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CAPÍTULO 01 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 03
O conceito de turismo
CAPÍTULO 02 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 05
O conceito de meio ambiente / ecoturismo
CAPÍTULO 03 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 10
Turismo sustentável
CAPÍTULO 04 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 13
Fenômenos naturais que influenciam o turismo
CAPÍTULO 05 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 20
Impactos da atividade turística sobre o meio ambiente
CAPÍTULO 06 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 22
Turismo e conservação ambiental
CAPÍTULO 07 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 24
Água e energia
CAPÍTULO 08 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 27
Poluição sonora e atmosférica
CAPÍTULO 09 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 29
Resíduos sólidos (lixo)
CAPÍTULO 10 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 32
Importância da educação ambiental
CAPÍTULO 11 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 33
Importância da educação ambiental
CAPÍTULO 12 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 36
Mensagem Final

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CAPÍTULO 01
O CONCEITO DE TURISMO

Pensar em turismo nos remete logo a realização de uma


viagem, seja ela por motivo de lazer, esporte, cultura, gastronomia,
religião ou repouso, dentre tantas outras razões. Existem inúmeras
definições para o tema e dentre tantas, escolhemos a definição dada pela
Organização Mundial de Turismo/Nações Unidas sobre Estatísticas de
Turismo:

"as atividades que as pessoas realizam


durante suas viagens e permanência em
lugares distintos dos que vivem, por um
período de tempo inferior a um ano
consecutivo, com fins de lazer, negócios e
outros.”

Utilizando esse conceito como parâmetro, percebemos


então que o turismo envolve atividades realizadas fora do lugar de
origem, ou seja, do domicílio de uma pessoa, denominada nessa situação
de “turista”, mas que existe uma exigência, ou uma característica
específica – o tempo de permanência dessa pessoa fora do lugar onde
vive. Observa-se então que a atividade turística é limitada e dentro dessas
limitações deve-se desenvolver de forma a propiciar conforto, satisfação e
prazer, porque não? Tarefa nada fácil se considerarmos a diversidade
dentro do ramo e dentre as pessoas que fazem turismo, não só pela
questão da variação de culturas e valores, mas também de diversidade
étnica, econômica e de faixa etária.

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A vocação turística do Brasil é inegável: somos um país rico
em cultura, fruto de toda a nossa miscigenação em termos culturais,
advinda da nossa rica colonização, resultando numa diversidade de raças
e costumes que atraem pessoas do mundo todo. Nossas festas populares
são atrativos turísticos que trazem milhares de turistas para o nosso país
e temos um povo extremamente hospitaleiro, o que faz realmente o turista
se sentir bem.

Sendo um dos ramos da economia que mais gera fontes de


divisas, o turismo pode propiciar também o desenvolvimento sócio-
econômico e cultural de um país, se for conduzido com um planejamento
adequado às características biológicas, físicas, econômicas e sociais das
localidades em que opera.

Partindo dessa premissa, temos ainda muito mais a oferecer:


Talvez o alicerce de toda a estrutura turística nacional: as nossas belezas
naturais. Sendo um país rico em ecossistemas ainda conservados, com
regiões de florestas como a Floresta Amazônica, o Pantanal e nossa Mata
Atlântica, além da nossa vasta costa litorânea, é quase impossível se falar
de turismo sem associá-lo ao meio ambiente.

Mas podemos fazer um questionamento: O que é o Meio


Ambiente? Que características o definem? Sua associação ao Turismo
pode ir além do óbvio? São questões que discutiremos a seguir.

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CAPÍTULO 2
O CONCEITO DE MEIO AMBIENTE / ECOTURISMO

Assim como para a definição de Turismo, o conceito de Meio


Ambiente também é muito diverso. Podemos citar alguns deles.

De acordo com a resolução do CONAMA (Conselho Nacional do


Meio Ambiente) de nº 306:2002: “Meio Ambiente é o conjunto de
condições, leis, influencia e interações de ordem física, química, biológica,
social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas
as suas formas”.

Um conceito interessante é o encontrado na ISO 14001:2004:


“circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo-se ar, água,
solo, recursos naturais, flora fauna, seres humanos e suas inter-relações.”
Uma organização é responsável pelo meio ambiente que a cerca,
devendo, portanto, respeitá-lo, agir como não poluente e cumprir as
legislações e normas pertinentes (ISO 14001).

Para o turismo o meio ambiente está muito próximo, é à base do


turismo. Meio ambiente, aqui, tem uma definição mais ampla: “meio

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ambiente se refere não somente ao meio físico, o qual é formado por
componentes naturais e construídos, que envolve parâmetros como clima
e temperatura, água, topografia e solos, flora e fauna etc. Relaciona-se
também ao meio ambiente construído, aquele fabricado pelos homens.
Podemos ir ainda além: não se pode falar de meio ambiente sem citar
também a importância da qualidade de vida da população que vive em um
ambiente, fundamentada no respeito aos seus valores sociais e culturais,
aliada a uma prática econômica que permita a essa populações ter
condições dignas de sobrevivência e um meio ambiente natural
ecologicamente conservado, para si e para as próximas gerações.

