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POLÍCIA PENAL
MG
2020
Dessa forma, pode-se falar em dois níveis de
LEITURA, INTERPRETAÇÃO
linguagem:
E COMPREENSÃO DE TEXTO
Nível informal ou coloquial: É aquele usado
A interpretação de textos exigida nos concursos espontânea e fluentemente pelo povo.
públicos requer dos candidatos muita atenção e Mostra-se quase sempre rebelde à norma
cuidado. gramatical e é carregado de vícios de linguagem
Os concursos apresentam questões interpretativas (solecismo - erros de regência e concordância;
que têm por finalidade a identificação de um leitor barbarismo - erros de pronúncia, grafia e flexão;
autônomo. cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e
Portanto, o candidato deve compreender os níveis preferência pela coordenação, que ressalta o caráter
estruturais da língua por meio da lógica, além de oral e popular da língua.
necessitar de um bom léxico (vocabulário) A linguagem popular está presente nas mais
internalizado. diversas situações: conversas familiares ou entre
As frases produzem significados diferentes de amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas
acordo com o contexto em que estão inseridas. de TV, novelas, textos publicitários, etc.
Então, torna-se necessário sempre fazer um Ex.: “Onde cê vai?” “Ele
confronto entre todas as partes que compõem o texto. tá com sede.”
Além disso, é fundamental apreender as “Cheguei na escola.”
informações apresentadas por trás do texto e as “Esse livro é pra mim ler.”
inferências que ele possibilita.
Esse procedimento justifica-se por um texto ser Nível culto ou padrão: É aquele ensinado nas
sempre produto de uma postura ideológica do autor escolas e serve de veículo às ciências em que se
diante de uma temática qualquer. apresenta com terminologia especial.
É usado pelas pessoas instruídas das diferentes
Uso e Adequação da Língua às Situações de classes sociais e caracteriza-se pela obediência às
Comunicação: Níveis de linguagem normas gramaticais.
A língua pertence a todos os membros de uma Mais comumente usado na linguagem escrita e
comunidade e é uma entidade viva em constante literária, reflete prestígio social e cultural. É mais
mutação. artificial, mais estável, menos sujeito a variações.
Novas palavras são criadas ou assimiladas de Está presente nas aulas, conferências, sermões,
outras línguas, à medida que surgem novos hábitos, discursos políticos, comunicações científicas,
objetos e conhecimentos. Os dicionários vão noticiários de TV, programas culturais, etc.
incorporando esses novos vocábulos (neologismos), Ex. “Passe-me o sal, por favor.”
quando consagrados pelo uso. “Cheguei à escola.”
De fato, quem determina as transformações “Esse livro é para eu ler.”
linguísticas e os níveis de linguagem é o conjunto de
usuários, estejam escrevendo ou falando, uma vez que Variações Linguísticas: Regionalismos ou falares
tanto a língua escrita quanto a oral apresentam locais são variações geográficas do uso da língua
variações condicionadas por diversos fatores: padrão, quanto às construções gramaticais, empregos
regionais, sociais, culturais, etc. de certas palavras e expressões e do ponto de vista
Embora as variações linguísticas e os níveis da fonológico.
linguagem sejam condicionados pelas circunstâncias, Há, no Brasil, por exemplo, falares amazônico,
tanto a língua falada quanto a escrita cumprem sua nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.
finalidade, que é a comunicação. Além de sofrer variações de região para região, a
A língua escrita obedece a normas gramaticais e língua também sofre alterações entre os diversos
será sempre diferente da língua oral, mais espontânea, grupos sociais, devido a fatores econômicos, culturais,
solta, livre, visto que acompanhada de mímica e etários, profissionais, etc.
entonação, que preenchem importantes papéis
significativos. Elementos do Processo Comunicativo e
Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada Funções da Linguagem
coloquialmente, no dia a dia, difere substancialmente O processo comunicativo envolve os seguintes
do padrão culto. elementos:
Com base nessas considerações, não se deve 1) Emissor: Aquele que emite a mensagem,
reger o ensino da língua pelas noções de certo e codificando-a em palavras.
errado, mas pelos conceitos de adequado e
2) Receptor: Quem recebe a mensagem e a
inadequado, que são mais convenientes e exatos,
porque refletem o uso da língua nos mais diferentes decodifica, ou seja, apreende a ideia.
contextos. 3) Mensagem: É o próprio texto transmitido, aquilo
Não se espera que um adolescente, reunido a que passa do emissor para o receptor.
outros em uma lanchonete, assim se expresse: “Vamos 4) Código: É o sistema linguístico escolhido para
ao shopping assistir a um filme”, mas se aceita: “Vamos a transmissão e recepção da mensagem.
no shopping assistir um filme”. 5) Canal: Meio pelo qual a mensagem é
Por outro lado, não seria adequado a um professor transmitida.
universitário assim se manifestar: “Fazem dez anos 6) Referente: Conteúdo da mensagem, objeto ou
que participo de palestras nesta Universidade, nas
situação a que a mensagem se refere.
quais sempre houveram estudantes interessados”.
Essa função é aplicada em poesias, músicas e em
Considerando o destaque que é dado a cada um
desses elementos, há seis funções básicas da algumas obras literárias, centralizando a própria
linguagem verbal: mensagem.
Ex.: “Sou um mulato nato/ no sentido lato / mulato
Função Emotiva / Expressiva democrático do litoral...” (Caetano Veloso)
É centralizada no emissor. Como o próprio nome já
Função metalinguística
diz, tem o papel de exprimir emoções, impressões
Caracteriza-se por utilizar a metalinguagem, ou
pessoais a respeito de determinado assunto.
seja, o código explicando o próprio código.
Por esse motivo, ela normalmente vem escrita em
Está presente principalmente em dicionários e
primeira pessoa e de forma bem subjetiva.
gramáticas, mas pode ocorrer também em poesias,
Em textos que utilizam a função emotiva, há uma
obras literárias, etc.
presença marcante de figuras de linguagem,
Ex. “A poesia é incomunicável/ Fique torto no seu
mensagens subentendidas, etc.
canto / Não ame” (Carlos Drummond de Andrade)
Os textos que mais comumente utilizam esse tipo
de linguagem são as cartas, as poesias líricas, as
Denotação e Conotação
memórias, as biografias, entre outros.
Sabe-se que não há associação necessária entre
Ex.: “É bonito ser amigo, mas, confesso, é tão difícil
significante (expressão gráfica, palavra) e significado,
aprender!” (Fernando Pessoa)
pois essa ligação representa uma convenção.
Função Referencial É baseado nesse conceito de signo linguístico
Esse tipo de linguagem é centralizado no referente. (significante + significado) que se constroem as noções
de denotação e conotação.
Como seu foco é transmitir a mensagem da melhor
maneira possível, a linguagem utilizada é objetiva, O sentido denotativo das palavras é aquele
recorrendo a conceitos gerais, vocabulário simples e encontrado nos dicionários, o chamado sentido
claro ou, dependendo do público-alvo, vocabulário mais verdadeiro, real.
adequado a ele. (Ex. O gato tinha o pelo macio e branco.)
Há objetividade nas informações e clareza nas Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de
ideias. Prevalece o uso da terceira pessoa, o que torna um sentido figurado, fantasioso e que, para sua
o texto ainda mais impessoal. compreensão, depende do contexto.
Os textos que normalmente fazem uso dessa Sendo assim, estabelece-se, numa determinada
função são os jornalísticos e os científicos. construção frasal, uma nova relação entre significante
Ex.: “Bancos terão novas regras para acesso de e significado.
(Ex. O vizinho fez um gato no poste de luz.)
deficientes.” (Jornal O Popular, 16 out. 2008)
O sentido conotativo também é chamado de
Função Apelativa / Conativa linguagem figurada.
Como sugere o nome, essa função serve para fazer Os textos literários exploram bastante as
apelos, pedidos, para comover ou convencer alguém a construções de base conotativa, numa tentativa de
respeito do que se diz. extrapolar o espaço do texto e provocar reações
Centralizada no receptor, procura influenciá-lo em diferenciadas em seus leitores.
seus pensamentos ou ações. É bastante frequente o Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o
uso da segunda pessoa, dos vocativos e dos conceito de polissemia (possibilidade que a palavra tem
imperativos. de apresentar várias significações).
Essa função é aplicada particularmente nas Algumas palavras, dependendo do contexto,
propagandas ou outros textos publicitários, e também assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a
em campanhas sociais. palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto
Ex.: “Não perca a chance de ir ao cinema pagando final, ponto de cruz...
menos.” (Propaganda do ItaúCard) Nesse caso, não se está atribuindo um sentido
figurado à palavra ponto, e sim ampliando sua
Função fática significação através de expressões que lhe completem
Centraliza-se no canal. e esclareçam o sentido.
Tem o objetivo de estabelecer um contato ou
Discurso Direto e Indireto
comunicação, não necessariamente com uma carga
Em uma narrativa, o narrador pode apresentar a
semântica aparente.
fala das personagens através do discurso direto ou do
É utilizada em saudações, cumprimentos do dia a
discurso indireto.
dia, expressões idiomáticas, marcas orais, etc.
No discurso direto, o narrador coloca os
Ex.: “Alô!” (ao atender o telefone)
personagens em cena e cede-lhes a palavra; isto é, o
“Entendeu?” (durante um diálogo)
próprio personagem fala.
Para construir o discurso direto, usa-se o travessão
Função poética
e certos verbos especiais, que chamamos de verbos de
Caracteriza-se basicamente pelo uso de linguagem
elocução ou verbos dicendi.
figurada, metáforas e demais figuras de linguagem,
São exemplo de verbos de elocução os verbos
rima, métrica, etc.
falar, dizer, responder, retrucar, indagar, declarar,
É semelhante à linguagem emotiva, sendo que não
exclamar, etc.
necessariamente revela sentimentos ou impressões a
respeito do mundo.
Tem havido muitos debates sobre a eficiência do
Na seguinte passagem do romance "Vidas Secas",
sistema educacional brasileiro. Argumentam alguns
de Graciliano Ramos, ficamos sabendo do sofrimento
que ele deve ter por objetivo despertar no estudante a
e da rudeza de Fabiano, o protagonista, através da
capacidade de absorver informações dos mais
forma como ele se dirige ao filho:
diferentes tipos e relacioná-las com a realidade
"Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-
circundante. Um sistema de ensino voltado para a
se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no
compreensão dos problemas socioeconômicos e que
chão.
despertasse no aluno a curiosidade científica seria
_ Anda, condenado do diabo_ gritou-lhe o pai."
desejável.
No discurso indireto, o narrador "conta" o que o
personagem disse. Conhecemos suas palavras
Como Ler e Entender Bem um Texto Basicamente,
indiretamente.
deve-se alcançar a dois níveis de
A passagem mencionada acima ficaria assim:
"O pai gritou-lhe que andasse, chamando-o de leitura: a informativa e de reconhecimento e a
condenado do diabo." interpretativa.
Há, ainda, uma terceira forma de conhecer o que as A primeira deve ser feita de maneira cautelosa, por
personagens dizem. É o discurso indireto livre. ser o primeiro contato com o novo texto.
Nesse caso o narrador passa do discurso indireto Dessa leitura, extraem-se informações sobre o
para o direto sem usar nenhum verbo dicendi ou conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de
travessão. leitura.
Por exemplo, numa outra passagem de Vidas Durante a interpretação propriamente dita, cabe
Secas, o narrador usa o discurso indireto livre para destacar palavras-chave, passagens importantes, bem
caracterizar a personagem de seu Tomé: como usar uma frase para resumir a ideia central de
"Seu Tomé da bolandeira falava bem, estragava os cada parágrafo.
olhos em cima de jornais e livros, mas não sabia Esse tipo de procedimento aguça a memória visual,
mandar: pedia. favorecendo o entendimento.
Esquisitice de um homem remediado ser cortês. Até Não se pode desconsiderar que, embora a
o povo censurava aquelas maneiras. Mas todos interpretação seja subjetiva, há limites.
obedeciam a ele. Ah! Quem disse que não A preocupação deve ser a captação da essência do
obedeciam?" texto, a fim de responder às interpretações que a banca
Podemos observar que a última reflexão não é do considerou pertinentes.
narrador, mas sim do personagem, pensando sobre a No caso de textos literários, é preciso conhecer a
questão. ligação daquele texto com outras formas de cultura,
outros textos e manifestações de arte da época em que
Modos de Organização Textual: o autor viveu.
Descrição, Narração e Dissertação Se não houver essa visão global dos momentos
literários e dos escritores, a interpretação pode ficar
Descrição: é o tipo de texto no qual se apresentam comprometida.
as características que compõem um determinado Não se podem dispensar as dicas que aparecem na
objeto, pessoa, ambiente ou paisagem. Observe um referência bibliográfica da fonte e na identificação do
exemplo de descrição: autor.
A última fase da interpretação concentra-se nas
Sua estatura era alta e seu corpo, esbelto. A pele perguntas e opções de resposta.
morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos negros e Nesse momento, são fundamentais marcações de
amendoados demonstravam a luz interior de sua palavras como não, exceto, errada, respectivamente,
alegria de viver e jovialidade. Os traços bem etc., que fazem diferença na escolha adequada.
desenhados compunham uma fisionomia calma, que Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o
mais parecia uma pintura. conceito do "mais adequado", isto é, o que responde
melhor ao questionamento proposto.
Narração: é a modalidade de texto no qual se conta Por isso, uma resposta pode estar certa para
um ou mais fatos que ocorrem em determinado tempo e responder à pergunta, mas não ser a adotada como
lugar, envolvendo certos personagens. Veja o exemplo gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
abaixo: alternativa mais completa.
Cabe ressaltar que algumas questões apresentam
Em uma noite chuvosa do mês de agosto, Paulo e o um fragmento do texto transcrito para ser a base de
irmão caminhavam pela rua mal iluminada que conduzia análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que
à sua residência. Subitamente foram abordados por um aparentemente pareça ser perda de tempo.
homem estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram A descontextualização de palavras ou frases, certas
saber o que o homem queria, receosos de que se vezes, é também um recurso para instaurar a dúvida no
tratasse de um assalto. Era, entretanto, somente um candidato.
bêbado que tentava encontrar o caminho de casa. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do
sentido global proposto pelo autor. Dessa maneira, a
Dissertação: é o tipo de composição na qual se resposta será mais consciente e segura.
expõe uma tese (ideia principal), seguida da
Alguns Conceitos Importantes
apresentação de argumentos que a comprovem. Segue
É muito comum, entre os candidatos a um cargo
adiante um trecho dissertativo:
público, a preocupação com a interpretação de textos.
INTERPRETAR x COMPREENDER
Isso acontece porque lhes faltam informações
específicas a respeito dessa tarefa constante em INTERPRETAR COMPREENDER
provas de concursos públicos. Por isso, vão aqui SIGNIFICA SIGNIFICA
alguns conceitos que poderão ajudar no momento de
- EXPLICAR,
responder as questões relacionadas a textos:
COMENTAR, JULGAR, - INTELECÇÃO,
TIRAR CONCLUSÕES, ENTENDIMENTO,
TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e
DEDUZIR. ATENÇÃO AO QUE
relacionadas entre si, formando um todo significativo
- TIPOS DE REALMENTE ESTÁ
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade
ENUNCIADOS ESCRITO.
de codificar e decodificar).
• Através do texto, - TIPOS DE ENUNCIADOS:
INFERE-SE que... • O texto DIZ que...
CONTEXTO – um texto é constituído por diversas
• É possível DEDUZIR • É SUGERIDO pelo autor
frases. Em cada uma delas, há uma certa informação
que... que...
que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior,
• O autor permite • De acordo com o texto, é
criando condições para a estruturação do conteúdo a
CONCLUIR que... CORRETA ou ERRADA a
ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de
• Qual é a INTENÇÃO afirmação...
contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases
do autor ao afirmar • O narrador AFIRMA...
é tão grande que, se uma frase for retirada de seu
contexto original e analisada separadamente, poderá que...
ter um significado diferente daquele inicial.
ERROS DE INTERPRETAÇÃO MAIS COMUNS
INTERTEXTUALIDADE - comumente, os textos
apresentam referências diretas ou indiretas a outros a) Extrapolação (“viagem”): Ocorre quando se sai
autores e a outros textos por meio de citação, alusão, do contexto, acrescentado ideias que não estão no
paráfrase, etc. Esse tipo de recurso denomina-se texto, quer por conhecimento prévio do tema, quer pela
intertextualidade. imaginação.
Hiato = É a sequência de duas vogais, cada qual Não se separam os ditongos e tritongos:
em uma sílaba diferente. Ex. cai-xa, má-goa, re-ló-gio, Pa-ra-guai, en-xa-
Ex. Lu-a-na a-fi-a-do pi-a-da guei.
Separam-se as vogais dos hiatos:
Ditongo = É a sequência de dois sons vocálicos na Ex. sa-ú-de, hi-a-to, le-em, en-jo-o.
mesma sílaba. Quando a vogal estiver antes da
semivogal, chama-se de Ditongo Decrescente e, Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, qu, gu:
quando a vogal estiver depois da semivogal, de Ditongo Ex. chu-va, te-lha, ba-nha, que-da, guei-xa.
Crescente.
Os ditongos são classificados ainda em oral e nasal, Separam-se os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc e xs:
conforme ocorrer a saída do ar pelas narinas ou Ex. car-ro, pas-sar, nas-ce, cres-ço, ex-ce-to ex-
somente pela boca. su-dar.
Ex. Cai-xa = Ditongo decrescente oral.
Cin-quen-ta = Ditongo crescente nasal. Separam-se os encontros consonantais
impuros:
Tritongo = É a sequência de três sons vocálicos na Ex. es-co-la, des-cas-car, res-to, e-ner-gia.
mesma sílaba. Também pode ser oral ou nasal.
Ex. A-guei = Tritongo oral. Prefixos terminados em consoante:
Sa-guão = Tritongo nasal. Ligados a palavras iniciadas por consoante: Cada
consoante fica em uma sílaba, pois haverá a formação
OBS.: As letras am e em, quando estiverem no fim de encontro consonantal impuro.
da palavra, formam ditongo nasal. Ex. des-te-mi-do, trans-pa-ren-te, hi-per-mer-ca- do,
Ex. casaram (pronuncia-se ãu) sub-ter-râ-neo.
querem (pronuncia-se ~ei)
Ligados a palavras iniciadas por vogal: A consoante
Encontros Consonantais: É o agrupamento de do prefixo liga-se à vogal da palavra.
consoantes. Há três tipos: Ex. su-ben-ten-di-do, tran-sal-pi-no, hi-pe-ra-mi-go,
su-bal-ter-no.
Puro ou Perfeito = É o agrupamento de consoantes,
lado a lado, na mesma sílaba. OBS.: Lembre-se de que não existe sílaba sem
Ex. Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na. vogal. Por essa razão, a palavra pneu, por exemplo,
não pode ser separada, já que o p, sozinho, não forma
Disjunto ou Imperfeito = É o agrupamento de sílaba. Ex.: psi-co-lo-gia, mne-mô-ni-ca.
consoantes, lado a lado, em sílabas diferentes.
Ex. ap-to, cac-to, as-pec-to. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Fonético = É a letra x com som de ks. Sílaba tônica: É a sílaba pronunciada com maior
Ex. nexo - axila (pronuncia-se nekso, aksila) intensidade em uma palavra. Quanto à posição da
sílaba tônica, as palavras se classificam em:
Dígrafos: É o agrupamento de duas letras
representando um único som. Os principais dígrafos Oxítona: Palavra cuja sílaba tônica é a última.
são rr, ss, sc, sç, xc, xs, lh, nh, ch, qu, gu. Ex. angu, crachá
Ex. arroz, assar, nascer, desço, exceção, exsudar,
alho, banho, cacho, querida, sangue. Paroxítona: Palavra cuja sílaba tônica é a
penúltima.
Dígrafo Vocálico: Também chamado Ressôo Nasal, Ex. aluno, fácil
são duas letras representando um único fonema
vocálico. É representado pelas letras am, an, em, en, Proparoxítona: Palavra cuja sílaba tônica é
im, in, om, on, um, un, quando estiverem no final da antepenúltima.
sílaba. (am e em são dígrafos só no interior do Ex. elétrico, lâmpada
vocábulo.
Ex. tampa (pronuncia-se tãpa) OBS.: Palavras formadas por uma só sílaba são
canto (pronuncia-se kãtu) chamadas monossílabas. As monossílabas se dividem
bomba (pronuncia-se bõba) em: átonas (me, o, a, de, lhe, em, se) e tônicas (dor,
mim, sol, ver, ti, luz)
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Sílaba subtônica: Só existe em palavras Verbos CRER/DAR/LER/VER e seus derivados:
Recebem acento circunflexo na 3ª pessoa do singular e
derivadas. Coincide com a tônica da palavra primitiva.
têm E dobrado na 3ª pessoa do plural do presente do
Ex. cafezinho - A sílaba tônica é zi, e a
indicativo (sem acento).
subtônica, fe.
Ex. Ele crê / Eles creem
taxímetro - A sílaba tônica é xí, e a
Ele vê / Eles veem
subtônica, ta.
Ele relê / Eles releem
Atenção: As sílabas que não são tônicas nem Ele descrê / Eles descreem
subtônicas são chamadas átonas.
Acento diferencial: A palavra pôde (pretérito
REGRAS DE ACENTUAÇÃO perfeito) recebe acento para diferenciar de pode
(presente).
(Atualizadas conforme o Acordo Ortográfico de O verbo pôr recebe acento para diferenciar da
2008) preposição por.
Monossílabos Tônicos: Serão acentuados quando OBS.1: O acento diferencial foi eliminado nas
terminarem em A, E, O, seguidos ou não de s. palavras PARA, PERA, PELA, PELO, POLO.
Ex. pá, más, fé, Jês, dó, cós. OBS.2: O trema também foi extinto em todas as
palavras (Ex. frequente, cinquenta, linguiça).
Oxítonas: Serão acentuadas quando terminarem
em A, E, O, seguidos ou não de s, e em EM, ENS. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Ex. Corumbá, maracujás, rapé, massapê, filó,
vovô, amém, parabéns. 1- Assinale a sequência em que todas as palavras
estão separadas corretamente:
Paroxítonas: Serão acentuadas quando terminarem a) trans-a-tlân-ti-co, fi-el, sub-ro-gar
em L, I(S), N, U(S), R, X, Ã, ÃO, UM, UNS, PS, EI(S), b) bis-a-vô, du-e-lo, fo-ga-réu
ditongo crescente (s). c) sub-lin-gual, bis-ne-to, de-ses-pe-rar
Ex: fácil, táxi, pólen, bônus, caráter, fênix, ímã, d) des-li-gar, sub-ju-gar, sub-scre-ver
órgão, álbum, médiuns, tríceps, vôlei, relógio. e) cis-an-di-no, es-pé-cie, a-teu
Proparoxítonas: Todas as proparoxítonas são 2- No trecho "Quanto ao morro do Curvelo, o meu
acentuadas. apartamento, o andar mais alto de um velho casarão
Ex. síndrome, ínterim, lêvedo, médico, árvore, em ruína..." temos:
sândalo. a) 4 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes,
1 hiato.
Ditongos abertos EI e OI : São acentuados, exceto b) 4 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes,
em palavras paroxítonas. 2 hiatos.
Ex. réis, anéis, ideia, dói, herói, jiboia. c) 3 ditongos decrescentes, 1 ditongo crescente, 1
hiato.
Ditongo aberto EU: Sempre é acentuado. d) 2 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes,
Ex. véu, chapéu, fogaréu. 1 hiato.
e) 5 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes,
Hiato: As letras I e U, quando formarem hiato com 1 hiato.
outra vogal e estiverem sozinhas na sílaba, ou
seguidas de S, receberão acento. 3- Assinale a opção em que a divisão de sílaba
Ex. puída, país, construí-la, baú, ataúde, balaústre. não está corretamente feita:
a) a-bai-xa-do b) si-me-tria
c) es-fi-a-pa-da d) ba-i-nhas
OBS. 1: Há algumas exceções para a regra do
e) ca-a-tin-ga
hiato de I e U. Não são acentuados:
1ª) Hiato de vogais idênticas _ xiita, sucuuba 4- As palavras seguintes apresentam-se sem o
2ª) Hiato seguido pelo dígrafo NH _ rainha, bainha acento gráfico, seja ele necessário ou não. Aponte a
3ª) Hiato precedido de ditongo _ feiura, cauila, alternativa em que todas sejam paroxítonas:
bocaiúva. a) textil - condor - mister - zenite – crisântemo
b) luzidio - latex - inaudito - primata – libido
Verbos TER e VIR: Recebem acento circunflexo na c) exodo - fagocito - bramane - obus – refem
3ª pessoa do plural do presente do indicativo. d) novel - sutil - inclito - improbo - interim
Ex. Ele tem / Eles têm e) tulipa - refrega - filantropo - especime –
Ele vem / Eles vêm. notívago
Já os verbos derivados de Ter e Vir recebem acento 5- Em que conjunto a letra x representa o mesmo
agudo na 3ª pessoa do singular e acento circunflexo na fonema?
3ª pessoa do plural. a) tóxico - taxativo
Ex. Ele detém / Eles detêm b) defluxado - taxar
Ele intervém / Eles intervêm. c) têxtil - êxtase
d) enxame – inexaurível
e) intoxicado - exceto
Emprego do S
6- Aponte o único conjunto onde há erro de divisão
01) Nas palavras derivadas de verbos terminados
silábica:
a) flui-do, sa-guão, dig-no em -nder e –ndir.
Ex. pretender = pretensão
b) cir-cuns-cre-ver, trans-cen-den-tal, tran-sal-pi-no
defender = defesa, defensivo
c) con-vic-ção, tung-stê-nio, rit-mo
compreender = compreensão
d) ins-tru-ir, an-te-pas-sa-do, se-cre-ta-ri-a
fundir = fusão
e) co-o-pe-rar, dis-tân-cia, bi-sa-vô
expandir = expansão
7- Devem ser acentuadas todas as palavras da
02) Nas palavras derivadas de verbos terminados
opção:
em -erter, -ertir e -ergir.
a) taxi - hifen – gas
Ex. perverter = perversão
b) ritmo - amor – lapis
converter = conversão
c) chines - ruim - jovem
divertir = diversão
d) juriti - gratis – traz
imergir = imersão
e) açucar - abacaxi - molestia
03) Emprega-se -puls- nas palavras derivadas de
8- A única alternativa em que nenhuma palavra
verbos terminados em –pelir; e -curs-, nas palavras
deve ser acentuada graficamente é:
derivadas de verbos terminados em -correr.
a) preto - orgão – seres
Ex. expelir = expulsão
b) atras - medo – garoa
impelir = impulso
c) item - nuvem - erro
compelir = compulsório
d) juri - governo –odio
concorrer = concurso
e) tatu - cores - carater
discorrer = discurso
percorrer = percurso
9- Assinale a opção cujas palavras seguem a
mesma regra de acentuação:
04) Nas palavras terminadas em -oso e -osa, com
a) atrás - haverá - também – após
exceção de gozo.
b) insônia - nível - pólen - película
Ex. gostosa, saboroso, gasoso
c) pés - lá - já – troféu
d) centímetros - escrúpulos - fósseis 05) Nas palavras terminadas em -ase, -ese, -ise e
e) elétrico - táxi - fácil - tirá-lo -ose, com exceção de gaze e deslize.
Ex. fase, crase, tese, osmose, análise.
10- Assinale a alternativa em que todos os
vocábulos são acentuados por serem oxítonos: 06) Nas palavras femininas terminadas em -isa.
a) paletó - avô - pajé - café – jiló Ex. poetisa, papisa, Marisa.
b) parabéns - vêm - hífen - saí - oásis
07) Em toda a conjugação dos verbos pôr, querer
c) vovô - capilé - Paraná - lápis – régua
e usar.
d) amém - amável - filó - porém - além
Ex. Eu pus Ele quis Nós usamos
e) caí - aí - ímã - ipê - abricó
08) Nas palavras terminadas em -ês e -esa, que
Gabarito: indicarem nacionalidade, origem e títulos de nobreza.
01- C 02- C 03- B 04- B 05- C Ex. português, dinamarquesa, tailandesa, duquesa,
06- C 07- A 08- C 09- A 10- A marquês.
09) Nos verbos terminados em -isar, quando a
ORTOGRAFIA palavra primitiva já possuir o -s-.
Ex. análise = analisar
Emprego do Ç liso = alisar
01) Utilizamos o sufixo -ção nas palavras pesquisa = pesquisar
derivadas de vocábulos terminados em -to, -tor, -tivo e paralisia = paralisar
os substantivos derivados de verbos: 10) Nos diminutivos de palavras escritas com -s-.
Ex. erudito = erudição Ex.: casinha, asinha, portuguesinho, Inesita.
exceto = exceção
setor = seção OBS.: Ç ou S? Após ditongo, emprega-se -ç-, quando
intuitivo = intuição houver som de ss, e escreve-se com -s-, quando houver
educar = educação som de z. Ex. eleição, traição, lousa, coisa.
exportar = exportação
repartir = repartição Emprego do Z
1) Nas palavras terminadas em -ez e -eza, que
02) Emprega-se -tenção nos substantivos são substantivos derivados de adjetivos:
correspondentes aos verbos derivados do verboter. Ex. limpo = limpeza
Ex. manter = manutenção lúcido = lucidez
reter = retenção nobre = nobreza
deter = detenção pobre = pobreza
conter = contenção belo = beleza
2) Nos verbos terminados em -izar, quando a 02) Nas palavras terminadas em -gem, com
palavra primitiva não possuir -s-. exceção de pajem e lambujem:
Ex. economia = economizar Ex. viagem (subst.), coragem, personagem,
terror = aterrorizar ferrugem, penugem
frágil = fragilizar
Emprego do X
OBS.: Cuidado, pois há algumas exceções! 01) Nas palavras iniciadas por mex-, com exceção
Ex. catequese = catequizar de mecha.
síntese = sintetizar Ex. mexilhão, mexerica, mexer
hipnose = hipnotizar 02) Nas palavras iniciadas por enx-, com exceção
batismo = batizar das derivadas de vocábulos iniciados por ch- e da
palavra enchova.
3) Nos diminutivos terminados em -zinho e -zito, Ex. enxada, enxerto, enxerido, enxurrada.
quando a palavra primitiva não possuir -s- .
Ex. mulherzinha, arvorezinha, alemãozinho, 03) Após ditongo, com exceção de recauchutar e
aviãozinho, pezinho guache.
Ex. ameixa, deixar, queixa, feixe, peixe
Emprego de SS
01) Nas palavras derivadas de verbos terminados UIR e OER
em -ceder. Os verbos terminados em -uir e -oer terão as 2ª e
Ex. anteceder = antecessor 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo
exceder = excesso escritas com -i-.
conceder = concessão Ex. tu possuis, ele possui, tu constróis, ele
constrói, tu móis, ele mói
02) Nas palavras derivadas de verbos terminados
em -primir. UAR e OAR
Ex. imprimir = impressão Os verbos terminados em -uar e -oar terão todas as
comprimir = compressa pessoas do Presente do Subjuntivo escritas com - e-.
deprimir = depressivo Ex. Que eu efetue, Que tu efetues, Que vós
entoeis , Que eles entoem
03) Nas palavras derivadas de verbos terminados
em -gredir. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Ex. agredir = agressão
progredir = progresso Assinale a alternativa em que todos os
transgredir = transgressor vocábulos estejam grafados corretamente:
01) X ou CH:
04) Nas palavras derivadas de verbos terminados a) xingar, xisto, enxaqueca
em -meter. b) mochila, flexa, mexilhão
Ex. comprometer = compromisso c) cachumba, mecha, enchurrada
intrometer = intromissão d) encharcado, echertado, enxotado
prometer = promessa
02) E ou I:
Emprego do J a) femenino, sequer, periquito
01) Nas palavras derivadas dos verbos terminados b) impecilho, mimeógrafo, digladiar
em -jar. c) intimorato, discrição, privilégio
Ex. trajar = traje, eu trajei d) penico, despêndio , selvícola
encorajar = que eles encorajem
viajar = que eles viajem 03) S ou Z:
a) ananás, logaz, vorás, lilaz
02) Nas palavras derivadas de vocábulos b) maciez, altivez, pequenez, tez
terminados em -ja. c) clareza, duqueza, princesa, rez
Ex. loja = lojista d) guizo, granizo siso, rizo
gorja = gorjeta, gorjeio
canja = canjica 04) G ou J:
a) sarjeta, argila
03) Nas palavras de origem tupi, africana ou b) pajem, monje
popular. c) tigela lage
Ex. jeca, jiló, pajé, jiboia, jirau d) gesto, geito
1) no discurso direto, para indicar a fala da 05) Em um dos períodos abaixo, há uma vírgula
personagem ou a mudança de interlocutor nos diálogos. usada erradamente no lugar do ponto-e-vírgula.
Ex. _ O que isso, mãe? Assinale-o:
_ É seu presente de Natal, minha filha. a) Avançamos pela praia, que já não era como a
outra. Os pés afundavam na arei fofa, canavial não se
2) para separar expressões ou frase explicativas, via, só coqueiro.
intercaladas. b) As crianças estavam alvoroçadas e correram
Ex. "E logo me apresentou à mulher – uma para o jardim, o palhaço já tinha chegado e,
estimável senhora – e à filha." (Machado de Assis) alegremente, pusera-se a cantar.
c) Às vezes, eu quero chamar sua atenção para
3) para destacar algum elemento no interior da esse problema, ele, porém, não permite que se toque
frase, podendo também realçar o aposto. no assunto.
Ex. "Junto do leito meus poetas dormem – Dante, a d) Sempre fiel a seus princípios, o velho indígena
Bíblia, Shakespeare e Byron – na mesa confundidos." recusou a ajuda dos missionários, convocou os
(Álvares de Azevedo) guerreiros e decidiram partir dali.
Siglas: São formadas pela combinação das letras 7- O processo de formação de palavras é o
iniciais de uma sequência de palavras que constitui um mesmo em:
nome: a) desfazer, remexer, desocupação
Ex. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e b) dureza, carpinteiro, o trabalho
Estatística c) enterrado, anoitecer, entortada
d) machado, arredondado, estragado
Empréstimo linguístico: É o aportuguesamento de e) estragar, futebol, beija-flor
palavras estrangeiras.
Ex. estresse, bife, sutiã 8- O processo de formação das palavras grifadas
não está corretamente indicado em:
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO a) As grandes decisões saem do Planalto.
(composição por justaposição)
b) Sinto saudades do meu bisavô. (derivação
1- Os elementos mórficos sublinhados estão prefixal)
corretamente classificados nos parênteses, exceto em: c) A pesca da baleia deveria ser proibida.
a) aluna (desinência de gênero) (derivação regressiva)
b) estudássemos (desinência modo-temporal) d) Procuremos regularmente o dentista. (derivação
c) reanimava (desinência número-pessoal) sufixal)
d) deslealdade (sufixo) e) As dificuldades de hoje tornam o homem
e) agitar (vogal temática) desalmado. (derivação parassintética)
9- Marque a opção em que todas as palavras Concreto: designa seres reais ou fantásticos.
possuem um mesmo radical: Ex. homem, cadeira, anjo.
a) batista - batismo - batistério - batisfera -
Abstrato: designa sentimentos, ideiais ou conceitos,
batiscafo
cuja existência está vinculada a alguém ou a alguma
b) triforme - triângulo - tricologia - triciclo - triglota
outra coisa.
c) poligamia - poliglota - polígono - política -
polinésio Ex. justiça, amor, trabalho,
d) operário - opereta - opúsculo - obra - operação
Comum: denomina um conjunto de seres de
e) gineceu - ginecologia - ginecofobia - ginostêmio
maneira geral, ou seja, um ser sem diferenciar dos
- gimnosperma.
outros do mesmo conjunto.
10- Com relação ao seguinte poema, é CORRETO Ex. carro, aluno, cidade
afirmar que:
Próprio: denota um elemento individual, sendo
Neologismo "Beijo pouco, falo menos ainda. / Mas
grafado sempre com letra maiúscula.
invento palavras / Que traduzem a ternura mais funda
Ex. Fusca, Lucas, Ipatinga.
/ E mais cotidiana. / Inventei, por exemplo, o verbo
teadorar. / Intransitivo: / Teadoro, Teodora." (Manuel
Coletivo: um substantivo coletivo designa um nome
Bandeira)
singular dado a um conjunto de seres.
a) o verbo "teadorar" e o substantivo próprio
Ex. legião, alcatéia, arquipélago.
"Teodora" são palavras cognatas, pois possuem o
mesmo radical.
Flexão de gênero
b) as classes das palavras que compõem a
Os substantivos flexionam-se nos gêneros
estrutura do vocábulo "teadorar" são pronome e verbo.
masculino e feminino e, quanto às formas, podem ser:
c) o verbo "teadorar", por se tratar de um
neologismo, não possui morfemas.
Substantivos biformes: apresentam duas formas
d) a vogal temática dos verbos "beijo", "falo",
originadas do mesmo radical.
"invento" e "teadoro" é a mesma, ou seja, "o".
Ex. menino - menina, traidor - traidora, aluno -
aluna.
Gabarito:
1- C 2- A 3- E 4- B 5- D
Substantivos heterônimos: apresentam radicais
6- B 7- C 8- A 9- D 10- B
distintos e dispensam artigo ou flexão para indicar
gênero, ou seja, apresentam duas formas: uma para o
CLASSES DE PALAVRAS feminino e outra para o masculino.
Ex. arlequim - colombina, bode - cabra, homem –
A Morfologia dividiu as palavras em dez classes mulher.
(também chamadas de classes gramaticais ou classes
morfológicas), considerando suas características e Substantivos uniformes: apresentam a mesma
funções. forma para os dois gêneros, podendo ser classificados
São elas: substantivo, adjetivo, artigo, pronome, em:
numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e
interjeição. Epicenos: referem-se a animais ou plantas e são
invariáveis no artigo precedente, acrescentando as
SUBSTANTIVO palavras macho e fêmea, para distinção do sexo do
animal. Ex. a onça macho - a onça fêmea; o jacaré
Substantivo é a palavra variável que dá nome aos macho - o jacaré fêmea; a foca macho - a foca fêmea.
seres, lugares, objetos, sentimentos. Para transformar
uma palavra de outra classe gramatical em um Comuns de dois gêneros: o gênero é indicado pelo
substantivo, basta precedê-la de artigo. artigo precedente. Ex. o/a dentista; o/a gerente.
Flexão de número
8- Assinale a alternativa em que há erro na flexão
Os adjetivos simples se flexionam obedecendo às
de número.
mesmas regras dos substantivos simples. Já no caso
a) as águas-marinhas, as públicas-formas, os
dos adjetivos compostos, somente o último elemento
acórdãos
flexiona.
b) abajures, caracteres, os ônus
Ex. cabelos castanho-escuros, obras anglo-
c) auto-serviços, alto-falantes, lilases
germânicas.
d) capitães-mor, sabiás-piranga, beijas-flores
e) guardas-florestais, malmequeres, Ave-Marias
OBS.: Caso o adjetivo seja representado por um
GABARITO: substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
01) c 02) c 03) d 04) c estiver qualificando um elemento for, originalmente, um
05) e 06) c 07) d 08) d substantivo, ela não se flexiona.
Ex. motos vinho, comícios monstro, tons pastel,
camisas branco-gelo, bandeiras amarelo-ouro.
ADJETIVO
Cujo: Não se usa artigo após o pronome relativo Pronomes pessoais do caso oblíquo: são os que
desempenham a função sintática de complemento
cujo.
verbal (objeto direto ou indireto), complemento
Ex. As mulheres, cujas bolsas desapareceram,
ficaram revoltadas. (e não cujo as bolsas) nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, adjunto
adnominal. Os pronomes pessoais oblíquos se
Pronomes Possessivos: Diante de pronomes subdividem em dois tipos: os átonos (me, te, se, o, a,
possessivos, o uso do artigo é facultativo. lhe, nos, vos, os, as, lhes), que não são antecedidos
por preposição e se apoiam diretamente no verbo; e os
Ex. Encontrei seus amigos no Shopping. /
tônicos (mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo,
Encontrei os seus amigos no Shopping.
nós, conosco, vós, convosco, eles, elas), precedidos
Nomes de pessoas: Diante de nome de pessoas, só por preposição.
se usa artigo para indicar afetividade ou familiaridade.
Ex. O Pedrinho mandou uma carta a Fernando Emprego dos Pronomes Pessoais
Henrique Cardoso. Eu e tu exercem a função sintática de sujeito. Mim e
ti exercem a função sintática de complemento verbal
Casa: Só se usa artigo diante da palavra casa, se ou nominal, agente da passiva ou adjunto adverbial e
ela estiver especificada. sempre são precedidos de preposição.
Ex. Saí de casa há pouco. Ex. Trouxeram aquela encomenda para mim.
Saí da casa do Gilberto há pouco. Era para eu conversar com o diretor.
Terra: Se a palavra terra significar "chão firme", só Se, si, consigo são pronomes reflexivos ou
haverá artigo quando estiver especificada. Se significar recíprocos; portanto, só poderão ser usados na voz
planeta, usa-se com artigo. reflexiva ou na voz reflexiva recíproca.
Ex. Os marinheiros voltaram de terra, pois irão à Ex. Quem não se cuida, acaba ficando doente.
terra do comandante. Gilberto trouxe consigo os três irmãos.
Os astronautas tiraram fotos da Terra.
Com nós ou com vós são usados quando, à frente,
surgir qualquer palavra que indique quem "somos nós"
OBS.: Não se deve combinar com preposição o
ou quem "sois vós". Nos demais casos, usa-se sempre
artigo que faz parte do nome de jornais, revistas, obras
conosco ou convosco.
literárias, etc.
Ex. Ele disse que sairia com nós dois.
(Ex. Li a notícia em O Estado.)
O engenheiro foi ao canteiro de obras
De igual forma, não se combina com preposição o
conosco.
artigo que integra o sujeito de um verbo.
(Ex. Está na hora de a onça beber água.)
OBS.: Quando os pronomes pessoais ele(s), ela(s)
funcionarem como sujeito, não devem ser aglutinados
PRONOME com a preposição de.
Ex. No momento de ele discursar, faltou-lhe a
Pronome é a palavra variável em gênero, número e palavra.
pessoa que substitui ou acompanha o nome, indicando-
o como pessoa do discurso. Os pronomes oblíquos átonos podem exercer
diversas funções sintáticas nas orações. São elas:
Se o verbo for transitivo indireto terminado em s, 1) Próclise: Ocorre próclise sempre que antes do
seguido de lhe, lhes, não se retira a terminação s. verbo aparecer uma palavra atrativa, ou seja, um
Ex. Tu obedeces-lhe? vocábulo que atraia o pronome para perto de si. São as
seguintes as palavras atrativas:
Pronomes de Tratamento: Constituem um tipo de
especial de pronome pessoal. Os pronomes de Palavras de sentido negativo
tratamento, embora se refiram a 2ª pessoa gramatical, Ex. Ninguém te fere sem tua permissão.
fazem concordância em 3ª pessoa.
Advérbios
Pronomes de Abrevi- Ex. Aqui se faz, aqui se paga.
Usados para:
tratamento atura
Conjunções subordinativas
Você V. Tratamento íntimo, Ex. Escrevi a frase, conforme me lembrava.
familiar, informal.
Senhor, Tratamento mais Pronomes indefinidos
Sr., Sr.ª
Senhora respeitoso, cerimonioso. Ex. Algo lhe perturba profundamente.
Textos escritos, como:
correspondências, Pronomes relativos
Vossa
V. S.ª ofícios, cartas Ex. Este é o rapaz que o convidou.
Senhoria
comerciais,
requerimentos, etc. Pronomes demonstrativos
Altas autoridades, Ex. Isso nos convém no momento.
como: Presidente da
Vossa República, Senadores, Também ocorre próclise nas orações exclamativas
V. Ex.ª
Excelência Embaixadores, (Ex. Quantas injúrias se cometeram naquele dia!),
Ministros de Estado, optativas (Ex. Deus te proteja.) e interrogativas (Ex.
Juízes... Quem lhe contou essa história?).
02) Auxiliar + Particípio: Quando o verbo principal
A próclise será de rigor, ainda, em frases com
da locução verbal estiver no particípio, o pronome
preposição + verbo no infinitivo flexionado (Ex. Ao nos
oblíquo átono só poderá ser colocado junto do verbo
posicionarmos a favor dela, ganhamos alguns
auxiliar, nunca após o verbo principal.
desafetos.)
Ex. Eles se têm esforçado. Eles não se têm
2) Ênclise: Ocorre ênclise nos seguintes casos: esforçado. Eles se terão esforçado. Eles têm-se
esforçado. Eles ter-se-ão esforçado.
Quando o verbo iniciar a oração.
Ex. Arrependi-me do que fiz a você. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
OBS.: Se antes do verbo no gerúndio, houver a 2. Assinale a opção em que houve erro no
preposição em, ocorrerá próclise. Ex. Em se tratando emprego do pronome pessoal:
de gastronomia, a Itália é perfeita.) a) Ele entregou um texto para mim corrigir.
b) Para mim, a leitura está fácil.
Casos facultativos: Se antes do verbo houver c) Isto é para eu fazer agora.
pronome pessoal reto ou substantivo, admite-se tanto d) Não saia sem mim.
próclise quanto ênclise. e) Entre mim e ele há uma grande diferença.
Ex. Eu te amo ou Eu amo-te
Os alunos se foram ou Os alunos foram-se. 3. Assinale o tratamento dado ao reitor de uma
Universidade:
3) Mesóclise: Só ocorre mesóclise se o verbo a) Vossa Senhoria
estiver em um dos tempos verbais abaixo: d) Vossa Magnificência
b) Vossa Santidade
Futuro do Presente e) Vossa Paternidade
Ex. Oferecer-lhe-á um buquê de flores. c) Vossa Excelência
9. Indique a estrutura verbal que contraria a norma 02) Esse(s), essa(s), isso: São usados para o que
culta: está próximo da 2ª pessoa e para o tempo passado
a) Ter-me-ão elogiado. recente.
b) Tinha-se lembrado. Ex. Esse chapéu que você está usando é de couro?
c) Teria-me lembrado. Em novembro de 2009, inauguramos a loja.
d) Temo-nos esquecido. Até esse ano, nada sabíamos sobre comércio.
e) Tenho-me alegrado.
10. A colocação do pronome oblíquo está incorreta 03) Aquele(s), aquela(s), aquilo: São usados para
em: o que está distante do falante e do ouvinte e para o
a) Para não aborrecê-lo, tive de sair. tempo passado distante.
b) Quando sentiu-se em dificuldade, pediu ajuda. Ex. Aquele chapéu que ele está usando é de couro?
c) Não me submeterei aos seus caprichos. Em 1974, eu tinha 15 anos. Naquela época,
d) Ele me olhou algum tempo comovido. Londrina era uma cidade pequena.
e) Não a vi quando entrou.
Outros usos dos demonstrativos
Gabarito:
01 – D 02 – A 03 – D 04 – D 05 – D 01) Em uma citação oral ou escrita, usa-se este,
06 – D 07 – B 08 – A 09 – C 10 - B esta, isto para o que ainda vai ser dito ou escrito, e esse,
essa, isso para o que já foi dito ou escrito.
PRONOMES POSSESSIVOS Ex. Esta é a verdade: existe a violência, porque a
sociedade a permitiu.
São aqueles que indicam posse, em relação às três Existe a violência, porque a sociedade a
pessoas do discurso. São eles: meu(s), minha(s), permitiu. A verdade é essa.
teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s),
vosso(s), vossa(s). 02) Usa-se este, esta, isto em referência a um
termo imediatamente anterior.
Empregos dos pronomes possessivos Ex. O fumo é prejudicial à saúde, e esta deve ser
preservada.
01) O emprego dos possessivos de terceira
pessoa seu(s), sua(s) pode dar duplo sentido à frase 03) Para estabelecer-se a distinção entre dois
(ambiguidade). Ex. Joaquim contou-me que Sandra elementos anteriormente citados, usa-se este, esta, isto
desaparecera com seus documentos. em relação ao que foi mencionado por último e aquele,
Nesse caso, para evitar a ambiguidade, basta aquela, aquilo, em relação ao que foi nomeado em
substituir o possessivo por dele ou dela. primeiro lugar.
Ex. Sabemos que a relação entre o Brasil e os
02) É facultativo o uso de artigo diante dos Estados Unidos é de domínio destes sobre aquele.
possessivos.
Ex. Trate bem seus amigos. 04) O, a, os, as são pronomes demonstrativos,
Trate bem os seus amigos. quando equivalem a isto, isso, aquilo ou aquele(s),
aquela(s).
03) Não se devem usar pronomes possessivos Ex. Não concordo com o que ele falou. (aquilo que
diante de partes do próprio corpo. ele falou)
Ex. Vou lavar as mãos. (e não “minhas mãos”)
Cuidado para não machucar os pés!
05) Os pronomes demonstrativos podem aparecer OBS.: Se o pronome todo(a) estiver no plural, o
emprego do artigo é obrigatório. Ex. Todos os cidadãos
combinados com preposições.
têm direito à liberdade. (e não “todos cidadãos”)
Ex. deste (de+este), nessa (em+essa), àquilo
(a+aquilo).
PRONOMES INTERROGATIVOS
06) Os pronomes este, esse e aquele (e suas
variações), quando contraídos com a preposição de, São os pronomes que, quem, qual e quanto
pospostos a substantivos, são usados apenas no plural. usados em frases interrogativas diretas ou indiretas.
Ex. Com um frio desses não sairei de casa. Ex. Que farei agora? - Interrogativa direta.
Quanto te devo, meu amigo? - Interrogativa
07) As expressões por isso, além disso, não direta.
obedecem às regras convencionais; sua forma é fixa. Não sei quanto devo cobrar por esse
trabalho. - Interrogativa indireta.
PRONOMES INDEFINIDOS
01) Na expressão interrogativa Que é de?
São aqueles que se referem à terceira pessoa do subentende-se a palavra feito: Que é de José? (= Que
discurso de uma maneira vaga, imprecisa, genérica. é feito de José?)
São eles: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada,
outrem, algum, alguns, alguma(s), nenhum, nenhuns, 02) Não se deve usar a forma o que como
nenhuma(s), outro(s), outra(s), todo(s), toda(s), pronome interrogativo; usa-se apenas que, a não ser
muito(s), muita(s), bastante(s), pouco(s), que o pronome seja colocado depois do verbo.
pouca(s), certo(s), certa(s), tanto(s), tanta(s), Ex. Que você faz? (e não “O que você faz?”)
quanto(s), quanta(s), um, uns, uma(s), qualquer, Você fará o quê?
quaisquer, além das locuções pronominais indefinidas
cada um, cada qual, quem quer que, todo aquele OBS.: Conforme alguns gramáticos, os advérbios
que. interrrogativos onde, quando e como podem ser
classificados como pronomes interrogativos adverbiais.
Emprego dos Pronomes Indefinidos Ex. Onde você mora? (pron. int. lugar) Quando você
terá férias? (pron. int. tempo) Como ele fez isso? (pron.
Algum: Adquire sentido negativo, quando estiver int. modo)
depois do substantivo.
Ex. Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo) PRONOMES RELATIVOS
Algum amigo o ajudará. (Alguém)
São pronomes que substituem um termo da oração
Cada: Não deve ser utilizado desacompanhado de anterior, estabelecendo relação entre duas orações.
substantivo ou numeral. São eles: que, quem, o qual (e flexões), cujo (e flexões),
Ex. As blusas custam dez reais cada uma (e não onde, quanto (e flexões).
“dez reais cada”) Ex. Não conhecemos o aluno. O aluno saiu. = Não
conhecemos o aluno que saiu.
Certo: Será pronome indefinido, quando anteceder
substantivo e será adjetivo, quando estiver posposto a Como se pode perceber, o que, na frase acima, está
substantivo. substituindo o termo aluno e está relacionando a
Ex. Certas pessoas não se preocupam com os segunda oração com a primeira.
demais.
As pessoas certas sempre nos ajudam. Emprego dos pronomes relativos
Qualquer: Não deve ser usado em sentido negativo. 1. Os pronomes relativos virão precedidos de
Em seu lugar, deve-se usar algum, posteriormente ao preposição se a regência assim determinar.
substantivo, ou nenhum.
Ex. Ele entrou na festa sem qualquer problema. Termo regente (que
(frase inadequada gramaticalmente). Prep. Pron.
exige a preposição)
Muito, pouco, bastante: Serão pronomes nos opúnhamos.
Havia condições a que
indefinidos, quando estiverem referindo-se a (opor-se a)
substantivo; caso modifiquem palavra que não seja não
substantivo, serão advérbios. Havia condições com que concordávamos.
Ex. Janice comprou muitas flores. (pron. indefinido) (concordar com)
/ Janice trabalha muito. (advérbio) desconfiávamos.
Havia condições de que
(desconfiar de)
Todo, toda: Usados com artigo, dão ideia de Havia condições - que nos prejudicavam.
totalidade; usados sem artigo, significam qualquer, insistíamos.
todos. Havia condições em que
(insistir em)
Ex. Fiquei em cada todo o dia. (o dia inteiro)
Todo dia telefono para ela. (todos os dias)
2. O pronome relativo quem só pode fazer Ex.: Maria é a mulher de quem João gosta.
(antecedente do pron. rel.: a mulher. – Fazendo a
referência a pessoa.
Ex. Não conheço a médica de quem você falou. substituição: João gosta da mulher – da mulher = objeto
indireto – função do pron. quem = obj. ind.)
3. Quando o relativo quem aparecer sem
antecedente explícito, é classificado como pronome Bethânia era o bairro onde ele trabalhava.
relativo indefinido. (antecedente do pron. rel.: o bairro – Fazendo a
Ex. Quem atravessou, foi multado. substituição: Ele trabalhava no bairro - no bairro = adj.
adv. lugar – função do pron. onde = adj. adv.)
4. Quando possuir antecedente, o pronome
relativo quem sempre virá precedido de preposição, EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
mesmo que o verbo não exija.
Ex. João era o filho a quem ele amava. 01) Assinale a alternativa que não apresenta
pronome indefinido ou locução:
5. O pronome relativo que é chamado de relativo a) Jamais houve qualquer manifestação de apreço
universal, pois pode ser empregado com referência a ou de desdém.
pessoas, lugares ou coisas. b) Não faças a outrem o que não queres para ti.
Ex. Conheço bem a moça que saiu. c) Racionamento é sinal de menos progresso.
Não gostei do vestido que comprei. d) É mister que se façam bastantes exercícios.
e) Não moro na fazenda porque lá a vida é muito
6. O pronome relativo que pode ter por monótona.
antecedente o demonstrativo o (a, os, as).
Ex. Sei o que digo. (o pronome o equivale a 02) Assinale a opção que completa corretamente
aquilo) as lacunas da frase:
As crianças, enorme capacidade de
7. Quando precedido de preposição criar deve ser continuamente exercitada, encontram
monossilábica, emprega-se o pronome relativo que. variados meios de escapar do mundo imperam as
Com preposições de mais de uma sílaba, usa-se o leis de objetos industrializados.
relativo o qual (e flexões). a) cuja, em que
Ex. Aquele é o machado com que trabalho. b) cujas, onde
Aquele é o empresário para o qual trabalho. c) a cuja, para que
Exceções: As preposições sem e sob. Com elas, d) cuja a, em que
usa-se de preferência o qual (e flexões).
03) Assinale o período com erro relacionado ao
8. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo emprego dos pronomes relativos:
possessivo e equivale a do qual, de que, de quem. a) O livro a que me referi é este.
Concorda em gênero e número com a coisa possuída. b) Ele é uma pessoa de cuja honestidade ninguém
Ex. Cortaram as árvores cujos troncos estavam duvida.
podres. c) O livro em cujos os dados nos baseamos é
aquele.
9. O pronome relativo quanto, quantos e quantas d) A pessoa perante a qual compareci foi muito
são pronomes relativos quando seguem os pronomes agradável.
indefinidos tudo, todos ou todas.
