median-
• voluntariamente. A aposentadoria voluntária poderá te lei complementar, servidores portadores de deficiência,
ser integral ou proporcional ao tempo de contribuição. An- os que exercem atividades de risco e aqueles cujas atividades
tes de tratarmos, porém, dos requisitos para cada tipo de sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem
aposentadoria voluntária, vamos enumerar dois requisitos a saúde ou a integridade física. Outrobenefício concedido
genéricos, aplicáveis às duas formas de aposentadoria volun- àqueles que possuem doença incapacitante consiste no di-
tária. São requisitos genéricos: 10 anos no serviço público e reito de pagar contribuição sobre aposentadoria ou pensão,
5 anos no cargo em que se requer a aposentadoria. Vejamos imposição criada pela Emenda Constitucional nº 41/2003,
os requisitos específicos para a aposentadoriavoluntária: que cabe apenas quando os proventos excederem o dobro
– integral: 60 anos de idade e 35 anos de contribuição do limite estabelecido para os benefícios do regime geral da
para homens; ou 55 anos de idade e 30 anos de contribuição previdência social.
para as mulheres; Há a possibilidade de contagem recíproca das contribui-
– proporcional: 65 anos de idade, se homem; 60 anos, ções pagas a instituições previdenciárias federais, estaduais
se mulher. ou municipais.
Os valores pagos a título de aposentadoria não podem Não poderáhaver contagem fictícia de tempo. Um exem-
exceder a remuneração do cargo efetivo. Os proventos de plo muito comum que acontecia era o de leis que permitiam
a servidores públicos terem o tempo de licença-prêmio não
aposentadoria serão equivalentes à base de cálculo da sua
gozadaem dobro ou em triplo, paraefeitos de aposentadoria.
contribuição previdenciária. Para aqueles servidores que não
OPoder Executivo deve iniciar processo legislativovisan-
ingressaram no serviço público antes da Emenda Constitucio-
do instituir regime de previdência complementar, formado
nal nº 41 de 2003, será aplicado o teto diferenciado das apo-
por entidades fechadas de previdência, de natureza pública,
sentadorias, desde que instituída a previdência complementar
que oferecerão planos de benefícios na modalidade de con-
(art. 40, § 3º). Esse tetodeve ser revisto de modoa preservar- tribuição definitiva, optativos aos servidores.
-lhe o seu valor real, equivalendo ao teto dos benefíciospagos Com a reforma da previdência (Emenda Constitucional
aos beneficiários do regime geral de previdência. nº 41/2003), começou a incidir contribuição previdenciária
Os professores que se dedicam ao magistério terão uma sobre os proventos de aposentadoria e pensão que superem
diminuição de cinco anos nos prazos específicos de conces- o limite do Regime Geral da Previdência, o que era vedado
são da aposentadoria voluntária integral. A Suprema Corte pela ordem constitucional anterior.
mudou o entendimento de que o professor que trabalha em O servidor que já tenha tempo para se aposentar volun-
cargos burocráticos dentro da Secretaria de Educação não tariamente com proventos integrais, mas opte por continuar
faz jus ao referido benefício (Súmula nº 726/STF). A partir do trabalhando, terá um abono de permanência correspondente
ao valor da contribuição previdenciária.
Por fim, a Emenda Constitucional nº 41/2003 trouxe a VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre
estipulação de que deve haver apenas um regime de previ- associação sindical;
dência social para as carreiras públicas, bem como a exis- VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos
tência de uma única unidade gestora para cadaente estatal. limites definidos em lei específica;
Em qualquer caso, será preservado o direito adquirido VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos
dos servidores que jáestavamem condições de se aposentar públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá
à data das reformas. Não está incluído dentre o rol de direitos os critérios de sua admissão;
adquiridos o regime jurídico aplicável aos já aposentados, IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
que, por exemplo, não poderão arguir o disposto no art. 5º, determinado para atender a necessidade temporária de
XXXVI, da CF, para se eximirem de recolher contribuição excepcional interesse público;
previdenciária. X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio
As aposentadorias e pensões daqueles que exercem de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados
cargos em comissão será concedida pelo Regime Geral de ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa
Previdência Social (RGPS). em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na
Cabe lembrar que as regras do art. 40 da Constituição mesma data e sem distinção de índices;
Federal são de observância obrigatória aos Estados, o que XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,
significa que será eivada de inconstitucionalidade uma nor- funções e empregos públicos da administração direta, autár-
ma estadual que disponha de modo diverso do disposto na quica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes
Carta Maior. da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
Dispositivos Constitucionais políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remu-
neratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
TÍTULO III vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Minis-
............................................................................................. tros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite,
CAPÍTULO VII nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
Da Administração Pública Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito
do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e
Seção I Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos
Disposições Gerais Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
Art. 37. A administração pública direta e indireta de mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legali- aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
dade, impessoalidade, moralidade, publicidade eeficiência Defensores Públicos;
e, também, ao seguinte105: XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos
aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos pelo Poder Executivo;
em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei106; XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quais-
II – a investidura em cargo ou emprego público depende quer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração
de aprovação prévia em concurso público de provas ou de de pessoal do serviço público110;
provas e títulos107, de acordo com a natureza e a com- XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
plexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, público não serãocomputados nem acumulados para fins de
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
concessão de acréscimos ulteriores;
em lei de livre nomeação e exoneração;
XV– o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos
III – o prazo de validade do concurso público será de até
e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto
dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II,
IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital
153, III, e 153, § 2º, I;
de convocação, aquele aprovado em concurso público de
provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos pú-
sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, blicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários,
na carreira108; observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente a) a de dois cargos de professor111;
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira científico;
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissio-
lei, destinam‑ se apenas às atribuições de direção, chefia e nais de saúde, com profissões regulamentadas;
assessoramento109; XVII– a proibição de acumular estende-se a empregos e
funções eabrange autarquias, fundações, empresas públicas,
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e socieda-
des controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;
XVIII – a administração fazendária e seus servidores
fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e juris-
dição, precedência sobre os demaissetoresadministrativos, § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao
na forma da lei112; ocupante de cargo ou emprego da administração direta e
XIX – somente por lei específica poderá ser criada indireta que possibilite oacessoainformações privilegiadas.
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira
de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo dos órgãos e entidades da administração direta e indireta
à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado en-
sua atuação113; tre seus administradores e o poder público, que tenha por
XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no entidade, cabendo à lei dispor sobre:
inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas I – o prazo de duração do contrato;
em empresa privada; II – os controles e critérios de avaliação de desempenho,
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
as obras, serviços, compras e alienações serão contratados III – a remuneração do pessoal.
mediante processo de licitação pública que assegure igual- § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públi-
dade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas cas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias,
que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de
somente permitirá as exigências de qualificação técnica e pessoal ou de custeio em geral.
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
obrigações. aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142
XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados, com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
do Distrito Federale dos Municípios, atividades essenciais ao ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constitui-
ção, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados
funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carrei-
em lei de livre nomeação e exoneração.
ras específicas, terão recursos prioritários para a realização
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites re-
de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
muneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo,
com o compartilhamento de cadastros e de informações
as parcelas de caráter indenizatório previstas emlei.
fiscais, na forma da lei ou convênio.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços
artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federalfixar,
ecampanhas dos órgãos públicos deverá tercaráter educa-
em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constitui-
tivo, informativo ou de orientaçãosocial, dela não podendo
ções e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado
promoção pessoal deautoridades ou servidores públicos114. a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade res- não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos
ponsável, nos termos da lei. Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usu- Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
ário na administração pública direta e indireta, regulando autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo,
especialmente: aplicam-se as seguintes disposições:
I – as reclamações relativas à prestação dos serviços I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou
públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do
e interna, da qualidade dos serviços; cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a sua remuneração;
informações sobre atos de governo, observado o disposto III – investido no mandato de Vereador, havendo compa-
no art. 5º, X e XXXIII; tibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo,
III – a disciplina da representação contra o exercício emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a
administração pública. norma do inciso anterior;
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importa- IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o
rão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo por merecimento;
da ação penal cabível115. V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilí- afastamento, os valores serão determinados como se no
citos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que exercício estivesse.
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações
de ressarcimento. Seção II
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito Dos Servidores Públicos
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem atercei- Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nicípios instituirão conselho de política de administração e
nos casos de dolo ou culpa. remuneração de pessoal, integrado por servidores designa-
dos pelos respectivos Poderes.
. § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
componentes do sistema remuneratório observará:
I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexi-
dade dos cargos componentes de cada carreira;
II – os requisitos para a investidura; § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
III – as peculiaridades dos cargos. ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remu-
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão neração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a
dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos concessão da pensão.
cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, fa- § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por
cultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunera-
entre os entes federados. ções utilizadas como base para as contribuições do servidor
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o
odisposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, art. 201, na forma da lei.
XIX, XX, XXIIe XXX, podendo a lei estabelecer requisitos dife- § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferen-
renciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. ciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos
os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Munici- definidos em leis complementares, os casos de servidores:
pais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado I – portadores de deficiência;
em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratifi- II – que exerçam atividades de risco;
cação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou III – cujas atividades sejam exercidas sob condições
outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
o disposto no art. 37, X e XI. § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a § 1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamente
menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. educação infantil e no ensino fundamental e médio.
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publi- § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos
carão anualmente os valores do subsídio e da remuneração cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a
dos cargos e empregos públicos. percepção de mais de uma aposentadoria àconta do regime
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos de previdência previsto neste artigo.
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentá- § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão
por morte, que será igual:
rios provenientes da economia com despesas correntes em
I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor fa-
cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desen-
lecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios
volvimento de programas de qualidade e produtividade,
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201,
treinamento e desenvolvimento, modernização, reapare-
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este
lhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob
limite, caso aposentado à data do óbito; ou
a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor
§ 8º Aremuneração dos servidores públicos organizados
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite
em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso
incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime em atividade na data do óbito.
de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, confor-
e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preser- me critérios estabelecidos em lei.
vem o equilíbrio financeiro e atuariale o disposto nesteartigo. § 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou muni-
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdên- cipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo
cia de que trata este artigo serão aposentados, calculados de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.
os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
§§ 3º e 17: contagem de tempo de contribuição fictício.
I – por invalidez permanente, sendo os proventos propor- § 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total
cionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes
acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como
contagiosa ou incurável, na forma da lei; de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime
II – compulsoriamente, com proventos proporcionais geral de previdência social, e ao montante resultante da
ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, adição de proventos de inatividade com remuneração de
ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em
complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração,
nº 88/2015) e de cargo eletivo.
III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mí- § 12. Além do disposto neste artigo, o regime de pre-
nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e vidência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo
cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados
observadas as seguintes condições: para o regime geral de previdência social.
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribui- § 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo
ção, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone-
de contribuição, se mulher; ração bem como de outro cargo temporário ou de emprego
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta público, aplica‑ se o regime geral de previdência social117.
anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
tempo de contribuição116. nicípios, desde que instituam regime de previdência com-
plementar para os seus respectivos servidores titulares de ORDEM SOCIAL
cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias
e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este Base e o Objetivo: a ordem social tem como base o pri-
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do mado do trabalho e como objetivo o bem-estar e a justiça
regime geral de previdência social de que trata o art. 201. social.
§ 15. O regime de previdência complementar de que Verifica-se, dessa forma, que a ordem social buscará uma
trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo vida digna, reduzindo desigualdades sociais e propiciando as
Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus mínimas condições de vida para a população. A escolha pelo
parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades primado do trabalho demonstra que os direitos sociais não
fechadas de previdência complementar, de natureza pública, devem servir de estímulo ao assistencialismo populista. Não
que oferecerão aos respectivos participantes planos de be- cabe ao Estado, simplesmente, financiar benefícios sociais,
nefícios somente na modalidade de contribuiçãodefinida.
mas sim propiciar ao trabalhador a possibilidade de alcançar
§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o
o bem-estar e a justiça social por seu próprioesforço.
disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que
tiver ingressado no serviço público até a data da publi-
cação do ato de instituição do correspondente regime de Dispositivo constitucional
previdência complementar.
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para TÍTULO VIII
o cálculo do benefício previsto no § 3º serão devidamente DA ORDEM SOCIAL
atualizados, na forma da lei.
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de apo- CAPÍTULO I
sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata Disposição Geral
este artigo que superem o limite máximo estabelecido para
os benefícios do regime geral de previdência social de que Art. 193. A ordem social tem como base o primado do
trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
os servidores titulares de cargos efetivos.
§ 19. O servidor de que trataeste artigo que tenhacomple- Seguridade Social
tado as exigências para aposentadoriavoluntária estabelecidas
no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará • Sistema da Seguridade Social: conjunto de ações inte-
jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua gradas que visam a garantir os direitos a saúde, previdência
contribuição previdenciária até completar as exigências para e assistência social.
aposentadoria compulsória contidas no § 1º,II. Trata-se de um conjunto integrado de ações composto
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime por iniciativas do Poder Público e da sociedade.
próprio de previdência social para os servidores titulares de • Objetivos da seguridade social:
cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do res- – universalidade da cobertura e do atendimento;
pectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto – uniformidade e equivalência dos benefícios e ser-
no art. 142, § 3º, X. viços às populações urbanas e rurais;
§ 21. Acontribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá – seletividade e distributividade na prestação dos
apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoriae de benefícios e serviços;
pensão que superem odobro do limitemáximoestabelecido – irredutibilidade no valor dos benefícios;
para os benefícios do regime geral de previdênciasocial de
– equidade na forma de participação no custeio;
que trata o art. 201 desta Constituição, quando o benefici-
– diversidade da base definanciamento;
ário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante.
– caráter democrático e descentralizado da adminis-
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício
tração, mediante gestão quadripartite, com parti-
os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
cipação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
em virtude de concurso público.
aposentados e do governo nos órgãoscolegiados.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I – emvirtude de sentença judicial transitada emjulgado; • Financiamento do sistema de seguridade: feito por
II – mediante processo administrativo em que lhe seja toda a sociedade, de forma direta ou indireta.
assegurada ampla defesa; O financiamento será constituído mediante a cobrança de
III – mediante procedimento de avaliação periódica de contribuições sociais e de verbas constantes do orçamento
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada de todos os entes da Federação. Cada ente da federação terá
ampla defesa. um orçamento de seguridade próprio, devendo a lei definir
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do ser- as hipóteses de transferência de recursos.
vidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante • Contribuições sociais: a seguir, as contribuições defi-
da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem nidas no texto constitucional.
direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto – O empregador, as empresas e as entidades a ele equi-
em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo paradas devem recolher contribuições sobre:
de serviço. a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física
o servidor estável ficará em disponibilidade, com remune- que lhepresteserviço,mesmosemvínculoempregatício;
ração proporcional ao tempo de serviço, até seuadequado b) a receita ou o faturamento;
aproveitamento em outro cargo. c) o lucro.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é
obrigatória a avaliação especial de desempenho por co- – Os trabalhadores e segurados também contribuem.
missão instituída para essa finalidade. Os aposentados e os pensionistas do Regime Geral de Pre-
[...] vidência Social, porém, são imunes.
– A receita dos concursos de prognósticos também a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho
constitui base de cálculo para contribuição para custeio da pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que
seguridade social. lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
– Também serão obrigados a custear o sistema da segu- b) a receita ou o faturamento;
ridade social os importadores de bens e serviços e aqueles c) o lucro;
equiparados por lei. II – do trabalhador e dos demais segurados da previdên-
Outras fontes de financiamento da seguridade podem cia social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e
ser criadas por lei complementar da União. pensão concedidas pelo regime geral de previdência social
• Anterioridade nonagesimal (ou anterioridade mitiga- de que trata o art. 201;
da): impõe que as contribuições sociais somente sejam co- III – sobre a receita de concursos de prognósticos119;
bradasapós noventa dias da publicação da lei que as instituir. IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou
As contribuições sociais não se sujeitam ao princípio da de quem a lei a ele equiparar.
anterioridade (diferente da anterioridade nonagesimal), § 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos
segundo o qual o tributo não pode ser cobrado no mesmo Municípios destinadas àseguridade social constarão dos res-
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que o pectivosorçamentos, nãointegrandooorçamento da União120.
instituir ou majorar. § 2º Aproposta de orçamento da seguridade social será
• Isenção: não recolhem contribuições sociais as enti- elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis
dades beneficentes de assistência social que atendam aos pela saúde, previdência social e assistência social, tendo
requisitos estabelecidos em lei. em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de
• Regime diferenciado de cobrança: o produtor, diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão
o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador de seus recursos121.
artesanal, bem como os respectivos cônjuges, desde que § 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da
exerçam suas atividades em regime de economia familiar, seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá
sem empregados permanentes, podem contribuir para a contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios
seguridade social mediante o recolhimento de uma alíquota ou incentivos fiscais ou creditícios122.
sobre o resultado da comercialização da produção. § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a
Por fim, cabe registrar que nenhum benefício pode ser garantir a manutenção ou expansão da seguridade social123,
criado, aumentado ou estendido sem que haja previsão obedecido o disposto no art. 154, I.
orçamentária. § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social
poderá sercriado, majorado ou estendidosemacorrespon-
Dispositivos Constitucionais dente fonte de custeio total124.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só
TÍTULO VIII poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data
DA ORDEM SOCIAL da publicação da lei que as houver instituído ou modificado,
............................................................................................. não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.
CAPÍTULO II § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social
Da Seguridade Social as entidades beneficentes de assistência social que atendam
às exigências estabelecidas em lei.
Seção I § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário
Disposições Gerais rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos côn-
juges, que exerçam suas atividades em regime de economia
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à sobre o resultado da comercialização da produção e farão
saúde, à previdência e à assistência social. jus aos benefícios nos termos da lei.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do ca-
da lei, organizar aseguridade social, com base nos seguintes put deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo
objetivos: diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utiliza-
I – universalidade da cobertura e do atendimento; ção intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da
II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços condição estrutural do mercado de trabalho.
às populações urbanas e rurais; § 10. A lei definirá os critérios de transferência de re-
III – seletividade e distributividade na prestação dos
cursos para o sistema único de saúde e ações de assistência
benefícios e serviços;
social da União para os Estados, o Distrito Federal e os
IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;
Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a
V – equidade na forma de participação no custeio;
respectiva contrapartida de recursos.
VI – diversidade da base de financiamento;
VII – caráter democrático e descentralizado da adminis- § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das
tração, mediante gestão quadripartite, com participação contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste
dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei
do Governo nos órgãos colegiados. complementar.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, I, b; e IV do caput, serão não cumulativas.
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de
seguintes contribuições sociais:
substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela
118 forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento.
equiparada na forma da lei , incidentes sobre:
DECLARAÇÃO UNIVERSAL Artigo 2
DOS DIREITOS HUMANOS I) Todo o homem tem capacidade para gozar os direitos e as
liberdades estabelecidos nesta Declaração sem distinção de
PREÂMBULO qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião
política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza,
CONSIDERANDO que o reconhecimento da nascimento, ou qualquer outra condição.
dignidade inerente a todos os membros da família II) Não será também feita nenhuma distinção fundada na
humana e seus direitos iguais e inalienáveis é o condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente,
CONSIDERANDO que o desprezo e o desrespeito sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra
pelos direitos do homem resultaram em atos bárbaros limitação de soberania.
que ultrajaram a consciência da Humanidade, e que o Artigo 3
advento de um mundo em que os homens gozem de Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança
liberdade de palavra, de crença e da liberdade de pessoal.
viverem a salvo do temor e da necessidade, Artigo 4
CONSIDERANDO ser essencial que os direitos do Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a
homem sejam protegidos pelo império da lei, para que escravidão e o tráfico de escravos estão proibidos em todas as
o homem não seja compelido, como último recurso, à suas formas.
rebelião contra a tirania e a opressão, Artigo 5
CONSIDERANDO ser essencial promover o Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo
desenvolvimento de relações amistosas entre as cruel, desumano ou degradante.
nações, Artigo 6
CONSIDERANDO que os povos das Nações Unidas Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares,
reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos do homem e reconhecido como pessoa perante a lei.
da mulher, e que decidiram promover o progresso Artigo 7
social e melhores condições de vida em uma liberdade Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer
mais ampla, distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção
CONSIDERANDO que os Estados Membros se contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e
comprometeram a promover, em cooperação com as contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e Artigo 8
liberdades fundamentais do homem e a observância Todo o homem tem direito a receber dos tribunais nacionais
desses direitos e liberdades, competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos
CONSIDERANDO que uma compreensão comum fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela
desses direitos e liberdades é da mais alta importância lei.
para o pleno cumprimento desse compromisso, Artigo 9
A Assembleia Geral das Nações Unidas proclama Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
a presente “Declaração Universal dos Direitos do Artigo 10
Homem” como o ideal comum a ser atingido por todos Todo o homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e
os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada pública audiência por parte de um tribunal independente e
indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento
mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e de qualquer acusação criminal contra ele.
da educação, por promover o respeito a esses direitos Artigo 11
e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas I) Todo o homem acusado de um ato delituoso tem o direito de
de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido
reconhecimento e a sua observância universais e provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe
efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias a sua
Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua defesa.
jurisdição. II) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão
Artigo 1 que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional
Todos os homens nascem livres e iguais em ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que
dignidade e direitos. São dotados de razão e aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
consciência e devem agir em relação uns aos outros Artigo 12
com espírito de fraternidade. Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na
sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques
a sua honra e reputação. Todo o homem tem direito à proteção da
lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo 13 nacional, pela cooperação internacional e de acordo
I) Todo homem tem direito à liberdade de com a organização e recursos de cada Estado, dos
locomoção e residência dentro das fronteiras de cada direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis
Estado. à sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua
II) Todo o homem tem o direito de deixar qualquer personalidade.
país, inclusive o próprio, e a este regressar. Artigo 23
Artigo 14 I) Todo o homem tem direito ao trabalho, à livre
I) Todo o homem, vítima de perseguição, tem o escolha de emprego, a condições justas e favoráveis
direito de procurar e de gozar asilo em outros países. de trabalho e à proteção contra o desemprego.
II) Este direito não pode ser invocado em casos de II) Todo o homem, sem qualquer distinção, tem
perseguição legitimamente motivada por crimes de direito a igual remuneração por igual trabalho.
direito comum ou por atos contrários aos objetivos e III) Todo o homem que trabalha tem direito a uma
princípios das Nações Unidas. remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure,
Artigo 15 assim como a sua família, uma existência compatível
I) Todo homem tem direito a uma nacionalidade. com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se
II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua necessário, outros meios de proteção social.
nacionalidade, nem do direito de mudar de IV) Todo o homem tem direito a organizar
nacionalidade. sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus
Artigo 16 interesses.
I) Os homens e mulheres de maior idade, sem Artigo 24
qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, Todo o homem tem direito a repouso e lazer,
tem o direito de contrair matrimônio e fundar uma inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a
família. Gozam de iguais direitos em relação ao férias remuneradas periódicas.
casamento, sua duração e sua dissolução. Artigo 25
II) O casamento não será válido senão com o livre I) Todo o homem tem direito a um padrão de vida
e pleno consentimento dos nubentes. capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem
III) A família é o núcleo natural e fundamental da estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,
sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis,
Estado. e direito à segurança em caso de desemprego, doença,
Artigo 17 invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda de
I) Todo o homem tem direito à propriedade, só ou meios de subsistência em circunstâncias fora de seu
controle.
em sociedade com outros.
II) A maternidade e a infância tem direito a
II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua
cuidados e assistência especiais. Todas as crianças,
propriedade.
nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da
Artigo 18
mesma proteção social.
Todo o homem tem direito à liberdade de
Artigo 26
pensamento, consciência e religião; este direito inclui a
I) Todo o homem tem direito à instrução. A instrução
liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade
será gratuita, pelo menos nos graus elementares e
de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela
fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A
prática, pelo culto e pela observância, isolada ou instrução técnico profissional será acessível a todos,
coletivamente, em público ou em particular. bem como a instrução superior, esta baseada no
Artigo 19
mérito. II) A instrução será orientada no sentido do
Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e pleno desenvolvimento da personalidade humana e do
expressão; este direito inclui a liberdade de, sem fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e
interferências, ter opiniões e de procurar, receber e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá
transmitir informações e ideias por quaisquer meios, a compreensão, a tolerância e amizade entre todas as
independentemente de fronteiras. nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as
Artigo 20 atividades das Nações Unidas em prol da manutenção
I) Todo o homem tem direito à liberdade de reunião da paz. III) Os pais têm prioridade de direito na escolha
e associação pacíficas. do gênero de instrução que será ministrada a seus
II) Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma filhos.
associação. Artigo 27
Artigo 21 I) Todo o homem tem o direito de participar
I) Todo o homem tem o direito de tomar parte no livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as
governo de seu país diretamente ou por intermédio de artes e de participar do progresso científico e de fruir de
representantes livremente escolhidos. seus benefícios.
II) Todo o homem tem igual direito de acesso ao II) Todo o homem tem direito à proteção dos
serviço público do seu país. interesses morais e materiais decorrentes de qualquer
III) A vontade do povo será a base da autoridade do produção científica, literária ou artística da qual seja
governo; esta vontade será expressa em eleições autor.
periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto Artigo 28
secreto ou processo equivalente que assegure a Todo o homem tem direito a uma ordem social e
liberdade de voto. internacional em que os direitos e liberdades
Artigo 22 estabelecidos na presente Declaração possam ser
Todo o homem, como membro da sociedade, tem plenamente realizados.
direito à segurança social e à realização, pelo esforço
Artigo 29 uma convenção interamericana sobre direitos humanos
I) Todo o homem tem deveres para com a determinasse a estrutura, competência e processo dos
comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento órgãos encarregados dessa matéria,
de sua personalidade é possível. Convieram no seguinte:
II) No exercício de seus direitos e liberdades, todo PARTE I
o homem estará sujeito apenas às limitações DEVERES DOS ESTADOS
determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de E DIREITOS PROTEGIDOS
assegurar o devido reconhecimento e respeito dos CAPÍTULO I
direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas ENUMERAÇÃO DE DEVERES
exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar Artigo 1. Obrigação de respeitar os direitos
de uma sociedade democrática. 1. Os Estados Partes nesta Convenção
III) Esses direitos e liberdades não podem, em comprometem-se a respeitar os direitos e liberdades
hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno
objetivos e princípios das Nações Unidas. exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua
jurisdição, sem discriminação alguma por motivo de
Artigo 30 raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de
Nenhuma disposição da presente Declaração pode qualquer outra natureza, origem nacional ou social,
ser interpretada como o reconhecimento a qualquer posição econômica, nascimento ou qualquer outra
Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer condição social.
qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à 2. Para os efeitos desta Convenção, pessoa é todo
destruição de quaisquer direitos e liberdades aqui ser humano.
estabelecidos. Artigo 2. Dever de adotar disposições de direito
interno
CONVENÇÃO AMERICANA Se o exercício dos direitos e liberdades
DE DIREITOS HUMANOS mencionados no artigo 1 ainda não estiver garantido
por disposições legislativas ou de outra natureza, os
(Assinada na Conferência Especializada Estados Partes comprometem-se a adotar, de acordo
Interamericana sobre Direitos Humanos, San José, com as suas normas constitucionais e com as
Costa Rica, em 22 de novembro de 1969) disposições desta Convenção, as medidas legislativas
ou de outra natureza que forem necessárias para tornar
PREÂMBULO efetivos tais direitos e liberdades.
Os Estados americanos signatários da presente
Convenção, CAPÍTULO II
DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS
Reafirmando seu propósito de consolidar neste Artigo 3. Direito ao reconhecimento da
Continente, dentro do quadro das instituições personalidade jurídica
democráticas, um regime de liberdade pessoal e de Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de
justiça social, fundado no respeito dos direitos sua personalidade jurídica.
essenciais do homem; Artigo 4. Direito à vida
Reconhecendo que os direitos essenciais do 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua
homem não derivam do fato de ser ele nacional de vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em
determinado Estado, mas sim do fato de ter como geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode
fundamento os atributos da pessoa humana, razão por ser privado da vida arbitrariamente.
que justificam uma proteção internacional, de natureza 2. Nos países que não houverem abolido a pena de
convencional, coadjuvante ou complementar da que morte, esta só poderá ser imposta pelos delitos mais
oferece o direito interno dos Estados americanos; graves, em cumprimento de sentença final de tribunal
Considerando que esses princípios foram competente e em conformidade com lei que estabeleça
consagrados na Carta da Organização dos Estados tal pena, promulgada antes de haver o delito sido
Americanos, na Declaração Americana dos Direitos e cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação a
Deveres do Homem e na Declaração Universal dos delitos aos quais não se aplique atualmente.
Direitos do Homem e que foram reafirmados e 3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos
desenvolvidos em outros instrumentos internacionais, Estados que a hajam abolido.
tanto de âmbito mundial como regional; 4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser
Reiterando que, de acordo com a Declaração aplicada por delitos políticos, nem por delitos comuns
Universal dos Direitos do Homem, só pode ser realizado conexos com delitos políticos.
o ideal do ser humano livre, isento do temor e da 5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa
miséria, se forem criadas condições que permitam a que, no momento da perpetração do delito, for menor
cada pessoa gozar dos seus direitos econômicos, de dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a
sociais e culturais, bem como dos seus direitos civis e mulher em estado de gravidez.
políticos; e 6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a
Considerando que a Terceira Conferência solicitar anistia, indulto ou comutação da pena, os quais
Interamericana Extraordinária (Buenos Aires, 1967) podem ser concedidos em todos os casos. Não se pode
aprovou a incorporação à própria Carta da Organização executar a pena de morte enquanto o pedido estiver
de normas mais amplas sobre direitos pendente de decisão ante a autoridade competente.
econômicos, sociais e educacionais e resolveu que
Artigo 5. Direito à integridade pessoal contra ela.
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua 5. Toda pessoa detida ou retida deve ser
integridade física, psíquica e moral. conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a autoridade autorizada pela lei a exercer funções
penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. judiciais e tem direito a ser julgada dentro de um prazo
Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada com razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de
o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano. que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser
3. A pena não pode passar da pessoa do condicionada a garantias que assegurem o seu
delinquente. comparecimento em juízo.
4. Os processados devem ficar separados dos 6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a
condenados, salvo em circunstâncias excepcionais, e recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim de que
ser submetidos a tratamento adequado à sua condição este decida, sem demora, sobre a legalidade de sua
de pessoas não condenadas. prisão ou detenção e ordene sua soltura se a prisão ou
5. Os menores, quando puderem ser processados, a detenção forem ilegais. Nos Estados Partes cujas leis
devem ser separados dos adultos e conduzidos a preveem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser
tribunal especializado, com a maior rapidez possível, privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz
para seu tratamento. ou tribunal competente a fim de que este decida sobre
6. As penas privativas da liberdade devem ter por a legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode ser
finalidade essencial a reforma e a readaptação social restringido nem abolido. O recurso pode ser interposto
dos condenados. pela própria pessoa ou por outra pessoa.
Artigo 6. Proibição da escravidão e da servidão 7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este
1. Ninguém pode ser submetido a escravidão ou a princípio não limita os mandados de autoridade
servidão, e tanto estas como o tráfico de escravos e o judiciária competente expedidos em virtude de
tráfico de mulheres são proibidos em todas as suas inadimplemento de obrigação alimentar.
formas. Artigo 8. Garantias judiciais
2. Ninguém deve ser constrangido a executar 1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as
trabalho forçado ou obrigatório. Nos países em que se devidas garantias e dentro de um prazo razoável, por
prescreve, para certos delitos, pena privativa da um juiz ou tribunal competente, independente e
liberdade acompanhada de trabalhos forçados, esta imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na
disposição não pode ser interpretada no sentido de que apuração de qualquer acusação penal formulada contra
proíbe o cumprimento da dita pena, imposta por juiz ou ela, ou para que se determinem seus direitos ou
tribunal competente. O trabalho forçado não deve afetar obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de
a dignidade nem a capacidade física e intelectual do qualquer outra natureza.
recluso. 2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que
3. Não constituem trabalhos forçados ou se presuma sua inocência enquanto não se comprove
obrigatórios para os efeitos deste artigo: legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa
a. os trabalhos ou serviços normalmente exigidos tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias
de pessoa reclusa em cumprimento de sentença ou mínimas:
resolução formal expedida pela autoridade judiciária a. direito do acusado de ser assistido
competente. Tais trabalhos ou serviços devem ser gratuitamente por tradutor ou intérprete, se não
executados sob a vigilância e controle das autoridades compreender ou não falar o idioma do juízo ou tribunal;
públicas, e os indivíduos que os executarem não devem b. comunicação prévia e pormenorizada ao
ser postos à disposição de particulares, companhias ou acusado da acusação formulada;
pessoas jurídicas de caráter privado; c. concessão ao acusado do tempo e dos meios
b. o serviço militar e, nos países onde se admite a adequados para a preparação de sua defesa;
isenção por motivos de consciência, o serviço nacional d. direito do acusado de defender-se
que a lei estabelecer em lugar daquele; pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de
c. o serviço imposto em casos de perigo ou sua escolha e de comunicar-se, livremente e em
calamidade que ameace a existência ou o bem-estar da particular, com seu defensor;
comunidade; e e. direito irrenunciável de ser assistido por um
d. o trabalho ou serviço que faça parte das defensor proporcionado pelo Estado, remunerado ou
obrigações cívicas normais. não, segundo a legislação interna, se o acusado não se
Artigo 7. Direito à liberdade pessoal defender ele próprio nem nomear defensor dentro do
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à prazo estabelecido pela lei;
segurança pessoais. f. direito da defesa de inquirir as testemunhas
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade presentes no tribunal e de obter o comparecimento,
física, salvo pelas causas e nas condições previamente como testemunhas ou peritos, de outras pessoas que
fixadas pelas constituições políticas dos Estados Partes possam lançar luz sobre os fatos;
ou pelas leis de acordo com elas promulgadas. g. direito de não ser obrigado a depor contra si
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou mesma, nem a declarar-se culpada; e
encarceramento arbitrários. h. direito de recorrer da sentença para juiz ou
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser tribunal superior.
informada das razões da sua detenção e notificada, 3. A confissão do acusado só é válida se feita sem
sem demora, da acusação ou acusações formuladas coação de nenhuma natureza.
4. O acusado absolvido por sentença passada em controles oficiais ou particulares de papel de imprensa,
julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos de frequências radioelétricas ou de equipamentos e
mesmos fatos. aparelhos usados na difusão de informação, nem por
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for quaisquer outros meios destinados a obstar a
necessário para preservar os interesses da justiça. comunicação e a circulação de ideias e opiniões.
Artigo 9. Princípio da legalidade e da retroatividade 4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a
Ninguém pode ser condenado por ações ou censura prévia, com o objetivo exclusivo de regular o
omissões que, no momento em que forem cometidas, não acesso a eles, para proteção moral da infância e da
sejam delituosas, de acordo com o direito aplicável. adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2.
Tampouco se pode impor pena mais grave que a aplicável 5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da
no momento da perpetração do delito. Se depois da guerra, bem como toda apologia ao ódio nacional, racial
perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena ou religioso que constitua incitação à discriminação, à
mais leve, o delinquente será por isso beneficiado. hostilidade, ao crime ou à violência.
Artigo 10. Direito a indenização Artigo 14. Direito de retificação ou resposta
Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a 1. Toda pessoa atingida por informações inexatas
lei, no caso de haver sido condenada em sentença ou ofensivas emitidas em seu prejuízo por meios de
passada em julgado, por erro judiciário. difusão legalmente regulamentados e que se dirijam ao
Artigo 11. Proteção da honra e da dignidade público em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo órgão
1. Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e de difusão, sua retificação ou resposta, nas condições
ao reconhecimento desua dignidade. que estabeleça a lei.
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias 2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta
ou abusivas em sua vida privada, na de sua família, em eximirão das outras responsabilidades legais em que se
seu domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas houver incorrido.
ilegais à sua honra oureputação. 3. Para a efetiva proteção da honra e da
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais reputação, toda publicação ou empresa jornalística,
ingerências ou taisofensas. cinematográfica, de rádio ou televisão, deve ter uma
Artigo 12. Liberdade de consciência e de religião pessoa responsável que não seja protegida por
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de imunidades nem goze de foro especial.
consciência e de religião. Esse direito implica a liberdade Artigo 15. Direito de reunião
de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem
de religião ou de crenças, bem como a liberdade de armas. O exercício de tal direito só pode estar sujeito
professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual às restrições previstas pela lei e que sejam
ou coletivamente, tanto em público como em privado. necessárias, numa sociedade democrática, no
2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas interesse da segurança nacional, da segurança ou da
que possam limitar sua liberdade de conservar sua religião ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral
ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças. públicas ou os direitos e liberdades das demais
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as pessoas.
próprias crenças está sujeita unicamente às limitações Artigo 16. Liberdade de associação
prescritas pela lei e que sejam necessárias para proteger a 1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se
segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou os livremente com fins ideológicos, religiosos, políticos,
direitos ou liberdades das demaispessoas. econômicos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos
4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito ou de qualquer outra natureza.
a que seus filhos ou pupilos recebam a educação religiosa 2. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às
e moral que esteja acorde com suas próprias convicções. restrições previstas pela lei que sejam necessárias,
Artigo 13. Liberdade de pensamento e deexpressão numa sociedade democrática, no interesse da
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de segurança nacional, da segurança ou da ordem
pensamento e de expressão. Esse direito compreende a públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas
liberdade de buscar, receber e difundir informações e ou os direitos e liberdades das demais pessoas.
ideias de toda natureza, sem consideração de fronteiras, 3. O disposto neste artigo não impede a imposição
verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou de restrições legais, e mesmo a privação do exercício
artística, ou por qualquer outro processo de sua escolha. do direito de associação, aos membros das forças
2. O exercício do direito previsto no inciso armadas e da polícia.
precedente não pode estar sujeito a censura prévia, mas a Artigo 17. Proteção da família
responsabilidades ulteriores, que devem ser 1. A família é o elemento natural e fundamental
expressamente fixadas pela lei e ser necessárias para da sociedade e deve ser protegida pela sociedade e
assegurar: pelo Estado.
a. o respeito aos direitos ou à reputação das demais 2. É reconhecido o direito do homem e da mulher
pessoas; ou de contraírem casamento e de fundarem uma família,
b. a proteção da segurança nacional, da ordem se tiverem a idade e as condições para isso exigidas
pública, ou da saúde ou da moralpúblicas. pelas leis internas, na medida em que não afetem estas
3. Não se pode restringir o direito de expressão o princípio da não-discriminação estabelecido nesta
por vias ou meios indiretos, tais como o abuso de Convenção.
3. O casamento não pode ser celebrado sem o livre
e pleno consentimento dos contraentes.
4. Os Estados Partes devem tomar medidas com delitos políticos e de acordo com a legislação de
apropriadas no sentido de assegurar a igualdade de cada Estado e com os convênios internacionais.
direitos e a adequada equivalência de 8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso
responsabilidades dos cônjuges quanto ao casamento, ou entregue a outro país, seja ou não de origem, onde
durante o casamento e em caso de dissolução do seu direito à vida ou à liberdade pessoal esteja em risco
mesmo. Em caso de dissolução, serão adotadas de violação por causa da sua raça, nacionalidade,
disposições que assegurem a proteção necessária aos religião, condição social ou de suas opiniões políticas.
filhos, com base unicamente no interesse e 9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.
conveniência dos mesmos. Artigo 23. Direitos políticos
5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos 1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes
filhos nascidos fora do casamento como aos nascidos direitos e oportunidades:
dentro do casamento. a. de participar na direção dos assuntos públicos,
Artigo 18. Direito ao nome diretamente ou por meio de representantes livremente
Toda pessoa tem direito a um prenome e aos eleitos;
nomes de seus pais ou ao de um destes. A lei deve b. de votar e ser eleitos em eleições periódicas
regular a forma de assegurar a todos esse direito, autênticas, realizadas por sufrágio universal e igual e
mediante nomes fictícios, se for necessário. por voto secreto que garanta a livre expressão da
Artigo 19. Direitos da criança vontade dos eleitores; e
Toda criança tem direito às medidas de proteção c. de ter acesso, em condições gerais de
que a sua condição de menor requer por parte da sua igualdade, às funções públicas de seu país.
família, da sociedade e do Estado. 2. A lei pode regular o exercício dos direitos e
Artigo 20. Direito à nacionalidade oportunidades a que se refere o inciso anterior,
1.Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. exclusivamente por motivos de idade, nacionalidade,
2.Toda pessoa tem direito à nacionalidade do residência, idioma, instrução, capacidade civil ou
Estado em cujo território houver nascido, se não tiver mental, ou condenação, por juiz competente, em
direito a outra. processo penal.
3.A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua Artigo 24. Igualdade perante a lei
nacionalidade nem do direito de mudá-la. Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por
Artigo 21. Direito à propriedade privada conseguinte, têm direito, sem discriminação, a igual
1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo dos seus proteção da lei.
bens. A lei pode subordinar esse uso e gozo ao Artigo 25. Proteção judicial
interesse social. 1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, rápido ou a qualquer outro recurso efetivo, perante os
salvo mediante o pagamento de indenização justa, por juízes ou tribunais competentes, que a proteja contra
motivo de utilidade pública ou de interesse social e nos atos que violem seus direitos fundamentais
casos e na forma estabelecidos pela lei. reconhecidos pela constituição, pela lei ou pela
3. Tanto a usura como qualquer outra forma de presente Convenção, mesmo quando tal violação seja
exploração do homem pelo homem devem ser cometida por pessoas que estejam atuando no exercício
reprimidas pela lei. de suas funções oficiais.
Artigo 22. Direito de circulação e de residência 2. Os Estados Partes comprometem-se:
1. Toda pessoa que se ache legalmente no a. a assegurar que a autoridade competente
território de um Estado tem direito de circular nele e de prevista pelo sistema legal do
nele residir em conformidade com as disposições Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que
legais. interpuser tal recurso;
2. Toda pessoa tem o direito de sair livremente de b. a desenvolver as possibilidades de recurso
qualquer país, inclusive do próprio. judicial; e
3. O exercício dos direitos acima mencionados não c. a assegurar o cumprimento, pelas autoridades
pode ser restringido senão em virtude de lei, na medida competentes, de toda decisão em que se tenha
indispensável, numa sociedade democrática, para considerado procedente o recurso.
prevenir infrações penais ou para proteger a segurança
nacional, a segurança ou a ordem públicas, a moral ou CAPÍTULO III
a saúde públicas, ou os direitos e liberdades das DIREITOS ECONÔMICOS,
demais pessoas. SOCIAIS E CULTURAIS
4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso Artigo 26. Desenvolvimento progressivo
1 pode também ser restringido pela lei, em zonas Os Estados Partes comprometem-se a adotar
determinadas, por motivo de interesse público. providências, tanto no âmbito interno como mediante
5. Ninguém pode ser expulso do território do cooperação internacional, especialmente econômica e
Estado do qual for nacional, nem ser privado do direito técnica, a fim de conseguir progressivamente a plena
de nele entrar. efetividade dos direitos que decorrem das normas
6. O estrangeiro que se ache legalmente no econômicas, sociais e sobre educação, ciência e
território de um Estado Parte nesta Convenção só cultura, constantes da Carta da Organização dos
poderá dele ser expulso em cumprimento de decisão Estados Americanos, reformada pelo Protocolo de
adotada de acordo com a lei. Buenos Aires, na medida dos recursos disponíveis, por
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber via legislativa ou por outros meios apropriados.
asilo em território estrangeiro, em caso de perseguição
por delitos políticos ou comuns conexos
CAPÍTULO IV com as leis de qualquer dos Estados Partes ou de
SUSPENSÃO DE GARANTIAS, acordo com outra convenção em que seja parte um dos
INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO referidos Estados;
Artigo 27. Suspensão de garantias c. excluir outros direitos e garantias que são
1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de inerentes ao ser humano ou que decorrem da forma
outra emergência que ameace a independência ou democrática representativa de governo; e
segurança do Estado Parte, este poderá adotar d. excluir ou limitar o efeito que possam produzir a
disposições que, na medida e pelo tempo estritamente Declaração Americana dos Direitos e Deveres do
limitados às exigências da situação, suspendam as Homem e outros atos internacionais da mesma
obrigações contraídas em virtude desta Convenção, natureza.
desde que tais disposições não sejam incompatíveis Artigo 30. Alcance das restrições
com as demais obrigações que lhe impõe o Direito As restrições permitidas, de acordo com esta
Internacional e não encerrem discriminação alguma Convenção, ao gozo e exercício dos direitos e
fundada em motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião liberdades nela reconhecidos, não podem ser aplicadas
ou origem social. senão de acordo com leis que forem promulgadas por
2. A disposição precedente não autoriza a motivo de interesse geral e com o propósito para o qual
suspensão dos direitos determinados seguintes artigos: houverem sido estabelecidas.
3 (Direito ao reconhecimento da personalidade Artigo 31. Reconhecimento de outros direitos
jurídica); 4 (Direito à vida); 5 (Direito à integridade Poderão ser incluídos no regime de proteção desta
pessoal); 6 (Proibição da escravidão e servidão); 9 Convenção outros direitos e liberdades que forem
(Princípio da legalidade e da retroatividade); 12 reconhecidos de acordo com os processos
(Liberdade de consciência e de religião); 17 (Proteção estabelecidos nos artigos 76 e 77.
da família); 18 (Direito ao nome); 19 (Direitos da CAPÍTULO V
criança); 20 (Direito à nacionalidade) e 23 (Direitos DEVERES DAS PESSOAS
políticos), nem das garantias indispensáveis para a Artigo 32. Correlação entre deveres e direitos
proteção de tais direitos. 1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a
3. Todo Estado Parte que fizer uso do direito de comunidade e a humanidade.
suspensão deverá informar imediatamente os outros 2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos
Estados Partes na presente Convenção, por intermédio direitos dos demais, pela segurança de todos e pelas
do Secretário-Geral da Organização dos Estados justas exigências do bem comum, numa sociedade
Americanos, das disposições cuja aplicação haja democrática.
suspendido, dos motivos determinantes da suspensão
e da data em que haja dado por terminada tal PARTE II -
suspensão. MEIOS DA PROTEÇÃO
Artigo 28. Cláusula federal CAPÍTULO VI
1. Quando se tratar de um Estado Parte ÓRGÃOS COMPETENTES
constituído como Estado federal, o governo nacional do Artigo 33
aludido Estado Parte cumprirá todas as disposições da São competentes para conhecer dos assuntos
presente Convenção, relacionadas com as matérias relacionados com o cumprimento dos compromissos
sobre as quais exerce competência legislativa e judicial. assumidos pelos Estados Partes nesta Convenção:
2. No tocante às disposições relativas às matérias a. a Comissão Interamericana de Direitos
que correspondem à competência das entidades Humanos, doravante denominada a Comissão; e
componentes da federação, o governo nacional deve b. a Corte Interamericana de Direitos Humanos,
tomar imediatamente as medidas pertinente, em doravante denominada a Corte.
conformidade com sua constituição e suas leis, a fim de
que as autoridades competentes das referidas CAPÍTULO VII
entidades possam adotar as disposições cabíveis para COMISSÃO INTERAMERICANA
o cumprimento desta Convenção. DE DIREITOS HUMANOS
3. Quando dois ou mais Estados Partes decidirem Seção 1 — Organização
constituir entre eles uma federação ou outro tipo de Artigo 34
associação, diligenciarão no sentido de que o pacto A Comissão Interamericana de Direitos Humanos
comunitário respectivo contenha as disposições compor-se-á de sete membros, que deverão ser
necessárias para que continuem sendo efetivas no pessoas de alta autoridade moral e de reconhecido
novo Estado assim organizado as normas da presente saber em matéria de direitos humanos.
Convenção. Artigo 35
Artigo 29. Normas de interpretação A Comissão representa todos os membros da
Nenhuma disposição desta Convenção pode ser Organização dos Estados Americanos.
interpretada no sentido de: Artigo 36
a. permitir a qualquer dos Estados Partes, grupo 1. Os membros da Comissão serão eleitos a título
ou pessoa, suprimir o gozo e exercício dos direitos e pessoal, pela Assembleia Geral da Organização, de
liberdades reconhecidos na Convenção ou limitá-los uma lista de candidatos propostos pelos governos dos
em maior medida do que a nela prevista; Estados membros.
b. limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou 2. Cada um dos referidos governos pode propor até
liberdade que possam ser reconhecidos de acordo três candidatos, nacionais do Estado que os propuser
ou de qualquer outro Estado membro da
Organização dos Estados Americanos. Quando for Artigo 42
proposta uma lista de três candidatos, pelo menos um Os Estados Partes devem remeter à Comissão cópia
deles deverá ser nacional de Estado diferente do dos relatórios e estudos que, em seus respectivos
proponente. campos, submetem anualmente às Comissões
Artigo 37 Executivas do Conselho Interamericano Econômico e
1. Os membros da Comissão serão eleitos por Social e do Conselho Interamericano de Educação,
quatro anos e só poderão ser reeleitos uma vez, porém Ciência e Cultura, a fim de que aquela vele por que se
o mandato de três dos membros designados na promovam os direitos decorrentes das normas
primeira eleição expirará ao cabo de dois anos. Logo econômicas, sociais e sobre educação, ciência e
depois da referida eleição, serão determinados por cultura, constantes da Carta da Organização dos
sorteio, na Assembleia Geral, os nomes desses três Estados Americanos, reformada pelo Protocolo de
membros. Buenos Aires.
2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um Artigo 43
nacional de um mesmo Estado. Os Estados Partes obrigam-se a proporcionar à
Artigo 38 Comissão as informações que esta lhes solicitar sobre
As vagas que ocorrerem na Comissão, que não se a maneira pela qual o seu direito interno assegura a
devam à expiração normal do mandato, serão aplicação efetiva de quaisquer disposições desta
preenchidas pelo Conselho Permanente da Convenção.
Organização, de acordo com o que dispuser o Estatuto Seção 3 — Competência
da Comissão. Artigo 44
Artigo 39 Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade
A Comissão elaborará seu estatuto e submetê-lo-á não-governamental legalmente reconhecida em um ou
à aprovação da Assembleia Geral e expedirá seu mais Estados membros da Organização, pode
próprio regulamento. apresentar à Comissão petições que contenham
denúncias ou queixas de violação desta Convenção por
Artigo 40
um Estado Parte.
Os serviços de secretaria da Comissão devem ser
Artigo 45
desempenhados pela unidade funcional especializada
1. Todo Estado Parte pode, no momento do
que faz parte da Secretária-geral da Organização e
depósito do seu instrumento de ratificação desta
devem dispor dos recursos necessários para cumprir as
Convenção ou de adesão a ela, ou em qualquer
tarefas que lhe forem confiadas pela Comissão.
momento posterior, declarar que reconhece a
competência da Comissão para receber e examinar as
Seção 2 — Funções comunicações em que um Estado Parte alegue haver
Artigo 41 outro Estado Parte incorrido em violações dos direitos
A Comissão tem a função principal de promover a humanos estabelecidos nesta Convenção.
observância e a defesa dos direitos humanos e, no 2. As comunicações feitas em virtude deste artigo
exercício do seu mandato, tem as seguintes funções e só podem ser admitidas e examinadas se forem
atribuições: apresentadas por um Estado Parte que haja feito uma
a. estimular a consciência dos direitos humanos declaração pela qual reconheça a referida competência
nos povos da América; da Comissão. A Comissão não admitirá nenhuma
b. formular recomendações aos governos dos comunicação contra um Estado Parte que não haja feito
Estados membros, quando o considerar conveniente, tal declaração.
no sentido de que adotem medidas progressivas em 3. As declarações sobre reconhecimento de
prol dos direitos humanos no âmbito de suas leis competência podem ser feitas para que esta vigore por
internas e seus preceitos constitucionais, bem como tempo indefinido, por período determinado ou para
disposições apropriadas para promover o devido casos específicos.
respeito a esses direitos; 4. As declarações serão depositadas na
c. preparar os estudos ou relatórios que Secretaria-Geral da Organização dos Estados
considerar convenientes para o desempenho de suas Americanos, a qual encaminhará cópia das mesmas
funções; aos Estados membros da referida Organização.
d. solicitar aos governos dos Estados membros Artigo 46
que lhe proporcionem informações sobre as medidas 1. Para que uma petição ou comunicação
que adotarem em matéria de direitos humanos; apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja
e. atender às consultas que, por meio da admitida pela Comissão, será necessário:
Secretaria-Geral da Organização dos Estados a. que hajam sido interpostos e esgotados os
Americanos, lhe formularem os Estados membros sobre recursos da jurisdição interna, de acordo com os
questões relacionadas com os direitos humanos e, princípios de direito internacional geralmente
dentro de suas possibilidades, prestar-lhes o reconhecidos;
assessoramento que eles lhe solicitarem; b. que seja apresentada dentro do prazo de seis
f. atuar com respeito às petições e outras meses, a partir da data em que o presumido prejudicado
comunicações, no exercício de sua autoridade, de em seus direitos tenha sido notificado da decisão
conformidade com o disposto nos artigos 44 a 51 desta definitiva;
Convenção; e c. que a matéria da petição ou comunicação não
g. apresentar um relatório anual à Assembleia esteja pendente de outro processo de solução
Geral da Organização dos Estados Americanos. internacional; e

45
d. que, no caso do artigo 44, a petição contenha o f. pôr-se-á à disposição das partes interessadas, a
nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a fim de chegar a uma solução amistosa do assunto,
assinatura da pessoa ou pessoas ou do representante fundada no respeito aos direitos humanos
legal da entidade que submeter a petição. reconhecidos nesta Convenção.
2. As disposições das alíneas a e b do inciso 1 2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode
deste artigo não se aplicarão quando: ser realizada uma investigação, mediante prévio
a. não existir, na legislação interna do Estado de consentimento do Estado em cujo território se alegue
que se tratar, o devido processo legal para a proteção haver sido cometida a violação, tão somente com a
do direito ou direitos que se alegue tenham sido apresentação de uma petição ou comunicação que
violados; reúna todos os requisitos formais de admissibilidade.
b. não se houver permitido ao presumido Artigo 49
prejudicado em seus direitos o acesso aos recursos da Se se houver chegado a uma solução amistosa de
jurisdição interna, ou houver sido ele impedido de acordo com as disposições do inciso 1, f, do artigo 48,
esgotá-los; e a Comissão redigirá um relatório que será
c. houver demora injustificada na decisão sobre encaminhado ao peticionário e aos Estados Partes
os mencionados recursos. nesta Convenção e, posteriormente, transmitido, para
Artigo 47 sua publicação, ao Secretário-Geral da Organização
A Comissão declarará inadmissível toda petição ou dos Estados Americanos. O referido relatório conterá
comunicação apresentada de acordo com os artigos 44 uma breve exposição dos fatos e da solução alcançada.
ou 45 quando: Se qualquer das partes no caso o solicitar, ser-lhe-á
a. não preencher algum dos requisitos proporcionada a mais ampla informação possível.
estabelecidos no artigo 46; Artigo 50
b. não expuser fatos que caracterizem violação dos 1. Se não se chegar a uma solução, e dentro do
direitos garantidos por esta Convenção; prazo que for fixado pelo Estatuto da Comissão, esta
c. pela exposição do próprio peticionário ou do redigirá um relatório no qual exporá os fatos e suas
Estado, for manifestamente infundada a petição ou conclusões. Se o relatório não representar, no todo ou
comunicação ou for evidente sua total improcedência; em parte, o acordo unânime dos membros da
ou Comissão, qualquer deles poderá agregar ao referido
d. for substancialmente reprodução de petição ou relatório seu voto em separado. Também se agregarão
comunicação anterior, já examinada pela Comissão ou ao relatório as exposições verbais ou escritas que
por outro organismo internacional. houverem sido feitas pelos interessados em virtude do
inciso 1, e, do artigo 48.
Seção 4 — Processo 2. O relatório será encaminhado aos Estados
Artigo 48 interessados, aos quais não será facultado publicá-lo.
1. A Comissão, ao receber uma petição ou 3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode
comunicação na qual se alegue violação de qualquer formular as proposições e recomendações que julgar
dos direitos consagrados nesta Convenção, procederá adequadas.
da seguinte maneira: Artigo 51
a. se reconhecer a admissibilidade da petição ou 1. Se no prazo de três meses, a partir da remessa
comunicação, solicitará informações ao Governo do aos Estados interessados do relatório da Comissão, o
Estado ao qual pertença a autoridade apontada como assunto não houver sido solucionado ou submetido à
responsável pela violação alegada e transcreverá as decisão da Corte pela Comissão ou pelo Estado
partes pertinentes da petição ou comunicação. As interessado, aceitando sua competência, a Comissão
referidas informações devem ser enviadas dentro de poderá emitir, pelo voto da maioria absoluta dos seus
um prazo razoável, fixado pela Comissão ao considerar membros, sua opinião e conclusões sobre a questão
as circunstâncias de cada caso; submetida à sua consideração.
b. recebidas as informações, ou transcorrido o 2. A Comissão fará as recomendações pertinentes
prazo fixado sem que sejam elas recebidas, verificará e fixará um prazo dentro do qual o Estado deve tomar
se existem ou subsistem os motivos da petição ou as medidas que lhe competirem para remediar a
comunicação. No caso de não existirem ou não situação examinada.
subsistirem, mandará arquivar o expediente; 3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão
c. poderá também declarar a inadmissibilidade ou decidirá, pelo voto da maioria absoluta dos seus
a improcedência da petição ou comunicação, com base membros, se o Estado tomou ou não medidas
em informação ou prova supervenientes; adequadas e se publica ou não seu relatório.
d. se o expediente não houver sido arquivado, e
com o fim de comprovar os fatos, a Comissão CAPÍTULO VIII
procederá, com conhecimento das partes, a um exame CORTE INTERAMERICANA
do assunto exposto na petição ou comunicação. Se for DE DIREITOS HUMANOS
necessário e conveniente, a Comissão procederá a Seção 1 — Organização
uma investigação para cuja eficaz realização solicitará, Artigo 52
e os Estados interessados lhes proporcionarão todas 1. A Corte compor-se-á de sete juízes, nacionais
as facilidades necessárias; dos Estados membros da Organização, eleitos a título
e. poderá pedir aos Estados interessados pessoal dentre juristas da mais alta autoridade moral,
qualquer informação pertinente e receberá, se isso lhe de reconhecida competência em matéria de direitos
for solicitado, as exposições verbais ou escritas que humanos, que reúnam as condições requeridas para o
apresentarem os interessados; e 46
exercício das mais elevadas funções judiciais, de respectivo. Os Estados Partes na Convenção podem,
acordo com a lei do Estado do qual sejam nacionais, ou na Assembleia Geral, por dois terços dos seus votos,
do Estado que os propuser como candidatos. mudar a sede da Corte.
2. Não deve haver dois juízes da mesma 2. A Corte designará seu Secretário.
nacionalidade. 3. O Secretário residirá na sede da Corte e deverá
Artigo 53 assistir às reuniões que ela realizar fora da mesma.
1. Os juízes da Corte serão eleitos, em votação Artigo 59
secreta e pelo voto da maioria absoluta dos Estados A Secretaria da Corte será por esta estabelecida e
Partes na Convenção, na Assembleia Geral da funcionará sob a direção do Secretário da Corte, de
Organização, de uma lista de candidatos propostos acordo com as normas administrativas da Secretaria-
pelos mesmos Estados. Geral da Organização em tudo o que não for
2. Cada um dos Estados Partes pode propor até três incompatível com a independência da Corte. Seus
candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou de funcionários serão nomeados pelo Secretário-Geral da
qualquer outro Estado membro da Organização dos Organização, em consulta com o Secretário da Corte.
Estados Americanos. Quando se propuser uma lista de Artigo 60
três candidatos, pelo menos um deles deverá ser A Corte elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à
nacional de Estado diferente do proponente. aprovação da Assembleia Geral e expedirá seu
Artigo 54 regimento.
1. Os juízes da Corte serão eleitos por um período
de seis anos e só poderão ser reeleitos uma vez. O Seção 2 — Competência e funções
mandato de três dos juízes designados na primeira Artigo 61
eleição expirará ao cabo de três anos. Imediatamente 1. Somente os Estados Partes e a Comissão têm
depois da referida eleição, determinar-se-ão por direito de submeter caso à decisão da Corte.
sorteio, na Assembleia Geral, os nomes desses três 2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer
juízes. caso, é necessário que sejam esgotados os processos
2. O juiz eleito para substituir outro cujo mandato previstos nos artigos 48 a 50.
não haja expirado, completará o período deste. Artigo 62
3. Os juízes permanecerão em funções até o 1. Todo Estado Parte pode, no momento do
término dos seus mandatos. Entretanto, continuarão depósito do seu instrumento de ratificação desta
funcionando nos casos de que já houverem tomado Convenção ou de adesão a ela, ou em qualquer
conhecimento e que se encontrem em fase de sentença momento posterior, declarar que reconhece como
e, para tais efeitos, não serão substituídos pelos novos obrigatória, de pleno direito e sem convenção especial,
juízes eleitos. a competência da Corte em todos os casos relativos à
Artigo 55 interpretação ou aplicação desta Convenção.
1. O juiz que for nacional de algum dos Estados 2. A declaração pode ser feita incondicionalmente,
Partes no caso submetido à Corte, conservará o seu ou sob condição de reciprocidade, por prazo
direito de conhecer do mesmo. determinado ou para casos específicos. Deverá ser
2. Se um dos juízes chamados a conhecer do caso apresentada ao Secretário-Geral da Organização, que
for de nacionalidade de um dos Estados Partes, outro encaminhará cópias da mesma aos outros Estados
Estado Parte no caso poderá designar uma pessoa de membros da Organização e ao Secretário da Corte.
sua escolha para fazer parte da Corte na qualidade de 3. A Corte tem competência para conhecer de
juiz ad hoc. qualquer caso relativo à interpretação e aplicação das
3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer do disposições desta Convenção que lhe seja submetido,
caso, nenhum for da nacionalidade dos Estados Partes, desde que os Estados Partes no caso tenham
cada um destes poderá designar um juiz ad hoc. reconhecido ou reconheçam a referida competência,
4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados seja por declaração especial, como preveem os incisos
no artigo 52. anteriores, seja por convenção especial.
5. Se vários Estados Partes na Convenção tiverem Artigo 63
o mesmo interesse no caso, serão considerados como 1. Quando decidir que houve violação de um direito
uma só Parte, para os fins das disposições anteriores. ou liberdade protegidos nesta Convenção, a Corte
Em caso de dúvida, a Corte decidirá. determinará que se assegure ao prejudicado o gozo do
Artigo 56 seu direito ou liberdade violados. Determinará também,
O quórum para as deliberações da Corte é se isso for procedente, que sejam reparadas as
constituído por cinco juízes. consequências da medida ou situação que haja
Artigo 57 configurado a violação desses direitos, bem como o
A Comissão comparecerá em todos os casos pagamento de indenização justa à parte lesada.
perante a Corte. 2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e
Artigo 58 quando se fizer necessário evitar danos irreparáveis
1. A Corte terá sua sede no lugar que for às pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver
determinado, na Assembleia Geral da Organização, conhecendo, poderá tomar as medidas provisórias que
pelos Estados Partes na Convenção, mas poderá considerar pertinentes. Se se tratar de assuntos que
realizar reuniões no território de qualquer Estado ainda não estiverem submetidos ao seu
membro da Organização dos Estados Americanos em conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão.
que o considerar conveniente pela maioria dos seus
membros e mediante prévia aquiescência do Estado

47
Artigo 64 que possam afetar sua independência ou
1. Os Estados membros da Organização poderão imparcialidade conforme o que for determinado nos
consultar a Corte sobre a interpretação desta respectivos estatutos.
Convenção ou de outros tratados concernentes à Artigo 72
proteção dos direitos humanos nos Estados Os juízes da Corte e os membros da Comissão
americanos. Também poderão consultá-la, no que lhes perceberão honorários e despesas de viagem na forma
compete, os órgãos enumerados no capítulo X da Carta e nas condições que determinarem os seus estatutos,
da Organização dos Estados Americanos, reformada levando em conta a importância e independência de
pelo Protocolo de Buenos Aires. suas funções. Tais honorários e despesas de viagem
2. A Corte, a pedido de um Estado membro da serão fixados no orçamento- programa da Organização
Organização, poderá emitir pareceres sobre a dos Estados Americanos, no qual devem ser incluídas,
compatibilidade entre qualquer de suas leis internas e além disso, as despesas da Corte e da sua Secretaria.
os mencionados instrumentos internacionais. Para tais efeitos, a Corte elaborará o seu próprio
Artigo 65 projeto de orçamento e submetê-lo-á à aprovação da
A Corte submeterá à consideração da Assembleia Assembleia Geral, por intermédio da Secretaria-Geral.
Geral da Organização, em cada período ordinário de Esta última não poderá nele introduzir modificações.
sessões, um relatório sobre suas atividades no ano Artigo 73
anterior. De maneira especial, e com as Somente por solicitação da Comissão ou da Corte,
recomendações pertinentes, indicará os casos em que conforme o caso, cabe à Assembleia Geral da
um Estado não tenha dado cumprimento a suas Organização resolver sobre as sanções aplicáveis aos
sentenças. membros da Comissão ou aos juízes da Corte que
incorrerem nos casos previstos nos respectivos
Seção 3 — Procedimento estatutos. Para expedir uma resolução, será necessária
Artigo 66 maioria de dois terços dos votos dos Estados Membros
1. A sentença da Corte deve ser fundamentada. da Organização, no caso dos membros da Comissão;
2. Se a sentença não expressar no todo ou em parte e, além disso, de dois terços dos votos dos Estados
a opinião unânime dos juízes, qualquer deles terá Partes na Convenção, se se tratar dos juízes da Corte.
direito a que se agregue à sentença o seu voto
dissidente ou individual. PARTE III
Artigo 67 DISPOSIÇÕES GERAIS
A sentença da Corte será definitiva e inapelável. Em E TRANSITÓRIAS
caso de divergência sobre o sentido ou alcance da CAPÍTULO X
sentença, a Corte interpretá-la-á, a pedido de qualquer ASSINATURA,
das partes, desde que o pedido seja apresentado RATIFICAÇÃO, RESERVA, EMENDA,
dentro de noventa dias a partir da data da notificação PROTOCOLO E DENÚNCIA
da sentença. Artigo 74
Artigo 68 1. Esta Convenção fica aberta à assinatura e à
1. Os Estados Partes na Convenção ratificação ou adesão de todos os Estados membros da
comprometem-se a cumprir a decisão da Corte em todo Organização dos Estados Americanos.
caso em que forem partes. 2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a ela
2. A parte da sentença que determinar indenização efetuar-se-á mediante depósito de um instrumento de
compensatória poderá ser executada no país ratificação ou de adesão na Secretaria-Geral da
respectivo pelo processo interno vigente para a Organização dos Estados Americanos. Esta
execução de sentenças contra o Estado. Convenção entrará em vigor logo que onze Estados
Artigo 69 houverem depositado os seus respectivos instrumentos
A sentença da Corte deve ser notificada às partes de ratificação ou de adesão. Com referência a qualquer
no caso e transmitida aos Estados Partes na outro Estado que a ratificar ou que a ela aderir
Convenção. ulteriormente, a Convenção entrará em vigor na data do
depósito do seu instrumento de ratificação ou de
CAPÍTULO IV adesão.
DISPOSIÇÕES COMUNS 3. O Secretário-Geral informará todos os Estados
Artigo 70 membros da Organização sobre a entrada em vigor da
1. Os juízes da Corte e os membros da Comissão Convenção.
gozam, desde o momento de sua eleição e enquanto Artigo 75
durar o seu mandato, das imunidades reconhecidas Esta Convenção só pode ser objeto de reservas em
aos agentes diplomáticos pelo Direito Internacional. conformidade com as disposições da Convenção de
Durante o exercício dos seus cargos gozam, além Viena sobre o Direito dos Tratados, assinada em 23 de
disso, dos privilégios diplomáticos necessários para o maio de 1969.
desempenho de suas funções. Artigo 76
2. Não se poderá exigir responsabilidade em 1. Qualquer Estado Parte, diretamente, e a
tempo algum dos juízes da Corte, nem dos membros da Comissão ou a Corte, por intermédio do Secretário-
Comissão, por votos e opiniões emitidos no exercício Geral, podem submeter à Assembleia Geral, para o que
de suas funções. julgarem conveniente, proposta de emenda a esta
Artigo 71 Convenção.
Os cargos de juiz da Corte ou de membro da
Comissão são incompatíveis com outras atividades

48
2. As emendas entrarão em vigor para os Estados
que ratificarem as mesmas na data em que houver sido ARTIGO 82
depositado o respectivo instrumento de ratificação que
corresponda ao número de dois terços dos Estados Partes A eleição dos juízes da Corte far-se-á dentre os
nesta Convenção. Quanto aos outros Estados Partes, candidatos que figurem na lista a que se refere o
entrarão em vigor na data em que depositarem eles os artigo 81, por votação secreta dos Estados-Partes,
seus respectivos instrumentos de ratificação. na Assembléia-Geral, e serão declarados eleitos os
Artigo 77 candidatos que obtiverem maior número de votos e
1. De acordo com a faculdade estabelecida no artigo a maioria absoluta dos votos dos representantes
31, qualquer Estado Parte e a Comissão podem submeter dos Estados-Partes. Se para eleger todos os juízes
à consideração dos Estados Partes reunidos por ocasião da Corte, for necessário realizar várias votações,
da Assembleia Geral, projetos de protocolos adicionais a serão eliminados sucessivamente, na forma que for
esta Convenção, com a finalidade de incluir determinada pelos Estados-Partes, os candidatos
progressivamente no regime de proteção da mesma outros que receberem menor número de votos.
direitos e liberdades.
2. Cada protocolo deve estabelecer as modalidades Declaração e reservas
de sua entrada em vigor e será aplicado somente entre os
Estados Partes no mesmo. Declaração do Chile
Artigo 78
A Delegação do Chile apõe sua assinatura a esta
1. Os Estados Partes poderão denunciar esta
Convenção depois de expirado um prazo de cinco anos, a Convenção, sujeita á sua posterior aprovação
parlamentar e ratificação, em conformidade com as
partir da data da entrada em vigor da mesma e mediante
normas constitucionais vigentes.
aviso prévio de um ano, notificando o Secretário-Geral da
Organização, o qual deve informar as outras Partes.
2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Estado Declaração do Equador
Parte interessado das obrigações contidas nesta
A Declaração do Equador tem a honra de assinar
Convenção, no que diz respeito a qualquer ato que,
a Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
podendo constituir violação dessas obrigações, houver sido
cometido por ele anteriormente à data na qual a denúncia Não crê necessários especificar reserva alguma,
deixando a salvo tão-somente a faculdade geral
produzir efeito.
constante da mesma Convenção, que deixa aos
CAPÍTULO XI governos a liberdade de ratificá-la.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Seção 1 Reserva do Uruguai
Comissão Interamericana de Direitos Humanos
Artigo 79 O artigo 80, parágrafo 2, da Constituição da
Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário- Geral República Oriental do Uruguai, estabelece que se
pedirá por escrito a cada Estado membro da Organização suspende a cidadania "pela condição de legalmente
que apresente, dentro de um prazo de noventa dias, seus processado em causa criminal de que possa resultar
candidatos a membro da Comissão Interamericana de pena de penitenciária". Essa limitação ao exercício
Direitos Humanos. O Secretário-Geral preparará uma lista dos direitos reconhecidos no artigo 23 da
por ordem alfabética dos candidatos apresentados e a Convenção não está prevista entre as
encaminhará aos Estados membros da Organização pelo circunstâncias que a tal respeito prevê o parágrafo 2
menos trinta dias antes da Assembleia Geral seguinte. do referido artigo 23, motivo por que a Delegação do
Artigo 80 Uruguai forma a reserva pertinente.
A eleição dos membros da Comissão far-se-á dentre
Em fé do que, os plenipotenciários abaixo-
os candidatos que figurem na lista a que se refere o artigo
assinados, cujos plenos poderes foram encontrados
79, por votação secreta da Assembleia Geral, e serão
em boa e devida forma, assinam esta Convenção,
declarados eleitos os candidatos que obtiverem maior
que se denominará "Pacto de São Jose da Costa
número de votos e a maioria absoluta dos votos dos
Rica", na cidade de São Jose, Costa Rica, em vinte
representantes dos Estados membros. Se, para eleger
e dois de novembro de mil novecentos e sessenta e
todos os membros da Comissão, for necessário realizar
nove.
várias votações, serão eliminados sucessivamente, na
forma que for determinada pela Assembleia Geral, os
candidatos que receberem menor número de votos.