Sob essa ótica, o conceito dado pela ISO 14001 nos parece mais
abrangente e mais condizente com a proposta do curso, que é analisar as
implicações das atividades turísticas com o Meio Ambiente. Assim, não se
pode deixar de lado a presença do homem nesse ambiente natural, como
também não podemos considerar como meio ambiente somente nossos
recursos naturais.

Manter a qualidade desses recursos é fundamental, obviamente,


até mesmo por que a conservação do meio ambiente não só tem
importância ecológica, mas vem trazendo em muitos casos, incluindo a
hotelaria e ecoturismo, benefícios financeiros e sociais, tornando-se ainda
mais importante sob o ponto de vista empresarial. Manter a qualidade do
Meio Ambiente envolve também manter a qualidade dos parâmetros
sócio-ambientais que garantam a manutenção da qualidade dos recursos
naturais e de forma mais abrangente, dos nossos ecossistemas.

Percebe-se então que há um encadeamento lógico nessas


questões: conservar a Natureza deve estar aliado à conservação da
qualidade de vida, o que acabará resultando numa maior qualidade para o
Turismo. A manutenção dessa qualidade é que propiciará a satisfação

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dos nossos turistas, e turista satisfeito não só retorna como também traz
mais turistas.

Ao pensarmos em Meio Ambiente, relacionando-o ao Turismo, é


comum a associação a um dos ramos da atividade turística que é o
Ecoturismo.

O Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza de


forma sustentável o patrimônio natural e cultural, incentiva sua
conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista
através da interpretação do ambiente, promovendo o bem estar das
populações envolvidas.

É uma atividade que não envolve somente a utilização dos nossos


recursos naturais como uma proposta de atividade lúdica e de lazer, ou
seja, não é somente levar turistas para um lugar natural e conservado
para que possam admirar de forma mais próxima as belezas naturais e
interagir com as mesmas. Claro que isso faz parte. Tocar, interagir, sentir
o ar, a terra, a água, caminhar, fazer trilhas, dentre outras atividades
fazem parte da essência do ecoturismo, mas seu conceito é muito mais
amplo.

Envolve a conservação daquele ambiente natural, na busca da


sustentabilidade, tema sobre o qual discorreremos a seguir. Infelizmente,
ainda há muitos erros na prática do ecoturismo, como a falta de um
programa de educação ambiental que leve à sensibilização e
conscientização dos turistas sobre a importância da conservação da
Natureza e do respeito às comunidades e populações que residem
naquele ecossistema que está sendo visitado.

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Podemos perceber esses equívocos principalmente na questão do
lixo. Não é raro encontrar vestígios da passagem de turistas em um
parque ecológico ou até mesmo em áreas de preservação, o que acaba
prejudicando a imagem do ecoturismo.

Pela riqueza de ecossistemas e de biodiversidade, o Brasil é um


país privilegiado para a exploração dessa atividade. Segundo a
EMBRATUR, foram identificados 96 pólos de ecoturismo, divididos nas
cinco regiões brasileiras. É uma das atividades que mais cresce no nosso
país, pela associação que o mesmo faz com a Natureza de forma direta,
através da prática de “eco-esporte, como escaladas, rapel, rafting,
canoagem, trilhas e passeios de bicicleta, por exemplo.

No entanto, a implementação de atividades sustentáveis e de


educação ambiental são imprescindíveis, não somente para a
conservação dos recursos naturais, mas pela própria natureza dessa
atividade, para o sucesso e continuidade do empreendimento turístico,

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seja eles na oferta de serviços de hotelaria, produtos de artesanato,
alimentação ou atividades de lazer.

Existem alguns pressupostos para se considerar uma atividade


turística como “ecoturismo”.

(1) Promover a qualidade de vida das populações residentes no local


de destino;
(2) Respeitar a sociodiversidade da comunidade receptora, por meio da
conservação da herança cultural das populações locais; e
(3) Conservar os recursos naturais e paisagísticos desse local.

Dentro da proposta eco turística então é essencial o


desenvolvimento de atividades educativas que promovam uma relação
saudável, de respeito e de cordialidade entre os atores sociais envolvidos:
a comunidade, os turistas, os prestadores de serviço associados á
conservação do meio ambiente.

Somente teremos condições de sustentabilidade caso haja


harmonia e equilíbrio no "diálogo" entre os seguintes fatores: resultado
econômico, mínimos impactos ambientais e culturais, satisfação do
ecoturista e da comunidade visitada.

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CAPÍTULO 3
TURISMO SUSTENTÁVEL

A questão da sustentabilidade ambiental vem sendo discutida em


nível mundial principalmente a partir da segunda metade do século XX,
quando então se percebeu a necessidade de se reavaliar a forma como
nós, seres humanos, vínhamos utilizando nossos recursos naturais. Foi a
partir de então que as discussões em torno de um modelo econômico que
fosse menos prejudicial ao meio ambiente, e consequentemente também
ao homem, se tornaram urgentes e necessárias. Como fazer uso da
Natureza sem destruí-la? Sempre foi uma das grandes questões em
debate desde então.