Ex. Ele recolheu tudo quanto viu. 04) Por favor, passe caneta que está aí;
aqui não serve para desenhar.
10. O relativo onde só deve ser usado para indicar a) essa, esta, eu
lugar. b) esta, esta, mim
Ex. Esta é a terra onde habito. c) essa, essa, eu
d) essa, esta, mim
a) onde é empregado com verbos que não dão ideia
de movimento. Pode ser usado sem antecedente. 05) Indique a alternativa que completa
Ex. Nunca mais morei na cidade onde nasci. corretamente as lacunas abaixo:
1. Não foi essa a pessoa aludi.
b) aonde é empregado com verbos que dão ideia 2. Há fatos nunca nos esquecemos.
de movimento e é resultado da combinação da 3 Itaipu foi uma das obras construção
preposição a + onde. mais comprometeu o orçamento nacional.
Ex. As crianças não sabiam aonde ir. 4. A conclusão chegou não tem o menor
fundamento.
Função sintática dos pronomes relativos 5. O conferencista, conhecimentos
desconfiávamos, foi infeliz em suas colocações.
Para descobrir qual a função sintática exercida a) à qual, de que, em cuja, a que, de cujos
pelo pronome relativo na oração, basta substituí-lo por b) a que, de que, cuja, a que, de cujos
seu antecedente; a função exercida pelo antecedente c) a qual, dos quais, com cuja, a qual, dos quais
será a mesma do pronome relativo. d) a quem, que, em cuja, à qual, em cujos
21) “E cada qual que se retraísse: todos tinham a
06) Assinale a frase em que há pronome
possessivo substantivo: impressão do perigo; ninguém queria expor-se a
a) Você já preparou sua mochila. queimar a roupa. “No período há:
a) três pronome substantivo demonstrativos
b) Ele aparenta ter seus trinta anos
b) três pronome substantivo indefinidos
c) Lembre-se de responder à minha carta.
c) dois pronome substantivo e um pronome
d) Este é o meu carro, onde está o seu?
adjetivo indefinido d) três pronome adjetivos
indefinidos
Nas questões de nº 07 a 16 classifique as palavras
O, A, OS, AS de acordo com o seguinte código:
Gabarito:
a - pronome pessoal oblíquo
01. E 02. A 03. C 04. A 05. B
b - pronome demonstrativo
06. D 07. C 08. A 09. A 10. B
c - artigo definido
11. B 12. C 13. B 14. B 15. C
16. A 17. D 18. D 19. C 20. B 21. B
07) ( ) Você conhece a menina que acaba de
chegar?
NUMERAL
08) ( ) Não a vejo há muitos anos
09) ( ) Seu belo sorriso, eu ainda o guardo na É a palavra que indica a quantidade de elementos
lembrança ou sua ordem de sucessão. Dependendo do que o
10) ( ) Não sei o que lhe aconteceu numeral indica, ele pode ser:
11) ( ) Não use esta toalha; que a que está no - Cardinal: É o numeral que indica a quantidade
armário de seres.
12) ( ) Neste horário o diretor costuma sair Ex. três, dez
13) ( ) Não há o que temer neste caso
- Ordinal: É o numeral que indica ordem de
14) ( ) Os que quiserem participar do jogo, sucessão, a posição ocupada por um ser numa
levantem a mão determinada série.
15) ( ) O momento da desforra não deve demorar Ex. terceiro, décimo
16) ( ) Peque este pacote e leve-o ao ministro - Multiplicativo: É o numeral que indica a
multiplicação de seres.
17) Assinale a alternativa sem pronome indefinido: Ex. triplo, décuplo
a) Fui à livraria e comprei vários livros técnicos.
b) Espero que isto não aconteça mais a ninguém. - Fracionário: É o numeral que indica divisão,
c) Quaisquer dúvidas serão esclarecidas pelo fração.
professor. Ex. meio, um quinto
d) Estava me pareceu a pessoa certa para o
serviço. - Coletivo: É o numeral que indica uma
quantidade específica de um conjunto de seres.
18) Em todos os itens foram destacados Ex. par, dezena, dúzia, cento, milheiro, milhar
pronomes, exceto em:
a) Certas notícias nos deixam vagamente Emprego dos Numerais
preocupados.
b) Alguma coisa aconteceu na cidade. 01) Intercala-se a conjunção e entre as centenas e
c) Todo mundo sabe que isso é boato. as dezenas e entre as dezenas e as unidades.
d) Veja se o cálculo está certo. Ex. 562.983.665 = Quinhentos e sessenta e dois
milhões novecentos e oitenta e três mil seiscentos e
19) “Sabino teve medo do que o homem ia dizer”, sessenta e cinco.
o temo destacado é:
a) preposição 02) Na designação de séculos, reis, papas,
b) preposição de + artigo o príncipes, imperadores, capítulos, festas, feiras, etc.,
c) preposição de + pronome o utilizam-se algarismos romanos. A leitura será por
d) pronome demonstrativo ( daquilo) ordinal até X; a partir daí (XI, XII ...), por cardinal. Se o
numeral preceder o substantivo, sempre será lido como
20) Assinale o emprego incorreto do pronome ordinal.
demonstrativo: Ex. II Bienal Cultural = Segunda Bienal Cultural.
a) A mulher é mais tolhida socialmente que o Papa João Paulo II = Papa João Paulo
homem. A este se permitem direitos que se negam segundo.
àquela. Papa João XXIII = Papa João vinte e três.
b) Em 1944 ainda havia guerra. Esta época
traumatizou a humanidade. 03) Na designação dos artigos de leis, decretos e
c) O que dizer dessas opiniões que acabaste de portarias, utiliza-se o ordinal até o nono e o cardinal de
expor? dez em diante.
d) Estes documentos que tenho aqui comigo, não Ex. Artigo 7º (sétimo); Artigo 21 (vinte e um).
os revelarei tão cedo.
VERBO Formas Nominais do Verbo: São formas em que o
verbo pode atuar como nome, ou seja, exercer funções
Verbo é a palavra que indica ação, praticada ou sintáticas próprias de substantivo ou adjetivo. São três
sofrida pelo sujeito; fato, de que o sujeito participa as formas nominais:
ativamente; estado ou qualidade do sujeito; ou
fenômeno da natureza. 1) Particípio: Expressa ações que já foram
concluídas e pode ser empregado com ou sem verbo
Classificação dos verbos _ Os verbos classificam- auxiliar. É marcado pelas terminações ado / ido.
se em: Ex. Terminada a festa, todos foram para casa. /
Tínhamos falado pra ele ir à minha casa.
01) Verbos Regulares: são aqueles que não
sofrem alterações no radical. OBS.: O particípio é a única forma nominal que
Ex. trabalhar, trabalhei, trabalhou, trabalhava, flexiona em gênero e número, concordando com o
trabalhamos. substantivo a que se refere.
Ex. copo quebrado / taças quebradas.
02) Verbos Irregulares: são aqueles que sofrem
pequenas alterações no radical. 2) Gerúndio: Expressa ações que ainda estão em
Ex. fazer, faço, fiz. andamento, ou simplesmente uma ação que está
trazer, trago, trouxera. sendo feita no mesmo momento que outra, para dar
assim a ideia de duração. É marcado pela terminação
03) Verbos Anômalos: são aqueles que ndo.
apresentam radicais diferentes. Ex. Chegando ao baile, a debutante se assustou.
Ex. ser, sou, é, fui, era, sois. Ele estava voltando para casa, quando
ir, vou, fui, vamos, fostes. saímos.
04) Verbos Defectivos: são aqueles que não OBS.: Evite o “gerundismo”, vício de linguagem que
apresentam conjugação completa. consiste em utilizar o gerúndio de forma excessiva e
Ex. falir, reaver, precaver (não possuem as 1ª, 2ª e artificial, para indicar ação futura.
3ª pessoas do presente do indicativo, nem o presente Ex. O atendente vai estar realizando uma pesquisa.
do subjuntivo inteiro).
3) Infinitivo: Expressa um ação sem situá-la no
05) Verbos Abundantes: são aqueles que tempo. É o verbo sem ser conjugado, marcado pela
apresentam duas formas de mesmo valor. Geralmente terminação -r.
a abundância ocorre no particípio. Ex. Sonhar bem alto é quase um passo para
Ex. aceitado / aceito, entregado / entregue, limpado levantar voo.
/ limpo.
OBS.: O infinitivo pode ser pessoal, ou seja,
OBS.: Os verbos abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer, flexionado em pessoa (Ex. para tu cantares, para nós
pôr, ver e vir só possuem o particípio irregular (que não cantarmos) ou impessoal, não-flexionado (Ex. É
é terminado em ado/ido): aberto, coberto, dito, escrito, proibido andar de bicicleta.)
feito, posto, visto, vindo.
FLEXÕES DO VERBO
06) Verbos Pronominais: são aqueles que só se
conjugam acompanhados de pronome oblíquo. Flexão de Pessoa: O verbo flexiona em pessoa (1ª,
Ex. queixar-se, arrepender-se, ajoelhar-se, 2ª e 3ª pessoas gramaticais) para concordar com o
suicidar-se, zangar-se. sujeito da oração.
Ex. Eu trabalho / Tu trabalhas / Ele trabalha
Locução Verbal _ Também chamada de conjugação
perifrástica, a locução verbal é o conjunto formado por Flexão de Número: O verbo flexiona em número
um verbo auxiliar mais um verbo principal. Nas (singular e plural), concordando, geralmente, com o
locuções verbais é sempre o verbo auxiliar que sujeito da oração.
flexiona, enquanto o verbo principal é apresentado no Ex. Eu canto / Nós cantamos
gerúndio ou no infinitivo.
Ex. Estou lendo um ótimo romance. Flexão de Modo: São três os modos verbais na
Amanhã deve chover. língua portuguesa: Indicativo, Subjuntivo e Imperativo.
Conjugação verbal: Há três conjugações para os 1) Indicativo - Expressa certeza, isto é, o
verbos da língua portuguesa: enunciado dá o fato como certo, preciso. Os tempos
1ª conjugação: verbos terminados em -ar. verbais do modo indicativo são:
Ex. amar, sonhar. a - Presente: Indica fato que ocorre
2ª conjugação: verbos terminados em -er. corriqueiramente ou no momento em que se fala.
Ex. viver, crescer. Ex. Todos os dias, caminho no parque.
3ª conjugação: verbos terminados em -ir. Ela estuda no Curso Oficial.
Ex. sentir, sorrir.
b - Pretérito Perfeito: Indica fato que ocorreu no a - Pretérito Perfeito Composto do Indicativo:
passado em determinado momento, observado depois Indica fato que tem ocorrido com frequência.
de concluído. Ex. Eu tenho estudado demais ultimamente.
Ex. Ontem caminhei no parque.
Ela estudou no Curso Oficial no ano b - Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo:
passado. Indica desejo de que algo já tenha ocorrido.
Ex. Espero que você tenha estudado o suficiente
c - Pretérito Imperfeito: Indica fato que ocorria com para conseguir a aprovação.
frequência no passado, ou fato que não havia chegado
ao final no momento em que estava sendo observado. c- Pretérito Mais-que-perfeito Composto do
Ex. Naquela época, eu caminhava no parque. Indicativo: Indica fato passado anterior a outro, também
Ela estudava no Curso Oficial, quando me passado.
conheceu. Ex. Ontem, quando você foi ao parque, eu já tinha
caminhado 6 Km.
d - Pretérito Mais-que-perfeito: Indica fato ocorrido
antes de outro no Pretérito Perfeito do Indicativo. d - Pretérito Mais-que-perfeito Composto do
Ex. Quando você foi ao parque, eu já caminhara 6 Subjuntivo: Indica condição, hipótese.
Km. Ex. Ela estaria menos cansada, se não tivesse
trabalhado tanto.
e - Futuro do Presente: Indica fato que ocorre em
momento posterior ao que se fala. e - Futuro do Presente Composto do Indicativo:
Ex. Amanhã caminharei no parque pela manhã. Indica fato que ocorre em momento posterior ao que se
Ela estudará no Curso Oficial no ano que fala.
Ex. Quando você chegar ao parque, eu já terei
caminhado 6 Km.
vem.
f - Futuro do Pretérito Composto do Indicativo: Tem
f - Futuro do Pretérito: Indica fato futuro, o mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do
dependente de outro anterior a ele. Indicativo.
Ex. Eu caminharia todos os dias, se não Ex. Eu teria caminhado todos os dias, se não fosse
trabalhasse tanto. a falta de tempo.
3) Imperativo - Expressa ordem, pedido, sugestão 02) Voz Passiva: O sujeito é paciente, ou seja,
ou conselho. sofre a ação verbal. Pode ser:
Ex. Caminhe todos os dias, para a saúde melhorar.
/ Traga-me um café bem forte, por favor. a - Sintética ou Pronominal_ É formada por verbo
transitivo direto + pronome se (partícula ou pronome
Flexão de Tempo: O tempo verbal refere-se ao apassivador)
momento em que ocorre o fato expresso pelo verbo. Ex. Entrega-se encomenda.
Compram-se roupas usadas.
Os tempos simples já foram apresentados acima;
vejamos agora os tempos compostos. b - Analítica _ É formada por verbo auxiliar ser ou
estar + particípio do verbo principal.
Tempos Compostos: São formados por locuções Ex. A encomenda foi entregue.
verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver As roupas foram compradas por uma
e como principal, qualquer verbo no particípio. São elegante senhora.
eles:
03) Voz Reflexiva: O sujeito, simultaneamente, 10) Chegaríamos sempre atrasados (futuro do
presente)
pratica e sofre a ação.
Essa voz será chamada simplesmente de reflexiva,
quando o sujeito praticar a ação sobre si mesmo. Para as questões de 11 a 20, assinale a alternativa
completando corretamente as lacunas abaixo:
Ex. Carla machucou-se.
Tu te feristes?
11) avisá-lo de que se ela o conteúdo
Eu me olhava no espelho.
da mensagem, todos saberão nossos planos.
Há também a chamada de reflexiva recíproca, a) Vimos – ver b) Viemos – ver
c) Vimos – vir d) Viemos - vir
quando houver mais de um elemento como sujeito: um
pratica a ação sobre o outro, que pratica a ação sobre
12) Vi, mas não , o guarda também não
o primeiro.
Ex. Paula e Renato amam-se. ; dois policiais também não . Se
tivéssemos talvez tivéssemos evitado tantas
Nós nos olhávamos amorosamente.
mortes.
a) intervi – interviu – interviram – intervido
OBS.: Na voz reflexiva, o pronome se significa “a si
b) intervim – interveio – intervieram – intervido
mesmo(s)”; enquanto na voz reflexiva recíproca o
c) intervim – interveio – intervieram – intervindo
pronome se é sinônimo de “um ao outro” ou “uns aos
d) intervir – interveio – interviram - intervindo
outros”.
13) No ano passado, os alunos aumento
Conversão de Voz do efetivo de servidores: imediatamente o diretor
Para efetivar a conversão da ativa para a passiva todos os cargos vagos.
e vice-versa, procede-se da seguinte maneira: a) requiseram – proviu
1 - O sujeito da voz ativa passará a ser o agente
b) requiseram - proveu
da passiva. c) requereram – proveu
2 - O objeto direto da voz ativa passará a ser o d) requereram - proviu
sujeito da voz passiva.
3 - Na passiva, o verbo ser estará no mesmo 14) Desejo que você seus documentos e
tempo e modo do verbo transitivo direto da ativa e o que se contra novas perdas.
verbo principal ficará no particípio. a) reavenha – precavenha
b) reaveja - precaveja
Voz ativa c) recupere – previna
A torcida aplaudiu os jogadores. d) reaja - precava
- Sujeito = a torcida
- Verbo transitivo direto = aplaudiu 15) Querem que você - todas as instalações da
Objeto direto = os jogadores. loja e, com isso, : o que a concorrência não
sabe é que a lei que em 1980, já não
Voz passiva analítica mais.
Os jogadores foram aplaudidos pela torcida. a) destrua – fale – vigia – vije
- Sujeito = os jogadores. b) demola – fale – vigia - vige
- Locução verbal passiva = foram aplaudidos. c) demula – vá à falência – vigorava – vija
- Agente da passiva = pela torcida. d) derrube – quebre – era vigente - vige
motivo.
Grau dos Advérbios
TIPOS DE ADVÉRBIOS Os advérbios, embora pertençam à categoria das
palavras invariáveis, podem apresentar variações com
DE MODO: Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, relação ao grau. Além do grau normal, o advérbio pode-
depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, à toa, se apresentar no grau comparativo e no superlativo.
à vontade, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa
maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de - GRAU COMPARATIVO: quando a circunstância
cor, em vão, calmamente, tristemente, expressa pelo advérbio aparece em relação de
propositadamente, pacientemente, etc. comparação.
- Meio = Passeei de bicicleta ontem.
Para indicar esse grau, utilizam-se as formas
- Posse = Recebeu a herança do avô.
tão…quanto, mais…que, menos…que.
- Matéria = Comprei roupas de lã.
=> comparativo de igualdade:
Ex.: Chegarei tão cedo quanto você.
=>comparativo de superioridade: CONJUNÇÃO
Ex.: Chegarei mais cedo que você.
=>comparativo de inferioridade: As conjunções são vocábulos de função
Ex.: Chegarei menos cedo que você. estritamente gramatical, utilizados para o
estabelecimento da relação entre duas orações, ou
- GRAU SUPERLATIVO: nesse caso, a ainda para relacionar dois termos que se assemelham
circunstancia expressa pelo advérbio aparecerá gramaticalmente dentro da mesma oração.
intensificada. As conjunções podem ser de dois tipos principais:
O grau superlativo do advérbio pode ser formado conjunções coordenativas ou conjunções
tanto pelo processo sintético (acréscimo de sufixo), subordinativas.
como pelo processo analítico (outro advérbio estará
indicando o grau) 1) Conjunções coordenativas: Vocábulos que
=>superlativo sintético: formado com o acréscimo estabelecem relações entre dois termos ou duas
de sufixo. orações independentes entre si, que possuem as
Ex.: Cheguei tardíssimo. mesmas funções gramaticais.
=>superlativo analítico: expresso com um advérbio As conjunções coordenativas podem ser dos
de intensidade. seguintes tipos: aditivas, adversativas, alternativas,
Ex.: Cheguei muito tarde. conclusivas, explicativas.
Ex. Entre, que está muito frio.
PREPOSIÇÃO Estava fazendo frio, mas ele saiu sem
casaco.
Preposição é a palavra invariável que liga dois
2) Conjunções subordinativas: Têm a função de
elementos da oração, subordinando um ao outro. Por
estabelecer uma relação entre duas orações, relação
exemplo, na frase Os alunos do colégio assistiram ao
esta que se caracteriza pela dependência do sentido de
filme de Walter Salles, temos as preposições de e a.
uma oração com relação à outra. Uma das orações
O termo que antecede a preposição é denominado
completa ou determina o sentido da outra.
regente; e o termo que a sucede, regido.
As conjunções subordinativas são classificadas em:
Há dois tipos de preposição: causais, concessivas, condicionais, comparativas,
conformativas, consecutivas, proporcionais, finais e
1) Essenciais: por, para, perante, a, ante, até, após, integrantes.
de, desde, em, entre, com, contra, sem, sob, sobre, trás. Ex. Os balões sobem, porque são mais leves que o
As essenciais são as palavras que só desempenham a ar.
função de preposição. Embora fosse inverno, ele saiu sem casaco.
2) Acidentais: afora, fora, exceto, salvo, malgrado, Locução Conjuntiva: Expressão que exerce a
durante, mediante, segundo, menos. As acidentais são mesma função que a conjunção: ligar orações.
palavras de outras classes gramaticais que eventualmente Ex. à medida que, no entanto, ao passo que, visto
são empregadas como preposições. que, etc.
As preposições podem indicar diversas Locução Interjetiva: Expressão formada por mais de
circunstâncias: um vocábulo, usada também para exprimir emoções e
- Lugar = Estivemos em São Paulo. sensações.
- Origem = Essas maçãs vieram da Argentina. Ex. Cruz credo!
- Causa = Ele morreu, por cair de um andaime. Puxa vida!
- Assunto = Conversamos bastante sobre você. Arre égua!
SINTAXE 03) Sujeito Oculto: Teremos sujeito oculto em três
circunstâncias:
A Sintaxe é a parte da gramática que estuda a a- Quando perguntarmos ao verbo quem é o sujeito
disposição das palavras na frase e das frases no e obtivermos como resposta os pronomes eu, tu, ele,
discurso, bem como a relação lógica das frases entre ela, você, nós ou vós, sem surgirem escritos na oração.
si. O sujeito oculto também pode ser chamado de sujeito
elíptico, sujeito desinencial ou sujeito subentendido.
Ao emitir uma mensagem verbal, o emissor procura Ex. Estudaremos a matéria toda. (suj. oculto: nós)
transmitir um significado completo e compreensível.
Para isso, as palavras são relacionadas e combinadas b- Quando o verbo estiver no Imperativo, ou seja,
entre si. quando o verbo indicar ordem, pedido, sugestão ou
conselho.
A sintaxe é um instrumento essencial para o Ex. Estudem, meninos! (suj. oculto: vocês)
manuseio satisfatório das múltiplas possibilidades que
existem para combinar palavras e orações. c- Quando não houver sujeito escrito na oração,
porém estiver claro em orações anteriores.
Para o estudo da sintaxe, é importante diferenciar Ex. Os governadores chegaram a Brasília ontem
frase, oração e período: à noite. Terão um encontro com o presidente.
Quem chegou a Brasília?
- Frase: É todo enunciado de sentido completo, Resp.: Os governadores. Núcleo = governadores.
podendo ser formada por uma só palavra ou por várias, Sujeito Simples.
podendo ter verbos ou não. Quem terá um encontro?
Ex. Silêncio! Resposta: Não há sujeito escrito na oração, porém
O telefone está tocando. na oração anterior aparece, com clareza, quem é o
sujeito = os governadores. Portanto, sujeito oculto.
- Oração: É o enunciado que se organiza em
torno de um verbo. 04) Sujeito Indeterminado: Ocorre quando a
Ex. Quem é você? oração tem um sujeito, mas não é possível determina-
O telefone está tocando. lo. Há duas formas de se indeterminar o sujeito de uma
oração:
- Período: É a frase constituída de uma ou mais a- Com o verbo na terceira pessoa do plural, desde
orações, formando um todo, com sentido completo. O que não haja, no contexto, referência anterior ao
período pode ser simples (com apenas uma oração) ou sujeito.
composto (com mais de uma oração). Ex. Deixaram uma bomba na casa do deputado.
Ex. O telefone está tocando.
Ele saiu, mas volta logo. b- Com verbo que não seja Transitivo Direto na
terceira pessoa do singular + se (índice de
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO indeterminação do sujeito).
Ex. Trata-se de uma questão muito grave.
SUJEITO
Sujeito é o ser a respeito do qual se informa algo. 05) Sujeito Oracional: É o sujeito com verbo, ou
São os seguintes os tipos de sujeito: seja, uma oração que exerce a função de sujeito.
Ex. É preciso estudar mais. (Que é preciso?
01) Sujeito Simples: É aquele que possui apenas Resposta: estudar mais)
um núcleo. O núcleo do sujeito será representado por
um substantivo, por um pronome substantivo ou por OBS.: O sujeito oracional faz parte do período
qualquer palavra substantivada. Núcleo é a palavra composto e é classificado como oração subordinada
mais significativa na função sintática. substantiva subjetiva. As orações subordinadas serão
Ex. Os homens destroem a natureza. estudadas posteriormente.
OBS.: A conjunção pois pode ser conclusiva ou OBS.: Para verificar se uma oração subordinada é
explicativa. Se estiver antes do verbo, será conjunção substantiva, tente substituí-la pela palavra “isso”. Ex.
explicativa. (Ex. José estava resfriado, pois tossia Eles ignoram que o mundo é cheio de mistérios. / Eles
muito.) Entretanto, se a conjunção estiver após o verbo, ignoram isso. Se a substituição for possível, ou seja, se
será conclusiva. (Ex. Não tenho dinheiro; não posso, criar um enunciado lógico, é porque a oração realmente
pois, pagar a conta.) é substantiva.
comício.
B) Pronome Demonstrativo o, a, os, as + Pronome
Mais de, menos de, cerca de...: Quando o sujeito for Relativo que: O verbo concordará com o pronome
iniciado por uma dessas expressões, o verbo demonstrativo.
concordará com o numeral que vier imediatamente à Ex. Fui eu o que quebrou a vidraça.
frente. Foram vocês os que me enganaram.
Ex. Mais de uma criança se machucou no
brinquedo. C) Pronome Relativo quem: O verbo pode ficar na
Cerca de duzentos mil reais foram roubados. 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente.
Ex. Fui eu quem quebrou/quebrei a vidraça.
OBS.: Quando Mais de um estiver indicando Fomos nós quem quebrou/quebraram a
reciprocidade ou a expressão estiver repetida, o verbo vidraça.
ficará no plural. Ex. Mais de uma pessoa agrediram- se.
/ Mais de um rapaz, mais de uma moça estiveram no Um dos ... que: Quando o sujeito for iniciado pela
evento. expressão Um dos que, deveremos analisar o seguinte:
Sujeito Composto - Núcleos ligados pela B) Havendo nome próprio de pessoa ou pronome
conjunção "e" pessoal, o verbo concordará com ele.
01) Verbo após os núcleos: Ficará no plural o verbo Ex. Aline é as alegrias do namorado.
que estiver após o sujeito composto cujos núcleos A família éramos nós.
sejam ligados pela conjunção e:
Ex. Machado de Assis e Guimarães Rosa estão C) Se o sujeito for uma quantidade no plural, e o
entre os melhores escritores do mundo. predicativo do sujeito, palavra ou expressão como
muito, pouco, o bastante, o suficiente, uma fortuna, uma
OBS.: Quando os núcleos forem sinônimos, verbos miséria, o verbo ficará no singular.
no infinitivo, ou estiverem formando gradação, o verbo Ex. Cem reais é muito, por esse produto.
deverá ficar no singular. Duzentos gramas de carne é pouco.
Ex. A lisura e a honestidade frequenta pouco o
Congresso Nacional. (lisura = honestidade). Cantar e D) Na indicação de horas ou distância, o verbo
dançar era a vida daquela menina. (Cantar, dançar – concordará com o numeral.
infinitivo) Um olhar, um aceno, um sorriso bastava para Ex. Era meio-dia, quando ele chegou.
a paquera fluir. (olhar, aceno, sorriso _ Gradação) São duas horas.
02) Verbo antes dos núcleos: Ficará no plural ou E) Se o sujeito for o pronome interrogativo QUE ou
concordará com o núcleo mais próximo. QUEM, o verbo concordará com o predicativo:
Ex. Fugiram o cão e o gato. Ex. Quem eram aquelas garotas?
Fugiu o cão e o gato. Que são bromélias?
Verbo Haver: É impessoal, no sentido de existir, 01) À autora e à leitora do romance só interessam
de acontecer ou indicando tempo decorrido; por isso a verdade.
fica na 3ª pessoa do singular. 02) Tu e teu colega devereis comparecer ao
Ex. Havia um mês, nós estávamos à sua tribunal.
procura. 03) Juro que tu e tua mulher me pagam.
Poderá haver confrontos entre os grevistas. 04) Não quero que fique contra ela o pai e os
amigos.
Verbo Fazer: 05) Casarás com a prima e sereis felizes para
É impessoal, indicando tempo decorrido e sempre.
fenômeno natural; por isso fica na 3ª pessoa do 06) Aflição, dores, tristezas, nada o fazia
singular. abandonar a luta.
Ex. Deve fazer três meses que não o vejo. 07) A tranquilidade e a calma transmite segurança
Faz 35º no verão, em Londrina. ao público .
08) Um grito, um gemido, um sussurro acordava a
Verbos Dar, Bater e Soar (indicando horas): pobre mãe.
Concordam com o sujeito, que pode ser: 09) A viúva com o resto da família mudaram-se
para Santi ago.
A) o relógio, a torre, o sino... 10) A riqueza ou o poder o livrou do processo.
Ex. O relógio deu quatro horas. 11) Jos é ou Antônio serão o presidente do grêmio.
O sino soou cinco horas. 12) Ler e escrever provocam entusiasmo na
juventude.
B) as horas. 13) O jovem como o adulto têm os mesmos
Ex. o relógio, deram quatro horas. conflitos.
Soaram cinco horas, no sino da igreja. 14) Nem um nem outro vício nega os foros da
natureza.
Verbo Parecer + infinitivo: 15) Mais de um atleta completaram o percurso da
Quando o verbo parecer surgir antes de outro verbo maratona.
no infinitivo, duas ocorrências podem acontecer: 16) Não serei eu um dos alunos que cruzaremos
A) Pode ocorrer a formação de uma locução os braços.
verbal. Nesse caso, o verbo parecer concordará com o 17) O bando assaltou a joalheira e, depois, fugiu
sujeito, e o verbo no infinitivo ficará invariável. pelas ruas .
Ex. As meninas parecem estar nervosas. 18) Um grande número de pessoas observavam
Os alunos parecem estudar muito. os atores.
19) Os dez por cento da comissão desapareceu.
B) Pode ocorrer a formação de um período 20) Quantos de nós será aprovado neste
composto, com o verbo parecer na oração principal, concurso?
invariável, e o verbo no infinitivo, formando oração 21) Os Lusíadas imortalizaram Camões.
subordinada substantiva subjetiva reduzida de 22) Quem foi os selecionados no projeto?
infinitivo, concordando com o sujeito. 23) Já não se fazem planos mirabolantes.
Ex. As meninas parece estarem nervosas. 24) Fala-se de festas em que se assistem a filmes
Os alunos parece estudarem muito. instrutivos.
25) A partir de agora, sou eu quem passa a
Verbo + Partícula Apassivadora: transmitir o jogo.
Verbo na voz passiva sintética, construída com o 26) Com certeza, ainda faltam discutir todas as
pronome se, concorda normalmente com o sujeito. questões.
A maneira mais fácil de se comprovar que a oração 27) Faz muitos anos que não chovem flores em
está na voz passiva sintética é passando-a para a voz minha vida.
passiva analítica: Alugam-se casas muda para Casas 28) Tudo são apenas sonhos, pois o homem é
são alugadas. suas cinzas.
Ex. Entregam-se encomendas. 29) São seis e meia da tarde e hoje é primeiro de
Ouviram-se muitas histórias. março de 2011.
30) Cem mil reais é menos do que preciso.
Verbo+ Índice de Indeterminação do Sujeito: 31) O herói és tu, embora a maioria sejam homens
O pronome se, sendo índice de indeterminação do valorosos
sujeito, deixa o verbo na terceira pessoa do singular. 32) Mentiras era o que me pediam, sempre
Haverá I.I.S. quando surgir na oração VI, sem mentiras.
sujeito claro; VTI, com OI; ou VL, com PS.
Ex. Morre-se de fome no Brasil. Gabar ito:
Assiste-se a filmes interessantes. 01) I 02) C 03) C 04) C 05) C
Aqui se está satisfeito. 06) C 07) C 08) C 09) C 10) I
11) I 12) I 13) C 14) C 15) I
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 16) I 17) C 18) C 19) I 20) I
21) C 22) I 23) C 24) I 25) C
Assinale com “C” as alternativas corretas e com “I“ 26) I 27) C 28) C 29) C 30) C
as incorretas: 31) C 32) C
03) Dois ou mais adjetivos, modificando um só
CONCORDÂNCIA NOMINAL substantivo
Quando houver apenas um substantivo qualificado
Os adjetivos e as palavras adjetivadas concordam por dois ou mais adjetivos, há duas maneiras de se
em gênero e número com os elementos a que se construir a frase:
referem.
Por exemplo: gatas malhadas e cachorros brancos. A) Coloca-se o substantivo no plural e enumeram-
Quando o adjetivo surgir junto de mais de um se os adjetivos.
substantivo, teremos regras especiais, que veremos Ex. Ele estuda as línguas inglesa e francesa.
agora:
B) Coloca-se o substantivo no singular e, ao se
01) Adjetivo posposto a dois ou mais enumerarem os adjetivos, acrescenta-se artigo a cada
substantivos um deles.
Adjunto adnominal: Quando o adjetivo, posposto a Ex. Ele estuda a língua inglesa e a francesa.
dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, Obrigado / Mesmo / Próprio
funcionar como adjunto adnominal, concordará no Esses três elementos concordam com o substantivo
masculino. ou com o pronome a que se referem, ou seja, se o
Ex. O Estado compra carros e maçãs argentinos. substantivo for feminino plural, usam-se mesmas,
próprias e obrigadas.
Há dois casos em que o adjunto adnominal Caso a palavra mesmo significar realmente, ficará
concordará apenas com o elemento mais próximo: invariável, pois será advérbio.
Ex. Elas mesmas disseram, em coro: Muito
A) Se qualificar apenas o elemento mais próximo: obrigadas, professor.
Ex. Comprei óculos e frutas frescas. Os próprios jogadores reconheceram o erro.
As meninas trouxeram mesmo o radialista.
B) Se os substantivos forem sinônimos: (realmente trouxeram)
Ex. Desrespeitaram o povo e a gente brasileira.
Só / Sós
Predicativo do sujeito ou do objeto: Quando o Essa palavra concordará com o elemento a que se
adjetivo imediatamente posposto a dois ou mais refere, quando significar sozinho(s), sozinha(s); ficará
substantivos funcionar como predicativo do sujeito ou invariável, quando significar apenas, somente.
como predicativo do objeto, deverá concordar com a A locução a sós é sempre invariável.
soma dos elementos. Ex. Só as garotas queriam andar sós; os meninos
Ex. O operário e a esposa, preocupados, saíram queriam a companhia delas.
para o trabalho. Gosto de estar a sós.
Encontrei o operário e a esposa preocupados
Quite / Anexo / Incluso
com a situação da empresa.
Esses três elementos concordam com o
substantivo a que se referem.
OBS.: Uma maneira fácil de se estabelecer a
Ex. Deixarei as promissórias quites, para não ter
diferença entre o adjunto adnominal e o predicativo é
problemas.
substituir o substantivo por um pronome: todos os
Anexas, seguem as fotocópias dos
adjuntos adnominais que gravitam ao redor do
documentos solicitados.
substantivo desaparecem.
Estão inclusos o café da manhã e o almoço.
Portanto, se o adjetivo não desaparecer na
substituição, será predicativo. Ex. Encontrei-os Meio
preocupados com a situação da empresa. Concordará com o elemento a que se referir,
quando significar metade; ficará invariável, quando
02) Adjetivo anteposto a dois ou mais significar um pouco, mais ou menos. Quando formar
substantivos substantivo composto, ambos os elementos variarão.
Adjunto adnominal: Quando o adjetivo anteposto a Ex. Era meio-dia e meia.
dois ou mais substantivos funcionar como adjunto Ela estava meio nervosa.
adnominal e estiver qualificando todos os substantivos Os meios-fios foram construídos em lugar
apresentados, deverá concordar apenas com o errado.
elemento mais próximo.
Ex. Trouxe belas rosas e cravos. Verbo de ligação + Predicativo do sujeito Quando
Trouxe belos cravos e rosas. o substantivo que integra o sujeito não
estiver determinado, o verbo ser - ou qualquer outro
Predicativo do sujeito ou do objeto: Quando o verbo de ligação - ficará no singular e o predicativo do
adjetivo imediatamente anteposto a dois ou mais sujeito no masculino, singular. Se o sujeito vier
substantivos funcionar como predicativo do sujeito ou determinado por qualquer palavra, a concordância do
como predicativo do objeto, deverá concordar com a verbo e do predicativo será regular, ou seja,
soma dos elementos. concordarão com o sujeito em número e pessoa.
Ex. Preocupados, o operário e a esposa saíram Ex. Caminhada é bom para a saúde.
para o trabalho. Esta caminhada está muito boa.
Encontrei preocupados com a situação da É proibido entrada.
empresa o operário e a esposa. É proibida a entrada.
Menos / Pseudo REGÊNCIA VERBAL
Essas duas palavras são sempre invariáveis.
Ex. Houve menos reclamações dessa vez. A regência verbal estuda a relação de dependência que
As pseudo-escritoras foram desmascaradas. se estabelece entre os verbos e seus complementos. Na
realidade, o que estudamos na regência verbal é se o verbo
Muito / Bastante / Pouco é transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e
Quando modificarem substantivo, concordarão com indireto ou intransitivo e qual é a preposição que se
ele, por serem pronomes indefinidos adjetivos; quando relaciona comele.
modificarem verbo, adjetivo, ou outro advérbio, ficarão
invariáveis, por serem advérbios. Verbos Transitivos Diretos
Ex. Bastantes funcionários ficaram bastante
revoltados com a empresa. 1) Aspirar (significado: sorver, absorver)
Ex. Como é bom aspirar a brisa da tarde.
Caro / Barato / Longe
Se forem adjetivos, concordarão com o substantivo; 2) Assistir (significado: auxiliar, dar assistência)
se forem advérbios, não flexionarão. Ex. A enfermeira assistia o paciente.
Ex. Esta blusa é muito cara. 3) Visar (significado: mirar ou dar visto)
A blusa custou caro. Ex. O atirador visou o alvo, mas errou o tiro.
Ele mora longe. O gerente visou o cheque do cliente.
Quero conhecer lugares longes.
4) Querer (significado: desejar, tencionar)
Possível Ex. Quero que me digam quem é o culpado.
Em expressões superlativas, como o mais, o menos,
o melhor, o pior, as mais, os menos, os piores, as 5) Chamar (significado: convocar, mandar vir)
melhores, a palavra possível concordará com o artigo. Ex. Chamei todos os sócios para a reunião.
Ex. Visitei cidades o mais interessantes possível. 6) Implicar (significado: acarretar, fazer supor)
Visitei cidades as mais interessantes possíveis. Ex. A crise econômica implicará demissões.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 7) Desfrutar e Usufruir são VTD sempre.
Ex. Desfrutei os bens deixados por meu pai.
Assinale com “C” as alternativas corretas e com “I”
as incorretas: 8) Namorar é sempre VTD.
01) Percorria bosques e montanhas nevados. Ex. Joanilda namorava o filho do delegado.
02) Nas noites frias, usávamos meias e casacos 9) Compartilhar é sempre VTD.
grossos. Ex. Ela compartilhou o sofrimento e a alegria.
03) Víamos, ao longe, os carneiros e o roseiral
floridos. 10) Esquecer e Lembrar serão VTD, quando não
04) O juiz declarou inocentes o réu esua cúmplice. forem pronominais, ou seja, caso não sejam usados
05) Que assim mereça eterno nome e glória. com pronome, não serão usados também com
06) Ofereci-lhe perfumados rosas e lírios. preposição.
07) Os alunos mesmo pediram repetição da aula. Ex. Esqueci que havíamos combinado sair.
08) Foi necessário termos bastante cuidados na Ela não lembrou o meu nome.
viagem.
09) Aquela moça estava meia embriagada. OBS.: Somente verbos transitivos diretos admitem
10) Aos vinte anos, já estava quite com suas voz passiva. As exceções são obedecer (VTI), pagar
obrigações militares. (VTDI) e perdoar (VTDI), que, embora não sejam TD,
11) Admiro-os: são rapazes que se fizeram por si só. podem ser colocados na voz passiva.
12) Anexas à carta, seguirão as listas de preço.
13) Conheci escritores o mais brilhantes possíveis. Verbos Transitivos Indiretos
14) Não será vedado pesca em todo o litoral
brasileiro. 1) Aspirar (significado: almejar, objetivar)
15) Nem um nem outro político demagogo votou a Ex. Aspiramos a uma vaga naquela universidade.
emenda. 2) Visar (significado: almejar, objetivar)
16) Todos ficarão chateado, embora haja menos Ex. Sempre visei a uma vida melhor.
greves.
17) Fiquem calmos, amigos, iremos diretos ao 3) Querer (significado: estimar)
assunto. Ex. Quero aos meus amigos, como aos meus
18) Os torcedores do Flamengo são tais qual o irmãos.
próprio time. 4) Assistir (significado: ver ou ter direito)
19) Nossos políticos não são nenhuns ignorantes Ex. Gosto de assistir aos jogos do Santos.
20) Hastearam, na fronteira, a bandeira brasileira Assiste ao trabalhador o direito a férias.
e uruguaia.
5) Custar (significado: ser difícil)
Gabarito: 01) C 02) C 03) I 04) C 05) C 06) I Ex. Custa-me acreditar em você.
07) I 08) I 09) C 10) C 11) I 12) C 13) I 6) Proceder (significado: dar início, executar)
14) C 15) I 16) I 17) I 18) C 19) C 20) I
Ex. Os fiscais procederam à prova com atraso.
7) Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar,
7) Obedecer e desobedecer são sempre VTI.
Ex. Obedeço a todas as regras da empresa. informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir são VTDI,
admitindo duas construções:
8) Revidar é sempre VTI. Ex. Advertimos aos usuários que não nos
Ex. Ele revidou ao ataque instintivamente. responsabilizamos por furtos ou roubos.
Advertimos os usuários de que não nos
9) Simpatizar e Antipatizar sempre são VTI, com a
responsabilizamos por furtos ou roubos.
prep. com. Não são verbos pronominais, portanto não
existe o verbo simpatizar-se, nem antipatizar-se. Verbos Intransitivos
Ex. Sempre simpatizei com Eleodora, mas
1) Assistir (significado: morar)
antipatizo com o irmão dela.
Ex. Assisto em Londrina desde que nasci.
10) Implicar (significado: perturbar)
2) Custar (significado: ter preço)
Ex. Não sei por que o professor implica comigo.
Ex. Estes sapatos custaram R$ 80,00.
11) Esquecer-se e lembrar-se serão VTI, com a
3) Proceder (significado: ter fundamento)
prep. de, quando forem pronominais, ou seja, somente
Ex. Suas palavras não procedem!
quando forem usados com pronome, poderão ser
usados com a prep. de. 4) Ir, vir, voltar, chegar, cair, comparecer e dirigir- se
Ex. Esqueci-me de que havíamos combinado sair. são intransitivos. Esses verbos exigem a prep. a, na
Ela não se lembrou do meu nome. indicação de destino, e de, na indicação de
procedência.
12) Sobressair é sempre VTI, com a prep. em. Não
Ex. Cheguei de Curitiba há meia hora.
é verbo pronominal, portanto não existe o verbo
Vou a São Paulo no avião das 8h.
sobressair-se.
Ex. Quando estava no colegial, sobressaía em
todas as matérias. OBS.: São erradas construções que apresentam
um mesmo complemento para verbos de regências
distintas.
OBS.: Alguns verbos transitivos indiretos, que regem a
Ex. Conhecemos e duvidamos de José.
preposição a, não admitem a utilização do complemento
(Correção: Conhecemos José e duvidamos
lhe. No lugar, deveremos colocar a ele(s), a ela(s). Dentre
dele.)
eles, destacam-se os seguintes: Aspirar, visar, assistir(ver),
aludir, referir-se, anuir.
REGÊNCIA NOMINAL
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
1) Chamar (significado: repreender) A regência nominal estuda a relação entre os
Ex. Chamei o menino à atenção, pois estava nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) e os
conversando. termos regidos por esses nomes.
Essa relação é intermediada por uma preposição.
OBS.: A expressão “chamar a atenção” de alguém
não significa repreender, e sim fazer-se notado. Vejamos abaixo uma lista de nomes com a
Ex. O cartaz chamava a atenção de todos que por preposição que eles regem:
ali passavam.
Acessível a Acostumado a ou com
2) Implicar (significado: envolver alguém) Alheio a Alusão a
Ex. Implicaram o advogado em negócios ilícitos. Ansioso por Atenção a ou para
3 )Custar (significado: causar trabalho, transtorno) Atento a ou em Benéfico a
Ex. Sua irresponsabilidade custou sofrimento a Compatível com Cuidadoso com
toda a família. Desatento a Desacostumado a ou com
Desfavorável a Desrespeito a
4) Agradecer, Pagar e Perdoar são VTDI, com a Estranho a Favorável a
prep. a. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto Fiel a Grato a
indireto, a pessoa. Hábil em Habituado a
Ex. Agradeci a ela o convite. Inacessível a Indeciso em
Perdoo os erros ao amigo. Invasão de Junto a ou de
5) Pedir é VTDI, com a prep. a. Leal a Maior de
Ex. Pedimos dinheiro ao pai. Morador em Natural de
Necessário a Necessidade de
OBS.: O verbo pedir só pode ser utilizado com a Nocivo a Ódio a ou contra
preposição para quando houver a palavra licença, Odioso a ou para Posterior a
escrita ou subentendida. Preferência a ou por Preferível a
Ex. O aluno pediu (licença) para ir ao banheiro. Prejudicial a Próprio de ou para
Próximo a ou de Querido de ou por
6) Preferir é sempre VTDI, com a prep. a. Com esse Residente em Respeito a ou por
verbo, não se deve usar mais, muito mais, mil vezes, Sensível a Simpatia por
nem que ou do que. Simpático a Útil a ou para
Ex. Prefiro cinema a teatro. Versado em
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO CRASE
Marque com “C” as alternativas corretas e com “I “ A palavra crase provém do grego (krâsis) e significa
as incorretas: mistura. Na língua portuguesa, crase é a fusão de duas
vogais idênticas, mas essa denominação visa a
01) ( ) A greve geral não agradou os diretores. especificar principalmente a contração ou fusão da
02) ( ) Você aspirava ao cargo? Sim, aspirava-lhe. preposição a com os artigos definidos femininos (a, as)
03) ( ) O residente assiste o cirurgião na operação. ou com os pronomes demonstrativos a, as, aquele,
aquela, aquilo.
04) ( ) Não visaram seu passaporte por falta de
amparo legal.
Para saber se ocorre ou não a crase, basta seguir
05) ( ) Quero-a para esposa e companheira três regras básicas:
06) () Vamos proceder uma investigação minuciosa.
07) ( ) Devemos visar, acima de tudo, ao bem da 01) Só ocorre crase diante de palavras femininas,
família. portanto, nunca use o acento grave diante de palavras
que não sejam femininas.
08) ( ) Às vezes, chamavam- o tolo e arrogante. Ex. O sol estava a pino. (sem crase, pois pino não
09) ( ) O pai custava a sentir a revolta do filho. é palavra feminina).
10) ( ) Joaquim prefere futebol do que vôlei. Ela recorreu a mim. (sem crase, pois mim
não é palavra feminina).
11) ( ) Supressão da liberdade implica, não raro,
Exceção: Se antes da palavra masculina, estiver
em violência.
subentendida a expressão “à moda de” ou “à maneira
12) ( ) Lembrei-me que era tarde e corri. de”, ocorrerá crase.
13) ( ) Avisei-o que os fiscais chegaram. Ex. Decorei minha casa à Luís XV. (à moda de Luís
14) ( ) Obedecia-lhe porque o respeitava. XV)
15) ( ) Aos amigos, perdoa-lhes todas as ofensas. 02) Se a preposição a vier após um verbo que
16) ( ) Os guias ainda não foram pagos. indica destino (ir, vir, voltar, chegar, cair, comparecer,
17) ( ) Joana chegou a casa bem cedinho. dirigir-se...), troque este verbo por outro que indique
procedência (vir, voltar, chegar...). Se, diante do verbo
18) ( ) Afinal, simpatizei com a proposta.
que indicar procedência, surgir da, ocorrerá crase; caso
19) ( ) Lemos e gostamos muito de seus poemas. contrário, não ocorrerá crase.
Ex. Vou a Porto Alegre. (sem crase, pois “Venho de
Para as questões de 20 a 22, assinale a Porto Alegre”).
alternativa, preenchendo as lacunas corretamente: Vou à Bahia. (com crase, pois “Venho da
Bahia”).
20) Obedeça- , estime- e sempre que
precisar. 03) Se não houver verbo indicando movimento,
a) os – os- recorra a eles troca-se a palavra feminina por outra masculina; se,
b) lhes – os – recorra a eles diante da masculina, surgir ao, diante da feminina,
c) os – lhes – recorra-lhes ocorrerá crase.
d) lhes – lhes – recorra-lhes Ex. Assisti à peça. (com crase, pois “Assisti ao
filme”).
21) Os encargos nos obrigaram são Ele respeita as regras. (sem crase, pois “Ele
aqueles o diretor se referiu. respeita os regulamentos”).
a) de que, que
b) a que, a que Casos especiais
c) a cujos, cujo 01) Nos adjuntos adverbiais de modo, de lugar e de
d) de que, de que tempo, formados com palavra feminina, o uso do acento
grave é obrigatório.
22) Alguns demonstram verdadeira aversão Ex. à tarde, à noite, às pressas, às escondidas, às
exames, porque nunca se empenharam o escuras, às tontas, à direita, à vontade.
02) Advérbio: Intensifica adjetivos e advérbios. 04) Partícula Expletiva ou de Realce: Pode ser
Nesse caso, pode ser substituída por quão ou muito; retirado da frase sem alteração do seu sentido.
em geral, é usada em frases exclamativas. Ocorrerá a partícula expletiva com verbo intransitivo
Ex. Que linda é essa garota! que tenha sujeito claro.
Que mal você fez a ela! Ex. As nossas esperanças se foram para
sempre.
03) Preposição: Equivale à preposição de em
locuções verbais que tenham, como auxiliares, os 05) Pronome Apassivador: Forma, junto de um
verbos ter ou haver. verbo transitivo direto, a voz passiva sintética; indica
Ex. Temos que estudar bastante. que o sujeito é paciente e, nesse caso, o verbo
Tive que trazer todo o material. concorda com o sujeito.
Ex. Compram-se carros usados.
04) Interjeição: Exprime uma emoção, um estado de (= Carros usados são comprados)
espírito; é sempre exclamativa e acentuada.
Ex. Quê?! Você não dormiu em casa hoje?! 06) Índice de Indeterminação do Sujeito:
Acompanha verbo que não seja transitivo direto, sem
05) Partícula Expletiva ou de Realce: Sua retirada sujeito claro. Nesse caso, o verbo deverá ficar,
não altera o sentido da frase. Pode também ser usada obrigatoriamente, na terceira pessoa do singular.
com o verbo ser, na locução é que. Ex. Necessita-se de pessoas qualificadas.
Ex. Nós é que precisamos de sua ajuda. Ainda se morre de tuberculose no Brasil.
Eles que procuraram você ontem.
07) Sujeito Acusativo: Aparece em estruturas
06) Pronome Interrogativo: Empregada em frases formadas pelos verbos fazer, mandar, deixar, ver, ouvir
interrogativas. Quando estiver iniciando a frase, não se e sentir, seguidos de objeto direto na forma de oração
deve usar o antes do pronome. Quando estiver em final reduzida (verbo no infinitivo ou no gerúndio).
de frase, será acentuada. Ex. Ela deixou-se estar à janela.
Ex. Que vocês farão hoje à noite?
Vocês farão o quê? 08) Conjunção Subordinativa Integrante : Inicia
oração subordinada substantiva.
07) Pronome Indefinido: Aparece antes de Ex. Não sei se todos terão condições de
substantivos em frases geralmente exclamativas. Pode ser acompanhar a matéria.
substituída por quanto(s), quanta(s).
Ex. Que sujeira! 09) Conjunção Subordinativa Condicional:
Que bagunça em seu quarto! Inicia oração subordinada adverbial condicional.
Ex. Tudo estaria resolvido, se ele tivesse
08) Pronome Relativo: Relaciona orações, devolvido o dinheiro.
podendo ser substituída por o qual e suas flexões.
Ex. Julguei belíssima a garota que (= a qual) você Mas, Más e Mais
me apresentou.
1) Mas é uma conjunção adversativa e equivale a
09) Conjunção: Liga duas orações, coordenadas "porém".
ou subordinadas entre si. Ex. Eu iria ao cinema, mas não tenho dinheiro.
Ex. Venha até aqui, que precisamos conversar.
Ele se esforçou tanto, que acabou desmaiando. 2) Más é adjetivo feminino, plural de má.
Ex. Infelizmente, o mundo está cheio de pessoas
A Palavra Se más.
3) Mais é um advérbio de intensidade; tem sentido
01) Pronome Reflexivo: Indica que o sujeito pratica oposto a “menos”.
a ação sobre si mesmo. Nesse caso, a palavra se Ex. Ela é a mais bonita da escola.
equivale a “a si mesmo (a)(s)” e o verbo concorda com
o sujeito. Onde, Aonde e Donde
Ex. A menina machucou-se ao cair do brinquedo.
1) Onde é utilizado com verbos que não indicam
02) Pronome Recíproco: Indica ação trocada entre deslocamento.
os elementos que compõem o sujeito. Nesse caso, a Ex. Onde você colocou a bolsa?
palavra se significa “um(s) ao outro(s)” e o verbo
concorda com o sujeito. 2) Aonde é utilizado com verbos que indicam
Ex. Sandro e Carla se amam muito. deslocamento.
Ex. Aonde você foi ontem à noite?
3) Donde é utilizado com verbos que indicam Ao invés de e Em vez de
procedência.
1) Ao invés de significa "ao contrário de".
Ex. Donde tu vieste?
OBS. Onde, Aonde e Donde só podem ser Ex. Descemos a escada, ao invés de subir.
utilizados para se referir a lugar.
2) Em vez de significa "no lugar de".
Mal e Mau Ex. Em vez de ir ao cinema, fui ao teatro.
08) Não fuja, toda fuga é fraqueza. f) Polissíndeto: É a repetição das conjunções
coordenativas, com o fim de incutir no discurso a noção
09) Os maus momentos passaste de movimento, rapidez e ritmo.
serão inesquecíveis Ex. Ela me olhava, e lavava, e olhava novamente,
e espirrava, e voltava a trabalhar.
10) Os amigos, não sei , foram
sumindo um a um. g) Anacoluto: É a quebra da sequência sintática de
uma frase. É como se o escritor de repente decidisse
Gabarito: mudar de ideia, alterando a estrutura e o nexo sintáticos
01- b 02 - b 03 - d 04 - e 05 – b da oração.
06 - c 07- a 08 - d 09- a 10 – a Ex. O José, sinceramente parece que ele está
ficando louco. (perceba que O José deveria ser sujeito
da oração, mas ficou sem predicado, solto na frase;
ESTILÍSTICA houve a quebra da sequência sintática esperada).
A Estilística é a parte da gramática que estuda os h) Silepse: É a concordância que se faz com a
recursos utilizados nos textos (principalmente literários) ideia, e não com a palavra expressa. É também
para conferir à mensagem mais impacto, estilo, beleza chamada de concordância ideológica ou concordância
ou qualquer outro recurso expressivo. Esses recursos figurada. Há três tipos de silepse: de gênero, de
expressivos são chamados figuras de linguagem. número e de pessoa.
Ex. São Paulo realmente é linda.
São três as figuras de linguagem: figuras de sintaxe (silepse de gênero)
(ou construção); figuras de palavras e figuras de Os paulistas somos bem tratados no Paraná.
pensamentos. (silepse de pessoa)
A gente não quer só alimento. Queremos
Figuras de sintaxe amor e paz.
(silepse de número)
a) Elipse: Significa, em gramática, omissão.
Quando se omite da frase algum termo ou palavra cujo i) Repetição: É a repetição de palavras que tem por
sentido pode ser deduzido pelo contexto, tem-se a finalidade exprimir a ideia de insistência, progressão e
elipse. intensificação. Quando se repetem adjetivos ou
Ex. Solicitamos seja enviado o ofício. (elipse da advérbios, é uma maneira de se fazer o grau
conjunção que: Solicitamos que seja...) superlativo.
Ex. Gisele era linda, linda, linda.
b) Zeugma: É a omissão de um termo que já Enquanto tudo acontecia, a garota crescia,
apareceu antes, em alguma oração anterior. crescia.
Ex. Na terra dele só havia mato; na minha, só
prédios. (...na minha, só havia prédios) j) Onomatopeia: Consiste na criação de palavras
com o intuito de imitar sons ou vozes naturais dos
c) Pleonasmo: É a reiteração, o reforço de uma seres. É, na verdade, um dos processos de formação
ideia já expressa por alguma palavra, termo ou das palavras, que cabe à Morfologia.
expressão. Ex. Ouviu o tilintar das moedas.