Seção 2
Corte Interamericana de Direitos Humanos
Artigo 81
Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário-
Geral solicitará por escrito a cada Estado Parte que
apresente, dentro de um prazo de noventa dias, seus
candidatos a juiz da Corte Interamericana de Direito
Humanos. O Secretário-Geral prepara uma lista por
ordem alfabética dos candidatos apresentados e a
encaminhará aos Estados-Partes pelo menos trinta
dias antes da Assembléia-Geral seguinte.
LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE I - entrevistar pessoas;

1984. II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados,


dados e informações a respeito do condenado;
Institui a Lei de Execução Penal.
III - realizar outras diligências e exames necessários.
TÍTULO I- Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução
Penal Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente,
com violência de natureza grave contra pessoa, ou por
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25
disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar de julho de 1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à
condições para a harmônica integração social do condenado e identificação do perfil genético, mediante extração de DNA -
do internado. ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor.
(Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça
ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no § 1o A identificação do perfil genético será armazenada em
processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido
de Processo Penal. pelo Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)

Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso § 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias
provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, mínimas de proteção de dados genéticos, observando as
quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição melhores práticas da genética forense. (Incluído pela Lei nº
ordinária. 13.964, de 2019)

Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos § 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá
os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. requerer ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado,
o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
racial, social, religiosa ou política.
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade aos seus dados constantes nos bancos de perfis genéticos,
nas atividades de execução da pena e da medida de bem como a todos os documentos da cadeia de custódia que
segurança. gerou esse dado, de maneira que possa ser contraditado pela
defesa. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
TÍTULO II - Do Condenado e do Internado
CAPÍTULO I - Da Classificação § 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo
que não tiver sido submetido à identificação do perfil genético
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá
antecedentes e personalidade, para orientar a individualização ser submetido ao procedimento durante o cumprimento da
da execução penal. pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de § 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Classificação que elaborará o programa individualizador e
acompanhará a execução das penas privativas de liberdade e § 6º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
restritivas de direitos, devendo propor, à autoridade
competente, as progressões e regressões dos regimes, bem § 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
como as conversões.
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de se ao procedimento de identificação do perfil genético.
Classificação que elaborará o programa individualizador da (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso
provisório. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de CAPÍTULO II - Da Assistência
2003) SEÇÃO I- Disposições Gerais

Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do
cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à
no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 convivência em sociedade.
(um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de
condenado à pena privativa de liberdade. Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto Art. 11. A assistência será:
ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço
social. I - material;

Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de II - à saúde;


liberdade, em regime fechado, será submetido a exame
criminológico para a obtenção dos elementos necessários a III -jurídica;
uma adequada classificação e com vistas à individualização da
execução. IV - educacional;

Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser V - social;
submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de
liberdade em regime semi-aberto. VI - religiosa.

Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados SEÇÃO II - Da Assistência Material


reveladores da personalidade, observando a ética profissional
e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado
poderá: consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e
instalações higiênicas.
presos e às presas. 7.627 (Incluído pela Lei nº 13.163, de
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços 2015)
que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais,
além de locais destinados à venda de produtos e objetos Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de
permitidos e não fornecidos pela Administração. iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.

SEÇÃO III - Da Assistência à Saúde Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional
adequado à sua condição.
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de
caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de
médico, farmacêutico e odontológico. convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem
escolas ou ofereçam cursos especializados.
§ 1º (Vetado).
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as
para prover a assistência médica necessária, esta será categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos
prestada em outro local, mediante autorização da direção do e didáticos.
estabelecimento.
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar:
§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher, (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao
recém-nascido. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009) I - o nível de escolaridade dos presos e das presas;
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
SEÇÃO IV - Da Assistência Jurídica
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos número de presos e presas atendidos; (Incluído
internados sem recursos financeiros para constituir advogado. pela Lei nº 13.163, de 2015)

Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de III - a implementação de cursos profissionais em nível de
assistência jurídica nos estabelecimentos penais. iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e
presas atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de
assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo;
Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
(Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional
§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio de presos e presas. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no
exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos SEÇÃO VI - Da Assistência Social
penais. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso
§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade.
apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público.
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:

§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a
prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os
sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;
recursos financeiros para constituir advogado.
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das
saídas temporárias;
SEÇÃO V - Da Assistência Educacional
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução recreação;
escolar e a formação profissional do preso e do internado.
V - promover a orientação do assistido, na fase final do
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu
sistema escolar da Unidade Federativa. retorno à liberdade;

Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da
geral ou educação profissional de nível médio, será implantado Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;
nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua
universalização. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso,
do internado e da vítima.
§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao
sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, SEÇÃO VII - Da Assistência Religiosa
administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não
só com os recursos destinados à educação, mas pelo sistema Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será
estadual de justiça ou administração penitenciária. prestada aos presos e aos internados, permitindo-se-lhes a
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) participação nos serviços organizados no estabelecimento
penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa.
§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas
cursos supletivos de educação de jovens e adultos. § 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) religiosos.

§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal § 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a
incluirão em seus programas de educação à distância e de participar de atividade religiosa.
utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos
SEÇÃO VIII - Da Assistência ao Egresso § 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar
ocupação adequada à sua idade.
Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade; atividades apropriadas ao seu estado.

II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis)
em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses. nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e
feriados.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser
prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de
assistente social, o empenho na obtenção de emprego. trabalho aos presos designados para os serviços de
conservação e manutenção do estabelecimento penal.
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da empresa pública, com autonomia administrativa, e terá por
saída do estabelecimento; objetivo a formação profissional do condenado.

II - o liberado condicional, durante o período de prova. § 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora
promover e supervisionar a produção, com critérios e métodos
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o empresariais, encarregar-se de sua comercialização, bem
egresso para a obtenção de trabalho. como suportar despesas, inclusive pagamento de
remuneração adequada. (Renumerado pela Lei nº
CAPÍTULO III - Do Trabalho 10.792, de 2003)
SEÇÃO I - Disposições Gerais
§ 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e celebrar convênio com a iniciativa privada, para implantação
condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos
produtiva. presídios. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)

§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da
precauções relativas à segurança e à higiene. União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios
adquirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens ou
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da produtos do trabalho prisional, sempre que não for possível ou
Consolidação das Leis do Trabalho. recomendável realizar-se a venda a particulares.

Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as
tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário vendas reverterão em favor da fundação ou empresa pública a
mínimo. que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento
penal.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
SEÇÃO III - Do Trabalho Externo
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que
determinados judicialmente e não reparados por outros meios; Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em
regime fechado somente em serviço ou obras públicas
b) à assistência à família; realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou
entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a
c) a pequenas despesas pessoais; fuga e em favor da disciplina.

d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com § 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez
a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem por cento) do total de empregados na obra.
prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.
parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de
Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em § 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do
liberdade. consentimento expresso do preso.

Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela
comunidade não serão remuneradas. direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina
e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um
SEÇÃO II - Do Trabalho Interno sexto) da pena.

Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho
obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e externo ao preso que vier a praticar fato definido como crime,
capacidade. for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário
aos requisitos estabelecidos neste artigo.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é
obrigatório e só poderá ser executado no interior do CAPÍTULO IV - Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
estabelecimento. SEÇÃO I - Dos Deveres

Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais
conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de execução
futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo da pena.
mercado.
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato
sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo. I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida
quem deva relacionar-se; de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção.

III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados; Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de
confiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento
IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de
de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina; orientar e acompanhar o tratamento.

V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o
particular serão resolvidas pelo Juiz da execução.
VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
SEÇÃO III - Da Disciplina
VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores; SUBSEÇÃO I - Disposições Gerais

VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na
realizadas com a sua manutenção, mediante desconto obediência às determinações das autoridades e seus agentes
proporcional da remuneração do trabalho; e no desempenho do trabalho.

IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento; Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à
pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o preso
X - conservação dos objetos de uso pessoal. provisório.

Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa
o disposto neste artigo. e anterior previsão legal ou regulamentar.

SEÇÃO II - Dos Direitos § 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade


física e moral do condenado.
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à
integridade física e moral dos condenados e dos presos § 2º É vedado o emprego de cela escura.
provisórios.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
Art. 41 - Constituem direitos do preso:
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da
I - alimentação suficiente e vestuário; pena ou da prisão, será cientificado das normas disciplinares.

II - atribuição de trabalho e sua remuneração; Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de
liberdade, será exercido pela autoridade administrativa
III - Previdência Social; conforme as disposições regulamentares.

IV - constituição de pecúlio; Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder
disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a que
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, estiver sujeito o condenado.
o descanso e a recreação;
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, ao Juiz da execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125,
artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.
a execução da pena;
SUBSEÇÃO II - Das Faltas Disciplinares
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social
e religiosa; Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias
e graves. A legislação local especificará as leves e médias,
VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; bem assim as respectivas sanções.

IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado; Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção
correspondente à falta consumada.
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos
em dias determinados; Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de
liberdade que:
XI - chamamento nominal;
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da ou a disciplina;
individualização da pena;
II - fugir;
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em integridade física de outrem;
defesa de direito;
IV - provocar acidente de trabalho;
XV - contato com o mundo exterior por meio de
correspondência escrita, da leitura e de outros meios de V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
informação que não comprometam a moral e os bons
costumes. VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo
39, desta Lei.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob
pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente. VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com
poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei
do diretor do estabelecimento. nº 11.466, de 2007)
VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do 2019)
perfil genético. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros,
couber, ao preso provisório. que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do
estabelecimento penal ou da sociedade. (Incluído
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de pela Lei nº 10.792, de 2003)
direitos que:
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta; aos presos provisórios ou condenados, nacionais ou
estrangeiros: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação
imposta; I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do
estabelecimento penal ou da sociedade; (Incluído pela Lei
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo nº 13.964, de 2019)
39, desta Lei.
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui ou participação, a qualquer título, em organização criminosa,
falta grave e sujeita o preso, ou condenado, à sanção associação criminosa ou milícia privada, independentemente
disciplinar, sem prejuízo da sanção penal. da prática de falta grave. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui § 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar
falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual
disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação,
sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou
diferenciado, com as seguintes características: bando. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo
de repetição da sanção por nova falta grave de mesma § 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em
espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; organização criminosa, associação criminosa ou milícia
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais
Estados da Federação, o regime disciplinar diferenciado será
II - recolhimento em cela individual; (Incluído obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional
pela Lei nº 10.792, de 2003) federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, § 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar
com duração de duas horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de diferenciado poderá ser prorrogado sucessivamente, por
2003) períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso:
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para
banho de sol. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) I - continua apresentando alto risco para a ordem e a
segurança do estabelecimento penal de origem ou da
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou
disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, II - mantém os vínculos com organização criminosa,
nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao associação criminosa ou milícia privada, considerados
regime disciplinar diferenciado, com as seguintes também o perfil criminal e a função desempenhada por ele no
características: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) grupo criminoso, a operação duradoura do grupo, a
superveniência de novos processos criminais e os resultados
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de do tratamento penitenciário. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie; 2019)
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime
II - recolhimento em cela individual; (Redação dada pela disciplinar diferenciado deverá contar com alta segurança
Lei nº 13.964, de 2019) interna e externa, principalmente no que diz respeito à
necessidade de se evitar contato do preso com membros de
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem sua organização criminosa, associação criminosa ou milícia
realizadas em instalações equipadas para impedir o contato privada, ou de grupos rivais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no 2019)
caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2
(duas) horas; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) § 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será
gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário.
para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso;
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) § 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar
diferenciado, o preso que não receber a visita de que trata o
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio
defensor, em instalações equipadas para impedir o contato agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com
físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez)
judicial em contrário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) minutos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; (Incluído SUBSEÇÃO III - Das Sanções e das Recompensas
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 53. Constituem sanções disciplinares:
VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por
videoconferência, garantindo-se a participação do defensor no I - advertência verbal;
mesmo ambiente do preso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
II - repreensão; Parágrafo único. A decisão será motivada.

III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o
único); isolamento preventivo do faltoso, pelo prazo máximo de 10
(dez) dias, no interesse da disciplina e da averiguação do fato.
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos
estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o
observado o disposto no artigo 88 desta Lei. isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A
inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) despacho do juiz competente. (Redação dada
pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 54. As sanções dos incisos I a III do artigo anterior serão
aplicadas pelo diretor do estabelecimento; a do inciso IV, por Parágrafo único. O tempo de isolamento preventivo será
Conselho Disciplinar, conforme dispuser o regulamento. computado no período de cumprimento da sanção disciplinar.

Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão
por ato motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, preventiva no regime disciplinar diferenciado será computado
por prévio e fundamentado despacho do juiz competente. no período de cumprimento da sanção disciplinar.
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)

§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime TÍTULO III - Dos Órgãos da Execução Penal
disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado CAPÍTULO I - Disposições Gerais
elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade
administrativa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) Art. 61. São órgãos da execução penal:

§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;
disciplinar será precedida de manifestação do Ministério
Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze II - o Juízo da Execução;
dias. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
III - o Ministério Público;
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento
reconhecido em favor do condenado, de sua colaboração com IV - o Conselho Penitenciário;
a disciplina e de sua dedicação ao trabalho.
V - os Departamentos Penitenciários;
Art. 56. São recompensas:
VI - o Patronato;
I - o elogio;
VII - o Conselho da Comunidade.
II - a concessão de regalias.
VIII - a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos 2010).
estabelecerão a natureza e a forma de concessão de regalias.
CAPÍTULO II - Do Conselho Nacional de Política Criminal e
SUBSEÇÃO IV - Da Aplicação das Sanções Penitenciária

Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares levar-se-á em Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e
conta a pessoa do faltoso, a natureza e as circunstâncias do Penitenciária, com sede na Capital da República, é
fato, bem como as suas conseqüências. subordinado ao Ministério da Justiça.
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as
sanções previstas nos incisos III e IV, do artigo 53, desta Lei. Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre
em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as professores e profissionais da área do Direito Penal,
conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem
tempo de prisão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, como por representantes da comunidade e dos Ministérios da
de 2003) área social.

Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá
previstas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei. duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) ano.

Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e
poderão exceder a 30 (trinta) dias. Penitenciária, no exercício de suas atividades, em âmbito
federal ou estadual, incumbe:
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não
poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do
disciplinar diferenciado. (Redação dada pela Lei delito, administração da Justiça Criminal e execução das
nº 10.792, de 2003) penas e das medidas de segurança;

Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao II - contribuir na elaboração de planos nacionais de
Juiz da execução. desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da política
criminal e penitenciária;
SUBSEÇÃO V - Do Procedimento Disciplinar
III - promover a avaliação periódica do sistema criminal para a
Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o sua adequação às necessidades do País;
procedimento para sua apuração, conforme regulamento,
assegurado o direito de defesa. IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;
V - elaborar programa nacional penitenciário de formação e VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de
aperfeiçoamento do servidor; segurança;

VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais,
estabelecimentos penais e casas de albergados; tomando providências para o adequado funcionamento e
promovendo, quando for o caso, a apuração de
VII - estabelecer os critérios para a elaboração da estatística responsabilidade;
criminal;
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal
VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem que estiver funcionando em condições inadequadas ou com
assim informar-se, mediante relatórios do Conselho infringência aos dispositivos desta Lei;
Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca do
desenvolvimento da execução penal nos Estados, Territórios e IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.
Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbida as
medidas necessárias ao seu aprimoramento; X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.
(Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)
IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
administrativa para instauração de sindicância ou CAPÍTULO IV - Do Ministério Público
procedimento administrativo, em caso de violação das normas
referentes à execução penal; Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e
da medida de segurança, oficiando no processo executivo e
X - representar à autoridade competente para a interdição, no nos incidentes da execução.
todo ou em parte, de estabelecimento penal.
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
CAPÍTULO III - Do Juízo da Execução
I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei de internamento;
local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da
sentença. II - requerer:

Art. 66. Compete ao Juiz da execução: a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do


processo executivo;
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer
modo favorecer o condenado; b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de
execução;
II - declarar extinta a punibilidade;
c) a aplicação de medida de segurança, bem como a
III - decidir sobre: substituição da pena por medida de segurança;

a) soma ou unificação de penas; d) a revogação da medida de segurança;

b) progressão ou regressão nos regimes; e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos


regimes e a revogação da suspensão condicional da pena e do
c) detração e remição da pena; livramento condicional;

d) suspensão condicional da pena; f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da


situação anterior.
e) livramento condicional;
III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade
f) incidentes da execução. judiciária, durante a execução.

IV - autorizar saídas temporárias; Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará


mensalmente os estabelecimentos penais, registrando a sua
V - determinar: presença em livro próprio.

a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e CAPÍTULO V -Do Conselho Penitenciário


fiscalizar sua execução;
Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em fiscalizador da execução da pena.
privativa de liberdade;
§ 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de Governador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios,
direitos; dentre professores e profissionais da área do Direito Penal,
Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a como por representantes da comunidade. A legislação federal
substituição da pena por medida de segurança; e estadual regulará o seu funcionamento.

e) a revogação da medida de segurança; § 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá


a duração de 4 (quatro) anos.
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra
comarca; I - emitir parecer sobre livramento condicional, indulto e
comutação de pena;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do
artigo 86, desta Lei. I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena,
excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no estado
i) (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) de saúde do preso; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
2003)
tem por finalidade supervisionar e coordenar os
II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais; estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que
pertencer.
III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao
Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput deste artigo
relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior; realizarão o acompanhamento de que trata o inciso VII do
caput do art. 72 desta Lei e encaminharão ao Departamento
IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos Penitenciário Nacional os resultados obtidos. (Incluído
egressos. pela Lei nº 13.769, de 2018)

CAPÍTULO VI - Dos Departamentos Penitenciários SEÇÃO III - Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos
Penais
SEÇÃO I - Do Departamento Penitenciário Nacional
Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento
Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado deverá satisfazer os seguintes requisitos:
ao Ministério da Justiça, é órgão executivo da Política
Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou
do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços
Sociais;
Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário
Nacional: II - possuir experiência administrativa na área;

I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o
em todo o Território Nacional; desempenho da função.

II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento,
e serviços penais; ou nas proximidades, e dedicará tempo integral à sua função.

III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado
implementação dos princípios e regras estabelecidos nesta em diferentes categorias funcionais, segundo as necessidades
Lei; do serviço, com especificação de atribuições relativas às
funções de direção, chefia e assessoramento do
IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante estabelecimento e às demais funções.
convênios, na implantação de estabelecimentos e serviços
penais; Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de
instrução técnica e de vigilância atenderá a vocação,
V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização preparação profissional e antecedentes pessoais do
de cursos de formação de pessoal penitenciário e de ensino candidato.
profissionalizante do condenado e do internado.
§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades progressão ou a ascensão funcional dependerão de cursos
federativas, o cadastro nacional das vagas existentes em específicos de formação, procedendo-se à reciclagem
estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas periódica dos servidores em exercício.
privativas de liberdade aplicadas pela justiça de outra unidade
federativa, em especial para presos sujeitos a regime § 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá
disciplinar. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar
de pessoal técnico especializado.
VII - acompanhar a execução da pena das mulheres
beneficiadas pela progressão especial de que trata o § 3º do CAPÍTULO VII - Do Patronato
art. 112 desta Lei, monitorando sua integração social e a
ocorrência de reincidência, específica ou não, mediante a Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar
realização de avaliações periódicas e de estatísticas criminais. assistência aos albergados e aos egressos (artigo 26).
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a
coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e de I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos;
internamento federais.
II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço
§ 1º Incumbem também ao Departamento a coordenação e à comunidade e de limitação de fim de semana;
supervisão dos estabelecimentos penais e de internamento
federais. (Redação dada pela Lei nº 13.769, de 2018) III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições
da suspensão e do livramento condicional.
§ 2º Os resultados obtidos por meio do monitoramento e das
avaliações periódicas previstas no inciso VII do caput deste CAPÍTULO VIII - Do Conselho da Comunidade
artigo serão utilizados para, em função da efetividade da
progressão especial para a ressocialização das mulheres de Art. 80. Haverá em cada comarca, um Conselho da
que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, avaliar eventual Comunidade, composto no mínimo, por 1 (um) representante
desnecessidade do regime fechado de cumprimento de pena de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado
para essas mulheres nos casos de crimes cometidos sem indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil e 1
violência ou grave ameaça. (Incluído pela Lei nº 13.769, de (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do
2018) Conselho Nacional de Assistentes Sociais.

SEÇÃO II - Do Departamento Penitenciário Local Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da
Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um) representante
Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado
Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições que indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil, 1
estabelecer. (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e
1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do
Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, Conselho Nacional de Assistentes Sociais.
(Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). judiciária ou administrativa durante a execução;
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste
artigo, ficará a critério do Juiz da execução a escolha dos IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
integrantes do Conselho. administrativa para instauração de sindicância ou
procedimento administrativo em caso de violação das normas
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade: referentes à execução penal; (Incluído pela Lei
nº 12.313, de 2010).
I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos
penais existentes na comarca; V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências
para o adequado funcionamento, e requerer, quando for o
II - entrevistar presos; caso, a apuração de responsabilidade; (Incluído
pela Lei nº 12.313, de 2010).
III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao
Conselho Penitenciário; VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou
em parte, de estabelecimento penal. (Incluído
IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos pela Lei nº 12.313, de 2010).
para melhor assistência ao preso ou internado, em harmonia
com a direção do estabelecimento. Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará
periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a sua
CAPÍTULO IX - DA DEFENSORIA PÚBLICA presença em livro próprio. (Incluído pela Lei nº
12.313, de 2010).
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução
da pena e da medida de segurança, oficiando, no processo TÍTULO IV - Dos Estabelecimentos Penais
executivo e nos incidentes da execução, para a defesa dos CAPÍTULO I - Disposições Gerais
necessitados em todos os graus e instâncias, de forma
individual e coletiva. (Incluído pela Lei nº 12.313, Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao
de 2010). condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso
provisório e ao egresso.
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (Incluído
pela Lei nº 12.313, de 2010). § 1º - A mulher será recolhida a estabelecimento próprio e
adequando à sua condição pessoal.
I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente,
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do serão recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à sua
processo executivo; (Incluído pela Lei nº 12.313, condição pessoal. (Redação dada pela Lei nº
de 2010). 9.460, de 1997)

b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de § 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar
qualquer modo favorecer o condenado; (Incluído estabelecimentos de destinação diversa desde que
pela Lei nº 12.313, de 2010). devidamente isolados.

c) a declaração de extinção da punibilidade; Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza,
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). deverá contar em suas dependências com áreas e serviços
d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei nº 12.313, de destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e
2010). prática esportiva.

e) a detração e remição da pena; (Incluído pela Lei nº 12.313, § 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes
de 2010). universitários. (Renumerado pela Lei nº 9.046, de
1995)
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de
execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). § 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão
dotados de berçário, onde as condenadas possam amamentar
g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem seus filhos. (Incluído pela Lei nº 9.046, de 1995)
como a substituição da pena por medida de segurança;
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). § 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão
dotados de berçário, onde as condenadas possam cuidar de
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis)
suspensão condicional da pena, o livramento condicional, a meses de idade. (Redação dada pela Lei nº
comutação de pena e o indulto; (Incluído pela Lei 11.942, de 2009)
nº 12.313, de 2010).
§ 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo
i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo feminino na
pela Lei nº 12.313, de 2010). segurança de suas dependências internas. (Incluído
pela Lei nº 12.121, de 2009).
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da
situação anterior; (Incluído pela Lei nº 12.313, de § 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do
2010). ensino básico e profissionalizante. (Incluído pela
Lei nº 12.245, de 2010)
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra
comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). § 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública.
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do art.
86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as
atividades materiais acessórias, instrumentais ou
II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; complementares desenvolvidas em estabelecimentos penais,
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). e notadamente: (Incluído pela Lei nº 13.190, de
2015).
III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade
I - serviços de conservação, limpeza, informática, copeiragem,
portaria, recepção, reprografia, telecomunicações, lavanderia § 4o O preso que tiver sua integridade física, moral ou
e manutenção de prédios, instalações e equipamentos internos psicológica ameaçada pela convivência com os demais presos
e externos; (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015). ficará segregado em local próprio. (Incluído pela
Lei nº 13.167, de 2015)
II - serviços relacionados à execução de trabalho pelo preso.
(Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015). Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível
com a sua estrutura e finalidade.
§ 1o A execução indireta será realizada sob supervisão e
fiscalização do poder público. (Incluído pela Lei Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e
nº 13.190, de 2015). Penitenciária determinará o limite máximo de capacidade do
estabelecimento, atendendo a sua natureza e peculiaridades.
§ 2o Os serviços relacionados neste artigo poderão
compreender o fornecimento de materiais, equipamentos, Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça
máquinas e profissionais. (Incluído pela Lei nº de uma Unidade Federativa podem ser executadas em outra
13.190, de 2015). unidade, em estabelecimento local ou da União.

Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e § 1° A União Federal poderá construir estabelecimento penal
coordenação no âmbito do sistema penal, bem como todas as em local distante da condenação para recolher, mediante
atividades que exijam o exercício do poder de polícia, e decisão judicial, os condenados à pena superior a 15 (quinze)
notadamente: (Incluído pela Lei nº 13.190, de anos, quando a medida se justifique no interesse da segurança
2015). pública ou do próprio condenado.

I - classificação de condenados; (Incluído pela § 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal
Lei nº 13.190, de 2015). em local distante da condenação para recolher os condenados,
quando a medida se justifique no interesse da segurança
II - aplicação de sanções disciplinares; (Incluído pública ou do próprio condenado. (Redação dada
pela Lei nº 13.190, de 2015). pela Lei nº 10.792, de 2003)

III - controle de rebeliões; (Incluído pela Lei nº § 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão
13.190, de 2015). trabalhar os liberados ou egressos que se dediquem a obras
públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas.
IV - transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário,
hospitais e outros locais externos aos estabelecimentos § 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade
penais. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015). administrativa definir o estabelecimento prisional adequado
para abrigar o preso provisório ou condenado, em atenção ao
Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por regime e aos requisitos estabelecidos. (Incluído
sentença transitada em julgado. pela Lei nº 10.792, de 2003)

§ 1° O preso primário cumprirá pena em seção distinta daquela CAPÍTULO II - Da Penitenciária


reservada para os reincidentes.
Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de
§ 1o Os presos provisórios ficarão separados de acordo com reclusão, em regime fechado.
os seguintes critérios: (Redação dada pela Lei nº
13.167, de 2015) Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito
Federal e os Territórios poderão construir Penitenciárias
I - acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e
(Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao
regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei.
II - acusados pela prática de crimes cometidos com violência (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.167, de
2015) Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que
conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
III - acusados pela prática de outros crimes ou contravenções
diversos dos apontados nos incisos I e II. (Incluído Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
pela Lei nº 13.167, de 2015)
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à
Administração da Justiça Criminal ficará em dependência existência humana;
separada.
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
§ 3o Os presos condenados ficarão separados de acordo com
os seguintes critérios: (Incluído pela Lei nº 13.167, Art. 89. Além dos requisitos referidos no artigo anterior, a
de 2015) penitenciária de mulheres poderá ser dotada de seção para
gestante e parturiente e de creche com a finalidade de assistir
I - condenados pela prática de crimes hediondos ou ao menor desamparado cuja responsável esteja presa.
equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária
II - reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos de mulheres será dotada de seção para gestante e parturiente
com violência ou grave ameaça à pessoa; (Incluído e de creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e
pela Lei nº 13.167, de 2015) menores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir a criança
desamparada cuja responsável estiver presa.
III - primários condenados pela prática de crimes cometidos (Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009)
com violência ou grave ameaça à pessoa; (Incluído
pela Lei nº 13.167, de 2015) Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche
referidas neste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.942,
IV - demais condenados pela prática de outros crimes ou de 2009)
contravenções em situação diversa das previstas nos incisos
I, II e III. (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as
diretrizes adotadas pela legislação educacional e em unidades
autônomas; e (Incluído pela Lei nº 11.942, de CAPÍTULO VII - Da Cadeia Pública
2009)
Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de
II – horário de funcionamento que garanta a melhor assistência presos provisórios.
à criança e à sua responsável. (Incluído pela Lei
nº 11.942, de 2009) Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia
pública a fim de resguardar o interesse da Administração da
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo
afastado do centro urbano, à distância que não restrinja a ao seu meio social e familiar.
visitação.
Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será
CAPÍTULO III - Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar instalado próximo de centro urbano, observando-se na
construção as exigências mínimas referidas no artigo 88 e seu
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao parágrafo único desta Lei.
cumprimento da pena em regime semi-aberto.
TÍTULO V - Da Execução das Penas em Espécie
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento CAPÍTULO I - Das Penas Privativas de Liberdade
coletivo, observados os requisitos da letra a, do parágrafo SEÇÃO I - Disposições Gerais
único, do artigo 88, desta Lei.
Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena
Parágrafo único. São também requisitos básicos das privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o
dependências coletivas: Juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a
execução.
a) a seleção adequada dos presos;
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a
b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de rubricará em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será
individualização da pena. remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e
conterá:
CAPÍTULO IV - Da Casa do Albergado
I - o nome do condenado;
Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de
pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da pena de II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão
limitação de fim de semana. oficial de identificação;

Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem
dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência como certidão do trânsito em julgado;
de obstáculos físicos contra a fuga.
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do
Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos para V - a data da terminação da pena;
acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras.
VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os adequado tratamento penitenciário.
serviços de fiscalização e orientação dos condenados.
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de
CAPÍTULO V - Do Centro de Observação recolhimento.

Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames § 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que
gerais e o criminológico, cujos resultados serão encaminhados sobrevier modificação quanto ao início da execução ou ao
à Comissão Técnica de Classificação. tempo de duração da pena.

Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas § 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da
criminológicas. Administração da Justiça Criminal, far-se-á, na guia, menção
dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°, do artigo 84,
Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade desta Lei.
autônoma ou em anexo a estabelecimento penal.
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena
Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão privativa de liberdade, sem a guia expedida pela autoridade
Técnica de Classificação, na falta do Centro de Observação. judiciária.

CAPÍTULO VI - Do Hospital de Custódia e Tratamento § 1° A autoridade administrativa incumbida da execução


Psiquiátrico passará recibo da guia de recolhimento para juntá-la aos autos
do processo, e dará ciência dos seus termos ao condenado.
Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis referidos no § 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro
artigo 26 e seu parágrafo único do Código Penal. especial, segundo a ordem cronológica do recebimento, e
anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no curso
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o da execução, o cálculo das remições e de outras retificações
disposto no parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. posteriores.

Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será
necessários ao tratamento são obrigatórios para todos os internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
internados.
Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por outro motivo não
segunda parte, do Código Penal, será realizado no Hospital de estiver preso.
Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com
dependência médica adequada. SEÇÃO II - Dos Regimes
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for
Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado
condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de morte, vedado o livramento condicional. (Incluído pela Lei nº
liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus parágrafos 13.964, de 2019)
do Código Penal.
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, manifestação do Ministério Público e do defensor.
no mesmo processo ou em processos distintos, a (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
determinação do regime de cumprimento será feita pelo
resultado da soma ou unificação das penas, observada, § 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de
quando for o caso, a detração ou remição. livramento condicional, indulto e comutação de penas,
respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
execução, somar-se-á a pena ao restante da que está sendo
cumprida, para determinação do regime. § 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão
de regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que
forma progressiva, com a transferência para regime menos vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
rigoroso, a ser determinada pelo Juiz, quando o preso tiver 2019)
cumprido ao menos 1/6 (um sexto) da pena no regime anterior
e seu mérito indicar a progressão. § 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime
será sempre motivada e precedida de manifestação do
Parágrafo único. A decisão será motivada e precedida de Ministério Público e do defensor, procedimento que também
parecer da Comissão Técnica de Classificação e do exame será adotado na concessão de livramento condicional, indulto
criminológico, quando necessário. e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas
normas vigentes. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em 2019)
forma progressiva com a transferência para regime menos
rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou
cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os
ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo requisitos para progressão de regime são, cumulativamente:
diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
a progressão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
forma progressiva com a transferência para regime menos
rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;
cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
2019)
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for anterior; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa
ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário,
comprovado pelo diretor do estabelecimento; (Incluído
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente pela Lei nº 13.769, de 2018)
em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) V - não ter integrado organização criminosa. (Incluído
pela Lei nº 13.769, de 2018)
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for
primário e o crime tiver sido cometido com violência à pessoa § 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave
ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) implicará a revogação do benefício previsto no § 3º deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for
reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou § 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins
grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do
art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. (Incluído
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for pela Lei nº 13.964, de 2019)
condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se
for primário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena
privativa de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a
pena remanescente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado,
com resultado morte, se for primário, vedado o livramento § 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
condicional; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, aceitação de seu programa e das condições impostas pelo
de organização criminosa estruturada para a prática de crime Juiz.
hediondo ou equiparado; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o
condenado que:
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia
privada; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo
imediatamente;
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for
reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado; II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) exames a que foi submetido, fundados indícios de que irá
ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao
novo regime.
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as aberto poderão obter autorização para saída temporária do
pessoas referidas no artigo 117 desta Lei. estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:

Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para I - visita à família;
a concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes
condições gerais e obrigatórias: II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como
de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso Execução;
e nos dias de folga;
III - participação em atividades que concorram para o retorno
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados; ao convívio social.

III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a
judicial; utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo
condenado, quando assim determinar o juiz da execução.
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
atividades, quando for determinado.
§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a utilização de
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado,
de ofício, a requerimento do Ministério Público, da autoridade quando assim determinar o juiz da execução. (Redação dada
administrativa ou do condenado, desde que as circunstâncias pela Lei nº 13.964, de 2019)
assim o recomendem.
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário deste artigo o condenado que cumpre pena por praticar crime
de regime aberto em residência particular quando se tratar de: hediondo com resultado morte. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do
II - condenado acometido de doença grave; Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a
administração penitenciária e dependerá da satisfação dos
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; seguintes requisitos:

IV - condenada gestante. I - comportamento adequado;

Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o
sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;
dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro)
ao restante da pena em execução, torne incabível o regime vezes durante o ano.
(artigo 111).
Parágrafo único. Quando se tratar de freqüência a curso
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além profissionalizante, de instrução de 2º grau ou superior, o tempo
das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins de saída será o necessário para o cumprimento das atividades
da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente discentes.
imposta.
§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá beneficiário as seguintes condições, entre outras que entender
ser ouvido previamente o condenado. compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação
pessoal do condenado: (Incluído pela Lei nº 12.258,
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas de 2010)
complementares para o cumprimento da pena privativa de
liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código Penal). I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser
visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo do
SEÇÃO III - Das Autorizações de Saída benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
SUBSEÇÃO I - Da Permissão de Saída
II - recolhimento à residência visitada, no período noturno;
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter
permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e
quando ocorrer um dos seguintes fatos: estabelecimentos congêneres. (Incluído pela Lei nº 12.258,
de 2010)
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira,
ascendente, descendente ou irmão; § 2o Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante,
de instrução de ensino médio ou superior, o tempo de saída
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do será o necessário para o cumprimento das atividades
artigo 14). discentes. (Renumerado do parágrafo único pela
Lei nº 12.258, de 2010)
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo
diretor do estabelecimento onde se encontra o preso. § 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente
poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá cinco) dias de intervalo entre uma e outra. (Incluído
a duração necessária à finalidade da saída. pela Lei nº 12.258, de 2010)

SUBSEÇÃO II - Da Saída Temporária Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando
o condenado praticar fato definido como crime doloso, for da data da infração disciplinar.
punido por falta grave, desatender as condições impostas na
autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso. Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3
(um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57,
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária recomeçando a contagem a partir da data da infração
dependerá da absolvição no processo penal, do cancelamento disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do
condenado. Art. 128. O tempo remido será computado para a concessão
de livramento condicional e indulto.
SEÇÃO IV - Da Remição
Art. 128. O tempo remido será computado como pena
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado cumprida, para todos os efeitos. (Redação dada
ou semi-aberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de pela Lei nº 12.433, de 2011)
execução da pena.
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado mensalmente ao Juízo da execução cópia do registro de todos
ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte os condenados que estejam trabalhando e dos dias de trabalho
do tempo de execução da pena. (Redação dada pela de cada um deles.
Lei nº 12.433, de 2011).
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará,
§ 1º A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à mensalmente, ao Juízo da execução, ao Ministério Público e à
razão de 1 (um) dia de pena por 3 (três) de trabalho. Defensoria Pública cópia do registro de todos os condenados
que estejam trabalhando e dos dias de trabalho de cada um
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão deles. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
Parágrafo único. Ao condenado dar-se-á relação de seus dias
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência remidos.
escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará
profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de todos
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) os condenados que estejam trabalhando ou estudando, com
informação dos dias de trabalho ou das horas de frequência
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. escolar ou de atividades de ensino de cada um deles.
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 2º O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por § 1o O condenado autorizado a estudar fora do


acidente, continuará a beneficiar-se com a remição. estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por
meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste frequência e o aproveitamento escolar. (Incluído pela
artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por Lei nº 12.433, de 2011)
metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas
pelas autoridades educacionais competentes dos cursos § 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos.
frequentados. (Redação dada pela Lei nº 12.433, (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
de 2011)
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal
§ 3º A remição será declarada pelo Juiz da execução, ouvido declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim
o Ministério Público. de instruir pedido de remição.

§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas SEÇÃO V - Do Livramento Condicional
diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se
compatibilizarem. (Redação dada pela Lei nº Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo
12.433, de 2011) Juiz da execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos
e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no Público e Conselho Penitenciário.
trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a
remição .(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a
que fica subordinado o livramento.
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será
acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as
fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da obrigações seguintes:
pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema
de educação. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto
para o trabalho;
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou
semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de
educação profissional, parte do tempo de execução da pena c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução,
ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § sem prévia autorização deste.
1o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão outras obrigações, as seguintes:
cautelar. .(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção;
o Ministério Público e a defesa. (Incluído pela Lei nº
12.433, de 2011) b) recolher-se à habitação em hora fixada;

Art. 127. O condenado que for punido por falta grave perderá c) não freqüentar determinados lugares.
o direito ao tempo remido, começando o novo período a partir
d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.

Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese
do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da sentença do da revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou
livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver agravar as condições.
transferido e à autoridade incumbida da observação cautelar e
de proteção. Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal
anterior à vigência do livramento, computar-se-á como tempo
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de apresentar- de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida,
se imediatamente às autoridades referidas no artigo anterior. para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2
(duas) penas.
Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, os
autos baixarão ao Juízo da execução, para as providências Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se
cabíveis. computará na pena o tempo em que esteve solto o liberado, e
tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento.
livramento com a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias,
remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do
execução e outra ao Conselho Penitenciário. Ministério Público, mediante representação do Conselho
Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada
solenemente no dia marcado pelo Presidente do Conselho Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida Público, ou mediante representação do Conselho
a pena, observando-se o seguinte: Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as
condições especificadas na sentença, devendo o respectivo
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou
condenados, pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou funcionários indicados no inciso I, do artigo 137, desta Lei,
membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz; observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1º e 2º do mesmo
artigo.
II - a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando
para as condições impostas na sentença de livramento; Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Público, da Defensoria Pública ou mediante representação do
III - o liberando declarará se aceita as condições. Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar
as condições especificadas na sentença, devendo o respectivo
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou
quem presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137 desta
rogo, se não souber ou não puder escrever. Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1o e 2o do
mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da 2010).
execução.
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe- poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário
á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do que lhe e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento
pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade judiciária condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da
ou administrativa, sempre que lhe for exigida. decisão final.

§ 1º A caderneta conterá: Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do


Ministério Público ou mediante representação do Conselho
a) a identificação do liberado; Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade, se
expirar o prazo do livramento sem revogação.
b) o texto impresso do presente Capítulo;
Seção VI - Da Monitoração Eletrônica
c) as condições impostas.
Art. 146-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-
conduto, em que constem as condições do livramento, Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da
podendo substituir-se a ficha de identificação ou o seu retrato monitoração eletrônica quando: (Incluído pela
pela descrição dos sinais que possam identificá-lo. Lei nº 12.258, de 2010)

§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
para consignar-se o cumprimento das condições referidas no
artigo 132 desta Lei. II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto;
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por
serviço social penitenciário, Patronato ou Conselho da III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de
Comunidade terão a finalidade de: 2010)

I - fazer observar o cumprimento das condições especificadas IV - determinar a prisão domiciliar; (Incluído
na sentença concessiva do benefício; pela Lei nº 12.258, de 2010)

II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de
obrigações e auxiliando-o na obtenção de atividade laborativa. 2010)

Parágrafo único. A entidade encarregada da observação Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
cautelar e da proteção do liberado apresentará relatório ao 12.258, de 2010)
Conselho Penitenciário, para efeito da representação prevista
nos artigos 143 e 144 desta Lei. Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados
que deverá adotar com o equipamento eletrônico e dos
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas seguintes deveres: (Incluído pela Lei nº 12.258,
de 2010) entidade, dias e horário em que deverá cumprir a pena;

I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às
eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir suas modificações ocorridas na jornada de trabalho.
orientações; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar será realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias
de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho,
de permitir que outrem o faça; (Incluído pela Lei nº nos horários estabelecidos pelo Juiz.
12.258, de 2010)
§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) comparecimento.

Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços
previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da encaminhará mensalmente, ao Juiz da execução, relatório
execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta
disciplinar.
I - a regressão do regime; (Incluído pela Lei nº
12.258, de 2010) SEÇÃO III - Da Limitação de Fim de Semana

II - a revogação da autorização de saída temporária; Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) do condenado, cientificando-o do local, dias e horário em que
deverá cumprir a pena.
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do
IV - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) primeiro comparecimento.

V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o
tempo de permanência, cursos e palestras, ou atribuídas
VI - a revogação da prisão domiciliar; (Incluído pela atividades educativas.
Lei nº 12.258, de 2010)
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a
VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório
juiz da execução decida não aplicar alguma das medidas do agressor a programas de recuperação e reeducação.
previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo. (Incluído Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará,
pela Lei nº 12.258, de 2010) mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim
comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta disciplinar
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada: do condenado.
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
SEÇÃO IV - Da Interdição Temporária de Direitos
I - quando se tornar desnecessária ou inadequada;
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade
competente a pena aplicada, determinada a intimação do
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver condenado.
sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave.
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) § 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I,
do Código Penal, a autoridade deverá, em 24 (vinte e quatro)
CAPÍTULO II horas, contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir
do qual a execução terá seu início.
Das Penas Restritivas de Direitos
§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código
SEÇÃO I Penal, o Juízo da execução determinará a apreensão dos
documentos, que autorizam o exercício do direito interditado.
Disposições Gerais
Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente ao
Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena Juiz da execução o descumprimento da pena.
restritiva de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, promoverá a execução, Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo poderá
podendo, para tanto, requisitar, quando necessário, a ser feita por qualquer prejudicado.
colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares.
CAPÍTULO III - Da Suspensão Condicional
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz,
motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas de Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a
prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa de liberdade,
semana, ajustando-as às condições pessoais do condenado e não superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos 77
às características do estabelecimento, da entidade ou do a 82 do Código Penal.
programa comunitário ou estatal.
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena
SEÇÃO II - Da Prestação de Serviços à Comunidade privativa de liberdade, na situação determinada no artigo
anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a
Art. 149. Caberá ao Juiz da execução: suspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue.

I - designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as
devidamente credenciado ou convencionado, junto ao qual o condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo fixado,
condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo com as começando este a correr da audiência prevista no artigo 160
suas aptidões; desta Lei.

II - determinar a intimação do condenado, cientificando-o da § 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação


pessoal do condenado, devendo ser incluída entre as mesmas de tantos bens quantos bastem para garantir a execução.
a de prestar serviços à comunidade, ou limitação de fim de
semana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do Código Penal. § 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução
seguirão o que dispuser a lei processual civil.
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a requerimento
do Ministério Público ou mediante proposta do Conselho Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos
Penitenciário, modificar as condições e regras estabelecidas apartados serão remetidos ao Juízo Cível para
na sentença, ouvido o condenado. prosseguimento.

§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á
nos Estados, Territórios e Distrito Federal por normas prosseguimento nos termos do § 2º do artigo 164, desta Lei.
supletivas, será atribuída a serviço social penitenciário,
Patronato, Conselho da Comunidade ou instituição beneficiada Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando
com a prestação de serviços, inspecionados pelo Conselho sobrevier ao condenado doença mental (artigo 52 do Código
Penitenciário, pelo Ministério Público, ou ambos, devendo o Penal).
Juiz da execução suprir, por ato, a falta das normas supletivas.
Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade efetue mediante desconto no vencimento ou salário do
fiscalizadora, para comprovar a observância das condições a condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do Código Penal,
que está sujeito, comunicará, também, a sua ocupação e os observando-se o seguinte:
salários ou proventos de que vive.
I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente da remuneração e o mínimo o de um décimo;
ao órgão de inspeção, para os fins legais, qualquer fato capaz
de acarretar a revogação do benefício, a prorrogação do prazo II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de
ou a modificação das condições. direito;

§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher
comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora do local da mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a importância
nova residência, aos quais o primeiro deverá apresentar-se determinada.
imediatamente.
Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz o pagamento
concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer as da multa em prestações mensais, iguais e sucessivas.
condições do benefício.
§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar para verificar a real situação econômica do condenado e,
as condições estabelecidas na sentença recorrida. ouvido o Ministério Público, fixará o número de prestações.

§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, § 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação
poderá, todavia, conferir ao Juízo da execução a incumbência econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério
de estabelecer as condições do benefício, e, em qualquer Público, revogará o benefício executando-se a multa, na forma
caso, a de realizar a audiência admonitória. prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já
iniciada.
Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o
Juiz a lerá ao condenado, em audiência, advertindo-o das Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada
conseqüências de nova infração penal e do descumprimento cumulativamente com pena privativa da liberdade, enquanto
das condições impostas. esta estiver sendo executada, poderá aquela ser cobrada
mediante desconto na remuneração do condenado (artigo
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo 168).
de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustificadamente à
audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será § 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou
executada imediatamente a pena. obtiver livramento condicional, sem haver resgatado a multa,
far-se-á a cobrança nos termos deste Capítulo.
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a
prorrogação do período de prova dar-se-ão na forma do artigo § 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos
81 e respectivos parágrafos do Código Penal. em que for concedida a suspensão condicional da pena.

Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota TÍTULO VI - Da Execução das Medidas de Segurança
de suspensão em livro especial do Juízo a que couber a CAPÍTULO I - Disposições Gerais
execução da pena.
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar medida
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato de segurança, será ordenada a expedição de guia para a
averbado à margem do registro. execução.

§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de Custódia e
de informações requisitadas por órgão judiciário ou pelo Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a tratamento
Ministério Público, para instruir processo penal. ambulatorial, para cumprimento de medida de segurança, sem
a guia expedida pela autoridade judiciária.
CAPÍTULO IV - Da Pena de Multa
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento
Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas
trânsito em julgado, que valerá como título executivo judicial, o as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida à
Ministério Público requererá, em autos apartados, a citação do autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:
condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da
multa ou nomear bens à penhora. I - a qualificação do agente e o número do registro geral do
órgão oficial de identificação;
§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o
depósito da respectiva importância, proceder-se-á à penhora II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado
a medida de segurança, bem como a certidão do trânsito em Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em
julgado; privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e
seus incisos do Código Penal.
III - a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou
do tratamento ambulatorial; § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será
convertida quando o condenado:
IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao
adequado tratamento ou internamento. a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido,
ou desatender a intimação por edital;
§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia de
recolhimento e de sujeição a tratamento. b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou
programa em que deva prestar serviço;
§ 2° A guia será retificada sempre que sobrevier modificações
quanto ao prazo de execução. c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi
imposto;
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança,
naquilo que couber, o disposto nos artigos 8° e 9° desta Lei. d) praticar falta grave;

CAPÍTULO II - Da Cessação da Periculosidade e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de
liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa.
Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no fim
do prazo mínimo de duração da medida de segurança, pelo § 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida
exame das condições pessoais do agente, observando-se o quando o condenado não comparecer ao estabelecimento
seguinte: designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer
a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das
I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior.
o prazo de duração mínima da medida, remeterá ao Juiz
minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a revogação § 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida
ou permanência da medida; quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito
interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a"
II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico; e "e", do § 1º, deste artigo.

III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, Art. 182. A pena de multa será convertida em detenção, na
serão ouvidos, sucessivamente, o Ministério Público e o forma prevista pelo artigo 51 do Código Penal.
curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias para cada um; (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1996)

IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que não § 1º Na conversão, a cada dia-multa corresponderá 1 (um) dia
o tiver; de detenção, cujo tempo de duração não poderá ser superior
a 1 (um) ano. (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1996)
V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes,
poderá determinar novas diligências, ainda que expirado o § 2º A conversão tornar-se-á sem efeito se, a qualquer tempo,
prazo de duração mínima da medida de segurança; for paga a multa. (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1996)

VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de
refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua decisão, no prazo liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde
de 5 (cinco) dias. mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público
ou da autoridade administrativa, poderá determinar a
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo substituição da pena por medida de segurança.
mínimo de duração da medida de segurança, poderá o Juiz da
execução, diante de requerimento fundamentado do Ministério Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de
Público ou do interessado, seu procurador ou defensor, liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde
ordenar o exame para que se verifique a cessação da mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público,
periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo anterior. da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá
determinar a substituição da pena por medida de segurança.
Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
da periculosidade, observar-se-á, no que lhes for aplicável, o
disposto no artigo anterior. Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em
internação se o agente revelar incompatibilidade com a
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação medida.
(artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á o disposto nos
artigos 132 e 133 desta Lei. Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação
será de 1 (um) ano.
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá
ordem para a desinternação ou a liberação. CAPÍTULO II - Do Excesso ou Desvio

TÍTULO VII - Dos Incidentes de Execução Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que
CAPÍTULO I - Das Conversões algum ato for praticado além dos limites fixados na sentença,
em normas legais ou regulamentares.
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois)
anos, poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de
que: execução:

I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto; I - o Ministério Público;

II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena; II - o Conselho Penitenciário;

III - os antecedentes e a personalidade do condenado III - o sentenciado;


indiquem ser a conversão recomendável.
IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal.
Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao
CAPÍTULO III - Da Anistia e do Indulto trabalho.

Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o
do interessado ou do Ministério Público, por proposta da cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa se
autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário, efetivará em seção especial da Cadeia Pública.
declarará extinta a punibilidade.
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição corrida, atestados ou certidões fornecidas por autoridade
do condenado, por iniciativa do Ministério Público, do Conselho policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou
Penitenciário, ou da autoridade administrativa. referência à condenação, salvo para instruir processo pela
prática de nova infração penal ou outros casos expressos em
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos lei.
que a instruírem, será entregue ao Conselho Penitenciário,
para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação
Ministério da Justiça. desta Lei, serão editadas as normas complementares ou
regulamentares, necessárias à eficácia dos dispositivos não
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do auto-aplicáveis.
processo e do prontuário, promoverá as diligências que
entender necessárias e fará, em relatório, a narração do ilícito § 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades
penal e dos fundamentos da sentença condenatória, a Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça, projetar
exposição dos antecedentes do condenado e do procedimento a adaptação, construção e equipamento de estabelecimentos
deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o mérito do e serviços penais previstos nesta Lei.
pedido e esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias
omitidas na petição. § 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a
aquisição ou desapropriação de prédios para instalação de
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com documentos casas de albergados.
e o relatório do Conselho Penitenciário, a petição será
submetida a despacho do Presidente da República, a quem § 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser
serão presentes os autos do processo ou a certidão de ampliado, por ato do Conselho Nacional de Política Criminal e
qualquer de suas peças, se ele o determinar. Penitenciária, mediante justificada solicitação, instruída com
os projetos de reforma ou de construção de estabelecimentos.
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do
decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a execução § 4º O descumprimento injustificado dos deveres
aos termos do decreto, no caso de comutação. estabelecidos para as Unidades Federativas implicará na
suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada pela
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, União, para atender às despesas de execução das penas e
o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério medidas de segurança.
Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da
autoridade administrativa, providenciará de acordo com o Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a lei
disposto no artigo anterior. de reforma da Parte Geral do Código Penal, revogadas as
disposições em contrário, especialmente a Lei nº 3.274, de 2
TÍTULO VIII - Do Procedimento Judicial de outubro de 1957.

Art. 194. O procedimento correspondente às situações Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e 96º da
previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o República.
Juízo da execução.

Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a § 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz
requerimento do Ministério Público, do interessado, de quem o decidirá de plano, em igual prazo.
represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, § 2º Entendendo indispensável a realização de prova
mediante proposta do Conselho Penitenciário, ou, ainda, da pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a
autoridade administrativa. produção daquela ou na audiência designada.
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá
Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
(três) dias, o condenado e o Ministério Público, quando não
figurem como requerentes da medida. TÍTULO IX
Das Disposições Finais e Transitórias
§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz decidirá Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da
de plano, em igual prazo. execução penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência
que perturbe a segurança e a disciplina dos
§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial estabelecimentos, bem como exponha o preso à
ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a produção daquela inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da
ou na audiência designada. pena.
Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de decreto federal.
agravo, sem efeito suspensivo. Art. 200. O condenado por crime político não está
obrigado ao trabalho.
TÍTULO IX - Das Disposições Finais e Transitórias Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o
cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa se
Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução efetivará em seção especial da Cadeia Pública.
penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência que perturbe Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da
a segurança e a disciplina dos estabelecimentos, bem como folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por
exponha o preso à inconveniente notoriedade, durante o autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer
cumprimento da pena. notícia ou referência à condenação, salvo para instruir
processo pela prática de nova infração penal ou outros
Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto casos expressos em lei.
federal. (Regulamento) Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da
publicação desta Lei, serão editadas as normas
complementares ou regulamentares, necessárias à
eficácia dos dispositivos não autoaplicáveis.
LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO
§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades DE 2019
Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça,
projetar a adaptação, construção e equipamento de
estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei.
§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser
Dispõe sobre os crimes de abuso de
providenciada a aquisição ou desapropriação de prédios autoridade
para instalação de casas de albergados.

§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo CAPÍTULO I


poderá ser ampliado, por ato do Conselho Nacional de
Política Criminal e Penitenciária, mediante justificada DISPOSIÇÕES GERAIS
solicitação, instruída com os projetos de reforma ou de
construção de estabelecimentos. Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade,
§ 4º O descumprimento injustificado dos deveres cometidos por agente público, servidor ou não, que, no
estabelecidos para as Unidades Federativas implicará na exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse
suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada do poder que lhe tenha sido atribuído.
pela União, para atender às despesas de execução das
penas e medidas de segurança. § 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de
Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a
com a lei de reforma da Parte Geral do Código Penal, finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si
revogadas as disposições em contrário, especialmente a mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou
Lei nº 3.274, de 2 de outubro de 1957. satisfação pessoal.

LEI FEDERAL N.º 9.455/1997 LEI DA § 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de


fatos e provas não configura abuso de autoridade.
TORTURA
CAPÍTULO II - DOS SUJEITOS DO CRIME
OPRESIDENTE DA REPÚBLICA Faz saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade
Art. 1º Constitui crime de tortura: qualquer agente público, servidor ou não, da administração
I - constranger alguém com emprego de violência ou direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de
a) com o fim de obter informação, declaração ou Território, compreendendo, mas não se limitando a:
confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles
criminosa; equiparadas;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou II - membros do Poder Legislativo;
autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a
intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar III - membros do Poder Executivo;
castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos. IV - membros do Poder Judiciário;
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, V - membros do Ministério Público;
por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não
resultante de medida legal. VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos
detenção de um a quatro anos. desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
reclusão é de oito a dezesseis anos. mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: I - se o abrangidos pelo caput deste artigo.
crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, CAPÍTULO III - DA AÇÃO PENAL
portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta)
anos; Art. 3º (VETADO).
III - se o crime é cometido mediante sequestro.
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública
emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro incondicionada. (Promulgação partes vetadas)
do prazo da pena aplicada.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça § 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não
ou anistia. for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,
hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos
fechado. de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não negligência do querelante, retomar a ação como parte
tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima principal.
brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição
brasileira. § 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de oferecimento da denúncia.
1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
Brasília, 7 de abril de 1997; FERNANDO HENRIQUE CAPÍTULO IV - DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS
CARDOSO PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Seção I - Dos Efeitos da Condenação manifestamente cabível.’

Art. 4º São efeitos da condenação: Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou
investigado manifestamente descabida ou sem prévia
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo intimação de comparecimento ao juízo:
crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na
sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;
Art. 11. (VETADO).
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função
pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em
flagrante à autoridade judiciária no prazo legal:
III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do
caput deste artigo são condicionados à ocorrência de Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
reincidência em crime de abuso de autoridade e não são
automáticos, devendo ser declarados motivadamente na I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão
sentença. temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a
decretou;
Seção II - Das Penas Restritivas de Direitos
II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer
Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa
privativas de liberdade previstas nesta Lei são: por ela indicada;

I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro)
públicas; horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo
da prisão e os nomes do condutor e das testemunhas;
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato,
pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de
vencimentos e das vantagens; prisão temporária, de prisão preventiva, de medida de
segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e
III - (VETADO). excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura
imediatamente após recebido ou de promover a soltura do
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.
aplicadas autônoma ou cumulativamente.
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência,
CAPÍTULO V - DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência,
ADMINISTRATIVA a:

Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade
independentemente das sanções de natureza civil ou pública;
administrativa cabíveis.
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que autorizado em lei;
descreverem falta funcional serão informadas à autoridade
competente com vistas à apuração. III - (VETADO).

Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
independentes da criminal, não se podendo mais questionar (Promulgação partes vetadas)
sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões
tenham sido decididas no juízo criminal. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem
prejuízo da pena cominada à violência.
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no
administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter Art. 14. (VETADO).
sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima
defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa
regular de direito. que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva
guardar segredo ou resguardar sigilo:
CAPÍTULO VI - DOS CRIMES E DAS PENAS
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 9º (VETADO).
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta
desconformidade com as hipóteses legais: (Promulgação Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue
partes vetadas) com o interrogatório: (Promulgação partes vetadas)

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio;
ou
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade
judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de: II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado
ou defensor público, sem a presença de seu patrono.
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
Art. 16. (VETADO).
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa
ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao
cabível; preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo
durante sua detenção ou prisão: (Promulgação partes
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando vetadas)
delito ou de desastre.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como investigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de
responsável por interrogatório em sede de procedimento pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de
investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a
preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função. responsabilidade:

Art. 17. (VETADO). Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a
período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante conduta com o intuito de:
delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar
declarações: I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por
excesso praticado no curso de diligência;
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de informações incompletos para desviar o curso da investigação,
pleito de preso à autoridade judiciária competente para a da diligência ou do processo.
apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias
de sua custódia: Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça,
funcionário ou empregado de instituição hospitalar pública ou
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha
ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime,
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, prejudicando sua apuração:
ciente do impedimento ou da demora, deixa de tomar as
providências tendentes a saná-lo ou, não sendo competente Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da
para decidir sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à pena correspondente à violência.
autoridade judiciária que o seja.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de
Art. 20. (VETADO). investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:

Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
reservada do preso com seu advogado: (Promulgação
partes vetadas) Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de
prova, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. conhecimento de sua ilicitude.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o Art. 26. (VETADO).
preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e
reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento
razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor
lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de
curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por ilícito funcional ou de infração administrativa:
videoconferência.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou
espaço de confinamento: Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância
ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade
mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do
de idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto investigado ou acusado:
na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e
do Adolescente). Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial,
ou à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar
dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, interesse de investigado:
sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas
em lei: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. (VETADO).

§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste Art. 30. (VETADO).
artigo, quem:
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem
franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências; sabe inocente: (Promulgação partes vetadas)

II - (VETADO); Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as Art. 31. Estender injustificadamente a investigação,
21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado:

§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
ou quando houver fundados indícios que indiquem a
necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo
prazo para execução ou conclusão de procedimento, o deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser
estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do libertado.
investigado ou do fiscalizado.
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a
Art. 32. (VETADO). autoridade responsável pela custódia deverá,
independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido
acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da
circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento decretação da prisão preventiva.
investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim
como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a § 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no
peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a cômputo do prazo de prisão temporária.” (NR)
realização de diligências futuras, cujo sigilo seja
imprescindível: (Promulgação partes vetadas) Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa
a vigorar com a seguinte redação:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, comunicações telefônicas, de informática ou telemática,
inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça,
amparo legal: sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em
lei:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de
cargo ou função pública ou invoca a condição de agente Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial
público para se eximir de obrigação legal ou para obter que determina a execução de conduta prevista no caput deste
vantagem ou privilégio indevido. artigo com objetivo não autorizado em lei.” (NR)

Art. 34. (VETADO). Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente), passa a vigorar acrescida do
Art. 35. (VETADO). seguinte art. 227-A:

Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de “Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do
ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
o valor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei,
demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar praticados por servidores públicos com abuso de autoridade,
de corrigi-la: são condicionados à ocorrência de reincidência.

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função,
nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência.”
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de
processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, Art. 43. (VETADO).
com o intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o
julgamento: Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar
acrescida do seguinte art. 7º-B: (Promulgação partes vetadas)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de
Art. 38. (VETADO). advogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º
desta Lei:
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio
de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:
(Promulgação partes vetadas) Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de
1965, e o § 2º do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-Lei
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

CAPÍTULO VII - DO PROCEDIMENTO Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e
vinte) dias de sua publicação oficial.
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos
previstos nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto- Brasília, 5 de setembro de 2019; 198o da Independência e
Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo 131o da República.
Penal), e da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
CAPÍTULO VIII
Sérgio Moro
DISPOSIÇÕES FINAIS
Wagner de Campos Rosário
Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989,
passa a vigorar com a seguinte redação: Jorge Antonio de Oliveira Francisco

“Art.2º André Luiz de Almeida Mendonça


...................................................................................................
.... LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019

...................................................................................................
..................... Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a Lei nº
7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei nº 9.296, de 24 de
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei
período de duração da prisão temporária estabelecido no caput nº 8.906, de 4 de julho de 1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9
de dezembro de 1965, e dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal). preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e
reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu
Congresso Nacional decreta e eu promulgo, nos termos do lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no
parágrafo 5o do art. 66 da Constituição Federal, as seguintes curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por
partes vetadas da Lei no 13.869, de 5 de setembro de 2019: videoconferência.’

“CAPÍTULO III - DA AÇÃO PENAL ‘Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou
administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública sabe inocente:
incondicionada.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público ‘Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado
aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo
intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento
de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim
negligência do querelante, retomar a ação como parte como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a
principal. peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a
realização de diligências futuras, cujo sigilo seja
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 imprescindível:
(seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para
oferecimento da denúncia.” Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’

“CAPÍTULO VI - DOS CRIMES E DAS PENAS ‘Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio
de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa,
‘Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:
manifesta desconformidade com as hipóteses legais:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’”
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
“CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES FINAIS
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade
judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de: Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar
acrescida do seguinte art. 7º-B:
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa advogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º
ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente desta Lei:
cabível;
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando
manifestamente cabível.’ Brasília, 27 de setembro de 2019; 198o da Independência e
131o da República.
‘Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência,
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, JAIR MESSIAS BOLSONARO
a:

III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:

‘Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa


que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva
guardar segredo ou resguardar sigilo:

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue


com o interrogatório:

I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio;


ou

II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado


ou defensor público, sem a presença de seu patrono.’

‘Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente


ao preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo
durante sua detenção ou prisão:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como


responsável por interrogatório em sede de procedimento
investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao
preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função.’