Dentre tantos conceitos relacionados à conservação e preservação


do Meio Ambiente, aliando-se à utilização racional dos recursos naturais
surge então o conceito de sustentabilidade, que a grosso modo podemos
definir como uma forma de se realizar atividades que ao mesmo tempo
em que promova o desenvolvimento social, econômico e cultural de um
povo, dentre outros aspectos, também promovam a qualidade no nosso
ambiente. Ou se já, é um conceito que antes de tudo deve ter como
premissa a promoção da qualidade de vida como um todo.

Dar às pessoas o direito de ter uma vida digna, o que inclui um


Meio Ambiente limpo e preservado, direito garantido pela Constituição
Federal. Dessa forma, seria ideal que toda e qualquer atividade
econômica tivesse em vista a sustentabilidade de seus serviços, inclusive
o ramo do turismo. Vale à pena ressaltar que a sustentabilidade não
envolve apenas a preservação do Meio Ambiente natural, mas também a
valorização da cultura, da religião, dos valores sociais e o fomento de
atividades econômicas que visem a melhoria da renda de forma digna,
honesta e que promova uma melhor qualidade de vida.

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Muito se tem discutido em termos de turismo sustentável, ou seja,
de uma prática turística que envolva o desenvolvimento de atividades que
aliem a satisfação do cliente, no caso, o turista, com a manutenção da
qualidade de vida das pessoas e comunidades que estão envolvidas no
setor turístico, de forma direta ou indireta, como por exemplo: pessoal de
apoio, população local, artesãos, vendedores, grupos folclóricos e
culturais, setor de transporte e tantos outros.

É muito importante não aliar a sustentabilidade ambiental apenas


às atividades eco turísticas. Queremos dizer que a sustentabilidade
ultrapassa a questão ambiental, tão somente. Claro que toda proposta de
ecoturismo também deve levar em conta práticas sustentáveis, mas toda
e qualquer atividade ligada ao turismo deve desenvolver atitudes que
levem à sustentabilidade, não se deve ficar restrito apenas ao ecoturismo.

Por sua rica diversidade de fauna, flora, ecossistemas e variedade


socioeconômica, o debate sobre o desenvolvimento do turismo no Brasil
(incluindo o ecoturismo) vem buscando caminhos para maior
conscientização e compromisso da parte do setor privado com posturas
responsáveis, capazes de contribuir para a sustentabilidade ambiental,
econômica e social do setor.

A grande questão é: seria possível aliar o turismo sustentável ao


turismo de massa? Isso quer dizer: podemos diminuir os impactos
causados pelo turismo na Natureza, no nosso turismo mais comum? O
turismo de lazer, realizado em qualquer cidade, nos hotéis de uma forma
geral, ou no comércio ligado ao turismo, como em quiosques de
souvernis, em lojinhas de artesanato, em feiras de comidas típicas e em
passeios à praia ou a um parque?

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O problema reside na falta de planejamento. No turismo de massa,
o planejamento turístico para um determinado destino deve considerar
uma análise da sua capacidade de carga e a participação dos seus
cidadãos no processo de tomada de decisões referentes às atividades
turísticas a serem ali praticadas. Isto quer dizer que não adianta levar
cinco mil pessoas, turistas, para uma praia que só comporta duas mil, isso
lógico, levando em consideração a segurança e o oferecimento de
serviços de qualidade, não só para quem é de fora, o turista, mas também
para a população.

É preciso levar em consideração que toda atividade turística é uma


intervenção no meio ambiente, desde a instalação de um
empreendimento turístico até a realização de atividades de lazer. O que
precisa ser discutido é:

- Como essas atividades estão sendo pensadas e como serão


inseridas na comunidade?

Em resumo, deve-se considerar os aspectos culturais, econômicos,


sociais, religiosos e políticos na realização de qualquer atividade turística,
que vise promover a sustentabilidade. Não estamos nos referindo apenas
à sustentabilidade ambiental, mas à do próprio negócio, que se não for
garantida, colocará em risco o sucesso e a continuidade da atividade
turística.

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CAPÍTULO 4
FENÔMENOS NATURAIS QUE INFLUENCIAM O TURISMO

O turismo está ligado diretamente ao meio ambiente. O uso dos


recursos naturais dentro deste ramo de atividade não está relacionado
somente a passeios, como uma viagem às praias, a um parque,
montanhas, rios, dunas, florestas e tantos outros lugares que são pontos
turísticos no nosso país.

Devemos refletir sobre algo muito mais sutil e delicado: precisamos


do meio ambiente e dos recursos naturais em toda e qualquer atividade,
inclusive o turismo. Só para citar como exemplo, a água que utilizamos
nas nossas atividades diárias, a energia elétrica e a energia da queima do
petróleo (utilizada nos veículos), o lixo que produzimos, todos os tipos de
poluição, os impactos da devastação ambiental e da construção civil
desordenada, dentre tantos outros aspectos que influenciam a qualidade
do serviço oferecido e que estão relacionados ao turismo.