Quando a insultei, slapt!
Figuras de palavras b) Eufemismo: É uma maneira de, por meio de
palavras mais polidas, tornar mais suave e sutil uma
a) Comparação: É a comparação direta de informação de cunho desagradável e chocante.
qualificações entre seres, com o uso do conectivo Ex. Infelizmente, ele partiu desta para melhor. (em
comparativo (como, assim como, bem como, tal qual, vez de “ele morreu”)
etc.).
Ex. Minha irmã é bondosa como um anjo. c) Gradação: É a maneira ascendente ou
descendente como as ideias podem ser organizadas na
b) Metáfora: Assim como a comparação, consiste frase.
numa relação de semelhança de qualificações. É, Ex. Ela queria dominar o bairro, a cidade, o país, o
porém, mais sutil e exige muita atenção do leitor para mundo.
ser captada, porque dispensa os conectivos que
aparecem na comparação. d) Ironia: Figura que consiste em dizer, com
Ex. Minha irmã é um anjo. intenções sarcásticas e zombadoras, exatamente o
contrário do que se pensa, do que realmente se quer
c) Metonímia: É a utilização de uma palavra por
afirmar.
outra, devido a uma relação que existe entre elas.
Ex. O “nobre” deputado era acusado de cometer
- O autor pela obra: Você já leu Camões? (algum
mais de sete crimes.
livro de Camões)
- O efeito pela causa: O rapaz encomendou a
e) Hipérbole: Modo exagerado de exprimir uma
própria morte. (algo que causaria a sua própria morte)
ideia.
- O instrumento pela pessoa que o utiliza: Júlio é
Ex. Estou morrendo de sede.
um excelente garfo. (Júlio come muito; o garfo é um dos
“Queria querer gritar setecentas mil vezes...”
instrumentos utilizados para comer)
(Caetano Veloso)
- O recipiente (continente) pelo conteúdo: Jonas já
bebeu duas garrafas de uísque. (ele bebeu, na verdade,
f) Prosopopeia (ou personificação): É a atribuição
o conteúdo de duas garrafas de uísque)
de características humanas a seres não- humanos, ou
- O símbolo pela coisa significada: O povo
de seres animados a seres inanimados.
aplaudiu as medidas tomadas pela Coroa. (a coroa,
Ex. Depois que o sol me cumprimentou, dirigi-me à
nessa acepção, é símbolo da monarquia, do rei).
cozinha.
- O lugar pelo produto: Todos gostam de um bom
madeira. (o vinho produzido na Ilha de Madeira).
g) Retificação: Consiste em corrigir uma
- A parte pelo todo: Havia várias pernas passeando no
afirmação anterior.
ônibus. (eram as pessoas quepasseavam)
Ex. Os deputados se reuniram para trabalhar. Ou
- O abstrato pelo concreto: A juventude de hoje não
melhor, para fazer-nos pensar que iriam trabalhar.
pensa como a de antigamente. (Os jovens)
- O singular pelo plural: O paulista adora trabalhar.
(Os paulistas)
- A espécie ou classe pelo indivíduo: "Andai como EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
filhos da luz", recomenda-nos o Apóstolo. (refere-se a
São Paulo, que foi um dos apóstolos) 1 – Assinale a alternativa em que o autor não
- A qualidade pela espécie: Os acadêmicos estão utiliza prosopopeia:
reunidos. (os membros da academia) a) “A luminosidade sorria no ar: exatamente isto.
- A matéria pelo objeto: Você tem fogo? (isqueiro) Era um suspiro do mundo.” (Clarice Lispector)
b) “As palavras não nascem amarradas, elas
d) Sinestesia: É a figura que envolve mistura de saltam, se beijam, se dissolvem…” (Drummond)
percepções, mistura de sentidos. c) “Quando essa não-palavra morde a isca,
Ex. Você gosta de cheiro-verde? (cheiro – olfato alguma coisa se escreveu.” (Clarice Lispector)
, verde – visão) d) “A poesia vai à esquina comprar jornal”.
Que voz aveludada Renata tem! (voz – (Ferreira Gullar)
audição, aveludada – tato) e) “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”.
(João Cabral de Melo Neto)
e) Perífrase (ou antonomásia): É uma espécie de
apelido que se confere aos seres, valorizando algum de
seus feitos ou atributos. Ressalte-se que se
2 – Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela
consideram perífrases somente os "apelidos" de valor
em que o uso da vírgula marca a elipse do verbo:
expressivo, nacionalmente relevantes e conhecidos.
a) Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as
Ex. Gosto muito da obra do Poeta dos Escravos
batatas.
(antonomásia para Castro Alves). b) A paz, nesse caso, é a destruição (…)
Tu gostas da Terra da Garoa? (antonomásia c) Daí a alegria da vitória, os hinos, as
para a cidade de São Paulo) aclamações, recompensas públicas e todos os demais
efeitos das ações bélicas.
Figuras de pensamentos
d) (…) mas, rigorosamente, não há morte (…)
a) Antítese: É a aproximação de palavras ou e) Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações
expressões que exprimem ideias contrárias, adversas. não chegariam a dar-se (…)
Ex. Carlos, jovem de idade e velho de espírito,
aproximou-se.
3 – Leia o texto DESCOBERTA DA LITERATURA, a) 1, 2, 3, 4, 5
de João Cabral de Melo Neto: b) 5, 2, 3, 1, 4
c) 3, 1, 4, 5, 2
No dia-a-dia do engenho/ d) 2, 1, 3, 4, 5
e) 2, 4, 5, 3, 1
toda a semana, durante/
cochichavam-me em segredo: saiu um novo romance/ 4 – No verso “ Palavras são como as estrelas,
E da feira do domingo/ facas ou flores”, temos:
a) hipérbole
me traziam conspirantes/ b) retificação
para que os lesse e explicasse/ c) metonímia
d) gradação
um romance de barbante./ e) comparação
Sentados na roda morta/
5 – “Fiquei trêmulo, muito comovido, com o livro
de um carro de boi, sem jante,/ palerma olhando pra mim”. A figura utilizada é a:
ouviam o folheto guenzo, / a) metonímia
b) ironia
o seu leitor semelhante,/ c) personificação
com as peripécias de espanto/ d) hipérbole
e) anacoluto
preditas pelos feirantes./
Embora as coisas contadas/ 6 - Numere, de acordo com as indicações:
1. Hipérbole
e todo o mirabolante,/ 2. Personificação
em nada ou pouco variassem/ nos crimes, 3. Comparação
4. Eufemismo
no amor, nos lances,/ 5. Antítese
e soassem como sabidas/
a) ( ) “Ó morte, tu és o porque da minha vida.”
de outros folhetos migrantes,/ b) ( ) “A onda do mar beijava a Branca areia.”
a tensão era tão densa,/ c) ( ) “Ela agiu como uma leoa na defesa dos
filhos.”
subia tão alarmante,/
d) ( ) “Serão séculos de angústia em meu
que o leitor que lia aquilo/ coração.”
e) ( ) “Vovô entregou a alma a Deus...”
como puro alto-falante,/
e, sem querer, imantara/
7 - Identifique a silepse:
todos ali, circunstantes,/
receava que confundissem/ 1 - de gênero;
o de perto com o distante,/
2 - de número;
o ali com o espaço mágico,/
seu franzino com gigante,/ 3 - de pessoa.
e que o acabasse tomando/ pelo autor imaginante/ a) ( ) “Os homens sois, naturalmente, infiéis...”
ou tivesse que afrontar/ (Clarice Lispector)
b) ( ) “Era uma torcida fascinante, gritavam
as brabezas do brigante./(…) animados todo o tempo...” (Stanislaw Ponte Preta)
c) ( ) “Povo bom é aquele, tiram de letra misérias
Sobre as figuras de linguagem usadas no texto, e injustiças.” (Plínio Marcos)
relacione as duas colunas abaixo: d) ( ) “Vossa Majestade é muito impetuoso.”
(Alexandre Herculano)
(1) Romance de barbante
(2) Roda morta; folheto guenzo
(3) Como puro alto-falante Gabarito:
(4) Perto/distante 1-e
(5) Cochichavam-me em segredo 2-a
3-b
( ) Pleonasmo
4-e
( ) Metáfora
5-c
( ) Comparação
6- 5.2.3.1.4
( ) Metonímia
7- 3.2.2.1
( ) Antítese
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- Autonomia das vontades Legalidade estrita (art. 37 da CF).
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos (art. 5º, II, da CF)
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do Vincula os particulares Vincula o administrador público.
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança Permite que se faça tudo Apenas admite que se façao que
e à propriedade, nos termos seguintes: o que a lei não proíba a lei prevê.
Em primeirolugar, há que se frisar que o dispositivo acima O princípio da legalidade não pode ser confundido com
transcrito reproduz o princípio da isonomia, que consiste o princípio da reserva legal. A reserva legal impõe que certas
na proibição de criação de distinções que não sejam funda- matérias sejam regidas apenas por lei em sentido estrito5.
mentadas. Assim, impõe a Constituição que os iguais sejam É o caso, por exemplo, da previsão de crimes e cominação
tratados de forma igual e que os desiguais sejam tratados de de penas, que somente pode ser feita por lei.
forma desigual. Assim, por exemplo, justifica-se a existência
de critérios diferenciados para homens e mulheres em uma III – ninguém será submetido atortura nem atratamen-
prova física em um concurso público ante as nítidas diferen- to desumano ou degradante6;
ças fisiológicas entre os gêneros.
Denomina-se igualdade material aquela que permite a
Comentário: cuida o dispositivo da dignidade da pessoa
existência de diferenciações, desde que devidamente
justificadas. A igualdade formal que impede a estipulação humana. Este inciso está em consonância com o que dispõe
de distinções em qualquer hipótese muitas vezes resultará o art. 1º, III, da Constituição Federal.
em injustiças, pois deixa de considerar as peculiaridades de
certas formações sociais. IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo ve-
A igualdade em nossa ordem constitucional deve ser le- dado o anonimato7;
vada em conta tanto na lei quanto perante a lei. A igualdade
na lei é verificada quando da elaboração legislativa, impondo Comentário: a liberdade de expressão, como todo direito
a formação de leis que tenham como pilar a inexistência de fundamental, não é absoluta. Diversos limites serão encon-
diferenciações odiosas. A igualdade perante a lei impõe o trados no exercício concreto de tais direitos. Primeiramente,
tratamento igualitário por parte do aplicador do direito, ou não se pode utilizar a liberdade de expressão para cometer
seja, por parte daquele que venha a interpretar a norma e a atos ilícitos, ofendendo os direitos fundamentais. Assim,
aplicar a disposição abstrata a um casoconcreto. impede-se, por exemplo, a utilização desse direito com a in-
tenção de ofender alguém. A repressão contra a má utilização
Passamos a comentar os setenta e oito incisos que com- dos direitos fundamentais somente é efetiva se acompanhada
põem o art. 5º da Constituição Federal. de identificação do responsável. O anonimato é vedado jus-
tamente por impossibilitar a responsabilização daqueles que
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obriga- venham a utilizar o direito fora dos limitesconstitucionais.
ções, nos termos desta Constituição;
Comentário: a proibição da censura não impede que o X – é inviolável o sigilo da correspondência e das
Estado venha a limitar a atividade de comunicação social, comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
impedindo que os meios de comunicaçãovenhaa oferecer pro- telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
gramação que nãosejacondizente com os valores da sociedade hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
ou que sejam ofensivos a determinados grupos. A classificação investigação criminal ou instrução processual penal14;
indicativa de diversões públicas e a limitação à publicidade de
Comentário: os sigilos, assim comotodos os demais direi-
. tos fundamentais, não são absolutos. Eles podem sofrer limi-
tação legal ou judicial. Em relação ao sigilo das comunicações Comentário: o direito de locomoção, como os demais
telefônicas, verifica-se a previsão de uma reservajurisdicional. direitos fundamentais, não é absoluto.
Sendo assim, somente por ordem judicial é possível quebrar Primeiramente, há que se observar, para o seu exercício,
o referido sigilo. Outra imposição posta em relação ao sigilo a prevalência da paz. Em hipóteses de guerra, que suscitam
das comunicações telefônicas é a necessidade de que somente a instituição de Estado de Sítio, é possível a restrição da
seja determinada a quebra para fins de investigação criminal liberdade de locomoção no território nacional. Além desse
ou instrução processual penal. Não é possível quebrar o refe- aspecto, há que se observar que o direito de locomoção
rido sigilo em causas cíveis. Além disso, é necessário que seja inclui os bens pertencentes ao seu titular. Isso não significa,
observada a forma estabelecida em lei. porém, que os bens possuam de forma autônoma o direito
O sigilo das comunicações telefônicas não pode ser de locomoção, mas sim que eles possam acompanhar o
confundido com o sigilo dos dados telefônicos. O extrato das proprietário que esteja se locomovendo.
ligações telefônicas é protegido pelo sigilo de dados, que não O direito de locomoção é protegido pelo habeas corpus
está sujeito à reserva jurisdicional. O conteúdo das ligações e somente é garantido dentro do território nacional.
é o que se denomina sigilo telefônico e está protegido pela
XVI – todos podem reunir‑ se pacificamente, sem armas,
reserva jurisdicional.
em locais abertos ao público, independentemente de autori-
O sigilo de dados engloba, por exemplo, os dados ban-
zação, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
cários, fiscais e telefônicos.
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio
Não estão sujeitos à reserva jurisdicional o sigilo da cor-
aviso à autoridade competente17;
respondência, das comunicações telegráficas e de dados. As-
sim, é possível que a quebra seja determinada, nesses casos, Comentário: o direito de reunião, como se pode perce-
por ordem de uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito. ber, depende do preenchimento de uma série de requisitos:
a) ser realizada de forma pacífica;
X I – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou b) seus participantes não podem estar armados;
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei c) a reunião deve ocorrer em locais abertos ao públicos;
estabelecer; d) exige um prévio aviso à autoridade competente, sem
a necessidade, porém, de autorização dessaautoridade;
Comentário: esse inciso dispõe sobre norma de eficácia e) não pode frustrar uma reunião anteriormente convo-
contida, já que a liberdade de exercício de trabalho, ofício ou cada para o mesmo local.
profissão pode ser restringida pela lei que venha a estabele-
Outro requisito que pode ser inserido nesse rol é o de
cer qualificações profissionais para determinada profissão.
que a reunião seja temporária e episódica, como nos ensina
Dessa forma, a inexistência de uma lei regulamentadora de
o autor Alexandre de Moraes.
certa profissão não é impedimento ao seu exercício, mas
O direito de reunião também engloba passeatas, carrea-
sim agarantia de uma ampla liberdade de acesso à atividade
tas, comícios, desfiles, assim como cortejos e banquetes de
profissional.
caráter político, que são formas legítimas de reunião. Caso
A liberdade profissional não engloba, porém, atividades
o direito de reunião seja desrespeitado, o remédio cabível
ilícitas. O princípio da legalidade, anteriormente estudado,
será o mandado de segurança, ação cabível para a proteção
permite que se faça tudo que não seja proibido por meio de
de direito líquido e certo.
lei. Assim, não se pode exercer a “profissão” de traficante de
drogas porque tal atividade é ilícita, proibida pela legislação.
XVI – é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
Por outro lado, a prostituição é totalmente livre em nosso
vedada a de caráter paramilitar18;
País porque não existe lei regulamentando aatividade.
Comentário: o direito de associação permite que pessoas
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e
físicas e jurídicas se agrupem em prol de um interesse comum.
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exer-
Segundo o texto constitucional, é livre a formação de asso-
cício profissional15;
ciações, desde que elas tenham um fim lícito e não possuam
caráter paramilitar. Para que uma associação tenha caráter
Comentário: o direito de informação pode ser encarado
paramilitar, é necessário que ela venha a ter características
sobre duas óticas.
Sob o ponto de vista privado, o direito de informação da similares às estruturas militares, tais como o uso de uniformes,
sociedade englobará, por exemplo, a atividade jornalística, palavras de ordem, hierarquiamilitarizada, táticasmilitaresetc.
que pode divulgar informações, ainda que pessoais, que
sejam de interesse da sociedade. Admite-se, nessa atividade, XVII – a criação de associações e, na forma da lei, a de
porém, o sigilo da fonte, quando for necessário ao exercício cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
profissional. Esse sigilo não impede, porém, a responsabi- interferência estatal em seu funcionamento19;
lização do responsável pela informação no caso de ela ser
inverídica, por exemplo. Comentário: como visto no inciso anterior, é livre a
O direito de informação sob o aspecto privado será es- criação de associações. A associação de pessoas em um
tudado adiante, no inciso XXXIII deste artigo. regime de cooperativa, porém, pressupõe o preenchimen-
to de diversos requisitos legais, tendo em vista os diversos
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens16;
benefícios que são concedidos aesse tipo de associativismo. XXII – é garantido o direito de propriedade;
Não é permitida a interferência do estado no funcionamento
das associações, o que não impede que o Poder Judiciário Comentário: o núcleo de direitos enumerados no caput
venha a suspender ou dissolver uma associação no caso de do art. 5º já dispõe sobre o direito de propriedade, consi-
se verificar a prática de uma atividade ilícita. derado pela doutrina como inserido em norma de eficácia
A título de exemplo: cinco amigos, moradores de uma contida. Isso significa que é possível que o legislador venha a
favela, decidem criar uma associação para lutar por me- restringir certos aspectos da propriedade, desde que não ve-
lhorias nas condições de saneamento básico do local. Um nha a reduzi-la aquém de seu núcleo mínimo, ou seja, desde
político da região, sabendo da iniciativa, informa‑ lhes que, que não venha a desconfigurar esse direito de propriedade.
para tanto, será necessário obter, junto à Prefeitura, uma
autorização para sua criação e funcionamento. Nesta XXI – a propriedade atenderá a sua função social;
hipótese, a informação que receberam está errada, pois a Comentário: a propriedade, como qualquer direito
Constituição Federal estabelece que a criação de associa- fundamental, não é absoluta, devendo ser garantida na pro-
ções independe de autorização.20 porção em que também garante o bem-estar da sociedade.
O descumprimento da função social da propriedade pode
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente levar, por exemplo, à desapropriação do bem, destinando-o
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão ju- a uma finalidade que atenda ao interesse social, como a
dicial, exigindo‑ se, no primeirocaso, o trânsitoemjulgado21; reforma agrária.
Comentário: como estudado no inciso anterior, as as-
sociações podem ser compulsoriamente dissolvidas ou XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapro-
terem suas atividades suspensas por uma decisão judicial. priaçãopornecessidade ou utilidadepública, ou por interesse
A hipótese de dissolução, porém, mostra uma medida mais social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
drástica, o que impõe que a decisão judicial sejarevestida de ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
um caráter definitivo, sem possibilidade de reforma por meio Comentário: a desapropriação não pode ser confundida
de recurso. Por conta disso, exige-se o trânsito em julgado com o confisco, que é uma forma de expropriação definida
de uma decisão judicial para que ela possa dissolver uma no art. 243 da Constituição Federal. A desapropriação resulta
associação. Uma decisão terá trânsito em julgado quando na aquisição compulsória de uma propriedade por parte do
não for mais cabível a interposição de recurso contra ela. Estado, que deverá fundamentar tal ato de força na neces-
XX – ninguém poderá ser compelido a associar‑ se ou a sidade pública, na utilidade pública ou no interesse social.
permanecer associado; Essa previsão demonstra bem a ideia do inciso anterior, que
demonstra que o interesse do Estado está acima de interes-
Comentário: assim como há a liberdade de criação de ses particulares quando se trata de dar à propriedade uma
associações, temos também a liberdade individual de inte- função social. A indenização devida pelo ente estatal será,
grar ou deixar de integrar a associação. Os integrantes da de regra, justa, prévia e em dinheiro. A própria Constituição
associação, portanto, não poderão ser compelidos a ingressar Federal, porém, excepciona tal previsão, dispondo, em seus
na entidade ou de continuar compondo a associação. arts. 182, §4º, III, e 184, acerca da desapropriação-sanção,
na qual a indenização é recolhida com base em títulos da
XXI – as entidades associativas, quando expressamente dívida pública e títulos da dívida agrária.
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
judicial ou extrajudicialmente22; XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade
competentepoderá usar de propriedade particular, assegu-
Comentário: a principal finalidade de uma associação é, rada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano23;
sem dúvida, a defesa de interesses dos associados. A defesa
dos interesses pode ocorrer perante o poder judiciário ou Comentário: esse inciso trata da requisição adminis-
de forma extrajudicial. A defesa de interesses por meio da trativa, que permite ao Estado a utilização compulsória da
associação, porém, depende de autorização dos associados, propriedade particular. Existem duas diferenças quanto à
que podem se expressar de forma individualizada ou conce- indenização paga na requisição e na desapropriação.
der uma autorização genérica. Primeiramente, a indenização na requisição administrativa
A defesa de interesses dos associados é realizada por não representará o valor total do bem, mas apenas o valor
meio do instituto da representação processual. Narepresen- do dano eventualmente causado. Em segundo lugar, tendo
tação processual a associação fala em nome do associado e, em vista que o perigo iminente não é previsível, temos que
por tal razão, precisa da autorização desse associado. o proprietário somente será indenizado posteriormente ao
Existe uma situação em que a associação atua de forma uso, e não de forma prévia, como acontece na desa-
extraordinária por meio da substituição processual. Trata-se propriação.
da hipótese de impetração de mandado de segurança
coletivo. A associação, nesse caso, defende interesses dos XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em
associados em nome próprio, razão pela qual não necessita lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de
de autorização. penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua ati-
vidade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar
o seu desenvolvimento;
Comentário: a penhora consiste na utilização de bens do zação dessa propriedade será apenas temporário. Após um
devedor para a quitação de sua dívida. O Poder Judiciário, determinado período, uma invenção, por exemplo, poderá ser
porém, não poderá utilizar-se desse instituto para penhorar produzida e comercializada sem necessidade de licença de seu
propriedades rurais se estiverem presentes alguns requisitos: inventor ou do detentor do direito de propriedade industrial.
– tratar-se de uma propriedade pequena, tal qual defi-
nido em lei; XXX – é garantido o direito de herança;
– for a propriedade trabalhada pela família;
– a obrigação objeto do inadimplemento referir-se a Comentário: o direito de herança, como todos os de-
dívida contraída para a produção. mais direitos fundamentais, não é absoluto, podendo ser
relativizado, por exemplo, quando a ele se opõem débitos
Tendo em vista a impossibilidade de penhora dessas decorrentes de atividades ilícitas praticadas pelo de cujus,
terras, torna-se pouco interessante oempréstimo de valores como estudaremos no dispositivo a seguir.
aos respectivos produtores rurais. Por tal razão, dispõe a
Constituição que a lei disporá sobre os meios de financiar seu XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no
desenvolvimento, que muitas vezes é fomentadopelo Estado. País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge
ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de favorável a lei pessoal do de cujus25;
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, trans-
missível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar24; Comentário: a Constituição brasileira tenta proteger
cônjuge e filhos brasileiros quando da partilha de bens de
Comentário: a propriedade intelectual também é pro- estrangeiros situados no Brasil. Para tanto, dispõe que deve
tegida no âmbito constitucional. Aqui estamos a tratar dos ser aplicada a lei mais favorável aos familiares brasileiros,
direitos autorais, que protegem bens imateriais destinados mesmo que, para tanto, seja necessário afastar a legislação
essencialmente a uma função estética (obras literárias, civil brasileira para que seja aplicada a legislação do país de
músicas, pinturas etc.). Compete à legislação a definição do origem do de cujus, ou seja, do estrangeiro falecido. Impor-
prazo o qual os herdeiros poderão usufruir dos direitos tante salientar que essa regra, por questões de soberania,
patrimoniais da propriedade intelectual. somente é aplicável aos bens situados no Brasil.
XXVI – são assegurados, nos termos da lei: XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
a) a proteção às participações individuais em obras co- do consumidor;
letivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive
nas atividades desportivas; Comentário: o Direito Constitucional constitui a base de
b) odireitodefiscalização do aproveitamentoeconômico diversos ramos do Direito, instituindo as diretrizes necessá-
das obras que criaremoude que participarem aos criadores, rias para que o legislador venhaacriar a base legal necessária
aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e à plena eficácia de seus preceitos.
associativas; Isso é exatamente o que ocorre com o Direito do Con-
sumidor. Estudar o Direito Consumerista sob a ótica cons-
Comentário: acoautoria, por exemplo, também deve ser titucional é visitar os preceitos que servem de base para a
protegida, tendoem vista que otexto constitucional protege instituição de diversas garantias, tal qual aquelas definidas
as participações individuais em obras coletivas. A imagem e no Código de Defesa do Consumidor.
a voz humanas também são protegidas, independentemente Sendo assim, não se cuida aqui de estudar o Direito do
de sua utilização comercial. Cabe lembrar, porém, que tantoa Consumidor, mas sim as disposições inseridas dentro da
imagem quanto a voz podem sofrer divulgação, independen- ótica constitucional. Esse é um ponto que merece destaque
temente de autorização, quando houver um interesse público no presente estudo.
de informação. Nesse caso, a relativização desse dispositivo A Constituição Federal começa a referir-se ao consumidor
encontra amparo no art. 5º, XIV, da Constituição Federal, que em seu art. 5º, XXXII, que assim determina: “XXXII – o Estado
trata do direito de informação. O direito de fiscalização do promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;”.
aproveitamento econômico das obras é feito, por exemplo, Verifica-se que a Constituição Federal não elabora lista-
por meio do ECAD – Escritório Central de Arrecadação e Dis- gem sobre o que venha a ser o direito do consumidor. Por
tribuição, entidade que arrecadae distribui direitos autorais. outro lado, traz a obrigação constitucional de sua proteção
pelo Estado. Tal defesa será efetivada por meio da edição de
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos indus- leis, como se verifica no Código de Defesa do Consumidor
triais privilégio temporário para sua utilização, bem como (Lei nº 8.078/1990).
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, O referido código também possui previsão no Ato das
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). O ADCT,
em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico em seu art. 48, determina que o Congresso Nacional deveria
e econômico do País; elaborar o Código de Defesa do Consumidor dentro de cento
e vinte dias após a promulgação da Constituição Federal.
Comentário: apesar de se relacionar também com a Esse dispositivo possui grande importância, já que criou a
propriedade intelectual, a propriedade industrial se diferedo obrigação de legislar sobre a matéria, reduzindo, assim, a
direito autoral em virtude do caráter pragmático da invenção, discricionariedade do Poder Legislativo.
que se volta à utilidade da atividade criativa. Como a utilidade O referido prazo não foi respeitado, visto a data de edição
deve ser regulada segundo o interesse social e o desenvolvi- da Lei nº 8.078, 11 de setembro de 1990.
mento tecnológico e econômico do País, o privilégio de utili-
Os consumidores também são protegidos pelo texto XXXIV – são a todos assegurados, independentemente
constitucional quando é estabelecida, no art. 24, VIII, da do pagamento de taxas:
Constituição Federal, a competência concorrente para a a) o direito depetição aos Poderes Públicos em defesa de
edição de lei que disponha sobre a responsabilidade por direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
dano causado ao consumidor. Amplia-se, assim, a gama de b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
normas que podem ser editadas nesse sentido, nas órbitas para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
federal e estadual. interesse pessoal27;
Outro dispositivo de grande interesse para o direito do
consumidor é o que garante o esclarecimento acerca dos Comentário: trata o presente inciso de umagratuidade
impostos que incidem sobre mercadorias e serviços. Assim constitucional incondicionada, o que significa dizer que a
dispõe o art. 150, § 5º, da CF: cobrança de taxas para o exercício do direito de petição ou
do direito de obter certidões será sempre inconstitucional.
A lei determinará medidas para que os consumidores Há que se ressaltar que a constituição dispõe também sobre
sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam a gratuidade de duas certidões específicas: de óbito e de
sobre mercadorias e serviços. nascimento, no art. 5º, LXXVI, da CF, que no âmbito consti-
tucional alcança apenas os reconhecidamente pobres, nos
Essa disposição constitucional ganha destaque pelo fato termos da lei.
de consistir em obrigação destinada ao ente Estatal, que
institui tributos. Demonstra-se, assim, que o Direito do Con- XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judici-
sumidor não se restringe a impor obrigação ao fornecedor de ário lesão ou ameaça a direito;
bens ou serviços, mas também a todos aqueles que possam
atingir a categoria dos consumidores. Comentário: cuida-se da inafastabilidade da jurisdição
Por fim, destacamos a disposição expressa no art. ou do princípio do amplo acesso ao Poder Judiciário, que
170, V, que estabelece a defesa do consumidor como um dos demonstra a intenção do constituinte de submeter ao Poder
princípios da ordem econômica. A inserção do direito Judiciário toda lesão ou ameaça de lesão adireito, afastando,
consumerista em nossa ordem econômica representa um assim, o modelo francês de contencioso administrativo, ou
contrapeso ao liberalismo econômico, destacado pela liber- seja, de submissão de questões administrativas a tribunais
dade de iniciativa. Demonstra que a atividade econômica, específicos. Sendo assim, seria inconstitucional, por exemplo,
apesar de livre, não se situa em posição de anarquia, tendo a estipulação de taxas judiciárias elevadas ou fixadas em per-
em vista o papel cogente dos direitos fundamentais, como centuais sobre o valor da causa, sem limite, pois impedem o
do consumidor. amplo acesso da população ao Poder Judiciário.
Essas são as disposições constitucionais relacionadas ao Em certos casos é possível transacionar acerca do direito
Direito do Consumidor. de acesso à máquina judiciária, por exemplo, nas hipóteses
de convenção de arbitragem livremente acordada em um
XXXI – todos têm direito a receber dos órgãos públicos negócio jurídico. É possível também que a Fazenda Pública
venha a condicionar um parcelamento tributário à renúncia
informações de seu interesse particular, ou de interesse
do direito de discutir o débito perante o Poder Judiciário.
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
Em alguns casos, o prévio acesso à via recursal adminis-
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
trativa se mostra necessário para a configuração do interesse
sejaimprescindível àsegurança da sociedade e do Estado26;
de agir, condição para o ajuizamento de uma ação. Para a
impetração de habeas data, por exemplo, é necessário que
Comentário: o direito de informação pode ser encarado
o interessado em obter acesso ou a retificação de seus
sob ótica pública ou privada. Sob o aspecto privado, refere-se
dados pessoais comprove a existência de prévia negativa do
ao direito de ser informado, independentemente de censu-
detentor do banco de dados.
ra. Sob a ótica pública, podemos entender tal prerrogativa
A justiça desportiva possui uma precedência sobre o
como o direito que possuímos de obter, junto aos órgãos
sistema judicial no que se refere às causas relativas à dis-
públicos, informações de interesse particular, ou de interesse
ciplina e às competições desportivas. Nesse caso, a justiça
coletivo ou geral. Esse direito é essencial, tendo em vista a
desportiva terá o prazo de 60 dias, a partir da instauração
adoção de forma de governo republicana, que insere a ideia
do processo, para proferir sua decisão final. Somente após
de que o Estado é uma coisa pública, de todos, razão pela
o esgotamento da instância desportiva é que será possível
qual deve imperar o princípio da publicidade. A lei definirá o
submeter a causa ao Poder Judiciário.
prazo no qual, sob pena de responsabilidade, a informação
será prestada. Há, porém, exceções a esse princípio e que
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
possibilitam aexistência de informações sigilosas nos órgãos
jurídico perfeito e a coisa julgada;
públicos. Esse sigilo deverá estar amparado na segurança da
sociedade e do Estado. Comentário: nosso sistema constitucional adota a ideia
Interessante notar que os fundamentos para o sigilo das de irretroatividade da lei, impedindo, assim, que uma nova
informações constantes dos órgãos públicos recebeu funda- lei produza efeitos sobre atos anteriormente realizados, até
mento diverso do segredo de justiça, que, segundo o art. 5º, mesmosobre os efeitosfuturos desses atos. A irretroativida-
LX, da CF, será possível nos casos de proteção do interesse de, porém, não é total. A proibição constitucional limita-se
social ou da intimidade. aos casos em que a aplicação retroativa da lei prejudica o
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
A Lei de Introdução ao Código Civil, o Decreto-Lei nº garantido o sigilo da votação, o que impede que os juízes
4.657/1942, define o alcance dos referidos termos da leigos sejam ameaçados ou que sejam feitas tentativas de
seguinte forma: suborno, por exemplo. Por fim, cabe lembrar que o vere-
dicto resultante do julgamento do conselho de sentença é
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, soberano, o que impede que o juiz-presidente do tribunal
respeitados oatojurídico perfeito, o direito adquirido venha a alterar alguma conclusão decorrente da votação. Isso
e a coisa julgada. não impede, por outro lado, que sejam interpostos recursos
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado contra a decisão proferida pelo tribunal do júri, ocasião na
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. qual é possível que o julgamento seja desconstituído.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que
o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem
aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré- pena sem prévia cominação legal;
fixo, ou condição preestabelecida inalterável,
a arbítrio de outrem. Comentário: trata-se do princípio da reserva legal ou da
§ 3º Chama-se coisa julgada ou casojulgadoa decisão anterioridade da lei penal. A definição de crimes e acomina-
judicial de que já não caiba recurso. ção de penas somente é possível por meio de lei em sentido
estrito, excluindo-se portanto atos normativos primários,
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal deexceção; como as medidas provisórias. A previsão constitucional
desse inciso, porém, não impede a existência de leis penais
Comentário: a proibição da existência de juízo ou tribunal em branco, que admitem a existência de complemento aser
de exceção impede que alguém seja julgado por um órgão veiculado por normas infraconstitucionais, como a Lei de
judicial que não seja aquele ordinariamente competente para Tóxicos, por exemplo, que possui regulamento infraconstitu-
o julgamento da causa. A vedação do dispositivo, porém, não cional no intuito de disciplinar quais substâncias devem ser
se limita a esse aspecto, relativo à competência. A proibição consideradas entorpecentes para efeitos penais.
também visa a evitar que no processo seja utilizado proce-
dimento diverso daquele previsto em lei, ofendendo, assim, XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
a legislação processual.
Comentário: trata-se do princípio da irretroatividade da
XXXVI – é reconhecida a instituição do júri, com a orga- lei penal mais maléfica, da retroatividade da lei penal mais
nização que lhe der a lei, assegurados: benéfica ou da ultratividade da lei penal mais benéfica.
a) a plenitude de defesa; Segundo o referido princípio, a legislação penal não pode
b) o sigilo das votações; ser aplicada a fatos produzidos antes de sua vigência, salvo
c) a soberania dos veredictos; quando tratar-se de aplicação que beneficie o réu.
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos Dessa forma, se uma pessoa comete um crime quando
contra a vida; da vigência de uma Lei A e, posteriormente, surge uma lei
B, mais maléfica, a data do julgamento será aplicada a Lei A,
Comentário: o júri configura uma forma de exercício ainda que não mais tenha vigência, tendo em vista que não
direto da soberania popular, tendo em vista que assegura se trata de retroatividade em prol do réu.
ao povo o julgamento de crimes dolosos contra a vida. No
tribunal do júri, o conselho de sentença, formado por pes-
soas leigas, do povo, será o juiz de fato, sendo que o juiz de
direito, togado, apenas terá a função de coordenar os atos
processuais.
Como foi dito, o tribunal do júri possui competência para
julgar os crimes dolosos contraavida, que sãoaqueles crimes
cometidos intencionalmente e que se voltam diretamente
contra o bem “vida”. São exemplos de crimes contra a vida No caso de a lei posterior ser mais benéfica, a condena-
o homicídio, o aborto, auxílio ou a instigação ao suicídio e o ção aplicar-lhe-á, ainda que não vigente à época da conduta
infanticídio. Para que o crime seja julgado pelo júri, é neces- delitiva. Essa retroação pode até mesmo desconstituir deci-
sário que ele se volte diretamente contra a vida, não sendo sões que já tenham transitado em julgado.
cabível o julgamento de crimes que se destinam a ofender Cabe nota de que não se admite a Combinação de Leis.
outros valores, mas que acabam por atingir também a vida Se a lei posterior for em parte melhor e em parte pior que a
da vítima, tais como o latrocínio e a lesão corporal seguida anterior, o juiz não pode se utilizar da parte benéfica de uma
de morte. Lei W e da parte benéfica da Lei K, sob pena de agir como
Nojúri, é admitida autilização de quaisquer meios lícitos um legislador positivo, já que criará uma terceira lei. O juiz
para o convencimento do conselho de sentença, garantia que deverá, portanto, analisar qual das leis é mais branda para
a Carta Maior denomina plenitude de defesa. Também será beneficiar o réu no caso concreto.
Ex. 1:
Crime Permanente
Na hipótese de crime permanente, a prática criminosa se alonga no tempo. Como na extorsão mediante sequestro, a lei
será aplicada levando-se em conta o último momento em que praticado ato executório do crime. Vejamos.
Ex. 2:
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos Cabe lembrar que nada impede que a legislação venha a
direitos e liberdades fundamentais; ampliar as características aqui listadas, prevendo, por exem-
plo, que outros crimes também sejam sujeitas a prescrição.
Comentário: trata-se de cláusula genérica de proteção
ao próprio sistema de garantias fundamentais do cidadão. XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
Comentário: primeiramente, há que se asseverar que o
racismoconsiste em atitude de segregação, não se limitando a Comentário:o princípio da pessoalidade da pena impede
ofensas verbais de conteúdo discriminatório. Ademais, o racis- que a condenação penal venha a ser estendida, subjetiva-
mente, extrapolando a figura do autor. Nosso sistemarepudia
mo nãoprecisaestaratrelado acritérios biológicos, englobando
a responsabilidade de pena objetiva, razão pela qual a pena
qualquer forma de discriminação baseadaem critérios étnicos, somente pode ser aplicada a quem sejaculpado (em sentido
religiosos etc. A inafiançabilidade impede a concessão de liber- lato) pela conduta delitiva. A referida limitação, porém, não
dade provisória mediante pagamento de fiança.A imprescriti- se aplica aos reflexos patrimoniais da atividade criminosa.
bilidade impede que o Estado venha a perder sua pretensão A obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento
punitiva em virtude do decurso do tempo. Por fim, a pena de de bens pode alcançar os herdeiros, desde que a execução
reclusão impõe a aplicação de regime de pena inicialmente da dívida se limite ao patrimônio efetivamente transferido.
fechado, sendo cabível, porém, a progressão de regime. Dessa forma, ainda que os reflexos patrimoniais sejam
transferidos aos sucessores, a obrigação nunca poderá ser
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetí- cobrada em montante superior ao valor do patrimônio
veis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito transferido, o que, de certa forma, impede a existência de
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos uma responsabilidade penal objetiva.
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandan-
tes, os executores e os que, podendo evitá‑ los, se omitirem; XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará,
entre outras, as seguintes:
Comentário: os delitos definidos nesse inciso não admitem a) privação ou restrição da liberdade;
o pagamento de fiançacom a finalidade de se obter a liberdade b) perda de bens;
provisória, bem como aconcessão dos benefícios da graça ou c) multa;
da anistia. Interessante notar que será cabível amodalidade d) prestação social alternativa;
omissivaem relaçãoàqueles que puderemevitaressescrimes. e) suspensão ou interdição de direitos;
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a Comentário: as penas descritas no presente inciso for-
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem malizam um rol meramente exemplificativo das penas que
podem ser adotadas em nosso ordenamento jurídico. Estabe-
constitucional e o Estado Democrático28;
lece a Constituição, ainda, o princípio da individualização da
pena, que impõe a pena adequada ao réu, segundo elemen-
Comentário: o presente inciso disciplina oterceirogrupo tos objetivos (relacionados à conduta criminosa) e subjetivos
de crimes que mereceram do constituinte uma repressão (relativos ao perfil do réu). Segundo esse preceito, deve o juiz,
especial. Tal qual no racismo, foi excluída a possibilidade de ao proceder à dosimetria da pena, adequar a pena de forma
pagamento de fiança e de prescrição de tais delitos. a amoldar-se perfeitamente à situação segundo critérios de
Sendo assim, temos o seguinte panorama no que se quantidade, tipo e regime de cumprimento.
refere aos crimes com repressão especial, definidos cons- Por contadesse preceito já foi consideradainconstitucional
titucionalmente: a tentativa de se proibir a progressão de regime, que permite
– inafiançáveis: racismo, crimes hediondos, tráfico, ao réu progredir, passando do regime fechado, mais grave,
tortura, terrorismo e ação de grupos armados contra para os regimes semiaberto e aberto. A imposição de regime
a ordem constitucional e o Estado Democrático; integralmente fechado retira do juiz a possibilidade de indivi-
– imprescritíveis: racismo e ação de grupos armados dualizara pena segundo as peculiaridades existentes no caso,
contraa ordem constitucionale o Estado Democrático; aplicando o mesmo regime de pena em qualquer situação.
– sujeitos a reclusão: racismo;
– insuscetíveis de graça ou anistia: hediondos, tráfico, XLVII – não haverá penas:
tortura e terrorismo. a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
. termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
Comentário: a pena de morte, como podemos perce- Por fim, registra a Constituição do Brasil a proibição de
ber, somente é cabível quando o Presidente da República aplicação de penas cruéis, já que ferem a dignidade da
declara guerra, sendo aplicada nas hipóteses previstas na pessoa humana.
legislação penal específica57.
Apesar de a Constituição Federal proibir a condenação XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos
em relação a penas de caráterperpétuo, é possível que uma distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o
sentençacondenatória venhaaimpor pena de duzentosanos sexo do apenado;
de reclusão, por exemplo. Ocorre que, apesar de a sentença
impor pena que provavelmente extrapola a prazo de vida Comentário: a medida acima visaa resguardar a figura do
de um ser humano, impõe o Código Penal que a execução preso, evitando abusos em virtude da maior suscetibilidade
dessa pena não poderá ultrapassar o prazo de trinta anos, de certos presos. Evita também que a prisão deixe de ser
o que acaba por impedir que a condenação resulte em uma um local de ressocialização para se tornar uma verdadeira
penalidade de caráter perpétuo. escola de crime, já que os presos de menor periculosidade
A pena de trabalhos forçados impede que o condenado poderiam ser influenciados pelos presos de maior tendência
seja obrigado a trabalhar de forma desumana, sendo obri- à criminalidade.
gado a empreender esforços que extrapolem o limite da
capacidade humana. XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade
O banimento significa o exílio, o desterro de um nacional. física e moral;
Consiste na proibição de permanência no território de seu
país. Não pode ser confundido com aexpulsão, que se refere Comentário: o preso fica sob a tutela do Estado, devendo
apenas aos estrangeiros e não é propriamente uma pena, ter resguardada sua integridade física e moral. O Estado será
mas uma medida de resguardo da soberania do país. Se fosse responsável tanto pelos danos gerados por seus agentes,
considerada uma pena,seríamos obrigados a obedecer a um quanto por aqueles que sejam gerados pelos demais presos,
devido processo legal para poder expulsar um estrangeiro, tendo em vista o dever de cuidar da integridade daqueles
o que não ocorre. Na expulsão, o estrangeiro é retirado do que estão sob sua custódia.
País por tercometido atocontrário aos interesses nacionais.
Também não pode ser confundida com banimento a ex- L – às presidiárias serão asseguradas condições para
tradição, que consiste na entrega de um estrangeiro ou de um que possam permanecer com seus filhos durante o período
brasileiro naturalizado a um país estrangeiro, permitindo-se, de amamentação;
assim, seujulgamento e aaplicação de pena naquele Estado.
Por fim, registramos que o banimento não pode ser Comentário: o direito à amamentação assegura, de certa
confundido com a deportação, que decorre da retirada do forma, a obediência ao princípio da pessoalidade da pena,
território brasileirodaquelesestrangeirosquenãocumprem já que a criança não será afetada nem sofrerá prejuízo em
com os requisitos legais migratórios. virtude do fato cometido pela mãe.
Resumindo:
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o na-
turalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma dalei58;
Comentário: estamos diante do princípio do devido pro- LVIII – o civilmente identificado não será submetido a
cesso legal, que impõe a observância das normas processuais identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
vigentes para que alguém seja privado de sua liberdade ou
de seus bens. A presente regra também é denominada Comentário: em nosso país, privilegiando-se a presun-
“devido processo legal substancial” e impõe a observância ção de legitimidade e a fé pública, adota-se como regra a
da proporcionalidade de da razoabilidade. identificação feita por meio de documentos civis. Em casos
excepcionais, porém, desde que haja previsão legal, poderá
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrati- ser feita a identificação criminal, papiloscópica ou fotográfica,
vo, e aosacusados em geralsãoassegurados o contraditório por exemplo.
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Assim, quando alguém é detido, somente será obrigado
a proceder a uma identificação criminal se, por exemplo,
Comentário: este inciso explicita o conteúdo dodevido não possuir identificação civil, tiver identificação civil em
processo legal processual, estipulando duas regras básicas, mau estado de conservação ou cometer delitos específicos,
que são o contraditório e a ampla defesa. previstos em lei.
O contraditório consiste no direito de contra-argumentar, LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação
ou seja, de apresentar uma versão que conteste as alegações pública, se esta não for intentada no prazo legal33;
feitas pela parte adversa.
A ampla defesa pressupõe a possibilidade de se produzir Comentário: esse é o caso da ação penal privada sub-
provas no processo, juntando elementos fáticos à argumen- sidiária da pública. Vamos aqui, de forma sintética, resumir
tação feita em sua defesa. esse trâmite.
O Poder Judiciário somente age quando é provocado.
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas A isso chamamos princípio da inércia. Dessa forma, para
por meios ilícitos; que o Estado possa condenar alguém pelo cometimento de
um crime, é necessário que o Judiciário seja provocado por
Comentário: no exercício da ampla defesa, não é possível meio de uma ação penal.
juntar aos autos provas que tenham sido obtidas por meios As ações penais podem ser ajuizadas pela vítima (ação
ilícitos. A presentemedidabuscaevitar que a atividade de pro- penal privada) ou pelo Ministério Público (ação penal pú-
dução de provasse torne um estímuloà prática de atos ilícitos. blica), quando for o caso. Quando proposta pela vítima,
Em certos casos, porém, essa proibição é relativizada, denominamos queixa-crime; quando iniciada pelo Ministério
desde que a prova obtida por meio ilícito seja o único meio Público, denominamos denúncia.
de prova capaz de garantir o direito de defesa de pessoa que A lei penal possui o papel de definir qual será a forma de
esteja na condição de acusada. propositura da ação, sendo mais comum a propositura pelo
Ministério Público. Nesse caso, se o Ministério Público não
apresentar denúncia no prazolegal, abrir-se-á oportunidade A segunda hipótese de prisão diz respeito à ordem
de a vítima substituir o Ministério Público, por meio da ação judicial escrita e fundamentada. Nesse caso, deverá o juiz
penal privada subsidiária da pública. determinar aexpedição do respectivo mandado, que poderá
instrumentalizar diversos tipos de prisão (preventiva, tem-
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos porária etc.). Cabe notar o fato de que essa prisão, por ser
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse escrita, nada tem a ver com a voz de prisão, que pode ser
social o exigirem34; dada pelo juiz em uma audiência, por exemplo.
A terceira hipótese de prisão refere-se à transgressão
Comentários: os atos processuais, via de regra, são militar ou crime propriamente militar, que, no caso, pres-
públicos, assim como os julgamentos realizados no âmbito cindem de ordem judicial. Ressalte-se que a Constituição
do Poder Judiciário (art. 93, IX, da CF). Excepcionalmente, expressamente proíbe a impetração de habeas corpus, que
porém, teremos o chamado “segredo de justiça”, que impõe é uma medida destinada à proteção do direito de ir e vir,
restrição à publicidade dos atos processuais. A Constituição nas hipóteses de punição disciplinar militar (art. 142, § 2º).
Federal traz duas hipóteses de restrição do acesso aos atos Por fim, cabe registrar uma hipótese bem específica de
processuais: prisão, que será criada no caso de decretação de Estado de
a) defesa da intimidade; Defesa. Trata-se da prisão por crime contra o Estado, que
b) interesse social. tem previsão no art. 136, § 3º, da Constituição do Brasil.
É importante que o aluno não confunda esse segredo
com o segredo relativo às informações de caráter público. LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
O art. 5º, XXXIII, da CF dispõe sobre oacesso às informações encontre serão comunicados imediatamente ao juiz com-
constantes de órgãos públicos. Naquele caso, as hipóteses de petente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada36;
sigilo são as relacionadas à defesa do Estado e da sociedade.
Interessante notar que a Constituição defenda a possi- Comentário: duas são, portanto, as comunicações obri-
bilidade de um julgamento ser sigiloso para a proteção da gatórias relativas à prisão de uma pessoa e ao local onde se
intimidade, mas dispõe que não será possível restringir a encontre:
publicidade se a sua divulgação for necessária para o res- a) ao juiz competente. Essacomunicaçãojustifica-se, por
guardo do direito de informação (art. 5º, XIV, da CF), que exemplo, pelo fato de esse juiz possuir o poder de relaxar a
possui titularidade coletiva. prisão, quando ilegal.
b) à família do preso ou à pessoa por ele indicada. A co-
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou municação à família ou a pessoa indicada é essencial para
por ordem escrita e fundamentada de autoridadejudiciária que o direito à assistência seja prontamente exercido.
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou Se, porém, o preso não indicar nenhuma pessoa, torna-se
crime propriamente militar, definidos em lei35; irrelevante a previsão da segunda comunicação, segundo o
entendimento do Supremo Tribunal Federal.
Comentário: nesse ponto do texto constitucional, come-
ça a ser tratado o instituto da prisão. A utilização do termo LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre
“ninguém será preso senão...” dá a entender que se trata de os quais o de permanecer calado, sendo‑ lhe assegurada a
um rol taxativo, motivo pelo qual não há que se aceitar assistência da família e de advogado37;
hipóteses de prisão que não se ajustem às hipóteses previstas
constitucionalmente. Comentário: o presente dispositivo garante ao preso três
O presente inciso inicialmente dispõe sobre duas hipóte- prerrogativas: permanecer calado, assistência da família e
ses de prisão: prisão em flagrante e prisão por ordem judicial assistência de advogado.
escrita e fundamentada. O direito de permanecer calado deve ser garantido a
A prisão em flagrante, primeira hipótese tratada, pode todos, independentemente de serem presos. As testemu-
ser feita por “qualquer do povo”, nos termos do que dispõe nhas, porém, somente possuem direito de permanecerem
o art. 301 do Código de Processo Penal. Está em situação de caladas em relação às informações que possam servir para
flagrante quem: sua incriminação. Essa determinação protege o direito que
• está cometendo a infração penal; temos contra autoincriminação (princípio do nemo tenetur
• acaba de cometê-la; se detegere).
• é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofen- O direito de permanecer calado pode ser estendido
dido ou por qualquer pessoa, em situação que faça para alcançar também o direito de mentir sem incorrer em
presumir ser autor da infração; atividade ilícita.
• é encontrado logo depois com instrumentos, armas, A assistência da família impede, por exemplo, que o preso
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da fique incomunicável. A assistência do advogado é irrestrita,
infração. devendo ser assegurada proteção da defensoria pública ao
preso que não possua condições de contratar um advogado
Atenção! Nas infrações permanentes, como na de ex- às suas expensas.
torsão mediante sequestro, entende-se o agente em fla-
grante delito enquanto não cessar a permanência. Dessa LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsá-
forma, é possível sua prisão durante todo o período do veis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
sequestro, sem necessidade deautorização judicial.
Comentário: a identificação dos responsáveis pela prisão
Como a prisão em flagrante pode ser feita por qualquer ou pelo interrogatório do preso é um instrumento necessário
do povo, ela será a única possibilidade de prisão que é con- à proteção contra abusos, já que intimida o agente público
cedida às Comissões Parlamentares de Inquérito.
quanto às práticas abusivas ou ilícitas. Importante notar que tornou, na prática, inviável a utilização do instrumento de
a identificação será obrigatória mesmo nas hipóteses de cri- prisão nessas hipóteses.
minosos de altograu de periculosidade, independentemente
de supostamente oferecerem risco de retaliação em relação LXVIII – conceder‑ se‑ á habeas corpus sempre que al-
aos agentes públicos. guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder38;
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
autoridade judiciária;
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
“Remédios Constitucionais”.
Comentário: como já ressaltado, cabe ao juiz analisar a
legalidade da prisão, podendo, de ofício, determinar o LXIX – conceder‑ se‑ á mandado de segurança para prote-
relaxamento da prisão. ger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus
ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
quandoaleiadmitiraliberdadeprovisória, com ou semfiança; jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Comentário: a liberdade provisória consiste no direito de Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
o preso responder ao processo em liberdade. A lei definirá “Remédios Constitucionais”.
quais são as hipóteses em que a liberdade provisória será
admitida, casos em que o acusado não poderá ser levado à LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser im-
prisão ou nela mantido. petrado por:
Existem duas modalidades de liberdade provisória: sem a) partido político com representação no Congresso
pagamento de fiança e mediante pagamento de fiança. Com- Nacional.
pete à lei definir quais serão as hipóteses em que a liberdade b) organização sindical, entidade de classe ou associa-
provisória exigirá o pagamento de fiança, que é um valor ção legalmente constituída e em funcionamento há pelo
dado em garantia pelo preso, assegurando sua colaboração menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros
nas investigações e na instrução. ou associados39.
Não admitem fiança: racismo, crime de grupos armados
contra o Estado Democrático e contra a ordem constitucional, Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
crimes hediondos, tráfico de drogas, tortura e terrorismo. “Remédios Constitucionais”.
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico Comentário: o presente dispositivo, inserido pela Emen-
“Gratuidades Constitucionais”. da Constitucional nº 45/2004, abriu a possibilidade de trata-
dos e convenções internacionais possuírem força de emenda
LXXVIII – a todos, noâmbitojudicialeadministrativo, são constitucional. Paratanto, será necessário preencher os dois
assegurados a razoável duração do processo e os meios que requisitos, de forma cumulada: tratar de direitos humanos
garantam a celeridade de sua tramitação. e ser aprovado por três quintos de cada Casa do Congresso
Nacional em dois turnos de votação.
Comentário: esse dispositivo foi inserido na reforma Os tratados que não cumprirem tais requisitos, como
constitucional de 2004 que, por meio da Emenda Constitucio- vimos, terão forma de lei ordinária ou força supralegal.
nal nº 45, realizou a chamada “reforma do Poder Judiciário”.
No caso, os processos judicial e administrativo passam a ter § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
a garantia da razoável duração do processo. Internacional a cuja criação tenha manifestadoadesão47.
Dois problemas surgem em relação a tal dispositivo.
Primeiramente, temos a dificuldade em definir qual será a Comentário: essa importante determinação acaba por
duração razoável do processo, principalmente pelo fato de colocar em discussão a noção clássica de soberania, que vê no
que as ações possuem múltiplos graus de complexidade. Estado Soberano um ente totalmente independente. Passa
Em segundo lugar, a dificuldade encontrada reside no fato o Brasil, a partir da inserção desse dispositivo pela Emenda
de o dispositivo possuir uma redação muito ampla, que não Constitucional nº 45/2004, a submeter-se àjurisdição de um
especifica, no caso concreto, as medidas a serem adotadas. organismo internacional se houver manifestado adesão ao
A conclusão a que chegamos, portanto, é a de que se trata ato de criação. Cumpre ressaltar, porém, que essa previsão
de uma norma-princípio, que exigirá concretização por meio se limita aos tribunais penais, não podendo ser estendida a
de políticas públicas e da atividade legislativa. outras áreas como a do comércio internacional.
O judiciário, em caráter excepcional, tem deferido pedi-
dos de julgamento imediato da causa em respeito ao direito Remédios Constitucionais
à razoável duração do processo.