‘Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e


reservada do preso com seu advogado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.


sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal
ou civil.
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional
da autoridade civil ou militar. audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à perito, o representante do Ministério Público ou o advogado
autoridade administrativa ou independentemente dela, poderá que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do
ser promovida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil réu.
ou penais ou ambas, da autoridade culpada. Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-
Art. 10. Vetado se se ausente o Juiz.
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz
de Processo Civil. não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se,
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência.
inquérito policial ou justificação por denúncia do Ministério Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será
Público, instruída com a representação da vítima do abuso. pública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a á em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do
representação da vítima, aquele, no prazo de quarenta e oito Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz designar.
horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o
abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem interrogatório do réu, se estiver presente.
assim, a designação de audiência de instrução e julgamento. Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada advogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor para
em duas vias. funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o
autoridade houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado Juiz dará a palavra sucessivamente, ao Ministério Público ou
poderá: ao advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou
a) promover a comprovação da existência de tais defensor do réu, pelo prazo de quinze minutos para cada um,
vestígios, por meio de duas testemunhas qualificadas; prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz.
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá
audiência de instrução e julgamento, a designação de um imediatamente a sentença.
perito para fazer as verificações necessárias. Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resumo,
prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o apresentarão os depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os
por escrito, querendo, na audiência de instrução e julgamento. requerimentos e, por extenso, os despachos e a sentença.
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do
representação poderá conter a indicação de mais duas Ministério Público ou o advogado que houver subscrito a
testemunhas. queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem
apresentar a denúncia requerer o arquivamento da difíceis e não permitirem a observância dos prazos fixados
representação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre motivadamente,
as razões invocadas, fará remessa da representação ao até o dobro.
Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas
outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou insistirá do Código de Processo Penal, sempre que compatíveis com
no arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz atender. o sistema de instrução e julgamento regulado por esta lei.
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças,
denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação caberão os recursos e apelações previstas no Código de
privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar a Processo Penal.
queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e intervir Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.
em todos os termos do processo, interpor recursos e, a todo Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência
tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação e 77º da República.
como parte principal. H. CASTELLO BRANCO
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de Juracy Magalhães
quarenta e oito horas, proferirá despacho, recebendo ou
rejeitando a denúncia. LEI FEDERAL Nº 10.826/2003
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz ESTATUTO DO DESARMAMENTO
designará, desde logo, dia e hora para a audiência de
instrução e julgamento, que deverá ser realizada, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faz saber que o
improrrogavelmente. dentro de cinco dias.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento
final e para comparecer à audiência de instrução e julgamento, CAPÍTULO I
será feita por mandado sucinto que, será acompanhado da
DO SISTEMA
segunda via da representação e da denúncia. NACIONAL DE ARMAS
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído
ser apresentada em juízo, independentemente de intimação. no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de circunscrição em todo o território nacional.
precatória para a audiência ou a intimação de testemunhas ou, Art. 2o Ao Sinarm compete:
salvo o caso previsto no artigo 14, letra “b”, requerimentos I – identificar as características e a propriedade de armas
para a realização de diligências, perícias ou exames, a não de fogo, mediante cadastro;
ser que o Juiz, em despacho motivado, considere II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e
indispensáveis tais providências. vendidas no País;
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo
dos auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a e as renovações expedidas pela Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade,
extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de
alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de
fechamento de empresas de segurança privada e de
transporte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as
características ou o funcionamento de arma de fogo;
características daquela o ser adquirida. (Incluído pela Lei nº
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já
11.706, de 2008)
existentes;
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo,
validade em todo o território nacional, autoriza o seu
inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem
interior de sua residência ou domicílio, ou dependência
como conceder licença para exercer a atividade;
desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja
IX – cadastrar mediante registro os produtores,
ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou
atacadistas, varejistas, exportadores e importadores
empresa. (Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)
autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as
expedido pela Polícia Federal e será precedido de autorização
características das impressões de raiamento e de micro
do Sinarm.
estriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art.
obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
4o deverão ser comprovados periodicamente, em período não
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos
inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no
Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de
regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de
porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como
Registro de Arma de Fogo.
manter o cadastro atualizado para consulta.
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de
Parágrafo único. As disposições deste artigo não
registro de propriedade expedido por órgão estadual ou do
alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares,
Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não
bem como as demais que constem dos seus registros
optar pela entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei
próprios.
deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até o
CAPÍTULO II dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de
DO REGISTRO documento de identificação pessoal e comprovante de
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão residência fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas e
competente. do cumprimento das demais exigências constantes dos
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela
registradas no Comando do Exército, na forma do Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)
regulamento desta Lei. § 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no
interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, Departamento de Polícia Federal, certificado de registro
atender aos seguintes requisitos: provisório, expedido na rede mundial de computadores -
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de internet, na forma do regulamento e obedecidos os
certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela procedimentos a seguir:
Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar I - emissão de certificado de registro provisório pela
respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído
poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
pela Lei nº 11.706, de 2008) II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia
II – apresentação de documento comprobatório de Federal do certificado de registro provisório pelo prazo que
ocupação lícita e de residência certa; estimar como necessário para a emissão definitiva do
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão certificado de registro de propriedade. (Incluído pela Lei nº
psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na 11.706, de 2008)
forma disposta no regulamento desta Lei.
CAPÍTULO III
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma
DO PORTE
de fogo após atendidos os requisitos anteriormente
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o
estabelecidos, em nome do requerente e para a arma
território nacional, salvo para os casos previstos em legislação
indicada, sendo intransferível esta autorização.
própria e para:
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no
I – os integrantes das Forças Armadas;
calibre correspondente à arma registrada e na quantidade
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV
estabelecida no regulamento desta Lei. (Redação dada pela
e V do caput do art. 144 da Constituição Federal e os da Força
Lei nº 11.706, de 2008)
Nacional de Segurança Pública (FNSP); (Redação dada pela Lei
§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em
nº 13.500/17)
território nacional é obrigada a comunicar a venda à
III – os integrantes das guardas municipais das capitais
autoridade competente, como também a manter banco de
dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000
dados com todas as características da arma e cópia dos
(quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no
documentos previstos neste artigo.
regulamento desta Lei;
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo,
IV - os integrantes das guardas municipais dos
acessórios e munições responde legalmente por essas
Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de
mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade
500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço;
enquanto não forem vendidas.
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de
§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e
Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança do
munições entre pessoas físicas somente será efetivada
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
mediante autorização do Sinarm.
República;
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o
será concedida, ou recusada com a devida fundamentação, VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51,
no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;
requerimento do interessado. VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as
do cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste guardas portuárias;
artigo. VIII – as empresas de segurança privada e de transporte
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do de valores constituídas, nos termos desta Lei;
inciso III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o IX – para os integrantes das entidades de desporto
legalmente constituídas, cujas atividades esportivas
interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que
comprovasse estar autorizado a portar arma com as mesmas
Municípios que integram regiões metropolitanas será
demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento
autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço.
desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das
ambiental.
empresas de segurança privada e de transporte de valores,
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita
constituídas na forma da lei, serão de propriedade,
Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de
responsabilidade e guarda das respectivas empresas,
Auditor-Fiscal e AnalistaTributário.
somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da
essas observar as condições de uso e de armazenagem
Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de
Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros
registro e a autorização de porte expedida pela Polícia Federal
pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções
em nome da empresa.
de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de
Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional
segurança privada e de transporte de valores responderá pelo
do Ministério Público - CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694,
crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem
de 2012)
prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se deixar
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do
de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia
caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo de
Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de
propriedade particular ou fornecida pela respectiva
armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos
guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
do regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional
ocorrido o fato.
para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação
§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores
dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008) deverá apresentar documentação comprobatória do
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e
quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
guardas prisionais poderão portar arma de fogo de
§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas
propriedade particular ou fornecida pela respectiva
neste artigo deverá ser atualizada semestralmente junto ao
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que
Sinarm.
estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;
instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de
(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do
instituições, somente podendo ser utilizadas quando em
regulamento; e (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
serviço, devendo estas observar as condições de uso e de
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de
armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o
controle interno. (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído pela Lei nº
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos
12.694, de 2012)
integrantes das instituições descritas nos incisos V VI, VII e X
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que
do caput deste artigo está condicionada à comprovação do
trata este artigo independe do pagamento de taxa. (Incluído
requisito a que se refere o inciso III do caput do art. 4o desta
pela Lei nº 12.694, de 2012)
Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei.
§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
Público designará os servidores de seus quadros pessoais no
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das
exercício de funções de segurança que poderão portar arma
guardas municipais está condicionada à formação funcional
de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por
de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de
cento) do número de servidores que exerçam funções de
atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização
segurança. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
e de controle interno, nas condições estabelecidas no
§ 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de
regulamento desta Lei, observada a supervisão do Comando
que trata este artigo fica condicionado à apresentação de
do Exército.
documentação comprobatória do preenchimento dos
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias
requisitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à
federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os
formação funcional em estabelecimentos de ensino de
militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o
atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização
direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do cumprimento
e de controle interno, nas condições estabelecidas no
do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do
regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
regulamento desta Lei.
§ 4o A listagem dos servidores das instituições de que
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte
trata este artigo deverá ser atualizada semestralmente no
e cinco) anos que comprovem depender do emprego de arma
Sinarm. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será
§ 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas
concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na
a registrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federal
categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso
eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de
permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de
armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua
alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde
guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
que o interessado comprove a efetiva necessidade em
ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades
documentos:
desportivas legalmente constituídas devem obedecer às
I - documento de identificação pessoal;
condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo
II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído
órgão competente, respondendo o possuidor ou o autorizado
pela Lei nº 11.706, de 2008)
III - atestado de bons antecedentes. a portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento
desta Lei.
§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua
Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do
arma de fogo, independentemente de outras tipificações
porte de arma para os responsáveis pela segurança de
penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por
cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao
disparo de arma de fogo de uso permitido. (Redação dada
Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei,
pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos
de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja
o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo
sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
para colecionadores, atiradores e caçadores e de
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
representantes estrangeiros em competição internacional
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o
oficial de tiro realizada no território nacional.
proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de
e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência
uso permitido, em todo o território nacional, é de competência
policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou
da Polícia Federal e somente será concedida após
outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou
autorização do Sinarm.
munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser
quatro) horas depois de ocorrido o fato.
concedida com eficácia temporária e territorial limitada, nos
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar
integridade física;
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei; arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem
autorização e em desacordo com determinação legal ou
III – apresentar documentação de propriedade de arma
regulamentar:
de fogo, bem como o seu devido registro no órgão
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
competente.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista
inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada
neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o
em nome do agente.
portador dela seja detido ou abordado em estado de
Disparo de arma de fogo
embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em
alucinógenas.
lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores
direção a ela, desde que essa conduta não tenha como
constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços
finalidade a prática de outro crime:
relativos:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
I – ao registro de arma de fogo;
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
II – à renovação de registro de arma de fogo;
inafiançável.
III – à expedição de segunda via de registro de arma de
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
fogo;
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber,
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
V – à renovação de porte de arma de fogo;
emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma
ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido
de fogo.
ou restrito, sem autorização e em desacordo com
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à
determinação legal ou regulamentar:
manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
responsabilidades.
I – suprimir ou alterar marca numeração ou qualquer sinal
§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste
de identificação de arma de fogo ou artefato;
artigo as pessoas e as instituições a que se referem os incisos
II – modificar as características de arma de fogo, de forma
I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta Lei.
a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as
restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir
condições do credenciamento de profissionais pela Polícia
a erro autoridade policial, perito ou juiz;
Federal para comprovação da aptidão psicológica e da
III – possuir detiver fabricar ou empregar artefato
capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo.
explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor
com determinação legal ou regulamentar;
cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor médio
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma
dos honorários profissionais para realização de avaliação
de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de
psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho
identificação raspado, suprimido ou adulterado;
Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor
gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo
cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá
a criança ou adolescente; e
exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização
munição.
legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos
Comércio ilegal de arma de fogo
§§ 1o e 2o deste artigo implicará o descredenciamento do
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir,
profissional pela Polícia Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706,
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar,
de 2008)
vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
CAPÍTULO IV próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
DOS CRIMES E industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização
DAS PENAS ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou
acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
determinação legal ou regulamentar, no interior de sua prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou
residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de clandestino, inclusive o exercido em residência.
trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do Tráfico internacional de arma de fogo
estabelecimento ou empresa: Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo,
Omissão de cautela acessório ou munição, sem autorização da autoridade
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para competente:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora
Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 19. Nos crimes previstos nos art. 17 e 18, a pena é
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o
munição forem de uso proibido ou restrito.
encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate
Art. 20. Nos crimes previstos nos art. 14, 15, 16, 17 e 18,
de arma de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente,
a pena é aumentada da metade se forem praticados por
da relação de armas acauteladas em juízo, mencionando suas
integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e
características e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei
8o desta Lei.
nº 11.706, de 2008)
Art. 21. Os crimes previstos nos art. 16, 17 e 18 são
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a
insuscetíveis de liberdade provisória.
comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e
CAPÍTULO V simulacros de armas de fogo, que com estas se possam
DISPOSIÇÕES GERAIS confundir.
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e
com os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do os simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à
disposto nesta Lei. coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a Comando do Exército.
definição das armas de fogo e demais produtos controlados, Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar,
de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso
histórico serão disciplinados em ato do chefe do Poder restrito.
Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às
Exército. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) aquisições dos Comandos Militares.
§ 1o Todas as munições comercializadas no País Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
deverão estar acondicionadas em embalagens com sistema adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
de código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput
identificação do fabricante e do adquirente, entre outras do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
informações definidas pelo regulamento desta Lei. 2008)
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já
expedidas autorizações de compra de munição com concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação
identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
na forma do regulamento desta Lei. Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo
§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano de validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la,
da data de publicação desta Lei conterão dispositivo intrínseco perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e
de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma, 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua
definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos publicação, sem ônus para o requerente.
previstos no art. 6o. Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo
§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu
municipais referidas nos incisos III e IV do caput do art. 6o registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante
desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir insumos e máquinas apresentação de documento de identificação pessoal e
de recarga de munição para o fim exclusivo de suprimento de comprovante de residência fixa, acompanhados de nota
suas atividades, mediante autorização concedida nos termos fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse,
definidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.706, de pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração
2008) firmada na qual constem as características da arma e a sua
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. condição de proprietário, ficando este dispensado do
2º desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e pagamento de taxas e do cumprimento das demais
fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o
alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito (Prorrogação de prazo)
de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores. Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá
do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de
interessarem à persecução penal será encaminhado pelo juiz registro provisório, expedido na forma do § 4o do art. 5o desta
competente ao Comando do Exército, no prazo máximo de 48 Lei. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
(quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo
de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, entregá-
regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos
2008) termos do regulamento desta Lei.
§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo
Exército que receberem parecer favorável à doação, poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e,
obedecidos ao padrão e a dotação de cada Força Armada ou presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do
órgão de segurança pública, atendidos os critérios de regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse
prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o irregular da referida arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
Comando do Exército, serão arroladas em relatório reservado de 2008)
trimestral a ser encaminhado àquelas instituições, abrindo sê- Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)
lhes prazo para manifestação de interesse. (Incluído pela Lei Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil
nº 11.706, de 2008) reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das especificar o regulamento desta Lei:
armas a serem doadas ao juiz competente, que determinará o I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
seu perdimento em favor da instituição beneficiada. (Incluído ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente,
pela Lei nº 11.706, de 2008) por qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o
§ 3o O transporte das armas de fogo doado será de transporte de arma ou munição sem a devida autorização ou
responsabilidade da instituição beneficiada, que procederá ao com inobservância das normas de segurança;
seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela II – à empresa de produção ou comércio de armamentos
que realize publicidade para venda, estimulando o uso
indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações penais praticadas.
especializadas. § 1o Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal
com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, que envolva organização criminosa.
sob pena de responsabilidade, as providências necessárias § 2o As penas aumentam-se até a metade se na atuação
para evitar o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os da organização criminosa houver emprego de arma de fogo.
eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constituição § 3o A pena é agravada para quem exerce o comando,
Federal. individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela não pratique pessoalmente atos de execução.
prestação dos serviços de transporte internacional e § 4o A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois
interestadual de passageiros adotarão as providências terços):
necessárias para evitar o embarque de passageiros armados. I - se há participação de criança ou adolescente;
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a
CAPÍTULO VI organização criminosa dessa condição para a prática de
DISPOSIÇÕES FINAIS infração penal;
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-
munição em todo o território nacional, salvo para as entidades se, no todo ou em parte, ao exterior;
previstas no art. 6o desta Lei. IV - se a organização criminosa mantém conexão com
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de outras organizações criminosas independentes;
aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a
outubro de 2005. transnacionalidade da organização.
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o § 5o Se houver indícios suficientes de que o funcionário
disposto neste artigo entrará em vigor na data de publicação público integra organização criminosa, poderá o juiz
de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral. determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se
1997. fizer necessária à investigação ou instrução processual.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. § 6o A condenação com trânsito em julgado acarretará ao
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou
e 115o da República. mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao
cumprimento da pena.
§ 7o Se houver indícios de participação de policial nos
crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia
LEI FEDERAL Nº 12.850/2013 instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Público, que designará membro para acompanhar o feito até
a sua conclusão.
Define organização criminosa e dispõe sobre a
investigação criminal, os meios de obtenção da prova,
CAPÍTULO II
infrações penais correlatas e o procedimento criminal; altera o
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código DA INVESTIGAÇÃO E DOS
Penal); revoga a Lei no 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA
outras providências. Art. 3o Em qualquer fase da persecução penal, serão
permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei, os
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o seguintes meios de obtenção da prova:
I - colaboração premiada;
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos,
ópticos ou acústicos;
CAPÍTULO I III - ação controlada;
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA IV - acesso a registros de ligações telefônicas e
Art. 1o Esta Lei define organização criminosa e dispõe telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de
sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou
infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser comerciais;
aplicado. V - interceptação de comunicações telefônicas e
§ 1o Considera-se organização criminosa a associação de telemáticas, nos termos da legislação específica;
4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal,
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que nos termos da legislação específica;
informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, VII - infiltração, por policiais, em atividade de
vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de investigação, na forma do art. 11;
infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais,
(quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. distritais, estaduais e municipais na busca de provas e
§ 2o Esta Lei se aplica também: informações de interesse da investigação ou da instrução
I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção criminal.
internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado § 1o Havendo necessidade justificada de manter sigilo
tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou sobre a capacidade investigatória, poderá ser dispensada
reciprocamente; licitação para contratação de serviços técnicos especializados,
II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas aquisição ou locação de equipamentos destinados à polícia
voltadas para a prática dos atos de terrorismo legalmente judiciária para o rastreamento e obtenção de provas previstas
nos incisos II e V. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
definidos. (Redação dada pela lei nº 13.260, de 2016)
§ 2o No caso do § 1o, fica dispensada a publicação de que
Art. 2o Promover, constituir, financiar ou integrar,
trata o parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666, de 21 de
pessoalmente ou por interposta pessoa, organização
junho de 1993, devendo ser comunicado o órgão de controle
criminosa:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem interno da realização da contratação. (Incluído pela Lei nº
prejuízo das penas correspondentes às demais infrações 13.097, de 2015)
homologado e sua eficácia.
Seção I
Da Colaboração Premiada § 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não
denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a
Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder
requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade
o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena
judicial.
privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de
daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com
colaboração será feito pelos meios ou recursos de gravação
a investigação e com o processo criminal, desde que dessa
magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive
colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:
audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das
I - a identificação dos demais coautores e partícipes da
informações.
organização criminosa e das infrações penais por eles
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador
praticadas;
renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de
e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.
tarefas da organização criminosa;
§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das
execução da colaboração, o colaborador deverá estar
atividades da organização criminosa;
assistido por defensor.
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do
§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com
proveito das infrações penais praticadas pela organização
fundamento apenas nas declarações de agente colaborador.
criminosa;
Art. 5o São direitos do colaborador:
V - a localização de eventual vítima com a sua
I - usufruir das medidas de proteção previstas na
integridade física preservada.
legislação específica;
§ 1o Em qualquer caso, a concessão do benefício levará
II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações
em conta a personalidade do colaborador, a natureza, as
pessoais preservados;
circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato
III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais
criminoso e a eficácia da colaboração.
coautores e partícipes;
§ 2o Considerando a relevância da colaboração prestada,
IV - participar das audiências sem contato visual com os
o Ministério Público, a qualquer tempo, e o delegado de
outros acusados;
polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do
V - não ter sua identidade revelada pelos meios de
Ministério Público, poderão requerer ou representar ao juiz
comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia
pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que
autorização por escrito;
esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial,
VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos
aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei nº
demais corréus ou condenados.
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).
Art. 6o O termo de acordo da colaboração premiada
§ 3o O prazo para oferecimento de denúncia ou o
deverá ser feito por escrito e conter:
processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por
I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados;
até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que
II - as condições da proposta do Ministério Público ou do
sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-
delegado de polícia;
se o respectivo prazo prescricional.
III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu
§ 4o Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério Público
defensor;
poderá deixar de oferecer denúncia se o colaborador:
IV - as assinaturas do representante do Ministério Público
I - não for o líder da organização criminosa;
ou do delegado de polícia, do colaborador e de seu defensor;
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos
V - a especificação das medidas de proteção ao
deste artigo.
colaborador e à sua família, quando necessário.
§ 5o Se a colaboração for posterior à sentença, a pena
Art. 7o O pedido de homologação do acordo será
poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a
sigilosamente distribuído, contendo apenas informações que
progressão de regime ainda que ausentes os requisitos
não possam identificar o colaborador e o seu objeto.
objetivos.
§ 1o As informações pormenorizadas da colaboração
§ 6o O juiz não participará das negociações realizadas
serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a distribuição,
entre as partes para a formalização do acordo de colaboração,
que decidirá no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o
§ 2o O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério
defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou,
Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o
conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou
êxito das investigações, assegurando-se ao defensor, no
acusado e seu defensor.
interesse do representado, amplo acesso aos elementos de
§ 7o Realizado o acordo na forma do § 6o, o respectivo
prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa,
termo, acompanhado das declarações do colaborador e de
devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os
cópia da investigação, será remetido ao juiz para
referentes às diligências em andamento.
homologação, o qual deverá verificar sua regularidade,
§ 3o O acordo de colaboração premiada deixa de ser
legalidade e voluntariedade, podendo para este fim,
sigiloso assim que recebida a denúncia, observado o disposto
sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu
no art. 5o.
defensor.
§ 8o O juiz poderá recusar homologação à proposta que Seção II
não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso Da Ação Controlada
concreto. Art. 8o Consiste a ação controlada em retardar a
§ 9o Depois de homologado o acordo, o colaborador intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada
poderá, sempre acompanhado pelo seu defensor, ser ouvido por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que
pelo membro do Ministério Público ou pelo delegado de polícia mantida sob observação e acompanhamento para que a
responsável pelas investigações. medida legal se concretize no momento mais eficaz à
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em formação de provas e obtenção de informações.
que as provas autoincriminatórias produzidas pelo § 1o O retardamento da intervenção policial ou
colaborador não poderão ser utilizadas exclusivamente em administrativa será previamente comunicado ao juiz
seu desfavor.
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo
a prática de crime pelo agente infiltrado no curso da
competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites
investigação, quando inexigível conduta diversa.
e comunicará ao Ministério Público.
Art. 14. São direitos do agente:
§ 2o A comunicação será sigilosamente distribuída de
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
forma a não conter informações que possam indicar a
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que
operação a ser efetuada.
couber, o disposto no art. 9o da Lei no 9.807, de 13 de julho de
§ 3o Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos
1999, bem como usufruir das medidas de proteção a
será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de
testemunhas;
polícia, como forma de garantir o êxito das investigações.
III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz
§ 4o Ao término da diligência, elaborar-se-á auto
e demais informações pessoais preservadas durante a
circunstanciado acerca da ação controlada.
investigação e o processo criminal, salvo se houver decisão
Art. 9o Se a ação controlada envolver transposição de
judicial em contrário;
fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado
administrativa somente poderá ocorrer com a cooperação das
ou filmado pelos meios de comunicação, sem sua prévia
autoridades dos países que figurem como provável itinerário
ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga autorização por escrito.
e extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime.
Seção IV
Do Acesso a Registros, Dados
Seção III
Da Infiltração de Agentes Cadastrais, Documentos e Informações
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão
investigação, representada pelo delegado de polícia ou acesso, independentemente de autorização judicial, apenas
requerida pelo Ministério Público, após manifestação técnica aos dados cadastrais do investigado que informem
do delegado de polícia quando solicitada no curso de inquérito exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o endereço
policial, será precedida de circunstanciada, motivada e mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas,
sigilosa autorização judicial, que estabelecerá seus limites. instituições financeiras, provedores de internet e
§ 1o Na hipótese de representação do delegado de polícia, administradoras de cartão de crédito.
o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo
prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e permanente do juiz,
§ 2o Será admitida a infiltração se houver indícios de
do Ministério Público ou do delegado de polícia aos bancos de
infração penal de que trata o art. 1o e se a prova não puder ser
dados de reservas e registro de viagens.
produzida por outros meios disponíveis.
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel
§ 3o A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis)
manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição das
meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que
autoridades mencionadas no art. 15, registros de identificação
comprovada sua necessidade.
dos números dos terminais de origem e de destino das
§ 4o Findo o prazo previsto no § 3o, o relatório
ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais.
circunstanciado será apresentado ao juiz competente, que
imediatamente cientificará o Ministério Público.
Seção V
§ 5o No curso do inquérito policial, o delegado de polícia
Dos Crimes Ocorridos na
poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério Público
Investigação e na Obtenção daProva
poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o
infiltração.
colaborador, sem sua prévia autorização por escrito:
Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
representação do delegado de polícia para a infiltração de
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração
agentes conterão a demonstração da necessidade da medida,
com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe
o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível, os
ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de
nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da
organização criminosa que sabe inverídicas:
infiltração.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das
distribuído, de forma a não conter informações que possam
investigações que envolvam a ação controlada e a infiltração
indicar a operação a ser efetivada ou identificar o agente que
de agentes:
será infiltrado.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1o As informações quanto à necessidade da operação
Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros,
de infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz competente,
documentos e informações requisitadas pelo juiz, Ministério
que decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após
manifestação do Ministério Público na hipótese de Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou
do processo:
representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
medidas necessárias para o êxito das investigações e a
segurança do agente infiltrado. multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de forma
§ 2o Os autos contendo as informações da operação de
indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso dos dados
infiltração acompanharão a denúncia do Ministério Público,
quando serão disponibilizados à defesa, assegurando-se a cadastrais de que trata esta Lei.
preservação da identidade do agente.
CAPÍTULO III
§ 3o Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado
DISPOSIÇÕES FINAIS
sofre risco iminente, a operação será sustada mediante
Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais
requisição do Ministério Público ou pelo delegado de polícia,
conexas serão apurados mediante procedimento ordinário
dando-se imediata ciência ao Ministério Público e à autoridade
previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941
judicial.
(Código de Processo Penal), observado o disposto no
Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a
parágrafo único deste artigo.
devida proporcionalidade com a finalidade da investigação,
Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser
responderá pelos excessos praticados.
encerrada em prazo razoável, o qual não poderá exceder a
Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração,
120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver preso,
prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada,
devidamente motivada pela complexidade da
causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu. TÍTULO II
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela Do Tratamento Reeducativo
autoridade judicial competente, para garantia da celeridade e
da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se ao CAPÍTULO I
defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos Da Individualização do Tratamento
elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito Art. 8º - O tratamento reeducativo consiste na adoção de
de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, um conjunto de medidas médico-psicológicas e sociais, com
ressalvados os referentes às diligências em andamento. vistas à reeducação do sentenciado e à sua reintegração na
Parágrafo único. Determinado o depoimento do sociedade.
investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista dos Art. 9º - O tratamento reeducativo será individualizado e
autos, ainda que classificados como sigilosos, no prazo levará em conta a personalidade de cada sentenciado.
mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo ser Art. 10 - O sentenciado está sujeito ao exame
ampliado, a critério da autoridade responsável pela criminológico para verificação de carência físico-psíquica e
investigação. outras causas de inadaptação social.
Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de Art. 11 - Com base no exame criminológico, serão
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a realizados a classificação e o programa de tratamento do
seguinte redação: sentenciado.
“Associação Criminosa Art. 12 - A colaboração do sentenciado no processo de
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o sua observação psicossocial e de seu tratamento é voluntária.
fim específico de cometer crimes: Art. 13 - A observação do sentenciado se fará do início ao
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. fim da execução da pena.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a
associação é armada ou se houver a participação de criança
ou adolescente.” (NR) CAPÍTULO II
Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de Da Observação
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a Psicossocial
seguinte redação: Art. 14 - A observação médico-psicossocial compreende
“Art. 342. ........................................................ os exames biológico, psicológico e complementares e o
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. estudo social do sentenciado.
..............................................................” (NR) Art. 15 - A observação empírica se realizará no trabalho,
Art. 26. Revoga-se a Lei no 9.034, de 3 de maio de 1995. na sala de aula, no refeitório, na praça de esportes e em todas
Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 as situações da vida cotidiana do sentenciado.
(quarenta e cinco) dias de sua publicação oficial. Art. 16 - O exame criminológico será realizado no centro
Brasília, 2 de agosto de 2013; 192o da Independência e de observação ou na seção de observação do
125o da República. estabelecimento penitenciário ou por especialista da
DILMA ROUSSEFF comunidade.
Art. 17 - A equipe de observação se reunirá
semanalmente para apreciar o resultado de cada exame e,
LEI ESTADUAL N.º 11.404/1994 afinal, redigir o relatório social de síntese.
NORMAS DE EXECUÇÃO PENAL Art. 18 - O relatório social de síntese, de caráter
LEI 11404 1994, DE 25/01/1994 interdisciplinar, será levado à Comissão Técnica de
CONTÉM NORMAS DE EXECUÇÃO PENAL Classificação, que elaborará o programa de tratamento.

CAPÍTULO III
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus
Da Classificação
representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono a
Art. 19 - Cada estabelecimento penitenciário contará com
seguinte Lei:
uma Comissão Técnica de Classificação, à qual incumbe
elaborar o programa de tratamento reeducativo e acompanhar
TÍTULO I
a evolução da execução da pena.
Disposições Preliminares
Art. 20 - A Comissão Técnica de Classificação é presidida
Art. 1º - Esta lei regula a execução das medidas privativas
pelo Diretor do estabelecimento e composta de, no mínimo,
de liberdade e restritivas de direito, bem como a manutenção
um psiquiatra, um psicólogo, um assistente social, um chefe
e a custódia do preso provisório.
da Seção de Educação e Disciplina e um representante de
Art. 2º - A execução penal destina-se à reeducação do
obras sociais da comunidade.
sentenciado e à sua reintegração na sociedade.
Art. 21. Compete à Comissão Técnica de Classificação
§ 1º - A execução penal visa, ainda, a prevenir a
opinar sobre a progressão ou a regressão do regime de
reincidência, para proteção e defesa da sociedade.
cumprimento da pena, a remição da pena, o monitoramento
(Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Lei nº 19478, de
eletrônico, o livramento condicional e o indulto. (Caput com
12/1/2011.)
redação dada pelo art. 2º da Lei nº 19478, de 12/1/2011.)
§ 2° O controle da execução penal será realizado com o
Parágrafo único - No caso de progressão ou regressão de
auxílio de programas eletrônicos de computador.
regime, as reuniões da Comissão Técnica de Classificação
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 19478, de
serão presididas pelo Juiz da Execução, presente o Ministério
12/1/2011.)
Público.
Art. 3º - Ao sentenciado é garantido o exercício de seus
Art. 22 - A Comissão Técnica de Classificação proporá o
direitos civis, políticos, sociais e econômicos, exceto os que
programa de tratamento reeducativo, com base na sentença
forem incompatíveis com a detenção ou com a condenação.
condenatória e no relatório social de síntese do Centro de
Art. 4º - No regime e no tratamento penitenciário serão
Observação ou da equipe interdisciplinar.
observados o respeito e a proteção aos direitos do homem.
Art. 23 - O programa individual de tratamento
Art. 5º - O sentenciado deve ser estimulado a colaborar
compreenderá a indicação do regime de cumprimento da
voluntariamente na execução de seu tratamento reeducativo.
pena, do estabelecimento penitenciário adequado, da
Art. 6º - O Estado e a comunidade são corresponsáveis
escolarização, do trabalho e da orientação profissional, das
na realização das atividades de execução penal.
atividades culturais e esportivas e das medidas especiais de
Art. 7º - Na execução penal não haverá distinção de
assistência ou tratamento.
caráter racial, religioso ou político.
suas responsabilidades sociais.
CAPÍTULO IV
Dos Elementos do Tratamento Penitenciário § 2º - O trabalho será exercido de acordo com os métodos
empregados nas escolas de formação profissional do meio
Art. 24 - O tratamento penitenciário realiza-se através do
livre.
desenvolvimento de atividades relacionadas com: instrução,
§ 3º Na contratação de obras e de serviços pela
trabalho, religião, disciplina, cultura, recreação e esporte,
administração pública direta ou indireta do Estado serão
contato com o mundo exterior e relações com a família.
reservados para sentenciados até 10% (dez por cento) do total
das vagas existentes.
SEÇÃO I
Da Instrução § 4º Para fins do disposto no § 3º deste artigo, será dada
preferência aos sentenciados:
Art. 25 - Serão organizados, nas penitenciárias, cursos de
I - que cumpram pena na localidade em que se
formação cultural e profissional, que se coordenarão com o
sistema de instrução pública. desenvolva a atividade contratada;
Art. 26 - O ensino fundamental é obrigatório para todos II - que apresentem melhores indicadores com relação à
os detentos que não o tiverem concluído. aptidão, à habilitação, à experiência, à disciplina, à
Art. 27 - O estabelecimento penitenciário disporá de responsabilidade e ao grau de periculosidade, apurados pelo
classe especial para os infratores, dando-se ênfase à poder público e registrados em cadastro próprio.
escolarização fundamental. Art. 40 - A jornada diária de trabalho do sentenciado não
Art. 28 - O efetivo da classe normal não excederá 30 excederá 8 (oito) horas.
(trinta) alunos, e o da classe especial, 15 (quinze). Art. 41 - A resistência ao trabalho ou a falta voluntária em
Art. 29 - Dar-se-á especial atenção ao ensino sua execução constituem infração disciplinar, cuja punição
fundamental, à preparação profissional e à formação do será anotada no prontuário do sentenciado.
caráter do jovem adulto. Art. 42 - A classificação para o trabalho atenderá às
Art. 30 - Os sentenciados trabalharão em oficina de capacidades física e intelectual e à aptidão profissional do
aprendizagem industrial e artesanato rural ou em serviço sentenciado, com vistas à sua ressocialização e formação
agrícola do estabelecimento, conforme suas preferências, profissional.
origem urbana ou rural, aptidão física, habilidade manual, Art. 43 - Aplica-se no estabelecimento penitenciário a
inteligência e nível de escolaridade. legislação relativa à higiene e à segurança do trabalhador.
Art. 31 - Pode ser instituída, nas penitenciárias, escola de Art. 44 - Para a prestação do trabalho externo, serão
ensino médio. considerados, segundo parecer da Comissão Técnica de
Art. 32 - Serão oferecidas facilidades e estímulos ao Classificação, a personalidade, os antecedentes e o grau de
sentenciado, nos termos da lei, para fazer curso universitário. recuperação do sentenciado que assegurem sua regular e
Parágrafo único - A direção da penitenciária manterá efetiva aplicação ao trabalho, bem como o respeito à ordem
contato com as autoridades acadêmicas para a admissão do pública.
sentenciado no curso de que trata este artigo. Art. 45. O sentenciado em regime semiaberto poderá,
Art. 33 - É permitido ao sentenciado participar de curso com autorização judicial, frequentar, na comunidade,
por correspondência, rádio e televisão, sem prejuízo da estabelecimento de ensino ou de formação profissional,
disciplina e da segurança. ouvida a Comissão Técnica de Classificação, observado o
Art. 34 - A penitenciária pode firmar convênio com disposto nos art. 122 a 125 da Lei Federal n° 7.210, de 11 de
entidade pública ou privada para a realização de curso julho de 1984.
profissional ou supletivo. Art. 46 - O trabalho externo será supervisionado pelo
§ 1º - O detento poderá inscrever-se nos exames serviço social penitenciário mediante visita de inspeção ao
supletivos aplicados pelo Estado, com direito a isenção de local de trabalho.
taxa. Art. 47 - O trabalho externo pode ser prestado nos termos
§ 2º - Os cursos supletivos poderão ser ministrados por da Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984.
voluntário cadastrado pela Secretaria de Estado da Art. 48 - É obrigatório o regresso do sentenciado ao
Educação e autorizado pela Secretaria de Estado da Justiça. estabelecimento penitenciário, no regime semiaberto, quando
Art. 35 - Ao sentenciado será fornecido diploma ou certificado em serviço particular, finda a jornada de trabalho, sendo-lhe
de conclusão de curso, que não mencionará sua permitido, quando em trabalho em obra pública, pernoitar em
condição de sentenciado. dependência da obra, sob custódia e vigilância da direção da
Art. 36 - As penitenciárias contarão com biblioteca entidade, que mensalmente enviará a penitenciário relatório
organizada com livros de conteúdos informativo, educativo e sobre o seu comportamento.
recreativo, adequados às formações cultural, profissional e Art. 49 - Deverá ser imediatamente comunicada à
espiritual do sentenciado. penitenciária a ocorrência de acidente, falta grave ou evasão,
Parágrafo único - Será livre a escolha da leitura, e serão perdendo o sentenciado, nas duas últimas hipóteses, o direito
proporcionadas condições para o estudo, a pesquisa e a à prestação de trabalho externo.
recreação. Art. 50 - É obrigatório o seguro contra acidentes nos
Art. 37 - Os programas de atividades de cultura, de lazer trabalhos interno e externo.
e de desporto serão articulados de modo a favorecer a Art. 51 - A remuneração do trabalho do sentenciado,
expressão das aptidões dos sentenciados. quando não for fixada pelo órgão competente, será
Art. 38 - Serão ministradas, nas penitenciárias, a estabelecida pela Comissão Técnica de Classificação.
instrução musical e a educação física. § 1º - A remuneração será fixada, para o trabalho interno,
Parágrafo único - A parte prática do ensino musical será em quantia não inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
realizada por meio de participação em banda, fanfarra, § 2º - A remuneração do sentenciado que tiver concluído
conjunto instrumental e grupo coral. curso de formação profissional, bem como a do que tiver bom
comportamento e progresso na sua recuperação, será
SEÇÃO II acrescida de 1/4 (um quarto) do seu valor.
Do Trabalho Art. 52 - A prestação de serviço pelo sentenciado será de
Art. 39 - O trabalho é obrigatório para o sentenciado, cunho exclusivamente pedagógico, com vistas a sua
ressalvado o disposto no art. 58. reintegração na sociedade, não implicando vínculo
§ 1º - O trabalho penitenciário será estabelecido segundo empregatício, ressalvado o trabalho industrial exercido em
critérios pedagógicos e psicotécnicos, tendo-se em conta as fundação, empresa pública com autonomia administrativa ou
exigências do tratamento, e procurará aperfeiçoar as aptidões entidade privada, o qual terá remuneração igual à do
de trabalho e a capacidade individual do sentenciado, de trabalhador livre.
forma a capacitá-lo para o desempenho de
observar-lhes o comportamento, para fins de anotação.
Art. 53 - O contrato de prestação de serviços para o
trabalho externo do sentenciado será celebrado entre o Diretor
SEÇÃO V
do estabelecimento penitenciário, ouvida a Comissão Técnica
Do Contato com o Exterior
de Classificação, e o estabelecimento tomador do serviço,
e da Relação com a Família
dependendo do consentimento expresso do sentenciado, nos
Art. 65 - Será estimulado o contato do sentenciado com o
termos do § 3º do art. 36 da Lei Federal nº 7.210, de 11 de
mundo exterior pela prática das medidas de semiliberdade e
junho de 1984.
pelo trabalho com pessoas da sociedade, com o objetivo de
Parágrafo único - Nas licitações para obras de
conscientiza-lo de sua cidadania e de sua condição de parte
construção, reforma ampliação e manutenção de
da comunidade livre.
estabelecimento prisional, a proposta de aproveitamento,
Parágrafo único. O contato com o meio exterior será
mediante contrato, de mão-de-obra de presos, nos termos
programado pelo serviço social, ouvida a Comissão Técnica
deste artigo, poderá ser considerada como fator de
de Classificação.
pontuação, a critério da administração.
Art. 66. O sentenciado tem direito a manter relações
Art. 54 - A remuneração auferida pelo sentenciado no
familiares, incluindo visitas periódicas da família.
trabalho externo será empregada:
§ 1° Compete ao serviço social assistir e orientar o
I - na indenização dos danos causados pelo delito, desde
sentenciado em suas relações familiares.
que determinados judicialmente e não reparados por outro
§ 2° O direito estabelecido no caput abrange relações
meio;
oriundas de casamento, união estável, união homoafetiva e
II - na assistência à família do sentenciado, segundo a lei
parentesco.
civil;
Art. 67. O sentenciado e o preso provisório têm direito a
III - cumprido o disposto nos incisos anteriores e
visita íntima, com periodicidade duração, horários e
ressalvadas outras aplicações legais, na constituição de
procedimentos definidos pela autoridade competente.
pecúlio, na forma de depósito em caderneta de poupança
§ 1° A visita ocorrerá em local específico, adequado à sua
mantida por estabelecimento oficial, o qual será entregue ao
sentenciado no ato de sua libertação. finalidade e compatível com a dignidade humana.
Art. 55 - A contabilidade do estabelecimento penitenciário § 2° O sentenciado indicará cônjuge ou companheiro,
manterá registro da conta individual do sentenciado. para fins de registro e controle pelo estabelecimento prisional,
Art. 56 - As despesas de manutenção e à custa e fornecerá a devida documentação comprobatória do
processual não poderão ser deduzidas da remuneração do casamento, união estável ou união homo afetiva.
sentenciado que se distinguir por sua conduta exemplar. § 3° A indicação realizada nos termos do § 2° poderá ser
Parágrafo único - A conduta é considerada exemplar cancelada a qualquer tempo, mediante comprovação de
quando o sentenciado manifesta, durante a execução da rompimento do vínculo.
pena, constante empenho no trabalho e na aprendizagem § 4° Na hipótese do § 3°, somente seis meses após o
escolar e profissional, bem como senso de responsabilidade cancelamento poderá ocorrer nova indicação de cônjuge ou
em seu comportamento pessoal.
companheiro para fins de visita íntima.
Art. 57 - Excetuam-se da obrigação de trabalhar os
maiores de 70 (setenta) anos, os que sofram enfermidade que § 5° Poderá ser atribuído ao visitante documento de
os impossibilite para o trabalho e a mulher antes e após o identificação específico, exigível para a realização da visita
parto, nos termos da legislação trabalhista. íntima.
Art. 58 - O sentenciado fará jus ao repouso semanal, de § 6° Somente se admitirá visitante menor de dezoito anos
preferência no domingo. quando legalmente casado e, nos demais casos, quando
Art. 59 - Será concedido descanso de até 1 (um) mês ao devidamente autorizado pelo juízo competente.
sentenciado não perigoso, de bom comportamento, após 12 § 7° O sentenciado receberá atendimento médico e
(doze) meses contínuos de trabalho, dedicação e informações com o objetivo de evitar contato sexual de risco.
produtividade. § 8° A visita íntima poderá ser suspensa ou restringida,
por tempo determinado, por ato motivado da autoridade
SEÇÃO III
Da Religião competente, nas seguintes hipóteses:
Art. 60 - O sentenciado tem direito à liberdade de crença I - sanção disciplinar, nos termos do inciso VII do art.
e culto, permitida a manifestação religiosa pelo aprendizado e 143;
pelo exercício do culto, bem como a participação nos serviços II - registro de ato de indisciplina ou atitude
organizados no estabelecimento penitenciário, a posse de inconveniente praticado pelo visitante, apurados em
livro de instrução religiosa e a prática da confissão, sem procedimento administrativo;
prejuízo da ordem e da disciplina. III - risco à segurança do sentenciado, de preso
Parágrafo único - A manifestação religiosa se dará sem provisório ou de terceiros, ou à disciplina do estabelecimento
prejuízo da ordem e da disciplina exigidas no estabelecimento. prisional provocado pela visita;
Art. 61 - (Revogado pelo art. 4º da Lei nº 14505, de IV - solicitação do preso.
20/12/2002.)
CAPÍTULO V
SEÇÃO IV
Da Evolução do Tratamento
Das Atividades Culturais,
Recreativas e Esportivas. Art. 68 - O programa de tratamento será avaliado durante
Art. 62 - Para os bem-estares físico e mental do sua evolução, para fins de progressão ou regressão.
sentenciado, serão organizadas, nos estabelecimentos Parágrafo único - A avaliação periódica do tratamento pela
penitenciários, atividades culturais, recreativas e esportivas. Comissão Técnica de Classificação e sua homologação pelo Juiz
Art. 63 - Os programas de atividades esportivas da Execução Penal determinarão a progressão ou a regressão
destinam-se em particular ao jovem adulto, podendo ser do regime de cumprimento de pena, no mesmo estabelecimento
solicitada, à Diretoria de Esportes e a outros órgãos da ou em outro.
comunidade, a colaboração em seu desenvolvimento. Art. 69 - A progressão depende da evolução favorável do
Art. 64 - O professor de Educação Física e o tratamento, e a regressão, da evolução desfavorável.
recreacionista organizarão sessões de educação física e Art. 70 - No término do tratamento ou na proximidade do
atividades dirigidas para grupos de condenados, devendo
livramento condicional, a Comissão Técnica de Classificação
elaborará relatório final, no qual constará o resultado do
considerados de alta periculosidade e de difícil recuperação.
tratamento, a prognose favorável quanto à vida futura do
§ 2º - Haverá seção aberta, independente, no
sentenciado, bem como informação sobre o pedido de
estabelecimento de regime fechado ou semiaberto, para
livramento condicional.
atividades de reintegração na sociedade.
TÍTULO III Art. 76 - O complexo penitenciário será constituído de
Dos Estabelecimentos Penitenciários pavilhões separados, para a execução progressiva dos regimes
CAPÍTULO I - Disposições Gerais fechado, semiaberto e aberto.
Art. 77. A Comissão Técnica de Classificação do
Art. 71 - Os estabelecimentos penitenciários destinam- se
estabelecimento penitenciário formará grupos de sentenciados
ao cumprimento do disposto nos incisos XLVI, "a", XLVIII, segundo as necessidades de tratamento, a progressão dos
XLIX e L do art. 5º da Constituição Federal e compreendem: regimes, a concessão ou a revogação de benefícios, a
I - presídio e cadeia pública, destinados à custódia dos autorização de saída, a remição da pena, o pedido de
presos à disposição do Juiz processante; livramento condicional e a aplicação de sanção disciplinar.
II - penitenciária, para o sentenciado em regime fechado; Art. 78 - Os estabelecimentos de regime fechado terão a
III - colônia agrícola, industrial ou similar, para o lotação máxima de 500 (quinhentos) sentenciados; os de regime
sentenciado em regime semiaberto; semiaberto, de 300 (trezentos); os de regime aberto, de
IV - casa do albergado, para o sentenciado em regime 50 (cinquenta) semi-livres; o presídio, de 400 (quatrocentos)
aberto; acusados e a cadeia pública, de 50 (cinquenta) presos.
V - centro de reeducação do jovem adulto, para o Art. 79 - Para a localização do estabelecimento de regime
fechado, levar-se-ão em conta as facilidades de acesso e
sentenciado em regime aberto ou semiaberto;
comunicação, a viabilidade do aproveitamento de serviços
VI - centro de observação, para realização do exame básicos existentes, as condições necessárias ao adequado
criminológico de classificação; internamento, além da existência de áreas destinadas a
VII - hospital de custódia e tratamento psiquiátrico para instalações de aprendizagem profissional, à prática de esportes
inimputáveis e semi-imputáveis, indicados no art. 26 do e recreação, a visitas, ao ensino e à assistência especializada.
Código Penal. § 1º - Para o estabelecimento de regimes aberto e
Art. 72. Os estabelecimentos penitenciários disporão de semiaberto, será considerada ainda a proximidade de locais de
casa, sistema de energia, reservatório de água, quadras trabalho, de cursos de instrução primária e formação profissional
poliesportivas, locais para a guarda militar e para os agentes e de assistências hospitalar e religiosa.
prisionais, dependências para administração, assistência médica, § 2º - O presídio e a cadeia pública se localizarão no meio
urbano, respectivamente, na Capital e em sedes de comarca
assistência religiosa, gabinete odontológico, ensino, serviços
com fácil acesso ao fórum local ou a varas criminais.
gerais, visita de familiares e visita íntima, bem como de
almoxarifado, celas individuais, alojamento coletivo, biblioteca e CAPÍTULO II
salas equipadas para a realização de vídeo audiências e Do Presídio e da Cadeia Pública
prestação de assistênciajurídica. Art. 80 - O presídio e a cadeia pública, estabelecimentos
§ 1º - As penitenciárias disporão ainda de locutório para de regime fechado, destinam-se à custódia do preso provisório
advogados, salas para autoridades, salas de estágio para e à execução da pena privativa de liberdade para o preso
estudantes universitários e gabinete para equipe interdisciplinar residente e domiciliado na comarca.
de observação ou detratamento. Art. 81 – No presídio e na cadeia pública, haverá unidades
independentes para a mulher, para o jovem adulto, para o preso
§ 2º – A pessoa recolhida em prisão provisória que ao
que tenha exercido função policial, de bombeiro militar, de
tempo do delito era policial civil, policial militar, bombeiro agente de segurança penitenciário ou de agente de segurança
militar, agente de segurança penitenciário ou agente de socioeducativo e para o cumprimento de pena privativa de
segurança socioeducativo do Estado ficará em dependência liberdade e de limitação de fim de semana. (Caput com
distinta e isolada dos demais complexos penitenciários. redação dada pelo art. 3º da Lei nº 22.865, de 8/1/2018.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 22.865, § 2º - Às presidiárias serão asseguradas condições para
de 8/1/2018.) permanecer com os filhos durante o período de amamentação.
§ 3º – A garantia prevista no § 2º deste artigo estende-se Art. 82 - O presídio e a cadeia pública, além do pessoal de
ao condenado em sentença transitada em julgado que ao vigilância e segurança e do pessoal administrativo, contarão
tempo do delito era policial civil, policial militar, bombeiro com equipe interdisciplinar de observação.
Art. 83 - Aplica-se ao estabelecimento destinado ao preso
militar, agente de segurança penitenciário ou agente de
provisório o disposto no art. 83 da Lei Federal nº 7.210, de 11
segurança socioeducativo do Estado. (Parágrafo com de junho de 1984, com a adequada adaptação ao regime do
redação dada pelo art. 1º da Lei nº 22.865, de 8/1/2018.) estabelecimento.
Art. 73 - As oficinas e instalações agrícolas devem reunir
condições semelhantes às da comunidade livre, observadas CAPÍTULO III
as normas legais para a proteção do trabalho e a prevenção Da Penitenciária
de acidente. Art. 84 - A penitenciária destina-se à execução da pena
Art. 74 - Será construído pavilhão de observação, de privativa de liberdade em regime fechado.
regime fechado, onde não houver centro de observação como Art. 85 - O sentenciado será alojado em quarto individual,
unidade autônoma. provido de cama, lavatório, chuveiro e aparelho sanitário.
Art. 86 - São requisitos básicos da unidade celular:
Art. 75 – Devem ser previstas seções independentes, de
I - salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores
segurança reforçada, para internamento de condenado que de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à
tenha exercido função policial, de bombeiro militar, de agente existência humana;
de segurança penitenciário ou de agente de segurança II - área mínima de 6m2 (seis metros quadrados).
socioeducativo e que, por essa condição, esteja ou possa vir Art. 87 - A penitenciária para mulheres será dotada, ainda,
a estar ameaçado em sua integridade física, bem como para de dependência para atendimento da gestante e da parturiente,
internamento de condenado por crime hediondo e de rebelde de creche e de unidade de educaçãopré-escolar.
ou opositor ao regime do estabelecimento. (Caput com Art. 88 - O alojamento coletivo terá suas instalações
redação dada pelo art. 2º da Lei nº 22.865, de 8/1/2018.) sanitárias localizadas em área separada e somente será
§ 1º - Será obrigatória a existência das seções previstas
no "caput" para a guarda de condenados que forem
destina-se aos sentenciados de 18 (dezoito) a 21 (vinte e
ocupado por sentenciados que preencham as necessárias
um) anos de idade, em regime aberto e semiaberto.
condições para a sua utilização.
Parágrafo único - O centro contará com seção
Art. 89 - No regime fechado, predominam as normas de
independente para os menores infratores que tiverem atingido
segurança e disciplina, que cobrirão, durante 24 (vinte e quatro)
18 (dezoito) anos sem conclusão do processo reeducativo.
horas, a vida diária dos reclusos, que serão classificados em
Art. 99 - No centro de reeducação do jovem adulto, será
grupos, segundo as necessidades de tratamento, submetendo-
intensiva a ação educativa, com a adoção de métodos
se às diferentes atividades do processo de ressocialização:
pedagógicos e psicopedagógicos.
trabalho, instrução, religião, recreação e esporte.
Art. 100 - Para individualização do tratamento, as seções
CAPÍTULO IV separadas conterão de 20 (vinte) a 30 (trinta) sentenciados.
Das Colônias Agrícola e Industrial Art. 101 - O pessoal do centro terá especialização
Art. 90 - A colônia agrícola e a industrial destinam-se à profissional, com atualização em cursos especiais promovidos
execução da pena privativa de liberdade em regime pela administração penitenciária.
semiaberto.
CAPÍTULO VII
Art. 91 - Os sentenciados poderão ser alojados em
Do Centro de Observação
dormitório coletivo, observados os requisitos do art. 88.
Art. 102 - O centro de observação, estabelecimento de
Art. 92 - No regime semiaberto, serão observadas as
regime fechado, tem por objetivo estudar a personalidade do
normas de segurança, ordem e disciplina necessárias à
delinquente nos planos físico, psíquico e social, para sua
convivência normal dentro do estabelecimento e à adaptação
afetação ao estabelecimento adequado ao regime
às peculiaridades do tratamento reeducativo.
penitenciário, indicando as medidas de ordem escolar,
Parágrafo único - No regime semiaberto, a agenda diária
profissional, terapêutica e moral que fundamentarão a
elaborada pela Comissão Técnica de Classificação disporá
elaboração do programa de tratamento reeducativo.
sobre as atividades preceptivas, recreativas e esportivas para o
Art. 103 - O centro de observação, além do pessoal de
sentenciado, que manterá contato com a sociedade para o
segurança, vigilância e administração, contará com equipe
trabalho externo, frequentará cursos de instrução escolar e
interdisciplinar de observação, constituída de psicólogo,
profissional e desenvolverá outras atividades de reintegração na
psiquiatra, clínico geral, assistente social, educador e
sociedade, sob a assistência e a orientação do pessoal
criminólogo.
penitenciário ou do serviço social.
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO V
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
Da Casa do Albergado
Art. 104 - O hospital de custódia e tratamento psiquiátrico,
Art. 93 - A casa do albergado destina-se à execução da
de regime semiaberto, destina-se aos inimputáveis e semi-
pena privativa de liberdade em regime aberto.
imputáveis indicados no art. 26 e seu parágrafo único do
Art. 94 - Haverá casa de albergado na Capital e nas sedes
Código Penal.
de comarca.
§ 1º - Haverá seções independentes de regime fechado,
Parágrafo único - Onde não houver casa do albergado, o
segundo as exigências do tratamento psiquiátrico, no caso de
regime aberto poderá ser cumprido em seção independente,
extrema periculosidade do sentenciado.
separada do estabelecimento de regime fechado ou
§ 2º - As seções de regime aberto destinam-se ao
semiaberto.
tratamento ambulatorial e à preparação para o reingresso na
Art. 95 - A casa do albergado deverá preencher os
sociedade.
seguintes requisitos:
Art. 105 - No estabelecimento psiquiátrico, haverá, além
I - localização em meio urbano com autonomia
das dependências da administração, segurança e vigilância,
administrativa;
seções de observação normal, de praxiterapia, esporte e
II - ocupação por número reduzido de candidatos,
recreação, observando-se, no que for aplicável, o art. 83 da
selecionados segundo sua aptidão para o regimeaberto.
Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984.
Art. 96 - São condições para o cumprimento da pena na
Art. 106 - No hospital, além do exame psiquiátrico, serão
casa do albergado:
realizados o exame criminológico e os exames necessários
I - aceitação, pelo candidato, do programa de
aos tratamentos terapêuticos e reeducativo, com respeito e
tratamento;
proteção aos direitos da pessoa do sentenciado.
II - afetação do semi-livre ao trabalho, com preparação
Art. 107 - O pessoal profissional e não profissional do
profissional para a reintegração na sociedade;
estabelecimento psiquiátrico deverá ser selecionado e
III - colaboração da comunidade.
qualificado, com especial atenção às exigências peculiares ao
Art. 97 - No regime aberto, serão observadas as normas
tratamento dos sentenciados.
de ordem e disciplina necessárias à convivência normal na
Art. 108 - A direção do hospital deverá informar
comunidade civil, com ausência de precauções de ordem
mensalmente à autoridade judiciária sobre as condições
material ou física, em razão da aceitação voluntária da
psíquicas do sentenciado recuperado.
disciplina e do senso de responsabilidade do sentenciado.
Art. 109 - A administração penitenciária poderá firmar
§ 1º - No regime aberto, é permitido ao sentenciado
convênio com hospital psiquiátrico da comunidade para o
mover-se sem vigilância tanto no interior do estabelecimento
tratamento de sentenciado destinado ao hospital de custódia
como nas saídas para trabalho externo, para frequência a
e tratamento psiquiátrico.
curso e para atividades de pré-liberdade.
§ 2º - O regime aberto compõe-se das seguintes fases:
TÍTULO IV
I - iniciação, em que o sentenciado será informado sobre
Do Regime Penitenciário
o programa do estabelecimento e seu regimento interno;
CAPÍTULO I
II - aceitação do programa, em que será permitido ao
Da Admissão e do Registro
sentenciado sair para o trabalho;
Art. 110 - A admissão do sentenciado ou do preso
III – confiança em que o sentenciado gozará das
provisório se fará à vista de ordem da autoridade competente.
vantagens inerentes ao exercício de sua responsabilidade e
Art. 111. O registro de detenção ou internação será feito
de autorização de saída.
em livro próprio ou em meio eletrônico, e nele constarão:
I - a identidade do sentenciado ou do preso provisório;
CAPÍTULO VI
Do Centro de Reeducação do Jovem Adulto
Art. 98 - O centro de reeducação do jovem adulto
estabelecimentos penitenciários serão dotados de:
II - os motivos da detenção ou da internação e a
I - enfermaria com camas, material clínico, instrumental
autoridade que a determinou;
adequado e produtos farmacêuticos para a internação médica
III - o dia e a hora da admissão e da saída.
ou odontológica de urgência;
Art. 112 - Inicia-se, no ato do registro, o prontuário
II - dependência para observação psiquiátrica e
pessoal do sentenciado, que o seguirá nas transferências.
cuidados de toxicômano;
Parágrafo único - O prontuário conterá uma parte
III - unidade para doenças infecciosas.
judiciária, uma parte penitenciária e uma parte social.
Art. 128 - O estabelecimento penitenciário destinado às
Art. 113 - O sentenciado será informado sobre a
mulheres disporá de dependência dotada de material de
legislação pertinente e sobre o regime interno do
obstetrícia, para atender à mulher grávida ou à parturiente cuja
estabelecimento.
urgência do estado não permita a transferência para hospital
Art. 114 - O sentenciado tem o direito de informar sua
civil.
situação ao Juiz e ao seu advogado ou à pessoa por ele
Parágrafo único. As unidades do sistema prisional e
indicada.
penitenciário notificarão à unidade de atenção básica de
Art. 115 - O preso provisório será informado de seus
saúde que referencie o seu território:
direitos, assegurada a comunicação com a família e com seu
I - a existência de presa grávida, lactante ou
defensor e o respeito ao princípio da presunção de inocência.
acompanhada de filho na primeira infância, para a
Art. 116 - Efetuada a admissão, proceder-se-á à separação
regularização do atendimento à saúde materno-infantil;
do sentenciado segundo o sexo, a idade, os antecedentes, o
II - a transferência para outra unidade prisional, com
estado físico e mental e a necessidade de tratamento reeducativo
indicação do novo local de internação, de presa grávida,
ou psiquiátrico.
lactante ou acompanhada de filho na primeira infância, para a
Art. 117 - A agenda diária das atividades da vida em
regularização e continuidade do atendimento à saúde
comum dos sentenciados será elaborada pela Comissão
materno-infantil.
Técnica de Classificação.