Vamos nos deter em alguns desses aspectos, que de forma direta


ou indireta afetam a atividade turística, principalmente porque podem
comprometer a qualidade dos recursos naturais que são diretamente
utilizados dentro deste ramo. Merecem destaque:

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 o aquecimento global e as mudanças climáticas;
 a poluição do ar e a chuva ácida;
 a escassez e poluição da água;
 a perda da biodiversidade;
 os desastres naturais.

Aquecimento global e mudanças climáticas

O aquecimento global é uma consequência das alterações


climáticas ocorridas no planeta. Diversas pesquisas confirmam o aumento
da temperatura média global. Conforme cientistas do Painel
Intergovernamental em Mudança do Clima (IPCC), da Organização das
Nações Unidas (ONU), o século XX foi o mais quente dos últimos cinco,
com aumento de temperatura média entre 0,3°C e 0,6°C. Esse aumento
pode parecer insignificante, mas é suficiente para modificar todo clima de
uma região e afetar profundamente a biodiversidade, desencadeando
vários desastres ambientais. As regiões que mais correm riscos diante
das mudanças climáticas (zonas costeiras, pequenas ilhas, terras baixas
e áreas úmidas) estão entre as principais atrações turísticas ao redor do
mundo.

São várias as causas do aquecimento global. O mesmo poderia até


ser considerado um fenômeno natural, se não fosse a rapidez com que
vem afetando nosso planeta. Essa rapidez parece estar relacionada às
atividades humanas, que intensificam o efeito de estufa através do
aumento na queima de gases de combustíveis fósseis, como petróleo,
carvão mineral e gás natural. A queima dessas substâncias produz gases
como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CO4) e óxido nitroso (N2O),
que retêm o calor proveniente das radiações solares, como se
funcionassem como o vidro de uma estufa de plantas, esse processo
causa o aumento da temperatura. Outros fatores que contribuem de forma

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significativa para as alterações climáticas são os desmatamentos e a
constante impermeabilização do solo.

Mas como esse aquecimento pode afetar o turismo? O raciocínio é


bem simples: As regiões que mais correm riscos diante das mudanças
climáticas (zonas costeiras, pequenas ilhas, terras baixas e áreas úmidas)
estão entre as principais atrações turísticas ao redor do mundo. Isso quer
dizer que, se a temperatura do nosso planeta continuar a subir nos níveis
atuais, provavelmente toda a nossa região costeira será afetada. As
nossas praias podem ser inundadas, com o aumento do nível das marés,
ilhas podem ter seu tamanho reduzido, o regime de chuvas pode mudar,
como já estamos presenciando, inundações fora de época e em
proporções maiores do que o esperado, ou grandes períodos de
estiagem.

É importante dizer que o aquecimento global não é mais um


problema para o futuro, pois ele já tem provocado alterações climáticas
em todo o mundo, inclusive no Brasil.

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A poluição do ar e as chuvas ácidas

A chuva ácida é uma das principais consequências da poluição do


ar. As queimas de carvão ou de petróleo liberam resíduos gasosos. A
reação dessas substâncias com a água forma ácido nítrico e ácido
sulfúrico, presentes nas precipitações de chuva ácida.

Os poluentes do ar são carregados pelos ventos e viajam milhares


de quilômetros; assim, as chuvas ácidas podem cair a grandes distâncias
das fontes poluidoras, prejudicando outros países.

O solo se empobrece, a vegetação fica comprometida. A


acidificação prejudica os organismos em rios e lagoas, comprometendo a
pesca. Monumentos de mármore são corroídos, aos poucos, pela chuva
ácida.

Os danos as florestas e a perda de espécies da fauna devido à


acidificação significam a degradação de recursos turísticos primordiais. A
deposição ácida em construções históricas e outros monumentos obrigam
o aumento dos custos de manutenção e recuperação.

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A escassez e a poluição da água

Se a água é um dos mais importantes recursos do turismo,


enquanto elemento básico de inúmeros atrativos, como insumo é
indispensável, estimando-se que nos países desenvolvidos os turistas
usam dez vezes mais água nas suas atividades diárias do que os
habitantes locais.

Sendo um dos recursos naturais mais utilizados, é com a água que


devemos ter maior cuidado. O Brasil é detentor da maior bacia
hidrográfica do mundo, isso quer dizer que temos abundância de água
doce, mas infelizmente também somos campeões do desperdício e da
poluição da água.

O uso indiscriminado, sem controle, a poluição causada


principalmente pelos esgotos domésticos, industriais e comerciais jogados
sem nenhum tratamento nos nossos rios e mares são alguns dos
principais fatores que provocam a perda da qualidade de água, o que
pode comprometer não só o abastecimento como também a qualidade
dos nossos ambientes naturais.

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Perda da biodiversidade
O turismo e a recreação encontram na natureza e nos
componentes da sua biodiversidade – a diversidade de espécies (da
fauna e flora) e a diversidade de ecossistemas (terrestres e aquáticos)-,
uma fonte de recursos cada vez mais valorizados para o seu
desenvolvimento.
Algumas das nossas espécies são verdadeiros representantes do
nosso país, como as araras, golfinhos, onças e micos. Isso sem falar na
nossa diversidade de espécies vegetais, muitas delas ainda
desconhecidas pela Ciência. A destruição de rios e florestas, seja ela pela
poluição, pelo desmatamento, pelo tráfico de espécie afeta e poderá
afetar ainda mais nossos ecossistemas.
Nesse ponto sofrerá especialmente o ecoturismo, pois sua relação
com a Natureza é mais íntima e próxima, já que o contato direto com a
mesma, a interação do turista com o ambiente é um ponto forte desse tipo
de turismo.