Os remédios constitucionais são garantias definidas no
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias corpo do art. 5º da Constituição Federal, que visam à prote-
fundamentais têm aplicação imediata45. ção de valores também definidos na Carta Maior. Apesar de
a maioria dos remédios tramitar perante o Poder Judiciário,
Comentário: o fato de as normas desse artigo teremapli- existem remédios, como o direito de petição, que podem
cação imediata significa dizer que podem ser aplicadas a um tramitar perante órgãos administrativos. Consideraremos,
caso concreto imediatamente, sem necessidade de norma em nosso estudo, os seguintes remédios constitucionais:
regulamentadora, por exemplo. Essa é a razão pela qual di- • habeas corpus;
versosremédiosconstitucionais, ainda que não tivessemseu • habeas data;
papel bem definido pela legislação, puderam ser utilizados • mandado de segurança;
imediatamente, como é o caso do mandado de segurança. • mandado de injunção;
A aplicação imediata, porém, não impede que uma nor- • ação popular;
ma tenha eficácia contida, ou seja, que admita a restrição • direito de petição.
de sua eficácia por meio da atuação do legislador ordinário.
Habeas Corpus no que toca à atipicidade da atitude do réu, pode conceder
habeas corpus de ofício, para reconhecer que o crime está
Finalidade: este remédio constitucional, previsto no prescrito.
art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal, visa à proteção da
liberdade de locomoção (direito de ir, vir e permanecer) Gratuidade: trata-se de ação gratuita, independente-
contra lesão ou ameaça causada por abusos de poder ou mente de qualquer condição.
ilegalidade48. Como se percebe, não há uma necessária Habeas Data
correlação desse remédio ao Direito Penal, motivo pelo qual
o habeas corpus poderá ser impetrado até mesmo no caso Finalidade: o presente remédio constitucional, previsto
de prisão civil por dívida, já que está envolvida, nesse caso, no art. 5º, LXXII, da Constituição do Brasil possui uma dupla
a liberdade de locomoção. finalidade. Vejamos no quadro abaixo.
Como já salientamos anteriormente, esteremédio constitu-
cional não se presta a discutir punições disciplinares militares. de informações relativas à pessoa do
O habeas corpus não se submete a prazo prescricional acesso impetrante, constantes de registros
ou
Visa a retificação ou bancos de dados de entidades
ou decadencial, sendo cabível enquanto durar a lesão ou
assegurar governamentais ou de caráter
ameaça de lesão ao direito que se pretende proteger. público.
• Autarquia: lei específica cria a autarquia. Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
• Empresas públicas, sociedade de economia mista e aos brasileiros e estrangeiros, nos termos da lei, depen-
fundação: lei específica autoriza a criação dessas dendo, como regra, de aprovação em concurso público de
entidades. provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, salvo as nomeações
Depende de autorização legislativa, em cada caso, a para cargo em comissão declarado por lei como de livre
criação de subsidiárias das entidades mencionadas ante- nomeação e exoneração.
riormente, assim como a participação de qualquer delas em Portanto, é exceção à regra do concurso público o provi-
empresa privada. mento para os cargos em comissão e de confiança, os quais
A Administração Pública direta e indireta, como regra, podem ser de livre nomeação e exoneração, conforme o
deve fazer licitação para contratação de obras, serviços, interesse da administração pública.
compras e alienações, que assegure igualdade de condições Oconcurso público é a forma de consagração do princípio
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam da igualdade, pois oferece oportunidade, indistintamente,
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas aos candidatos. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
entende que é possível fazer exigências específicas em certos nos dois primeiros anos. O concurso tem sua validade pror-
concursos públicos em razão do cargo a ser ocupado, como rogada, mas, passado um ano, ninguém maisé convocado,
ocorre, por exemplo, nos concursos públicos para policial, a despeito de ainda haver necessidade de preenchimento
em que se fazem imperiosas determinadas condições. Para da totalidade das vagas remanescentes. Nessa hipótese, o
citar um exemplo: em um concurso público para o cargo de órgão da administração poderá realizar novo concurso,
mergulhador policial, seria praticamente inviável o ingresso para o preenchimento das vagas remanescentes, mesmo
de candidato com idade mais avançada. É por isso que os durante o prazo de validade do concurso anterior, mas
requisitos estipulados no edital do concurso público devem deverá dar prioridade aos aprovados naquele, sobre novos
corresponder, diante da proporcionalidade, à natureza do concursados, para assumirem os cargos.95
serviço a ser prestado. Apesar da natureza jurídica de Direito Privado, as em-
Destaca-se que é ilegal a reprovação em concurso pú- presas públicas e as sociedades de economiamista precisam
blico com base em critério subjetivo, como pode ocorrer contratar osseusempregados por meiodeconcurso público96.
pelo exame psicotécnico, sem lei que preveja essa etapa de
seleção, assim como seus critérios. Cargos de Confiança e em Comissão
A admissão para cargo sem concurso público, salvo as ex-
ceções constitucionais, implica a nulidade do atoe a punição Não se faz necessário o concurso público. Seus ocupan-
da autoridade responsável, nos termos da lei. tes são demitidos conforme a vontade do administrador –
A lei reserva percentual dos cargos e empregos públicos ad nutum. Entretanto, é de se ressaltar que esses cargos
para as pessoas portadoras de deficiência e também define devem estar limitados às funções de direção, chefia e asses-
os critérios de sua admissão. soramento. Há também um limite de cargos em comissão a
serem ocupados por servidores públicos efetivos, que será
Concurso Público e Prazo de Validade indicado pela lei, assim como suas condições e percentuais
mínimos para preenchimento.
Será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual pe- • cargo de confiança: preenchidos por pessoas que já
ríodo. Durante esse prazo previsto no edital do concurso pú- são servidores públicos;
blico, o candidato aprovado será convocado com prioridade • cargo em comissão: preenchidos por pessoas que não
sobre novos concursados para assumir o cargo ou emprego fazem parte do serviço público.
na carreira. A título de exemplo: órgão da administração
direta estadual realiza concurso público para o preenchi- Direitos dos Servidores
mento de cinquenta cargos de seu quadro de pessoal, sendo
o prazo de validade do concurso de dois anos, prorrogável Além dos direitos já abordados, como a greve e a sindi-
uma vez por igual período. Trinta candidatos são aprovados, calização, outros direitos, originalmente atribuídos a outros
mas apenas quinze sãoconvocados para assumir os cargos trabalhadores, são estendidos aos servidores públicos.
Executivo, Legislativo e Judiciário: quando os cargos efetivos de que decorrem ambas as remu-
Subsídio mensal em espécie, dos Ministros do STF. nerações não sejam acumuláveis na atividade.
A proibição de acúmulo da remuneração estende-se a
Executivo: o subsídio mensal do governador. empregos e funções e abrange autarquias, fundações,
ESTADOS E DF
Legislativo: o subsídio mensal dos deputados estaduais empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
ou distritais. subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indireta-
Judiciário: osubsídio dos desembargadores do Tribunal mente, pelo poder público103.
de Justiça, limitados a 90,25% dos subsídios dos Minis-
tros do STF; assim como aos membros do Ministério Política Remuneratória
Público, procuradores e defensores públicos.
A política de remuneração dos servidores deverá, na
MUNICÍPIOS
45
d. que, no caso do artigo 44, a petição contenha o f. pôr-se-á à disposição das partes interessadas, a
nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a fim de chegar a uma solução amistosa do assunto,
assinatura da pessoa ou pessoas ou do representante fundada no respeito aos direitos humanos
legal da entidade que submeter a petição. reconhecidos nesta Convenção.
2. As disposições das alíneas a e b do inciso 1 2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode
deste artigo não se aplicarão quando: ser realizada uma investigação, mediante prévio
a. não existir, na legislação interna do Estado de consentimento do Estado em cujo território se alegue
que se tratar, o devido processo legal para a proteção haver sido cometida a violação, tão somente com a
do direito ou direitos que se alegue tenham sido apresentação de uma petição ou comunicação que
violados; reúna todos os requisitos formais de admissibilidade.
b. não se houver permitido ao presumido Artigo 49
prejudicado em seus direitos o acesso aos recursos da Se se houver chegado a uma solução amistosa de
jurisdição interna, ou houver sido ele impedido de acordo com as disposições do inciso 1, f, do artigo 48,
esgotá-los; e a Comissão redigirá um relatório que será
c. houver demora injustificada na decisão sobre encaminhado ao peticionário e aos Estados Partes
os mencionados recursos. nesta Convenção e, posteriormente, transmitido, para
Artigo 47 sua publicação, ao Secretário-Geral da Organização
A Comissão declarará inadmissível toda petição ou dos Estados Americanos. O referido relatório conterá
comunicação apresentada de acordo com os artigos 44 uma breve exposição dos fatos e da solução alcançada.
ou 45 quando: Se qualquer das partes no caso o solicitar, ser-lhe-á
a. não preencher algum dos requisitos proporcionada a mais ampla informação possível.
estabelecidos no artigo 46; Artigo 50
b. não expuser fatos que caracterizem violação dos 1. Se não se chegar a uma solução, e dentro do
direitos garantidos por esta Convenção; prazo que for fixado pelo Estatuto da Comissão, esta
c. pela exposição do próprio peticionário ou do redigirá um relatório no qual exporá os fatos e suas
Estado, for manifestamente infundada a petição ou conclusões. Se o relatório não representar, no todo ou
comunicação ou for evidente sua total improcedência; em parte, o acordo unânime dos membros da
ou Comissão, qualquer deles poderá agregar ao referido
d. for substancialmente reprodução de petição ou relatório seu voto em separado. Também se agregarão
comunicação anterior, já examinada pela Comissão ou ao relatório as exposições verbais ou escritas que
por outro organismo internacional. houverem sido feitas pelos interessados em virtude do
inciso 1, e, do artigo 48.
Seção 4 — Processo 2. O relatório será encaminhado aos Estados
Artigo 48 interessados, aos quais não será facultado publicá-lo.
1. A Comissão, ao receber uma petição ou 3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode
comunicação na qual se alegue violação de qualquer formular as proposições e recomendações que julgar
dos direitos consagrados nesta Convenção, procederá adequadas.
da seguinte maneira: Artigo 51
a. se reconhecer a admissibilidade da petição ou 1. Se no prazo de três meses, a partir da remessa
comunicação, solicitará informações ao Governo do aos Estados interessados do relatório da Comissão, o
Estado ao qual pertença a autoridade apontada como assunto não houver sido solucionado ou submetido à
responsável pela violação alegada e transcreverá as decisão da Corte pela Comissão ou pelo Estado
partes pertinentes da petição ou comunicação. As interessado, aceitando sua competência, a Comissão
referidas informações devem ser enviadas dentro de poderá emitir, pelo voto da maioria absoluta dos seus
um prazo razoável, fixado pela Comissão ao considerar membros, sua opinião e conclusões sobre a questão
as circunstâncias de cada caso; submetida à sua consideração.
b. recebidas as informações, ou transcorrido o 2. A Comissão fará as recomendações pertinentes
prazo fixado sem que sejam elas recebidas, verificará e fixará um prazo dentro do qual o Estado deve tomar
se existem ou subsistem os motivos da petição ou as medidas que lhe competirem para remediar a
comunicação. No caso de não existirem ou não situação examinada.
subsistirem, mandará arquivar o expediente; 3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão
c. poderá também declarar a inadmissibilidade ou decidirá, pelo voto da maioria absoluta dos seus
a improcedência da petição ou comunicação, com base membros, se o Estado tomou ou não medidas
em informação ou prova supervenientes; adequadas e se publica ou não seu relatório.
d. se o expediente não houver sido arquivado, e
com o fim de comprovar os fatos, a Comissão CAPÍTULO VIII
procederá, com conhecimento das partes, a um exame CORTE INTERAMERICANA
do assunto exposto na petição ou comunicação. Se for DE DIREITOS HUMANOS
necessário e conveniente, a Comissão procederá a Seção 1 — Organização
uma investigação para cuja eficaz realização solicitará, Artigo 52
e os Estados interessados lhes proporcionarão todas 1. A Corte compor-se-á de sete juízes, nacionais
as facilidades necessárias; dos Estados membros da Organização, eleitos a título
e. poderá pedir aos Estados interessados pessoal dentre juristas da mais alta autoridade moral,
qualquer informação pertinente e receberá, se isso lhe de reconhecida competência em matéria de direitos
for solicitado, as exposições verbais ou escritas que humanos, que reúnam as condições requeridas para o
apresentarem os interessados; e 46
exercício das mais elevadas funções judiciais, de respectivo. Os Estados Partes na Convenção podem,
acordo com a lei do Estado do qual sejam nacionais, ou na Assembleia Geral, por dois terços dos seus votos,
do Estado que os propuser como candidatos. mudar a sede da Corte.
2. Não deve haver dois juízes da mesma 2. A Corte designará seu Secretário.
nacionalidade. 3. O Secretário residirá na sede da Corte e deverá
Artigo 53 assistir às reuniões que ela realizar fora da mesma.
1. Os juízes da Corte serão eleitos, em votação Artigo 59
secreta e pelo voto da maioria absoluta dos Estados A Secretaria da Corte será por esta estabelecida e
Partes na Convenção, na Assembleia Geral da funcionará sob a direção do Secretário da Corte, de
Organização, de uma lista de candidatos propostos acordo com as normas administrativas da Secretaria-
pelos mesmos Estados. Geral da Organização em tudo o que não for
2. Cada um dos Estados Partes pode propor até três incompatível com a independência da Corte. Seus
candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou de funcionários serão nomeados pelo Secretário-Geral da
qualquer outro Estado membro da Organização dos Organização, em consulta com o Secretário da Corte.
Estados Americanos. Quando se propuser uma lista de Artigo 60
três candidatos, pelo menos um deles deverá ser A Corte elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à
nacional de Estado diferente do proponente. aprovação da Assembleia Geral e expedirá seu
Artigo 54 regimento.
1. Os juízes da Corte serão eleitos por um período
de seis anos e só poderão ser reeleitos uma vez. O Seção 2 — Competência e funções
mandato de três dos juízes designados na primeira Artigo 61
eleição expirará ao cabo de três anos. Imediatamente 1. Somente os Estados Partes e a Comissão têm
depois da referida eleição, determinar-se-ão por direito de submeter caso à decisão da Corte.
sorteio, na Assembleia Geral, os nomes desses três 2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer
juízes. caso, é necessário que sejam esgotados os processos
2. O juiz eleito para substituir outro cujo mandato previstos nos artigos 48 a 50.
não haja expirado, completará o período deste. Artigo 62
3. Os juízes permanecerão em funções até o 1. Todo Estado Parte pode, no momento do
término dos seus mandatos. Entretanto, continuarão depósito do seu instrumento de ratificação desta
funcionando nos casos de que já houverem tomado Convenção ou de adesão a ela, ou em qualquer
conhecimento e que se encontrem em fase de sentença momento posterior, declarar que reconhece como
e, para tais efeitos, não serão substituídos pelos novos obrigatória, de pleno direito e sem convenção especial,
juízes eleitos. a competência da Corte em todos os casos relativos à
Artigo 55 interpretação ou aplicação desta Convenção.
1. O juiz que for nacional de algum dos Estados 2. A declaração pode ser feita incondicionalmente,
Partes no caso submetido à Corte, conservará o seu ou sob condição de reciprocidade, por prazo
direito de conhecer do mesmo. determinado ou para casos específicos. Deverá ser
2. Se um dos juízes chamados a conhecer do caso apresentada ao Secretário-Geral da Organização, que
for de nacionalidade de um dos Estados Partes, outro encaminhará cópias da mesma aos outros Estados
Estado Parte no caso poderá designar uma pessoa de membros da Organização e ao Secretário da Corte.
sua escolha para fazer parte da Corte na qualidade de 3. A Corte tem competência para conhecer de
juiz ad hoc. qualquer caso relativo à interpretação e aplicação das
3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer do disposições desta Convenção que lhe seja submetido,
caso, nenhum for da nacionalidade dos Estados Partes, desde que os Estados Partes no caso tenham
cada um destes poderá designar um juiz ad hoc. reconhecido ou reconheçam a referida competência,
4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados seja por declaração especial, como preveem os incisos
no artigo 52. anteriores, seja por convenção especial.
5. Se vários Estados Partes na Convenção tiverem Artigo 63
o mesmo interesse no caso, serão considerados como 1. Quando decidir que houve violação de um direito
uma só Parte, para os fins das disposições anteriores. ou liberdade protegidos nesta Convenção, a Corte
Em caso de dúvida, a Corte decidirá. determinará que se assegure ao prejudicado o gozo do
Artigo 56 seu direito ou liberdade violados. Determinará também,
O quórum para as deliberações da Corte é se isso for procedente, que sejam reparadas as
constituído por cinco juízes. consequências da medida ou situação que haja
Artigo 57 configurado a violação desses direitos, bem como o
A Comissão comparecerá em todos os casos pagamento de indenização justa à parte lesada.
perante a Corte. 2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e
Artigo 58 quando se fizer necessário evitar danos irreparáveis
1. A Corte terá sua sede no lugar que for às pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver
determinado, na Assembleia Geral da Organização, conhecendo, poderá tomar as medidas provisórias que
pelos Estados Partes na Convenção, mas poderá considerar pertinentes. Se se tratar de assuntos que
realizar reuniões no território de qualquer Estado ainda não estiverem submetidos ao seu
membro da Organização dos Estados Americanos em conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão.
que o considerar conveniente pela maioria dos seus
membros e mediante prévia aquiescência do Estado
47
Artigo 64 que possam afetar sua independência ou
1. Os Estados membros da Organização poderão imparcialidade conforme o que for determinado nos
consultar a Corte sobre a interpretação desta respectivos estatutos.
Convenção ou de outros tratados concernentes à Artigo 72
proteção dos direitos humanos nos Estados Os juízes da Corte e os membros da Comissão
americanos. Também poderão consultá-la, no que lhes perceberão honorários e despesas de viagem na forma
compete, os órgãos enumerados no capítulo X da Carta e nas condições que determinarem os seus estatutos,
da Organização dos Estados Americanos, reformada levando em conta a importância e independência de
pelo Protocolo de Buenos Aires. suas funções. Tais honorários e despesas de viagem
2. A Corte, a pedido de um Estado membro da serão fixados no orçamento- programa da Organização
Organização, poderá emitir pareceres sobre a dos Estados Americanos, no qual devem ser incluídas,
compatibilidade entre qualquer de suas leis internas e além disso, as despesas da Corte e da sua Secretaria.
os mencionados instrumentos internacionais. Para tais efeitos, a Corte elaborará o seu próprio
Artigo 65 projeto de orçamento e submetê-lo-á à aprovação da
A Corte submeterá à consideração da Assembleia Assembleia Geral, por intermédio da Secretaria-Geral.
Geral da Organização, em cada período ordinário de Esta última não poderá nele introduzir modificações.
sessões, um relatório sobre suas atividades no ano Artigo 73
anterior. De maneira especial, e com as Somente por solicitação da Comissão ou da Corte,
recomendações pertinentes, indicará os casos em que conforme o caso, cabe à Assembleia Geral da
um Estado não tenha dado cumprimento a suas Organização resolver sobre as sanções aplicáveis aos
sentenças. membros da Comissão ou aos juízes da Corte que
incorrerem nos casos previstos nos respectivos
Seção 3 — Procedimento estatutos. Para expedir uma resolução, será necessária
Artigo 66 maioria de dois terços dos votos dos Estados Membros
1. A sentença da Corte deve ser fundamentada. da Organização, no caso dos membros da Comissão;
2. Se a sentença não expressar no todo ou em parte e, além disso, de dois terços dos votos dos Estados
a opinião unânime dos juízes, qualquer deles terá Partes na Convenção, se se tratar dos juízes da Corte.
direito a que se agregue à sentença o seu voto
dissidente ou individual. PARTE III
Artigo 67 DISPOSIÇÕES GERAIS
A sentença da Corte será definitiva e inapelável. Em E TRANSITÓRIAS
caso de divergência sobre o sentido ou alcance da CAPÍTULO X
sentença, a Corte interpretá-la-á, a pedido de qualquer ASSINATURA,
das partes, desde que o pedido seja apresentado RATIFICAÇÃO, RESERVA, EMENDA,
dentro de noventa dias a partir da data da notificação PROTOCOLO E DENÚNCIA
da sentença. Artigo 74
Artigo 68 1. Esta Convenção fica aberta à assinatura e à
1. Os Estados Partes na Convenção ratificação ou adesão de todos os Estados membros da
comprometem-se a cumprir a decisão da Corte em todo Organização dos Estados Americanos.
caso em que forem partes. 2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a ela
2. A parte da sentença que determinar indenização efetuar-se-á mediante depósito de um instrumento de
compensatória poderá ser executada no país ratificação ou de adesão na Secretaria-Geral da
respectivo pelo processo interno vigente para a Organização dos Estados Americanos. Esta
execução de sentenças contra o Estado. Convenção entrará em vigor logo que onze Estados
Artigo 69 houverem depositado os seus respectivos instrumentos
A sentença da Corte deve ser notificada às partes de ratificação ou de adesão. Com referência a qualquer
no caso e transmitida aos Estados Partes na outro Estado que a ratificar ou que a ela aderir
Convenção. ulteriormente, a Convenção entrará em vigor na data do
depósito do seu instrumento de ratificação ou de
CAPÍTULO IV adesão.
DISPOSIÇÕES COMUNS 3. O Secretário-Geral informará todos os Estados
Artigo 70 membros da Organização sobre a entrada em vigor da
1. Os juízes da Corte e os membros da Comissão Convenção.
gozam, desde o momento de sua eleição e enquanto Artigo 75
durar o seu mandato, das imunidades reconhecidas Esta Convenção só pode ser objeto de reservas em
aos agentes diplomáticos pelo Direito Internacional. conformidade com as disposições da Convenção de
Durante o exercício dos seus cargos gozam, além Viena sobre o Direito dos Tratados, assinada em 23 de
disso, dos privilégios diplomáticos necessários para o maio de 1969.
desempenho de suas funções. Artigo 76
2. Não se poderá exigir responsabilidade em 1. Qualquer Estado Parte, diretamente, e a
tempo algum dos juízes da Corte, nem dos membros da Comissão ou a Corte, por intermédio do Secretário-
Comissão, por votos e opiniões emitidos no exercício Geral, podem submeter à Assembleia Geral, para o que
de suas funções. julgarem conveniente, proposta de emenda a esta
Artigo 71 Convenção.
Os cargos de juiz da Corte ou de membro da
Comissão são incompatíveis com outras atividades
48
2. As emendas entrarão em vigor para os Estados
que ratificarem as mesmas na data em que houver sido ARTIGO 82
depositado o respectivo instrumento de ratificação que
corresponda ao número de dois terços dos Estados Partes A eleição dos juízes da Corte far-se-á dentre os
nesta Convenção. Quanto aos outros Estados Partes, candidatos que figurem na lista a que se refere o
entrarão em vigor na data em que depositarem eles os artigo 81, por votação secreta dos Estados-Partes,
seus respectivos instrumentos de ratificação. na Assembléia-Geral, e serão declarados eleitos os
Artigo 77 candidatos que obtiverem maior número de votos e
1. De acordo com a faculdade estabelecida no artigo a maioria absoluta dos votos dos representantes
31, qualquer Estado Parte e a Comissão podem submeter dos Estados-Partes. Se para eleger todos os juízes
à consideração dos Estados Partes reunidos por ocasião da Corte, for necessário realizar várias votações,
da Assembleia Geral, projetos de protocolos adicionais a serão eliminados sucessivamente, na forma que for
esta Convenção, com a finalidade de incluir determinada pelos Estados-Partes, os candidatos
progressivamente no regime de proteção da mesma outros que receberem menor número de votos.
direitos e liberdades.
2. Cada protocolo deve estabelecer as modalidades Declaração e reservas
de sua entrada em vigor e será aplicado somente entre os
Estados Partes no mesmo. Declaração do Chile
Artigo 78
A Delegação do Chile apõe sua assinatura a esta
1. Os Estados Partes poderão denunciar esta
Convenção depois de expirado um prazo de cinco anos, a Convenção, sujeita á sua posterior aprovação
parlamentar e ratificação, em conformidade com as
partir da data da entrada em vigor da mesma e mediante
normas constitucionais vigentes.
aviso prévio de um ano, notificando o Secretário-Geral da
Organização, o qual deve informar as outras Partes.
2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Estado Declaração do Equador
Parte interessado das obrigações contidas nesta
A Declaração do Equador tem a honra de assinar
Convenção, no que diz respeito a qualquer ato que,
a Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
podendo constituir violação dessas obrigações, houver sido
cometido por ele anteriormente à data na qual a denúncia Não crê necessários especificar reserva alguma,
deixando a salvo tão-somente a faculdade geral
produzir efeito.
constante da mesma Convenção, que deixa aos
CAPÍTULO XI governos a liberdade de ratificá-la.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Seção 1 Reserva do Uruguai
Comissão Interamericana de Direitos Humanos
Artigo 79 O artigo 80, parágrafo 2, da Constituição da
Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário- Geral República Oriental do Uruguai, estabelece que se
pedirá por escrito a cada Estado membro da Organização suspende a cidadania "pela condição de legalmente
que apresente, dentro de um prazo de noventa dias, seus processado em causa criminal de que possa resultar
candidatos a membro da Comissão Interamericana de pena de penitenciária". Essa limitação ao exercício
Direitos Humanos. O Secretário-Geral preparará uma lista dos direitos reconhecidos no artigo 23 da
por ordem alfabética dos candidatos apresentados e a Convenção não está prevista entre as
encaminhará aos Estados membros da Organização pelo circunstâncias que a tal respeito prevê o parágrafo 2
menos trinta dias antes da Assembleia Geral seguinte. do referido artigo 23, motivo por que a Delegação do
Artigo 80 Uruguai forma a reserva pertinente.
A eleição dos membros da Comissão far-se-á dentre
Em fé do que, os plenipotenciários abaixo-
os candidatos que figurem na lista a que se refere o artigo
assinados, cujos plenos poderes foram encontrados
79, por votação secreta da Assembleia Geral, e serão
em boa e devida forma, assinam esta Convenção,
declarados eleitos os candidatos que obtiverem maior
que se denominará "Pacto de São Jose da Costa
número de votos e a maioria absoluta dos votos dos
Rica", na cidade de São Jose, Costa Rica, em vinte
representantes dos Estados membros. Se, para eleger
e dois de novembro de mil novecentos e sessenta e
todos os membros da Comissão, for necessário realizar
nove.
várias votações, serão eliminados sucessivamente, na
forma que for determinada pela Assembleia Geral, os
candidatos que receberem menor número de votos.
Seção 2
Corte Interamericana de Direitos Humanos
Artigo 81
Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário-
Geral solicitará por escrito a cada Estado Parte que
apresente, dentro de um prazo de noventa dias, seus
candidatos a juiz da Corte Interamericana de Direito
Humanos. O Secretário-Geral prepara uma lista por
ordem alfabética dos candidatos apresentados e a
encaminhará aos Estados-Partes pelo menos trinta
dias antes da Assembléia-Geral seguinte.
LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE I - entrevistar pessoas;
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso § 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias
provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, mínimas de proteção de dados genéticos, observando as
quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição melhores práticas da genética forense. (Incluído pela Lei nº
ordinária. 13.964, de 2019)
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos § 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá
os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. requerer ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado,
o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
racial, social, religiosa ou política.
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade aos seus dados constantes nos bancos de perfis genéticos,
nas atividades de execução da pena e da medida de bem como a todos os documentos da cadeia de custódia que
segurança. gerou esse dado, de maneira que possa ser contraditado pela
defesa. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
TÍTULO II - Do Condenado e do Internado
CAPÍTULO I - Da Classificação § 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo
que não tiver sido submetido à identificação do perfil genético
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá
antecedentes e personalidade, para orientar a individualização ser submetido ao procedimento durante o cumprimento da
da execução penal. pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de § 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Classificação que elaborará o programa individualizador e
acompanhará a execução das penas privativas de liberdade e § 6º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
restritivas de direitos, devendo propor, à autoridade
competente, as progressões e regressões dos regimes, bem § 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
como as conversões.
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de se ao procedimento de identificação do perfil genético.
Classificação que elaborará o programa individualizador da (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso
provisório. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de CAPÍTULO II - Da Assistência
2003) SEÇÃO I- Disposições Gerais
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do
cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à
no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 convivência em sociedade.
(um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de
condenado à pena privativa de liberdade. Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto Art. 11. A assistência será:
ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço
social. I - material;
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser V - social;
submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de
liberdade em regime semi-aberto. VI - religiosa.
SEÇÃO III - Da Assistência à Saúde Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional
adequado à sua condição.
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de
caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de
médico, farmacêutico e odontológico. convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem
escolas ou ofereçam cursos especializados.
§ 1º (Vetado).
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as
para prover a assistência médica necessária, esta será categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos
prestada em outro local, mediante autorização da direção do e didáticos.
estabelecimento.
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar:
§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher, (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao
recém-nascido. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009) I - o nível de escolaridade dos presos e das presas;
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
SEÇÃO IV - Da Assistência Jurídica
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos número de presos e presas atendidos; (Incluído
internados sem recursos financeiros para constituir advogado. pela Lei nº 13.163, de 2015)
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de III - a implementação de cursos profissionais em nível de
assistência jurídica nos estabelecimentos penais. iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e
presas atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de
assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo;
Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
(Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional
§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio de presos e presas. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no
exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos SEÇÃO VI - Da Assistência Social
penais. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso
§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade.
apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público.
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a
prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os
sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;
recursos financeiros para constituir advogado.
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das
saídas temporárias;
SEÇÃO V - Da Assistência Educacional
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução recreação;
escolar e a formação profissional do preso e do internado.
V - promover a orientação do assistido, na fase final do
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu
sistema escolar da Unidade Federativa. retorno à liberdade;
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da
geral ou educação profissional de nível médio, será implantado Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;
nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua
universalização. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso,
do internado e da vítima.
§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao
sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, SEÇÃO VII - Da Assistência Religiosa
administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não
só com os recursos destinados à educação, mas pelo sistema Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será
estadual de justiça ou administração penitenciária. prestada aos presos e aos internados, permitindo-se-lhes a
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) participação nos serviços organizados no estabelecimento
penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa.
§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas
cursos supletivos de educação de jovens e adultos. § 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) religiosos.
§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal § 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a
incluirão em seus programas de educação à distância e de participar de atividade religiosa.
utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos
SEÇÃO VIII - Da Assistência ao Egresso § 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar
ocupação adequada à sua idade.
Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade; atividades apropriadas ao seu estado.
II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis)
em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses. nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e
feriados.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser
prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de
assistente social, o empenho na obtenção de emprego. trabalho aos presos designados para os serviços de
conservação e manutenção do estabelecimento penal.
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da empresa pública, com autonomia administrativa, e terá por
saída do estabelecimento; objetivo a formação profissional do condenado.
II - o liberado condicional, durante o período de prova. § 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora
promover e supervisionar a produção, com critérios e métodos
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o empresariais, encarregar-se de sua comercialização, bem
egresso para a obtenção de trabalho. como suportar despesas, inclusive pagamento de
remuneração adequada. (Renumerado pela Lei nº
CAPÍTULO III - Do Trabalho 10.792, de 2003)
SEÇÃO I - Disposições Gerais
§ 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e celebrar convênio com a iniciativa privada, para implantação
condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos
produtiva. presídios. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da
precauções relativas à segurança e à higiene. União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios
adquirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens ou
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da produtos do trabalho prisional, sempre que não for possível ou
Consolidação das Leis do Trabalho. recomendável realizar-se a venda a particulares.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as
tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário vendas reverterão em favor da fundação ou empresa pública a
mínimo. que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento
penal.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
SEÇÃO III - Do Trabalho Externo
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que
determinados judicialmente e não reparados por outros meios; Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em
regime fechado somente em serviço ou obras públicas
b) à assistência à família; realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou
entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a
c) a pequenas despesas pessoais; fuga e em favor da disciplina.
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com § 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez
a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem por cento) do total de empregados na obra.
prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.
parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de
Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em § 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do
liberdade. consentimento expresso do preso.
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela
comunidade não serão remuneradas. direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina
e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um
SEÇÃO II - Do Trabalho Interno sexto) da pena.
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho
obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e externo ao preso que vier a praticar fato definido como crime,
capacidade. for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário
aos requisitos estabelecidos neste artigo.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é
obrigatório e só poderá ser executado no interior do CAPÍTULO IV - Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
estabelecimento. SEÇÃO I - Dos Deveres
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais
conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de execução
futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo da pena.
mercado.
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato
sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo. I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida
quem deva relacionar-se; de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção.
III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados; Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de
confiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento
IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de
de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina; orientar e acompanhar o tratamento.
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o
particular serão resolvidas pelo Juiz da execução.
VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
SEÇÃO III - Da Disciplina
VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores; SUBSEÇÃO I - Disposições Gerais
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na
realizadas com a sua manutenção, mediante desconto obediência às determinações das autoridades e seus agentes
proporcional da remuneração do trabalho; e no desempenho do trabalho.
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento; Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à
pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o preso
X - conservação dos objetos de uso pessoal. provisório.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa
o disposto neste artigo. e anterior previsão legal ou regulamentar.
II - atribuição de trabalho e sua remuneração; Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de
liberdade, será exercido pela autoridade administrativa
III - Previdência Social; conforme as disposições regulamentares.
IV - constituição de pecúlio; Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder
disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a que
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, estiver sujeito o condenado.
o descanso e a recreação;
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, ao Juiz da execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125,
artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.
a execução da pena;
SUBSEÇÃO II - Das Faltas Disciplinares
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social
e religiosa; Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias
e graves. A legislação local especificará as leves e médias,
VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; bem assim as respectivas sanções.
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado; Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção
correspondente à falta consumada.
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos
em dias determinados; Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de
liberdade que:
XI - chamamento nominal;
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da ou a disciplina;
individualização da pena;
II - fugir;
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em integridade física de outrem;
defesa de direito;
IV - provocar acidente de trabalho;
XV - contato com o mundo exterior por meio de
correspondência escrita, da leitura e de outros meios de V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
informação que não comprometam a moral e os bons
costumes. VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo
39, desta Lei.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob
pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente. VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com
poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei
do diretor do estabelecimento. nº 11.466, de 2007)
VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do 2019)
perfil genético. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros,
couber, ao preso provisório. que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do
estabelecimento penal ou da sociedade. (Incluído
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de pela Lei nº 10.792, de 2003)
direitos que:
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta; aos presos provisórios ou condenados, nacionais ou
estrangeiros: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação
imposta; I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do
estabelecimento penal ou da sociedade; (Incluído pela Lei
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo nº 13.964, de 2019)
39, desta Lei.
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui ou participação, a qualquer título, em organização criminosa,
falta grave e sujeita o preso, ou condenado, à sanção associação criminosa ou milícia privada, independentemente
disciplinar, sem prejuízo da sanção penal. da prática de falta grave. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui § 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar
falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual
disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação,
sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou
diferenciado, com as seguintes características: bando. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo
de repetição da sanção por nova falta grave de mesma § 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em
espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; organização criminosa, associação criminosa ou milícia
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais
Estados da Federação, o regime disciplinar diferenciado será
II - recolhimento em cela individual; (Incluído obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional
pela Lei nº 10.792, de 2003) federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, § 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar
com duração de duas horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de diferenciado poderá ser prorrogado sucessivamente, por
2003) períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso:
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para
banho de sol. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) I - continua apresentando alto risco para a ordem e a
segurança do estabelecimento penal de origem ou da
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou
disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, II - mantém os vínculos com organização criminosa,
nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao associação criminosa ou milícia privada, considerados
regime disciplinar diferenciado, com as seguintes também o perfil criminal e a função desempenhada por ele no
características: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) grupo criminoso, a operação duradoura do grupo, a
superveniência de novos processos criminais e os resultados
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de do tratamento penitenciário. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie; 2019)
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime
II - recolhimento em cela individual; (Redação dada pela disciplinar diferenciado deverá contar com alta segurança
Lei nº 13.964, de 2019) interna e externa, principalmente no que diz respeito à
necessidade de se evitar contato do preso com membros de
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem sua organização criminosa, associação criminosa ou milícia
realizadas em instalações equipadas para impedir o contato privada, ou de grupos rivais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no 2019)
caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2
(duas) horas; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) § 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será
gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário.
para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso;
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) § 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar
diferenciado, o preso que não receber a visita de que trata o
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio
defensor, em instalações equipadas para impedir o contato agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com
físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez)
judicial em contrário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) minutos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; (Incluído SUBSEÇÃO III - Das Sanções e das Recompensas
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 53. Constituem sanções disciplinares:
VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por
videoconferência, garantindo-se a participação do defensor no I - advertência verbal;
mesmo ambiente do preso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
II - repreensão; Parágrafo único. A decisão será motivada.
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o
único); isolamento preventivo do faltoso, pelo prazo máximo de 10
(dez) dias, no interesse da disciplina e da averiguação do fato.
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos
estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o
observado o disposto no artigo 88 desta Lei. isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A
inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) despacho do juiz competente. (Redação dada
pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 54. As sanções dos incisos I a III do artigo anterior serão
aplicadas pelo diretor do estabelecimento; a do inciso IV, por Parágrafo único. O tempo de isolamento preventivo será
Conselho Disciplinar, conforme dispuser o regulamento. computado no período de cumprimento da sanção disciplinar.
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão
por ato motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, preventiva no regime disciplinar diferenciado será computado
por prévio e fundamentado despacho do juiz competente. no período de cumprimento da sanção disciplinar.
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime TÍTULO III - Dos Órgãos da Execução Penal
disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado CAPÍTULO I - Disposições Gerais
elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade
administrativa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) Art. 61. São órgãos da execução penal:
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;
disciplinar será precedida de manifestação do Ministério
Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze II - o Juízo da Execução;
dias. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
III - o Ministério Público;
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento
reconhecido em favor do condenado, de sua colaboração com IV - o Conselho Penitenciário;
a disciplina e de sua dedicação ao trabalho.
V - os Departamentos Penitenciários;
Art. 56. São recompensas:
VI - o Patronato;
I - o elogio;
VII - o Conselho da Comunidade.
II - a concessão de regalias.
VIII - a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos 2010).
estabelecerão a natureza e a forma de concessão de regalias.
CAPÍTULO II - Do Conselho Nacional de Política Criminal e
SUBSEÇÃO IV - Da Aplicação das Sanções Penitenciária
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares levar-se-á em Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e
conta a pessoa do faltoso, a natureza e as circunstâncias do Penitenciária, com sede na Capital da República, é
fato, bem como as suas conseqüências. subordinado ao Ministério da Justiça.
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as
sanções previstas nos incisos III e IV, do artigo 53, desta Lei. Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre
em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as professores e profissionais da área do Direito Penal,
conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem
tempo de prisão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, como por representantes da comunidade e dos Ministérios da
de 2003) área social.
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá
previstas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei. duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) ano.
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e
poderão exceder a 30 (trinta) dias. Penitenciária, no exercício de suas atividades, em âmbito
federal ou estadual, incumbe:
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não
poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do
disciplinar diferenciado. (Redação dada pela Lei delito, administração da Justiça Criminal e execução das
nº 10.792, de 2003) penas e das medidas de segurança;
Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao II - contribuir na elaboração de planos nacionais de
Juiz da execução. desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da política
criminal e penitenciária;
SUBSEÇÃO V - Do Procedimento Disciplinar
III - promover a avaliação periódica do sistema criminal para a
Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o sua adequação às necessidades do País;
procedimento para sua apuração, conforme regulamento,
assegurado o direito de defesa. IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;
V - elaborar programa nacional penitenciário de formação e VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de
aperfeiçoamento do servidor; segurança;
VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais,
estabelecimentos penais e casas de albergados; tomando providências para o adequado funcionamento e
promovendo, quando for o caso, a apuração de
VII - estabelecer os critérios para a elaboração da estatística responsabilidade;
criminal;
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal
VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem que estiver funcionando em condições inadequadas ou com
assim informar-se, mediante relatórios do Conselho infringência aos dispositivos desta Lei;
Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca do
desenvolvimento da execução penal nos Estados, Territórios e IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.
Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbida as
medidas necessárias ao seu aprimoramento; X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.
(Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)
IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
administrativa para instauração de sindicância ou CAPÍTULO IV - Do Ministério Público
procedimento administrativo, em caso de violação das normas
referentes à execução penal; Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e
da medida de segurança, oficiando no processo executivo e
X - representar à autoridade competente para a interdição, no nos incidentes da execução.
todo ou em parte, de estabelecimento penal.
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
CAPÍTULO III - Do Juízo da Execução
I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei de internamento;
local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da
sentença. II - requerer:
CAPÍTULO VI - Dos Departamentos Penitenciários SEÇÃO III - Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos
Penais
SEÇÃO I - Do Departamento Penitenciário Nacional
Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento
Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado deverá satisfazer os seguintes requisitos:
ao Ministério da Justiça, é órgão executivo da Política
Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou
do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços
Sociais;
Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário
Nacional: II - possuir experiência administrativa na área;
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o
em todo o Território Nacional; desempenho da função.
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento,
e serviços penais; ou nas proximidades, e dedicará tempo integral à sua função.
III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado
implementação dos princípios e regras estabelecidos nesta em diferentes categorias funcionais, segundo as necessidades
Lei; do serviço, com especificação de atribuições relativas às
funções de direção, chefia e assessoramento do
IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante estabelecimento e às demais funções.
convênios, na implantação de estabelecimentos e serviços
penais; Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de
instrução técnica e de vigilância atenderá a vocação,
V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização preparação profissional e antecedentes pessoais do
de cursos de formação de pessoal penitenciário e de ensino candidato.
profissionalizante do condenado e do internado.
§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades progressão ou a ascensão funcional dependerão de cursos
federativas, o cadastro nacional das vagas existentes em específicos de formação, procedendo-se à reciclagem
estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas periódica dos servidores em exercício.
privativas de liberdade aplicadas pela justiça de outra unidade
federativa, em especial para presos sujeitos a regime § 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá
disciplinar. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar
de pessoal técnico especializado.
VII - acompanhar a execução da pena das mulheres
beneficiadas pela progressão especial de que trata o § 3º do CAPÍTULO VII - Do Patronato
art. 112 desta Lei, monitorando sua integração social e a
ocorrência de reincidência, específica ou não, mediante a Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar
realização de avaliações periódicas e de estatísticas criminais. assistência aos albergados e aos egressos (artigo 26).
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a
coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e de I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos;
internamento federais.
II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço
§ 1º Incumbem também ao Departamento a coordenação e à comunidade e de limitação de fim de semana;
supervisão dos estabelecimentos penais e de internamento
federais. (Redação dada pela Lei nº 13.769, de 2018) III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições
da suspensão e do livramento condicional.
§ 2º Os resultados obtidos por meio do monitoramento e das
avaliações periódicas previstas no inciso VII do caput deste CAPÍTULO VIII - Do Conselho da Comunidade
artigo serão utilizados para, em função da efetividade da
progressão especial para a ressocialização das mulheres de Art. 80. Haverá em cada comarca, um Conselho da
que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, avaliar eventual Comunidade, composto no mínimo, por 1 (um) representante
desnecessidade do regime fechado de cumprimento de pena de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado
para essas mulheres nos casos de crimes cometidos sem indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil e 1
violência ou grave ameaça. (Incluído pela Lei nº 13.769, de (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do
2018) Conselho Nacional de Assistentes Sociais.
SEÇÃO II - Do Departamento Penitenciário Local Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da
Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um) representante
Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado
Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições que indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil, 1
estabelecer. (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e
1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do
Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, Conselho Nacional de Assistentes Sociais.
(Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). judiciária ou administrativa durante a execução;
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste
artigo, ficará a critério do Juiz da execução a escolha dos IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
integrantes do Conselho. administrativa para instauração de sindicância ou
procedimento administrativo em caso de violação das normas
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade: referentes à execução penal; (Incluído pela Lei
nº 12.313, de 2010).
I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos
penais existentes na comarca; V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências
para o adequado funcionamento, e requerer, quando for o
II - entrevistar presos; caso, a apuração de responsabilidade; (Incluído
pela Lei nº 12.313, de 2010).
III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao
Conselho Penitenciário; VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou
em parte, de estabelecimento penal. (Incluído
IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos pela Lei nº 12.313, de 2010).
para melhor assistência ao preso ou internado, em harmonia
com a direção do estabelecimento. Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará
periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a sua
CAPÍTULO IX - DA DEFENSORIA PÚBLICA presença em livro próprio. (Incluído pela Lei nº
12.313, de 2010).
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução
da pena e da medida de segurança, oficiando, no processo TÍTULO IV - Dos Estabelecimentos Penais
executivo e nos incidentes da execução, para a defesa dos CAPÍTULO I - Disposições Gerais
necessitados em todos os graus e instâncias, de forma
individual e coletiva. (Incluído pela Lei nº 12.313, Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao
de 2010). condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso
provisório e ao egresso.
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (Incluído
pela Lei nº 12.313, de 2010). § 1º - A mulher será recolhida a estabelecimento próprio e
adequando à sua condição pessoal.
I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente,
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do serão recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à sua
processo executivo; (Incluído pela Lei nº 12.313, condição pessoal. (Redação dada pela Lei nº
de 2010). 9.460, de 1997)
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de § 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar
qualquer modo favorecer o condenado; (Incluído estabelecimentos de destinação diversa desde que
pela Lei nº 12.313, de 2010). devidamente isolados.
c) a declaração de extinção da punibilidade; Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza,
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). deverá contar em suas dependências com áreas e serviços
d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei nº 12.313, de destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e
2010). prática esportiva.
e) a detração e remição da pena; (Incluído pela Lei nº 12.313, § 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes
de 2010). universitários. (Renumerado pela Lei nº 9.046, de
1995)
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de
execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). § 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão
dotados de berçário, onde as condenadas possam amamentar
g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem seus filhos. (Incluído pela Lei nº 9.046, de 1995)
como a substituição da pena por medida de segurança;
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). § 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão
dotados de berçário, onde as condenadas possam cuidar de
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis)
suspensão condicional da pena, o livramento condicional, a meses de idade. (Redação dada pela Lei nº
comutação de pena e o indulto; (Incluído pela Lei 11.942, de 2009)
nº 12.313, de 2010).
§ 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo
i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo feminino na
pela Lei nº 12.313, de 2010). segurança de suas dependências internas. (Incluído
pela Lei nº 12.121, de 2009).
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da
situação anterior; (Incluído pela Lei nº 12.313, de § 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do
2010). ensino básico e profissionalizante. (Incluído pela
Lei nº 12.245, de 2010)
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra
comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). § 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública.
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do art.
86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as
atividades materiais acessórias, instrumentais ou
II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; complementares desenvolvidas em estabelecimentos penais,
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). e notadamente: (Incluído pela Lei nº 13.190, de
2015).
III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade
I - serviços de conservação, limpeza, informática, copeiragem,
portaria, recepção, reprografia, telecomunicações, lavanderia § 4o O preso que tiver sua integridade física, moral ou
e manutenção de prédios, instalações e equipamentos internos psicológica ameaçada pela convivência com os demais presos
e externos; (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015). ficará segregado em local próprio. (Incluído pela
Lei nº 13.167, de 2015)
II - serviços relacionados à execução de trabalho pelo preso.
(Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015). Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível
com a sua estrutura e finalidade.
§ 1o A execução indireta será realizada sob supervisão e
fiscalização do poder público. (Incluído pela Lei Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e
nº 13.190, de 2015). Penitenciária determinará o limite máximo de capacidade do
estabelecimento, atendendo a sua natureza e peculiaridades.
§ 2o Os serviços relacionados neste artigo poderão
compreender o fornecimento de materiais, equipamentos, Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça
máquinas e profissionais. (Incluído pela Lei nº de uma Unidade Federativa podem ser executadas em outra
13.190, de 2015). unidade, em estabelecimento local ou da União.
Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e § 1° A União Federal poderá construir estabelecimento penal
coordenação no âmbito do sistema penal, bem como todas as em local distante da condenação para recolher, mediante
atividades que exijam o exercício do poder de polícia, e decisão judicial, os condenados à pena superior a 15 (quinze)
notadamente: (Incluído pela Lei nº 13.190, de anos, quando a medida se justifique no interesse da segurança
2015). pública ou do próprio condenado.
I - classificação de condenados; (Incluído pela § 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal
Lei nº 13.190, de 2015). em local distante da condenação para recolher os condenados,
quando a medida se justifique no interesse da segurança
II - aplicação de sanções disciplinares; (Incluído pública ou do próprio condenado. (Redação dada
pela Lei nº 13.190, de 2015). pela Lei nº 10.792, de 2003)
III - controle de rebeliões; (Incluído pela Lei nº § 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão
13.190, de 2015). trabalhar os liberados ou egressos que se dediquem a obras
públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas.
IV - transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário,
hospitais e outros locais externos aos estabelecimentos § 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade
penais. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015). administrativa definir o estabelecimento prisional adequado
para abrigar o preso provisório ou condenado, em atenção ao
Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por regime e aos requisitos estabelecidos. (Incluído
sentença transitada em julgado. pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem
dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência como certidão do trânsito em julgado;
de obstáculos físicos contra a fuga.
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do
Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos para V - a data da terminação da pena;
acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras.
VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os adequado tratamento penitenciário.
serviços de fiscalização e orientação dos condenados.
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de
CAPÍTULO V - Do Centro de Observação recolhimento.
Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames § 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que
gerais e o criminológico, cujos resultados serão encaminhados sobrevier modificação quanto ao início da execução ou ao
à Comissão Técnica de Classificação. tempo de duração da pena.
Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas § 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da
criminológicas. Administração da Justiça Criminal, far-se-á, na guia, menção
dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°, do artigo 84,
Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade desta Lei.
autônoma ou em anexo a estabelecimento penal.
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena
Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão privativa de liberdade, sem a guia expedida pela autoridade
Técnica de Classificação, na falta do Centro de Observação. judiciária.
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será
necessários ao tratamento são obrigatórios para todos os internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
internados.
Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por outro motivo não
segunda parte, do Código Penal, será realizado no Hospital de estiver preso.
Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com
dependência médica adequada. SEÇÃO II - Dos Regimes
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for
Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado
condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de morte, vedado o livramento condicional. (Incluído pela Lei nº
liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus parágrafos 13.964, de 2019)
do Código Penal.
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, manifestação do Ministério Público e do defensor.
no mesmo processo ou em processos distintos, a (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
determinação do regime de cumprimento será feita pelo
resultado da soma ou unificação das penas, observada, § 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de
quando for o caso, a detração ou remição. livramento condicional, indulto e comutação de penas,
respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
execução, somar-se-á a pena ao restante da que está sendo
cumprida, para determinação do regime. § 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão
de regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que
forma progressiva, com a transferência para regime menos vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
rigoroso, a ser determinada pelo Juiz, quando o preso tiver 2019)
cumprido ao menos 1/6 (um sexto) da pena no regime anterior
e seu mérito indicar a progressão. § 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime
será sempre motivada e precedida de manifestação do
Parágrafo único. A decisão será motivada e precedida de Ministério Público e do defensor, procedimento que também
parecer da Comissão Técnica de Classificação e do exame será adotado na concessão de livramento condicional, indulto
criminológico, quando necessário. e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas
normas vigentes. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em 2019)
forma progressiva com a transferência para regime menos
rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou
cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os
ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo requisitos para progressão de regime são, cumulativamente:
diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
a progressão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
forma progressiva com a transferência para regime menos
rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;
cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
2019)
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for anterior; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa
ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário,
comprovado pelo diretor do estabelecimento; (Incluído
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente pela Lei nº 13.769, de 2018)
em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) V - não ter integrado organização criminosa. (Incluído
pela Lei nº 13.769, de 2018)
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for
primário e o crime tiver sido cometido com violência à pessoa § 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave
ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) implicará a revogação do benefício previsto no § 3º deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for
reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou § 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins
grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do
art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. (Incluído
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for pela Lei nº 13.964, de 2019)
condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se
for primário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena
privativa de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a
pena remanescente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado,
com resultado morte, se for primário, vedado o livramento § 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
condicional; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, aceitação de seu programa e das condições impostas pelo
de organização criminosa estruturada para a prática de crime Juiz.
hediondo ou equiparado; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o
condenado que:
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia
privada; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo
imediatamente;
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for
reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado; II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) exames a que foi submetido, fundados indícios de que irá
ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao
novo regime.
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as aberto poderão obter autorização para saída temporária do
pessoas referidas no artigo 117 desta Lei. estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para I - visita à família;
a concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes
condições gerais e obrigatórias: II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como
de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso Execução;
e nos dias de folga;
III - participação em atividades que concorram para o retorno
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados; ao convívio social.
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a
judicial; utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo
condenado, quando assim determinar o juiz da execução.
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
atividades, quando for determinado.
§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a utilização de
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado,
de ofício, a requerimento do Ministério Público, da autoridade quando assim determinar o juiz da execução. (Redação dada
administrativa ou do condenado, desde que as circunstâncias pela Lei nº 13.964, de 2019)
assim o recomendem.
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário deste artigo o condenado que cumpre pena por praticar crime
de regime aberto em residência particular quando se tratar de: hediondo com resultado morte. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do
II - condenado acometido de doença grave; Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a
administração penitenciária e dependerá da satisfação dos
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; seguintes requisitos:
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o
sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;
dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro)
ao restante da pena em execução, torne incabível o regime vezes durante o ano.
(artigo 111).
Parágrafo único. Quando se tratar de freqüência a curso
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além profissionalizante, de instrução de 2º grau ou superior, o tempo
das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins de saída será o necessário para o cumprimento das atividades
da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente discentes.
imposta.
§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá beneficiário as seguintes condições, entre outras que entender
ser ouvido previamente o condenado. compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação
pessoal do condenado: (Incluído pela Lei nº 12.258,
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas de 2010)
complementares para o cumprimento da pena privativa de
liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código Penal). I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser
visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo do
SEÇÃO III - Das Autorizações de Saída benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
SUBSEÇÃO I - Da Permissão de Saída
II - recolhimento à residência visitada, no período noturno;
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter
permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e
quando ocorrer um dos seguintes fatos: estabelecimentos congêneres. (Incluído pela Lei nº 12.258,
de 2010)
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira,
ascendente, descendente ou irmão; § 2o Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante,
de instrução de ensino médio ou superior, o tempo de saída
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do será o necessário para o cumprimento das atividades
artigo 14). discentes. (Renumerado do parágrafo único pela
Lei nº 12.258, de 2010)
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo
diretor do estabelecimento onde se encontra o preso. § 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente
poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá cinco) dias de intervalo entre uma e outra. (Incluído
a duração necessária à finalidade da saída. pela Lei nº 12.258, de 2010)
SUBSEÇÃO II - Da Saída Temporária Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando
o condenado praticar fato definido como crime doloso, for da data da infração disciplinar.
punido por falta grave, desatender as condições impostas na
autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso. Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3
(um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57,
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária recomeçando a contagem a partir da data da infração
dependerá da absolvição no processo penal, do cancelamento disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do
condenado. Art. 128. O tempo remido será computado para a concessão
de livramento condicional e indulto.
SEÇÃO IV - Da Remição
Art. 128. O tempo remido será computado como pena
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado cumprida, para todos os efeitos. (Redação dada
ou semi-aberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de pela Lei nº 12.433, de 2011)
execução da pena.
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado mensalmente ao Juízo da execução cópia do registro de todos
ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte os condenados que estejam trabalhando e dos dias de trabalho
do tempo de execução da pena. (Redação dada pela de cada um deles.
Lei nº 12.433, de 2011).
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará,
§ 1º A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à mensalmente, ao Juízo da execução, ao Ministério Público e à
razão de 1 (um) dia de pena por 3 (três) de trabalho. Defensoria Pública cópia do registro de todos os condenados
que estejam trabalhando e dos dias de trabalho de cada um
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão deles. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
Parágrafo único. Ao condenado dar-se-á relação de seus dias
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência remidos.
escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará
profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de todos
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) os condenados que estejam trabalhando ou estudando, com
informação dos dias de trabalho ou das horas de frequência
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. escolar ou de atividades de ensino de cada um deles.