CAPÍTULO II Art. 128-A – O estabelecimento prisional é sujeito a


Do Alojamento controle sanitário, nos termos da Lei nº 13.317, de 24 de
setembro de 1999.
Art. 118 - Aos sentenciados serão destinadas celas
Parágrafo único – Regulamento fixará rotina de inspeções
individuais.
sanitárias aplicável ao estabelecimento a que se refere o
Parágrafo único - Em caso de necessidade, a
caput. (Artigo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 22.429, de
administração da penitenciária poderá autorizar a colocação de
20/12/2016.)
mais de um sentenciado na cela ou no quarto individual,
adequadamente selecionado, vedada, nesse caso, a ocupação
TÍTULO V
apenas por dois sentenciados.
Da Comunicação com o Exterior
Art. 119 - Os locais destinados ao dormitório e à vida em
CAPÍTULO I
comum devem atender às exigências da higiene, levando-se
Da Correspondência
em conta espaço, ventilação, água, luz e calefação.
Art. 129 - Os sentenciados têm direito de enviar e receber
Art. 120 - É permitido o alojamento em comum no
correspondência epistolar e telegráfica.
estabelecimento aberto, com o consentimento do
Art. 130 - A correspondência do sentenciado analfabeto
sentenciado.
pode ser o seu pedido, lida e escrita por funcionário ou
Art. 121 - Haverá alojamento coletivo, de uso temporário,
visitador indicado.
para atender a necessidade urgente.
Art. 131 - Em caso de perigo para a ordem ou para a
CAPÍTULO III segurança do estabelecimento, o Diretor deste poderá
Do Vestuário e da Higiene Pessoal censurar a correspondência dos sentenciados, respeitados os
seus direitos.
Art. 122 - O sentenciado poderá usar o vestuário próprio
Parágrafo único - A correspondência por telefone será
ou o fornecido pela administração, adaptado às condições
autorizada pelo Diretor do estabelecimento, por escrito e
climáticas e que não afete sua dignidade.
motivadamente.
Art. 123 - O sentenciado disporá de roupa necessária
para a sua cama e de móvel para guardar seus pertences.
CAPÍTULO II
Art. 124 - A higiene pessoal é exigida de todos os
Das Visitas
sentenciados.
Art. 132 - As visitas destinam-se a manter os vínculos
Parágrafo único - A administração do estabelecimento
familiares e sociais do sentenciado e a prepará-lo para a
fixará horário para os cuidados de higiene pessoal dos
reintegração na sociedade.
sentenciados e colocará à sua disposição o material
Parágrafo único - As visitas podem ser vigiadas, por
necessário.
razões de tratamento do sentenciado, ou de ordem e
CAPÍTULO IV segurança do estabelecimento.
Da Alimentação Art. 133 - As visitas de advogado terão lugar em local
reservado, em que as conversas não sejam ouvidas.
Art. 125 - A administração do estabelecimento fornecerá
Art. 134 - Não pode ser ouvido o colóquio do sentenciado
alimentação aos sentenciados, controlada por nutricionista,
convenientemente preparada e de acordo com as normas com o Juiz, com o representante do Ministério Público, com o
dietéticas e de higiene. funcionário no exercício de suas funções e com os membros
da equipe interdisciplinar.
CAPÍTULO V Art. 135. O estabelecimento disporá de anexo
Da Assistência Sanitária especialmente adequado para visitas familiares ao
Art. 126 - O estabelecimento penitenciário disporá de sentenciado que não possa obter autorização de saída.
clínico geral, odontólogo e psiquiatra.
CAPÍTULO III
§ 1º - O doente que tiver necessidade de cuidados
Das Autorizações de Saída
especiais será transferido para estabelecimento penitenciário
Art. 136. Os condenados que cumprem pena em regime
especializado ou hospital civil.
fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão obter
§ 2º - Ao sentenciado será prestada assistência
permissão de saída, mediante escolta, nos casos
odontológica.
devidamente comprovados de necessidade de tratamento
Art. 127 - Para a assistência sanitária, os
médico e falecimento ou doença grave de cônjuge,
II – privação de autorização de saída por até dois
companheiro, ascendente, descendente ou irmão.
meses;
§ 1° A permissão de saída será concedida pelo Diretor do
III - limitação do tempo previsto para comunicação oral
estabelecimento.
durante 1 (um) mês;
§ 2° A permanência do detento fora do estabelecimento
IV – privação do uso da cantina, de autorização de saída
penal terá a duração necessária à finalidade da saída.
Art. 137. Os condenados que cumprem pena em regime e de atos de recreação por até um mês;
semiaberto poderão obter autorização para saída temporária V - isolamento em cela individual por até 15 (quinze)
do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes dias;
VI - isolamento em cela disciplinar por até 1 (um) mês;
casos:
I – visita à família; VII – suspensão ou restrição à visita íntima
II – frequência a curso supletivo profissionalizante bem § 1º - As sanções previstas nos incisos I e II são de
como de instrução do segundo grau ou superior, na Comarca competência do Diretor do estabelecimento e as demais, da
do Juízo da Execução; Comissão Técnica de Classificação.
III – participação em atividades que concorram para o § 2° A execução da sanção disciplinar está sujeita a sursis
retorno ao convívio social. e a remição.
Parágrafo único. A autorização de saída será concedida Art. 144 - O isolamento em cela disciplinar somente se
ou revogada por ato motivado do Juiz da execução, observado aplicará em caso de manifesta agressividade ou violência do
o disposto nos art. 123 a 125 da Lei Federal n° 7.210. sentenciado ou quando este, reiteradamente, alterar a ordem
Art. 138. Com base em parecer da equipe interdisciplinar normal do estabelecimento.
e como preparação para a liberação, será autorizada, pelo Parágrafo único - A cela disciplinar terá as mesmas
Juiz da execução que tenha participado de seu processo de características da cela individual e possuirá mobiliário
reeducação, a saída do sentenciado que cumpra pena nos análogo.
regimes aberto e semiaberto, depois de cumpridos seis meses Art. 145 - O isolamento do sentenciado se cumprirá com
da pena, por até sete dias, limitada ao total de trinta e cinco o controle do médico do estabelecimento, que o visitará
dias por ano. diariamente, informando o Diretor sobre seu estado de saúde
Parágrafo único. A autorização de saída será concedida física e mental.
ou revogada por ato motivado do Juiz da execução. Art. 146 - O isolamento poderá ser suspenso pelo Juiz da
Art. 138-A. No caso de nascimento de filho ou outro Execução Penal, ouvida a Comissão Técnica de
motivo comprovadamente relevante, será autorizada, pelo Classificação.
Diretor do estabelecimento, a saída do sentenciado ou do Art. 147 - Não se aplicará o isolamento à sentenciada
preso provisório, com as medidas de custódia adequadas. gestante, até 6 (seis) meses após o parto, e à sentenciada que
Parágrafo único. A autorização de saída será concedida trouxer filho consigo.
ou revogada por ato motivado do Diretor do estabelecimento. Art. 148 - Nenhum sentenciado será punido
Art. 139. O sentenciado, a vítima e as respectivas famílias disciplinarmente sem ser ouvido e sem que haja apresentado
contarão com o apoio do serviço penitenciário e do defesa verbal ou escrita.
Conselho da Comunidade. Art. 149 - A interposição de recurso suspenderá os efeitos
da decisão, salvo quando se tratar de ato de grave indisciplina.
CAPÍTULO IV Parágrafo único - A tramitação do recurso de que trata o
Do Regime Disciplinar artigo será urgente e preferencial.
Art. 140 - O sentenciado não exercerá função disciplinar.
CAPÍTULO V
Art. 141 - A infração disciplinar e a respectiva sanção
Dos Meios de Correção
disciplinar serão estabelecidas em lei ou regulamento.
Art. 150 - O uso de algemas se limitará aos seguintes
Art. 142 - Constituem infrações disciplinares:
casos:
I - negligência na limpeza e na ordem da cela e no
I - como medida de precaução contra fuga, durante a
asseio pessoal;
transferência do sentenciado, devendo ser retiradas
II - abandono voluntário do local de tratamento;
imediatamente quando do comparecimento em audiência
III - descumprimento das obrigações do trabalho;
perante a autoridade judiciária ou administrativa;
IV - atitude molesta para com os companheiros;
II - por motivo de saúde, segundo recomendação
V - linguagem injuriosa;
médica;
VI - jogos e atividades proibidas pelo Regimento Interno;
III - em circunstâncias excepcionais, quando for
VII - simulação de doença;
indispensável utilizá-las em razão de perigo iminente para a
VIII - posse ou tráfico de bens não permitidos;
vida do funcionário, do sentenciado ou de terceiros.
IX - comunicação proibida com o exterior ou, no caso de
Art. 151 - O sentenciado será transferido para
isolamento, com o interior;
estabelecimento próximo da residência de sua família.
X - atos obscenos ou contrários ao decoro;
Parágrafo único - A transferência do sentenciado será
XI - falsificação de documento da administração;
precedida de busca pessoal e exame médico, que informará
XII - apropriação ou danificação de bem da
sobre seu estado físico e psíquico, bem como sobre suas
administração;
condições de viajar.
XIII - posse ou tráfico de arma ou de instrumento de
Art. 152 - É proibido o transporte de sentenciado em más
ofensa;
condições de iluminação, ventilação ou em qualquer situação
XIV - atitude ofensiva ao Diretor, a funcionário do
que lhe imponha sofrimento físico.
estabelecimento ou a visitante;
Art. 153 - Na transferência de sentenciado do sexo
XV - inobservância de ordem ou prescrição e demora
feminino, a escolta será integrada por policial feminino.
injustificada no seu cumprimento;
Art. 154 - As medidas coercitivas serão aplicadas
XVI - participação em desordem ou motim;
exclusivamente para o restabelecimento da normalidade e
XVII - evasão;
cessarão imediatamente depois de atingida sua finalidade.
XVIII - fato previsto como crime, cometido contra
Art. 155 - As medidas de coerção aplicam-se nas
companheiro, funcionário do estabelecimento ou visitante;
seguintes hipóteses:
XIX - realização ou contribuição para a realização de
I - para impedir ato de evasão ou violência de
visita íntima em desacordo com esta lei ou com o ato da
sentenciado contra si mesmo ou contra terceiros ou coisas;
autoridade competente.
II - para vencer a resistência ativa ou passiva de
Art. 143 - Constituem sanções disciplinares:
sentenciado às ordens de funcionário no exercício do cargo.
I - admoestação;
IV - a Superintendência de Organização Penitenciária;
Parágrafo único - O Diretor será avisado de situação
V - a Direção do Estabelecimento;
grave, da qual dará ciência ao Juiz da Execução.
VI - o Patronato;
CAPÍTULO VI VII - o Conselho da Comunidade.
Das Recompensas VIII - as entidades civis de direito privado sem fins
Art. 156 - As recompensas são concedidas pelo Diretor lucrativos que tenham firmado convênio com o Estado para a
do estabelecimento, ouvida a Comissão Técnica de administração de unidades prisionais destinadas ao
Classificação, ao sentenciado que se distinguir por: cumprimento de pena privativa de liberdade.
I - particular desempenho em seu trabalho;
II - especial proveito na instrução escolar ou na CAPÍTULO II
formação profissional; Do Conselho de
III - colaboração ativa na organização e na participação Criminologia e Política Criminal
das atividades culturais, desportivas e recreativas; Art. 158 - O Conselho de Criminologia e Política Criminal,
IV - comportamento responsável em caso de com sede nesta Capital, é subordinado à Secretaria de Estado
perturbação da ordem, para despertar conduta coletiva da Justiça.
racional. Art. 159 - O Conselho de Criminologia e Política Criminal
Parágrafo único - As recompensas de que trata este será integrado por 13 (treze) membros designados pelo
artigo são as seguintes: Secretário de Estado da Justiça e escolhidos entre
I - elogio; professores e profissionais das áreas de Direito Penal,
II - proposta de concessão de benefício, como a Processual Penal e Penitenciário, de Criminologia e de
prioridade na escolha de trabalho, recebimento de parte do Ciências Sociais, bem como entre representantes de
pecúlio disponível, participação em atividade cultural, organismos da área social.
esportiva ou recreativa. Parágrafo único - O mandato dos membros do Conselho
terá duração de 4 (quatro) anos.
CAPÍTULO VII Art. 160 - Ao Conselho de Criminologia e Política Criminal
Do Monitoramento Eletrônico incumbe:
Art. 156-A. O Juiz poderá determinar o monitoramento I - formular a política penitenciária do Estado,
eletrônico, por ato motivado, nos casos de autorização de observadas as diretrizes da política penitenciária nacional;
saída temporária no regime semiaberto e de prisão domiciliar, II - colaborar na elaboração de plano de
e quando julgar necessário. desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades das
Parágrafo único. O usuário do monitoramento eletrônico políticas criminal e penitenciária;
que estiver cumprindo pena em regime aberto, quando III - promover a avaliação periódica do sistema penal
determinar o Juiz da execução, deverá recolher-se ao local para sua adequação às necessidades do Estado;
estabelecido na decisão durante o período noturno e nos dias IV - opinar sobre a repartição de créditos na área da
de folga. política penitenciária;
Art. 156-B. São deveres do sentenciado submetido ao V - estimular e desenvolver projeto que vise à
monitoramento eletrônico, além dos cuidados a serem participação da comunidade na execução da política criminal;
adotados com o equipamento: VI - representar à autoridade competente, para instauração
I – receber visitas do servidor responsável pelo de sindicância ou procedimento administrativo, visando à
monitoramento eletrônico, responder aos seus contatos e apuração de violação da lei penitenciária e à
cumprir as suas orientações; interdição de estabelecimento penal;
II – abster-se de remover, violar, modificar ou danificar o VII - fiscalizar os estabelecimentos e serviços
equipamento de monitoramento eletrônico ou de permitir que penitenciários para verificação do fiel cumprimento desta lei e
outrem o faça; da implantação da reforma penitenciária;
III – informar, de imediato, as falhas no equipamento ao VIII - elaborar o plano de ação do Conselho e o
órgão ou à entidade responsável pelo monitoramento programa penitenciário estadual.
eletrônico.
Art. 156-C. O descumprimento dos deveres de que trata CAPÍTULO III
o art. 156-B poderá acarretar, a critério do Juiz da execução, Do Juízo da Execução
ouvidos o Ministério Público e a defesa: Art. 161 - O Juízo da Execução, localizado na comarca da
I – a regressão do regime; Capital e em comarca sede da região onde houver
II – a revogação da autorização de saída, da permissão estabelecimento penitenciário, compreende o Juiz da
de saída ou da saída temporária; Execução, o representante do Ministério Público, a Defensoria
III – a revogação da suspensão condicional da pena; Pública e o Serviço Social Penitenciário.
IV – a revogação do livramento condicional;
V – a conversão da pena restritiva de direitos em pena SEÇÃO I
privativa de liberdade; Do Juiz da Execução
VI – a revogação da prisão domiciliar; Art. 162 - Compete ao Juiz da Execução:
VII – a advertência escrita. I - aprovar o plano de tratamento reeducativo
apresentado pela Comissão Técnica de Classificação;
Art. 156-D. O monitoramento eletrônico poderá ser II - presidir as reuniões da Comissão Técnica de
revogado pelo Juiz competente, em ato motivado, quando o Classificação destinada a tratar de progressão ou regressão
sentenciado descumprir os deveres a que estiver sujeito do regime;
durante a sua vigência ou quando se tornar desnecessário ou III – conceder remição da pena, ouvida a Comissão
inadequado, a critério do Juiz. Técnica de Classificação, e autorização de saída prevista nos
art. 137 e 138 desta lei;
TÍTULO VI IV - conceder ou revogar as medidas de semiliberdade no
Dos Órgãos da Execução Penal regime de confiança para preparação da reintegração na
CAPÍTULO I sociedade;
Disposições Gerais V - conceder o livramento condicional, ouvida a
Art. 157 - São órgãos da execução penal: Comissão Técnica de Classificação;
I - o Conselho de Criminologia e Política Criminal; VI - supervisionar o período de prova do livramento
II - o Juízo da Execução; condicional e do "sursis", mediante orientação e assistência
III - o Conselho Penitenciário; do agente de prova ou trabalhador social;
penitenciários, em especial os de regime fechado, e os
VII - acompanhar a execução das medidas restritivas de
hospitais de custódia e tratamento penitenciário para
direito com a colaboração do serviço social penitenciário ou
fiscalização da execução penal e do regime penitenciário;
de funcionário do Juízo e à vista do relatório da entidade a que
III - participar da supervisão do período de prova do
o sentenciado preste serviços;
liberando e do sursitário, bem como da assistência social no
VIII - autorizar o isolamento disciplinar por mais de 15
regime semi-livre e em meio livre;
(quinze) dias;
IV - comunicar à autoridade competente as violações das
IX - decidir recurso sobre direito do sentenciado,
normas de execução penal, recomendando a abertura de
inclusive sobre progressão ou regressão de regime;
X - exercer a sua competência nos estabelecimentos da inquérito e a interdição do estabelecimento.
região de sua sede.
CAPÍTULO V
Da Superintendência
SEÇÃO II
de Organização Penitenciária
Do Ministério Público
Art. 170 - A Superintendência de Organização
Art. 163 - Ao Ministério Público, entre outras atribuições
Penitenciária Estadual, órgão integrante da estrutura orgânica
de competência, incumbe:
da Secretaria de Estado da Justiça, tem por objetivo assegurar
I - fiscalizar a execução penal, funcionando no processo
a aplicação da Lei de Execução Penal, a custódia e a
executivo e nos incidentes da execução;
manutenção do sentenciado e do preso provisório, garantindo-
II - requerer a aplicação, a substituição e a revogação de
lhes o respeito à dignidade inerente à pessoa.
medida de segurança;
Art. 171 - À Superintendência de Organização
III - requerer a revogação do "sursis" e o livramento
Penitenciária incumbe:
condicional;
I - supervisionar a fiel aplicação das normas de
IV - requerer a conversão da pena e a progressão ou a
execução penal no Estado;
regressão do regime;
II - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos e
V - participar da fiscalização da execução das medidas
serviços penais;
restritivas de direito;
III - assistir tecnicamente os estabelecimentos
VI - interpor recurso de decisão proferida pelo Juiz
durante a execução; penitenciários na aplicação dos princípios e regras
VII - visitar mensalmente os estabelecimentos estabelecidos nesta lei;
IV - promover a pesquisa criminológica e a estatística
penitenciários;
VIII - representar à autoridade competente sobre a má criminal;
orientação, o rigor excessivo ou o privilégio injustificado na V - sugerir a regulamentação dos órgãos de execução
penal e dos estabelecimentos penitenciários;
execução penal;
VI - elaborar projeto para a construção dos novos
IX - requerer as providências necessárias para o regular
estabelecimentos previstos na lei penitenciária;
desenvolvimento do processo executivo.
VII - autorizar a internação e a desinternação nos
SEÇÃO III estabelecimentos penitenciários.
Da Defensoria
CAPÍTULO VI
Pública
Da Direção do
Art. 164 - O estabelecimento penitenciário contará com
Estabelecimento Penitenciário
um corpo de Defensoria Pública com especialização em
Art. 172 - Incumbe à direção do estabelecimento
Direito Penitenciário e Criminologia.
penitenciário:
Art. 165 - Incumbe à Defensoria Pública promover a
I - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos e as
defesa dos sentenciados carentes nas áreas cível, penal e
instruções relativas à ordem e à disciplina do estabelecimento;
disciplinar.
II - dirigir as atividades do estabelecimento;
SEÇÃO IV III - submeter à Superintendência de Organização
Do Serviço Penitenciária o plano de atividades da unidade;
Social Penitenciário IV - orientar a elaboração da proposta orçamentária do
Art. 166 - Ao Serviço Social Penitenciário incumbe: estabelecimento;
I - participar da equipe Inter profissional do Juízo; V - presidir a Comissão Técnica de Classificação;
II - realizar o estudo social do sentenciado; VI - supervisionar os cursos de instrução escolar e de
III - assistir o sursitário, o liberando e o egresso no formação profissional do sentenciado;
período de prova; VII - percorrer as dependências do estabelecimento para
IV - orientar e assistir a família do sentenciado; verificação da ordem e disciplina;
V - assessorar o Juiz e o Promotor de Justiça; VIII - comparecer, ou fazer-se representar, às sessões do
VI - integrar o Patronato e o Conselho da Comunidade. Conselho Penitenciário;
IX - promover ou requisitar o exame criminológico, a
CAPÍTULO IV classificação e o tratamento reeducativo dos sentenciados;
Do Conselho X - propor a realização de curso de formação contínua do
Penitenciário pessoal penitenciário;
Art. 167 - O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e XI - promover a contratação de pessoal especializado
fiscalizador da execução penal. para integrar as equipes Inter profissionais de sua unidade;
Art. 168 - O Conselho Penitenciário será integrado por XII - classificar os estabelecimentos penitenciários de
membros nomeados pelo Governador do Estado e escolhidos acordo com as fases do regime progressivo;
entre profissionais, professores nas áreas de Direito Penal, XIII - apresentar à Superintendência de Organização
Processual Penal e Penitenciário e das Ciências Sociais, bem Penitenciária o plano anual de atividades do estabelecimento
como entre representantes da comunidade. penitenciário;
Parágrafo único - O mandato dos Conselheiros terá a XIV - participar da elaboração da proposta anual do
duração de 4 (quatro) anos. orçamento;
Art. 169 - Incumbe ao Conselho Penitenciário: XV - promover a participação da comunidade na
I - emitir parecer sobre livramento condicional, indulto e execução penal;
comutação de pena; XVI - colaborar na implantação do Patronato e do
II - visitar regularmente os estabelecimentos Conselho da Comunidade.
celebração de convênio com o município para a prestação de
CAPÍTULO VII
Do Patronato trabalho pelo sentenciado.
Art. 173 - É instituído em cada comarca, por decreto do
CAPÍTULO IX
Governador do Estado, o Patronato, integrado pelo Juiz da
DAS ENTIDADES CIVIS DE
Execução Penal, que o presidirá, pelo Promotor de Justiça da
DIREITO PRIVADO SEM FINS LUCRATIVOS
Execução, por representantes da administração penitenciária,
da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB -, de confissões Art. 176-A - Compete às entidades civis de direito privado
religiosas, de clubes de serviço e de obras sociais. sem fins lucrativos que tenham firmado convênio com o
Art. 174 - Ao Patronato incumbe: Estado para a administração de unidades prisionais
I - orientar e assistir o semilivre e o egresso; destinadas ao cumprimento de pena privativa de liberdade,
II - acompanhar a execução das medidas restritivas de nos termos do inciso VIII do art. 157:
direito; I - gerenciar os regimes de cumprimento de pena das
III - colaborar na fiscalização e na assistência no período unidades que administrarem, nos termos definidos em
convênio;
do liberando e do sursitário;
II - responsabilizar-se pelo controle, pela vigilância e pela
IV - visitar o liberando e o sentenciado para facilitar sua
conservação do imóvel, dos equipamentos e do mobiliário da
reinserção na família e na profissão;
unidade;
V - assistir o sentenciado nas suas relações com a
III - solicitar apoio policial para a segurança externa da
família;
VI - colaborar na obtenção de emprego para o unidade, quando necessário;
IV - apresentar aos Poderes Executivo e Judiciário
sentenciado;
relatórios mensais sobre o movimento de condenados e
VII - fiscalizar a execução da medida de segurança em
informar-lhes, de imediato, a chegada de novos internos e a
meio fechado e em semiliberdade para proteção dos direitos
ocorrência de liberações;
do sentenciado;
V - prestar contas mensalmente dos recursos recebidos;
VIII - zelar pela prática do tratamento reeducativo e pela
VI - acatar a supervisão do Poder Executivo,
sua progressão nos termos do art. 112, parágrafo único, da Lei
proporcionando- lhe todos os meios para o acompanhamento
Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984;
e a avaliação da execução do convênio.
IX - incentivar a seleção e a formação contínua do
Art. 176-B - Incumbem à diretoria da unidade de
pessoal penitenciário;
cumprimento de pena privativa de liberdade administrada por
X - orientar a família do sentenciado e a da vítima através
entidade civil de direito privado sem fins lucrativos conveniada
de contato com os centros comunitários e associações de
com o Estado as atribuições previstas no art. 172 desta lei.
assistência socioeducativa às famílias;
XI - assistir a vítima do delito e seus dependentes; TÍTULO VII
XII - assistir o egresso indigente com problema de Do Pessoal Penitenciário
reintegração na sociedade; CAPÍTULO I
Do Estatuto Jurídico do Pessoal
XIII - designar pessoa idônea para assistir e orientar o
sursitário, o liberando e o egresso, na falta do orientador Art. 177 - O pessoal penitenciário terá estatuto próprio,
social; que fixará seus direitos e deveres.
XIV - informar periodicamente o Juiz da Execução sobre Art. 178 - O quadro do pessoal penitenciário será
a assistência ao probacionário e sobre a evolução de sua organizado em diferentes categorias funcionais, segundo as
reintegração na sociedade. necessidades do serviço, com especificação de atribuições
relativas às funções de direção, chefia e assessoramento e às
CAPÍTULO VIII demais funções.
Do Conselho da Comunidade Art. 179 - A escolha do pessoal especializado,
Art. 175 - Cada comarca disporá de um Conselho da administrativo, de instrução técnica e de vigilância atenderá à
Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um) representante vocação, à preparação profissional e aos antecedentes
pessoais do candidato.
da associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado
indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil - OAB -, 1 (um) Art. 180 - O ingresso do pessoal penitenciário e sua
assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do ascensão funcional dependerão de curso específico de
formação, procedendo- se à reciclagem dos servidores em
Conselho Nacional de Assistentes Sociais e por
representantes de obras sociais e de clubes de serviço. exercício.
Art. 176 - Ao Conselho da Comunidade incumbe: Art. 181 - Sem prejuízo do concurso de admissão
I - visitar mensalmente os estabelecimentos e serviços promovido pela Escola Penitenciária, os candidatos a cargos
estão sujeitos a testes científicos para avaliação de sua
penais da comarca;
capacidade intelectual e profissional e de sua aptidão física.
II - incentivar a prática do tratamento não institucional,
Art. 182 - É obrigatório o estágio do candidato em
como o dos regimes semilivre e em meio livre;
estabelecimento penitenciário para se formar opinião sobre
III - promover a participação ativa da comunidade na
sua personalidade e suas aptidões.
reintegração do sentenciado e do egresso na família, na
Art. 183 - Os cursos de formação profissional intensiva
profissão e na sociedade;
destinados ao pessoal da vigilância compreendem três
IV - colaborar com o poder público e a comunidade na
estágios: o primeiro se processa no estabelecimento
implantação da Lei Federal nº 7.210, de 11 junho de 1984;
penitenciário e se destina a familiarizar o candidato com os
V - pugnar pela colocação, no mercado profissional, do
problemas profissionais; o segundo se desenvolve na Escola
sentenciado com índice positivo de emendabilidade e
Penitenciária, ou em curso organizado pela administração, e
segurança para a comunidade;
se destina à formação técnica e prática do funcionário; o
VI - acompanhar a supervisão do período de prova do
terceiro, aberto a candidato que não for eliminado nas fases
liberando e do sursitário, bem como da execução das medidas
anteriores, consiste na colocação efetiva do candidato em
alternativas à prisão;
serviço.
VII - entrosar-se com os serviços médicos e psicológicos
Art. 184 - É vedado o porte de arma ao funcionário em
e com as entidades de assistência socioeducativa para o
serviço.
probacionário com problema;
VIII - cooperar com a comunidade na conservação e na Art. 185 - Em caso de legítima defesa, tentativa de fuga e
resistência à ordem fundada em lei, será permitida o uso da
manutenção da cadeia pública local.
Parágrafo único - O Conselho poderá providenciar a força pelo funcionário, que do fato dará imediata ciência
ao Diretor. VII - à assistência jurídica;
Art. 186 - O pessoal administrativo e o especializado VIII - à assistência religiosa;
devem ter aptidão profissional e técnica necessária ao IX - ao esporte e à recreação;
exercício das respectivas funções. X - à comunicação com o mundo exterior como
Art. 187 - No recrutamento de pessoal especializado, preparação para sua reinserção na sociedade;
exigir-se-á diploma de aptidão profissional e título universitário XI - à visita de advogado, familiar e cônjuge ou
que comprove a formação especializada. companheiro;
Art. 188 - O médico visitará diariamente o XII - ao acesso aos meios de comunicação social;
estabelecimento. XIII - de petição e representação a qualquer autoridade,
Art. 189 - No estabelecimento para mulheres, somente se para defesa de direito;
permitirá trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo quando XIV - de entrevista regular com o Diretor;
se tratar de pessoal técnico especializado e houver XV – ao recebimento de atestado de pena a cumprir,
comprovada carência de pessoal do sexo feminino com as emitido semestralmente, sob pena de responsabilização da
qualificações necessárias para o exercício do cargo. autoridade judiciária competente.
Parágrafo único - O pessoal do sexo feminino deverá
possuir as mesmas qualificações exigidas para o pessoal do TÍTULO IX
sexo masculino. Dos Deveres do Sentenciado
Art. 196 - São deveres do sentenciado:
CAPÍTULO II I - submeter-se ao cumprimento da pena ou à medida de
Do Diretor de segurança;
Estabelecimento II - permanecer no estabelecimento até a sua libertação;
Art. 190 - O ocupante do cargo de Diretor de III - respeitar as normas do regime penitenciário;
Estabelecimento deverá satisfazer os seguintes requisitos: IV - manter atitude de respeito e consideração com os
I - ter diploma de nível superior de Direito, Psicologia, funcionários do estabelecimento e com as autoridades;
Pedagogia ou Ciências Sociais; V - observar conduta correta com seus companheiros;
II - ter capacidade administrativa e vocação para a VI - indenizar os danos causados à administração do
função; estabelecimento;
III - ter idoneidade moral, boa cultura geral, formação VII - indenizar as despesas de sua manutenção;
especializada e preparação adequada ao serviço VIII - cumprir as prestações alimentícias devidas à
penitenciário. família;
§ 1º - O Diretor de Estabelecimento deverá residir no IX - assistir o cônjuge ou o companheiro na manutenção
estabelecimento ou em suas proximidades. e na educação dos filhos.
§ 2º - O Diretor de Estabelecimento dedicará tempo Art. 197 - Esta lei entra em vigor na data de sua
integral à sua função e não poderá exercer advocacia nem publicação.
outra atividade, exceto a de professor universitário. Art. 198 - Revogam-se as disposições em contrário.
§ 3º - O Diretor de Estabelecimento que não for recrutado Dada no Palácio da Liberdade,
entre os membros do pessoal penitenciário deve, antes de Hélio Garcia - Governador do Estado.
entrar em função, receber formação técnica e prática sobre o
trabalho de direção, salvo se for diplomado em escola LEI ESTADUAL 21.068/2013
profissional ou tiver título universitário em matéria pertinente. PORTE DE ARMA DO
AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIO
TÍTULO VIII
Dos Direitos do Sentenciado
Dispõe sobre o porte de armas de fogo pelo Agente de
e do Preso Provisório
Segurança Penitenciário de que trata a Lei n° 14.695, de 30
Art. 191 - São direitos do preso os direitos civis, os
de julho de 2003.
políticos, os sociais e os especificamente penitenciários.
Art. 192 - Os direitos civis, sociais e políticos, inclusive o
O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS,
de sufrágio, permanecem com o preso, quando não forem
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus
retirados expressa e necessariamente pela lei ou pela
representantes, decretou e eu, em seu nome, promulgo a
sentença.
seguinte Lei:
Art. 193 - Os direitos penitenciários derivam da relação
Art. 1° O ocupante do quadro efetivo de Agente de
jurídica constituída entre o sentenciado e a administração
Segurança Penitenciário, de que trata a Lei n° 14.695, de 30
penitenciária.
de julho de 2003, terá direito a portar arma de fogo institucional
Art. 194 - Enumeram-se, antes da sentença, os direitos à
ou particular, ainda que fora de serviço, dentro dos limites do
presunção de inocência, ao contraditório, à igualdade entre os
Estado de Minas Gerais, desde que:
sujeitos processuais, à ampla defesa, à assistência judiciária
I - preencha os requisitos do inciso III do art. 4° da Lei
gratuita, nos termos da lei, o de ser ouvido pessoalmente pela
Federal n° 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
autoridade competente, o de receber visitas, o de comunicar-
II - não esteja em gozo de licença médica por doença que
se com advogado e familiares e o de permanecer no
contraindique o uso de armamento;
estabelecimento da localidade ou naquele mais próximo de
III - não esteja sendo processado por infração penal,
seu domicílio.
exceto aquelas de que trata a Lei Federal n° 9.099, de 26 de
Art. 195 - São especificamente penitenciários os direitos:
setembro de 1995.
I - ao tratamento reeducativo;
§ 1° O porte de arma de fogo será deferido aos Agentes
II - à instrução, priorizada a escolarização de nível
de Segurança Penitenciários, com base no inciso VII do art. 6°
fundamental;
da Lei Federal n° 10.826, de 2003.
III - à profissionalização;
§ 2° No caso previsto no inciso II do caput, o médico, ao
IV - ao trabalho, à sua remuneração e à seguridade
conceder a licença, deverá declarar a conveniência ou não da
social;
manutenção do porte.
V - à assistência material e à saúde, em especial o
§ 3° O porte de arma de fogo de que trata o caput se
tratamento clínico e a assistência psicossocial ao portador de
estende ao servidor da carreira de Agente de Segurança
AIDS;
Penitenciário que esteja aposentado.
VI - à assistência social, nomeadamente ao
§ 4° Não se aplica o disposto no § 3° na hipótese de
probacionário e ao egresso;
aposentadoria por motivo de saúde, se, no ato da concessão
da aposentadoria ou no decurso desta, houver
Menores de dezoito anos
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO (DECRETO-LEI N°
2.848/40 E SUAS ALTERAÇÕES POSTERIORES: ART. Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente
21 A 40). inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na
legislação especial.
Erro sobre a ilicitude do fato (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984) Emoção e paixão
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: I - a
sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se emoção ou a paixão;
evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente Embriaguez
atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou
quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir substância de efeitos análogos.
essa consciência. § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez
completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era,
Coação irresistível e obediência hierárquica ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
em estrita obediência a ordem, não manifestamente acordo com esse entendimento.
ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o
coação ou da ordem. agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou
força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão,
Exclusão de ilicitude a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; II - TÍTULO IV
em legítima defesa; DO CONCURSO DE PESSOAS
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime
exercício regular de direito. incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
Excesso punível (Incluído pela Lei nº 7.209, de § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena
11.7.1984) pode ser diminuída de um sexto a um terço.
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime
deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena
será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
Estado de necessidade previsível o resultado mais grave.
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não Circunstâncias incomunicáveis
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas condições de caráter pessoal, salvo quando
circunstâncias, não era razoável exigir-se. elementares do crime.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o
dever legal de enfrentar o perigo. Casos de impunibilidade
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio,
ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis,
se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando TÍTULO V DAS PENAS
moderadamente dos meios necessários, repele injusta CAPÍTULO I - DAS ESPÉCIES DE PENA
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Art. 32 - As penas são
I - privativas de liberdade; II -
TÍTULO III restritivas de direitos; III - de
DA IMPUTABILIDADE PENAL multa.
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença SEÇÃO I - DAS PENAS PRIVATIVAS DE
mental ou desenvolvimento mental incompleto ou LIBERDADE
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, Reclusão e detenção
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime
semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a
Redução de pena regime fechado.
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois § 1º - Considera-se
terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde a) regime fechado a execução da pena em
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou estabelecimento de segurança máxima ou média;
retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter b) regime semiaberto a execução da pena em colônia
ilícito do fato ou de determinares de acordo com esse agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
entendimento. c) regime aberto a execução da pena em casa de
albergado ou estabelecimento adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista
executadas em forma progressiva, segundo o mérito do nos arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará os
condenado, observados os seguintes critérios e deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais transferência dos regimes e estabelecerá as infrações
rigoroso disciplinares e correspondentes sanções.
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá
começar a cumpri-la em regime fechado; LEI DE DROGAS
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.
superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), TÍTULO I
poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
semiaberto; Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas
inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
em regime aberto. de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito
da pena far-se-á com observância dos critérios previstos de drogas e define crimes.
no art. 59 deste Código. Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública se como drogas as substâncias ou os produtos capazes
terá a progressão de regime do cumprimento da pena de causar dependência, assim especificados em lei ou
condicionada à reparação do dano que causou, ou à relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo
devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos Poder Executivo da União.
legais.
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território
nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a
Regras do regime fechado
colheita e a exploração de vegetais e substratos dos
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do
quais possam ser extraídas ou produzidas drogas,
cumprimento da pena, a exame criminológico de
ressalvada a hipótese de autorização legal ou
classificação para individualização da execução
regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período
de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias
diurno e a isolamento durante o repouso noturno.
Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do
estritamente ritualístico-religioso.
estabelecimento, na conformidade das aptidões ou
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a
ocupações anteriores do condenado, desde que
cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste
compatíveis com a execução da pena.
artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime
local e prazo predeterminados, mediante fiscalização,
fechado, em serviços ou obras públicas.
respeitadas as ressalvas supramencionadas.
Regras do regime semiaberto
TÍTULO II - DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código,
PÚBLICAS SOBRE DROGAS
caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena
em regime semiaberto. Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular,
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas
durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial com:
ou estabelecimento similar I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
frequência a cursos supletivos profissionalizantes, de II - a repressão da produção não autorizada e do
instrução de segundo grau ou superior. tráfico ilícito de drogas.

Regras do regime aberto CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO


Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
senso de responsabilidade do condenado. DROGAS
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem Art. 4o São princípios do Sisnad:
vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra I - o respeito aos direitos fundamentais da
atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o pessoa humana, especialmente quanto à sua
período noturno e nos dias de folga. autonomia e à sua liberdade;
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se
II - o respeito à diversidade e às especificidades
praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins
populacionais existentes;
da execução ou se, podendo, não pagar a multa
cumulativamente aplicada.
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de
cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como
fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros
Regime especial
comportamentos correlacionados;
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento
próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla
sua condição pessoal, bem como, no que couber, o participação social, para o estabelecimento dos fundamentos
disposto neste Capítulo. e estratégias do Sisnad;
V - a promoção da responsabilidade
Direitos do preso compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos a importância da participação social nas atividades do
pela perda da liberdade, impondo-se a todas as Sisnad;
autoridades o respeito à sua integridade física e moral. VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos
fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com a
Trabalho do preso sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado,
sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência
Social.
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União,
reconheça a interdependência e a natureza complementar Distrito Federal, Estados e Municípios;
das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e IV - assegurar as condições para a
reinserção social de usuários e dependentes de drogas, coordenação, a integração e a articulação das
repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de atividades de que trata o art. 3o desta Lei.
drogas;
X - a observância do equilíbrio entre as atividades CAPÍTULO II - DA COMPOSIÇÃO E DA
de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE
de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a Art. 6o (VETADO)
garantir a estabilidade e o bem-estar social;
XI - a observância às orientações e normas Art. 7o A organização do Sisnad assegura a
emanadas do Conselho Nacional Antidrogas - Conad. orientação central e a execução descentralizada das
atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal,
Art. 5o O Sisnad tem os seguintes objetivos:
distrital, estadual e municipal e se constitui matéria
I - contribuir para a inclusão social do cidadão, definida no regulamento desta Lei.
visando a torná-lo menos vulnerável a assumir
Art. 8o (VETADO)
comportamentos de risco para o uso indevido de drogas,
seu tráfico ilícito e outros comportamentos CAPÍTULO III
correlacionados; Art. 9o (VETADO) Art.
II - promover a construção e a socialização do 10. (VETADO)
conhecimento sobre drogas no país; Art. 11. (VETADO)
III - promover a integração entre as políticas de Art. 12. (VETADO)
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de Art. 13. (VETADO)
usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua Art. 14. (VETADO)
produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas
VII - a integração das estratégias nacionais e responsabilidade individual em relação ao uso
internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e indevido de drogas;
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de IV - o compartilhamento de responsabilidades e a
repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico colaboração mútua com as instituições do setor privado e
ilícito; com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e
VIII - a articulação com os órgãos do dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do
Ministério Público e dos Poderes Legislativo estabelecimento de parcerias;
e Judiciário visando à cooperação mútua nas V - a adoção de estratégias preventivas
atividades do Sisnad; diferenciadas e adequadas às especificidades
IX CAPÍTULO IV- DA COLETA, socioculturais das diversas populações, bem como das
ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE diferentes drogas utilizadas;
INFORMAÇÕES VI - O reconhecimento do “não-uso”, do
SOBRE DROGAS “retardamento do uso” e da redução de riscos como
Art. 15. (VETADO) resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva,
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da quando da definição dos objetivos a serem alcançados;
atenção à saúde e da assistência social que atendam VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais
usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao vulneráveis da população, levando em consideração as
órgão competente do respectivo sistema municipal de suas necessidades específicas;
saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, VIII - a articulação entre os serviços e organizações
preservando a identidade das pessoas, conforme que atuam em atividades de prevenção do uso indevido de
orientações emanadas da União. drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão drogas e respectivos familiares;
ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de
informações do Poder Executivo. IX - o investimento em alternativas esportivas,
culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como forma
TÍTULO III - DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida; - O
INDEVIDO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE estabelecimento de políticas de formação continuada na
USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS área da prevenção do uso indevido de drogas para
profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;
CAPÍTULO I - DA PREVENÇÃO X - a implantação de projetos pedagógicos de
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de
indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas ensino público e privado, alinhados às Diretrizes
direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a
risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de drogas;
proteção. XI - a observância das orientações e normas
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido emanadas do Conad;
de drogas devem observar os seguintes princípios e XII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de
diretrizes: controle social de políticas setoriais específicas.
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas Parágrafo único. As atividades de prevenção do
como fator de interferência na qualidade de vida do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao
indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual adolescente deverão estar em consonância com as
pertence; diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos
II - a adoção de conceitos objetivos e de da Criança e do Adolescente - Conanda.
fundamentação científica como forma de orientar as ações
dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar CAPÍTULO II - DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE
preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS OU
que as atendam; DEPENDENTES DE DROGAS
III - o fortalecimento da autonomia e da Art. 20. Constituem atividades de atenção ao
usuário e dependente de drogas e respectivos familiares, substância ou produto capaz de causar dependência física
para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da ou psíquica.
qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos § 2o Para determinar se a droga destinava-se a
associados ao uso de drogas. consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social da substância apreendida, ao local e às condições em que
do usuário ou do dependente de drogas e respectivos se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais,
familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
para sua integração ou reintegração em redes sociais.
Art. 22. As atividades de atenção e as de § 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput
reinserção social do usuário e do dependente de deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco)
drogas e respectivos familiares devem observar os meses.
seguintes princípios e diretrizes: § 4o Em caso de reincidência, as penas
I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão
independentemente de quaisquer condições, observados aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios § 5o A prestação de serviços à comunidade será
e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política cumprida em programas comunitários, entidades
Nacional de Assistência Social; educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos
II - a adoção de estratégias diferenciadas de congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se
atenção e reinserção social do usuário e do ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou
dependente de drogas e respectivos familiares que da recuperação de usuários e dependentes de drogas.
considerem as suas peculiaridades socioculturais;
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas
III - definição de projeto terapêutico individualizado, educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a
orientado para a inclusão social e para a redução de riscos que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz
e de danos sociais e à saúde; submetê-lo, sucessivamente a:
IV - atenção ao usuário ou dependente de I - admoestação verbal;
drogas e aos respectivos familiares, sempre que II- multa.
possível, de forma multidisciplinar e por equipes
multiprofissionais; § 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque
à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de
V - observância das orientações e normas
emanadas do Conad; saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento
especializado.
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se
controle social de políticas setoriais específicas.
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, refere o inciso II do § 6o do art. 28, o juiz, atendendo à
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa,
desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior
dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a
Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos
22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo.
adequada. Parágrafo único. Os valores decorrentes da
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os imposição da multa a que se refere o § 6o do art. 28 serão
Municípios poderão conceder benefícios às instituições creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.
privadas que desenvolverem programas de reinserção no Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição
mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas e a execução das penas, observado, no tocante à
encaminhados por órgão oficial. interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins seguintes do Código Penal.
lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e
da assistência social, que atendam usuários ou TÍTULO IV - DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO
dependentes de drogas poderão receber recursos do AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
e financeira. Art. 31. É indispensável a licença prévia da
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em autoridade competente para produzir, extrair, fabricar,
razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo transformar, preparar, possuir, manter em depósito,
pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor,
segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para
saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário. qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua
preparação, observadas as demais exigências legais.
CAPÍTULO III - DOS CRIMES E DAS PENAS Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A,
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de
substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério tudo lavrando auto de levantamento das condições
Público e o defensor. encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, medidas necessárias para a preservação da prova.
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, § 1o (Revogado). § 2o (Revogado).
drogas sem autorização ou em desacordo com
§ 3o Em caso de ser utilizada a queimada para
determinação legal ou regulamentar será submetido às
destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas
seguintes penas:
necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no
I - advertência sobre os efeitos das drogas; II -
prestação de serviços à comunidade; Decreto no2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber,
III - medida educativa de comparecimento a dispensada a autorização prévia do órgão próprio do
programa ou curso educativo. Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para § 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas
seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas serão expropriadas, conforme o disposto no art.
destinadas à preparação de pequena quantidade de 243 da Constituição Federal.
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e
CAPÍTULO II - DOS CRIMES 34 desta Lei:
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos)
ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, dias-multa.
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste
drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do
desacordo com determinação legal ou regulamentar: crime definido no art. 36 desta Lei.
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos)
dias-multa. dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta
Lei:
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil)
vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, dias-multa.
transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal organização ou associação destinados à prática de
ou regulamentar, matéria- prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas; qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização 34 desta Lei:
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
de plantas que se constituam em matéria-prima para a pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-
preparação de drogas; multa.
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente,
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que
drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê- lo em
tem a propriedade, posse, administração, guarda ou
doses excessivas ou em desacordo com determinação legal
vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que
ou regulamentar:
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de
anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos)
drogas.
dias-multa.
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso Parágrafo único. O juiz comunicará a
indevido de droga: condenação ao Conselho Federal da categoria
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e profissional a que pertença o agente.
multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem consumo de drogas, expondo a dano potencial a
objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para incolumidade de outrem:
juntos a consumirem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e além da apreensão do veículo, cassação da habilitação
pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da
dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
o Parágrafo único. As penas de prisão e multa,
1 deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4
a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste
integre organização criminosa. artigo for de transporte coletivo de passageiros.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta
oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto
I - a natureza, a procedência da substância ou do
produto apreendido e as circunstâncias do fato
destinado à fabricação, preparação, produção ou
evidenciarem a transnacionalidade do delito;
transformação de drogas, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar: II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e função pública ou no desempenho de missão de
pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
dias-multa. III - a infração tiver sido cometida nas dependências
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino
fim de praticar, reiteradamente ou não, ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais,
culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais
de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem
espetáculos ou
diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para
de dependentes de drogas ou de reinserção social, de tratamento médico adequado.
unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço
IV - O crime tiver sido praticado com violência, grave a dois terços se, por força das circunstâncias previstas no
ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação
de intimidação difusa ou coletiva; ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
V - caracterizado o tráfico entre Estados da ilícito do fato ou de determinar- se de acordo com esse
Federação ou entre estes e o Distrito Federal; entendimento.
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base
adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, em avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento
diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e do agente para tratamento, realizada por profissional de
determinação; saúde com competência específica na forma da lei,
VII - o agente financiar ou custear a prática do determinará que a tal se proceda, observado o disposto no
art. 26 desta Lei.
crime.
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar CAPÍTULO III - DO PROCEDIMENTO PENAL

voluntariamente com a investigação policial e o processo Art. 48. O procedimento relativo aos processos por
criminal na identificação dos demais coautores ou crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste
partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do
produto do crime, no caso de condenação, terá pena Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.
reduzida de um terço a dois terços. § 1o O agente de qualquer das condutas
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso
com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será
Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do processado e julgado na forma
produto, a personalidade e a conduta social do agente.
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de
arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados
art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, Especiais Criminais.
atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas § 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28
dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o
superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo. autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo
Parágrafo único. As multas, que em caso de competente ou, na falta deste assumir o compromisso de a
concurso de crimes serão impostas sempre ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e
cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, providenciando-se as requisições dos exames e perícias
em virtude da situação econômica do acusado, considerá- necessários.
las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo. § 3o Se ausente a autoridade judicial, as
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e §
providências previstas no § 2o deste artigo serão tomadas
1o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de de imediato pela autoridade policial, no local em que se
sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada encontrar, vedada a detenção do agente.
a conversão de suas penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste § 4o Concluídos os procedimentos de que trata o §
artigo, dar-se-á o livramento condicional após o 2o deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo
cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia
ao reincidente específico. judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da § 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no
dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais
ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação
omissão, qualquer que tenha sido a infração penal imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser
praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito especificada na proposta.
do fato ou de determinar-se de acordo com esse Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts.
entendimento.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as
reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos
época do fato previsto neste artigo, as condições referidas protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei
no caput deste artigo, poderá no 9.807, de 13 de julho de 1999.
Seção I - Da Investigação
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade
de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao
juiz competente, remetendo-lhe cópia
do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias
Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. antes da audiência de instrução e julgamento.
§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal
flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos,
suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e
da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos
pessoa idônea. investigatórios:
I - a infiltração por agentes de polícia, em
§ 2o O perito que subscrever o laudo a que se tarefas de investigação, constituída pelos órgãos
refere o § 1o deste artigo não ficará impedido de participar especializados pertinentes;
da elaboração do laudo definitivo. II - A não-atuação policial sobre os portadores de
§ 3o Recebida cópia do auto de prisão em drogas, seus precursores químicos ou outros produtos
flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a utilizados em sua produção, que se encontrem no território
regularidade formal do laudo de constatação e brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar
determinará a destruição das drogas apreendidas, maior número de integrantes de operações de tráfico e
guardando-se amostra necessária à realização do laudo distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.
definitivo. Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste
artigo, a autorização será concedida desde que sejam
§ 4o A destruição das drogas será executada pelo
conhecidos o itinerário provável e a identificação dos
delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze)
agentes do delito ou de colaboradores.
dias na presença do Ministério Público e da autoridade
sanitária.
Seção II - Da Instrução Criminal
§ 5o O local será vistoriado antes e depois de Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito
efetivada a destruição das drogas referida no § 3 o, sendo policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças
lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para,
certificando-se neste a destruição total delas. no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes
Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem providências:
a ocorrência de prisão em flagrante será feita por I - requerer o arquivamento;
incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da II - Requisitar as diligências que entender
data da apreensão, guardando-se amostra necessária à necessárias;
realização do laudo definitivo, aplicando- se, no que couber, III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco)
o procedimento dos §§ 3o a 5o do art. 50. testemunhas e requerer as demais provas que
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo entender pertinentes.
de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a
(noventa) dias, quando solto. notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério § 1o Na resposta, consistente em defesa
Público, mediante pedido justificado da autoridade de preliminar e exceções, o acusado poderá arguir
polícia judiciária. preliminares e invocar todas as razões de defesa,
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. oferecer documentos e justificações, especificar as
51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, provas que pretende produzir e, até o número de 5
remetendo os autos do inquérito ao juízo: (cinco), arrolar testemunhas.
I - Relatará sumariamente as circunstâncias do fato,
§ 2o As exceções serão processadas em
justificando as razões que a levaram à classificação do
apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto- Lei
delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou
do produto apreendido, o local e as condições em que se no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo
desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, Penal.
a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou § 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o
II - requererá sua devolução para a realização de juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias,
diligências necessárias. concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem
§ 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco)
prejuízo de diligências complementares:
dias.
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato,
cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo § 5o Se entender imprescindível, o juiz, no
competente até 3 (três) dias antes da audiência de prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a
instrução e julgamento; apresentação do preso, realização de diligências,
II - Necessárias ou úteis à indicação dos bens, exames e perícias.
direitos e valores de que seja titular o agente, ou que Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e
figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser hora para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a
citação pessoal do acusado, a intimação
do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e necessários à conservação de bens, direitos ou
requisitará os laudos periciais. valores.
§ 1o Tratando-se de condutas tipificadas como § 4o A ordem de apreensão ou sequestro de bens,
infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o
desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o Ministério Público, quando a sua execução imediata possa
afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se comprometer as investigações.
for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo. Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da
prova dos fatos e comprovado o interesse público ou social,
§ 2o A audiência a que se refere o caput deste ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante
artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes autorização do juízo competente, ouvido o Ministério Público
ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser
realização de avaliação para atestar dependência de utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na
drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias. prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção social
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, de usuários e dependentes de drogas e na repressão à
após o interrogatório do acusado e a inquirição das produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao exclusivamente no interesse dessas atividades.
representante do Ministério Público e ao defensor do Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre
acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à
minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e
critério do juiz. controle a expedição de certificado provisório de registro e
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o licenciamento, em favor da instituição à qual tenha deferido
juiz indagará das partes se restou algum fato para ser o uso, ficando esta livre do pagamento de multas, encargos
esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão
entender pertinente e relevante. que decretar o seu perdimento em favor da União.
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e
sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, quaisquer outros meios de transporte, os maquinários,
ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos. utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza,
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei, após
1o, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade
recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão
antecedentes, assim reconhecido na sentença recolhidas na forma de legislação específica.
condenatória. § 1o Comprovado o interesse público na utilização
de qualquer dos bens mencionados neste artigo, a
CAPÍTULO IV - DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob
DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO sua responsabilidade e com o objetivo de sua
Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério conservação, mediante autorização judicial, ouvido o
Público ou mediante representação da autoridade de polícia Ministério Público.
judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios
suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da § 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste
ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias artigo, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos
relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores como ordem de pagamento, a autoridade de polícia
consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ou judiciária que presidir o inquérito deverá, de imediato,
que constituam proveito auferido com sua prática, requerer ao juízo competente a intimação do Ministério
procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei Público.
no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo § 3o Intimado, o Ministério Público deverá requerer
Penal. ao juízo, em caráter cautelar, a conversão do numerário
apreendido em moeda nacional, se for o caso, a
§ 1o Decretadas quaisquer das medidas previstas compensação dos cheques emitidos após a instrução do
neste artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o
(cinco) dias, apresente ou requeira a produção de provas depósito das correspondentes quantias em conta judicial,
acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto da juntando-se aos autos o recibo.
decisão.
§ 4o Após a instauração da competente ação penal, o
§ 2o Provada a origem lícita do produto, bem ou Ministério Público, mediante petição autônoma, requererá ao
valor, o juiz decidirá pela sua liberação. juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à
§ 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a
sem o comparecimento pessoal do acusado, podendo o União, por
juiz determinar a prática de atos
intermédio da Senad, indicar para serem colocados sob perdimento já tenha sido decretado em favor da
uso e custódia da autoridade de polícia judiciária, de União.
órgãos de inteligência ou militares, envolvidos nas ações § 3o A Senad poderá firmar convênios de
de prevenção ao uso indevido de drogas e operações de cooperação, a fim de dar imediato cumprimento ao
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades. estabelecido no § 2o deste artigo.
§ 5o Excluídos os bens que se houver indicado para § 4o Transitada em julgado a sentença
condenatória, o juiz do processo, de ofício ou a
os fins previstos no § 4o deste artigo, o requerimento de requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad
alienação deverá conter a relação de todos os demais bens relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos em
apreendidos, com a descrição e a especificação de cada um favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que
deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder
local onde se encontram. estejam, para os fins de sua destinação nos termos da
§ 6o Requerida a alienação dos bens, a respectiva legislação vigente.
petição será autuada em apartado, cujos autos terão Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá
tramitação autônoma em relação aos da ação penal firmar convênio com os Estados, com o Distrito Federal e
principal. com organismos orientados para a prevenção do uso
§ 7o Autuado o requerimento de alienação, os autos indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de
serão conclusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo usuários ou dependentes e a atuação na repressão à
de instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com
para a sua prática e risco de perda de valor econômico vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela
pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens arrecadados, para a implantação e execução de programas
relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, o relacionados à questão das drogas.
Ministério Público e o interessado, este, se for o caso, por
edital com prazo de 5 (cinco) dias. TÍTULO V - DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-
§ 8o Feita a avaliação e dirimidas eventuais intervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e
divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e
sentença, homologará o valor atribuído aos bens e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o
determinará sejam alienados em leilão. espírito das Convenções das Nações Unidas e outros
§ 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em instrumentos jurídicos internacionais relacionados à
conta judicial a quantia apurada, até o final da ação penal questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo
respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros
com os valores de que trata o § 3o deste artigo. países e organismos internacionais e, quando necessário,
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos deles solicitará a colaboração, nas áreas de:
interpostos contra as decisões proferidas no curso do I - intercâmbio de informações sobre
procedimento previsto neste artigo. legislações, experiências, projetos e programas
voltados para atividades de prevenção do uso
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4o indevido, de atenção e de reinserção social de
deste artigo, recaindo a autorização sobre veículos, usuários e dependentes de drogas;
embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de
II - intercâmbio de inteligência policial sobre
trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a
produção e tráfico de drogas e delitos conexos, em especial
expedição de certificado provisório de registro e
o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de
licenciamento, em favor da autoridade de polícia judiciária
precursores químicos;
ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando estes
livres do pagamento de multas, encargos e tributos III - intercâmbio de informações policiais e
anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que judiciais sobre produtores e traficantes de drogas e seus
decretar o seu perdimento em favor da União. precursores químicos.
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz
decidirá sobre o perdimento do produto, bem ou valor TÍTULO VI - DISPOSIÇÕES FINAIS E
apreendido, sequestrado ou declarado indisponível. TRANSITÓRIAS
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único
§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos
crimes tipificados nesta Lei e que não forem objeto de do art. 1o desta Lei, até que seja atualizada a
tutela cautelar, após decretado o seu perdimento em favor terminologia da lista mencionada no preceito,
da União, serão revertidos diretamente ao Funad. denominam-se drogas substâncias entorpecentes,
psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial,
§ 2o Compete à Senad a alienação dos bens
apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998.
Art. 67. A liberação dos recursos previstos
na Lei no 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor
de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua destruição das amostras guardadas para contraprova,
adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos certificando isso nos autos.
convênios firmados e do fornecimento de dados Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com
necessários à atualização do sistema previsto no art. 17 os Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção
desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias. e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso
Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros, indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social
destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na de usuários e dependentes de drogas.
prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco)
social de usuários e dependentes e na repressão da dias após a sua publicação.
produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 69. No caso de falência ou liquidação
TÍTULO XI - Dos Crimes Contra a Administração
extrajudicial de empresas ou estabelecimentos
Pública
hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim
como nos serviços de saúde que produzirem, venderem,
CAPÍTULO I
adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
drogas ou de qualquer outro em que existam essas
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual
tramite o feito:
Peculato
I - determinar, imediatamente à ciência da
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro,
falência ou liquidação, sejam lacradas suas
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de
instalações;
que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
II - ordenar à autoridade sanitária competente a proveito próprio ou alheio:
urgente adoção das medidas necessárias ao recebimento e Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
guarda, em depósito, das drogas arrecadadas; § 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público,
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o
acompanhar o feito. subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
§ 1o Da licitação para alienação de substâncias ou próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
produtos não proscritos referidos no inciso II do caput deste proporciona a qualidade de funcionário.
artigo, só podem participar pessoas jurídicas regularmente
habilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica que Peculato Culposo
comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser § 2º Se o funcionário concorre culposamente para o crime
arrematado. de outrem:
§ 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3o Pena – detenção, de três meses a um ano.
deste artigo, o produto não arrematado será, ato contínuo § 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano,
à hasta pública, destruído pela autoridade se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade;
sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais sobre se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Drogas e do Ministério Público.
Peculato Mediante Erro de Outrem
§ 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas
Art. 313 Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que,
especialidades farmacêuticas em condições de emprego
no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. Inserção de
Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de
Dados Falsos em Sistema de Informações Art. 313-A. Inserir
saúde.
ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes
falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos
previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito
sistemas informatizados ou bancos de dados da
transnacional, são da competência da Justiça Federal.
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida
Parágrafo único. Os crimes praticados nos
para si ou para outrem ou para causar dano:
Municípios que não sejam sede de vara federal serão
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
processados e julgados na vara federal da circunscrição
multa.
respectiva.
Art. 71. (VETADO)
Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o Modificação ou Alteração não Autorizada de
inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante representação Sistema de Informações
do delegado de polícia ou a requerimento do Ministério
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de
Público, determinará a
informações ou programa de informática sem autorização ou
solicitação de autoridade competente: Pena – detenção, de
3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço
até a metade se da modificação ou alteração resulta dano
para a Administração Pública ou para o administrado.

Extravio, Sonegação ou Inutilização de Livro ou


Documento
Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de
que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá- Violência Arbitrária
lo, total ou parcialmente: Art. 322. Praticar violência, no exercício de função ou a
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato não pretexto de exercê-la:
constitui crime mais grave. Pena – detenção, de seis meses a três anos, além da pena
Emprego Irregular de Verbas ou Rendas Públicas Art. correspondente à violência.
315. Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa
da estabelecida em lei: Abandono de Função
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa. Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos casos
permitidos em lei:
Concussão Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou § 1º Se do fato resulta prejuízo público:
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa. Pena –
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato
– reclusão, de dois a oito anos, e multa. não constitui crime mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: I–
Excesso de Exação permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de
que sabe ou deveria saber in- devido, ou, quando devido, pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a banco de dados da Administração Pública;
lei não autoriza: II– se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de Administração Pública ou a outrem:
outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
cofres públicos:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa. Violação do Sigilo de Proposta de Concorrência Art.
326. Devassar o sigilo de proposta de concorrência
Corrupção Passiva pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para ou- trem, Pena – Detenção, de três meses a um ano, e multa.
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou Funcionário Público
aceitar promessa de tal vantagem: § 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e fronteira:
multa. Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em
consequência da vantagem ou promessa, o funcionário Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou
retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o Prolongado
pratica infringindo dever funcional. Art. 324. Entrar no exercício de função pública antes de
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la,
ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a sem autorização, depois de saber oficialmente que foi
pedido ou influência de outrem: exonerado, removido, substituído ou suspenso:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa. Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Facilitação de Contrabando ou Descaminho
Violação de Sigilo Funcional
Art. 318. Facilitar, com infração de dever funcional, a
Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo
prática de contrabando ou descaminho (art. 334): Pena – e que deva permanecer em segredo, ou facilitar- lhe a
reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. revelação:
Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos
Prevaricação penais, quem, embora transitoriamente ou sem
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de § 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: emprego ou função em entidade paraestatal, e quem
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ ou agente conveniada para a execução de atividade típica da
público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso Administração Pública.
a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a § 2º A pena será aumentada da terça parte quando os
comunicação com outros presos ou com o ambiente autores dos crimes previstos neste Capítulo forem
externo: ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. ou assessoramento de órgão da administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou
Condescendência Criminosa fundação instituída pelo poder público.
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de
responsabilizar subordinado que cometeu in- fração no CAPÍTULO II
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR
levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Usurpação de Função Pública
Advocacia Administrativa Art. 328. Usurpar o exercício de função pública:
Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
privado perante a administração pública, valendo-se da Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem:
qualidade de funcionário: Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo: Resistência
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da multa.
Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, mediante § 1º Incorre na mesma pena quem:
violência ou ameaça a funcionário competente para I– pratica fato assimilado, em lei especial, a
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena contrabando;
– detenção, de dois meses a dois anos. II– importa ou exporta clandestinamente
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se mercadoria que dependa de registro, análise ou
executa: autorização de órgão público competente;
Pena – reclusão, de um a três anos. III– reinsere no território nacional mercado- ria
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das brasileira destinada à exportação;
correspondentes à violência. IV– vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
Desobediência exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria
Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcionário proibida pela lei brasileira;
público: V– adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio,
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria
multa. proibida pela lei brasileira.
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos
Desacato deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou
Art. 331. Desacatar funcionário público no exercício da clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o
função ou em razão dela: exercido em residências.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou § 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de
multa. contrabando é praticado em transporte aéreo,
marítimo ou fluvial.
Tráfico de Influência
Impedimento, Perturbação ou Fraude de
Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para
Concorrência
outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto
Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar concorrência
de influir em ato praticado por funcionário público no
pública ou venda em hasta pública, pro- movida pela
exercício da função:
administração federal, estadual ou municipal, ou por
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o
concorrente ou licitante, por meio de violência, grave
agente alega ou insinua que a vantagem é também
ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
destinada ao funcionário.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa,
além da pena correspondente à violência. Parágrafo único.
Corrupção Ativa
Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou
Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida a
licitar, em razão da vantagem oferecida.
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
retardar ato de ofício: Inutilização de Edital ou de Sinal
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou
multa. conspurcar edital afixado por ordem de funcionário
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por
razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou determinação legal ou por ordem de funcionário público,
omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. para identificar ou cerrar qualquer objeto: Pena –
detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Descaminho
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito Subtração ou Inutilização de Livro ou Documento Art.
ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro
consumo de mercadoria. oficial, processo ou documento confiado à custódia de
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço
§ 1º Incorre na mesma pena quem: público:
I– pratica navegação de cabotagem, fora dos casos Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não
permitidos em lei; constitui crime mais grave.
II– pratica fato assimilado, em lei especial, a
descaminho; Sonegação de Contribuição Previdenciária Art. 337-
III– vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de A. Suprimir ou reduzir contribuição social
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no previdenciária e qualquer acessório, mediante as
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria seguintes condutas:
de procedência estrangeira que introduziu I – Omitir de folha de pagamento da empresa ou de
clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou documento de informações previsto pela legislação
que sabe ser produto de introdução clandestina no território previdenciária segurados empregado, empresário,
nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem; trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este
IV– Adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou equiparado que lhe prestem serviços;
alheio, no exercício de atividade II– deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da
comercial ou industrial, mercadoria de procedência contabilidade da empresa as quantias descontadas
estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou
acompanhada de documentos que sabe serem falsos.
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos
deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou
clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o
exercido em residências.
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é
praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.

Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: Pena
– reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o
tomador de serviços; agente alega ou insinua que a vantagem é também
III– omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros destinada a funcionário estrangeiro.
auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais
fatos geradores de contribuições sociais Funcionário Público Estrangeiro
previdenciárias: Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro,
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. para os efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função
espontaneamente, declara e confessa as contribuições, pública em entidades estatais ou em representações
importâncias ou valores e presta as informações devidas diplomáticas de país estrangeiro. Parágrafo único.
à previdência social, na forma definida em lei ou Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exerce
regulamento, antes do início da ação fiscal. cargo, em- prego ou função em empresas controladas,
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de país
somente a de multa se o agente for primário e de bons estrangeiro ou em organizações públicas internacionais.
antecedentes, desde que:
I– (VETADO) CAPÍTULO III
II– o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA
seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência JUSTIÇA
social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais. Reingresso de estrangeiro expulso
§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha Art. 338. Reingressar no território nacional o
de pagamento mensal não ultra- passa R$ 1.510,00 (um estrangeiro que dele foi expulso:
mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena Pena – reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de
de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. nova expulsão após o cumprimento da pena.
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será
reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do Denunciação caluniosa
reajuste dos benefícios da previdência social. Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial,
de processo judicial, instauração de investigação
CAPÍTULO II-A administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR administrativa contra alguém, imputando- lhe crime de que o
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA sabe inocente:
ESTRANGEIRA Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se
Corrupção Ativa em Transação Comercial serve de anonimato ou de nome suposto.
Internacional § 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou prática de contravenção.
indiretamente, vantagem indevida a funcionário público Comunicação Falsa de Crime ou de Contravenção Art.
estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a 340. Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não
transação comercial internacional: Pena – reclusão, de 1 se ter verificado: Pena – detenção, de um a seis
(um) a 8 (oito) anos, e multa. meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço),
se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário Autoacusação Falsa
público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de cri- me
pratica infringindo dever funcional. inexistente ou praticado por outrem:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou
Tráfico de Influência em Transação Comercial multa.
Internacional
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para Falso Testemunho ou Falsa Perícia
outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a
vantagem a pretexto de influir em ato praticado por verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou
funcionário público estrangeiro no exercício de suas intérprete em processo judicial, ou administrativo,
funções, relacionado a transação comercial internacional: inquérito policial, ou em juízo arbitral:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
multa.
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o
crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o
fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo
penal, ou em processo
civil em que for parte entidade da administração § 2º Se quem presta o auxílio é ascendente,
pública direta ou indireta. descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no isento de pena.
processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou
declara a verdade. Favorecimento Real
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer Art. 349. Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria
outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o
intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a proveito do crime:
verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
interpretação: Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou
Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa. Parágrafo facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação
único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em
crime é cometido com o fim de obter prova destinada a estabelecimento prisional.
produzir efeito em processo penal ou em processo civil em Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
que for parte entidade da administração pública direta ou
indireta. Exercício Arbitrário ou Abuso de Poder
Art. 350. Ordenar ou executar medida privativa de
Coação no Curso do Processo liberdade individual, sem as formalidades legais ou com
Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de abuso de poder:
favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, Pena – detenção, de um mês a um ano.
parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada Parágrafo único. Na mesma pena incorre o funcionário que:
a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou I– ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a
em juízo arbitral: estabelecimento destinado a execução de pena privativa
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da de liberdade ou de medida de segurança; II– prolonga a
pena correspondente à violência. execução de pena ou de medida de segurança, deixando
de expedir em tempo oportuno
ou de executar imediata- mente a ordem de liberdade; III–
submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a
Exercício Arbitrário das Próprias Razões vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer IV– efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.
pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de
da pena correspondente à violência. segurança
Parágrafo único. Se não há emprego de violência, Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa
somente se procede mediante queixa. legalmente presa ou submetida a medida de
Art. 346. Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa segurança detentiva:
própria, que se acha em poder de terceiro por Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
determinação judicial ou convenção: § 1º Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa. uma pessoa, ou mediante arromba mento, a pena é de
reclusão, de dois a seis anos.
Fraude Processual § 2º Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se
Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência de processo também a pena correspondente à violência.
civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de § 3º A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime
pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa. preso ou o in- ternado.
Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir efeito § 4º No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia
em processo penal, ainda que não iniciado, as penas ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a
aplicam-se em dobro. um ano, ou multa.

Favorecimento Pessoal Evasão Mediante Violência Contra a Pessoa


Art. 348. Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo
pública autor de crime a que é cominada pena de submetido a medida de segurança detentiva, usando de
reclusão: violência contra a pessoa:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa. Pena – detenção, de três meses a um ano, além da pena
§ 1º Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Pena correspondente à violência.
– detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
Arrebatamento de Preso
Art. 353. Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de
quem o tenha sob custódia ou guarda: Pena – reclusão, de
um a quatro anos, além da pena correspondente à violência.

Motim de Presos
Art. 354. Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou
disciplina da prisão:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena
correspondente à violência.
Patrocínio Infiel
Art. 355. Trair, na qualidade de advogado ou pro- curador, o Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena,
em juízo, lhe é confiado: autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa. I– com inobservância de limite, condição ou montante
estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal;
Patrocínio simultâneo ou tergiversação Parágrafo II– quando o montante da dívida consolidada
único. Incorre na pena deste artigo o advogado ou ultrapassa o limite máximo autorizado por lei.
procurador judicial que defende na Inscrição de Despesas não Empenhadas em
mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes Restos a Pagar
contrárias. Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a
pagar, de despesa que não tenha sido previamente
Sonegação de Papel ou Objeto de Valor Probatório Art. empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: Pena
356. Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
autos, documento ou objeto de valor probatório, que
recebeu na qualidade de advogado ou procurador: Assunção de Obrigação no Último Ano do
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa. Mandato ou Legislatura
Exploração de Prestígio Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de
Art. 357. Solicitar ou receber dinheiro ou qual- quer outra obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano
utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser
Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste
intérprete ou testemunha: parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa. Parágrafo contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa:
único. As penas aumentam-se de um terço, se o agente Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se
destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. Ordenação de Despesa não Autorizada
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: Pena
Violência ou Fraude em Arrematação Judicial Art. – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
358. Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial;
afastar ou procurar afastar concorrente ou Prestação de Garantia Graciosa
licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem
oferecimento de vantagem: que tenha sido constituída contra garantia em valor igual
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei:
da pena correspondente à violência. Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Desobediência a Decisão Judicial Sobre Perda ou
Suspensão de Direito Não Cancelamento de Restos a Pagar
Art. 359. Exercer função, atividade, direito, autoridade ou Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de
múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial: promover o cancelamento do montante de restos a pagar
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa. inscrito em valor superior ao permitido em lei: Pena –
detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS Aumento de Despesa Total com Pessoal no Último Ano
Contratação de Operação de Crédito do Mandato Ou Legislatura
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete
crédito, interno ou externo, sem prévia autorização aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta
legislativa: dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Oferta Pública ou Colocação de Títulos no


Mercado
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou
a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública
sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam
registra- dos em sistema centralizado de liquidação e de
custódia:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
LEI ESTADUAL Nº 869/1952
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS Parágrafo único - (Revogado pelo art. 2º da Lei nº 6871,
CIVIS DO ESTADO DE MINAS GERAIS de 17/9/1976.)