Os desastres naturais

Referem-se às alterações ou fenômenos que podem ser ditos


como naturais, ou seja, fazem parte da dinâmica natural do nosso
planeta. Nesta categoria podemos incluir os terremotos, erupções
vulcânicas, tufões, maremotos, nevascas ou secas prolongadas.

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Tais desastres podem ter sérios efeitos no turismo, quando afetam
regiões ou destinações preferenciais tanto do turismo internacional como
do doméstico.

Algumas dessas calamidades, quando ocorrem em regiões


subdesenvolvidas das Américas, África e Ásia são agravadas diante da
pobreza e da falta de mecanismos de prevenção e de assistência.

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CAPÍTULO 5
IMPACTOS DA ATIVIDADE TURÍSTICA SOBRE O MEIO AMBIENTE

Qualquer atividade humana exerce impacto sobre o ambiente


natural, se considerarmos como impacto qualquer tipo de interferência de
ordem não natural, ou seja, praticada pelo homem em suas atividades. No
caso do turismo, podemos enumerar alguns efeitos dessa atividade sobre
o meio ambiente, de acordo com a implicação de cada um deles. Não
podemos perder de vista o fato de que tais impactos podem ser
minimizados, quando negativos, ou podem ser benéficos, se forem
decorrentes de uma visão global, sustentável e socialmente justa, na
elaboração, planejamento, execução e acompanhamento de um
empreendimento ou atividade turística.

IMPACTOS POSITIVOS:

 O turismo pode assumir um importante papel no aumento da


consciência ambiental e na educação para o consumo sustentável
por meio de sua vasta rede de distribuição de serviços, e prover
incentivos econômicos para a proteção de hábitat naturais que
sofrem pressão de outros usos ecologicamente insustentáveis.

 O turismo pode ainda trazer significativa contribuição para a


conservação das áreas protegidas.

IMPACTOS NEGATIVOS:

 O turismo exerce impactos sobre o ambiente por ser um


grande consumidor de combustíveis, eletricidade, alimentos e
outros recursos da água e da terra, gerando significativas
quantidades de lixo e de emissões neste mesmo ambiente.

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 Os impactos ambientais negativos do turismo podem ocorrer
sobre o ambiente natural e seus componentes básicos, assim
como sobre o ambiente construído pelo homem, especialmente
sobre o seu patrimônio material.

 As necessidades e as condições para a oferta turística como


o suprimento de água e de energia, os meios de hospedagem, os
restaurantes e as estruturas recreativas, alem de estradas, acessos
e aeroportos, demandam por matérias primas muitas vezes
extraídas de forma ilegal e destrutiva de locais como dunas, leito e
margem de rios, praias e encostas de morros.

 Impactos sobre ecossistemas naturais, com destruição de


florestas, avanço desordenado da construção civil sobre a linha
costeira, aceleração do processo de erosão do solo e do equilíbrio
em ecossistemas aquáticos são outros exemplos.

 O turismo na sua forma mais intensiva, que é o turismo de


massa, onde se verifica a concentração excessiva de turistas,
equipamentos e infra-estrutura, tem deixado uma marca indelével e
irreversível em destinações preferenciais pelo mundo todo, varias
delas experimentando uma decadência, como conseqüência do
conjunto de impactos ambientais anteriormente relacionados.

Como o turismo é um grande intercâmbio de pessoas, a


coexistência dessas pessoas pode aumentar as tensões sociais, e
provocar a xenofobia. Nesse intercâmbio, a interação entre turistas e
comunidade local tem que ser satisfatória, para não aflorar ou aprofundar
os problemas sociais, econômicos e culturais da comunidade.

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CAPÍTULO 6
TURISMO E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL

Para falar de conservação ambiental, é importante diferenciá-la


de outro conceito, o de preservação ambiental.

O termo “preservação” relaciona-se ao preservacionismo.


Aborda a proteção da natureza independentemente de seu valor
econômico, não considerando se a mesma pode ser útil para o homem.
Pelo contrário, este, o homem, é apontado como o causador dos
desequilíbrios nas relações entre os seres vivos e o meio ambiente. De
caráter explicitamente protetor, propõe a criação de santuários, intocáveis,
sem sofrer interferências relativas aos avanços do progresso e sua
consequente degradação. Em outras palavras, “tocar”, “explorar”,
“consumir” e, muitas vezes até “pesquisar”, torna-se, então, uma atitude
que fere tais princípios.