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas SEÇÃO V - Do Livramento Condicional
diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se
compatibilizarem. (Redação dada pela Lei nº Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo
12.433, de 2011) Juiz da execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos
e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no Público e Conselho Penitenciário.
trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a
remição .(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a
que fica subordinado o livramento.
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será
acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as
fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da obrigações seguintes:
pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema
de educação. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto
para o trabalho;
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou
semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de
educação profissional, parte do tempo de execução da pena c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução,
ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § sem prévia autorização deste.
1o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão outras obrigações, as seguintes:
cautelar. .(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção;
o Ministério Público e a defesa. (Incluído pela Lei nº
12.433, de 2011) b) recolher-se à habitação em hora fixada;
Art. 127. O condenado que for punido por falta grave perderá c) não freqüentar determinados lugares.
o direito ao tempo remido, começando o novo período a partir
d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese
do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da sentença do da revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou
livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver agravar as condições.
transferido e à autoridade incumbida da observação cautelar e
de proteção. Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal
anterior à vigência do livramento, computar-se-á como tempo
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de apresentar- de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida,
se imediatamente às autoridades referidas no artigo anterior. para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2
(duas) penas.
Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, os
autos baixarão ao Juízo da execução, para as providências Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se
cabíveis. computará na pena o tempo em que esteve solto o liberado, e
tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento.
livramento com a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias,
remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do
execução e outra ao Conselho Penitenciário. Ministério Público, mediante representação do Conselho
Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada
solenemente no dia marcado pelo Presidente do Conselho Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida Público, ou mediante representação do Conselho
a pena, observando-se o seguinte: Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as
condições especificadas na sentença, devendo o respectivo
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou
condenados, pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou funcionários indicados no inciso I, do artigo 137, desta Lei,
membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz; observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1º e 2º do mesmo
artigo.
II - a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando
para as condições impostas na sentença de livramento; Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Público, da Defensoria Pública ou mediante representação do
III - o liberando declarará se aceita as condições. Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar
as condições especificadas na sentença, devendo o respectivo
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou
quem presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137 desta
rogo, se não souber ou não puder escrever. Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1o e 2o do
mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da 2010).
execução.
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe- poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário
á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do que lhe e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento
pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade judiciária condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da
ou administrativa, sempre que lhe for exigida. decisão final.
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
para consignar-se o cumprimento das condições referidas no
artigo 132 desta Lei. II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto;
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por
serviço social penitenciário, Patronato ou Conselho da III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de
Comunidade terão a finalidade de: 2010)
I - fazer observar o cumprimento das condições especificadas IV - determinar a prisão domiciliar; (Incluído
na sentença concessiva do benefício; pela Lei nº 12.258, de 2010)
II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de
obrigações e auxiliando-o na obtenção de atividade laborativa. 2010)
Parágrafo único. A entidade encarregada da observação Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
cautelar e da proteção do liberado apresentará relatório ao 12.258, de 2010)
Conselho Penitenciário, para efeito da representação prevista
nos artigos 143 e 144 desta Lei. Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados
que deverá adotar com o equipamento eletrônico e dos
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas seguintes deveres: (Incluído pela Lei nº 12.258,
de 2010) entidade, dias e horário em que deverá cumprir a pena;
I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às
eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir suas modificações ocorridas na jornada de trabalho.
orientações; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar será realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias
de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho,
de permitir que outrem o faça; (Incluído pela Lei nº nos horários estabelecidos pelo Juiz.
12.258, de 2010)
§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) comparecimento.
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços
previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da encaminhará mensalmente, ao Juiz da execução, relatório
execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta
disciplinar.
I - a regressão do regime; (Incluído pela Lei nº
12.258, de 2010) SEÇÃO III - Da Limitação de Fim de Semana
II - a revogação da autorização de saída temporária; Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) do condenado, cientificando-o do local, dias e horário em que
deverá cumprir a pena.
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do
IV - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) primeiro comparecimento.
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o
tempo de permanência, cursos e palestras, ou atribuídas
VI - a revogação da prisão domiciliar; (Incluído pela atividades educativas.
Lei nº 12.258, de 2010)
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a
VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório
juiz da execução decida não aplicar alguma das medidas do agressor a programas de recuperação e reeducação.
previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo. (Incluído Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará,
pela Lei nº 12.258, de 2010) mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim
comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta disciplinar
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada: do condenado.
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
SEÇÃO IV - Da Interdição Temporária de Direitos
I - quando se tornar desnecessária ou inadequada;
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade
competente a pena aplicada, determinada a intimação do
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver condenado.
sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave.
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) § 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I,
do Código Penal, a autoridade deverá, em 24 (vinte e quatro)
CAPÍTULO II horas, contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir
do qual a execução terá seu início.
Das Penas Restritivas de Direitos
§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código
SEÇÃO I Penal, o Juízo da execução determinará a apreensão dos
documentos, que autorizam o exercício do direito interditado.
Disposições Gerais
Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente ao
Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena Juiz da execução o descumprimento da pena.
restritiva de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, promoverá a execução, Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo poderá
podendo, para tanto, requisitar, quando necessário, a ser feita por qualquer prejudicado.
colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares.
CAPÍTULO III - Da Suspensão Condicional
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz,
motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas de Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a
prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa de liberdade,
semana, ajustando-as às condições pessoais do condenado e não superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos 77
às características do estabelecimento, da entidade ou do a 82 do Código Penal.
programa comunitário ou estatal.
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena
SEÇÃO II - Da Prestação de Serviços à Comunidade privativa de liberdade, na situação determinada no artigo
anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a
Art. 149. Caberá ao Juiz da execução: suspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue.
I - designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as
devidamente credenciado ou convencionado, junto ao qual o condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo fixado,
condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo com as começando este a correr da audiência prevista no artigo 160
suas aptidões; desta Lei.
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á
nos Estados, Territórios e Distrito Federal por normas prosseguimento nos termos do § 2º do artigo 164, desta Lei.
supletivas, será atribuída a serviço social penitenciário,
Patronato, Conselho da Comunidade ou instituição beneficiada Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando
com a prestação de serviços, inspecionados pelo Conselho sobrevier ao condenado doença mental (artigo 52 do Código
Penitenciário, pelo Ministério Público, ou ambos, devendo o Penal).
Juiz da execução suprir, por ato, a falta das normas supletivas.
Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade efetue mediante desconto no vencimento ou salário do
fiscalizadora, para comprovar a observância das condições a condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do Código Penal,
que está sujeito, comunicará, também, a sua ocupação e os observando-se o seguinte:
salários ou proventos de que vive.
I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente da remuneração e o mínimo o de um décimo;
ao órgão de inspeção, para os fins legais, qualquer fato capaz
de acarretar a revogação do benefício, a prorrogação do prazo II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de
ou a modificação das condições. direito;
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher
comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora do local da mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a importância
nova residência, aos quais o primeiro deverá apresentar-se determinada.
imediatamente.
Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz o pagamento
concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer as da multa em prestações mensais, iguais e sucessivas.
condições do benefício.
§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar para verificar a real situação econômica do condenado e,
as condições estabelecidas na sentença recorrida. ouvido o Ministério Público, fixará o número de prestações.
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, § 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação
poderá, todavia, conferir ao Juízo da execução a incumbência econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério
de estabelecer as condições do benefício, e, em qualquer Público, revogará o benefício executando-se a multa, na forma
caso, a de realizar a audiência admonitória. prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já
iniciada.
Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o
Juiz a lerá ao condenado, em audiência, advertindo-o das Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada
conseqüências de nova infração penal e do descumprimento cumulativamente com pena privativa da liberdade, enquanto
das condições impostas. esta estiver sendo executada, poderá aquela ser cobrada
mediante desconto na remuneração do condenado (artigo
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo 168).
de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustificadamente à
audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será § 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou
executada imediatamente a pena. obtiver livramento condicional, sem haver resgatado a multa,
far-se-á a cobrança nos termos deste Capítulo.
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a
prorrogação do período de prova dar-se-ão na forma do artigo § 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos
81 e respectivos parágrafos do Código Penal. em que for concedida a suspensão condicional da pena.
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota TÍTULO VI - Da Execução das Medidas de Segurança
de suspensão em livro especial do Juízo a que couber a CAPÍTULO I - Disposições Gerais
execução da pena.
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar medida
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato de segurança, será ordenada a expedição de guia para a
averbado à margem do registro. execução.
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de Custódia e
de informações requisitadas por órgão judiciário ou pelo Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a tratamento
Ministério Público, para instruir processo penal. ambulatorial, para cumprimento de medida de segurança, sem
a guia expedida pela autoridade judiciária.
CAPÍTULO IV - Da Pena de Multa
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento
Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas
trânsito em julgado, que valerá como título executivo judicial, o as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida à
Ministério Público requererá, em autos apartados, a citação do autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:
condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da
multa ou nomear bens à penhora. I - a qualificação do agente e o número do registro geral do
órgão oficial de identificação;
§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o
depósito da respectiva importância, proceder-se-á à penhora II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado
a medida de segurança, bem como a certidão do trânsito em Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em
julgado; privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e
seus incisos do Código Penal.
III - a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou
do tratamento ambulatorial; § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será
convertida quando o condenado:
IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao
adequado tratamento ou internamento. a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido,
ou desatender a intimação por edital;
§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia de
recolhimento e de sujeição a tratamento. b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou
programa em que deva prestar serviço;
§ 2° A guia será retificada sempre que sobrevier modificações
quanto ao prazo de execução. c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi
imposto;
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança,
naquilo que couber, o disposto nos artigos 8° e 9° desta Lei. d) praticar falta grave;
CAPÍTULO II - Da Cessação da Periculosidade e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de
liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa.
Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no fim
do prazo mínimo de duração da medida de segurança, pelo § 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida
exame das condições pessoais do agente, observando-se o quando o condenado não comparecer ao estabelecimento
seguinte: designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer
a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das
I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior.
o prazo de duração mínima da medida, remeterá ao Juiz
minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a revogação § 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida
ou permanência da medida; quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito
interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a"
II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico; e "e", do § 1º, deste artigo.
III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, Art. 182. A pena de multa será convertida em detenção, na
serão ouvidos, sucessivamente, o Ministério Público e o forma prevista pelo artigo 51 do Código Penal.
curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias para cada um; (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1996)
IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que não § 1º Na conversão, a cada dia-multa corresponderá 1 (um) dia
o tiver; de detenção, cujo tempo de duração não poderá ser superior
a 1 (um) ano. (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1996)
V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes,
poderá determinar novas diligências, ainda que expirado o § 2º A conversão tornar-se-á sem efeito se, a qualquer tempo,
prazo de duração mínima da medida de segurança; for paga a multa. (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1996)
VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de
refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua decisão, no prazo liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde
de 5 (cinco) dias. mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público
ou da autoridade administrativa, poderá determinar a
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo substituição da pena por medida de segurança.
mínimo de duração da medida de segurança, poderá o Juiz da
execução, diante de requerimento fundamentado do Ministério Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de
Público ou do interessado, seu procurador ou defensor, liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde
ordenar o exame para que se verifique a cessação da mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público,
periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo anterior. da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá
determinar a substituição da pena por medida de segurança.
Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
da periculosidade, observar-se-á, no que lhes for aplicável, o
disposto no artigo anterior. Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em
internação se o agente revelar incompatibilidade com a
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação medida.
(artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á o disposto nos
artigos 132 e 133 desta Lei. Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação
será de 1 (um) ano.
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá
ordem para a desinternação ou a liberação. CAPÍTULO II - Do Excesso ou Desvio
TÍTULO VII - Dos Incidentes de Execução Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que
CAPÍTULO I - Das Conversões algum ato for praticado além dos limites fixados na sentença,
em normas legais ou regulamentares.
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois)
anos, poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de
que: execução:
II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena; II - o Conselho Penitenciário;
Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o
do interessado ou do Ministério Público, por proposta da cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa se
autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário, efetivará em seção especial da Cadeia Pública.
declarará extinta a punibilidade.
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição corrida, atestados ou certidões fornecidas por autoridade
do condenado, por iniciativa do Ministério Público, do Conselho policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou
Penitenciário, ou da autoridade administrativa. referência à condenação, salvo para instruir processo pela
prática de nova infração penal ou outros casos expressos em
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos lei.
que a instruírem, será entregue ao Conselho Penitenciário,
para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação
Ministério da Justiça. desta Lei, serão editadas as normas complementares ou
regulamentares, necessárias à eficácia dos dispositivos não
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do auto-aplicáveis.
processo e do prontuário, promoverá as diligências que
entender necessárias e fará, em relatório, a narração do ilícito § 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades
penal e dos fundamentos da sentença condenatória, a Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça, projetar
exposição dos antecedentes do condenado e do procedimento a adaptação, construção e equipamento de estabelecimentos
deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o mérito do e serviços penais previstos nesta Lei.
pedido e esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias
omitidas na petição. § 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a
aquisição ou desapropriação de prédios para instalação de
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com documentos casas de albergados.
e o relatório do Conselho Penitenciário, a petição será
submetida a despacho do Presidente da República, a quem § 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser
serão presentes os autos do processo ou a certidão de ampliado, por ato do Conselho Nacional de Política Criminal e
qualquer de suas peças, se ele o determinar. Penitenciária, mediante justificada solicitação, instruída com
os projetos de reforma ou de construção de estabelecimentos.
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do
decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a execução § 4º O descumprimento injustificado dos deveres
aos termos do decreto, no caso de comutação. estabelecidos para as Unidades Federativas implicará na
suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada pela
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, União, para atender às despesas de execução das penas e
o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério medidas de segurança.
Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da
autoridade administrativa, providenciará de acordo com o Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a lei
disposto no artigo anterior. de reforma da Parte Geral do Código Penal, revogadas as
disposições em contrário, especialmente a Lei nº 3.274, de 2
TÍTULO VIII - Do Procedimento Judicial de outubro de 1957.
Art. 194. O procedimento correspondente às situações Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e 96º da
previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o República.
Juízo da execução.
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a § 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz
requerimento do Ministério Público, do interessado, de quem o decidirá de plano, em igual prazo.
represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, § 2º Entendendo indispensável a realização de prova
mediante proposta do Conselho Penitenciário, ou, ainda, da pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a
autoridade administrativa. produção daquela ou na audiência designada.
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá
Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
(três) dias, o condenado e o Ministério Público, quando não
figurem como requerentes da medida. TÍTULO IX
Das Disposições Finais e Transitórias
§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz decidirá Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da
de plano, em igual prazo. execução penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência
que perturbe a segurança e a disciplina dos
§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial estabelecimentos, bem como exponha o preso à
ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a produção daquela inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da
ou na audiência designada. pena.
Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de decreto federal.
agravo, sem efeito suspensivo. Art. 200. O condenado por crime político não está
obrigado ao trabalho.
TÍTULO IX - Das Disposições Finais e Transitórias Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o
cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa se
Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução efetivará em seção especial da Cadeia Pública.
penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência que perturbe Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da
a segurança e a disciplina dos estabelecimentos, bem como folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por
exponha o preso à inconveniente notoriedade, durante o autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer
cumprimento da pena. notícia ou referência à condenação, salvo para instruir
processo pela prática de nova infração penal ou outros
Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto casos expressos em lei.
federal. (Regulamento) Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da
publicação desta Lei, serão editadas as normas
complementares ou regulamentares, necessárias à
eficácia dos dispositivos não autoaplicáveis.
LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO
§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades DE 2019
Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça,
projetar a adaptação, construção e equipamento de
estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei.
§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser
Dispõe sobre os crimes de abuso de
providenciada a aquisição ou desapropriação de prédios autoridade
para instalação de casas de albergados.
Art. 4º São efeitos da condenação: Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou
investigado manifestamente descabida ou sem prévia
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo intimação de comparecimento ao juízo:
crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na
sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;
Art. 11. (VETADO).
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função
pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em
flagrante à autoridade judiciária no prazo legal:
III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do
caput deste artigo são condicionados à ocorrência de Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
reincidência em crime de abuso de autoridade e não são
automáticos, devendo ser declarados motivadamente na I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão
sentença. temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a
decretou;
Seção II - Das Penas Restritivas de Direitos
II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer
Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa
privativas de liberdade previstas nesta Lei são: por ela indicada;
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro)
públicas; horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo
da prisão e os nomes do condutor e das testemunhas;
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato,
pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de
vencimentos e das vantagens; prisão temporária, de prisão preventiva, de medida de
segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e
III - (VETADO). excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura
imediatamente após recebido ou de promover a soltura do
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.
aplicadas autônoma ou cumulativamente.
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência,
CAPÍTULO V - DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência,
ADMINISTRATIVA a:
Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade
independentemente das sanções de natureza civil ou pública;
administrativa cabíveis.
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que autorizado em lei;
descreverem falta funcional serão informadas à autoridade
competente com vistas à apuração. III - (VETADO).
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
independentes da criminal, não se podendo mais questionar (Promulgação partes vetadas)
sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões
tenham sido decididas no juízo criminal. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem
prejuízo da pena cominada à violência.
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no
administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter Art. 14. (VETADO).
sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima
defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa
regular de direito. que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva
guardar segredo ou resguardar sigilo:
CAPÍTULO VI - DOS CRIMES E DAS PENAS
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 9º (VETADO).
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta
desconformidade com as hipóteses legais: (Promulgação Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue
partes vetadas) com o interrogatório: (Promulgação partes vetadas)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio;
ou
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade
judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de: II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado
ou defensor público, sem a presença de seu patrono.
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
Art. 16. (VETADO).
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa
ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao
cabível; preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo
durante sua detenção ou prisão: (Promulgação partes
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando vetadas)
delito ou de desastre.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como investigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de
responsável por interrogatório em sede de procedimento pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de
investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a
preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função. responsabilidade:
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a
período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante conduta com o intuito de:
delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar
declarações: I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por
excesso praticado no curso de diligência;
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de informações incompletos para desviar o curso da investigação,
pleito de preso à autoridade judiciária competente para a da diligência ou do processo.
apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias
de sua custódia: Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça,
funcionário ou empregado de instituição hospitalar pública ou
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha
ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime,
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, prejudicando sua apuração:
ciente do impedimento ou da demora, deixa de tomar as
providências tendentes a saná-lo ou, não sendo competente Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da
para decidir sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à pena correspondente à violência.
autoridade judiciária que o seja.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de
Art. 20. (VETADO). investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
reservada do preso com seu advogado: (Promulgação
partes vetadas) Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de
prova, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. conhecimento de sua ilicitude.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o Art. 26. (VETADO).
preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e
reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento
razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor
lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de
curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por ilícito funcional ou de infração administrativa:
videoconferência.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou
espaço de confinamento: Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância
ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade
mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do
de idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto investigado ou acusado:
na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e
do Adolescente). Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial,
ou à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar
dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, interesse de investigado:
sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas
em lei: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste Art. 30. (VETADO).
artigo, quem:
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem
franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências; sabe inocente: (Promulgação partes vetadas)
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as Art. 31. Estender injustificadamente a investigação,
21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado:
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
ou quando houver fundados indícios que indiquem a
necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo
prazo para execução ou conclusão de procedimento, o deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser
estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do libertado.
investigado ou do fiscalizado.
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a
Art. 32. (VETADO). autoridade responsável pela custódia deverá,
independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido
acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da
circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento decretação da prisão preventiva.
investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim
como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a § 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no
peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a cômputo do prazo de prisão temporária.” (NR)
realização de diligências futuras, cujo sigilo seja
imprescindível: (Promulgação partes vetadas) Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa
a vigorar com a seguinte redação:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, comunicações telefônicas, de informática ou telemática,
inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça,
amparo legal: sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em
lei:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de
cargo ou função pública ou invoca a condição de agente Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial
público para se eximir de obrigação legal ou para obter que determina a execução de conduta prevista no caput deste
vantagem ou privilégio indevido. artigo com objetivo não autorizado em lei.” (NR)
Art. 34. (VETADO). Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente), passa a vigorar acrescida do
Art. 35. (VETADO). seguinte art. 227-A:
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de “Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do
ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
o valor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei,
demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar praticados por servidores públicos com abuso de autoridade,
de corrigi-la: são condicionados à ocorrência de reincidência.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função,
nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência.”
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de
processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, Art. 43. (VETADO).
com o intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o
julgamento: Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar
acrescida do seguinte art. 7º-B: (Promulgação partes vetadas)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de
Art. 38. (VETADO). advogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º
desta Lei:
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio
de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:
(Promulgação partes vetadas) Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de
1965, e o § 2º do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-Lei
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
CAPÍTULO VII - DO PROCEDIMENTO Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e
vinte) dias de sua publicação oficial.
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos
previstos nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto- Brasília, 5 de setembro de 2019; 198o da Independência e
Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo 131o da República.
Penal), e da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
CAPÍTULO VIII
Sérgio Moro
DISPOSIÇÕES FINAIS
Wagner de Campos Rosário
Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989,
passa a vigorar com a seguinte redação: Jorge Antonio de Oliveira Francisco
...................................................................................................
..................... Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a Lei nº
7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei nº 9.296, de 24 de
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei
período de duração da prisão temporária estabelecido no caput nº 8.906, de 4 de julho de 1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9
de dezembro de 1965, e dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal). preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e
reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu
Congresso Nacional decreta e eu promulgo, nos termos do lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no
parágrafo 5o do art. 66 da Constituição Federal, as seguintes curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por
partes vetadas da Lei no 13.869, de 5 de setembro de 2019: videoconferência.’
“CAPÍTULO III - DA AÇÃO PENAL ‘Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou
administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública sabe inocente:
incondicionada.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público ‘Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado
aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo
intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento
de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim
negligência do querelante, retomar a ação como parte como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a
principal. peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a
realização de diligências futuras, cujo sigilo seja
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 imprescindível:
(seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para
oferecimento da denúncia.” Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’
“CAPÍTULO VI - DOS CRIMES E DAS PENAS ‘Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio
de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa,
‘Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:
manifesta desconformidade com as hipóteses legais:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’”
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
“CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES FINAIS
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade
judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de: Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar
acrescida do seguinte art. 7º-B:
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa advogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º
ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente desta Lei:
cabível;
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando
manifestamente cabível.’ Brasília, 27 de setembro de 2019; 198o da Independência e
131o da República.
‘Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência,
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, JAIR MESSIAS BOLSONARO
a:
CAPÍTULO III
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus
Da Classificação
representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono a
Art. 19 - Cada estabelecimento penitenciário contará com
seguinte Lei:
uma Comissão Técnica de Classificação, à qual incumbe
elaborar o programa de tratamento reeducativo e acompanhar
TÍTULO I
a evolução da execução da pena.
Disposições Preliminares
Art. 20 - A Comissão Técnica de Classificação é presidida
Art. 1º - Esta lei regula a execução das medidas privativas
pelo Diretor do estabelecimento e composta de, no mínimo,
de liberdade e restritivas de direito, bem como a manutenção
um psiquiatra, um psicólogo, um assistente social, um chefe
e a custódia do preso provisório.
da Seção de Educação e Disciplina e um representante de
Art. 2º - A execução penal destina-se à reeducação do
obras sociais da comunidade.
sentenciado e à sua reintegração na sociedade.
Art. 21. Compete à Comissão Técnica de Classificação
§ 1º - A execução penal visa, ainda, a prevenir a
opinar sobre a progressão ou a regressão do regime de
reincidência, para proteção e defesa da sociedade.
cumprimento da pena, a remição da pena, o monitoramento
(Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Lei nº 19478, de
eletrônico, o livramento condicional e o indulto. (Caput com
12/1/2011.)
redação dada pelo art. 2º da Lei nº 19478, de 12/1/2011.)
§ 2° O controle da execução penal será realizado com o
Parágrafo único - No caso de progressão ou regressão de
auxílio de programas eletrônicos de computador.
regime, as reuniões da Comissão Técnica de Classificação
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 19478, de
serão presididas pelo Juiz da Execução, presente o Ministério
12/1/2011.)
Público.
Art. 3º - Ao sentenciado é garantido o exercício de seus
Art. 22 - A Comissão Técnica de Classificação proporá o
direitos civis, políticos, sociais e econômicos, exceto os que
programa de tratamento reeducativo, com base na sentença
forem incompatíveis com a detenção ou com a condenação.
condenatória e no relatório social de síntese do Centro de
Art. 4º - No regime e no tratamento penitenciário serão
Observação ou da equipe interdisciplinar.
observados o respeito e a proteção aos direitos do homem.
Art. 23 - O programa individual de tratamento
Art. 5º - O sentenciado deve ser estimulado a colaborar
compreenderá a indicação do regime de cumprimento da
voluntariamente na execução de seu tratamento reeducativo.
pena, do estabelecimento penitenciário adequado, da
Art. 6º - O Estado e a comunidade são corresponsáveis
escolarização, do trabalho e da orientação profissional, das
na realização das atividades de execução penal.
atividades culturais e esportivas e das medidas especiais de
Art. 7º - Na execução penal não haverá distinção de
assistência ou tratamento.
caráter racial, religioso ou político.
suas responsabilidades sociais.
CAPÍTULO IV
Dos Elementos do Tratamento Penitenciário § 2º - O trabalho será exercido de acordo com os métodos
empregados nas escolas de formação profissional do meio
Art. 24 - O tratamento penitenciário realiza-se através do
livre.
desenvolvimento de atividades relacionadas com: instrução,
§ 3º Na contratação de obras e de serviços pela
trabalho, religião, disciplina, cultura, recreação e esporte,
administração pública direta ou indireta do Estado serão
contato com o mundo exterior e relações com a família.
reservados para sentenciados até 10% (dez por cento) do total
das vagas existentes.
SEÇÃO I
Da Instrução § 4º Para fins do disposto no § 3º deste artigo, será dada
preferência aos sentenciados:
Art. 25 - Serão organizados, nas penitenciárias, cursos de
I - que cumpram pena na localidade em que se
formação cultural e profissional, que se coordenarão com o
sistema de instrução pública. desenvolva a atividade contratada;
Art. 26 - O ensino fundamental é obrigatório para todos II - que apresentem melhores indicadores com relação à
os detentos que não o tiverem concluído. aptidão, à habilitação, à experiência, à disciplina, à
Art. 27 - O estabelecimento penitenciário disporá de responsabilidade e ao grau de periculosidade, apurados pelo
classe especial para os infratores, dando-se ênfase à poder público e registrados em cadastro próprio.
escolarização fundamental. Art. 40 - A jornada diária de trabalho do sentenciado não
Art. 28 - O efetivo da classe normal não excederá 30 excederá 8 (oito) horas.
(trinta) alunos, e o da classe especial, 15 (quinze). Art. 41 - A resistência ao trabalho ou a falta voluntária em
Art. 29 - Dar-se-á especial atenção ao ensino sua execução constituem infração disciplinar, cuja punição
fundamental, à preparação profissional e à formação do será anotada no prontuário do sentenciado.
caráter do jovem adulto. Art. 42 - A classificação para o trabalho atenderá às
Art. 30 - Os sentenciados trabalharão em oficina de capacidades física e intelectual e à aptidão profissional do
aprendizagem industrial e artesanato rural ou em serviço sentenciado, com vistas à sua ressocialização e formação
agrícola do estabelecimento, conforme suas preferências, profissional.
origem urbana ou rural, aptidão física, habilidade manual, Art. 43 - Aplica-se no estabelecimento penitenciário a
inteligência e nível de escolaridade. legislação relativa à higiene e à segurança do trabalhador.
Art. 31 - Pode ser instituída, nas penitenciárias, escola de Art. 44 - Para a prestação do trabalho externo, serão
ensino médio. considerados, segundo parecer da Comissão Técnica de
Art. 32 - Serão oferecidas facilidades e estímulos ao Classificação, a personalidade, os antecedentes e o grau de
sentenciado, nos termos da lei, para fazer curso universitário. recuperação do sentenciado que assegurem sua regular e
Parágrafo único - A direção da penitenciária manterá efetiva aplicação ao trabalho, bem como o respeito à ordem
contato com as autoridades acadêmicas para a admissão do pública.
sentenciado no curso de que trata este artigo. Art. 45. O sentenciado em regime semiaberto poderá,
Art. 33 - É permitido ao sentenciado participar de curso com autorização judicial, frequentar, na comunidade,
por correspondência, rádio e televisão, sem prejuízo da estabelecimento de ensino ou de formação profissional,
disciplina e da segurança. ouvida a Comissão Técnica de Classificação, observado o
Art. 34 - A penitenciária pode firmar convênio com disposto nos art. 122 a 125 da Lei Federal n° 7.210, de 11 de
entidade pública ou privada para a realização de curso julho de 1984.
profissional ou supletivo. Art. 46 - O trabalho externo será supervisionado pelo
§ 1º - O detento poderá inscrever-se nos exames serviço social penitenciário mediante visita de inspeção ao
supletivos aplicados pelo Estado, com direito a isenção de local de trabalho.
taxa. Art. 47 - O trabalho externo pode ser prestado nos termos
§ 2º - Os cursos supletivos poderão ser ministrados por da Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984.
voluntário cadastrado pela Secretaria de Estado da Art. 48 - É obrigatório o regresso do sentenciado ao
Educação e autorizado pela Secretaria de Estado da Justiça. estabelecimento penitenciário, no regime semiaberto, quando
Art. 35 - Ao sentenciado será fornecido diploma ou certificado em serviço particular, finda a jornada de trabalho, sendo-lhe
de conclusão de curso, que não mencionará sua permitido, quando em trabalho em obra pública, pernoitar em
condição de sentenciado. dependência da obra, sob custódia e vigilância da direção da
Art. 36 - As penitenciárias contarão com biblioteca entidade, que mensalmente enviará a penitenciário relatório
organizada com livros de conteúdos informativo, educativo e sobre o seu comportamento.
recreativo, adequados às formações cultural, profissional e Art. 49 - Deverá ser imediatamente comunicada à
espiritual do sentenciado. penitenciária a ocorrência de acidente, falta grave ou evasão,
Parágrafo único - Será livre a escolha da leitura, e serão perdendo o sentenciado, nas duas últimas hipóteses, o direito
proporcionadas condições para o estudo, a pesquisa e a à prestação de trabalho externo.
recreação. Art. 50 - É obrigatório o seguro contra acidentes nos
Art. 37 - Os programas de atividades de cultura, de lazer trabalhos interno e externo.
e de desporto serão articulados de modo a favorecer a Art. 51 - A remuneração do trabalho do sentenciado,
expressão das aptidões dos sentenciados. quando não for fixada pelo órgão competente, será
Art. 38 - Serão ministradas, nas penitenciárias, a estabelecida pela Comissão Técnica de Classificação.
instrução musical e a educação física. § 1º - A remuneração será fixada, para o trabalho interno,
Parágrafo único - A parte prática do ensino musical será em quantia não inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
realizada por meio de participação em banda, fanfarra, § 2º - A remuneração do sentenciado que tiver concluído
conjunto instrumental e grupo coral. curso de formação profissional, bem como a do que tiver bom
comportamento e progresso na sua recuperação, será
SEÇÃO II acrescida de 1/4 (um quarto) do seu valor.
Do Trabalho Art. 52 - A prestação de serviço pelo sentenciado será de
Art. 39 - O trabalho é obrigatório para o sentenciado, cunho exclusivamente pedagógico, com vistas a sua
ressalvado o disposto no art. 58. reintegração na sociedade, não implicando vínculo
§ 1º - O trabalho penitenciário será estabelecido segundo empregatício, ressalvado o trabalho industrial exercido em
critérios pedagógicos e psicotécnicos, tendo-se em conta as fundação, empresa pública com autonomia administrativa ou
exigências do tratamento, e procurará aperfeiçoar as aptidões entidade privada, o qual terá remuneração igual à do
de trabalho e a capacidade individual do sentenciado, de trabalhador livre.
forma a capacitá-lo para o desempenho de
observar-lhes o comportamento, para fins de anotação.
Art. 53 - O contrato de prestação de serviços para o
trabalho externo do sentenciado será celebrado entre o Diretor
SEÇÃO V
do estabelecimento penitenciário, ouvida a Comissão Técnica
Do Contato com o Exterior
de Classificação, e o estabelecimento tomador do serviço,
e da Relação com a Família
dependendo do consentimento expresso do sentenciado, nos
Art. 65 - Será estimulado o contato do sentenciado com o
termos do § 3º do art. 36 da Lei Federal nº 7.210, de 11 de
mundo exterior pela prática das medidas de semiliberdade e
junho de 1984.
pelo trabalho com pessoas da sociedade, com o objetivo de
Parágrafo único - Nas licitações para obras de
conscientiza-lo de sua cidadania e de sua condição de parte
construção, reforma ampliação e manutenção de
da comunidade livre.
estabelecimento prisional, a proposta de aproveitamento,
Parágrafo único. O contato com o meio exterior será
mediante contrato, de mão-de-obra de presos, nos termos
programado pelo serviço social, ouvida a Comissão Técnica
deste artigo, poderá ser considerada como fator de
de Classificação.
pontuação, a critério da administração.
Art. 66. O sentenciado tem direito a manter relações
Art. 54 - A remuneração auferida pelo sentenciado no
familiares, incluindo visitas periódicas da família.
trabalho externo será empregada:
§ 1° Compete ao serviço social assistir e orientar o
I - na indenização dos danos causados pelo delito, desde
sentenciado em suas relações familiares.
que determinados judicialmente e não reparados por outro
§ 2° O direito estabelecido no caput abrange relações
meio;
oriundas de casamento, união estável, união homoafetiva e
II - na assistência à família do sentenciado, segundo a lei
parentesco.
civil;
Art. 67. O sentenciado e o preso provisório têm direito a
III - cumprido o disposto nos incisos anteriores e
visita íntima, com periodicidade duração, horários e
ressalvadas outras aplicações legais, na constituição de
procedimentos definidos pela autoridade competente.
pecúlio, na forma de depósito em caderneta de poupança
§ 1° A visita ocorrerá em local específico, adequado à sua
mantida por estabelecimento oficial, o qual será entregue ao
sentenciado no ato de sua libertação. finalidade e compatível com a dignidade humana.
Art. 55 - A contabilidade do estabelecimento penitenciário § 2° O sentenciado indicará cônjuge ou companheiro,
manterá registro da conta individual do sentenciado. para fins de registro e controle pelo estabelecimento prisional,
Art. 56 - As despesas de manutenção e à custa e fornecerá a devida documentação comprobatória do
processual não poderão ser deduzidas da remuneração do casamento, união estável ou união homo afetiva.
sentenciado que se distinguir por sua conduta exemplar. § 3° A indicação realizada nos termos do § 2° poderá ser
Parágrafo único - A conduta é considerada exemplar cancelada a qualquer tempo, mediante comprovação de
quando o sentenciado manifesta, durante a execução da rompimento do vínculo.
pena, constante empenho no trabalho e na aprendizagem § 4° Na hipótese do § 3°, somente seis meses após o
escolar e profissional, bem como senso de responsabilidade cancelamento poderá ocorrer nova indicação de cônjuge ou
em seu comportamento pessoal.
companheiro para fins de visita íntima.
Art. 57 - Excetuam-se da obrigação de trabalhar os
maiores de 70 (setenta) anos, os que sofram enfermidade que § 5° Poderá ser atribuído ao visitante documento de
os impossibilite para o trabalho e a mulher antes e após o identificação específico, exigível para a realização da visita
parto, nos termos da legislação trabalhista. íntima.
Art. 58 - O sentenciado fará jus ao repouso semanal, de § 6° Somente se admitirá visitante menor de dezoito anos
preferência no domingo. quando legalmente casado e, nos demais casos, quando
Art. 59 - Será concedido descanso de até 1 (um) mês ao devidamente autorizado pelo juízo competente.
sentenciado não perigoso, de bom comportamento, após 12 § 7° O sentenciado receberá atendimento médico e
(doze) meses contínuos de trabalho, dedicação e informações com o objetivo de evitar contato sexual de risco.
produtividade. § 8° A visita íntima poderá ser suspensa ou restringida,
por tempo determinado, por ato motivado da autoridade
SEÇÃO III
Da Religião competente, nas seguintes hipóteses:
Art. 60 - O sentenciado tem direito à liberdade de crença I - sanção disciplinar, nos termos do inciso VII do art.
e culto, permitida a manifestação religiosa pelo aprendizado e 143;
pelo exercício do culto, bem como a participação nos serviços II - registro de ato de indisciplina ou atitude
organizados no estabelecimento penitenciário, a posse de inconveniente praticado pelo visitante, apurados em
livro de instrução religiosa e a prática da confissão, sem procedimento administrativo;
prejuízo da ordem e da disciplina. III - risco à segurança do sentenciado, de preso
Parágrafo único - A manifestação religiosa se dará sem provisório ou de terceiros, ou à disciplina do estabelecimento
prejuízo da ordem e da disciplina exigidas no estabelecimento. prisional provocado pela visita;
Art. 61 - (Revogado pelo art. 4º da Lei nº 14505, de IV - solicitação do preso.
20/12/2002.)
CAPÍTULO V
SEÇÃO IV
Da Evolução do Tratamento
Das Atividades Culturais,
Recreativas e Esportivas. Art. 68 - O programa de tratamento será avaliado durante
Art. 62 - Para os bem-estares físico e mental do sua evolução, para fins de progressão ou regressão.
sentenciado, serão organizadas, nos estabelecimentos Parágrafo único - A avaliação periódica do tratamento pela
penitenciários, atividades culturais, recreativas e esportivas. Comissão Técnica de Classificação e sua homologação pelo Juiz
Art. 63 - Os programas de atividades esportivas da Execução Penal determinarão a progressão ou a regressão
destinam-se em particular ao jovem adulto, podendo ser do regime de cumprimento de pena, no mesmo estabelecimento
solicitada, à Diretoria de Esportes e a outros órgãos da ou em outro.
comunidade, a colaboração em seu desenvolvimento. Art. 69 - A progressão depende da evolução favorável do
Art. 64 - O professor de Educação Física e o tratamento, e a regressão, da evolução desfavorável.
recreacionista organizarão sessões de educação física e Art. 70 - No término do tratamento ou na proximidade do
atividades dirigidas para grupos de condenados, devendo
livramento condicional, a Comissão Técnica de Classificação
elaborará relatório final, no qual constará o resultado do
considerados de alta periculosidade e de difícil recuperação.
tratamento, a prognose favorável quanto à vida futura do
§ 2º - Haverá seção aberta, independente, no
sentenciado, bem como informação sobre o pedido de
estabelecimento de regime fechado ou semiaberto, para
livramento condicional.
atividades de reintegração na sociedade.
TÍTULO III Art. 76 - O complexo penitenciário será constituído de
Dos Estabelecimentos Penitenciários pavilhões separados, para a execução progressiva dos regimes
CAPÍTULO I - Disposições Gerais fechado, semiaberto e aberto.
Art. 77. A Comissão Técnica de Classificação do
Art. 71 - Os estabelecimentos penitenciários destinam- se
estabelecimento penitenciário formará grupos de sentenciados
ao cumprimento do disposto nos incisos XLVI, "a", XLVIII, segundo as necessidades de tratamento, a progressão dos
XLIX e L do art. 5º da Constituição Federal e compreendem: regimes, a concessão ou a revogação de benefícios, a
I - presídio e cadeia pública, destinados à custódia dos autorização de saída, a remição da pena, o pedido de
presos à disposição do Juiz processante; livramento condicional e a aplicação de sanção disciplinar.
II - penitenciária, para o sentenciado em regime fechado; Art. 78 - Os estabelecimentos de regime fechado terão a
III - colônia agrícola, industrial ou similar, para o lotação máxima de 500 (quinhentos) sentenciados; os de regime
sentenciado em regime semiaberto; semiaberto, de 300 (trezentos); os de regime aberto, de
IV - casa do albergado, para o sentenciado em regime 50 (cinquenta) semi-livres; o presídio, de 400 (quatrocentos)
aberto; acusados e a cadeia pública, de 50 (cinquenta) presos.
V - centro de reeducação do jovem adulto, para o Art. 79 - Para a localização do estabelecimento de regime
fechado, levar-se-ão em conta as facilidades de acesso e
sentenciado em regime aberto ou semiaberto;
comunicação, a viabilidade do aproveitamento de serviços
VI - centro de observação, para realização do exame básicos existentes, as condições necessárias ao adequado
criminológico de classificação; internamento, além da existência de áreas destinadas a
VII - hospital de custódia e tratamento psiquiátrico para instalações de aprendizagem profissional, à prática de esportes
inimputáveis e semi-imputáveis, indicados no art. 26 do e recreação, a visitas, ao ensino e à assistência especializada.
Código Penal. § 1º - Para o estabelecimento de regimes aberto e
Art. 72. Os estabelecimentos penitenciários disporão de semiaberto, será considerada ainda a proximidade de locais de
casa, sistema de energia, reservatório de água, quadras trabalho, de cursos de instrução primária e formação profissional
poliesportivas, locais para a guarda militar e para os agentes e de assistências hospitalar e religiosa.
prisionais, dependências para administração, assistência médica, § 2º - O presídio e a cadeia pública se localizarão no meio
urbano, respectivamente, na Capital e em sedes de comarca
assistência religiosa, gabinete odontológico, ensino, serviços
com fácil acesso ao fórum local ou a varas criminais.
gerais, visita de familiares e visita íntima, bem como de
almoxarifado, celas individuais, alojamento coletivo, biblioteca e CAPÍTULO II
salas equipadas para a realização de vídeo audiências e Do Presídio e da Cadeia Pública
prestação de assistênciajurídica. Art. 80 - O presídio e a cadeia pública, estabelecimentos
§ 1º - As penitenciárias disporão ainda de locutório para de regime fechado, destinam-se à custódia do preso provisório
advogados, salas para autoridades, salas de estágio para e à execução da pena privativa de liberdade para o preso
estudantes universitários e gabinete para equipe interdisciplinar residente e domiciliado na comarca.
de observação ou detratamento. Art. 81 – No presídio e na cadeia pública, haverá unidades
independentes para a mulher, para o jovem adulto, para o preso
§ 2º – A pessoa recolhida em prisão provisória que ao
que tenha exercido função policial, de bombeiro militar, de
tempo do delito era policial civil, policial militar, bombeiro agente de segurança penitenciário ou de agente de segurança
militar, agente de segurança penitenciário ou agente de socioeducativo e para o cumprimento de pena privativa de
segurança socioeducativo do Estado ficará em dependência liberdade e de limitação de fim de semana. (Caput com
distinta e isolada dos demais complexos penitenciários. redação dada pelo art. 3º da Lei nº 22.865, de 8/1/2018.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 22.865, § 2º - Às presidiárias serão asseguradas condições para
de 8/1/2018.) permanecer com os filhos durante o período de amamentação.
§ 3º – A garantia prevista no § 2º deste artigo estende-se Art. 82 - O presídio e a cadeia pública, além do pessoal de
ao condenado em sentença transitada em julgado que ao vigilância e segurança e do pessoal administrativo, contarão
tempo do delito era policial civil, policial militar, bombeiro com equipe interdisciplinar de observação.
Art. 83 - Aplica-se ao estabelecimento destinado ao preso
militar, agente de segurança penitenciário ou agente de
provisório o disposto no art. 83 da Lei Federal nº 7.210, de 11
segurança socioeducativo do Estado. (Parágrafo com de junho de 1984, com a adequada adaptação ao regime do
redação dada pelo art. 1º da Lei nº 22.865, de 8/1/2018.) estabelecimento.
Art. 73 - As oficinas e instalações agrícolas devem reunir
condições semelhantes às da comunidade livre, observadas CAPÍTULO III
as normas legais para a proteção do trabalho e a prevenção Da Penitenciária
de acidente. Art. 84 - A penitenciária destina-se à execução da pena
Art. 74 - Será construído pavilhão de observação, de privativa de liberdade em regime fechado.
regime fechado, onde não houver centro de observação como Art. 85 - O sentenciado será alojado em quarto individual,
unidade autônoma. provido de cama, lavatório, chuveiro e aparelho sanitário.
Art. 86 - São requisitos básicos da unidade celular:
Art. 75 – Devem ser previstas seções independentes, de
I - salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores
segurança reforçada, para internamento de condenado que de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à
tenha exercido função policial, de bombeiro militar, de agente existência humana;
de segurança penitenciário ou de agente de segurança II - área mínima de 6m2 (seis metros quadrados).
socioeducativo e que, por essa condição, esteja ou possa vir Art. 87 - A penitenciária para mulheres será dotada, ainda,
a estar ameaçado em sua integridade física, bem como para de dependência para atendimento da gestante e da parturiente,
internamento de condenado por crime hediondo e de rebelde de creche e de unidade de educaçãopré-escolar.
ou opositor ao regime do estabelecimento. (Caput com Art. 88 - O alojamento coletivo terá suas instalações
redação dada pelo art. 2º da Lei nº 22.865, de 8/1/2018.) sanitárias localizadas em área separada e somente será
§ 1º - Será obrigatória a existência das seções previstas
no "caput" para a guarda de condenados que forem
destina-se aos sentenciados de 18 (dezoito) a 21 (vinte e
ocupado por sentenciados que preencham as necessárias
um) anos de idade, em regime aberto e semiaberto.
condições para a sua utilização.
Parágrafo único - O centro contará com seção
Art. 89 - No regime fechado, predominam as normas de
independente para os menores infratores que tiverem atingido
segurança e disciplina, que cobrirão, durante 24 (vinte e quatro)
18 (dezoito) anos sem conclusão do processo reeducativo.
horas, a vida diária dos reclusos, que serão classificados em
Art. 99 - No centro de reeducação do jovem adulto, será
grupos, segundo as necessidades de tratamento, submetendo-
intensiva a ação educativa, com a adoção de métodos
se às diferentes atividades do processo de ressocialização:
pedagógicos e psicopedagógicos.
trabalho, instrução, religião, recreação e esporte.
Art. 100 - Para individualização do tratamento, as seções
CAPÍTULO IV separadas conterão de 20 (vinte) a 30 (trinta) sentenciados.
Das Colônias Agrícola e Industrial Art. 101 - O pessoal do centro terá especialização
Art. 90 - A colônia agrícola e a industrial destinam-se à profissional, com atualização em cursos especiais promovidos
execução da pena privativa de liberdade em regime pela administração penitenciária.
semiaberto.
CAPÍTULO VII
Art. 91 - Os sentenciados poderão ser alojados em
Do Centro de Observação
dormitório coletivo, observados os requisitos do art. 88.
Art. 102 - O centro de observação, estabelecimento de
Art. 92 - No regime semiaberto, serão observadas as
regime fechado, tem por objetivo estudar a personalidade do
normas de segurança, ordem e disciplina necessárias à
delinquente nos planos físico, psíquico e social, para sua
convivência normal dentro do estabelecimento e à adaptação
afetação ao estabelecimento adequado ao regime
às peculiaridades do tratamento reeducativo.
penitenciário, indicando as medidas de ordem escolar,
Parágrafo único - No regime semiaberto, a agenda diária
profissional, terapêutica e moral que fundamentarão a
elaborada pela Comissão Técnica de Classificação disporá
elaboração do programa de tratamento reeducativo.
sobre as atividades preceptivas, recreativas e esportivas para o
Art. 103 - O centro de observação, além do pessoal de
sentenciado, que manterá contato com a sociedade para o
segurança, vigilância e administração, contará com equipe
trabalho externo, frequentará cursos de instrução escolar e
interdisciplinar de observação, constituída de psicólogo,
profissional e desenvolverá outras atividades de reintegração na
psiquiatra, clínico geral, assistente social, educador e
sociedade, sob a assistência e a orientação do pessoal
criminólogo.
penitenciário ou do serviço social.
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO V
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
Da Casa do Albergado
Art. 104 - O hospital de custódia e tratamento psiquiátrico,
Art. 93 - A casa do albergado destina-se à execução da
de regime semiaberto, destina-se aos inimputáveis e semi-
pena privativa de liberdade em regime aberto.
imputáveis indicados no art. 26 e seu parágrafo único do
Art. 94 - Haverá casa de albergado na Capital e nas sedes
Código Penal.
de comarca.
§ 1º - Haverá seções independentes de regime fechado,
Parágrafo único - Onde não houver casa do albergado, o
segundo as exigências do tratamento psiquiátrico, no caso de
regime aberto poderá ser cumprido em seção independente,
extrema periculosidade do sentenciado.
separada do estabelecimento de regime fechado ou
§ 2º - As seções de regime aberto destinam-se ao
semiaberto.
tratamento ambulatorial e à preparação para o reingresso na
Art. 95 - A casa do albergado deverá preencher os
sociedade.
seguintes requisitos:
Art. 105 - No estabelecimento psiquiátrico, haverá, além
I - localização em meio urbano com autonomia
das dependências da administração, segurança e vigilância,
administrativa;
seções de observação normal, de praxiterapia, esporte e
II - ocupação por número reduzido de candidatos,
recreação, observando-se, no que for aplicável, o art. 83 da
selecionados segundo sua aptidão para o regimeaberto.
Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984.
Art. 96 - São condições para o cumprimento da pena na
Art. 106 - No hospital, além do exame psiquiátrico, serão
casa do albergado:
realizados o exame criminológico e os exames necessários
I - aceitação, pelo candidato, do programa de
aos tratamentos terapêuticos e reeducativo, com respeito e
tratamento;
proteção aos direitos da pessoa do sentenciado.
II - afetação do semi-livre ao trabalho, com preparação
Art. 107 - O pessoal profissional e não profissional do
profissional para a reintegração na sociedade;
estabelecimento psiquiátrico deverá ser selecionado e
III - colaboração da comunidade.
qualificado, com especial atenção às exigências peculiares ao
Art. 97 - No regime aberto, serão observadas as normas
tratamento dos sentenciados.
de ordem e disciplina necessárias à convivência normal na
Art. 108 - A direção do hospital deverá informar
comunidade civil, com ausência de precauções de ordem
mensalmente à autoridade judiciária sobre as condições
material ou física, em razão da aceitação voluntária da
psíquicas do sentenciado recuperado.
disciplina e do senso de responsabilidade do sentenciado.
Art. 109 - A administração penitenciária poderá firmar
§ 1º - No regime aberto, é permitido ao sentenciado
convênio com hospital psiquiátrico da comunidade para o
mover-se sem vigilância tanto no interior do estabelecimento
tratamento de sentenciado destinado ao hospital de custódia
como nas saídas para trabalho externo, para frequência a
e tratamento psiquiátrico.
curso e para atividades de pré-liberdade.
§ 2º - O regime aberto compõe-se das seguintes fases:
TÍTULO IV
I - iniciação, em que o sentenciado será informado sobre
Do Regime Penitenciário
o programa do estabelecimento e seu regimento interno;
CAPÍTULO I
II - aceitação do programa, em que será permitido ao
Da Admissão e do Registro
sentenciado sair para o trabalho;
Art. 110 - A admissão do sentenciado ou do preso
III – confiança em que o sentenciado gozará das
provisório se fará à vista de ordem da autoridade competente.
vantagens inerentes ao exercício de sua responsabilidade e
Art. 111. O registro de detenção ou internação será feito
de autorização de saída.
em livro próprio ou em meio eletrônico, e nele constarão:
I - a identidade do sentenciado ou do preso provisório;
CAPÍTULO VI
Do Centro de Reeducação do Jovem Adulto
Art. 98 - O centro de reeducação do jovem adulto
estabelecimentos penitenciários serão dotados de:
II - os motivos da detenção ou da internação e a
I - enfermaria com camas, material clínico, instrumental
autoridade que a determinou;
adequado e produtos farmacêuticos para a internação médica
III - o dia e a hora da admissão e da saída.
ou odontológica de urgência;
Art. 112 - Inicia-se, no ato do registro, o prontuário
II - dependência para observação psiquiátrica e
pessoal do sentenciado, que o seguirá nas transferências.
cuidados de toxicômano;
Parágrafo único - O prontuário conterá uma parte
III - unidade para doenças infecciosas.
judiciária, uma parte penitenciária e uma parte social.
Art. 128 - O estabelecimento penitenciário destinado às
Art. 113 - O sentenciado será informado sobre a
mulheres disporá de dependência dotada de material de
legislação pertinente e sobre o regime interno do
obstetrícia, para atender à mulher grávida ou à parturiente cuja
estabelecimento.
urgência do estado não permita a transferência para hospital
Art. 114 - O sentenciado tem o direito de informar sua
civil.
situação ao Juiz e ao seu advogado ou à pessoa por ele
Parágrafo único. As unidades do sistema prisional e
indicada.
penitenciário notificarão à unidade de atenção básica de
Art. 115 - O preso provisório será informado de seus
saúde que referencie o seu território:
direitos, assegurada a comunicação com a família e com seu
I - a existência de presa grávida, lactante ou
defensor e o respeito ao princípio da presunção de inocência.
acompanhada de filho na primeira infância, para a
Art. 116 - Efetuada a admissão, proceder-se-á à separação
regularização do atendimento à saúde materno-infantil;
do sentenciado segundo o sexo, a idade, os antecedentes, o
II - a transferência para outra unidade prisional, com
estado físico e mental e a necessidade de tratamento reeducativo
indicação do novo local de internação, de presa grávida,
ou psiquiátrico.
lactante ou acompanhada de filho na primeira infância, para a
Art. 117 - A agenda diária das atividades da vida em
regularização e continuidade do atendimento à saúde
comum dos sentenciados será elaborada pela Comissão
materno-infantil.
Técnica de Classificação.
voluntariamente com a investigação policial e o processo Art. 48. O procedimento relativo aos processos por
criminal na identificação dos demais coautores ou crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste
partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do
produto do crime, no caso de condenação, terá pena Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.
reduzida de um terço a dois terços. § 1o O agente de qualquer das condutas
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso
com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será
Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do processado e julgado na forma
produto, a personalidade e a conduta social do agente.
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de
arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados
art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, Especiais Criminais.
atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas § 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28
dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o
superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo. autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo
Parágrafo único. As multas, que em caso de competente ou, na falta deste assumir o compromisso de a
concurso de crimes serão impostas sempre ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e
cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, providenciando-se as requisições dos exames e perícias
em virtude da situação econômica do acusado, considerá- necessários.
las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo. § 3o Se ausente a autoridade judicial, as
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e §
providências previstas no § 2o deste artigo serão tomadas
1o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de de imediato pela autoridade policial, no local em que se
sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada encontrar, vedada a detenção do agente.
a conversão de suas penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste § 4o Concluídos os procedimentos de que trata o §
artigo, dar-se-á o livramento condicional após o 2o deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo
cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia
ao reincidente específico. judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da § 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no
dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais
ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação
omissão, qualquer que tenha sido a infração penal imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser
praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito especificada na proposta.
do fato ou de determinar-se de acordo com esse Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts.
entendimento.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as
reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos
época do fato previsto neste artigo, as condições referidas protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei
no caput deste artigo, poderá no 9.807, de 13 de julho de 1999.
Seção I - Da Investigação
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade
de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao
juiz competente, remetendo-lhe cópia
do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias
Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. antes da audiência de instrução e julgamento.
§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal
flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos,
suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e
da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos
pessoa idônea. investigatórios:
I - a infiltração por agentes de polícia, em
§ 2o O perito que subscrever o laudo a que se tarefas de investigação, constituída pelos órgãos
refere o § 1o deste artigo não ficará impedido de participar especializados pertinentes;
da elaboração do laudo definitivo. II - A não-atuação policial sobre os portadores de
§ 3o Recebida cópia do auto de prisão em drogas, seus precursores químicos ou outros produtos
flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a utilizados em sua produção, que se encontrem no território
regularidade formal do laudo de constatação e brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar
determinará a destruição das drogas apreendidas, maior número de integrantes de operações de tráfico e
guardando-se amostra necessária à realização do laudo distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.
definitivo. Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste
artigo, a autorização será concedida desde que sejam
§ 4o A destruição das drogas será executada pelo
conhecidos o itinerário provável e a identificação dos
delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze)
agentes do delito ou de colaboradores.
dias na presença do Ministério Público e da autoridade
sanitária.