O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus CAPÍTULO II


representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono a Da nomeação
seguinte Lei: SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Disposições Gerais
Art. 1º - Esta lei regula as condições do provimento dos Art. 14 - As nomeações serão feitas:
cargos públicos, os direitos e as vantagens, os deveres e I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de
responsabilidades dos funcionários civis do Estado. carreira ou isolada que, por lei, assim deva ser provido;
Parágrafo único - As suas disposições aplicam-se II - em comissão, quando se tratar de cargo isolado que,
igualmente ao Ministério Público e ao Magistério. em virtude de lei, assim deva ser provido;
Art. 2º - Funcionário público é a pessoa legalmente III - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de
investida em cargo público. 16/10/1964.)
Art. 3º - Cargo público, para os efeitos deste estatuto, é o IV - em substituição no impedimento legal ou temporário
criado por lei em número certo, com a denominação própria e de ocupante de cargo isolado de provimento efetivo ou em
pago pelos cofres do Estado. comissão.
Parágrafo único - Os vencimentos dos cargos públicos Parágrafo único - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214,
obedecerão a padrões previamente fixados em lei. de 16/10/1964.)
Art. 4º - Os cargos são de carreira ou isolada. Art. 15 - É vedada a nomeação de candidato habilitado em
Parágrafo único - São de carreira a que se integram em concurso após a expiração do prazo de sua validade.
classes e correspondem a uma profissão; isolados, os que
não se podem integrar em classes e correspondem a certa e SEÇÃO II
determinada função. Dos Concursos
Art. 5º - Classe é um agrupamento de cargos da mesma Art. 16 - A primeira investidura em cargo de carreira e em
profissão e de igual padrão de vencimento. outros que a lei determinar efetuar-se-á mediante concurso,
Art. 6º - Carreira é um conjunto de classes da mesma precedida de inspeção de saúde.
profissão, escalonadas segundo os padrões de vencimentos. Parágrafo único - Os concursos serão de provas e,
Art. 7º - As atribuições de cada carreira serão definidas subsidiariamente, de títulos.
em regulamento. Art. 17 - Os limites de idade para a inscrição em concurso
Parágrafo único - Respeitada essa regulamentação, as e o prazo de validade deste serão fixado, de acordo com a
atribuições inerentes a uma carreira podem ser cometidas, natureza das atribuições da carreira ou cargo, na
indistintamente, aos funcionários de suas diferentes classes. conformidade das leis e regulamentos e das instruções
Art. 8º - Quadro é um conjunto de carreiras, de cargos respectivas, quando for o caso.
isolados e de funções gratificadas. Art. 18 - Não ficarão sujeitos a limites de idade, para
Art. 9º - Não haverá equivalência entre as diferentes inscrição em concurso e nomeação, os ocupantes de cargos
carreiras, nem entre cargos isolados ou funções gratificadas. efetivos ou funções públicas estaduais.
Art. 19 - Os concursos deverão realizar-se dentro dos seis
TÍTULO I meses seguintes ao encerramento das respectivas inscrições.
Do Provimento Parágrafo único - Realizado o concurso será expedido,
CAPÍTULO I pelo órgão competente, o certificado de habilitação.
Disposições Gerais
Art. 10 - Os cargos públicos são acessíveis a todos os SEÇÃO III
brasileiros, observados os requisitos que a lei estabelecer. Da Interinidade
Parágrafo único - Os cargos de carreira serão de Art. 20 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de
provimento efetivo; os isolados, de provimento efetivo ou em 16/10/1964.)
comissão, segundo a lei que os criar. § 1º - O exercício interino de cargo cujo provimento
Art. 11 - Compete ao Governador do Estado prover, na depende de concurso não isenta dessa exigência, para
forma da lei e com as ressalvas estatuídas na Constituição, os nomeação efetiva, o seu ocupante, qualquer que seja o tempo
cargos públicos estaduais. de serviço.
Art. 12 - Os cargos públicos são providos por: § 2º - Todo aquele que ocupar interinamente cargo, cujo
I - Nomeação; provimento efetivo dependa de habilitação em concurso, será
II - Promoção; inscrito, "ex-officio", no primeiro que se realizar para cargos de
III - Transferência; respectiva profissão.
IV - Reintegração; § 3º - A aprovação da inscrição dependerá da satisfação,
V - (Revogado); por parte do interino, das exigências estabelecidas para o
VI - Reversão; concurso.
VII - Aproveitamento. § 4º - Aprovadas as inscrições, serão exonerados os
Art. 13 - Só poderá ser provido em cargo público quem interinos que tiverem deixado de cumprir o disposto no
satisfizer os seguintes requisitos: parágrafo anterior.
I - ser brasileiro; § 5º - Após o encerramento das inscrições do concurso,
II - ter completado dezoito anos de idade; não serão feitas nomeações em caráter interino.
III - haver cumprido as obrigações militares fixadas em § “6º - Homologado o concurso, considerar-se-ão
lei; exonerados, automaticamente, todos os interinos.”
IV - estar em gozo dos direitos políticos; Art. 21 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de
V - ter boa conduta; 16/10/1964.)
VI - gozar de boa saúde, comprovada em inspeção Art. 22 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214, de
médica; 16/10/1964.)
VII - ter-se habilitado previamente em concurso, salvo SEÇÃO IV
quando se tratar de cargos isolados para os quais não haja Do Estágio Probatório
essa exigência; Art. 23 - Estágio probatório é o período de dois anos de
VIII - ter atendido às condições especiais, inclusive efetivo exercício do funcionário nomeado em virtude de
quanto à idade, prescrita no respectivo edital de concurso. concurso, e de cinco anos para os demais casos.
1 MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
§ 1º - A reintegração será feita no cargo anteriormente
§ 1º - No período de estágio apurar-se-ão os seguintes ocupado se esse houver sido transformado, no caro resultante
requisitos: da transformação; e, se provido ou extinto, em cargo de
I - idoneidade moral; II natureza, vencimento ou remuneração equivalente respeitada a
- assiduidade; habilitação profissional.
III - disciplina; § 2º - Não sendo possível fazer a reintegração pela
IV - eficiência. forma prescrita no parágrafo anterior, será o ex-funcionário
§ 2º - Não ficará sujeito a novo estágio probatório o posto em disponibilidade no cargo que exercia, com
funcionário que, nomeado para outro cargo público, já houver provento igual ao vencimento ou remuneração.
adquirido estabilidade em virtude de qualquer prescrição legal. § 3º - O funcionário reintegrado será submetido a
§ 3º - Sem prejuízo da remessa periódica do boletim de inspeção médica; verificada a incapacidade será
merecimento ao Serviço de Pessoal, o diretor da repartição ou aposentado no cargo em que houver sido reintegrado.
serviço em que sirva o funcionário, sujeito ao estágio probatório,
quatro meses antes da terminação deste, informará CAPÍTULO VII
reservadamente ao Órgão de Pessoal sobre o funcionário, Da Readmissão
tendo em vista os requisitos enumerados nos itens I a IV deste Art. 51 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5945, de
artigo. 11/7/1972.)
§ 4º - Em seguida, o Órgão de Pessoal formulará parecer Art. 52 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5945, de
escrito, opinando sobre o merecimento do estagiário em relação 11/7/1972.)
a cada um dos requisitos e concluindo a favor ou contra a Art. 53 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5945, de
confirmação. 11/7/1972.)
§ 5º - Desse parecer, se contrário à confirmação, será dada
vista ao estagiário pelo prazo de cinco dias. CAPÍTULO VIII
§ 6º - Se o despacho do Governador do Estado for favorável Da Reversão
à permanência do funcionário, a confirmação não dependerá de Art. 54 - Reversão é o ato pelo qual o aposentado
qualquer novo ato. reingresse no serviço público, após verificação, em
§ 7º - A apuração dos requisitos de que trata este artigo processo, de que não subsistem os motivos determinantes
deverá processar-se de modo que a exoneração do funcionário da aposentadoria.
possa ser feita antes de findo o período de estágio. § 1º - A reversão far-se-á a pedido ou "ex-officio".
§ 2º - O aposentado não poderá reverter à atividade se
SEÇÃO V contar mais de cinquenta e cinco anos de idade.
Da Substituição § 3º - Em nenhum caso poderá efetuar-se a reversão,
Art. 24 - Haverá substituição no impedimento do ocupante sem que mediante inspeção médica fique provada a
de cargo isolado, de provimento efetivo ou em comissão, e de capacidade para o exercício da função.
função gratificada. § 4º - Será cassada a aposentadoria do funcionário que
Art. 25 - A substituição será automática ou dependerá de reverter e não tomar posse e entrar em exercício dentro dos
ato da administração. prazos legais.
§ 1º - A substituição não automática, por período igual ou Art. 55 - A reversão far-se-á de preferência no mesmo
inferior a 180 (cento e oitenta) dias, far-se-á por ato do cargo.
Secretário ou Diretor do Departamento em que estiver lotado o § 1º - A reversão "ex-officio" não poderá verificar-se em
cargo ou se exercer a função gratificada. cargo de vencimento ou remuneração inferior ao provento da
§ 2º - (Revogado pelo art. 21 da Lei nº 4185/1966.) inatividade.
§ 2º - A reversão ao cargo de carreira dependerá da
CAPÍTULO III existência da vaga que deva ser preenchida mediante
Da Promoção promoção por merecimento.
Art. 26 ao Art. 43 - (Revogados pelo art. 129 da Lei nº Art. 56 - A reversão dará direito para nova
3214/1964.) aposentadoria, à contagem de tempo em que o funcionário
esteve aposentado.
CAPÍTULO IV
Da Transferência CAPÍTULO IX
Art. 44 a 48 (Revogados) - Foram revogados pelo Art. 37, Do Aproveitamento
II, da CF, que condiciona a investidura em qualquer cargo ou Art. 57 - Aproveitamento é o reingresso no serviço
emprego público à aprovação prévia em concurso público de público do funcionário em disponibilidade.
provas ou de provas e títulos, ressalvando apenas as Art. 58 - Será obrigatório o aproveitamento do
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre funcionário estável em cargo, de natureza e vencimentos ou
nomeação e exoneração e, portanto, não mais admite a remuneração compatível com o anteriormente ocupado.
transferência, sem concurso público, como forma de provimento Parágrafo único - O aproveitamento dependerá de prova
de um para outro cargo ou emprego público. de capacidade mediante inspeção médica.
Art. 59 - Havendo mais de um concorrente à mesma
CAPÍTULO V vaga terá preferência o de maior tempo de disponibilidade
Da Permuta e, no caso de empate, o de maior tempo de serviço público.
Art. 49 - A transferência e a remoção por permuta serão Art. 60 - Será tornado sem efeito o aproveitamento e
processadas a pedido escrito de ambos os interessados e de cassada a disponibilidade se o funcionário não tomar posse
acordo com o prescrito no Capítulo IV desse Título e no Título no prazo legal, salvo caso de doença comprovada em
II. inspeção médica.
Parágrafo único - Tratando-se de permuta entre titulares de Parágrafo único - Provada a incapacidade definitiva em
cargos isolados, não será obrigatória a regra instituída no artigo inspeção médica, será decretada a aposentadoria.
46.

CAPÍTULO VI CAPÍTULO X
Da Reintegração Dos Atos Complementares
Art. 50 - A reintegração, que decorrerá de decisão SEÇÃO I
administrativa ou sentença judiciária passada em julgado, é o Da Posse
ato pelo qual o funcionário demitido reingressa no serviço Art. 61 - Posse é o ato que investe o cidadão em cargo
público, com ressarcimento dos prejuízos decorrentes do ou em função gratificada.
afastamento.
continuar em exercício na repartição em que estiver servindo.
Parágrafo único - Não haverá posse nos casos de promoção, Art. 72 - Nenhum funcionário poderá ter exercício em
remoção, designação para o desempenho de função não serviço ou repartição diferente daquele em que estiver lotado,
gratificada e reintegração. salvo os casos previstos neste Estatuto ou prévia autorização
Art. 62 - São competentes para dar posse: I - do Governador do Estado.
o Governador do Estado; Parágrafo único - Nesta última hipótese, o afastamento do
II - os Secretários de Estado; funcionário só será permitido para fim determinado e por prazo
III - os Diretores de Departamentos diretamente certo.
subordinados ao Governador; Art. 73 - Entende-se por lotação o número de funcionários
IV - as demais autoridades designadas em regulamentos. de cada carreira e de cargos isolados que devam ter exercício
Art. 63 - A posse verificar-se-á mediante a lavratura de um em cada repartição ou serviço.
termo que, assinado pela autoridade que a der e pelo funcionário, Art. 74 - O funcionário deverá apresentar ao órgão
será arquivado no órgão de pessoal da respectiva Repartição, competente, após ter tomado posse e antes de entrar em
depois dos competentes registros. exercício, os elementos necessários a abertura do
Parágrafo único - O funcionário prestará, no ato da posse, o assentamento individual.
compromisso de cumprir fielmente os deveres do cargo ou da Art. 75 - O número de dias que o funcionário gastar em
função. viagem para entrar em exercício será considerado, para todos
Art. 64 - A posse poderá ser tomada por procuração, quando os efeitos, como de efetivo exercício.
se tratar de funcionário ausente do Estado, em missão do Parágrafo único - Esse período de trânsito será contado
Governo, ou em casos especiais, a critério da autoridade da data do desligamento do funcionário.
competente. Art. 76 - Nenhum funcionário poderá ausentar-se do
Art. 65 - A autoridade que der posse deverá verificar, sob Estado, para estudo ou missão de qualquer natureza, com ou
pena de ser pessoalmente responsabilizada, se forem satisfeitas sem ônus para os cofres públicos, sem autorização ou
as condições estabelecidas no art. 13 e as especiais fixadas em designação expressa do Governador do Estado.
lei ou regulamento, para a investidura no cargo ou na função. Art. 77 - O funcionário designado para estudo ou
Art. 66 - A posse deverá verificar-se no prazo de trinta dias, aperfeiçoamento fora do Estado, com ônus para os cofres
contados da data da publicação do decreto no órgão oficial. deste, ficará obrigado a prestar serviços pelo menos por mais
§ 1º - Esse prazo poderá ser prorrogado, por outros trinta três anos.
dias, mediante solicitação escrita e fundamentada do interessado Parágrafo único - Não cumprida essa obrigação indenizará
e despacho da autoridade competente para dar posse. os cofres públicos da importância despendida pelo Estado
§ 2º - Se a posse não se der dentro do prazo inicial e no da com o custeio da viagem de estudo ou aperfeiçoamento.
prorrogação, será tornada sem efeito, por decreto, a nomeação. Art. 78 - Salvo casos de absoluta conveniência, a juízo do
Governador do Estado, nenhum funcionário poderá
SEÇÃO II permanecer por mais de quatro anos em missão fora do
Da Fiança Estado, nem exercer outra senão depois de corridos quatro
Art. 67 - O exercício do cargo cujo provimento, por prescrição anos de serviço efetivo no Estado, contados da data do
legal ou regulamentar, exija fiança, dependerá da prévia regresso.
prestação desta. Art. 79 - O funcionário preso por crime comum ou
§ 1º - A fiança poderá ser prestada: denunciado por crime funcional ou, ainda, condenado por
I - em dinheiro; crime inafiançável em processo no qual não haja pronúncia
II - em títulos da dívida pública; será afastado do exercício até decisão final passada em
III - em apólices de seguro de fidelidade funcional, emitidas julgado.
por institutos oficiais ou companhias legalmente autorizadas. § 1º - Nos casos previstos neste artigo, o funcionário
§ 2º - Não poderá ser autorizado o levantamento da fiança perderá, durante o tempo do afastamento, um terço do
antes de tomadas as contas do funcionário. vencimento ou remuneração, com direito à diferença, se
absolvido.
SEÇÃO III § 2º - No caso de condenação, e se esta não for de
Do Exercício natureza que determine a demissão, será o funcionário
Art. 68 - O início, a interrupção e o reinicio do exercício serão afastado, na forma deste artigo, a partir da decisão definitiva,
registrados no assentamento individual do funcionário. até o cumprimento total da pena, com direito, apenas, a um
Parágrafo único - O início do exercício e as alterações que terço do vencimento ou remuneração.
neste ocorrerem serão comunicados, pelo chefe da repartição ou
serviço em que estiver lotado o funcionário, ao respectivo serviço TÍTULO II
de pessoal e às autoridades, a quem caiba tomar conhecimento. Da Remoção
Art. 69 - O chefe da repartição ou do serviço para que for Art. 80 - A remoção, que se processará a pedido do
designado o funcionário é a autoridade competente para dar-lhe funcionário ou "ex-officio", dar-se-á:
exercício. I - de uma para outra repartição ou serviço;
Art. 70 - O exercício do cargo ou da função terá início dentro II - de um para outro órgão de repartição, ou serviço.
do prazo de trinta dias, contados: § 1º - A remoção só poderá ser feita respeitada a lotação
I - da data da publicação oficial do ato, nos casos de de cada repartição ou serviço.
promoção, remoção, reintegração e designação para função § 2º - A autoridade competente para ordenar a remoção
gratificada; será aquela a quem estiverem subordinados os órgãos, ou as
II - da data da posse, nos demais casos. repartições ou serviços entre os quais ela se faz.
§ 1º - Os prazos previstos neste artigo poderão ser § 3º - Ficam asseguradas à professora primária casada
prorrogados, por solicitação do interessado e a juízo da com servidor federal, estadual e militar as garantias previstas
autoridade competente, desde que a prorrogação não exceda a pela Lei nº 814, de 14/12/51.
trinta dias.
§ 2º - No caso de remoção e transferência, o prazo inicial TÍTULO III
Da Readaptação
para o funcionário em férias ou licenciado, exceto no caso de Art. 81 - Dar-se-á readaptação:
licença para tratar de interesses particulares, será contado da a) nos casos de perda da capacidade funcional decorrente da
data em que voltar ao serviço. modificação do estado físico ou das condições de saúde do
Art. 71 - O funcionário nomeado deverá ter exercício na funcionário, que não justifiquem aaposentadoria;
repartição cuja lotação houver vaga. b) nos casos de desajustamento funcional no exercício das
Parágrafo único - O funcionário promovido poderá
atribuições do cargo isolado de que for titular o funcionário ou da noutros pontos do território nacional ou no estrangeiro, quando
carreira a que pertencer. o afastamento houver sido expressamente autorizado pelo
Art. 82 - A readaptação prevista na alínea "a" do art. anterior Governador do Estado.
verificar-se-á mediante atribuições de novos encargos ao Parágrafo único - Para efeito de promoção por antiguidade,
funcionário, compatíveis com a sua condição física e estada de computar-se-á, como de efetivo exercício, o período de licença
saúde atual. para tratamento de saúde.
Art. 83 - Far-se-á a readaptação prevista na alínea "b" do art. Art. 89 - Na contagem de tempo para os efeitos de
81: aposentadoria, computar-se-á integralmente:
I - pelo cometimento de novos encargos ao funcionário, a) o tempo de serviço público prestado à União, aos
respeitadas as atribuições inerentes ao cargo isolado ou à carreira Municípios do Estado, às entidades autárquicas e paraestatais
a que pertencer, quando se verificar uma das seguintes causas: da União e do Estado;
a) o nível mental ou intelectual do funcionário não b) o período de serviço ativo no Exército, na Armada, nas
corresponder às exigências da função que esteja Forças Aéreas e nas Auxiliares, prestado durante a paz,
desempenhando; computando- se pelo dobro o tempo em operações de guerra;
b) a função atribuída ao funcionário não corresponder aos c) o número de dias em que o funcionário houver
seus pendores vocacionais. trabalhado como extranumerário ou sob outra qualquer forma
II - (Revogado) de admissão, desde que remunerado pelos cofres públicos;
Revogado pela CF (Art. 37, II) que condiciona a investidura d) o período em que o funcionário esteve afastado para
em qualquer cargo ou emprego público à aprovação prévia em tratamento de saúde;
concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvando e) o período em que o funcionário tiver desempenhado,
apenas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei mediante autorização do Governo do Estado, cargos ou
de livre nomeação e exoneração e, portanto, não mais admite a funções federais, estaduais ou municipais;
transferência, sem concurso público, como forma de provimento f) o tempo de serviço prestado, pelo funcionário,
de um para outro cargo ou emprego público. mediante a autorização do Governo do Estado, às
No mesmo sentido, dispõe a CE (Art. 21): “§ 1º A investidura organizações autárquicas e paraestatais;
em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em g) o período relativo à disponibilidade remunerada;
concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as h) o período em que o funcionário tiver desempenhado
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre mandato eletivo federal, estadual ou municipal, antes de haver
nomeação e exoneração. ingressado ou de haver sido readmitido nos quadros do
Art. 84. Revogado, pelas mesmas razões mencionadas na funcionalismo estadual.
nota ao Art. 83. Parágrafo único - O tempo de serviço, a que se referem as
Art. 85. Revogado, pelas mesmas razões mencionadas na alíneas "e" e "f" será computado à vista de certidão passada
nota ao Art. 83. pela autoridade competente.
Art. 86 - A readaptação será sempre "ex-officio" e se fará nos Art. 90 - É vedado a acumulação de tempo de serviço
termos do regulamento próprio. simultaneamente prestado, em dois ou mais cargos ou
funções, à União, ao Estado, aos Municípios e às autarquias.
TÍTULO IV Art. 91 - Para nenhum efeito será computado o tempo de
Do Tempo de Serviço serviço gratuito, salvo o prestado a título de aprendizado em
Art. 87 - A apuração do tempo de serviço, para efeito de serviço público.
aposentadoria, promoção e adicionais, será feita em dias.
§ 1º - Serão computados os dias de efetivo exercício, à vista TÍTULO V
de documentação própria que comprove a frequência, Da Frequência e do
especialmente livro de ponto e folha de pagamento. Horário
§ 2º - Para efeito de aposentadoria e adicionais, o número de Art. 92 - O expediente normal das repartições públicas
dias será convertido em anos, considerado sempre estes como será estabelecido pelo Governo, em decreto, no qual a
de trezentos e sessenta e cinco dias. determinará o número de horas de trabalho normal para os
§ 3º (Revogado) diversos cargos e funções.
Revogado em razão pela lei Complementar nº 64, de 25/3/02 Art. 93 - O funcionário deverá permanecer na repartição
(Art. 8º), que, dispondo sobre aposentadoria do servidor público, durante as horas do trabalho ordinário e as do expediente.
estabeleceu:: “§ 1º É vedada qualquer forma de contagem de Parágrafo único - O disposto no presente artigo aplica- se,
tempo de contribuição fictício.” igualmente, aos funcionários investidos em cargo ou função de
Art. 88 - Serão considerados de efetivo exercício para os chefia.
efeitos do artigo anterior os dias em que o funcionário estiver Art. 94 - A frequência será apurada por meio do ponto.
afastado do serviço em virtude de: Art. 95 - Ponto é o registro pelo qual se verificarão,
I - férias e férias-prêmio; diariamente, as entradas e saídas dos funcionários em
II - casamento, até oito dias; serviço.
III - luto pelo falecimento do cônjuge, filho, pai, mãe e irmão § 1º - Nos registros de ponto deverão ser lançados todos
até oito dias; os elementos necessários à apuração da frequência.
IV - exercício de outro cargo estadual, de provimento em § 2º - Salvo nos casos expressamente previstos em lei ou
comissão; regulamento é vedado dispensar o funcionário de registro de
V - convocação para serviço militar; ponto e abonar faltas ao serviço.
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; Art. 96 - O período de trabalho poderá ser antecipado ou
VII - exercício de funções de governo ou administração em prorrogado para toda repartição ou partes, conforme a
qualquer parte do território estadual, por nomeação do necessidade do serviço.
Governador do Estado;
Parágrafo único - No caso de antecipação ou prorrogação
VIII - exercício de funções de governo ou administração desse período, será remunerado o trabalho extraordinário, na
em qualquer parte do território nacional, por nomeação do forma estabelecida no Capítulo VII do Título VII.
Presidente da República; Art. 97 - Nos dias úteis, só por determinação do Governador
IX - desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou do Estado poderão deixar de funcionar as repartições públicas,
municipal; ou ser suspensos os seus trabalhos, em todo ou em parte.
X - licença ao funcionário acidentado em serviço ou Art. 98 - Para efeito de pagamento, apurar-se-á a frequência
atacado de doença profissional; do seguinte modo:
XI - licença à funcionária gestante; I - pelo ponto;
XII - missão ou estudo de interesse da administração, II - pela forma que for determinada, quanto aos
funcionários não sujeitos a ponto. a) dispensa a pedido do funcionário;
Parágrafo único - Haverá um boletim padronizado para a b) dispensa a critério da autoridade;
comunicação da frequência. c) não haver o funcionário designado assumido o
Art. 99 - O funcionário perderá: exercício dentro do prazo legal;
I - o vencimento ou remuneração do dia, se não comparecer d) destituição na forma do art. 248.
ao serviço;
II - um quinto do vencimento ou remuneração, quando CAPÍTULO II
comparecer depois da hora marcada para início do expediente, Da Exoneração
até 55 minutos; Art. 106 - Dar-se-á exoneração:
III - o vencimento ou remuneração do dia, quando a) a pedido do funcionário;
comparecer na repartição sem a observância do limite horário b) a critério do Governo, quando se tratar de ocupante de
estabelecido no item anterior; cargo em comissão, ou interino em cargo de carreira ou
IV - quatro quintos do vencimento ou remuneração, quando isolado, de provimento efetivo; A alínea b está parcialmente
se retirar da repartição no fim da segunda hora do expediente; revogada pela Lei nº 3.214, de 16/10/64, que revogou todas as
V - três quintos do vencimento ou remuneração, quando se disposições estatutárias pertinentes à interinidade.
retirar no período compreendido entre o princípio e o fim da c) quando o funcionário não satisfizer as condições de
terceira hora do expediente; estágio probatório;
VI - dois quintos do vencimento ou remuneração, quando se d) e
retirar no período compreendido entre o princípio e o fim da e) Revogadas pela Lei nº 3.214, de 16/10/64, que revogou
quarta hora; todas as disposições estatutárias pertinentes à interinidade.
VII - um quinto do vencimento ou remuneração, quando se
retirar do princípio da quinta hora em diante. CAPÍTULO III
Art. 100 - No caso de faltas sucessivas, serão computados, Da Demissão
para efeito de descontos, os domingos e feriados intercalados. Art. 107 - A demissão será aplicada como penalidade.
Art. 101 - O funcionário que, por motivo de moléstia grave ou
súbita, não puder comparecer ao serviço, fica obrigado a fazer CAPÍTULO IV
pronta comunicação do fato, por escrito ou por alguém a seu Da Aposentadoria
rogo, ao chefe direto, cabendo a este mandar examiná-lo, Art. 108. (Revogado) - A matéria é atualmente regulada
imediatamente, na forma do Regulamento. pelo Art. 40 da CF e, no plano estadual, pelo Art. 8º da Lei
Art. 102 - Aos funcionários que sejam estudantes será Complementar nº 64, de 25/3/02.
possibilitada, nos termos dos regulamentos, tolerância quanto ao a) compulsoriamente, aos setenta anos de idade;
comparecimento normal do expediente da repartição, obedecidas b) se o requerer, quando contar 30 anos de serviço;
as seguintes condições: c) quando verificada a sua invalidez para o serviço
a) deverá o interessado apresentar, ao órgão de pessoal público;
respectivo, atestado fornecido pela Secretaria do Instituto de d) quando inválido em consequência de acidente ou
Ensino comprovando ser aluno do mesmo e declarando qual o agressão, não provocada, no exercício de suas atribuições, ou
horário das aulas; doença profissional;
b) apresentará o interessado, mensalmente, atestado de e) quando acometido de tuberculose ativa, alienação
frequência às aulas, fornecido pela aludida Secretaria da escola; mental, neoplasia maligna, cegueira, cardiopatia
c) o limite da tolerância será, no máximo, de uma hora e trinta descompensada, hanseníase, leucemia, pênfigo foliáceo,
minutos por dia; paralisia, síndrome da imunodeficiência adquirida - AIDS-,
d) comprometer-se-á o interessado a manter em dia e em nefropatia grave, esclerose múltipla, doença de Parkinson,
boa ordem os trabalhos que lhe forem confiados, sob pena de espondiloartrose anquilosante, mal de Paget, hepatopatia
perda da regalia. grave ou outra doença que o incapacite para o exercício da
função pública.
TÍTULO VI § 1º - Acidente é o evento danoso que tiver como causa
Da Vacância mediata ou imediata o exercício das atribuições inerentes ao
cargo.
CAPÍTULO I § 2º - Equipara-se a acidente a agressão sofrida e não
Disposições Gerais provocada pelo funcionário no exercício de suas atribuições.
Art. 103 - A vacância do cargo decorrerá de: § 3º - A prova de acidente será feita em processo especial,
a) exoneração; no prazo de oito dias, prorrogável quando as circunstâncias o
b) demissão; exigirem, sob pena de suspensão.
c) promoção; § 4º - Entende-se por doença profissional a que decorrer
d) transferência; CF (Art. 37, II) não mais admite a das condições do serviço ou de fato nele ocorrido, devendo o
transferência, sem concurso público, como forma de provimento laudo médico estabelecer-lhe a rigorosa caracterização.
de um para outro cargo ou emprego público.
e) aposentadoria; § 5º - A aposentadoria, a que se referem as alíneas "c", "d" e
"e” só será concedida quando verificado o caráter incapacitante
f) posse em outro cargo, desde que dela se verifique e irreversível da doença ou da lesão, que implique a
acumulação vedada; impossibilidade de o servidor reassumir o exercício do cargo
g) falecimento. mesmo depois de haver esgotado o prazo máximo admitido neste
Art. 104 - Verificada vaga em uma carreira, serão, na Estatuto para o gozo de licença para tratamento de saúde.
mesma data, consideradas abertas todas as que decorrerem § 6º - No caso de serviços que, por sua natureza, demandem
do seu preenchimento. tratamento especial, a lei poderá fixar, para os funcionários que
Parágrafo único - Verifica-se a vaga na data: neles trabalhem redução dos prazos relativos à aposentadoria
I - do falecimento do ocupante do cargo; requerida ou idade inferior para a compulsória.
II - da publicação do decreto que transferir aposentar, § 7º, 8º e § 9º (Revogados) - A matéria é atualmente regulada
demitir ou exonerar o ocupante do cargo; pelo Art. 40 da CF e, no plano estadual, pelo Art. 8º da Lei
III - da publicação da lei que criar o cargo, e conceder Complementar nº 64/02.
dotação para o seu provimento, ou da que determinar apenas Art. 109 - A aposentadoria dependente de inspeção médica
esta última medida, se o cargo estiver criado; só será decretada depois de verificada a impossibilidade de
IV - da aceitação de outro cargo pela posse do mesmo, readaptação do funcionário.
quando desta decorra acumulação legalmente vedada. Art. 110. (Revogado) - A matéria é atualmente regulada pelo
Art. 105 - Quando se tratar de função gratificada dar-se-á Art. 40 da CF e, no plano estadual, pelo Art. 8º da Lei
a vacância por: Complementar nº 64, de 25/3/02.
Art. 111 - (Revogado pelo art. 18 da Lei nº 1435, de IV - por filha solteira que não tiver profissão lucrativa;
30/1/1956.) V - por filho estudante que frequentar curso secundário ou
Art. 112. (Revogado) - As disposições estatutárias superior em estabelecimento de ensino oficial ou particular
pertinentes à interinidade foram todas revogadas pela Lei nº fiscalizado pelo Governo, e que não exerça atividade lucrativa,
3.214, de 16/10/64. até a idade de 24 anos.
Art. 113 - Os proventos da inatividade serão revistos sempre Parágrafo único - Compreendem-se neste artigo os filhos
que, por motivo de alteração de poder aquisitivo da moeda, se de qualquer condição, os enteados, os adotivos e o menor que,
modificar os vencimentos dos funcionários em atividade. mediante autorização judicial, viver sob a guarda e sustento do
Art. 114 - (Vetado). funcionário.
Art. 115 - Os vencimentos da aposentadoria não poderão ser Art. 127 - Quando pai ou mãe forem funcionários inativos
superiores ao vencimento ou remuneração da atividade, nem e viverem em comum, o abono de família será concedido
inferiores a um terço. àquele que tiver o maior vencimento.
Art. 116 - Serão incorporados aos vencimentos, para efeito § 1º - Se não viverem em comum, será concedido ao que
de aposentadoria: tiver os dependentes sob sua guarda.
a) os adicionais por tempo de serviço; § 2º - Se ambos os tiverem, será concedido a um e outro
b) adicional de família extinguindo-se à medida que os filhos, dos pais, de acordo com a distribuição dos dependentes.
existentes ao tempo da aposentadoria, forem atingindo o limite Art. 128 - (Revogado pelo art. 4º da Lei nº 937/1953.)
de idade estabelecida no art. 126, nº II; Art. 129 - O abono de família será pago, ainda nos casos
c) (Revogada pelo art. 129 da Lei nº 3214/1964.) em que o funcionário ativo ou inativo deixar de perceber
d) (Vetado). vencimento, remuneração ou provento.
Art. 117 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214/1964.) Art. 130 - O abono de família não está sujeito a qualquer
imposto ou taxa, mas servirá de base para qualquer
TÍTULO VII contribuição ou consignação em folha, inclusive para fins de
Dos Direitos, Vantagens e Concessões previdência social.
CAPÍTULO I
Disposições Gerais CAPÍTULO IV
Art. 118 - Além de vencimento ou da remuneração do cargo Do Auxílio para
o funcionário poderá auferir as seguintes vantagens: Diferença de Caixa
I - ajuda de custo; II - Art. 131 - Ao funcionário que, no desempenho de suas
diárias; atribuições comuns, pagar ou receber, em moeda corrente,
III - auxílio para diferença de caixa; IV poderá ser concedido um auxílio, fixado em lei, para
- abono de família; compensar as diferenças de caixa.
V - gratificações; VI Parágrafo único - O auxílio não poderá exceder a cinco por
- honorários; cento do padrão de vencimento e só será concedido dentro
VII - quotas-partes e percentagens previstas em lei; dos limites da dotação orçamentária.
VIII - adicionais previstos em lei.
Art. 119 - Excetuados os casos expressamente previstos no CAPÍTULO V
artigo anterior, o funcionário não poderá receber, a qualquer Da Ajuda de Custo
título, seja qual for o motivo ou a forma de pagamento, nenhuma Art. 132 - Será concedida ajuda de custo ao funcionário
outra vantagem pecuniária dos órgãos ou serviços públicos, das que, em virtude de transferência, remoção, designação para
entidades autárquicas ou paraestatais, ou organizações públicas, função gratificada, passar a ter exercício em nova sede, ou
em razão de seu cargo ou função, nos quais tenha sido mandado quando designado para serviço ou estudo fora do Estado.
servir, ou ainda de particular. § 1º - A ajuda de custo destina-se a indenizar o funcionário
das despesas de viagem e de nova instalação.
CAPÍTULO II § 2º - O transporte do funcionário e de sua família correrá
Do Vencimento e da Remuneração por conta do Estado.
Art. 120 - Vencimento é a retribuição paga ao funcionário Art. 133 - A ajuda de custo será arbitrada pelos
pelo efetivo exercício do cargo correspondente ao padrão fixado Secretários do Estado e Diretores de Departamento
em lei. diretamente subordinados ao Governador do Estado, tendo
Art. 121 - Remuneração é a retribuição paga ao funcionário em vista cada caso, as condições de vida na nova sede, a
pelo efetivo exercício do cargo correspondente ao padrão de distância que deverá ser percorrida, o tempo de viagem e os
vencimento e mais as quotas ou porcentagens, que, por lei, lhe recursos orçamentários disponíveis.
tenham sido atribuídas.
§ 1º - A ajuda de custo não poderá ser inferior à importância
Art. 122 - Somente nos casos previstos em lei poderá correspondente a um mês de vencimento e nem superior a três,
perceber vencimento ou remuneração o funcionário que não salvo quando se tratar do funcionário designado para serviço ou
estiver no exercício do cargo. estudo no estrangeiro.
Art. 123 - O funcionário nomeado para exercer cargo § 2º - No caso de remuneração, calcular-se-á sobre a média
isolado, provido em comissão, perderá o vencimento ou mensal da mesma no último exercício financeiro.
remuneração ao cargo efetivo, salvo opção. § 3º - Será a ajuda de custo calculada, nos casos de
Art. 124 - O vencimento ou a remuneração dos promoção, na base do vencimento ou remuneração do novo
funcionários não poderão ser objeto de arresto, sequestro ou cargo a ser exercido.
penhora, salvo quando se tratar: Art. 134 - A ajuda de custo será paga ao funcionário
I - de prestação de alimentos, na forma da lei civil; adiantadamente no local da repartição ou do serviço do que foi
II - de dívida à Fazenda Pública. desligado.
Art. 125 - A partir da data da publicação do decreto que o Parágrafo único - O funcionário sempre que o preferir, poderá
promover, ao funcionário, licenciado ou não, ficarão receber, integralmente, a ajuda de custo, na sede da nova
assegurados os direitos e o vencimento ou a remuneração repartição ou serviço.
decorrentes da promoção. Art. 135 - Não será concedida a ajuda de custo:
I - quando o funcionário se afastar da sede, ou a ela voltar,
CAPÍTULO III
em virtude de mandato eletivo;
Do Abono de Família
II quando for posto à disposição do Governo Federal,
Art. 126 - O abono de família será concedido, na forma
municipal e de outro Estado;
da Lei, ao funcionário ativo ou inativo:
I - pela esposa; III - quando for transferido ou removido a pedido ou permuta,
II - por filho menor de 21 anos que não exerça profissão inclusive.
lucrativa; Art. 136 - Restituirá a ajuda de custo que tiver recebido:
III - por filho inválido ou mentalmente incapaz; I - o funcionário que não seguir para a nova sede dentro dos
prazos determinados;
II - o funcionário que, antes de terminado o desempenho da público, prevista na alínea c, foi extinta pelo Art. 35, II, da Lei
incumbência que lhe foi cometida, regressar da nova sede, pedir nº 3.214, de 16/10/64.
exoneração ou abandonar o serviço. d) (Revogado) - A gratificação de representação, quando
§ 1º - A restituição será feita parceladamente, salvo no caso em serviço ou estudo no estrangeiro ou no país, prevista na
de recebimento indevido, em que a importância correspondente alínea d, foi extinta pelo Art. 35, III, da Lei nº 3.214, de
será descontada integralmente do vencimento ou remuneração, 16/10/64.
sem prejuízo da aplicação da pena disciplinar cabível na espécie. e) quando regularmente nomeado ou designado para
§ 2º - A responsabilidade pela restituição de que trata este fazer parte do órgão legal de deliberação coletiva ou para
artigo atinge exclusivamente a pessoa do funcionário. cargo ou função de confiança;
§ 3º - Se o regresso do funcionário for determinado pela f) pela prestação de serviço extraordinário;
autoridade competente, ou, em caso de pedido de exoneração, g) de função de chefia prevista em lei;
apresentado pelo menos noventa dias após seus exercício na h) (Revogado) - A alínea h dispunha sobre o adicional por
nova sede, ou doença comprovada, não ficará ele obrigado a tempo de serviço, suprimido a partir da vigência da EC nº 57,
restituir a ajuda de custo. de 15/7/03.
Art. 137 - O transporte do funcionário e de sua família § 1º - A gratificação a que se refere a alínea "e" deste artigo
compreende passagens e bagagens, observado, quanto a estas, será fixada no limite máximo de um terço do vencimento ou
o limite estabelecido no regulamento próprio. remuneração.
§ 1º - Poderá ainda ser fornecida passagem a um serviçal § 2º - Será estabelecido em decreto o quanto das
que acompanhe o funcionário. gratificações a que se referem as alíneas "a" e "b" deste artigo.
§ 2º - O funcionário será obrigado a repor a importância Art. 144 - A gratificação pelo exercício em determinadas
correspondente ao transporte irregularmente requisitado, além de zonas ou locais e pela execução de trabalhos de natureza
sofrer a pena disciplinar que for aplicável. especial, com risco da vida ou da saúde, será determinada em
Art. 138 - Compete ao Governador do Estado arbitrar a ajuda lei.
de custo que será paga ao funcionário designado para serviço ou Art. 145. (Revogado) - O Art. 145 estabelecia que a
estudo fora do Estado. gratificação pela elaboração de trabalho técnico ou científico,
Parágrafo único - A ajuda de custo, de que trata este artigo, ou de utilidade para o serviço público, seria arbitrada pelo
não poderá ser inferior a um mês de vencimento ou remuneração Governador do Estado, após sua conclusão. Tal gratificação,
do funcionário. porém, foi extinta pelo Art. 35, II, da Lei nº 3.214, de 16/10/64.
Art. 146. (Revogado) - O Art. 146 dispunha sobre a
CAPÍTULO VI gratificação de representação, extinta pelo Art. 35, III, da Lei
Das Diárias nº 3.214, de 16/10/64.
Art. 139 - O funcionário que se deslocar de sua sede, Art. 147. (Revogado) - O Art. 147 dispunha sobre a
eventualmente e por motivo de serviço, faz jus à percepção de gratificação relativa ao exercício em órgão legal de deliberação
diária, nos termos de regulamento. coletiva, revogada pela Lei nº 13.405, de 15/12/99.
§ 1º - A diária não é devida: Art. 148. A gratificação pela prestação de serviço
1) no período de trânsito, ao funcionário removido ou extraordinário, que não poderá, em hipótese alguma, exceder
transferido. o vencimento do funcionário, será: (A CF (Art. 7º, XVI, c/c Art.
2) quando o deslocamento do funcionário durar menos de 39, § 2º) manda remunerar o trabalho extraordinário com o
seis horas; mínimo de 50% do salário normal. )
3) quando o deslocamento se der para a localidade onde o a) (Revogado)
funcionário resida; O valor da gratificação pela prestação de serviço
4) quando relativa a sábado, domingo ou feriado, salvo se a extraordinário seria arbitrado pelo Secretário ou dirigente de
permanência do funcionário fora da sede nesses dias for órgão diretamente subordinado ao Governador. A matéria é
conveniente ou necessária ao serviço. atualmente regulada pela Lei nº 10.363, de 27/12/90.
§ 2º - Sede é a localidade onde o funcionário tem exercício.
Art. 140 - O pagamento de diária, que pode ser feito b) paga por hora de trabalho prorrogado ou antecipado.
antecipadamente, destina-se a indenizar o funcionário por § 1º - No caso da alínea "b", a gratificação será paga por hora
de trabalho antecipado ou prorrogado, salvo quando a
despesas com alimentação e pousada, devendo ocorrer por prorrogação for apenas de uma hora e tiver corrido apenas duas
dia de afastamento e pelo valor fixado no regulamento. vezes no mês, caso em que não será remunerada.
§ 1º - A diária é integral quando o afastamento se der por § 2º - Entende-se por serviço extraordinário todo e qualquer
mais de doze horas e exigir pousada paga pelo funcionário. trabalho previsto em regimento ou regulamento, executado fora
§ 2º - Ocorrendo afastamento por até doze horas, é devida da hora do expediente regulamentar da repartição e previamente
apenas a parcela da diária relativa a alimentação. autorizado pelo Secretário de Estado ou Diretor de Departamento
Art. 141 - É vedado o pagamento com qualquer outra diretamente subordinado ao Governador do Estado.
retribuição de caráter indenizatório de despesa com § 3º - O pagamento de que trata este artigo será efetuado
alimentação e pousada. mediante folha especial previamente aprovada pela autoridade a
Art. 142 - Constitui infração disciplinar grave, punível na que se refere o parágrafo anterior e publicado no órgão oficial, da
forma da lei, conceder ou receber diária indevidamente. qual constem o nome do funcionário, cargo, o vencimento
mensal, e o número de horas de serviço extraordinário, a
CAPÍTULO VII gratificação arbitrada, se for o caso, e a importância total de
Das Gratificações despesa.
Art. 143 - Será concedida gratificação ao funcionário: Art. 149 - O funcionário perceberá honorário quando
a) (Revogado) - A gratificação pelo exercício em designado para exercer, fora do período normal ou extraordinário
determinadas zonas ou locais, prevista na alínea a, foi extinta de trabalho, as funções de auxiliar ou membro de bancas e
pelo Art. 35, I, da Lei nº 3.214, de 16/10/64. comissões de concursos ou provas, de professor ou auxiliar de
b) pela execução de trabalho de natureza especial, com cursos legalmente instituídos.
risco de vida ou saúde; - O adicional pela execução de trabalho
de natureza especial, com risco de vida ou saúde, a que se CAPÍTULO VIII
refere a alínea b, foi substituído pelos adicionais de Da Função Gratificada
insalubridade, de periculosidade e de atividade penosa, Art. 150 - Função gratificada é a instituída em lei para
previstos no Art. 13 da Lei nº 10.745, de 25/3/92, atender os encargos de chefia e outros que a lei determinar.
regulamentado pelo Decreto nº 39.032, de 8/9/97.
c) (Revogado) - A gratificação pela elaboração de
trabalho técnico ou científico de utilidade para o serviço
Art. 151 - Não perderá a gratificação o funcionário que deixar III - por motivo de doença em pessoa de sua família;
de comparecer ao serviço em virtude de férias, luto, casamento, IV - no caso previsto no art. 175;
doença comprovada, serviços obrigatórios por lei. V - quando convocado para serviço militar;
CAPÍTULO IX VI - para tratar de interesses particulares;
Das Férias VII - no caso previsto no art. 186.
Art. 152 - O funcionário gozará, obrigatoriamente, por ano Art. 159 - Aos funcionários interinos e aos em comissão não
vinte e cinco dias úteis de férias, observada a escala que for será concedida licença para tratar de interesses particulares.
organizada de acordo com conveniência do serviço, não sendo Art. 160 - A competência para a concessão de licença para
permitida a acumulação de férias. tratamento de saúde será definida em regulamento próprio.
§ 1º - Na elaboração da escala, não será permitido que Art. 161 - A licença dependente de inspeção médica será
entrem em gozo de férias, em um só mês, mais de um terço de concedida pelo prazo indicado no respectivo laudo.
funcionários de uma seção ou serviço. Parágrafo único - Antes de findo esse prazo o funcionário
§ 2º - É proibido levar à conta de férias qualquer falta ao será submetido a nova inspeção e o laudo médico concluirá
trabalho. pela sua volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela
§ 3º - Ingressando no serviço público estadual, somente aposentadoria.
depois do 11º mês de exercício poderá o funcionário gozar férias. Art. 162 - Finda a licença, o funcionário deverá reassumir,
Art. 153 - Durante as férias, o funcionário terá direito ao imediatamente, o exercício do cargo, se assim concluir o laudo
vencimento ou remuneração e a todas as vantagens, como se de inspeção médica, salvo caso de prorrogação, mesmo sem
estivesse em exercício exceto a gratificação por serviço o despacho final desta.
extraordinário. Art. 163 - As licenças concedidas dentro de sessenta dias
Art. 154 - O funcionário promovido, transferido ou removido, contados da terminação da anterior serão consideradas como
quando em gozo de férias, não será obrigado a apresentar-se prorrogação.
antes de terminá-las. Art. 164 - O funcionário não poderá permanecer em licença
Art. 155 - É facultado ao funcionário gozar férias onde lhe por prazo superior a 24 meses salvo o portador de tuberculose,
convier, cumprindo-lhe, entretanto, antes do seu início, comunicar lepra ou pênfigo foliáceo, que poderá ter mais três
o seu endereço eventual ao chefe da repartição ou serviço a que prorrogações de 12 meses cada uma, desde que, em exames
estiver subordinado. periódicos anuais, não se tenha verificado a cura.
Art. 165 - Decorrido o prazo estabelecido no artigo
CAPÍTULO X anterior, o funcionário será submetido à inspeção médica e
Das Férias-Prêmio aposentado, se for considerado definitivamente inválido para o
Art. 156 - O funcionário gozará férias-prêmio correspondente serviço público em geral.
a decênio de efetivo exercício em cargos estaduais na base de Art. 166 - O funcionário poderá gozar licença onde lhe
quatro meses por decênio. (O caput do Art. 156 foi parcialmente convier, ficando obrigado a comunicar, por escrito, o seu
revogado pelo Art. 31, § 4º, da CE, que concede três meses de endereço ao chefe a que estiver imediatamente subordinado.
férias-prêmio “a cada período de Art. 167 - O funcionário acidentado no exercício de suas
5 (cinco) anos de efetivo exercício no serviço público do Estado atribuições terá assistência hospitalar, médica e farmacêutica
de Minas Gerais”). dada a custa do Instituto de Previdência dos Servidores do
§ 1º - As férias-prêmio serão concedidas com o vencimento Estado de Minas Gerais.
ou remuneração e todas as demais vantagens do cargo,
excetuadas somente as gratificações por serviços SEÇÃO II
extraordinários, e sem perda da contagem de tempo para todos Licença para
os efeitos, como se estivesse em exercício. Tratamento de Saúde
§ 2º - Para tal fim, não se computará o afastamento do Art. 168 - A licença para tratamento de saúde será
exercício das funções, por motivo de: concedida a pedido do funcionário ou "ex-officio".
a) gala ou nojo, até 8 dias cada afastamento; Parágrafo único - Num e noutro caso de que cogita este artigo
b) férias anuais; é indispensável a inspeção médica, que deverá realizar-se,
c) requisição de outras entidades públicas, com sempre que necessária, na residência do funcionário.
afastamento autorizado pelo Governo do Estado; Art. 169 - O funcionário licenciado para tratamento de saúde
d) viagem de estudo, aperfeiçoamento ou representação não poderá dedicar-se a qualquer atividade remunerada.
fora da sede, autorizada pelo Governo do Estado; Art. 170 - Quando licenciado para tratamento de saúde,
e) licença para tratamento de saúde até 180 dias; acidente no serviço de suas atribuições, ou doença profissional,
f) júri e outros serviços obrigatórios por lei; o funcionário receberá integralmente o vencimento ou a
g) exercício de funções de governo ou administração em remuneração e demais vantagens.
qualquer parte do território estadual, por nomeação do Art. 171 - O funcionário licenciado para tratamento de saúde
Governo do Estado. é obrigado a reassumir o exercício, se for considerado apto em
§ 3º - O servidor público terá, automaticamente, contado inspeção médica "ex-officio".
em dobro, para fins de aposentadoria e vantagens dela Parágrafo único - O funcionário poderá desistir da licença
decorrentes, o tempo de férias-prêmio não gozadas. desde que, mediante inspeção médica, seja julgado apto para
Art. 157 - O pedido de concessão de férias-prêmio deverá o exercício.
ser instruído com certidão de contagem de tempo fornecida Art. 172 - O funcionário atacado de tuberculose ativa,
pela repartição competente. cardiopatia descompensada, alienação mental, neoplasia
Parágrafo único - Considera-se repartição competente maligna, leucemia, cegueira, lepra, pênfigo foliáceo ou paralisia
para tal fim aquela que dispuser de elementos para certificar o que o impeça de locomover-se, será compulsoriamente
tempo de serviço mediante fichas oficiais cópias de folhas de licenciado, com vencimento ou remuneração integral e demais
pagamento ou registro de ponto. vantagens.
Parágrafo único - Para verificação das moléstias referidas
CAPÍTULO XI neste artigo, a inspeção médica será feita obrigatoriamente por
Das Licenças uma junta médica oficial, de três membros, todos os presentes.
SEÇÃO I
Art. 173 - O funcionário, durante a licença, ficar obrigado a
Disposições Gerais
seguir rigorosamente o tratamento médico adequado à doença,
Art. 158 - O funcionário poderá ser licenciado:
sob pena de lhe ser suspenso o pagamento de vencimento ou
I - para tratamento de saúde;
remuneração.
II - quando acidentado no exercício de suas atribuições
§ 1º - No caso de alienado mental, responderá o curador pela
ou atacado de doença profissional;
obrigação de que trata este artigo.
§ 2º - A repartição competente fiscalizará a observância do tratar de interesses particulares.
disposto neste artigo. § 1º - A licença poderá ser negada quando o afastamento
Art. 174 - A licença será convertida em aposentadoria, na do funcionário for inconveniente ao interesse do serviço.
forma do art. 165, e antes do prazo nele estabelecido, quando § 2º - O funcionário deverá aguardar em exercício a
assim opinar a junta médica, por considerar definitiva, concessão da licença.
paraserviço público em geral, a invalidez do funcionário. Art. 180 - Não será concedida licença para tratar de
interesses particulares ao funcionário nomeado, removido ou
SEÇÃO III transferido, antes de assumir o exercício.
Licença à Funcionária Art. 181 - Não será, igualmente, concedida licença para
Gestante tratar de interesses particulares ao funcionário que, a
Art. 175 - À funcionária gestante será concedida, mediante qualquer título, estiver ainda obrigado a indenização ou
inspeção médica, licença, por três meses, com vencimento ou devolução aos cofres públicos.
remuneração e demais vantagens. Art. 182 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5945, de
§ 1º - A licença só poderá ser concedida para o período que 11/7/1972.)
compreenda, tanto quanto possível, os últimos quarenta e Art. 183 - O funcionário poderá, a qualquer tempo,
cinco dias da gestação e o puerpério. reassumir o exercício desistindo da licença.
§ 2º - A licença deverá ser requerida até o oitavo mês da Art. 184 - A autoridade que houver concedido a licença
gestação, competindo à junta médica fixar a data do seu início. poderá, a todo tempo, desde que o exija o interesse do serviço
§ 3º - O pedido encaminhado depois do oitavo mês da público, cassá-la, marcando razoável prazo para que o
gestação será prejudicado quanto à duração da licença, que se funcionário licenciado reassuma o exercício.
reduzirá dos dias correspondentes ao atraso na formulação do Art. 185 - (Vetado).
pedido.
SEÇÃO VII
§ 4º - Se a criança nascer viva, prematuramente, antes que
Licença à Funcionária
a funcionária tenha requerido a licença, o início desta será a
Casada com Funcionário
partir da data do parto.
Art. 186 - A funcionária casada com funcionário estadual,
SEÇÃO IV federal ou militar, terá direito a licença, sem vencimento ou
Licença por Motivo de Doença remuneração, quando o marido for mandado servir,
independentemente de solicitação, em outro ponto do Estado
em Pessoa da Família
ou do território nacional ou no estrangeiro.
Art. 176 - O funcionário poderá obter licença por motivo de
Parágrafo único - A licença será concedida mediante
doença na pessoa do pai, mãe, filhos ou cônjuge de que não
pedido, devidamente instruído, e vigorará pelo tempo que
esteja legalmente separado.
durar a comissão ou nova função do marido.
§ 1º - (Vetado).
§ 2º - Provar-se-á a doença mediante inspeção médica, na CAPÍTULO XII
forma prevista em lei, para a licença de que trata o artigo. Da Estabilidade
§ 3º - (Vetado). Art. 187. O funcionário adquirirá estabilidade depois de:
I - (Revogado) - O inciso I assegurava a estabilidade do
SEÇÃO V servidor aos dois anos de exercício, quando nomeado em virtude
Licença para Serviço Militar de concurso. Foi revogado pela CF, que dispõe: “Art.
Art. 177 - Ao funcionário que for convocado para o 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os
serviço militar e outros encargos de segurança nacional, será servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em
concedida licença com vencimento ou remuneração e virtude de concurso público.” Dispõe a CE: “Art. 35. É estável,
demais vantagens, descontada mensalmente a importância após três anos de efetivo exercício, o servidor público nomeado
que receber na qualidade de incorporado. para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.”
§ 1º - A licença será concedida mediante comunicação do II - (Revogado) - Revogado pelo Art. 21, § 1º, da CE, que não
funcionário ao chefe da repartição ou do serviço, mais admite a nomeação de servidor efetivo sem concurso.
acompanhada de documento oficial de que prove a Parágrafo único. Não adquirirão estabilidade, qualquer que
incorporação. seja o tempo de serviço, o funcionário interino e, no cargo em que
§ 2º - O funcionário desincorporado reassumirá estiver substituindo ou comissionado, o nomeado em comissão
imediatamente o exercício, sob pena de perda do vencimento ou em substituição. (Todas as disposições estatutárias
ou remuneração e, se a ausência exceder a trinta dias, de pertinentes à interinidade foram revogadas pela Lei nº 3.214, de
demissão, por abandono do cargo. 16/10/64).
§ 3º - Tratando-se de funcionário cuja incorporação tenha Art. 188 - Para fins de aquisição de estabilidade, só será
perdurado pelo menos um ano, o chefe da repartição ou contado o tempo de serviço efetivo, prestado em cargos
serviço a que tiver de se apresentar o funcionário poderá estaduais.
conceder-lhe o prazo de quinze dias para reassumir o Parágrafo único - Desligando-se do serviço público estadual
exercício, sem perda de vencimento ou remuneração. e sendo readmitido ou nomeado para outro cargo estadual, a
§ 4º - Quando a desincorporação se verificar em lugar contagem de tempo será feita, para fim de estabilidade, na data
diverso do exercício, os prazos para a apresentação do da nova posse.
funcionário à sua repartição ou serviço serão os marcados Art. 189 - Os funcionários públicos perderão o cargo:
no artigo 70. I - quando vitalícios, somente em virtude de sentença
Art. 178 - Ao funcionário que houver feito curso para oficial judiciária;
da reserva das forças armadas, será também concedida II - quando estáveis, no caso do número anterior, no de
licença com vencimento ou remuneração e demais vantagens extinguir o cargo ou no de serem demitidos mediante processo
durante os estágios prescritos pelos regulamentos militares, administrativo em que se lhes tenha assegurada ampla defesa.
quando por estes não tiver direito àquele pagamento, Parágrafo único - A estabilidade não diz respeito ao cargo,
assegurados, em qualquer caso, o direito de opção. ressalvando-se à administração o direito de readaptar o
funcionário em outro cargo, removê-lo, transferi-lo ou transformar
SEÇÃO VI o cargo, no interesse do serviço.
Licença para Tratar
de Interesses Particulares CAPÍTULO XIII
Art. 179 - Depois de dois anos de exercício, o funcionário Da Disponibilidade
poderá obter licença, sem vencimento ou remuneração, para Art. 190 - Quando se extinguir o cargo, o funcionário estável
ficará em disponibilidade remunerada, com vencimento ou
remuneração integral e demais vantagens, até o seu obrigatório 70, de 30/7/2003.)
aproveitamento em outro cargo de natureza, vencimentos ou § 1º - A despesa correrá pela dotação própria do cargo,
remuneração compatíveis com o que ocupava. não podendo, por esse motivo, o nomeado, para preenchê- lo,
entrar em exercício antes de decorridos trinta dias do
CAPÍTULO XIV falecimento do seu antecessor.
Do Direito de Petição § 2º - O pagamento será efetuado, pela respectiva
Art. 191 - É assegurado ao funcionário o direito de requerer repartição pagadora, no dia em que lhe forem apresentadas o
ou representar. atestado de óbito, se houver cônjuge, ou os comprovantes das
Art. 192 - O requerimento será dirigido à autoridade despesas, em se tratando de outra pessoa.”
competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela Art. 205 - O vencimento ou a remuneração do funcionário
a que estiver imediatamente subordinado o requerente. em atividade ou em disponibilidade e o provento atribuído ao
Art. 193 - O pedido de reconsideração será dirigido à que estiver aposentado não poderão sofrer outros descontos
autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira que não sejam previstos em lei.
decisão, não podendo ser renovado. Art. 206 - A administração, em igualdade de condições,
Parágrafo único - O requerimento e o pedido de preferirá para transferência ou remoção da localidade onde
reconsideração de que tratam os artigos anteriores deverão ser trabalha o funcionário que não seja estudante.
despachados no prazo de cinco dias e decididos dentro de trinta, Art. 207 - Ao funcionário estudante matriculado em
improrrogáveis. estabelecimento de ensino será concedido, sempre que
Art. 194 - Caberá recurso: possível horário especial de trabalho que possibilite a
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; frequência regular às aulas.
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente Parágrafo único - Ao funcionário estudante será permitido
interpostos. faltar ao serviço, sem prejuízo do vencimento, remuneração ou
§ 1º - O recurso será dirigido à autoridade imediatamente vantagens decorrentes do exercício, nos dias de prova ou de
superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, exame.
sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.
§ 2º - No encaminhamento do recurso observar-se-á o TÍTULO VIII
disposto na parte final do art. 192. Art. 195 - Os pedidos de Dos Deveres e da Ação Disciplinar CAPÍTULO
reconsideração e os recursos que não têm efeito suspensivo; os I
que forem providos, porém, darão lugar às retificações Das Responsabilidades
necessárias, retroagindo os seus efeitos à data do ato Art. 208 - Pelo exercício irregular de suas atribuições, o
impugnado, desde que outra solução jurídica não determine a funcionário responde civil, penal e administrativamente.
autoridade, quanto aos efeitos relativos ao passado. Art. 209 - A responsabilidade civil decorre de procedimento
Art. 196 - O direito de pleitear na esfera administrativa doloso ou culposo, que importe em prejuízo da Fazenda
prescreverá, em geral, nos mesmos prazos fixados para as Estadual, ou de terceiro.
ações próprias cabíveis no judiciário, quanto à espécie. § 1º - A indenização de prejuízo causado à Fazenda Estadual
Parágrafo único - Se não for o caso de direito que dê no que exceder as forças da fiança, poderá ser liquidada
oportunidade à ação judicial, prescreverá a faculdade de mediante o desconto em prestações mensais não excedentes da
pleitear na esfera administrativa, dentro de 120 dias a contar décima parte do vencimento ou remuneração, à míngua de outros
da data da publicação oficial do ato impugnado ou, quando bens que respondam pela indenização.
este for da natureza reservada, da data da ciência do § 2º - Tratando-se de dano causado a terceiro, responderá o
interessado. funcionário perante a Fazenda Estadual, em ação regressiva,
Art. 197 - O funcionário que se dirigir ao Poder Judiciário proposta depois de transitar em julgado a decisão de última
ficará obrigado a comunicar essa iniciativa a seu chefe instância que houver condenado a Fazenda a indenizar o terceiro
imediato para que este providencie a remessa do processo, se prejudicado.
houver, ao juiz competente, como peça instrutiva da ação Art. 210 - A responsabilidade penal abrange os crimes e
judicial. contravenções imputados ao funcionário, nessa qualidade.
Art. 198 - São fatais e improrrogáveis os prazos Art. 211 - A responsabilidade administrativa resulta de atos
estabelecidos neste capítulo. ou omissões praticados no desempenho do cargo ou função.
Art. 212 - As cominações civis, penais e disciplinares poderão
CAPÍTULO XV cumular-se, sendo umas e outras independentes entre si, bem
Da Acumulação assim as instâncias civil, penal e administrativa.
Art. 199 - É vedada a acumulação de cargo, exceto as
previstas nos artigos 61, número I e 137, da Constituição CAPÍTULO II
Estadual. Da Prisão Preventiva
Art. 200 - É vedada, ainda, a acumulação de funções ou e da Suspensão Preventiva
de cargos e funções do Estado, ou do Estado com os da União Art. 213. Revogado pela CF (o Art. 5º): “LXI - ninguém será
ou Município e com os das entidades autárquicas. preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
Parágrafo único - Não se compreende na proibição deste fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos
artigo a acumulação de cargo ou função com a gratificação de casos de transgressão militar ou crime propriamente militar,
função. definidos em lei”
Art. 214 - Poderá ser ordenada, pelo Secretário de Estado e
CAPÍTULO XVI Diretores de Departamentos diretamente subordinados ao
Das Concessões Governador do Estado, dentro da respectiva competência, a
Art. 201 - Sem prejuízo do vencimento, remuneração ou suspensão preventiva do funcionário, até trinta dias, desde que
qualquer outro direito ou vantagem legal, o funcionário poderá seu afastamento seja necessário para a averiguação de faltas
faltar ao serviço até oito dias consecutivos por motivo de: cometidas, podendo ser prorrogada até noventa dias, findos os
a) casamento; quais cessarão os efeitos da suspensão, ainda que o processo
b) falecimento do cônjuge, filhos, pais ou irmãos. administrativo não esteja concluído.
Art. 202 - Ao funcionário licenciado para tratamento de Art. 215 - O funcionário terá direito:
saúde poderá ser concedido transporte, inclusive para as I - à contagem de tempo de serviço relativo ao período da
pessoas de sua família, por conta do Estado, fora da sede de prisão ou da suspensão, quando do processo não resultar
serviço, se assim o exigir o laudo médico oficial. punição, ou esta se limitar às penas de advertências, multa ou
Art. 203 - Poderá ser concedido transporte à família do repreensão;
funcionário, quando este falecer fora da sede de seus II - à diferença de vencimento ou remuneração e à contagem
trabalhos, no desempenho de serviço. de tempo de serviço correspondente ao período de afastamento
Art. 204 - (Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº excedente do prazo de suspensão efetivamente
aplicada. § 2º - O inquérito administrativo se constituirá de
averiguação sumária, sigilosa, de que se encarregarão
funcionários designados pelas autoridades a que se refere o
CAPÍTULO III art. 219 e deverá ser iniciado e concluído no prazo
Dos Deveres e Proibições improrrogável de 30 dias a partir da data de designação.