Já quando falamos de “conservação ambiental”, nos


relacionamos ao cuidado com a natureza, mas aliado ao seu uso racional
e manejo criterioso pela nossa espécie, executando um papel de gestor e
parte integrante do processo. Isso quer dizer que o homem pode “usar” a
natureza de forma racional, planejada para não causar danos irreversíveis
a ela. O termo conservação estaria dentro de uma proposta de
sustentabilidade, ou seja, como dito anteriormente, toda e qualquer
atividade humana conservacionista visa não só a preservação ambiental
apenas, mas o uso racional dos recursos naturais, de forma equitativa e
qualitativa, preservando o direito de cada ser humano a um ambiente
natural e equilibrado, visando a melhoria da qualidade de vida das
populações, sem que com isso haja riscos de degradação da Natureza.

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Nesse ponto existe uma importante questão: O turismo pode
incentivar a preservação e conservação ambientais? Ou seria o contrário,
a conservação e preservação ambientais estimulariam o turismo? Parece-
nos que é uma via de mão dupla. Sendo a Natureza conservada,
mantém-se seus atrativos para o turismo e para o turista, assim as
chances de desenvolvimento daquela atividade ou de o turista retornar
são bem maiores. Se for um lugar onde a Natureza por si só já é um
atrativo turístico, então a conservação desses recursos naturais se faz
ainda mais importante, para manter a atividade e o fluxo de turistas.

Em resumo, não podemos falar de turismo sem relacioná-lo à


conservação dos recursos naturais, porque de forma direta (visitas a
ambientes naturais, paraísos ecológicos) ou indireta (utilizando os
produtos da Natureza, como a água) dependemos dela para sobreviver.

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CAPÍTULO 7
ÁGUA E ENERGIA

Água e energia são dois dos recursos mais utilizados nas atividades
relacionadas ao turismo, como hotelaria e transporte, por exemplo. Seu
mau uso pode provocar situações no mínimo desconfortáveis, como por
exemplo, imagine numa estaca de verão, faltar água para o banho ou
para a cozinha? Existem várias formas então de se economizar tais
recursos, mas devemos refletir também sobre as causas do desperdício e
em alternativas de minimizá-lo.

 O consumo excessivo de energia e água é um dos maiores


problemas ambientais dos empreendimentos hoteleiros.
 A iluminação é responsável por 20% da energia consumida em
todo o País, sendo que 40% dessa provêm do setor de serviços,
incluindo, portanto, o segmento hoteleiro.

 Para empreendimentos onde se identifica um alto consumo de


energia, recomenda-se uma auditoria energética, realizada por
consultores especialistas em conservação de energia.

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Novamente salientamos que investir num bom planejamento
evitará problemas futuros na execução das suas atividades turísticas.

AÇÕES:

- Promover um esforço conjunto para economizar água por meio da


divulgação de informações e sensibilização dos hóspedes e
funcionários.

- Adoção de novos hábitos e sejam cidadãos mais conscientes.

DICAS PARA ECONOMIZAR ÁGUA

Várias são as atitudes que podemos ter para economizar água.


Seguem algumas delas, de acordo com a SANEPAR (Companhia de
Saneamento do Paraná):

- Reduza o tempo da torneira aberta enquanto escova os dentes, ensaboa


as mãos ou faz a barba;

- Reduza o tempo no banho com o chuveiro aberto;

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- Antes de lavar a calçada, passe uma vassoura;
- Torneira pingando, descarga desregulada, caixa d’água com bóia que
não funciona: são alguns tipos de vazamentos que precisam de conserto.
- Reduza a lavagem diária de roupa. Acumule e use a capacidade máxima
da máquina de lavar.
- Verifique se há torneiras pingando ou vazamento em vaso sanitário e
nas demais instalações da rede interna.

No caso da energia elétrica, especialistas recomendam observar


os contratos de compra de energia, pois muitas empresas hoteleiras
desconhecem a existência de tarifas com preços diferenciados de acordo
com o horário de uso, e com isto não praticam nenhuma modulação de
carga, de forma que não auferem as vantagens disponíveis.

Além disso, Existem dispositivos para a automação nos


processos de controle de máquinas e equipamentos que demandam
energia, os quais também permitem controlar razão carga/demanda,
visando a melhoria do fator de carga das instalações. Além disso, o
controle automatizado fornece gráficos e tabelas de consumo em tempo
real, facilitando o monitoramento do consumo de energia.

Uma boa alternativa para evitar o desperdício de energia é


investir em fontes alternativas, como a energia solar. Ainda que o
investimento inicial seja relativamente alto, os resultados, a economia em
longo prazo pode ser compensatória. Além disso, a energia solar é
naturalmente renovável, não deixando resíduos na Natureza nem
causando alterações na mesma, como é o caso da energia elétrica que
usamos no nosso país, a maior parte vinda da geração através das usinas
hidrelétricas que tem alto impacto na Natureza e para as populações que
vivem nas regiões ribeirinhas.

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CAPÍTULO 8
POLUIÇÃO SONORA E ATMOSFÉRICA

Nada mais desagradável do que tirar uns dias para relaxar numa
viagem e se deparar com carros de alto-falante, sons de eletrodomésticos
ou de sons de veículos no volume máximo. Essas são apenas algumas
das fontes de poluição sonora.

Este tipo de poluição ocorre quando num determinado ambiente o


som altera a condição normal de audição. Embora ela não se acumule no
meio ambiente, como outro tipo de poluição causa vários danos ao corpo
e à qualidade de vida das pessoas.