Seção II - Da Instrução Criminal
§ 5o O local será vistoriado antes e depois de Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito
efetivada a destruição das drogas referida no § 3 o, sendo policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças
lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para,
certificando-se neste a destruição total delas. no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes
Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem providências:
a ocorrência de prisão em flagrante será feita por I - requerer o arquivamento;
incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da II - Requisitar as diligências que entender
data da apreensão, guardando-se amostra necessária à necessárias;
realização do laudo definitivo, aplicando- se, no que couber, III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco)
o procedimento dos §§ 3o a 5o do art. 50. testemunhas e requerer as demais provas que
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo entender pertinentes.
de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a
(noventa) dias, quando solto. notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério § 1o Na resposta, consistente em defesa
Público, mediante pedido justificado da autoridade de preliminar e exceções, o acusado poderá arguir
polícia judiciária. preliminares e invocar todas as razões de defesa,
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. oferecer documentos e justificações, especificar as
51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, provas que pretende produzir e, até o número de 5
remetendo os autos do inquérito ao juízo: (cinco), arrolar testemunhas.
I - Relatará sumariamente as circunstâncias do fato,
§ 2o As exceções serão processadas em
justificando as razões que a levaram à classificação do
apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto- Lei
delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou
do produto apreendido, o local e as condições em que se no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo
desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, Penal.
a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou § 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o
II - requererá sua devolução para a realização de juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias,
diligências necessárias. concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem
§ 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco)
prejuízo de diligências complementares:
dias.
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato,
cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo § 5o Se entender imprescindível, o juiz, no
competente até 3 (três) dias antes da audiência de prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a
instrução e julgamento; apresentação do preso, realização de diligências,
II - Necessárias ou úteis à indicação dos bens, exames e perícias.
direitos e valores de que seja titular o agente, ou que Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e
figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser hora para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a
citação pessoal do acusado, a intimação
do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e necessários à conservação de bens, direitos ou
requisitará os laudos periciais. valores.
§ 1o Tratando-se de condutas tipificadas como § 4o A ordem de apreensão ou sequestro de bens,
infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o
desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o Ministério Público, quando a sua execução imediata possa
afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se comprometer as investigações.
for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo. Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da
prova dos fatos e comprovado o interesse público ou social,
§ 2o A audiência a que se refere o caput deste ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante
artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes autorização do juízo competente, ouvido o Ministério Público
ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser
realização de avaliação para atestar dependência de utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na
drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias. prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção social
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, de usuários e dependentes de drogas e na repressão à
após o interrogatório do acusado e a inquirição das produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao exclusivamente no interesse dessas atividades.
representante do Ministério Público e ao defensor do Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre
acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à
minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e
critério do juiz. controle a expedição de certificado provisório de registro e
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o licenciamento, em favor da instituição à qual tenha deferido
juiz indagará das partes se restou algum fato para ser o uso, ficando esta livre do pagamento de multas, encargos
esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão
entender pertinente e relevante. que decretar o seu perdimento em favor da União.
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e
sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, quaisquer outros meios de transporte, os maquinários,
ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos. utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza,
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei, após
1o, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade
recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão
antecedentes, assim reconhecido na sentença recolhidas na forma de legislação específica.
condenatória. § 1o Comprovado o interesse público na utilização
de qualquer dos bens mencionados neste artigo, a
CAPÍTULO IV - DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob
DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO sua responsabilidade e com o objetivo de sua
Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério conservação, mediante autorização judicial, ouvido o
Público ou mediante representação da autoridade de polícia Ministério Público.
judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios
suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da § 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste
ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias artigo, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos
relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores como ordem de pagamento, a autoridade de polícia
consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ou judiciária que presidir o inquérito deverá, de imediato,
que constituam proveito auferido com sua prática, requerer ao juízo competente a intimação do Ministério
procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei Público.
no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo § 3o Intimado, o Ministério Público deverá requerer
Penal. ao juízo, em caráter cautelar, a conversão do numerário
apreendido em moeda nacional, se for o caso, a
§ 1o Decretadas quaisquer das medidas previstas compensação dos cheques emitidos após a instrução do
neste artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o
(cinco) dias, apresente ou requeira a produção de provas depósito das correspondentes quantias em conta judicial,
acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto da juntando-se aos autos o recibo.
decisão.
§ 4o Após a instauração da competente ação penal, o
§ 2o Provada a origem lícita do produto, bem ou Ministério Público, mediante petição autônoma, requererá ao
valor, o juiz decidirá pela sua liberação. juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à
§ 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a
sem o comparecimento pessoal do acusado, podendo o União, por
juiz determinar a prática de atos
intermédio da Senad, indicar para serem colocados sob perdimento já tenha sido decretado em favor da
uso e custódia da autoridade de polícia judiciária, de União.
órgãos de inteligência ou militares, envolvidos nas ações § 3o A Senad poderá firmar convênios de
de prevenção ao uso indevido de drogas e operações de cooperação, a fim de dar imediato cumprimento ao
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades. estabelecido no § 2o deste artigo.
§ 5o Excluídos os bens que se houver indicado para § 4o Transitada em julgado a sentença
condenatória, o juiz do processo, de ofício ou a
os fins previstos no § 4o deste artigo, o requerimento de requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad
alienação deverá conter a relação de todos os demais bens relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos em
apreendidos, com a descrição e a especificação de cada um favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que
deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder
local onde se encontram. estejam, para os fins de sua destinação nos termos da
§ 6o Requerida a alienação dos bens, a respectiva legislação vigente.
petição será autuada em apartado, cujos autos terão Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá
tramitação autônoma em relação aos da ação penal firmar convênio com os Estados, com o Distrito Federal e
principal. com organismos orientados para a prevenção do uso
§ 7o Autuado o requerimento de alienação, os autos indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de
serão conclusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo usuários ou dependentes e a atuação na repressão à
de instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com
para a sua prática e risco de perda de valor econômico vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela
pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens arrecadados, para a implantação e execução de programas
relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, o relacionados à questão das drogas.
Ministério Público e o interessado, este, se for o caso, por
edital com prazo de 5 (cinco) dias. TÍTULO V - DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-
§ 8o Feita a avaliação e dirimidas eventuais intervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e
divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e
sentença, homologará o valor atribuído aos bens e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o
determinará sejam alienados em leilão. espírito das Convenções das Nações Unidas e outros
§ 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em instrumentos jurídicos internacionais relacionados à
conta judicial a quantia apurada, até o final da ação penal questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo
respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros
com os valores de que trata o § 3o deste artigo. países e organismos internacionais e, quando necessário,
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos deles solicitará a colaboração, nas áreas de:
interpostos contra as decisões proferidas no curso do I - intercâmbio de informações sobre
procedimento previsto neste artigo. legislações, experiências, projetos e programas
voltados para atividades de prevenção do uso
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4o indevido, de atenção e de reinserção social de
deste artigo, recaindo a autorização sobre veículos, usuários e dependentes de drogas;
embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de
II - intercâmbio de inteligência policial sobre
trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a
produção e tráfico de drogas e delitos conexos, em especial
expedição de certificado provisório de registro e
o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de
licenciamento, em favor da autoridade de polícia judiciária
precursores químicos;
ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando estes
livres do pagamento de multas, encargos e tributos III - intercâmbio de informações policiais e
anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que judiciais sobre produtores e traficantes de drogas e seus
decretar o seu perdimento em favor da União. precursores químicos.
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz
decidirá sobre o perdimento do produto, bem ou valor TÍTULO VI - DISPOSIÇÕES FINAIS E
apreendido, sequestrado ou declarado indisponível. TRANSITÓRIAS
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único
§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos
crimes tipificados nesta Lei e que não forem objeto de do art. 1o desta Lei, até que seja atualizada a
tutela cautelar, após decretado o seu perdimento em favor terminologia da lista mencionada no preceito,
da União, serão revertidos diretamente ao Funad. denominam-se drogas substâncias entorpecentes,
psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial,
§ 2o Compete à Senad a alienação dos bens
apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998.
Art. 67. A liberação dos recursos previstos
na Lei no 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor
de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua destruição das amostras guardadas para contraprova,
adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos certificando isso nos autos.
convênios firmados e do fornecimento de dados Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com
necessários à atualização do sistema previsto no art. 17 os Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção
desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias. e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso
Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros, indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social
destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na de usuários e dependentes de drogas.
prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco)
social de usuários e dependentes e na repressão da dias após a sua publicação.
produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 69. No caso de falência ou liquidação
TÍTULO XI - Dos Crimes Contra a Administração
extrajudicial de empresas ou estabelecimentos
Pública
hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim
como nos serviços de saúde que produzirem, venderem,
CAPÍTULO I
adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
drogas ou de qualquer outro em que existam essas
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual
tramite o feito:
Peculato
I - determinar, imediatamente à ciência da
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro,
falência ou liquidação, sejam lacradas suas
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de
instalações;
que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
II - ordenar à autoridade sanitária competente a proveito próprio ou alheio:
urgente adoção das medidas necessárias ao recebimento e Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
guarda, em depósito, das drogas arrecadadas; § 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público,
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o
acompanhar o feito. subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
§ 1o Da licitação para alienação de substâncias ou próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
produtos não proscritos referidos no inciso II do caput deste proporciona a qualidade de funcionário.
artigo, só podem participar pessoas jurídicas regularmente
habilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica que Peculato Culposo
comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser § 2º Se o funcionário concorre culposamente para o crime
arrematado. de outrem:
§ 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3o Pena – detenção, de três meses a um ano.
deste artigo, o produto não arrematado será, ato contínuo § 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano,
à hasta pública, destruído pela autoridade se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade;
sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais sobre se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Drogas e do Ministério Público.
Peculato Mediante Erro de Outrem
§ 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas
Art. 313 Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que,
especialidades farmacêuticas em condições de emprego
no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. Inserção de
Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de
Dados Falsos em Sistema de Informações Art. 313-A. Inserir
saúde.
ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes
falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos
previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito
sistemas informatizados ou bancos de dados da
transnacional, são da competência da Justiça Federal.
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida
Parágrafo único. Os crimes praticados nos
para si ou para outrem ou para causar dano:
Municípios que não sejam sede de vara federal serão
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
processados e julgados na vara federal da circunscrição
multa.
respectiva.
Art. 71. (VETADO)
Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o Modificação ou Alteração não Autorizada de
inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante representação Sistema de Informações
do delegado de polícia ou a requerimento do Ministério
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de
Público, determinará a
informações ou programa de informática sem autorização ou
solicitação de autoridade competente: Pena – detenção, de
3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço
até a metade se da modificação ou alteração resulta dano
para a Administração Pública ou para o administrado.
Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: Pena
– reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o
tomador de serviços; agente alega ou insinua que a vantagem é também
III– omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros destinada a funcionário estrangeiro.
auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais
fatos geradores de contribuições sociais Funcionário Público Estrangeiro
previdenciárias: Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro,
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. para os efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função
espontaneamente, declara e confessa as contribuições, pública em entidades estatais ou em representações
importâncias ou valores e presta as informações devidas diplomáticas de país estrangeiro. Parágrafo único.
à previdência social, na forma definida em lei ou Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exerce
regulamento, antes do início da ação fiscal. cargo, em- prego ou função em empresas controladas,
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de país
somente a de multa se o agente for primário e de bons estrangeiro ou em organizações públicas internacionais.
antecedentes, desde que:
I– (VETADO) CAPÍTULO III
II– o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA
seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência JUSTIÇA
social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais. Reingresso de estrangeiro expulso
§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha Art. 338. Reingressar no território nacional o
de pagamento mensal não ultra- passa R$ 1.510,00 (um estrangeiro que dele foi expulso:
mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena Pena – reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de
de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. nova expulsão após o cumprimento da pena.
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será
reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do Denunciação caluniosa
reajuste dos benefícios da previdência social. Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial,
de processo judicial, instauração de investigação
CAPÍTULO II-A administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR administrativa contra alguém, imputando- lhe crime de que o
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA sabe inocente:
ESTRANGEIRA Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se
Corrupção Ativa em Transação Comercial serve de anonimato ou de nome suposto.
Internacional § 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou prática de contravenção.
indiretamente, vantagem indevida a funcionário público Comunicação Falsa de Crime ou de Contravenção Art.
estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a 340. Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não
transação comercial internacional: Pena – reclusão, de 1 se ter verificado: Pena – detenção, de um a seis
(um) a 8 (oito) anos, e multa. meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço),
se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário Autoacusação Falsa
público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de cri- me
pratica infringindo dever funcional. inexistente ou praticado por outrem:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou
Tráfico de Influência em Transação Comercial multa.
Internacional
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para Falso Testemunho ou Falsa Perícia
outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a
vantagem a pretexto de influir em ato praticado por verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou
funcionário público estrangeiro no exercício de suas intérprete em processo judicial, ou administrativo,
funções, relacionado a transação comercial internacional: inquérito policial, ou em juízo arbitral:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
multa.
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o
crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o
fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo
penal, ou em processo
civil em que for parte entidade da administração § 2º Se quem presta o auxílio é ascendente,
pública direta ou indireta. descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no isento de pena.
processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou
declara a verdade. Favorecimento Real
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer Art. 349. Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria
outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o
intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a proveito do crime:
verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
interpretação: Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou
Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa. Parágrafo facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação
único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em
crime é cometido com o fim de obter prova destinada a estabelecimento prisional.
produzir efeito em processo penal ou em processo civil em Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
que for parte entidade da administração pública direta ou
indireta. Exercício Arbitrário ou Abuso de Poder
Art. 350. Ordenar ou executar medida privativa de
Coação no Curso do Processo liberdade individual, sem as formalidades legais ou com
Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de abuso de poder:
favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, Pena – detenção, de um mês a um ano.
parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada Parágrafo único. Na mesma pena incorre o funcionário que:
a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou I– ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a
em juízo arbitral: estabelecimento destinado a execução de pena privativa
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da de liberdade ou de medida de segurança; II– prolonga a
pena correspondente à violência. execução de pena ou de medida de segurança, deixando
de expedir em tempo oportuno
ou de executar imediata- mente a ordem de liberdade; III–
submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a
Exercício Arbitrário das Próprias Razões vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer IV– efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.
pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de
da pena correspondente à violência. segurança
Parágrafo único. Se não há emprego de violência, Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa
somente se procede mediante queixa. legalmente presa ou submetida a medida de
Art. 346. Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa segurança detentiva:
própria, que se acha em poder de terceiro por Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
determinação judicial ou convenção: § 1º Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa. uma pessoa, ou mediante arromba mento, a pena é de
reclusão, de dois a seis anos.
Fraude Processual § 2º Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se
Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência de processo também a pena correspondente à violência.
civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de § 3º A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime
pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa. preso ou o in- ternado.
Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir efeito § 4º No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia
em processo penal, ainda que não iniciado, as penas ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a
aplicam-se em dobro. um ano, ou multa.
Motim de Presos
Art. 354. Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou
disciplina da prisão:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena
correspondente à violência.
Patrocínio Infiel
Art. 355. Trair, na qualidade de advogado ou pro- curador, o Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena,
em juízo, lhe é confiado: autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa. I– com inobservância de limite, condição ou montante
estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal;
Patrocínio simultâneo ou tergiversação Parágrafo II– quando o montante da dívida consolidada
único. Incorre na pena deste artigo o advogado ou ultrapassa o limite máximo autorizado por lei.
procurador judicial que defende na Inscrição de Despesas não Empenhadas em
mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes Restos a Pagar
contrárias. Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a
pagar, de despesa que não tenha sido previamente
Sonegação de Papel ou Objeto de Valor Probatório Art. empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: Pena
356. Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
autos, documento ou objeto de valor probatório, que
recebeu na qualidade de advogado ou procurador: Assunção de Obrigação no Último Ano do
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa. Mandato ou Legislatura
Exploração de Prestígio Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de
Art. 357. Solicitar ou receber dinheiro ou qual- quer outra obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano
utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser
Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste
intérprete ou testemunha: parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa. Parágrafo contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa:
único. As penas aumentam-se de um terço, se o agente Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se
destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. Ordenação de Despesa não Autorizada
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: Pena
Violência ou Fraude em Arrematação Judicial Art. – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
358. Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial;
afastar ou procurar afastar concorrente ou Prestação de Garantia Graciosa
licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem
oferecimento de vantagem: que tenha sido constituída contra garantia em valor igual
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei:
da pena correspondente à violência. Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Desobediência a Decisão Judicial Sobre Perda ou
Suspensão de Direito Não Cancelamento de Restos a Pagar
Art. 359. Exercer função, atividade, direito, autoridade ou Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de
múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial: promover o cancelamento do montante de restos a pagar
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa. inscrito em valor superior ao permitido em lei: Pena –
detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS Aumento de Despesa Total com Pessoal no Último Ano
Contratação de Operação de Crédito do Mandato Ou Legislatura
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete
crédito, interno ou externo, sem prévia autorização aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta
legislativa: dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
CAPÍTULO VI CAPÍTULO X
Da Reintegração Dos Atos Complementares
Art. 50 - A reintegração, que decorrerá de decisão SEÇÃO I
administrativa ou sentença judiciária passada em julgado, é o Da Posse
ato pelo qual o funcionário demitido reingressa no serviço Art. 61 - Posse é o ato que investe o cidadão em cargo
público, com ressarcimento dos prejuízos decorrentes do ou em função gratificada.
afastamento.
continuar em exercício na repartição em que estiver servindo.
Parágrafo único - Não haverá posse nos casos de promoção, Art. 72 - Nenhum funcionário poderá ter exercício em
remoção, designação para o desempenho de função não serviço ou repartição diferente daquele em que estiver lotado,
gratificada e reintegração. salvo os casos previstos neste Estatuto ou prévia autorização
Art. 62 - São competentes para dar posse: I - do Governador do Estado.
o Governador do Estado; Parágrafo único - Nesta última hipótese, o afastamento do
II - os Secretários de Estado; funcionário só será permitido para fim determinado e por prazo
III - os Diretores de Departamentos diretamente certo.
subordinados ao Governador; Art. 73 - Entende-se por lotação o número de funcionários
IV - as demais autoridades designadas em regulamentos. de cada carreira e de cargos isolados que devam ter exercício
Art. 63 - A posse verificar-se-á mediante a lavratura de um em cada repartição ou serviço.
termo que, assinado pela autoridade que a der e pelo funcionário, Art. 74 - O funcionário deverá apresentar ao órgão
será arquivado no órgão de pessoal da respectiva Repartição, competente, após ter tomado posse e antes de entrar em
depois dos competentes registros. exercício, os elementos necessários a abertura do
Parágrafo único - O funcionário prestará, no ato da posse, o assentamento individual.
compromisso de cumprir fielmente os deveres do cargo ou da Art. 75 - O número de dias que o funcionário gastar em
função. viagem para entrar em exercício será considerado, para todos
Art. 64 - A posse poderá ser tomada por procuração, quando os efeitos, como de efetivo exercício.
se tratar de funcionário ausente do Estado, em missão do Parágrafo único - Esse período de trânsito será contado
Governo, ou em casos especiais, a critério da autoridade da data do desligamento do funcionário.
competente. Art. 76 - Nenhum funcionário poderá ausentar-se do
Art. 65 - A autoridade que der posse deverá verificar, sob Estado, para estudo ou missão de qualquer natureza, com ou
pena de ser pessoalmente responsabilizada, se forem satisfeitas sem ônus para os cofres públicos, sem autorização ou
as condições estabelecidas no art. 13 e as especiais fixadas em designação expressa do Governador do Estado.
lei ou regulamento, para a investidura no cargo ou na função. Art. 77 - O funcionário designado para estudo ou
Art. 66 - A posse deverá verificar-se no prazo de trinta dias, aperfeiçoamento fora do Estado, com ônus para os cofres
contados da data da publicação do decreto no órgão oficial. deste, ficará obrigado a prestar serviços pelo menos por mais
§ 1º - Esse prazo poderá ser prorrogado, por outros trinta três anos.
dias, mediante solicitação escrita e fundamentada do interessado Parágrafo único - Não cumprida essa obrigação indenizará
e despacho da autoridade competente para dar posse. os cofres públicos da importância despendida pelo Estado
§ 2º - Se a posse não se der dentro do prazo inicial e no da com o custeio da viagem de estudo ou aperfeiçoamento.
prorrogação, será tornada sem efeito, por decreto, a nomeação. Art. 78 - Salvo casos de absoluta conveniência, a juízo do
Governador do Estado, nenhum funcionário poderá
SEÇÃO II permanecer por mais de quatro anos em missão fora do
Da Fiança Estado, nem exercer outra senão depois de corridos quatro
Art. 67 - O exercício do cargo cujo provimento, por prescrição anos de serviço efetivo no Estado, contados da data do
legal ou regulamentar, exija fiança, dependerá da prévia regresso.
prestação desta. Art. 79 - O funcionário preso por crime comum ou
§ 1º - A fiança poderá ser prestada: denunciado por crime funcional ou, ainda, condenado por
I - em dinheiro; crime inafiançável em processo no qual não haja pronúncia
II - em títulos da dívida pública; será afastado do exercício até decisão final passada em
III - em apólices de seguro de fidelidade funcional, emitidas julgado.
por institutos oficiais ou companhias legalmente autorizadas. § 1º - Nos casos previstos neste artigo, o funcionário
§ 2º - Não poderá ser autorizado o levantamento da fiança perderá, durante o tempo do afastamento, um terço do
antes de tomadas as contas do funcionário. vencimento ou remuneração, com direito à diferença, se
absolvido.
SEÇÃO III § 2º - No caso de condenação, e se esta não for de
Do Exercício natureza que determine a demissão, será o funcionário
Art. 68 - O início, a interrupção e o reinicio do exercício serão afastado, na forma deste artigo, a partir da decisão definitiva,
registrados no assentamento individual do funcionário. até o cumprimento total da pena, com direito, apenas, a um
Parágrafo único - O início do exercício e as alterações que terço do vencimento ou remuneração.
neste ocorrerem serão comunicados, pelo chefe da repartição ou
serviço em que estiver lotado o funcionário, ao respectivo serviço TÍTULO II
de pessoal e às autoridades, a quem caiba tomar conhecimento. Da Remoção
Art. 69 - O chefe da repartição ou do serviço para que for Art. 80 - A remoção, que se processará a pedido do
designado o funcionário é a autoridade competente para dar-lhe funcionário ou "ex-officio", dar-se-á:
exercício. I - de uma para outra repartição ou serviço;
Art. 70 - O exercício do cargo ou da função terá início dentro II - de um para outro órgão de repartição, ou serviço.
do prazo de trinta dias, contados: § 1º - A remoção só poderá ser feita respeitada a lotação
I - da data da publicação oficial do ato, nos casos de de cada repartição ou serviço.
promoção, remoção, reintegração e designação para função § 2º - A autoridade competente para ordenar a remoção
gratificada; será aquela a quem estiverem subordinados os órgãos, ou as
II - da data da posse, nos demais casos. repartições ou serviços entre os quais ela se faz.
§ 1º - Os prazos previstos neste artigo poderão ser § 3º - Ficam asseguradas à professora primária casada
prorrogados, por solicitação do interessado e a juízo da com servidor federal, estadual e militar as garantias previstas
autoridade competente, desde que a prorrogação não exceda a pela Lei nº 814, de 14/12/51.
trinta dias.
§ 2º - No caso de remoção e transferência, o prazo inicial TÍTULO III
Da Readaptação
para o funcionário em férias ou licenciado, exceto no caso de Art. 81 - Dar-se-á readaptação:
licença para tratar de interesses particulares, será contado da a) nos casos de perda da capacidade funcional decorrente da
data em que voltar ao serviço. modificação do estado físico ou das condições de saúde do
Art. 71 - O funcionário nomeado deverá ter exercício na funcionário, que não justifiquem aaposentadoria;
repartição cuja lotação houver vaga. b) nos casos de desajustamento funcional no exercício das
Parágrafo único - O funcionário promovido poderá
atribuições do cargo isolado de que for titular o funcionário ou da noutros pontos do território nacional ou no estrangeiro, quando
carreira a que pertencer. o afastamento houver sido expressamente autorizado pelo
Art. 82 - A readaptação prevista na alínea "a" do art. anterior Governador do Estado.
verificar-se-á mediante atribuições de novos encargos ao Parágrafo único - Para efeito de promoção por antiguidade,
funcionário, compatíveis com a sua condição física e estada de computar-se-á, como de efetivo exercício, o período de licença
saúde atual. para tratamento de saúde.
Art. 83 - Far-se-á a readaptação prevista na alínea "b" do art. Art. 89 - Na contagem de tempo para os efeitos de
81: aposentadoria, computar-se-á integralmente:
I - pelo cometimento de novos encargos ao funcionário, a) o tempo de serviço público prestado à União, aos
respeitadas as atribuições inerentes ao cargo isolado ou à carreira Municípios do Estado, às entidades autárquicas e paraestatais
a que pertencer, quando se verificar uma das seguintes causas: da União e do Estado;
a) o nível mental ou intelectual do funcionário não b) o período de serviço ativo no Exército, na Armada, nas
corresponder às exigências da função que esteja Forças Aéreas e nas Auxiliares, prestado durante a paz,
desempenhando; computando- se pelo dobro o tempo em operações de guerra;
b) a função atribuída ao funcionário não corresponder aos c) o número de dias em que o funcionário houver
seus pendores vocacionais. trabalhado como extranumerário ou sob outra qualquer forma
II - (Revogado) de admissão, desde que remunerado pelos cofres públicos;
Revogado pela CF (Art. 37, II) que condiciona a investidura d) o período em que o funcionário esteve afastado para
em qualquer cargo ou emprego público à aprovação prévia em tratamento de saúde;
concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvando e) o período em que o funcionário tiver desempenhado,
apenas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei mediante autorização do Governo do Estado, cargos ou
de livre nomeação e exoneração e, portanto, não mais admite a funções federais, estaduais ou municipais;
transferência, sem concurso público, como forma de provimento f) o tempo de serviço prestado, pelo funcionário,
de um para outro cargo ou emprego público. mediante a autorização do Governo do Estado, às
No mesmo sentido, dispõe a CE (Art. 21): “§ 1º A investidura organizações autárquicas e paraestatais;
em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em g) o período relativo à disponibilidade remunerada;
concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as h) o período em que o funcionário tiver desempenhado
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre mandato eletivo federal, estadual ou municipal, antes de haver
nomeação e exoneração. ingressado ou de haver sido readmitido nos quadros do
Art. 84. Revogado, pelas mesmas razões mencionadas na funcionalismo estadual.
nota ao Art. 83. Parágrafo único - O tempo de serviço, a que se referem as
Art. 85. Revogado, pelas mesmas razões mencionadas na alíneas "e" e "f" será computado à vista de certidão passada
nota ao Art. 83. pela autoridade competente.
Art. 86 - A readaptação será sempre "ex-officio" e se fará nos Art. 90 - É vedado a acumulação de tempo de serviço
termos do regulamento próprio. simultaneamente prestado, em dois ou mais cargos ou
funções, à União, ao Estado, aos Municípios e às autarquias.
TÍTULO IV Art. 91 - Para nenhum efeito será computado o tempo de
Do Tempo de Serviço serviço gratuito, salvo o prestado a título de aprendizado em
Art. 87 - A apuração do tempo de serviço, para efeito de serviço público.
aposentadoria, promoção e adicionais, será feita em dias.
§ 1º - Serão computados os dias de efetivo exercício, à vista TÍTULO V
de documentação própria que comprove a frequência, Da Frequência e do
especialmente livro de ponto e folha de pagamento. Horário
§ 2º - Para efeito de aposentadoria e adicionais, o número de Art. 92 - O expediente normal das repartições públicas
dias será convertido em anos, considerado sempre estes como será estabelecido pelo Governo, em decreto, no qual a
de trezentos e sessenta e cinco dias. determinará o número de horas de trabalho normal para os
§ 3º (Revogado) diversos cargos e funções.
Revogado em razão pela lei Complementar nº 64, de 25/3/02 Art. 93 - O funcionário deverá permanecer na repartição
(Art. 8º), que, dispondo sobre aposentadoria do servidor público, durante as horas do trabalho ordinário e as do expediente.
estabeleceu:: “§ 1º É vedada qualquer forma de contagem de Parágrafo único - O disposto no presente artigo aplica- se,
tempo de contribuição fictício.” igualmente, aos funcionários investidos em cargo ou função de
Art. 88 - Serão considerados de efetivo exercício para os chefia.
efeitos do artigo anterior os dias em que o funcionário estiver Art. 94 - A frequência será apurada por meio do ponto.
afastado do serviço em virtude de: Art. 95 - Ponto é o registro pelo qual se verificarão,
I - férias e férias-prêmio; diariamente, as entradas e saídas dos funcionários em
II - casamento, até oito dias; serviço.
III - luto pelo falecimento do cônjuge, filho, pai, mãe e irmão § 1º - Nos registros de ponto deverão ser lançados todos
até oito dias; os elementos necessários à apuração da frequência.
IV - exercício de outro cargo estadual, de provimento em § 2º - Salvo nos casos expressamente previstos em lei ou
comissão; regulamento é vedado dispensar o funcionário de registro de
V - convocação para serviço militar; ponto e abonar faltas ao serviço.
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; Art. 96 - O período de trabalho poderá ser antecipado ou
VII - exercício de funções de governo ou administração em prorrogado para toda repartição ou partes, conforme a
qualquer parte do território estadual, por nomeação do necessidade do serviço.
Governador do Estado;
Parágrafo único - No caso de antecipação ou prorrogação
VIII - exercício de funções de governo ou administração desse período, será remunerado o trabalho extraordinário, na
em qualquer parte do território nacional, por nomeação do forma estabelecida no Capítulo VII do Título VII.
Presidente da República; Art. 97 - Nos dias úteis, só por determinação do Governador
IX - desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou do Estado poderão deixar de funcionar as repartições públicas,
municipal; ou ser suspensos os seus trabalhos, em todo ou em parte.
X - licença ao funcionário acidentado em serviço ou Art. 98 - Para efeito de pagamento, apurar-se-á a frequência
atacado de doença profissional; do seguinte modo:
XI - licença à funcionária gestante; I - pelo ponto;
XII - missão ou estudo de interesse da administração, II - pela forma que for determinada, quanto aos
funcionários não sujeitos a ponto. a) dispensa a pedido do funcionário;
Parágrafo único - Haverá um boletim padronizado para a b) dispensa a critério da autoridade;
comunicação da frequência. c) não haver o funcionário designado assumido o
Art. 99 - O funcionário perderá: exercício dentro do prazo legal;
I - o vencimento ou remuneração do dia, se não comparecer d) destituição na forma do art. 248.
ao serviço;
II - um quinto do vencimento ou remuneração, quando CAPÍTULO II
comparecer depois da hora marcada para início do expediente, Da Exoneração
até 55 minutos; Art. 106 - Dar-se-á exoneração:
III - o vencimento ou remuneração do dia, quando a) a pedido do funcionário;
comparecer na repartição sem a observância do limite horário b) a critério do Governo, quando se tratar de ocupante de
estabelecido no item anterior; cargo em comissão, ou interino em cargo de carreira ou
IV - quatro quintos do vencimento ou remuneração, quando isolado, de provimento efetivo; A alínea b está parcialmente
se retirar da repartição no fim da segunda hora do expediente; revogada pela Lei nº 3.214, de 16/10/64, que revogou todas as
V - três quintos do vencimento ou remuneração, quando se disposições estatutárias pertinentes à interinidade.
retirar no período compreendido entre o princípio e o fim da c) quando o funcionário não satisfizer as condições de
terceira hora do expediente; estágio probatório;
VI - dois quintos do vencimento ou remuneração, quando se d) e
retirar no período compreendido entre o princípio e o fim da e) Revogadas pela Lei nº 3.214, de 16/10/64, que revogou
quarta hora; todas as disposições estatutárias pertinentes à interinidade.
VII - um quinto do vencimento ou remuneração, quando se
retirar do princípio da quinta hora em diante. CAPÍTULO III
Art. 100 - No caso de faltas sucessivas, serão computados, Da Demissão
para efeito de descontos, os domingos e feriados intercalados. Art. 107 - A demissão será aplicada como penalidade.
Art. 101 - O funcionário que, por motivo de moléstia grave ou
súbita, não puder comparecer ao serviço, fica obrigado a fazer CAPÍTULO IV
pronta comunicação do fato, por escrito ou por alguém a seu Da Aposentadoria
rogo, ao chefe direto, cabendo a este mandar examiná-lo, Art. 108. (Revogado) - A matéria é atualmente regulada
imediatamente, na forma do Regulamento. pelo Art. 40 da CF e, no plano estadual, pelo Art. 8º da Lei
Art. 102 - Aos funcionários que sejam estudantes será Complementar nº 64, de 25/3/02.
possibilitada, nos termos dos regulamentos, tolerância quanto ao a) compulsoriamente, aos setenta anos de idade;
comparecimento normal do expediente da repartição, obedecidas b) se o requerer, quando contar 30 anos de serviço;
as seguintes condições: c) quando verificada a sua invalidez para o serviço
a) deverá o interessado apresentar, ao órgão de pessoal público;
respectivo, atestado fornecido pela Secretaria do Instituto de d) quando inválido em consequência de acidente ou
Ensino comprovando ser aluno do mesmo e declarando qual o agressão, não provocada, no exercício de suas atribuições, ou
horário das aulas; doença profissional;
b) apresentará o interessado, mensalmente, atestado de e) quando acometido de tuberculose ativa, alienação
frequência às aulas, fornecido pela aludida Secretaria da escola; mental, neoplasia maligna, cegueira, cardiopatia
c) o limite da tolerância será, no máximo, de uma hora e trinta descompensada, hanseníase, leucemia, pênfigo foliáceo,
minutos por dia; paralisia, síndrome da imunodeficiência adquirida - AIDS-,
d) comprometer-se-á o interessado a manter em dia e em nefropatia grave, esclerose múltipla, doença de Parkinson,
boa ordem os trabalhos que lhe forem confiados, sob pena de espondiloartrose anquilosante, mal de Paget, hepatopatia
perda da regalia. grave ou outra doença que o incapacite para o exercício da
função pública.
TÍTULO VI § 1º - Acidente é o evento danoso que tiver como causa
Da Vacância mediata ou imediata o exercício das atribuições inerentes ao
cargo.
CAPÍTULO I § 2º - Equipara-se a acidente a agressão sofrida e não
Disposições Gerais provocada pelo funcionário no exercício de suas atribuições.
Art. 103 - A vacância do cargo decorrerá de: § 3º - A prova de acidente será feita em processo especial,
a) exoneração; no prazo de oito dias, prorrogável quando as circunstâncias o
b) demissão; exigirem, sob pena de suspensão.
c) promoção; § 4º - Entende-se por doença profissional a que decorrer
d) transferência; CF (Art. 37, II) não mais admite a das condições do serviço ou de fato nele ocorrido, devendo o
transferência, sem concurso público, como forma de provimento laudo médico estabelecer-lhe a rigorosa caracterização.
de um para outro cargo ou emprego público.
e) aposentadoria; § 5º - A aposentadoria, a que se referem as alíneas "c", "d" e
"e” só será concedida quando verificado o caráter incapacitante
f) posse em outro cargo, desde que dela se verifique e irreversível da doença ou da lesão, que implique a
acumulação vedada; impossibilidade de o servidor reassumir o exercício do cargo
g) falecimento. mesmo depois de haver esgotado o prazo máximo admitido neste
Art. 104 - Verificada vaga em uma carreira, serão, na Estatuto para o gozo de licença para tratamento de saúde.
mesma data, consideradas abertas todas as que decorrerem § 6º - No caso de serviços que, por sua natureza, demandem
do seu preenchimento. tratamento especial, a lei poderá fixar, para os funcionários que
Parágrafo único - Verifica-se a vaga na data: neles trabalhem redução dos prazos relativos à aposentadoria
I - do falecimento do ocupante do cargo; requerida ou idade inferior para a compulsória.
II - da publicação do decreto que transferir aposentar, § 7º, 8º e § 9º (Revogados) - A matéria é atualmente regulada
demitir ou exonerar o ocupante do cargo; pelo Art. 40 da CF e, no plano estadual, pelo Art. 8º da Lei
III - da publicação da lei que criar o cargo, e conceder Complementar nº 64/02.
dotação para o seu provimento, ou da que determinar apenas Art. 109 - A aposentadoria dependente de inspeção médica
esta última medida, se o cargo estiver criado; só será decretada depois de verificada a impossibilidade de
IV - da aceitação de outro cargo pela posse do mesmo, readaptação do funcionário.
quando desta decorra acumulação legalmente vedada. Art. 110. (Revogado) - A matéria é atualmente regulada pelo
Art. 105 - Quando se tratar de função gratificada dar-se-á Art. 40 da CF e, no plano estadual, pelo Art. 8º da Lei
a vacância por: Complementar nº 64, de 25/3/02.
Art. 111 - (Revogado pelo art. 18 da Lei nº 1435, de IV - por filha solteira que não tiver profissão lucrativa;
30/1/1956.) V - por filho estudante que frequentar curso secundário ou
Art. 112. (Revogado) - As disposições estatutárias superior em estabelecimento de ensino oficial ou particular
pertinentes à interinidade foram todas revogadas pela Lei nº fiscalizado pelo Governo, e que não exerça atividade lucrativa,
3.214, de 16/10/64. até a idade de 24 anos.
Art. 113 - Os proventos da inatividade serão revistos sempre Parágrafo único - Compreendem-se neste artigo os filhos
que, por motivo de alteração de poder aquisitivo da moeda, se de qualquer condição, os enteados, os adotivos e o menor que,
modificar os vencimentos dos funcionários em atividade. mediante autorização judicial, viver sob a guarda e sustento do
Art. 114 - (Vetado). funcionário.
Art. 115 - Os vencimentos da aposentadoria não poderão ser Art. 127 - Quando pai ou mãe forem funcionários inativos
superiores ao vencimento ou remuneração da atividade, nem e viverem em comum, o abono de família será concedido
inferiores a um terço. àquele que tiver o maior vencimento.
Art. 116 - Serão incorporados aos vencimentos, para efeito § 1º - Se não viverem em comum, será concedido ao que
de aposentadoria: tiver os dependentes sob sua guarda.
a) os adicionais por tempo de serviço; § 2º - Se ambos os tiverem, será concedido a um e outro
b) adicional de família extinguindo-se à medida que os filhos, dos pais, de acordo com a distribuição dos dependentes.
existentes ao tempo da aposentadoria, forem atingindo o limite Art. 128 - (Revogado pelo art. 4º da Lei nº 937/1953.)
de idade estabelecida no art. 126, nº II; Art. 129 - O abono de família será pago, ainda nos casos
c) (Revogada pelo art. 129 da Lei nº 3214/1964.) em que o funcionário ativo ou inativo deixar de perceber
d) (Vetado). vencimento, remuneração ou provento.
Art. 117 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3214/1964.) Art. 130 - O abono de família não está sujeito a qualquer
imposto ou taxa, mas servirá de base para qualquer
TÍTULO VII contribuição ou consignação em folha, inclusive para fins de
Dos Direitos, Vantagens e Concessões previdência social.
CAPÍTULO I
Disposições Gerais CAPÍTULO IV
Art. 118 - Além de vencimento ou da remuneração do cargo Do Auxílio para
o funcionário poderá auferir as seguintes vantagens: Diferença de Caixa
I - ajuda de custo; II - Art. 131 - Ao funcionário que, no desempenho de suas
diárias; atribuições comuns, pagar ou receber, em moeda corrente,
III - auxílio para diferença de caixa; IV poderá ser concedido um auxílio, fixado em lei, para
- abono de família; compensar as diferenças de caixa.
V - gratificações; VI Parágrafo único - O auxílio não poderá exceder a cinco por
- honorários; cento do padrão de vencimento e só será concedido dentro
VII - quotas-partes e percentagens previstas em lei; dos limites da dotação orçamentária.
VIII - adicionais previstos em lei.
Art. 119 - Excetuados os casos expressamente previstos no CAPÍTULO V
artigo anterior, o funcionário não poderá receber, a qualquer Da Ajuda de Custo
título, seja qual for o motivo ou a forma de pagamento, nenhuma Art. 132 - Será concedida ajuda de custo ao funcionário
outra vantagem pecuniária dos órgãos ou serviços públicos, das que, em virtude de transferência, remoção, designação para
entidades autárquicas ou paraestatais, ou organizações públicas, função gratificada, passar a ter exercício em nova sede, ou
em razão de seu cargo ou função, nos quais tenha sido mandado quando designado para serviço ou estudo fora do Estado.
servir, ou ainda de particular. § 1º - A ajuda de custo destina-se a indenizar o funcionário
das despesas de viagem e de nova instalação.
CAPÍTULO II § 2º - O transporte do funcionário e de sua família correrá
Do Vencimento e da Remuneração por conta do Estado.
Art. 120 - Vencimento é a retribuição paga ao funcionário Art. 133 - A ajuda de custo será arbitrada pelos
pelo efetivo exercício do cargo correspondente ao padrão fixado Secretários do Estado e Diretores de Departamento
em lei. diretamente subordinados ao Governador do Estado, tendo
Art. 121 - Remuneração é a retribuição paga ao funcionário em vista cada caso, as condições de vida na nova sede, a
pelo efetivo exercício do cargo correspondente ao padrão de distância que deverá ser percorrida, o tempo de viagem e os
vencimento e mais as quotas ou porcentagens, que, por lei, lhe recursos orçamentários disponíveis.
tenham sido atribuídas.
§ 1º - A ajuda de custo não poderá ser inferior à importância
Art. 122 - Somente nos casos previstos em lei poderá correspondente a um mês de vencimento e nem superior a três,
perceber vencimento ou remuneração o funcionário que não salvo quando se tratar do funcionário designado para serviço ou
estiver no exercício do cargo. estudo no estrangeiro.
Art. 123 - O funcionário nomeado para exercer cargo § 2º - No caso de remuneração, calcular-se-á sobre a média
isolado, provido em comissão, perderá o vencimento ou mensal da mesma no último exercício financeiro.
remuneração ao cargo efetivo, salvo opção. § 3º - Será a ajuda de custo calculada, nos casos de
Art. 124 - O vencimento ou a remuneração dos promoção, na base do vencimento ou remuneração do novo
funcionários não poderão ser objeto de arresto, sequestro ou cargo a ser exercido.
penhora, salvo quando se tratar: Art. 134 - A ajuda de custo será paga ao funcionário
I - de prestação de alimentos, na forma da lei civil; adiantadamente no local da repartição ou do serviço do que foi
II - de dívida à Fazenda Pública. desligado.
Art. 125 - A partir da data da publicação do decreto que o Parágrafo único - O funcionário sempre que o preferir, poderá
promover, ao funcionário, licenciado ou não, ficarão receber, integralmente, a ajuda de custo, na sede da nova
assegurados os direitos e o vencimento ou a remuneração repartição ou serviço.
decorrentes da promoção. Art. 135 - Não será concedida a ajuda de custo:
I - quando o funcionário se afastar da sede, ou a ela voltar,
CAPÍTULO III
em virtude de mandato eletivo;
Do Abono de Família
II quando for posto à disposição do Governo Federal,
Art. 126 - O abono de família será concedido, na forma
municipal e de outro Estado;
da Lei, ao funcionário ativo ou inativo:
I - pela esposa; III - quando for transferido ou removido a pedido ou permuta,
II - por filho menor de 21 anos que não exerça profissão inclusive.
lucrativa; Art. 136 - Restituirá a ajuda de custo que tiver recebido:
III - por filho inválido ou mentalmente incapaz; I - o funcionário que não seguir para a nova sede dentro dos
prazos determinados;
II - o funcionário que, antes de terminado o desempenho da público, prevista na alínea c, foi extinta pelo Art. 35, II, da Lei
incumbência que lhe foi cometida, regressar da nova sede, pedir nº 3.214, de 16/10/64.
exoneração ou abandonar o serviço. d) (Revogado) - A gratificação de representação, quando
§ 1º - A restituição será feita parceladamente, salvo no caso em serviço ou estudo no estrangeiro ou no país, prevista na
de recebimento indevido, em que a importância correspondente alínea d, foi extinta pelo Art. 35, III, da Lei nº 3.214, de
será descontada integralmente do vencimento ou remuneração, 16/10/64.
sem prejuízo da aplicação da pena disciplinar cabível na espécie. e) quando regularmente nomeado ou designado para
§ 2º - A responsabilidade pela restituição de que trata este fazer parte do órgão legal de deliberação coletiva ou para
artigo atinge exclusivamente a pessoa do funcionário. cargo ou função de confiança;
§ 3º - Se o regresso do funcionário for determinado pela f) pela prestação de serviço extraordinário;
autoridade competente, ou, em caso de pedido de exoneração, g) de função de chefia prevista em lei;
apresentado pelo menos noventa dias após seus exercício na h) (Revogado) - A alínea h dispunha sobre o adicional por
nova sede, ou doença comprovada, não ficará ele obrigado a tempo de serviço, suprimido a partir da vigência da EC nº 57,
restituir a ajuda de custo. de 15/7/03.
Art. 137 - O transporte do funcionário e de sua família § 1º - A gratificação a que se refere a alínea "e" deste artigo
compreende passagens e bagagens, observado, quanto a estas, será fixada no limite máximo de um terço do vencimento ou
o limite estabelecido no regulamento próprio. remuneração.
§ 1º - Poderá ainda ser fornecida passagem a um serviçal § 2º - Será estabelecido em decreto o quanto das
que acompanhe o funcionário. gratificações a que se referem as alíneas "a" e "b" deste artigo.
§ 2º - O funcionário será obrigado a repor a importância Art. 144 - A gratificação pelo exercício em determinadas
correspondente ao transporte irregularmente requisitado, além de zonas ou locais e pela execução de trabalhos de natureza
sofrer a pena disciplinar que for aplicável. especial, com risco da vida ou da saúde, será determinada em
Art. 138 - Compete ao Governador do Estado arbitrar a ajuda lei.
de custo que será paga ao funcionário designado para serviço ou Art. 145. (Revogado) - O Art. 145 estabelecia que a
estudo fora do Estado. gratificação pela elaboração de trabalho técnico ou científico,
Parágrafo único - A ajuda de custo, de que trata este artigo, ou de utilidade para o serviço público, seria arbitrada pelo
não poderá ser inferior a um mês de vencimento ou remuneração Governador do Estado, após sua conclusão. Tal gratificação,
do funcionário. porém, foi extinta pelo Art. 35, II, da Lei nº 3.214, de 16/10/64.
Art. 146. (Revogado) - O Art. 146 dispunha sobre a
CAPÍTULO VI gratificação de representação, extinta pelo Art. 35, III, da Lei
Das Diárias nº 3.214, de 16/10/64.
Art. 139 - O funcionário que se deslocar de sua sede, Art. 147. (Revogado) - O Art. 147 dispunha sobre a
eventualmente e por motivo de serviço, faz jus à percepção de gratificação relativa ao exercício em órgão legal de deliberação
diária, nos termos de regulamento. coletiva, revogada pela Lei nº 13.405, de 15/12/99.
§ 1º - A diária não é devida: Art. 148. A gratificação pela prestação de serviço
1) no período de trânsito, ao funcionário removido ou extraordinário, que não poderá, em hipótese alguma, exceder
transferido. o vencimento do funcionário, será: (A CF (Art. 7º, XVI, c/c Art.
2) quando o deslocamento do funcionário durar menos de 39, § 2º) manda remunerar o trabalho extraordinário com o
seis horas; mínimo de 50% do salário normal. )
3) quando o deslocamento se der para a localidade onde o a) (Revogado)
funcionário resida; O valor da gratificação pela prestação de serviço
4) quando relativa a sábado, domingo ou feriado, salvo se a extraordinário seria arbitrado pelo Secretário ou dirigente de
permanência do funcionário fora da sede nesses dias for órgão diretamente subordinado ao Governador. A matéria é
conveniente ou necessária ao serviço. atualmente regulada pela Lei nº 10.363, de 27/12/90.
§ 2º - Sede é a localidade onde o funcionário tem exercício.
Art. 140 - O pagamento de diária, que pode ser feito b) paga por hora de trabalho prorrogado ou antecipado.
antecipadamente, destina-se a indenizar o funcionário por § 1º - No caso da alínea "b", a gratificação será paga por hora
de trabalho antecipado ou prorrogado, salvo quando a
despesas com alimentação e pousada, devendo ocorrer por prorrogação for apenas de uma hora e tiver corrido apenas duas
dia de afastamento e pelo valor fixado no regulamento. vezes no mês, caso em que não será remunerada.
§ 1º - A diária é integral quando o afastamento se der por § 2º - Entende-se por serviço extraordinário todo e qualquer
mais de doze horas e exigir pousada paga pelo funcionário. trabalho previsto em regimento ou regulamento, executado fora
§ 2º - Ocorrendo afastamento por até doze horas, é devida da hora do expediente regulamentar da repartição e previamente
apenas a parcela da diária relativa a alimentação. autorizado pelo Secretário de Estado ou Diretor de Departamento
Art. 141 - É vedado o pagamento com qualquer outra diretamente subordinado ao Governador do Estado.
retribuição de caráter indenizatório de despesa com § 3º - O pagamento de que trata este artigo será efetuado
alimentação e pousada. mediante folha especial previamente aprovada pela autoridade a
Art. 142 - Constitui infração disciplinar grave, punível na que se refere o parágrafo anterior e publicado no órgão oficial, da
forma da lei, conceder ou receber diária indevidamente. qual constem o nome do funcionário, cargo, o vencimento
mensal, e o número de horas de serviço extraordinário, a
CAPÍTULO VII gratificação arbitrada, se for o caso, e a importância total de
Das Gratificações despesa.
Art. 143 - Será concedida gratificação ao funcionário: Art. 149 - O funcionário perceberá honorário quando
a) (Revogado) - A gratificação pelo exercício em designado para exercer, fora do período normal ou extraordinário
determinadas zonas ou locais, prevista na alínea a, foi extinta de trabalho, as funções de auxiliar ou membro de bancas e
pelo Art. 35, I, da Lei nº 3.214, de 16/10/64. comissões de concursos ou provas, de professor ou auxiliar de
b) pela execução de trabalho de natureza especial, com cursos legalmente instituídos.
risco de vida ou saúde; - O adicional pela execução de trabalho
de natureza especial, com risco de vida ou saúde, a que se CAPÍTULO VIII
refere a alínea b, foi substituído pelos adicionais de Da Função Gratificada
insalubridade, de periculosidade e de atividade penosa, Art. 150 - Função gratificada é a instituída em lei para
previstos no Art. 13 da Lei nº 10.745, de 25/3/92, atender os encargos de chefia e outros que a lei determinar.
regulamentado pelo Decreto nº 39.032, de 8/9/97.
c) (Revogado) - A gratificação pela elaboração de
trabalho técnico ou científico de utilidade para o serviço
Art. 151 - Não perderá a gratificação o funcionário que deixar III - por motivo de doença em pessoa de sua família;
de comparecer ao serviço em virtude de férias, luto, casamento, IV - no caso previsto no art. 175;
doença comprovada, serviços obrigatórios por lei. V - quando convocado para serviço militar;
CAPÍTULO IX VI - para tratar de interesses particulares;
Das Férias VII - no caso previsto no art. 186.
Art. 152 - O funcionário gozará, obrigatoriamente, por ano Art. 159 - Aos funcionários interinos e aos em comissão não
vinte e cinco dias úteis de férias, observada a escala que for será concedida licença para tratar de interesses particulares.
organizada de acordo com conveniência do serviço, não sendo Art. 160 - A competência para a concessão de licença para
permitida a acumulação de férias. tratamento de saúde será definida em regulamento próprio.
§ 1º - Na elaboração da escala, não será permitido que Art. 161 - A licença dependente de inspeção médica será
entrem em gozo de férias, em um só mês, mais de um terço de concedida pelo prazo indicado no respectivo laudo.
funcionários de uma seção ou serviço. Parágrafo único - Antes de findo esse prazo o funcionário
§ 2º - É proibido levar à conta de férias qualquer falta ao será submetido a nova inspeção e o laudo médico concluirá
trabalho. pela sua volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela
§ 3º - Ingressando no serviço público estadual, somente aposentadoria.
depois do 11º mês de exercício poderá o funcionário gozar férias. Art. 162 - Finda a licença, o funcionário deverá reassumir,
Art. 153 - Durante as férias, o funcionário terá direito ao imediatamente, o exercício do cargo, se assim concluir o laudo
vencimento ou remuneração e a todas as vantagens, como se de inspeção médica, salvo caso de prorrogação, mesmo sem
estivesse em exercício exceto a gratificação por serviço o despacho final desta.
extraordinário. Art. 163 - As licenças concedidas dentro de sessenta dias
Art. 154 - O funcionário promovido, transferido ou removido, contados da terminação da anterior serão consideradas como
quando em gozo de férias, não será obrigado a apresentar-se prorrogação.
antes de terminá-las. Art. 164 - O funcionário não poderá permanecer em licença
Art. 155 - É facultado ao funcionário gozar férias onde lhe por prazo superior a 24 meses salvo o portador de tuberculose,
convier, cumprindo-lhe, entretanto, antes do seu início, comunicar lepra ou pênfigo foliáceo, que poderá ter mais três
o seu endereço eventual ao chefe da repartição ou serviço a que prorrogações de 12 meses cada uma, desde que, em exames
estiver subordinado. periódicos anuais, não se tenha verificado a cura.
Art. 165 - Decorrido o prazo estabelecido no artigo
CAPÍTULO X anterior, o funcionário será submetido à inspeção médica e
Das Férias-Prêmio aposentado, se for considerado definitivamente inválido para o
Art. 156 - O funcionário gozará férias-prêmio correspondente serviço público em geral.
a decênio de efetivo exercício em cargos estaduais na base de Art. 166 - O funcionário poderá gozar licença onde lhe
quatro meses por decênio. (O caput do Art. 156 foi parcialmente convier, ficando obrigado a comunicar, por escrito, o seu
revogado pelo Art. 31, § 4º, da CE, que concede três meses de endereço ao chefe a que estiver imediatamente subordinado.
férias-prêmio “a cada período de Art. 167 - O funcionário acidentado no exercício de suas
5 (cinco) anos de efetivo exercício no serviço público do Estado atribuições terá assistência hospitalar, médica e farmacêutica
de Minas Gerais”). dada a custa do Instituto de Previdência dos Servidores do
§ 1º - As férias-prêmio serão concedidas com o vencimento Estado de Minas Gerais.
ou remuneração e todas as demais vantagens do cargo,
excetuadas somente as gratificações por serviços SEÇÃO II
extraordinários, e sem perda da contagem de tempo para todos Licença para
os efeitos, como se estivesse em exercício. Tratamento de Saúde
§ 2º - Para tal fim, não se computará o afastamento do Art. 168 - A licença para tratamento de saúde será
exercício das funções, por motivo de: concedida a pedido do funcionário ou "ex-officio".
a) gala ou nojo, até 8 dias cada afastamento; Parágrafo único - Num e noutro caso de que cogita este artigo
b) férias anuais; é indispensável a inspeção médica, que deverá realizar-se,
c) requisição de outras entidades públicas, com sempre que necessária, na residência do funcionário.
afastamento autorizado pelo Governo do Estado; Art. 169 - O funcionário licenciado para tratamento de saúde
d) viagem de estudo, aperfeiçoamento ou representação não poderá dedicar-se a qualquer atividade remunerada.
fora da sede, autorizada pelo Governo do Estado; Art. 170 - Quando licenciado para tratamento de saúde,
e) licença para tratamento de saúde até 180 dias; acidente no serviço de suas atribuições, ou doença profissional,
f) júri e outros serviços obrigatórios por lei; o funcionário receberá integralmente o vencimento ou a
g) exercício de funções de governo ou administração em remuneração e demais vantagens.
qualquer parte do território estadual, por nomeação do Art. 171 - O funcionário licenciado para tratamento de saúde
Governo do Estado. é obrigado a reassumir o exercício, se for considerado apto em
§ 3º - O servidor público terá, automaticamente, contado inspeção médica "ex-officio".
em dobro, para fins de aposentadoria e vantagens dela Parágrafo único - O funcionário poderá desistir da licença
decorrentes, o tempo de férias-prêmio não gozadas. desde que, mediante inspeção médica, seja julgado apto para
Art. 157 - O pedido de concessão de férias-prêmio deverá o exercício.
ser instruído com certidão de contagem de tempo fornecida Art. 172 - O funcionário atacado de tuberculose ativa,
pela repartição competente. cardiopatia descompensada, alienação mental, neoplasia
Parágrafo único - Considera-se repartição competente maligna, leucemia, cegueira, lepra, pênfigo foliáceo ou paralisia
para tal fim aquela que dispuser de elementos para certificar o que o impeça de locomover-se, será compulsoriamente
tempo de serviço mediante fichas oficiais cópias de folhas de licenciado, com vencimento ou remuneração integral e demais
pagamento ou registro de ponto. vantagens.