Art. 216 - São deveres do funcionário: § 3º - Os funcionários designados para proceder ao


I - assiduidade; II - inquérito, salvo autorização especial da autoridade
pontualidade; III - competente, não poderão exercer outras atribuições além das
discrição; de pesquisas e averiguação indispensável à elucidação do
IV - urbanidade; fato, devendo levar as conclusões a que chegarem ao
V - lealdade às instituições constitucionais e conhecimento da autoridade competente, com a
administrativas a que servir; caracterização dos indiciados.
VI - observância das normas legais e regulamentares; § 4º - Nenhuma penalidade, exceto repreensão, multa e
VII - obediência às ordens superiores, exceto quando suspensão, poderá decorrer das conclusões a que chegar o
manifestamente ilegais; inquérito, que é simples fase preliminar do processo
VIII - levar ao conhecimento da autoridade superior administrativo.
irregularidade de que tiver ciência em razão do cargo; § 5º - Os funcionários encarregados do inquérito
IX - zelar pela economia e conservação do material que lhe administrativo dedicarão todo o seu tempo aos trabalhos do
for confiado; mesmo, sem prejuízo de vencimento, remuneração ou
X - providenciar para que esteja sempre em ordem no vantagem decorrente do exercício.
assentamento individual a sua declaração de família;
Art. 221 - O processo administrativo será realizado por uma
XI - atender prontamente: comissão, designada pela autoridade que houver determinado a
a) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; sua instauração e composta de três funcionários estáveis.
b) à expedição das certidões requeridas para a defesa de § 1º - A autoridade indicará, no ato da designação, um dos
direito. funcionários para dirigir, como presidente, os trabalhos da comissão.
Art. 217 - Ao funcionário é proibido: § 2º - O presidente designará um dos outros componentes da
I - referir-se de modo depreciativo, em informação, comissão para secretariá-la.
parecer ou despacho, às autoridades e atos da administração Art. 222 - Os membros da comissão dedicarão todo o seu
pública, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los do tempo aos trabalhos da mesma, ficando, por isso,
ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço; automaticamente dispensados do serviço de sua repartição, sem
II - retirar sem prévia autorização da autoridade prejuízo do vencimento, remuneração ou vantagens decorrentes
competente qualquer documento ou objeto da repartição; do exercício, durante a realização das diligências que se tornarem
III - promover manifestações de apreço ou desapreço e necessárias.
fazer circular ou subscrever lista de donativos no recinto da Art. 223 - O processo administrativo deverá ser iniciado dentro
repartição; do prazo, improrrogável, de três dias contados da data da
IV - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em designação dos membros da comissão e concluído no de
detrimento da dignidade da função; sessenta dias, a contar da data de seu início.
V - coagir ou aliciar subordinados com objetivos de Parágrafo único - Por motivo de força-maior, poderá a
natureza partidária; autoridade competente prorrogar os trabalhos da comissão pelo
VI - participar da gerência ou administração de empresa máximo de 30 dias.
comercial ou industrial, salvo os casos expressos em lei; Art. 224 - A comissão procederá a todas as diligências que
VII - exercer comércio ou participar de sociedade julgar convenientes, ouvindo, quando necessário, a opinião de
comercial, exceto como acionista, quotista ou comandatário; técnicos ou peritos.
VIII - praticar a usura em qualquer de suas formas; Parágrafo único - Terá o funcionário indiciado o direito de,
IX - pleitear, como procurador ou intermediário, junto às pessoalmente ou por procurador, acompanhar todo o desenvolver
repartições públicas, salvo quando se tratar de percepção de do processo, podendo, através do seu defensor, indicar e inquirir
vencimentos e vantagens, de parente até segundo grau; testemunhas, requerer juntada de documentos, vista do processo
X - receber propinas, comissões, presentes e vantagens em mãos da comissão e o mais que for necessário a bem de seu
de qualquer espécie em razão das atribuições; interesse, sem prejuízo para o andamento normal do trabalho.
XI - contar a pessoa estranha à repartição, fora dos casos Art. 225 - Ultimado o processo, a comissão mandará, dentro
previstos em lei, o desempenho de encargo que lhe competir de quarenta e oito horas, citar o acusado para, no prazo de dez
ou a seus subordinados. dias, apresentar defesa.
Parágrafo único - Achando-se o acusado em lugar incerto, a
CAPÍTULO IV citação será feita por edital publicado no órgão oficial, durante oito
Da apuração de irregularidades dias consecutivos. Neste caso, o prazo de dez dias para
SEÇÃO I apresentação da defesa será contado da data da última
Do processo administrativo publicação do edital.
Art. 218 - A autoridade que tiver ciência ou notícia da Art. 226 - No caso de revelia, será designado, "ex- officio",
ocorrência de irregularidades no serviço público é obrigada a pelo presidente da comissão, um funcionário para se incumbir da
promover-lhe a apuração imediata por meio de sumários, defesa.
inquérito ou processo administrativo. Art. 227 - Esgotado o prazo referido no art. 225, a comissão
Parágrafo único - O processo administrativo precederá apreciará a defesa produzida e, então, apresentará o seu
sempre à demissão do funcionário. relatório, dentro do prazo de dez dias.
Art. 219 - São competentes para determinar a instauração § 1º - Neste relatório, a comissão apreciará em relação a cada
do processo administrativo os Secretários de Estado e os indiciado, separadamente, as irregularidades de que forem
Diretores de Departamentos diretamente subordinados ao acusadas, as provas colhidas no processo, às razões de defesa,
Governador do Estado. propondo, então, justificadamente, a absolvição ou a punição, e
Art. 220 - O processo administrativo constará de duas indicando, neste caso, a pena que couber.
fases distintas: § 2º - Deverá, também, a comissão em seu relatório, sugerir
a) inquérito administrativo; quaisquer outras providências que lhe pareçam de interesse do
b) processo administrativo propriamente dito. serviço público.
§ 1º - Ficará dispensada a fase do inquérito administrativo Art. 228 - Apresentado o relatório, os componentes da
quando forem evidentes as provas que demonstrem a comissão assumirão o exercício de seus cargos, mas ficarão à
responsabilidade do indiciado ou indiciado. disposição da autoridade que houver mandado instaurar o
processo para a prestação de qualquer esclarecimento julgado § 2º - Se o acusado pretender apresentar prova
necessário. testemunhal deverá arrolar os nomes no requerimento de
Art. 229 - Entregue o relatório da comissão, acompanhado do revisão.
processo, à autoridade que houver determinado à sua instauração, § 3º - O presidente da comissão de revisão designará um
essa autoridade deverá proferir o julgamento dentro do prazo de seus membros para secretariá-la.
improrrogável de sessenta dias. Art. 240 - Concluída a instrução do processo, será ele,
Parágrafo único - Se o processo não for julgado no prazo dentro de dez dias, encaminhado com relatório da comissão
indicado neste artigo, o indiciado reassumirá, automaticamente, o ao Governador do Estado, que o julgará.
exercício de seu cargo ou função, e aguardará em exercício o Parágrafo único - Para esse julgamento, o Governador do
julgamento, salvo o caso de prisão administrativa que ainda perdure. Estado terá o prazo de vinte dias, podendo antes determinar
Art. 230 - Quando escaparem à sua alçada as penalidades e diligências que entenda necessárias ao melhor esclarecimento
providências que lhe parecerem cabíveis, a autoridade que do processo.
determinou a instauração do processo administrativo, propô-las- Art. 241 - Julgando procedente a revisão, o Governador
á dentro do prazo marcado para julgamento, à autoridade do Estado tornará sem efeito as penalidades aplicadas ao
competente. acusado.
§ 1º - Na hipótese deste artigo, o prazo para julgamento
Art. 242 - O julgamento favorável do processo implicará
final será de quinze dias, improrrogável. também o restabelecimento de todos os direitos perdidos em
§ 2º - A autoridade julgadora promoverá as providências consequência da penalidade aplicada.
necessárias à sua execução. Art. 243 - Quando o acusado pertencer ou houver pertencido
Art. 231 - As decisões serão sempre publicadas no órgão a órgão diretamente subordinado ao Governador do Estado, ao
oficial, dentro do prazo de oito dias. Secretário de Estado dos Negócios do Interior, competirá
Art. 232 - Quando ao funcionário se imputar crime despachar o requerimento de revisão e julgá-lo, afinal.
praticado na esfera administrativa, a autoridade que
determinar a instauração do processo administrativo CAPÍTULO V
providenciará para que se instaure simultaneamente o Das Penalidades
inquérito policial. Art. 244 - São penas disciplinares:
Art. 233 - Quando a infração estiver capitulada na lei penal, I - Repreensão; II -
será remitido o processo à autoridade competente, ficando Multa;
traslado na repartição. III - Suspensão;
Art. 234 - No caso de abandono do cargo ou função, de IV - Destituição de função; V
que cogita o art. 249, II, deste Estatuto, o presidente da - Demissão;
comissão de processo promoverá a publicação, no órgão VI - Demissão a bem do serviço público.
oficial, de editais de chamamento, pelo prazo de vinte dias, se Parágrafo único - A aplicação das penas disciplinares não se
o funcionário estiver ausente do serviço em edital de citação, sujeita à sequência estabelecida neste artigo, mas é autônoma,
pelo mesmo prazo, se já tiver reassumido o exercício. segundo cada caso e consideradas a natureza e a gravidade da
Parágrafo único - Findo o prazo fixado neste artigo, será infração e os danos que dela provierem para o serviço público.
dado início ao processo normal, com a designação de defensor Art. 245 - A pena de repreensão será aplicada por escrito em
"ex- officio", se não comparecer o funcionário, e,não tendo sido caso de desobediência ou falta de cumprimento de deveres.
feita a prova da existência de força-maior ou de coação ilegal, Parágrafo único - Havendo dolo ou má-fé, a falta de
a comissão proporá a expedição do decreto de demissão, na cumprimento de deveres, será punida com a pena de suspensão.
conformidade do art. 249, item II. Art. 246 - A pena de suspensão será aplicada em casos de: I -
Falta grave;
SEÇÃO II II - Recusa do funcionário em submeter-se à inspeção
Revisão do Processo Administrativo médica quando necessária;
Art. 235 - A qualquer tempo pode ser requerida a revisão de III - Desrespeito às proibições consignadas neste Estatuto;
processo administrativo, em que se impôs a pena de suspensão, IV - Reincidência em falta já punida com repreensão;
multa, destituição de função, demissão a bem do serviço público, V - Recebimento doloso e indevido de vencimento, ou
desde que se aduzam fatos ou circunstâncias susceptíveis de remuneração ou vantagens;
justificar a inocência doacusado. VI - Requisição irregular de transporte;
Parágrafo único - Tratando-se de funcionário falecido ou VII - Concessão de laudo médico gracioso.
desaparecido, a revisão poderá ser requerida por qualquer § 1º - A pena de suspensão não poderá exceder de noventa
pessoa relacionada no assentamento individual. dias.
Art. 236 - Além das peças necessárias à comprovação dos § 2º - O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e
fatos arguidos, o requerimento será obrigatoriamente instruído direitos decorrentes do exercício do cargo.
com certidão do despacho que impôs a penalidade. Art. 247 - A pena de multa será aplicada na forma e nos casos
Parágrafo único - Não constitui fundamento para revisão a expressamente previstos em lei ou regulamento.
simples alegação de injustiça da penalidade. Art. 248 - A destituição de função dar-se-á:
Art. 237 - O requerimento será dirigido ao Governador do I - quando se verificar a falta de exação no seu
Estado, que o despachará à repartição onde se originou o desempenho;
processo. II - quando se verificar que, por negligência ou
Parágrafo único - Se o Governador do Estado julgar benevolência, o funcionário contribuiu para que se não apurasse,
insuficientemente instruído o pedido de revisão, indeferi-lo-á no devido tempo, a falta de outro.
"in limine". Art. 249 - A pena de demissão será aplicada ao servidor que:
Art. 238 - Recebido o requerimento despachado pelo I - acumular, ilegalmente, cargos, funções ou cargos com
Governador do Estado, o chefe da repartição o distribuirá a funções;
uma comissão composta de três funcionários de categoria II - incorrer em abandono de cargo ou função pública pelo
igual ou superior à do acusado, indicando o que deve servir de não comparecimento ao serviço sem causa justificada por mais
presidente, para processar a revisão. de trinta dias consecutivos ou mais de noventa dias não
Art. 239 - O requerimento será apenso ao processo ou à consecutivos em um ano;
sua cópia (art. 233) marcando-se ao interessado o prazo de III - aplicar indevidamente dinheiros públicos; IV
dez dias para contestar os fundamentos da acusação - exercer a advocacia administrativa;
constantes do mesmo processo.
§ 1º - É impedido de funcionar na revisão quem compôs a
comissão do processo administrativo.
V - receber em avaliação periódica de desempenho: § 8º - É da competência do Secretário de Administração
a) dois conceitos sucessivos de desempenho decidir sobre a reabilitação, ouvido, previamente, o titular da
insatisfatório; repartição de exercício do funcionário.
b) três conceitos interpolados de desempenho Art. 254 - Verificado, em qualquer tempo, ter sido gracioso
insatisfatório em cinco avaliações consecutivas; ou o laudo da junta médica, o órgão competente promoverá a
c) quatro conceitos interpolados de desempenho punição dos responsáveis, incorrendo o funcionário, a que
insatisfatório em dez avaliações consecutivas. aproveitar a fraude, na pena de suspensão, e, na reincidência,
Parágrafo único. Receberá conceito de desempenho na de demissão, e os médicos em igual pena, se forem
insatisfatório o servidor cuja avaliação total, considerados todos funcionários sem prejuízo da ação penal que couber.
os critérios de julgamento aplicáveis em cada caso, seja inferior
a 50% (cinquenta por cento) da pontuação máxima admitida. Art. 255 - O funcionário que não entrar em exercício dentro
do prazo será demitido do cargo ou destituído da função.
Art. 250 - Será aplicada a pena de demissão a bem do Art. 256 - Terá cassada a licença e será demitido do cargo o
serviço ao funcionário que: funcionário licenciado para tratamento de saúde que se dedicar a
I - for convencido de incontinência pública e qualquer atividade remunerada.
escandalosa, de vício de jogos proibidos e de embriaguez Art. 257 - Será cassada, por decreto do Governador do
habitual; Estado, a aposentadoria ou disponibilidade, se ficar provado, em
II - praticar crime contra a boa ordem e administração processo, que o aposentado ou funcionário em disponibilidade:
pública e a Fazenda Estadual; I - praticou, quando em atividade, qualquer dos atos para os
III - revelar segredos de que tenha conhecimento em quais é cominada neste Estatuto a pena de demissão, ou de
razão do cargo ou função, desde que o faça dolosamente e demissão a bem do serviço público;
com prejuízo para o Estado ou particular; II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
IV - praticar, em serviço, ofensas físicas contra III - aceitou representação de Estado estrangeiro, sem prévia
funcionários ou particulares, salvo se em legítima defesa; autorização do Governador do Estado;
V - lesar os cofres públicos ou delapidar o patrimônio do IV - praticou a usura, em qualquer de suas formas.
Estado; Parágrafo único - Será igualmente cassada a disponibilidade
VI - receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou do servidor que não assumir, no prazo legal, o cargo ou função
vantagens de qualquer espécie. em que for aproveitado.
Art. 251 - O ato que demitir o funcionário mencionará Art. 258 - As penas de repreensão, multa e suspensão
sempre a disposição legal em que se fundamenta. prescrevem no prazo de dois anos e a de demissão, por
Parágrafo único - Uma vez submetidos a processo abandono do cargo, no prazo de quatro anos.
administrativo, os funcionários só poderão ser exonerados Art. 259 - No caso do art. 249, item I, provada a boa-fé,
depois da conclusão do processo e de reconhecida a sua poderá o servidor optar, obedecidas as seguintes normas:
culpabilidade. a) tratando-se do exercício acumulado de cargo, funções ou
Art. 252 - Para aplicação das penas do art. 244 são cargos e funções do Estado, mediante simples requerimento, de
competentes: próprio punho e firma reconhecida, dirigido ao Governador do
I - o chefe do Governo, nos casos de demissão; Estado;
II - os Secretários de Estado e Diretores de b) quando forem os cargos ou funções acumulados de
Departamentos diretamente subordinados ao Governador do esferas diversas da Administração - União, Estado, Município ou
Estado, nos casos de suspensão por mais de trinta dias; entidade autárquica, mediante requerimento, na forma da alínea
III - os chefes de Departamentos, nos casos de anterior, e dada ciência imediata do fato à outra entidade
repreensão e suspensão até trinta dias. interessada.
Parágrafo único - A aplicação da pena de destituição de Parágrafo único - Se não for provada em processo
função caberá à autoridade que houver feito a designação. administrativo a boa-fé, o servidor será demitido do cargo ou
Art. 253 - Deverão constar do assentamento individual destituído da função estadual, sendo cientificada também, neste
todas as penas impostas ao funcionário, inclusive as caso, a outra entidade interessada e ficando o servidor ainda
decorrentes da falta de comparecimento às sessões do júri inabilitado, pelo prazo de 5 anos, para o exercício de cargos ou
para que for sorteado. funções do Estado.
§ 1º - Além da pena judicial que couber, serão Art. 260 - O funcionário que indevidamente receber diária
considerados como de suspensão os dias em que o será obrigado a restituir, de uma só vez, a importância recebida,
funcionário deixar de atender às convocações do juiz, sem ficando ainda sujeito a punição disciplinar a que se refere o
motivo justificado. art.246, item V.
§ 2º - O funcionário poderá requerer reabilitação Art. 261 - Será punido com a pena de suspensão, e, na
administrativa, que consiste na retirada, dos registros reincidência, com a de demissão, o funcionário que,
funcionais, das anotações das penas de repreensão, multa, indevidamente, conceder diárias, com o objetivo de remunerar
suspensão e destituição de função, observado o decurso de outros serviços ou encargos, ficando ainda obrigado à reposição
tempo assim estabelecido: da importância correspondente.
1 - três (3) anos para as penas de suspensão Art. 262 - Será responsabilizado pecuniariamente, sem
compreendidas entre sessenta (60) a noventa (90) dias ou prejuízo da sanção disciplinar que couber, o chefe de repartição
destituição de função; que ordenar a prestação de serviço extraordinário, sem que
2 - dois (2) anos para as penas de suspensão disponha do necessário crédito.
compreendidas entre trinta (3) e sessenta (60) dias; Art. 263 - O funcionário que processar o pagamento de
3 - um (1) ano para as penas de suspensão de um (1) a serviço extraordinário, sem observância do disposto nesta lei,
trinta (30) dias, repreensão ou multa. ficará obrigado a recolher aos cofres do Estado a importância
§ 3º - Os prazos a que se refere o parágrafo anterior serão respectiva.
contados a partir do cumprimento integral das respectivas Art. 264 - Será punido com a pena de suspensão e, na
penalidades. reincidência, com a de demissão a bem do serviço público, o
§ 4º - A reabilitação administrativa estende-se ao funcionário que atestar falsamente a prestação de serviço
aposentado, desde que ocorram os requisitos a ela vinculados. extraordinário.
§ 5º - Em nenhum caso a reabilitação importará direito a Parágrafo único - O funcionário que se recusar, sem justo
ressarcimento, restituição ou indenização de vencimentos ou motivo, à prestação de serviço extraordinário será punido com a
vantagens não percebidos no período de duração da pena. pena de suspensão.
§ 6º - A reabilitação será concedida uma única vez. Art. 265 - Comprovada a flagrante desnecessidade da
§ 7º - Os procedimentos para o instituto da reabilitação antecipação ou prorrogação do período de trabalho, o chefe da
serão definidos em decreto.
repartição que o tiver ordenado responderá pecuniariamente pelo substituição e as férias, bem como o vencimento e as demais
serviço extraordinário. vantagens dos cargos de Magistério e do Ministério Público
Art. 266 - Da infração do disposto no art. 119 resultará continuam a ser reguladas pelas respectivas leis especiais,
demissão do funcionário por procedimento irregular, e imediata aplicadas subsidiariamente às disposições deste Estatuto.Art.
reposição aos cofres públicos da importância recebida, pela 282 - Nenhum imposto ou taxa estadual gravará vencimento,
autoridade ordenadora do pagamento. remuneração ou gratificação do funcionário, o ato de sua
Art. 267 - Serão considerados como falta os dias em que o nomeação, bem como os demais atos, requerimentos,
funcionário licenciado para tratamento de saúde, considerado recursos ou títulos referentes à sua vida funcional. Parágrafo
apto em inspeção médica "ex-officio", deixar de comparecer ao único - O vencimento da disponibilidade e o provento da
serviço. aposentadoria não poderão, igualmente, sofrer qualquer
Art. 268 - O responsável por alcance ou desvio de material desconto por cobrança de impostos ou taxas estaduais.
não ficará isento da ação administrativa e criminal que couber, Art. 283. (Revogado) – O Art. 283 dispunha sobre contagem
ainda que o valor da fiança seja superior ao prejuízo verificado. de tempo de efetivo exercício prestado pelo servidor, para os
Art. 269 - Nos casos de indenização à Fazenda Estadual, efeitos do Art. 111; com a revogação deste, feita pela Lei nº 1.435,
o funcionário será obrigado a repor, de uma só vez, a de 30/1/56, restou indiretamente revogado.
importância do prejuízo causado em virtude de alcance, Art. 284 - Nas primeiras promoções que se verificarem
desfalque ou omissão em efetuar recolhimento ou entradas após a vigência desta lei, será observado o disposto no art. 46
nos prazos legais. da Lei 858, de 29 de dezembro de 1951.
Art. 270 - Fora dos casos incluídos no artigo anterior, a Art. 285 - Os decretos de provimento de cargos públicos,
importância da indenização poderá ser descontada do as designações para função gratificada, bem como todos os
vencimento ou remuneração, não excedendo o desconto à atos ou portarias relativas a direitos, vantagens, concessões e
quinta parte de sua importância líquida. licenças só produzirão efeito depois de publicados no órgão
Parágrafo único - O desconto poderá ser integral, quando oficial.
o funcionário, para se esquivar ao ressarcimento devido, Art. 286 - (Revogado pelo art. 1º da Lei Complementar nº
solicitar exoneração ou abandonar o cargo. 70, de 30/7/2003.)
Art. 271 - Será suspenso por noventa dias, e, na Art. 287 - Aos funcionários que trabalham ou tenham
reincidência demitido o funcionário que fora dos casos trabalhado pelo menos cinco anos nas oficinas das “Minas
expressamente previstos em lei, regulamentos ou regimentos, Gerais", em serviço noturno, abonar-se-ão setenta e dois dias,
cometer a pessoas estranhas às repartições, o desempenho para efeito de aposentadoria, em cada ano que for apurado.
de encargos que lhe competirem ou aos seus subordinados. Parágrafo único - Consideram-se funcionários das
Art. 272 - A infração do disposto no art. 162 importará a oficinas das “Minas Gerais", para os fins deste artigo, os
perda total do vencimento ou remuneração e, se a ausência pertencentes à:
exceder a trinta dias, a demissão por abandono do cargo. a) revisão;
Art. 273 - A responsabilidade administrativa não exime o b) composição;
funcionário da responsabilidade civil ou criminal que no caso c) impressão;
couber, nem o pagamento da indenização a que ficar obrigado d) expedição.
o exime da pena disciplinar em que incorrer. e) Art. 288. - Os artigos 288 e 289 foram derrogados pelo
Art. 274 - A autoridade que deixar de proferir o julgamento Art. 40, §§ 1º e 4º, da CF.
em processo administrativo no prazo marcado no art. 229, será Art. 290 - As professoras e diretoras do ensino primário que por
responsabilizada pelos prejuízos que advierem do qualquer circunstância tenham prestado ou estejam prestando
retardamento da decisão. serviços aos Departamentos Administrativos das Secretarias do
Estado, terão direito à contagem do tempo de serviço, para efeito do
TÍTULO IX pagamento de seus quinquênios e aposentadoria no quadro a que
Das Disposições pertencem, conforme prevê a Constituição do Estado.
Finais e Transitórias Art. 291 - O funcionário, que, não obstante aposentado, tenha
Art. 275 - A nomeação de funcionário obedecerá a ordem permanecido, a qualquer título, por exigência do serviço, sem
de classificação dos candidatos habilitados em concurso. solução de continuidade, a serviço do Estado, e ainda permaneça
Art. 276 - É vedado ao funcionário trabalhar sob as ordens na data desta lei, terá sua aposentadoria revista, sendo-lhe
de parentes até segundo grau, salvo quando se tratar de atribuídos proventos correspondentes aos vencimentos da situação
função de imediata confiança e de livre escolha, não podendo nova, do cargo em que aposentou nos termos da Lei 858, de 29 de
exceder a dois o números de auxiliares nessas condições. dezembro de 1951, e as vantagens da presente lei, relativas à
Art. 277 - Poderá ser estabelecido o regime do tempo inatividade.
integral para os cargos ou funções que a lei determinar. Parágrafo único - A prova dos requisitos relacionados neste artigo
Art. 278 - O órgão competente fornecerá ao funcionário será feita por certidão visada pelo chefe da repartição onde trabalhe
uma caderneta de que constarão os elementos de sua o aposentado beneficiário, da qual constem elementos objetivos que
identificação e onde se registrarão os atos e fatos de sua vida atestem a permanência no serviço e o efetivo exercício, sendo o
funcional, essa caderneta valerá como prova de identidade, respectivo título apostilado pela mesma autoridade.
para todos os efeitos, e será gratuita. Art. 292 - Ficam derrogados os artigos 5º da Lei 346, de 30 de
Art. 279 - Considerar-se-ão da família do funcionário, dezembro de 1948, e 25, I, "a", da Lei 347, da mesma data, no que
desde que vivam às suas expensas e constem do seu se referem ao limite máximo de idade para a admissão de
assentamento individual: extranumerários.
I - o cônjuge; Art. 293 - A concessão de diária ao funcionário nos termos dos
II - as filhas, enteadas, sobrinhas e irmãs solteiras e artigos 139 e seguintes, desta lei, fica condicionada a regulamento.
viúvas; - os filhos, enteados, sobrinhos e irmãos menores de Parágrafo único - Enquanto não for baixado o regulamento de que
18 anos ou incapazes; trata este artigo, as diárias serão concedidas nos termos da
III –os pais; legislação anterior.
V - os netos; Art. 294 - A concessão de licença para tratamento de saúde,
I - os avós; prevista nos artigos 158, item I e 170, desta lei, fica condicionada a
VII - os amparados pela delegação do pátrio poder. regulamento.
Art. 280 - Os prazos previstos neste Estatuto serão, todos, Parágrafo único - Enquanto não for baixado o regulamento a que se
contados por dias corridos, salvo as exceções previstas em lei. refere este artigo, as licenças para tratamento de saúde serão
Art. 281 - O provimento nos cargos e transferências, a concedidas nos termos da legislação anterior à vigência desta le
Raciocínio Lógico

RACIOCÍNIO LÓGICO: RESOLUÇÃO DE que sempre existem frações capazes de representá-los. Estas
PROBLEMAS ENVOLVENDO FRAÇÕES, frações são denominadas frações geratrizes.
CONJUNTOS, PORCENTAGENS, como determinar uma fração geratriz
SEQUENCIAS (COM NÚMEROS, COM
FIGURAS, DE PALAVRAS) 1o Caso - Números com expansão decimal finita
A quantidade de algarismos depois da vírgula
números Racionais dará o número de “zeros” do denominador:

Operações e Propriedades 816


8,16 =
Dados dois númerosinteiros a e b, com b  0, denomina- 100
a
mos número racional atodo número x =  , tal que x  b = a . 52,4 =
524
b
a 10
x =  x  b = a (com a  Z e b  Z*)

b 0035
0,035 = = 35
1000 1000
Representação Fracionária
2o caso - Dízimas Periódicas

Denominamos representação fracionária ou simples-


mente fração à expressão de um número racional na forma Seja a,bc...nppp... uma dízima periódica onde
a. os primeiros algarismos, indicados generica-
b mente por a , b , c...n , não fazem parte do
período p.
abc... np − ab... n
Representação Decimal de um número Racional A fração será uma geratriz da
99...900...0
A representação decimal de um número racional poderá dízima periódica a,bc...nppp... se:
resultar em um do três casos seguintes: 1o - o número de ‘noves’ no denominadorfor
igualàquantidade de algarismosdoperíodo;
Inteiro 2o - houver um ‘zero’ no denominador para
cada algarismo aperiódico (bc...n) após a
Neste caso, a fração correspondente ao inteiro é deno- vírgula.
minada fração aparente.
Exemplo:
14 –9 0 período: 32 (dois “noves” no denomina-
=7 = –1 =0

2 9 13 dor)
atrasode 1 casa(1“zero” nodenominador)
Expansão Decimal Finita parte não-periódica: 58
fração geratriz:
Neste caso, há sempre uma quantidade finita de alga-
rismos na representação decimal. 5832 − 58 5774
=
990 990
–3 5 3
= –1,5 = 1,25 0,375
2 4 8 período: 4 (1 “nove” no denominador)
atraso de duas casas (2 “zeros”)
Expansão Decimal Infinita Periódica parte não-periódica: 073
fração geratriz:
Esta representação também é conhecida como dízima
periódica pois, nela, sempre ocorre alguma sequência finita 0734 − 073 734 − 73 661
de algarismos que se repete indefinidamente. Estasequência = =
é denominada período. 900 900 900
ORCE CONCURSOS

1 1 período: 034 (três “noves” no denomi-


= 0,333... = 0,1666... nador)
3 6
não houve atraso do período (não ha-

Determinação de uma Fração Geratriz


período: 52 (dois “noves”)
Divisão Envolvendo Frações
não houve atraso do período (não haverá
“zeros” no denominador) Para efetuar uma divisão onde pelo menos um dos
parte não periódica: 0 números envolvidos é uma fração, devemos multiplicar o
052 0− 52 primeiro número (dividendo) pelo inverso do segundo
fração geratriz: =
99 99
(divisor).

2 4 2 7 27 14 7 1
NÚMEROS MISTOS  =  = = ⎯s⎯
imp⎯
lif. ⎯
po⎯
r 2→ =1
3 7 3 4 3 4 12 6 6
Dados três números inteiros n, a, e b, com n  0 e 0 <
a < b, denomina-se número misto à representação de um 1 4 1 5 15 5
 =  = =
número racional escrito sob a forma 3 5 3 4 3  4 12
a a
n =n+
3 2 5 25 10
b b 2 =  = =

5 1 3 1 3 3
Se numa divisão inteira não exata o valor absoluto do
dividendo for maior que o do divisor, então, pode-se repre-
=11=1
1 1 1
sentar o seu resultado por um número misto. 5= 
6 6 5 6  5 30
Exemplo:
A divisão inteira de 30 por 7 não é exata, dando quo- Atenção:
ciente 4 e resto 2. Então, pode-se escrever: Não faça contas com dízimas periódicas.
30 2 Troque todas as dízimas periódicas por frações geratrizes
=4 antes de fazer qualquer conta.
7 7

Adição e Subtração de Frações Exemplo:

com Denominadores Iguais Calcular:

0,6  0,222... = ?
Conserva-se odenominador, adicionando ou subtraindo 6 2
= 
os numeradores. 10 9
6 9 54
3 5 7 3+5−7 1 =  = = 2,7
+ − = =
20 20 20 20 20 10 2 20

com Denominadores Diferentes Exercícios Resolvidos


Substituem-se as frações dadas por outras, equivalentes, 1. Calc1ular2os resultados das expressões abaixo1: 4
cujo denominador será o MMC dos denominadores dados: 8+3

1 3 1 m.m.c(6, 4, 2)=12 2 9 6 2 + 9−6 5 a) c) 2 3 5


2 5

+ − ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ + − = = 
5 3
6 4 2 12 12 12 12 12 b) 15 − 2 d) 1  1 3
6 4 2 4
5 1 1 10 3 6 10 + 3 − 6 7
+ − = + − = =
6 4 2 12 12 12 12 12
F
Soluçõe1s: I F 2 I F 12I
Multiplicação de Frações a) 8 + + 3+ = (8 + 3) + +

H 2K H 5K H 25K
Para multiplicar duas ou mais frações deve-se: = 11 + F 1 + 2 I = 11 + F 5 + 4 I = 11 9
1o) multiplicar os numeradores, encontrando o novo H2 5 K H10 10 K 10
numerador;
2o) multiplicar os denominadores, encontrando o novo F 5I F 3 I F 5 3I
denominador. 3
=
2 1 6
2  =
 1 3 ⎯s⎯ ⎯⎯ ⎯
implific. por
1 F
I = 1  1 4 +3 = 1  7 =
 1+
3
Como a quantia inicial foi representada por 5x, tem-se:

d) 2 H 4K 2 4 2 4 5x = 5 × 45 = 225,00

1 4 4 simplif. por 2 2
 = ⎯ ⎯ ⎯ ⎯⎯→ Cínthia levava, inicialmente, R$225,00.
2 7 14 7

7. Um rapaz separou 1/10 do que possuía para comprar


2. Determinar a fração geratriz de 0,272727... . umpardesapatos; 3/5 para roupas, restando-lhe, ainda,
R$ 180,00. Quanto o rapaz tinha?
Solução:
27 27  9 3
0,272727... = = = Solução:
99 99  9 11 Seja 10x a quantia inicial (pois tem décimos e tem
quintos exatos)
3. Quanto valem dois terços de 360? Rsapatos: 1 de 10x = x
||
Solução: 10

10x S roupas:
3
de 10x = 6x
2 2 2  360

3
de 360 =
3
 360 =
3
= 240 | 5

Então, dois terços de 360 são 240.


|Trestante: 180,00
7  7
inicial gasto s resto
4. Se três quartos de x valem 360, então quanto vale x? 10x − x − 6x = 180
3x = 180
Solução: x = 60
3
de x = 360 → 3  x = 360

4 4
Portanto, o valor inicial era:
4  360
3  x = 4  360 → x = = 480
3 10x = 10 × 60 = 600,00 reais

Então, x vale 480. O rapaz tinha, inicialmente, R$ 600,00.

5. Determinar uma fração que corresponda a dois terços 1


8. De um reservatório, inicialmente cheio, retirou-se do
de quatro quintos. 4
2
Solução: volume e, em seguida, mais 21 litros. Restaram, então
5
2 4 2 4 24 8 dovolumeinicial.Qualacapacidadedestereservatório?
de =  = =
3 5 3 5 3  5 15
8 Solução:
Então, uma fração correspondente será . Seja 20x o volume do reservatório (pois tem quartos e
15
quintos exatos).
6. Cínthia gastou em compras três quintos da quantia que R1ª retirada: 1
levava
Cínthia,einicialmente?
ainda lhe sobraram R$ 90,00. Quanto levava | 4
de 20x = 5x

S|
20x 2ª retirada: 21 litros
Solução: |T
resto:
2
5
de 20x = 8x
O problema menciona quintos da quantia que Cínthia
levava. Pode-se indicar a quantia inicial por 5x (pois 5x
tem quintos exatos).
8 
ret
in icial irad
as re
sto
20x − 5x − 21 = 8x
a Inicialf R|gastos: 3 de 5x = 3x isolando os termos em “x” tem-se:

S 5
5x |Tsobram: 90,00
URSOS

Assim, tem-se:
1 Juntando todas as balas tem-se:
9. Rogério gastou 2 do que tinha e, em seguida,
3x = x + x + 2 = 25
4
3

do resto, ficando ainda com R$ 300,00. Quanto Rogério isolando “x” na igualdade tem-se:
possuía inicialmente? 3x – x – x = 2 + 25
x = 27
Solução:
Seja 12x a quantia inicial de Rogério: Logo, o total de balas é: 3x = 3 × 27 = 81 balas.
2 1
− de 12x − de 4x EXERCÍCIOS PROPOSTOS
3 4

= 300,00 (resto) 1. Efetue as expressões abaixo.


(–8x) (–x) 1 2 3 1 1 1
a) + − b) 5 + 2 − 4
2 3 4 3 5 2
3x = 300
x = 100
2. Efetue as multiplicações abaixo.
Logo, a quantia inicial de Rogério era:
1 1
a) 2  15 b) 1  2

12x = 12 × 100 = 1.200 reais 5 16 3 2


3. Efetue as divisões abaixo.
Rogério possuía, inicialmente, R$ 1.200,00.
b) 2 1  1 
3 6
a)  

2 4 7 2 3
10. Um estojo custa a mais que uma caneta. Juntos eles
3

valem R$ 16,00. Quanto custa cada objeto? 4. Julgue os itens abaixo em verdadeiros (V) ou falsos (F).
( ) 0,321321321... = 107
Solução: 333
Como o preço do estojo foi indicado para dois terços a

mais que o preço da caneta, faremos:


( ) 0,00333... = 1
300
caneta: 3x

2 1.114 557
estojo: 3x + de 3x = 3x + 2x = 5x ( ) 12,37777... = =
3 90 45
Juntos eles valem R$ 16,00:
5. Quanto valem três quintos de 1.500 ?
ca
neta es
tojo 6. Se cinco oitavos de x são 350, então, qual é o valor de x?
=
3x + 5x 16 7. Que fração restará de x se subtrairmos três sétimos do
8x = 16 seu valor?
x=2 8. Se subtrairmos três sétimos do valor de x e, em seguida,
Então: retirarmos metade do restante, que fração restará de x?
a caneta custa: 3x = 3 × 2 = 6 reais 9. Determine o valor da expressão 6,666...  0,6.
o estojo custa: 5x = 5 × 2 = 10 reais 10. Determine o valor da expressão 0,5  0,16666... .
2
11. Um pai distribui certo número de balas entre suas três 11. Um garoto possui da altura de seu pai que correspon
1 3
filhas de tal modo que a do meio recebe do total, a 4
dem a da altura de seu irmão mais moço. Qual é a
3
3
mais velha recebe duas balas a mais que a do meio, altura deste último se a altura do pai é 180 cm?
enquanto a mais nova recebe as 25 balas restantes. 3
Quantasbalas,aotodo,opaidistribuiuentresuasfilhas? 12. No primeiro dia de uma jornada, um viajante fez do
5
Solução: percurso. No segundo dia, andou 1 do restante. Quanto
Seja o total de balas representado por 3x: 3
Ra do meio: de 3x = x
1 falta para completar a jornada se o percurso completo
|
(total) | 3
é de 750 km?
13. Se um rapaz separar o dinheiro que tem em três partes,
3x S
| a mais velha: x+2
sendo a primeira igual à terça parte e a segunda igual à
|Ta mais nova: 25 metade do total, então a terceira parte será de R$ 35,00.
Quanto dinheiro tem este rapaz?
14.
15. A idade de Antônio é da idade de Benedito, César tem
6
metade da idade de Antônio e Dilson tem tantos anos
quantos César e Antônio juntos. Quais são as idades de cada
um deles se a soma das quatro idades é 54 anos?
16. Asoma de três númerosé 110. Determinar omaior deles
sabendo que o segundo é um terço do primeiro e que o
3
terceiro é da soma dos dois primeiros.
8
17. Dividir R$ 270,00 em três partes tais que a segunda seja um
terço da primeira e a terceira seja igual à soma de um
duodécimo da primeiracom um quarto da segunda.
18. Determine o preço de custo de uma mercadoriasabendo que
1
haveria um lucro de do preço de custose ela fosse vendida
por R$ 60,00. 5
1
19. Um comerciantegastou do que tinha em sua contacor-
5
2
rente.Emseguida,gastou dorestanteficandoaindacom
7
um saldo de R$ 2.000,00. Considerando que havia inicial-
5
mente na conta corrente do total que ocomerciante
6
possuía entre uma conta de poupança e a conta corren- te,
determine o valor que havia na conta de poupança.
20. Se adicionarmos a terça parte de um número à sua metade
o resultado obtido será 3 unidades menor que o número
inicial. Qual é este número?
21. Márcio tinha R$ 116,00 que estavam divididos em partes
diferentes entre os dois bolsos da calça que usava. Se ele
gastasse a quinta parte do que havia no bolso esquerdo e a
sétima parte do que havia no bolso direito restariam quantias
iguais nos dois bolsos. Quanto havia em cada bolso?
FORCE CONCURSOS

GABARITO

5 3 7
1. a) 2. a) 3. a)
12 8 8
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS O conjunto P dos números pares compreendidos entre
1 e 15 compreende os números 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 14. O
noção de conjunto e de Elemento número 6 é um elemento deste conjunto porque ele é
par e está compreendido entre 1 e 15, mas os números
Entenderemos como um conjunto qualquer coleção 5 e 20 não são, pois 5 não é par e 20, embora seja par,
ou lista que reúna todos os objetos, pessoas, números não está compreendido entre 1 e 15.
etc., que tenham algum a característica ou propriedade P = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14}
em comum. Cada um destes objetos, pessoas, números 6P
etc., capazes de satisfazer todasascaracterísticas que 5P
determinam um conjun- to, é chamado elemento do 20  P
conjunto. Por outro lado, quando não satisfaz alguma
das características que determinam o conjunto, diz-se conjunto Vazio
que este objeto não é elemento do conjunto.
Dizemos que um conjunto é vazio quando ele não tem
Relação de Pertinência qualquer elemento.
Se o conjunto A é vazio, indicamos isto anotando:
Se x é um elemento de um conjunto A,
entãodizemosque xpertence ao conjunto A e podemos A=
indicar isto como x  A. Se x não é um elemento de um ou
conjunto A, então dize- mos que x não pertence ao A={}
conjunto A e podemos indicar
isto como x  Diagramas de Euler-Venn
A.
Os diagramas de Euler-Venn representam os conjuntos
Exemplo:
1 1 7 através de regiões do plano limitadas por curvas ou linhas
b) 3 b) 3 b) 1 poligonais fechadas. Os elementos de um conjunto serão os
30 3 8 pontos que estiverem dentro da região que o representa,
4. V,V, V 5. 900 6. 560 enquanto que todos os pontos que estiverem fora da mesma
4 2 região não serão elementos daquele conjunto.
7. 8. 9. 4
7 7 Exemplo:

10.3 11. 90 cm 12. 200km No diagrama a seguir, o conjunto de todas as pessoas


está representado pela região interior ao retângulo P, e
13. R$ 210,00
o conjunto das pessoas que falam espanhol, pela região

FORCE CONCURSOS
14. Antônio: 6 anos, Benedito: 36 anos, César: 3 anos e interior à oval E:
Dilson: 9 anos
15. 60
16. R$ 180,00; R$ 60,00; R$ 30,00
17. R$ 50,00
18. R$ 700,00
19. 18
20. R$ 60,00 no bolso esquerdoe R$ 56,00 no bolso direito
A letra x representa algo que não é uma pessoa, pois 4a – Se um conjunto A tem n elementos, então existem
está fora do conjunto P (x  P).
n
2 subconjunto possíveis de A.
A letra y representa uma pessoa que não fala espanhol,
pois y está fora do conjunto E (y  E). conjunto das Partes de um conjunto
A letra z representa uma pessoa que fala espanhol
(z  P e z  E). Dado um conjunto A qualquer, chamamos de conjunto
das partes de A ao conjunto que reúna todos os subconjunto
Subconjunto e Relação de Inclusão possíveis de A.

Dizemos que B é um subconjunto do conjunto A quando O conjunto das partes de A é indicado por P(A).
todos os elementos de B também são elementos de A.
Quando B é um subconjunto de A, podemos dizer que P(A) = { X / X  A}
B está contido em A e escrevemos:
Exemplo:
BA Seja A = { 1, 2, 3}. O conjunto das partes de A é:

Exemplo: P(A) = { , {1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, A }
O conjunto B = {3, 4} é um subconjunto do conjun- to
A = {1, 2, 3, 4, 5} e podemos anotar isto como B  Atenção: Cada um dos elementos de P(A) é um dos
A, pois todos os elementos de B também são ele- subconjuntos de A. Portanto, o número de elementos de
mentos de A. P(A) é sempre igual ao total de subconjuntos possíveis de A,
ou seja: 2n, onde n é o número de elementos do conjunto
Se pelo menos um dos elementos de B não pertencer ao A. No exemplo anterior, A tem 3 elementos e P(A) tem 23 =
conjunto A, então B não será um subconjunto de A e diremos 8 elementos.
que B não está contido em A, escrevendo:
Igualdade entre conjuntos
BA
Dizemos que dois conjuntos quaisquer, A e B, são iguais
Exemplo: e anotamos A = B se e somente se A é um subconjunto de B
O conjunto M = {3, 4} não é um subconjunto do conjunto e também B é um subconjunto de A.
N = {2, 4, 6, 8, 10} e podemos anotar isto como M  N,
A = B  A B e B A
pois algum dos elementos de M não pertence a N (3
M e 3  N).
Exemplo:
Os conjuntos A = {1; 2; 3}, B = {2; 3; 1} e C = {1; 1; 2; 3;
Obs.: Se B está contido em A (B  A), então também
1; 3} são todos iguais pois:
podemos dizer que A contém B (que pode ser anotado
como A  B).
Todos os elementos de A pertencem a B e vice-versa.
Logo A = B.
BAAB Todos os elementos de B pertencem a C e vice versa.
Logo B = C.
“B está contido em A”  “A contém B”
Como A = B e B = C, então temos, também, que A = C.
De modo análogo, se B não está contido em A (B  A),
entãotambém podemos dizer que A não contém B (que pode Interseção de conjuntos
ser anotado como A B).
BAA   B Dados dois conjuntos, A e B, a interseção destes con-
juntos compreende todo aquele que seja elemento de A e
“B não está contido em A”  “A não contém B” também de B, simultaneamente.
A interseção do conjunto A com o conjunto B pode ser
Algumas Propriedades da Inclusão indicada por A  B (lê-se A interseção B), ou pela expressão
A e B.
1a – O conjunto vazio é subconjunto de qualquer con-
junto dado. A  B = {todo x tal que x  A e x  B}

  A, para qualquer conjunto A. Observe o diagrama abaixo, cuja interseção dos


conjuntos A e B, A  B, está indicada pela parte sombreada:
2a – Qualquer conjunto é subconjunto de si mesmo.
FORCE CONCURSOS

A  A, para qualquer conjunto A.

3a – Se o conjunto A é subconjunto do conjunto B e este


B é subconjunto do conjunto C, então o conjunto A é
subconjunto de C.

ABCAC
Propriedades da Interseção de conjuntos Diferença de conjuntos

1a – A ordem dos conjuntos não altera o resultado de Dados dois conjuntos, A e B, a diferença do conjunto A
sua interseção. para o conjunto B, nesta ordem, compreende todo aquele
que seja elemento de A e não seja elemento de B.
AB=BA A diferença do conjunto A para o conjunto B pode ser
indicada por A-B (lê-se A menos B), ou pela expressão A e
2a – A interseção de conjuntos é associativa, ou seja: não B.
(A  B)  C = A  (B  C) A−B = {todo x tal que xA e xB}

3a – Se A é subconjunto de um conjunto B qualquer, A diferença de A para B, A-B, está representada pela


então: parte sombreada do diagrama seguinte:

AB=A

4a – Dois conjuntos quaisquer, A e B, são chamados


disjuntos quando sua interseção é o conjunto vazio.
A  B =   A e B são disjuntos

União de conjuntos

Dados dois conjuntos, A e B, a união desses conjuntos


compreende todo aquele que seja elemento de A ou de B Propriedades da Diferença de conjuntos
ou de ambos. 1a – A ordem dos conjuntos normalmente altera o re-
A união do conjunto A com o conjunto B pode ser indi- sultado de sua diferença.
cada por A  B (lê-se A união B), ou pela expressão A ou B.
A  B = {todo x tal que x  A ou x  B} A – B  B – A (sempre que A  B)

A união dos conjuntos A e B, A  B, está indicada pela 2a – A diferença de conjuntos não é associativa, ou seja:
parte sombreada do diagrama abaixo:
(A – B) C  A – (B – C) (usualmente)

3a – Se A é subconjunto de um conjunto B qualquer,


então:

A–B=

complemento de um conjunto

Seja A um subconjunto qualquer do conjunto U, chama-


Propriedades da União de conjuntos -se complemento de A em relação ao conjunto U ao conjunto
1a – A ordem dos conjuntos não altera o resultado de que compreende todos os elementos de U que não sejam
sua união. elementos de A.
Quando não houver dúvidas sobre qual deva ser o
AB=BA
conjunto U do qual se pretende determinar o complemento
do conjunto A, o complemento de A poderá ser indicado
2a – A união de conjuntos é associativa, ou seja:
por ~A (lê-se complemento de A) ou pela expressão não-A.
(A  B)  C = A  (B  C) A parte sombreada no diagrama abaixo indica o com-
plemento do conjunto A, ~A.
3a – Se A é subconjunto de um conjunto B qualquer,
então:
FORCE CONCURSOS

AB=B

4a – Dados três conjunto quaisquer, A, B e c, valem


sempre as seguintes igualdades:
A  (B  C) = (A  B)  (A  C)

A  (B  C) = (A  B)  (A  C)
Um tipo de exercício especial Representando num diagrama os conjuntos considera-
dos, tem-se:
Nos problemas de raciocínio que envolvem conjuntos,
deve-se estudar as características que determinam cada um
dos conjuntos dados, bem como as relações existentes entre
os elementos desses conjuntos, de maneira que se possa con-
cluir algo novo sobre os conjuntos ou sobre seus elementos.
Ouso de diagramas frequentemente facilitaoentendimento
de tais problemas, simplificando a sua resolução.

Exemplos:
1. De um grupocom 300 alunos de línguas, 170 estudam A proporção das pessoas que leem “A Gazeta” e “A
inglês e 180 estudam espanhol. Considerando que, Tribuna” (um sexto) tanto está incluída na fração dos que
neste grupo, ninguém estude qualquer outro idioma, leem o primeiro jornal (metade dos elementos do grupo),
quantos alunos dedicam-se tanto ao estudo da língua quanto na terça parte dos que leem osegundo jornal. Então,
de Sakespeare quanto ao da de Cervantes? a fração de pessoas que lê algum dos dois jornais (“A Gazeta”
ou “A Tribuna” ou os dois) é:
Solução:
(1/2)+(1/3)-(1/6)
Se somarmos onúmero de alunos de inglês (170), com o
de alunos de espanhol (180), encontraremos 170 + 180 =
= (3/6)+(2/6) -(1/6) = 4/6 = 2/3
350, ou seja, 50 alunos a mais do que o total. Isto ocorreu
porque, ao somarmos os dois números, tomamos duas
Se dois terços dos entrevistados leem algum dos dois
vezes o número daqueles que se dedicam ao inglês e
jornais, então o um terço restante não lê “A Gazeta” nem
ao espanhol. Logo, o número de alunos que estudam “A Tribuna”.
os dois idiomas é 50.

Pode-se chegar a esta conclusão também com o auxílio EXERCÍCIOS PROPOSTOS


do seguinte raciocínio:
Considere o diagrama a seguir, onde I é o conjunto de 1. Para que {2, 9, 5, 7, x} = {2, 3, 5, 7, 9}, o valor de x deve
todos os alunos que estudam inglês e E, o de todos os alunos ser:
que estudam espanhol. O x representa o número de alunos a) 5
que estudam tanto inglês quanto espanhol. b) 7
c) 3
d) 2
e) 9

2. Sabendo que A  B = {5, 6, 7}, A = {4, m, 6, 7} e B = {1, m,


n, 7, 9} então os valores de m e n são, respectivamente:
a) 4 e 6
b) 5 e 6
Uma vez que x representa o uma parte dos 170 alunos c) 6 e 5
que estudam inglês, restam 170-x que estudam inglês mas d) 6 e 4
não estudam espanhol. Do mesmo modo, x também repre- e) 1 e 6
senta parte dos 180 alunos que estudam espanhol, restando
180-x que estudam espanhol mas não estudam inglês. 3. Sejam M, N e P três conjuntos tais que
Como a soma dos três números deve dar 300, devemos
fazer: M  N = {1, 2, 3, 5} e M  P = {1, 3, 4},

170-x + x +180-x = 300 então M  N  P é:


170 +180-x = 300 a) 
350-x = 300 b) {1, 3}
x = 50 c) {1, 3, 4}
d) {1, 2, 3, 5}
2. Num certo grupo de pessoas metade leem o jornal “A e) {1, 2, 3, 4, 5}
Gazeta”, um terço leem “A Tribuna” mas somente um
FORCE CONCURSOS

sexto delas leem estes dois jornais. Qual a fração que 4. Se A e B são dois conjuntos quaisquer tais que
representa as pessoas deste grupo que não leem nem A  B e A  , então:
“A Gazeta” nem “A Tribuna”? a) Sempre existe x  A tal que x  B
b) Sempre existe x  B tal que x  A
Solução: c) Se x  B então x  A
Cada uma das frações indica uma proporção entre a d) Se x  B então x  A
parte considerada e o total de pessoas do grupo. e) A  B = 
5. Sabe-se que: 10. Considere cada uma das afirmativas seguintes.
A  B  C = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10} (1) 0  {0, 1, 2, 3, 4}
A  B = {2, 3, 8} (2) {a}  {a, b}
A  C = {2, 7} (4)   {0}
B  C = {2, 5, 6} (8) 0  
A  B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} (16) {a}  

Nestas condições pode-se concluir que o conjunto C é: A soma dos valores correspondentes às afirmativas
a) {9, 10} Verdadeiras é:
b) {5, 6, 9, 10} a) 1
c) {2, 5, 6, 7, 9, 10} b) 3
d) {2, 5, 6, 7} c) 5
e) igual a A  B d) 7
e) 9
6. Na figura a seguir estão representados os conjuntos A,
B e C, todos não vazios. Assinale a alternativa que teria 11. Considere cada uma das afirmativas seguintes.
como resultado o conjunto correspondente à região (1) {a}  {a, {a}}
sombreada. (2) {a}  {a, {a}}
(4) {, a, {a}}  {a}
(8)   {a, {a}}
(16) {a, b}  {a, b, c, d}

A soma dos valores correspondentes às afirmativas


Verdadeiras é
a) 12
b) 13
c) 14
d) 15
e) 16

12. Dados os conjuntos: P = {0, 1, 3, 5}, Q = {1, 3, 5, 7} e R =


a) (A  B) – C {3, 8, 9}, oconjunto X, definido pela igualdade X = Q – (P
b) (A  C) – B  R) é:
c) (B  C) – A a) {1, 3, 5}
d) (B  A) – A b) {7}
e) (A  B) – B c) {7, 5, 8, 9}
d) {0, 8, 9}
7. Sejam os conjuntos A com 2 elementos, B com 3 ele- e) {1, 5, 7}
mentos e C com 4 elementos; então:
a) A  B tem no máximo 1 elemento. 13. Considere os seguintes conjuntos:
b) A  C tem no máximo 5 elementos. N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...} é o conjunto dos números naturais;
c) (A  B)  C tem no máximo 2 elementos. A = {x; x = 3n, com nN e x ≤ 30};
d) (A  B)  C tem no máximo 2 elementos. B = {x; xN e x = 2n+1}.
e) A   tem no mínimo 2 elementos.
Se o conjunto X é tal que X  (A∩B) e (A∩B)–X = {3, 15,
8. O número de conjuntos X que satisfazem {1, 2}  X 
21}, então X é igual a:
{1, 2, 3, 4} é:
a) 
a) 3
b) 4 b) {3, 15, 21}
c) 5 c) {9, 27}
d) 6 d) {0, 6, 12, 18, 24, 27, 30}
e) 7 e) {0, 1, 5, 6, 7, 11, 12, 13, 18, 23, 24, 25, 27, 29, 30}

9. Dado o conjunto A = {0, {0}, , {}}, considere as afir- 14. Se X, Y e X ∩ Y são conjuntos com 50, 90 e 30 elemen-
mativas: tos, respectivamente, então o número de elementos do
I – {0}  A conjunto X  Y é:
II – {0}  A a) 90
FORCE CONCURSOS

III –   A b) 100
IV –   A c) 110
d) 120
Com relação a estas afirmativas é correto dizer que: e) 130
a) Todas são verdadeiras.
b) Apenas a I é verdadeira. 15. Numa pesquisa feita com 290 pessoas a respeito da
c) Apenas a II é verdadeira. audiência de dois filmes, A e B, apurou-se que:
d) Apenas a III é verdadeira. - 130 das pessoas consultadas assistiram ao filme A;
e) Todas são falsas.
- Somente 50 dentre todas as pessoas consultadas as- CONJUNTOS E INTERVALOS NUMÉRICOS
sistiram aos dois filmes;
- Dentretodos os pesquisados, apenas 60 não assistiram A seguir recordaremos alguns dos principais conjuntos
a A nem a B. numéricos.

Quantas pessoas assistiram ao filme B? conjunto dos números naturais


a) 100
b) 110 N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12...}
c) 130
As reticências que aparecem à direita significam que
d) 150 o conjunto dos números naturais tem infinitos elementos.
e) 170 Se n é um número natural qualquer, então n+1 é o
sucessor de n.
16. Uma empresa, fabricante de computadores, pretende O número natural n pode ser chamado antecessor de
lançar um novo modelo de notebook no mercado. Para n+1.
tanto, encomendou uma pesquisa sobre as preferências Todo número natural tem um sucessor.
dos consumidores entre dois modelos: Alfa e Beta. Das No lugar do termo sucessor também se pode empregar
400 pessoas consultadas, apurou-se o seguinte: sucessivo e seguinte.
- Ao todo, 150 pessoas consultadas gostaram somente Os números naturais n e n+1 são chamados consecu‑
do modelo Alfa. tivos.
- O número de pessoas consultadas que gostaram do
modelo Beta foi 240. Exemplos:
52 é o sucessor de 51;
- Apenas 60 dentre as pessoas consultadas gostaram
33 é o antecessor de 34;
dos dois modelos.
17 e 18 são números naturais consecutivos.
Com base nestes dados é correto dizer que o número Pode-se estender o conceito de consecutivos para três
de pessoas consultadas que: ou mais números naturais de várias maneiras que se mos-
a) gostaram do modelo Alfa é 150. tram úteis na resolução de certos problemas envolvendo
b) gostaram do modelo Beta mas não gostaram do esses números.
modelo Alfa é 190. Veja a seguir alguns casos mais comuns:
c) gostaram de um único dos dois modelos é 120.
d) não gostaram de nenhum dos dois modelos é 20. Três números naturais consecutivos:
e) não gostaram de algum dos dois modelos é 340.
n, n+1, n+2
ou
17. Um professor de Literatura sugeriu em uma classe a
leitura dos livros O Mulato, e Helena. Sabe-se que: n−1, n, n+1
- exatamente 20 alunos leram O Mulato;
Três números pares (ou ímpares) consecutivos:
- exatamente 15 alunos leram só o romance Helena;
- apenas 10 leram os dois livros; n, n+2, n+4
- 15 foi o número de alunos que não leram O Mulato ou
nem Helena. n−2, n, n+2

a) 20 foi o número de alunos que leram somente um Veja que podemos usar as mesmas representações
dos livros. para números pares consecutivos e para números ímpares
b) 15 foi o número de alunos que leram Helena. consecutivos, pois a diferença entre dois pares consecutivos
c) 25 foi o número de alunos que não leram algum dos ou dois ímpares consecutivos é sempre igual a 2.
dois livros.
d) 30 foi o número de alunos que leram Iracema. conjunto dos números Inteiros (ou Inteiros
e) 50 era o número de alunos dessa classe. Relativos)
Z = {... -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...}
GABARITO
Observe que todos os elementos do conjunto N também
pertencem ao conjunto Z. Portanto, N é um subconjunto de
Z e podemos dizer que N está contido em Z.
FORCE CONCURSOS

N Z

Veja bem:

-3 > -6 (-3 é maior que -6)


-8 < -2 (-8 é menor que -8)
0 > -5 (0 é maior que -5)
Conjunto dos Números Inteiros Negativos Todos os números com uma quantidade finita de alga-
rismos depois da vírgula (decimais simples) pertencem ao
Z* = {... -6, -5, -4, -3, -2, -1} conjunto Q.
-
São exemplos:
Conjunto dos Números Inteiros não Positivos

3
Z- = {... -6, -5, -4, -3, -2, -1,0} 0,3 = 10  0,3  Q
516
Observe que o número zero pertence a este conjunto 5,16 =  5,16  Q
e, portanto, chamá-lo de inteiros negativos seria incorreto 100
dado que zero não é um número negativo.
2
 0,022  Q
Conjunto dos Números Inteiros Positivos
0,022 =
1000
Z*+= {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12...}
Todas as dízimas periódicas pertencem ao conjunto Q.
O uso do asterisco (*) junto ao símbolo de um conjunto Alguns exemplos são:
numérico qualquer que compreenda originalmente o elemen- 2
to zero indica que este elemento foi retirado do conjunto. 0,222... =  0,222...  Q
Alguns exemplos são: 9

N* = {1, 2, 3, 4, 5...} 1
0,1666... =  0,1666...  Q
Z* = {...-4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...} 6

Conjunto dos Números Inteiros não Negativos 21,434343... = 2122  21,434343...  Q


9
Z + = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11,12...}

Veja que o número zero também pertence a este con- conjunto dos números Reais
junto e, portanto, chamá-lo de “inteiros positivos” seria
incorreto porque zero não é um número negativo. O conjunto dos números reais compreende todos os
Note também que os elementos do conjunto Z + são os números que permitam representação na forma decimal,
mesmos do conjunto N. Portanto, podemos dizer que ocon- periódica ou não periódica. Isso compreende todos os
junto Z + é igual ao conjunto N ou, ainda, que o conjunto dos números inteiros, todos os números racionais e mais os
números inteiros não negativos e o conjunto dos números números irracionais (que não permitem representação
naturais são o mesmo conjunto. decimal periódica).
São exemplos de números reais:
Z+=N
2 = 2,000...
conjunto dos números Racionais
1/5 = 0,2000...
É o conjunto de todos os números x tal que b  x = a, para
algum par de números inteiros a e b, com a 0.
4/9 = 0,444...
a
Q = {x = / b  x = a , a  Z, b  Z*}
b
 = 3,141592653...
a
A representação , com a e b inteiros e b  0, é 2 = 1,414213...
b
denominada forma fracionária de um número racional ou
simplesmente fração. números Irracionais
Todas as frações cujo numerador seja um múltiplo do
denominador pertencem ao conjunto Z e, portanto, corres- Os números decimais não periódicos de expansão infi‑
pondem a números inteiros. nita, ou seja, aqueles que possuem infinitas casas decimais
em sua representação decimal, mas que nunca formam
Se m  Z e se a = m b, então: período, não pertencem ao conjunto Q. Estes números são
denominados irracionais.
a m  b m  b
FORCE CONCURSOS

a
= = =m Z São exemplos de números irracionais:
b b b b
2 = 1,4142135623731...
Assim, vemos que todos os números inteiros pertencem
ao conjunto Q e, desse modo, podemos dizer que o conjunto
Z está contido em Q.
 = 3,1415926535...

ZQ log10 (3) = 0, 477121254719662


A radiciação de um número natural qualquer ou resul- Intervalos de números Reais
tará também em um número natural ou resultará em um
número irracional. Denominamos intervalo de números reais qualquer
subconjunto do conjunto dos números reais que corresponda
 núm. natural a segmentos ou semirretas da reta dos números reais.

n
núm. natural =  ou Exemplos:
núm.irracional Observe as representações dadas a cada um dos inter-

valos seguintes:
Exemplos:
1) Representação de conjuntos: {x R / 5  x  9}
Representação gráfica:
36 = 6 (racional)

37 = 6,0827625... (irracional)

100 = 10 (racional) Representação com colchetes: [5;9]


Intervalo limitado, fechado, de extremos 5 e 9.
1000 = 31,622777... (irracional)
2) Representação de conjuntos: {x R / 5 < x < 9}
Representação de números Reais por Pontos na Reta Representação gráfica:
Orientada

Podemos representar todos os números reais como


pontos em uma reta orientada denominada reta numérica.
Representação com colchetes: ]5;9[
Inicialmente, escolhe-se um ponto sobre a reta para
Intervalo limitado, aberto, de extremos 5 e 9.
indicar o número zero.
3) Representação de conjuntos: {x R / 5 < x  9}
Representação gráfica:

Depois, marcam-se os demais números inteiros, man-


tendo sempre a mesma distância entre dois inteiros conse-
Representação com colchetes: ]5;9]
cutivos quaisquer, sendo:
Intervalo limitado, aberto à esquerda em 5 e fechado à
• os positivos, à direita de zero, a partir do 1 e em direita em 9 (é semiaberto).
ordem crescente para a direita;
• e os negativos à esquerda de zero, a partir do −1 e 4) Representação de conjuntos: {x R / 5  x < 9}
em ordem decrescente para a esquerda; Representação gráfica:

Representação com colchetes: [5;9[


Todos os demais números reais não inteiros, racionais Intervalo limitado, fechado à esquerda em 5 e aberto à
ou irracionais, podem ser localizados entre dois números direita em 9 (é semiaberto).
inteiros.
Observe, por exemplo, onde estão localizados os núme- 5) Representação de conjuntos: {x R / x  5}

ros − 2 , 3/5 e : Representação gráfica:

− 2 = −1,41421356237...
FORCE CONCURSOS

3/5 = 0,6
Representação com colchetes: [5;+[
 = 3,1415926535... Intervalo fechado à esquerda em 5 e ilimitado à direita.

6) Representação de conjuntos: {x R / x  9}
Representação gráfica:
Representação com colchetes: ]−;9] 3. Se p e q são números inteiros quaisquer, com q  0,
então é correto afirmar que:
Intervalo ilimitadoàesquerda e fechado à direita em 9. p
a) é um número inteiro.
Repare bem que nos exemplos acima sempre temos: q
p
b) p + q é um númerointeiro.
- uma bolinha cheia ( • ) no extremo de um intervalo,
que significa que o número associado aesse extremo p+q
pertence ao intervalo. Na representação que usa c) é um número inteiro.
q
colchetes, será representada por um colchete voltado p
“para dentro” no lado correspondente; d) é um número inteiro se, e somente se, existir
q
- uma bolinha vazia ( o ) no extremo de um intervalo, um inteiro k tal que p = kq.
que significa que onúmero associado aesse extremo

não pertence ao intervalo. Na representação que usa p q


e) sendo inteiro, tem-se também que é inteiro.
colchetes, será representada por um colchete voltado
q p
“para fora” (invertido) no lado correspondente;
- os colchetes do lado de + e de − são sempre
voltados “para fora”. 4. Considere as afirmativas abaixo para responder o que
se pede.
Observações: I – Entre dois números racionais quaisquer, p e q, com
p  q, existe sempre um outro número racional.
1) Os símbolos + e − podem ser lidos como “mais
II – Não se pode determinar qual é o menor número
infinito” e “menos infinito”, respectivamente;
racional positivo.
2) No caso dos intervalos semiabertos também se pode
empregar um parêntese no lugar do colchete que está vol- III – O conjunto Q+ reúne todos os números racionais
positivos.
tado “para fora”.
IV – A soma e o produto de dois números racionais
Assim, podemos escrever:
quaisquer é sempre um número racional.
[−5; 12[ = [−5; 12)
O número de afirmativas corretas é:
]−5; 12] = (−5; 12] a) 0.
b) 1.
3) Não use parênteses para representar intervalos c) 2.
abertos, pois o resultado se confundiria com a representação d) 3.
de par ordenado. e) 4.
(−5; 12) é o par ordenado de abscissa x = −5 e ordenada
y = 12. 5. O intervalo de números reais definido como:

EXERCÍCIOS PROPOSTOS {x R / −2 < x  9}

1. Considere as seguintes afirmativas a respeito dos nú- É corretamente representado por:


meros naturais. a) ] −2;9]
I – Todo número natural tem um sucessor. b) [ −2;9]
II – Todo número natural tem um antecessor. c) [ −2;9[
III – Todos os números da forma 2n (com n  N) são d) ] −2;9[
números pares. e) ( −2;9)
IV – Todos os números da forma 2n+1 (com n N) são
números ímpares. 6. O intervalo de números reais definido como:
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e III são corretas. ] −;−6]
b) Somente a afirmativa IV é incorreta.
c) Somente a afirmativa II é incorreta. É corretamente representado por:
d) Todas as afirmativas são corretas. a) {x R / −  x  −6}
e) Todas as afirmativas são incorretas. b) {x R / − < x  −6}
c) {x Q / x < −6}
2. Um caixa automático de banco está operando somente d) {x Q/ x −6}
com notas de 5 e de 10 reais. Um usuário fez um saque e) {x R / x −6}
FORCE CONCURSOS

de R$100,00. Pode-se concluir que dentre as notas


retiradas: 7. Considere p e d, respectivamente, as medidas do
a) o número de notas de R$10,00 é par. perímetro e do diâmetro de uma circunferência. Sa-
b) o número de notas de R$5,00 é par. p
c) o número de notas de R$10,00 é ímpar. bendo que a razão é igual ao número irracional
d
d) o número de notas de R$5,00 é ímpar.
e) o número de notas de R$5,00 é par e o de R$10,00  = 3,1415926535..., identifique a alternativa correta.
é ímpar. a) p e d são números racionais.
b) Se p for um número irracional, então d deverá ser, 14. Dentre as proposições dadas a seguir, assinale a única
também, um número irracional. falsa.
c) O produto pd é necessariamente um número irracio- a) 3,999... não é um número inteiro, mas um número
nal. racional.
d) A soma (p + d) pode ser um número racional. b) Não existe um número racional x tal que x2 = 10.
e) Se p for um número inteiro, então d será, também, c) O número  = 3,14... é irracional e, portanto, sua
um número inteiro. representação decimal tem infinitas casas, mas não
é uma dízima periódica.
8. Considerando as convenções usuais para os conjuntos d) O número x = 12.793 não é inteiro nem é racional,
numéricos, o conjunto Z+ pode ser corretamente deno- mas pertence ao conjunto dos números reais.
minado: e) Se n é um número naturalqualquer, então ou é n

a) Conjunto dos números inteiros não nulos. um número natural ou é um número irracional.
b) Conjunto dos números naturais positivos.
c) Conjunto dos números inteiros positivos. 15. Todas as alternativas sobre números inteiros dadas
d) Conjunto dos números racionais positivos. abaixo estão corretas, exceto:
e) Conjunto dos números naturais. a) Todo número par pode ser escrito como 2n, onde n
é um número inteiro.
9. Sejam R oconjunto dos números reais, Q oconjunto dos b) Todonúmeroímpar pode ser escrito como 2n+7, onde
números racionais e N o conjunto dos números naturais, n é um número inteiro.
assinale a única afirmativa falsa. c) A soma de dois números inteiros ímpares é sempre
a) QN  R um número inteiro par.
b) QN  R d) Todo número inteiro ou é par ou é ímpar.
c) QN = R e) Todonúmero inteiro par pode ser escrito como n2+2.
d) QR = Q
e) QR   16. Todas as alternativas sobre números inteiros dadas
abaixo estão corretas, exceto:
10. Se A={xR  −1 < x < 2} e B={xR  0  x < 3}, então o a) A soma de dois números inteiros pares é sempre um
conjunto AB corresponde aointervalo: número inteiro par.
a) [ 0 ; 2 [ b) O produto de dois números inteiros pares é sempre
b) ] 0 ; 2 [ um número inteiro par.
c) [−1 ; 3 ] c) A soma de dois números inteiros ímpares é sempre
um número inteiro ímpar.
d) ]−1 ; 3 [
d) O produto de dois números inteiros ímpares é sempre
e) ] −1 ; 3 ]
um número inteiro ímpar.
e) O quadrado de um número inteiro ímpar é sempre
11. Sejam intervalos de números reais A = (− ; 2] e
um número inteiro ímpar.
B = [ 0 ; +), então AB é igual a:
a) (− ; 0] 17. Dados dois números distintos quaisquer, x e y, tais que x
b) {0, 1,2} e y pertençam ao conjunto R−Q, considere as afirmativas
c) [ 0 ; 2 ] abaixo.
d) { 1 } 1- O produto xy e o quociente xy são irracionais.
e)  2 - A soma x+y e a diferença x−y são irracionais.
3 - Os Quadrados x2 e y2 são irracionais.
12. Seja Z o conjunto dos números inteiros e A e B dois de
4 - As raízes quadradas x e são irracionais.
seus subconjuntos definidos como:
A = {xZ  2  x  5}
Pode-se afirmar sobre as afirmativas dadas:
B = {xZ  x > 4} a) Todas estão certas.
Pode-se afirmar que: b) Todas estão erradas.
a) A−B  B c) Somente 1 e 4 estão certas.
b) A−B  A d) Somente 3 está errada.
c) B−A  {xZ  4 > x} e) Somente 4 está certa.
d) A−B={xZ  2 < x < 5}
e) B−A={xZ  x  5} 18. Sobre os conjuntos numéricos usuais, N, Z, Q e R, é
FORCE CONCURSOS

correto afirmar:
13. Sejam x e y dois números reais tais que 0<x<y<1. a) O quociente da divisão de 1 por 17 tem infinitas casas
O produto xy é, necessariamente: decimais e é aperiódico.
a) maior que um. b) Toda fração irredutível cujo denominador seja di-
b) um número compreendido entre y e um. visível por algum fator primo diferente de 2 e de 5 é
c) um número compreendido entre x e y. necessariamente geratriz de uma dízima periódica.
d) um número compreendido entre zero e x. c) O valor da fração 355/113 é 3,141592... que é igual
e) menor que zero. ao número  e, portanto,  é um número racional.
d) Se o quadrado de um número x é um número PORCENTAGENS
racional, então x é também um númeroracional.
e) As equações do tipo x2 = n, onde n é um número Razão centesimal
inteiro qualquer, sempre têm raízes reais.
Chamamos de razão centesimal a toda razão cujo con-
19. Considere os conjuntos sequente (denominador) seja igual a 100.

Exemplos:
A = {xN x é primo e x<15} 37 em cada 100 → 37/100
B = {x  y  xA , yA e xy} 19 em cada 100 → 19/100

O número de elementos do conjunto Bé: Diversas outras razões não centesimais podem ser facil-
a) 15. mente reescritas na forma centesimal.
b) 20.
Exemplos:
c) 25.
3 em cada 10 → 3/10 = 30/100 → 30 em cada 100
d) 30. 2 em cada 5 → 2/5 = 40/100 → 40 em cada 100
e) 35. 1 em cada 4 → 1/4 = 25/100 → 25 em cada 100

20. O número (0,444...)1/2 é: Outros nomes usados para uma razão centesimal são
a) natural. razão porcentual, índice porcentual e percentil.
b) inteiro positivo.
c) inteiro não negativo. Forma Porcentual
d) irracional.
Uma razão centesimal pode ser indicada na forma por-
e) decimal periódico. centual anotando-se o antecedente (numerador) da razão
centesimal seguido do símbolo % (lê-se “por cento”).
21. O número representado pela raiz quadrada positiva de
três encontra-se no intervalo: Exemplos:
a) ] - ; 0 ] 12
b) ] 0 ; 1 ] 100 = 12% (doze por cento)
c) ] 1 ; 2 ] 3
d) ] 2 ; 3 ] 100 = 3% (três por cento)
e) ] 3 ; + [
Porcentagem
22. Assinale a opção falsa. Dados dois números quaisquer, A e B (B  0) dizemos
a) O produto de dois números irracionais positivos pode que A é igual a p% de B quando a razão A/B for igual a p%.
ser um número racional.

b) A soma de dois números irracionais não nulos pode A


A é p% de B  = p
ser um número inteiro.
B 100
c) O produto de dois números irracionais positivos pode

ser um número inteiro.


Na expressão acima, o valor B é a referência do cálculo
d) O quociente entre dois números racionais não nulos porcentual. Dizemos então que A é uma porcentagem do
pode ser um número racional. número B.
e) A soma de dois números racionais não nulos pode Todo problema de porcentagens depende, basicamente,
ser um número irracional. de determinarmos um dos valores dados na expressão acima,
A, B ou p em função dos outros dois.
GABARITO Observação:
Nas questões de concursos públicos é comum en-
1. c 12. b contrarmos:
2. b 13. d - lucro, rendimento, desconto, abatimento, prejuízo
3. d 14. a etc. indicando uma porcentagem em situações
4. e 15. e específicas;
FORCE CONCURSOS

5. a 16. c - a expressão “principal” indicando o valor de refe-


6. e 17. e rência que corresponde a 100%.
7. d 18. b
Exemplos:
8. e 19. a
9. c 20. e
1) Calcular 20% de 250.
10. d 21. c
11. c 22. e Solução: O número procurado é igual a 20% de 250.
Logo: Para calcular um Aumento de p%:

x 20 Quando aumentamos em p% um valor V, ficamos com


x é 20% de 250  = (100+p)% de V.
250 100
Então, basta multiplicar o valor V pela forma decimal de
100 . x = 20  250 (100+p)% para termos o resultado desejado.

20  250 5000
x= = = 50 Exemplos:
100 100
1) Aumentar o valor 230 em 30%.
x = 50 Solução: (100+30)% = 130% = 1,30
Então, 20% de 250 dá 50. → 230  1,30 = 299

2) 30 é igual a 20% de quanto? 2) Aumentar o valor 400 em 3,4%.


Solução: (100+3,4)% = 103,4% = 1,034
Solução: Da definição de porcentagem temos: → 400  1,034 = 413,6

30 20 Para calcular uma Redução de p%:


30 é 20% de x  =
x 100
Quando reduzimos em p% um valor V, ficamos com
20 . x = 30100 (100 – p)% de V.
100  30 Então, basta multiplicar o valor V pela forma decimal de
x= =
150 (100 – p)% para termos o resultado desejado.
20
Portanto, 30 é igual a 20% de 150. Exemplos:
1) Reduzir o valor 300 em 30%.
3) 21 representa quanto por cento de 15? Solução: (100 – 30)% = 70% = 0,70
Solução: Da definição de porcentagem temos: → 300  0,70 = 210
21 x
21 é x% de 15  = 2) Reduzir o valor 400 em 2,5%.

15 100 Solução: (100 – 2,5)% = 97,5% = 0,975


15 . x = 21  100 → 400  0,975 = 390
2100
x= = 140 Aumentos Sucessivos:
15
Paraaumentarmos um valor V sucessivamente em p1%,
Logo, 21 representa 140% de 15. p2 %, .... , pn %, de tal forma que cada um dos aumentos, a
partir do segundo, incida sobre o resultado do aumento
anterior, basta multiplicar o valor V sucessivamente pelas
Forma Unitária formas unitárias de (100+p1 )%, (100+p2)%, ..... , (100+pn)%.