Efeitos negativos da poluição sonora na saúde dos seres


humanos:
· Insônia (dificuldade de dormir);
· Estresse e Depressão;
· Perda de audição;
· Agressividade;
· Perda de atenção e concentração;
· Perda de memória;
· Dores de Cabeça;
· Aumento da pressão arterial;
· Cansaço.

Limites de intensidade

 Ruído com intensidade de até 55 dB não causa


nenhum problema.

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 Ruídos de 56 dB a 75 dB podem incomodar, embora
sem causar malefícios à saúde.

 Ruídos de 76 dB a 85 dB podem afetar a saúde, e


acima dos 85 dB a saúde será afetada, a depender do tempo da
exposição.
No que se refere à poluição atmosférica, seus efeitos são bem
mais perceptíveis. Os problemas que advêm da atmosfera representam
perigo para os organismos e muitos estudos relacionam o aumento da
poluição atmosférica ao efeito estufa, a destruição da camada de ozônio e
as chuvas ácidas.
De que formas essas duas formas de poluição podem ser evitadas,
para que se mantenha a qualidade do turismo oferecido?
Com relação à poluição sonora, pode-se evitar fontes sonoras em
alto volume em locais de circulação coletiva. Outras medidas seriam
estabelecer horários para a realização de eventos que provoquem ruídos
e fazer manutenção constante dos aparelhos que possam ser fontes de
poluição sonora, como motores de carros e equipamentos elétricos.
Algumas medidas para se evitar a poluição atmosférica são:

 Oferecer aos hóspedes e empregados a opção de transporte


coletivo do hotel. Com isto haverá uma redução de gases que
promovem o efeito estufa e que são produzidos durante o processo
de combustão que ocorre nos motores veiculares.
 Monitorar possíveis fontes poluidoras como motores de veículos
utilizados;
 Incentivar o uso de transportes não poluentes, como bicicletas,
charretes e caminhadas.

28
CAPÍTULO 9
RESÍDUOS SÓLIDOS (LIXO)

O lixo é sem dúvida um dos maiores problemas ambientais deste


século. Só para se ter uma idéia, Em Florianópolis cada pessoa produz
770 gramas (0,77 kg) de resíduos sólidos por dia, segundo a Pesquisa de
Caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos, realizada pela
COMCAP/CEFET/UFSC, em 2002.

A maior parte desse lixo ainda é jogada em lixões a céu aberto,


sem nenhum tipo de tratamento ou de seleção. Muitos dos materiais que
vão para os lixões são de difícil decomposição, como plásticos e metais,
que podem levar milhares de anos para se decompor, ou nunca se
decomporem, como é o caso do vidro.

Nas atividades turísticas o cuidado com o lixo deve ser constante.


Não só pelo comprometimento da saúde ou com aspectos visuais, mas
principalmente pelo comprometimento dos nossos recursos naturais. É
importante adotar formas de se evitar o desperdício e de
reaproveitamento do lixo, através de programas de educação ambiental e

29
de reciclagem de materiais, que envolvam todos os setores e níveis
envolvidos na atividade turística.

Os turistas são pessoas cada vez mais bem informadas,


exigentes e preocupadas com a preservação ambiental. Por isso, a
adoção de um programa desse tipo beneficia, sem dúvida, a imagem do
estabelecimento, o que é um benefício adicional para os negócios e para
a região onde o hotel está localizado.

Cuidar do lixo depende muito mais da boa vontade de quem


realiza e planeja um empreendimento do que da implementação ou
aquisição de materiais ou mão-de-obra especializada. Seguem algumas
medidas que podem ajudar a gerenciar essa questão:

 Separar o lixo, para que se possa avaliar o volume que se produz


de cada tipo de lixo. A partir daí, buscar um destino adequado para
cada tipo;

 Incorporar o conceito de pré-ciclar, isto é, reduzir já na hora de


abastecer o hotel, dando preferência a produtos com menos
embalagens ou a fornecedores comprometidos com práticas
sustentáveis;

 O lixo orgânico (restos de comida, papéis sujos, cascas de fruta,


grama cortada, cinzas de lareira, etc.), que constitui em torno de
50% dos resíduos sólidos, pode ser totalmente reciclado, por
processos de decompostagem, e transformado em excelente
adubo.

 Garrafas tanto de vidro como PET podem ser usadas para


preencher blocos de concreto ou formar canteiros na horta.

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 Cascas de ovo caipira viram uma nutritiva farinha de cálcio;

 Sabonetinhos usados são reaproveitados como sabão líquido em


máquinas de lavar, óleo de cozinha transforma-se em sabão em
barra;

 Velas são recicladas e novamente utilizadas, latas pintadas de


várias cores tornam-se charmosos vasos, que podem adornar
escadas ou paredes.

A reciclagem de materiais como o vidro e alumínio tem sido fontes


de renda para muitas populações de baixa renda que se organizaram em
formas de cooperativa e encontraram na reciclagem uma forma de
desempenhar uma atividade lucrativa de forma digna e honesta. Graças a
essas iniciativas, o Brasil é hoje um dos países campeões na reciclagem
de alumínio, material usado na confecção da maior parte das latinhas de
bebidas. Desta forma, uma medida eficaz é implementar a coleta seletiva
no seu estabelecimento, dando a destinação correta a cada um dos
componentes do lixo.