Parágrafo único - Para verificação das moléstias referidas
CAPÍTULO XI neste artigo, a inspeção médica será feita obrigatoriamente por
Das Licenças uma junta médica oficial, de três membros, todos os presentes.
SEÇÃO I
Art. 173 - O funcionário, durante a licença, ficar obrigado a
Disposições Gerais
seguir rigorosamente o tratamento médico adequado à doença,
Art. 158 - O funcionário poderá ser licenciado:
sob pena de lhe ser suspenso o pagamento de vencimento ou
I - para tratamento de saúde;
remuneração.
II - quando acidentado no exercício de suas atribuições
§ 1º - No caso de alienado mental, responderá o curador pela
ou atacado de doença profissional;
obrigação de que trata este artigo.
§ 2º - A repartição competente fiscalizará a observância do tratar de interesses particulares.
disposto neste artigo. § 1º - A licença poderá ser negada quando o afastamento
Art. 174 - A licença será convertida em aposentadoria, na do funcionário for inconveniente ao interesse do serviço.
forma do art. 165, e antes do prazo nele estabelecido, quando § 2º - O funcionário deverá aguardar em exercício a
assim opinar a junta médica, por considerar definitiva, concessão da licença.
paraserviço público em geral, a invalidez do funcionário. Art. 180 - Não será concedida licença para tratar de
interesses particulares ao funcionário nomeado, removido ou
SEÇÃO III transferido, antes de assumir o exercício.
Licença à Funcionária Art. 181 - Não será, igualmente, concedida licença para
Gestante tratar de interesses particulares ao funcionário que, a
Art. 175 - À funcionária gestante será concedida, mediante qualquer título, estiver ainda obrigado a indenização ou
inspeção médica, licença, por três meses, com vencimento ou devolução aos cofres públicos.
remuneração e demais vantagens. Art. 182 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5945, de
§ 1º - A licença só poderá ser concedida para o período que 11/7/1972.)
compreenda, tanto quanto possível, os últimos quarenta e Art. 183 - O funcionário poderá, a qualquer tempo,
cinco dias da gestação e o puerpério. reassumir o exercício desistindo da licença.
§ 2º - A licença deverá ser requerida até o oitavo mês da Art. 184 - A autoridade que houver concedido a licença
gestação, competindo à junta médica fixar a data do seu início. poderá, a todo tempo, desde que o exija o interesse do serviço
§ 3º - O pedido encaminhado depois do oitavo mês da público, cassá-la, marcando razoável prazo para que o
gestação será prejudicado quanto à duração da licença, que se funcionário licenciado reassuma o exercício.
reduzirá dos dias correspondentes ao atraso na formulação do Art. 185 - (Vetado).
pedido.
SEÇÃO VII
§ 4º - Se a criança nascer viva, prematuramente, antes que
Licença à Funcionária
a funcionária tenha requerido a licença, o início desta será a
Casada com Funcionário
partir da data do parto.
Art. 186 - A funcionária casada com funcionário estadual,
SEÇÃO IV federal ou militar, terá direito a licença, sem vencimento ou
Licença por Motivo de Doença remuneração, quando o marido for mandado servir,
independentemente de solicitação, em outro ponto do Estado
em Pessoa da Família
ou do território nacional ou no estrangeiro.
Art. 176 - O funcionário poderá obter licença por motivo de
Parágrafo único - A licença será concedida mediante
doença na pessoa do pai, mãe, filhos ou cônjuge de que não
pedido, devidamente instruído, e vigorará pelo tempo que
esteja legalmente separado.
durar a comissão ou nova função do marido.
§ 1º - (Vetado).
§ 2º - Provar-se-á a doença mediante inspeção médica, na CAPÍTULO XII
forma prevista em lei, para a licença de que trata o artigo. Da Estabilidade
§ 3º - (Vetado). Art. 187. O funcionário adquirirá estabilidade depois de:
I - (Revogado) - O inciso I assegurava a estabilidade do
SEÇÃO V servidor aos dois anos de exercício, quando nomeado em virtude
Licença para Serviço Militar de concurso. Foi revogado pela CF, que dispõe: “Art.
Art. 177 - Ao funcionário que for convocado para o 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os
serviço militar e outros encargos de segurança nacional, será servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em
concedida licença com vencimento ou remuneração e virtude de concurso público.” Dispõe a CE: “Art. 35. É estável,
demais vantagens, descontada mensalmente a importância após três anos de efetivo exercício, o servidor público nomeado
que receber na qualidade de incorporado. para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.”
§ 1º - A licença será concedida mediante comunicação do II - (Revogado) - Revogado pelo Art. 21, § 1º, da CE, que não
funcionário ao chefe da repartição ou do serviço, mais admite a nomeação de servidor efetivo sem concurso.
acompanhada de documento oficial de que prove a Parágrafo único. Não adquirirão estabilidade, qualquer que
incorporação. seja o tempo de serviço, o funcionário interino e, no cargo em que
§ 2º - O funcionário desincorporado reassumirá estiver substituindo ou comissionado, o nomeado em comissão
imediatamente o exercício, sob pena de perda do vencimento ou em substituição. (Todas as disposições estatutárias
ou remuneração e, se a ausência exceder a trinta dias, de pertinentes à interinidade foram revogadas pela Lei nº 3.214, de
demissão, por abandono do cargo. 16/10/64).
§ 3º - Tratando-se de funcionário cuja incorporação tenha Art. 188 - Para fins de aquisição de estabilidade, só será
perdurado pelo menos um ano, o chefe da repartição ou contado o tempo de serviço efetivo, prestado em cargos
serviço a que tiver de se apresentar o funcionário poderá estaduais.
conceder-lhe o prazo de quinze dias para reassumir o Parágrafo único - Desligando-se do serviço público estadual
exercício, sem perda de vencimento ou remuneração. e sendo readmitido ou nomeado para outro cargo estadual, a
§ 4º - Quando a desincorporação se verificar em lugar contagem de tempo será feita, para fim de estabilidade, na data
diverso do exercício, os prazos para a apresentação do da nova posse.
funcionário à sua repartição ou serviço serão os marcados Art. 189 - Os funcionários públicos perderão o cargo:
no artigo 70. I - quando vitalícios, somente em virtude de sentença
Art. 178 - Ao funcionário que houver feito curso para oficial judiciária;
da reserva das forças armadas, será também concedida II - quando estáveis, no caso do número anterior, no de
licença com vencimento ou remuneração e demais vantagens extinguir o cargo ou no de serem demitidos mediante processo
durante os estágios prescritos pelos regulamentos militares, administrativo em que se lhes tenha assegurada ampla defesa.
quando por estes não tiver direito àquele pagamento, Parágrafo único - A estabilidade não diz respeito ao cargo,
assegurados, em qualquer caso, o direito de opção. ressalvando-se à administração o direito de readaptar o
funcionário em outro cargo, removê-lo, transferi-lo ou transformar
SEÇÃO VI o cargo, no interesse do serviço.
Licença para Tratar
de Interesses Particulares CAPÍTULO XIII
Art. 179 - Depois de dois anos de exercício, o funcionário Da Disponibilidade
poderá obter licença, sem vencimento ou remuneração, para Art. 190 - Quando se extinguir o cargo, o funcionário estável
ficará em disponibilidade remunerada, com vencimento ou
remuneração integral e demais vantagens, até o seu obrigatório 70, de 30/7/2003.)
aproveitamento em outro cargo de natureza, vencimentos ou § 1º - A despesa correrá pela dotação própria do cargo,
remuneração compatíveis com o que ocupava. não podendo, por esse motivo, o nomeado, para preenchê- lo,
entrar em exercício antes de decorridos trinta dias do
CAPÍTULO XIV falecimento do seu antecessor.
Do Direito de Petição § 2º - O pagamento será efetuado, pela respectiva
Art. 191 - É assegurado ao funcionário o direito de requerer repartição pagadora, no dia em que lhe forem apresentadas o
ou representar. atestado de óbito, se houver cônjuge, ou os comprovantes das
Art. 192 - O requerimento será dirigido à autoridade despesas, em se tratando de outra pessoa.”
competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela Art. 205 - O vencimento ou a remuneração do funcionário
a que estiver imediatamente subordinado o requerente. em atividade ou em disponibilidade e o provento atribuído ao
Art. 193 - O pedido de reconsideração será dirigido à que estiver aposentado não poderão sofrer outros descontos
autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira que não sejam previstos em lei.
decisão, não podendo ser renovado. Art. 206 - A administração, em igualdade de condições,
Parágrafo único - O requerimento e o pedido de preferirá para transferência ou remoção da localidade onde
reconsideração de que tratam os artigos anteriores deverão ser trabalha o funcionário que não seja estudante.
despachados no prazo de cinco dias e decididos dentro de trinta, Art. 207 - Ao funcionário estudante matriculado em
improrrogáveis. estabelecimento de ensino será concedido, sempre que
Art. 194 - Caberá recurso: possível horário especial de trabalho que possibilite a
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; frequência regular às aulas.
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente Parágrafo único - Ao funcionário estudante será permitido
interpostos. faltar ao serviço, sem prejuízo do vencimento, remuneração ou
§ 1º - O recurso será dirigido à autoridade imediatamente vantagens decorrentes do exercício, nos dias de prova ou de
superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, exame.
sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.
§ 2º - No encaminhamento do recurso observar-se-á o TÍTULO VIII
disposto na parte final do art. 192. Art. 195 - Os pedidos de Dos Deveres e da Ação Disciplinar CAPÍTULO
reconsideração e os recursos que não têm efeito suspensivo; os I
que forem providos, porém, darão lugar às retificações Das Responsabilidades
necessárias, retroagindo os seus efeitos à data do ato Art. 208 - Pelo exercício irregular de suas atribuições, o
impugnado, desde que outra solução jurídica não determine a funcionário responde civil, penal e administrativamente.
autoridade, quanto aos efeitos relativos ao passado. Art. 209 - A responsabilidade civil decorre de procedimento
Art. 196 - O direito de pleitear na esfera administrativa doloso ou culposo, que importe em prejuízo da Fazenda
prescreverá, em geral, nos mesmos prazos fixados para as Estadual, ou de terceiro.
ações próprias cabíveis no judiciário, quanto à espécie. § 1º - A indenização de prejuízo causado à Fazenda Estadual
Parágrafo único - Se não for o caso de direito que dê no que exceder as forças da fiança, poderá ser liquidada
oportunidade à ação judicial, prescreverá a faculdade de mediante o desconto em prestações mensais não excedentes da
pleitear na esfera administrativa, dentro de 120 dias a contar décima parte do vencimento ou remuneração, à míngua de outros
da data da publicação oficial do ato impugnado ou, quando bens que respondam pela indenização.
este for da natureza reservada, da data da ciência do § 2º - Tratando-se de dano causado a terceiro, responderá o
interessado. funcionário perante a Fazenda Estadual, em ação regressiva,
Art. 197 - O funcionário que se dirigir ao Poder Judiciário proposta depois de transitar em julgado a decisão de última
ficará obrigado a comunicar essa iniciativa a seu chefe instância que houver condenado a Fazenda a indenizar o terceiro
imediato para que este providencie a remessa do processo, se prejudicado.
houver, ao juiz competente, como peça instrutiva da ação Art. 210 - A responsabilidade penal abrange os crimes e
judicial. contravenções imputados ao funcionário, nessa qualidade.
Art. 198 - São fatais e improrrogáveis os prazos Art. 211 - A responsabilidade administrativa resulta de atos
estabelecidos neste capítulo. ou omissões praticados no desempenho do cargo ou função.
Art. 212 - As cominações civis, penais e disciplinares poderão
CAPÍTULO XV cumular-se, sendo umas e outras independentes entre si, bem
Da Acumulação assim as instâncias civil, penal e administrativa.
Art. 199 - É vedada a acumulação de cargo, exceto as
previstas nos artigos 61, número I e 137, da Constituição CAPÍTULO II
Estadual. Da Prisão Preventiva
Art. 200 - É vedada, ainda, a acumulação de funções ou e da Suspensão Preventiva
de cargos e funções do Estado, ou do Estado com os da União Art. 213. Revogado pela CF (o Art. 5º): “LXI - ninguém será
ou Município e com os das entidades autárquicas. preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
Parágrafo único - Não se compreende na proibição deste fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos
artigo a acumulação de cargo ou função com a gratificação de casos de transgressão militar ou crime propriamente militar,
função. definidos em lei”
Art. 214 - Poderá ser ordenada, pelo Secretário de Estado e
CAPÍTULO XVI Diretores de Departamentos diretamente subordinados ao
Das Concessões Governador do Estado, dentro da respectiva competência, a
Art. 201 - Sem prejuízo do vencimento, remuneração ou suspensão preventiva do funcionário, até trinta dias, desde que
qualquer outro direito ou vantagem legal, o funcionário poderá seu afastamento seja necessário para a averiguação de faltas
faltar ao serviço até oito dias consecutivos por motivo de: cometidas, podendo ser prorrogada até noventa dias, findos os
a) casamento; quais cessarão os efeitos da suspensão, ainda que o processo
b) falecimento do cônjuge, filhos, pais ou irmãos. administrativo não esteja concluído.
Art. 202 - Ao funcionário licenciado para tratamento de Art. 215 - O funcionário terá direito:
saúde poderá ser concedido transporte, inclusive para as I - à contagem de tempo de serviço relativo ao período da
pessoas de sua família, por conta do Estado, fora da sede de prisão ou da suspensão, quando do processo não resultar
serviço, se assim o exigir o laudo médico oficial. punição, ou esta se limitar às penas de advertências, multa ou
Art. 203 - Poderá ser concedido transporte à família do repreensão;
funcionário, quando este falecer fora da sede de seus II - à diferença de vencimento ou remuneração e à contagem
trabalhos, no desempenho de serviço. de tempo de serviço correspondente ao período de afastamento
Art. 204 - (Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº excedente do prazo de suspensão efetivamente
aplicada. § 2º - O inquérito administrativo se constituirá de
averiguação sumária, sigilosa, de que se encarregarão
funcionários designados pelas autoridades a que se refere o
CAPÍTULO III art. 219 e deverá ser iniciado e concluído no prazo
Dos Deveres e Proibições improrrogável de 30 dias a partir da data de designação.
RACIOCÍNIO LÓGICO: RESOLUÇÃO DE que sempre existem frações capazes de representá-los. Estas
PROBLEMAS ENVOLVENDO FRAÇÕES, frações são denominadas frações geratrizes.
CONJUNTOS, PORCENTAGENS, como determinar uma fração geratriz
SEQUENCIAS (COM NÚMEROS, COM
FIGURAS, DE PALAVRAS) 1o Caso - Números com expansão decimal finita
A quantidade de algarismos depois da vírgula
números Racionais dará o número de “zeros” do denominador:
b 0035
0,035 = = 35
1000 1000
Representação Fracionária
2o caso - Dízimas Periódicas
2 9 13 dor)
atrasode 1 casa(1“zero” nodenominador)
Expansão Decimal Finita parte não-periódica: 58
fração geratriz:
Neste caso, há sempre uma quantidade finita de alga-
rismos na representação decimal. 5832 − 58 5774
=
990 990
–3 5 3
= –1,5 = 1,25 0,375
2 4 8 período: 4 (1 “nove” no denominador)
atraso de duas casas (2 “zeros”)
Expansão Decimal Infinita Periódica parte não-periódica: 073
fração geratriz:
Esta representação também é conhecida como dízima
periódica pois, nela, sempre ocorre alguma sequência finita 0734 − 073 734 − 73 661
de algarismos que se repete indefinidamente. Estasequência = =
é denominada período. 900 900 900
ORCE CONCURSOS
2 4 2 7 27 14 7 1
NÚMEROS MISTOS = = = ⎯s⎯
imp⎯
lif. ⎯
po⎯
r 2→ =1
3 7 3 4 3 4 12 6 6
Dados três números inteiros n, a, e b, com n 0 e 0 <
a < b, denomina-se número misto à representação de um 1 4 1 5 15 5
= = =
número racional escrito sob a forma 3 5 3 4 3 4 12
a a
n =n+
3 2 5 25 10
b b 2 = = =
5 1 3 1 3 3
Se numa divisão inteira não exata o valor absoluto do
dividendo for maior que o do divisor, então, pode-se repre-
=11=1
1 1 1
sentar o seu resultado por um número misto. 5=
6 6 5 6 5 30
Exemplo:
A divisão inteira de 30 por 7 não é exata, dando quo- Atenção:
ciente 4 e resto 2. Então, pode-se escrever: Não faça contas com dízimas periódicas.
30 2 Troque todas as dízimas periódicas por frações geratrizes
=4 antes de fazer qualquer conta.
7 7
0,6 0,222... = ?
Conserva-se odenominador, adicionando ou subtraindo 6 2
=
os numeradores. 10 9
6 9 54
3 5 7 3+5−7 1 = = = 2,7
+ − = =
20 20 20 20 20 10 2 20
+ − ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ + − = =
5 3
6 4 2 12 12 12 12 12 b) 15 − 2 d) 1 1 3
6 4 2 4
5 1 1 10 3 6 10 + 3 − 6 7
+ − = + − = =
6 4 2 12 12 12 12 12
F
Soluçõe1s: I F 2 I F 12I
Multiplicação de Frações a) 8 + + 3+ = (8 + 3) + +
H 2K H 5K H 25K
Para multiplicar duas ou mais frações deve-se: = 11 + F 1 + 2 I = 11 + F 5 + 4 I = 11 9
1o) multiplicar os numeradores, encontrando o novo H2 5 K H10 10 K 10
numerador;
2o) multiplicar os denominadores, encontrando o novo F 5I F 3 I F 5 3I
denominador. 3
=
2 1 6
2 =
1 3 ⎯s⎯ ⎯⎯ ⎯
implific. por
1 F
I = 1 1 4 +3 = 1 7 =
1+
3
Como a quantia inicial foi representada por 5x, tem-se:
d) 2 H 4K 2 4 2 4 5x = 5 × 45 = 225,00
1 4 4 simplif. por 2 2
= ⎯ ⎯ ⎯ ⎯⎯→ Cínthia levava, inicialmente, R$225,00.
2 7 14 7
10x S roupas:
3
de 10x = 6x
2 2 2 360
3
de 360 =
3
360 =
3
= 240 | 5
4 4
Portanto, o valor inicial era:
4 360
3 x = 4 360 → x = = 480
3 10x = 10 × 60 = 600,00 reais
S|
20x 2ª retirada: 21 litros
Solução: |T
resto:
2
5
de 20x = 8x
O problema menciona quintos da quantia que Cínthia
levava. Pode-se indicar a quantia inicial por 5x (pois 5x
tem quintos exatos).
8
ret
in icial irad
as re
sto
20x − 5x − 21 = 8x
a Inicialf R|gastos: 3 de 5x = 3x isolando os termos em “x” tem-se:
S 5
5x |Tsobram: 90,00
URSOS
Assim, tem-se:
1 Juntando todas as balas tem-se:
9. Rogério gastou 2 do que tinha e, em seguida,
3x = x + x + 2 = 25
4
3
do resto, ficando ainda com R$ 300,00. Quanto Rogério isolando “x” na igualdade tem-se:
possuía inicialmente? 3x – x – x = 2 + 25
x = 27
Solução:
Seja 12x a quantia inicial de Rogério: Logo, o total de balas é: 3x = 3 × 27 = 81 balas.
2 1
− de 12x − de 4x EXERCÍCIOS PROPOSTOS
3 4
2 4 7 2 3
10. Um estojo custa a mais que uma caneta. Juntos eles
3
valem R$ 16,00. Quanto custa cada objeto? 4. Julgue os itens abaixo em verdadeiros (V) ou falsos (F).
( ) 0,321321321... = 107
Solução: 333
Como o preço do estojo foi indicado para dois terços a
2 1.114 557
estojo: 3x + de 3x = 3x + 2x = 5x ( ) 12,37777... = =
3 90 45
Juntos eles valem R$ 16,00:
5. Quanto valem três quintos de 1.500 ?
ca
neta es
tojo 6. Se cinco oitavos de x são 350, então, qual é o valor de x?
=
3x + 5x 16 7. Que fração restará de x se subtrairmos três sétimos do
8x = 16 seu valor?
x=2 8. Se subtrairmos três sétimos do valor de x e, em seguida,
Então: retirarmos metade do restante, que fração restará de x?
a caneta custa: 3x = 3 × 2 = 6 reais 9. Determine o valor da expressão 6,666... 0,6.
o estojo custa: 5x = 5 × 2 = 10 reais 10. Determine o valor da expressão 0,5 0,16666... .
2
11. Um pai distribui certo número de balas entre suas três 11. Um garoto possui da altura de seu pai que correspon
1 3
filhas de tal modo que a do meio recebe do total, a 4
dem a da altura de seu irmão mais moço. Qual é a
3
3
mais velha recebe duas balas a mais que a do meio, altura deste último se a altura do pai é 180 cm?
enquanto a mais nova recebe as 25 balas restantes. 3
Quantasbalas,aotodo,opaidistribuiuentresuasfilhas? 12. No primeiro dia de uma jornada, um viajante fez do
5
Solução: percurso. No segundo dia, andou 1 do restante. Quanto
Seja o total de balas representado por 3x: 3
Ra do meio: de 3x = x
1 falta para completar a jornada se o percurso completo
|
(total) | 3
é de 750 km?
13. Se um rapaz separar o dinheiro que tem em três partes,
3x S
| a mais velha: x+2
sendo a primeira igual à terça parte e a segunda igual à
|Ta mais nova: 25 metade do total, então a terceira parte será de R$ 35,00.
Quanto dinheiro tem este rapaz?
14.
15. A idade de Antônio é da idade de Benedito, César tem
6
metade da idade de Antônio e Dilson tem tantos anos
quantos César e Antônio juntos. Quais são as idades de cada
um deles se a soma das quatro idades é 54 anos?
16. Asoma de três númerosé 110. Determinar omaior deles
sabendo que o segundo é um terço do primeiro e que o
3
terceiro é da soma dos dois primeiros.
8
17. Dividir R$ 270,00 em três partes tais que a segunda seja um
terço da primeira e a terceira seja igual à soma de um
duodécimo da primeiracom um quarto da segunda.
18. Determine o preço de custo de uma mercadoriasabendo que
1
haveria um lucro de do preço de custose ela fosse vendida
por R$ 60,00. 5
1
19. Um comerciantegastou do que tinha em sua contacor-
5
2
rente.Emseguida,gastou dorestanteficandoaindacom
7
um saldo de R$ 2.000,00. Considerando que havia inicial-
5
mente na conta corrente do total que ocomerciante
6
possuía entre uma conta de poupança e a conta corren- te,
determine o valor que havia na conta de poupança.
20. Se adicionarmos a terça parte de um número à sua metade
o resultado obtido será 3 unidades menor que o número
inicial. Qual é este número?
21. Márcio tinha R$ 116,00 que estavam divididos em partes
diferentes entre os dois bolsos da calça que usava. Se ele
gastasse a quinta parte do que havia no bolso esquerdo e a
sétima parte do que havia no bolso direito restariam quantias
iguais nos dois bolsos. Quanto havia em cada bolso?
FORCE CONCURSOS
GABARITO
5 3 7
1. a) 2. a) 3. a)
12 8 8
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS O conjunto P dos números pares compreendidos entre
1 e 15 compreende os números 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 14. O
noção de conjunto e de Elemento número 6 é um elemento deste conjunto porque ele é
par e está compreendido entre 1 e 15, mas os números
Entenderemos como um conjunto qualquer coleção 5 e 20 não são, pois 5 não é par e 20, embora seja par,
ou lista que reúna todos os objetos, pessoas, números não está compreendido entre 1 e 15.
etc., que tenham algum a característica ou propriedade P = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14}
em comum. Cada um destes objetos, pessoas, números 6P
etc., capazes de satisfazer todasascaracterísticas que 5P
determinam um conjun- to, é chamado elemento do 20 P
conjunto. Por outro lado, quando não satisfaz alguma
das características que determinam o conjunto, diz-se conjunto Vazio
que este objeto não é elemento do conjunto.
Dizemos que um conjunto é vazio quando ele não tem
Relação de Pertinência qualquer elemento.
Se o conjunto A é vazio, indicamos isto anotando:
Se x é um elemento de um conjunto A,
entãodizemosque xpertence ao conjunto A e podemos A=
indicar isto como x A. Se x não é um elemento de um ou
conjunto A, então dize- mos que x não pertence ao A={}
conjunto A e podemos indicar
isto como x Diagramas de Euler-Venn
A.
Os diagramas de Euler-Venn representam os conjuntos
Exemplo:
1 1 7 através de regiões do plano limitadas por curvas ou linhas
b) 3 b) 3 b) 1 poligonais fechadas. Os elementos de um conjunto serão os
30 3 8 pontos que estiverem dentro da região que o representa,
4. V,V, V 5. 900 6. 560 enquanto que todos os pontos que estiverem fora da mesma
4 2 região não serão elementos daquele conjunto.
7. 8. 9. 4
7 7 Exemplo:
FORCE CONCURSOS
14. Antônio: 6 anos, Benedito: 36 anos, César: 3 anos e interior à oval E:
Dilson: 9 anos
15. 60
16. R$ 180,00; R$ 60,00; R$ 30,00
17. R$ 50,00
18. R$ 700,00
19. 18
20. R$ 60,00 no bolso esquerdoe R$ 56,00 no bolso direito
A letra x representa algo que não é uma pessoa, pois 4a – Se um conjunto A tem n elementos, então existem
está fora do conjunto P (x P).
n
2 subconjunto possíveis de A.
A letra y representa uma pessoa que não fala espanhol,
pois y está fora do conjunto E (y E). conjunto das Partes de um conjunto
A letra z representa uma pessoa que fala espanhol
(z P e z E). Dado um conjunto A qualquer, chamamos de conjunto
das partes de A ao conjunto que reúna todos os subconjunto
Subconjunto e Relação de Inclusão possíveis de A.
Dizemos que B é um subconjunto do conjunto A quando O conjunto das partes de A é indicado por P(A).
todos os elementos de B também são elementos de A.
Quando B é um subconjunto de A, podemos dizer que P(A) = { X / X A}
B está contido em A e escrevemos:
Exemplo:
BA Seja A = { 1, 2, 3}. O conjunto das partes de A é:
Exemplo: P(A) = { , {1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, A }
O conjunto B = {3, 4} é um subconjunto do conjun- to
A = {1, 2, 3, 4, 5} e podemos anotar isto como B Atenção: Cada um dos elementos de P(A) é um dos
A, pois todos os elementos de B também são ele- subconjuntos de A. Portanto, o número de elementos de
mentos de A. P(A) é sempre igual ao total de subconjuntos possíveis de A,
ou seja: 2n, onde n é o número de elementos do conjunto
Se pelo menos um dos elementos de B não pertencer ao A. No exemplo anterior, A tem 3 elementos e P(A) tem 23 =
conjunto A, então B não será um subconjunto de A e diremos 8 elementos.
que B não está contido em A, escrevendo:
Igualdade entre conjuntos
BA
Dizemos que dois conjuntos quaisquer, A e B, são iguais
Exemplo: e anotamos A = B se e somente se A é um subconjunto de B
O conjunto M = {3, 4} não é um subconjunto do conjunto e também B é um subconjunto de A.
N = {2, 4, 6, 8, 10} e podemos anotar isto como M N,
A = B A B e B A
pois algum dos elementos de M não pertence a N (3
M e 3 N).
Exemplo:
Os conjuntos A = {1; 2; 3}, B = {2; 3; 1} e C = {1; 1; 2; 3;
Obs.: Se B está contido em A (B A), então também
1; 3} são todos iguais pois:
podemos dizer que A contém B (que pode ser anotado
como A B).
Todos os elementos de A pertencem a B e vice-versa.
Logo A = B.
BAAB Todos os elementos de B pertencem a C e vice versa.
Logo B = C.
“B está contido em A” “A contém B”
Como A = B e B = C, então temos, também, que A = C.
De modo análogo, se B não está contido em A (B A),
entãotambém podemos dizer que A não contém B (que pode Interseção de conjuntos
ser anotado como A B).
BAA B Dados dois conjuntos, A e B, a interseção destes con-
juntos compreende todo aquele que seja elemento de A e
“B não está contido em A” “A não contém B” também de B, simultaneamente.
A interseção do conjunto A com o conjunto B pode ser
Algumas Propriedades da Inclusão indicada por A B (lê-se A interseção B), ou pela expressão
A e B.
1a – O conjunto vazio é subconjunto de qualquer con-
junto dado. A B = {todo x tal que x A e x B}
ABCAC
Propriedades da Interseção de conjuntos Diferença de conjuntos
1a – A ordem dos conjuntos não altera o resultado de Dados dois conjuntos, A e B, a diferença do conjunto A
sua interseção. para o conjunto B, nesta ordem, compreende todo aquele
que seja elemento de A e não seja elemento de B.
AB=BA A diferença do conjunto A para o conjunto B pode ser
indicada por A-B (lê-se A menos B), ou pela expressão A e
2a – A interseção de conjuntos é associativa, ou seja: não B.
(A B) C = A (B C) A−B = {todo x tal que xA e xB}
AB=A
União de conjuntos
A união dos conjuntos A e B, A B, está indicada pela 2a – A diferença de conjuntos não é associativa, ou seja:
parte sombreada do diagrama abaixo:
(A – B) C A – (B – C) (usualmente)
A–B=
complemento de um conjunto
AB=B
A (B C) = (A B) (A C)
Um tipo de exercício especial Representando num diagrama os conjuntos considera-
dos, tem-se:
Nos problemas de raciocínio que envolvem conjuntos,
deve-se estudar as características que determinam cada um
dos conjuntos dados, bem como as relações existentes entre
os elementos desses conjuntos, de maneira que se possa con-
cluir algo novo sobre os conjuntos ou sobre seus elementos.
Ouso de diagramas frequentemente facilitaoentendimento
de tais problemas, simplificando a sua resolução.
Exemplos:
1. De um grupocom 300 alunos de línguas, 170 estudam A proporção das pessoas que leem “A Gazeta” e “A
inglês e 180 estudam espanhol. Considerando que, Tribuna” (um sexto) tanto está incluída na fração dos que
neste grupo, ninguém estude qualquer outro idioma, leem o primeiro jornal (metade dos elementos do grupo),
quantos alunos dedicam-se tanto ao estudo da língua quanto na terça parte dos que leem osegundo jornal. Então,
de Sakespeare quanto ao da de Cervantes? a fração de pessoas que lê algum dos dois jornais (“A Gazeta”
ou “A Tribuna” ou os dois) é:
Solução:
(1/2)+(1/3)-(1/6)
Se somarmos onúmero de alunos de inglês (170), com o
de alunos de espanhol (180), encontraremos 170 + 180 =
= (3/6)+(2/6) -(1/6) = 4/6 = 2/3
350, ou seja, 50 alunos a mais do que o total. Isto ocorreu
porque, ao somarmos os dois números, tomamos duas
Se dois terços dos entrevistados leem algum dos dois
vezes o número daqueles que se dedicam ao inglês e
jornais, então o um terço restante não lê “A Gazeta” nem
ao espanhol. Logo, o número de alunos que estudam “A Tribuna”.
os dois idiomas é 50.
sexto delas leem estes dois jornais. Qual a fração que 4. Se A e B são dois conjuntos quaisquer tais que
representa as pessoas deste grupo que não leem nem A B e A , então:
“A Gazeta” nem “A Tribuna”? a) Sempre existe x A tal que x B
b) Sempre existe x B tal que x A
Solução: c) Se x B então x A
Cada uma das frações indica uma proporção entre a d) Se x B então x A
parte considerada e o total de pessoas do grupo. e) A B =
5. Sabe-se que: 10. Considere cada uma das afirmativas seguintes.
A B C = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10} (1) 0 {0, 1, 2, 3, 4}
A B = {2, 3, 8} (2) {a} {a, b}
A C = {2, 7} (4) {0}
B C = {2, 5, 6} (8) 0
A B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} (16) {a}
Nestas condições pode-se concluir que o conjunto C é: A soma dos valores correspondentes às afirmativas
a) {9, 10} Verdadeiras é:
b) {5, 6, 9, 10} a) 1
c) {2, 5, 6, 7, 9, 10} b) 3
d) {2, 5, 6, 7} c) 5
e) igual a A B d) 7
e) 9
6. Na figura a seguir estão representados os conjuntos A,
B e C, todos não vazios. Assinale a alternativa que teria 11. Considere cada uma das afirmativas seguintes.
como resultado o conjunto correspondente à região (1) {a} {a, {a}}
sombreada. (2) {a} {a, {a}}
(4) {, a, {a}} {a}
(8) {a, {a}}
(16) {a, b} {a, b, c, d}
9. Dado o conjunto A = {0, {0}, , {}}, considere as afir- 14. Se X, Y e X ∩ Y são conjuntos com 50, 90 e 30 elemen-
mativas: tos, respectivamente, então o número de elementos do
I – {0} A conjunto X Y é:
II – {0} A a) 90
FORCE CONCURSOS
III – A b) 100
IV – A c) 110
d) 120
Com relação a estas afirmativas é correto dizer que: e) 130
a) Todas são verdadeiras.
b) Apenas a I é verdadeira. 15. Numa pesquisa feita com 290 pessoas a respeito da
c) Apenas a II é verdadeira. audiência de dois filmes, A e B, apurou-se que:
d) Apenas a III é verdadeira. - 130 das pessoas consultadas assistiram ao filme A;
e) Todas são falsas.
- Somente 50 dentre todas as pessoas consultadas as- CONJUNTOS E INTERVALOS NUMÉRICOS
sistiram aos dois filmes;
- Dentretodos os pesquisados, apenas 60 não assistiram A seguir recordaremos alguns dos principais conjuntos
a A nem a B. numéricos.
a) 20 foi o número de alunos que leram somente um Veja que podemos usar as mesmas representações
dos livros. para números pares consecutivos e para números ímpares
b) 15 foi o número de alunos que leram Helena. consecutivos, pois a diferença entre dois pares consecutivos
c) 25 foi o número de alunos que não leram algum dos ou dois ímpares consecutivos é sempre igual a 2.
dois livros.
d) 30 foi o número de alunos que leram Iracema. conjunto dos números Inteiros (ou Inteiros
e) 50 era o número de alunos dessa classe. Relativos)
Z = {... -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...}
GABARITO
Observe que todos os elementos do conjunto N também
pertencem ao conjunto Z. Portanto, N é um subconjunto de
Z e podemos dizer que N está contido em Z.
FORCE CONCURSOS
N Z
Veja bem:
3
Z- = {... -6, -5, -4, -3, -2, -1,0} 0,3 = 10 0,3 Q
516
Observe que o número zero pertence a este conjunto 5,16 = 5,16 Q
e, portanto, chamá-lo de inteiros negativos seria incorreto 100
dado que zero não é um número negativo.
2
0,022 Q
Conjunto dos Números Inteiros Positivos
0,022 =
1000
Z*+= {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12...}
Todas as dízimas periódicas pertencem ao conjunto Q.
O uso do asterisco (*) junto ao símbolo de um conjunto Alguns exemplos são:
numérico qualquer que compreenda originalmente o elemen- 2
to zero indica que este elemento foi retirado do conjunto. 0,222... = 0,222... Q
Alguns exemplos são: 9
N* = {1, 2, 3, 4, 5...} 1
0,1666... = 0,1666... Q
Z* = {...-4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...} 6
Veja que o número zero também pertence a este con- conjunto dos números Reais
junto e, portanto, chamá-lo de “inteiros positivos” seria
incorreto porque zero não é um número negativo. O conjunto dos números reais compreende todos os
Note também que os elementos do conjunto Z + são os números que permitam representação na forma decimal,
mesmos do conjunto N. Portanto, podemos dizer que ocon- periódica ou não periódica. Isso compreende todos os
junto Z + é igual ao conjunto N ou, ainda, que o conjunto dos números inteiros, todos os números racionais e mais os
números inteiros não negativos e o conjunto dos números números irracionais (que não permitem representação
naturais são o mesmo conjunto. decimal periódica).
São exemplos de números reais:
Z+=N
2 = 2,000...
conjunto dos números Racionais
1/5 = 0,2000...
É o conjunto de todos os números x tal que b x = a, para
algum par de números inteiros a e b, com a 0.
4/9 = 0,444...
a
Q = {x = / b x = a , a Z, b Z*}
b
= 3,141592653...
a
A representação , com a e b inteiros e b 0, é 2 = 1,414213...
b
denominada forma fracionária de um número racional ou
simplesmente fração. números Irracionais
Todas as frações cujo numerador seja um múltiplo do
denominador pertencem ao conjunto Z e, portanto, corres- Os números decimais não periódicos de expansão infi‑
pondem a números inteiros. nita, ou seja, aqueles que possuem infinitas casas decimais
em sua representação decimal, mas que nunca formam
Se m Z e se a = m b, então: período, não pertencem ao conjunto Q. Estes números são
denominados irracionais.
a m b m b
FORCE CONCURSOS
a
= = =m Z São exemplos de números irracionais:
b b b b
2 = 1,4142135623731...
Assim, vemos que todos os números inteiros pertencem
ao conjunto Q e, desse modo, podemos dizer que o conjunto
Z está contido em Q.
= 3,1415926535...
37 = 6,0827625... (irracional)
− 2 = −1,41421356237...
FORCE CONCURSOS
3/5 = 0,6
Representação com colchetes: [5;+[
= 3,1415926535... Intervalo fechado à esquerda em 5 e ilimitado à direita.
6) Representação de conjuntos: {x R / x 9}
Representação gráfica:
Representação com colchetes: ]−;9] 3. Se p e q são números inteiros quaisquer, com q 0,
então é correto afirmar que:
Intervalo ilimitadoàesquerda e fechado à direita em 9. p
a) é um número inteiro.
Repare bem que nos exemplos acima sempre temos: q
p
b) p + q é um númerointeiro.
- uma bolinha cheia ( • ) no extremo de um intervalo,
que significa que o número associado aesse extremo p+q
pertence ao intervalo. Na representação que usa c) é um número inteiro.
q
colchetes, será representada por um colchete voltado p
“para dentro” no lado correspondente; d) é um número inteiro se, e somente se, existir
q
- uma bolinha vazia ( o ) no extremo de um intervalo, um inteiro k tal que p = kq.
que significa que onúmero associado aesse extremo
a) Conjunto dos números inteiros não nulos. um número natural ou é um número irracional.
b) Conjunto dos números naturais positivos.
c) Conjunto dos números inteiros positivos. 15. Todas as alternativas sobre números inteiros dadas
d) Conjunto dos números racionais positivos. abaixo estão corretas, exceto:
e) Conjunto dos números naturais. a) Todo número par pode ser escrito como 2n, onde n
é um número inteiro.
9. Sejam R oconjunto dos números reais, Q oconjunto dos b) Todonúmeroímpar pode ser escrito como 2n+7, onde
números racionais e N o conjunto dos números naturais, n é um número inteiro.
assinale a única afirmativa falsa. c) A soma de dois números inteiros ímpares é sempre
a) QN R um número inteiro par.
b) QN R d) Todo número inteiro ou é par ou é ímpar.
c) QN = R e) Todonúmero inteiro par pode ser escrito como n2+2.
d) QR = Q
e) QR 16. Todas as alternativas sobre números inteiros dadas
abaixo estão corretas, exceto:
10. Se A={xR −1 < x < 2} e B={xR 0 x < 3}, então o a) A soma de dois números inteiros pares é sempre um
conjunto AB corresponde aointervalo: número inteiro par.
a) [ 0 ; 2 [ b) O produto de dois números inteiros pares é sempre
b) ] 0 ; 2 [ um número inteiro par.
c) [−1 ; 3 ] c) A soma de dois números inteiros ímpares é sempre
um número inteiro ímpar.
d) ]−1 ; 3 [
d) O produto de dois números inteiros ímpares é sempre
e) ] −1 ; 3 ]
um número inteiro ímpar.
e) O quadrado de um número inteiro ímpar é sempre
11. Sejam intervalos de números reais A = (− ; 2] e
um número inteiro ímpar.
B = [ 0 ; +), então AB é igual a:
a) (− ; 0] 17. Dados dois números distintos quaisquer, x e y, tais que x
b) {0, 1,2} e y pertençam ao conjunto R−Q, considere as afirmativas
c) [ 0 ; 2 ] abaixo.
d) { 1 } 1- O produto xy e o quociente xy são irracionais.
e) 2 - A soma x+y e a diferença x−y são irracionais.
3 - Os Quadrados x2 e y2 são irracionais.
12. Seja Z o conjunto dos números inteiros e A e B dois de
4 - As raízes quadradas x e são irracionais.
seus subconjuntos definidos como:
A = {xZ 2 x 5}
Pode-se afirmar sobre as afirmativas dadas:
B = {xZ x > 4} a) Todas estão certas.
Pode-se afirmar que: b) Todas estão erradas.
a) A−B B c) Somente 1 e 4 estão certas.
b) A−B A d) Somente 3 está errada.
c) B−A {xZ 4 > x} e) Somente 4 está certa.
d) A−B={xZ 2 < x < 5}
e) B−A={xZ x 5} 18. Sobre os conjuntos numéricos usuais, N, Z, Q e R, é
FORCE CONCURSOS
correto afirmar:
13. Sejam x e y dois números reais tais que 0<x<y<1. a) O quociente da divisão de 1 por 17 tem infinitas casas
O produto xy é, necessariamente: decimais e é aperiódico.
a) maior que um. b) Toda fração irredutível cujo denominador seja di-
b) um número compreendido entre y e um. visível por algum fator primo diferente de 2 e de 5 é
c) um número compreendido entre x e y. necessariamente geratriz de uma dízima periódica.
d) um número compreendido entre zero e x. c) O valor da fração 355/113 é 3,141592... que é igual
e) menor que zero. ao número e, portanto, é um número racional.
d) Se o quadrado de um número x é um número PORCENTAGENS
racional, então x é também um númeroracional.
e) As equações do tipo x2 = n, onde n é um número Razão centesimal
inteiro qualquer, sempre têm raízes reais.
Chamamos de razão centesimal a toda razão cujo con-
19. Considere os conjuntos sequente (denominador) seja igual a 100.
Exemplos:
A = {xN x é primo e x<15} 37 em cada 100 → 37/100
B = {x y xA , yA e xy} 19 em cada 100 → 19/100
O número de elementos do conjunto Bé: Diversas outras razões não centesimais podem ser facil-
a) 15. mente reescritas na forma centesimal.
b) 20.
Exemplos:
c) 25.
3 em cada 10 → 3/10 = 30/100 → 30 em cada 100
d) 30. 2 em cada 5 → 2/5 = 40/100 → 40 em cada 100
e) 35. 1 em cada 4 → 1/4 = 25/100 → 25 em cada 100
20. O número (0,444...)1/2 é: Outros nomes usados para uma razão centesimal são
a) natural. razão porcentual, índice porcentual e percentil.
b) inteiro positivo.
c) inteiro não negativo. Forma Porcentual
d) irracional.
Uma razão centesimal pode ser indicada na forma por-
e) decimal periódico. centual anotando-se o antecedente (numerador) da razão
centesimal seguido do símbolo % (lê-se “por cento”).
21. O número representado pela raiz quadrada positiva de
três encontra-se no intervalo: Exemplos:
a) ] - ; 0 ] 12
b) ] 0 ; 1 ] 100 = 12% (doze por cento)
c) ] 1 ; 2 ] 3
d) ] 2 ; 3 ] 100 = 3% (três por cento)
e) ] 3 ; + [
Porcentagem
22. Assinale a opção falsa. Dados dois números quaisquer, A e B (B 0) dizemos
a) O produto de dois números irracionais positivos pode que A é igual a p% de B quando a razão A/B for igual a p%.
ser um número racional.
20 250 5000
x= = = 50 Exemplos:
100 100
1) Aumentar o valor 230 em 30%.
x = 50 Solução: (100+30)% = 130% = 1,30
Então, 20% de 250 dá 50. → 230 1,30 = 299
Além da forma porcentual, existe uma outra forma de e reduções percentuais de modo mais rápido, usando um dos
expressarmos uma razão porcentual a qual chamamos de seguintes raciocínios: Exemplos:
forma unitária. 1) Aumentar o valor 2.000 sucessivamente em 10%,
A forma unitária da razão p/100 é o número decimal 20% e 30%.
que obtemos dividindo o valor p por 100. Solução: 2.000 1,10 1,20 1,30 = 3.432
Quando queremos calcular um aumento ou uma re- partir da segunda, incida sobre oresultado da anterior, basta
dução de p% sobre determinado valor, é comum calcular o multiplicar o valor V sucessivamente pelas formas decimais
resultado em duas etapas: de (100 – p1)%, (100 – p2)% ,......., (100 – pn )% . Exemplos:
1) Reduzir o valor 5.000 sucessivamente em 10%, 20%
1ª – Calculamos a porcentagem p% do valor dado. e 30%.
2ª – Adicionamos ou subtraímos do valor original a Solução: 5.000 0,90 0,80 0,70 = 2.520
porcentagem encontrada, para obter, respectivamente,
o valor aumentado ou reduzido em p% do valor dado,
2) Se o valor 4.000 sofrer três reduções sucessivas de
conforme o caso desejado.
5%, qual será o valor resultante?
Usando a forma unitária, poderemos calcular aumentos Solução: 4.000 0,95 0,95 0,95 = 3.429,5
Exercícios Resolvidos 4. Umamercadoriafoivendidacom um lucro de 20% sobre
a venda. Qual o preço de venda desta mercadoria se o
1. A conta de um restaurante indicava uma despesa de R$ seu preço de custo foi de R$ 160,00?
26,00 e trazia a seguinte observação: “Não incluímos os
10% de serviço”. Calcular, em dinheiro, os 10% de serviço Solução:
e o total da despesa se nela incluirmos a porcentagem
referente ao serviço. A expressão “sobre a venda” significa que o valor de
referência para o cálculo porcentual do lucro, neste
Solução: exercício, deverá ser o preço de venda (ao contrário do
Serviço =10% de 26,00 = 2,60 que é comum!). Portanto, devemos fazer o preço de
Portanto, os 10% cobrados como serviço representam venda corresponder a 100%.
R$ 2,60.
Incluindo esta porcentagem na despesa original, teremos: Observe, então, o esquema:
26,00 + 2,60 = 28,60 (Preço de Custo) + (Lucro) = (Preço de Venda)
Assim, o total da despesa passa a ser de R$ 28,60. x% + 20% = 100%
3. Opreçode um produto Aé 30% maiorqueode B eopreço A expressão “sobre o preço de venda” significa que o
deste é 20% menor que o de C. Sabe-se que A, B e C custa- valor de referência para o cálculo porcentual do prejuízo
ram, juntos, R$ 28,40. Qual o preço de cada um deles? deverá ser o preço de venda:
Solução: Observe o esquema:
Digamos que os preços de A, B e c são a, b e c, respec-
tivamente:
(Preço de Custo) – (Prejuízo) = (Preço de Venda)
a = (100%+30%) de b = 130% de b → a = 1,3 b (100 + x) % – x% = 100%
b = (100% - 20%) de c = 80% de c → b = 0,8 c O valor do prejuízo, em dinheiro, pode ser determinado
Comparando as duas igualdades acima, temos: pela diferença entre os preços de custo e de venda:
a + b + c = 28,40 x% de 10 = 3
1,04c + 0,8c + 1c = 28,40
2,84c = 28,40
c = 10,00 (valor de C) Resolvendo a expressão, encontramos:
b = 0,8c = 0,8 10 = 8,00 (valor de B) 100 3
x = = 30 10
a = 1,04c = 1,04 10 = 10,40 (valor de A)
Então, os preços são: A custa R$ 10,40, B custa R$ 8,00 O porcentual de prejuízo sobre a venda é de 30%.
e c custa R$ 10,00.
EXERcícIOS PROPOSTOS Testes
1. Em um concurso havia 15.000 homens e 10.000 mulhe- 1. (TTN/1989) Um cliente obteve do comerciante descon-
res. Sabe-se que 60% dos homens e 55% das mulheres to de 20% no preço da mercadoria. Sabendo-se que o
foram aprovados. Do total de candidatos, quantos por preço de venda, sem desconto, é superior em 20% ao
cento foram reprovados? do custo, pode-se afirmar que houve por parte do
2. Uma cidade possui uma população de 100.000 habi- comerciante um:
tantes, dos quais alguns são eleitores. Na eleição para a a) lucro de 5%
prefeitura da cidade havia 3 candidatos. Sabendo-se que b) prejuízo de 4%
ocandidato A obteve 20% dos votos dos eleitores, que o c) lucro de 4%
candidato B obteve 30%, que os votos nulos foram 10%,
d) prejuízo de 2%
que o candidato c obteve 12.000 votos e que não houve
abstenções, a parte da população que não é eleitora é e) lucro de 2%
de quantos habitantes.
3. (Metrô/Técnico de Contabilidade/2ºG-IDR/1994) João, 2. (TTN/1989) Um terreno foi vendido por NCz$ 16.500,00,
Antônio e Ricardo são operários de uma certa empresa. com um lucro de 10%; em seguida, foi revendido por
Antônio ganha 30% a mais que João, e Ricardo, 10% a me- NCz$ 20.700,00. O lucro total das duas transações
nos que Antônio. A soma dos salários dos três, neste mês, representa sobre o custo inicial do terreno um per-
foi de R$ 4.858,00. Qual a quantia que coube a Antônio? centual de:
4. Fiz em 50min o percurso de casa até a escola. Quanto a) 38,00% c) 28,00% e) 25,45%
tempo gastaria na volta, se utilizasse uma velocidade b) 40,00% d) 51,80%
20% menor?
5. A população de uma cidade aumenta à taxa de 10% ao 3. (TTN/1992) Mariavendeu um relógio por Cr$ 18.167,50
ano. Sabendo-se que em 1990 apopulação era de 200.000 com um prejuízo de 15,5% sobre o preço de compra.
hab.. Quantos habitantes esta cidade terá em 1994? Para que tivesse um lucro de 25% sobre o custo, ela
6. (UnB/1993) A soma de dois números x e y é 28 e a razão deveria ter vendido por:
entre eles é de 75%. Qual é o maior desses números? a) 22.709,37
7. Calcular: b) 26.875,00
a) 30% de 20% de 40% b) 81% c) 27.675,00
d) 21.497,64
8. Um depósito de combustível de capacidade de 8m3 tem e) 26.785,00
75% de sua capacidade preenchida. Quantos m3 de
combustível serão necessários para preenchê-lo? 4. (AFTN/1996) De todos os empregados de uma grande
9. (CEF/1991) Num grupo de 400 pessoas, 70% são do empresa, 30% optaram por realizar um curso de espe-
sexo masculino. Se, nesse grupo, 10% dos homens são cialização. Essa empresa tem sua matriz localizada na
casados e 20% das mulheressãocasadas. Qual o número capital. Possui, também, duas filiais, uma em Ouro Preto
de pessoas casadas? e outra em Montes Claros. Na matriz trabalham 45% dos
10. (CEB/Contador/IDR/1994) Para obter um lucro de 25% empregados e na filial de Ouro Preto trabalham 20% dos
sobre o preço de venda de um produto adquirido por empregados. Sabendo-se que 20% dos empregados da
R$ 615,00, o comerciante deverá vendê-lo por quanto? capital optaram pela realização do curso e que 35% dos
11. (Metrô/Assist. Administrativo/IDR/1994) Uma merca- empregados da filial de Ouro Preto também o fizeram,
doria custou R$ 100,00. Para obter-se um lucro de 20%
entãoapercentagemdosempregados da filial de Montes
sobre opreço de venda, por quanto deveráser vendida?
12. (TTN/2ºG/1989) Antônio comprou um conjunto de sofás Claros que não optaram pelo curso é iguala:
com um desconto de 20% sobre o preço de venda. Saben- a) 60%
do-se que o valor pago por Antônio foi de R$ 1.200,00, b) 40%
de quanto era o preço de venda da mercadoria? c) 35%
13. (TTN/1989) Um produto é vendido com um lucro bruto d) 21%
de 20%. Sobre o preço total da nota, 10% correspondem e) 14%
a despesas. De quantos por cento foi o lucro líquido do
comerciante? 5. (AFTN/1996) Osaláriomensal de um vendedor éconsti-
14. Um cliente obteve de um comerciante desconto de 20% tuído de uma parte fixa igual a R$ 2.300,00 e mais uma
no preço da mercadoria. Sabendo-se que o preço de comissão de 3% sobre o total de vendas que exceder a
venda, sem desconto, é superior em 20% ao do custo, R$ 10.000,00. Calcula-se em 10% o percentual de
pode-se afirmar que houve, por parte do comerciante descontos diversos que incidem sobre seu salário bru-
um lucro ou um prejuízo e de quanto? to. Em dois meses consecutivos, o vendedor recebeu,
15. Quanto por cento sobre ocustocorresponde a um lucro líquido, respectivamente, R$ 4.500,00 e R$ 5.310,00.
de 60% sobre a venda? Com esses dados, pode-se afirmar que suas vendas no
segundo mês foram superiores às do primeiro mês em:
GABARITO a) 18%
b) 20%
FORCE CONCURSOS
São comuns as questões de concurso onde se deve Deste modo, a letra que deve ocupar o lugar de x deve
encontrar o valor de um termo de uma dada sequência sem ser o “S”.
que seja declarado o padrão de formação de seus termos. Em
tais questões é necessário descobrir o padrão de formação e Determinação de um Termo dada uma Fórmula
isto exige um tipo de raciocínio, conhecido como raciocínio
Geral
indutivo ou indução, no qual nossas conclusões justificam-se
apenas por sua coerência em relação aos casos anteriores. Nas sequências numéricas, é bastante comum encon-
Algo como: ‘se todos os casos anteriores obedeceram a trarmos uma fórmula ou expressãomatemática que permita
este padrão, entãoopróximo deverá obedecê‑ lotambém’. determinarmos o valor de um dado termo conhecendo-se
É importante salientar que não há nenhum tipo de ga- somente a posição ocupada por ele.
rantia lógica ou matemática de que as conclusões obtidas por
indução estejamcertas. Existem, aliás, na matemáticaalguns Exemplos:
exemplos célebres de conclusões incorretas obtidas a partir
de raciocínios indutivos. Entretanto, o que se pretende veri- 1. Considere a sequência numérica (a , a , a , ..... ) onde
123
ficarcom as questões que envolvem a percepção de padrões cada termo an é dado pela expressão:
é a capacidade do candidato de formular e testar hipóteses.
an = 3n + 4
Exemplos:
FORCE CONCURSOS
n que em algumas das sequências é possível encontrarmos
Onde n indica a posição ocupada pelo termo na mais de um padrão que se ajuste a todos os termos.)
sequ- ência. Nestas condições, qual será o valor
encontrado na décima posição desta sequência? 1. (30, 37, 44, 51, x)
a) 55 b) 56 c) 57 d) 58 e) 59
Solução:
Usando a fórmula geral dada, o valor do décimo 2. (9876, 7654, 5432, x)
a) 1234
termo10será: a = 2102 – 3
b) 2345
c) 3.210
a10= 2100 – 3 d) 3456
a10 = 200 – 3 = 197
123 e) 4321
cada termo an , a partir do segundo, é dado pela expressão an
= 2an+– 13 , onde n e n–1 indicam as posições ocupadas por 3. (17, 20, 21, 24, 25, 28, x)
termos consecutivos na sequência. Sabendo que a1 = 0, qual
a) 31 b) 29 c) 30 d) 27 e) 28
será o valor encontrado na sexta posição desta sequência?