Além da forma porcentual, existe uma outra forma de e reduções percentuais de modo mais rápido, usando um dos
expressarmos uma razão porcentual a qual chamamos de seguintes raciocínios: Exemplos:
forma unitária. 1) Aumentar o valor 2.000 sucessivamente em 10%,
A forma unitária da razão p/100 é o número decimal 20% e 30%.
que obtemos dividindo o valor p por 100. Solução: 2.000  1,10  1,20  1,30 = 3.432

Exemplos: 2) Se o valor 4.000 sofrer três aumentos sucessivos de


23% = 23/100 = 0,23 5%, qual será o valor resultante?
6% = 6/100 = 0,06 Solução: 4.000  1,05  1,05  1,05 = 4.630,5
133% = 133/100 = 1,33
0,5% = 0,5/100 = 0,005 Reduções Sucessivas:

Aumentos e Reduções Porcentuais Para reduzirmos um valor V sucessivamente em p1%,


p2 %, .... , pn %, de tal forma que cada uma das reduções, a
FORCE CONCURSOS

Quando queremos calcular um aumento ou uma re- partir da segunda, incida sobre oresultado da anterior, basta
dução de p% sobre determinado valor, é comum calcular o multiplicar o valor V sucessivamente pelas formas decimais
resultado em duas etapas: de (100 – p1)%, (100 – p2)% ,......., (100 – pn )% . Exemplos:
1) Reduzir o valor 5.000 sucessivamente em 10%, 20%
1ª – Calculamos a porcentagem p% do valor dado. e 30%.
2ª – Adicionamos ou subtraímos do valor original a Solução: 5.000  0,90  0,80  0,70 = 2.520
porcentagem encontrada, para obter, respectivamente,
o valor aumentado ou reduzido em p% do valor dado,
2) Se o valor 4.000 sofrer três reduções sucessivas de
conforme o caso desejado.
5%, qual será o valor resultante?
Usando a forma unitária, poderemos calcular aumentos Solução: 4.000  0,95  0,95  0,95 = 3.429,5
Exercícios Resolvidos 4. Umamercadoriafoivendidacom um lucro de 20% sobre
a venda. Qual o preço de venda desta mercadoria se o
1. A conta de um restaurante indicava uma despesa de R$ seu preço de custo foi de R$ 160,00?
26,00 e trazia a seguinte observação: “Não incluímos os
10% de serviço”. Calcular, em dinheiro, os 10% de serviço Solução:
e o total da despesa se nela incluirmos a porcentagem
referente ao serviço. A expressão “sobre a venda” significa que o valor de
referência para o cálculo porcentual do lucro, neste
Solução: exercício, deverá ser o preço de venda (ao contrário do
Serviço =10% de 26,00 = 2,60 que é comum!). Portanto, devemos fazer o preço de
Portanto, os 10% cobrados como serviço representam venda corresponder a 100%.
R$ 2,60.
Incluindo esta porcentagem na despesa original, teremos: Observe, então, o esquema:
26,00 + 2,60 = 28,60 (Preço de Custo) + (Lucro) = (Preço de Venda)
Assim, o total da despesa passa a ser de R$ 28,60. x% + 20% = 100%

2. Num laboratório, 32% das cobaias são brancas e as x % + 20% = 100%


outras 204 são de cor cinza. Quantas cobaias há neste logo: x% = 80%
laboratório?
Então, o preço de custo (R$ 160,00) corresponde a 80%
Solução: do preço de venda (V):
O total de cobaias corresponde a 100%:
80% de V = 160,00 (custo)
brancas (32%) + cinza (x%) = total (100%)
32% + x% = 100% Resolvendo, nos dá:
x% = 100% – 32% = 68%
160100
Então, as 204 cobaias de cor cinza são 68% do total. V= = 200
80
Chamando ototal de cobaias de C, poderemos escrever:
68% de C = 204 O preço de venda foi de R$ 200,00
68
 C = 204
100 5. Paraatrair fregueses, um supermercado anunciapor R$
204100 10,00 umdeterminado produtoquelhecustou R$ 13,00.
C= = 300 Determine a taxa porcentual de prejuízo sobre o preço
68
de venda.
C = 300

Portanto, há 300 cobaias no laboratório. Solução:

3. Opreçode um produto Aé 30% maiorqueode B eopreço A expressão “sobre o preço de venda” significa que o
deste é 20% menor que o de C. Sabe-se que A, B e C custa- valor de referência para o cálculo porcentual do prejuízo
ram, juntos, R$ 28,40. Qual o preço de cada um deles? deverá ser o preço de venda:
Solução: Observe o esquema:
Digamos que os preços de A, B e c são a, b e c, respec-
tivamente:
(Preço de Custo) – (Prejuízo) = (Preço de Venda)
a = (100%+30%) de b = 130% de b → a = 1,3 b (100 + x) % – x% = 100%

b = (100% - 20%) de c = 80% de c → b = 0,8 c O valor do prejuízo, em dinheiro, pode ser determinado
Comparando as duas igualdades acima, temos: pela diferença entre os preços de custo e de venda:

b = 0,8c e a = 1,3b, portanto a = 1,3  0,8c 13,00 – 10,00 = 3,00


a = 1,04c
Assim, podemos dizer que o prejuízo (R$ 3,00) é igual a
O preço dos três, juntos, é R$ 28,40: x% do preço de venda (R$ 10,00):
FORCE CONCURSOS

a + b + c = 28,40 x% de 10 = 3
1,04c + 0,8c + 1c = 28,40
2,84c = 28,40
c = 10,00 (valor de C) Resolvendo a expressão, encontramos:
b = 0,8c = 0,8  10 = 8,00 (valor de B) 100 3
x = = 30 10
a = 1,04c = 1,04  10 = 10,40 (valor de A)
Então, os preços são: A custa R$ 10,40, B custa R$ 8,00 O porcentual de prejuízo sobre a venda é de 30%.
e c custa R$ 10,00.
EXERcícIOS PROPOSTOS Testes
1. Em um concurso havia 15.000 homens e 10.000 mulhe- 1. (TTN/1989) Um cliente obteve do comerciante descon-
res. Sabe-se que 60% dos homens e 55% das mulheres to de 20% no preço da mercadoria. Sabendo-se que o
foram aprovados. Do total de candidatos, quantos por preço de venda, sem desconto, é superior em 20% ao
cento foram reprovados? do custo, pode-se afirmar que houve por parte do
2. Uma cidade possui uma população de 100.000 habi- comerciante um:
tantes, dos quais alguns são eleitores. Na eleição para a a) lucro de 5%
prefeitura da cidade havia 3 candidatos. Sabendo-se que b) prejuízo de 4%
ocandidato A obteve 20% dos votos dos eleitores, que o c) lucro de 4%
candidato B obteve 30%, que os votos nulos foram 10%,
d) prejuízo de 2%
que o candidato c obteve 12.000 votos e que não houve
abstenções, a parte da população que não é eleitora é e) lucro de 2%
de quantos habitantes.
3. (Metrô/Técnico de Contabilidade/2ºG-IDR/1994) João, 2. (TTN/1989) Um terreno foi vendido por NCz$ 16.500,00,
Antônio e Ricardo são operários de uma certa empresa. com um lucro de 10%; em seguida, foi revendido por
Antônio ganha 30% a mais que João, e Ricardo, 10% a me- NCz$ 20.700,00. O lucro total das duas transações
nos que Antônio. A soma dos salários dos três, neste mês, representa sobre o custo inicial do terreno um per-
foi de R$ 4.858,00. Qual a quantia que coube a Antônio? centual de:
4. Fiz em 50min o percurso de casa até a escola. Quanto a) 38,00% c) 28,00% e) 25,45%
tempo gastaria na volta, se utilizasse uma velocidade b) 40,00% d) 51,80%
20% menor?
5. A população de uma cidade aumenta à taxa de 10% ao 3. (TTN/1992) Mariavendeu um relógio por Cr$ 18.167,50
ano. Sabendo-se que em 1990 apopulação era de 200.000 com um prejuízo de 15,5% sobre o preço de compra.
hab.. Quantos habitantes esta cidade terá em 1994? Para que tivesse um lucro de 25% sobre o custo, ela
6. (UnB/1993) A soma de dois números x e y é 28 e a razão deveria ter vendido por:
entre eles é de 75%. Qual é o maior desses números? a) 22.709,37
7. Calcular: b) 26.875,00
a) 30% de 20% de 40% b) 81% c) 27.675,00
d) 21.497,64
8. Um depósito de combustível de capacidade de 8m3 tem e) 26.785,00
75% de sua capacidade preenchida. Quantos m3 de
combustível serão necessários para preenchê-lo? 4. (AFTN/1996) De todos os empregados de uma grande
9. (CEF/1991) Num grupo de 400 pessoas, 70% são do empresa, 30% optaram por realizar um curso de espe-
sexo masculino. Se, nesse grupo, 10% dos homens são cialização. Essa empresa tem sua matriz localizada na
casados e 20% das mulheressãocasadas. Qual o número capital. Possui, também, duas filiais, uma em Ouro Preto
de pessoas casadas? e outra em Montes Claros. Na matriz trabalham 45% dos
10. (CEB/Contador/IDR/1994) Para obter um lucro de 25% empregados e na filial de Ouro Preto trabalham 20% dos
sobre o preço de venda de um produto adquirido por empregados. Sabendo-se que 20% dos empregados da
R$ 615,00, o comerciante deverá vendê-lo por quanto? capital optaram pela realização do curso e que 35% dos
11. (Metrô/Assist. Administrativo/IDR/1994) Uma merca- empregados da filial de Ouro Preto também o fizeram,
doria custou R$ 100,00. Para obter-se um lucro de 20%
entãoapercentagemdosempregados da filial de Montes
sobre opreço de venda, por quanto deveráser vendida?
12. (TTN/2ºG/1989) Antônio comprou um conjunto de sofás Claros que não optaram pelo curso é iguala:
com um desconto de 20% sobre o preço de venda. Saben- a) 60%
do-se que o valor pago por Antônio foi de R$ 1.200,00, b) 40%
de quanto era o preço de venda da mercadoria? c) 35%
13. (TTN/1989) Um produto é vendido com um lucro bruto d) 21%
de 20%. Sobre o preço total da nota, 10% correspondem e) 14%
a despesas. De quantos por cento foi o lucro líquido do
comerciante? 5. (AFTN/1996) Osaláriomensal de um vendedor éconsti-
14. Um cliente obteve de um comerciante desconto de 20% tuído de uma parte fixa igual a R$ 2.300,00 e mais uma
no preço da mercadoria. Sabendo-se que o preço de comissão de 3% sobre o total de vendas que exceder a
venda, sem desconto, é superior em 20% ao do custo, R$ 10.000,00. Calcula-se em 10% o percentual de
pode-se afirmar que houve, por parte do comerciante descontos diversos que incidem sobre seu salário bru-
um lucro ou um prejuízo e de quanto? to. Em dois meses consecutivos, o vendedor recebeu,
15. Quanto por cento sobre ocustocorresponde a um lucro líquido, respectivamente, R$ 4.500,00 e R$ 5.310,00.
de 60% sobre a venda? Com esses dados, pode-se afirmar que suas vendas no
segundo mês foram superiores às do primeiro mês em:
GABARITO a) 18%
b) 20%
FORCE CONCURSOS

1. 42% 8. 2m3 c) 30%


2. 70.000 9. 52 d) 33%
3. R$ 1.820,00 10. R$ 820,00 e) 41%
4. 62min 30s 11. R$ 125,00
5. 292.820 hab. 12. R$ 1.500,00
6. 16 13. 8% GABARITO
7. a) 2,4% 14. Prejuízo de 4%
b) 90% 15. 150% 1. b 2. a 3. b 4. a 5. c
3. Determinar na sequência abaixo o valor do termo
SEQUÊNCIAS indicado por x:
Denominaremos genericamente como sequência a toda (1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, x)
fila ordenada de termos (números, letras, figuras, palavras,
Solução:
etc) que obedeçam a um padrão de formação.
Cada termo, a partir do terceiro, foi obtido somando-se
os dois anteriores.
Exemplos:
1. Na sequência (13, 18, 23, 28, 33, 38) cada termo, a Veja: 1+1=2, 1+2=3, 2+3=5, 3+5=8, 5+8=13.
partir do segundo, é igual ao anterior adicionado de 5
Então, seguindo o mesmo padrãoteremos:
unidades.
x = 8+13 = 21
2. Na sequência (A, D, G, J) as letras foram tomadas de
três em três, em ordem alfabética, a partir do “A”, ou seja:
4. Determinar na sequência abaixo a letra que deve
A, b, c, D, e, f, G, h, i, J.
ocupar o lugar do x:
(B, F, J, O, x)
3. Na sequência (triângulo – 0, quadrado – 2, pentágo-
Obs.: As letras K, W e Y não devem ser consideradas.
no – 5, hexágono – 9) tem-se os nomes de figuras planas a
partir de três lados, acompanhados do número de diagonais Solução:
em cada um deles, isto é: triângulo – nenhuma diagonal; As letras foram tomadas de quatro em quatro, a partir
quadrado – duas diagonais; pentágono – cinco diagonais e de “B”.
hexágono – nove diagonais.
Continuando a sequência temos:
Determinação de um Termo por Indução B, c, d, e, F, g, h, i, J, l, m, n, O, p, q, r, S.

São comuns as questões de concurso onde se deve Deste modo, a letra que deve ocupar o lugar de x deve
encontrar o valor de um termo de uma dada sequência sem ser o “S”.
que seja declarado o padrão de formação de seus termos. Em
tais questões é necessário descobrir o padrão de formação e Determinação de um Termo dada uma Fórmula
isto exige um tipo de raciocínio, conhecido como raciocínio
Geral
indutivo ou indução, no qual nossas conclusões justificam-se
apenas por sua coerência em relação aos casos anteriores. Nas sequências numéricas, é bastante comum encon-
Algo como: ‘se todos os casos anteriores obedeceram a trarmos uma fórmula ou expressãomatemática que permita
este padrão, entãoopróximo deverá obedecê‑ lotambém’. determinarmos o valor de um dado termo conhecendo-se
É importante salientar que não há nenhum tipo de ga- somente a posição ocupada por ele.
rantia lógica ou matemática de que as conclusões obtidas por
indução estejamcertas. Existem, aliás, na matemáticaalguns Exemplos:
exemplos célebres de conclusões incorretas obtidas a partir
de raciocínios indutivos. Entretanto, o que se pretende veri- 1. Considere a sequência numérica (a , a , a , ..... ) onde
123
ficarcom as questões que envolvem a percepção de padrões cada termo an é dado pela expressão:
é a capacidade do candidato de formular e testar hipóteses.
an = 3n + 4
Exemplos:

Onde n indica a posição ocupada pelo termo na sequên-


1. Determinar na sequência abaixo o valor do termo cia. Nestas condições, qual será o valor do vigésimo termo
indicado por x: da sequência?
(2, 8, 32, 128, x)
Solução:
Solução: Usando a fórmula geral dada, o valor do vigésimo termo
será:
Cada termo, a partir do segundo, é igual ao quádruplo

do anterior. a20 = 320 + 4


Deste modo, seguindo o mesmo padrão o valor do

termo x será a20= 60 + 4 = 64


1284 = 512 2. Considere a sequência numérica (a , a , a , ..... ) onde
123
2. Determinar na sequência abaixo o valor do termo
Determinação de um Termo dada uma Fórmula de
indicado por x: Recorrência
(2, 3, 5, 8, 12, x)
Frequentemente pode-se estabelecer uma fórmula de
Solução: recorrência capaz de produzir o valor de um certo termo
Cada termo, a partir do segundo, foi obtido do termo conhecendo-se os valores de alguns dos termos anteriores da
anterior somando-se 1, 2, 3, e 4, respectivamente. sequência.
Assim, seguindo o mesmopadrão o valor do termo x será
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
12 + 5 = 17
Nas questões de 1 a 13 cada uma das sequências apresen-
cada termo an é dado pela expressão: tadas segue um determinado padrão de formação. Procure
descobrir qual é o padrão de cada sequência e encontre o
a = 2n2 – 3 valor que deve ocupar o lugar de cada incógnita, x ou y. (Note

FORCE CONCURSOS
n que em algumas das sequências é possível encontrarmos
Onde n indica a posição ocupada pelo termo na mais de um padrão que se ajuste a todos os termos.)
sequ- ência. Nestas condições, qual será o valor
encontrado na décima posição desta sequência? 1. (30, 37, 44, 51, x)
a) 55 b) 56 c) 57 d) 58 e) 59
Solução:
Usando a fórmula geral dada, o valor do décimo 2. (9876, 7654, 5432, x)
a) 1234
termo10será: a = 2102 – 3
b) 2345
c) 3.210
a10= 2100 – 3 d) 3456
a10 = 200 – 3 = 197
123 e) 4321
cada termo an , a partir do segundo, é dado pela expressão an
= 2an+– 13 , onde n e n–1 indicam as posições ocupadas por 3. (17, 20, 21, 24, 25, 28, x)
termos consecutivos na sequência. Sabendo que a1 = 0, qual
a) 31 b) 29 c) 30 d) 27 e) 28
será o valor encontrado na sexta posição desta sequência?
4. (2, 3, 4, 5, 8, 7, x, y)
Solução: a) x = 16 e y = 9
Analisando a fórmula dada, vemos que o valor de cada b) x = 9 e y = 16
termo é calculado dobrando o valor do termo anterior e c) x = 6 e y = 5
adicionado 3 unidades ao resultado. Deste modo os valores d) x = 5 e y = 6
dos seis primeiros termos da sequência são:
e) x = 16 e y = 9
a1 = 0
a2= 20 + 3 = 3 5. (50, 360, 140, 180, 230, 90, x, y)
a3 = 23 + 3 = 9 a) x = 45 e y = 320
a4= 29 + 3 = 21 b) x = 360 e y = 50
a5= 221 + 3 = 45 c) x = 50 e y = 30
a6= 245 + 3 = 93 d) x = 180 e y = 50
e) x = 320 e y = 45
No nosso exemplo, para obtermos o valor do sexto ter-
mo tivemos que usar a fórmula de recorrência cinco vezes. 6. (243, 424, 245, 426, 247, x)

)
a) 248 b) 249 c) 428 d) 429 e) 250
Daí já é possível notar que a determinação de algo como o
trigésimo ou o quinquagésimo termo de uma sequência, 7. ( , , , 8
, x

‘confortável’ caso não dispuséssemos do valor de um termo 4 9 6


usando somente uma fórmula de recorrência, não seria nada 12 36 30 48 63
próximo ao termo desejado. Em tais casos, seria melhor
encontrar uma outra saída para o problema. a) 5 b) 6 c) 7 d) 8 e) 9
1. Considere a sequência numérica (a1,a2, a3, ) onde 8. (1.568, 1586, 1658, x, y)
cada termoan , a partir do terceiro, édado pela seguinte fór-
mula de recorrência a = a a . +Sabendo queos valores a) x = 1.856 e y = 1.685
n n –1 n–2 b) x = 1.685 e y = 1.856
dos dois primeiros termos da sequência são definidos como c) x = 1.658 e y = 1.865
a1 = 3 e a2 = 4, determinar o valor do oitavo termo.
d) x = 1.865 e y = 1.658
Solução: e) x = 1.568 e y = 1.568
De acordo com a fórmula apresentada, o valor de cada
termo é conseguido adicionando-se os valores dos dois ter- 9. (37, 26, 17, 10, 5, x)
mos imediatamente anteriores a ele na sequência. Assim, a) 5 b) 4 c) 3 d) 2 e) 1
teremos:
10. (3, 6, 10, 15, 21, x)
a1 = 3 a) 28 b) 27 c) 26 d) 25 e) 24
a2 = 4
a3= 3 + 4 = 7 11. (2, 6, 12, 20, 30, x)
a4= 4 + 7 = 11 a) 32 b) 38 c) 42 d) 48 e) 52
a5= 7 + 11 = 18
a = 11 + 18 = 29 12. (3, 10, 13, 23, 36, x)
a = 18 + 29 = 47
6
a) 56 b) 57 c) 58 d) 59 e) 60
7
a8= 29 + 47 = 76
13. (77, 49, 36, 18, x)
O valor do oitavo termo da sequência é 76. a) 7 b) 8 c) 9 d) 10 e) 11
Nas questões de 14 a 17 encontre a letra que deve ocupar o lugar
de x em cada uma das sequências alfabéticas apresen- tadas
(considere o alfabeto sem as letras K, W e Y):
FORCE CONCURSOS
26. Numa sequência o valor do primeiro termo é 1 e descrito como a = 2a + 5. Determine o valor do 11o
cada termo, a partir do segundo, pode ser termo
n
desta
n–1
sequência.
14. (E, J, O, R, x) a) 6.193
a) T b) A c) L d) B e) D b) 3.619
c) 6.139
15. (R, O, L, H, x) d) 3.916
a) A b) B c) C d) D e) E e) 9.631

27. (FCC/TRF 1ª Reg./2006) Assinale a alternativa que com-


16. (B, D, G, L, x) pleta a série seguinte:
a) P b) Q c) R d) S e) T
C3, 6G, L10,...
17. (S, Q, N, I, x)
a) A b) B c) C d) D e) E a) C4 b) 13M c) 9I d) 15R e) 6Y

Nas questões de 18 a 21 complete a última sequência se- 28. (FCC/ TRF 1ª Reg./2006) Assinale a alternativa que com-
guindo o mesmo padrão da anterior (considere o alfabeto pleta a série seguinte:
sem as letras K, W e Y):
9, 16, 25, 36,...
18. (B, E, G, J) → (C, F, H, ?)
a) M b) J c) L d) P e) Q a) 45 b) 49 c) 61 d) 63 e) 72

19. (E, G, A, C) → (L, N, G, ?) 29. (FCC/ TRF 1ª Reg./2006) Qual dos cinco desenhos repre-
senta a comparação adequada?
a) E b) F c) G d) H e) I

20. (E, B, F, A) → (M, I, N, ?)


a) E b) F c) G d) H e) I

21. (J, L, N, H) → (D, E, G, ?) a)


a) Z b) A c) B d) C e) D

22. Considere a sequência numérica tal que o valor do ter-


mo na n-ésima posição é determinado pela expressão
an = n2 – 2n. Qual é o valor do vigésimo termo desta b)
sequência?
a) 420 b) 360 c) 280 d) 220 e) 180
c)
23. Dada a sequência numérica cujo termo geral é expresso
por an = 2n – 1, qual o valor da soma dos seis primeiros
termos desta sequência?
a) 36 b) 38 c) 46 d) 48 e) 56 d)

24. Sabe-se que os valores da sequência cujo termo geral


e)
e dado por d n= n(n–3)2 correspondem, a partir do
terceiro termo, ao número de diagonais de um polígono
com n lados. Assim, por exemplo, um quadrado (n =4)
30. (FCC/CEAL/Assist. Téc./2005) No esquema abaixo, ob-
tem d4= 4(4–3)2 = 2 diagonais enquanto um hexágo- serve que há uma certa relação entre as duas primeiras
no (n =6) tem d6 = 6(6–3)2 = 9 diagonais. A questão é: palavras.
Qual o polígono no qual o número de diagonais é igual
ao número de lados? GATO – GALO : : LEÃO – ?
a) Octógono.
b) Hexágono. A mesma relação deve existir entre a terceira palavra e
c) Pentágono. a quarta, que está faltando. Essa quarta palavra é
d) Heptágono. a) cachorro.
e) Eneágono. b) cobra.
FORCE CONCURSOS

c) cavalo.
25. Numa sequência cujo valor do primeiro termo é 4, cada d) golfinho.
termo, a partir do segundo, pode ser descrito como e) sabiá.

an = an–1 + 5. 31. (FCC/CEAL/Assist. Téc./2005) Chama-se persistência de


um número inteiro e positivo o número de etapas ne-
Qual é o valor do quinto termo desta sequência? cessárias para, através de operações sucessivas, obter-se
a) 34 b) 54 c) 44 d) 64 e) 24 um número de um único algarismo.
Como é mostrado no exemplo seguinte, a persistência
do número 1 642 é 3:

Com base na definição e no exemplo dados, é correto


afirmar que a persistência do número 27 991 é
a) menor que 4.
b) 4 Nessas condições, a soma dos elementos da 30ª linha
c) 5 desse triângulo é um número compreendido entre
d) 6
a) 2 500 e 3 000
e) maior que 6.
b) 3 000 e 3 500
c) 20 000 e 25 000
32. (FCC/CEAL/Assist. Téc./2005) Na sentença seguinte há
duas palavrasgrifadas, cada qual seguida de umalacuna. d) 25 000 e 30 000
Essas lacunas devem ser preenchidas por palavras, de e) 30 000 e 35 000
modo que a primeira palavra tenha, para a segunda, a
mesma relação que a terceira tem para com a quarta. 37. (FCC/CEAL/Assist. Téc./2005) No início de certo mês,
Primeiro está para ............ assimcomojaneiro estápara Frida e Sada elaboraram um relatório no qual constava
.................. . o número de pessoas que cada uma delas havia aten-
dido no mês anterior. Observou-se, então, que Frida
Assim, as palavras que preenchem a primeirae asegun- atendera a 361 pessoas, 15 a mais que o dobro do que
da lacunas são, respectivamente, Sada havia atendido. Paracalcular quantas pessoas Sada
a) fileira e mês. atendeu, Frida efetuou 361 + 15 e, em seguida dividiu
b) ganho e verão. por 2 o resultado obtido, concluindo que 188 pessoas
c) vitória e reis. foram atendidas por Sada. Relativamente aos cálculos
d) último e dezembro. efetuados por Frida, é verdade que
e) número e mês. a) estão corretos.
b) não estão corretos, pois ela deveria ter efetuado 188
33. (FCC/CEAL/Assist. Téc./2005) Em quatro das alternativas 2 e obtido 376.
que seguem, os pares de números apresentam uma c) não estão corretos, pois ela deveria ter efetuado 15
característica comum. A alternativa cujo par não tem 2 e a resposta correta seria 361 – 30 331.
tal característica é d) não estão corretos, pois ela deveria ter efetuado
a) (6;36) 361 – 15 e a resposta correta seria 346 : 2 173.
b) (9;54) e) não estão corretos, pois ela deveria ter efetuado 188
c) (11;63) 2 e a resposta correta seria 376 – 15 361.
d) (12;72)
e) (15;90) Instruções: Para responder às questões de números 38 e 39,
você deve observar que, em cada um dos dois primeiros
34. (FCC/CEAL/Assist. Téc./2005) Considere que os termos pares de palavras dadas, a palavra da direita foi formada a
da sequência (5, 12, 10, 17, 15, 22, 20,. ) obedecem a partir da palavra da esquerda segundo um determinado
uma lei de formação. Assim, o termo que vem após o critério. Você deve descobrir esse critério e usá-lo para as-
número 20 é sociar a terceira palavra àquela que deve ser corretamente
a) menor que 25. colocada no lugar do ponto de interrogação.
b) maior que 30.
c) a metade de 52. 38. (FCC/CEAL/Assist. Téc./2005)
d) o triplo de 9. capitular – lar
e) par. loucura – cura
batalho – ?
35. (FCC/CEAL/Assist. Téc./2005) Dos cinco grupos de 4 le-
a) alho
tras que aparecem nas alternativas abaixo, quatro têm
b) bolha
uma característica comum.
Se a ordem alfabética adotada exclui as letras K, W e Y, c) atola
então o único grupo que NÃO tem a característica dos d) atalho
outros é e) talho
a) GHJI
b) CDGF 39. (FCC/CEAL/Assist. Téc./2005)
telefonar – arte
FORCE CONCURSOS

c) STXV
d) QRUT robustecer – erro
e) NORP cadastro – ?
a) troca
36. (FCC/CEAL/Assist. Téc./2005) O triângulo seguinte é b) roca
composto de uma sucessão de números ímpares positi- c) cada
vos. Observe que, em cada linha, a soma dos elementos d) caro
sugere uma regra geral. e) orca
40. (FCC/CEAL/Assist. Téc./2005) Você faz parte de um grupo 46. Qual a palavra que não pertence ao mesmo grupo das
de pessoas que estão sentadas em torno de uma grande demais?
mesa circular. Um pacote com 25 balas deve ser passado a) Carro
sucessivamente para as pessoas ao redor da mesa, de b) Canapé
modo que cada uma se sirva de uma única bala e passe c) Camisa
o pacote com as balas restantes para a pessoa sentada à d) Colo
sua direita. Se você pegar a primeira e a última balas do e) Carícia
pacote, considerando que pode ter se servido de outras,
o total de pessoas sentadas nessa mesa poderiaser 47. Colocando as letras em ordem, qual a palavra que não
a) 7 b) 9 c) 12 d) 13 e) 15 pertence ao mesmo grupo das demais?
a) CUÉ
41. (FCC/CEAL/Assist. Téc./2005) Em um dado instante, um b) UNORA
elevador estava parado no andar médio de um prédio. c) SÉVUN
A partir de então, ele recebeu algumas chamadas que d) TRAME
o fizeram deslocar-se sucessivamente: subiu quatro e) ARTRE
andares, desceu seis, subiu oito e, quando subiu mais
48. Que número completa a sequência:
quatro andares, chegou ao último andar do edifício.
O total de andares desse prédio era
livro (5) olho (4) castor (6) noite (?)
a) 21 b) 19 c) 15 d) 13 e) 11
a) 3
42 Colocando as letras em ordem, qual a palavra que não
b) 4
pertence ao mesmo grupo das demais?
c) 5
a) HOILF
d) 6
b) OIT
e) 7
c) IPA
d) ROMAÇ 49. Observe asequência abaixoe descubraquais os números
e) OTEN que faltam.
1 8 9 64 25 ? 49
43. Qual a letra que deve ser colocada no lugar do asterisco 1 4 27 16 125 ? 343
para completar corretamente a sequência: a) 16
64
108( C ) 648( S ) 325( T ) 214( * ) b) 36
216
a) A b) B c) C d) D e) E c) 32
128
44. Observe o exemplo: d) 216
36
SOPA ( PALA ) GERAL e) 128
32
No exemplo dado, a palavra do meio, entre parênteses,
segue uma lei de formação que depende das outras duas 50. Colocando as letras em ordem, qual a palavra que não
palavras. Seguindo a mesma lei, qual a palavra que se pertence ao mesmo grupo das demais?
deve colocar entre os parênteses no casoabaixo? a) ORTEP
b) LARAMEO
FOCA ( ...... ) ATLAS c) ZALU
d) FORRE
a) FALA e) TIVOLEA
b) CALA
c) FALTA 51. Observe o exemplo:
d) FACA
e) CASA 28 ( 82 ) 13

45. Observe o exemplo: Noexemplo dado, o número do meio, entre parênteses,


segue uma lei de formação que depende dos outros dois
326 ( 20 ) 423 números. Seguindo a mesma lei, qual o número que se
deve colocar entre os parênteses no casoabaixo?
FORCE CONCURSOS

Noexemplo dado, o número do meio, entre parênteses,


segue uma lei de formação que depende dos outros dois 16 ( ..... ) 17
números. Seguindo a mesma lei, qual o número que se
deve colocar entre os parênteses no casoabaixo? a) 17
b) 61
427 ( ..... ) 113 c) 67
d) 71
a) 20 b) 21 c) 41 d) 45 e) 73 e) 76
SENHA ALFABÉTICA 55. Assinale a alternativa que corresponde à palavra-chave.
M A D R E: 0–0
Nas questões 52 a 58 deve-se descobrir uma pala‑ M Ó V E L: 3–0
vra‑ chave. Para deduzir qual é a palavra‑ chave são mos- N A V I O: 2–1
tradas, como pistas, cinco outras palavras-teste, cada uma
delas seguida de dois números: F R A C O: 0–2
• o primeiro número, em negrito, indica a quantidade C A S A L: 2–0
coincidências exatas entre as letras da palavra tes-

tada e da palavra-chave (letras certas nos lugares a) CANAL d) BANAL


certos); b) COVIL e) SENIL
• osegundo númeroindica aquantidadedecoincidên‑ c) CANIL
cias parciais (letras certas mas em lugares errados).

Assim, para a palavra-chave cERTO teríamos: 56. Assinale a alternativa que corresponde à palavra-chave.
PERTO: 4-0 (4 coincidências exatas: E, R, T, O e nenhuma
coincidência parcial) F I L M E: 0–0
nERVO: 3-0 (3 coincidências exatas: E, R , O e nenhuma F O R M A: 2–0
coincidência parcial) L I M A R: 0–1
TERnO: 3-1 (3 coincidências exatas: E, R, O e 1 coinci- S U M I A: 1–2
dência parcial: T) P L U M A: 3–0
uma palavra-chave é sempre formada por letras dis-
tintas. a) POUSA
b) LOUSA
52. Assinale aalternativa que corresponde à palavra-chave. c) PAUSA
M Ê S 0–0 d) LOURA
S I M 0–1 e) CAUSA
R Ó I 1–0
R O L 0–1 57. Assinale a alternativa que corresponde à palavra-chave.
M O A 0–1 V I S T O: 0 – 0
R O G U E: 3– 1
a) ALI R O S N E: 1 – 1G
b) LIA O S T A: 1 – 1R E
c) ELA V O A: 3 –0
d) RIA a) RENOVA d) RANGE
e) DIA b) VERONA e) RÉGUA
c) RAVINA
53. Assinale aalternativa que corresponde à palavra-chave.

R I J O 0 – 2T 58. Assinale a alternativa que corresponde à palavra-chave.


R E M 0–2P
B E S T A: 0–0
U M A 0 – 2S O
T U M B A: 0–2
L A 0 –2
P O B R E: 1–2
a) AMOR A M B A R: 0–2
b) ROMA B R U T O: 3–0
c) MORA

d) ROAM a) PRIMO d) PRUMO


e) ARMO b) ROMPE e) SURTO
c) CURTO
54. Assinale a alternativa que corresponde àpalavra. GABARITO
P U N H O: 0–0
FORCE CONCURSOS

C O N T A: 3–0
1. d 11. c 21. c 31. a 41. a 51. b
S U R D O: 0–1 2. c 12. d 22. b 32. d 42. d 52. a
P R E S O: 0–2 3. b 13. b 23. a 33. c 43. d 53. a
P O L A R: 0–1 4. a 14. a 24. c 34. d 44. e 54. c
5. e 15. e 25. e 35. a 45. d 55. b
a) BESTA 6. c 16. b 26. c 36. d 46. d 56. a
b) CORTA 7. e 17. d 27. d 37. d 47. a 57. e
c) CESTA 8. b 18. c 28. b 38. d 48. c 58. d
d) CARTA 9. d 19. e 29. e 39. b 49. d
e) NESTA 10. a 20. d 30. e 40. c 50. d
NOÇÕES DE LÓGICA Conectivos Lógicos (ou Estruturas Lógicas)

O Que é uma Proposição? Existem alguns termos e expressões que estão frequen-
temente presentes nas proposições compostas tais como
Denomina-se proposição a toda sentença, expressa em “não”, “e”, “ou”, “se ... então” e “se e somente se” aos quais
palavras ou símbolos, que exprima um juízo ao qual se denominamos conectivos lógicos ou estruturas lógicas.
possa atribuir, dentro de certo contexto, somente um de dois
valores lógicos possíveis: verdadeiro ou falso. Exemplo: A sentença “Se x não é maior que y, então x
Somente às sentenças declarativas pode-se atribuir va- é igual a y ou x é menor que y” é uma proposição composta
lores de verdadeiro ou falso, o que ocorre quando a sentença na qual se pode observar alguns conectivos lógicos (“não” ,
é, respectivamente, confirmada ou negada. De fato, não se “se ... então” e “ou”) que estão agindo sobre as proposições
pode atribuir um valor de verdadeiro ou de falso às demais simples “x é maior que y”, “x é igual a y” e “x é menor que y”.
formas de sentenças como as interrogativas, as exclamativas
e outras, embora elas também expressem juízos. Os conectivos lógicos agem sobre as proposições a que
São exemplos de proposições as seguintes sentenças estão ligados de tal modo que o valor lógico (verdadeiro ou
declarativas: falso) de uma proposição composta depende somente:
– do valor lógico de cada uma de suas proposição
O número 6 é par. componentes;
O número 15 não é primo. – e da forma como estas proposições componentes
Todos os homens são mortais. sejam ligadas pelos conectivos lógicos utilizados.
Nenhum porco espinho sabe ler.
Alguns canários não sabem cantar. Exemplo: Compare as seguintes proposições e seus
Se você estudar bastante, então aprenderá tudo. respectivos valores lógicos:
Eu falo inglês e espanhol.
Míriam quer um sapatinho novo ou uma boneca.
Proposições Valores Lógicos
Não são proposições: O número 10 é inteiro. V
O número 10 ímpar. F
Qual é o seu nome? O número 10 é inteiro e é ímpar. F
Preste atenção ao sinal.
O número 10 é inteiro ou é ímpar. V
Caramba!

Proposição Simples V = verdadeiro ; F = falso

Uma proposição é dita proposição simples ou proposi‑ Algumas proposições compostas recebem denomina-
çãoatômica quando não contém qualquer outra proposição ções especiais de acordo com a estrutura usada para ligar
como sua componente. as proposições componentes.
Isto significa que não é possível encontrar como parte de O reconhecimento de tais estruturas é muito importante
uma proposição simples alguma outra proposição diferente para a análise e a resolução dos problemas de raciocínio
dela. Não se pode subdividi-la em partes menores tais que lógico que estudaremos mais adiante.
alguma delas seja uma nova proposição. A tabela seguinte mostra as seis principais estruturas
lógicas e suas denominações. A partir deste ponto, pas-
Exemplo: saremos a nos referir a estas estruturas como estruturas
A sentença “Cínthia é irmã de Maurício” é uma proposi- fundamentais:
ção simples, pois não é possível identificar como parte dela
qualquer outra proposição diferente. Se tentarmos separá-la Estruturas fundamentais Denominações
em duas ou mais partes menores nenhuma delas será uma
Não-A Negação
proposição nova.
A ou B Disjunção
Proposição composta Ou A ou B Disjunção Exclusiva
AeB Conjunção
Uma proposição que contenha qualquer outra como
Se A, então B Condicional
sua parte componente é dita proposição composta ou
FORCE CONCURSOS

proposição molecular. Isto quer dizer que uma proposição A se e somente se B Bicondicional
é composta quando se pode extrair como parte dela uma
nova proposição. negação: não-A

Exemplo: A sentença “Cínthia é irmã de Maurício e de Dada uma proposição qualquer A denominamos ne‑
Júlio” é uma proposição composta, pois é possível retirar-se gação de A a proposição composta que se obtém a partir
dela duas outras proposições: “Cínthia é irmã deMaurício” da proposição A acrescida do conectivo lógico “não” ou de
e “Cínthia é irmã de Júlio”. outro equivalente.
A negação “não‑ A” pode ser representada simbolica- Disjunção: A ou B
mente como:
Denominamos disjunção a proposição composta for-
~A mada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas
ou pelo conectivo “ou”.
A disjunção A ou B pode ser representada simbolica-
A
ou ainda mente como:
A
AB
Podem-se empregar também, como equivalentes de
“não‑ A” as seguintes expressões: Exemplo: Dadas as proposições simples:
A: Alberto fala espanhol.
Não é verdade que A; B: Alberto é universitário.
É falso que A.
A disjunção “A ou B” pode ser escrita como:
Uma proposição A e sua negação “não‑ A” terão sempre
valores lógicos opostos. A  B: Alberto fala espanhol ou é universitário.
Tabela-Verdade da negação (~A)
Na tabela apresentada a seguir, denominada tabela‑ver‑ Para que a disjunção “A ou B” seja verdadeira basta
dade, podemos observar os resultados possíveis da negação que pelo menos uma de suas proposições componentes
“~A” para cada um dos valores lógicos que A pode assumir. seja verdadeira.
Em outras palavras, se A for verdadeira ou se B for
verdadeira ou mesmo se ambas, A e B, forem verdadeiras,
então a disjunção “A ou B” será verdadeira.
Ou seja, a disjunção “A ou B” é falsa somente quando
A é falsa e B é falsa também.

Como se pode observar na tabela-verdade, uma propo- Tabela-Verdade da Disjunção (A  B)


sição qualquer e sua negação nunca poderão ser simultane- Na tabela-verdade apresentada a seguir podemos ob-
amente verdadeiras ou simultaneamente falsas. servar os resultados da disjunção “A ou B” para cada um dos
valores que A e B podem assumir.
Conjunção: A e B

Denominamos conjunção a proposição composta for- A B AB


mada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas V V V
pelo conectivo “e”. V F V
A conjunção “A e B” pode ser representada simbolica- F V V
mente como:
F F F
AB
Disjunção Exclusiva: ou A ou B
Exemplo: Dadas as proposições simples:
Denominamos disjunção exclusiva a proposição com-
posta formada por duas proposições quaisquer onde cada
A: Elisabeth é mãe de Cínthia.
uma delas esteja precedida pelo conectivo “ou”.
B: Elisabeth é mãe de Maurício. A disjunção exclusiva ou A ou B pode ser representada
A conjunção A e B pode ser escrita como: simbolicamente como:

AB
A  B: Elisabeth é mãe de Cínthia e de Maurício.
(observe o sublinhado no símbolo )
Uma conjunção é verdadeira somente quando as duas
proposições que a compõem forem verdadeiras. Ou seja, a Exemplo: Dadas as proposições simples:
conjunção “A  B” é verdadeira somente quando A é
verdadeira e B é verdadeira também. A: O número 19 é par.
B: O número 19 é ímpar.
Tabela-Verdade da conjunção (A  B)
Na tabela apresentada a seguir (tabela-verdade) pode- A disjunção exclusiva“ou A ou B” pode ser escrita como:
mos observar todos os resultados possíveis da conjunção “A e
FORCE CONCURSOS

B” paracada um dos valores lógicos que A e B podem assumir. A  B: Ou o número 19 é par ou o número 19 é ímpar.

A B AB Uma disjunção exclusivaé verdadeira somente quando


V V V uma e apenas uma das proposições que a compõem for
verdadeira.
V F F
Ou seja, a disjunção exclusiva “ou A ou B” é verdadeira
F V F somente quando A e B têm valores lógicos contrários (A é
F F F verdadeira e B é falsa ou vice-versa).
Se A e B tiverem o mesmo valor lógico (ambas verdadei- Alguns dos resultados da tabela acima podem parecer
ras ou ambas falsas) então a disjunção exclusiva será falsa. absurdos à primeira vista.
A fim de esclarecer o significado de cada um dos re-
Tabela-Verdade da Disjunção Exclusiva (A  B) sultados possíveis numa sentença condicional, considere a
Na tabela-verdade apresentada a seguir podemos ob- seguinte situação: numa tarde de domingo um casal está
servar os resultados da disjunção exclusiva “ou A ou B” para sentado no sofá da sala de seu apartamento assistindo a
cada um dos valores que A e B podem assumir. um filme quando a campainha toca. A mulher, que se diz
sensitiva, diz: “Se for uma mulher, entãoela estarátrazendo
um pacote nas mãos”. O marido, que não costuma dar muita
A B AB importância às previsões da mulher, resmunga “Vamos ver
V V F se você está mesmo certa!” e vai abrir a porta.
V F V Em que conjunto de situações poderemos dizer que a
previsão da mulher estava errada?
F V V
Há quatro situações a serem analisadas:
F F F 1a – Quem tocou a campainha era realmente uma
mulher que estava mesmo trazendo um pacote nas mãos.
Condicional: Se A então B Neste caso teremos que reconhecer que a previsão da mu-
lher era correta (este caso corresponde ao que está descrito
Denominamos condicional a proposição composta for- na primeira linha da tabela-verdade apresentada para a
mada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas condicional).
pelo conectivo “Se ... então” ou por uma de suas formas 2a – Quem tocou a campainha era realmente uma mu-
equivalentes. lher, mas ela não estavatrazendo um pacote nas mãos. Neste
A proposição condicional “Se A, então B” pode ser caso podemos dizer que a previsão da mulher mostrou-se
representada simbolicamente como: errada(estecaso corresponde ao que está descrito na segun-
da linha da tabela-verdade apresentada para acondicional).
A→B 3a – Quem tocou a campainha não era uma mulher
Exemplo: Dadas as proposições simples: embora estivesse mesmo trazendo um pacote nas mãos.
Neste caso não podemos dizer que a previsão da mulher
A: José é alagoano. estava errada, pois ela não disse que somente uma mulher
B: José é brasileiro. poderia estar trazendo um pacote nas mãos. Acontece que
toda proposição deve ser ou verdadeira ou falsa e esta não
A condicional “Se A, então B” pode ser escrita como: é falsa. Então é verdadeira! (Este caso corresponde ao que
está descrito na terceira linha da tabela-verdade apresentada
A → B: Se José é alagoano, então José é brasileiro. para a condicional)
4a – Quem tocou a campainha não era uma mulher e
Na proposição condicional “Se A, então B” a proposição nem mesmo estava trazendo um pacote nas mãos. Neste
A, que é anunciada pelo uso da conjunção “se”, é denomi- caso também não podemos dizer que a previsão da mu- lher
nada condição ou antecedente enquanto a proposição B, estava errada, pois a previsão de que a pessoa traria um
apontada pelo advérbio “então” é denominada conclusão pacote nas mãos estava condicionada ao fato de que a
ou consequente. pessoa fosse uma mulher. Não sendo uma mulher, não teria
As seguintes expressões podem ser empregadas como necessariamente que trazer um pacote nas mãos. No-
equivalentes de “Se A, então B”: vamente, a proposição não é falsa. Logo, é verdadeira (este
caso corresponde ao que está descrito na quarta linha da
Se A, B; tabela-verdade apresentada para a condicional).
B, se A;
Todo A é B; cuidado: Usualmente, quando empregarmos uma sen-
tença do tipo “se A então B” esperamos que exista alguma
A implica B;
forma de relacionamento entre A e B ou que guardem entre
A somente se B;
si alguma relação de causa e efeito.
A é suficiente para B;
Neste sentido, aceitaríamos com facilidade, por exem-
B é necessário para A.
plo, a proposição “Se um número inteiro termina com o
algarismo 8 então este número é par”.
Uma condicional “Se Aentão B” é falsa somente quando No mesmo sentido, tenderíamos a recusar proposições
sua condição (A) é verdadeira e sua conclusão (B) é falsa, como:
sendo verdadeira em todos os outros casos.
Isto significa que numa proposição condicional, a única “se um triângulo tem três lados então o número sete
situação inaceitável é termos uma condição verdadeira e é primo”
uma conclusão falsa.
Na tabela-verdade apresentada a seguir podemos ob- Ou, ainda:
servar os resultados da proposição condicional “Se A então
FORCE CONCURSOS

B” para cada um dos valores que A e B podem assumir. “se um quadrado tem sete lados então fala‑ se o por‑
tuguês no Brasil”
A B A→B
V V V Provavelmente recusaríamos a primeira dizendo algo
como:
V F F
F V V “O que é que tem a ver um triângulo ter três lados com
F F V o fato de o número sete ser primo?”
Quanto à segunda, é quase certo que alguém a recusasse Assim, percebemos que, para a Lógica, o valor lógico de
alegando algo como: uma proposição composta independe da existência de
qualquer relação entre as proposições dadas.
“Para começar, um quadrado não tem sete lados, mas
quatro. E mesmo que tivesse, isto não tem nada a ver com Bicondicional: A se e somente se B
falar-se ou não o português no Brasil”. Denominamos bicondicional a proposição composta
formada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas
Esse tipo de recusa parece razoável, pois nestas afirma- pelo conectivo “se e somente se”.
ções falta algo que relacione a primeira parte da proposição A proposição bicondicional “A se e somente se B” pode
(condição) com a segunda (conclusão). ser representada simbolicamente como:
No entanto, segundo as regras da Lógica, estas duas
proposições são verdadeiras! AB
Paraverificarmos isto, bastaanalisarmos cada uma delas
seguindo as regras estudadas: Exemplo: Dadas as proposições simples:
Vejamos:
A: Adalberto é meu tio.
Proposição: Se um triângulo tem três lados então o B: Adalberto é irmão de um de meus pais.
número sete é primo.
A proposição bicondicional “A se e somente se B” pode
Esta é uma proposição do tipo “Se A então B”. ser escrita como:

A condição da proposição é: A  B: Adalberto é meu tio se e somente se Adalberto


A: Um triângulo tem três lados. é irmão de um de meus pais.
(verdade)
Como o próprio nome e símbolo sugerem, uma propo-
A conclusão é: sição bicondicional “A se e somente se B” equivale à propo-
B: O número sete é sição composta “se A então B e se B então A”.
primo. (verdade) Podem-se empregar também como equivalentes de “A
se e somente se B” as seguintes expressões:
Como sabemos, uma proposição condicional onde a
condição e a conclusão sejam, ambas, verdadeiras será ela A se e só se B;
mesma, também, verdadeira. Todo A é B e todo B é A;
Todo A é B e reciprocamente;
Confira na tabela-verdade: Se A então B e reciprocamente;
A é necessário e suficiente para B;
A é suficiente para B e B é suficiente para A;
A B A→B A é necessário para B e B é necessário para A.
V V V
V F F A proposição bicondicional “A se e somente se B” é
verdadeira somente quando A e B têm o mesmo valor lógico
F V V
(ambas são verdadeiras ou ambas são falsas), sendo falsa
F F V quando A e B têm valores lógicos contrários.
Na tabela-verdade apresentada a seguir podemos
Proposição: Se um quadrado tem sete lados então fala- observar os resultados da proposição bicondicional “A se e
se o português no Brasil” somente se B” para cada um dos valores que A e B podem
assumir.
A proposição é do tipo “Se A então B”.

Condição da sentença: A B AB


A: Um quadrado tem sete lados. V V V
(falso) V F F
F V F
Conclusão da sentença é:
F F V
B: Fala-se o português no Brasil.
(verdade)
Sentenças Abertas
Como sabemos, TODA proposição condicional com con- Dizemos que uma expressão P(x) é uma sentença
dição FALSA é, sempre, VERDADEIRA (independentemente aberta na variável x se, e somente se, P(x) se tornar uma
de a conclusão ser verdadeira ou falsa). proposição sempre que substituirmos a variável x por qual-
quer elemento pertencente a certo conjunto denominado
Confira na tabela-verdade:
RAcIOcínIO LóGIcO

universo de discurso.
Note que, ao substituirmos a variável da sentença aberta
A B A→B por um elemento dado do seu universo de discurso, a pro-
V V V posição resultante não tem que ser Verdadeira.
V F F
Exemplo: A expressão 2x + 5 = 25 é uma sentença aberta
F V V na variável x. Quando substituímos a variável pelo número 5
F F V obtemos uma proposição Falsa: 2(5) + 5 = 25.
Tautologia Assim, quando uma proposição composta for uma
contingência, a última coluna de sua tabela-verdade deverá
Uma proposição composta é uma tautologia se e so- apresentar o valor lógico V (verdadeiro) pelo menos uma
mente se ela for sempre verdadeira, independentemente vez e, também, o valor lógico F (falso) pelo menos uma vez.
dos valores lógicos das proposições que a compõem.
Deste modo, quando uma proposição composta for uma Exemplo:
tautologia, a última coluna de sua tabela-verdade será o valor A proposição “Se A então B” é uma contingência, pois
lógico V (verdadeiro) em todas as suas linhas. será Falsa quando A for Verdadeira e B Falsa, sendo Verda-
deira em todos os outros casos.
Exemplo:
A proposição “Se (A e B) então (A ou B)” é uma tau- As Três Leis Fundamentais do Pensamento Lógico
tologia, pois é sempre verdadeira independentemente dos
valores lógicos de A e de B, como se pode observar na Alguns autores citam três princípios como sendofunda-
tabela-verdade abaixo: mentais para o pensamento lógico.

A B AeB A ou B (A e B) → (A ou B) Princípio da Identidade


V V V V V Se uma proposição qualquer é verdadeira, então ela é
V F F V V verdadeira.
F V F V V Em símbolos:
F F F F V P→P

contradição Princípio da não contradição

Uma proposição composta formada por duas ou mais Nenhuma proposição pode ser verdadeira e também
proposições é uma contradição se e somente se ela for ser falsa.
sempre falsa, independentemente dos valores lógicos das Em símbolos:
proposições que a compõem. ~(P  ~P)
Portanto, quando uma proposição composta for uma
contradição a última coluna de sua tabela-verdade será o Princípio do Terceiro Excluído
valor lógico F (falso) em todas as suas linhas.
Uma proposição ou é verdadeira ou é falsa.
Exemplo: Em símbolos:
A proposição “A se e somente se não A” é uma con- ou P ou ~P
tradição pois é sempre falsa, independentemente dos
valores lógicos de A e de não A, como se pode observar na Implicação Lógica
tabela-verdade abaixo:
Dizemos que a proposição A implica (ou acarreta) a
A ~A A  ~A proposição B se, e somente se, for impossível termos simulta-
V F F neamente A verdadeira e B falsa na proposição condicional
F V F “Se A então B” (em símbolos: A→B).
Quando A implica B anotamos:
O exemplo acima mostra que uma proposição qualquer
A e sua negação, ~A, nunca serão ambas verdadeiras nem AB
ambas falsas. (lê-se: A implica B ou A acarreta B)

Relação entre Tautologia e contradição Propriedades da Implicação Lógica

Sabemos que uma tautologia é sempre verdadeira en- São propriedades da relação de implicação lógica:
quanto uma contradição, sempre falsa, daí pode-se concluir 1ª – A  A (reflexiva);
que: 2ª – Se A  B e se B  C então A  C (transitiva);
3ª – A implicação lógica NÃO é simétrica.
A negação de uma tautologia é sempre uma contradição.
Proposições Logicamente Equivalentes
e
Dizemos que duas proposições são logicamente equi‑
A negação de uma contradição é sempre uma tautologia. valentes ou simplesmente equivalentes quando satisfazem
FORCE CONCURSOS

às duas condições seguintes:


Contingência 1o – sãocompostas pelasmesmasproposições simples;
2o – têm tabelas‑ verdade idênticas.
Uma proposição composta formada por duas ou mais
proposições é uma contingência se e somente se for possível Uma consequência prática da equivalência lógica é que
que ela seja verdadeira tanto quanto que ela também seja ao trocar uma dada proposição por qualquer outra que lhe
falsa, dependendo dos valores lógicos das proposições que seja equivalente, estamos apenas mudando a maneira de
a compõem. dizê-la.
A equivalência lógica entre duas proposições, A e B, A tabela a seguir mostra as equivalências mais comuns
pode ser representada simbolicamente como: para as negações de algumas proposições compostas:

AB Equivalente da
(lê-se: A é equivalente a B) Proposição negação direta
negação
AeB Não (A e B) Não A ou não B
As proposições A e B serão equivalentes se, e somente
se, for impossível termos simultaneamente A verdadeira A ou B Não (A ou B) Não A e não B
com B falsa ou A falsa com B verdadeira na proposição Se A então B Não (se A então B) A e não B
bicondicional “ A se, e somente se, B” (em símbolos: AB). A se e Não (A se e Ou A ou B
somente se B somente se B)
Regras de Equivalência Todo A é B Não (todo A é B) Algum A não é B
Algum A é B Não (algum A é B) Nenhum A é B
Da definição de equivalência lógica podem-se demons-
trar as seguintes equivalências: Diagramas Lógicos
1. A  A (reflexiva);
2. Se A  B então B  A (simétrica); Um diagrama lógico é um esquema que busca repre-
3. Se A  B e se B  C então A C (transitiva); sentar as relações existentes entre as diversas partes que
4. Se A e B são duas tautologias então A  B; compõem uma proposição.
5. Se A e B são duas contradições então A  B. O modelo mais comum para diagramas lógicos é o dos
diagramas de Venn‑ Euler.
Leis de comutatividade Neste capítulo aprofundaremos nossos estudos sobre
6. A  B  B  A os digramas lógicos estudando uma variação do modelo de
7. A  B  B  A Venn-Euler que nos permitirá uma representação mais
8. A  B  B  A precisa do que aquela vista anteriormente.
9. A  B  B  A
Universo de discurso (U)
Leis de associatividade
10. (A  B)  c  A  (B  c) Denomina-se universo de discurso o conjunto de tudo o
que se admite como possível em um dado contexto.
11. (A  B)  c  A  (B  c)
Deste modo, qualquer proposição possível será um
Leis de distributividade subconjunto do universo de discurso.
O universo de discurso será sempre indicado pela região
12. A  (B  c)  (A  B)  (A  c)
interna de um retângulo.
13. A  (B  c)  (A  B)  (A  c) Cada proposição é indicada por uma região delimitada
dentro do universo de discurso.
Lei da dupla negação
14. ~(~A)  A

Equivalências da Condicional
15. A → B  ~A  B
16. A → B  ~B → ~A

Equivalências da Bicondicional
17. A  B  (A → B)  (B → A)
18. A  B  (A  B)  (~B  ~A)
19. A  B  ~(A  B) U = universo de discurso
A = proposição
Leis de De Morgan
20. ~(A  B)  ~A  ~B Uma proposição é verdadeira em qualquer ponto dentro
21. ~(A  B)  ~A  ~B de sua região sendo falsa em todos os demais pontos do
universo de discurso.
negação de Proposições compostas
Um problema de grande importância para a lógica é o
da identificação de proposições equivalentes à negação de
uma proposição dada. Negar uma proposição simples é
uma tarefa que não oferece grandes obstáculos. Entretanto
podem surgir algumas dificuldades quando procuramos
FORCE CONCURSOS

identificar a negação de uma proposição composta.


Como vimos anteriormente, a negação de uma propo-
sição deve ter sempre valor lógico oposto ao da proposição
dada. Deste modo, sempre que uma proposição A for ver-
dadeira, a sua negação não-A deve ser falsa e sempre que
A for falsa, não-A deve ser verdadeira. Na região 1 a proposição A é verdadeira.
Em outras palavras a negação de uma proposição deve Na região 2 a proposição A é falsa.
ser contraditória com a proposição dada.
Diagrama Lógico da Disjunção Exclusiva
Na região 1 A e B são falsas.
Na região 2 A é verdadeira e B é falsa. Se as proposições A e B forem representadas como
Na região 3 A e B são verdadeiras. conjuntos através de um diagrama, a disjunção exclusiva “A
Na região 4 A é falsa e B é verdadeira.  B” corresponderá à união da parte do conjunto A que não
está em B (A−B) com a parte do conjunto B que não está
Ao representar uma estrutura lógica por um diagrama em A (B−A).
lógico somente as regiões para as quais o resultado da
(A−B)  (B−A)
tabela‑ verdade da estrutura representada for verdadeiro
serão sombreadas.

Diagrama Lógico da negação

Num diagrama de conjuntos, se a proposição A for


representada pelo conjunto A, então a negação “não‑ A”
corresponderá ao conjunto complementar de A.

Observe que isto equivale à diferença entre a união e a


interseção dos conjuntos A e B.

(AB) − (A B)

Diagramas Lógicos da condicional “A → B”

Se as proposições A e B forem representadas como


conjuntos através de um diagrama, a proposiçãocondicional
“Se A então B” poderá ser indicada de dois modos:

Diagrama Lógico da conjunção 1º Como nos casos anteriores, sombreando somente as


regiões dos conjuntos A e B correspondentes às linhas cujo
Se as proposições A e B forem representadas como resultado é V na tabela-verdade da proposição condicional.
conjuntos através de um diagrama, a conjunção “A  B”
corresponderá à interseção do conjunto A com o conjunto
B, A  B.

2º Como a inclusão do conjunto A no conjunto B (A está


contido em B).
FORCE CONCURSOS

Diagrama Lógico da Disjunção

Se as proposições A e B forem representadas como


conjuntos através de um diagrama, a disjunção “A  B”
corresponderá à união do conjunto A com o conjunto B.
Diagramas Lógicos da Bicondicional Representações Gráficas

Se as proposições A e B forem representadas como Deve-se ao matemático suíço Leonhard Euler (1707-
conjuntos através de um diagrama, a proposição bicondi- 1783) a ideia de representar as proposições categóricas por
cional “A se e somente se B” corresponderá à igualdade meio de diagramas que, por isto, são denominados diagra‑
dos conjuntos A e B. mas de Euler ou diagramas lógicos.
Nas representações gráficas das proposições categóricas
considere o significado dos seguintes sinais que aparecerão
em certas regiões dos conjuntos citados:

Sinal Significado
x Esta região tem pelo menos um elemento.
? Esta região pode ter elementos ou não.

Todo A é B.

Algum A é B.

Proposições categóricas
Na lógica clássica (também chamada lógica aristotélica)
o estudo da dedução era desenvolvido usando-se apenas
quatro tipos especiais de proposições, denominadas pro-
posições categóricas.
As proposições categóricas podem ser universais ou
particulares, cada uma destas podendo ser afirmativa ou
negativa. Temos, portanto, quatro proposições categóricas Nenhum A é B.
possíveis.
As quatro proposições categóricas possíveis, em suas
formas típicas, são apresentadas no quadro seguinte:

Afirmativas Negativas
Universais Todo A é B. Nenhum A é B.

Particulares Algum A é B. Algum A não é B.

Sujeito e Predicado de uma Proposição categórica


Algum A não é B.
Dada uma proposição categórica em sua forma típica
chamamos de:
– sujeito oelemento da sentençarelacionado ao quan-
tificador da proposição;
– predicado o elemento que se segue ao verbo.

Exemplos:
FORCE CONCURSOS

Proposições
Sujeito Predicado
categóricas
Todo atleta nato é um ven- atleta nato um vencedor Neste último caso é importante lembrar que o conjunto
cedor B não poderá resultar totalmente vazio. Isto se deve em
obediência a um dos princípios da lógica das proposições
Nenhum ser vivo é imortal ser vivo imortal
categóricas que estabelece que “todaclassetemquepossuir
Algum quadro é obra de arte quadro obra de arte pelo menos um elemento”.
Algum político não é honesto político honesto
Quantificação

A quantificação é umaforma de estabelecer uma relação


entre sujeito e predicado de uma proposição.
Quando dizemos “Todo atleta é um batalhador”, es-
tamos fazendo referência a dois conjuntos – o conjunto
daqueles que são atletas e o conjunto daqueles que são ba-
talhadores. Assim, osentido da sentença é que “todoaquele
que pertença ao conjunto dos atletas, também pertence ao
conjunto dos batalhadores”.
Na teoria dos conjuntos, os elementos de um conjunto
é que são quantificados para que se possa estabelecer sua
relação de pertinência com um outro conjunto.
1. Contraditórias – Uma proposição categórica qualquer
Representação Simbólica e sua negação lógica são ditas contraditórias.

Os quantificadores são representados por símbolos es- “Todo A é B” e “Algum A não é B” são contraditórias.
peciais e sua leitura é feita de modo ligeiramente diferente
daquela como usamos nas proposições categóricas. “nenhum A é B” e “Algum A é B” são contraditórias.

Duas proposições contraditórias não podem ser am‑


Quantificador Símbolo Significado bas verdadeiras nem ambas falsas, tendo sempre valores
Todo, lógicos opostos.
Universal  Para todo ou
– Se soubermos que uma proposição qualquer é ver-
Qualquer que seja dadeira, poderemos garantir que a sua contraditória
Particular  Existe algum será falsa.
– Se soubermos que uma proposição qualquer é falsa,
Não existe poderemos garantir que a sua contraditória será
Particular negativo  verdadeira.
Particular exclusivo I Existe um único
2. Contrárias – Uma afirmativa universal e acorrespon-
dente negativa universal são ditas contrárias.
Exemplos:
“Todo A é B” e “nenhum A é B” são contrárias.
Universal afirmativa:
Todo A é B. Duas sentenças contrárias nunca são ambas verdadei‑
x, xA → xB ras, mas podem ser ambas falsas.
(para todo x, se xA então xB)
– Se soubermos que uma universal qualquer é verda-
Universal negativa: deira poderemos garantir que a sua contrária é falsa.
Nenhum A é B. – Por outro lado se soubermos que uma universal
x, xA → xB qualquer é falsa não poderemos garantir que a sua
(para todo x, se xA então xB) contrária seja falsa também.
Particular afirmativa: 3. Subcontrárias – Uma afirmativa particular e a cor-
Algum A é B. respondente negativa particular são ditas subcontrárias.
x, xA  xB
(existe algum x tal que xA e xB) “Algum A é B” e “Algum A não é B” são subcontrárias.

Particular negativa: Duas sentenças subcontrárias nunca são ambas falsas,


Nenhum A é B. mas podem ser ambas verdadeiras.
 x, xA  xB
(não existe x tal que xA e xB) – Se soubermos que uma proposição particular é falsa,
poderemos garantir que a sua subcontrária é verda-
Relações Quantificacionais deira.
– Por outro lado, se soubermos que uma proposição
Duas proposições categóricas distintas, que tenham particular é verdadeira não poderemos garantir que
sua subcontrária seja verdadeira também.
FORCE CONCURSOS

mesmo sujeito e mesmo predicado, ou não poderão ser


ambas verdadeiras ou não poderão ser ambas falsas, ou as
duas coisas. 4. Subalternas – Duas afirmativas ou duas negativas
Dizemos que estarão sempre em oposição. (sendo uma universal e sua particular correspondente) são
ditas subalternas.
São quatro os tipos de oposição.
“Todo A é B” e “Algum A é B” são subalternas.
Observe o quadro aseguir que é conhecido como qua‑
dro de oposições. “nenhum A é B” e “Algum A não é B” são subalternas.
– Se soubermos que uma proposição universal é verda- premissa = hipótese
deira então poderemos garantir que sua subalterna conclusão = tese
particular também será verdadeira. A recíproca (da
particular para a universal) não pode ser garantida. Silogismo
– Se soubermos que uma proposição particular é
falsa então poderemos garantir que sua subalterna Um argumento formado por exatamente três proposi‑
universal será falsa também. A recíproca (da univer- ções, sendo duas como premissas e a outracomo conclusão,
sal para a particular) não pode sergarantida. é denominado silogismo.
{P,P}⇢C
12
Existe uma forma simples de resumirmos o comporta- Assim, são exemplos de silogismos os seguintes argu-
mento de duas proposições subalternas. mentos:
1º – Monte uma sentença condicional colocando as
proposições subalternas na seguinte ordem: I. P1: Todos os artistas são apaixonados.
P2: Todos os apaixonados gostam de flores.
Se (Universal) então (Particular) C : Todos os artistas gostam de flores.

2º – Marque o valor lógico (V ou F) junto da parte que II. P1: Todos os apaixonados gostam de flores.
contém a proposição cujo valor lógico é conhecido. P2: Míriam gosta de flores.
C : Míriam é uma apaixonada.
3º – Deduzimos quais valores lógicos poderão ter a
subalterna restante de modo que a sentença condicional Silogismos categóricos
seja verdadeira. Um silogismo é denominado categórico quando:
1o É composto por três proposições categóricas;
Exemplos: 2o As três proposições categóricas devem conter,
1. Sabemos que a proposição universal éverdadeira. ao todo, três únicos termos;
3o Cada um dos termos deve ocorrer em exatamente
duas das três proposições que compõem o silogismo.
Se (universal) então (particular)
V →V Exemplo:
No silogismo:
Portanto, a proposição particular também é verdadeira. P1: Todo bom atleta é persistente.
P2: Hudson é um bom atleta.
2. Sabemos que a proposição universal é falsa. C: Hudson é persistente.

Se (universal) então (particular) Os três termos são:


F → V ou F bom atleta – que ocorre nas duas premissas, P1 e P2;
persistente – que ocorre na primeira premissa e na
conclusão;
Portanto, a proposição particular pode ser verdadeira
ou falsa. Hudson – que ocorre na segunda premissa e na conclusão.