No entanto, é importante saber que para o sucesso dessas


iniciativas todos os atores sociais envolvidos devem estar cientes e
mobilizados: desde o pessoal da cozinha, camareiras, porteiros,
motoristas até os hóspedes, gerentes, comunidade e prefeitura. É um
esforço coletivo para melhoria não só da qualidade ambiental, mas sim da
qualidade de vida para todos.

31
CAPÍTULO 10
INICIATIVAS TURÍSTICAS SUSTENTÁVEIS

• Aquecimento solar da água;


• Reciclagem de água para irrigação dos jardins;
• Uso preferencial de papéis reciclados;
• Utilização de lâmpadas de baixo consumo de energia e uso de luz
natural através de construções que favorecem o seu uso;
• Transformação do lixo orgânico em composto orgânico para uso
nas áreas verdes;
• Seleção do lixo, destinado à reciclagem local;
• Uso preferencial de madeira renovável (com certificação do
IBAMA), preservando as matas naturais, além do uso de madeira
de demolição;
• Apoio às iniciativas sociais e manifestações culturais locais;
• Valorização de hábitos, crenças, arte e histórias locais através do
respeito e não interferências indevidas.

Aquecimento solar da água

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CAPÍTULO 11
IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Não se pode negar que o impacto do turismo sobre o meio


ambiente é inevitável, então o que se pode fazer é manter a atividade
dentro dos limites aceitáveis, para que não coloque em risco o meio
ambiente, causando danos irreversíveis, assim os visitantes poderão
usufruir melhor do local.

Também é importante ressaltar que o turismo não é o único vilão


deste processo de modificação ambiental, pois existem outros processos
econômicos que também contribuem para as mudanças ambientais
ocorridas nos destinos turísticos.

Acreditamos que a manutenção da qualidade de vida, quando a


relacionamos diretamente ao meio ambiente, só será possível se
levarmos em consideração que mudanças de comportamentos e atitudes
só podem ser possíveis através de um processo educativo e neste caso
se aplica perfeitamente a adoção de programas voltados para a educação
ambiental.

Entende-se por educação ambiental os processos por meio


dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para

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a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo,
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (Lei n°
9.795, de 27 de abril de 1999).

A educação ambiental tem como um de seus objetivos formar


cidadãos conscientes de sua relação com a natureza e com seu habitat.
Ela deve primar pela formação de pessoas conscientes de seu papel e de
sua relação com o meio ambiente, visando à sustentabilidade, através do
uso racional dos recursos naturais, para que tanto esta quanto as futuras
gerações possam também deles usufruir.

Assim, o principal objetivo da educação ambiental é o


desenvolvimento sustentável, que inclui a prática do turismo sustentável.
Esta prática visa a melhoria da qualidade de vida da comunidade
receptora e oferece aos visitantes uma experiência enriquecedora, além
de manter a qualidade do meio ambiente do qual todos dependem.

A educação ambiental para uma sustentabilidade equitativa é um


processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as
formas de vida. Tal educação afirma valores e ações que contribuem para
a transformação humana e social e para a preservação ecológica.

Ela estimula a formação de sociedades socialmente justas e


ecologicamente equilibradas, que conservam entre si relação de
interdependência e diversidade.

Para que esta sustentabilidade ocorra é necessário que as pessoas


tomem consciência de que se deve preservar o meio ambiente, através de
programas de educação ambiental onde todos os envolvidos na atividade
turística ou não, deveriam participar. É nesse sentido que a escola tem o

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papel fundamental, pois esta é responsável pela educação e formação do
cidadão, num sentido formal.

No segmento turístico, a educação ambiental também poderá ser


desenvolvida por meio de programas não-formais, convidando o turista a
dotar práticas pessoais e coletivas que promovam a proteção do meio
ambiente não somente durante o seu passeio e a sua viagem, mas que
tais mudanças se tornem permanentes e o mais importante, que eles se
tornem agentes multiplicadores desses valores

A proposta de educação ambiental requer atitudes simples e


cotidianas. Pequenas mudanças que num contexto coletivo farão a
diferença para todos os envolvidos, garantindo a qualidade do ambiente e
propiciando um ambiente mais agradável aos olhos e aos sentidos.
Manter o que nos foi dado para que as próximas gerações possam
usufruir das nossas belezas naturais não é somente um mérito, mas um
dever de cada cidadão consciente da sua responsabilidade.

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CAPÍTULO 12
MENSAGEM FINAL

“As cidades educativas devem ensinar a seus filhos e aos filhos de outras
cidades que as visitam, o respeito mútuo que as pessoas devem ter na
rua, nas lojas, o respeito pelas coisas, o trato com o bem público, com
os muros das casas, a disciplina de horários reflete na maneira
como a cidade trata seus habitantes, suas lideranças, o trato com o
meio ambiente, como cuida de seu lixo.”

Paulo Freire

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