4. (2, 3, 4, 5, 8, 7, x, y)
Solução: a) x = 16 e y = 9
Analisando a fórmula dada, vemos que o valor de cada b) x = 9 e y = 16
termo é calculado dobrando o valor do termo anterior e c) x = 6 e y = 5
adicionado 3 unidades ao resultado. Deste modo os valores d) x = 5 e y = 6
dos seis primeiros termos da sequência são:
e) x = 16 e y = 9
a1 = 0
a2= 20 + 3 = 3 5. (50, 360, 140, 180, 230, 90, x, y)
a3 = 23 + 3 = 9 a) x = 45 e y = 320
a4= 29 + 3 = 21 b) x = 360 e y = 50
a5= 221 + 3 = 45 c) x = 50 e y = 30
a6= 245 + 3 = 93 d) x = 180 e y = 50
e) x = 320 e y = 45
No nosso exemplo, para obtermos o valor do sexto ter-
mo tivemos que usar a fórmula de recorrência cinco vezes. 6. (243, 424, 245, 426, 247, x)
)
a) 248 b) 249 c) 428 d) 429 e) 250
Daí já é possível notar que a determinação de algo como o
trigésimo ou o quinquagésimo termo de uma sequência, 7. ( , , , 8
, x
Nas questões de 18 a 21 complete a última sequência se- 28. (FCC/ TRF 1ª Reg./2006) Assinale a alternativa que com-
guindo o mesmo padrão da anterior (considere o alfabeto pleta a série seguinte:
sem as letras K, W e Y):
9, 16, 25, 36,...
18. (B, E, G, J) → (C, F, H, ?)
a) M b) J c) L d) P e) Q a) 45 b) 49 c) 61 d) 63 e) 72
19. (E, G, A, C) → (L, N, G, ?) 29. (FCC/ TRF 1ª Reg./2006) Qual dos cinco desenhos repre-
senta a comparação adequada?
a) E b) F c) G d) H e) I
c) cavalo.
25. Numa sequência cujo valor do primeiro termo é 4, cada d) golfinho.
termo, a partir do segundo, pode ser descrito como e) sabiá.
c) STXV
d) QRUT robustecer – erro
e) NORP cadastro – ?
a) troca
36. (FCC/CEAL/Assist. Téc./2005) O triângulo seguinte é b) roca
composto de uma sucessão de números ímpares positi- c) cada
vos. Observe que, em cada linha, a soma dos elementos d) caro
sugere uma regra geral. e) orca
40. (FCC/CEAL/Assist. Téc./2005) Você faz parte de um grupo 46. Qual a palavra que não pertence ao mesmo grupo das
de pessoas que estão sentadas em torno de uma grande demais?
mesa circular. Um pacote com 25 balas deve ser passado a) Carro
sucessivamente para as pessoas ao redor da mesa, de b) Canapé
modo que cada uma se sirva de uma única bala e passe c) Camisa
o pacote com as balas restantes para a pessoa sentada à d) Colo
sua direita. Se você pegar a primeira e a última balas do e) Carícia
pacote, considerando que pode ter se servido de outras,
o total de pessoas sentadas nessa mesa poderiaser 47. Colocando as letras em ordem, qual a palavra que não
a) 7 b) 9 c) 12 d) 13 e) 15 pertence ao mesmo grupo das demais?
a) CUÉ
41. (FCC/CEAL/Assist. Téc./2005) Em um dado instante, um b) UNORA
elevador estava parado no andar médio de um prédio. c) SÉVUN
A partir de então, ele recebeu algumas chamadas que d) TRAME
o fizeram deslocar-se sucessivamente: subiu quatro e) ARTRE
andares, desceu seis, subiu oito e, quando subiu mais
48. Que número completa a sequência:
quatro andares, chegou ao último andar do edifício.
O total de andares desse prédio era
livro (5) olho (4) castor (6) noite (?)
a) 21 b) 19 c) 15 d) 13 e) 11
a) 3
42 Colocando as letras em ordem, qual a palavra que não
b) 4
pertence ao mesmo grupo das demais?
c) 5
a) HOILF
d) 6
b) OIT
e) 7
c) IPA
d) ROMAÇ 49. Observe asequência abaixoe descubraquais os números
e) OTEN que faltam.
1 8 9 64 25 ? 49
43. Qual a letra que deve ser colocada no lugar do asterisco 1 4 27 16 125 ? 343
para completar corretamente a sequência: a) 16
64
108( C ) 648( S ) 325( T ) 214( * ) b) 36
216
a) A b) B c) C d) D e) E c) 32
128
44. Observe o exemplo: d) 216
36
SOPA ( PALA ) GERAL e) 128
32
No exemplo dado, a palavra do meio, entre parênteses,
segue uma lei de formação que depende das outras duas 50. Colocando as letras em ordem, qual a palavra que não
palavras. Seguindo a mesma lei, qual a palavra que se pertence ao mesmo grupo das demais?
deve colocar entre os parênteses no casoabaixo? a) ORTEP
b) LARAMEO
FOCA ( ...... ) ATLAS c) ZALU
d) FORRE
a) FALA e) TIVOLEA
b) CALA
c) FALTA 51. Observe o exemplo:
d) FACA
e) CASA 28 ( 82 ) 13
Assim, para a palavra-chave cERTO teríamos: 56. Assinale a alternativa que corresponde à palavra-chave.
PERTO: 4-0 (4 coincidências exatas: E, R, T, O e nenhuma
coincidência parcial) F I L M E: 0–0
nERVO: 3-0 (3 coincidências exatas: E, R , O e nenhuma F O R M A: 2–0
coincidência parcial) L I M A R: 0–1
TERnO: 3-1 (3 coincidências exatas: E, R, O e 1 coinci- S U M I A: 1–2
dência parcial: T) P L U M A: 3–0
uma palavra-chave é sempre formada por letras dis-
tintas. a) POUSA
b) LOUSA
52. Assinale aalternativa que corresponde à palavra-chave. c) PAUSA
M Ê S 0–0 d) LOURA
S I M 0–1 e) CAUSA
R Ó I 1–0
R O L 0–1 57. Assinale a alternativa que corresponde à palavra-chave.
M O A 0–1 V I S T O: 0 – 0
R O G U E: 3– 1
a) ALI R O S N E: 1 – 1G
b) LIA O S T A: 1 – 1R E
c) ELA V O A: 3 –0
d) RIA a) RENOVA d) RANGE
e) DIA b) VERONA e) RÉGUA
c) RAVINA
53. Assinale aalternativa que corresponde à palavra-chave.
C O N T A: 3–0
1. d 11. c 21. c 31. a 41. a 51. b
S U R D O: 0–1 2. c 12. d 22. b 32. d 42. d 52. a
P R E S O: 0–2 3. b 13. b 23. a 33. c 43. d 53. a
P O L A R: 0–1 4. a 14. a 24. c 34. d 44. e 54. c
5. e 15. e 25. e 35. a 45. d 55. b
a) BESTA 6. c 16. b 26. c 36. d 46. d 56. a
b) CORTA 7. e 17. d 27. d 37. d 47. a 57. e
c) CESTA 8. b 18. c 28. b 38. d 48. c 58. d
d) CARTA 9. d 19. e 29. e 39. b 49. d
e) NESTA 10. a 20. d 30. e 40. c 50. d
NOÇÕES DE LÓGICA Conectivos Lógicos (ou Estruturas Lógicas)
O Que é uma Proposição? Existem alguns termos e expressões que estão frequen-
temente presentes nas proposições compostas tais como
Denomina-se proposição a toda sentença, expressa em “não”, “e”, “ou”, “se ... então” e “se e somente se” aos quais
palavras ou símbolos, que exprima um juízo ao qual se denominamos conectivos lógicos ou estruturas lógicas.
possa atribuir, dentro de certo contexto, somente um de dois
valores lógicos possíveis: verdadeiro ou falso. Exemplo: A sentença “Se x não é maior que y, então x
Somente às sentenças declarativas pode-se atribuir va- é igual a y ou x é menor que y” é uma proposição composta
lores de verdadeiro ou falso, o que ocorre quando a sentença na qual se pode observar alguns conectivos lógicos (“não” ,
é, respectivamente, confirmada ou negada. De fato, não se “se ... então” e “ou”) que estão agindo sobre as proposições
pode atribuir um valor de verdadeiro ou de falso às demais simples “x é maior que y”, “x é igual a y” e “x é menor que y”.
formas de sentenças como as interrogativas, as exclamativas
e outras, embora elas também expressem juízos. Os conectivos lógicos agem sobre as proposições a que
São exemplos de proposições as seguintes sentenças estão ligados de tal modo que o valor lógico (verdadeiro ou
declarativas: falso) de uma proposição composta depende somente:
– do valor lógico de cada uma de suas proposição
O número 6 é par. componentes;
O número 15 não é primo. – e da forma como estas proposições componentes
Todos os homens são mortais. sejam ligadas pelos conectivos lógicos utilizados.
Nenhum porco espinho sabe ler.
Alguns canários não sabem cantar. Exemplo: Compare as seguintes proposições e seus
Se você estudar bastante, então aprenderá tudo. respectivos valores lógicos:
Eu falo inglês e espanhol.
Míriam quer um sapatinho novo ou uma boneca.
Proposições Valores Lógicos
Não são proposições: O número 10 é inteiro. V
O número 10 ímpar. F
Qual é o seu nome? O número 10 é inteiro e é ímpar. F
Preste atenção ao sinal.
O número 10 é inteiro ou é ímpar. V
Caramba!
Uma proposição é dita proposição simples ou proposi‑ Algumas proposições compostas recebem denomina-
çãoatômica quando não contém qualquer outra proposição ções especiais de acordo com a estrutura usada para ligar
como sua componente. as proposições componentes.
Isto significa que não é possível encontrar como parte de O reconhecimento de tais estruturas é muito importante
uma proposição simples alguma outra proposição diferente para a análise e a resolução dos problemas de raciocínio
dela. Não se pode subdividi-la em partes menores tais que lógico que estudaremos mais adiante.
alguma delas seja uma nova proposição. A tabela seguinte mostra as seis principais estruturas
lógicas e suas denominações. A partir deste ponto, pas-
Exemplo: saremos a nos referir a estas estruturas como estruturas
A sentença “Cínthia é irmã de Maurício” é uma proposi- fundamentais:
ção simples, pois não é possível identificar como parte dela
qualquer outra proposição diferente. Se tentarmos separá-la Estruturas fundamentais Denominações
em duas ou mais partes menores nenhuma delas será uma
Não-A Negação
proposição nova.
A ou B Disjunção
Proposição composta Ou A ou B Disjunção Exclusiva
AeB Conjunção
Uma proposição que contenha qualquer outra como
Se A, então B Condicional
sua parte componente é dita proposição composta ou
FORCE CONCURSOS
proposição molecular. Isto quer dizer que uma proposição A se e somente se B Bicondicional
é composta quando se pode extrair como parte dela uma
nova proposição. negação: não-A
Exemplo: A sentença “Cínthia é irmã de Maurício e de Dada uma proposição qualquer A denominamos ne‑
Júlio” é uma proposição composta, pois é possível retirar-se gação de A a proposição composta que se obtém a partir
dela duas outras proposições: “Cínthia é irmã deMaurício” da proposição A acrescida do conectivo lógico “não” ou de
e “Cínthia é irmã de Júlio”. outro equivalente.
A negação “não‑ A” pode ser representada simbolica- Disjunção: A ou B
mente como:
Denominamos disjunção a proposição composta for-
~A mada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas
ou pelo conectivo “ou”.
A disjunção A ou B pode ser representada simbolica-
A
ou ainda mente como:
A
AB
Podem-se empregar também, como equivalentes de
“não‑ A” as seguintes expressões: Exemplo: Dadas as proposições simples:
A: Alberto fala espanhol.
Não é verdade que A; B: Alberto é universitário.
É falso que A.
A disjunção “A ou B” pode ser escrita como:
Uma proposição A e sua negação “não‑ A” terão sempre
valores lógicos opostos. A B: Alberto fala espanhol ou é universitário.
Tabela-Verdade da negação (~A)
Na tabela apresentada a seguir, denominada tabela‑ver‑ Para que a disjunção “A ou B” seja verdadeira basta
dade, podemos observar os resultados possíveis da negação que pelo menos uma de suas proposições componentes
“~A” para cada um dos valores lógicos que A pode assumir. seja verdadeira.
Em outras palavras, se A for verdadeira ou se B for
verdadeira ou mesmo se ambas, A e B, forem verdadeiras,
então a disjunção “A ou B” será verdadeira.
Ou seja, a disjunção “A ou B” é falsa somente quando
A é falsa e B é falsa também.
AB
A B: Elisabeth é mãe de Cínthia e de Maurício.
(observe o sublinhado no símbolo )
Uma conjunção é verdadeira somente quando as duas
proposições que a compõem forem verdadeiras. Ou seja, a Exemplo: Dadas as proposições simples:
conjunção “A B” é verdadeira somente quando A é
verdadeira e B é verdadeira também. A: O número 19 é par.
B: O número 19 é ímpar.
Tabela-Verdade da conjunção (A B)
Na tabela apresentada a seguir (tabela-verdade) pode- A disjunção exclusiva“ou A ou B” pode ser escrita como:
mos observar todos os resultados possíveis da conjunção “A e
FORCE CONCURSOS
B” paracada um dos valores lógicos que A e B podem assumir. A B: Ou o número 19 é par ou o número 19 é ímpar.
B” para cada um dos valores que A e B podem assumir. “se um quadrado tem sete lados então fala‑ se o por‑
tuguês no Brasil”
A B A→B
V V V Provavelmente recusaríamos a primeira dizendo algo
como:
V F F
F V V “O que é que tem a ver um triângulo ter três lados com
F F V o fato de o número sete ser primo?”
Quanto à segunda, é quase certo que alguém a recusasse Assim, percebemos que, para a Lógica, o valor lógico de
alegando algo como: uma proposição composta independe da existência de
qualquer relação entre as proposições dadas.
“Para começar, um quadrado não tem sete lados, mas
quatro. E mesmo que tivesse, isto não tem nada a ver com Bicondicional: A se e somente se B
falar-se ou não o português no Brasil”. Denominamos bicondicional a proposição composta
formada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas
Esse tipo de recusa parece razoável, pois nestas afirma- pelo conectivo “se e somente se”.
ções falta algo que relacione a primeira parte da proposição A proposição bicondicional “A se e somente se B” pode
(condição) com a segunda (conclusão). ser representada simbolicamente como:
No entanto, segundo as regras da Lógica, estas duas
proposições são verdadeiras! AB
Paraverificarmos isto, bastaanalisarmos cada uma delas
seguindo as regras estudadas: Exemplo: Dadas as proposições simples:
Vejamos:
A: Adalberto é meu tio.
Proposição: Se um triângulo tem três lados então o B: Adalberto é irmão de um de meus pais.
número sete é primo.
A proposição bicondicional “A se e somente se B” pode
Esta é uma proposição do tipo “Se A então B”. ser escrita como:
universo de discurso.
Note que, ao substituirmos a variável da sentença aberta
A B A→B por um elemento dado do seu universo de discurso, a pro-
V V V posição resultante não tem que ser Verdadeira.
V F F
Exemplo: A expressão 2x + 5 = 25 é uma sentença aberta
F V V na variável x. Quando substituímos a variável pelo número 5
F F V obtemos uma proposição Falsa: 2(5) + 5 = 25.
Tautologia Assim, quando uma proposição composta for uma
contingência, a última coluna de sua tabela-verdade deverá
Uma proposição composta é uma tautologia se e so- apresentar o valor lógico V (verdadeiro) pelo menos uma
mente se ela for sempre verdadeira, independentemente vez e, também, o valor lógico F (falso) pelo menos uma vez.
dos valores lógicos das proposições que a compõem.
Deste modo, quando uma proposição composta for uma Exemplo:
tautologia, a última coluna de sua tabela-verdade será o valor A proposição “Se A então B” é uma contingência, pois
lógico V (verdadeiro) em todas as suas linhas. será Falsa quando A for Verdadeira e B Falsa, sendo Verda-
deira em todos os outros casos.
Exemplo:
A proposição “Se (A e B) então (A ou B)” é uma tau- As Três Leis Fundamentais do Pensamento Lógico
tologia, pois é sempre verdadeira independentemente dos
valores lógicos de A e de B, como se pode observar na Alguns autores citam três princípios como sendofunda-
tabela-verdade abaixo: mentais para o pensamento lógico.
Uma proposição composta formada por duas ou mais Nenhuma proposição pode ser verdadeira e também
proposições é uma contradição se e somente se ela for ser falsa.
sempre falsa, independentemente dos valores lógicos das Em símbolos:
proposições que a compõem. ~(P ~P)
Portanto, quando uma proposição composta for uma
contradição a última coluna de sua tabela-verdade será o Princípio do Terceiro Excluído
valor lógico F (falso) em todas as suas linhas.
Uma proposição ou é verdadeira ou é falsa.
Exemplo: Em símbolos:
A proposição “A se e somente se não A” é uma con- ou P ou ~P
tradição pois é sempre falsa, independentemente dos
valores lógicos de A e de não A, como se pode observar na Implicação Lógica
tabela-verdade abaixo:
Dizemos que a proposição A implica (ou acarreta) a
A ~A A ~A proposição B se, e somente se, for impossível termos simulta-
V F F neamente A verdadeira e B falsa na proposição condicional
F V F “Se A então B” (em símbolos: A→B).
Quando A implica B anotamos:
O exemplo acima mostra que uma proposição qualquer
A e sua negação, ~A, nunca serão ambas verdadeiras nem AB
ambas falsas. (lê-se: A implica B ou A acarreta B)
Sabemos que uma tautologia é sempre verdadeira en- São propriedades da relação de implicação lógica:
quanto uma contradição, sempre falsa, daí pode-se concluir 1ª – A A (reflexiva);
que: 2ª – Se A B e se B C então A C (transitiva);
3ª – A implicação lógica NÃO é simétrica.
A negação de uma tautologia é sempre uma contradição.
Proposições Logicamente Equivalentes
e
Dizemos que duas proposições são logicamente equi‑
A negação de uma contradição é sempre uma tautologia. valentes ou simplesmente equivalentes quando satisfazem
FORCE CONCURSOS
AB Equivalente da
(lê-se: A é equivalente a B) Proposição negação direta
negação
AeB Não (A e B) Não A ou não B
As proposições A e B serão equivalentes se, e somente
se, for impossível termos simultaneamente A verdadeira A ou B Não (A ou B) Não A e não B
com B falsa ou A falsa com B verdadeira na proposição Se A então B Não (se A então B) A e não B
bicondicional “ A se, e somente se, B” (em símbolos: AB). A se e Não (A se e Ou A ou B
somente se B somente se B)
Regras de Equivalência Todo A é B Não (todo A é B) Algum A não é B
Algum A é B Não (algum A é B) Nenhum A é B
Da definição de equivalência lógica podem-se demons-
trar as seguintes equivalências: Diagramas Lógicos
1. A A (reflexiva);
2. Se A B então B A (simétrica); Um diagrama lógico é um esquema que busca repre-
3. Se A B e se B C então A C (transitiva); sentar as relações existentes entre as diversas partes que
4. Se A e B são duas tautologias então A B; compõem uma proposição.
5. Se A e B são duas contradições então A B. O modelo mais comum para diagramas lógicos é o dos
diagramas de Venn‑ Euler.
Leis de comutatividade Neste capítulo aprofundaremos nossos estudos sobre
6. A B B A os digramas lógicos estudando uma variação do modelo de
7. A B B A Venn-Euler que nos permitirá uma representação mais
8. A B B A precisa do que aquela vista anteriormente.
9. A B B A
Universo de discurso (U)
Leis de associatividade
10. (A B) c A (B c) Denomina-se universo de discurso o conjunto de tudo o
que se admite como possível em um dado contexto.
11. (A B) c A (B c)
Deste modo, qualquer proposição possível será um
Leis de distributividade subconjunto do universo de discurso.
O universo de discurso será sempre indicado pela região
12. A (B c) (A B) (A c)
interna de um retângulo.
13. A (B c) (A B) (A c) Cada proposição é indicada por uma região delimitada
dentro do universo de discurso.
Lei da dupla negação
14. ~(~A) A
Equivalências da Condicional
15. A → B ~A B
16. A → B ~B → ~A
Equivalências da Bicondicional
17. A B (A → B) (B → A)
18. A B (A B) (~B ~A)
19. A B ~(A B) U = universo de discurso
A = proposição
Leis de De Morgan
20. ~(A B) ~A ~B Uma proposição é verdadeira em qualquer ponto dentro
21. ~(A B) ~A ~B de sua região sendo falsa em todos os demais pontos do
universo de discurso.
negação de Proposições compostas
Um problema de grande importância para a lógica é o
da identificação de proposições equivalentes à negação de
uma proposição dada. Negar uma proposição simples é
uma tarefa que não oferece grandes obstáculos. Entretanto
podem surgir algumas dificuldades quando procuramos
FORCE CONCURSOS
(AB) − (A B)
Se as proposições A e B forem representadas como Deve-se ao matemático suíço Leonhard Euler (1707-
conjuntos através de um diagrama, a proposição bicondi- 1783) a ideia de representar as proposições categóricas por
cional “A se e somente se B” corresponderá à igualdade meio de diagramas que, por isto, são denominados diagra‑
dos conjuntos A e B. mas de Euler ou diagramas lógicos.
Nas representações gráficas das proposições categóricas
considere o significado dos seguintes sinais que aparecerão
em certas regiões dos conjuntos citados:
Sinal Significado
x Esta região tem pelo menos um elemento.
? Esta região pode ter elementos ou não.
Todo A é B.
Algum A é B.
Proposições categóricas
Na lógica clássica (também chamada lógica aristotélica)
o estudo da dedução era desenvolvido usando-se apenas
quatro tipos especiais de proposições, denominadas pro-
posições categóricas.
As proposições categóricas podem ser universais ou
particulares, cada uma destas podendo ser afirmativa ou
negativa. Temos, portanto, quatro proposições categóricas Nenhum A é B.
possíveis.
As quatro proposições categóricas possíveis, em suas
formas típicas, são apresentadas no quadro seguinte:
Afirmativas Negativas
Universais Todo A é B. Nenhum A é B.
Exemplos:
FORCE CONCURSOS
Proposições
Sujeito Predicado
categóricas
Todo atleta nato é um ven- atleta nato um vencedor Neste último caso é importante lembrar que o conjunto
cedor B não poderá resultar totalmente vazio. Isto se deve em
obediência a um dos princípios da lógica das proposições
Nenhum ser vivo é imortal ser vivo imortal
categóricas que estabelece que “todaclassetemquepossuir
Algum quadro é obra de arte quadro obra de arte pelo menos um elemento”.
Algum político não é honesto político honesto
Quantificação
Os quantificadores são representados por símbolos es- “Todo A é B” e “Algum A não é B” são contraditórias.
peciais e sua leitura é feita de modo ligeiramente diferente
daquela como usamos nas proposições categóricas. “nenhum A é B” e “Algum A é B” são contraditórias.
2º – Marque o valor lógico (V ou F) junto da parte que II. P1: Todos os apaixonados gostam de flores.
contém a proposição cujo valor lógico é conhecido. P2: Míriam gosta de flores.
C : Míriam é uma apaixonada.
3º – Deduzimos quais valores lógicos poderão ter a
subalterna restante de modo que a sentença condicional Silogismos categóricos
seja verdadeira. Um silogismo é denominado categórico quando:
1o É composto por três proposições categóricas;
Exemplos: 2o As três proposições categóricas devem conter,
1. Sabemos que a proposição universal éverdadeira. ao todo, três únicos termos;
3o Cada um dos termos deve ocorrer em exatamente
duas das três proposições que compõem o silogismo.
Se (universal) então (particular)
V →V Exemplo:
No silogismo:
Portanto, a proposição particular também é verdadeira. P1: Todo bom atleta é persistente.
P2: Hudson é um bom atleta.
2. Sabemos que a proposição universal é falsa. C: Hudson é persistente.
Termos de um Silogismo
3. Sabemos que a proposição particular é verdadeira.
Cada um dos termos que ocorrem num silogismo cate-
górico tem um nome especial:
Se (universal) então (particular) • Termo médio (M): é aquele que ocorre nas duas
V ou F V premissas.
• Termo maior (T): é o termo que ocorre como predi‑
Portanto, a proposição universal pode ser verdadeira cado da conclusão.
ou falsa. • Termomenor (t): é o termo que ocorre como sujeito
da conclusão.
4. Sabemos que a proposição particular é falsa.
Forma Típica de um Silogismo categórico
Se (universal) então (particular)
Um silogismo categórico é dito de forma típica quando
F F satisfaz às três seguintes condições:
1o As três proposições categóricas que o integram estão
Portanto, a proposição universal também é falsa. em suas formas típicas;
2o A primeira premissa (premissa maior) temo predi‑
Argumento cado da conclusão (termo maior) como um de seus termos;
3o A segunda premissa (premissa menor) tem o sujeito
FORCE CONCURSOS
Denomina-se argumento a relação que associa um da conclusão (termo menor) como um de seus termos.
conjunto de proposições P1, P2, ... Pn, chamadas premissas
do argumento, a uma proposição C a qual chamamos de Exemplo:
conclusão do argumento. Observe o silogismo categórico seguinte:
{P , P , ... P } ⇢ C
1 2 n
No lugar dos termos “premissa” e “conclusão” podem P1: Todo artista é brincalhão.
ser empregados os termos correspondentes “hipótese” e P2: Todo brincalhão é cortês.
“tese”, respectivamente. C: Todo artista é cortês.
Este silogismo não está na forma típica, pois o seu 1 AAA
termo maior (cortês) está presente na segunda premissa e 2 AAE
não na primeira. 3 AAI
Para colocá-lo na forma típica, no entanto, basta permu- 4 AAO
tarmos a premissas entre si. Assim teremos: 5 AEA
6 AEE
P1: Todo brincalhão é cortês. 7 AEI
P2: Todo artista é brincalhão. : :
C: Todo artista é cortês.
: :
: :
Figura 64 OOO
Num silogismo categórico, na forma típica a posição do
termo médio em cada uma das duas premissas varia de um Forma
silogismo para outro havendo quatro situações possíveis. Como podemos observar dos conceitos que estudamos
Cada uma dessas quatro situações corresponde a uma de figura e de modo, um silogismo não é completamente
figura, conforme segue: caracterizado somente por sua figura nem somente por seu
Primeira Figura – O termo médio ocorre “nos extremos”, modo.
ou seja, o termo médio ocorre como sujeito da primeira Ou seja, podemos ter dois silogismos categóricos de mo-
premissa e como predicado da segunda premissa. dos diferentes mas de mesma figura, assim como podemos
Segunda Figura – O termo médio ocorre como predica‑ ter dois silogismos categóricos de figuras diferentes mas de
do nas duas premissas. mesmo modo.
Para caracterizarmos completamente um silogismo
Terceira Figura – O termo médio ocorre como sujeito
categórico, devemos identificar, conjuntamente, tanto seu
nas duas premissas. modo quanto sua figura.
Quarta Figura – O termo médio ocorre “nos meios”, ou Ao definirmos tanto o modo quanto a figura de um
seja, o termo médio ocorre como predicado da primeira silogismo, estamos identificando a sua forma.
premissa e como sujeito da segunda premissa. É, portanto
o inverso da primeira figura. ( modo ) + ( figura ) = ( forma )
Modo Exemplo:
O modo de um silogismo de forma típica é determina- Considere o seguinte silogismo categórico:
do pelos tipos de proposições categóricas usados em sua
construção. “Todo elemento perigoso é potencialmente nocivo à
sociedade;
Cada modo é representado por três vogais, cada uma
Todo motorista desatento é um elemento perigoso;
delas indicando uma proposição categórica de modo que: Logo, todo motorista desatento é potencialmente nocivo
– A primeira vogal indica o tipo da proposição categó- à sociedade”
rica da premissa maior;
– A segunda vogal indica o tipo da proposição categó- é um silogismo da forma AAA-1 (modo AAA – primeira figura)
rica da premissa menor;
– A terceira vogal indica o tipo da proposiçãocategórica Número de Formas Possíveis de Silogismos
da conclusão. Cada um dos 64 modos possíveis de um silogismo pode
ocorrer em qualquer uma das 4 figuras.
As vogais representativas das proposições categóricas Portanto temos
são:
A: Universal Afirmativa – Todo X é Y. 644 = 256
E: Universal Negativa – Nenhum X éY.
Este é o total de formas diferentes possíveis para os
I : Particular Afirmativa – Algum X é Y.
silogismos.
O: Particular Negativa – Algum X não é Y. De todos os 256 silogismos categóricos possíveis, so-
mente uma pequena parte constitui argumentos válidos,
Exemplo: conceito este que passaremos a estudar a seguir.
O silogismo
“Todos os cantores são pessoas vaidosas; Argumento Válido
Algumas pessoas vaidosas são chatas.
Logo, alguns cantores são pessoas chatas.” Dizemos que um argumento é válido ou ainda que ele é
legítimo ou bem construído quando a sua conclusão é uma
É um silogismo do modo AII pois a primeira premissa é consequência obrigatória do seu conjunto depremissas.
Posto de outra forma:
FORCE CONCURSOS
“Todos os alunos do curso, passaram. Sentença aberta p(x) Universo Valor de p(2)
Maria não é aluna do curso.
x>3 Z Falso
Portanto, Maria não passou.”
2x+1 = 5 Z Verdadeiro
é um argumento inválido, falacioso, mal construído, 3x=10 Z Falso
pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade
da conclusão (veja o diagrama abaixo). Quando p(u) for verdadeira para algum u U dizemos
que esse u confirma p(x) ou ainda que u é uma solução de
p(x).
É preciso ficar bem claro que as sentenças abertas não
são verdadeiras nem são falsas. Ao substituirmos as variáveis
das sentenças abertas por valores específicos as sentenças
tornam-se proposições. Estas sim é que são ou verdadeiras
ou falsas. Por esse motivo é que as sentenças abertas tam-
bém são chamadas de funções proposicionais.
FORCE CONCURSOS
2x+1 = 5 Z V={2}
P5. O conjunto-verdade da bicondicional p(x) ↔ q(x)
3x=10 Q V={10/3}
é a interseção dos conjuntos-verdade de ~p(x) e de ~q(x).
3x=10 Z V=
Vp↔q = V~p ∩ V~q
Sentenças com duas ou mais Variáveis
Quantificação
Uma sentença aberta pode ter duas ou mais variáveis.
p(x, y) sentença aberta nas variáveis, x e y. Existem duas maneiras de se transformar uma sentença
p(x, y, z) sentença aberta nas variáveis, x, y e z. aberta em uma proposição. Uma delas é atribuindo valores
p(x, y, z, w) sentença aberta nas variáveis, x, y, z e w. a suas variáveis. A outra é fazer uso da quantificação.
As quantificações estabelecem relações de inclusão ou
No conjunto-verdade de uma sentença aberta com duas exclusão entre sujeito e predicado em certas sentenças que
ou mais variáveis os elementos serão representados por funcionarão como proposições.
pares ordenados ou por seus análogos para mais variáveis. O quadro seguinte resume as quatro proposições quan-
tificacionais fundamentais:
Exemplos:
V={(1; 1; 2), (1; 2; 1), (2; 1; 1)} Quando dizemos “Todo atleta é um batalhador.” estamos
fazendo referência a dois conjuntos – o conjunto daqueles
Operações lógicas sobre sentenças abertas que são atletas e o conjunto daqueles que são batalhadores.
Assim, o sentido da sentença é que “todo aquele que per‑
As operações lógicas proposicionais podem ser associa- tença ao conjunto dos atletas, também pertence ao conjunto
das às sentenças abertas criando outras sentenças abertas. dos batalhadores”.
Assim, se p(x) e q(x) forem duas sentenças abertas quais- Na teoria dos conjuntos os elementos de um conjunto é
quer, serão também sentenças abertas: que são quantificados para que se possa estabelecer sua
relação de pertinência com outro conjunto.
~p(x) Os quantificadores são representados por símbolos espe-
~q(x) ciais e sua leitura é usualmente feita de modo ligeiramente
p(x) q(x) diferente daquela comousamos nas proposições categóricas.
p(x) q(x)
p(x) → q(x)
p(x) ↔ q(x)
etc.
Sabendo que Alba disse a verdade e que Clara mentiu, “A ou B” será falsa.
deduza as cores dos vestidos de Alba, de Bianca e de b) Sendo A falsa e B verdadeira a proposição composta
“A ou B” será falsa.
Clara, nesta ordem: c) Sendo A falsa e B falsa a proposição composta “A ou
a) Carmim, branco eazul. B” será verdadeira.
b) Carmim, azul ebranco. d) Sendo A verdadeira e B verdadeira a proposição
c) Azul, carmim, ebranco. composta “A ou B” será verdadeira.
d) Azul, branco ecarmim. e) Sendo A verdadeira e B verdadeira a proposição
e) Branco, azul ecarmim. composta “A ou B” será falsa.
3. Considere a proposição composta X = “Se A então B”, 9. Se Ana é altruísta então Bruna é benevolente. Se Bruna
onde A (condição) e B (conclusão) são duas outras pro- é benevolente então Cláudia é conservadora. Sabe-se
posições quaisquer, A B. Nestas condições, assinale a que Bruna não é benevolente. Nestas condições pode-se
única correta: concluir que:
a) X será verdadeira somente se a condição for falsa, a) Ana é altruísta.
independentemente de a conclusão ser verdadeira b) Ana não é altruísta mas Cláudia é conservadora.
ou falsa. c) Ana não é altruísta e Cláudia não é conservadora.
b) X será falsa sempre que a conclusão for verdadeira, d) Cláudia não é conservadora.
independentemente de acondiçãoserverdadeira ou e) Ana não é altruísta.
falsa.
c) X será verdadeira somente se A e B tiverem valores 10. (Esaf) Ou Celso compra um carro, ou Ana vai à África, ou
lógicos iguais , ou seja, A e B ambas verdadeiras ou Rui vai a Roma. Se Ana vai à África, então Luís compra
então ambas falsas. um livro. Se Luís compra um livro, então Rui vai a Roma.
d) X será falsa somente quando a condição e a conclusão Ora, Rui não vai a Roma, logo:
tiverem valores lógicos opostos, ou seja, A verdadeira a) Celso compra um carro e Ana não vai à África
com B falsa ou A falsa com B verdadeira. b) Celso não compra um carro e Luís não compra o livro
e) X será falsa somente quando a conclusão for falsa. c) Ana não vai à África e Luís compra um livro
d) Ana vai à África ou Luís compra um livro
4. Uma proposição X é dita logicamente equivalente a uma e) Ana vai à África e Rui não vai a Roma
outra, Y, quando ocorrer que elas tenham sempre o
mesmo valor lógico, ou seja, sempre que uma das duas 11. (Esaf) Considere as afirmações:
é verdadeira a outra também é verdadeira e sempre que A – Se Patrícia é uma boa amiga, Vítor diz a verdade;
uma das duas é falsa a outra também é falsa. Com base B – Se Vítor diz a verdade, Helena não é uma boa amiga;
nesta definição assinale a única proposição abaixo que C – Se Helena não é uma boa amiga, Patrícia é uma boa
não é equivalente da proposição “Se A então B”: amiga.
a) Todo A é B.
b) A é condição suficiente para B. A análise do encadeamento lógico dessas três afirma-
c) Se B então A. ções permite concluir que elas:
d) Se não-B então não-A. a) São equivalentes a dizer que Patrícia é uma boa amiga
e) B é condição necessária para A. b) Implicam necessariamente que Patrícia é uma boa
amiga
5. Entre as proposições abaixo assinale a única que não c) Implicam necessariamente que Vítor diz a verdade e
corresponde corretamente à negação da proposição “A que Helena não é uma boa amiga
e B”: d) São consistentes entre si, quer Patrícia seja uma boa
a) Não é verdade que A ou B. amiga, quer Patrícia não seja uma boa amiga
b) Não ocorre A ou não ocorre B. e) São inconsistentes entre si
c) Não ocorre A ou não ocorre B ou não ocorrem ambos.
d) É falso que tem-se A e B. 12. Todo atleta é bondoso. Nenhum celta é bondoso. Daí
e) Não se tem A e B. pode-se concluir que:
a) Algum atleta é celta.
6. Sabe-se que a proposição “A ou B” é verdadeira. Assim b) Nenhum atleta é celta.
sendo: c) Nenhum atleta é bondoso.
a) Se soubermos também que a proposição A é verda- d) Alguém que seja bondoso é celta.
deira poderemos concluir que proposição B é falsa. e) Ninguém que seja bondoso é atleta.
b) Se soubermos também que a proposição A é falsa
poderemos concluir que proposição B é falsa. 13. (Esaf) Há três suspeitos de um crime: o cozinheiro, a
c) Se soubermos também que a proposição A é falsa governanta e o mordomo. Sabe-se que o crime foi
poderemos concluir que proposição B é verdadeira. efetivamente cometido por um ou por mais de um deles,
d) Se soubermos também que a proposição A é ver- já que podem ter agido individualmente ou não. Sabe-se,
dadeira poderemos concluir que proposição B é ainda, que:
verdadeira. A – se o cozinheiro é inocente, então a governanta é
e) Se soubermos também que a proposição A tem um culpada;
valor lógico (verdadeira ou falsa) poderemos concluir B – ou o mordomo é culpado ou a governanta é culpada,
que proposição B tem o valor lógico oposto (falsa ou mas não os dois;
verdadeira). C – o mordomo não é inocente.
e) Todo B é A.
14. (Esaf) Três irmãs – Ana, Maria e Cláudia – foram a uma
8. Todo artista é um boêmio. Sendo assim: festacom vestidos de cores diferentes. Uma vestiu azul,
a) Todo boêmio é um artista. a outra branco e a terceira preto. Chegando à festa o
b) Todo aquele que não é artista não é boêmio. anfitrião perguntou quem era cada uma delas. A de azul
c) Todo aquele não é boêmio não é artista. respondeu: “Ana é a que está de branco.” A de branco
d) Algum artista não é boêmio. falou: “Eu sou Maria.” E a de preto disse: “Cláudia é
e) Alguém que não é boêmio é artista. quem está de branco.” Como o anfitrião sabia que Ana
sempre diz a verdade, que Maria às vezes diz a verdade a) Anaís será professora e Anelise não será cantora
e que Cláudia nunca diz a verdade, ele foi capaz de iden- b) Anaís não será professora e Ana não será atleta
tificar corretamente quem era cada pessoa. As cores dos c) Anelise não será cantora e Ana será atleta
vestidos de Ana, Mariae Cláudia eram, respectivamente: d) Anelise será cantora ou Ana será atleta
a) preto, branco, azul. e) Anelise será cantora e Anamélia não será pianista
b) preto, azul, branco.
c) azul, preto,branco. 20. (TFC/SFC/2000) Se é verdade que “Nenhum artista é
d) azul, branco, preto. atleta”, então também será verdade que:
e) branco, azul, preto. a) todos não artistas são não atletas
b) nenhum atleta é não artista
15. (Esaf) Quatro amigos, André, Beto, Caio e Dênis, obtive- c) nenhum artista é não atleta
ram os quatro primeiros lugares em um concurso de d) pelo menos um não atleta é artista
oratória julgado por uma comissão de três juízes. Ao co- e) nenhum não atleta é artista
municarem a classificação final, cadajuiz anunciou duas
colocações, sendo uma delas verdadeira e a outra falsa: 21. (Gestor/2000) Dizer que “André é artista ou Bernardo
Juiz 1: “André foi o primeiro; Beto foi o segundo” não é engenheiro” é logicamente equivalente a dizer
Juiz 2: “André foi o segundo; Dênis foi o terceiro” que:
Juiz 3: “Caio foi o segundo; Dênis foi o quarto” a) André é artista se e somente se Bernardo não é en-
Sabendo que não houve empates, oprimeiro, o segundo, genheiro.
oterceiroe o quarto colocados foram, respectivamente, b) Se André é artista, então Bernardo não é engenheiro.
a) André, Caio, Beto,Dênis. c) Se André não é artista, então Bernardo é engenheiro
b) Beto, André, Caio, Dênis. d) Se Bernardo é engenheiro, então André é artista.
c) Beto, André, Dênis, Caio.
e) André não é artista e Bernardo é engenheiro
d) André, Caio, Dênis, Beto.
e) Caio, Beto, Dênis, André. 22. Todos os bons estudantes são pessoas tenazes. Assim
16. (AFC/SFC/2000) Os cursos de Márcia, Berenice e Priscila sendo:
são, não necessariamente nesta ordem, Medicina, Bi- a) Alguma pessoa tenaz não é um bom estudante.
ologia e Psicologia. Uma delas realizou seu curso em b) O conjunto dos bons estudantes contém o conjunto
Belo Horizonte, a outra em Florianópolis, e a outra em das pessoas tenazes.
São Paulo. Márciarealizou seu curso em Belo Horizonte. c) Toda pessoa tenaz é um bom estudante.
Priscila cursou Psicologia. Berenice não realizou seu d) Nenhuma pessoa tenaz é um bom estudante.
curso em São Paulo e não fez Medicina. Assim, os cursos e) O conjunto das pessoas tenazes contém o conjunto
e os respectivos locais de estudo de Márcia, Berenice e dos bons estudantes.
Priscila são, pela ordem:
a) Medicina em Belo Horizonte, Psicologia em Florianó- 23. (Esaf) Se é verdade que “Alguns Asão R” e que “Nenhum
polis, Biologia em São Paulo G é R”, então é necessariamente verdadeiro que
b) Psicologia em Belo Horizonte, Biologia em Florianó- a) Algum A não é G
polis, Medicina em São Paulo b) Algum A é G
c) Medicina em Belo Horizonte, Biologia em Florianó- c) Nenhum A é G
polis, Psicologia em São Paulo d) Algum G é A
d) Biologia em Belo Horizonte, Medicina em São Paulo, e) Nenhum G é A
Psicologia em Florianópolis
e) Medicina em Belo Horizonte, Biologia em São Paulo, 24. Todo baiano gosta de ‘axé music’. Sendo assim:
Psicologia em Florianópolis a) Todo aquele que gosta de ‘axé music’ é baiano.
b) Todo aquele que não é baiano não gosta de ‘axé
17. (AFC/SFC/2000) Se Vera viajou, nem Camile nem Carla music’.
foram ao casamento. Se Carla não foi ao casamento, c) Todo aquele não gosta de ‘axé music’ não é baiano.
Vanderléiaviajou. Se Vanderléiaviajou, o navio afundou. d) Algum baiano não gosta de ‘axé music’.
Ora, o navio não afundou. Logo, e) Alguém que não goste de ‘axé music’ é baiano.
a) Vera não viajou e Carla não foi ao casamento
b) Camile e Carla não foram ao casamento 25. Se chove então faz frio. Assim sendo:
c) Carla não foi ao casamento e Vanderléia não viajou a) Chover é condição necessária para fazer frio.
d) Carla não foi ao casamento ou Vanderléia viajou b) Fazer frio é condição suficiente para chover.
e) Vera e Vanderléia não viajaram c) Chover é condição necessária e suficiente para fazer
frio.
18. (Analista/2002) Se M=2x+3y, então M=4p+3r. Se d) Chover é condição suficiente para fazer frio.
M=4p+3r, então M=2w−3r. Por outro lado, M=2x+3y e) Fazer frio é condição necessária e suficiente para
ou M=0. Se M=0 então M+H = 1. Ora, M+H 1. Logo, chover.
a) 2w−3r = 0
b) 4p+3r 2w−3r 26. (Esaf) Seis pessoas – A, B, C, D, E, F – devem sentar-se em
c) M 2x+3y
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32. Se Bruna brinca, Rita ri. 38. Todo homem que gosta de andar tem muitas bermudas.
Se Rita ri, Carla canta. Todo homem que come couve gosta de andar.
Se Carla canta, Diana dança. Logo:
Se Diana dança, Lulu late. a) Todo homem que tem muitas bermudas come couve.
b) Todo homem que come couve tem muitas bermudas.
Com base nestas proposições, pode-se concluir que: c) Todo homem que tem muitas bermudas gosta de
a) Se Bruna não brinca, então Rita não ri, Carla não andar.
canta, Diana não dança e Lulu não late. d) Alguém que come couve pode não gostar de andar.
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b) Se Rita não ri, então Carla não canta, Diana não dança, e) Alguém que gosta de andar pode não ter muitas
Lulu não late e Bruna não brinca. bermudas.
c) Se Carla não canta, então Diana não dança, Lulu não
late, Bruna não brinca e Rita não ri. 39. Todo animal que tenha pelagem arlequim é belicoso.
d) Se Diana não dança, então Lulu não late, Bruna não Nenhum dos meus cães é belicoso.
brinca, Rita não ri e Carla não canta. Logo:
e) Se Lulu não late, então Bruna não brinca, Rita não ri, a) Todo animal belicoso tem pelagem arlequim.
Carla não canta e Diana não dança. b) Algum animal belicoso não tem pelagem arlequim.
c) Nenhum animal belicoso tem pelagem arlequim. 44. Com base em um conjunto de hipóteses uma pessoa de-
d) Algum dos meus cães pode ter pelagem arlequim e duziu que um determinado evento ocorreria. Conforme
não ser belicoso. o previsto, o tal evento ocorreu mesmo. Assim sendo:
e) Nenhum dos meus cães tem pelagem arlequim. a) Todas as hipóteses que a pessoa usou para deduzir
que o evento ocorreria são necessariamente verda-
40. Todo objeto que é acessório é sempre barato. deiras.
Tudo o que é barato é descartável. b) Várias das hipóteses que a pessoa usou para deduzir
Logo: que o evento ocorreria são verdadeiras, mas não
a) Se eu tenho um objeto que é acessório então ele é necessariamente todas elas.
necessariamente barato e é descartável. c) Pelo menos uma das hipóteses que a pessoa usou
b) Se eu tenho um objeto que é acessório então ele é para deduzir que o evento ocorreria tem que ser
barato, mas não é necessariamente descartável. verdadeira.
c) Se eu tenho um objeto que é acessório então ele é d) Pelo menos uma das hipóteses que a pessoa usou
descartável, mas não é necessariamente barato. para deduzir que o evento ocorreria é falsa.
d) Existe algum objeto barato que não é um acessório. e) Nada se pode garantir sobre a verdade das hipóteses
e) Existe algum objeto descartável que não ébarato. que a pessoa usou para deduzir que o evento ocor-
reria.
41. Todo anel é brilhante.
45. Considere o seguinte argumento: “Sei que uma moeda
Tudo o que é brilhante é caro.
normal não pode dar ‘cara’ em vinte lances consecutivos.
Meu presente não é caro.
Sei também que você jogou uma moeda vinte vezes e
Logo:
que estamoeda é normal. Com base nisto posso concluir
a) Existe alguma coisa que é brilhante, mas que não é
que você não obteve uma sequência de vinte ‘caras’
cara.
consecutivas.”
b) Meu presente é um anel e não é brilhante.
Admita que aconclusão dada neste argumento tenhase
c) Meu presente é brilhante, mas não é um anel.
mostrado verdadeira. Nestas condições pode-se garantir
d) Meu presente não é um anel e não ébrilhante.
que:
e) Existe alguma coisa cara que não é brilhante. a) O argumento não é válido, ou seja, não está bem
42. Com base em um conjunto de hipóteses uma pessoa construído e, por isso, um conjunto com hipóteses
deduziu logicamente que um determinado eventoocor- não todas verdadeiras puderam levar a uma conclu-
reria. Porém, ao contrário do previsto, o tal evento não são verdadeira.
ocorreu. Assim, esta pessoa deve logicamente concluir b) O argumento é falacioso, ou seja, embora bem cons-
que: truído o conjunto das hipóteses, ainda que todas
verdadeiras, não seria capaz de garantir que aquela
a) Todas as hipóteses que ela usou para deduzir que o
evento ocorreria são falsas. conclusão fosse sempre verdadeira.
b) Várias das hipóteses que ela usou para deduzir que c) O argumento não é válido, ou seja, não está bem
construído e, portanto, pelo menos uma das duas
o evento ocorreria são falsas.
c) Pelo menos uma das hipóteses que ela usou para hipóteses é falsa.
deduzir que o evento ocorreria é falsa. d) O argumento é legítimo, ou seja, está bem construído
d) Várias das hipóteses que ela usou para deduzir que e a verdade de suas premissas levaria necessariamente
o evento ocorreria são verdadeiras. a uma conclusão verdadeira. Mas a recíproca não está
e) Pelo menos uma das hipóteses que ela usou para garantida, ou seja, uma conclusão verdadeira não
implica em que as premissas sejam todas verdadeiras.
deduzir que o evento ocorreria é verdadeira.
Este, alias, é o caso aqui, pois sabemos que, embora
43. “Sei que todos os cisnes são brancos. Sei também que muito improvável, é possível que uma moeda normal
o animal que você me trouxe é um cisne. Logo, posso possa dar ‘cara’ vinte vezes consecutivamente.
concluir que o animal que você me trouxe é branco.” e) O argumento é legítimo, ou seja, está bem construído
Considere que a conclusão dada no texto acima tenha e a verdade de suas premissas levaria necessaria-
se mostrado errada. Nestas condições pode-se afirmar mente a uma conclusão também verdadeira. Como
corretamente que: a conclusão mostrou-se verdadeira as duas premissas
a) O argumento não é válido, ou seja, não está bem utilizadas têm que ser necessariamente verdadeiras.
construído e, portanto, duas hipóteses verdadeiras
46. Considere o seguinte argumento: “ Todas as pessoas
levaram a uma conclusão falsa.
nascidas sob o signo de peixes são sensíveis e criativas e
b) O argumento é falacioso, ou seja, embora bem cons-
eu notei que você é sensível e criativo. Assim eu deduzi
truído duas premissas verdadeiras levaram a uma
que você só pode ser do signo de peixes! “
conclusão falsa.
Com relação ao argumento acima é correto que:
c) O argumento não é válido, ou seja, não está bem
a) Este é um argumento falacioso, ou seja, está mal
construído e, portanto, pelo menos uma das duas
construído e, assim sendo, mesmo que as premissas
hipóteses é falsa.
apresentadas sejam verdadeiras isto não garantirá
d) O argumento é legítimo, ou seja, está bem construído
e a verdade de suas premissas levaria necessaria- que a conclusão seja verdadeira nem implicará que
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47. (AFC/STN/2000) Em uma pequena comunidade sabe-se 54. (Vunesp) Todo A é B e todo C não é B. Portanto:
que nenhum filósofo é rico e que alguns professores são a) Algum A é C.
filósofos. Assim, pode-se afirmar corretamente que, b) Nenhum A é C.
nesta comunidade, c) Nenhum A é B.
a) Alguns filósofos sãoprofessores. d) Algum B é C.
b) Alguns professores sãofilósofos. e) Nenhum B é A.
c) Nenhum filósofo é professor.
d) Alguns professores não são filósofos. 55. (Vunesp) Se você se esforçar, então irá vencer. Assim
sendo:
e) Nenhum professor é filósofo.
a) Seu esforço é condição suficiente para vencer.
48. Entre as proposições abaixo a única verdadeira é: b) Seu esforço é condição necessária para vencer.
a) 5 é par e 3 é par. c) Se você não se esforçar, então não irá vencer.
b) 5 é ímpar e 3 é par. d) Você só vencerá caso se esforce.
c) 5 é par e 3 é ímpar. e) Mesmo que se esforce, você não vencerá.
d) 5 é ímpar e 3 é ímpar.
56. (Vunesp) Se os tios de músicos sempre são músicos,
e) 5 e 3 são pares. então:
a) Os sobrinhos de não músicos nunca são músicos.
49. Entre as proposições abaixo a única falsa é:
b) Os sobrinhos de não músicos sempre são músicos.
a) 10 é ímpar ou 5 é ímpar. c) Os sobrinhos de músicos sempre são músicos.
b) 10 é par ou 5 é ímpar.
d) Os sobrinhos de músicos nunca são músicos.
c) 10 é par ou 5 é par.
e) Os sobrinhos de músicos quase sempre são músicos.
d) 10 5.
e) 10 5. 57. (AFC/CGU/2004) Ana é prima de Bia, ou Carlos é filho
de Pedro. Se Jorge é irmão de Maria, então Breno não
50. Entre as proposições abaixo a única verdadeira é: é neto de Beto. Se Carlos é filho de Pedro, então Breno
a) Ou 6 é ímpar ou 5 > 10. é neto de Beto. Ora, Jorge é irmão de Maria. Logo:
b) Ou 6 é par ou 5 é ímpar. a) Carlos é filho de Pedro ou Breno é neto de Beto.
c) Ou 6 é inteiro ou 5 < 10. b) Breno é neto de Beto e Ana é prima de Bia.
d) Ou 6 > 10 ou 5 é par. c) Ana não é prima de Bia e Carlos é filho de Pedro.
e) Ou 6 é ímpar ou 5 é inteiro. d) Jorge é irmão de Maria e Breno é neto de Beto.
e) Ana é prima de Bia e Carlos não é filho de Pedro.
51. Seja X a proposição composta “se A então B”, onde A e
B são duas proposições quaisquer. Assinale a única 58. (AFC/CGU/2006) Se X está contido em Y, então X está
incorreta: contido em Z. Se X está contido em P, então X está
a) Caso A seja uma proposição verdadeira e B uma contido em T. Se X não está contido em Y, então X está
proposição falsa, X será falsa. contido em P.Ora, X não está contido em T. Logo:
b) Caso A e B sejam proposições falsas, X será uma a) Z está contido em T e Y está contido em X.
proposição verdadeira. b) X está contido em Y e X não está contido em Z.
c) Caso Asejauma proposição falsa e B uma proposição c) X está contido em Z e X não está contido em Y.
verdadeira, X será falsa. d) Y está contido em T e X está contido em Z.
d) Caso Ae B sejam proposições verdadeiras, X será uma e) X não está contido em P e X está contido em Y.
proposiçãoverdadeira.
e) A proposição X é equivalente à proposição “se não B 59. (AFC/CGU/2004) Uma professora de matemática faz as
então não A”. três seguintes afirmações:
“X > Q e Z < Y”;
52. A proposição composta “A se e somente se B” , onde A “X > Y e Q > Y, se e somente se Y > Z”;
e B são duas proposições quaisquer, é verdadeira: “R ≠ Q, se e somente se Y = X”.
a) Somente quando A e B são ambas falsas.
b) Somente quando A é verdadeira e B é falsa. Sabendo-se que todas as afirmações da professora são
c) Somente quando A é falsa e B é verdadeira. verdadeiras, conclui-se corretamente que:
d) Somente quando A e B são ambas verdadeiras. a) X > Y > Q > Z
e) Somente quando A e B têm o mesmo valor lógico, ou b) X > R > Y > Z
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GABARITO
1. e 27. d 53. e
2. d 28. a 54. b
3. e 29. c 55. a
4. c 30. e 56. a
5. a 31. e 57. e
6. c 32. e 58. e
7. a 33. a 59. b
8. c 34. a 60. a
9. e 35. c 61. b
10. a 36. a 62. c
11. d 37. d 63. c
12. b 38. b 64. d
13. b 39. e 65. c
14. b 40. a 66. d
15. d 41. d 67. b
16. c 42. c 68. b
17. e 43. e 69. e
18. e 44. e
19. a 45. d
FORCE CONCURSOS
20. d 46. a
21. d 47. d
22. e 48. d
23. a 49. e
24. c 50. e
25. d 51. c
26. d 52. e