Termos de um Silogismo
3. Sabemos que a proposição particular é verdadeira.
Cada um dos termos que ocorrem num silogismo cate-
górico tem um nome especial:
Se (universal) então (particular) • Termo médio (M): é aquele que ocorre nas duas
V ou F  V premissas.
• Termo maior (T): é o termo que ocorre como predi‑
Portanto, a proposição universal pode ser verdadeira cado da conclusão.
ou falsa. • Termomenor (t): é o termo que ocorre como sujeito
da conclusão.
4. Sabemos que a proposição particular é falsa.
Forma Típica de um Silogismo categórico
Se (universal) então (particular)
Um silogismo categórico é dito de forma típica quando
F  F satisfaz às três seguintes condições:
1o As três proposições categóricas que o integram estão
Portanto, a proposição universal também é falsa. em suas formas típicas;
2o A primeira premissa (premissa maior) temo predi‑
Argumento cado da conclusão (termo maior) como um de seus termos;
3o A segunda premissa (premissa menor) tem o sujeito
FORCE CONCURSOS

Denomina-se argumento a relação que associa um da conclusão (termo menor) como um de seus termos.
conjunto de proposições P1, P2, ... Pn, chamadas premissas
do argumento, a uma proposição C a qual chamamos de Exemplo:
conclusão do argumento. Observe o silogismo categórico seguinte:
{P , P , ... P } ⇢ C
1 2 n
No lugar dos termos “premissa” e “conclusão” podem P1: Todo artista é brincalhão.
ser empregados os termos correspondentes “hipótese” e P2: Todo brincalhão é cortês.
“tese”, respectivamente. C: Todo artista é cortês.
Este silogismo não está na forma típica, pois o seu 1 AAA
termo maior (cortês) está presente na segunda premissa e 2 AAE
não na primeira. 3 AAI
Para colocá-lo na forma típica, no entanto, basta permu- 4 AAO
tarmos a premissas entre si. Assim teremos: 5 AEA
6 AEE
P1: Todo brincalhão é cortês. 7 AEI
P2: Todo artista é brincalhão. : :
C: Todo artista é cortês.
: :
: :
Figura 64 OOO
Num silogismo categórico, na forma típica a posição do
termo médio em cada uma das duas premissas varia de um Forma
silogismo para outro havendo quatro situações possíveis. Como podemos observar dos conceitos que estudamos
Cada uma dessas quatro situações corresponde a uma de figura e de modo, um silogismo não é completamente
figura, conforme segue: caracterizado somente por sua figura nem somente por seu
Primeira Figura – O termo médio ocorre “nos extremos”, modo.
ou seja, o termo médio ocorre como sujeito da primeira Ou seja, podemos ter dois silogismos categóricos de mo-
premissa e como predicado da segunda premissa. dos diferentes mas de mesma figura, assim como podemos
Segunda Figura – O termo médio ocorre como predica‑ ter dois silogismos categóricos de figuras diferentes mas de
do nas duas premissas. mesmo modo.
Para caracterizarmos completamente um silogismo
Terceira Figura – O termo médio ocorre como sujeito
categórico, devemos identificar, conjuntamente, tanto seu
nas duas premissas. modo quanto sua figura.
Quarta Figura – O termo médio ocorre “nos meios”, ou Ao definirmos tanto o modo quanto a figura de um
seja, o termo médio ocorre como predicado da primeira silogismo, estamos identificando a sua forma.
premissa e como sujeito da segunda premissa. É, portanto
o inverso da primeira figura. ( modo ) + ( figura ) = ( forma )

Modo Exemplo:
O modo de um silogismo de forma típica é determina- Considere o seguinte silogismo categórico:
do pelos tipos de proposições categóricas usados em sua
construção. “Todo elemento perigoso é potencialmente nocivo à
sociedade;
Cada modo é representado por três vogais, cada uma
Todo motorista desatento é um elemento perigoso;
delas indicando uma proposição categórica de modo que: Logo, todo motorista desatento é potencialmente nocivo
– A primeira vogal indica o tipo da proposição categó- à sociedade”
rica da premissa maior;
– A segunda vogal indica o tipo da proposição categó- é um silogismo da forma AAA-1 (modo AAA – primeira figura)
rica da premissa menor;
– A terceira vogal indica o tipo da proposiçãocategórica Número de Formas Possíveis de Silogismos
da conclusão. Cada um dos 64 modos possíveis de um silogismo pode
ocorrer em qualquer uma das 4 figuras.
As vogais representativas das proposições categóricas Portanto temos
são:
A: Universal Afirmativa – Todo X é Y. 644 = 256
E: Universal Negativa – Nenhum X éY.
Este é o total de formas diferentes possíveis para os
I : Particular Afirmativa – Algum X é Y.
silogismos.
O: Particular Negativa – Algum X não é Y. De todos os 256 silogismos categóricos possíveis, so-
mente uma pequena parte constitui argumentos válidos,
Exemplo: conceito este que passaremos a estudar a seguir.
O silogismo
“Todos os cantores são pessoas vaidosas; Argumento Válido
Algumas pessoas vaidosas são chatas.
Logo, alguns cantores são pessoas chatas.” Dizemos que um argumento é válido ou ainda que ele é
legítimo ou bem construído quando a sua conclusão é uma
É um silogismo do modo AII pois a primeira premissa é consequência obrigatória do seu conjunto depremissas.
Posto de outra forma:
FORCE CONCURSOS

do tipo A (universalafirmativa) enquantoa segunda premissa


é do tipo I (particular afirmativa) e a conclusão é do tipo I
(particular afirmativa). Um argumento é válido quando, ao assumirmos as pre-
Além disso, podemos dizer também que este silogismo missas do argumento como verdadeiras, a verdade da
é da quarta figura, pois o termo médio ocorre nos “meios” conclusão fica logicamente estabelecida.
das duas premissas. Isto significa que, num argumento válido, jamais pode-
Se enumerarmos todos os modos possíveis para um remos ter uma conclusão falsa quando as premissas forem
silogismo, verificaremos que eles são, ao todo, 64. verdadeiras.
É importante observar que o estudo dos argumentos Na tabela abaixo podemos ver um resumo das situações
ocupa-se tão somente da validade destes e não leva em possíveis para um argumento:
conta se as proposições que o compõem são realmente
verdadeiras ou não. Se um argumento e as premissas... então a conclusão
Deste modo, ao se discutir a validade de um argumento é... será:
é irrelevante saber se as premissas são realmente verda‑ são todas verda- necessariamente
deiras ou não. deiras Verdadeira.
Válido
Tudo que precisamos fazer é assumir que as premissas
(bem construído) não são todas ver- ou Verdadeira ou
sejam todas verdadeiras e verificar se isto obriga ou não a
conclusão a ser também verdadeira. dadeiras Falsa.

Exemplo: Se um argumento e as premissas... então a conclusão


Considere o silogismo: é... será:
Inde pe nde nte -
“Todos os pardais adoram jogar xadrez. Inválido mente de serem ou Verdadeira ou
Nenhum enxadrista gosta de óperas. (mal construído) ou não todas ver- Falsa.
Portanto, nenhum pardal gosta de óperas.” dadeiras
Este silogismo está perfeitamente bem construído (veja noções sobre cálculo de Predicados de 1a Ordem
o diagrama abaixo), sendo, portanto, um argumento válido
muito embora a verdade das premissas seja questionável. Não existe um meio efetivo de testar a validade de
todos os argumentos possíveis. Daí surge o interesse no
desenvolvimento de um método que permita a dedução da
conclusão de um argumento qualquer, ou seja, o cálculo
axiomático de predicados.
Este assunto é vasto e uma abordagem completa exigiria,
primeiramente, que se fundamentasse axiomaticamente o
cálculo proposicional.
Faremos a seguir um breve resumo do assunto.
Op = Conjunto dos que gostam de Óperas
X = Conjunto dos que adoram jogar xadrez Sentenças Abertas
P = Conjunto dos pardais
Pelo diagrama pode-se perceber que nenhum elemento o Considere uma expressão p(x) capaz de ser lida como
conjunto P (pardais) pode pertencer ao conjunto Op (os que uma proposição para cada valor atribuído a x num dado
gostam de Óperas). conjunto U não vazio, ou seja, p(x) ou é verdadeira ou é falsa
para todo x pertencente a U.
Argumento Inválido Nessas condições dizemos que p(x) é uma sentença
aberta em U.
Dizemos que um argumento é inválido, também de- Se p(x) é uma sentença aberta no conjunto U então esse
nominado ilegítimo, mal construído ou falacioso, quando a conjunto é chamado conjunto‑ universo de discussão da
verdade das premissas não é suficiente para garantir a sentença enquanto x é chamado variável de discussão da
verdade da conclusão. sentença.
Exemplo:
O silogismo: Exemplos:

“Todos os alunos do curso, passaram. Sentença aberta p(x) Universo Valor de p(2)
Maria não é aluna do curso.
x>3 Z Falso
Portanto, Maria não passou.”
2x+1 = 5 Z Verdadeiro
é um argumento inválido, falacioso, mal construído, 3x=10 Z Falso
pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade
da conclusão (veja o diagrama abaixo). Quando p(u) for verdadeira para algum u  U dizemos
que esse u confirma p(x) ou ainda que u é uma solução de
p(x).
É preciso ficar bem claro que as sentenças abertas não
são verdadeiras nem são falsas. Ao substituirmos as variáveis
das sentenças abertas por valores específicos as sentenças
tornam-se proposições. Estas sim é que são ou verdadeiras
ou falsas. Por esse motivo é que as sentenças abertas tam-
bém são chamadas de funções proposicionais.
FORCE CONCURSOS

P = Conjunto das pessoas que passaram.


C = Conjunto dos alunos do curso. conjunto-Verdade
m = Maria.
Pelo diagrama vê-se que Maria pode ter passado mesmo Chama-se conjunto‑ verdade de p(x) em U, ou conjunto‑
sem ser aluna do curso. ‑ solução de p(x) em U, ao conjunto que reúne todos os
(a primeira premissa não afirmou que somente os alunos do elementos de U que sejam solução de p(x), ou seja, para os
curso haviam passado). quais p(x) é verdadeira.
Particular  Existe algum
Particular negativo  Não existe
Particular exclusivo I da conjunção
P3. O conjunto-verdade Existep(x)
um único
q(x) é a
O conjunto-verdade é representado costumeiramente
por V ou por S. interseção dos seus conjuntos-verdade.

V = {u  U| p(u) é verdadeira}. Vpq = Vp ∩ Vq

Exemplos: P4. O conjunto-verdade da condicional p(x) → q(x) é a


união dos conjuntos-verdade de ~p(x) e de q(x).
Sentença aberta Universo conjunto-Verdade
x>3 Z V={4, 5, 6, 7, 8, ...} V = V ~p V q
p→q

2x+1 = 5 Z V={2}
P5. O conjunto-verdade da bicondicional p(x) ↔ q(x)
3x=10 Q V={10/3}
é a interseção dos conjuntos-verdade de ~p(x) e de ~q(x).
3x=10 Z V=
Vp↔q = V~p ∩ V~q
Sentenças com duas ou mais Variáveis
Quantificação
Uma sentença aberta pode ter duas ou mais variáveis.
p(x, y) sentença aberta nas variáveis, x e y. Existem duas maneiras de se transformar uma sentença
p(x, y, z) sentença aberta nas variáveis, x, y e z. aberta em uma proposição. Uma delas é atribuindo valores
p(x, y, z, w) sentença aberta nas variáveis, x, y, z e w. a suas variáveis. A outra é fazer uso da quantificação.
As quantificações estabelecem relações de inclusão ou
No conjunto-verdade de uma sentença aberta com duas exclusão entre sujeito e predicado em certas sentenças que
ou mais variáveis os elementos serão representados por funcionarão como proposições.
pares ordenados ou por seus análogos para mais variáveis. O quadro seguinte resume as quatro proposições quan-
tificacionais fundamentais:
Exemplos:

– O conjunto-verdade da sentença aberta xy = 5 em Z


será: Afirmativa Negativa
Universal Todo A é B. Nenhum A é B.
V={(1;5), (5;1), (−1; −5), (−5; −1)} Particular Algum A é B. Algum A não é B.

– O conjunto-verdade da sentença aberta 0 < (x+y+z) <


4 em N será: Símbolos Quantificacionais

V={(1; 1; 2), (1; 2; 1), (2; 1; 1)} Quando dizemos “Todo atleta é um batalhador.” estamos
fazendo referência a dois conjuntos – o conjunto daqueles
Operações lógicas sobre sentenças abertas que são atletas e o conjunto daqueles que são batalhadores.
Assim, o sentido da sentença é que “todo aquele que per‑
As operações lógicas proposicionais podem ser associa- tença ao conjunto dos atletas, também pertence ao conjunto
das às sentenças abertas criando outras sentenças abertas. dos batalhadores”.
Assim, se p(x) e q(x) forem duas sentenças abertas quais- Na teoria dos conjuntos os elementos de um conjunto é
quer, serão também sentenças abertas: que são quantificados para que se possa estabelecer sua
relação de pertinência com outro conjunto.
~p(x) Os quantificadores são representados por símbolos espe-
~q(x) ciais e sua leitura é usualmente feita de modo ligeiramente
p(x)  q(x) diferente daquela comousamos nas proposições categóricas.
p(x)  q(x)
p(x) → q(x)
p(x) ↔ q(x)
etc.

Propriedades P2. O conjunto-verdade da disjunção p(x)  q(x) é a


união dos seus conjuntos-verdade.
Se p(x) e q(x) são sentenças abertas discutidas no uni-
FORCE CONCURSOS

verso U e V prepresentaVo conjunto-verdade


= V V de p(x), então
Exemplos
valem as seguintes propriedades:
P1. O conjunto-verdade da negação ~p(x) é o comple‑ Universal afirmativa:
mento do conjunto verdade de p(x).
Todo A é B.
V~p = U − Vp x, xA → xB
(para todo x, se xA então xB)
Universal negativa: 8. silogismo disjuntivo
A  B , ~A  B
Nenhum A é B. A  B , ~B  A
x, xA → xB
(para todo x, se xA então xB) 9. dilema construtivo
(A→B)  (C→D), A  C  B  D
Particular afirmativa:
10. dilema destrutivo
Algum A é B. (A→B)  (C→D), ~B  ~D  A  C
x, xA  xB
(existe algum x tal que xA e xB) Teoremas

Particular negativa: T1- (A  B) , B→C  (A  C)

Nenhum A é B. T2- A→B  B→ A


 x, xA  xB Rec- B→ A  A→B
(não existe x tal que xA e xB)
T3- A→B , (A→B)  B
Particular exclusiva:
T4- (A  B) → C  A → (B→C)
Só existe um número real que satisfaz a igualdade x+2 = 6 Rec- A → (B→C)  (A  B) → C
I x, x  R, x+2 = 6
(existe um único x tal que x R e x+2 = 6) T5- (A  B) → (C  C)  A→B ( princ. da não con-
tradição)
Variáveis Livres
T6- A → (B  C) , B  A→C
Dizemos que uma variávelé livre em uma dada sentença
se ela não está ligada a algum quantificador. Proposições Dependentes
Exemplos Sejam P e P duas proposições quaisquer. Dizemos que
1 2
P2 é dependente de P1 se, e somente se, o valor lógico de P2
x ≤ 3 (x é variável livre) depende do valor lógico dado a P1.
Ou seja, pelo menos uma das seguintes situações deve
x (x ≠ w) (x não é variável livre mas w é) ocorrer:
P1 Verdadeira obriga P2 Verdadeira
x (y (x ≥ y) ) (nem x nem y é livre) ou
P1 Verdadeira obriga P2 Falsa
Regras de Inferência ou
P1 Falsa obriga P2 Verdadeira
Nas regras apresentadas abaixo: ou
– uma vírgula separa duas premissas; P1 Falsa obriga P2 Falsa
– o sinal  lê-se portanto e separa as premissas da
conclusão; Dependência entre Proposições
– as premissas estão sempre à esquerda do sinal; Quanto à dependência entre duas proposições dadas,
– a conclusão está sempre à direita do sinal ; P1 e P2, podem ocorrer somente duas situações distintas:
– Rec. significa teorema recíproco do apresentadona 1ª Nenhuma das duas proposições tem seu o valor lógico
linha anterior. dependente do valor lógico da outra. Neste caso dizemos
que não existe dependência ou ainda que as proposições
1. modus ponens consideradas são independentes.
A , A →B  B 2ª Cada uma das proposições tem seu o valor lógico
dependente do valor lógico da outra. Neste caso dizemos
2. modus tollens
que existe dependência ou ainda que as proposições consi-
A→B , ~B  ~A deradas são dependentes.
3. dupla negação
Exemplos: Considere as seguintes proposições:
~(~B)  B
A: Ana é alta;
4. introdução da conjunção B: Beto é baixo;
A, B  A  B C: Ana não é alta;
D: Se Ana é Alta então Beto é baixo.
5. eliminação da conjunção
FORCE CONCURSOS

ABA As proposições A e B são independentes, pois, em prin-


ABB cípio, pode-se ter qualquer uma delas verdadeira ou falsa in-
dependentemente do valor lógico que sejaatribuído àoutra.
6. adição As proposições A e C são dependentes. De fato uma vez
A, B  A  B que se tenha atribuído algum valor lógico a uma delas, a
outra, necessariamente ficará obrigada ao valor lógico
7. silogismo hipotético oposto, dado que C é a negação de A.
A → B , B →C  A → C
As proposições A e D também são dependentes. Isto I)
pode ser constatado observando que ao colocarmos qual-
quer uma das duas com Falsa a outra, obrigatoriamente,
será Verdadeira.

número de Linhas de uma Tabela-Verdade

Se uma tabela-verdade tem como componentes as


proposições P1, P2, ..., Pn, duas a duas independentes, então
o número de linhas desta tabela-verdade será iguala: III e IV)
n
Ln = 2
Exemplo: Sejam P1, P2 e P3, três proposições inde-
pendentes entre si, então a tabela verdade da proposição
composta “(P1e P )2 ou não‑ P ”3 terá 23 = 8 linhas, como se
pode ver abaixo:

P1 P2 P3 (P1 e P2) não‑ P3 (P1 e P2) ou não‑ P3 V)


1 V V V V F V
2 V V F V V V
3 V F V F F F
4 V F F F V V
5 F V V F F F
6 F V F F V V
7 F F V F F F
8 F F F F V V
3. Dêumanegaçãoparacadaumadasproposições abaixo.
a) O tempo será frio e chuvoso.
b) Ela estudou muito ou teve sorte na prova.
Exercícios Resolvidos
c) Maria não é morena ou Regina é baixa.
d) Se o tempo está chuvoso então está frio.
1. Todos os bons estudantes são pessoas tenazes. Assim
e) Todos os corvos são negros.
sendo:
f) Nenhum triângulo é retângulo.
a) Alguma pessoa tenaz não é um bom estudante.
b) O conjunto dos bons estudantes contém o conjunto g) Alguns sapos são bonitos.
das pessoas tenazes. h) Algumas vidas não são importantes.
c) Toda pessoa tenaz é um bom estudante.
d) Nenhuma pessoa tenaz é um bom estudante. Solução:
e) O conjunto das pessoas tenazes contém o conjunto a) O tempo não será frio ou não será chuvoso.
dos bons estudantes. b) Ela não estudou muito e não teve sorte na prova.
c) Maria é morena e Regina não é baixa.
Solução: d) O tempo está chuvoso e não estáfrio.
Alternativa: e e) Algum corvo não é negro.
Dizer que “todos os bons estudantes são pessoas f) Algum triângulo é retângulo.
tenazes” equivale a dizer que dentro do conjunto que g) Nenhum sapo é bonito.
reúne todas as pessoas tenazes acharemos todos os h) Todas as vidas são importantes.
bons estudantes. Assim sendo, podemos dizer que o
conjunto das pessoas tenazes contém o conjunto dos 4. Todo baiano gosta de “axé music”. Sendo assim:
bons estudantes. Isto poderia ser visualizado com um a) Todo aquele que gosta de “axé music” é baiano.
diagrama de conjuntos (diagrama de Euler-Venn). b) Todo aquele que não é baiano não gosta de “axé
music”.
2. Represente com diagramas de conjuntos: c) Todo aquele não gosta de “axé music” não é baiano.
I) Algum A é B. d) Algum baiano não gosta de “axé music”.
II) Algum A não é B. e) Alguém que não goste de “axé music” é baiano.
III) Todo A é B.
IV) Se A, então B. Solução:
V) Nenhum A é B. Alternativa: c
Assumindo que “todo baiano gosta de ‘axé music’”
Solução: podemos dizer que o conjunto dos baianos (conjunto
FORCE CONCURSOS

I) B) encontra-se completamente dentro do conjunto dos


que gostam de ‘axé music’ (conjunto A). Qualquer um
que esteja fora do conjunto A não poderá estar no
conjunto B pois B está dentro de A. Mas todos os que
não gostam de ‘axé music’ estão fora do conjunto A.
Logo todos os que não gostam de ‘axé music’ estão fora
do conjunto B. Ou seja: todo aquele que não gosta de
‘axé music’ não é baiano.
5. Se Anaéaltruísta então Brunaébenevolente. Se Brunaé simplesmente que A é suficiente para B. Por outro lado,
benevolenteentão Cláudia é conservadora. Sabe-seque sabemos que a não ocorrência de B implica a não ocor-
Cláudia não é conservadora. Nestas condiçõespode-se rência de A, ou seja: sem a ocorrência de B certamente
concluir que: A também não ocorreria. Por este motivo dizemos que
a) Ana não é benevolente. B é uma condição necessária para a ocorrência de A, ou
b) Bruna não é altruísta. simplesmente que B é necessária para A. No contexto
c) Ana não é conservadora. da questão: Chuva é condição suficiente para frio. Frio
d) Cláudia não éaltruísta. é condição necessária para chuva.
e) Ana não é altruísta.
8. Numacompetiçãodeenigmas, três espertas participan-
Solução: tes de uma das equipes propõem um desafio dizendo o
Alternativa: e seguinte:
Esta questão faz uso de uma estrutura bem conhecida Míriam: A Ana Flávia mente.
na Lógica: a cadeia de proposições condicionais – A Ana Flávia: A Anna Laryssa é que mente.
implica B que implica C Por outro lado, toda vez Anna Laryssa: A Míriam e a Ana Flávia é que mentem.
que uma proposição condicional como ‘Se A então B’ O desafio consiste em descobrir, de acordo com as
for verdadeira será verdadeira também ‘Se não‑ B então afirmações feitas, quem está mentindo e quem está
não‑ A’(repare a ordem!), onde não-B e não-A são as dizendo a verdade. Nestas condições, marque a alter-
negações das proposições B e A, respectivamente. Deste nativa correta:
modo, quando sabemos que ‘Se A então B’ e sabemos a) A única mentirosa é Míriam.
que B não ocorre, podemos concluir que A também não b) A única mentirosa é Ana Flávia.
ocorre. Neste problema podemos representar a cadeia c) Míriam e Anna Laryssa mentem.
de proposições condicionais dada como A implica B que d) Ana Flávia e Míriam mentem.
implica C que implica D. Como temos a negação de D, e) Anna Laryssa e Ana Flávia mentem.
teremos também não-C, não-B e não-A consecu-
tivamente. Ou seja: Cláudia não é conservadora, Bruna Solução:
não é benevolente e Ana não é altruísta. As demais Alternativa: c
opções não podem ser aceitas como conclusões pois Míriam diz: “A Ana Flávia mente”. Suponha que o que
não há dados suficientes no enunciado para decidir se Míriam diz seja verdade. Então Ana Flávia é mesmo
são verdadeiras ou se são falsas. mentirosa. Sendo a Ana Flávia mentirosa, o que ela diz
é mentira e, portanto, a Anna Laryssa diz a verdade. Por
6. Todo atleta é bondoso. Nenhum celta é bondoso. Daí sua vez, se Anna Laryssa diz a verdade, então Míriam
pode-se concluir que: deveser mentirosa. Ora, isto contradiz asuposição inicial
a) Algum atleta é celta. de que Míriam diz a verdade. Logo, não é possível que
b) Nenhum atleta é celta. Míriam tenha dito a verdade. Então Míriam mente e,
c) Nenhum atleta é bondoso. se Míriam mente, Ana Flávia diz a verdade e, portanto,
d) Alguém que seja bondoso é celta. Anna Laryssa mente.
e) Ninguém que seja bondoso é atleta.
9. Umantiquário acordou assustado quandoo alarme ins-
Solução: talado em sua casa acusou, às 2 horas da madrugada,
Alternativa: b que sua loja estava sendo invadida. Chamou a polícia
Sejam A = o conjunto dos atletas, B o conjunto das por telefone e saiu correndo para a loja que ficava
pessoas bondosas e C o conjunto dos celtas. De acordo apenas a uma quadra de sua residência. Tudo o que o
com o enunciado, o conjunto A esta totalmente dentro pobre antiquário conseguiu ver foi um carro saindo em
de B pois ‘todo atleta é bondoso’. O conjunto C está disparada, mas não conseguiu ver quem estava no
completamente fora de B pois ‘nenhum celta é bondoso’. carro e nem mesmo soube dizer quantos eram os seus
Sendo assim os conjunto A e C não podem ter qualquer ocupantes. Após investigar o caso, o detetive Berloque
elemento em comum, pois o primeiro está dentro de B Gomes conseguiu apurar os seguintes fatos:
e o segundo, fora. Ou seja: nenhum atleta écelta. – O carro visto pelo antiquário foi realmente o carro
usado para a fuga;
7. Se chove então faz frio. Assim sendo: – Ninguém mais, exceto três conhecidos delinquentes,
a) Chover é condição necessária para fazer frio. Ário, Bário e Cário, poderiam estar envolvidos no
b) Fazer frio é condição suficiente para chover. assalto;
c) Chover é condição necessária e suficiente para fazer – Cário nuncapraticaumassaltosemusar, pelomenos,
frio. Ário como cúmplice;
d) Chover é condição suficiente para fazer frio. – Bário não sabe dirigir.
e) Fazer frio é condição necessária e suficiente para
chover. Admitindo que os fatos apurados por Berloque Gomes
sejam verdadeiros, pode-se concluir logicamente que:
FORCE CONCURSOS

Solução: a) Bário é necessariamente inocente.


Alternativa: d b) Cário é necessariamenteinocente.
Esta questão faz referência aos conceitos de necessi- c) Ário é necessariamente inocente.
dade e de suficiência e às relações destes conceitos d) Cário é necessariamente culpado.
com as proposições condicionais. Como já vimos, numa e) Ário é necessariamente culpado.
proposição condicional ‘Se A então B’ a ocorrência de A
implica (garante) a ocorrência de B. Então dizemos que Solução:
A é uma condição suficiente para a ocorrência de B, ou Alternativa: e
Existem somente três hipóteses razoáveis: Solução:
1. Ário cometeu o crime sozinho. Alternativa: b
– Se aquela que usava o vestido azul fosse Alba, ela teria
2. Cário é culpado – Nestecaso Ário também é culpado. mentido ao dizer “Albaestá de branco” mas sabemos
3. Bário é culpado – Neste caso, alguém o ajudou a que Alba diz a verdade. Logo Alba não pode estar de
dirigir o carro da fuga (pois ele não sabe dirigir). Se azul.
o motorista foi Cário, então Ário também é culpado – Alba também não pode estar de branco pois aquela
(pois Cário nunca pratica um roubo sem Ário). Se o que estava de branco disse “Eu sou Bianca” e sabe-se
motorista foi Ário, não se pode provar nada sobre que Alba não poderia mentir dizendo ser Bianca.
Cário, mas Ário já está novamente implicado. – Ora, se Alba não está de azul e também não está de
Como se pode notar, em qualquer das três hipóteses branco, então Alba só pode estar usando o vestido
Ário está necessariamente envolvido. carmim.
Entãoconcluímos que a afirmação de Alba (que estavade
carmim) foi “Clara está de branco” e como sabemos que
10. Considere as afirmativas seguintes: Alba diz a verdade o vestido de Clara é mesmo o branco.
I – A bolinha amarela está depois da branca. Por exclusão, restao vestido azulpara Biancae, de quebra,
II – A bolinha azul está antes da verde. ainda poderíamos concluir que Bianca também mentiu!
III – a bolinha que está imediatamente após a azul é Resumindo o que descobrimos, as cores dos vestidos
maior que a que está antes desta. de Alba, Bianca e Clara, nesta ordem são Carmim, Azul,
IV – A bolinha verde é a menor de todas. e Branco.

12. (Esaf) Se Beto briga com Glória, então Glória vai ao


Com base nas quatro afirmativas anteriores, a ordem cinema. Se Glória vai ao cinema, então Carla fica em
correta das quatro bolinhas é: casa. Se Carla fica em casa, então Raul briga com Carla.
a) Branca, amarela, azul, verde. Ora, Raul não briga com Carla. Logo,
b) Branca, azul, amarela, verde. a) Carla não fica em casa e Beto não briga com Glória.
c) Branca, azul, verde, amarela. b) Carla fica em casa e Glória vai ao cinema.
d) Azul, branca, amarela, verde. c) Carla não fica em casa e Glória vai ao cinema.
e) Azul, branca, verde, amarela. d) Glória vai ao cinema e Beto briga com Glória.
e) Glória não vai ao cinema e Beto briga com Glória.
Solução: Solução:
Alternativa: b Alternativa: a
As afirmativas I e II estão satisfeitas em todas as alter- Se Beto brigasse com Glória, Glória iria ao cinema, Carla
nativas de resposta dadas. Assim, concentremos nossa ficaria em casa e Raul brigaria com Carla.
atenção nas afirmativas III e IV: Raul não brigou com Carla. Logo, Beto não briga com
– A afirmativa III indica a existência de ao menos uma Glória, Glória não vai ao cinema e Carla não fica em
bolinha ANTES e ao menos uma bolinha DEPOIS da Casa. A única alternativa concordante com estas con-
bolinha azul. Portanto, a bolinha azul não pode ser clusões é a letra A: “Carla não fica em casa e Beto não
briga com Glória”.
a primeira nem pode ser a última. Isto elimina as
alternativas de resposta D e E.
– Ainda na afirmativa III temos que a bolinha que está EXERCÍCIOS PROPOSTOS
imediatamente após a azul é MAIOR do que a bolinha
que está antes desta. Além disto, sabemos pela afir-
noções de Lógica
mativa IV que a bolinha verde é a MENOR DE TODAS. 1. Sejam Ae B duas proposições distintas quaisquer, então
Portanto a bolinha que está imediatamente após a pode-se garantir que:
azul não pode ser averde. Isto elimina as alternativas a) Sendo A verdadeira e B falsa a proposição composta
de resposta A e C. “A e B” será verdadeira.
Porexclusão, resta-nosapenasaalternativa de resposta B. b) Sendo A falsa e B verdadeira a proposição composta
“A e B” será verdadeira.
11. Alba, Bianca e Clara foram a uma festa com vestidos de c) Sendo A falsa e B falsa a proposição composta “A e
cores diferentes, sendoum azul, um brancoe um carmim, B” será verdadeira.
d) Sendo A verdadeira e B verdadeira a proposição
mas não necessariamente nesta ordem. Atraído pela
composta “A e B” será falsa.
beleza das três jovens, um rapaz aproximou-se delas e e) Sendo A verdadeira e B verdadeira a proposição
lhes perguntou quem era cada uma delas. A de azul res- composta “A e B” será verdadeira.
pondeu: “Alba está de branco.”. A que estava de branco
retrucou: “Eu sou Bianca!”. Então aquela que estava 2. Sejam Ae B duas proposições distintas quaisquer, então
vestindo carmim disse: “Clara é que está de branco.”. pode-se garantir que:
Perplexo, o rapaz pensou “Nossa, mas que confusão!”. a) Sendo A verdadeira e B falsa a proposição composta
FORCE CONCURSOS

Sabendo que Alba disse a verdade e que Clara mentiu, “A ou B” será falsa.
deduza as cores dos vestidos de Alba, de Bianca e de b) Sendo A falsa e B verdadeira a proposição composta
“A ou B” será falsa.
Clara, nesta ordem: c) Sendo A falsa e B falsa a proposição composta “A ou
a) Carmim, branco eazul. B” será verdadeira.
b) Carmim, azul ebranco. d) Sendo A verdadeira e B verdadeira a proposição
c) Azul, carmim, ebranco. composta “A ou B” será verdadeira.
d) Azul, branco ecarmim. e) Sendo A verdadeira e B verdadeira a proposição
e) Branco, azul ecarmim. composta “A ou B” será falsa.
3. Considere a proposição composta X = “Se A então B”, 9. Se Ana é altruísta então Bruna é benevolente. Se Bruna
onde A (condição) e B (conclusão) são duas outras pro- é benevolente então Cláudia é conservadora. Sabe-se
posições quaisquer, A  B. Nestas condições, assinale a que Bruna não é benevolente. Nestas condições pode-se
única correta: concluir que:
a) X será verdadeira somente se a condição for falsa, a) Ana é altruísta.
independentemente de a conclusão ser verdadeira b) Ana não é altruísta mas Cláudia é conservadora.
ou falsa. c) Ana não é altruísta e Cláudia não é conservadora.
b) X será falsa sempre que a conclusão for verdadeira, d) Cláudia não é conservadora.
independentemente de acondiçãoserverdadeira ou e) Ana não é altruísta.
falsa.
c) X será verdadeira somente se A e B tiverem valores 10. (Esaf) Ou Celso compra um carro, ou Ana vai à África, ou
lógicos iguais , ou seja, A e B ambas verdadeiras ou Rui vai a Roma. Se Ana vai à África, então Luís compra
então ambas falsas. um livro. Se Luís compra um livro, então Rui vai a Roma.
d) X será falsa somente quando a condição e a conclusão Ora, Rui não vai a Roma, logo:
tiverem valores lógicos opostos, ou seja, A verdadeira a) Celso compra um carro e Ana não vai à África
com B falsa ou A falsa com B verdadeira. b) Celso não compra um carro e Luís não compra o livro
e) X será falsa somente quando a conclusão for falsa. c) Ana não vai à África e Luís compra um livro
d) Ana vai à África ou Luís compra um livro
4. Uma proposição X é dita logicamente equivalente a uma e) Ana vai à África e Rui não vai a Roma
outra, Y, quando ocorrer que elas tenham sempre o
mesmo valor lógico, ou seja, sempre que uma das duas 11. (Esaf) Considere as afirmações:
é verdadeira a outra também é verdadeira e sempre que A – Se Patrícia é uma boa amiga, Vítor diz a verdade;
uma das duas é falsa a outra também é falsa. Com base B – Se Vítor diz a verdade, Helena não é uma boa amiga;
nesta definição assinale a única proposição abaixo que C – Se Helena não é uma boa amiga, Patrícia é uma boa
não é equivalente da proposição “Se A então B”: amiga.
a) Todo A é B.
b) A é condição suficiente para B. A análise do encadeamento lógico dessas três afirma-
c) Se B então A. ções permite concluir que elas:
d) Se não-B então não-A. a) São equivalentes a dizer que Patrícia é uma boa amiga
e) B é condição necessária para A. b) Implicam necessariamente que Patrícia é uma boa
amiga
5. Entre as proposições abaixo assinale a única que não c) Implicam necessariamente que Vítor diz a verdade e
corresponde corretamente à negação da proposição “A que Helena não é uma boa amiga
e B”: d) São consistentes entre si, quer Patrícia seja uma boa
a) Não é verdade que A ou B. amiga, quer Patrícia não seja uma boa amiga
b) Não ocorre A ou não ocorre B. e) São inconsistentes entre si
c) Não ocorre A ou não ocorre B ou não ocorrem ambos.
d) É falso que tem-se A e B. 12. Todo atleta é bondoso. Nenhum celta é bondoso. Daí
e) Não se tem A e B. pode-se concluir que:
a) Algum atleta é celta.
6. Sabe-se que a proposição “A ou B” é verdadeira. Assim b) Nenhum atleta é celta.
sendo: c) Nenhum atleta é bondoso.
a) Se soubermos também que a proposição A é verda- d) Alguém que seja bondoso é celta.
deira poderemos concluir que proposição B é falsa. e) Ninguém que seja bondoso é atleta.
b) Se soubermos também que a proposição A é falsa
poderemos concluir que proposição B é falsa. 13. (Esaf) Há três suspeitos de um crime: o cozinheiro, a
c) Se soubermos também que a proposição A é falsa governanta e o mordomo. Sabe-se que o crime foi
poderemos concluir que proposição B é verdadeira. efetivamente cometido por um ou por mais de um deles,
d) Se soubermos também que a proposição A é ver- já que podem ter agido individualmente ou não. Sabe-se,
dadeira poderemos concluir que proposição B é ainda, que:
verdadeira. A – se o cozinheiro é inocente, então a governanta é
e) Se soubermos também que a proposição A tem um culpada;
valor lógico (verdadeira ou falsa) poderemos concluir B – ou o mordomo é culpado ou a governanta é culpada,
que proposição B tem o valor lógico oposto (falsa ou mas não os dois;
verdadeira). C – o mordomo não é inocente.

7. Se é verdade que “Nenhum A é B”, então énecessaria- Logo:


mente verdadeiro que: a) a governanta e o mordomo são os culpados.
a) Algum A não é B. b) o cozinheiro e o mordomo são os culpados.
b) Algum A é B. c) Somente a governanta éculpada.
c) Todo A é B. d) Somente o cozinheiro éinocente.
d) Algum B é A. e) Somente o mordomo é culpado.
FORCE CONCURSOS

e) Todo B é A.
14. (Esaf) Três irmãs – Ana, Maria e Cláudia – foram a uma
8. Todo artista é um boêmio. Sendo assim: festacom vestidos de cores diferentes. Uma vestiu azul,
a) Todo boêmio é um artista. a outra branco e a terceira preto. Chegando à festa o
b) Todo aquele que não é artista não é boêmio. anfitrião perguntou quem era cada uma delas. A de azul
c) Todo aquele não é boêmio não é artista. respondeu: “Ana é a que está de branco.” A de branco
d) Algum artista não é boêmio. falou: “Eu sou Maria.” E a de preto disse: “Cláudia é
e) Alguém que não é boêmio é artista. quem está de branco.” Como o anfitrião sabia que Ana
sempre diz a verdade, que Maria às vezes diz a verdade a) Anaís será professora e Anelise não será cantora
e que Cláudia nunca diz a verdade, ele foi capaz de iden- b) Anaís não será professora e Ana não será atleta
tificar corretamente quem era cada pessoa. As cores dos c) Anelise não será cantora e Ana será atleta
vestidos de Ana, Mariae Cláudia eram, respectivamente: d) Anelise será cantora ou Ana será atleta
a) preto, branco, azul. e) Anelise será cantora e Anamélia não será pianista
b) preto, azul, branco.
c) azul, preto,branco. 20. (TFC/SFC/2000) Se é verdade que “Nenhum artista é
d) azul, branco, preto. atleta”, então também será verdade que:
e) branco, azul, preto. a) todos não artistas são não atletas
b) nenhum atleta é não artista
15. (Esaf) Quatro amigos, André, Beto, Caio e Dênis, obtive- c) nenhum artista é não atleta
ram os quatro primeiros lugares em um concurso de d) pelo menos um não atleta é artista
oratória julgado por uma comissão de três juízes. Ao co- e) nenhum não atleta é artista
municarem a classificação final, cadajuiz anunciou duas
colocações, sendo uma delas verdadeira e a outra falsa: 21. (Gestor/2000) Dizer que “André é artista ou Bernardo
Juiz 1: “André foi o primeiro; Beto foi o segundo” não é engenheiro” é logicamente equivalente a dizer
Juiz 2: “André foi o segundo; Dênis foi o terceiro” que:
Juiz 3: “Caio foi o segundo; Dênis foi o quarto” a) André é artista se e somente se Bernardo não é en-
Sabendo que não houve empates, oprimeiro, o segundo, genheiro.
oterceiroe o quarto colocados foram, respectivamente, b) Se André é artista, então Bernardo não é engenheiro.
a) André, Caio, Beto,Dênis. c) Se André não é artista, então Bernardo é engenheiro
b) Beto, André, Caio, Dênis. d) Se Bernardo é engenheiro, então André é artista.
c) Beto, André, Dênis, Caio.
e) André não é artista e Bernardo é engenheiro
d) André, Caio, Dênis, Beto.
e) Caio, Beto, Dênis, André. 22. Todos os bons estudantes são pessoas tenazes. Assim
16. (AFC/SFC/2000) Os cursos de Márcia, Berenice e Priscila sendo:
são, não necessariamente nesta ordem, Medicina, Bi- a) Alguma pessoa tenaz não é um bom estudante.
ologia e Psicologia. Uma delas realizou seu curso em b) O conjunto dos bons estudantes contém o conjunto
Belo Horizonte, a outra em Florianópolis, e a outra em das pessoas tenazes.
São Paulo. Márciarealizou seu curso em Belo Horizonte. c) Toda pessoa tenaz é um bom estudante.
Priscila cursou Psicologia. Berenice não realizou seu d) Nenhuma pessoa tenaz é um bom estudante.
curso em São Paulo e não fez Medicina. Assim, os cursos e) O conjunto das pessoas tenazes contém o conjunto
e os respectivos locais de estudo de Márcia, Berenice e dos bons estudantes.
Priscila são, pela ordem:
a) Medicina em Belo Horizonte, Psicologia em Florianó- 23. (Esaf) Se é verdade que “Alguns Asão R” e que “Nenhum
polis, Biologia em São Paulo G é R”, então é necessariamente verdadeiro que
b) Psicologia em Belo Horizonte, Biologia em Florianó- a) Algum A não é G
polis, Medicina em São Paulo b) Algum A é G
c) Medicina em Belo Horizonte, Biologia em Florianó- c) Nenhum A é G
polis, Psicologia em São Paulo d) Algum G é A
d) Biologia em Belo Horizonte, Medicina em São Paulo, e) Nenhum G é A
Psicologia em Florianópolis
e) Medicina em Belo Horizonte, Biologia em São Paulo, 24. Todo baiano gosta de ‘axé music’. Sendo assim:
Psicologia em Florianópolis a) Todo aquele que gosta de ‘axé music’ é baiano.
b) Todo aquele que não é baiano não gosta de ‘axé
17. (AFC/SFC/2000) Se Vera viajou, nem Camile nem Carla music’.
foram ao casamento. Se Carla não foi ao casamento, c) Todo aquele não gosta de ‘axé music’ não é baiano.
Vanderléiaviajou. Se Vanderléiaviajou, o navio afundou. d) Algum baiano não gosta de ‘axé music’.
Ora, o navio não afundou. Logo, e) Alguém que não goste de ‘axé music’ é baiano.
a) Vera não viajou e Carla não foi ao casamento
b) Camile e Carla não foram ao casamento 25. Se chove então faz frio. Assim sendo:
c) Carla não foi ao casamento e Vanderléia não viajou a) Chover é condição necessária para fazer frio.
d) Carla não foi ao casamento ou Vanderléia viajou b) Fazer frio é condição suficiente para chover.
e) Vera e Vanderléia não viajaram c) Chover é condição necessária e suficiente para fazer
frio.
18. (Analista/2002) Se M=2x+3y, então M=4p+3r. Se d) Chover é condição suficiente para fazer frio.
M=4p+3r, então M=2w−3r. Por outro lado, M=2x+3y e) Fazer frio é condição necessária e suficiente para
ou M=0. Se M=0 então M+H = 1. Ora, M+H  1. Logo, chover.
a) 2w−3r = 0
b) 4p+3r  2w−3r 26. (Esaf) Seis pessoas – A, B, C, D, E, F – devem sentar-se em
c) M  2x+3y
FORCE CONCURSOS

torno de uma mesa redonda para discutir um contrato.


d) 2x+3y  2w−3r Há exatamente seis cadeiras em torno da mesa, e cada
e) M = 2w−3r pessoa senta-se de frente para o centro da mesa e numa
posição diametralmente oposta à pessoa que está do
19. (TFC/SFC/2000) Ou Anaís será professora, ou Anelise outro lado da mesa. A disposição das pessoas à mesa
será cantora, ou Anamélia será pianista. Se Ana for atle- deve satisfazer às seguintes restrições:
ta, então Anamélia será pianista. Se Anelise for cantora, F não pode sentar-se ao lado de C
então Ana será atleta. Ora, Anamélia não será pianista. E não pode sentar-se ao lado de A
Então: D deve sentar-se ao lado de A
Então uma distribuição aceitável das pessoas em torno 33. Assinale a alternativa que apresenta uma contradição
da mesa é: lógica:
a) F, B, C, E, A, D a) Todo dramaturgo não é perspicaz e algum perspicaz
b) A, E, D, F, C,B é dramaturgo.
c) A, B, F, C, D, E b) Todo dramaturgo é perspicaz e algum perspicaz não
d) F, D, A, C, E, B é dramaturgo.
e) F, E, D, A, B, C c) Nenhum dramaturgoé perspicaz e algum dramaturgo
não é perspicaz.
27. (Esaf) Dizer que é verdade que “para todo x, se x é uma d) Algum dramaturgo é perspicaz e algum dramaturgo
rã e se x é verde, então x está saltando” élogicamente não é perspicaz.
equivalente a dizer que não é verdade que e) Algum dramaturgo não é perspicaz e todo perspicaz
a) “algumas rãs que não são verdes estãosaltando” é dramaturgo.
b) “algumas rãs verdes estão saltando”
c) “nenhuma rã verde não está saltando” 34. Todo criança gosta de brincar.
d) “existe uma rã verde que não estásaltando” Logo:
e) “algo que não seja uma rã verde está saltando” a) Se Miriam não gosta de brincar, então Miriam nãoé
uma criança.
28. (Gestor/2000) A partir das seguintes premissas: b) Se Miriam é uma criança, então Miriam não gosta de
Premissa 1: “X é A e B, ou X é C” brincar.
Premissa 2: “Se Y não é C, então X não é C” c) Se Miriam gosta de brincar então Miriam é uma
Premissa 3: “Y não é C” criança.
Conclui-se corretamente que X é: d) Se Miriam não é uma criança então Miriam não gosta
a) A e B. de Brincar.
e) Se Miriam não é uma criança então Miriam gosta de
b) não A ou não C.
c) A ou B. Brincar.
d) A e não B. 35. Altair é alto ou Bruna é bela.
e) não A e não B. Altair não é alto.
Logo:
29. A proposição “Todo A é B” não é equivalente a: a) Bruna não é bela.
a) Se A, então B. b) Altair é alto.
b) Se não B, então não A. c) Bruna é bela.
c) Se não A, então não B. d) Altair é alto e Bruna é bela.
d) B é necessário para A.
e) Altair não é alto e Bruna não é bela.
e) A é suficiente para B.
36. Todo atleta é batalhador.
30. Se é verdade que todo atávicoé belicoso, então: também Sophia é atleta.
é verdade que: Logo:
a) Todo belicoso é atávico. a) Sophia é atleta e batalhadora.
b) Algum atávico não é belicoso. b) Sophia é atleta, mas não é necessariamente batalha-
c) Nenhum atávico é belicoso. dora.
d) Se não é atávico então não é belicoso. c) Sophia é batalhadora, mas não necessariamente é
e) Se não é belicoso então não é atávico. atleta.
d) Sophia não é atleta e nem batalhadora.
31. Se Ana é atenciosa, então Bruna é bagunceira. e) Ou Sophia é atleta ou Sophia é batalhadora.
Se Bruna é bagunceira, então Carla écarinhosa.
Sabe-se que Bruna não é bagunceira. Logo: 37. Todo ator é bonachão.
a) Ana é atenciosa e Carla é carinhosa. Luís não é bonachão.
b) Ana não é atenciosa e Carla não é carinhosa. Logo:
c) Ana não é atenciosa e Carla é carinhosa. a) Luís é ator.
d) Carla é carinhosa, mas nada se pode afirmar sobre b) Luís pode ser ator, bem como pode não sê-lo.
Ana. c) Luís é bonachão e não é ator.
e) Ana não é atenciosa, mas nada se pode afirmar sobre d) Luís não é ator.
Carla. e) Ou Luís não é ator ou Luís não é Bonachão.

32. Se Bruna brinca, Rita ri. 38. Todo homem que gosta de andar tem muitas bermudas.
Se Rita ri, Carla canta. Todo homem que come couve gosta de andar.
Se Carla canta, Diana dança. Logo:
Se Diana dança, Lulu late. a) Todo homem que tem muitas bermudas come couve.
b) Todo homem que come couve tem muitas bermudas.
Com base nestas proposições, pode-se concluir que: c) Todo homem que tem muitas bermudas gosta de
a) Se Bruna não brinca, então Rita não ri, Carla não andar.
canta, Diana não dança e Lulu não late. d) Alguém que come couve pode não gostar de andar.
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b) Se Rita não ri, então Carla não canta, Diana não dança, e) Alguém que gosta de andar pode não ter muitas
Lulu não late e Bruna não brinca. bermudas.
c) Se Carla não canta, então Diana não dança, Lulu não
late, Bruna não brinca e Rita não ri. 39. Todo animal que tenha pelagem arlequim é belicoso.
d) Se Diana não dança, então Lulu não late, Bruna não Nenhum dos meus cães é belicoso.
brinca, Rita não ri e Carla não canta. Logo:
e) Se Lulu não late, então Bruna não brinca, Rita não ri, a) Todo animal belicoso tem pelagem arlequim.
Carla não canta e Diana não dança. b) Algum animal belicoso não tem pelagem arlequim.
c) Nenhum animal belicoso tem pelagem arlequim. 44. Com base em um conjunto de hipóteses uma pessoa de-
d) Algum dos meus cães pode ter pelagem arlequim e duziu que um determinado evento ocorreria. Conforme
não ser belicoso. o previsto, o tal evento ocorreu mesmo. Assim sendo:
e) Nenhum dos meus cães tem pelagem arlequim. a) Todas as hipóteses que a pessoa usou para deduzir
que o evento ocorreria são necessariamente verda-
40. Todo objeto que é acessório é sempre barato. deiras.
Tudo o que é barato é descartável. b) Várias das hipóteses que a pessoa usou para deduzir
Logo: que o evento ocorreria são verdadeiras, mas não
a) Se eu tenho um objeto que é acessório então ele é necessariamente todas elas.
necessariamente barato e é descartável. c) Pelo menos uma das hipóteses que a pessoa usou
b) Se eu tenho um objeto que é acessório então ele é para deduzir que o evento ocorreria tem que ser
barato, mas não é necessariamente descartável. verdadeira.
c) Se eu tenho um objeto que é acessório então ele é d) Pelo menos uma das hipóteses que a pessoa usou
descartável, mas não é necessariamente barato. para deduzir que o evento ocorreria é falsa.
d) Existe algum objeto barato que não é um acessório. e) Nada se pode garantir sobre a verdade das hipóteses
e) Existe algum objeto descartável que não ébarato. que a pessoa usou para deduzir que o evento ocor-
reria.
41. Todo anel é brilhante.
45. Considere o seguinte argumento: “Sei que uma moeda
Tudo o que é brilhante é caro.
normal não pode dar ‘cara’ em vinte lances consecutivos.
Meu presente não é caro.
Sei também que você jogou uma moeda vinte vezes e
Logo:
que estamoeda é normal. Com base nisto posso concluir
a) Existe alguma coisa que é brilhante, mas que não é
que você não obteve uma sequência de vinte ‘caras’
cara.
consecutivas.”
b) Meu presente é um anel e não é brilhante.
Admita que aconclusão dada neste argumento tenhase
c) Meu presente é brilhante, mas não é um anel.
mostrado verdadeira. Nestas condições pode-se garantir
d) Meu presente não é um anel e não ébrilhante.
que:
e) Existe alguma coisa cara que não é brilhante. a) O argumento não é válido, ou seja, não está bem
42. Com base em um conjunto de hipóteses uma pessoa construído e, por isso, um conjunto com hipóteses
deduziu logicamente que um determinado eventoocor- não todas verdadeiras puderam levar a uma conclu-
reria. Porém, ao contrário do previsto, o tal evento não são verdadeira.
ocorreu. Assim, esta pessoa deve logicamente concluir b) O argumento é falacioso, ou seja, embora bem cons-
que: truído o conjunto das hipóteses, ainda que todas
verdadeiras, não seria capaz de garantir que aquela
a) Todas as hipóteses que ela usou para deduzir que o
evento ocorreria são falsas. conclusão fosse sempre verdadeira.
b) Várias das hipóteses que ela usou para deduzir que c) O argumento não é válido, ou seja, não está bem
construído e, portanto, pelo menos uma das duas
o evento ocorreria são falsas.
c) Pelo menos uma das hipóteses que ela usou para hipóteses é falsa.
deduzir que o evento ocorreria é falsa. d) O argumento é legítimo, ou seja, está bem construído
d) Várias das hipóteses que ela usou para deduzir que e a verdade de suas premissas levaria necessariamente
o evento ocorreria são verdadeiras. a uma conclusão verdadeira. Mas a recíproca não está
e) Pelo menos uma das hipóteses que ela usou para garantida, ou seja, uma conclusão verdadeira não
implica em que as premissas sejam todas verdadeiras.
deduzir que o evento ocorreria é verdadeira.
Este, alias, é o caso aqui, pois sabemos que, embora
43. “Sei que todos os cisnes são brancos. Sei também que muito improvável, é possível que uma moeda normal
o animal que você me trouxe é um cisne. Logo, posso possa dar ‘cara’ vinte vezes consecutivamente.
concluir que o animal que você me trouxe é branco.” e) O argumento é legítimo, ou seja, está bem construído
Considere que a conclusão dada no texto acima tenha e a verdade de suas premissas levaria necessaria-
se mostrado errada. Nestas condições pode-se afirmar mente a uma conclusão também verdadeira. Como
corretamente que: a conclusão mostrou-se verdadeira as duas premissas
a) O argumento não é válido, ou seja, não está bem utilizadas têm que ser necessariamente verdadeiras.
construído e, portanto, duas hipóteses verdadeiras
46. Considere o seguinte argumento: “ Todas as pessoas
levaram a uma conclusão falsa.
nascidas sob o signo de peixes são sensíveis e criativas e
b) O argumento é falacioso, ou seja, embora bem cons-
eu notei que você é sensível e criativo. Assim eu deduzi
truído duas premissas verdadeiras levaram a uma
que você só pode ser do signo de peixes! “
conclusão falsa.
Com relação ao argumento acima é correto que:
c) O argumento não é válido, ou seja, não está bem
a) Este é um argumento falacioso, ou seja, está mal
construído e, portanto, pelo menos uma das duas
construído e, assim sendo, mesmo que as premissas
hipóteses é falsa.
apresentadas sejam verdadeiras isto não garantirá
d) O argumento é legítimo, ou seja, está bem construído
e a verdade de suas premissas levaria necessaria- que a conclusão seja verdadeira nem implicará que
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mente a uma conclusão também verdadeira. Como seja falsa.


a conclusão mostrou-se falsa as duas premissas b) Este é um argumento falacioso, ou seja, está bem
utilizadas têm que ser necessariamente falsas. construído, mas ainda que suas premissas sejam
e) O argumento é legítimo, ou seja, está bem construído verdadeiras não se pode garantir que a conclusão
e a verdade de suas premissas levaria necessaria- será verdadeira.
mente a uma conclusão também verdadeira. Como a c) Este é um argumento inválido, ou seja, está mal
conclusão mostrou-se falsa pelo menos uma das duas construído, mas ainda que suas premissas sejam
premissas utilizadas tem que ser necessariamente verdadeiras sua conclusão será necessariamente
falsa. falsa.
d) Este é um argumento legítimo, ou seja, está bem b) A negação de “A ou B” pode ser corretamente enun-
construído e, portanto, uma vez que suas premissas ciada como “Não A e não B”.
sejam verdadeiras sua conclusão será necessariamen- c) A negação de “Todo A é B” pode ser corretamente
te verdadeira também. enunciada como “Algum A não é B”.
e) Este é um argumento válido, ou seja, está bem cons- d) A negação de “Se A então B” pode ser corretamente
truído e, portanto, uma vez que alguma de suas pre- enunciada como “A e não B”.
missas seja falsa sua conclusão será necessariamente e) Anegação de “Nenhum Aé B” pode ser corretamente
falsa também. enunciada como “Todo A é B”.

47. (AFC/STN/2000) Em uma pequena comunidade sabe-se 54. (Vunesp) Todo A é B e todo C não é B. Portanto:
que nenhum filósofo é rico e que alguns professores são a) Algum A é C.
filósofos. Assim, pode-se afirmar corretamente que, b) Nenhum A é C.
nesta comunidade, c) Nenhum A é B.
a) Alguns filósofos sãoprofessores. d) Algum B é C.
b) Alguns professores sãofilósofos. e) Nenhum B é A.
c) Nenhum filósofo é professor.
d) Alguns professores não são filósofos. 55. (Vunesp) Se você se esforçar, então irá vencer. Assim
sendo:
e) Nenhum professor é filósofo.
a) Seu esforço é condição suficiente para vencer.
48. Entre as proposições abaixo a única verdadeira é: b) Seu esforço é condição necessária para vencer.
a) 5 é par e 3 é par. c) Se você não se esforçar, então não irá vencer.
b) 5 é ímpar e 3 é par. d) Você só vencerá caso se esforce.
c) 5 é par e 3 é ímpar. e) Mesmo que se esforce, você não vencerá.
d) 5 é ímpar e 3 é ímpar.
56. (Vunesp) Se os tios de músicos sempre são músicos,
e) 5 e 3 são pares. então:
a) Os sobrinhos de não músicos nunca são músicos.
49. Entre as proposições abaixo a única falsa é:
b) Os sobrinhos de não músicos sempre são músicos.
a) 10 é ímpar ou 5 é ímpar. c) Os sobrinhos de músicos sempre são músicos.
b) 10 é par ou 5 é ímpar.
d) Os sobrinhos de músicos nunca são músicos.
c) 10 é par ou 5 é par.
e) Os sobrinhos de músicos quase sempre são músicos.
d) 10  5.
e) 10  5. 57. (AFC/CGU/2004) Ana é prima de Bia, ou Carlos é filho
de Pedro. Se Jorge é irmão de Maria, então Breno não
50. Entre as proposições abaixo a única verdadeira é: é neto de Beto. Se Carlos é filho de Pedro, então Breno
a) Ou 6 é ímpar ou 5 > 10. é neto de Beto. Ora, Jorge é irmão de Maria. Logo:
b) Ou 6 é par ou 5 é ímpar. a) Carlos é filho de Pedro ou Breno é neto de Beto.
c) Ou 6 é inteiro ou 5 < 10. b) Breno é neto de Beto e Ana é prima de Bia.
d) Ou 6 > 10 ou 5 é par. c) Ana não é prima de Bia e Carlos é filho de Pedro.
e) Ou 6 é ímpar ou 5 é inteiro. d) Jorge é irmão de Maria e Breno é neto de Beto.
e) Ana é prima de Bia e Carlos não é filho de Pedro.
51. Seja X a proposição composta “se A então B”, onde A e
B são duas proposições quaisquer. Assinale a única 58. (AFC/CGU/2006) Se X está contido em Y, então X está
incorreta: contido em Z. Se X está contido em P, então X está
a) Caso A seja uma proposição verdadeira e B uma contido em T. Se X não está contido em Y, então X está
proposição falsa, X será falsa. contido em P.Ora, X não está contido em T. Logo:
b) Caso A e B sejam proposições falsas, X será uma a) Z está contido em T e Y está contido em X.
proposição verdadeira. b) X está contido em Y e X não está contido em Z.
c) Caso Asejauma proposição falsa e B uma proposição c) X está contido em Z e X não está contido em Y.
verdadeira, X será falsa. d) Y está contido em T e X está contido em Z.
d) Caso Ae B sejam proposições verdadeiras, X será uma e) X não está contido em P e X está contido em Y.
proposiçãoverdadeira.
e) A proposição X é equivalente à proposição “se não B 59. (AFC/CGU/2004) Uma professora de matemática faz as
então não A”. três seguintes afirmações:
“X > Q e Z < Y”;
52. A proposição composta “A se e somente se B” , onde A “X > Y e Q > Y, se e somente se Y > Z”;
e B são duas proposições quaisquer, é verdadeira: “R ≠ Q, se e somente se Y = X”.
a) Somente quando A e B são ambas falsas.
b) Somente quando A é verdadeira e B é falsa. Sabendo-se que todas as afirmações da professora são
c) Somente quando A é falsa e B é verdadeira. verdadeiras, conclui-se corretamente que:
d) Somente quando A e B são ambas verdadeiras. a) X > Y > Q > Z
e) Somente quando A e B têm o mesmo valor lógico, ou b) X > R > Y > Z
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seja, A e B são ambas verdadeiras ou Ae B são ambas c) Z < Y < X < R


falsas. d) X > Q > Z > R
e) Q < X < Z < Y
53. Entre as proposições abaixo assinale a única falsa con-
siderando que A e B representam duas proposições 60. (AFC/CGU/2006) Márcia não é magra ou Renata é ruiva.
quaisquer: Beatriz é bailarina ou Renata não é ruiva. Renata não é
a) A negação de “A e B” pode ser corretamente enun- ruiva ou Beatriz não é bailarina. Se Beatriz não é bailarina
ciada como “Não A ou não B”. então Márcia é magra. Assim,
a) Márcia não é magra, Renata não é ruiva, Beatriz é Caixa 1: “O livro está na caixa 3.”
bailarina. Caixa 2: “A caneta está na caixa 1.”
b) Márcia é magra, Renata não é ruiva, Beatriz é baila- Caixa 3: “O livro está aqui.”
rina. Pedro sabe que a inscrição da caixa que contém o livro
c) Márcia é magra, Renata não é ruiva, Beatriz não é pode ser verdadeira ou falsa. Sabe, ainda, que a inscrição
bailarina. da caixa que contém a caneta é falsa, e que a inscrição
d) Márcianãoé magra, Renataé ruiva, Beatrizé bailarina. da caixa que contém o diamante é verdadeira. Com tais
e) Márcia não é magra, Renata é ruiva, Beatriz não é informações, Pedro conclui corretamente que nas caixas
bailarina. 1, 2 e 3 estão, respectivamente,
a) a caneta, o diamante, olivro.
61. (AFC/CGU/2006) Ana é artista ou Carlos é compositor. b) o livro, o diamante, acaneta.
Se Mauro gosta de música, então Flávia não é fotógrafa. c) o diamante, a caneta, olivro.
Se Flávia não é fotógrafa, então Carlos não é compositor. d) o diamante, o livro, acaneta.
Ana não é artista e Daniela não fuma. Pode-se, então, e) o livro, a caneta, odiamante.
concluir corretamente que:
a) Ana não é artista e Carlos não é compositor. 66. (AFC/CGU/2006) Um professor de lógica encontra-se
b) Carlos é compositor e Flávia é fotógrafa. em viajem em um país distante, habitado pelos verda-
c) Mauro gosta de música e Daniela não fuma. manos e pelos mentimanos. O que os distingue é que
d) Ana não é artista e Mauro gosta de música. os verdamanos sempre dizem a verdade, enquanto os
e) Mauro não gosta de música e Flávia não é fotógrafa. mentimanos sempre mentem. Certo dia, o professor
depara-se com um grupo de cinco habitantes locais.
62. (AFC/CGU/2004) Homero não é honesto, ou Júlio é justo. Chamemo-los de Alfa, Beta, Gama, Delta e Épsilon. O
Homero é honesto, ou Júlio é justo, ou Beto é bondoso. professor sabe que um e apenas um no grupo é ver-
Beto é bondoso, ou Júlio não é justo. Beto não é bondo- damano, mas não sabe qual deles o é. Pergunta, então,
so, ou Homero é honesto. Logo, a cada um do grupo quem entre eles é verdamano e
a) Beto é bondoso, Homero é honesto, Júlio não é justo. obtém as seguintes respostas:
b) Beto não é bondoso, Homero é honesto, Júlio não é Alfa: “Beta é mentimano”
justo. Beta: “Gama é mentimano”
c) Beto é bondoso, Homero é honesto, Júlio é justo. Gama: “Delta é verdamano”
d) Beto não é bondoso, Homero não é honesto, Júlio Delta: “Épsilon é verdamano”
não é justo. Épsilon, afônico, fala tão baixo que o professor não con-
e) Beto não é bondoso, Homero é honesto, Júlio é justo. segue ouvir sua resposta. Mesmo assim, o professor de
lógica conclui corretamente que o verdamano é:
63. (AFC/CGU/2006) Três meninos estão andando de bicicle- a) Delta.
ta. A bicicleta de um deles é azul, a do outroé preta, a do b) Alfa.
outro é branca. Eles vestem bermudas destas mesmas c) Gama.
três cores, mas somente Artur está com bermuda de d) Beta.
mesma cor que sua bicicleta. Nem a bermuda nem a e) Épsilon.
bicicleta de Júlio são brancas. Marcos está com bermuda
azul. Desse modo, 67. (AFC/CGU/2004) Três homens são levados à presença
a) a bicicleta de Júlio é azul e a de Artur é preta. de um jovem lógico. Sabe-se que um deles é um ho-
b) a bicicleta de Marcos é branca e sua bermuda é preta. nesto marceneiro, que sempre diz a verdade. Sabe-se,
c) a bermuda de Júlio é preta e a bicicleta de Artur é também, que um outro é um pedreiro, igualmente ho-
branca. nesto e trabalhador, mas que tem o estranho costume
d) a bermuda de Artur é preta e a bicicleta de Marcos de sempre mentir, de jamais dizer a verdade. Sabe-se,
é branca. ainda, que o restante é um vulgar ladrão que ora mente,
e) a bicicleta de Artur é preta e a bermuda de Marcos ora diz a verdade. O problema é que não se sabe quem,
é azul. entre eles, é quem. À frente do jovem lógico, esses três
homens fazem, ordenadamente, as seguintes declara-
64. (AFC/CGU/2006) Amigas desde ainfância, Beatriz, Dalva
ções:
e Valnaseguiram diferentes profissões e hoje uma delas
O primeiro diz: “Eu sou o ladrão.”
é arquiteta, outra é psicóloga, e outra é economista.
O segundo diz: “É verdade; ele, o que acabou de falar,
Sabe-se que ou Beatriz é a arquiteta ou Dalva é a ar-
é o ladrão.”
quiteta. Sabe-se, ainda, que ou Dalva é a psicóloga ou
Valna é a economista. Sabe-se, também, que ou Beatriz O terceiro diz: “Eu sou o ladrão.”
é a economista ou Valna é a economista. Finalmente,
Com base nestas informações, o jovem lógico pode,
sabe-se que ou Beatriz é a psicóloga ou Valna é a psicó-
loga. As profissões de Beatriz, Dalva e Valna são, pois, então, concluir corretamente que:
respectivamente, a) O ladrão é o primeiro e o marceneiro é o terceiro.
a) psicóloga, economista, arquiteta. b) O ladrão é o primeiro e o marceneiro é o segundo.
b) arquiteta, economista, psicóloga. c) O pedreiro é o primeiro e o ladrão é o segundo.
d) O pedreiro é o primeiro e o ladrão é o terceiro.
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c) arquiteta, psicóloga, economista.


d) psicóloga, arquiteta, economista. e) O marceneiro é o primeiro e o ladrão é osegundo.
e) economista, arquiteta, psicóloga.
68. (AFC/CGU/2006) Perguntado sobre as notas de cinco
65. (AFC/CGU/2006) Pedro encontra-se à frente de três alunas (Alice, Beatriz, Cláudia, Denise e Elenise), um
caixas, numeradas de 1 a 3. Cada uma das três caixas professor de Matemática respondeu com as seguintes
contém um e somente um objeto. Uma delas contém afirmações:
um livro; outra, uma caneta; outra, um diamante. Em 1. “A nota de Alice é maior do que a de Beatriz e menor
cada uma das caixas existe uma inscrição, asaber: do que a de Cláudia”;
2. “A nota de Alice é maior do que a de Denise e a nota
de Denise é maior do que a de Beatriz, se e somente
se a nota de Beatriz é menor do que a deCláudia”;
3. “Elenise e Denise não têm a mesma nota, se e so-
mente se a nota de Beatriz é igual à de Alice”.

Sabendo-se que todas as afirmações do professor são


verdadeiras, conclui-se corretamente que a nota de:
a) Alice é maior do que a de Elenise, menor do que a
de Cláudia e igual à de Beatriz.
b) Elenise é maior do que a de Beatriz, menor do que a
de Cláudia e igual à de Denise.
c) Beatriz é maior do que a de Cláudia, menor do que
a de Denise e menor do que a de Alice.
d) Beatriz é menor do que a de Denise, menor do que
a de Elenise e igual à de Cláudia.
e) Denise é maior do que a de Cláudia, maior do que a
de Alice e igual à de Elenise.
69. (AFC/CGU/2006) Cinco irmãs nasceram, cada uma, em
um Estado diferente do Brasil. Lúcia é morena como a
cearense, é mais moça do que a gaúcha e mais velha do
que Maria. A cearense, a paulista e Helena gostam de
teatro tanto quanto Norma. A paulista, a mineira e
Lúcia são, todas, psicólogas. A mineira costuma ir ao
cinema com Helena e Paula. A paulista é mais moça do
que a goiana, mas é mais velha do que a mineira; esta,
por sua vez, é mais velha do que Paula.
Logo:
a) Norma é gaúcha, a goiana é mais velha do que a
mineira, e Helena é mais moça do que a paulista.
b) Paula é gaúcha, Lúcia é mais velha do que Helena,
e a mineira é mais velha do que Maria.
c) Norma é mineira, a goiana é mais velha do que a
gaúcha, e Maria é mais moça do que a cearense.
d) Lúcia é goiana, a gaúcha é mais moça do que a cea-
rense, e Norma é mais velha do que a mineira.
e) Paulaé cearense, Lúciaé mais velha do que a paulista,
e Norma é mais moça do que a gaúcha.

GABARITO
1. e 27. d 53. e
2. d 28. a 54. b
3. e 29. c 55. a
4. c 30. e 56. a
5. a 31. e 57. e
6. c 32. e 58. e
7. a 33. a 59. b
8. c 34. a 60. a
9. e 35. c 61. b
10. a 36. a 62. c
11. d 37. d 63. c
12. b 38. b 64. d
13. b 39. e 65. c
14. b 40. a 66. d
15. d 41. d 67. b
16. c 42. c 68. b
17. e 43. e 69. e
18. e 44. e
19. a 45. d
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20. d 46. a
21. d 47. d
22. e 48. d
23. a 49. e
24. c 50. e
25. d 51. c
26. d 52. e

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